SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Cuiabá - MT Junho 2009 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO - IFMT CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INCLUSIVA MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Cuiabá - MT Junho 2009 Ficha Catalográfica Maschio, Marcelina Teruko Fujii Título do Trabalho Cuiabá -MT, 2009 88 folhas Costa, Romeu Rony Cavalcante Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Trabalho de Conclusão Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, como exigência para a obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof. Dr .Romeu Rony Cavalcante da Costa Co-Orientador: Prof. Msc. Vanderley Flor da Rosa Cuiabá - MT Setembro 2009 MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora composta pelos Professores do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista. Aprovado em: ____________________ ______________________________________________ Prof. Dr .Romeu Rony Cavalcante da Costa (Orientador) Prof. MsC. Vanderley Flor da Rosa (Co-orientador) ______________________________________________ Prof. MSc. Lenir Antonio Hannecker (Membro da Banca) _____________________________________________ Prof. MSc Luiz Carlos Cavalheiro da Silva (Membro da Banca) Cuiabá - MT Junho 2007 DEDICATÓRIA Às pessoas que são a razão de meu viver Joelson, Maria Júlia e João Matheus. AGRADECIMENTOS Ao orientador Prof. Romeu Rony Cavalcante da Costa e Prof. Vanderley Flor da Rosa pela dedicação e acompanhamento. Aos professores da banca, Prof. Lenir Antonio Hannecker e Prof. Luiz Carlos Cavalheiro da Silva pelas sugestões. À UTFPR e toda comunidade acadêmica, pela oportunidade de cumprir mais um etapa. Aos membros do TECNEP, NAPNES, Coordenadores de Curso e alunos, pela disponibilidade em contribuir com este trabalho. Ao Franclin, Andrea Poletto, Bruna, Prof. Hildebrando, organizadores e colaboradores do IFMT, docentes do curso, pelos conhecimentos, disponibilização de materiais e acolhimento. Aos amigos de curso, pelas trocas de experiências, dicas, materiais e pela amizade. Aos meus familiares, pela infinita paciência, compreensão e bondade, durante todas as etapas da minha vida. A consciência da relação desigual é o primeiro momento que pode explicitar uma nova necessidade. SPOSITO, 1993 RESUMO O presente trabalho busca verificar se uma universidade, predominantemente tecnológica possui condições, tanto no que se refere a capital intelectual, quanto a laboratórios e equipamentos e principalmente, se há espaços nos projetos pedagógicos de cursos que possam incentivar e propiciar o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (TA) nos cursos superiores ofertados, tanto de graduação tecnológica, licenciatura e bacharelados. Foi escolhida a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com 11 campi. Foram pesquisados alunos, professores, coordenadores de curso e representantes do NAPNES. Foram analisados os projetos de abertura e os projetos pedagógicos dos cursos (PPC), os regulamentos tanto de atividades complementares, como de trabalho de conclusão de curso (TCC). Também foram realizadas visitas em instituições que acolhem pessoas com deficiências e idosos. Também foram utilizados diálogos sistemáticos com alunos durantes as aulas de Metodologia da Pesquisa. Esta disciplina tinha por objetivo elaborar os projetos de pesquisa dos TCC. Este trabalho apresenta um caso de sucesso de um trabalho de TCC realizado por aluno sobre uma adaptação de rampas em cadeira de rodas. Conclui que a UTFPR possui características que permitam o desenvolvimento de TA e salienta a dificuldade de fomento para custeio de materiais necessários. Ressalta que é possível desenvolver TA desde que os alunos e professores sintam a necessidade e conheçam a importância deste trabalho no sentido de propiciar a busca da autonomia às pessoas com necessidades educacionais especiais, e acima de tudo, que docentes e estudantes possam saber que podem e devem contribuir para uma sociedade cada vez mais inclusiva. Palavras-chave: Tecnologia Assistiva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pessoas com necessidades educacionais especiais. ABSTRACT This study aims to determine whether a university has predominantly technological conditions, both with regard to intellectual capital, as the laboratories and equipment, especially if there are spaces in the pedagogical courses that can encourage and facilitate the development of Assistive Technology (TA) in the undergraduate courses offered both undergraduate technology degree and bachelor. She was named Federal University of Technology - Paraná (UTFPR), with 11 campuses. We surveyed students, teachers, course coordinators and representatives of NAPNES. We analyzed the projects and the opening of the pedagogical courses (PPC), the regulations of both complementary activities, such as working end of course (TCC). Also, visits were made in institutions that host people with disabilities and the elderly. Were also used systematic dialogue with students during classes in Research Methodology. This course aimed to develop research projects of the TCC. This paper presents a case of a successful work done by TCC student on an adaptation of ramps in a wheelchair. Concludes that the UTFPR has features that enable the development of TA and highlights the difficulty of funding for development of materials needed. He points out that it is possible to develop ED from students and teachers feel the need and know the importance of this work to facilitate the pursuit of independence to people with special educational needs, and above all, that teachers and students to know they can and should contribute to a society increasingly inclusive. Keywords: Assistive Technology, Federal University of Technology - Paraná, people with special educational needs. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Tipos de Tecnologia Assistiva........................................... 27 Figura 2 Dispositivos para utilização de computadores................... 27 Figura 3 Adaptações Estruturais em Ambientes.............................. 28 Figura 4 Adaptações em veículos.................................................... 29 Figura 5 Bengala de alumínio, com ponteira rotativa....................... 30 Figura 6 Bengala eletrônica............................................................. 30 Figura 7 Mesa de relevo táteis......................................................... 31 Figura 8 Teclado ampliado com fio.................................................. 31 Figura 9 Ampliador automático........................................................ 32 Figura 10 Balança de banheiro.......................................................... 32 Figura 11 Leitor autônomo................................................................. 33 Figura 12 Óculos para longas distâncias........................................... 33 Figura 13 Pocket ampliador de caracteres........................................ 34 Figura 14 Ampliador portátil............................................................... 34 Figura 15 Ampliador portátil............................................................... 35 Figura 16 Virador de páginas............................................................. 35 Figura 17 Descrição do funcionamento da cadeira............................ 77 Figura 18 Sugestão de rampas.......................................................... 78 Figura 19 Acoplamento das rampas.................................................. 79 Figura 20 Lançamento das rampas................................................... 79 Figura 21 Projeção dos motores e das rampas................................. 80 Figura 22 Retorno à posição inicial.................................................... 80 Figura 23 Motor vidro elétrico............................................................ 81 Figura 24 Trilho em alumínio............................................................. 82 Figura 25 Modelo do formato de trilho............................................... 82 Figura 26 Acoplamento do motor no trilho......................................... 83 Figura 27 Sugestão de acionamentos............................................... 84 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 13 2 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 16 3 OBJETIVOS........................................................................................... 18 3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................. 18 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 18 4 DEFICIÊNCIA, FUNCIONALIDADE E TECNOLOGIA ASSISTIVA....... 19 4.1 DEFICIÊNCIA.......................................................................................... 19 4.2 FUNCIONALIDADE................................................................................. 20 4.3 TECNOLOGIA ASSISTIVA..................................................................... 