A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PÓS - OPERATÓRIO DE
CIRURGIAS PLÁSTICAS: Abdominoplastia e lipoaspiração
THE IMPORTANCE OF NURSES IN POST - OPERATIVE SURGERY
PLASTIC: Abdominoplasty and Liposuction
Elizete Simão de Freitas1
Marcela Milrea Araújo Barros2
____________________________________
1
2
Enfermeira e Pós-graduanda em Estética e Cosmetologia, email: [email protected].
Mestre, Enfermeira e Docente do Curso de Enfermagem, Faculdade Interamericana de Porto Velho
– UNIRON RO. [email protected] . End. Rua José Vieira Caúla, n.º 5301, Res. Marina Casa 10,
Fone: 69 8405-7965.
2
RESUMO
Com a busca do corpo perfeito enfatizado pela mídia nacional e internacional, cada
vez se tornam mais viáveis para os indivíduos, a prática das cirurgias plásticas.
Dentre os procedimentos cirúrgicos mais realizados no Brasil, destaca-se o implante
de silicone nos seios, as variadas formas da lipoaspiração e as abdominoplastias.
Optou-se nessa pesquisa em detalhar os procedimentos de lipoaspiração e das
abdominoplastias visto que além de ser uma demanda mais eminente da realidade
estudada, ainda tem sido alvo de preocupações de especialistas quanto aos
cuidados pré e pós-operatórios das cirurgias.. É que com o intuito de compreender
como está sendo realizado esse acompanhamento do enfermeiro, que essa
pesquisa desenvolveu suas atividades visando analisar a importância do mesmo em
uma clínica de cirurgia plástica e estética no município de Porto Velho-RO. Para
tanto utilizou-se da pesquisa do tipo quali-quantitativa descritiva, com a aplicação de
questionário como instrumental de pesquisa, sendo aplicado a um grupo de
mulheres com idade variável entre 19 e 50 anos no período de setembro e outubro
de 2010, com o objetivo de compreender a atuação do profissional enfermeiro no
processo de pós-operatório das cirurgias de lipoaspiração e abdominoplastia. O
cuidado pós-operatório garante o sucesso do procedimento e principalmente diminui
os riscos de morte ou sequelas, por isso, a importância de estudar tal assunto.
Palavras – Chave: Cirurgias Plásticas. Enfermeiro. Pós-operatório. Recuperação.
ABSTRACT
With the pursuit of the perfect body emphasized by national and international media,
increasingly become more viable for individuals, the practice of plastic surgery.
Among the most common surgical procedures in Brazil, there is the silicone breast
implant, the various forms of liposuction and abdominoplasty. It was decided that
research in detail the procedures liposuction and tummy tucks because besides
being a demand most eminent reality studied, yet has been the subject of concerns
about the expert care and post-operative surgeries of .. Is that in order to understand
how this monitoring is being carried out by nurses, this research has developed its
activities in order to analyze the importance of it in a plastic surgery clinic and
aesthetics in the city of Porto Velho-RO. For this research we used the type qualiquantitative descriptive, with a questionnaire as research instrument, being applied to
a group of women with age ranging between 19 and 50 years from September and
October 2010, with the order to understand the role of the professional nurse in the
process of post-operative surgical liposuction and abdominoplasty. The postoperative
care ensures the success of the procedure and especially reduces the risk of death
or sequelae, so the importance of studying this subject.
Key - Words: Plastic Surgery. Nurse. Post-operative. Recovery.
3
1 INTRODUÇÃO
O desejo do corpo perfeito, os modelos de bem-estar físico e principalmente a
insatisfação levam os indivíduos a buscarem a idealização do que é bom, e muitas
vezes esquecem daquilo que é saudável ao seu organismo.
Essa realidade pode ser vista e contemplada nos jornais, noticiários,
reportagens e principalmente nas clínicas de estética e de beleza. Mulheres e
homens, jovens, adultos ou de meia idade que buscam incansavelmente pelo corpo
perfeito.
Essa busca pode trazer riscos para a vida desses indivíduos, especialmente
quando não existe orientação de um profissional especializado e devidamente
reconhecido em sua prática.
De acordo com estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Datafolha e pela
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ao analisar a cirurgia plástica no Brasil,
observou-se que, são realizadas aproximadamente 629 mil plásticas anualmente,
dessas
cirurgias
73%
são
cirurgias
plásticas
estéticas
e
27%
cirurgias
reparadoras/reconstrutoras. E, dentre as cirurgias plásticas mais realizadas, 21%
constituem-se de aumento de mama, 20% de lipoaspiração, 15% de abdômen, 12%
redução de mama e os 5% restantes de outras cirurgias como pálpebras, nariz,
rejuvenescimento, etc (DATAFOLHA, 2009).
