24 Anos Bioengenharia Recuperação e Proteção do Leito e Margem de Curso D’Água Sobre Passagem de Duto NOTA TÉCNICA - N.° 003 - MARÇO 2007 www.deflor.com.br Aloisio Rodrigues Pereira* Fig. 1 - Corte do leito original erodido. Técnicas e produtos a serem utilizados: colchão reno e as bermas artificiais a montante. Fig. 2 - Foto mostrando o nível de degradação do curso d’água, a exposição do duto e as margens erodidas. Fig. 3 - Foto mostrando a recuperação e proteção do leito e taludes da margem, após a aplicação do Colchão Reno, biomantas antierosivas e construção das bermas artificiais com uso de Bermalonga® e Capim Vetiver. Fig. 4 - Foto do serviço executado, três meses após o término, mostrando o nível da proteção e recuperação, não apresentando focos erosivos e com a vegetação exuberante. Introdução: O problema foi causado pela escavação abaixo do leito do curso d'água, para a passagem de um duto. A escavação foi feita a 2,00 metros abaixo do leito, mas não houve a proteção de fundo e nem das margens. Após as primeiras chuvas houve escavação pelo curso d'água, deixando exposto o duto, e ainda as margens foram erodidas pela força de arraste. Para proteger o duto foram executados dois muros de gabiao de cada lado do duto, mesmo assim a escavação continuou, e o duto ficou suspenso, apresentando risco de rompimento. O problema então se constituiu de erosões das margens e leito do curso d'água e exposição ao risco do duto e do muro de gabião. Metodologia: A solução proposta foi a recuperação e proteção das margens erodidas, elevando o leito do curso d'água, protegendo-o, retirando o muro de gabião com aproveitamento das pedras no Colchão Reno. A primeira etapa foi a elevação do leito erodido, constituindo de escavação, regularização e compactação. Após a construção dos taludes e elevação do leito, executou-se a proteção do leito e taludes com Colchão Reno (gabião tipo colchão) de 23 cm de espessura, ao longo de toda extensão trabalhada, até o nível d'água máximo. Acima do Colchão Reno os taludes foram protegidos com biomanta antierosiva tipo Tela Sintemax® 400TF, com utilização de sementes de gramíneas e leguminosas, e fixação com 5 grampos de aço/m², tipo CA-50, com Ø3.4mm e L=20cm. Para garantir maior proteção dos taludes (margens) e melhorar a estabilidade, construiu-se bermas artificiais compostas de Capim Vetiver e retentores de sedimentos (Bermalonga®) com Ø40cm, ao longo das margens do curso d'água, aplicados transversalmente à declividade dos taludes, formando uma barreira viva à base de 6 plantas/metro linear. As bermas artificiais foram instaladas a cada 2 m de desnível. Resultados: Os resultados obtidos foram surpreendentes, pois após vários eventos pluviométricos não houve formação de focos erosivos, nem sequer recalques, permanecendo intacto o leito e as margens. Acima da proteção com Colchão Reno foi feita a proteção com biomantas antierosivas e Capim Vetiver, e a vegetação apresenta excelente desenvolvimento, impedindo a formação de focos erosivos e recuperando o ambiente degradado, que além da proteção obtida apresenta excelente aspecto visual. Após freqüentes chuvas, não houve carreamento de sedimentos, o que mostra a eficiência da metodologia empregada. Com o passar do tempo, as raízes do Capim Vetiver estarão desenvolvidas e profundas, garantindo maior proteção e melhoria da estabilidade das margens. KEY WORDS: Revitalização de Curso D’Água; passagem de duto; proteção de margens; Colchão Reno. *Eng.° Civil; Eng.° Florestal e Eng.° Ambiental, Doutor em Solos e Diretor da DEFLOR Bioengenharia Rua Major Lopes, 852 - São Pedro - CEP: 30330-050 - Belo Horizonte, MG - www.deflor.com.br