23 4.3.1 Categorias de Tecnologia Assistiva (TA)................................................ 25 4.4 PRINCIPAIS TIPOS, SEGUNDO ÁREAS DE APLICAÇÃO.................... 27 4.4.1 Adaptações para Atividades da Vida Diária e da Vida Prática................ 27 4.4.2 Sistemas de Comunicação...................................................................... 27 4.4.3 Dispositivos para Utilização de Computadores....................................... 27 4.4.4 Unidades de Controle Ambiental............................................................. 28 4.4.5 Adaptações Estruturais em Ambientes Domésticos, Profissionais ou Públicos................................................................................................... 28 4.4.6 Adequação da Postura Sentada............................................................. 28 4.4.7 Adaptações para Déficits Visuais e Auditivos......................................... 28 4.4.8 Equipamentos para a Mobilidade............................................................ 28 4.4.9 Adaptações em Veículos......................................................................... 29 4.4.10 Diversos.................................................................................................. 29 4.5 ALGUNS EXEMPLOS DE PRODUTOS COMERCIAIS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA..................................................................... 29 5 METODOLOGIA..................................................................................... 47 5.1 MÉTODO................................................................................................. 47 5.2 LOCAL DA PESQUISA........................................................................... 47 5.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA........................................................... 48 5.4 PROCEDIMENTOS................................................................................. 49 5.5 COLETA DE DADOS.............................................................................. 50 5.6 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................... 51 6 RESULTADOS........................................................................................ 52 6.1 LOCAL DA PESQUISA: A UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR).......................................................... 6.1.1 52 Descrição dos Cursos ofertados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)................................................................... 53 6.1.1.1 Cursos Técnicos de Nível Médio............................................................. 53 6.1.1.2 Cursos de Graduação............................................................................. 54 6.1.2 Relação dos cursos ofertados nos campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)................................................................... 56 6.1.2.1 Cursos de Pós-Graduação lato sensu (Especialização)......................... 60 6.1.2.2 Cursos de Pós-Graduação stricto sensu............................................... 62 6.1.2.3 Outras atividades.................................................................................... 64 6.2 BUSCANDO POTENCIAIS DE DESENVOLVIMENTO EM TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR.................................................. 64 7 RESULTADOS....................................................................................... 7.1 DISCUSSÕES: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES 67 DO 74 DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR....... 7.2 EXEMPLO DE UM CASO DE SUCESSO: O TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO DO ALUNO ROBERTO BATISTA DA SILVA JUNIOR....................................................................................... 76 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 85 9 REFERÊNCIAS………………………………………………………………. 87 1 INTRODUÇÃO Atualmente, vive-se um momento bastante importante no que refere-se a inclusão de grupos minoritários. Várias medidas vêm sendo adotadas na busca de tentar corrigir ou minimizar algumas injustiças cometidas historicamente pela sociedade. Entre as ações, pode-se citar a implantação do sistema de cotas para no ingresso no Ensino Superior. Ressalta-se também a tentativa de minimizar a desigualdade existente entre homens e mulheres, e para tal, discute-se o cumprimento da lei de cotas para aumentar a representação política das mulheres no legislativo. Já nem há tanta indignação quando a informação via mídia televisiva, escrita ou Web noticía o preconceito, maus tratos, abuso de poder, violência, entre tantas outras que invadem nossas casas. A sociedade não pode perder a capacidade de indignar-se frente a estes problemas que abalam as convicções do sentido ético da humanidade, que acirram a intolerância e colocam em risco não só os direitos sociais, mas acima de tudo, os direitos humanos, os direitos previstos na constituição brasileira. Também, parece que só recentemente veio à tona a preocupação com a dificuldade de acesso de usuários de cadeiras de rodas, carrinhos de bebê, idosos, obesos, entre outros, a locais públicos ou privados, em que procura-se adequar as construções para atender aos princípios de acessibilidade arquitetônica, que passou a ser fundamental, inclusive como um dos critérios de avaliação do Ministério de Educação (MEC) em instituições educacionais. Ressalta-se inclusive a preocupação com sítios e portais públicos disponíveis na rede mundial de computadores para que seja acessível às pessoas com ou sem deficiência, assim como, a presença de tradutores da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em eventos políticos, culturais, sociais, nos programas de TV, entre outros. Estas ações ganham mais adeptos a cada dia, em direção a um país mais igualitário, equitativo em que se busca a tão esperada responsabilidade social, que agora, é passível de ser certificada, assim como de ser incluída na responsabilização dos entes públicos (accountability). Cita-se aí a Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Sabe-se que a sociedade atual deve buscar mudanças na direção de uma sociedade que inclua pessoas com e sem necessidades especiais e uma das formas possíveis de auxiliar é propor soluções (que podem até ser simples) tendo em vista facilitar ações da vida diária, como para a locomoção, alimentação, educação, saúde, lazer, esporte, trabalho, educação, entre outras. Para que possa efetivamente haver inclusão, torna-se necessário buscar todas as formas possíveis de minimizar as dificuldades, seja com a utilização de instrumentos simples que facilitem as atividades da vida diária, até complexos e sofisticados programas e softwares que possibilitem uma vida mais independente e autônoma. Estes instrumentos são chamados de Tecnologia Assistiva. Para Bersch (2006), os serviços de Tecnologia Assistiva são normalmente transdisciplinares e envolvem profissionais de diversas áreas. No Brasil, encontram-se também terminologias diferentes que aparecem como sinônimos de Tecnologia Assistiva, tais como: "Ajudas Técnicas", "Tecnologia de Apoio", "Tecnologia Adaptativa" e "Adaptações". Para Bersch (2006) seu objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Pressupõe-se que alguns fatores podem facilitar o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (TA), como: conhecimento, tecnologia, capital intelectual presente nas pessoas, laboratórios e equipamentos. Desta forma, locais férteis para seu desenvolvimento deveriam ser as escolas, os centros educacionais, as universidades, atendendo ao princípio de ensino, pesquisa e extensão. Ciente de que nas universidades concentram-se vários fatores que permitem e facilitam o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva e a sociedade espera que ela cumpra o seu papel no que se refere à devolutiva à sociedade em forma de produtos, bens ou serviços, assim como, a responsabilidade de formar profissionais, que além de conhecimentos técnicos e profissionais, adquiram também a formação humana, ética, que possibilite interagir, interferir e contribuir na qualidade de vida e de cidadania da população. Caberia também neste trabalho a reflexão quanto as dificuldades de fomento para desenvolvimento de pesquisas que pudessem alavancar produções de novos equipamentos nesta área, assim como, dos custos para a aquisição destes equipamentos por parte do usuário, em que em grande parte, a família acaba por assumir o ônus, ou então, muitos que poderiam se beneficiar, ficam à margem por falta de condições financeiras. Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo verificar as reais possibilidades de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva nos cursos superiores ofertados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 2 JUSTIFICATIVA A universidade, enquanto fundamental para o desenvolvimento tecnológico e social de uma sociedade, possui raízes em dois modelos: o humboldtiano, que ressalta a capacidade da especulação do saber e o napoleônico que enfatiza o caráter instrumental da universidade como produtora de forças profissionais, de cunho mais experimental. Os dois modelos entendem que ela deve estar a serviço da sociedade. Desta forma, mesmo a universidade considerada “clássica” ou a “tecnológica”, ambas têm como objetivo primordial reverter o fruto de seu trabalho em benefício da sociedade. Compete à universidade, além de possibilitar o acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, formar profissionais que possam ter uma forte dimensão humana, ambientalmente e socialmente responsável, conhecedor das mazelas sociais, para que possa, independentemente de sua profissão ou formação, fazer uma leitura crítica do mundo e nele poder interferir, atuando de forma ética. Ao adentrar em uma universidade especializada por área de saber, especificamente na área tecnológica verifica-se a existência de máquinas, equipamentos, assim como pesquisadores e alunos ávidos por conhecimento, com possibilidade de realizar pesquisas que possam originar em novos produtos, processos, serviços, ou aperfeiçoar os já existentes. É preciso apontar diretrizes efetivamente ser para que revertidas as à pesquisas sociedade, lá desenvolvidas especialmente aos possam grupos minoritários, que em muitos casos, permanecem à margem da sociedade. Para Baroni (2008), então presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) “a tecnologia é fundamental para o deficiente ter uma vida autônoma” e compete à sociedade possibilitar a autonomia destes. Assim, a educação profissional e tecnológica é cada vez mais importante como elemento estratégico para garantir o exercício da cidadania e para uma melhor inserção de jovens e trabalhadores na sociedade contemporânea, plena de grandes e contínuas mudanças. É imprescindível que, além de propor equipamentos que possam facilitar as tarefas da vida diária de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, possam, em cosequência, auxiliar a terem maior autonomia, a fim de que possam participar mais efetivamente na sociedade, exercendo seu papel de cidadão. Inserir a UTFPR na complexa sociedade moderna é buscar respostas para os desafios de que a humanidade necessita, do novo conhecimento, da ciência, da inovação tecnológica, da educação, da pesquisa e da capacitação, dos arranjos produtivos locais, da insercao social, do viés humanitário, do desenvolvimento social, do acesso à cultura, que sao fatores determinantes e indispensáveis para o desenvolvimento das nações. A UTFPR tem, pois, a responsabilidade de continuar elevando seus indicadores acadêmicos, por meio da formação que além de tecnológica possa ser humanística, pois agora favorecida por um arcabouço jurídico conquistado com a autonomia universitária, acrescido das possibilidades de buscar recursos adicionais e de ampliar a mobilidade com instituições nacionais e internacionais, que esta possa cada vez mais atender as demandas, os anseios e as necessidades da sociedade, por meio de serviços, como o desenvolvimento de tecnologia assistiva. Uma característica fundamental dos cursos ofertados pela UTFPR, é que estes, em sua maioria, são de natureza tecnológica, com viés industrial, que possuem laboratórios e equipamentos bastante adequados que possam vir a possibilitar o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva. Outro ponto fundamental é a existência de alguns grupos de pesquisa com características que buscam a inovação tecnológica, que também poderiam ser bastante favoráveis para tal fim. Acrescente-se a institucionalização do NAPNES em cada um dos 11 campi instalados no Estado do Paraná, que promove ações desde sensibilização e capacitação de servidores e alunos para uma universidade que seja efetivamente inclusiva. 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Verificar a possibilidade e o potencial de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva nos cursos superiores ofertados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Sensibilizar a UTFPR para que haja engajamento no desenvolvimento de Tecnologia Assistiva. Demonstrar aos envolvidos no curso (coordenador de curso, docentes, alunos) a possibilidade de produção de Tecnologia Assistiva, vinculada às áreas de atuação de cada curso, assim como, incentivar para que possam visualizar quais equipamentos e materiais podem ser desenvolvidos. Ampliar o número de alunos, docentes, servidores sensibilizados para a Educação Inclusiva, para que estes atuem como multiplicadores no desenvolvimento de Tecnologia Assistiva. 4 DEFICIÊNCIA, FUNCIONALIDADE E TECNOLOGIA ASSISTIVA Para melhorar a funcionalidade das pessoas com deficiência, podem ser utilizados equipamentos diversos que permitam ou facilitem o convívio, a fim de auxiliar nas atividades da vida diária, para buscar mais autonomia e funcionalidade em vários aspectos, como por exemplo, na comunicação, na mobilidade, na alimentação, dadas as limitações presentes. Cabe então, primeiramente conhecer o que é deficiência, seus tipos e quais as suas funcionalidades. 4.1 DEFICIÊNCIA De acordo com a “Sociedade Inclusiva” (2008) da Pontificie Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG, deficiência é todo e qualquer comprometimento que afeta a integridade da pessoa e traz prejuízos na sua locomoção, na coordenação de movimento, na fala, na compreensão de informações, na orientação espacial ou na percepção e contato com as outras pessoas. A deficiência gera dificuldades ou impossibilidade de execução de atividades comuns às outras pessoas, e, inclusive, resulta na dificuldade da manutenção de emprego. Diante disso, a Constituição Federal de 1998 dispensou tratamento diferenciado às pessoas com deficiência. DEFICIÊNCIA FÍSICA é todo comprometimento da mobilidade, coordenação motora geral ou da fala, causado por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas ou ainda por má formação congênita ou adquirida. DEFICIÊNCIA MENTAL é um atraso ou lentidão no desenvolvimento mental que pode ser percebido na maneira de falar, caminhar, escrever. O grau de deficiência mental varia de leve a profundo. DEFICIÊNCIA VISUAL é caracterizada por uma limitação no campo visual. Pode variar de cegueira total à visão subnormal. Neste caso, ocorre diminuição na percepção de cores e mais dificuldades de adaptação à luz. DEFICIÊNCIA AUDITIVA é a perda total ou parcial da capacidade de compreender a fala através do ouvido. Pode ser surdez leve, nesse caso, a pessoa consegue se expressar oralmente e perceber a voz humana com ou sem a utilização de um aparelho. Pode ser ainda, surdez profunda. 4.2 FUNCIONALIDADE Para Bersch (2008) o termo funcionalidade deve ser entendido num sentido maior do que habilidade em realizar tarefa de interesse. De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001), o objetivo geral da classificação é proporcionar uma linguagem unificada e padronizada como um sistema de descrição da saúde e de estados relacionados à saúde. Ela define os componentes da saúde e alguns componentes do bem-estar relacionados à saúde (tais como educação e trabalho). Os domínios contidos na CIF podem, portanto, ser considerados como domínios da saúde e domínios relacionados à saúde. Esses domínios são descritos com base na perspectiva do corpo, do indivíduo e da sociedade em duas listas básicas: (1) Funções e Estruturas do Corpo, e (2) Atividades e Participação. Como uma classificação, a CIF agrupa sistematicamente diferentes domínios de uma pessoa em um determinado estado de saúde. Funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e participação; de maneira similar, incapacidade é um termo que abrange incapacidades, limitação de atividades ou restrição na participação. A CIF também relaciona os fatores ambientais que interagem com todos estes construtos. Neste sentido, ela permite ao usuário registrar perfis úteis da funcionalidade, incapacidade e saúde dos indivíduos em vários domínios. Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), o modelo de intervenção para a funcionalidade deve ser biopsicosocial e diz respeito a avaliação e intervenção em: • Funções e estruturas do corpo - Deficiência • Atividades e participação - Limitações de atividades e de participação. Fatores Contextuais - Ambientais e pessoais A CIF é uma classificação com múltiplos propósitos elaborada para servir a várias disciplinas e setores diferentes. Seus objetivos específicos podem ser resumidos da seguinte maneira: § fornecer uma base científica para a compreensão e o estudo dos determinantes e dos efeitos da saúde e das condições relacionadas à saúde; § estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos estados relacionados à saúde para melhorar a comunicação entre diferentes usuários, como profissionais de saúde, pesquisadores, o elaborador das políticas públicas e o público, inclusive pessoas com incapacidades; § permitir comparação de dados entre países, disciplinas relacionadas à saúde, entre os serviços e em diferentes momentos ao longo do tempo; § fornecer um esquema de codificação para sistemas de informações de saúde. Esses objetivos estão inter-relacionados desde que a necessidade e a utilização da CIF requerem a construção de um sistema prático e significante para ser aplicado em diferentes usos, na política de saúde, garantia de qualidade e avaliação de resultados em diferentes culturas. Baseado na OMS (2003) a Classificação Internacional de Funcionalidade (CFI) apresenta as seguintes definições: a) Quanto às Funções e Estruturas do Corpo e Deficiências Definições: • Funções do Corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas); • Estruturas do Corpo são as partes anatômicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus componentes; • Deficiências são problemas nas funções ou na estrutura do corpo, como um desvio importante ou uma perda. b) Quanto às Atividades e Participações/Limitações de Atividades e Restrições de Participação Definições: • Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.; • Participação é o envolvimento numa situação da vida. • Limitações de Atividades são dificuldades que um indivíduo pode encontrar na execução de atividades. • Restrições de Participação são problemas que um indivíduo pode experimentar no envolvimento em situações reais da vida. c) Quanto aos Fatores Contextuais Representam o histórico completo da vida e do estilo de vida de um indivíduo. Eles incluem dois fatores - Ambientais e Pessoais - que podem ter efeito num indivíduo com uma determinada condição de saúde e sobre a Saúde e os estados relacionados com a saúde do indivíduo. d) Quanto aos Fatores Ambientais Constituem o ambiente físico, social e atitudinal na qual as pessoas vivem e conduzem sua vida. Esses fatores são externos aos indivíduos e podem ter uma influência positiva ou negativa sobre o seu desempenho, enquanto membros da sociedade, sobre a capacidade do indivíduo para executar ações ou tarefas, ou sobre a função ou estrutura do corpo do indivíduo. e) Quanto aos Fatores Pessoais São os históricos particulares da vida e do estilo de vida de um indivíduo e englobam as características do indivíduo que não são parte de uma condição de saúde ou de um estado de saúde. Esses fatores podem incluir o sexo, raça, idade, outros estados de saúde, condição física, estilo de vida, hábitos, educação recebida, diferentes maneiras de enfrentar problemas, antecedentes sociais, nível de instrução, profissão, experiência passada e presente, (eventos na vida passada e na atual), padrão geral de comportamento, caráter, características psicológicas individuais e outras características, todas ou algumas das quais podem desempenhar um papel na incapacidade em qualquer nível. f) Quanto aos Modelos Conceituais Para compreender e explicar a incapacidade e a funcionalidade foram propostos vários modelos conceituais: Quanto ao modelo médico: considera a incapacidade como um problema da pessoa, causado diretamente pela doença, trauma ou outro problema de saúde, que requer assistência médica sob a forma de tratamento individual por profissionais. Os cuidados em relação à incapacidade têm por objetivo a cura ou a adaptação do indivíduo e mudança de comportamento. A assistência médica é considerada como a questão principal e, a nível político, a principal resposta é a modificação ou reforma da política de saúde. Quanto ao modelo social: o modelo social de incapacidade, por sua vez, considera a questão principalmente como um problema criado pela sociedade e, basicamente, como uma questão de integração plena do indivíduo na sociedade. A incapacidade não é um atributo de um indivíduo, mas sim um conjunto complexo de condições, muitas das quais criadas pelo ambiente social. Assim, a solução do problema requer uma ação social e é da responsabilidade coletiva da sociedade fazer as modificações ambientais necessárias para a participação plena das pessoas com incapacidades em todas as áreas da vida social. Portanto, é uma questão atitudinal ou ideológica que requer mudanças sociais que, a nível político, se transformam numa questão de direitos humanos. De acordo com este modelo, a incapacidade é uma questão política. Quanto à abordagem biopsicossocial: a CIF baseia-se numa integração desses dois modelos opostos. Para se obter a integração das várias perspectivas de funcionalidade é utilizada uma abordagem "biopsicossocial". Assim, a CIF tenta chegar a uma síntese que ofereça uma visão coerente das diferentes perspectivas de saúde: biológica, individual e social. 4.3 TECNOLOGIA ASSISTIVA De acordo com Bersch (2006) assistive technology, é um termo presente na legislação norte-americana que regulamenta as pessoas com deficiência nos Estados Unidos, traduzido no Brasil como “Tecnologia Assistiva”. Ainda, segundo esta autora, a Tecnologia Assistiva é utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência. Tem sido utilizado para referir-se a todo o conjunto de produtos especiais e outros recursos que, de alguma maneira contribui para tornar viável uma vida independente para as pessoas com deficiência. O Comitê de Ajudas Técnicas da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH/PR) adota a seguinte definição de Tecnologia Assistiva: Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (CAT, 2007) De acordo com Galvão Filho (2009) Tecnologia Assistiva, no seu sentido mais amplo, vai além da mera consideração de artefato ou ferramenta, para abarcar, também, a idéia de metodologias, processos ou serviços. Tecnologia Assistiva engloba todo e qualquer equipamento, produto ou sistema que torna possível a essas pessoas melhor qualidade de vida, através do aumento, manutenção ou da devolução das suas capacidades funcionais. Os produtos e artefatos inseridos dentro de Tecnologia Assistiva podem variar desde uma simples bengala a um sistema computadorizado de comunicação. Estão incluídos, por exemplo, brinquedos e roupas adaptadas, computadores e seus softwares, equipamentos de comunicação com aumento, chaves e acionadores especiais, dispositivos para sentar e posicionar, automóveis e adaptações para mobilidade manual e elétrica, aparelhos auditivos, auxílios visuais, próteses e órteses, além de centenas de itens adaptados ou disponíveis no mercado O sítio “Tecnologia Assistiva” (2009) disponível no endereço http: www.entreamigos.com.br define Tecnologia Assistiva como qualquer item, peça de equipamento ou sistema de produtos, adquirido comercialmente ou desenvolvido artesanalmente, produzido em série, modificado ou feito sob medida, que é usado para aumentar, manter ou melhorar habilidades de pessoas com limitações funcionais, sejam físicas ou sensoriais. Bersch (2006) ressalta que a Tecnologia Assistiva é composta de recursos e serviços. Os Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sobmedida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Os serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos. Para a autora os recursos podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente. Os serviços são aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, as avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos. Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como: Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Enfermagem, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Design e Técnicos de muitas outras especialidades 4.3.1 Categorias de Tecnologia Assistiva (TA) De acordo com Bersch (2008) as diretrizes gerais da American with Disabilities Act. (ADA), determinam esta classificação que pode variar segundo alguns autores. Ressalta-se a importância conferida ao universo de recursos, que eram confundidos com equipamentos da área médica/hospitalar, bem como outros não reconhecidos como ajudas de vida diária. Esta classificação organiza a utilização, prescrição, estudo e pesquisa destes materiais e serviços, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e especialização. 1. Auxílios para a vida diária - Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa, entre outros. 2. CAA (CSA) - Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa - Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim. 3. Recursos de acessibilidade ao computador - Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz, entre outros), que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador. 4. Sistemas de controle de ambiente - Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletro-eletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. 5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade - Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência. 