MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO SETOR ÁGUA INTERÁGUAS CÓDIGO TE<nº>/2012 TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DE GOIÁS VERSÃO PRELIMINAR Abril de 2013 SUMÁRIO 1 OBJETIVO GERAL DA CONTRATAÇÃO ............................................................................... 5 2 ENQUADRAMENTO DA CONTRATAÇÃO ............................................................................. 5 3 CONTEXTO ................................................................................................................................... 5 4 ABRANGÊNCIA .......................................................................................................................... 15 5 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................... 17 6 DIRETRIZES DE TRABALHO.................................................................................................. 18 7 ESCOPO DO TRABALHO E DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES................................ 21 8 PRODUTOS/RELATÓRIOS E ATIVIDADES VINCULADAS .............................................. 39 9 DETALHAMENTO DO PROCESSO PARTICIPATIVO: CONSULTAS PÚBLICAS E REUNIÕES NO CERH. .................................................................................................................. 44 10 FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS PRODUTOS ............................................................... 46 11 PROPRIEDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS ................................................................ 48 12 PRAZO DE EXECUÇÃO .......................................................................................................... 48 13 LOCAL DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS .............................................................................. 54 14 EQUIPE-CHAVE ........................................................................................................................ 54 15 INSUMOS FORNECIDOS PELO CONTRATANTE ............................................................ 56 16 INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS ............................................................................................. 56 17 SUPERVISÃO E ACOMPANHAMENTO ............................................................................... 56 18 ANEXOS ...................................................................................................................................... 58 Lista de Figuras Figura 1 : Mapa do estado de Goiás com seus limites municipais e estaduais. ....................... 14 Figura 2: Mapa de delimitação das UPGRHs e Comitês de Bacia de Goiás. .......................... 16 Figura 3 : Fluxograma dos Procedimentos do Produto 1. ........................................................ 48 Figura 4 : Fluxograma dos Procedimentos dos Produtos 2, 3 e 4. ........................................... 49 Figura 5: Fluxograma dos Procedimentos dos Produtos 5. ...................................................... 50 Figura 6: Região de Influência das Cidades Polo. ................................................................... 53 3 CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA PESSOA JURÍDICA OBJETIVO GERAL DA CONTRATAÇÃO Contratação de empresa de consultoria para realizar estudos e elaborar o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Goiás. ENQUADRAMENTO DA CONTRATAÇÃO O Programa de Desenvolvimento do Setor Água – INTERÁGUAS originou-se da necessidade de se buscar uma melhor articulação e coordenação de ações no setor água, criando um ambiente integrador no qual seja possível aumentar a capacidade institucional e de planejamento do setor, de maneira a contribuir para uma implementação mais harmônica de políticas e investimentos públicos que têm na água seu elemento principal. O Programa é financiado com recursos do Acordo de Empréstimo 8074-BR, celebrado entre a República Federativa do Brasil e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento – BIRD, e caracteriza-se pela assistência técnica, com foco voltado ao planejamento, à gestão, ao fortalecimento institucional, à elaboração de estudos e projetos, dentro do contexto intersetorial de utilização da água. O Programa foi concebido seguindo diretrizes de salvaguardas sociais e ambientais do BIRD, e devem ser consideradas sempre que aplicável em todas as ações resultantes deste Termo de Referência. A contratação se insere no Componente 1 (Gestão de Recursos Hídricos), Subcomponente 1.1 (Planejamento e Gestão), item d (Implementar o Plano Nacional de Recursos Hídricos, os planos estaduais de recursos hídricos e os planos de bacias hidrográficas, bem como as agências de bacia, integrando-os aos planos setoriais e considerando a necessidade de adaptação às mudanças climáticas e a adoção de medidas mitigadoras), conforme especificações do Manual Operativo do Programa INTERÁGUAS. CONTEXTO 3.1 GEOGRAFIA O estado de Goiás está localizado na região Centro-Oeste do Brasil, no Planalto Central brasileiro. É uma das 27 unidades federativas do país, sendo delimitado pelos estados do 4 Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. É o estado mais populoso do Centro-Oeste e o nono mais rico do país. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é composto por 246 municípios, tem uma área de 340.111,783 km² e uma população de 6.003,788 milhões de habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 17,65 hab/km². Centralizado no coração do território brasileiro, o estado de Goiás apresenta vasta diversidade de paisagens e nuances que o tornam único. Em seu solo estão as bases do desenvolvimento, explicado em parte pela distribuição mineral, requisito do desenvolvimento extrativista, e mais além pela caracterização do principal bioma que o compõe, o Cerrado. O clima, nesse sentido é propício ao desenvolvimento, visto pela alternância entre quente e úmido ou frio e seco, e suas águas abrigam a centelha das principais bacias hidrográficas que alimentam a agricultura e propiciam o desenvolvimento econômico de boa parte do país. O estado de Goiás é rico em recursos hídricos, sendo considerado um dos mais peculiares e abundantes estados brasileiros quanto à hidrografia. Graças ao seu histórico geológico constituído durante milhões de anos, foram depositadas várias rochas sedimentares, entre elas o arenito de alta porosidade e alta permeabilidade, que permitiram a formação de grandes cursos d’água e o depósito de parte de grandes aquíferos, como o Bambuí, o Urucuia e o Guarani, este último um dos maiores do mundo, com área total de até 1,4 milhão de km². Nascem, em Goiás, rios formadores das três mais importantes bacias hidrográficas do país. Todos os cursos d’água no sentido Sul-Norte são coletados pela Bacia Amazônica, dos quais se destacam os rios Maranhão, Almas e Paraná, que dão origem ao Rio Tocantins, mais importante afluente econômico do Rio Amazonas. No mesmo sentido, corre o Rio Araguaia, de importância ímpar na vida do goiano e que divide Goiás com os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, chegando em Tocantins ao encontro do outro curso que leva o nome daquele estado, no Bico do Papagaio. A Bacia do Rio São Francisco tem entre seus representantes os rios Paracatu e Preto, os quais nascem próximos ao Distrito Federal e seguem em direção ao Nordeste do país. Enquanto que, por outro lado, corre o rio Corumbá, afluente do Paranaíba, formador da Bacia do Paraná que segue rumo ao Sul, pontilhado dentro de Goiás por hidrelétricas, o que denota seu potencial energético para o estado. O uso das águas subterrâneas assume um papel cada vez mais importante no estado. Segundo o IBGE, em Goiás, cerca de 30% da população é abastecida com água subterrânea (poços tubulares ou poços escavados), enquanto 70% da população é atendida por rede pública de distribuição. Cabe ressaltar, contudo, que, em várias cidades goianas, parte do abastecimento público se dá por captação por poços tubulares profundos, como por exemplo, São Simão, 5 Águas Lindas de Goiás, Aparecida de Goiânia (onde a água subterrânea é o manancial mais importante), e Luziânia, Valparaíso de Goiás, Pedregal e Novo Gama (onde a água subterrânea é o manancial complementar). Em relação ao relevo, o estado de Goiás está situado sobre o Planalto Central Brasileiro e abriga em suas terras um mosaico de formações rochosas distintas quanto à idade e à composição. Resultado de um processo de milhões de anos da evolução de seus substratos, o solo goiano foi favorecido com a distribuição de regiões planas, o que favoreceu a ocupação do território, além da acumulação de metais básicos e de ouro, bem como gemas (esmeraldas, ametistas e diamantes, entre outros) e metais diversos, que contribuíram para a exploração mineral propulsora da colonização e do desenvolvimento dos núcleos urbanos na primeira metade do século XVIII. O processo de formação do relevo e de decomposição de rochas explica, ainda, a formação de solos de fertilidade natural baixa e média (latossolos) predominantes na maior parte do estado, e de solos podzólicos vermelho-amarelo, terra roxa estruturada, brunizém avermelhado e latossolo roxo, que apresentam alta fertilidade e se concentram nas regiões Sul e Sudoeste do estado, além do Mato Grosso Goiano. A distribuição de ligeiras ondulações e o relevo esculpido entre rochas salientaram ainda a caracterização do curso de rios, formadores de aquíferos importantes das bacias hidrográficas sul-americanas e que fazem do estado um dos mais abundantes em recursos hídricos. Associados a esses processos, a vegetação rala do Cerrado também contribui para o processo de erosão e da formação de grutas, cavernas e cachoeiras, que associadas às chapadas e poucas serras presentes no estado, configuram opções de lazer e turismo da região. A vegetação típica do Cerrado possui troncos retorcidos, de baixo porte, com cascas espessas e folhas grossas. Em geral, as raízes de suas árvores são pivotantes, ligadas ao lençol freático o que pode propiciar seu desenvolvimento para até 15 metros de profundidade. É comum, assim, ouvir dizer que o Cerrado é uma floresta invertida. Isso se deve a essa característica subterrânea de boa parte do corpo das plantas, explicada pela adaptação das espécies às queimadas naturais verificadas no inverno seco de Goiás. Além disso, seus ramos exteriores apresentam um ciclo de dormência, no qual as folhas se desprendem e também resguardam a planta do fogo para depois renascerem, com chuva ou não. Em geral a florescência é registrada nos meses de maio a julho, com o aparecimento de frutos ou vagens até agosto. Da mesma forma que a vegetação varia na vastidão das paisagens do Cerrado, a fauna local também impressiona pela diversidade de animais que podem ser encontrados dentro do 6 bioma. Segundo relatório da Conservação Internacional, o Cerrado apresenta uma particularidade quanto à sua distribuição espacial que permite o desenvolvimento e a localização de diferentes espécies. Enquanto a estratificação vertical da Amazônia ou a Mata Atlântica proporciona oportunidades diversas para o estabelecimento das espécies, em uma mesma árvore, por exemplo, no Cerrado a heterogeneidade espacial no sentido horizontal seria fator determinante para a ocorrência de um variado número de exemplares, de acordo com a ocorrência de áreas de campo, floresta ou brejo, em um mesmo macroambiente. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, no Cerrado brasileiro podem ser encontradas cerca de 837 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos, 150 espécies de anfíbios e 120 espécies de répteis. Além disso, o Cerrado abriga 90 mil espécies de insetos. A economia do estado de Goiás tem como principais atividades a agricultura, a pecuária e a indústria. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado corresponde a aproximadamente 2,5 % da riqueza gerada em todo o país. A produção agrícola de Goiás é das mais expressivas do país. O estado é o maior produtor de sorgo do Brasil, além de estar entre os maiores produtores de milho, tomate e soja. Além disso, são produzidos no estado: arroz, feijão, algodão, trigo, cana-de-açúcar, alho, mandioca, cítricos e girassol. O rebanho bovino do estado está entre os maiores do Brasil. A pecuária de corte é mais desenvolvida do que a pecuária leiteira. No entanto, a atividade é a principal responsável pelo desmatamento e destruição do cerrado, destruindo esse ecossistema e provocando erosões. As criações de suínos e de aves também são significativas no estado. O setor industrial está em expansão. A variedade de indústrias no estado é grande, com destaque para as indústrias de transformação, alimentícia, têxtil, metalúrgica, madeireira, mobiliaria, automobilística, de mineração e farmacêutica. Em Goiás, especificamente no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), está situado o maior pólo farmoquímico da América Latina. O estado é um dos maiores produtores de medicamentos genéricos do Brasil. Produz ainda açúcar e álcool em quantidades significativas. Goiás é o único estado brasileiro que possui um porto seco. O turismo contribui de forma significativa com a economia do estado. As estâncias hidrotermais nas cidades de Rio Quente e Caldas Novas atraem muitos turistas. O ecoturismo nas praias do Rio Araguaia e na Chapada dos Veadeiros é bastante procurado. Além disso, nas cidades de Pirenópolis, Corumbá e Cidade de Goiás, o turismo histórico atrai os turistas. 7 3.2 DESAFIOS PARA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DE GOIÁS A gestão integrada de recursos hídricos é, na atualidade, uma das prioridades fundamentais das políticas públicas, em todo o mundo, face ao incontrolado crescimento populacional, à avassaladora demanda hídrica para os mais variados fins e ao surgimento, cada vez mais intenso, de conflitos locais, nacionais e até internacionais, na disputa pelas limitadas disponibilidades hídricas. As situações de conflito pelo uso da água não são recentes no País; e vêm-se agravando ao longo do tempo em diversas regiões brasileiras. Na medida em que aumentam as áreas irrigadas e as concentrações urbanas, e intensifica-se o uso industrial, colocam-se em conflito diferentes formas de utilização dos recursos hídricos. Em relação à água, a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) traz várias mudanças quanto à gestão de um bem público, dentre as quais se destaca a descentralização da gestão, que sai da esfera exclusivamente governamental para uma instância mista, compartilhada com atores privados, na nova arena política constituída pelos comitês de bacia hidrográfica. No entanto, a simples existência de um comitê não implica solução às situações de conflito nem assegura que haja maior equidade na utilização de bens públicos. É necessário o desenvolvimento de mecanismos permanentes de participação e negociação no âmbito dos comitês entre os setores usuários, de modo a dirimir as situações de conflito e garantir a gestão compartilhada do bem comum. O estado de Goiás, apesar de ser naturalmente beneficiado com diversas fontes de recursos hídricos, já tem enfrentado problemas de oferta hídrica como é o caso da Bacia do Rio dos Bois, no sul do estado. Em um dos seus mananciais, o rio Santa Barbara, já se encontra no seu limite de concessão de outorga. Na região leste do estado, no município de Cristalina, precisamente na bacia do rio São Marcos, já existe um conflito de âmbito nacional, já que este possui uma das maiores áreas irrigadas do país e está a montante da Usina Hidrelétrica de Batalha. A bacia do rio São Marcos banha parte dos municípios de Cristalina (GO), Unaí e Paracatu (MG), e uma pequena porção do Distrito Federal (DF). Nos últimos anos a agricultura irrigada na cultura de grãos, como milho, soja e feijão vem crescendo na bacia. Com o crescimento acelerado da irrigação foi necessária uma realocação de água, de forma a acomodar a irrigação existente sem que houvesse uma redução excessiva na geração de energia na Usina Hidrelétrica de Batalha. 