UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE FISIOTERAPIA
JOANA SPILERE PIERI
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA
CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE
ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE
CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009.
JOANA SPILERE PIERI
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA
CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE
ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE
CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
para obtenção do grau de Bacharel no curso de
Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.
Orientadora Técnica: Profª. Ms. Ariete Inês
Minetto
Coorientadora: Drª. Franciele F. P. Cirimbelli
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009.
2
JOANA SPILERE PIERI
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA
CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE
ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE
CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC
Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado
pela Banca Examinadora para obtenção do
Grau de Bacharel no curso de Fisioterapia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC, com Linha de Pesquisa em DermatoFuncional.
Criciúma, 23 de Novembro de 2009.
BANCA EXAMINADORA
3
Dedico este trabalho aos meus pais, Renato
e Clarice, a meus irmãos, Marcos Antônio e
Thiago, e ao meu noivo, Guilherme, que
sempre
estiveram
ao
meu
acreditaram em meu potencial.
lado
e
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelas oportunidades e escolhas a mim
proporcionadas, a vida que me foi concedida e por me abençoar em momentos de
dificuldades.
Aos meus pais, Renato e Clarice, por não medirem esforços para que
pudesse concluir com êxito a minha formação. Pelo amor incondicional dedicado a
mim durante toda minha vida. Por me darem apoio e carinho nas horas em que mais
precisei. Amo vocês.
Ao meu noivo Guilherme por me ajudar nas horas difíceis e por ter
paciência nos momentos em que as coisas não estavam ocorrendo da maneira
esperada. Sei que sem a sua ajuda e seu consolo não teria conseguido conquistar
esta etapa. Te amo muito!
Ao meu irmão Thiago e sua esposa Felice por sempre terem um
tempinho para comer uma pizza, tomar uma caipira e jogar conversa fora.
Ao meu irmão Marcos Antônio por me ajudar a estudar para as provas
durante meu período de formação, sua ajuda foi de extrema importância.
A toda minha família, avós, tios e primos por todo o apoio dado durante
esses cinco anos e por todos os momentos de descontração vivenciados com
pessoas tão especiais como eles.
A Dra. Glayse e ao Dr. Eduardo Favarin por me darem esta
oportunidade e pela confiança que depositaram em mim durante a aplicação deste
trabalho.
A Dra. Franciele F. P. Cirimbelli e a toda equipe da Clínica Belvivere
por me ajudarem na realização deste estudo, estando sempre disponíveis para me
atender nos momentos de dúvidas.
As participantes do estudo, sem elas não seria possível ter concluído o
mesmo.
A minha orientadora Ariete Inês Minetto, pela dedicação, paciência,
ajuda e amizade concedidas a minha pessoa durante a realização de meu TCC.
Aos meus colegas com os quais convivi nestes cinco anos, pelas horas
de estudo compartilhadas e por proporcionarem uma amizade a qual levarei por toda
a minha vida. Em especial: Andressa, Priscila, Gisele, Diuli, Larissa, Aline,
5
Susana e Karla. E principalmente a Franciani, pois sua ajuda foi imprescindível na
finalização deste trabalho.
A todos os meus Professores e Mestres que muito me ensinaram neste
caminho percorrido e que agora se tornam meus colegas de profissão.
Por fim, aos pacientes pela confiança e carinho depositados em mim, me
proporcionando experiências durante meu período de formação acadêmica.
Muito Obrigada!
6
“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se
e ver a vida passar, é melhor tentar, ainda
que em vão, que sentar-se fazendo nada até
o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que
em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em
conformidade viver...”
Martin Luther King
7
RESUMO
A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no mundo. Ela
consiste na correção do excesso do tecido cutâneo e adiposo através da sua
ressecção. A perda tecidual vai gerar a cicatrização e para que ocorra a cicatrização
da ferida acontece uma cascata de eventos celulares e moleculares, de maneira
coordenada e perfeita, para que haja uma repavimentação e reconstituição do
tecido. A Fisioterapia Dermato-Funcional surgiu para buscar maior resultado no
tratamento das disfunções estéticas. Os lasers de baixa potência possuem efeitos
analgésicos, antiinflamatórios e estimulantes da cicatrização. Devido a isto, este
estudo teve como objetivo analisar os efeitos da laserterapia de baixa potência no
processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia em
mulheres. O estudo foi realizado com dois grupos, sendo um o Grupo Aplicado onde
este recebeu irradiação de laser e outro Grupo Controle, que não recebeu a
terapêutica. Foi realizada avaliação da cicatriz na primeira, quinta e décima sessão
com ambos os grupos a fim de compará-los. Os resultados obtidos no presente
estudo demonstram que não houve diferença estatística quando comparado os dois
Grupos. Porém, é evidente através dos resultados apresentados que o Grupo
Aplicado apresentou uma cicatrização mais desejável quando comparado ao Grupo
Controle.
Palavras-chave: Abdominoplastia. Cicatrização. Laser de Baixa Potência.
8
ABSTRACT
Abdominoplasty is one of the most commonly performed plastic surgery in the world.
It is the correction of excess skin and fatty tissue through its resection. The loss will
generate tissue healing to occur and wound healing occurs a cascade of cellular and
molecular events in a coordinated and perfect, so there is a resurfacing and
rebuilding of tissue. Physiotherapy Dermatology and Functional came to get better
results in the treatment of disorders aesthetic. The low-power lasers have analgesic,
anti-inflammatory and stimulating healing. Because of this, this study was to analyze
the effects of low power laser therapy on the healing process after surgery tummy
tuck surgery in women. The study was conducted with two groups, one with the
Applied Group where he received laser irradiation and a control group that received
no therapy. The assessment of the scar in the first, fifth and tenth session with both
groups in order to compare them. The results obtained in this study show that there
was no statistical difference when comparing the two groups. However, it is evident
from the results presented that the Group Applied submitted a healing more desirable
when compared to the control group.
Keywords: Abdominoplasty. Healing . Low Power Laser.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 –
Figura 2 –
Figura 3 –
Figura 4 –
Figura 5 –
Figura 6 –
Instrumentos para Coleta de Dados ............................................................... 36
Aplicação do Laser na Cicatriz........................................................................ 37
Medidas da Largura Lateral Direita................................................................. 45
Medidas da Largura Lateral Esquerda ........................................................... 46
Medidas da Largura do Meio ........................................................................... 47
Medidas do Comprimento ................................................................................ 48
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AlGaInP – Alumínio-Gálio-Indio-Fósforo
AsGa – Arsenêto de Gálio
AsGaAl – Arseneto-Gálio-Alumínio
ATP – Adenosina Trifosfato
cm – Centímetros
cm² - Centímetros quadrados
COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual
HeNe – Hélio-Neônio
J/cm² - Joules por centímetros quadrados
mW – Megawatt
nm – Nanômetro
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 17
2.1 Pele e seus anexos ...................................................................................................... 17
2.1.1 Reparação Tecidual.................................................................................................. 20
2.2 Abdominoplastia .......................................................................................................... 24
2.2.1 Técnica Cirúrgica...................................................................................................... 24
2.2.2 Indicações e Contra-indicações ........................................................................... 27
2.2.3 Complicações e Maus Resultados....................................................................... 27
2.3 Fisioterapia .................................................................................................................... 28
2.3.1 Laserterapia ................................................................................................................ 29
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 34
3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................................... 34
3.2 Caracterização da Amostra ....................................................................................... 34
3.3 Instrumentos para Coleta de Dados ....................................................................... 35
3.4 Procedimentos para Coleta de Dados.................................................................... 36
3.4 Procedimentos para Coleta de Dados.................................................................... 38
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................... 39
4.1 Caracterização da População................................................................................... 39
4.2 Avaliação da Cicatriz................................................................................................... 40
4.3 Avaliação do Tamanho da Ferida ............................................................................ 44
4.3.1 Medidas da Largura Lateral Direita...................................................................... 44
4.3.2 Medidas da Largura Lateral Esquerda................................................................ 45
4.3.3 Medidas da Largura do Meio ................................................................................. 46
4.3.4 Medidas do Comprimento ...................................................................................... 47
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 48
APÊNDICES.......................................................................................................................... 57
APÊNDICE A......................................................................................................................... 58
APÊNDICE B......................................................................................................................... 60
APÊNDICE C......................................................................................................................... 63
APÊNDICE D......................................................................................................................... 65
12
APÊNDICE E......................................................................................................................... 68
APÊNDICE F ......................................................................................................................... 74
ANEXO................................................................................................................................... 80
ANEXO A ............................................................................................................................... 81
13
1 INTRODUÇÃO
A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no
mundo. Ela consiste na correção do excesso do tecido cutâneo e adiposo através da
sua ressecção. Pode estar, ou não, associada a procedimentos sobre a musculatura,
como rotação ou plicatura dos músculos oblíquos externos, aponeuroses abdominais
ou a lipoaspirações e ressecções segmentares. O número de abdominoplastias
ainda é maior em mulheres, mesmo que a procura pelos homens tenham
aumentado, isso se deve ao fato de que algumas mulheres têm uma flacidez maior
de abdômen após a gestação ou pelo possível preconceito dos homens em relação
a cirurgias plásticas (PORCHAT et al, 2004).
A perda tecidual vai gerar a cicatrização e para que ocorra a cicatrização
da ferida acontece uma cascata de eventos celulares e moleculares, de maneira
coordenada e perfeita, para que haja uma repavimentação e reconstituição do
tecido. A cicatrização vai depender de diversos fatores como: localização anatômica,
raça, técnica cirúrgica utilizada, tipo de pele. Em uma mesma espécie, ela vai variar
se a ferida aconteceu em um feto, recém-nascido ou em um adulto (MANDELBAUM
et al, 2003).
A Fisioterapia Dermato-Funcional surgiu para, junto com a área da
dermatologia, buscar maior resultado no tratamento das disfunções estéticas. Para
um bom resultado, há necessidade de pleno conhecimento de anatomia, fisiologia e
patologia, além de avaliar o problema para escolher o tratamento que mais se
adéqüe ao paciente. São diversos os recursos existentes para correção de uma
disfunção estética, entre elas existem as manuais, a termoterapia e a eletroterapia,
onde um dos recursos disponíveis é a laserterapia (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
A palavra laser significa, em inglês, Light Amplification by Stimulated
Emission of Radiation, que no português significa Amplificação de Luz por uma
Emissão Estimulada de Radiação (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES,
1998; KITCHEN E BAZIN, 1998; LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002;
AGNE, 2005).
O laser pode ser classificado de duas maneiras, o power laser (de alta
potência), e o soft laser (de baixa potência). Os de alta potência são utilizados em
cirurgias, cortes, coagulação e destruição de tecidos, e são de uso exclusivo dos
14
médicos. Os de baixa potência são utilizados na área da dermatologia, fisioterapia e
estética (SILVA, 1997).
Os
lasers
de
baixa
potência
possuem
efeitos
analgésicos,
antiinflamatórios e estimulantes da cicatrização (TATARUNAS et al, 1998).
Com base na contextualização aqui apresentada, formulou-se a seguinte
questão problema: Quais os efeitos da Laserterapia de baixa potência no
processo de cicatrização do pós-operatório de abdominoplastia?
