TRABALHO COM FAMÍLIA
“Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania...”
Nando Reis
Coordenação de Proteção Social Especial de
Média Complexidade
CONCEITO
A Política Nacional de Assistência Social, conceitua família como
“o conjunto de pessoas unidas, seja por laços consanguíneos,
seja por laços afetivos e/ou de solidariedade”.
Trata-se, portanto, de considerar outros tipos de laços para além
do modelo de família ideal formada por pai, mãe e filho.
Propõe que, para além da estrutura, seja enfatizada a
capacidade da função protetiva e de socialização da família em
qualquer arranjo em que se apresente.
O Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (2006) já
aponta para a necessidade de desmistificar a idealização de uma
dada estrutura familiar como sendo a “natural”, reconhecendo a
diversidade dos arranjos familiares no contexto histórico, social
e cultural, para dar conta da realidade.
Ou seja, o conceito mais adequado é aquele que contempla toda
a diversidade de relações presentes na sociedade, pois a família
não é uma totalidade homogênea, é uma instituição complexa
produzida na diversidade das relações e construída dentro da
multiplicidade de contextos.
A FAMÍLIA não pode ser vista como algo estático, definitivo e
fechado. Se transforma e se altera no tempo, se constrói e
reconstrói histórica e cotidianamente por meio das relações entre
os membros e com o contexto; (Mioto, 2008) .
É singular e complexa, cada família é única, ao mesmo tempo que
possui as mais variadas formas de organização:
Coabitação,
consangüinidade,
afinidade
afetiva
ou
solidariedade.
As estruturas familiares têm sido marcadas pelas mudanças
ocorridas na sociedade humana, no que diz respeito à
tecnologia, à divisão social do trabalho e ao reordenamento dos
CONFIGURAÇÕES DE FAMÍLIAS:
Família Natural: O ECA em seu Art. 25 define como família natural “a
comunidade formada pelos pais
ou qualquer deles e seus
descendentes”.
Família Nuclear: são as famílias formadas por pai, mãe e filhos,
biológicos ou adotados, ou seja, é a família formada por apenas duas
gerações, habitando num ambiente familiar comum;
Família Monoparental: são as famílias chefiadas só pelo pai ou só pela
mãe, decorrente de produção independente, separação dos cônjuges,
morte, abandono, podendo ser biologicamente constituída e por
adoção. (Mota, Rocha e Mota, 2011).
CONFIGURAÇÕES DE FAMÍLIAS:
Família Ampliada ou Extensa: são formadas por pai, mãe, filhos, avós e
netos ou outros parentes, isto é, a família formada por três ou quatro
gerações. É aquela a unidade do casal, formada por parentes próximos
com os quais a criança ou o adolescente convive e mantém vínculos de
afinidade e afetividade”. (Mota, Rocha e Mota, 2011);
Família
Unipessoal:
pessoa
morando
sozinha
em
uma
casa.
(www.ibge.gov.br).; Família Convivente:Famílias de várias pessoas
vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo:
são famílias formadas por pessoas que moram juntas e que, mesmo sem
ter a consanguinidade, são ligadas fortemente por laços afetivos.
(SZUMANSKI :2002);
CONFIGURAÇÕES DE FAMÍLIAS:
Família Reconstituída: Originada do casamento ou da união estável de
um casal, na qual um ou ambos de seus membros com o sem filho ou
filhos de um vínculo anterior. É a família na qual um dos adultos é um
padrasto ou uma madrasta. Nesta categoria entram tanto as novas
núpcias de pais viúvos ou mães viúvas, como de pais divorciados e de
mães divorciadas, pais e mães solteiros e homem e mulher sem filhos;
Família Homoafetiva: Famílias de casais homossexuais com ou sem
criança: são as famílias formadas por pessoas do mesmo sexo, vivendo
maritalmente, possuindo ou não filhos adotados.
A idéia de família compreende uma construção a partir de critérios e
contextos históricos, sociais, econômicos e culturais específicos.
Tem um papel importante na estruturação da sociedade em seus
aspectos sociais, políticos e econômicos e, portanto, não á apenas uma
construção privada, mas também pública (Mioto, 2008), na medida em
que ela influência e é influenciada pela estrutura macro-societária.
A família é reconhecida como o núcleo primário de afetividade,
acolhida, convívio, sociabilidade, autonomia, sustentabilidade e
referência no processo de desenvolvimento e exercício da cidadania.
Independente de seus formatos ou modelos, a família é mediadora
entre os sujeitos e a coletividade, porém não se pode desconsiderar
que ela também se constitui como espaço contraditório, cuja dinâmica
é marcada por conflitos. Tem sido posicionada tanto como origem
quanto instância de resolução de problemas.