Eis um dos motivos que existe a necessidade em falar sobre a importância do
enfermeiro no pós- operatório e resultado final da cirurgia plástica, visto que este
profissional possui conhecimentos científicos e técnicos para lidar com o paciente
neste momento delicado de pós operatório, tanto imediato, quanto tardio.
O enfermeiro que há tempos atrás tinha seu campo de atuação muitas vezes
restrito aos hospitais e clínicas que tratam e auxiliam no tratamento de outras
enfermidades, hoje tem seu campo de atuação ampliado e pode sim, estar
auxiliando nas cirurgias plásticas e na medicina estética, além de fazer parte da
equipe multiprofissional que deve compor as clínicas estéticas espalhadas pelo
Brasil.
É nessa realidade que essa pesquisa teve seu foco de atuação. A realização
de cirurgias plásticas em mulheres e a importância de se demonstrar que a
recuperação quando bem acompanhada, traz ao paciente, excelentes resultados no
4
pós – operatório e nos objetivos desejados pelo mesmo na realização de tal
procedimento.
Para tanto, essa pesquisa teve como objetivo geral, descrever as vantagens
do acompanhamento do enfermeiro no pós-operatório das cirurgias plásticas
Abdominoplastia e Lipoaspiração em uma clínica de procedimentos cirúrgicos e
estéticos e a utilização dos recursos disponíveis para a recuperação rápida e
satisfatória do paciente.
2 METODOLOGIA
Diante da finalidade da pesquisa, a mesma pode ser considerada como
pesquisa quali-quantitativa e descritiva, já que Gil (1999), propõe como objetivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno
ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
De acordo com Neves (1996, p.01) a pesquisa quali-quantitativa compreende
um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a
decodificar os componentes de um sistema complexo de significados, o que
representa que os dados colhidos foram apresentados e discutidos, visando
comparar e complementar com as respostas aferidas as perguntas abertas
respondidas no instrumental de coleta de dados.
A pesquisa caracterizou-se como exploratória já que teve como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito (GIL, 2007, p.41). A pesquisa em tela visou identificar os fatores que
contribuem para a prática desse profissional em clínicas estéticas e principalmente
de compreender profundamente essa atuação além das vantagens que se pode
obter com esse tipo de complemento ao tratamento.
A pesquisa foi realizada em uma Clínica de procedimentos cirúrgicos e
estéticos,
uma
empresa
privada,
cadastrada
no
Cadastro
Nacional
de
Estabelecimentos de saúde, no município de Porto Velho-RO desde 2008, com
finalidade exclusiva de realização das cirurgias plásticas e na realização de
procedimentos não-operatórios, porém estéticos.
A amostra da população que participou dessa pesquisa foi composta de 30
pacientes mulheres com idade entre 19 e 50 anos, que realizaram o procedimento
5
cirúrgico de abdominoplastia ou lipoaspiração na clínica da realização do estudo nos
meses de setembro e outubro de 2010.
O instrumental para a coleta de dados constituiu-se de prontuários e livros de
registro das pacientes que se internam na clínica de realização da pesquisa.
Em um segundo momento, foi aplicado um questionário composto de 24
perguntas abertas e fechadas, considerado semi-estruturado. O questionário foi
entregue a paciente pesquisada após contato prévio via contato telefônico e
assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O questionário
foi aplicado às mulheres que realizaram cirurgia plástica de abdominoplastia e
lipoaspiração na clínica de procedimentos cirúrgicos e estéticos, no período de
setembro e outubro de 2010.
Nessa pesquisa os dados foram analisados quali-quantitativamente, ou seja,
via uso de gráficos, tabelas ou quadros no programa Microsoft Office Excel 2007,
além da descrição das respostas dos sujeitos da pesquisa, a partir dos dados
obtidos via questionário aplicado.
O projeto foi aprovado no dia 29 de setembro de 2010 Folha de rosto n.º
5024.0.000.382-10, 169/2010 pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) das
Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados foram dispostos, apresentados e discutidos, inicialmente de forma
quantitativa via gráficos ou tabelas e posteriormente, no intermédio e em
consonância com a pesquisa, a discussão dos dados qualitativos da pesquisa. De
acordo com segue abaixo:
Gráfico 3.1 - Perfil das mulheres que realizaram cirurgia plástica: Abdominoplastia e lipoaspiração.
Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010.
7%
7%
20 a 30 anos
46%
40%
30 a 40 anos
40 a 50 anos
Em branco
Fonte: Freitas (2010)
6
O gráfico 3.1 representa a faixa etária do grupo de pesquisa. Lembrando que
todos os indivíduos que participaram desse estudo deveriam ser do gênero feminino
e com idade entre 19 a 50 anos. Lê-se que 14 (46%) das mulheres pesquisadas tem
faixa etária variante entre 20 e 30 anos, ao passo que 12 (40%) com 30 a 40 anos, e
2 (7%) com 40 a 50 anos e ainda 2 (7%) abstiveram-se de responder esse item da
pesquisa.
Os dados apresentados pela pesquisa comprovam que a faixa etária com
maior freqüência de realização dos procedimentos cirúrgicos estéticos corresponde
entre 19 à 50 anos, o que na pesquisa fora expresso em períodos etários
diferenciados, mas que relatam características semelhantes ao nível nacional do ano
anterior.
Gráfico 3.2 – Estado Civil das mulheres pesquisadas. Porto Velho-RO, no período de setembro e
outubro de 2010.
10%
3%
Solteira
10%
34%
Namorando
Casada
Separada
Outros
10%
Em branco
33%
Fonte: Freitas (2010)
O gráfico 3.2 apresenta o estado civil dos indivíduos pesquisados. Como se
pode perceber, 11 (34%) delas disseram estar solteiras, ao passo que 9 (33%)
disseram estar casadas, 3 (10%) que estão namorando e outros 3 (10%) que estão
separadas, e ainda,1 (3%) que tem outro tipo de estado civil. E 3 (10%) se
abstiveram de responder essa questão.
Percebe-se que a maioria das pacientes pesquisadas vivenciam um momento
do qual não possuem companheiros (fixos ou com relacionamento estável), o que
nos deixa inferir que as mulheres que estão casadas passam por menos
procedimentos cirúrgicos estéticos do que as que não possuem companheiro fixo.
Esse gráfico corrobora com o pensamento de Marthe (2010, p. 100) “o
casamento hoje é genuinamente um pacto e um compromisso entre iguais. E,
7
quando os parceiros estão de comum acordo, pode oferecer muito mais satisfação e
até mais saúde e paixão do que a vida em voo-solo”.
Gráfico 3.3 – Fator Econômico das mulheres pesquisadas: Dados referentes à faixa salarial.Porto
Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010.
7%
De R$ 501,00 a R$
1.000,00
50%
43%
De R$ 1.001,00 a
R$ 4.000,00
Mais de R$
4.000,00
Fonte: Freitas (2010)
Ao serem indagadas referente a faixa salarial ou renda familiar que possuem,
15 (50%) afirmaram que esse valor é maior que R$ 4.000,00 (quatro mil reais), 13
(43%) que a renda é variável entre R$ 1.000,01 (Mil reais e um centavo) a R$
4.000,00 (quatro mil reais) e apenas 2 (7%) disseram que essa renda é de R$
501,00 (quinheitos e um reais) a R$ 1.000,00 (mil reais).
Diante da faixa salarial, que em sua maioria, tem uma renda maior de R$
4.000,00 (quatro mil reais) é possível concordar com os autores Auricchio e
Massarolo (2007, p. 68) que nos diz que “devemos considerar que os procedimentos
de ordem estética são onerosos, necessitando, na maioria das vezes de
manutenção periódica, além de não serem cobertos pelos planos de saúde”.
Porém, atualmente, estão sendo mais conhecidos e disseminados formas
diferenciadas de pagamento, como por exemplo, consórcios e financiamentos de
cirurgias estéticas. Com esse novo movimento, é compreensivel que indivíduos com
renda inferior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) possam estar custeando seu
procedimento cirúrgico e assim realizar seu sonho ou seu desejo.
8
Gráfico 3.4 – Atividade Profissional desempenhada pelas mulheres que participaram da pesquisa.
Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010.
Funcionária Pública
17%
20%
Funcionária de
Empresa Particular
23%
40%
Empresária
Fonte: Freitas (2010).
Tabela 3.1- Pergunta: Quantas cirurgias você já realizou em sua história de vida (isso inclui
cesariana)?
