UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE FISIOTERAPIA JOANA SPILERE PIERI A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009. JOANA SPILERE PIERI A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora Técnica: Profª. Ms. Ariete Inês Minetto Coorientadora: Drª. Franciele F. P. Cirimbelli CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009. 2 JOANA SPILERE PIERI A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel no curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em DermatoFuncional. Criciúma, 23 de Novembro de 2009. BANCA EXAMINADORA 3 Dedico este trabalho aos meus pais, Renato e Clarice, a meus irmãos, Marcos Antônio e Thiago, e ao meu noivo, Guilherme, que sempre estiveram ao meu acreditaram em meu potencial. lado e 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelas oportunidades e escolhas a mim proporcionadas, a vida que me foi concedida e por me abençoar em momentos de dificuldades. Aos meus pais, Renato e Clarice, por não medirem esforços para que pudesse concluir com êxito a minha formação. Pelo amor incondicional dedicado a mim durante toda minha vida. Por me darem apoio e carinho nas horas em que mais precisei. Amo vocês. Ao meu noivo Guilherme por me ajudar nas horas difíceis e por ter paciência nos momentos em que as coisas não estavam ocorrendo da maneira esperada. Sei que sem a sua ajuda e seu consolo não teria conseguido conquistar esta etapa. Te amo muito! Ao meu irmão Thiago e sua esposa Felice por sempre terem um tempinho para comer uma pizza, tomar uma caipira e jogar conversa fora. Ao meu irmão Marcos Antônio por me ajudar a estudar para as provas durante meu período de formação, sua ajuda foi de extrema importância. A toda minha família, avós, tios e primos por todo o apoio dado durante esses cinco anos e por todos os momentos de descontração vivenciados com pessoas tão especiais como eles. A Dra. Glayse e ao Dr. Eduardo Favarin por me darem esta oportunidade e pela confiança que depositaram em mim durante a aplicação deste trabalho. A Dra. Franciele F. P. Cirimbelli e a toda equipe da Clínica Belvivere por me ajudarem na realização deste estudo, estando sempre disponíveis para me atender nos momentos de dúvidas. As participantes do estudo, sem elas não seria possível ter concluído o mesmo. A minha orientadora Ariete Inês Minetto, pela dedicação, paciência, ajuda e amizade concedidas a minha pessoa durante a realização de meu TCC. Aos meus colegas com os quais convivi nestes cinco anos, pelas horas de estudo compartilhadas e por proporcionarem uma amizade a qual levarei por toda a minha vida. Em especial: Andressa, Priscila, Gisele, Diuli, Larissa, Aline, 5 Susana e Karla. E principalmente a Franciani, pois sua ajuda foi imprescindível na finalização deste trabalho. A todos os meus Professores e Mestres que muito me ensinaram neste caminho percorrido e que agora se tornam meus colegas de profissão. Por fim, aos pacientes pela confiança e carinho depositados em mim, me proporcionando experiências durante meu período de formação acadêmica. Muito Obrigada! 6 “É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar, é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...” Martin Luther King 7 RESUMO A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no mundo. Ela consiste na correção do excesso do tecido cutâneo e adiposo através da sua ressecção. A perda tecidual vai gerar a cicatrização e para que ocorra a cicatrização da ferida acontece uma cascata de eventos celulares e moleculares, de maneira coordenada e perfeita, para que haja uma repavimentação e reconstituição do tecido. A Fisioterapia Dermato-Funcional surgiu para buscar maior resultado no tratamento das disfunções estéticas. Os lasers de baixa potência possuem efeitos analgésicos, antiinflamatórios e estimulantes da cicatrização. Devido a isto, este estudo teve como objetivo analisar os efeitos da laserterapia de baixa potência no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia em mulheres. O estudo foi realizado com dois grupos, sendo um o Grupo Aplicado onde este recebeu irradiação de laser e outro Grupo Controle, que não recebeu a terapêutica. Foi realizada avaliação da cicatriz na primeira, quinta e décima sessão com ambos os grupos a fim de compará-los. Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que não houve diferença estatística quando comparado os dois Grupos. Porém, é evidente através dos resultados apresentados que o Grupo Aplicado apresentou uma cicatrização mais desejável quando comparado ao Grupo Controle. Palavras-chave: Abdominoplastia. Cicatrização. Laser de Baixa Potência. 8 ABSTRACT Abdominoplasty is one of the most commonly performed plastic surgery in the world. It is the correction of excess skin and fatty tissue through its resection. The loss will generate tissue healing to occur and wound healing occurs a cascade of cellular and molecular events in a coordinated and perfect, so there is a resurfacing and rebuilding of tissue. Physiotherapy Dermatology and Functional came to get better results in the treatment of disorders aesthetic. The low-power lasers have analgesic, anti-inflammatory and stimulating healing. Because of this, this study was to analyze the effects of low power laser therapy on the healing process after surgery tummy tuck surgery in women. The study was conducted with two groups, one with the Applied Group where he received laser irradiation and a control group that received no therapy. The assessment of the scar in the first, fifth and tenth session with both groups in order to compare them. The results obtained in this study show that there was no statistical difference when comparing the two groups. However, it is evident from the results presented that the Group Applied submitted a healing more desirable when compared to the control group. Keywords: Abdominoplasty. Healing . Low Power Laser. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Figura 2 – Figura 3 – Figura 4 – Figura 5 – Figura 6 – Instrumentos para Coleta de Dados ............................................................... 36 Aplicação do Laser na Cicatriz........................................................................ 37 Medidas da Largura Lateral Direita................................................................. 45 Medidas da Largura Lateral Esquerda ........................................................... 46 Medidas da Largura do Meio ........................................................................... 47 Medidas do Comprimento ................................................................................ 48 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AlGaInP – Alumínio-Gálio-Indio-Fósforo AsGa – Arsenêto de Gálio AsGaAl – Arseneto-Gálio-Alumínio ATP – Adenosina Trifosfato cm – Centímetros cm² - Centímetros quadrados COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual HeNe – Hélio-Neônio J/cm² - Joules por centímetros quadrados mW – Megawatt nm – Nanômetro TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 17 2.1 Pele e seus anexos ...................................................................................................... 17 2.1.1 Reparação Tecidual.................................................................................................. 20 2.2 Abdominoplastia .......................................................................................................... 24 2.2.1 Técnica Cirúrgica...................................................................................................... 24 2.2.2 Indicações e Contra-indicações ........................................................................... 27 2.2.3 Complicações e Maus Resultados....................................................................... 27 2.3 Fisioterapia .................................................................................................................... 28 2.3.1 Laserterapia ................................................................................................................ 29 3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 34 3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................................... 34 3.2 Caracterização da Amostra ....................................................................................... 34 3.3 Instrumentos para Coleta de Dados ....................................................................... 35 3.4 Procedimentos para Coleta de Dados.................................................................... 36 3.4 Procedimentos para Coleta de Dados.................................................................... 38 4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................... 39 4.1 Caracterização da População................................................................................... 39 4.2 Avaliação da Cicatriz................................................................................................... 40 4.3 Avaliação do Tamanho da Ferida ............................................................................ 44 4.3.1 Medidas da Largura Lateral Direita...................................................................... 44 4.3.2 Medidas da Largura Lateral Esquerda................................................................ 45 4.3.3 Medidas da Largura do Meio ................................................................................. 46 4.3.4 Medidas do Comprimento ...................................................................................... 47 7 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 48 APÊNDICES.......................................................................................................................... 57 APÊNDICE A......................................................................................................................... 58 APÊNDICE B......................................................................................................................... 60 APÊNDICE C......................................................................................................................... 63 APÊNDICE D......................................................................................................................... 65 12 APÊNDICE E......................................................................................................................... 68 APÊNDICE F ......................................................................................................................... 74 ANEXO................................................................................................................................... 80 ANEXO A ............................................................................................................................... 