8 Este processo tem sido acompanhado pela Agência Nacional de Águas – ANA, juntamente com os órgãos gestores de recursos hídricos tanto do estado de Goiás, quanto de Minas Gerais e do Distrito Federal em busca soluções. Os problemas do estado de Goiás não são somente de conflitos pelo uso dos recursos hídricos, mas também dos processos erosivos decorrentes do uso inadequado dos solos, dos assoreamentos das nascentes e dos cursos d’água devido ao desmatamento das áreas de preservação permanente e do excessivo descumprimento à legislação ambiental. Todos estes problemas não são enfrentados somente por Goiás, mas por todo o país e vem causando sérios danos ao meio ambiente e consequentemente a diminuição da quantidade e qualidade de água dos mananciais. A situação atual de ocupação agrícola intensiva e o manejo agrícola inadequado em áreas frágeis, como são as áreas de recarga do Sistema Aqüífero Guarani, são preocupantes em todo o País e algumas destas áreas estão localizadas no Estado de Goiás (região das nascentes do Rio Araguaia e Babilônia). Esta região tem sido ocupada progressivamente com as culturas de milho e soja desde meados dos anos 90. Nela ocorre a maior voçoroca da região, denominada Chitolina, Foram realizados vários estudos nesta região, o que permitiu, em uma avaliação preliminar, inferir que a origem das voçoroças da região se deve a intensos fluxos subterrâneos, que em solos muito arenosos favorecem os chamados solapamentos, numa espécie de erosão hídrica subterrânea. A intensidade dos fluxos subterrâneos estaria relacionada à alta taxa de infiltração de água, típica desses solos, onde a fração de areia está entre 80 e 90%. Há ainda indícios de que o início desses processos erosivos começou a partir de trilhas ou estradas sem controle de contenção de águas das chuvas. Outro exemplo é o rio Meia Ponte, um dos rios mais importantes do estado, pois, em sua bacia hidrográfica vive cerca de 50% da população do estado de Goiás. O rio é utilizado para diversos fins, desde abastecimento de água, irrigação de lavouras, dessedentação de animais, lazer e para despejo de esgotos domésticos e industriais. O índice de qualidade da água está diretamente relacionado ao uso do solo, por onde as águas passam, assim a qualidade da água dos mananciais em Goiás esta comprometida principalmente nos trechos que passam que pelas cidades. O rio Meia Ponte, por exemplo, tem sua qualidade muito reduzida no trecho da Grande Goiânia e tem permanecido na lista dos rios mais poluídos do país. Dada a importância deste rio para o estado de Goiás, tem-se travado uma luta há anos para que o rio seja despoluído. Em 2004 foi inaugurada a ETE Dr. Hélio Seixo de Britto que 9 pretendia tratar cerca de 75% do esgoto da capital. A condição do rio melhorou bastante desde então, mas é necessário muito mais para que o rio volte a ter uma condição aceitável em suas águas. O entorno de Brasília, apesar de sua importância geográfica, tem passado graves problemas devido ao pouco acesso das cidades ao saneamento básico. Além de difícil acesso a água tratada, o deficiente sistema de coleta e tratamento de esgotos tem comprometido cada vez mais a qualidade dos mananciais. Um dos desafios para os próximos anos é conseguir a melhoria da qualidade das águas do estado garantindo assim os mais diversos usos. Para tanto, faz-se necessária a efetiva implementação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos previstos tanto na Política Nacional de Recursos Hídricos quanto na Estadual, além de implantar e incentivar práticas sustentáveis, como é o caso do programa produtor de águas, uma das iniciativas que ainda estão em fase implantação no estado de Goiás e que tem sido muito bem sucedido em outros estados brasileiros que implantaram. 3.3 CONTEXTO LEGAL Grandes avanços têm ocorrido ao passar dos anos e o estado de Goiás vem mostrando cada vez mais sua preocupação com a gestão ambiental e dos recursos hídricos. Diante da necessidade de planejar e orientar os usos das águas, apoiados na Constituição Federal de 1988 e nas constituições Estaduais, alguns estados avançaram na gestão, mesmo antes da definição da Política Nacional de Recursos Hídricos, elaborando Leis e Planos de Recursos Hídricos. Como exemplos, podem-se citar os estados de São Paulo e Ceará, que elaboraram suas políticas e planos de recursos hídricos ainda no início dos anos 90. O estado de Goiás elaborou dois Planos de Recursos Hídricos e Minerais, para os quadriênios de 1991/1994 e 1995/1998, através da Lei Estadual nº 11.548, de 08 de outubro de 1991 e da Lei nº 13.040, de 20 de março de 1997, respectivamente. Entretanto, vale ressaltar que estes planos foram projetados a curto prazo e já não atendem a atual necessidade do estado. Com o advento da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída em 08 de janeiro de 1997, pela Lei Federal nº 9.433, que criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH foi estabelecido que a gestão dos recursos hídricos no país deve ser descentralizada e participativa, envolvendo o poder público, os usuários de recursos hídricos e as comunidades. No Capítulo IV da referida Lei, são definidos como instrumentos da política nacional: os Planos de Recursos Hídricos; o Enquadramento dos corpos de água em classes, 10 segundo os usos preponderantes da água; a Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; a Compensação a municípios e o Sistema de informações sobre recursos hídricos. Na esteira da Lei Federal, o estado de Goiás elaborou e aprovou a sua Política Estadual de Recursos Hídricos, por meio da Lei nº 13.123, de 16 de julho de 1997, que criou o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado, composto pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, pelos Comitês de Bacias Hidrográficas e pelo Órgão Gestor, representado pela Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH. A Lei definiu, ainda, os instrumentos de gestão a serem aplicados no estado. Dentre eles, está o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), previsto no Capítulo III da referida Lei Estadual. O instrumento é de responsabilidade do órgão gestor de recursos hídricos, e deverá ser estabelecido por Lei Estadual específica. De acordo com o Art. 19 da Lei, o Plano Estadual deverá conter, minimamente: “I - programas de aperfeiçoamento tecnológico e de capacitação de recursos humanos, inclusive com aumento de produtividade e de valorização profissional, das equipes técnicas especializadas em recursos hídricos; II – objetivos e diretrizes gerais, em nível estadual e interregional definidos mediante processo e planejamento interativo que considere outros planos, gerais, regionais e setoriais, devidamente compatibilizados com as propostas de recuperação, proteção e conservação dos recursos hídricos do Estado; III – diretrizes e critérios gerais para o gerenciamento de recursos hídricos; IV - diretrizes e critérios para a participação financeira do Estado no fomento aos programas regionais relativos aos recursos hídricos, quando couber, definidos mediante articulação técnica, financeira e institucionais com a União, Estados vizinhos e entidades internacionais de cooperação; V - compatibilização das questões interbaciais e consolidação dos programas anuais e plurianuais das bacias hidrográficas, previstas no inciso II do artigo seguinte; VI - proposta para o aperfeiçoamento da participação da sociedade civil na formulação e implantação dos planos e programas de recursos hídricos.” Além disso, a Lei estabelece que o Poder Executivo deverá publicar, anualmente, relatório sobre a situação dos recursos hídricos no estado, contendo a avaliação da qualidade da água, o balanço entre disponibilidade e demanda e a avaliação do cumprimento dos programas previstos nos vários planos de bacias hidrográficas e no próprio plano de recursos hídricos, propondo, inclusive, ajustes necessários. Dentre os objetivos e princípios previstos na Lei nº 13.123, está a implementação de uma gestão integrada de recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos e das fases meteóricas, superficial e subterrânea do ciclo hidrológico. Em 11 de Janeiro de 2000, foi publicada a Lei Estadual nº 13.583, que dispõe sobre a conservação e proteção ambiental dos depósitos de água subterrânea no estado de Goiás, e, logo em seguida, em 06 de Dezembro de 2000, foi editado o Decreto nº 5.327, que dispõe 11 sobre o Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERHi, órgão deliberativo no que concerne à formulação da Política Estadual de Recursos Hídricos, integrante da estrutura organizacional da SEMARH. O CERH foi extinto na reforma administrativa implementada pelo Governo do estado no ano de 2008 e revigorado no ano de 2009, por meio do Decreto nº 6.999, de 17 de Setembro de 2009, denominado de CERH. Desde então, tem atuado de forma decisiva na definição de diretrizes para a implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos, tendo aprovado dez Resoluções nos anos de 2011 e 2012. 3.4 CONTEXTO INSTITUCIONAL No âmbito do estado de Goiás, a SEMARH atua como órgão seccional, coordenador do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA - em nível estadual, de acordo com o inciso V do art. 6° da Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, modificado pelo inciso III do art. 1° da Lei Federal nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e integra o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos – SINGREH, criado pela Lei nº 9.433, de 08 de agosto de 1997. A SEMARH foi instituída pela Lei Estadual nº 12.603, de 07 de abril de 1995 e sofreu alterações em função de várias reformas administrativas do Governo do estado e hoje constitui em órgão da administração direta do Poder Executivo. Dentre algumas de suas atribuições estão a coordenação e formulação das políticas estaduais de meio ambiente, de recursos hídricos e de biodiversidade e florestas; administração da oferta e outorga de uso, para todos os fins, dos recursos hídricos de domínio do estado de Goiás, respeitados os casos de competência da União, garantindo o seu uso múltiplo de forma racional e integrada e a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Sua estrutura organizacional conta com 7 Superintendências, sendo uma delas a Superintendência de Recursos Hídricos, dividida em 3 Gerências: Gerência de Planejamento de Recursos Hídricos - GPRH, Gerência de Apoio ao Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos – GSRH e a Gerência de Outorga – GOU. Desde os primeiros Planos Estaduais de Recursos Hídricos elaborados, alguns avanços podem ser observados na gestão desse recurso no Estado, como a Outorga dos Direitos de Uso de Recursos Hídricos, um dos instrumentos previstos na Política Estadual, bem como a participação na elaboração dos Planos de Bacias dos Rios Tocantins – Araguaia, do São Francisco e do Paranaíba. 12 O Plano da Bacia do São Francisco foi concluído e aprovado em 2004. O Plano abrange 7 estados Brasileiros sendo eles: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal e uma área total de 639.219 km², 504 municípios e mais de 13 milhões de habitantes. No estado de Goiás o Plano abrange uma área de 3.400 km² e um total de 4 municípios. O Plano Estratégico da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins – Araguaia foi concluído em novembro de 2008. O Plano abrange 6 estados Brasileiros sendo eles: Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e o Distrito Federal e uma área total de 918.823 km², 409 municípios e 7,2 milhões de habitantes. No estado de Goiás o Plano abrange uma área de 196.297 km² e um total de 131 municípios. A elaboração do Plano da Bacia Hidrográfica do Paranaíba teve início em 2010 e encontra-se em fase final, tendo sido amplamente discutido com a sociedade da bacia, com o acompanhamento do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, responsável por sua aprovação. O Plano abrange 4 Unidades da Federação sendo eles: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal e uma área total de 222.767 km², 193 municípios e 8,5 milhões habitantes. No estado de Goiás o Plano abrange uma área de 149.488 km², um total de 133 municípios e representa 41% do Estado. Outro avanço é com relação à formação de Comitês de Bacias Hidrográficas: 02 (dois) Comitês instalados - Rio Meia Ponte (2003) e Rio Vermelho (2012); 03 (três) Comitês em Instalação em 2012/2013 - Afluentes Goianos do Baixo Paranaíba, Rio dos Bois, e Rios Corumbá, Veríssimo e São Marcos; 03 (três) Comitês com Criação e Instalação prevista para 2013 – Afluentes Goianos do Alto Araguaia, Rio das Almas e Afluentes Goianos do Rio Maranhão, e Afluentes Goianos do Rio Paranã; 03 (três) Comitês com Criação e Instalação prevista para 2014 – Afluentes Goianos do Médio Araguaia, Afluentes Goianos do Médio Tocantins, e Afluentes Goianos do São Francisco. O Estado assinou com a ANA o Acordo de Cooperação Técnica nº 027/2012 para participar do Plano Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas - PNQA, programa que visa ampliar o conhecimento sobre a qualidade das águas superficiais no Brasil, de forma a orientar a elaboração de políticas públicas para a recuperação da qualidade ambiental em corpos d'água interiores como rios e reservatórios, contribuindo assim com a gestão sustentável dos recursos hídricos. O Estado de Goiás, junto com outros cinco estados brasileiros, participa ainda da Comissão Técnica de Fiscalização sobre os Estudos Integrados do Sistema Aquífero Urucuia, que visa aprimorar os conhecimentos sobre este importante depósito de águas subterrâneas. Seus 13 resultados visam subsidiar a gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas e as ações de recuperação, conservação e preservação, no âmbito do Programa de Revitalização das respectivas Bacias Hidrográficas. Além dos Planos acima mencionados, estão em andamento na SEMARH, através de Convênios firmados com o Ministério da Integração Nacional, dois outros Planos: Plano de Aproveitamento Hidroagrícola e Desenvolvimento Agroindustrial do Estado de Goiás e o Plano de Infraestrutura Hídrica do Estado de Goiás. Vale destacar o esforço do Estado para alavancar a gestão das águas e nesse sentido o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH será fundamental, por ter uma abrangência maior e levar em consideração os interesses dos setores usuários e da sociedade, identificando conflitos, apontando as ações necessárias ao melhor uso, a recuperação e a conservação da quantidade e qualidade deste recurso, que levarão a um menor impacto ambiental e maior sustentabilidade hídrica e ambiental. ABRANGÊNCIA A região objeto de interesse deste Termo de Referência - TDR é aquela abrangida por todo o território do estado de Goiás, que compreende 246 municípios, o qual é composto por parte de três bacias hidrográficas principais, sendo: Bacia do Tocantins – Araguaia, Bacia do Paranaíba e Bacia do São Francisco, conforme figura 1. Deverão ser consideradas como áreas de estudo as divisas com outros estados (bacias ou subbacias hidrográficas que fazem interface com estados vizinhos) e as Unidades de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos (UPGRHs) que foram aprovadas pelo CERH, por meio da Resolução nº 26 de 05 de Dezembro de 2012. Figura 1 : Mapa do estado de Goiás com seus limites municipais e estaduais. 