6. Órteses e próteses - Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recursos ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos. 7. Adequação Postural - Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar, visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros. 8. Auxílios de mobilidade - Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3 rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal. 9. Auxílios para cegos ou com visão sub-normal - Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, publicações etc. 10. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo - Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado - teletipo (TTY), sistemas com alerta táctilvisual, entre outros. 11. Adaptações em veículos - Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal. O sítio “Tecnologia Assistiva” (2009), complementa com as seguintes características: • A Tecnologia é considerada Assistiva quando é usada para auxiliar no desempenho funcional de atividades, reduzindo incapacidades para a realização de atividades da vida diária e da vida prática, nos diversos domínios do cotidiano. É diferente da tecnologia reabilitadora, usada, por exemplo, para auxiliar na recuperação de movimentos diminuídos. • Instrumentos são aqueles que requerem habilidades específicas do usuário para serem utilizados, por exemplo, uma cadeira de rodas, que precisa ser conduzida pelo usuário. Equipamentos são os dispositivos que não dependem de habilidades específicas do usuário, por exemplo, óculos, sistema de assento. • A Tecnologia Assistiva pode ser comercializada em série, sob encomenda ou desenvolvida artesanalmente. Se produzida para atender um caso específico, é denominada individualizada. Muitas vezes é preciso modificar dispositivos de tecnologia assistiva adquiridos no comércio, para que se adaptem a características individuais do usuário. • Pode ser simples ou complexa, dependendo dos materiais e da tecnologia empregados. • Pode ser geral, quando é aplicada à maioria das atividades que o usuário desenvolve (como um sistema de assento, que favorece diversas habilidades do usuário), ou específica, quando é utilizada em uma única atividade (por exemplo, instrumentos para a alimentação, aparelhos auditivos). • A Tecnologia Assistiva envolve tanto o objeto, ou seja, a tecnologia concreta (o equipamento ou instrumento), quanto o conhecimento requerido no processo de avaliação, criação, escolha e prescrição, isto é, a tecnologia teórica. 4.4 PRINCIPAIS TIPOS, SEGUNDO ÁREAS DE APLICAÇÃO Figura 1: Tipos de Tecnologia Assistiva 4.4.1 Adaptações para Atividades da Vida Diária e da Vida Prática Dispositivos que auxiliam no desempenho de tarefas de autocuidado, como o banho, o preparo de alimentos, a manutenção do lar, alimentação, vestuário, entre outras. 4.4.2 Sistemas de Comunicação Permitem o desenvolvimento da expressão e recepção de mensagens. Existem sistemas computadorizados e manuais. Variam de acordo com o tipo, severidade e progressão da incapacidade. 4.4.3 Dispositivos para Utilização de Computadores Figura 2: Dispositivos para utilização de computadores Existem recursos para recepção e emissão de mensagens, acessos alternativos, teclados e mouses adaptados, que permitem a pessoas com lesões físicas operar computadores. 4.4.4 Unidades de Controle Ambiental São unidades computadorizadas que permitem o controle de equipamentos eletrodomésticos, sistemas de segurança, de comunicação, de iluminação, em casa ou em outros ambientes. 4.4.5 Adaptações Estruturais em Ambientes Domésticos, Profissionais ou Públicos Figura 3: Adaptações Estruturais em Ambientes São dispositivos que reduzem ou eliminam barreiras arquitetônicas, como por exemplo, rampas, elevadores, entre outros. 4.4.6 Adequação da Postura Sentada Existe um grande número de produtos que permitem montar sistemas de assento e adaptações em cadeiras de rodas individualizadas. Permitem uma adequação da postura sentada que favorece a estabilidade corporal, a distribuição equilibrada da pressão na superfície da pele, o conforto, o suporte postural. 4.4.7 Adaptações para Déficits Visuais e Auditivos São lentes de aumento, telas aumentadas, sistemas de alerta visuais, amplificadores e outros. 4.4.8 Equipamentos para a Mobilidade São as cadeiras de rodas e outros equipamentos de mobilidade, como andadores, bengalas, muletas e acessórios. Ao selecionar um dispositivo de auxílio à mobilidade, este deve ser adequado à necessidade funcional do usuário, avaliando-se força, equilíbrio, coordenação, capacidades cognitivas, medidas antropométricas e postura funcional. 4.4.9 Adaptações em Veículos Figura 4: Adaptações em veículos Incluem as modificações em veículos para a direção segura, sistemas para acesso e saída do veículo, como elevadores de plataforma ou dobráveis, plataformas rotativas, plataformas sob o veículo, guindastes, tábuas de transferência, correias e barras. 4.4.10 Diversos Entre outros equipamentos existentes, adaptados às pessoas com falta de audição, encontram-se a campainha luminosa; sinalizador de batidas na porta; o despertador vibratório; o alarme luminoso; os celulares com mensagem escrita e a babá com sinais luminosos. 4.5 ALGUNS EXEMPLOS DE PRODUTOS COMERCIAIS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA Este tópico tem por objetivo elencar e demonstrar as possibilidades de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva, por meio da apresentação de portfólios comerciais de produtos de empresas do ramo, disponíveis para compra na rede mundial de computadores. PRODUTOS COMERCIAIS DISPONIVEIS NA INTERNET http://www.tecnologia-assistiva.org.br/faq.php Figura 5: Bengala de alumínio, com ponteira rotativa A bengala apresenta excelente custo/benefício com ponteira rotativa, mesmo após muitos quilômetros de utilização e acrescido de duplo elástico para a montagem, que permite ao usuário maior segurança. São extremamente leves. Disponível nos tamanhos 90 a 140 cm, nas opções fibra de vidro, fibra de carbono e alumínio. Figura 6: Bengala eletrônica É a primeira bengala eletrônica que detecta objetos ao nível dos pés, pernas, tronco e cabeça. Baseada na tecnologia de ultrasson, que é a que permite aos golfinhos encontrarem alimento e aos morcegos guiarem-se no escuro, que permite detectar todos os objetos à frente, tanto ao nível dos pés e pernas, como do tronco e da cabeça, fornece inclusive, informação da distância para os obstáculos independentemente da sua textura, permitindo-lhe saber para que lado é que deve deslocar-se para se desviar. Uma bengala normal toca em objetos, ao nível do chão, no máximo a 1 metro de distância. Esta detecta todos os objetos num raio de 4m, à sua frente, a qualquer altura. É dobrável como uma bengala normal, tem um punho ergonômico e anatômico, tem o tamanho que necessitar e pode usar o seu tipo de ponteira favorita. Toda a informação dada é tátil, permitindo manter-se atento a todos os ruídos à volta, o que melhora substancialmente a mobilidade. Figura 7: Mesa de relevo táteis Possibilita a criação de diagramas táteis e os fazer falar. Isto é, os símbolos, ícones, regiões e toda a superfície tátil é explicada por voz humana. Exemplo, ao estudar geografia do Brasil, tem-se um mapa com os diferentes países representados em relevo. Ao tocar em determinado local, ouve com voz humana, o nome do estado, se der dois toques ouve uma descrição histórica sobre o estado, e assim sucessivamente. A mesa de relevos táteis vem com os programas necessários para, também, poder construir os seus próprios materiais didáticos, para que possa permitir e encorajar o estudo autônomo e independente. Figura 8: Teclado ampliado com fio As pessoas com baixa visão necessitam de um maior contraste e ampliação das teclas para desenvolverem perfeitamente o seu trabalho no computador. Os teclados ampliados são teclados perfeitamente normais no tamanho e funcionalidade, a diferença está na dimensão das teclas, no tamanho das letras com um aumento de 400% relativamente aos teclados tradicionais e no contraste mais intenso das letras face às cores das teclas. A ampliação das teclas permite a uma pessoa com baixa visão ter uma maior percepção de onde tem de pressionar sem cometer erros. Estes teclados são indicados para usar juntamente com um bom software de ampliação permitindo facilmente pressionar teclas de atalho e escrever livremente. Figura 9: Ampliador automático É o primeiro ampliador automático para as pessoas com baixa visão. Permite às pessoas com baixa visão ler com facilidade. Ao contrário das "lupas TV" ou os "ampliadores de caracteres", este digitaliza e captura a página completa, de forma que a leitura seja mais prazerosa e dispensa o uso de mesa de leitura. Pode apresentar texto como um simples parágrafo disposto de acordo com as suas preferências: disposição por coluna; como linha contínua (disposição por linha); e mesmo uma palavra de cada vez (palavra-a-palavra). Ajuste a melhor velocidade de leitura e desloca o texto automaticamente, à velocidade escolhida. Permitir deslocar manualmente o texto, também tem a capacidade de deslocar passo-a-passo o que quer que esteja lendo. Deslocamento do texto apenas na vertical. Não é necessário deslocar manualmente o livro no