81 13 1 INTRODUÇÃO A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no mundo. Ela consiste na correção do excesso do tecido cutâneo e adiposo através da sua ressecção. Pode estar, ou não, associada a procedimentos sobre a musculatura, como rotação ou plicatura dos músculos oblíquos externos, aponeuroses abdominais ou a lipoaspirações e ressecções segmentares. O número de abdominoplastias ainda é maior em mulheres, mesmo que a procura pelos homens tenham aumentado, isso se deve ao fato de que algumas mulheres têm uma flacidez maior de abdômen após a gestação ou pelo possível preconceito dos homens em relação a cirurgias plásticas (PORCHAT et al, 2004). A perda tecidual vai gerar a cicatrização e para que ocorra a cicatrização da ferida acontece uma cascata de eventos celulares e moleculares, de maneira coordenada e perfeita, para que haja uma repavimentação e reconstituição do tecido. A cicatrização vai depender de diversos fatores como: localização anatômica, raça, técnica cirúrgica utilizada, tipo de pele. Em uma mesma espécie, ela vai variar se a ferida aconteceu em um feto, recém-nascido ou em um adulto (MANDELBAUM et al, 2003). A Fisioterapia Dermato-Funcional surgiu para, junto com a área da dermatologia, buscar maior resultado no tratamento das disfunções estéticas. Para um bom resultado, há necessidade de pleno conhecimento de anatomia, fisiologia e patologia, além de avaliar o problema para escolher o tratamento que mais se adéqüe ao paciente. São diversos os recursos existentes para correção de uma disfunção estética, entre elas existem as manuais, a termoterapia e a eletroterapia, onde um dos recursos disponíveis é a laserterapia (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A palavra laser significa, em inglês, Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, que no português significa Amplificação de Luz por uma Emissão Estimulada de Radiação (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; KITCHEN E BAZIN, 1998; LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). O laser pode ser classificado de duas maneiras, o power laser (de alta potência), e o soft laser (de baixa potência). Os de alta potência são utilizados em cirurgias, cortes, coagulação e destruição de tecidos, e são de uso exclusivo dos 14 médicos. Os de baixa potência são utilizados na área da dermatologia, fisioterapia e estética (SILVA, 1997). Os lasers de baixa potência possuem efeitos analgésicos, antiinflamatórios e estimulantes da cicatrização (TATARUNAS et al, 1998). Com base na contextualização aqui apresentada, formulou-se a seguinte questão problema: Quais os efeitos da Laserterapia de baixa potência no processo de cicatrização do pós-operatório de abdominoplastia? Baseando-se na questão problema, foram definidas as seguintes questões a investigar: a) Existem fatores que influenciam o processo de cicatrização da ferida para abdominoplastia? b) A laserterapia de baixa potência interfere no processo de regeneração da pele de pacientes que realizam ou não tratamento? c) Qual a dose ideal de radiação para aplicação do laser de baixa potência? Respondendo de forma provisória, encontram-se as seguintes hipóteses: a) O processo de cicatrização pode ser influenciado por fatores sistêmicos ou locais, fazendo com que haja redução, retardo ou impedimento desse processo. Os mais comuns fatores sistêmicos são: desnutrição, estado metabólico, estado circulatório com suprimento de sangue inadequado, e hormônios. Os fatores locais são: infecção, presença de corpos estranhos, e fatores mecânicos (movimentação precoce das feridas) (ROSS, ROWNELL, 1993 apud SILVA, 2005). b) A literatura afirma que a utilização do laser de baixa potência possui eficácia no processo de regeneração celular. Vem sendo utilizada visando obter cicatrização mais rápida e proporcionando melhores condições à ferida. Sua eficiência deve-se as particularidades de respostas que induzem nos tecidos como: diminuição do edema, diminuição do processo inflamatório, aumento da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização (BAXTER, 1994; GOGIA, 1995; ORTIZ e t al, 2001). c) A dose ideal de radiação depende de diversos fatores como: distância entre pele e o aparelho; tamanho da área irradiada; sistema óptico do aparelho; tipo de fonte laser utilizada; da saída de potência; do tempo 15 de radiação; da divergência do feixe; da reflexão, dispersão, transmissão, absorção e profundidade do tecido tratado (BAXTER, 1997; BECKERMAN et al. 1992 apud CARRINHO, 2004). O intuito deste estudo é analisar os efeitos da laserterapia de baixa potência no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia em mulheres. Seus objetivos específicos são elaborar, validar e aplicar um protocolo para coleta de dados e programa de tratamento referente à cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia; caracterizar os sujeitos com cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia em estudo e correlacionar seu perfil com a literatura; apontar a relação entre cicatrização e laserterapia dos sujeitos em pós-operatório de abdominoplastia; verificar e registrar o quadro evolutivo após aplicação da laserterapia no processo de cicatrização no pósoperatório de abdominoplastia; contribuir para fundamentação científica da Fisioterapia Dermato-Funcional. O culto ao corpo e a beleza pode ser observado, de maneira grande e crescente, na sociedade atual. A mídia, diariamente, impõe formas padronizadas de um perfil físico ideal para todas as idades (QUEIROZ, 2005). É notório que as mulheres, atualmente, têm uma constante preocupação com o corpo e a beleza, isso faz com que haja uma grande procura aos tratamentos estéticos. A cirurgia plástica é um tratamento muito procurado por estas, em virtude dos grandes resultados obtidos nessa cirurgia. Dentre as diversas técnicas de cirurgias plásticas a abdominoplastia é uma das mais realizadas no mundo, e esta técnica é mais comumente realizada em mulheres (PORCHAT et al, 2004). Outro tratamento estético que as mulheres têm procurado é a Fisioterapia Dermato-Funcional. Surgida nos últimos anos, a fisioterapia dermato-funcional é uma importante área de atuação da fisioterapia. É um ramo que visa restaurar a funcionabilidade do organismo com alterações por deformidades congênitas ou adquiridas, assim como corrigir as desarmonias de ordem estética (GUIRRO E GUIRRO, 2002; QUEIROZ, 2005). O laser faz possui ação analgésica, antiinflamatória, antiedematoso e aceleração do processo cicatricial, melhorando não apenas a estética da cicatriz, mas também a sua funcionalidade (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; AGNE, 2005). 16 Tendo em vista os benefícios que a laserterapia traz na cicatrização, busca-se melhorar e adequar protocolos para cicatrização de feridas, desta maneira melhorando a auto-imagem da paciente. O estudo motivou-se com o intuito de colaborar com os estudos dos efeitos do laser na cicatrização e ampliando os conhecimentos na área da Fisioterapia Dermato-Funcional. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo serão abordadas informações para fundamentar teoricamente esta pesquisa através de uma revisão de literatura. 2.1 Pele e seus anexos O tecido é formado por células agrupadas, similares quanto à estrutura, função e origem embrionária. Mesmo que o organismo humano seja tão complexo, existem somente quatro tipos básicos de tecidos, o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso (GUIRRO E GUIRRO, 2002). O epitélio pode ser definido como um conjunto de células justapostas, com pouco material intercelular, que recobre superfícies externas e internas do corpo (STARKEY, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002). O epitélio é capaz de secretar e absorver substâncias e é desprovido de vasos sanguíneos. Possui uma alta capacidade de se regenerar, pois é o tipo de tecido que mais comumente sofre lesão (STARKEY, 2001). Os diversos tipos de células, separadas por material intercelular, caracteriza os tecidos conjuntivos. Eles possuem uma grande capacidade de se regenerar e variam na forma e na função, e desempenham as funções de sustentação, preenchimento, defesa, nutrição, transporte e reparação (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A superfície do corpo é toda revestida pelo sistema tegumentar, que é constituído pela epiderme, porção epitelial, e pela derme, porção conjuntiva (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999; GUIRRO E GUIRRO, 2002). A pele é o maior órgão do corpo. Um adulto é revestido por, aproximadamente, 2 m² de pele, com aproximadamente 2 mm de espessura. Ela desempenha diversas funções importantes e é responsável por separar fisicamente a parte interna do corpo do ambiente externo (IRION, 2005). Ela corresponde a 15% do peso corporal do homem, e reveste e delimita o organismo protegendo o mesmo através das funções de relação com o meio 18 externo, através da sua resistência e flexibilidade, determinando sua plasticidade. Sua principal função é conservar a homeostasia, pois ela possui alterações constantes com um determinado grau de impermeabilidade (GUYTON, 2002). Uma das funções mais importantes da pele é agir como uma barreira de forma a proteger o corpo dos fatores externos nocivos preservando os sistemas internos (GAWKRODGER, 2002). Porém, como já dito anteriormente, são inúmeras as suas funções, pois ela é o órgão sensorial mais extenso do corpo, sendo assim o primeiro meio de contato e o protetor do corpo. Entre as suas funções estão: mediadora de sensações; base dos receptores sensoriais, onde está localizado o sentido do tato; fonte organizadora e processadora de informações; fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células protetoras; proteção contra os efeitos da radiação, traumas mecânicos e elétricos; regulação da pressão e do fluxo sanguíneo linfático, entre outros (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A pele possui milhares de terminações microscópicas que permitem identificar diferentes estímulos do ambiente, fazendo com que o organismo fique alerto aos perigos do exterior (AZULAY E AZULAY, 1999). A pele pode ser dividida em três camadas. A mais superficial, epiderme, a intermediária, derme, e a mais profunda, a hipoderme, esta última não é considerada por alguns autores como parte da divisão (BORGES, 2006). A epiderme é uma camada fina e avascular, que geralmente leva de 4 a 6 semanas para se regenerar. Suas funções são manter a integridade da pele e agir como barreira física (HESS, 2002). É constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Sua porção mais profunda é formada por células epiteliais que se proliferam constantemente para que seu número seja mantido (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A epiderme é formada por cinco subcamadas: o mais externo, o estrato córneo; o estrato lúcido; o estrato granuloso; o estrato espinhoso; e o estrato germinativo ou camada de células basais, que é a camada mais interna (HESS, 2002). A Camada Germinativa é denominada dessa maneira, pois gera novas células e apresenta atividade miótica intensificada, sendo responsável pela renovação constante da epiderme, fornecendo células para substituir as perdidas na camada córnea. A Camada Espinhosa tem essa denominação porque suas células 19 possuem um aspecto espinhoso, que tem função de manter a coesão das células da epiderme dando resistência ao atrito. A Camada Granulosa possui um citoplasma caracterizado por ter grânulos de queratino-hialina que estão associados ao fenômeno de queratinização dos epitélios. A Camada Lúcida é formada por diversas camadas de células achatadas e ligadas que apresentam limites indistintos. E por fim, a Camada Córnea que consiste de vários planos de células mortas e intimamente ligadas (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A derme é uma camada que contém estruturas próprias e está abaixo da epiderme. É constituída por substância fundamental, fibras, vasos e nervos, folículos polissebáceos e glândulas sudoríparas (AZULAY E AZULAY, 1999). Ela