14 Fonte: IBGE, 2012. As UPGRHs são consideradas como espaço territorial estadual compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos, conforme mostra o mapa abaixo na figura 2. 15 Figura 2: Mapa de delimitação das UPGRHs e Comitês de Bacia de Goiás. Fonte: SEMARH/2012. JUSTIFICATIVA Em 08 de janeiro de 1997, foi instituída pela Lei Federal n° 9.433 a Política Nacional de Recursos Hídricos que criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH. No Capítulo IV da referida Lei, são definidos como instrumentos da política nacional, entre outros, os Planos de Recursos Hídricos. Anterior à elaboração da referida lei, o estado de Goiás já havia elaborado outros dois Planos de Recursos Hídricos e Minerais, para os quadriênios de 1991/1994 e 1995/1998, através da Lei Estadual nº 11.548, de 08 de outubro de 1991 e da Lei nº 13.040, de 20 de março de 1997, respectivamente. Entretanto, tais planos foram projetados a curto prazo e atualmente não atendem à presente necessidade do estado. Sob os princípios da Lei Federal, visando alcançar o pleno estabelecimento dos instrumentos de gestão, o Governo do estado de Goiás sancionou, em 16 de julho de 1997, a Lei nº. 13.123, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado. A Lei Estadual 16 estabelece e caracteriza, em seu Capítulo III, os instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, dentre os quais podemos destacar o Plano Estadual de Recursos Hídricos. Conforme definições legais, o Plano Estadual é um instrumento que deve apresentar uma visão integrada, interdisciplinar, devendo fornecer diretrizes para a implantação dos instrumentos de gestão. Nesse sentido é fundamental a integração das diversas Secretarias de Estado como: Agricultura, Pecuária e Irrigação; Planejamento; Ciência e Tecnologia; Infraestrutura; Indústria e Comércio; Cidades; bem como as empresas de saneamento, geração de energia, instituições de ensino, dentre outros. O PERH será um instrumento de gestão integrada que dará aos tomadores de decisão as diretrizes quanto à gestão sustentável deste recurso além de proporcionar segurança e qualidade nas atividades realizadas pela SEMARH. Também norteará a implementação dos demais instrumentos contidos na Política Estadual de Recursos Hídricos, realizando a interlocução com os planos setoriais como saneamento, zoneamento ecológico-econômico, de irrigação, dentre outros, e fará a articulação das UPGRHs por meio dos Comitês de Bacias Hidrográficas que estão sendo criados em todo o estado. Esse processo ampliará o envolvimento das comunidades na gestão racional e sustentável dos recursos hídricos, atendendo a demandas sociais crescentes, em razão dos conflitos de uso da água já existentes. Nesse sentido, objetivando a elaboração de um instrumento de gestão atual e que seja adequado à realidade do estado, faz-se necessário a contratação de uma empresa de consultoria especializada para a realização dos estudos indispensáveis para a elaboração do PERH, bem como a elaboração do Plano em si, com a produção do documento final. Para que se possa construir um plano exequível, a empresa de consultoria contratada contará com o apoio da equipe técnica da SEMARH, da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano – SRHU do Ministério do Meio Ambiente - MMA e ANA, bem como o apoio de outros órgãos públicos federais, estaduais e municipais, profissionais e entidades envolvidas com recursos hídricos além da participação popular, que juntos construirão um documento de grande importância e que alavancará a gestão dos recursos hídricos no estado. DIRETRIZES DE TRABALHO Conforme o Art. 18 da Lei Estadual nº 13.123/97 e conforme os Arts. 132 e 140 da Constituição Estadual, o estado, através de seu órgão gestor, instituirá e manterá atualizado, por Lei, o Plano Estadual de Recursos Hídricos, tomando por base os planos de bacias hidrográficas, o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, as normas relativas à 17 proteção do meio ambiente, as diretrizes do planejamento e gerenciamento ambientais e assegurará recursos financeiros e mecanismos institucionais para garantir: I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas; II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio dos custos das respectivas obras, na forma da lei; III - a proteção das águas contra ações que possam comprometer seu uso, atual e futuro; IV - a defesa contra secas, inundações e outros eventos críticos, que ofereçam riscos à saúde, à segurança pública e prejuízos econômicos e sociais. É fundamental que no processo de elaboração do PERH sejam observados os Planos de Recursos Hídricos das bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Paranaíba e TocantinsAraguaia, desenvolvidos com o apoio da Agência Nacional de Águas - ANA, além das diretrizes e prioridades para 2012-2015 do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), buscando a articulação entre essas esferas de planejamento de recursos hídricos. O Plano deverá ser um instrumento da gestão integrada dos recursos hídricos, preconizando o desenvolvimento sustentável do estado, por meio da compatibilização dos usos das águas, a definição, implantação e monitoramento de metas de racionalização de uso, proposição de projetos de conservação e recuperação ambiental de áreas críticas (preservação permanente, degradadas e de recarga de aquíferos) visando à manutenção da disponibilidade hídrica em qualidade e quantidade suficientes para atender as demandas atuais e futuras, com vistas aos usos múltiplos, mitigando os conflitos já existentes e os futuros. Outro ponto que também deve ser contemplado no Plano é o estabelecimento de diretrizes específicas que auxiliem para um melhor planejamento, desenvolvimento, proteção e manejo das águas subterrâneas do estado de Goiás. De acordo com a Lei Federal nº 9.433/97, o envolvimento da sociedade na elaboração do PERH é fundamental e tem como objetivo: avaliar e complementar dados técnicos do diagnóstico; envolver a população na discussão das potencialidades e dos problemas hídricos e suas implicações, assim como na construção dos cenários de recursos hídricos no estado; sensibilizar a sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e na conservação dos recursos hídricos; e estimular os segmentos sociais a participarem do processo de gestão desses recursos. Para que haja uma gestão participativa, é indispensável que os vários atores sociais intervenientes, sobretudo os maiores usuários das águas e a sociedade civil interessada sejam envolvidos durante toda a elaboração do Plano, identificando e sistematizando os interesses múltiplos, muitas vezes conflitantes. Além disso, a participação social permite obter 18 informações que usualmente não estão disponíveis nas fontes convencionais de consulta e que, por meio de técnicas especiais e de profissionais experientes, são incorporadas ao Plano. A participação dos Comitês de Bacias Hidrográficas também é fundamental, pois conforme o art. 29, da Lei Estadual nº 13.123/97, estes são órgãos consultivos e deliberativos a nível regional e compete a eles: I - aprovar a proposta da bacia hidrográfica, para integrar o plano estadual de recursos hídricos e suas atualizações; II - aprovar a proposta de programas anuais e plurianuais de aplicação de recursos financeiros em serviços e obras de interesse para o gerenciamento dos recursos hídricos, em particular os referidos no art. 4º desta lei quando relacionados com recursos hídricos; III - aprovar a proposta do plano de utilização, conservação, proteção e recuperação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica, em especial o enquadramento dos corpos d’água em classe de usos preponderantes, com o apoio de Consultas Públicas; IV - promover empreendimentos, cooperação e eventual conciliação entre os usuários dos recursos hídricos; V - promover estudos, divulgação e debates dos programas prioritários de serviços e obras a serem realizados no interesse da coletividade; VI - apreciar, a cada dois anos, relatório sobre a situação dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica. Considerando que uma das condições básicas para a participação é o conhecimento claro e consistente do objeto de estudo, devem ser previstos mecanismos permanentes de repasse de informações sobre os trabalhos propostos e em desenvolvimento, estimulando a participação dos diversos atores estratégicos durante todo o período de elaboração do PERH. O processo de planejamento e gestão participativa dos recursos hídricos deverá se desenvolver a partir da organização e condução das atividades de mobilização social. A mobilização e participação da sociedade civil, através de seus representantes e lideranças no processo de elaboração do PERH, é uma forma de se obter a sua legitimação e tornar mais provável a sua implementação. Essa mobilização será obtida através do processo participativo, que deverá ser realizado em vários momentos. Com intuito de coletar o máximo de informações confiáveis e atualizadas do estado a empresa contratada deverá contatar, sempre que necessário, os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, profissionais e entidades envolvidas com recursos hídricos, além de consultar os estudos integrados de bacias hidrográficas (EIBHs), existentes na SEMARH e na Empresa de Pesquisa Energética – EPE, e os Planos Estratégicos de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas do Rio Paranaíba, Tocantins-Araguaia e do São Francisco. Em todos os trabalhos de natureza técnica relacionados aos serviços, deverão ser adotadas prioritariamente as normas técnicas do Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO e, caso estas não existam, deverão ser utilizadas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Onde essas normas forem omissas ou incompletas poderão ser adotadas as 19 outras procedências, brasileiras ou de origem estrangeiras, sendo que, em qualquer hipótese, tais normas estarão sujeitas à aceitação pelo GT, antes de sua adoção. ESCOPO DO TRABALHO E DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES O presente documento apresenta orientações para a elaboração do PERH, indicando os produtos correspondentes a cada fase de elaboração, assim como os respectivos conteúdos a serem abordados. Estas orientações foram formuladas com base na Lei Federal nº 9.433 de 1997, Cap. IV, Seção I “Dos Planos de Recursos Hídricos” e na Resolução CNRH nº 17/2002, que estabelece diretrizes para a elaboração de Planos de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas, e dos Art. 18 e 19 – Capítulo III, da Lei Estadual nº 13.123/97. São previstos no projeto de elaboração do PERH os seguintes produtos: Produto 1: Bases Metodológicas para a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Produto 2: Diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado. Produto 3: Prognóstico dos Recursos Hídricos no Estado. Produto 4: Diretrizes, Programas e Metas do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Produto 5: Documento consolidado do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Todos os Produtos serão analisados por um Grupo Técnico – GT constituído por 02 técnicos da SEMARH/GO, 02 técnicos da SRHU/MMA e 02 técnicos da ANA. Para tanto a empresa contratada deverá realizar uma apresentação oral do respectivo Produto para os membros do GT, em reunião previamente agendada pela SRHU/MMA. Em seguida o GT terá um prazo máximo de 15 (quinze) dias para se manifestar por escrito aprovando o Produto ou solicitando correções à empresa, que terá um prazo de até 10 (dez) dias para, se for o caso, realizar os ajustese entregar novo Produto revisado. O GT terá novo prazo de 10 (dez) dias úteis para nova avaliação. Em havendo a necessidade de novas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis para a entrega do Produto revisado. Os contatos entre a empresa contratada e o GT deverão ser sempre feitos por escrito, por intermédio da SRHU/MMA (contratante). 20 A seguir são detalhados os objetivos, orientações metodológicas e conteúdo de cada um dos produtos previstos. 7.1 PRODUTO 1 - BASES METODOLÓGICAS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Orientações: Neste documento deverá ser apresentado o programa de trabalho definido para a elaboração do PERH, detalhado em suas diversas etapas, assim como serão apresentadas as bases metodológicas para a construção do PERH, envolvendo a participação dos atores que integram a Gestão dos Recursos Hídricos e da sociedade. A elaboração do PERH será acompanhada por um grupo técnico – GT que será composto por 02 técnicos da SEMARH, 02 técnicos da SRHU/MMA e 02 técnicos da ANA, e nesta etapa o GT deverá ser envolvido com o objetivo de acompanhar a construção da metodologia que será aplicada em todas as fases de elaboração do Plano e aprová-la. Os trabalhos científicos, dados estatísticos, dentre outros que serão utilizados, deverão ser atuais e previamente aprovados pelo GT. A empresa contratada deverá apresentar uma metodologia participativa para as consultas públicas que serão realizadas ao final da elaboração dos produto 2, 3 e 4. Processo Participativo: O primeiro momento do processo participativo para a elaboração do PERH deverá acontecer ao final da elaboração deste produto, onde será realizado um evento de lançamento da elaboração do PERH com o objetivo de mobilizar os entes do Sistema Estadual de Gestão de Recursos Hídricos e demais atores sociais interados. Deverão ser mobilizadas todas as instituições públicas e privadas que de alguma maneira relacionam-se com o meio ambiente e os recursos hídricos tais como: ANA, SRHU/MMA, instituições que compõem o Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH e Conselho Estadual do Meio Ambiente - CEMAM, associações, empresas, sindicatos, instituições de ensino, dentre outras, para que sejam envolvidos no processo e apropriem-se deste importante instrumento de gestão, que deverá orientar suas atividades relacionadas com o tema. A SEMARH se responsabilizará pela organização do evento, bem como a divulgação e mobilização, porém é obrigatória a presença da empresa contratada no evento para que todos os convidados conheçam a empresa responsável pela elaboração do Plano. Neste evento, a empresa deverá apresentar a web site do PERH (conforme especificações contidas no item 7.1.1) visando sua ampla divulgação e participação. 