Baseando-se na questão problema, foram definidas as seguintes
questões a investigar:
a) Existem fatores que influenciam o processo de cicatrização da ferida
para abdominoplastia?
b) A laserterapia de baixa potência interfere no processo de regeneração
da pele de pacientes que realizam ou não tratamento?
c) Qual a dose ideal de radiação para aplicação do laser de baixa
potência?
Respondendo de forma provisória, encontram-se as seguintes hipóteses:
a) O processo de cicatrização pode ser influenciado por fatores
sistêmicos ou locais, fazendo com que haja redução, retardo ou
impedimento desse processo. Os mais comuns fatores sistêmicos são:
desnutrição, estado metabólico, estado circulatório com suprimento de
sangue inadequado, e hormônios. Os fatores locais são: infecção,
presença de corpos estranhos, e fatores mecânicos (movimentação
precoce das feridas) (ROSS, ROWNELL, 1993 apud SILVA, 2005).
b) A literatura afirma que a utilização do laser de baixa potência possui
eficácia no processo de regeneração celular. Vem sendo utilizada
visando obter cicatrização mais rápida e proporcionando melhores
condições à ferida. Sua eficiência deve-se as particularidades de
respostas que induzem nos tecidos como: diminuição do edema,
diminuição do processo inflamatório, aumento da fagocitose, da
síntese de colágeno e da epitelização (BAXTER, 1994; GOGIA, 1995;
ORTIZ e t al, 2001).
c) A dose ideal de radiação depende de diversos fatores como: distância
entre pele e o aparelho; tamanho da área irradiada; sistema óptico do
aparelho; tipo de fonte laser utilizada; da saída de potência; do tempo
15
de radiação; da divergência do feixe; da reflexão, dispersão,
transmissão, absorção e profundidade do tecido tratado (BAXTER,
1997; BECKERMAN et al. 1992 apud CARRINHO, 2004).
O intuito deste estudo é analisar os efeitos da laserterapia de baixa
potência
no
processo
de
cicatrização
do
pós-operatório
da
cirurgia
de
abdominoplastia em mulheres. Seus objetivos específicos são elaborar, validar e
aplicar um protocolo para coleta de dados e programa de tratamento referente à
cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia; caracterizar os
sujeitos com cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia em estudo e
correlacionar seu perfil com a literatura; apontar a relação entre cicatrização e
laserterapia dos sujeitos em pós-operatório de abdominoplastia; verificar e registrar o
quadro evolutivo após aplicação da laserterapia no processo de cicatrização no pósoperatório de abdominoplastia; contribuir para fundamentação científica da
Fisioterapia Dermato-Funcional.
O culto ao corpo e a beleza pode ser observado, de maneira grande e
crescente, na sociedade atual. A mídia, diariamente, impõe formas padronizadas de
um perfil físico ideal para todas as idades (QUEIROZ, 2005).
É notório que as mulheres, atualmente, têm uma constante preocupação
com o corpo e a beleza, isso faz com que haja uma grande procura aos tratamentos
estéticos. A cirurgia plástica é um tratamento muito procurado por estas, em virtude
dos grandes resultados obtidos nessa cirurgia.
Dentre as diversas técnicas de cirurgias plásticas a abdominoplastia é
uma das mais realizadas no mundo, e esta técnica é mais comumente realizada em
mulheres (PORCHAT et al, 2004).
Outro tratamento estético que as mulheres têm procurado é a Fisioterapia
Dermato-Funcional. Surgida nos últimos anos, a fisioterapia dermato-funcional é
uma importante área de atuação da fisioterapia. É um ramo que visa restaurar a
funcionabilidade do organismo com alterações por deformidades congênitas ou
adquiridas, assim como corrigir as desarmonias de ordem estética (GUIRRO E
GUIRRO, 2002; QUEIROZ, 2005).
O laser faz possui ação analgésica, antiinflamatória, antiedematoso e
aceleração do processo cicatricial, melhorando não apenas a estética da cicatriz,
mas também a sua funcionalidade (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; AGNE,
2005).
16
Tendo em vista os benefícios que a laserterapia traz na cicatrização,
busca-se melhorar e adequar protocolos para cicatrização de feridas, desta maneira
melhorando a auto-imagem da paciente.
O estudo motivou-se com o intuito de colaborar com os estudos dos
efeitos do laser na cicatrização e ampliando os conhecimentos na área da
Fisioterapia Dermato-Funcional.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste
capítulo
serão
abordadas
informações
para
fundamentar
teoricamente esta pesquisa através de uma revisão de literatura.
2.1 Pele e seus anexos
O tecido é formado por células agrupadas, similares quanto à estrutura,
função e origem embrionária. Mesmo que o organismo humano seja tão complexo,
existem somente quatro tipos básicos de tecidos, o epitelial, o conjuntivo, o muscular
e o nervoso (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
O epitélio pode ser definido como um conjunto de células justapostas, com
pouco material intercelular, que recobre superfícies externas e internas do corpo
(STARKEY, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002).
O epitélio é capaz de secretar e absorver substâncias e é desprovido de
vasos sanguíneos. Possui uma alta capacidade de se regenerar, pois é o tipo de
tecido que mais comumente sofre lesão (STARKEY, 2001).
Os diversos tipos de células, separadas por material intercelular,
caracteriza os tecidos conjuntivos. Eles possuem uma grande capacidade de se
regenerar e variam na forma e na função, e desempenham as funções de
sustentação, preenchimento, defesa, nutrição, transporte e reparação (GUIRRO E
GUIRRO, 2002).
A superfície do corpo é toda revestida pelo sistema tegumentar, que é
constituído pela epiderme, porção epitelial, e pela derme, porção conjuntiva
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999; GUIRRO E GUIRRO, 2002).
A pele é o maior órgão do corpo. Um adulto é revestido por,
aproximadamente, 2 m² de pele, com aproximadamente 2 mm de espessura. Ela
desempenha diversas funções importantes e é responsável por separar fisicamente
a parte interna do corpo do ambiente externo (IRION, 2005).
Ela corresponde a 15% do peso corporal do homem, e reveste e delimita
o organismo protegendo o mesmo através das funções de relação com o meio
18
externo, através da sua resistência e flexibilidade, determinando sua plasticidade.
Sua principal função é conservar a homeostasia, pois ela possui alterações
constantes com um determinado grau de impermeabilidade (GUYTON, 2002).
Uma das funções mais importantes da pele é agir como uma barreira de
forma a proteger o corpo dos fatores externos nocivos preservando os sistemas
internos (GAWKRODGER, 2002).
Porém, como já dito anteriormente, são inúmeras as suas funções, pois
ela é o órgão sensorial mais extenso do corpo, sendo assim o primeiro meio de
contato e o protetor do corpo. Entre as suas funções estão: mediadora de
sensações; base dos receptores sensoriais, onde está localizado o sentido do tato;
fonte organizadora e processadora de informações; fonte imunológica de hormônios
para diferenciação de células protetoras; proteção contra os efeitos da radiação,
traumas mecânicos e elétricos; regulação da pressão e do fluxo sanguíneo linfático,
entre outros (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
A pele possui milhares de terminações microscópicas que permitem
identificar diferentes estímulos do ambiente, fazendo com que o organismo fique
alerto aos perigos do exterior (AZULAY E AZULAY, 1999).
A pele pode ser dividida em três camadas. A mais superficial, epiderme, a
intermediária, derme, e a mais profunda, a hipoderme, esta última não é considerada
por alguns autores como parte da divisão (BORGES, 2006).
A epiderme é uma camada fina e avascular, que geralmente leva de 4 a 6
semanas para se regenerar. Suas funções são manter a integridade da pele e agir
como barreira física (HESS, 2002).
É constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Sua
porção mais profunda é formada por células epiteliais que se proliferam
constantemente para que seu número seja mantido (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
A epiderme é formada por cinco subcamadas: o mais externo, o estrato
córneo; o estrato lúcido; o estrato granuloso; o estrato espinhoso; e o estrato
germinativo ou camada de células basais, que é a camada mais interna (HESS,
2002).
A Camada Germinativa é denominada dessa maneira, pois gera novas
células e apresenta atividade miótica intensificada, sendo responsável pela
renovação constante da epiderme, fornecendo células para substituir as perdidas na
camada córnea. A Camada Espinhosa tem essa denominação porque suas células
19
possuem um aspecto espinhoso, que tem função de manter a coesão das células da
epiderme dando resistência ao atrito. A Camada Granulosa possui um citoplasma
caracterizado por ter grânulos de queratino-hialina que estão associados ao
fenômeno de queratinização dos epitélios. A Camada Lúcida é formada por diversas
camadas de células achatadas e ligadas que apresentam limites indistintos. E por
fim, a Camada Córnea que consiste de vários planos de células mortas e
intimamente ligadas (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
A derme é uma camada que contém estruturas próprias e está abaixo da
epiderme. É constituída por substância fundamental, fibras, vasos e nervos, folículos
polissebáceos e glândulas sudoríparas (AZULAY E AZULAY, 1999).
Ela é formada por duas camadas principais a camada papilar e a camada
reticular, que possuem diferenças funcionais importantes e três componentes
básicos. Os fibroblastos são as principais células da derme e, mesmo não sendo
numerosos ou ativos na pele estável, são capazes de secretar macromoléculas
importantes no processo de cicatrização. As fibras, principalmente as fibras elásticas
e de colágeno, são comuns na derme. A substância que possui um substrato de
base, um gel glicosaminado e aguá, forma o terceiro componente (IRION, 2005).
A Camada Papilar é constituída por um tecido frouxo. É delgada e possui
função de aumentar a zona de contato dreno-epidérmica, promovendo maior
resistência. Possui suprimento sanguíneo que percorre até o tecido conjuntivo
dentro da epiderme (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999).
A Camada Reticular encontra-se entre a camada papilar e a hipoderme,
sendo assim a camada mais profunda da derme. Ela é formada por feixes de
colágeno mais grossos e dispostos horizontalmente (AZULAY E AZULAY, 1999).
As duas camadas possuem muitas fibras elásticas que são responsáveis,
em parte, pela elasticidade da pele (COMARCK, 1996).
A hipoderme ou panículo adiposo é a camada mais profunda da pele,
composta por lóbulos de lipócitos delimitados por septos colágenos com vasos
sanguíneos. Os lipócitos, ou células adiposas, são arredondados e grandes, e em
seu citoplasma concentra-se grande quantidade de lipídios. O fascículo adiposo é
um depósito de calorias e protege o organismo de traumas e do calor (AZULAY E
AZULAY, 1999).
Os anexos da pele são os pêlos, as unhas e as glândulas. Os pêlos são
visíveis externamente apenas pela sua haste, e estão distribuídos por quase todo o
20
corpo. Sua função é de proteção, principalmente quando estão anexados às
aberturas naturais do corpo. As unhas são formadas por dois folhetos epidérmicos
mais externos (camada córnea e camada lúcida). Em sua extremidade proximal
encontra-se o eponíquio (cutícula). Elas apresentam uma coloração rosada por
causa da rede capilar presente abaixo dela. Elas crescem aproximadamente um
milímetro por semana através de uma matriz de células situada junto a sua raiz. As
glândulas sebáceas são encontradas em todas as regiões do corpo, com raras
exceções. Geralmente estão anexadas aos pêlos e estão localizadas na derme e a
sua secreção é composta por lipídios, com função de lubrificar a pele e possui uma
ligeira ação bactericida. As glândulas sudoríparas estão dispostas em todo o corpo e
diminuem de número com o avanço da idade. A estimulação dos nervos simpáticos
que se dirigem a essas glândulas as força a secretar um fluído formado por cloreto
de sódio, com traços de uréia, sulfatos e fosfatos (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
2.1.1 Reparação Tecidual
Quando ocorre alteração da integridade da pele e aparece uma ferida
ocorre o processo de cicatrização (HESS, 2002).