é formada por duas camadas principais a camada papilar e a camada reticular, que possuem diferenças funcionais importantes e três componentes básicos. Os fibroblastos são as principais células da derme e, mesmo não sendo numerosos ou ativos na pele estável, são capazes de secretar macromoléculas importantes no processo de cicatrização. As fibras, principalmente as fibras elásticas e de colágeno, são comuns na derme. A substância que possui um substrato de base, um gel glicosaminado e aguá, forma o terceiro componente (IRION, 2005). A Camada Papilar é constituída por um tecido frouxo. É delgada e possui função de aumentar a zona de contato dreno-epidérmica, promovendo maior resistência. Possui suprimento sanguíneo que percorre até o tecido conjuntivo dentro da epiderme (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999). A Camada Reticular encontra-se entre a camada papilar e a hipoderme, sendo assim a camada mais profunda da derme. Ela é formada por feixes de colágeno mais grossos e dispostos horizontalmente (AZULAY E AZULAY, 1999). As duas camadas possuem muitas fibras elásticas que são responsáveis, em parte, pela elasticidade da pele (COMARCK, 1996). A hipoderme ou panículo adiposo é a camada mais profunda da pele, composta por lóbulos de lipócitos delimitados por septos colágenos com vasos sanguíneos. Os lipócitos, ou células adiposas, são arredondados e grandes, e em seu citoplasma concentra-se grande quantidade de lipídios. O fascículo adiposo é um depósito de calorias e protege o organismo de traumas e do calor (AZULAY E AZULAY, 1999). Os anexos da pele são os pêlos, as unhas e as glândulas. Os pêlos são visíveis externamente apenas pela sua haste, e estão distribuídos por quase todo o 20 corpo. Sua função é de proteção, principalmente quando estão anexados às aberturas naturais do corpo. As unhas são formadas por dois folhetos epidérmicos mais externos (camada córnea e camada lúcida). Em sua extremidade proximal encontra-se o eponíquio (cutícula). Elas apresentam uma coloração rosada por causa da rede capilar presente abaixo dela. Elas crescem aproximadamente um milímetro por semana através de uma matriz de células situada junto a sua raiz. As glândulas sebáceas são encontradas em todas as regiões do corpo, com raras exceções. Geralmente estão anexadas aos pêlos e estão localizadas na derme e a sua secreção é composta por lipídios, com função de lubrificar a pele e possui uma ligeira ação bactericida. As glândulas sudoríparas estão dispostas em todo o corpo e diminuem de número com o avanço da idade. A estimulação dos nervos simpáticos que se dirigem a essas glândulas as força a secretar um fluído formado por cloreto de sódio, com traços de uréia, sulfatos e fosfatos (GUIRRO E GUIRRO, 2002). 2.1.1 Reparação Tecidual Quando ocorre alteração da integridade da pele e aparece uma ferida ocorre o processo de cicatrização (HESS, 2002). A cicatrização corresponde à substituição do tecido que foi destruído por um tecido cicatricial (conjuntivo neoformado). É necessário que haja eliminação dos agentes agressores, a manutenção do poder de regeneração das células e da irrigação e nutrição adequada, para que a cicatri zação seja completa (GONÇALVES et al, 2000). As feridas podem lesar apenas a epiderme, apenas uma parte da derme, ou toda a espessura da derme, e pode ainda se estender ao tecido subcutâneo (MANDELBAUM et al, 2003; IRION, 2005). Quando ocorre lesão no tecido, as células locais vão produzir uma série de mensagens neuro-humorais que tem como objetivo restabelecer a integridade dos tecidos. Essas mensagens irão atrair as células de defesa e de cicatrização para o local, além de produzir condições mais propícias para que ocorram estes processos (GREVE E AMATUZZI, 1999). 21 O processo de reparação tecidual é dividido, de maneira didática, em três fases, a de inflamação, a de proliferação, e a de remodelamento. Cada fase é marcada por uma série de interações entre as principais células, os fatores de crescimento e a matriz extracelular. As fases não ocorrem de maneira separada, elas se sobrepõem e se completam (BORGES, 2006). A Fase Inflamatória é caracterizada por edema, eritema, calor e dor. Ela tem início no momento da lesão e dura de 4 a 6 dias (HESS, 2002). A inflamação que ocorre na fase de cicatrização é uma reação de defesa local restrita a área sujeita à agressão de agentes lesivos (BORGES, 2006). Durante a fase da inflamação acontece ativação do complemento, fazendo com que ocorra uma seqüência de eventos da inflamação, incluindo o recrutamento de macrófagos e neutrófilos (IRION, 2005). Após quatro dias do início da lesão, os macrófagos (células derivadas dos monócitos) vão migrar para o local para destruir as bactérias e limpar os resíduos celulares presentes na região da ferida (HESS, 2002). Os linfócitos aparecem no local da lesão somente uma semana após a mesma. Sua função não é bem definida, mas sabe-se que eles têm uma importante influência sobre os macrófagos, através das suas linfocinas (MANDELBAUM et al, 2003). Nesta fase ocorre a regeneração da arquitetura tecidual e o retorno da função fisiológica ou formação de tecido cicatricial para restituir o que não pode ser reparado. Na cirurgia plástica o mecanismo de lesão vai ocorrer pelo trauma mecânico causado pelo instrumento cirúrgico (BORGES, 2006). Na Fase Proliferativa vai ocorrer reepitelização e formação do tecido de granulação. Vai ocorrer também, em algumas feridas, a contração. A reepitelização acontece dentro das primeiras 24 horas e oferece proteção. A granulação do tecido, que inicia em 3 a 5 dias, e a contração vão preencher a falha no tecido (IRION, 2005). Esta fase dura de 4 a 24 dias, e nela ocorre preenchimento do local com tecido de granulação, que consiste em macrófagos, fibroblastos, colágeno imaturo, vasos sanguíneos e substância matricial. Conforme esse tecido vai se proliferando, os fibroblastos vão estimular a produção de colágeno que vai proporcionar força de tensão ao tecido e sua estrutura (HESS, 2002). 22 Os fibroblastos vão permitir que as bordas da lesão se aproximem, pois eles são responsáveis pela retração do tecido de granulação e pela síntese de matriz extracelular (BORGES, 2006). Durante a epitelização as células vão migrar das bordas da ferida e se unir uma as outras, fazendo com que ocorra isolamento da ferida do meio externo. Porém isso só é possível quando há tecido vascular viável, e quando isso termina origina a cicatriz (HESS, 2002). A contração da ferida ocorre nessa fase e é quando ocorre uma redução no tamanho da ferida causado pelo movimento centrípeto da pele circunjacente, em toda a sua espessura. Porém quando ocorre uma contração excessiva da ferida percebe-se uma complicação da cicatrização (KITCHEN e BAZIN, 1998). A Fase de remodelamento é um processo de longo prazo da ferida. Porém a matriz extracelular se modifica continuamente. A matriz celular irá apresentar diferenças entre a periferia e o centro da ferida (IRION, 2005). Esta é a fase final da cicatrização, a fase de maturação, que corresponde à evolução da cicatriz constituída, podendo durar anos (HESS, 2002; BORGES, 2006). As fibras de colágeno vão se reorganizar, remodelar e amadurecer, ganhando força de tensão. Isso vai ocorrer até que o tecido cicatricial tenha recuperado em média de 80% da força original da pele. Isso faz com o risco de destruição do mesmo seja maior que a do tecido não lesado (HESS, 2002). Quando as fibras de colágeno não se orientam ao longo das linhas da fenda, mas sim e espiral, fazendo com que haja projeção da mesma sobre a superfície da pele, chama-se a cicatriz de hipertrófica ou quelóide (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A primeira regride espontaneamente e a hipertofria ocorre dentro dos limites da lesão. Os quelóides são, em geral, definitivos e a fibrose formada se estende além dos limites da lesão. Ambas caracterizam um problema estético significativo e possuem uma aparência grosseira (GUIRRO E GUIRRO, 2002; IRION, 2005). O processo de cicatrização pode ser classificado de duas maneiras, de acordo com o tipo e a quantidade de tecido, como: cicatrização por primeira intenção ou cicatrização por segunda intenção (GUIRRO E GUIRRO, 2002). 23 A cicatriz por primeira intenção ocorre por planos, com uma menor quantidade de colágeno, por aposição de tecido por tecido, e o tempo de recuperação é menor. A de segunda intenção ocorre quando existe perda tecidual, e o reparo vai ocorrer por proliferação do tecido de granulação, podendo apresentar comprometimento funcional. Uma ferida é considerada crônica quando ocorre falência na cicatrização (GUIRRO E GUIRRO, 2002). As feridas cirúrgicas são classificadas, geralmente, como de primeira intenção, por causa da aproximação das bordas da pele. Elas vão ter um risco menor de infecção, pois a perda de tecido é menor e o resultado da cicatriz é mínimo. Quando não há aproximação das bordas, como nas úlceras de decúbito, a cicatriz ocorre por segunda intenção, e além de o tempo de cicatrização ser maior, também é maior o risco de contaminação. As feridas podem, ainda, ser classificadas como por terceira intenção ou primeira intenção tardia, que é quando uma cicatriz cirúrgica é mantida aberta por de 3 a 5 dias para que ocorra resolução do edema ou infecção e a drenagem do exsudato, e depois disto são fechadas através de suturas, grampos ou adesivos cutâneos. O risco de infecção e a perda tecidual são maiores no período em que a ferida encontra-se aberta (HESS, 2002). Alguns fatores podem levar a um atraso ou até mesmo impedir a cicatrização. Os fatores locais como: pressão, infecção, nutrição e fluxo sanguíneo inadequados, estresses exercidos sobre a ferida, ambiente seco, edema, necrose, e incontinência urinária e fecal. E os fatores sistêmicos: idade, temperatura, substâncias cáusticas, corticóides, deficiência de vitamina C, radioterapia, imunossupressão, insuficiências vasculares, doenças crônicas, condições nutricionais (GUIRRO E GUIRRO, 2002; HESS, 2002). As complicações que mais comumente ocorrem na cicatrização são: infecção, que quando não controlada pode causar osteomielite, bacteriemia e sepse; hemorragia, interna ou externa; deiscência, que consiste na separação das camadas de pele e tecido; evisceração, que é a protrusão dos órgãos viscerais pela abertura da ferida; fístula, que é caracterizado pela comunicação anormal entre um órgão e a superfície do corpo ou entre dois órgãos (HESS, 2002). 24 2.2 Abdominoplastia Desenvolvida como conseqüência do desejo e não da necessidade, a cirurgia plástica se diferencia de qualquer outra cirurgia no sentido em que o paciente a faz por que quer e não por precisar (BORGES, 2006). A abdominoplastia, descrita em 1890 por Demars e Marx como lipectomia abdominal, se refere às cirurgias onde ocorre a ressecção de pele e tecido subcutâneo existente em excesso (PORCHAT et al, 2004). Em 1967, Callia descreveu a abdominoplastia como sendo uma técnica de incisão curvilínea horizontal, dando muita atenção à parede músculo-aponeurótica, que é de fundamental importância para o aperfeiçoamento desta cirurgia (MÉLEGA et al, 1988). São diversas as alterações que podem afetar a parede abdominal, porém as principais responsáveis por uma intervenção cirúrgica, podendo ser desde uma lipoaspiração até uma abdominoplastia completa, são o excesso cutâneo na região epigástrica e hipogástrica, flacidez muscular aponeurótica e a lipodistrofia (STOCCHERO, 1996; GUIRRO E GUIRRO, 2002). Das várias cirurgias plásticas envolvendo abdômen a mais comum é a incisão infra-umbilical baixa ou supra-púbica com transposição do umbigo (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A cirurgia de abdominoplastia tem como objetivos restabelecer o contorno corporal eliminando o excesso cutâneo e o tecido adiposo, e corrigir a flacidez músculo-aponeurótica, hérnias ou eventrações (BORGES, 2006). 