21 O acesso aos relatórios parciais, mapas, estudos prévios, documentos dentre outros será restrita aos membros do GT. Apenas os produtos aprovados pela SRHU/MMA e o produto final serão disponibilizados à comunidade. Após a conclusão do PERH, a empresa contratada deverá repassar para a SEMARH todas as informações e documentos gerados a partir dos estudos realizados. A SEMARH se responsabilizará pela disponibilização destes produtos a toda comunidade através da sua web site e SIG web. Conteúdo: • Contexto legal institucional da Gestão dos Recursos Hídricos no Estado; • Conceitos norteadores da elaboração do PERH; • Diretrizes gerais para elaboração do PERH; • Organização e condução do processo de mobilização social; • Plano de comunicação para o PERH com estratégias de mobilização e Educação Ambiental, conforme Resoluções 17 e 98 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), em consonância com a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei nº 9.795/99 e Decreto 4.281/02) e Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA e o Programa IV do Plano Nacional de Recursos Hídricos; • Planejamento espacial do PERH; • Proposta de articulação e compatibilização do PERH com os Planos de Bacias Hidrográficas do Tocantins-Araguaia, do São Francisco, do Paranaíba, e dos demais Planos existentes; • Proposta de articulação e compatibilização do PERH com as políticas setoriais; • Proposta de articulação do PERH com o Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH; 7.1.1 SUBPRODUTO 1- Criação de WEB SITE DO PERH. Objetivo: Facilitar aos membros do GT o acesso aos relatórios parciais, mapas, estudos prévios, documentos, dentre outros e divulgar para a população os produtos aprovados. Orientações: A empresa contratada deverá criar uma web site do “Plano Estadual de Recursos Hídricos de Goiás”. Nesta página deverão ser disponibilizados todos os relatórios de atividades, imagens de satélite, produtos entregues, dentre outros documentos pertinentes ao Plano. Deverão ser fornecidos login e senhas de acesso a todos os membros do GT para que os mesmos possam acompanhar o andamento do PERH. 22 Ao final da elaboração do PERH, a empresa contratada deverá disponibilizar todos os dados gerados a partir dos estudos. A SEMARH se responsabilizará pela disponibilização destes produtos a toda comunidade através da sua web site e SIG web. Conteúdo: • Relatórios mensais; • Dados vetoriais e/ou satelitários; • Mapas; • Estudos prévios; • Outros documentos. Atividades: Etapa 1 – Entrega do Produto: Bases Metodológicas para a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Etapa 2 – Criação da Web Site do PERH. Etapa 3 – Participação no evento de lançamento público do processo de elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos e lançamento da web site. 7.2 PRODUTOS 2 - DIAGNÓSTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO. Orientações: A empresa contratada deverá contatar, sempre que necessário, os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, profissionais e entidades envolvidas com recursos hídricos, tais como: ANA, MMA, IBGE, SEMARH, SANEAGO, SEAGRI, SEGPLAN, CELG, METAGO, UFG, UEG, IFG, IFGoiano, CPRM, DNPM, FIEG, Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura em Goiás, ABRH, ABES, dentre outros, além dos estudos integrados de bacias hidrográficas (EIBHs) e dos Planos de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas do Rio Paranaíba, Tocantins-Araguaia e do São Francisco, de forma a caracterizar as disponibilidades hídricas das bacias. Deverá ainda apresentar uma listagem com os trabalhos já realizados nos últimos anos e buscar incorporá-los ao diagnóstico. Como no estado de Goiás o grau de conhecimento dos vários aspectos do meio físico varia de região para região e de parâmetro para parâmetro, a confecção dos mapas de vulnerabilidade à contaminação dos aquíferos deverá trazer a vulnerabilidade e risco classificados em intervalos de criticidade que incluem os índices Muito Alto, Alto, Moderado, Mediano, Baixo e Desprezível. 23 Processo participativo: Após a entrega do produto ao GT1 a empresa contratada apresentará este produto nas 05 cidades polo que representam um grupo de UPGRHs que foram previamente selecionadas pela SEMARH considerando suas zonas de influência, sendo: Alto Paraíso, Cristalina, Goiânia, Porangatu e Rio Verde. Nestas cidades deverão acontecer as consultas públicas para coleta de contribuições, e em seguida, a empresa consultora apresentará junto com a SEMARH o documento consolidado ao CERH para apreciação e considerações. A seguir são detalhados o objetivo, metodologia e conteúdo de cada um dos subprodutos do diagnóstico. 7.2.1 SUBPRODUTO 1: DIAGNÓSTICO DAS DISPONIBILIDADES HÍDRICAS NO ESTADO, TENDO COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO A BACIA HIDROGRÁFICA. Objetivo: Levantar, inventariar e estudar os recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, com vistas à avaliação quantitativa e qualitativa da disponibilidade hídrica no estado, de forma a subsidiar o gerenciamento dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos. Orientações: Deverão ser utilizadas informações secundárias, contidas em trabalhos já realizados por entidades públicas e privadas, que operam redes meteorológicas, hidrométricas e de qualidade das águas, complementados por estudos e análises específicos a serem desenvolvidos pela empresa contratada. Na realização de estudos hidrológicos, a empresa contratada deverá apresentar uma metodologia que permita avaliar as disponibilidades hídricas em vários pontos notáveis no território do estado. Para as águas subterrâneas, a empresa deverá conceber uma avaliação das disponibilidades hídricas mediante uma metodologia que considere as reservas explotáveis em cada região, levando em consideração aspectos ambientais, particularmente com relação à preservação da qualidade da água (ações/programas necessários para evitar contaminação por agrotóxicos e efluentes sanitários e industriais; para a conservação das áreas de recarga, entre 1 O detalhamento da entrega dos produtos está descrito no item 12. 24 outras ações de gestão do uso do solo) e com relação aos cálculos de disponibilidade hídrica (levar em consideração uso ambiental e humano). Conteúdo: • Avaliação das disponibilidades qualiquantitativas das águas superficiais e subterrâneas, incluindo cartas temáticas georreferenciadas que, em conjunto com funções matemáticas, gráficos, tabelas, dentre outros, permitam uma estimativa espacial da disponibilidade das águas; • Avaliação da disponibilidade hídrica subterrânea direcionada à região nordeste do estado, região na qual ocorre falta d’água com frequência para a população. Devido à presença de sistemas aquíferos cársticos, que elevam a concentração de cálcio e magnésio, o uso destas águas para consumo humano torna-se limitado; • Avaliação dos aspectos físicos, bióticos e de recursos hídricos, caracterizando de forma concisa a base territorial do PERH, identificando os principais aspectos relacionados aos recursos hídricos. Deverão ser inventariados os principais aspectos físicos e bióticos, tais como a geologia, a geomorfologia, o clima, a infraestrutura existente, a rede hidráulica e hidrológica, entre outros aspectos; • Realização de estudos hidrológicos de referência para o PERH. A metodologia de avaliação da hidrologia do estado deverá permitir identificar, em diferentes escalas, vazões de referência específicas que permitam a estimativa de riscos de não fechamentos de balanços hídricos. As vazões específicas serão consideradas as vazões atuais com base na série histórica existente e as vazões naturais; • Avaliação da situação atual das diferentes bacias hidrográficas do estado quanto aos balanços hídricos, considerando não apenas uma visão estática, mas uma análise dos riscos referentes às disponibilidades e demandas, relacionando os usos de recursos hídricos em cada bacia, identificando os usuários preponderantes, os usos mais impactantes, as correlações entre a base física e o universo de usuários, as principais fontes de poluição difusa, entre outros elementos; • Análise da regionalização da problemática relacionada aos recursos hídricos no estado, identificando o grau de criticidade em termos de aproveitamento de recursos hídricos, os conjuntos de usuários e as relações de conflito ou sinergia entre eles e cada uma das regiões do estado; • Análise da situação institucional existente, identificando as lacunas em cada uma das regiões, o grau de seriedade dos problemas e as instituições existentes. 25 • Classificação de Áreas Estratégicas de Gestão, onde, em seus territórios, se dará a aplicação dos instrumentos de gestão. As Áreas Estratégicas de Gestão deverão agregar tipologias similares de problemas, para os quais as soluções propostas pelo PERH deverão fazer frente; • Relatório temático da disponibilidade hídrica das bacias, conforme as UPGRHs em termos de quantidade e de qualidade das águas, contendo: avaliação da disponibilidade qualiquantitativa dos recursos hídricos superficiais, com indicações de regiões onde exista risco de inundações, de escassez de água e de comprometimento da qualidade; de trechos favoráveis à manutenção e restauração da biodiversidade das bacias e de ocorrência de espécies vetoras de doenças de veiculação hídrica e de importância sanitária. • Refinamento das estimativas de reservas hídricas assim como novos cálculos a fim de ampliar a precisão dos resultados tendo em vista que as realizadas até o presente momento no estado de Goiás foram apenas de forma geral e orientativa; • Mapeamento da Vulnerabilidade e Risco de Contaminação das águas subterrâneas, considerada como a representação da exposição natural à contaminação que leva em consideração os aspectos intrínsecos do meio aquífero. O risco de contaminação deve considerar, além da vulnerabilidade, o tipo de uso e ocupações da superfície. O tipo de uso da bacia representa o tipo e a densidade da carga de contaminantes, o que poderá ser detalhado em uma carta de uso atual com ênfase nas atividades potencialmente poluidoras. 7.2.2 SUBPRODUTO 2: DIAGNÓSTICO DO INVENTÁRIO DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA, DOS USOS E USUÁRIOS E DAS DEMANDAS E VARIABILIDADES HÍDRICAS. Objetivo: Definir o quadro atual de demanda hídrica no estado, a partir de análises qualiquantitativas das demandas atuais relacionadas aos diferentes usos setoriais. Orientações: Deverão ser considerados todos os tipos de demanda hídrica existentes nas bacias, incluindo usos consuntivos e não consuntivos e, ainda, opções não-utilitárias, relacionadas a demandas para proteção e conservação dos recursos hídricos. A caracterização dos usos múltiplos deverá ser realizada a partir da análise da evolução das atividades produtivas e da dinâmica temporal e espacial dos padrões de uso e ocupação da terra. Deverão ser considerados estudos já realizados e dados de Sensoriamento Remoto, aliado às 26 informações levantadas nos cadastros de usuários da água e demais informações relativas aos setores usuários da água. Deverão ser identificados e caracterizados os diferentes tipos de uso e ocupação da terra conforme seu grau de relevância para o aproveitamento dos recursos hídricos, corpos d´água ou trechos de tomada de água e as fontes de poluição pontual e difusa que interferem na disponibilidade hídrica. Deverão ainda ser realizadas as estimativas das demandas hídricas atuais. Para o mapeamento e análise de distribuição espacial da cobertura vegetal e do uso e ocupação da terra, deverão ser utilizadas imagens de satélite obtidas no máximo um ano antes da data de início dos estudos, com resolução compatível com a escala exigida, sendo validadas previamente pelo GT. Conteúdo: • Avaliação das demandas hídricas das bacias compartilhadas e dos possíveis conflitos entre os seus interesses e os interesses do outro estado; • Avaliação das demandas hídricas considerando as necessidades de captação, consumo e volumes de diluição, tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas; • Classificação química das águas para os diferentes usos, caracterização das áreas mais favoráveis à captação de águas subterrâneas, além das principais restrições ao seu aproveitamento do ponto de vista qualiquantitativo. Subsídios a programas de monitoramento onde houver risco de comprometimento da reserva por super explotação ou onde as águas subterrâneas forem vulneráveis à contaminação; • Avaliação da demanda atual por uso setorial e para a proteção e conservação ambiental; • Análise das formas de apropriação da água, como recurso, no processo de ocupação e desenvolvimento das bacias, e do processo de polarização regional, identificando as áreas de influência dos núcleos urbanos e os principais direcionamentos dos fluxos de bens e serviços; • Mapeamento e análise da distribuição espacial dos tipos de ocupação da terra nas bacias, das áreas de preservação legal e dos remanescentes da cobertura vegetal. Interpretação dos padrões de uso e ocupação da terra, identificados no Mapa de Uso do Solo, Cobertura Vegetal e Áreas de Preservação Legal a ser produzido em papel e arquivos vetorizados. Os resultados da análise dos padrões de uso e ocupação da terra deverão ser apresentados em no mínimo cinco classes, sendo elas: Remanescentes, Área Urbana, Pastagem, Agricultura (que deverá ser subdividida, destacando obrigatoriamente as áreas de plantio de cana-de-açúcar e áreas que utilizam como método de irrigação os pivôs centrais) e Hidrografia (que deverá ser subdividida, destacando obrigatoriamente as áreas de barragens e massas d’água), seguindo as orientações do Padrão de Exatidão Cartográfica 27 (PEC) (Decreto nº 89.817 de 20 de Junho de 1984) para a escala mínima de 1:500.000 a fim de subsidiar a proposição de programas de manejo, de conservação da biodiversidade e de recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas, a serem detalhados no PERH; • Avaliação dos sistemas de tratamento dos esgotos sanitários existentes, relacionando-os aos dados relativos à geração atual de esgotos, lançamentos em trecho ou segmento do curso de água receptor; • Avaliação da contaminação dos corpos d’água por efluentes industriais, por lixo e resíduos sólidos em geral, drenagem pluvial e outras situações insalubres. Espacialização dos principais pontos de contaminação por resíduos líquidos e sólidos e situações agressivas, com legenda que caracterize o grau e o tipo da agressão sobre a quantidade e qualidade das águas superficiais, além de riscos para os mananciais subterrâneos; • Análise da situação atual de crescimento do setor industrial, avaliando a sua demanda hídrica e a emissão de efluentes nos corpos d’água; • Avaliação da atividade mineraria no estado. Análise dos métodos empregados nos processos de lavra, beneficiamento e controle ambiental, identificando os impactos da atividade sobre os corpos d’água da região; • Análise da evolução da pesca, das suas tradições no estado e nas bacias e de sua importância econômica. Avaliação da situação atual da aquicultura, sua tipologia e os efeitos dos processos tecnológicos utilizados sobre os recursos hídricos; • Avaliação das condições de saúde da população relacionadas às doenças de veiculação hídrica; • Avaliação do setor agropecuário com indicação de áreas prioritárias e estimativa da demanda hídrica das principais culturas. Incorporar a análise da evolução do setor e sua distribuição no espaço regional. Análise da tecnologia utilizada na irrigação, identificando sua adequação às disponibilidades hídricas; • Avaliação do comprometimento dos recursos hídricos regionais para o atendimento à demanda de geração de energia atual das ações de manejo direcionadas ao uso múltiplo dos recursos hídricos; • Análise das condições do transporte hidroviário e as possibilidades de utilização dos cursos de água regionais para o desenvolvimento desse setor; • Avaliação da realidade e do potencial de exploração dos recursos hídricos no estado, associado ao turismo e lazer; 28 • Mapeamento dos ecossistemas aquáticos singulares com elevada biodiversidade, espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. 