Se transforma por meio das relações entre seus membros e com o
contexto.
Portanto, é preciso levar em consideração o processo de
individualização característicos das famílias contemporâneas, onde o
interesse central passa a ser não mais o da família, mas de cada
indivíduos que a compõem
 MUDANÇAS NOS PADRÕES SOCIOECONÔMICO DA FAMILIA:
 Êxodo rural (Processo de industrialização acelerado, concentração de terras
no espaço agrário
Mudança em larga escala);
 A substituição de mão de obra por máquinas;
 Declínio da classe operária industrial;
 A entrada em massa de mulheres no mercado de trabalho;
 “Transformação das convenções de comportamento social e pessoal" que se
expressa nas mudanças dos padrões e relações familiares (Configurações);
 Famílias chefiadas por mulheres.
 TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIA
DEFINIÇÃO:
Conjunto de procedimentos efetuados a partir de pressupostos éticos,
conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo, com a finalidade de
contribuir para a convivência familiar e comunitária, o reconhecimento de
direitos e possibilidades de intervenção na vida social de um conjunto de
pessoas, independente do laço que as une, buscando apoiá-las no
desempenho da sua função protetiva e de socialização de seus membros, a
partir do reconhecimento do papel do Estado na proteção às famílias e aos
seu membros mais vulneráveis e com direitos violados.
Tais procedimentos se materializam a partir do desenvolvimento de ações
qualificadas a partir de saberes profissionais e com finalidades a serem
alcançadas.
 TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS
Aspectos a serem considerados:
 Contexto social mais amplo: histórico, econômico, cultural, ambiental;
 Conhecimento do território onde vivem as famílias - suas potencialidades,
recursos, vulnerabilidades, riscos pessoais e sociais, relações estabelecidas e
dinâmica (familiares, comunitárias e as redes sociais de apoio);
 Nível de acesso às políticas públicas, direitos e condições dignas de
sobrevivência e cidadania;
 A pluralidade dos membros da família, constituída na relação social, ocupando
diferentes posições/funções;
 conhecimento sobre os ciclos da vida (geracionais de reprodução da pobreza,
violência e exploração);
 TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS
Aspectos a serem considerados:
 Desigualdades no acesso às políticas públicas, aos direitos e às condições de
sobrevivência e de cidadania
 Questões étnicas, raciais, orientação sexual, e pertencimento a grupos
populacionais específicos;
 O reconhecimento de que a família é espaço de cuidado, proteção e
socialização, mas também de conflito, isolamento e até mesmo de violações ;
 A matricialidade sociofamiliar não deve ser entendida como uma forma de
desresponsabilização estatal, frente à responsabilização das famílias;
 A centralidade da família deve ser compreendida como estímulo a práticas que
promovam a proteção e a participação cidadã.
 TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS
Aspectos a serem considerados:
 Requer que sejam refutadas as práticas baseadas no senso comum, que
reproduzem ideias carregadas de preconceitos e culpabilizam as famílias
por sua situação social, de forma a impossibilitar os movimentos de
transformação da realidade.
 Desenvolvimento de uma prática interdisciplinar entre os profissionais
capacitados que compõem a equipe de referência;
 Exige a construção de vínculos e compromissos entre as famílias e os
profissionais;
 Planejamento, análise e coordenação das ações a serem adotadas no
desenvolvimento do trabalho social com famílias.
 TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS
As famílias devem ser vistas enquanto sujeitos de direitos e
protagonistas, sendo acolhidas, esclarecidas e apoiadas em suas
demandas.
Os profissionais deverão atuar como facilitadores do trabalho,
assumindo uma postura responsável, comprometida com os direitos
da população e com o desenvolvimento do território.
Devem oportunizar espaços de reflexão para que estas famílias possam
criticamente compreender a realidade em que estão inseridas e atuar
frente a ela.
 TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS DEVE PROMOVER:
 Apoio às famílias para a ampliação de sua capacidade protetiva, autonomia e
superação das situações de vulnerabilidades sociais e riscos pessoais;
 Ampliação do acesso a direitos e integração entre acesso a renda, serviços e
programas das diversas políticas públicas;
 Desenvolvimento de consciência crítica e fortalecimento de processos
democráticos e emancipatórios;
 Fortalecimento do protagonismo e da participação social e construção coletiva
de projetos societários que incluam mudanças na realidade onde vivem ;
 Construção de novos projetos de vida individual, familiar e comunitária;
 Transformação das relações – sejam elas familiares ou comunitárias, com
resgate, fortalecimento ou construção de novas relações.