2.2.1 Técnica Cirúrgica Segundo BORGES (2006), a técnica descrita por Pitanguy é feita da seguinte maneira: é demarcado uma linha média vertical no abdômen e fixado um fio de nylon 3 a 0, longo, no nível do apêndice xifóide e outro no nível da sínfise púbica, de maneira a orientar uma marcação simétrica. Palpa-se e marcam-se as cristas ilíacas ântero-superiores. Desenha-se um traçado contornando a cicatriz umbilical em círculo ou em losango para determinar o tamanho final da cicatriz umbilical. 25 É traçada uma linha horizontal acima dos pêlos pubianos, seguindo uma prega abdominal, curvando-se paralelamente às pregas inguinais até um ponto pouco abaixo das cristas ilíacas ântero-superiores para que, após a sutura, a cicatriz acompanhe os limites dos trajes de banho que são utilizados atualmente. Junto à aponeurose é feito o descolamento até a região umbilical. É realizado incisão na cicatriz umbilical, em losango ou em círculo, deixando-se em ilha sobre a aponeurose. O retalho é bipartido verticalmente. Continua -se o descolamento supra-aponeurótico até chegar aos rebordos costais, flancos e o apêndice xifóide. Os bordos mediais das aponeuroses dos retos abdominais são delimitados com azul de metileno, observando-se o grau de flacidez ou diástase. É realizado plicatura, desde o apêndice xifóide até a região supra-púbica, com pontos em “X” invertidos. Utiliza-se a pinça para demarcar o excesso de retalho, desenhando a futura linha de incisão. Isso é realizado nos dois lados para que ocorra uma simetria perfeita. Após isso, é delimitado o novo sítio para a localização da cicatriz umbilical. É feito uma incisão transversal na linha média que a dimensão vai variar de acordo com o tamanho da cicatriz umbilical do paciente. A cicatriz umbilical é suturada firmemente na parede abdominal. A área descolada é drenada e a sutura final, feita em dois planos, deve evitar qualquer excesso de pele (chamado de orelha) nas laterais. Durante o pós-operatório inicial, nos primeiro 15 dias, não se deve esticar o abdômen. Durante 45 a 60 dias deve ser mantido o uso de cinta e a exposição ao sol deve ser evitada por, no mínimo, 60 dias (BORGES, 2006). A técnica cirúrgica descrita por STOCCHERO é a seguinte: realiza-se a marcação com a paciente, já na mesa operatória, semi-sentada. É definido o início da dobra de pele abdominal de cada lado. Após, com a paciente já deitada, é marcado um segmento de reta que vai desde o apêndice xifóide até o vértice superior dos grandes lábios, chamada de linha 1. Sobre esta linha é feito outro segmento de reta, perpendicular ao primeiro, chamada de linha 2. Nesta última marcação deve -se levar em conta um dos três fatores que seguem: presença de cicatriz a Pfannestiel, marca de sol, e na ausência de um desses dois, o traje de banho que a paciente deseje usar será o fator considerável (STOCCHERO, 1996). Após definir a altura do abdômen em que a linha 2 vai estar, é feito uma nova linha, chamada de linha 3, com o auxílio de uma régua maleável. Se for possível deve-se unir o ponto de início da dobra cutânea ao fim da linha 2. Uma 26 projeção desta reta na linha 1 vai definir um ponto. A partir deste ponto, passando pela linha 2 à mesma distância que a linha 3 passou, medida desde a linha 1, traçase uma nova reta, chamada de linha 4, desta maneira a marcação será bem simétrica. É realizada a anotação das medidas da linha 3 e metade do comprimento da linha 2, estas serão transpostas para o retalho descolado, antes da sua incisão. É feito marcação do umbigo com desenho em forma de fechadura, sendo a marcação distal um arco de círculo com concavidade caudal. Seguindo-se as linhas 4, 2 e 3, até chegar à aponeurose dos músculos da parede abdominal, é feita a incisão da pele. É feito então a dissecção a bisturi logo acima do plano aponeurótico, em sentido cranial. Os vasos são coagulados por diatermia. Quando chega ao umbigo, é feito incisão da pele na marca em fechadura desenhada, biparte-se esse retalho infra-umbilical. A dissecção, cranialmente, continua até os rebordos costais e o apêndice xifóide. Caudalmente é feito dissecção até o púbis e as arcadas inguinais. É realizada sutura das bordas medias dos músculos retos abdominais, sem abertura das aponeuroses e com fio de algodão 2-0, para sua plicatura. O umbigo não é fixado à aponeurose. Flexiona-se a mesa cirúrgica suficientemente para aproximar os retalhos. È feito a união da linha média supra-umbilical à linha média púbica através de um ponto de reparo. O cirurgião traciona os dois retalhos ocasionados pela bipartição infra-umbilical, acomodando os mesmos de maneira que não sobre excesso de pele nas laterais, chamadas de orelhas. O auxiliar deverá manter essa tração enquanto as medidas da linha 2 são transpostas em um segmento de reta que tangencia o ponto de reparo. As medidas das linhas 3 e 4 são repetidas entre os limites da nova linha 2 e os limites da incisão inicial. É feita uma incisão perpendicular dos retalhos. Para adequar as espessuras dos retalhos cranial e caudal, realiza-se um desbastamento da gordura mais profunda. São dados pontos de reparo com algodão 3-0 a partir das laterais para o centro, sempre evitando a formação de orelhas. É feita a marcação do novo sítio do umbigo, reali zada uma incisão em arco com concavidade caudal, e retirado um cilindro de gordura. É feito a sutura longitudinal do subcutâneo que fica acima do umbigo, refazendo a sua altura. A sutura do restante do subcutâneo é feita com fio catgut 3-0 simples, e a sutura da pele intradérmica contínua com fio monocryl 4-0. A sutura do umbigo é feita com pontos em forma de “U”, pegando apenas o derma do 27 retalho abdominal, com nylon 5-0. Geralmente não se faz nenhuma drenagem e é realizado o curativo com adesivo microporoso para retirar a tensão da sutura, gaze acolchoada sobre toda a área descolada e adesivo elástico sobre todo o conjunto. O curativo sobre a cicatriz é mantido por aproximadamente 30 dias de pós-operatório, porém deve ser trocado regularmente (STOCCHERO,1996). 2.2.2 Indicações e Contra-indicações A abdominoplastia está indicada em pessoas com gordura localizada, flacidez, devido ao emagrecimento ou gravidez múltipla (caracterizada como abdome em avental), flacidez aponeurótica, diástase abdominal, abaulamentos e hérnias (GUIRRO E GUIRRO, 2002; BORGES, 2006). Está contra-indicada quando existir flacidez tecidual mínima, em pacientes com alterações pulmonares, diabetes e grandes tabagistas por existir risco de necrose tecidual (BORGES, 2006). Também é contra-indicada a pacientes muito obesos, mulheres que pretendem ter filhos ou problemas de saúde que sejam empecilhos a uma abordagem clínica (GUIRRO E GUIRRO, 2002). 2.2.3 Complicações e Maus Resultados Como complicações ou maus resultados da abdominoplastia podem ocorrer: seromas, presença de líquidos entre o retalho abdominal e a aponeurose; orelhas laterais, decorrente do excesso de pele nas laterais; estenose do umbigo, podendo ser transitória ou indefinida; hipertrofia cicatricial; necroses; deiscência de suturas; hematomas; infecção; plicatura exagerada da musculatura; elevação dos pêlos pubianos; desvios laterais do umbigo; hérnia diafragmática, em pacientes com história de hérnia esofágica; abaulamento do epigástrio; cicatriz umbilical nãoanatômica; estenoses umbilicais; embolia pulmonar, pois como o pós-operatório é 28 mais doloroso falta estímulo à deambulação precoce (STOCCHERO, 1996; MÉLEGA et al, 1988; GUIRRO E GUIRRO, 2002; BORGES, 2006;). 2.3 Fisioterapia A Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgão e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas (COFFITO, 2008). Com surgimento nos últimos anos, a Dermato-Funcional é uma importante área na Fisioterapia. Ela é um ramo que visa restaurar a funcionabilidade do organismo com alterações por deformidade congênitas ou adquiridas, assim como corrigir desarmonias de ordem estéticas (GUIRRO E GUIRRO, 2002; QUEIROZ, 2005). É importante que o profissional possua pleno conhecimento para que ocorra sucesso no tratamento de qualquer patologia. A Fisioterapia domina os diversos recursos utilizados atualmente na área estética, tanto no aspecto teórico quanto no prático. Para tanto é preciso conhecimento profundo dos principais recursos utilizáveis na área e conhecimentos de anatomia, fisiologia, patologia, entre outros fatores importantes, desta maneira o fisioterapeuta torna-se capaz de avaliar o problema e eleger o tratamento adequado para cada paciente (GUIRRO E GUIRRO, 2002). A dermato-funcional não se refere apenas ao tratamento estético, mas também ao tratamento reparador do paciente, visando à funcionalidade. O método estético visa à reabilitação no pré e pós-operatório sem lesões teciduais. O método reparador aplicado pela dermato-funcional consiste na construção e aplicação de tratamento para reparação dos tecidos que sofreram lesão por traumas patológicos ou traumas adquiridos por agentes externos causadores, acarretando transtornos físicos e psicológicos (QUEIROZ, 2005). São diversos os recursos existentes para correção de uma disfunção estética, entre elas existem as manuais, a termoterapia e a eletroterapia, onde um dos recursos disponíveis é a laserterapia (GUIRRO E GUIRRO, 2002). 29 2.3.1 Laserterapia O termo Laser é a abreviação da expressão inglesa Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, que significa amplificação de luz por emissão estimulada de radiação (SILVA, 1997; KITCHEN E BAZIN, 1998; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). Em 1917, Albert Einstein expôs o princípio físico da emissão estimulada, na qual o fenômeno laser está apoiado. Porém foi apenas em 1960 que Maiman produziu o primeiro laser sólido, o laser a rubi (KITCHEN E BAZIN, 1998; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998). Desde sua origem, os lasers tiveram uma aplicação imediata na medicina, em especial na área cirúrgica, sendo usados para cortar, soldar e destruir o tecido. Pesquisadores se voltaram para possíveis aplicações clínicas das interações atérmicas da luz do laser com os tecidos. Os resultados desta pesquisa indicaram o potencial da irradiação por lasers de baixa intensidade, quando aplicada diretamente nos tecidos, para a modulação de alguns processos biológicos, como fotobioestimulação do processo de cicatrização dos tecidos (KITCHEN E BAZIN, 1998). A absorção de luz incidente por um átomo que faz saltar um dos elétrons do nível energético fundamental para um nível superior é constituída pela emissão estimulada. Este átomo em estado metaestável recupera em breve tempo os estados fundamentais, emitindo um fóton e uma radiação de luz de comprimento de onda definido. O fóton pode colidir e estimular a emissão em outro átomo, pois são emitidos dois fótons também com mesmo comprimento de onda. Este fenômeno é iniciado com uma incidência de luz sobre um cristal de rubi ou num tubo com hélio neônio, com dois espelhos nos extremos fazendo que a emissão estimulada se multiplique enormemente por reflexão. A luz emitida e amplificada sai por um dos espelhos que é semi-refletor. O feixe obtido é de luz potente, monocromática e coerente, e as características do laser e seu comprimento de onda vão depender do gás ou mescla de gases do tubo gerador. O laser pode, ainda, ser gerado por diodos ou semicondutores que deixam passar a corrente melhor numa direção do que em outra. 