A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PÓS - OPERATÓRIO DE CIRURGIAS PLÁSTICAS: Abdominoplastia e lipoaspiração THE IMPORTANCE OF NURSES IN POST - OPERATIVE SURGERY PLASTIC: Abdominoplasty and Liposuction Elizete Simão de Freitas1 Marcela Milrea Araújo Barros2 ____________________________________ 1 2 Enfermeira e Pós-graduanda em Estética e Cosmetologia, email: [email protected]. Mestre, Enfermeira e Docente do Curso de Enfermagem, Faculdade Interamericana de Porto Velho – UNIRON RO. [email protected] . End. Rua José Vieira Caúla, n.º 5301, Res. Marina Casa 10, Fone: 69 8405-7965. 2 RESUMO Com a busca do corpo perfeito enfatizado pela mídia nacional e internacional, cada vez se tornam mais viáveis para os indivíduos, a prática das cirurgias plásticas. Dentre os procedimentos cirúrgicos mais realizados no Brasil, destaca-se o implante de silicone nos seios, as variadas formas da lipoaspiração e as abdominoplastias. Optou-se nessa pesquisa em detalhar os procedimentos de lipoaspiração e das abdominoplastias visto que além de ser uma demanda mais eminente da realidade estudada, ainda tem sido alvo de preocupações de especialistas quanto aos cuidados pré e pós-operatórios das cirurgias.. É que com o intuito de compreender como está sendo realizado esse acompanhamento do enfermeiro, que essa pesquisa desenvolveu suas atividades visando analisar a importância do mesmo em uma clínica de cirurgia plástica e estética no município de Porto Velho-RO. Para tanto utilizou-se da pesquisa do tipo quali-quantitativa descritiva, com a aplicação de questionário como instrumental de pesquisa, sendo aplicado a um grupo de mulheres com idade variável entre 19 e 50 anos no período de setembro e outubro de 2010, com o objetivo de compreender a atuação do profissional enfermeiro no processo de pós-operatório das cirurgias de lipoaspiração e abdominoplastia. O cuidado pós-operatório garante o sucesso do procedimento e principalmente diminui os riscos de morte ou sequelas, por isso, a importância de estudar tal assunto. Palavras – Chave: Cirurgias Plásticas. Enfermeiro. Pós-operatório. Recuperação. ABSTRACT With the pursuit of the perfect body emphasized by national and international media, increasingly become more viable for individuals, the practice of plastic surgery. Among the most common surgical procedures in Brazil, there is the silicone breast implant, the various forms of liposuction and abdominoplasty. It was decided that research in detail the procedures liposuction and tummy tucks because besides being a demand most eminent reality studied, yet has been the subject of concerns about the expert care and post-operative surgeries of .. Is that in order to understand how this monitoring is being carried out by nurses, this research has developed its activities in order to analyze the importance of it in a plastic surgery clinic and aesthetics in the city of Porto Velho-RO. For this research we used the type qualiquantitative descriptive, with a questionnaire as research instrument, being applied to a group of women with age ranging between 19 and 50 years from September and October 2010, with the order to understand the role of the professional nurse in the process of post-operative surgical liposuction and abdominoplasty. The postoperative care ensures the success of the procedure and especially reduces the risk of death or sequelae, so the importance of studying this subject. Key - Words: Plastic Surgery. Nurse. Post-operative. Recovery. 3 1 INTRODUÇÃO O desejo do corpo perfeito, os modelos de bem-estar físico e principalmente a insatisfação levam os indivíduos a buscarem a idealização do que é bom, e muitas vezes esquecem daquilo que é saudável ao seu organismo. Essa realidade pode ser vista e contemplada nos jornais, noticiários, reportagens e principalmente nas clínicas de estética e de beleza. Mulheres e homens, jovens, adultos ou de meia idade que buscam incansavelmente pelo corpo perfeito. Essa busca pode trazer riscos para a vida desses indivíduos, especialmente quando não existe orientação de um profissional especializado e devidamente reconhecido em sua prática. De acordo com estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Datafolha