A cicatrização corresponde à substituição do tecido que foi destruído por
um tecido cicatricial (conjuntivo neoformado). É necessário que haja eliminação dos
agentes agressores, a manutenção do poder de regeneração das células e da
irrigação e nutrição adequada, para que a cicatri zação seja completa (GONÇALVES
et al, 2000).
As feridas podem lesar apenas a epiderme, apenas uma parte da derme,
ou toda a espessura da derme, e pode ainda se estender ao tecido subcutâneo
(MANDELBAUM et al, 2003; IRION, 2005).
Quando ocorre lesão no tecido, as células locais vão produzir uma série
de mensagens neuro-humorais que tem como objetivo restabelecer a integridade
dos tecidos. Essas mensagens irão atrair as células de defesa e de cicatrização para
o local, além de produzir condições mais propícias para que ocorram estes
processos (GREVE E AMATUZZI, 1999).
21
O processo de reparação tecidual é dividido, de maneira didática, em três
fases, a de inflamação, a de proliferação, e a de remodelamento. Cada fase é
marcada por uma série de interações entre as principais células, os fatores de
crescimento e a matriz extracelular. As fases não ocorrem de maneira separada,
elas se sobrepõem e se completam (BORGES, 2006).
A Fase Inflamatória é caracterizada por edema, eritema, calor e dor. Ela
tem início no momento da lesão e dura de 4 a 6 dias (HESS, 2002).
A inflamação que ocorre na fase de cicatrização é uma reação de defesa
local restrita a área sujeita à agressão de agentes lesivos (BORGES, 2006).
Durante a fase da inflamação acontece ativação do complemento,
fazendo com que ocorra uma seqüência de eventos da inflamação, incluindo o
recrutamento de macrófagos e neutrófilos (IRION, 2005).
Após quatro dias do início da lesão, os macrófagos (células derivadas dos
monócitos) vão migrar para o local para destruir as bactérias e limpar os resíduos
celulares presentes na região da ferida (HESS, 2002).
Os linfócitos aparecem no local da lesão somente uma semana após a
mesma. Sua função não é bem definida, mas sabe-se que eles têm uma importante
influência sobre os macrófagos, através das suas linfocinas (MANDELBAUM et al,
2003).
Nesta fase ocorre a regeneração da arquitetura tecidual e o retorno da
função fisiológica ou formação de tecido cicatricial para restituir o que não pode ser
reparado. Na cirurgia plástica o mecanismo de lesão vai ocorrer pelo trauma
mecânico causado pelo instrumento cirúrgico (BORGES, 2006).
Na Fase Proliferativa vai ocorrer reepitelização e formação do tecido de
granulação. Vai ocorrer também, em algumas feridas, a contração. A reepitelização
acontece dentro das primeiras 24 horas e oferece proteção. A granulação do tecido,
que inicia em 3 a 5 dias, e a contração vão preencher a falha no tecido (IRION,
2005).
Esta fase dura de 4 a 24 dias, e nela ocorre preenchimento do local com
tecido de granulação, que consiste em macrófagos, fibroblastos, colágeno imaturo,
vasos sanguíneos e substância matricial. Conforme esse tecido vai se proliferando,
os fibroblastos vão estimular a produção de colágeno que vai proporcionar força de
tensão ao tecido e sua estrutura (HESS, 2002).
22
Os fibroblastos vão permitir que as bordas da lesão se aproximem, pois
eles são responsáveis pela retração do tecido de granulação e pela síntese de
matriz extracelular (BORGES, 2006).
Durante a epitelização as células vão migrar das bordas da ferida e se
unir uma as outras, fazendo com que ocorra isolamento da ferida do meio externo.
Porém isso só é possível quando há tecido vascular viável, e quando isso termina
origina a cicatriz (HESS, 2002).
A contração da ferida ocorre nessa fase e é quando ocorre uma redução
no tamanho da ferida causado pelo movimento centrípeto da pele circunjacente, em
toda a sua espessura. Porém quando ocorre uma contração excessiva da ferida
percebe-se uma complicação da cicatrização (KITCHEN e BAZIN, 1998).
A Fase de remodelamento é um processo de longo prazo da ferida.
Porém a matriz extracelular se modifica continuamente. A matriz celular irá
apresentar diferenças entre a periferia e o centro da ferida (IRION, 2005).
Esta é a fase final da cicatrização, a fase de maturação, que corresponde
à evolução da cicatriz constituída, podendo durar anos (HESS, 2002; BORGES,
2006).
As fibras de colágeno vão se reorganizar, remodelar e amadurecer,
ganhando força de tensão. Isso vai ocorrer até que o tecido cicatricial tenha
recuperado em média de 80% da força original da pele. Isso faz com o risco de
destruição do mesmo seja maior que a do tecido não lesado (HESS, 2002).
Quando as fibras de colágeno não se orientam ao longo das linhas da
fenda, mas sim e espiral, fazendo com que haja projeção da mesma sobre a
superfície da pele, chama-se a cicatriz de hipertrófica ou quelóide (GUIRRO E
GUIRRO, 2002).
A primeira regride espontaneamente e a hipertofria ocorre dentro dos
limites da lesão. Os quelóides são, em geral, definitivos e a fibrose formada se
estende além dos limites da lesão. Ambas caracterizam um problema estético
significativo e possuem uma aparência grosseira (GUIRRO E GUIRRO, 2002;
IRION, 2005).
O processo de cicatrização pode ser classificado de duas maneiras, de
acordo com o tipo e a quantidade de tecido, como: cicatrização por primeira intenção
ou cicatrização por segunda intenção (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
23
A cicatriz por primeira intenção ocorre por planos, com uma menor
quantidade de colágeno, por aposição de tecido por tecido, e o tempo de
recuperação é menor. A de segunda intenção ocorre quando existe perda tecidual, e
o reparo vai ocorrer por proliferação do tecido de granulação, podendo apresentar
comprometimento funcional. Uma ferida é considerada crônica quando ocorre
falência na cicatrização (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
As feridas cirúrgicas são classificadas, geralmente, como de primeira
intenção, por causa da aproximação das bordas da pele. Elas vão ter um risco
menor de infecção, pois a perda de tecido é menor e o resultado da cicatriz é
mínimo. Quando não há aproximação das bordas, como nas úlceras de decúbito, a
cicatriz ocorre por segunda intenção, e além de o tempo de cicatrização ser maior,
também é maior o risco de contaminação.
As feridas podem, ainda, ser classificadas como por terceira intenção ou
primeira intenção tardia, que é quando uma cicatriz cirúrgica é mantida aberta por de
3 a 5 dias para que ocorra resolução do edema ou infecção e a drenagem do
exsudato, e depois disto são fechadas através de suturas, grampos ou adesivos
cutâneos. O risco de infecção e a perda tecidual são maiores no período em que a
ferida encontra-se aberta (HESS, 2002).
Alguns fatores podem levar a um atraso ou até mesmo impedir a
cicatrização. Os fatores locais como: pressão, infecção, nutrição e fluxo sanguíneo
inadequados, estresses exercidos sobre a ferida, ambiente seco, edema, necrose, e
incontinência urinária e fecal. E os fatores sistêmicos: idade, temperatura,
substâncias cáusticas, corticóides, deficiência de vitamina C, radioterapia,
imunossupressão,
insuficiências
vasculares,
doenças
crônicas,
condições
nutricionais (GUIRRO E GUIRRO, 2002; HESS, 2002).
As complicações que mais comumente ocorrem na cicatrização são:
infecção, que quando não controlada pode causar osteomielite, bacteriemia e sepse;
hemorragia, interna ou externa; deiscência, que consiste na separação das camadas
de pele e tecido; evisceração, que é a protrusão dos órgãos viscerais pela abertura
da ferida; fístula, que é caracterizado pela comunicação anormal entre um órgão e a
superfície do corpo ou entre dois órgãos (HESS, 2002).
24
2.2 Abdominoplastia
Desenvolvida como conseqüência do desejo e não da necessidade, a
cirurgia plástica se diferencia de qualquer outra cirurgia no sentido em que o
paciente a faz por que quer e não por precisar (BORGES, 2006).
A abdominoplastia, descrita em 1890 por Demars e Marx como lipectomia
abdominal, se refere às cirurgias onde ocorre a ressecção de pele e tecido
subcutâneo existente em excesso (PORCHAT et al, 2004).
Em 1967, Callia descreveu a abdominoplastia como sendo uma técnica de
incisão curvilínea horizontal, dando muita atenção à parede músculo-aponeurótica,
que é de fundamental importância para o aperfeiçoamento desta cirurgia (MÉLEGA
et al, 1988).
São diversas as alterações que podem afetar a parede abdominal, porém
as principais responsáveis por uma intervenção cirúrgica, podendo ser desde uma
lipoaspiração até uma abdominoplastia completa, são o excesso cutâneo na região
epigástrica e hipogástrica, flacidez muscular aponeurótica e a lipodistrofia
(STOCCHERO, 1996; GUIRRO E GUIRRO, 2002).
Das várias cirurgias plásticas envolvendo abdômen a mais comum é a
incisão infra-umbilical baixa ou supra-púbica com transposição do umbigo (GUIRRO
E GUIRRO, 2002).
A cirurgia de abdominoplastia tem como objetivos restabelecer o contorno
corporal eliminando o excesso cutâneo e o tecido adiposo, e corrigir a flacidez
músculo-aponeurótica, hérnias ou eventrações (BORGES, 2006).
2.2.1 Técnica Cirúrgica
Segundo BORGES (2006), a técnica descrita por Pitanguy é feita da
seguinte maneira: é demarcado uma linha média vertical no abdômen e fixado um fio
de nylon 3 a 0, longo, no nível do apêndice xifóide e outro no nível da sínfise púbica,
de maneira a orientar uma marcação simétrica. Palpa-se e marcam-se as cristas
ilíacas ântero-superiores. Desenha-se um traçado contornando a cicatriz umbilical
em círculo ou em losango para determinar o tamanho final da cicatriz umbilical.
25
É traçada uma linha horizontal acima dos pêlos pubianos, seguindo uma
prega abdominal, curvando-se paralelamente às pregas inguinais até um ponto
pouco abaixo das cristas ilíacas ântero-superiores para que, após a sutura, a cicatriz
acompanhe os limites dos trajes de banho que são utilizados atualmente.
Junto à aponeurose é feito o descolamento até a região umbilical. É
realizado incisão na cicatriz umbilical, em losango ou em círculo, deixando-se em
ilha sobre a aponeurose. O retalho é bipartido verticalmente. Continua -se o
descolamento supra-aponeurótico até chegar aos rebordos costais, flancos e o
apêndice xifóide. Os bordos mediais das aponeuroses dos retos abdominais são
delimitados com azul de metileno, observando-se o grau de flacidez ou diástase.