30 O laser é uma luz com características especiais que se diferem da luz normal ou de uma lâmpada de infravermelho, sendo assim um conjunto de ondas eletromagnéticas que apresentam característica ou propriedades precisas: monocromoticidade, coerência e polarização (AGNE, 2005). A monocromoticidade indica o comprimento de onda gerado pelo laser é único e possui uma freqüência definida. A luz produzida pelo laser possui uma só cor, e essa cor é de tal pureza que raramente ocorre na natureza (KITCHEN E BAZIN, 1998; LOW E REED, 2001; AGNE, 2005). A coerência refere-se à perfeita organização do deslocamento ordenado das ondas que oscilam uniformemente, pois todos os picos e depressões dos campos elétricos e magnéticos ocorrem ao mesmo tempo, caracterizando a coerência temporal, e ocorrem na mesma direção, chamado de coerência espacial (KITCHEN E BAZIN, 1998; LOW E REED, 2001; AGNE, 2005). A polarização permite o direcionamento do feixe para um ponto determinado com mínima dispersão, pois são paralelos, sem divergência e com elevada colimação. A colimação faz com que uma grande quantidade de energia seja transmitida a um alvo preciso. Os lasers são classificados, de acordo com sua potência e seus perigos, em categorias I, II, IIIA, IIIB e IV. I e II são de potência muito baixa e sem aplicações terapêuticas. IIIA e IIIB possuem potência média com luz vermelha visível ou infravermelha invisível, são utilizados na área da Fisioterapia e são conhecidos como laserterapia de baixa intensidade. IV tem potência elevada e são de uso médico (AGNE, 2005). A laserterapia de baixa intensidade consiste na aplicação terapêutica de lasers e diodos superluminosos monocromáticos de intensidade relativamente baixa. Eles não geram nenhum aquecimento dos tecidos irradiados, o que os torna uma modalidade atérmica (KITCHEN E BAZIN, 1998). Os lasers são determinados de acordo com seu comprimento de onda, e vai desde o infravermelho até o ultravioleta, passando pela luz visível. Os lasers de baixa potência possuem as seguintes características: HeNe, comprimento de onda de 632,8 nm, forma de emissão contínua, percepção do feixe visível, potência de pico de 2 a 15 mW; AlGaInP, comprimento de onda de 670 nm, forma de emissão contínua e pulsada, percepção do feixe visível, potência de pico de 15 a 130 mW; AsGaAl, comprimento de onda de 830 nm, forma de emissão contínua e pulsada, 31 percepção do feixe não visível, potência de pico de 30 mW; AsGa, comprimento de onda de 904 nm, forma de emissão pulsada, percepção do feixe não visível, potência de pico de 15 a 30 mW (GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). Os tipos mais utilizados na fisioterapia são o AsGa e o HeNe, sendo que o laser de Hélio-Neônio foi o primeiro tipo de laser a ser utilizado. Ele é gerado num tubo com mistura de gás hélio e neon, o primeiro com 90% e o segundo com 10%. Possui rápida absorção e sua penetração é superficial. O laser AsGa possui penetração mais profunda, sendo indicados para tratamento de tendões, músculos e ossos (LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). A densidade de energia, que corresponde à quantidade de energia depositada em uma superfície determinada, é expressa em joules para cada cm² da pele do paciente (J/cm²) (LOW E REED, 2001; AGNE, 2005). Ainda é controversa a dosimetria ideal para a laserterapia de baixa potência. Nos anos 60 a dose estabelecida pelo grupo do Prof. Mester como parâmetro ótimo era de 1 J/cm². Porém dez anos depois pesquisas relataram que a dose ideal para o processo de reparo seria de 4 J/cm², sendo assim vários pesquisadores utilizam esta dosagem (CARRINHO, 2004). A dose de laserterapia recomendada para promoção do aumento no número de fibroblastos e de fibras colágenas, incremento vascular e reepitelização deve estar entre 1 e 5 J/cm² (TATARUNAS et al, 1998). Mesmo sem ter capacidade de romper as ligações químicas, os lasers de baixa potência possuem propriedade de indução fotobiológica capaz de provocar alterações bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas nas células (GUIRRO E GUIRRO, 2002). O efeito bioquímico produz reações a nível celular, estimulando a produção de energia e causando a aceleração da mitose celular. Ele estimula a liberação de substâncias pré-formadas como histamina, serotonina e bradicinina; ocorre modificação das reações enzimáticas normais; aumento do número de leucócitos e da atividade fagocitária; aumento do fluxo hemático; ação fibrinolítica (aumento da lise da fibrina) e antibacteriana; estimula a produção de ATP no interior das células, acelerando a mitose (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). O efeito bioelétrico normaliza a potência da membrana celular e atua sobre a mobilidade iônica, de maneira direta. De maneira indireta aumenta a 32 quantidade de ATP produzido na célula, restabelecendo o equilíbrio da atividade funcional celular (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). O efeito bioenergético ocorre devido à radiação proporcionar às células dos tecidos e do organismo uma energia válida que estimula seu trofismo fisiológico, restabelecendo a normalidade funcional (SILVA, 1997; RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; AGNE, 2005). O laser possui ações indiretas que darão origem aos efeitos fisiológicos: estímulo da microcirculação, acarretando no aumento da vasodilatação das arteríolas e vênulas, melhorando o trofismo zonal; aumento do trofismo local e da reparação; aumento da velocidade de regeneração das fibras nervosas; ação sobre a aceleração do calo ósseo; aumento da troficidade da pele; aumento do colágeno após irradiação; incremento da atividade fagocitária dos linfócitos e macrófagos; aumento do tecido de granulação; neoformação de vasos sanguíneos e regeneração dos vasos linfáticos (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). O laser proporciona os seguintes efeitos terapêuticos: efeito analgésico, pois reduz a inflamação provocando a reabsorção de exudatos e favorecendo a eliminação de substâncias alógenas; efeito antiinflamatório, pois o laser interfere na síntese de prostaglandinas determinando uma sensível redução nas alterações proporcionadas pela inflamação; efeito antiedematoso, pois o estímulo da microcirculação proporciona melhores condições para resolução da congestão causada pelo extravasamento de plasma que causa o edema, a ação fibrinolítica resolve efetivamente o isolamento causado pela coagulação do plasma; efeito cicatrizante devido ao aumento da velocidade mitótica e da formação dos novos vasos que geram melhores condições para uma cicatrização mais rápida e esteticamente superior. (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998; AGNE, 2005). A aplicação do laser de baixa potência pode ocorrer por duas maneiras, aplicação pontual ou por varredura. A pontual se refere aquela em que a aplicação do feixe de laser é feita sobre diversos pontos numa determinada área, distanciando os pontos entre 1 ou 2 cm e deixando a caneta sempre perpendicular à área. Para isso a caneta deve ficar a uma pequena distância da pele ou encostada. A por varredura requer muita atenção, e uma maneira simples e fácil para sua aplicação é 33 confeccionar uma rede onde cada quadro tenha 1 cm e faz-se uma aplicação pontual em cada quadro (AGNE, 2005). As sessões de laserterapia devem durar, em média, 40 a 45 minutos, evitando ultrapassar esse tempo, pois existe provável decréscimo da efetividade da radiação devido à diminuição do contraste luminoso. Devem-se intercalar as sessões de laser em, pelo menos, 24 horas para evitar a somação de estímulos e a redução da efetividade. A cada 10 sessões é importante que se faça uma pausa de 10 dias no tratamento antes do retorno das aplicações (RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998). Ao aplicar o laser devem-se ter alguns cuidados e prevenções. O uso de óculos de proteção apropriados para o terapeuta e para o paciente é fundamental, pois o contato direto da irradiação do laser na córnea pode causar queimadura da retina. É importante que se use os dispositivos somente nas áreas designadas e evitar refletir o feixe do laser em superfícies brilhantes. O laser deve ser ligado apenas quando o aplicador já estiver em contato com a pele (LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). As contra-indicações do laser são: irradiação sobre a retina; gestantes; neoplasias e processos tumorais; processos bacterianos e infecções agudas; pacientes com epilepsia; aplicação sobre área hemorrágica, especialmente em pacientes hemofílicos; irradiação sobre glândulas, pois existe o risco de hiperativálas; aplicação sobre linfonodos e glândulas mamárias (SILVA, 1997; LOW E REED, 2001; GUIRRO E GUIRRO, 2002; AGNE, 2005). 34 3 MATERIAIS E MÉTODOS Este capítulo irá apresentar a descrição da metodologia que foi utilizada na realização do estudo, esclarecendo o tipo de estudo, caracterização da amostra, instrumentos e procedimentos para a coleta de dados, e a forma de tratamento. 3.1 Caracterização do Estudo A pesquisa realizada para a construção deste estudo pode ser classificada, com referência aos conceitos de LUCIANO (2001), como básica no que se refere à natureza. No que diz respeito ao problema classifica-se como qualitativa. Em relação aos objetivos a pesquisa é descritiva e exploratória. Por fim, com relação aos procedimentos é estudo de caso, bibliográfico e levantamento. 3.2 Caracterização da Amostra A amostra foi selecionada a partir de uma população que realizou a cirurgia de abdominoplastia nos meses de julho e agosto de 2009 na Clínica Belvivere, localizada na cidade de Criciúma-SC, totalizando 10 pacientes neste período. Partindo deste valor, foi utilizado o Cálculo Costill (BARBETTA, 2007) onde (n = no . N/no + N). N corresponde ao número da população, no corresponde a 400 e n será o número da amostra. Desta maneira n é igual a 9,76, ou seja, aproximadamente 10, por isso a pesquisa compreendeu uma amostra de 10 mulheres. A amostra foi formada por todas as pacientes que aceitaram participar do estudo e se enquadraram nos itens de inclusão que compõem de indivíduos do sexo feminino, independente da raça, pacientes da Clínica Belvivere que realizaram a cirurgia de abdominoplastia. A amostra foi dividida em dois grupos, através de sorteio aleatório, onde um, com 5 participantes, recebeu a aplicação do laser, e 35 outro, com 5 participantes, serviu de grupo controle, onde essas não receberam nenhuma aplicação, a fim de comparar a cicatrização de um grupo com o outro, para esclarecer os efeitos da laserterapia no processo cicatricial. É importante ressaltar que não há este tipo de terapêutica atualmente disponível para a população em estudo. Como critérios de exclusão: histórico de neoplasia; apresentar outras patologias associadas; pacientes que não se apresentarem assíduas as sessões durante o período de tratamento; estar realizando outro tratamento para auxílio da cicatrização. 