7.2.3 SUBPRODUTO 3: DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL, ECONÔMICA, POLÍTICA, LEGAL E INSTITUCIONAL DO ESTADO. Objetivo: Avaliar a dinâmica social, econômica, política, legal e institucional do estado, segundo a divisão hidrográfica estabelecida para o planejamento, identificando e integrando os elementos básicos que permitirão a compreensão da estrutura de organização da sociedade nas bacias e a identificação de atores e segmentos setoriais estratégicos a serem envolvidos no processo de mobilização social para a elaboração do PERH e na gestão dos recursos hídricos do estado. Orientações: Identificação das lideranças dos segmentos representativos: governo, usuários da água e entidades civis atuantes ou com potencial de parceria para o processo de comunicação e de mobilização social. Conteúdo: • Identificação de aspectos econômico-sociais por região hidrográfica, como a demografia bem como a caracterização das atividades econômicas, a evolução dos indicadores de desenvolvimento e o crescimento apresentado em relação ao resto do país entre outros elementos que constituem as bases para a estruturação dos cenários futuros em contexto factíveis; • Análise das formas de atuação, de interação e de superposição de competências das instituições no exercício de suas atribuições, associada à análise dos instrumentos legais que dão suporte ao Sistema de Gestão de Recursos Hídricos, identificando eventuais lacunas que deverão ser preenchidas pelo estado para a estruturação do sistema; • Caracterização dos grupos representantes dos padrões culturais e antropológicos presentes no estado, avaliando sua situação atual e formas de organização. Caracterização dos padrões culturais relacionados a processos produtivos (pesca, garimpo, pequena produção) e as minorias étnicas (grupos indígenas, quilombolas) presentes no estado, dentre outros; • Avaliação do sistema educacional dos municípios e dos meios de comunicação existentes no estado e suas capacidades de atuação como canais de difusão no processo de conscientização e mobilização da sociedade no contexto da gestão dos recursos hídricos no estado; 29 • Identificação e caracterização da estrutura política, grupos sociais e econômicos organizados, sua forma de atuação, alianças e grupos de pressão, diagnosticando as forças sociais presentes no estado; • Análise da situação atual dos Comitês e Agências de Bacias já instaladas, em fase de instalação e as aprovados pelo CERH; • Análise das interfaces legais e institucionais existentes entre o sistema do estado, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e os Sistemas Estaduais de outros estados limítrofes, identificando os planos existentes para as bacias limítrofes, estados e na esfera federal (como o Plano Estratégico Tocantins-Araguaia e o Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, ambos elaborados pela ANA). As intervenções propostas nesses planos que possam interferir nas águas que banham o estado deverão ser verificadas, buscando-se a compatibilização com os interesses dos estados, usuários vizinhos, assim como deverão ser identificados pontos de conflito e possíveis soluções institucionais; • Avaliação da dinâmica social das diferentes regiões do estado, identificando e integrando os elementos básicos que permitirão a compreensão da estrutura de organização da sociedade nas bacias e a identificação de atores e segmentos setoriais estratégicos a serem envolvidos no processo de mobilização social para a elaboração do PERH e na gestão dos recursos hídricos do estado. Deverão ser identificadas as lideranças dos segmentos representativos do governo, usuários da água e entidades civis atuantes, ou com potencial de parceria para o processo de comunicação e de mobilização social; • Relatórios temáticos, consolidando todas as informações dos estudos que compõem esse diagnóstico, identificando as forças políticas, sociais e econômicas atuantes no estado, por região hidrográfica e outros aspectos que constituem as bases para a estruturação do processo de mobilização social, de forma a garantir a participação da sociedade organizada na elaboração do PERH. Atividades: Etapa 1 - Entrega do Produto: Diagnóstico dos Recursos Hídricos no estado. Etapa 2 – Realização de 01 (uma) consulta pública por cidade polo das UPGRHs para apresentação do produto à sociedade e coleta de contribuições. Etapa 3 – Apresentação do produto consolidado pela empresa contratada junto com a SEMARH ao CERH para apreciação e considerações. 30 7.3 PRODUTO 3 - PROGNÓSTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO. Orientações: Para a elaboração deste produto a empresa contratada deverá contatar, sempre que necessário, os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, profissionais e entidades envolvidas com recursos hídricos, tais como: ANA, MMA, IBGE, SEMARH, SANEAGO, SEAGRI, SEGPLAN, CELG, METAGO, UFG, UEG, IFG, IFGoiano, CPRM, DNPM, FIEG, Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura em Goiás, ABRH, ABES, dentre outros, além dos estudos integrados de bacias hidrográficas (EIBHs) e dos Planos Estratégicos de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas do Rio Paranaíba, Tocantins-Araguaia e do São Francisco. Como no estado de Goiás o grau de conhecimento dos vários aspectos do meio físico varia de região para região e de parâmetro para parâmetro, a confecção dos mapas de vulnerabilidade à contaminação dos aquíferos deverão trazer a vulnerabilidade e risco classificados em intervalos de criticidade que incluem os índices Muito Alto, Alto, Moderado, Mediano, Baixo e Desprezível. Processo participativo: Após a entrega do produto ao GT a empresa contratada apresentará este produto nas 05 cidades polo onde deverão acontecer as consultas públicas para coleta de contribuições, e em seguida, apresentará junto com a SEMARH o documento consolidado ao CERH para apreciação e considerações. A seguir são detalhados o objetivo, metodologia e conteúdo de cada um dos subprodutos do prognóstico. 7.3.1 SUBPRODUTO 1: PROGNÓSTICO DAS DEMANDAS E VARIABILIDADES HÍDRICAS. Objetivo: Definir o quadro potencial de demanda hídrica no estado, a partir da análise das demandas atuais relacionadas aos diferentes usos setoriais e das perspectivas de evolução dessas demandas, estimadas a partir da análise das políticas, planos ou intenções setoriais de uso, controle e proteção dos recursos hídricos. Orientações: Utilização de informações contidas em trabalhos já realizados por entidades públicas e privadas, que operam redes meteorológicas, hidrométricas e de qualidade das águas, complementados por estudos e análises específicos a serem desenvolvidos pela empresa contratada, aliados a modelos matemáticos de simulação que “superponham” as demandas hídricas, nos horizontes de curto (5 anos), médio (10 anos) e longo (20 anos) 31 prazos. Na realização de estudos de prognósticos hidrológicos, a empresa contratada deverá apresentar uma metodologia que permita avaliar as disponibilidades hídricas em vários pontos notáveis no território do estado, compatível com as avaliações de futuro decorrentes dos cenários. Para as águas subterrâneas, a empresa contratada deverá conceber uma avaliação das disponibilidades hídricas mediante uma metodologia que considere as reservas exploráveis em cada região, levando em consideração aspectos ambientais, particularmente com relação à preservação da qualidade da água (ações/programas necessários para evitar contaminação por agrotóxicos e efluentes sanitários e industriais; para a conservação das áreas de recarga, entre outras ações de gestão do uso do solo) e com relação aos cálculos de disponibilidade hídrica (levar em consideração uso ambiental e humano). Deverão ser considerados todos os tipos de demanda hídrica existentes nas bacias, incluindo usos consuntivos e não consuntivos e, ainda, opções não-utilitárias, relacionadas a demandas para proteção e conservação dos recursos hídricos. A caracterização dos usos múltiplos deverá ser realizada a partir da análise da evolução das atividades produtivas e da dinâmica temporal e espacial dos padrões de uso e ocupação da terra. Conteúdo: • Projeções no curto, médio e longo prazos, das demandas hídricas das bacias compartilhadas e dos possíveis conflitos entre os seus interesses e os interesses do outro estado. • Avaliação das demandas projetadas, por uso setorial e para a proteção e conservação ambiental; • Cenarização das perspectivas de crescimento do setor industrial e de saneamento básico (de acordo com a Lei Federal n°11.445 de 5 de janeiro de 2007) , avaliando a sua demanda hídrica e a emissão de efluentes nos corpos d´água; • Perspectivas de crescimento da atividade minerária no estado, frente às potencialidades das jazidas e aos investimentos previstos; • Perspectiva do potencial de crescimento e desenvolvimento da aquicultura no estado e seu mercado; • Projeção do setor agropecuário e identificação do potencial de terras para o desenvolvimento da agricultura irrigada, com indicação de áreas prioritárias e estimativa da demanda hídrica das principais culturas. Incorporar a análise da evolução do setor e sua distribuição no espaço regional, bem como as possibilidades de expansão ou alternativas de produção; 32 • Projeção do comprometimento dos recursos hídricos regionais para o atendimento à demanda de geração de energia e das ações de manejo direcionadas ao uso múltiplo dos recursos hídricos; • Possibilidades de utilização dos cursos de água regionais para o desenvolvimento do transporte hidroviário; • Possibilidades de exploração dos recursos hídricos no estado, associado ao turismo e lazer; • Análise das perspectivas futuras dos Comitês e Agências de Bacias já instaladas, em fase de instalação e as aprovadas pelo CERH. 7.3.2 SUBPRODUTO 2 - CENÁRIOS DAS DEMANDAS HÍDRICAS. Objetivo: Efetuar o balanço entre a disponibilidade e a demanda hídrica atual e analisar as tendências de evolução das demandas, no espaço e no tempo, sem considerar qualquer intervenção, considerando as áreas estratégicas de gestão. Essa avaliação permitirá a identificação dos conflitos entre oferta e demanda hídrica e a análise e a justificativa de intervenções a serem projetadas em cenários alternativos, visando à otimização da disponibilidade qualiquantitativa. Orientações: Os cenários, no contexto do PERH, deverão ser entendidos como o resultado do confronto entre as disponibilidades e as tendências de evolução das demandas hídricas ao longo do tempo, considerando o espaço territorial e suas potencialidades e os planejamentos dos diversos setores da economia, tendo em vista que as políticas e situações econômicas sociais não irão diferir radicalmente das atuais. A empresa contratada deverá realizar o confronto entre a disponibilidade e a demanda de água, atual e projetada, para os diversos usos, incluindo análise de riscos de ocorrência de eventos extremos, como enchentes e estiagens. Para a elaboração desta atividade deverão ser utilizados modelos matemáticos de simulação que “superponham” as demandas hídricas, nos horizontes de curto, médio e longo prazo, sobre as disponibilidades hídricas, variáveis no tempo e no espaço. A aleatoriedade do processo natural pode ser representada pelos registros das variáveis que o descrevem, observados ou sintetizados por modelos estocásticos. As alternativas metodológicas adotadas, incluindo os modelos que serão empregados, deverão ser descritas de forma que possa ser avaliada a adequação entre o que é proposto e o que é requerido. Conteúdo: 33 • Análise de evolução dos problemas hídricos de natureza quantitativa e qualitativa no estado, para os horizontes de prazo estabelecidos abaixo, caso não seja implementada nenhuma intervenção; • Análise dos padrões de crescimento demográfico e econômico e das políticas, planos, programas e projetos setoriais relacionados aos recursos hídricos; • Proposição de cenário tendencial, com a premissa da permanência das condições demográficas, econômicas e políticas prevalecentes, e de cenários alternativos; • Avaliação das demandas e disponibilidades hídricas dos cenários formulados; • Balanço entre disponibilidades e demandas hídricas com identificação de conflitos potenciais nos cenários; • Avaliação das condições da qualidade da água nos cenários formulados com identificação de conflitos potenciais; • Necessidades e alternativas de prevenção, ou mitigação das situações críticas identificadas; • Apresentação de pelo menos 3 (três) cenários alternativos de demandas hídricas, com as respectivas alternativas de intervenção, analisados por pelo menos 3 (três) períodos (5, 10 e 20 anos após a data dos estudos). • Identificação do cenário de referência para o qual o PERH orientará suas ações, que deverão ser integradas ao Plano Plurianual - PPA Estadual. Atividades: Etapa 1- Entrega do Produto: Prognóstico dos Recursos Hídricos no Estado. Etapa 2 – Realização de 01 (uma) consulta pública por cidade polo das UPGRHs para apresentação do produto à sociedade e coleta de contribuições. Etapa 3 – Apresentação do produto consolidado pela empresa contratada junto com a SEMARH ao CERH para apreciação e considerações. 7.4 PRODUTO 4 - DIRETRIZES, PROGRAMAS E METAS DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Orientações: Determinar as metas e as estratégias do Plano, incorporando o elenco de ações que contribuirão para o seu efetivo alcance, integradas ao PPA Estadual, visando minimizar os principais problemas relacionados aos recursos hídricos e otimizar o seu uso múltiplo. 