É realizado plicatura, desde o apêndice xifóide até a região supra-púbica,
com pontos em “X” invertidos. Utiliza-se a pinça para demarcar o excesso de retalho,
desenhando a futura linha de incisão. Isso é realizado nos dois lados para que
ocorra uma simetria perfeita. Após isso, é delimitado o novo sítio para a localização
da cicatriz umbilical. É feito uma incisão transversal na linha média que a dimensão
vai variar de acordo com o tamanho da cicatriz umbilical do paciente. A cicatriz
umbilical é suturada firmemente na parede abdominal.
A área descolada é drenada e a sutura final, feita em dois planos, deve
evitar qualquer excesso de pele (chamado de orelha) nas laterais.
Durante o pós-operatório inicial, nos primeiro 15 dias, não se deve esticar
o abdômen. Durante 45 a 60 dias deve ser mantido o uso de cinta e a exposição ao
sol deve ser evitada por, no mínimo, 60 dias (BORGES, 2006).
A técnica cirúrgica descrita por STOCCHERO é a seguinte: realiza-se a
marcação com a paciente, já na mesa operatória, semi-sentada. É definido o início
da dobra de pele abdominal de cada lado. Após, com a paciente já deitada, é
marcado um segmento de reta que vai desde o apêndice xifóide até o vértice
superior dos grandes lábios, chamada de linha 1. Sobre esta linha é feito outro
segmento de reta, perpendicular ao primeiro, chamada de linha 2. Nesta última
marcação deve -se levar em conta um dos três fatores que seguem: presença de
cicatriz a Pfannestiel, marca de sol, e na ausência de um desses dois, o traje de
banho que a paciente deseje usar será o fator considerável (STOCCHERO, 1996).
Após definir a altura do abdômen em que a linha 2 vai estar, é feito uma
nova linha, chamada de linha 3, com o auxílio de uma régua maleável. Se for
possível deve-se unir o ponto de início da dobra cutânea ao fim da linha 2. Uma
26
projeção desta reta na linha 1 vai definir um ponto. A partir deste ponto, passando
pela linha 2 à mesma distância que a linha 3 passou, medida desde a linha 1, traçase uma nova reta, chamada de linha 4, desta maneira a marcação será bem
simétrica.
É realizada a anotação das medidas da linha 3 e metade do comprimento
da linha 2, estas serão transpostas para o retalho descolado, antes da sua incisão. É
feito marcação do umbigo com desenho em forma de fechadura, sendo a marcação
distal um arco de círculo com concavidade caudal.
Seguindo-se as linhas 4, 2 e 3, até chegar à aponeurose dos músculos da
parede abdominal, é feita a incisão da pele. É feito então a dissecção a bisturi logo
acima do plano aponeurótico, em sentido cranial. Os vasos são coagulados por
diatermia. Quando chega ao umbigo, é feito incisão da pele na marca em fechadura
desenhada, biparte-se esse retalho infra-umbilical. A dissecção, cranialmente,
continua até os rebordos costais e o apêndice xifóide. Caudalmente é feito
dissecção até o púbis e as arcadas inguinais. É realizada sutura das bordas medias
dos músculos retos abdominais, sem abertura das aponeuroses e com fio de
algodão 2-0, para sua plicatura. O umbigo não é fixado à aponeurose.
Flexiona-se a mesa cirúrgica suficientemente para aproximar os retalhos.
È feito a união da linha média supra-umbilical à linha média púbica através de um
ponto de reparo. O cirurgião traciona os dois retalhos ocasionados pela bipartição
infra-umbilical, acomodando os mesmos de maneira que não sobre excesso de pele
nas laterais, chamadas de orelhas. O auxiliar deverá manter essa tração enquanto
as medidas da linha 2 são transpostas em um segmento de reta que tangencia o
ponto de reparo. As medidas das linhas 3 e 4 são repetidas entre os limites da nova
linha 2 e os limites da incisão inicial. É feita uma incisão perpendicular dos retalhos.
Para adequar as espessuras dos retalhos cranial e caudal, realiza-se um
desbastamento da gordura mais profunda.
São dados pontos de reparo com algodão 3-0 a partir das laterais para o
centro, sempre evitando a formação de orelhas. É feita a marcação do novo sítio do
umbigo, reali zada uma incisão em arco com concavidade caudal, e retirado um
cilindro de gordura. É feito a sutura longitudinal do subcutâneo que fica acima do
umbigo, refazendo a sua altura. A sutura do restante do subcutâneo é feita com fio
catgut 3-0 simples, e a sutura da pele intradérmica contínua com fio monocryl 4-0. A
sutura do umbigo é feita com pontos em forma de “U”, pegando apenas o derma do
27
retalho abdominal, com nylon 5-0. Geralmente não se faz nenhuma drenagem e é
realizado o curativo com adesivo microporoso para retirar a tensão da sutura, gaze
acolchoada sobre toda a área descolada e adesivo elástico sobre todo o conjunto. O
curativo sobre a cicatriz é mantido por aproximadamente 30 dias de pós-operatório,
porém deve ser trocado regularmente (STOCCHERO,1996).
2.2.2 Indicações e Contra-indicações
A abdominoplastia está indicada em pessoas com gordura localizada,
flacidez, devido ao emagrecimento ou gravidez múltipla (caracterizada como
abdome em avental), flacidez aponeurótica, diástase abdominal, abaulamentos e
hérnias (GUIRRO E GUIRRO, 2002; BORGES, 2006).
Está contra-indicada quando existir flacidez tecidual mínima, em pacientes
com alterações pulmonares, diabetes e grandes tabagistas por existir risco de
necrose tecidual (BORGES, 2006).
Também é contra-indicada a pacientes muito obesos, mulheres que
pretendem ter filhos ou problemas de saúde que sejam empecilhos a uma
abordagem clínica (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
2.2.3 Complicações e Maus Resultados
Como complicações ou maus resultados da abdominoplastia podem
ocorrer: seromas, presença de líquidos entre o retalho abdominal e a aponeurose;
orelhas laterais, decorrente do excesso de pele nas laterais; estenose do umbigo,
podendo ser transitória ou indefinida; hipertrofia cicatricial; necroses; deiscência de
suturas; hematomas; infecção; plicatura exagerada da musculatura; elevação dos
pêlos pubianos; desvios laterais do umbigo; hérnia diafragmática, em pacientes com
história de hérnia esofágica; abaulamento do epigástrio; cicatriz umbilical nãoanatômica; estenoses umbilicais; embolia pulmonar, pois como o pós-operatório é
28
mais doloroso falta estímulo à deambulação precoce (STOCCHERO, 1996;
MÉLEGA et al, 1988; GUIRRO E GUIRRO, 2002; BORGES, 2006;).
2.3 Fisioterapia
A Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os
distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgão e sistemas do corpo humano,
gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas (COFFITO,
2008).
Com surgimento nos últimos anos, a Dermato-Funcional é uma importante
área na Fisioterapia. Ela é um ramo que visa restaurar a funcionabilidade do
organismo com alterações por deformidade congênitas ou adquiridas, assim como
corrigir desarmonias de ordem estéticas (GUIRRO E GUIRRO, 2002; QUEIROZ,
2005).
É importante que o profissional possua pleno conhecimento para que
ocorra sucesso no tratamento de qualquer patologia. A Fisioterapia domina os
diversos recursos utilizados atualmente na área estética, tanto no aspecto teórico
quanto no prático. Para tanto é preciso conhecimento profundo dos principais
recursos utilizáveis na área e conhecimentos de anatomia, fisiologia, patologia, entre
outros fatores importantes, desta maneira o fisioterapeuta torna-se capaz de avaliar
o problema e eleger o tratamento adequado para cada paciente (GUIRRO E
GUIRRO, 2002).
A dermato-funcional não se refere apenas ao tratamento estético, mas
também ao tratamento reparador do paciente, visando à funcionalidade. O método
estético visa à reabilitação no pré e pós-operatório sem lesões teciduais. O método
reparador aplicado pela dermato-funcional consiste na construção e aplicação de
tratamento para reparação dos tecidos que sofreram lesão por traumas patológicos
ou traumas adquiridos por agentes externos causadores, acarretando transtornos
físicos e psicológicos (QUEIROZ, 2005).
São diversos os recursos existentes para correção de uma disfunção
estética, entre elas existem as manuais, a termoterapia e a eletroterapia, onde um
dos recursos disponíveis é a laserterapia (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
29
2.3.1 Laserterapia
O termo Laser é a abreviação da expressão inglesa Light Amplification by
Stimulated Emission of Radiation, que significa amplificação de luz por emissão
estimulada de radiação (SILVA, 1997; KITCHEN E BAZIN, 1998; RODRIGUES E
GUIMARÃES, 1998; LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
Em 1917, Albert Einstein expôs o princípio físico da emissão estimulada,
na qual o fenômeno laser está apoiado. Porém foi apenas em 1960 que Maiman
produziu o primeiro laser sólido, o laser a rubi (KITCHEN E BAZIN, 1998;
RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998).
Desde sua origem, os lasers tiveram uma aplicação imediata na medicina,
em especial na área cirúrgica, sendo usados para cortar, soldar e destruir o tecido.
Pesquisadores se voltaram para possíveis aplicações clínicas das interações
atérmicas da luz do laser com os tecidos. Os resultados desta pesquisa indicaram o
potencial da irradiação por lasers de baixa intensidade, quando aplicada diretamente
nos
tecidos,
para
a
modulação
de
alguns
processos
biológicos,
como
fotobioestimulação do processo de cicatrização dos tecidos (KITCHEN E BAZIN,
1998).
A absorção de luz incidente por um átomo que faz saltar um dos elétrons
do nível energético fundamental para um nível superior é constituída pela emissão
estimulada. Este átomo em estado metaestável recupera em breve tempo os
estados fundamentais, emitindo um fóton e uma radiação de luz de comprimento de
onda definido. O fóton pode colidir e estimular a emissão em outro átomo, pois são
emitidos dois fótons também com mesmo comprimento de onda. Este fenômeno é
iniciado com uma incidência de luz sobre um cristal de rubi ou num tubo com hélio
neônio, com dois espelhos nos extremos fazendo que a emissão estimulada se
multiplique enormemente por reflexão. A luz emitida e amplificada sai por um dos
espelhos que é semi-refletor. O feixe obtido é de luz potente, monocromática e
coerente, e as características do laser e seu comprimento de onda vão depender do
gás ou mescla de gases do tubo gerador. O laser pode, ainda, ser gerado por diodos
ou semicondutores que deixam passar a corrente melhor numa direção do que em
outra.
30
O laser é uma luz com características especiais que se diferem da luz
normal ou de uma lâmpada de infravermelho, sendo assim um conjunto de ondas
eletromagnéticas
que
apresentam
característica
ou
propriedades
precisas:
monocromoticidade, coerência e polarização (AGNE, 2005).
A monocromoticidade indica o comprimento de onda gerado pelo laser é
único e possui uma freqüência definida. A luz produzida pelo laser possui uma só
cor, e essa cor é de tal pureza que raramente ocorre na natureza (KITCHEN E
BAZIN, 1998; LOW E REED, 2001; AGNE, 2005).