ampliador; o texto é capturado e reordenado para ser apresentado no monitor. Pode alternar facilmente entre ler e escrever, utilizar o PC, ou trabalhar no modo de divisão do monitor. Pode ainda escrever à mão, fazer palavras cruzadas, ler o rótulo de uma garrafa. Uma das melhores características é a portabilidade, pois dobra-se e transforma-se num pacote compacto e leve. Sendo muito mais leve que um ampliador de caracteres e tendo uma alça de transporte e pode ser facilmente transportado de um cômodo para outro. Para viagens mais longas, está disponível uma mala de transporte. Figura 10: Balança de banheiro A balança é ligada automaticamente assim que subir nela. Existem três padrões de medida de peso, que pode ser facilmente alterado, o resultado é mostrado na tela que é bem larga e também falado pela balança. Figura 11: Leitor autônomo É aparentemente um scanner normal. Vê o documento, reconhece todo o texto que o documento contiver e o lê em português, em poucos segundos. Não necessita ser ligado ao PC, tem o seu próprio disco rígido com espaço disponível para mais de dez milhões de páginas. Controle de volume e da velocidade da fala com o toque de um botão. Lê desde cartas, panfletos, jornais, relatórios, livros e qualquer outro documento escrito, permitindo-lhe gravar para futura audição. Permite a leitura de códigos de barras, para fácil identificação dos seus objetos. Figura 12: Óculos para longas distâncias Os óculos foram desenhados para situações em que a visão de longe é requisitada. É rápido e eficaz para ver televisão, espetáculos (teatro, cinema, etc.) ou até para utilizar em conferências. É constituído por duas lentes fixas de 3 dioptrias, e duas lentes individualmente ajustáveis de 3 dioptrias também (todas com revestimento anti-reflexo), permitindo uma ampliação de 2.1x. Calculado para permitir uma visão clara a aproximadamente 3m, dispõe de um campo visual de 9º (1m / 3m), sendo especialmente adaptado para indivíduos com distância interpupilar média entre 60mm e 68mm. Pode ser utilizado durante horas, por ser de material particularmente leve. Figura 13: Pocket ampliador de caracteres É compacto, portátil, autônomo e leve ampliador de caracteres. Com focagem automática e desenhado para ser verdadeiramente portátil, É fino e leve, pesa apenas 250g. Por ser leve pode ser usado para ler detalhadamente os preços nas lojas, as composições dos produtos alimentares no supermercado, assinar pagamentos do cartão de crédito, ler cardápio nos restaurantes, ler o programa no teatro, consultar os programas da televisão, ver uma revista ou um jornal enquanto viaja. Através de uma câmera miniatura, consegue transferir e aumentar a imagem do objeto para a tela de 5 polegadas. A imagem da tela aparece em alto contraste (branco/preto ou preto/branco) para uma melhor leitura e menos esforço visual. Inclui uma bolsa de transporte. Ao levantar ou aproximar do objeto, pode-se controlar também a ampliação até 8x, podendo ver melhor o objeto. Incorporando uma bateria para mais de 2 horas de uso. Figura 14: Ampliador portátil Ampliador portátil, com apenas 1,2 kg, possibilita ampliar as imagens ou texto, da lousa da sala de aula, ao longe, bem como de textos sobre a mesa. Pode ser ligado a um monitor ou a um computador, via USB. Ligado ao computador pode ser utilizado como filmadora. Não necessita de carregador ou de bateria. A alimentação pode ser feita através do computador e todos os comandos podem ser controlados pelo teclado do PC. Figura 15: Ampliador portátil Ampliador portátil, com apenas 1,2 kg, possibilita ampliar as imagens ou texto, da lousa da sala de aula, ao longe, bem como de textos sobre a mesa. Pode ser ligado a um monitor ou a um computador, via USB. Ligado ao computador por ser utilizado como filmadora. Não necessita de carregador ou de bateria. Figura 16: Virador de páginas Permite ao usuário o controle total e passo-a-passo no processo de folhear um livro. As características únicas deste aparelho permitem que se trabalhe com páginas amassadas, vincadas, grudentas ou mal anguladas. Mesmo que o usuário esteja sentado ou deitado, as páginas podem ser manipuladas com precisão, uma a uma ou sequencialmente caso for necessário uma procura dirigida. A única assistência necessária externa ao usuário é a colocação do documento a ser lido, posicionar o controle de acionamento e ocasionalmente limpar o mecanismo. Pode ser comandada por uma grande variedade de chaves e acionadores, além de unidades de controle remoto. Não e necessário ajuste quanto ao tamanho de página, textura ou tipo de documento. Aceita a maior parte dos livros e revistas de tamanho máximo 30 x 23 cm e até 5 cm de espessura (lombada). Possui cobertura plástica, interna e externa, mantêm o documento a ser lido em posição firme e plana. Uma fita elástica segura publicações finas como panfletos e revistas. O avanço e retrocesso das páginas, individual ou continuamente é acionado por um rolo de borracha que dispensa o uso de fita adesiva ou cola. Embutido no corpo do equipamento está um tripé dobrável para uso em mesas e superfícies planas e possui uma prática alça para o transporte manual. Ganchos traseiros permitem o uso em suportes ou mesas para leitura do usuário em posição deitada. Como anteriormente citado, neste trabalho, a apresentação de produtos já disponíveis para comercialização, objetiva demonstrar o que já foi produzido de modo que, ao visualizar o catálogo, este possa inspirar para o desenvolvimento de outros produtos. A seguir será apresentado o Catálogo da Tecnologia Assistiva da empresa MN. QUADRO 1: Catálogo MN de Tecnologia Assistiva Catálogo MN - TECNOLOGIA ASSISTIVA PEGADOR: auxilia no vestuário e segura objetos leves de metal com o ímã existente em sua extremidade. Sua mandíbula, confeccionada em plástico resistente, segura objetos leves de até 8 cm de largura. PEGADOR DOBRÁVEL: possui um sistema de gatilho eficiente que facilita a preensão de qualquer tipo de objeto. ALÇA TIRACOLO PARA SACOLAS: a alça distribui o peso de pesadas sacolas pelas costas e ombros. Ajuda a eliminar lesões de tendão ao carregar sacolas utilizando uma preensão em gancho por tempo prolongado. CHAVEIRO: sua empunhadura de plástico resistente fornece uma alavanca maior para facilitar o giro das chaves. Para pessoas com artrite ou fraqueza preensora. A chave é dobrável quando não utilizada. ANTI-DERRAPANTE: evita movimento em ambas as superfícies, sem grudar nos objetos. Pode ser utilizado sobre bandejas, mesas, como adaptação para preensão ou para posicionamento de almofadas em cadeiras de rodas. ADAPTAÇÃO PARA TELEFONE: a alça flexível desta adaptação ajusta-se facilmente em volta da mão, fornecendo uma preensão segura e confortável. Ideal para pessoas com preensão e destreza limitadas. BANDEJA ADAPTÁVEL:estável, ajusta-se a quase todo tipo de sofá ou cadeira com braço. Possui divisórias internas. Um adaptador para cadeira de rodas permite que a bandeja gire para facilitar o entrar e o sair da cadeira. CORTADOR DE REMÉDIO: elimina a inexatidão ao se dividir o medicamento. Possui um compartimento para armazenagem de comprimidos. DISPOSITIVO GIRATÓRIO EM "T": para pessoas com destreza diminuída. Encaixa em maçanetas, chaves, torneiras e outras alavancas irregulares. TUBO DE ESPUMA: utilizado para engrossar cabos de utensílios e ferramentas. Disponível em três diâmetros externos e internos diferentes. ADAPTAÇÃO PARA MEIA: o desenho desta adaptação foi inspirado no formato do pé. O fundo achatado permite que pés de qualquer tamanho deslizem facilmente. As extensões laterais mantêm a meia aberta para fácil colocação. As bordas suaves da adaptação não machucam o pé nem desfiam as meias ADAPTAÇÃO PARA MEIA-CALÇA: as canaletas de plástico podem ser dobradas o quanto for necessário para se ajustar a qualquer tamanho de meia. As tiras podem ser ajustadas. Requer o uso de ambas as mãos. ADAPTAÇÃO PARA BOTÃO E ZÍPER:apresenta em uma das extremidades uma adaptação para botão e, na outra, um gancho para zíper. Possui cabo de madeira. ADAPTAÇÃO PARA BOTÃO: esta adaptação de borracha suave torna a tarefa de abotoar roupas mais fácil. BASTÃO PARA VESTUÁRIO: uma das extremidades possui um gancho em "C" e a outra, um gancho tipo empurra-puxa. O comprimento desta adaptação faz com que a pessoa não necessite curvar-se, tornando-a ideal para aqueles com flexão de quadril diminuída ou movimento limitado de membros superiores. CADARÇO ELÁSTICO: é ideal para aqueles com flexão de quadril diminuída ou destreza limitada. O nó e o laço devem ser realizados apenas uma vez. CADARÇO ELÁSTICO PARA TÊNIS: mais largos e mais fáceis de manejar que outros cadarços elásticos. CALÇADEIRA DE METAL: feita em aço e com empunhadura de borracha de modo a facilitar a preensão. CALÇADEIRA PLÁSTICA COM ALÇA: sua alça permite uma preensão mais confortável para os dedos, podendo ser utilizada para puxar meias. ABDUTOR DE JOELHOS: oferece um posicionamento confortável e eficiente