34 O PERH deverá atender ao disposto na Seção I – Dos Planos de Recursos Hídricos – Capítulo IV da Lei Federal nº 9.433/97 e do Art. 18 e 19 – Capítulo III, da Lei Estadual nº 13.123/97, definindo-se as metas e estratégias que o Plano buscará alcançar, nos horizontes de curto (5 anos), médio (10 anos) e longo (20 anos) prazos. A partir desse referencial deverão ser elaborados programas, projetos e medidas emergenciais a serem implementados no estado. Processo participativo: Após a entrega do produto ao GT, a empresa contratada apresentará este produto nas 05 cidades polo onde deverão acontecer as consultas públicas para coleta de contribuições, e em seguida, apresentará junto com a SEMARH o documento consolidado ao CERH para apreciação e considerações. Conteúdo: • Propostas de metas e estratégias e do elenco das ações que comporão o PERH; • Elenco das ações consolidadas em programas, projetos e medidas emergenciais a serem implementados a curto, médio e longo prazos, no âmbito do PERH; • Proposição de medidas e de meios de execução necessários à articulação dos interesses do estado com os interesses dos estados localizados à montante e jusante (bacias hidrográficas federais), no que se refere às demandas hídricas; • Definição das metas do plano; • Ações ou intervenções requeridas, organizadas em componentes, programas e subprogramas, com justificativa, objetivos, executor, investimentos, fontes possíveis de recursos e prazo de implantação; • Prioridades e cronograma de investimentos; • Diretrizes para implementação dos instrumentos de gestão segundo a Lei Federal nº 9.433/97 e Lei Estadual nº 13.123/97; • Arranjo institucional ou recomendações de ordem institucional para aperfeiçoamento da gestão dos recursos hídricos e para implementação das ações requeridas; • Recomendações de ordem operacional para a implementação do PERH; • Recomendação da articulação do PERH com a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei nº 9.795/99 e Decreto 4.281/02) e Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA no processo da implementação; • Delimitar acompanhamento para a implementação do PERH e definir avaliações desse monitoramento estabelecendo indicadores que permitam verificar o nível de implementação das ações propostas; • Delimitar a periodicidade de revisão do PERH; 35 • Recomendações para os setores usuários, governamental e sociedade civil; • Programas de aperfeiçoamento tecnológico e de capacitação de recursos humanos, inclusive com aumento de produtividade e de valorização profissional, das equipes técnicas especializadas em recursos hídricos do Órgão Gestor; • Articulação com planos estaduais de: Indústria e Comércio; Agricultura, pecuária e irrigação; Saneamento; Resíduos sólidos; dentre outros existentes no Estado, inclusive, subsidiando estes planos em relação aos temas de interesse para a Gestão dos Recursos Hídricos; Objetivos e diretrizes gerais, em nível estadual e interregional definidos mediante processo e planejamento interativo que considere outros planos, gerais, regionais e setoriais, devidamente compatibilizados com as propostas de recuperação, proteção e conservação dos recursos hídricos do estado; • Diretrizes e critérios gerais para o gerenciamento de recursos hídricos; • Diretrizes e critérios para a participação financeira do estado no fomento aos programas regionais relativos aos recursos hídricos, quando couber, definidos mediante articulação técnica, financeira e institucional com a União, estados vizinhos e entidades internacionais de cooperação; • Compatibilização das questões interbaciais e consolidação dos programas anuais e plurianuais das bacias hidrográficas, previstas no inciso II do artigo 20 da Lei Estadual nº 13.123; • Proposta para o aperfeiçoamento da participação da sociedade civil na formulação e implantação dos planos e programas de recursos hídricos; • Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; • Medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; • Prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; • Diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; • Diretrizes e prioridades para conservação e recuperação ambiental de áreas críticas degradadas; • Proposta de programa de conservação e recuperação de áreas de preservação permanente; • Diretrizes e critérios para o pagamento por serviços ambientais como incentivo a conservação dos recursos hídricos; 36 • Estudos de priorização de áreas para conservação e recarga de aqüíferos; para ordenamento de uso do solo e incentivos para melhores praticas produtivas entre outras ações/programas ambientais que contribuam para a melhoria e manutenção da quantidade e qualidade dos recursos hídricos; • Proposta de arranjo institucional para a criação do Fundo Estadual de Recursos Hídricos e sua viabilidade; • Propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos; • Identificação de áreas prioritárias para a elaboração de estudos de vazão ecológica. Atividades: Etapa 1 - Entrega do Produto: Diretrizes, Programas e Metas do Plano Estadual de Recursos Hídricos; Etapa 2 – Realização de 01 (uma) consulta pública por cidade polo das UPGRHs para apresentação do produto à sociedade e coleta de contribuições; Etapa 3 – Apresentação do produto consolidado pela empresa contratada junto com a SEMARH ao CERH para apreciação e considerações. 7.5 PRODUTO 5 - DOCUMENTO CONSOLIDADO DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Orientações: Deverá ser elaborada uma síntese executiva reunindo as principais informações dos produtos anteriores, com vistas a orientar os gestores em relação à implementação do PERH. Este documento deverá funcionar como uma ferramenta de trabalho nas mãos dos gestores. O Plano deverá ser estruturado segundo o escopo indicado abaixo e caberá à empresa contratada promover complementações a este escopo, de acordo com a metodologia que pretende adotar para atender às expectativas do PERH. Tais metodologias deverão ser apresentadas no produto 1 e aprovadas pelo GT. O documento deverá conter as principais informações do PERH, no formato de orientações para o gestor. Deverá ser apresentado em linguagem clara e de fácil compreensão. Processo participativo: Após a entrega do produto ao GT a empresa contratada apresentará junto com a SEMARH o documento consolidado ao CERH para apreciação e considerações. Conteúdo: 37 • Panorama político-institucional da gestão dos recursos hídricos no estado; • Síntese do diagnóstico dos recursos hídricos: situação socioeconômica e ambiental dos recursos hídricos do estado; • Síntese dos cenários tendenciais: perspectivas futuras para os recursos hídricos no estado; • Diretrizes do PERH; • Objetivos estratégicos do PERH; • Estrutura dos programas e indicadores; • Mecanismos de articulação do PERH com os Planos de Bacias Hidrográficas do Tocantins-Araguaia, do São Francisco, do Paranaíba, e dos Planos de Infraestrutura Hídrica do Estado de Goiás, Plano de Aproveitamento Hidroagrícola e Desenvolvimento Agroindustrial do Estado de Goiás, o PNQA, bem como o PNRH; • Estratégias de implementação e arranjo institucional; • Definição de prioridades do PERH; • Mecanismos de gerenciamento, monitoramento e avaliação do PERH; • Síntese do processo participativo/consultas públicas. Atividades: Etapa 1 - Entrega do Produto final: Plano Estadual de Recursos Hídricos; Etapa 2 – Apresentação do produto ao CERH, pela empresa contratada junto com a SEMARH para apreciação e considerações. A seguir, apresentamos os quadros demonstrativos dos produtos/relatórios e atividades vinculadas. PRODUTOS/RELATÓRIOS E ATIVIDADES VINCULADAS PRODUTO 1: Bases Metodológicas para a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Orientação: O produto deverá ser composto pelo seguinte subproduto: SUBPRODUTO 1 – Criação da Web Site do PERH. ETAPA 1 Especificação: Entrega do Documento: Bases Metodológicas para a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Subprodutos Quantidade Especificação 38 Entrega Documento do Apresentação do Documento para o GT 4 1 02 (duas) vias originais para cada instituição por meio impresso (papel formato A4, encadernados com capa plástica e espiral) e com o conteúdo gravado em DVD. Apresentação oral do Documento: Bases Metodológicas para a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. ETAPA 2 Especificação: Criação da Web Site do PERH. Produtos Quantidade Web site do PERH 1 Especificação Fica a cargo da empresa contratada a elaboração, manutenção e alimentação da web site do PERH que deverá permanecer ativa até a finalização do contrato quando passará a ser responsabilidade da SEMARH. O acesso deve ser restrito ao GT. ETAPA 3 Especificação: Participação no evento de lançamento público do processo de elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos e lançamento da web site. Produtos Apresentação empresa contratada Quantidade Especificação da Apresentação da Web site do PERH 1 Apresentação institucional da empresa contratada 1 Apresentação oral com recursos audiovisuais da web site do PERH. 39 PRODUTO 2: Diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado Orientação: O produto deverá ser composto pelos seguintes subprodutos: SUBPRODUTO 1 - Diagnóstico das Disponibilidades Hídricas no Estado, tendo como unidade de planejamento a bacia hidrográfica; SUBPRODUTO 2 - Diagnóstico do Inventário do Uso e Ocupação do Solo, dos Usos e Usuários e das Demandas e Variabilidades Hídricas. SUBPRODUTO 3 - Diagnóstico da Dinâmica Social, Econômica, Política, Legal e Institucional do Estado. ETAPA 1 Especificação: Entrega do Documento: Diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado. Subprodutos Entrega documento do Apresentação do produto para o GT Quantidade Especificação 4 02 (duas) vias originais para cada instituição por meio impresso (papel formato A4, encadernados com capa plástica e espiral) e com o conteúdo gravado em DVD. 1 Apresentação audiovisuais. oral com recursos ETAPA 2 Especificação: Realização de 01 (uma) consulta pública por cidade polo das UPGRHs para apresentação do produto à sociedade e coleta de contribuições. Subprodutos Condução Consulta Pública da Quantidade Especificação A metodologia deverá ser elaborada e 05 (01 por cidade polo de apresentada pela empresa contratada UPGRH) e aprovada pelo GT. (Produto 1) Apresentação do Apresentação 05 (01 por Consulta Pública) Produto audiovisuais. oral com recursos ETAPA 3 Especificação: Apresentação do produto consolidado pela empresa contratada junto com a SEMARH ao CERH para apreciação e considerações. Subprodutos Quantidade Especificação Apresentação do Produto com as alterações Apresentação oral com recursos 1 propostas pelo audiovisuais. GT e Consultas Públicas. PRODUTO 3: Prognóstico dos Recursos Hídricos no Estado Orientação: O produto será composto pelos seguintes subprodutos: SUBPRODUTO 1 - Prognóstico das Demandas Hídricas e SUBPRODUTO 2 - Cenário Tendencial das Demandas Hídricas. ETAPA 1 40 Especificação: Entrega do Documento: Prognóstico dos Recursos Hídricos no Estado. Subprodutos Entrega documento do Apresentação do produto para o GT Quantidade Especificação 4 02 (duas) vias originais para cada instituição por meio impresso (papel formato A4, encadernados com capa plástica e espiral) e com o conteúdo gravado em DVD. 1 Apresentação audiovisuais. oral com recursos ETAPA 2 Especificação: Realização de 01 (uma) consulta pública por cidade polo das UPGRHs para apresentação do produto à sociedade e coleta de contribuições. Subprodutos Condução Consulta Pública da Quantidade Especificação A metodologia deverá ser elaborada e 05 (01 por cidade polo de apresentada pela empresa contratada UPGRH) e aprovada pelo GT. (Produto 1) Apresentação do Apresentação 05 (01 por Consulta Pública) Produto audiovisuais. oral com recursos ETAPA 3 Especificação: Apresentação do produto consolidado pela empresa contratada junto com a SEMARH ao CERH para apreciação e considerações. Subprodutos Apresentação do Produto com todas as alterações propostas pelo GT e nas Consultas Públicas. Quantidade Especificação Apresentação audiovisuais. 1 oral com recursos PRODUTO 4: Diretrizes, Programas e Metas do Plano Estadual de Recursos Hídricos Orientação: Este produto não possui subproduto vinculado. ETAPA 1 Especificação: Entrega do Documento: Diretrizes, Programas e Metas do Plano Estadual de Recursos Hídricos; Subprodutos Quantidade Especificação 41 Entrega documento do Apresentação do produto para o GT 4 02 (duas) vias originais para cada instituição por meio impresso (papel formato A4, encadernados com capa plástica e espiral) e com o conteúdo gravado em DVD. 1 Apresentação audiovisuais. oral com recursos ETAPA 2 Especificação: Realização de 01 (uma) consulta pública por cidade polo das UPGRHs para apresentação do produto à sociedade e coleta de contribuições. Subprodutos Condução Consulta Pública da Quantidade Especificação A metodologia deverá ser elaborada e 05 (01 por cidade polo de apresentada pela empresa contratada UPGRH) e aprovada pelo GT. Apresentação do Apresentação 05 (01 por Consulta Pública) Produto audiovisuais. oral com recursos ETAPA 3 Especificação: Apresentação do produto consolidado pela empresa contratada junto com a SEMARH ao CERH para apreciação e considerações. Subprodutos Apresentação do Produto com todas as alterações propostas pelo GT e nas Consultas Públicas. Quantidade Especificação Apresentação audiovisuais. 1 42 oral com recursos PRODUTO 5: Plano Estadual de Recursos Hídricos Orientação: Este produto não possui subproduto vinculado. ETAPA 1 Especificação: Entrega do Documento final: Plano Estadual de Recursos Hídricos. Subprodutos Quantidade Especificação Entrega do documento 4 02 (duas) vias originais para cada instituição por meio impresso (papel formato A4, encadernados com capa plástica e espiral) e com o conteúdo gravado em DVD. Apresentação do Produto para o GT 1 Apresentação oral com recursos audiovisuais. ETAPA 2 Especificação: Apresentação do produto ao CERH, pela empresa contratada junto com a SEMARH para apreciação e considerações. Subprodutos Quantidade Especificação Apresentação do Produto Final com as alterações propostas pelo GT. 1 Apresentação oral com recursos audiovisuais. DETALHAMENTO DO PROCESSO PARTICIPATIVO: CONSULTAS PÚBLICAS E REUNIÕES NO CERH. Visando garantir a participação popular ao longo de todo o processo de construção do Plano, estão previstas 01 (uma) consulta pública para os Produtos 2, 3 e 4, que serão realizadas em cada uma das 05 (cinco) “cidades polo”, totalizando 15 (3 Produtos onde ocorrerão Consultas Públicas X 5 cidades pólo por Consulta Pública) consultas públicas. Estas “cidades polo” representam um grupo de UPGRH’s que foram previamente selecionadas pela SEMARH considerando suas zonas de influência, sendo: Alto Paraíso, Cristalina, Goiânia, Porangatu e Rio Verde. Portanto, apenas o Produto 1: Bases metodológicas para a elaboração do PERH e o produto 5: Documento consolidado do Plano Estadual não passarão pelas consultas públicas. 