A coerência refere-se à perfeita organização do deslocamento ordenado
das ondas que oscilam uniformemente, pois todos os picos e depressões dos
campos elétricos e magnéticos ocorrem ao mesmo tempo, caracterizando a
coerência temporal, e ocorrem na mesma direção, chamado de coerência espacial
(KITCHEN E BAZIN, 1998; LOW E REED, 2001; AGNE, 2005).
A polarização permite o direcionamento do feixe para um ponto
determinado com mínima dispersão, pois são paralelos, sem divergência e com
elevada colimação. A colimação faz com que uma grande quantidade de energia
seja transmitida a um alvo preciso.
Os lasers são classificados, de acordo com sua potência e seus perigos,
em categorias I, II, IIIA, IIIB e IV. I e II são de potência muito baixa e sem aplicações
terapêuticas. IIIA e IIIB possuem potência média com luz vermelha visível ou
infravermelha invisível, são utilizados na área da Fisioterapia e são conhecidos como
laserterapia de baixa intensidade. IV tem potência elevada e são de uso médico
(AGNE, 2005).
A laserterapia de baixa intensidade consiste na aplicação terapêutica de
lasers e diodos superluminosos monocromáticos de intensidade relativamente baixa.
Eles não geram nenhum aquecimento dos tecidos irradiados, o que os torna uma
modalidade atérmica (KITCHEN E BAZIN, 1998).
Os lasers são determinados de acordo com seu comprimento de onda, e
vai desde o infravermelho até o ultravioleta, passando pela luz visível. Os lasers de
baixa potência possuem as seguintes características: HeNe, comprimento de onda
de 632,8 nm, forma de emissão contínua, percepção do feixe visível, potência de
pico de 2 a 15 mW; AlGaInP, comprimento de onda de 670 nm, forma de emissão
contínua e pulsada, percepção do feixe visível, potência de pico de 15 a 130 mW;
AsGaAl, comprimento de onda de 830 nm, forma de emissão contínua e pulsada,
31
percepção do feixe não visível, potência de pico de 30 mW; AsGa, comprimento de
onda de 904 nm, forma de emissão pulsada, percepção do feixe não visível,
potência de pico de 15 a 30 mW (GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
Os tipos mais utilizados na fisioterapia são o AsGa e o HeNe, sendo que o
laser de Hélio-Neônio foi o primeiro tipo de laser a ser utilizado. Ele é gerado num
tubo com mistura de gás hélio e neon, o primeiro com 90% e o segundo com 10%.
Possui rápida absorção e sua penetração é superficial. O laser AsGa possui
penetração mais profunda, sendo indicados para tratamento de tendões, músculos e
ossos (LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
A densidade de energia, que corresponde à quantidade de energia
depositada em uma superfície determinada, é expressa em joules para cada cm² da
pele do paciente (J/cm²) (LOW E REED, 2001; AGNE, 2005).
Ainda é controversa a dosimetria ideal para a laserterapia de baixa
potência. Nos anos 60 a dose estabelecida pelo grupo do Prof. Mester como
parâmetro ótimo era de 1 J/cm². Porém dez anos depois pesquisas relataram que a
dose ideal para o processo de reparo seria de 4 J/cm², sendo assim vários
pesquisadores utilizam esta dosagem (CARRINHO, 2004).
A dose de laserterapia recomendada para promoção do aumento no
número de fibroblastos e de fibras colágenas, incremento vascular e reepitelização
deve estar entre 1 e 5 J/cm² (TATARUNAS et al, 1998).
Mesmo sem ter capacidade de romper as ligações químicas, os lasers de
baixa potência possuem propriedade de indução fotobiológica capaz de provocar
alterações bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas nas células (GUIRRO E
GUIRRO, 2002).
O efeito bioquímico produz reações a nível celular, estimulando a
produção de energia e causando a aceleração da mitose celular. Ele estimula a
liberação de substâncias pré-formadas como histamina, serotonina e bradicinina;
ocorre modificação das reações enzimáticas normais; aumento do número de
leucócitos e da atividade fagocitária; aumento do fluxo hemático; ação fibrinolítica
(aumento da lise da fibrina) e antibacteriana; estimula a produção de ATP no interior
das células, acelerando a mitose (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998;
GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
O efeito bioelétrico normaliza a potência da membrana celular e atua
sobre a mobilidade iônica, de maneira direta. De maneira indireta aumenta a
32
quantidade de ATP produzido na célula, restabelecendo o equilíbrio da atividade
funcional celular (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; GUIRRO E
GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
O efeito bioenergético ocorre devido à radiação proporcionar às células
dos tecidos e do organismo uma energia válida que estimula seu trofismo fisiológico,
restabelecendo
a
normalidade
funcional
(SILVA,
1997;
RODRIGUES
E
GUIMARÃES, 1998; AGNE, 2005).
O laser possui ações indiretas que darão origem aos efeitos fisiológicos:
estímulo da microcirculação, acarretando no aumento da vasodilatação das
arteríolas e vênulas, melhorando o trofismo zonal; aumento do trofismo local e da
reparação; aumento da velocidade de regeneração das fibras nervosas; ação sobre
a aceleração do calo ósseo; aumento da troficidade da pele; aumento do colágeno
após irradiação; incremento da atividade fagocitária dos linfócitos e macrófagos;
aumento do tecido de granulação; neoformação de vasos sanguíneos e regeneração
dos vasos linfáticos (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; GUIRRO E GUIRRO,
2002; AGNE, 2005).
O laser proporciona os seguintes efeitos terapêuticos: efeito analgésico,
pois reduz a inflamação provocando a reabsorção de exudatos e favorecendo a
eliminação de substâncias alógenas; efeito antiinflamatório, pois o laser interfere na
síntese de prostaglandinas determinando uma sensível redução nas alterações
proporcionadas pela inflamação; efeito antiedematoso, pois o estímulo da
microcirculação proporciona melhores condições para resolução da congestão
causada pelo extravasamento de plasma que causa o edema, a ação fibrinolítica
resolve efetivamente o isolamento causado pela coagulação do plasma; efeito
cicatrizante devido ao aumento da velocidade mitótica e da formação dos novos
vasos que geram melhores condições para uma cicatrização mais rápida e
esteticamente superior. (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; AGNE, 2005).
A aplicação do laser de baixa potência pode ocorrer por duas maneiras,
aplicação pontual ou por varredura. A pontual se refere aquela em que a aplicação
do feixe de laser é feita sobre diversos pontos numa determinada área, distanciando
os pontos entre 1 ou 2 cm e deixando a caneta sempre perpendicular à área. Para
isso a caneta deve ficar a uma pequena distância da pele ou encostada. A por
varredura requer muita atenção, e uma maneira simples e fácil para sua aplicação é
33
confeccionar uma rede onde cada quadro tenha 1 cm e faz-se uma aplicação
pontual em cada quadro (AGNE, 2005).
As sessões de laserterapia devem durar, em média, 40 a 45 minutos,
evitando ultrapassar esse tempo, pois existe provável decréscimo da efetividade da
radiação devido à diminuição do contraste luminoso. Devem-se intercalar as sessões
de laser em, pelo menos, 24 horas para evitar a somação de estímulos e a redução
da efetividade. A cada 10 sessões é importante que se faça uma pausa de 10 dias
no tratamento antes do retorno das aplicações (RODRIGUES E GUIMARÃES,
1998).
Ao aplicar o laser devem-se ter alguns cuidados e prevenções. O uso de
óculos de proteção apropriados para o terapeuta e para o paciente é fundamental,
pois o contato direto da irradiação do laser na córnea pode causar queimadura da
retina. É importante que se use os dispositivos somente nas áreas designadas e
evitar refletir o feixe do laser em superfícies brilhantes. O laser deve ser ligado
apenas quando o aplicador já estiver em contato com a pele (LOW E REED, 2001;
GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
As contra-indicações do laser são: irradiação sobre a retina; gestantes;
neoplasias e processos tumorais; processos bacterianos e infecções agudas;
pacientes com epilepsia; aplicação sobre área hemorrágica, especialmente em
pacientes hemofílicos; irradiação sobre glândulas, pois existe o risco de hiperativálas; aplicação sobre linfonodos e glândulas mamárias (SILVA, 1997; LOW E REED,
2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005).
34
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este capítulo irá apresentar a descrição da metodologia que foi utilizada
na realização do estudo, esclarecendo o tipo de estudo, caracterização da amostra,
instrumentos e procedimentos para a coleta de dados, e a forma de tratamento.
3.1 Caracterização do Estudo
A pesquisa realizada para a construção deste estudo pode ser
classificada, com referência aos conceitos de LUCIANO (2001), como básica no que
se refere à natureza. No que diz respeito ao problema classifica-se como qualitativa.
Em relação aos objetivos a pesquisa é descritiva e exploratória. Por fim, com relação
aos procedimentos é estudo de caso, bibliográfico e levantamento.
3.2 Caracterização da Amostra
A amostra foi selecionada a partir de uma população que realizou a
cirurgia de abdominoplastia nos meses de julho e agosto de 2009 na Clínica
Belvivere, localizada na cidade de Criciúma-SC, totalizando 10 pacientes neste
período. Partindo deste valor, foi utilizado o Cálculo Costill (BARBETTA, 2007) onde
(n = no . N/no + N). N corresponde ao número da população, no corresponde a 400
e n será o número da amostra.
Desta maneira n é igual a 9,76, ou seja,
aproximadamente 10, por isso a pesquisa compreendeu uma amostra de 10
mulheres.
A amostra foi formada por todas as pacientes que aceitaram participar do
estudo e se enquadraram nos itens de inclusão que compõem de indivíduos do sexo
feminino, independente da raça, pacientes da Clínica Belvivere que realizaram a
cirurgia de abdominoplastia. A amostra foi dividida em dois grupos, através de
sorteio aleatório, onde um, com 5 participantes, recebeu a aplicação do laser, e
35
outro, com 5 participantes, serviu de grupo controle, onde essas não receberam
nenhuma aplicação, a fim de comparar a cicatrização de um grupo com o outro, para
esclarecer os efeitos da laserterapia no processo cicatricial. É importante ressaltar
que não há este tipo de terapêutica atualmente disponível para a população em
estudo.
Como critérios de exclusão: histórico de neoplasia; apresentar outras
patologias associadas; pacientes que não se apresentarem assíduas as sessões
durante o período de tratamento; estar realizando outro tratamento para auxílio da
cicatrização.
3.3 Instrumentos para Coleta de Dados
Para realização da coleta de foi utilizado o aparelho Laserpulse, da marca
IBRAMED, com caneta emissora de 670 nm, classificado como AlGaInP, com
radiação de laser vermelha contínua. É um laser terapêutico para bioestimulação
fototônica de tecidos, que tem ação antiinflamatória, analgésica e estimulante do
processo cicatricial.
Além do equipamento acima foram utilizados: Fita métrica com 1,5 m,
dividida em cm, para mensurar o tamanho da cicatriz no pré e pós-tratamento.