e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ao analisar a cirurgia plástica no Brasil, observou-se que, são realizadas aproximadamente 629 mil plásticas anualmente, dessas cirurgias 73% são cirurgias plásticas estéticas e 27% cirurgias reparadoras/reconstrutoras. E, dentre as cirurgias plásticas mais realizadas, 21% constituem-se de aumento de mama, 20% de lipoaspiração, 15% de abdômen, 12% redução de mama e os 5% restantes de outras cirurgias como pálpebras, nariz, rejuvenescimento, etc (DATAFOLHA, 2009). Eis um dos motivos que existe a necessidade em falar sobre a importância do enfermeiro no pós- operatório e resultado final da cirurgia plástica, visto que este profissional possui conhecimentos científicos e técnicos para lidar com o paciente neste momento delicado de pós operatório, tanto imediato, quanto tardio. O enfermeiro que há tempos atrás tinha seu campo de atuação muitas vezes restrito aos hospitais e clínicas que tratam e auxiliam no tratamento de outras enfermidades, hoje tem seu campo de atuação ampliado e pode sim, estar auxiliando nas cirurgias plásticas e na medicina estética, além de fazer parte da equipe multiprofissional que deve compor as clínicas estéticas espalhadas pelo Brasil. É nessa realidade que essa pesquisa teve seu foco de atuação. A realização de cirurgias plásticas em mulheres e a importância de se demonstrar que a recuperação quando bem acompanhada, traz ao paciente, excelentes resultados no 4 pós – operatório e nos objetivos desejados pelo mesmo na realização de tal procedimento. Para tanto, essa pesquisa teve como objetivo geral, descrever as vantagens do acompanhamento do enfermeiro no pós-operatório das cirurgias plásticas Abdominoplastia e Lipoaspiração em uma clínica de procedimentos cirúrgicos e estéticos e a utilização dos recursos disponíveis para a recuperação rápida e satisfatória do paciente. 2 METODOLOGIA Diante da finalidade da pesquisa, a mesma pode ser considerada como pesquisa quali-quantitativa e descritiva, já que Gil (1999), propõe como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. De acordo com Neves (1996, p.01) a pesquisa quali-quantitativa compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados, o que representa que os dados colhidos foram apresentados e discutidos, visando comparar e complementar com as respostas aferidas as perguntas abertas respondidas no instrumental de coleta de dados. A pesquisa caracterizou-se como exploratória já que teve como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito (GIL, 2007, p.41). A pesquisa em tela visou identificar os fatores que contribuem para a prática desse profissional em clínicas estéticas e principalmente de compreender profundamente essa atuação além das vantagens que se pode obter com esse tipo de complemento ao tratamento. A pesquisa foi realizada em uma Clínica de procedimentos cirúrgicos e estéticos, uma empresa privada, cadastrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de saúde, no município de Porto Velho-RO desde 2008, com finalidade exclusiva de realização das cirurgias plásticas e na realização de procedimentos não-operatórios, porém estéticos. A amostra da população que participou dessa pesquisa foi composta de 30 pacientes mulheres com idade entre 19 e 50 anos, que realizaram o procedimento 5 cirúrgico de abdominoplastia ou lipoaspiração na clínica da realização do estudo nos meses de setembro e outubro de 2010. O instrumental para a coleta de dados constituiu-se de prontuários e livros de registro das pacientes que se internam na clínica de realização da pesquisa. Em um segundo momento, foi aplicado um questionário composto de 24 perguntas abertas e fechadas, considerado semi-estruturado. O questionário foi entregue a paciente pesquisada após contato prévio via contato telefônico e assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O questionário foi aplicado às mulheres que realizaram cirurgia plástica de abdominoplastia e lipoaspiração na clínica de procedimentos cirúrgicos e estéticos, no período de setembro e outubro de 2010. Nessa pesquisa os dados foram analisados quali-quantitativamente, ou seja, via uso de gráficos, tabelas ou quadros no programa Microsoft Office Excel 2007, além da descrição das respostas dos sujeitos da pesquisa, a partir dos dados obtidos via questionário aplicado. O projeto foi aprovado no dia 29 de setembro de 2010 Folha de rosto n.