3.3 Instrumentos para Coleta de Dados Para realização da coleta de foi utilizado o aparelho Laserpulse, da marca IBRAMED, com caneta emissora de 670 nm, classificado como AlGaInP, com radiação de laser vermelha contínua. É um laser terapêutico para bioestimulação fototônica de tecidos, que tem ação antiinflamatória, analgésica e estimulante do processo cicatricial. Além do equipamento acima foram utilizados: Fita métrica com 1,5 m, dividida em cm, para mensurar o tamanho da cicatriz no pré e pós-tratamento. Paquímetro, com marcação em milímetros e micrometros para mensuração da largura da cicatriz no pré e pós-tratamento. Soro fisiológico e gaze para limpeza da cicatriz antes da aplicação do laser. EPI’s: luvas de látex, para proteção individual do fisioterapeuta, e óculos de proteção individual, para a proteção dos olhos do terapeuta e do paciente durante a aplicação do laser. Maca, para posicionamento da paciente, e lençóis descartáveis para maior higiene. Para registro de imagens foi utilizado máquina fotográfica digital, da marca Sony, modelo T-300, com resolução de 10.1 mega pixels, sendo que a imagem foi registrada a uma distância de 25 cm de cada paciente onde esta encontrava -se deitada. Também foi utilizada uma ficha de avaliação para coleta de dados do paciente, esta desenvolvida e validada pela pesquisadora, no início do tratamento, incluindo a de avaliação da cicatriz durante o decorrer do tratamento, na primeira, quinta e décima sessão (APÊNDICE A e B). 36 Figura 1 – Instrumentos para Coleta de Dados Fonte: Dados da Pesquisadora 3.4 Procedimentos para Coleta de Dados Os procedimentos para coleta de dados foram divididos em etapas para que o esclarecimento dos mesmos seja melhor. Inicialmente foi feito contato com o médico responsável pela Clínica Belvivere, para apresentação e recebimento do Termo de Autorização da Pesquisa (APÊNDICE C). Após esta etapa o projeto foi devidamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNESC) e aprovado sob o parecer com o número 82/2009 (ANEXO A). Na sequência foi feito novo contato com o médico responsável pela Clínica Belvivere para dar início à execução do projeto. A partir disto foi fornecida, pela secretária da Clínica Belvivere, a lista das pacientes que realizaram cirurgia de abdominoplastia nos meses de julho e agosto de 2009. Logo a seguir a pesquisadora entrou em contato com as pacientes para agendamento de encontros através de telefone, fornecido pela secretária da Clínica Belvivere. Neste contato foi marcado o primeiro encontro com as pacientes. No referido encontro foi feita a apresentação do projeto, onde ficaram esclarecidos os objetivos do mesmo, o 37 programa e como este iria ser realizado, o tempo que cada paciente precisaria dispor para efetuação do tratamento. Foi, ainda, fornecido um Termo de Consentimento Livre, Esclarecido e Informado – TCLEI (APÊNDICE D), para assinatura de cada participante. Após essa etapa, foi iniciada a preparação para coleta de dados, onde a pesquisadora preparou todo o ambiente para realização dos atendimentos. Após essa preparação foi realizada a fase de coleta de dados propriamente dita, onde cada paciente, ao chegar à Clínica, foi recepcionada pela pesquisadora, encaminhada até a sala de atendimento com o aparelho já disponível, e então foi feito a aplicação do laser, com potência de quatro joules, sob a supervisão da Fisioterapeuta da referida Clínica, Franciele F.P. Cirimbelli, a qual atuou como coorientadora deste projeto, sendo que após a aplicação da terapêutica a paciente foi liberada e comunicada sobre a hora do retorno, que se dava no dia seguinte, sempre respeitando às 24 horas de intervalo entre as aplicações do laser, sendo este procedimento repetido com cada participante. A sessão teve duração média de 10 minutos, onde a participante teve que dispor de 20 minutos para que pudessem ser feitas as avaliações quando necessário. Figura 2 – Aplicação do Laser na Cicatriz Fonte: Dados da Pesquisadora 38 No grupo controle foi marcado, na reunião com as mesmas, apenas três encontros. A cada encontro a paciente era recebida pela pesquisadora e encaminhada até a sala de atendimento onde era feito a avaliação. Ao término da sessão a paciente era informada do dia do retorno para a nova avaliação da ferida. Este procedimento foi repetido com cada participante. Os encontros ocorreram na primeira, quinta e décima sessão, simulando que tivesse ocorrido aplicação do laser. A pesquisa foi realizada durante o 1° e o 2° semestre de 2009, sendo que o período para a coleta dos dados ocorreu no percurso do 2° semestre de 2009, nos meses de julho a setembro. Foram realizadas 5 sessões semanais, totalizando 10 sessões. Sendo assim, para cada paciente, o período de coleta teve duração de 2 semanas. 3.4 Procedimentos para Coleta de Dados Os dados obtidos nas avaliações foram devidamente tabulados, analisados e avaliados pelo programa de estatística SpSS 17.0 para Windows utilizando o Teste t de Student para amostras independentes para comparação dos resultados entre os grupos sendo que, foi considerada como estatisticamente não significativa as questões que obteram p>0,05. Após realizado os testes estatísticos, os dados foram colocados no programa Microsoft Excel para construção de gráfico e assim, confrontados com a literatura científica. 39 4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 4.1 Caracterização da Amostra A população do presente estudo foi composta por pacientes unicamente do sexo feminino, no total de 10 pacientes, divididos em dois grupos. O Grupo 1 foi composto por 5 pacientes (50%), sendo o grupo aplicado. Com média de idade de 43,8 anos (DP±3,75 anos). A idade mínima foi de 34 anos e máxima 53 anos. O Grupo 2 foi composto por 5 pacientes (50%), sendo o grupo controle. Com média de idade de 41,2 anos (DP±6,50). A idade mínima foi de 34 anos e máxima 51 anos. No Grupo 1, o protocolo foi aplicado inicialmente nas pacientes num período médio de oitavo dia de pós-operatório, onde o período mais curto era de cinco dias e o mais longo de onze dias. No Grupo 2, a média de tempo de cirurgia foi de sete dias de pós-operatório, onde o período menor foi de quatro dias e o maior período foi de dez dias de pós-operatório, no início da conduta. Coutinho et al. (2006) afirmam que o período de pós-operatório pode interferir de maneira direta na ação das condutas Fisioterapêuticas, na recuperação dos pacientes em pós-operatório de cirurgia plástica. Estes pacientes estão susceptíveis a desenvolver complicações, sendo que desta maneira o tratamento Fisioterapêutico tardio pode prejudicar fazendo com que a recuperação do paciente seja menos saudável, de longa duração, com mais sofrimento e pode ainda comprometer o resultado final da cirurgia realizada. Em relação à raça das participantes, o Grupo 1 foi composto por 80% da raça branca e 20% da raça mulata, o Grupo 2 apresentou-se igualmente distribuído ao grupo 1. No Grupo 1, 80% já haviam realizado outro tipo de cirurgia anteriormente e 20% não haviam realizado. No Grupo 2, 100% das participantes já haviam realizado outro tipo de cirurgia anteriormente. Em ambos os grupos, 100% das pacientes não apresentaram quelóides e ou cicatrizes hipertróficas em nenhuma conduta realizada. 40 Alster e West (1997) e Sandoval (1999), afirmam em estudo realizado que os quelóides são mais susceptíveis na raça negra atingindo 4,5% a 16% desta população. A raça branca é menos susceptível a presença de quelóides, numa proporção de 1:3,5 a 1:15 em relação branco/negro. Alchorne e Abreu (2008) abordam em seu estudo a dermatologia da pele negra onde citou que a incidência de quelóides na pele branca é de 3 a 18 vezes menos freqüente em relação à raça negra. Antunes e Domingues (2008) afirmam que a incidência de quelóide assim como cicatriz hipertrófica é maior em negros, pardos, asiáticos e europeus do que em brancos. No Brasil, há a dificuldade de estimar-se a prevalência de cicatrizes hipertróficas e quelóidianas devido à miscigenação étnica. Quanto ao uso de medicamentos, no Grupo 1, 80% faz uso de medicamentos e 20% não utiliza. Das pacientes deste grupo que utilizam medicamentos, 20% fazem uso de Anti-Depressivo, 20% estimulante Tireóide e 40% tranqüilizante. No Grupo 2, 40% fazem uso de medicamentos e 60% não utilizam nenhuma substância, das participantes do grupo que fazem uso de medicamentos 20% utiliza antihipertensivo, vasodilatador, antiulceroso e antidiabético e 20% estabilizador de humor, antidepressivo e antiepilético, sendo que, para o cirurgião o qual acompanhou as pacientes este considera que nenhuma das medicações em uso apresenta alterações significativas para a cicatrização. Mesmo as participantes do Grupo 2 fazendo uso dessas medicações não houve melhora considerável como no Grupo 1. Vale salientar que as pacientes foram submetidas previamente a exames pré-operatórios para que pudessem realizar os procedimentos cirúrgicos. 4.2 Avaliação da Cicatriz No Grupo 1, na avaliação da cicatriz 100% das participantes não apresenta vam hematoma ao redor da cicatriz nas três avaliações realizadas e no Grupo 2 nas duas primeiras avaliações 80% não apresentou hematoma e 20% apresentou, na última avaliação 100% das participantes não apresentavam hematoma ao redor da cicatriz. 41 Estudo realizado por Stewart et al., (2006) em 278 pacientes submetidos a abdominoplastia, durante 5 anos em uma instituição sob os cuidados de quatro cirurgiões apontaram que 18% das pacientes sofreram complicações precoces, destes 3% apresentaram hematoma. No mesmo estudo, 25% apresentaram complicações tardias, destes 8% apresentaram cicatriz insatisfatória. Nurkim et al. (2002) afirmam em seu estudo que hematomas e seromas estão entre as complicações mais freqüentes após abdominoplastia. Borile et al (2005) em seu estudo relatam que o hematoma e o seroma são complicações corriqueiras no pós-operatório de abdominoplastia. O hematoma é menos comum que o seroma, porém, também é um achado tardio. Em relação ao edema na cicatriz, no Grupo 1 apenas 20% apresentaram edema na primeira avaliação e nas avaliações posteriores não havia presença de edema aparente e 80% das participantes, não apresentaram edema aparente em nenhuma das avaliações. No Grupo 2, na primeira avaliação 40% apresentou edema na cicatriz e 60% não havia edema aparente, na segunda avaliação 60% apresentou edema na cicatriz e 40% não apresentou e na última avaliação 20% apresentou edema na cicatriz e 80% não apresentou edema. Fretz e Zhong (1992) realizaram estudo para verificar os efeitos sobre a utilização de laser de baixa potência na cicatrização de feridas cutâneas em cavalos, onde verificou que feridas irradiadas por laser se apresentaram menos edematosas sugerindo efeito anti-inflamatório pela irradiação. Sueli et al (2002) em estudo sobre a avaliação do efeito de dois lasers de baixa potência AsGa e HeNe na dermatite tópica induzida em orelhas de camundongos, observaram que não houve presença de edema que comprometesse a cicatrização quando comparados os grupos tratados com o laser com os grupos controles. Quanto a diminuição da sensibilidade na cicatriz, no Grupo 1 nas duas primeiras avaliações 100% das participantes relataram diminuição da sensibilidade e na última avaliação 20% relataram sensibilidade normal e 80% ainda mantém a sensibilidade diminuída. No Grupo 2, nas três avaliações realizadas 80% das participantes relataram diminuição da sensibilidade e 20% relataram sensibilidade normal. Estudo realizado por Farah et al (2004), verificaram que uma das conseqüências pós cirúrgicas da abdominoplastia é a redução da sensibilidade. 