Paquímetro, com marcação em milímetros e micrometros para mensuração da
largura da cicatriz no pré e pós-tratamento. Soro fisiológico e gaze para limpeza da
cicatriz antes da aplicação do laser. EPI’s: luvas de látex, para proteção individual do
fisioterapeuta, e óculos de proteção individual, para a proteção dos olhos do
terapeuta e do paciente durante a aplicação do laser. Maca, para posicionamento da
paciente, e lençóis descartáveis para maior higiene. Para registro de imagens foi
utilizado máquina fotográfica digital, da marca Sony, modelo T-300, com resolução
de 10.1 mega pixels, sendo que a imagem foi registrada a uma distância de 25 cm
de cada paciente onde esta encontrava -se deitada. Também foi utilizada uma ficha
de avaliação para coleta de dados do paciente, esta desenvolvida e validada pela
pesquisadora, no início do tratamento, incluindo a de avaliação da cicatriz durante o
decorrer do tratamento, na primeira, quinta e décima sessão (APÊNDICE A e B).
36
Figura 1 – Instrumentos para Coleta de Dados
Fonte: Dados da Pesquisadora
3.4 Procedimentos para Coleta de Dados
Os procedimentos para coleta de dados foram divididos em etapas para
que o esclarecimento dos mesmos seja melhor. Inicialmente foi feito contato com o
médico responsável pela Clínica Belvivere, para apresentação e recebimento do
Termo de Autorização da Pesquisa (APÊNDICE C). Após esta etapa o projeto foi
devidamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNESC) e aprovado
sob o parecer com o número 82/2009 (ANEXO A).
Na sequência foi feito novo contato com o médico responsável pela Clínica
Belvivere para dar início à execução do projeto. A partir disto foi fornecida, pela
secretária da Clínica Belvivere, a lista das pacientes que realizaram cirurgia de
abdominoplastia nos meses de julho e agosto de 2009. Logo a seguir a
pesquisadora entrou em contato com as pacientes para agendamento de encontros
através de telefone, fornecido pela secretária da Clínica Belvivere. Neste contato foi
marcado o primeiro encontro com as pacientes. No referido encontro foi feita a
apresentação do projeto, onde ficaram esclarecidos os objetivos do mesmo, o
37
programa e como este iria ser realizado, o tempo que cada paciente precisaria
dispor para efetuação do tratamento. Foi, ainda, fornecido um Termo de
Consentimento Livre, Esclarecido e Informado – TCLEI (APÊNDICE D), para
assinatura de cada participante.
Após essa etapa, foi iniciada a preparação para coleta de dados, onde a
pesquisadora preparou todo o ambiente para realização dos atendimentos. Após
essa preparação foi realizada a fase de coleta de dados propriamente dita, onde
cada paciente, ao chegar à Clínica, foi recepcionada pela pesquisadora,
encaminhada até a sala de atendimento com o aparelho já disponível, e então foi
feito a aplicação do laser, com potência de quatro joules, sob a supervisão da
Fisioterapeuta da referida Clínica, Franciele F.P. Cirimbelli, a qual atuou como coorientadora deste projeto, sendo que após a aplicação da terapêutica a paciente foi
liberada e comunicada sobre a hora do retorno, que se dava no dia seguinte, sempre
respeitando às 24 horas de intervalo entre as aplicações do laser, sendo este
procedimento repetido com cada participante. A sessão teve duração média de 10
minutos, onde a participante teve que dispor de 20 minutos para que pudessem ser
feitas as avaliações quando necessário.
Figura 2 – Aplicação do Laser na Cicatriz
Fonte: Dados da Pesquisadora
38
No grupo controle foi marcado, na reunião com as mesmas, apenas três
encontros. A cada encontro a paciente era recebida pela pesquisadora e
encaminhada até a sala de atendimento onde era feito a avaliação. Ao término da
sessão a paciente era informada do dia do retorno para a nova avaliação da ferida.
Este procedimento foi repetido com cada participante. Os encontros ocorreram na
primeira, quinta e décima sessão, simulando que tivesse ocorrido aplicação do laser.
A pesquisa foi realizada durante o 1° e o 2° semestre de 2009, sendo que
o período para a coleta dos dados ocorreu no percurso do 2° semestre de 2009, nos
meses de julho a setembro. Foram realizadas 5 sessões semanais, totalizando 10
sessões. Sendo assim, para cada paciente, o período de coleta teve duração de 2
semanas.
3.4 Procedimentos para Coleta de Dados
Os dados obtidos nas avaliações foram devidamente tabulados,
analisados e avaliados pelo programa de estatística SpSS 17.0 para Windows
utilizando o Teste t de Student para amostras independentes para comparação dos
resultados entre os grupos sendo que, foi considerada como estatisticamente não
significativa as questões que obteram p>0,05. Após realizado os testes estatísticos,
os dados foram colocados no programa Microsoft Excel para construção de gráfico e
assim, confrontados com a literatura científica.
39
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
4.1 Caracterização da Amostra
A população do presente estudo foi composta por pacientes unicamente
do sexo feminino, no total de 10 pacientes, divididos em dois grupos.
O Grupo 1 foi composto por 5 pacientes (50%), sendo o grupo aplicado.
Com média de idade de 43,8 anos (DP±3,75 anos). A idade mínima foi de 34 anos e
máxima 53 anos.
O Grupo 2 foi composto por 5 pacientes (50%), sendo o grupo controle.
Com média de idade de 41,2 anos (DP±6,50). A idade mínima foi de 34 anos e
máxima 51 anos.
No Grupo 1, o protocolo foi aplicado inicialmente nas pacientes num
período médio de oitavo dia de pós-operatório, onde o período mais curto era de
cinco dias e o mais longo de onze dias. No Grupo 2, a média de tempo de cirurgia foi
de sete dias de pós-operatório, onde o período menor foi de quatro dias e o maior
período foi de dez dias de pós-operatório, no início da conduta.
Coutinho et al. (2006) afirmam que o período de pós-operatório pode
interferir de maneira direta na ação das condutas Fisioterapêuticas, na recuperação
dos pacientes em pós-operatório de cirurgia plástica. Estes pacientes estão
susceptíveis a desenvolver complicações, sendo que desta maneira o tratamento
Fisioterapêutico tardio pode prejudicar fazendo com que a recuperação do paciente
seja menos saudável, de longa duração, com mais sofrimento e pode ainda
comprometer o resultado final da cirurgia realizada.
Em relação à raça das participantes, o Grupo 1 foi composto por 80% da
raça branca e 20% da raça mulata, o Grupo 2 apresentou-se igualmente distribuído
ao grupo 1.
No Grupo 1, 80% já haviam realizado outro tipo de cirurgia anteriormente
e 20% não haviam realizado. No Grupo 2, 100% das participantes já haviam
realizado outro tipo de cirurgia anteriormente. Em ambos os grupos, 100% das
pacientes não apresentaram quelóides e ou cicatrizes hipertróficas em nenhuma
conduta realizada.
40
Alster e West (1997) e Sandoval (1999), afirmam em estudo realizado que
os quelóides são mais susceptíveis na raça negra atingindo 4,5% a 16% desta
população. A raça branca é menos susceptível a presença de quelóides, numa
proporção de 1:3,5 a 1:15 em relação branco/negro.
Alchorne e Abreu (2008) abordam em seu estudo a dermatologia da pele
negra onde citou que a incidência de quelóides na pele branca é de 3 a 18 vezes
menos freqüente em relação à raça negra.
Antunes e Domingues (2008) afirmam que a incidência de quelóide assim
como cicatriz hipertrófica é maior em negros, pardos, asiáticos e europeus do que
em brancos. No Brasil, há a dificuldade de estimar-se a prevalência de cicatrizes
hipertróficas e quelóidianas devido à miscigenação étnica.
Quanto ao uso de medicamentos, no Grupo 1, 80% faz uso de
medicamentos e 20% não utiliza. Das pacientes deste grupo que utilizam
medicamentos, 20% fazem uso de Anti-Depressivo, 20% estimulante Tireóide e 40%
tranqüilizante. No Grupo 2, 40% fazem uso de medicamentos e 60% não utilizam
nenhuma substância, das participantes do grupo que fazem uso de medicamentos
20% utiliza antihipertensivo, vasodilatador, antiulceroso e antidiabético e 20%
estabilizador de humor, antidepressivo e antiepilético, sendo que, para o cirurgião o
qual acompanhou as pacientes este considera que nenhuma das medicações em
uso apresenta alterações significativas para a cicatrização. Mesmo as participantes
do Grupo 2 fazendo uso dessas medicações não houve melhora considerável como
no Grupo 1. Vale salientar que as pacientes foram submetidas previamente a
exames pré-operatórios para que pudessem realizar os procedimentos cirúrgicos.
4.2 Avaliação da Cicatriz
No Grupo 1, na avaliação da cicatriz 100% das participantes não
apresenta vam hematoma ao redor da cicatriz nas três avaliações realizadas e no
Grupo 2 nas duas primeiras avaliações 80% não apresentou hematoma e 20%
apresentou, na última avaliação 100% das participantes não apresentavam
hematoma ao redor da cicatriz.
41
Estudo realizado por Stewart et al., (2006) em 278 pacientes submetidos
a abdominoplastia, durante 5 anos em uma instituição sob os cuidados de quatro
cirurgiões apontaram que 18% das pacientes sofreram complicações precoces,
destes 3% apresentaram hematoma. No mesmo estudo, 25% apresentaram
complicações tardias, destes 8% apresentaram cicatriz insatisfatória.
Nurkim et al. (2002) afirmam em seu estudo que hematomas e seromas
estão entre as complicações mais freqüentes após abdominoplastia.
Borile et al (2005) em seu estudo relatam que o hematoma e o seroma
são complicações corriqueiras no pós-operatório de abdominoplastia. O hematoma é
menos comum que o seroma, porém, também é um achado tardio.
Em relação ao edema na cicatriz, no Grupo 1 apenas 20% apresentaram
edema na primeira avaliação e nas avaliações posteriores não havia presença de
edema aparente e 80% das participantes, não apresentaram edema aparente em
nenhuma das avaliações. No Grupo 2, na primeira avaliação 40% apresentou edema
na cicatriz e 60% não havia edema aparente, na segunda avaliação 60% apresentou
edema na cicatriz e 40% não apresentou e na última avaliação 20% apresentou
edema na cicatriz e 80% não apresentou edema.
Fretz e Zhong (1992) realizaram estudo para verificar os efeitos sobre a
utilização de laser de baixa potência na cicatrização de feridas cutâneas em cavalos,
onde verificou que feridas irradiadas por laser se apresentaram menos edematosas
sugerindo efeito anti-inflamatório pela irradiação.
Sueli et al (2002) em estudo sobre a avaliação do efeito de dois lasers de
baixa potência AsGa e HeNe na dermatite tópica induzida em orelhas de
camundongos, observaram que não houve presença de edema que comprometesse
a cicatrização quando comparados os grupos tratados com o laser com os grupos
controles.
Quanto a diminuição da sensibilidade na cicatriz, no Grupo 1 nas duas
primeiras avaliações 100% das participantes relataram diminuição da sensibilidade e
na última avaliação 20% relataram sensibilidade normal e 80% ainda mantém a
sensibilidade diminuída. No Grupo 2, nas três avaliações realizadas 80% das
participantes relataram diminuição da sensibilidade e 20% relataram sensibilidade
normal.
Estudo realizado por Farah et al (2004), verificaram que uma das
conseqüências pós cirúrgicas da abdominoplastia é a redução da sensibilidade.