em abdução de membros inferiores quando na posição sentada ou deitada. ALMOFADA LAP TOP: ajuda a pessoa a manter um correto posicionamento e evita o deslizamento, também atua como uma barreira de segurança. ALMOFADA LATERAL: acomoda pessoas menores em cadeira de rodas de tamanho padrão. A espessura de 2,5 cm de cada lateral reduz a largura de uma cadeira de rodas comum em 5 cm, fornecendo maior estabilidade. DESCANSO DE BRAÇO PARA CADEIRA DE RODAS: Feito de compensado, proporciona uma fácil entrada e saída com um simples pivoteamento para cima. Pode ser usado tanto do lado esquerdo quanto do lado direito. SUPORTE DE BRAÇO: canaleta plástica e espuma para elevação do braço. A canaleta é moldável com aquecedor e possui um sistema de fixação e Velcro®. SUPORTE DE BRAÇO: fornece apoio ao braço inteiro, mantendo a integridade do ombro. Elimina pontos de pressão e auxilia no posicionamento de tronco e membros inferiores. Encaixa-se facilmente no braço da cadeira de rodas. SUPORTE DE BRAÇO EM ESPUMA: ideal para o posicionamento de mãos durante o tratamento e exercício. Posiciona e eleva o braço, assegura o conforto, além de facilitar o controle de edema. Ajusta-se a bandejas, mesas ou camas de maneira estável. GOTEIRA COM FORRO NC: a combinação da goteira com o forro fornece suporte e proteção para o pé. A goteira é feita de espuma encapada de vinil. PROTETOR PALMAR: permite movimentação livre dos dedos, enquanto previne de maneira confortável o aparecimento de contraturas de dedos e lacerações da pele na palma. PROTETOR DE COTOVELO/CALCANHAR: protege o cotovelo ou o calcanhar. Alivia úlcera de pressão. Apresenta excelente conformidade em volta de proeminências ósseas. LUVA PARA CADEIRA DE RODAS: a meia luva permite melhor destreza manual. O couro de pele de cabra macio é durável e forte. A malha no dorso mantém as mãos ventiladas. ALÇA PARA MEMBROS INFERIORES: é uma adaptação para pessoas com fraqueza de flexores de quadril após recolocação total de quadril. O encaixe para mão facilita a preensão. ALMOFADA GIRATÓRIA: almofada que permite fácil movimentação em qualquer direção. Auxilia na prevenção de tensões nas costas e no quadril. Gira 360° para facilitar o acesso e a saída de veículos. CORDA PARA MUDANÇA DE DECÚBITO: a corda possui apresenta quatro argolas espaçadas a cada 25 cm. A argola longa na perna ou na estrutura da cama. É necessária uma boa força de preensão. ALMOFADA PORTÁTIL: a almofada portátil encaixa em quase todos os tipos de cadeiras e cadeiras de rodas e tem uma capa removível e lavável. ADAPTAÇÃO REDONDA PARA SEGURAR CARTAS: para pessoas com preensão limitada. As cartas permanecem entre dois discos de plástico, eliminando a necessidade de se segurar as cartas individualmente. BARALHO PARA DÉFICIT VISUAL: os números, letras e figuras são aumentados para rápido reconhecimento. As cartas possuem tamanho padrão e uma cor para cada naipe. Ideal para o uso de pessoas com pelo menos 5% de visão normal. BARALHO JUMBO: cartas gigantes, de fácil visualização e manejo. Para pessoas com déficit de preensão fina e déficit visual. Cada carta mede 18 cm x 14 cm. SUPORTE DE CARTAS EM MEIA-LUA: ideal para pessoas com déficit de preensão. Mantém confortavelmente cartas de tamanho padrão ou maiores. Pode ser utilizado em mãos ou sobre a mesa. SUPORTE DE CARTAS EM PLÁSTICO: para pessoas com controle de movimentação de dedos limitada. ADAPTAÇÃO BULBO PARA ESCRITA: adaptação de plástico no formato de bulbo, utilizável em qualquer caneta ou lápis padrão. Proporciona uma postura de escrita confortável. ADAPTAÇÃO TRIANGULAR PARA ESCRITA: disponível em dois tamanhos: o pequeno ajusta-se à maioria dos lápis e canetas comuns e o grande se ajusta à giz de cera e canetas mais largas. AUXILIAR PARA DIGITAÇÃO : deslize pela mão e ajusteo com o velcro®, para pacientes com preensão limitada ou musculatura fraca de dedos. É necessária flexão de punho e cotovelo. Ajustável com aquecedor. AUXILIAR PARA ESCRITA: desenhado para se ajustar firmemente a mão, esta adaptação de plástico moldável segura lápis e canetas em ângulo ajustável. ADAPTAÇÃO PARA ESCRITA: ferramenta de escrita adaptável. Encaixe uma caneta, lápis ou pincel na adaptação. ADAPTAÇÃO TUBO DE ESPUMA PARA ESCRITA: proporcionam uma preensão confortável e são antiderrapantes. Ajudam a reduzir a pressão na escrita e a fadiga associada a ela. CANETA ERGONÔMICA: caneta projetada ergonomicamente para exigir pressão mínima na sua apreensão. O suave ondulado na área do polegar permite uma preensão mais segura. ADAPTAÇÃO "PASSARINHO" PARA ESCRITA: ideal para pessoas com déficit em coordenação, destreza ou força de preensão. Pode ser utilizada por pessoas que não possuem preensão em pinça. SUPORTE DE LIVRO PARA CAMA: ajustável, pode servir como mesinha, suporte ou bandeja de cama. Pode ser angulado para uso na posição supina. Tiras de elástico mantém livros ou revistas bem posicionados. SUPORTE DE LIVRO: segura as páginas de um livro para leitura ou para exposição. Apresenta duas hastes providas de molas que facilitam as mudanças de páginas. Ideal para pessoas que utilizem apenas uma das mãos. ÓCULOS PRISMÁTICOS: colocam a imagem num ângulo correto para que não seja necessário o movimento da cabeça para ler um livro ou ver TV. Se necessário, ajustase sobre lentes corretivas. LUPA DE PENDURAR: é colocada em volta do pescoço, deixando ambas as mãos livres. A lupa é mantida no lugar pelos dois pés de espuma que descansam sobre o peito e um cordão ajustável. A inserção bifocal fornece um aumento de 5 vezes. LUPA COM LUZ: feita de lente acrílica de cristal e corpo de plástico rígido onde se acopla a lâmpada e um compartimento de pilhas. Fornece um aumento de duas vezes e o bifocal, de quatro vezes. LUPA DE PÁGINA INTEIRA: reduz o esforço dos olhos e facilita a leitura de mapas, jornais e outros documentos. Aumenta uma página inteira ao mesmo tempo. LUPA HORIZONTAL: proporciona um aumento de duas vezes. Funciona como uma régua ao seguir um texto, aumentando linha por linha. Seu tamanho portátil permite o acondicionamento fácil em bolsas ou no bolso. PRATO COM RELEVO INTERNO: auxiliar valioso para pessoas que se alimentam com apenas uma das mãos. Sua borda não permite que o alimento caia para fora do prato e facilita a alimentação com o garfo ou colher. PRATO ADAPTADO: produto ideal para pessoas com flexibilidade e coordenação motora limitadas, ataxia ou outra desordem neurológica BORDA DE PRATO INTERNA PEQUENA: aparador moldado em plástico, utilizável em pratos de diferentes diâmetros. Os ganchos são moldados diretamente na unidade, sem apresentar emendas ou articulações. BORDA DE PRATO INTERNA GRANDE: aparador moldado em plástico, utilizável em pratos de diferentes diâmetros. Os ganchos são moldados diretamente na unidade, sem apresentar emendas ou articulações. APARADOR DE COMIDA EM PLÁSTICO TRANSPARENTE: ajusta-se a pratos de diferentes diâmetros (22 cm a 25 cm), podendo ser colocado rapidamente com o uso de uma única mão. APARADOR DE COMIDA EM AÇO INOXIDÁVEL: evita o acúmulo de comida que costuma acontecer em junções. Não há parafusos, rebites ou peças separadas que possam cair ou quebrar. Este aparador dá ao indivíduo maior independência e ajusta-se a vários tipos de pratos. CANECA COM ALÇAS E TAMPA: possui uma tampa com um bico que controla o fluxo do líquido. Suas duas alças facilitam a empunhadura e sua larga base previne tombamentos acidentais. Pode ir ao micro-ondas e à máquina de lavar louças. SUPORTE PARA CANUDOS E CANUDO FLEXÍVEL: suporte para canudos desenhado para se ajustar a qualquer canudo, prende-se a borda do copo. Com oito furos que ajudam a manter os canudos no ângulo desejado. COPO ADAPTADO: permite preensão facilitada utilizandose somente o polegar e o indicador. Ideal para pessoas com déficit de força muscular. COPO RECORTADO: para pessoas com dificuldade em estender a cabeça devido a lesão em nível de pescoço. Também útil para crianças portadoras de paralisia cerebral. O recorte permite a visualização do líquido pelo terapeuta. SUBSTITUIÇÃO DE PREENSÃO: ajustável através de velcro e anel. Pode servir também como adaptação para canetas e lápis. Fácil de colocar e tirar. SUBSTITUIÇÃO DE PREENSÃO: desenhado especialmente para quadriplégicos. Permite às pessoas com preensão limitada ou ausente o uso de talheres, instrumentos para escrita, etc. SUBSTITUIÇÃO DE PREENSÃO COM SUPORTE DE PUNHO: eficiente em casos de punho caído. Possui um encaixe na palma que se mantém numa posição fixa. TALHERES: para pessoas com preensão deficitária, permitem um máximo de controle com um mínimo de esforço. Pode ser rodado para acomodar quase qualquer tipo de dificuldade na alimentação. COLHERES: possuem cabo emborrachado e são facilmente anguladas. Vem encapados e protege os dentes e lábios durante o uso. Ideal para pessoas com espasticidade ou com pobre controle manual. Não é recomendável para pessoas com forte reflexo de mordida. TALHERES COM PESO: o peso do cabo (170 g) proporciona maior controle sobre a movimentação. Ideal para pessoas com controle manual limitado, com doença de Parkinson ou espasticidade. TALHERES: borracha macia, antiderrapante, com cabo flexível que se adapta confortavelmente a qualquer tipo de preensão e a qualquer ângulo. TALHERES: borracha macia, antiderrapante, com cabo flexível que se adapta confortavelmente a qualquer tipo de preensão e a qualquer ângulo. TALHER PEDIÁTRICO DE PLÁSTICO: proporciona à criança uma preensão mais natural durante a alimentação. Feito de plástico moldado. Vem com engrossador. TALHER ENGROSSADO: desenhado para a mão artrítica, compensa preensão e controle muscular deficitários. Uma concavidade para o dedo indicador ajuda no controle direcional. Feito de aço cirúrgico e cabo de polipropileno TALHERES EM BALANÇO: útil para quando a movimentação de punho e dedos está ausente ou limitada. Estes talheres permitem que a comida permaneça sempre nivelada. Conforme já citado, ao exemplificar algumas variedades de produtos, inclusive já disponíveis para comercialização, pretende-se que estes possam inspirar o desenvolvimento de novos produtos, ou a partir destes, realizar inovações, adaptações, ou simplesmente apresentar aos alunos, docentes pesquisadores, coordenadores de cursos quais são os produtos de Tecnologia Assistiva. 