42 Castus et al. (2009) afirmam que pacientes submetidas a abdominoplastia freqüentemente queixam-se da diminuição da sensibilidade na parede abdominal. Em seu estudo, realizado com 23 mulheres submetidas à abdominoplastia no período de julho de 2003 e janeiro de 2005, verificou a sensibilidade tátil, térmica e dolorosa no pré-operatório e pós-operatório destas pacientes observou que houve perda da sensibilidade, porém houve recuperação da sensibilidade em até seis meses do pós-operatório. Fels et al (2005) realizaram estudo com 35 pacientes e dividiram em dois grupos para avaliar a sensibilidade após abdominoplastia. O grupo controle foi composto por 10 pacientes que não realizaram cirurgia e 25 foram submetidas à abdominoplastia. Ao final, verificou que houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos, evidenciando a diminuição da sensibilidade após este tipo de cirurgia. No Grupo 1, quanto a presença de líquidos na cicatriz nas três avaliações realizadas 80% não apresentou nenhum tipo de líq uidos e 20% apresentou fibrina. No Grupo 2, nas duas primeiras avaliações 100% não apresentou nenhum tipo de líquido e na última avaliação 80% permaneceu não apresentando nenhum tipo de líquido e 20% apresentou fibrina. Stainki et al (1998) ao estudarem os benefícios do laser na regeneração do nervo radial em cães perceberam a diminuição da inflamação durante a cicatrização da pele. Vincensi e Carvalho (2002) ao estudarem a inflamação aguda induzida em ratos obtiveram com a utilização do laser de baixa potência resultados satisfatórios. Em estudo realizado por Tatarunas et al (1998), compararam a cicatrização de três grupos de gatos no pós operatório de ovariohisterectomia onde: o grupo A foi submetido a irradiação de 4 J/cm2, o grupo B foi submetido a irradiação com 2 J/cm2 e o grupo C não foi irradiado. Observou-se que, o acúmulo de líquido inflamatório na ferida foi menos freqüente nos grupos irradiados do que no grupo controle. No Grupo 1, nas duas primeiras avaliações 100% apresentaram crostas na cicatriz, sendo que na última avaliação 40% continuou apresentando crostas na cicatriz e 60% apresentaram poucas crostas. No Grupo 2 nas duas primeiras 43 avaliações 100% apresentou crostas e na última avaliação 80% continuou apresentando crostas e 20% não apresentou crostas. Tatarunas et al (1998) em seu estudo também evidenciaram que no quarto e oitavo dia de pós-operatório de ovariohisterectomia, 100% da amostra em estudo apresentou crostas nos 3 grupos avaliados e no décimo quinto dia de pós operatório teve diminuição significativa quanto a presença de crostas sendo esta maior no grupo não aplicado. Em relação à coloração da cicatriz, o Grupo 1 na primeira avaliação apresentou 60% cor vermelha e 40% cor roxa, na segunda avaliação 80% evolui para a cor rósea e 20% cor roxa, na última avaliação 100% do grupo apresentou coloração rósea. No Grupo 2, nas duas primeiras avaliações 40% apresentou coloração roxa e 60% coloração vermelha e na última avaliação 60% apresentou coloração rósea e 40% apresentou coloração roxa. Em relação à resistência da ferida, 100% do Grupo 1 e do Grupo 2, apresentou-se de maneira que não houvesse possibilidade de separação dos bordos da ferida sob tensão. A avaliação deste item foi realizada por manobra digital com auxílio dos dedos polegar e indicador simulando o afastamento das bordas da ferida. Matera et al (1994) em seu estudo sobre o efeito da irradiação soft-laser sobre o processo de cicatrização cutânea em felinos obtiveram aumento na força de tensão das feridas submetidas a irradiação laser principalmente nos estágios iniciais da cicatrização. Tatarunas et al (1998) em seu estudo também notaram cicatriz mais resistente a separação de seus bordos nas feridas irradiadas quando comparada com o grupo controle. Para melhor visualização da cicatriz, as fotos das pacientes tiradas em cada avaliação, encontram-se: Grupo 1 no APÊNDICE E e Grupo 2 no APÊNDICE F. 44 4.3 Avaliação do Tamanho da Ferida No presente estudo foram realizadas avaliações do tamanho da ferida sendo realizadas 4 medições: medida da largura lateral direita e esquerda, medida da largura do meio e medida do comprimento da cicatriz. 4.3.1 Medidas da Largura Lateral Direita As medidas da largura lateral direita foram realizadas nos 2 grupos, e a média foi comparada entre eles. A figura 3, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e 10ª sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos. Consideramos como medidas da largura lateral direita o ponto onde encontramos a cicatriz do dreno utilizado pelo cirurgião para drenagem dos líquidos no pós-operatório. No Grupo 1, a média da largura lateral direita na 1ª sessão foi de 7,42 (DP±2,82) e no Grupo 2, a média foi de 4,36 (DP±1,49). No Grupo 1, a média da largura lateral direita na 5ª sessão foi de 6,04 (DP±1,67) e no Grupo 2, a média foi de 5,02 (DP±2,47). No Grupo 1, a média da largura lateral direita na 10ª sessão foi de 4,34 (DP±2,19) e no Grupo 2, a média foi de 5,26 (DP±1,94). 45 Figura 3 – Medidas da Largura Lateral Direita 16 Média e Desvio Padrão 14 12 10 Grupo 1 8 Grupo 2 6 4 2 0 1ª Sessão 5ª Sessão 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 4.3.2 Medidas da Largura Lateral Esquerda As medidas da largura lateral esquerda foram realizadas nos 2 grupos, e a média foi comparada entre eles. A figura 4, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e 10ª sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos. Continuamos nos baseando como medidas da largura lateral esquerda o ponto onde encontramos a cicatriz do dreno utilizado pelo cirurgião para drenagem dos líquidos no pós-operatório. No Grupo 1, a média da largura lateral esquerda na 1ª sessão foi de 7,02 (DP±1,16) e no Grupo 2, a média foi de 5,68 (DP±3,05). No Grupo 1, a média da largura lateral esquerda na 5ª sessão foi de 6,30 (DP±0,72) e no Grupo 2, a média foi de 6,40 (DP±2,86). No Grupo 1, a média da largura lateral esquerda na 10ª sessão foi de 5,24 (DP±1,58) e no Grupo 2, a média foi de 6,38 (DP±2,67). 46 Figura 4 – Medidas da Largura Lateral Esquerda 16 Média e Desvio Padrão 14 12 10 Grupo 1 8 Grupo 2 6 4 2 0 1ª sessão 5ª sessão 10ª sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 4.3.3 Medidas da Largura do Meio As medidas da largura do meio foram realizadas nos 2 grupos, e a média foi comparada entre eles. A Figura 5, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e 10ª sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos. Para referenciar o ponto do meio na cicatriz utilizamos como referência a cicatriz umbilical. No Grupo 1, a média da largura do meio na 1ª sessão foi de 8,90 (DP±8,79) e no Grupo 2, a média foi de 4,48 (DP±1,84). No Grupo 1, a média da largura do meio na 5ª sessão foi de 7,52 (DP±8,94) e no Grupo 2, a média foi de 4,22 (DP±1,89). No Grupo 1, a média da largura do meio na 10ª sessão foi de 6,42 (DP±8,55) e no Grupo 2, a média foi de 5,46 (DP±3,51). 47 Figura 5 – Medidas da Largura do Meio 20 Média e Desvio Padrão 18 16 14 12 Grupo 1 10 Grupo 2 8 6 4 2 0 1ª sessão 5ª sessão 10ª sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 4.3.4 Medidas do Comprimento As medidas do comprimento foram realizadas nos 2 grupos, e a média foi comparada entre eles. A Figura 6, mostra a média das medidas na 1ª, 5ª e 10ª sessão, onde não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos. No Grupo 1, a média do comprimento na 1ª sessão foi de 48,50 (DP±6,80) e no Grupo 2, a média foi de 55,66 (DP±10,66). No Grupo 1, a média do comprimento na 5ª sessão foi de 48,06 (DP±6,61) e no Grupo 2, a média foi de 55,14 (DP±10,80). No Grupo 1, a média do comprimento na 10ª sessão foi de 47,30 (DP±6,42) e no Grupo 2, a média foi de 54,80 (DP±10,86). 48 Figura 6 – Medidas do Comprimento Média e Desvio Padrão 120 100 80 Grupo 1 60 Grupo 2 40 20 0 1ª sessão 5ª sessão 10ª sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Nas 3 medições das larguras realizadas, onde observamos as medidas da largura lateral direita e esquerda e a medida da largura do meio. Ao compararmos o Grupo 1 e o Grupo 2, pode-se perceber que a média da larguras laterais e do meio do Grupo 1 iniciou maior que o Grupo 2, porém ao término do período das avaliações o Grupo 1, sendo o grupo aplicado apresentou uma tendência à diminuição e o Grupo 2 em contrapartida demonstrou uma tendência ao aumento do tamanho da largura das laterais e do meio. Na medição do comprimento, comparando o Grupo 1 e o Grupo 2, podese perceber que a média do comprimento do Grupo 1 iniciou menor que o Grupo 2 e ao término do período das avaliações o Grupo 1, continuou tendo a média menor. Os dois grupos apresentaram tendência à diminuição, porém o Grupo 1 teve tendência maior à diminuição do que o Grupo 2. Vieira (2006), verificou o diâmetro de feridas cutâneas entre os 3 grupos, onde 2 grupos foram submetidos a irradiação e 1 grupo não submetido. O grupo irradiado com 4 J/cm2 e o grupo irradiado com 8 J/cm2 apresentaram menor diâmetro das feridas que o grupo controle. Neste mesmo estudo observou-se que os animais submetidos à laserterapia apresentaram bordas arredondadas e bem definidas quando comparadas ao grupo controle, onde estes apresentaram o processo de cicatrização mais lento com bordas irregulares e feridas com aspecto mais profundo. 49 Em estudo realizado por Marcon e André (2005) para analisar os efeitos do Laser GaAlInP no processo de cicatrização de feridas induzidas em ratos, concluíram que a aplicação do laser de baixa potência foi eficaz na aceleração do processo de cicatrização. A aplicação do laser foi capaz de promover a cicatrização definitiva da úlcera mais rapidamente nos animais irradiados quando comparados aos animais não irradiados. Neste mesmo estudo, percebeu-se a redução do processo inflamatório infeccioso em todos os animais irradiados independente da dose, podendo este ser o fator determinante na aceleração do processo cicatricial. Souza et al (1999) realizaram estudo sobre o uso do laser na cicatrização de úlceras em 6 pacientes, divididos igualmente em dois grupos, sendo um grupo tratado com o laser e outro tratado apenas com curativos. Percebeu que o grupo tratado com laser teve diminuição satisfatória da área da úlcera e o grupo controle teve aumento médio da área da úlcera no decorrer do tratamento. Dessa maneira, o grupo tratado teve um melhor desempenho que o grupo controle tendo diferença estatisticamente significante. Cormenzana et al (2008) afirmaram que a abdominoplastia é a cirurgia estética mais freqüente. No mesmo estudo, evidenciou em 17 pacientes a satisfação no pós-operatório da técnica cirúrgica. 