42
Castus et al. (2009) afirmam que pacientes submetidas a abdominoplastia
freqüentemente queixam-se da diminuição da sensibilidade na parede abdominal.
Em seu estudo, realizado com 23 mulheres submetidas à abdominoplastia no
período de julho de 2003 e janeiro de 2005, verificou a sensibilidade tátil, térmica e
dolorosa no pré-operatório e pós-operatório destas pacientes observou que houve
perda da sensibilidade, porém houve recuperação da sensibilidade em até seis
meses do pós-operatório.
Fels et al (2005) realizaram estudo com 35 pacientes e dividiram em dois
grupos para avaliar a sensibilidade após abdominoplastia. O grupo controle foi
composto por 10 pacientes que não realizaram cirurgia e 25 foram submetidas à
abdominoplastia. Ao final, verificou que houve diferença estatisticamente significante
entre os dois grupos, evidenciando a diminuição da sensibilidade após este tipo de
cirurgia.
No Grupo 1, quanto a presença de líquidos na cicatriz nas três avaliações
realizadas 80% não apresentou nenhum tipo de líq uidos e 20% apresentou fibrina.
No Grupo 2, nas duas primeiras avaliações 100% não apresentou nenhum tipo de
líquido e na última avaliação 80% permaneceu não apresentando nenhum tipo de
líquido e 20% apresentou fibrina.
Stainki et al (1998) ao estudarem os benefícios do laser na regeneração
do nervo radial em cães perceberam a diminuição da inflamação durante a
cicatrização da pele.
Vincensi e Carvalho (2002) ao estudarem a inflamação aguda induzida
em ratos obtiveram com a utilização do laser de baixa potência resultados
satisfatórios.
Em estudo realizado por Tatarunas et al (1998), compararam a
cicatrização de três grupos de gatos no pós operatório de ovariohisterectomia onde:
o grupo A foi submetido a irradiação de 4 J/cm2, o grupo B foi submetido a irradiação
com 2 J/cm2 e o grupo C não foi irradiado. Observou-se que, o acúmulo de líquido
inflamatório na ferida foi menos freqüente nos grupos irradiados do que no grupo
controle.
No Grupo 1, nas duas primeiras avaliações 100% apresentaram crostas
na cicatriz, sendo que na última avaliação 40% continuou apresentando crostas na
cicatriz e 60% apresentaram poucas crostas. No Grupo 2 nas duas primeiras
43
avaliações 100% apresentou crostas e na última avaliação 80% continuou
apresentando crostas e 20% não apresentou crostas.
Tatarunas et al (1998) em seu estudo também evidenciaram que no
quarto e oitavo dia de pós-operatório de ovariohisterectomia, 100% da amostra em
estudo apresentou crostas nos 3 grupos avaliados e no décimo quinto dia de pós
operatório teve diminuição significativa quanto a presença de crostas sendo esta
maior no grupo não aplicado.
Em relação à coloração da cicatriz, o Grupo 1 na primeira avaliação
apresentou 60% cor vermelha e 40% cor roxa, na segunda avaliação 80% evolui
para a cor rósea e 20% cor roxa, na última avaliação 100% do grupo apresentou
coloração rósea. No Grupo 2, nas duas primeiras avaliações 40% apresentou
coloração roxa e 60% coloração vermelha e na última avaliação 60% apresentou
coloração rósea e 40% apresentou coloração roxa.
Em relação à resistência da ferida, 100% do Grupo 1 e do Grupo 2,
apresentou-se de maneira que não houvesse possibilidade de separação dos bordos
da ferida sob tensão. A avaliação deste item foi realizada por manobra digital com
auxílio dos dedos polegar e indicador simulando o afastamento das bordas da ferida.
Matera et al (1994) em seu estudo sobre o efeito da irradiação soft-laser
sobre o processo de cicatrização cutânea em felinos obtiveram aumento na força de
tensão das feridas submetidas a irradiação laser principalmente nos estágios iniciais
da cicatrização.
Tatarunas et al (1998) em seu estudo também notaram cicatriz mais
resistente a separação de seus bordos nas feridas irradiadas quando comparada
com o grupo controle.
Para melhor visualização da cicatriz, as fotos das pacientes tiradas em
cada avaliação, encontram-se: Grupo 1 no APÊNDICE E e Grupo 2 no APÊNDICE
F.
44
4.3 Avaliação do Tamanho da Ferida
No presente estudo foram realizadas avaliações do tamanho da ferida
sendo realizadas 4 medições: medida da largura lateral direita e esquerda, medida
da largura do meio e medida do comprimento da cicatriz.
4.3.1 Medidas da Largura Lateral Direita
As medidas da largura lateral direita foram realizadas nos 2 grupos, e a
média foi comparada entre eles. A figura 3, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e
10ª sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os
grupos.
Consideramos como medidas da largura lateral direita o ponto onde
encontramos a cicatriz do dreno utilizado pelo cirurgião para drenagem dos líquidos
no pós-operatório.
No Grupo 1, a média da largura lateral direita na 1ª sessão foi de 7,42
(DP±2,82) e no Grupo 2, a média foi de 4,36 (DP±1,49).
No Grupo 1, a média da largura lateral direita na 5ª sessão foi de 6,04
(DP±1,67) e no Grupo 2, a média foi de 5,02 (DP±2,47).
No Grupo 1, a média da largura lateral direita na 10ª sessão foi de 4,34
(DP±2,19) e no Grupo 2, a média foi de 5,26 (DP±1,94).
45
Figura 3 – Medidas da Largura Lateral Direita
16
Média e Desvio Padrão
14
12
10
Grupo 1
8
Grupo 2
6
4
2
0
1ª Sessão
5ª Sessão
10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
4.3.2 Medidas da Largura Lateral Esquerda
As medidas da largura lateral esquerda foram realizadas nos 2 grupos, e
a média foi comparada entre eles. A figura 4, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª
e 10ª sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre
os grupos.
Continuamos nos baseando como medidas da largura lateral esquerda o
ponto onde encontramos a cicatriz do dreno utilizado pelo cirurgião para drenagem
dos líquidos no pós-operatório.
No Grupo 1, a média da largura lateral esquerda na 1ª sessão foi de 7,02
(DP±1,16) e no Grupo 2, a média foi de 5,68 (DP±3,05).
No Grupo 1, a média da largura lateral esquerda na 5ª sessão foi de 6,30
(DP±0,72) e no Grupo 2, a média foi de 6,40 (DP±2,86).
No Grupo 1, a média da largura lateral esquerda na 10ª sessão foi de 5,24
(DP±1,58) e no Grupo 2, a média foi de 6,38 (DP±2,67).
46
Figura 4 – Medidas da Largura Lateral Esquerda
16
Média e Desvio Padrão
14
12
10
Grupo 1
8
Grupo 2
6
4
2
0
1ª sessão
5ª sessão
10ª sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
4.3.3 Medidas da Largura do Meio
As medidas da largura do meio foram realizadas nos 2 grupos, e a média
foi comparada entre eles. A Figura 5, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e 10ª
sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os
grupos.
Para referenciar o ponto do meio na cicatriz utilizamos como referência a
cicatriz umbilical.
No Grupo 1, a média da largura do meio na 1ª sessão foi de 8,90
(DP±8,79) e no Grupo 2, a média foi de 4,48 (DP±1,84).
No Grupo 1, a média da largura do meio na 5ª sessão foi de 7,52
(DP±8,94) e no Grupo 2, a média foi de 4,22 (DP±1,89).
No Grupo 1, a média da largura do meio na 10ª sessão foi de 6,42
(DP±8,55) e no Grupo 2, a média foi de 5,46 (DP±3,51).
47
Figura 5 – Medidas da Largura do Meio
20
Média e Desvio Padrão
18
16
14
12
Grupo 1
10
Grupo 2
8
6
4
2
0
1ª sessão
5ª sessão
10ª sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
4.3.4 Medidas do Comprimento
As medidas do comprimento foram realizadas nos 2 grupos, e a média foi
comparada entre eles. A Figura 6, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e 10ª
sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os
grupos.
No Grupo 1, a média do comprimento na 1ª sessão foi de 48,50
(DP±6,80) e no Grupo 2, a média foi de 55,66 (DP±10,66).
No Grupo 1, a média do comprimento na 5ª sessão foi de 48,06
(DP±6,61) e no Grupo 2, a média foi de 55,14 (DP±10,80).
No Grupo 1, a média do comprimento na 10ª sessão foi de 47,30
(DP±6,42) e no Grupo 2, a média foi de 54,80 (DP±10,86).
48
Figura 6 – Medidas do Comprimento
Média e Desvio Padrão
120
100
80
Grupo 1
60
Grupo 2
40
20
0
1ª sessão
5ª sessão
10ª sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Nas 3 medições das larguras realizadas, onde observamos as medidas da
largura lateral direita e esquerda e a medida da largura do meio. Ao compararmos o
Grupo 1 e o Grupo 2, pode-se perceber que a média da larguras laterais e do meio
do Grupo 1 iniciou maior que o Grupo 2, porém ao término do período das
avaliações o Grupo 1, sendo o grupo aplicado apresentou uma tendência à
diminuição e o Grupo 2 em contrapartida demonstrou uma tendência ao aumento do
tamanho da largura das laterais e do meio.
Na medição do comprimento, comparando o Grupo 1 e o Grupo 2, podese perceber que a média do comprimento do Grupo 1 iniciou menor que o Grupo 2 e
ao término do período das avaliações o Grupo 1, continuou tendo a média menor.
Os dois grupos apresentaram tendência à diminuição, porém o Grupo 1 teve
tendência maior à diminuição do que o Grupo 2.
Vieira (2006), verificou o diâmetro de feridas cutâneas entre os 3 grupos,
onde 2 grupos foram submetidos a irradiação e 1 grupo não submetido. O grupo
irradiado com 4 J/cm2 e o grupo irradiado com 8 J/cm2 apresentaram menor
diâmetro das feridas que o grupo controle. Neste mesmo estudo observou-se que os
animais submetidos à laserterapia apresentaram bordas arredondadas e bem
definidas quando comparadas ao grupo controle, onde estes apresentaram o
processo de cicatrização mais lento com bordas irregulares e feridas com aspecto
mais profundo.
49
Em estudo realizado por Marcon e André (2005) para analisar os efeitos
do Laser GaAlInP no processo de cicatrização de feridas induzidas em ratos,
concluíram que a aplicação do laser de baixa potência foi eficaz na aceleração do
processo de cicatrização. A aplicação do laser foi capaz de promover a cicatrização
definitiva da úlcera mais rapidamente nos animais irradiados quando comparados
aos animais não irradiados. Neste mesmo estudo, percebeu-se a redução do
processo inflamatório infeccioso em todos os animais irradiados independente da
dose, podendo este ser o fator determinante na aceleração do processo cicatricial.
Souza et al (1999) realizaram estudo sobre o uso do laser na cicatrização
de úlceras em 6 pacientes, divididos igualmente em dois grupos, sendo um grupo
tratado com o laser e outro tratado apenas com curativos. Percebeu que o grupo
tratado com laser teve diminuição satisfatória da área da úlcera e o grupo controle
teve aumento médio da área da úlcera no decorrer do tratamento. Dessa maneira, o
grupo tratado teve um melhor desempenho que o grupo controle tendo diferença
estatisticamente significante.