43 Tais reuniões serão amplamente divulgadas pela SEMARH em todos os veículos de comunicação tais como: chamadas em rádio, carro de som, internet e convite a todos os órgãos e entidades de classe ligadas ao meio ambiente e recursos hídricos. A mobilização da sociedade, identificação, seleção e reserva dos locais para as reuniões, com infraestrutura para receber, no mínimo, 50 pessoas, registro de presenças e imagens dos participantes, equipamentos audiovisuais para a projeção em telas, além da organização e divulgação do evento, ficarão sob a responsabilidade da SEMARH. Serão de responsabilidade da empresa contratada a identificação do público-alvo a ser convidado, com base nos estudos sobre a dinâmica social do estado, e a verificação da melhor forma de proceder aos convites, tendo em vista os diferentes grupos sociais a serem convidados, objetivando o aumento da participação nas reuniões. A condução das atividades propostas para as consultas públicas também ficará sob a responsabilidade da empresa contratada, devendo esta ser apresentada e detalhada no produto 1: Bases metodológicas para a elaboração do PERH, para aprovação do GT. As despesas decorrentes destas consultas públicas, tais como: chamadas em rádio, divulgação em carros de som e internet e confecção dos convites necessários para a mobilização da sociedade, ficarão sob a responsabilidade da SEMARH. Apenas as despesas da equipe da empresa contratada não serão custeadas. O outro momento de participação social acontecerá através das reuniões que serão realizadas no âmbito do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH. Após a realização da última consulta pública de cada produto em que houver a previsão da mesma(Produtos 2,3 e 4), a SEMARH se responsabilizará por solicitar ao Presidente do CERH a realização de reunião para apreciação do produto e coleta de contribuições. Adicionalmente, o Produto final: Plano Estadual de Recursos Hídricos passará pela apreciação e considerações do CERH. A SEMARH providenciará todos os insumos necessários para a realização destas reuniões, porém a empresa contratada fará, juntamente com a SEMARH, a apresentação dos produtos resultantes dos estudos. As despesas da equipe da empresa contratada serão de responsabilidade da mesma. As consultas públicas e reuniões no CERH deverão seguir as seguintes especificações: Consultas Públicas: Reuniões para apreciação dos produtos do PERH e coleta de contribuições da sociedade: 44 Público-alvo: Sociedade civil, associações, empresas, sindicatos, instituições de ensino, prefeituras e câmaras municipais, dentre outras. Quantidade: 01 (uma) consulta pública para cada um dos produtos: 2, 3 e 4, que serão realizadas em cada uma das 05 (cinco) “cidades polo”. Local: Alto Paraíso, Cristalina, Goiânia, Porangatu e Rio Verde. Responsável pela organização: SEMARH. Responsável pela condução da reunião: Empresa contratada. Responsável pela compilação das contribuições da sociedade: SEMARH. Insumos: SEMARH: mobilização da sociedade, identificação, seleção e reserva dos locais para as reuniões, com infraestrutura para receber, no mínimo, 50 pessoas, registro de presenças e imagens dos participantes, equipamentos audiovisuais para a projeção em telas, além da organização e divulgação do evento. Empresa contratada: condução dos trabalhos, apresentação oral com recursos audiovisuais, despesas com passagens, alimentação e hospedagens da equipe contratada. Reuniões no CERH: Reuniões no CERH para apreciação dos produtos do PERH, coleta de contribuições e aprovação do produto final: Público-alvo: Instituições que compõe o CERH. Quantidade: 01 (uma) plenária por produto, exceto o produto 1. Local: Goiânia – GO Responsável pela organização e condução: SEMARH. Responsável pela apresentação: SEMARH e empresa contratada. Responsável pela compilação das contribuições do CERH: SEMARH Insumos: SEMARH: Mobilização do CERH. Empresa contratada: apresentação oral com recursos audiovisuais, despesas com passagens, alimentação e hospedagens da equipe contratada. FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS PRODUTOS Os produtos devem ser apresentados em Língua Portuguesa (Brasil). Deverão ser objetivos, em linguagem clara que propicie uma perfeita compreensão. Deverão referenciar as atividades 45 realizadas em consonância com o TDR e com o cronograma físico estabelecido. Os produtos deverão conter informações detalhadas dos procedimentos técnicos e metodológicos, incluindo memorial descritivo e de cálculo. Os produtos especificados no TDR deverão ser apresentados à Unidade de Gerenciamento do Programa - UGP - INTERÁGUAS/MMA e a Superintendência de Recursos Hídricos da SEMARH em 01 (uma) via de forma impressa para cada instituição e por e-mail (a ser informado), sob a forma de minuta, para análise e correção/adequação. Uma vez aprovado deverá ser entregue, para cada instituição, de forma definitiva, em 02 (duas) vias originais por meio impresso (papel formato A4, encadernados com capa plástica e espiral) e com o conteúdo gravado em DVD. Os produtos de sensoriamento remoto deverão possuir os seguintes requisitos mínimos: imagens datadas de no máximo 1 (um) ano, a contar da data de início do projeto, com preferência para as imagens mais recentes disponíveis em catálogos; resolução espacial igual ou inferior a 25m; resolução radiométrica igual ou superior a 7 bit; resolução espectral com pelo menos uma banda no visível e uma banda no infravermelho, no total mínimo de 3 bandas; ter no máximo 5% de nuvens e/ou sombras; ser entregues em projeção cartográfica geográfica, com Datum SAD-69, em formato .tiff/geotiff; Os produtos cartográficos deverão possuir os seguintes requisitos mínimos: ser entregues em formato shapefile; ser entregues em projeção cartográfica geográfica, com Datum SAD-69; seguir as Normas Técnicas da Cartografia Nacional - Decreto nº 89.817 de 20 de Junho de 1984; estar adequados aos padrões da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE (Decreto nº 6.666, de 27 de novembro de 2008); seguir as Especificações Técnicas para a Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais – EDGV, versão 2.1 ou superior. Em casos não contemplados pelo documento, as especificações serão definidas em reuniões que deverão ser realizadas junto ao GT; ser entregues em escala de 1:500.000, ser entregues em 3 pastas distintas, sendo denominadas: 1. Diagnóstico, 2. Prognósticos, 3. Cenários. Os produtos referentes ao banco de dados deverão possuir os seguintes requisitos mínimos: ser entregues como um esquema do PostGIS, denominado PERH; ser entregues em 3 esquemas denominados: 1. Diagnóstico, 2. Prognósticos, 3. Cenários. As tabelas que compõem o esquema deverão possuir o mesmo nome dos shapefiles e estar sempre em letras minúsculas, sem caracteres especiais; a tabela de atributos deverá conter impreterivelmente uma coluna chamada “legenda”. Os atributos dessa coluna devem ser iguais às legendas dos mapas impressos entregues; as legendas utilizadas nos mapas impressos deverão ser entregues em formato “.map”, sendo realizados obrigatoriamente pelo software livre QuantumGIS. O 46 banco de dados dos topônimos deverá ser estruturado da seguinte forma: a) Os elementos pontuais deverão ter os seguintes atributos: Nome, Coordenadas (em graus decimais, contendo duas colunas, uma para latitude e uma para longitude), Geocódigo do município, Categoria; b) Os elementos lineares deverão ter os mesmos atributos dos pontuais, sendo sua coordenada definida pelo ponto central e extremos do elemento. Quando o elemento ultrapassar mais de um município o banco deverá ter tantos registros quanto os municípios cruzados, sendo a coordenada referente ao valor central da porção do elemento e as coordenadas extremas as que tocam os limites do município; c) Os elementos superficiais deverão ter os mesmos atributos dos pontuais, sendo sua coordenada definida pelo ponto centróide do elemento. Quando o elemento ultrapassar mais de um município o banco deverá ter tantos registros quanto os municípios cruzados, sendo a coordenada referente ao valor do centróide da porção do elemento. A empresa contratada deverá criar uma web site do “Plano Estadual de Recursos Hídricos de Goiás” para disponibilizar todos os produtos do PERH e o andamento dos mesmos ao GT e UGP/INTERÁGUAS, com fornecimento de login e senha para acesso restrito. Essa página deverá ser atualizada a cada entrega final dos produtos. PROPRIEDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS Todas as peças componentes do trabalho executado pela empresa contratada tais como: relatórios, planilhas, fotos, imagens, mapas, CDs e DVDs (inclusive originais), serão de propriedade da SRHU/MMA e deverão ser entregues até a data fixada para o término do contrato. A empresa contratada poderá reter cópia dos produtos acima indicados, mas sua utilização para fins diferentes do objeto deste instrumento dependerá de autorização prévia e expressa do contratante, mesmo depois de encerrado o contrato. PRAZO DE EXECUÇÃO O prazo para a execução dos serviços será de 24 meses, contados a partir da emissão da ordem de serviço - OS, expedida pela contratante. As atividades serão distribuídas conforme estabelecido no plano de trabalho a ser apresentado pela empresa contratada, analisadas pelo GT e aprovadas pela SRHU/MMA. 47 Para a entrega dos produtos, a empresa contratada deverá seguir as orientações propostas nos fluxogramas apresentados, respeitando os limites de datas. O produto 1 deverá seguir o fluxograma apresentado na figura 3. Figura 3 : Fluxograma dos Procedimentos do Produto 1. Na entrega do produto 1, a empresa contratada deverá realizar uma apresentação oral referente ao documento entregue ao GT. Após a apresentação dos resultados, o produto será analisado pelo GT no prazo máximo de 15 (quinze) dias. Caso sejam solicitadas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 15 (quinze) dias para realizar as correções indicadas pelo GT e entregar o novo material. O GT terá um novo prazo de 10 (dez) dias úteis para nova avaliação. Se ainda forem necessárias novas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis para a entrega do material revisado. Após o recebimento do produto a SRHU/MMA emitirá um parecer e caso aprovado, a empresa contratada deverá entregar a versão final do produto em 05 (cinco) dias úteis. Os produtos 2, 3 e 4 deverão seguir o fluxograma apresentado na figura abaixo. 48 Figura 4 : Fluxograma dos Procedimentos dos Produtos 2, 3 e 4. Na entrega dos produtos 2, 3 e 4, a empresa contratada deverá realizar uma apresentação oral referente ao documento entregue ao GT. Após a apresentação dos resultados, o produto será analisado pelo GT no prazo máximo de 15 (quinze) dias. Caso sejam solicitadas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 10 (dez) dias para realizar as correções indicadas pelo GT e entregar o novo material. O GT terá um novo prazo de 10 (dez) dias úteis para nova avaliação. Se ainda forem necessárias novas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis para a entrega do material revisado. Após a avaliação dos produtos pelo GT o material revisado deverá passar por Consultas Públicas que serão realizadas em até 30 (trinta) dias a contar da data de entrega da versão 49 revisada com as alterações solicitadas pelo GT. Tais Consultas Públicas serão realizadas nas cidades polo das UPGRHs para apreciação das informações contidas nos mesmos e coleta de contribuições, garantindo assim a participação de toda comunidade local e regional. As sugestões propostas durante as Consultas Públicas serão compiladas pela SEMARH e entregues a empresa contratada no prazo de 05 (cinco) dias a contar da data da última Consulta Pública (ultima cidade pólo) e as mesmas deverão ser inseridas/alteradas pela empresa contratada em um prazo máximo de 10 (dez) dias. O produto final resultante das Consultas Públicas será encaminhado à plenária do CERH para apreciação e considerações. Caso sejam sugeridas alterações, a empresa contratada terá um prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis para realizar as correções e entregar a versão revisada do produto. Após o recebimento do produto a SRHU/MMA avaliará esse produto no prazo de 10 dias e emitirá um parecer. Caso aprovado, a empresa contratada deverá entregar a versão final do produto em 05 (cinco) dias úteis. O produto 5 deverá seguir o fluxograma apresentado na figura abaixo. Figura 5: Fluxograma dos Procedimentos dos Produtos 5. 50 Na entrega do produto 5, a empresa contratada deverá realizar uma apresentação oral referente ao documento entregue ao GT. Após a apresentação dos resultados, o produto será analisado pelo GT no prazo máximo de 15 (quinze) dias. Caso sejam solicitadas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 10 (dez) dias para realizar as correções indicadas pelo GT e entregar o novo material. O GT terá um novo prazo de 10 (dez) dias úteis para nova avaliação. Se ainda forem necessárias novas correções, a empresa contratada terá um prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis para a entrega do material revisado. Após a avaliação do produto pelo GT, o mesmo será encaminhado à plenária do CERH para apreciação e considerações. Caso sejam sugeridas alterações, a empresa contratada terá um prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis para realizar as correções e entregar a versão revisada do produto. Após o recebimento do produto a SRHU/MMA avaliará esse produto no prazo de 10 dias e emitirá um parecer. Caso aprovado, a empresa contratada deverá entregar a versão final do produto em 05 (cinco) dias úteis. O pagamento será condicionado à aprovação dos produtos e a entrega dos mesmos deverá seguir a ordem cronológica, conforme 51 a tabela abaixo: CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO: Meses/ Produtos PRODUTO 1 Etapa 1: Etapa 2: Elaboraçã Criação da o e entrega Web Site do do PERH Produto Etapa 3: Evento de Lançamento Público Etapa 1: Elaboração e entrega do Produto PRODUTO 2 PRODUTO 3 Etapa 2: Realização de CP nas Cidades Polo Etapa 2: Realização de CP nas Cidades Polo Etapa 3: Apresentação do Produto para o CERH Etapa 1: Elaboração e entrega do Produto MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 MÊS 6 MÊS 7 MÊS 8 MÊS 9 MÊS 10 MÊS 11 MÊS 12 MÊS 13 MÊS 14 MÊS 15 MÊS 16 MÊS 17 MÊS 18 MÊS 19 MÊS 20 MÊS 21 MÊS 22 MÊS 23 MÊS 24 52 PRODUTO 4 Etapa 3: Etapa 1: Apresentação Elaboração do Produto e entrega para o do Produto CERH Etapa 2: Realização de CP nas Cidades Polo PRODUTO 5 Etapa 3: Etapa 1: Apresentação Elaboração do Produto e entrega para o do Produto CERH Final Etapa 2: Apresentação do Produto para o CERH LOCAL DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS O local de execução dos serviços será as dependências da empresa contratada. Serão realizadas reuniões trimestrais de acompanhamento da empresa contratada com o GT para apresentação das atividades realizadas neste período. Estas reuniões com o GT serão realizadas em Goiânia/GO ou Brasília/DF e as Consultas Públicas serão realizadas nas UPGRHs selecionadas de acordo com a figura 5. Figura 6: Região de Influência das Cidades Polo. EQUIPE-CHAVE A equipe-chave deverá ser constituída por 01 (um) Coordenador e por 4 (quatro) Especialistas. Estes profissionais deverão ter as seguintes qualificações listadas abaixo: Coordenador: • Profissional, preferencialmente com domínio da língua portuguesa, de nível superior em áreas de meio ambiente ou recursos hídricos, com experiência