º 5024.0.000.382-10, 169/2010 pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) das Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados foram dispostos, apresentados e discutidos, inicialmente de forma quantitativa via gráficos ou tabelas e posteriormente, no intermédio e em consonância com a pesquisa, a discussão dos dados qualitativos da pesquisa. De acordo com segue abaixo: Gráfico 3.1 - Perfil das mulheres que realizaram cirurgia plástica: Abdominoplastia e lipoaspiração. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. 7% 7% 20 a 30 anos 46% 40% 30 a 40 anos 40 a 50 anos Em branco Fonte: Freitas (2010) 6 O gráfico 3.1 representa a faixa etária do grupo de pesquisa. Lembrando que todos os indivíduos que participaram desse estudo deveriam ser do gênero feminino e com idade entre 19 a 50 anos. Lê-se que 14 (46%) das mulheres pesquisadas tem faixa etária variante entre 20 e 30 anos, ao passo que 12 (40%) com 30 a 40 anos, e 2 (7%) com 40 a 50 anos e ainda 2 (7%) abstiveram-se de responder esse item da pesquisa. Os dados apresentados pela pesquisa comprovam que a faixa etária com maior freqüência de realização dos procedimentos cirúrgicos estéticos corresponde entre 19 à 50 anos, o que na pesquisa fora expresso em períodos etários diferenciados, mas que relatam características semelhantes ao nível nacional do ano anterior. Gráfico 3.2 – Estado Civil das mulheres pesquisadas. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. 10% 3% Solteira 10% 34% Namorando Casada Separada Outros 10% Em branco 33% Fonte: Freitas (2010) O gráfico 3.2 apresenta o estado civil dos indivíduos pesquisados. Como se pode perceber, 11 (34%) delas disseram estar solteiras, ao passo que 9 (33%) disseram estar casadas, 3 (10%) que estão namorando e outros 3 (10%) que estão separadas, e ainda,1 (3%) que tem outro tipo de estado civil. E 3 (10%) se abstiveram de responder essa questão. Percebe-se que a maioria das pacientes pesquisadas vivenciam um momento do qual não possuem companheiros (fixos ou com relacionamento estável), o que nos deixa inferir que as mulheres que estão casadas passam por menos procedimentos cirúrgicos estéticos do que as que não possuem companheiro fixo. Esse gráfico corrobora com o pensamento de Marthe (2010, p. 100) “o casamento hoje é genuinamente um pacto e um compromisso entre iguais. E, 7 quando os parceiros estão de comum acordo, pode oferecer muito mais satisfação e até mais saúde e paixão do que a vida em voo-solo”. Gráfico 3.3 – Fator Econômico das mulheres pesquisadas: Dados referentes à faixa salarial.Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. 7% De R$ 501,00 a R$ 1.000,00 50% 43% De R$ 1.001,00 a R$ 4.000,00 Mais de R$ 4.000,00 Fonte: Freitas (2010) Ao serem indagadas referente a faixa salarial ou renda familiar que possuem, 15 (50%) afirmaram que esse valor é maior que R$ 4.000,00 (quatro mil reais), 13 (43%) que a renda é variável entre R$ 1.000,01 (Mil reais e um centavo) a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) e apenas 2 (7%) disseram que essa renda é de R$ 501,00 (quinheitos e um reais) a R$ 1.000,00 (mil reais). Diante da faixa salarial, que em sua maioria, tem uma renda maior de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) é possível concordar com os autores Auricchio e Massarolo (2007, p. 68) que nos diz que “devemos considerar que os procedimentos de ordem estética são onerosos, necessitando, na maioria das vezes de manutenção periódica, além de não serem cobertos pelos planos de saúde”. Porém, atualmente, estão sendo mais conhecidos e disseminados formas diferenciadas de pagamento, como por exemplo, consórcios e financiamentos de cirurgias estéticas. Com esse novo movimento, é compreensivel que indivíduos com renda inferior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) possam estar custeando seu procedimento cirúrgico e assim realizar seu sonho ou seu desejo. 8 Gráfico 3.4 – Atividade Profissional desempenhada pelas mulheres que participaram da pesquisa. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. Funcionária Pública 17% 20% Funcionária de Empresa Particular 23% 40% Empresária Fonte: Freitas (2010). Tabela 3.1- Pergunta: Quantas cirurgias você já realizou em sua história de vida (isso inclui cesariana)? Quantidade Número Porcentagem (%) 00 – 02 19 63% 02 – 03 9 30% 04 – 05 2 7% Fonte: Freitas (2010) A tabela 3.1 representa o número de cirurgias já realizadas pelas pacientes que participaram do estudo, o que incluia parto cesariana. Como se pode notar, 19 (63%) das mulheres pesquisadas já realizaram, uma ou duas cirurgias. Ao passo que 9 (30%) delas afirmaram ter realizado duas ou três cirurgias e ainda 2 (7%) que realizaram quatro ou cinco procedimentos cirúrgicos. Pouco existe a respeito das possíveis consequências referentes a realização de inúmeras cirurgias e a posterior prática de cirurgias estéticas, neste caso, fica complexo inferir com a base teórica necessária. Ao que se sabe, empiricamente e com os estudos nessa questão, é que conforme são realizadas as cirurgias, o tecido sempre será lesionado, dificultando cada vez mais a recuperaçao, o que pode acarretar riscos a paciente e ao efeito desejado do procedimento cirúrgico. 9 Gráfico 3.5 – Tipificação da cirurgia realizada. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. 7% Lipoaspiração 7% clássica 13% 50% 13% 3% 7% Lipoaspiração com outra cirurgia Abdominoplastia clássica Lipoabdominoplasti a Fonte: Freitas (2010) O gráfico 3.5 questionou as pacientes pesquisadas no que se refere ao tipo de procedimento cirúrgico que fora realizado. Como se pode perceber, 15 (50%) da amostra pesquisada realizaram lipoaspiração clássica, 4 (13%) realizaram lipoabdominoplastia e abdominoplastia com outra cirurgia, 2 (7%) fizeram lipoaspiração com outra cirurgia, 2 (7%) realizaram outras cirurgias e 2 (7%) abstiveram-se de responder essa questão. Esse gráfico retrata uma realidade similiar com a do Instituto Datafolha do ano de 2009 referente ao perfil das cirurgias plásticas no Brasil, dos quais revelam que 35% das cirurgias plásticas realizadas são de lipoaspiração e de abdomen e suas vertentes. (DATAFOLHA, 2009). Ainda é importante caracterizar que algumas pacientes realizaram cirurgias concomitantes, como por exemplo, lipoaspiração mais implante de silicone. Essa realidade de acordo com Jatene e Barbosa (2005, p.68) “sabemos que a prática de cirurgias combinadas aumenta a morbidade, levando a maior tempo de internação, maior índice de transfusão sangüínea no intra e pós-operatório, maior incidência de infecções graves e tromboembolismo”. 10 Gráfico 3.6 – Realização de pré-operatório referente ao procedimento estético realizado. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. 23% Sim 77% Não Fonte: Freitas (2010) No gráfico 3.6 as pacientes foram questionadas se realizaram algum acompanhamento pré-operatório. Como se pode perceber, 23 (77%) disseram que realizaram o pré-operatório da cirurgia plástica, porém, 7 (23%) afirmaram que não realizaram. Das que afirmaram que realizaram algum tipo de acompanhamento préoperatório, 23 (62%) disseram ter realizado acompanhamento com o médico, 10 (27%) que realizaram drenagem linfática, 3 (8%) abstiveram-se de responder e 1 (3%) disseram que fizeram outros procedimentos. A importância do pré-operatório já fora descrita anteriormente, e se torna necessário frisar esse momento, pois, ele pode ser determinante para o sucesso do procedimento cirúrgico. O acompanhamento médico é essencial já que se constroí a história de vida do paciente, realiza-se o controle dos sinais vitais e são realizados exames físicos e laboratorias, além de retirar todas as dúvidas dos pacientes antes do prosseguimento da cirurgia. (BRUNNER & SUDDARTH,2005). Gráfico 3.7 – Percepção das pacientes frente à importância do pós-operatório de cirurgias plásticas. Porto Velho-RO, no período de setembro e outubro de 2010. 