Cormenzana et al (2008) afirmaram que a abdominoplastia é a cirurgia
estética mais freqüente. No mesmo estudo, evidenciou em 17 pacientes a satisfação
no pós-operatório da técnica cirúrgica.
50
7 CONCLUSÃO
Neste estudo analisou-se a utilização do Laser de Baixa Potência em uma
Amostra com Cicatrização no Pós-Operatório da Cirurgia de Abdominoplastia em
Pacientes de uma Clínica de Cirurgia Plástica na Cidade de Criciúma-SC.
Abdominoplastia é uma cirurgia freqüente, sendo de grande incidência em
mulheres, geralmente no pós-parto devido à flacidez que se apresenta nestas. A
procura deste método cirúrgico também vem sendo evidente pelo sexo masculino,
porém devido aos constrangimentos e preconceitos vindo deste sexo em relação à
estética, justifica-se o maior número desta incidência em mulheres. É um método
cirúrgico confiável e associando à Fisioterapia Dermato-Funcional os resultados
estéticos são visíveis e positivos.
A partir da contextualização do problema, das hipóteses, dos objetivos
específicos propostos e da análise dos resultados dos dados, obtiveram-se as
seguintes conclusões:
Em relação à questão problema no que se refere aos efeitos da
laserterapia de baixa potência no processo de cicatrização do pós-operatório de
abdominoplastia, conclui-se que os efeitos do laser nesta amostra foi satisfatório
apresentando resultados melhores quando comparados com o grupo controle muito
embora os resultados não tenham sido estatisticamente significativos.
Em relação à primeira hipótese, que refere-se aos fatores que influenciam
o processo de cicatrização da ferida para abdominoplastia, observou-se que neste
estudo não houveram fatores que pudessem influenciar no processo cicatricial.
Contudo, observamos que quando analisados os dois grupos, há uma cicatrização
consideravelmente melhor no grupo que recebeu irradiação do laser.
Em relação à segunda hipótese a qual se refere ao laserterapia de baixa
potência e sua interferência no processo de regeneração da pele de pacientes que
realizam ou não o tratamento , conclui-se que o laser de baixa potência influenciou
no pós-operatório de abdominoplastia, resultando em uma melhor circulação
sanguínea local e aceleração do processo cicatricial.
Quanto a terceira hipótese que refere-se à dose ideal de irradiação para
aplicação do laser de baixa potência, acredita-se que a dose ideal para a aplicação
51
do laser para a cicatrização seja de 4J/cm2 , sendo esta dose utilizada no estudo e
apresentou eficácia no resultado final da cicatriz após 10 sessões.
O primeiro objetivo específico proposto foi alcançado sendo possível
elaborar, validar e aplicar o protocolo para coleta de dados e programa de
tratamento referente à cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia.
Em relação ao segundo objetivo foi possível caracterizar os sujeitos com
cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia em estudo e correlacionar seu
perfil com a literatura.
Quanto ao terceiro objetivo proposto houve correlação entre o processo
cicatricial e a utilização da laserterapia dos sujeitos em pós-operatório de
abdominoplastia.
No que diz respeito ao quarto objetivo proposto houve a possibilidade de
verificar e registrar o quadro evolutivo após aplicação da laserterapia no processo de
cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia
Acredita-se que este estudo tenha atingido o quinto objetivo específico na
contribuição para fundamentação científica da Fisioterapia Dermato-Funcional, pois
a atuação da mesma através da aplicação da Laserterapia no processo cicatricial
encontra-se escassa na Literatura Científica Nacional e Internacional.
Os resultados obtidos no presente estudo e com bases estatísticas de
significâncias demonstram, que não houve diferença estatística quando comparado
os dois grupos. Porém, é evidente através dos resultados apresentados que o Grupo
Aplicado teve uma cicatrização considerável quando comparado ao Grupo Controle.
Sugere-se continuidade do estudo em um período maior de aplicação e
acompanhamento do processo cicatricial do pós-operatório de abdominoplastia, a
fim de verificar se a laserterapia de baixa potência apresenta eficácia significativa na
cicatriz em um período mais extenso.
52
REFERÊNCIAS
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2005.
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ConScientiae Saúde, 2008; 7 (4): 509-517.
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57
APÊNDICES
58
APÊNDICE A
VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA
59
VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA
Eu, Joana Spilere Pieri, acadêmica da 9ª fase do curso de Fisioterapia
UNESC, aluna da disciplina de Seminário II, venho através deste, solicitar a vossa
colaboração para análise deste instrumento com vistas à validação do mesmo.
Este instrumento faz parte do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
intitulado: A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA
CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE ABDOMINOPLASTIA
EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE
CRICIÚMA-SC.
Este instrumento será aplicado em pacientes que apresentarem
cicatrização proveniente do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia, com
objetivo de avaliar as mesmas. O Trabalho será realizado na Clínica Belvivere,
durante cinco semanas. Tendo como critérios de inclusão: sexo feminino; ter
realizado cirurgia de abdominoplastia; ser paciente da Clínica Belvivere. Como
critérios de exclusão: histórico de neoplasia; apresentar outras patologias
associadas; pacientes que não apresentarem-se assíduas as sessões durante o
período de tratamento; estar realizando outro tratamento para auxílio da cicatrização.
60
APÊNDICE B
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DERMATO-FUNCIONAL
61
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DERMATO-FUNCIONAL
Data do início:
Data do Término:
Dados de Identificação:
Nome:
Idade:
Data de Nascimento:
Estado Civil:
Raça:
Profissão:
Endereço:
Telefone:
e-mail:
Fisioterapeuta Responsável:
Sinais Vitais
FC:
PA:
FR:
Anamnese
Quando realizou a cirurgia?
Está realizando outro tipo de tratamento para auxiliar a cicatrização?
Já realizou alguma outra cirurgia?
Teve ou tem problemas na cicatrização?
Tem propensão a quelóides?
Possui cicatrização do tipo hipertrófica?
Possui alguma doença (dermatite)?
Já teve algum tipo de câncer?
Faz uso de algum medicamento?
História Social:
Fumante (
)
Não Fumante (
)
Ex-Fumante (
Tempo:
Carteiras/dia:
Parou há:
Fumou durante:
)
T°:
62
Etilista ( )
Não Etilista (
)
Diariamente (
)
Socialmente (
)
Atividade Física:
Controle Alimentar:
Inspeção:
Pele: fina( )
grossa(
ressecada ( )
Coloração: rosada ( )
Cor da pele: ( ) Branca
)
flácida(
pálida(
( ) Parda
)
desidratada(
)
cianose(
( ) Negra
Hematoma ao redor da cicatriz: Presente ( )
)
hidratada(
)
)
( ) Amarela
Ausente( )
Palpação:
Tipo de pele: seca ( )
oleosa ( )
mista ( )
Edema ao redor da cicatriz: aparente ( )
não aparente ( )
Avaliação da Ferida:
Tamanho da ferida: Comprimento:
cm
Largura:
cm
Coloração: Rósea ( ) Vermelha ( ) Outra: ________
Sensibilidade local: normal ( ) aumentada ( ) diminuída ( )
Temperatura local: normal ( ) aumentada ( ) diminuída ( )
Presença de líquidos: não ( ) sim ( ) Tipo: _____________
Presença de crostas: não ( ) sim ( )
Resistência da ferida:
a) Deiscência ( )
b) Separação espontânea (tendência a deiscência) ( )
c) Separação dos bordos da ferida sob leve tensão ( )
d) Aderência dos bordos ( )
e) Cicatrização sem possibilidade de separação dos bordos da ferida sob tensão ( )
63
APÊNDICE C
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA
64
65
APÊNDICE D
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, ESCLARECIDO E INFORMADO - TCLEI
66
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, ESCLARECIDO E INFORMADO (TCLEI)
Você esta sendo convidada para participar, como voluntária em uma
pesquisa. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar
fazer parte deste estudo, assine ao final deste documento que está em duas vias.
Uma delas é sua e a outra da pesquisadora responsável. Caso não aceite, você não
será penalizada de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título: “A utilização do laser de baixa potência AlGaInP na cicatrização do pósoperatório da cirurgia de abdominoplastia em pacientes de uma clínica de
cirurgia plástica na cidade de Criciúma-SC”
Acadêmica Responsável: Joana Spilere Pieri
Orientadora Técnica: Profª Ariete Inês Minetto
Telefone para contato: 48-34760051/ 96049321
E-mail: [email protected]
Os avanços na área da saúde ocorrem através de estudos como este, por
isso sua participação é muito importante. O objetivo deste estudo é analisar os
efeitos da laserterapia no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de
abdominoplastia. O estudo constará com 10 (dez) atendimentos sendo sua
aplicação 2 (duas) vezes durante a semana.
Em cada sessão será aplicado laser de baixa potência na cicatriz cirúrgica.
Através desta terapêutica você não sofrerá riscos as sua saúde e poderá vir a
apresentar melhora no aspecto da sua cicatriz cirúrgica.
Você poderá ter todas as informações que necessitar e também deixar de
participar da pesquisa ou retirar seu consentimento em qualquer momento.
Pela sua participação no estudo, você não pagará e nem receberá
qualquer valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas
necessárias para a realização da pesquisa não serão de sua responsabilidade.
Cabe salientar o total sigilo de sua identidade, dados e resultados obtidos
através do estudo e que sua participação será de grande contribuição para o
entendimento científico desta forma de tratamento, vindo a beneficiar inúmeras
pessoas
67
Também será necessário o registro de imagens fotográficas e/ou filmagem
da cicatriz cirúrgica, tendo-se o cuidado da proteção de sua face para não
identificação.
Ao participar desta pesquisa você não será exposto a riscos.
Consentimento da participação da pessoa como sujeito
Eu,_____________________________________________,RG/CPF
nº__________________ abaixo assinado, concordo em participar do estudo “A
utilização do laser de baixa potência AlGaInP na cicatrização do pós-operatório
da cirurgia de abdominoplastia em pacientes de uma clínica de cirurgia
plástica na cidade de Criciúma-SC”. Fui devidamente informada e esclarecida
pela acadêmica Joana Spilere Pieri sobre a pesquisa e os procedimentos nela
envolvidos.
Criciúma ___/___/___.
Nome e Assinatura: __________________________________________________
68
APÊNDICE E
IMAGENS DA CICATRIZ DAS PACIENTES – GRUPO 1
69
Paciente 1 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 1 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 1 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
70
Paciente 2 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 2 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 2 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
71
Paciente 3 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 3 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 3 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
72
Paciente 4 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 4 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 4 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
73
Paciente 5 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 5 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 5 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
74
APÊNDICE F
IMAGENS DA CICATRIZ DAS PACIENTES – GRUPO 2
75
Paciente 1 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 1 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 1 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
76
Paciente 2 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 2 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 2 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
77
Paciente 3 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 3 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 3 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
78
Paciente 4 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 4 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 4 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
79
Paciente 5 – 1ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 5 – 5ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
Paciente 5 – 10ª Sessão
Fonte: Dados da Pesquisadora
80
ANEXO
81
ANEXO A
TERMO DE APROVAÇÃO DO PROJETO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
(CEP – UNESC)
82
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