Quantidade
Número
Porcentagem (%)
00 – 02
19
63%
02 – 03
9
30%
04 – 05
2
7%
Fonte: Freitas (2010)
A tabela 3.1 representa o número de cirurgias já realizadas pelas pacientes
que participaram do estudo, o que incluia parto cesariana. Como se pode notar, 19
(63%) das mulheres pesquisadas já realizaram, uma ou duas cirurgias. Ao passo
que 9 (30%) delas afirmaram ter realizado duas ou três cirurgias e ainda 2 (7%) que
realizaram quatro ou cinco procedimentos cirúrgicos.
Pouco existe a respeito das possíveis consequências referentes a realização
de inúmeras cirurgias e a posterior prática de cirurgias estéticas, neste caso, fica
complexo inferir com a base teórica necessária. Ao que se sabe, empiricamente e
com os estudos nessa questão, é que conforme são realizadas as cirurgias, o
tecido sempre será lesionado, dificultando cada vez mais a recuperaçao, o que pode
acarretar riscos a paciente e ao efeito desejado do procedimento cirúrgico.
9
Gráfico 3.5 – Tipificação da cirurgia realizada. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de
2010.
7%
Lipoaspiração
7%
clássica
13%
50%
13%
3%
7%
Lipoaspiração com
outra cirurgia
Abdominoplastia
clássica
Lipoabdominoplasti
a
Fonte: Freitas (2010)
O gráfico 3.5 questionou as pacientes pesquisadas no que se refere ao tipo
de procedimento cirúrgico que fora realizado. Como se pode perceber, 15 (50%) da
amostra pesquisada realizaram lipoaspiração clássica, 4 (13%) realizaram
lipoabdominoplastia e abdominoplastia com outra cirurgia, 2 (7%) fizeram
lipoaspiração com outra cirurgia, 2 (7%) realizaram outras cirurgias e 2 (7%)
abstiveram-se de responder essa questão.
Esse gráfico retrata uma realidade similiar com a do Instituto Datafolha do ano
de 2009 referente ao perfil das cirurgias plásticas no Brasil, dos quais revelam que
35% das cirurgias plásticas realizadas são de lipoaspiração e de abdomen e suas
vertentes. (DATAFOLHA, 2009).
Ainda é importante caracterizar que algumas pacientes realizaram cirurgias
concomitantes, como por exemplo, lipoaspiração mais implante de silicone. Essa
realidade de acordo com Jatene e Barbosa (2005, p.68) “sabemos que a prática de
cirurgias combinadas aumenta a morbidade, levando a maior tempo de internação,
maior índice de transfusão sangüínea no intra e pós-operatório, maior incidência de
infecções graves e tromboembolismo”.
10
Gráfico 3.6 – Realização de pré-operatório referente ao procedimento estético realizado. Porto
Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010.
23%
Sim
77%
Não
Fonte: Freitas (2010)
No gráfico 3.6 as pacientes foram questionadas se realizaram algum
acompanhamento pré-operatório. Como se pode perceber, 23 (77%) disseram que
realizaram o pré-operatório da cirurgia plástica, porém, 7 (23%) afirmaram que não
realizaram.
Das que afirmaram que realizaram algum tipo de acompanhamento préoperatório, 23 (62%) disseram ter realizado acompanhamento com o médico, 10
(27%) que realizaram drenagem linfática, 3 (8%) abstiveram-se de responder e 1
(3%) disseram que fizeram outros procedimentos.
A importância do pré-operatório já fora descrita anteriormente, e se torna
necessário frisar esse momento, pois, ele pode ser determinante para o sucesso do
procedimento cirúrgico. O acompanhamento médico é essencial já que se constroí a
história de vida do paciente, realiza-se o controle dos sinais vitais e são realizados
exames físicos e laboratorias, além de retirar todas as dúvidas dos pacientes antes
do prosseguimento da cirurgia. (BRUNNER & SUDDARTH,2005).
Gráfico 3.7 – Percepção das pacientes frente à importância do pós-operatório de cirurgias plásticas.
Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010.
6%
Muito
Importante
27%
Importante
67%
Fonte: Freitas (2010)
Pouco
Importante
11
No gráfico 3.7 as pacientes participantes da pesquisa em tela foram
questionadas, para elas, qual seria a importância do pós-operatório de uma cirurgia
estética. Sendo que 20 (67%) afirmaram ser muito importante, 8 (27%) que seria
importante e 2 (6%) que seria pouco importante.