6% Muito Importante 27% Importante 67% Fonte: Freitas (2010) Pouco Importante 11 No gráfico 3.7 as pacientes participantes da pesquisa em tela foram questionadas, para elas, qual seria a importância do pós-operatório de uma cirurgia estética. Sendo que 20 (67%) afirmaram ser muito importante, 8 (27%) que seria importante e 2 (6%) que seria pouco importante. De acordo com Goin e Goin (1986) apud Auricchio e Massarollo (2007, p.69) “a maioria dos clientes tende a negar, ou a não valorizar a possibilidade de complicações, mesmo quando exaustivamente orientada a respeito”. Em outras palavras, a cirurgia plástica é um procedimento como outro qualquer, que requer os mesmos cuidados e riscos, o que nem sempre é levado em consideração para o paciente. Tabela 3.2- Pergunta: Para você o profissional enfermeiro (a) foi importante no seu processo pósoperatório da cirurgia plástica? Respostas Número Porcentagem (%) Muito Importante 20 67% Importante 8 27% Pouco Importante 1 3% Nada Importante 1 3% Fonte: Freitas (2010) De acordo com a tabela 3.2, na qual as pacientes pesquisadas foram indagadas da importância do profissional enfermeiro no período pós-operatório, lê-se que 67% acreditam que ele é muito importante, ao passo que 27% dissem que ele é importante e 3%, respectivamente, que é pouco ou nada importante. Ainda se torna importante que quando indagadas a respeito de seguir as recomendações do médico e da equipe para assim atingir o efeito desejado, afirmaram em sua totalidade, ou seja, 100% que acreditam nessa importância para atingir os resultados. Como justificativas afirmaram que “o enfermeiro tem uma grande importância no pós-operatório para os remédios, no levantar e deitar, uma segurança melhor” (sic), “é passada uma confiança muito maior de que as coisas não vão se complicar, eu fiquei mas segura” (sic), “eles passam confiança de que vamos ficar bem, que a cirurgia ocorrerá bem antes e depois de operar” (sic), “o enfermeiro pode proporcionar o controle da recuperação, ele pode amenizar a dor”(sic). 12 E ainda como respostas disseram que: “em cuidados e atenção com os remédios, os banhos, o que faz nos sentirmos tão inúteis nesse período de recuperação”(sic), “profissional capacitado para tirar dúvidas, mais acessível, disponível para auxiliar no auto-cuidado” (sic), “cuidados no pós-imediato, medicação nos horário para alívio da dor, auxiliar com técnicas para facilitar o dia-adia” (sic) e “prepararo para a cirurgia, acompanhamento mais próximo, orientação quanto aos cuidados que de vem ser tomados com o pós” (sic). Outras afirmações, como, por exemplo: “o enfermeiro é fundamental no pósoperatório até porque ele é o profissional que acompanha de perto todo o processo e cuidados” (sic), “temos um acesso muito maior no dia-a-dia facilitando assim a retirada de dúvidas, orientações, nos transmitindo segurança” (sic), “mais próximo do paciente no decorrer de toda cirurgia, muitas vezes nem precisa levar minhas dúvidas ao médico” (sic), “foi essencial no ensino de técnicas para meu autocuidado” (sic), “é imporante pelo fato de que sem um ótimo tratamento, não haverá resultados satisfatórios (psicológicos e corpo). O enfermeiro é essencial, pois, só o médico, em si não faz tanto efeito” (sic), entre outras respostas. Em suma, caracterizaram o enfermeiro como sendo aquele que atua diretamente com o paciente e que realiza cuidados básicos para o sucesso do pósoperatório, o que corrobora com Waldow (1992, p.30) apud Bedin et al. (2005, p.123) que “cuidado pode ser considerado como a conotação de atenção, preocupação para, responsabilidade por, observar com atenção, com afeto, amor ou simpatia. Em geral, o termo implica a ideia de fazer, de ação”. Tabela 3.3- Na sua cirurgia plástica, você teve acompanhamento de um enfermeiro nos processo de pré, durante e pós-operatório? Respostas Número Porcentagem (%) Sim 25 83% Não 3 10% Outros 2 7% Fonte: Freitas (2010) Na tabela 3.3 as pacientes foram questionadas se na cirurgia que realizaram tiveram acompanhamento do profissional enfermeiro nos períodos de pré, durante e pós-operatório, sendo que 83% afirmaram que foram acompanhadas, 10% que não foram e 7% que foram acompanhadas parcialmente por esse profissional. 