METODOLOGIA:
Consideramos a série de processos organizados que visam à obtenção de
resultados eficientes na atuação do CREAS com indivíduos e famílias.
Estes
processos
permitem
a
atuação
técnica
das
equipes
multidisciplinares, dentro das normas e diretrizes do SUAS para cada
situação, dando respostas coletivas e individuais para cada caso.
INSTRUMENTAL TÉCNICO-OPERATIVO:
•
ENTREVISTA:
É utilizada pelos profissionais para que possa obter dados da família.
É importante observar três dimensões: a reunião de dados; o registro e
sua utilidade, pois a informação é o ingrediente fundamental para
o trabalho psicossocial com família.
Para Souza (1998), um dos maiores problemas da utilização da entrevista,
além de uma escuta apurada, é a questão da objetividade, de
conseguir separar as informações dos sentimentos que surgem
durante a abordagem.
O entrevistador, na “busca pela objetividade, ‘esforça-se’ por ignorar as
sensações, a imaginação, a arte e o lúdico, ao realizar e analisar a
entrevista, deixando na maioria das vezes de abordar ou mesmo de
referir-se à ‘arte’ e ao ‘sentir’ como processos de ação-reflexãoação” (Souza, 1998:30).
• ENCAMINHAMENTO:
Importante instrumento de acesso a
direitos, através do processo de
orientação e direcionamento das
famílias a serviços socioassistênciais e
de outras políticas.
Deve ser formalizado por meio de
documento ou formulário, sendo
imprescindível o estabelecimento de
normatizações e fluxos que garantam
o atendimento das famílias pelos
serviços aos quais forem direcionadas.
Daí
a
importância
do
encaminhamento
ser
monitorado pelos técnicos de
referência, pois é preciso saber
se o atendimento à família foi
realizado, conforme orientado
ou se o técnico terá que
comunicar ao coordenador do
CREAS para que as demandas
não
atendidas
sejam
problematizadas
com
o
coordenador do serviço ao
aqual foi direcionado para que
tome as devidas providências,
de modo a garantir à família seu
direito ao atendimento.
 ENCAMINHAMENTO:
IMPORTANTE: Para que o encaminhamento à rede socioassistencial do
SUAS seja efetivo, é importante que os técnicos e referência, conheçam
bem as responsabilidades e atividades dos serviços que compõem a
rede socioassistencial e de outros serviços setoriais do seu município, e
que sejam definidos fluxos e procedimentos de encaminhamentos
entre eles, visando a efetivação dos direitos de forma integral, de
modo a não frustrar as expectativas das famílias encaminhadas e
também sem desperdiçar o seu tempo.
VISITA DOMICILIAR: Tem como objetivo aprofundar a compreensão do
cotidiano dos sujeitos. Por meio desse contato com as pessoas em
seu ambiente familiar, o profissional consegue aproximar-se do
vivido e do cotidiano do usuário, observando as interações
familiares, a vizinhança, a rede social e os recursos institucionais
mais próximos. Ainda, a visita domiciliar configura-se como um
importante dispositivo para oportunizar a vinculação da família
ao CREAS, quando os sujeitos encontram-se impossibilitados de
comparecer ao local de atendimento. A visita deverá sempre ser
planejada.
“Essa prática supera em diversos aspectos a entrevista feita
na instituição, pois quando se vê o movimento e o cotidiano
das pessoas, muitos registros ficam na ‘memória
fotográfica’ do profissional.”
REUNIÕES: Contemplam desde aquelas da equipe técnica para
estudo de caso ou para avaliação do trabalho realizado, até
reuniões com grupos, como os de pais, mães, mulheres e
familiares.
ESTUDO DE CASO: Possibilita a definição e estruturação de
estratégias que visem a superação da situação apresentada,
prevendo encaminhamentos, inserção em ações do PAIF e
PAEFI, articulação intersetorial, entre outros. Sendo
importante registrar no prontuário os produtos dos estudos
de casos realizados.
ESTUDO SOCIAL: É utilizado pelo profissional para orientar o seu
trabalho, tanto no planejamento de intervenções como para
demonstrar a situação sobre uma realidade analisada ou
trabalhada, proporcionando-lhe respostas às necessidades
da atuação profissional.
BUSCA ATIVA: compreende o mapeamento das diferentes situações até
o momento de identificação de um caso que seja pertinente ao
serviço.
No caso de famílias que tenham descumprido acordos (ex: famílias
em descumprimento de condicionalidade) ou requeiram ser
encontradas, compreende a procura em domicílio e/ou a outro local
onde possa ser localizada. A busca implica proatividade das
equipes.