50 7 CONCLUSÃO Neste estudo analisou-se a utilização do Laser de Baixa Potência em uma Amostra com Cicatrização no Pós-Operatório da Cirurgia de Abdominoplastia em Pacientes de uma Clínica de Cirurgia Plástica na Cidade de Criciúma-SC. Abdominoplastia é uma cirurgia freqüente, sendo de grande incidência em mulheres, geralmente no pós-parto devido à flacidez que se apresenta nestas. A procura deste método cirúrgico também vem sendo evidente pelo sexo masculino, porém devido aos constrangimentos e preconceitos vindo deste sexo em relação à estética, justifica-se o maior número desta incidência em mulheres. É um método cirúrgico confiável e associando à Fisioterapia Dermato-Funcional os resultados estéticos são visíveis e positivos. A partir da contextualização do problema, das hipóteses, dos objetivos específicos propostos e da análise dos resultados dos dados, obtiveram-se as seguintes conclusões: Em relação à questão problema no que se refere aos efeitos da laserterapia de baixa potência no processo de cicatrização do pós-operatório de abdominoplastia, conclui-se que os efeitos do laser nesta amostra foi satisfatório apresentando resultados melhores quando comparados com o grupo controle muito embora os resultados não tenham sido estatisticamente significativos. Em relação à primeira hipótese, que refere-se aos fatores que influenciam o processo de cicatrização da ferida para abdominoplastia, observou-se que neste estudo não houveram fatores que pudessem influenciar no processo cicatricial. Contudo, observamos que quando analisados os dois grupos, há uma cicatrização consideravelmente melhor no grupo que recebeu irradiação do laser. Em relação à segunda hipótese a qual se refere ao laserterapia de baixa potência e sua interferência no processo de regeneração da pele de pacientes que realizam ou não o tratamento , conclui-se que o laser de baixa potência influenciou no pós-operatório de abdominoplastia, resultando em uma melhor circulação sanguínea local e aceleração do processo cicatricial. Quanto a terceira hipótese que refere-se à dose ideal de irradiação para aplicação do laser de baixa potência, acredita-se que a dose ideal para a aplicação 51 do laser para a cicatrização seja de 4J/cm2 , sendo esta dose utilizada no estudo e apresentou eficácia no resultado final da cicatriz após 10 sessões. O primeiro objetivo específico proposto foi alcançado sendo possível elaborar, validar e aplicar o protocolo para coleta de dados e programa de tratamento referente à cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia. Em relação ao segundo objetivo foi possível caracterizar os sujeitos com cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia em estudo e correlacionar seu perfil com a literatura. Quanto ao terceiro objetivo proposto houve correlação entre o processo cicatricial e a utilização da laserterapia dos sujeitos em pós-operatório de abdominoplastia. No que diz respeito ao quarto objetivo proposto houve a possibilidade de verificar e registrar o quadro evolutivo após aplicação da laserterapia no processo de cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia Acredita-se que este estudo tenha atingido o quinto objetivo específico na contribuição para fundamentação científica da Fisioterapia Dermato-Funcional, pois a atuação da mesma através da aplicação da Laserterapia no processo cicatricial encontra-se escassa na Literatura Científica Nacional e Internacional. Os resultados obtidos no presente estudo e com bases estatísticas de significâncias demonstram, que não houve diferença estatística quando comparado os dois grupos. Porém, é evidente através dos resultados apresentados que o Grupo Aplicado teve uma cicatrização considerável quando comparado ao Grupo Controle. Sugere-se continuidade do estudo em um período maior de aplicação e acompanhamento do processo cicatricial do pós-operatório de abdominoplastia, a fim de verificar se a laserterapia de baixa potência apresenta eficácia significativa na cicatriz em um período mais extenso. 52 REFERÊNCIAS AGNE, Jonas E. Eletrotermoterapia, teoria e prática. Santa Maria, RS: Orium, 2005. ALCHORNE MM, de ABREU MA. Dermatologia na pele negra. Anais Brasileiros de Dermatologia. 2008;83(1):7-20. ALSTER TS, WEST TB. Treatment of scars: a review. Annals of Plastic Surgery. 1997;39(4):418-32. ANTUNES, Marcele Malgarejo; DOMINGUES, Carla Agne. 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Este instrumento faz parte do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado: A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA AlGaInP NA CICATRIZAÇÃO DO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA DE ABDOMINOPLASTIA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE CIRURGIA PLÁSTICA NA CIDADE DE CRICIÚMA-SC. Este instrumento será aplicado em pacientes que apresentarem cicatrização proveniente do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia, com objetivo de avaliar as mesmas. O Trabalho será realizado na Clínica Belvivere, durante cinco semanas. Tendo como critérios de inclusão: sexo feminino; ter realizado cirurgia de abdominoplastia; ser paciente da Clínica Belvivere. Como critérios de exclusão: histórico de neoplasia; apresentar outras patologias associadas; pacientes que não apresentarem-se assíduas as sessões durante o período de tratamento; estar realizando outro tratamento para auxílio da cicatrização. 60 APÊNDICE B AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DERMATO-FUNCIONAL 61 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DERMATO-FUNCIONAL Data do início: Data do Término: Dados de Identificação: Nome: Idade: Data de Nascimento: Estado Civil: Raça: Profissão: Endereço: Telefone: e-mail: Fisioterapeuta Responsável: Sinais Vitais FC: PA: FR: Anamnese Quando realizou a cirurgia? Está realizando outro tipo de tratamento para auxiliar a cicatrização? Já realizou alguma outra cirurgia? Teve ou tem problemas na cicatrização? Tem propensão a quelóides? Possui cicatrização do tipo hipertrófica? Possui alguma doença (dermatite)? Já teve algum tipo de câncer? Faz uso de algum medicamento? História Social: Fumante ( ) Não Fumante ( ) Ex-Fumante ( Tempo: Carteiras/dia: Parou há: Fumou durante: ) T°: 62 Etilista ( ) Não Etilista ( ) Diariamente ( ) Socialmente ( ) Atividade Física: Controle Alimentar: Inspeção: Pele: fina( ) grossa( ressecada ( ) Coloração: rosada ( ) Cor da pele: ( ) Branca ) flácida( pálida( ( ) Parda ) desidratada( ) cianose( ( ) Negra Hematoma ao redor da cicatriz: Presente ( ) ) hidratada( ) ) ( ) Amarela Ausente( ) Palpação: Tipo de pele: seca ( ) oleosa ( ) mista ( ) Edema ao redor da cicatriz: aparente ( ) não aparente ( ) Avaliação da Ferida: Tamanho da ferida: Comprimento: cm Largura: cm Coloração: Rósea ( ) Vermelha ( ) Outra: ________ Sensibilidade local: normal ( ) aumentada ( ) diminuída ( ) Temperatura local: normal ( ) aumentada ( ) diminuída ( ) Presença de líquidos: não ( ) sim ( ) Tipo: _____________ Presença de crostas: não ( ) sim ( ) Resistência da ferida: a) Deiscência ( ) b) Separação espontânea (tendência a deiscência) ( ) c) Separação dos bordos da ferida sob leve tensão ( ) d) Aderência dos bordos ( ) e) Cicatrização sem possibilidade de separação dos bordos da ferida sob tensão ( ) 63 APÊNDICE C TERMO DE AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA 64 65 APÊNDICE D TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, ESCLARECIDO E INFORMADO - TCLEI 66 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, ESCLARECIDO E INFORMADO (TCLEI) Você esta sendo convidada para participar, como voluntária em uma pesquisa. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte deste estudo, assine ao final deste documento que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra da pesquisadora responsável. Caso não aceite, você não será penalizada de forma alguma. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA Título: “A utilização do laser de baixa potência AlGaInP na cicatrização do pósoperatório da cirurgia de abdominoplastia em pacientes de uma clínica de cirurgia plástica na cidade de Criciúma-SC” Acadêmica Responsável: Joana Spilere Pieri Orientadora Técnica: Profª Ariete Inês Minetto Telefone para contato: 48-34760051/ 96049321 E-mail: [email protected] Os avanços na área da saúde ocorrem através de estudos como este, por isso sua participação é muito importante. O objetivo deste estudo é analisar os efeitos da laserterapia no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia. O estudo constará com 10 (dez) atendimentos sendo sua aplicação 2 (duas) vezes durante a semana. Em cada sessão será aplicado laser de baixa potência na cicatriz cirúrgica. Através desta terapêutica você não sofrerá riscos as sua saúde e poderá vir a apresentar melhora no aspecto da sua cicatriz cirúrgica. Você poderá ter todas as informações que necessitar e também deixar de participar da pesquisa ou retirar seu consentimento em qualquer momento. Pela sua participação no estudo, você não pagará e nem receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa não serão de sua responsabilidade. Cabe salientar o total sigilo de sua identidade, dados e resultados obtidos através do estudo e que sua participação será de grande contribuição para o entendimento científico desta forma de tratamento, vindo a beneficiar inúmeras pessoas 67 Também será necessário o registro de imagens fotográficas e/ou filmagem da cicatriz cirúrgica, tendo-se o cuidado da proteção de sua face para não identificação. Ao participar desta pesquisa você não será exposto a riscos. Consentimento da participação da pessoa como sujeito Eu,_____________________________________________,RG/CPF nº__________________ abaixo assinado, concordo em participar do estudo “A utilização do laser de baixa potência AlGaInP na cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia em pacientes de uma clínica de cirurgia plástica na cidade de Criciúma-SC”. Fui devidamente informada e esclarecida pela acadêmica Joana Spilere Pieri sobre a pesquisa e os procedimentos nela envolvidos. Criciúma ___/___/___. Nome e Assinatura: __________________________________________________ 68 APÊNDICE E IMAGENS DA CICATRIZ DAS PACIENTES – GRUPO 1 69 Paciente 1 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 1 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 1 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 70 Paciente 2 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 2 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 2 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 71 Paciente 3 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 3 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 3 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 72 Paciente 4 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 4 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 4 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 73 Paciente 5 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 5 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 5 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 74 APÊNDICE F IMAGENS DA CICATRIZ DAS PACIENTES – GRUPO 2 75 Paciente 1 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 1 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 1 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 76 Paciente 2 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 2 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 2 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 77 Paciente 3 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 3 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 3 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 78 Paciente 4 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 4 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 4 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 79 Paciente 5 – 1ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 5 – 5ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora Paciente 5 – 10ª Sessão Fonte: Dados da Pesquisadora 80 ANEXO 81 ANEXO A TERMO DE APROVAÇÃO DO PROJETO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP – UNESC) 82