13 E ainda das que foram acompanhadas em todos os processos pelo enfermeiro (a) disseram, em 87% dos casos, que esse acompanhamento foi satisfatório. E como justificativas, as pacientes afirmaram que “orientação no pré e pós, ajudou com técnicas como colocação da cinta” (sic), “importante para a recuperação, esclarecer dúvidas e ajudar de perto, todo dia da recuperação” (sic), “o acompanhamento diário, tirando dúvidas e ajudando no processo de recuperação” (sic), “uma boa orientação, um cuidado especial” (sic), “foi satisfatório, tirava dúvidas, sempre que senti dor quando estava internada era bem tratada e com rapidez, na verdade fui tratada como uma rainha” (sic), “sem ele o meu pós não seria completo nem satisfatório” (sic), “ele tem papel único, muito importante, em todo o auxilio psicológico e a segurança” (sic). Outras respostas dessa afirmação: “um profissional capacitado e seguro” (sic), “apoio psicológico e emocional” (sic), “técnicas para alívio da dor e inchaço com a drenagem linfática” (sic), “ao longo do processo passam uma energia, que ajuda muito além do simples auxílio” (sic) e outras afirmações. O acompanhamento do enfermeiro no período pré, peri e pós-operatório é fundamental para o sucesso da cirurgia e no alcance dos desejos do paciente. O que confirma, diante da reprodução dos pensamentos das pacientes, o que Santos et al (2002, p.26) apud Bedin et al (2005, p.124) dizem a respeito dos processos pré, peri e pós-operatório, “a qualidade da assistência de enfermagem nesse momento é capaz de contribuir para avaliar a tensão, ao transmitir para o cliente informações que lhe permitam enfrentar a situação em que se encontra com menos temor”. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na sociedade atual, as cirurgias plásticas transformaram-se em um fenômeno abrangente e preocupante, ao mesmo tempo. Abrangente, pois, uma boa parcela da população está tendo mais acesso a esse tipo de procedimento e técnica. Preocupante, já que apesar de ser um procedimento de beleza, ainda é uma cirurgia e tem seus riscos e consequências. É no quesito de preocupação com a prática desordenada das cirurgias plásticas de que essa pesquisa foi fonte de inspiração. Ao realizar o procedimento 14 existem padrões a serem efetuados pelo cliente antes e depois de tal ação, ou seja, o período pré e pós-operatório. Que são de fundamental cuidado para a satisfação da cirurgia estética e na obtenção dos resultados desejados. O objetivo geral dessa pesquisa foi alcançado já que descreveu as vantagens do acompanhamento do enfermeiro no pós-operatório das cirurgias plásticas Abdominoplastia e Lipoaspiração em uma clínica de procedimentos cirúrgicos e estéticos e a utilização dos recursos disponíveis para a recuperação rápida e satisfatória do paciente. As vantagens do enfermeiro no processo de pós-operatório na clínica de estudo demonstraram que, de acordo com o olhar do paciente cirúrgico, esse profissional auxilia na segurança e no apoio psicológico e emocional posterior e anterior ao procedimento, fornece esclarecimentos e tira dúvidas quanto aos riscos da cirurgia, presta assistência nos momentos de dor e em atividades rotineiras, como levantar e movimentar-se, e ainda em concomitância com o médico orienta e educa nos quesitos de pós-operatório e nos possíveis tratamentos estéticos que auxiliam em uma melhora rápida e eficaz. É possível questionar-se quais seriam as vantagens de se fazer um acompanhamento pós operatório adequado com o profissional enfermeiro. O pósoperatório em si, traz riscos ao paciente de, por exemplo, trombose, má-cicatrização, entre outros. Um acompanhamento com um profissional capacitado diminui as chances de riscos ao paciente e aumenta as possibilidades de obter os resultados desejados na realização da cirurgia plástica. Já a ausência desse profissional e a utilização de tratamentos estéticos concomitantes sem a presença do mesmo pode trazer riscos de prejudicar o bom andamento do procedimento cirúrgico. É só conscientizando e criando políticas públicas de acesso ao conhecimento dos indivíduos, que os riscos serão divulgados e os cuidados serão redobrados por quem realiza as cirurgias plásticas. Além de ser uma questão pessoal de cada um, deve ser uma questão política e social do governo brasileiro, o que diminuirá certamente, os casos de mortes em decorrência da prática errônea ou equivocada de profissionais na realização das cirurgias plásticas. 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AURICCHIO, Ana Maria. MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu Braga. 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