De acordo com Goin e Goin (1986) apud Auricchio e Massarollo (2007, p.69)
“a maioria dos clientes tende a negar, ou a não valorizar a possibilidade de
complicações, mesmo quando exaustivamente orientada a respeito”. Em outras
palavras, a cirurgia plástica é um procedimento como outro qualquer, que requer os
mesmos cuidados e riscos, o que nem sempre é levado em consideração para o
paciente.
Tabela 3.2- Pergunta: Para você o profissional enfermeiro (a) foi importante no seu processo pósoperatório da cirurgia plástica?
Respostas
Número
Porcentagem (%)
Muito Importante
20
67%
Importante
8
27%
Pouco Importante
1
3%
Nada Importante
1
3%
Fonte: Freitas (2010)
De acordo com a tabela 3.2, na qual as pacientes pesquisadas foram
indagadas da importância do profissional enfermeiro no período pós-operatório, lê-se
que 67% acreditam que ele é muito importante, ao passo que 27% dissem que ele é
importante e 3%, respectivamente, que é pouco ou nada importante.
Ainda se torna importante que quando indagadas a respeito de seguir as
recomendações do médico e da equipe para assim atingir o efeito desejado,
afirmaram em sua totalidade, ou seja, 100% que acreditam nessa importância para
atingir os resultados.
Como justificativas afirmaram que “o enfermeiro tem uma grande importância
no pós-operatório para os remédios, no levantar e deitar, uma segurança melhor”
(sic), “é passada uma confiança muito maior de que as coisas não vão se complicar,
eu fiquei mas segura” (sic), “eles passam confiança de que vamos ficar bem, que a
cirurgia ocorrerá bem antes e depois de operar” (sic), “o enfermeiro pode
proporcionar o controle da recuperação, ele pode amenizar a dor”(sic).
12
E ainda como respostas disseram que: “em cuidados e atenção com os
remédios, os banhos, o que faz nos sentirmos tão inúteis nesse período de
recuperação”(sic), “profissional capacitado para tirar dúvidas, mais acessível,
disponível para auxiliar no auto-cuidado” (sic), “cuidados no pós-imediato,
medicação nos horário para alívio da dor, auxiliar com técnicas para facilitar o dia-adia” (sic) e “prepararo para a cirurgia, acompanhamento mais próximo, orientação
quanto aos cuidados que de vem ser tomados com o pós” (sic).
Outras afirmações, como, por exemplo: “o enfermeiro é fundamental no pósoperatório até porque ele é o profissional que acompanha de perto todo o processo
e cuidados” (sic), “temos um acesso muito maior no dia-a-dia facilitando assim a
retirada de dúvidas, orientações, nos transmitindo segurança” (sic), “mais próximo do
paciente no decorrer de toda cirurgia, muitas vezes nem precisa levar minhas
dúvidas ao médico” (sic), “foi essencial no ensino de técnicas para meu autocuidado” (sic), “é imporante pelo fato de que sem um ótimo tratamento, não haverá
resultados satisfatórios (psicológicos e corpo). O enfermeiro é essencial, pois, só o
médico, em si não faz tanto efeito” (sic), entre outras respostas.
Em suma, caracterizaram o enfermeiro como sendo aquele que atua
diretamente com o paciente e que realiza cuidados básicos para o sucesso do pósoperatório, o que corrobora com Waldow (1992, p.30) apud Bedin et al. (2005,
p.123) que “cuidado pode ser considerado como a conotação de atenção,
preocupação para, responsabilidade por, observar com atenção, com afeto, amor ou
simpatia. Em geral, o termo implica a ideia de fazer, de ação”.
Tabela 3.3- Na sua cirurgia plástica, você teve acompanhamento de um enfermeiro nos processo de
pré, durante e pós-operatório?
Respostas
Número
Porcentagem (%)
Sim
25
83%
Não
3
10%
Outros
2
7%
Fonte: Freitas (2010)
Na tabela 3.3 as pacientes foram questionadas se na cirurgia que realizaram
tiveram acompanhamento do profissional enfermeiro nos períodos de pré, durante e
pós-operatório, sendo que 83% afirmaram que foram acompanhadas, 10% que não
foram e 7% que foram acompanhadas parcialmente por esse profissional.
13
E ainda das que foram acompanhadas em todos os processos pelo
enfermeiro (a) disseram, em 87% dos casos, que esse acompanhamento foi
satisfatório.