VALE RESSALTAR:
Não compete à equipe do CREAS, Elaborar parecer, laudos e perícia social
para compor processos judiciais, pois essa elaboração exige
fundamentação e qualificação técnico-científica especializada, de
competência de profissionais do Poder Judiciário.
Elaborar laudo social, para fins de requerimento de BPC – essa competência
é do Serviço Social do INSS, conforme Portaria Conjunta MDS/INSS nº 1 de
29/05/2009.
CONHECIMENTO:
De acordo com Iamamoto (1997: 43), o conhecimento "é um
meio através do qual é possível decifrar a realidade e clarear a
condução do trabalho a ser realizado". Para alguns
profissionais, este é apontado como instrumento para que
não haja um distanciamento entre a teoria e a prática.
Nesse sentido, o aparato de instrumentos e técnicas, quando
articulado a um referencial teórico, garante a análise e a
interpretação da realidade, bem como uma atuação coerente e
comprometida para a obtenção do resultado desejado.
FASES DE ATUAÇÃO NO MÉTODO DE
INTERVENÇÃO FAMILIAR
(EXPLICANDO O FLUXO)
Fase 1 (inicial): RECONHECIMENTO - IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO FAMILIAR
Etapa em que o profissional utiliza vários instrumentos, que articulados,
permitem conhecer e analisar a situação, estrutura e a dinâmica familiar
(prontuários do usuário ou da família, ofícios, relatórios,
encaminhamentos anteriores ou contato com a rede onde já tenha
sido atendido).
Permitirá a organização estratégica da etapa seguinte, (avaliação da
situação), tanto na identificação de caminhos mais adequados para
realizá-la, quanto na preparação de um roteiro estratégico para
entrevistas e visitas domiciliares, que ajudará os profissionais na eficácia
ao que perguntar - a quem e como.
Fase 2: AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO
Esta etapa considera as ações desenvolvidas para a avaliação da situação,
a compreensão em profundidade dos problemas e das potencialidades
dos sujeitos, de seu sistema familiar e da rede social da família (pessoas
importantes).
Pelo
caráter
bidimensional
desta
etapa,
também
engloba
a
retroalimentação das informações e percepções aos indivíduos e famílias,
com a finalidade de estabelecer um plano conjunto de ação.
 Fase 3: ACOMPANHAMENTO FAMILIAR
 Principal estratégia de trabalho social com a família. É a metodologia
usada para os casos em que há necessidade de atenção mais continuada a
um indivíduo ou à família.
•
Após a identificação das dificuldades familiares, iniciam-se as ações de
cuidados, que buscam atingir os objetivos dos serviços, como a autonomia
do grupo familiar na resolução dos seus problemas e o reconhecimento
dos recursos existentes na rede de apoio social e na própria família.
 Pressupõe a adoção de atividades e práticas qualificadas do trabalho
social, como estudo continuado, o monitoramento e a organização
gerencial.
Mobiliza e articula os diversos serviços, programa e ações, da rede
setorial e intersetorial, na perspectiva do atendimento integral.
Ações que fazem parte do acompanhamento familiar e psicossocial:
Palestras, visitas domiciliares ou institucionais, estudos de casos,
encaminhamento e monitoramento destes, atendimento individual e
de grupo, reuniões e plano de acompanhamento.
Desenho do plano de acompanhamento (PIA e PAF)
É a elaboração conjunta, (técnico de referencia e o usuário e/ou família)
de um plano de ação com metas e objetivos bem claros e concretos, com
os respectivos prazos e responsabilidades estabelecidas para o
acompanhamento dos resultados.
Nesta etapa a equipe deverá estabelecer as alianças concretas para os
encaminhamentos que se percebam necessários dentro da Rede de
Proteção Social.
Fase 4: Implementação do plano de acompanhamento
Envolve o usuário (a), seus familiares, sua rede social, as equipes, em
especial o técnico de referência e os serviços da Rede de Proteção Social.
Consiste em concretizar cada uma das etapas/passos definidas no acordo
do PAF e cabe à equipe, em especial ao técnico de referência, fazer o
acompanhamento de perto de cada passo, buscando reforçar e apoiar a
efetiva concretização dos objetivos definidos.
Esta
etapa
considera
o
acompanhamento
do
“Plano
de
Acompanhamento” e possíveis reavaliações que sejam necessárias. Prevê
a concretização e potencialização dos encaminhamentos necessários que
poderão se feitos para diversos serviços da Rede de acordo com cada
situação.