profissional mínima de 10 anos nessas áreas, tendo este participado, em função de coordenação, de pelo 53 menos 01 (um) Plano de Recursos Hídricos (Plano Nacional/Estadual de Recursos Hídricos ou de Bacias Hidrográficas) no Brasil ou no Exterior, sendo necessária sua comprovação. Especialistas: • Especialista em Hidrologia: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de hidrologia; • Especialista em Recursos Hídricos e Qualidade de Águas: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de recursos hídricos e qualidade das águas; • Especialista em Geologia/Hidrogeologia: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de Geologia/Hidrogeologia; • Especialista em Cartografia, Geoprocessamento e Banco de Dados Geográficos: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de Cartografia, Geoprocessamento e Banco de Dados Geográficos. Tendo em vista que para a elaboração do PERH é necessário uma equipe multidisciplinar, recomenda-se que para a equipe de apoio tenham-se minimamente os seguintes profissionais: Equipe de Apoio: • Especialista em Socioeconomia e Cenarização: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de Socioeconomia e Cenarização; • Especialista em Comunicação Social e Educação Ambiental: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de Comunicação Social e Educação Ambiental; • Especialista em Programas, Orçamentos e Custos: Profissional de Nível Superior, com formação e experiência profissional (mínima de 5 anos) na área de Programas, Orçamentos e Custos; 54 Obs.: Não poderá compor a equipe técnica requerida: militar ou servidor público, da ativa; empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, sob pena de desclassificação da proposta. INSUMOS FORNECIDOS PELO CONTRATANTE Ficará sob a responsabilidade da SEMARH os seguintes insumos necessários para a apresentação dos produtos ao GT: Sala de reunião com equipamentos audiovisuais para a projeção em tela. Para a realização das Consultas Públicas, ficará sob a responsabilidade da SEMARH: a mobilização da sociedade, identificação, seleção e reserva dos locais para as reuniões, com infraestrutura para receber, no mínimo, 50 pessoas, registro de presenças e imagens dos participantes, equipamentos audiovisuais para a projeção em telas, além da organização e divulgação do evento. As despesas decorrentes destas consultas públicas, tais como: chamadas em rádio, divulgação em carros de som e internet e confecção dos convites necessários para a mobilização da sociedade, também ficarão sob a responsabilidade da SEMARH. INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS Para a realização de todas as etapas, a proponente deverá contatar, sempre que necessário, os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, profissionais e entidades envolvidas com recursos hídricos, que possuam dados relevantes, tais como: ANA, MMA, IBGE, INPE, EMBRAPA, ABRH, ABES, SEMARH, SANEAGO, SEAGRI, SEGPLAN, SIEG, Instituto Mauro Borges, CELG, METAGO, UFG, UEG, IFG, IFGoiano, CPRM, DNPM, FIEG, Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura em Goiás, dentre outros. Contatar a Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, a fim de se obter dados sobre a ocorrência de espécies de vetores silvestres de doenças transmissíveis a humanos, já que esta instituição realizou estudo recente em todo o país. Os Planos de Bacias, bem como outros Planos em andamento no Estado serão disponibilizados pela SEMARH, ANA e MMA facilitando assim o acesso a estes estudos. SUPERVISÃO E ACOMPANHAMENTO 55 A elaboração do PERH será acompanhada por um grupo técnico – GT que será composto por 02 técnicos da SEMARH, 02 técnicos da SRHU/MMA e 02 técnicos da ANA. Detalhamento das responsabilidades: • SEMARH: coordenação e acompanhamento do PERH e das atividades relacionadas e análise dos produtos; • ANA: análise dos produtos; • SRHU/MMA: gestão do contrato, acompanhamento das atividades, análise e aprovação final dos produtos. Para o bom acompanhamento do processo, a empresa contratada deverá enviar mensalmente por meio físico e digital (via e-mail), o relatório de progresso que deverá conter: • Identificação da Empresa; • Período Compreendido; • Atividades Previstas para o Período de acordo com o TDR; • Atividades Realizadas no Período; • Dados utilizados e/ou gerados no período; • Cronograma de execução; • Outras informações relevantes. Além dos relatórios mensais, serão realizadas trimestralmente reuniões de acompanhamento da empresa contratada com o GT para apresentação das atividades realizadas neste período. A empresa contratada ficará responsável pela ata da reunião e o agendamento será acordado com o GT. GT: Reunião técnica para apresentar os produtos e os relatórios de progresso trimestrais: Público-alvo: Técnicos da SEMARH, da SRHU/MMA e da ANA. Quantidade: 01 (uma) reunião trimestral para acompanhamento e 01 (uma) reunião por produto. Local: Goiânia/GO ou Brasília/DF. Responsável pela organização: SEMARH. Responsável pela condução: Empresa contratada. Insumos: SEMARH: local e recursos audiovisuais. 56 Empresa Contratada: material didático, apresentação oral com recursos audiovisuais, ata da reunião e registro de presença. ANEXOS 57 ANEXO A - PRODUTOS QUE DEVERÃO CONTER, ALÉM DOS DOCUMENTOS, DADOS EM FORMATO SHAPEFILE. As representações das entidades geográficas das atividades abaixo relacionadas deverão ser representadas através de pontos, linhas e/ou polígonos, de forma a melhor identificar as feições exigidas seguindo as orientações contidas no item 10 - FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS PRODUTOS. 7.2.1 SUBPRODUTO 1: DIAGNÓSTICO DAS DISPONIBILIDADES HÍDRICAS NO ESTADO, TENDO COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO A BACIA HIDROGRÁFICA. Avaliação das disponibilidades qualiquantitativas das águas superficiais e subterrâneas, incluindo cartas temáticas georreferenciadas que, em conjunto com funções matemáticas, gráficos, tabelas, dentre outros, permitam uma estimativa espacial da disponibilidade das águas; Avaliação da disponibilidade hídrica subterrânea direcionada à região nordeste do estado, região na qual ocorre falta d’água com frequência para a população. Devido à presença de sistemas aquíferos cársticos, que elevam a concentração de cálcio e magnésio, o uso destas águas para consumo humano torna-se limitado; Avaliação da situação atual das diferentes bacias hidrográficas do estado quanto aos balanços hídricos, considerando não apenas uma visão estática, mas uma análise dos riscos referentes às disponibilidades e demandas, relacionando os usos de recursos hídricos em cada bacia, identificando os usuários preponderantes, os usos mais impactantes, as correlações entre a base física e o universo de usuários, as principais fontes de poluição difusa, entre outros elementos; Análise da regionalização da problemática relacionada aos recursos hídricos no estado, identificando o grau de criticidade em termos de aproveitamento de recursos hídricos, os conjuntos de usuários e as relações de conflito ou sinergia entre eles e cada uma das regiões do estado; Relatório temático da disponibilidade hídrica das bacias, conforme as UPGRHs em termos de quantidade e de qualidade das águas, contendo: avaliação da disponibilidade qualiquantitativa dos recursos hídricos superficiais, com indicações de regiões onde exista risco de inundações, de escassez de água e de comprometimento da qualidade; de trechos favoráveis à manutenção e restauração da biodiversidade das bacias e de ocorrência de espécies vetoras de doenças de veiculação hídrica e de importância sanitária. Contatar a Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, a fim de se obter dados sobre a ocorrência dessas espécies, já que esta instituição realizou estudo recente em todo o país sobre vetores silvestres de doenças transmissíveis a humanos; 58 Refinamento das estimativas de reservas hídricas assim como novos cálculos a fim de ampliar a precisão dos resultados tendo em vista que as realizadas até o presente momento no estado de Goiás foram apenas de forma geral e orientativa; Mapeamento da Vulnerabilidade e Risco de Contaminação das águas subterrâneas, considerada como a representação da exposição natural à contaminação que leva em consideração os aspectos intrínsecos do meio aquífero. O risco de contaminação deve considerar, além da vulnerabilidade, o tipo de uso e ocupações da superfície. O tipo de uso da bacia representa o tipo e a densidade da carga de contaminantes, o que poderá ser detalhado em uma carta de uso atual com ênfase nas atividades potencialmente poluidoras. 7.2.2 SUBPRODUTO 2: DIAGNÓSTICO DO INVENTÁRIO DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA, DOS USOS E USUÁRIOS E DAS DEMANDAS E VARIABILIDADES HÍDRICAS. Avaliação das demandas hídricas das bacias compartilhadas e dos possíveis conflitos entre os seus interesses e os interesses do outro estado; Avaliação das demandas hídricas considerando as necessidades de captação, consumo e volumes de diluição, tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas; Classificação química das águas para os diferentes usos, caracterização das áreas mais favoráveis à captação de águas subterrâneas, além das principais restrições ao seu aproveitamento do ponto de vista qualiquantitativo. Subsídios a programas de monitoramento onde houver risco de comprometimento da reserva por super explotação ou onde as águas subterrâneas forem vulneráveis à contaminação; Mapeamento e análise da distribuição espacial dos tipos de ocupação da terra nas bacias, das áreas de preservação legal e dos remanescentes da cobertura vegetal. Interpretação dos padrões de uso e ocupação da terra, identificados no Mapa de Uso do Solo, Cobertura Vegetal e Áreas de Preservação Legal a ser produzido em papel e arquivos vetorizados. Os resultados da análise dos padrões de uso e ocupação da terra deverão ser apresentados em no mínimo cinco classes, sendo elas: Remanescentes, Área Urbana, Pastagem, Agricultura (que deverá ser subdividida, destacando obrigatoriamente as áreas de plantio de cana-deaçúcar e áreas que utilizam como método de irrigação os pivôs centrais) e Hidrografia (que deverá ser subdividida, destacando obrigatoriamente as áreas de barragens e massas d’água), seguindo as orientações do Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC) (Decreto nº 89.817 de 20 de Junho de 1984) para a escala mínima de 1:500.000 a fim de subsidiar a proposição de programas de manejo, de conservação da biodiversidade e de recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas, a serem detalhados no PERH; Avaliação dos sistemas de tratamento dos esgotos sanitários existentes, relacionando-os aos dados relativos à geração atual de esgotos, lançamentos em trecho ou segmento do curso de água receptor; Avaliação da contaminação dos corpos d’água por efluentes industriais, por lixo e resíduos sólidos em geral, drenagem pluvial e outras situações insalubres. Espacialização dos principais pontos de contaminação por resíduos líquidos e sólidos e situações agressivas, com legenda que caracterize o grau e o tipo da agressão sobre a quantidade e qualidade das águas superficiais, além de riscos para os mananciais subterrâneos; Avaliação da atividade mineraria no estado. Análise dos métodos empregados nos processos de lavra, beneficiamento e controle ambiental, identificando os impactos da atividade sobre os corpos d’água da região; 59 Avaliação do setor agropecuário com indicação de áreas prioritárias e estimativa da demanda hídrica das principais culturas. Incorporar a análise da evolução do setor e sua distribuição no espaço regional. Análise da tecnologia utilizada na irrigação, identificando sua adequação às disponibilidades hídricas; Avaliação do comprometimento dos recursos hídricos regionais para o atendimento à demanda de geração de energia atual das ações de manejo direcionadas ao uso múltiplo dos recursos hídricos; Análise das condições do transporte hidroviário e as possibilidades de utilização dos cursos de água regionais para o desenvolvimento desse setor; 7.2.3 SUBPRODUTO 3: DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL, ECONÔMICA, POLÍTICA, LEGAL E INSTITUCIONAL DO ESTADO. Relatórios temáticos, consolidando todas as informações dos estudos que compõem esse diagnóstico, identificando as forças políticas, sociais e econômicas atuantes no estado, por região hidrográfica e outros aspectos que constituem as bases para a estruturação do processo de mobilização social, de forma a garantir a participação da sociedade organizada na elaboração do PERH. 7.3.1 SUBPRODUTO 1: PROGNÓSTICO DAS DEMANDAS E VARIABILIDADES HÍDRICAS. Projeções no curto, médio e longo prazos, das demandas hídricas das bacias compartilhadas e dos possíveis conflitos entre os seus interesses e os interesses do outro estado. Avaliação das demandas projetadas, por uso setorial e para a proteção e conservação ambiental; Cenarização das perspectivas de crescimento do setor industrial e de saneamento básico (de acordo com a Lei Federal n°11.445 de 5 de janeiro de 2007) , avaliando a sua demanda hídrica e a emissão de efluentes nos corpos d´água; Perspectivas de crescimento da atividade minerária no estado, frente às potencialidades das jazidas e aos investimentos previstos; Projeção do setor agropecuário e identificação do potencial de terras para o desenvolvimento da agricultura irrigada, com indicação de áreas prioritárias e estimativa da demanda hídrica das principais culturas. Incorporar a análise da evolução do setor e sua distribuição no espaço regional, bem como as possibilidades de expansão ou alternativas de produção; Projeção do comprometimento dos recursos hídricos regionais para o atendimento à demanda de geração de energia e das ações de manejo direcionadas ao uso múltiplo dos recursos hídricos; Possibilidades de utilização dos cursos de água regionais para o desenvolvimento do transporte hidroviário; 7.3.2 SUBPRODUTO 2 - CENÁRIOS DAS DEMANDAS HÍDRICAS. Análise de evolução dos problemas hídricos de natureza quantitativa e qualitativa no estado, para os horizontes de prazo estabelecidos abaixo, caso não seja implementada nenhuma intervenção; 60 Avaliação das demandas e disponibilidades hídricas dos cenários formulados; Balanço entre disponibilidades e demandas hídricas com identificação de conflitos potenciais nos cenários; Avaliação das condições da qualidade da água nos cenários formulados com identificação de conflitos potenciais; Apresentação de pelo menos 3 (três) cenários alternativos de demandas hídricas, com as respectivas alternativas de intervenção, analisados por pelo menos 3 (três) períodos (5, 10 e 20 anos após a data dos estudos). Identificação do cenário de referência para o qual o PERH orientará suas ações, que deverão ser integradas ao Plano Pluri Anual - PPA Estadual. 7.5 PRODUTO 5 - DOCUMENTO CONSOLIDADO DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Síntese do diagnóstico dos recursos hídricos: situação socioeconômica e ambiental dos recursos hídricos do estado; Síntese dos cenários tendenciais: perspectivas futuras para os recursos hídricos no estado; 61