E como justificativas, as pacientes afirmaram que “orientação no pré e pós,
ajudou com técnicas como colocação da cinta” (sic), “importante para a recuperação,
esclarecer dúvidas e ajudar de perto, todo dia da recuperação” (sic), “o
acompanhamento diário, tirando dúvidas e ajudando no processo de recuperação”
(sic), “uma boa orientação, um cuidado especial” (sic), “foi satisfatório, tirava
dúvidas, sempre que senti dor quando estava internada era bem tratada e com
rapidez, na verdade fui tratada como uma rainha” (sic), “sem ele o meu pós não
seria completo nem satisfatório” (sic), “ele tem papel único, muito importante, em
todo o auxilio psicológico e a segurança” (sic).
Outras respostas dessa afirmação: “um profissional capacitado e seguro”
(sic), “apoio psicológico e emocional” (sic), “técnicas para alívio da dor e inchaço
com a drenagem linfática” (sic), “ao longo do processo passam uma energia, que
ajuda muito além do simples auxílio” (sic) e outras afirmações.
O acompanhamento do enfermeiro no período pré, peri e pós-operatório é
fundamental para o sucesso da cirurgia e no alcance dos desejos do paciente. O
que confirma, diante da reprodução dos pensamentos das pacientes, o que Santos
et al (2002, p.26) apud Bedin et al (2005, p.124) dizem a respeito dos processos
pré, peri e pós-operatório, “a qualidade da assistência de enfermagem nesse
momento é capaz de contribuir para avaliar a tensão, ao transmitir para o cliente
informações que lhe permitam enfrentar a situação em que se encontra com menos
temor”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na sociedade atual, as cirurgias plásticas transformaram-se em um fenômeno
abrangente e preocupante, ao mesmo tempo. Abrangente, pois, uma boa parcela da
população está tendo mais acesso a esse tipo de procedimento e técnica.
Preocupante, já que apesar de ser um procedimento de beleza, ainda é uma cirurgia
e tem seus riscos e consequências.
É no quesito de preocupação com a prática desordenada das cirurgias
plásticas de que essa pesquisa foi fonte de inspiração. Ao realizar o procedimento
14
existem padrões a serem efetuados pelo cliente antes e depois de tal ação, ou seja,
o período pré e pós-operatório. Que são de fundamental cuidado para a satisfação
da cirurgia estética e na obtenção dos resultados desejados.
O objetivo geral dessa pesquisa foi alcançado já que descreveu as vantagens
do acompanhamento do enfermeiro no pós-operatório das cirurgias plásticas
Abdominoplastia e Lipoaspiração em uma clínica de procedimentos cirúrgicos e
estéticos e a utilização dos recursos disponíveis para a recuperação rápida e
satisfatória do paciente.
As vantagens do enfermeiro no processo de pós-operatório na clínica de
estudo demonstraram que, de acordo com o olhar do paciente cirúrgico, esse
profissional auxilia na segurança e no apoio psicológico e emocional posterior e
anterior ao procedimento, fornece esclarecimentos e tira dúvidas quanto aos riscos
da cirurgia, presta assistência nos momentos de dor e em atividades rotineiras,
como levantar e movimentar-se, e ainda em concomitância com o médico orienta e
educa nos quesitos de pós-operatório e nos possíveis tratamentos estéticos que
auxiliam em uma melhora rápida e eficaz.
É possível questionar-se quais seriam as vantagens de se fazer um
acompanhamento pós operatório adequado com o profissional enfermeiro. O pósoperatório em si, traz riscos ao paciente de, por exemplo, trombose, má-cicatrização,
entre outros. Um acompanhamento com um profissional capacitado diminui as
chances de riscos ao paciente e aumenta as possibilidades de obter os resultados
desejados na realização da cirurgia plástica. Já a ausência desse profissional e a
utilização de tratamentos estéticos concomitantes sem a presença do mesmo pode
trazer riscos de prejudicar o bom andamento do procedimento cirúrgico.
É só conscientizando e criando políticas públicas de acesso ao conhecimento
dos indivíduos, que os riscos serão divulgados e os cuidados serão redobrados por
quem realiza as cirurgias plásticas. Além de ser uma questão pessoal de cada um,
deve ser uma questão política e social do governo brasileiro, o que diminuirá
certamente, os casos de mortes em decorrência da prática errônea ou equivocada
de profissionais na realização das cirurgias plásticas.
15
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a tomada de decisão. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 1, mar. 2007.
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A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PÓS