Considera o contato com os técnicos dos outros serviços para o
compartilhamento de informações que sejam pertinentes e possam
contribuir
para
otimização
das
intervenções,
assim
como
o
acompanhamento e contra-referências.
Vale sempre ressaltar o cuidado ético com a difusão de informações e a
importância de considerar encaminhamentos dos usuários e famílias para
participação em espaços de cidadania como Conselhos, Conferências
Municipais, Organizações locais, entre outras.
O técnico de referência e a equipe intervêm sobre as interações
familiares, buscando reconfigurar as formas de enfrentamento dos
problemas, treinando para estratégias saudáveis, sustentáveis e
autônomas de enfrentamento.
Os resultados positivos no acompanhamento familiar estão no campo da
viabilização dos direitos sociais e na educação sociopolítica, afetando
hábitos, modo de pensar, e comportamento dos indivíduos nas suas
relações cotidianas.
Aspectos negativos que interferem na qualidade do acompanhamento
familiar: numero de técnicos insuficientes; morosidade ou inoperância de
parceiros(juizado, ministério publico, serviços de outras políticas
publicas); falta de estrutura no trabalho(espaço inadequado, ausência de
equipamentos importantes,etc); questões burocráticas e administrativas
(ausência ou insuficiência de recursos; má utilização de recursos;
fragilidades em processos licitatórios). Tais questões devem ser objeto da
coordenação da Unidade e da SMAS.
Fase 5: Avaliação
Envolve a equipe, em especial o técnico de referência, a(o) usuária (o), o
sistema familiar e a Rede de Proteção Social. Consiste na valoração da
situação atual em entrevistas, reuniões, visitas domiciliares e a
reavaliação do acordo de trabalho. O momento de avaliação implica
revisão da trajetória, das conquistas e do que ainda há por ser efetivado.
A percepção por parte da equipe, da situação atual deve ser
compartilhada com a família. Como resultado, se elaborará um relatório
de avaliação final com recomendações para a reavaliação do plano de
acompanhamento ou para o avanço para etapa seguinte.
 Na avaliação do trabalho com famílias é preciso definir a freqüência,
bem como identificar e compreender os limites e possibilidades para
poder atuar nesse processo.
 A avaliação leva em consideração três dimensões:
Fase 6: Preparando para o desligamento (da intervenção)
Consiste na etapa de preparação de todos os envolvidos em virtude das
decisões da etapa anterior (avaliação de resultados).
Após o período mínimo de seis meses da família no acompanhamento,
será feito um novo estudo de caso durante o atendimento.
Nesta etapa será elaborado um novo Plano de Acompanhamento, desta
vez para o acompanhamento para finalização da intervenção por parte
do Serviço.
 DESLIGAMENTO DA FAMÍLIA
 Fase de conclusão do acompanhamento, onde será avaliado a
capacidade de enfrentamento e a administração da crise/conflitos por
parte da família.
O desligamento pode ocorrer:
 Pelo fato do serviço não atender mais as necessidades da família;
 A não adesão ao acompanhamento;
 Não localização do grupo familiar;
 Pela superação da situação apresentada
Fase 7: Acompanhamento no processo de desligamento
Nesta fase, visa o apoio e fortalecimento dos laços familiares e/ou o
apoio ao fortalecimento ou à integração social do(a) usuário(a) na
sociedade. A equipe multidisciplinar responsável, em especial o técnico
de referência, deverá oferecer apoio para as situações que se
apresentem, buscando fortalecer as capacidades de cuidado e proteção
das famílias e redes sociais, voltado para uma perspectiva de
consolidação do que fora conquistado na etapa de acompanhamento
técnico. Podem conter encontros mais espaçados, com novas metas a
alcançar, voltadas mais para a consolidação das conquistas.
Fase 8: Fechamento - Elaboração do relatório de fechamento.
Nesta etapa a equipe se reunirá para troca de impressões, aprendizado e
para elaborar um relatório de fechamento que ofereça a percepção do
processo, e permita o registro do aprendido que comporá o Prontuário
que, uma vez fechado, deverá compor um arquivo de inativos, muito bem
organizado.
Este é um momento muito rico para a equipe, que aprenderá com a
trajetória de cada caso, e poderá retroalimentar seus conhecimentos
técnico-operacionais.
Superintendência de Assistência Social – SAS
Coordenação de Proteção Social Especial de Média
Complexidade – COMEC
Equipe do CREAS: Gersivânia Chaves, Lúcia Carvalho,
Marli Alves e Rita Izabel Pinheiro
Contatos: [email protected]
[email protected]
(71) 3115-1560 / 1561 /1568
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Trabalho com Família - Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e