5 METODOLOGIA 5.1 MÉTODO O trabalho foi realizado em três partes: a) um estudo exploratório; b) investigação focalizada; c) análise final e elaboração do relatório. Na fase exploratória, foram identificadas as fontes de dados os informantes. A investigação focalizada se iniciou com a coleta sistemática dos dados documentais. Nesta parte da pesquisa documental foram realizadas análises dos projetos de implantação dos cursos, planos de curso, planejamentos de ensino, elaboração de formulário a ser encaminhado, entre outros. Esta pesquisa foi pautada pelo Estudo de Caso, pois esta pode ser caracterizada como uma pesquisa empírica que: investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real; as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes; múltiplas fontes de evidências são utilizadas. As aplicações do Estudo de Caso podem explicar ligações causais em intervenções ou situações da vida real que são complexas para tratamento através de estratégias experimentais ou de levantamento de dados. 5.2 LOCAL DA PESQUISA A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a primeira universidade tecnológica do país. Esta foi transformada do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR). Tem suas origens na Escola de Aprendizes Artífices, fundada em 1909, por Nilo Peçanha. É possível confundir a história da educação profissional no Brasil com a própria história das origens da UTFPR, pois esta herdou uma longa e expressiva trajetória nesta modalidade de educação. Atualmente, a UTFPR tem como principal foco a graduação, a pósgraduação e a extensão. Oferece 56 cursos superiores (Tecnologia, bacharelados, Engenharias e licenciaturas). A consolidação do ensino incentiva o crescimento da pós-graduação, com a oferta dezenas de cursos de especialização, seis mestrados e dois doutorados, além de grupos de pesquisa. A Universidade Tecnológica (UTFPR) também atende a necessidade de pessoas que desejam qualificação profissional de nível médio, por meio da oferta de cursos técnicos em diversas áreas do mercado. Na área de relações empresariais e comunitárias, atua fortemente com o segmento empresarial e comunitário, por meio do desenvolvimento de pesquisa aplicada, da cultura empreendedora, de atividades sociais e extraclasse, entre outras. Com abrangência em todas as regiões do estado do Paraná, a UTFPR possui atualmente onze campi. Cada Campus oferta cursos de acordo com a necessidade da região onde está instalado. A UTFPR desenvolve cursos de Educação Básica, que compreendem os Cursos Técnicos de Nível Médio, nas formas integrada e subsequente, assim como na modalidade Proeja, cursos de Educação Superior de Graduação, que são os Cursos Superiores de Tecnologia, Bacharelados e Licenciaturas e cursos de pós-graduação stricto e lato sensu. Também oferta cursos de extensão e de qualificação, visando a educação continuada. 5.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA Participaram desta pesquisa os coordenadores dos cursos superiores, docentes e os representantes dos NAPNES (Núcleo de Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais), presente nos onze campi da UTFPR. A amostra foi selecionada por participantes que retornaram os questionários devidamente respondidos, assim como os que estavam presentes quando da realização das entrevistas. 5.4 PROCEDIMENTOS Inicialmente foram realizadas pesquisas em revistas especializadas, visitas às instituições e organizações que possuem pessoas com mobilidade reduzida ou baixa mobilidade para que possibilitasse verificar quais equipamentos, produtos ou sistemas poderiam propiciar maior autonomia nas atividades diárias das pessoas. Foram realizadas visitas ao Instituto de Cegos na cidade de Londrina, na Escola Especial Procopense, na VISIAUDIO, além de uma específica com alunos da UTFPR ao Hospital João Lima, sendo as três últimas citadas localizadas no município de Cornélio Procópio. Neste hospital a equipe de alunos foi recebida por fisioterapeutas, professores de Educação Física, Nutricionista, Psicóloga, Assistente Social, médicos, enfermeiras e cuidadores de idosos. Estes contribuíram apresentando as maiores dificuldades e as demandas existentes para embasar as possíveis alternativas de confecção de Tecnologia Assistiva na UTFPR. Após realização de levantamento bibliográfico acerca dos seguintes temas: tecnologia assistiva, classificação e tipos, para entendimento prévio do assunto a ser pesquisado, foram efetuadas análise de documentos institucionais com o objetivo de verificar quais os cursos apresentam potencial para o desenvolvimento de tecnologia assistiva (TA). Foram analisados os projetos dos cursos superiores ofertados pela UTFPR, planos de cursos, planos de ensino, as ementas, os laboratórios, os equipamentos, as áreas de especialidade dos docentes e de laboratoristas que atuam nos cursos. Discussão com os alunos durante as aulas de Metodologia da Pesquisa a fim de explanar sobre as possibilidades de produção de Tecnologia Assistiva, incentivando que estes visualizam as possibilidades de elaborar seus projetos visando atender esta demanda de produção nas disciplinas de Projeto Integrador e Trabalho de Conclusão de Curso Envio aos representantes do NAPNES da planilha elaborada pelo Gestor Estadual do Programa TECNEP – “Educação, Tecnologia e Profissionalização para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais” no Paraná, Prof. Vanderley Flor da Rosa, também docente desta universidade. Foi solicitado que encaminhassem as planilhas para preenchimento aos coordenadores de curso. 5.5 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi feita por instrumentos como: observação e questionário. A observação foi feita em visitas já citadas, assim como nas oficinas e laboratórios dos cursos com o intuito de verificar se estes propiciam o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (TA). Posteriormente foi realizada a coleta de dados, por meio de envio de questionários via e-mail, apresentando o objetivo da pesquisa, aos participantes bem como, para investigar a percepção, assim como para buscar compreender suas concepções sobre a inclusão e sobre a possibilidade de envolvimento no desenvolvimento de TA. 5.6 ANÁLISE DOS DADOS A análise dos dados ocorreu de forma a buscar relações entre as informações coletadas e as teorias e pesquisas acerca do assunto. Foram buscadas convergências e divergências entre as relações estabelecidas e as informações coletadas acerca do desenvolvimento de TA, para traçar paralelos entre elas. Esta análise foi dividida em cinco etapas: 1ª) visitas às organizações e instituições para detectar necessidades reais de Tecnologia Assistiva; 2ª) análise dos projetos de curso, ementas dos cursos ofertados pela UTFPR; 3ª) verificação das oficinas, equipamentos, laboratórios a fim de verificar quais permitem e são adequados para o desenvolvimento de Tecnologia Assisitiva; 4ª) envio de formulários para preenchimentos aos coordenadores de curso e representantes dos NAPNES de cada campus; 3ª)análise dos formulários; 5ª)análise do referencial teórico e; 6ª) busca de relação tais entre a teoria e os dados coletados. As etapas tiveram como objetivo buscar característica que possibilitem o desenvolvimento de TA, inclusive em situações de sala de aula, isto é, de ensino e de aprendizagem. Na última etapa estas características específicas encontradas em cada grupo foram analisadas dinamicamente no levantamento e foram acompanhadas de reflexão à luz da fundamentação teórica, tecendo considerações para concluir o trabalho. 6 RESULTADOS 6.1 LOCAL DA PESQUISA: A UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR) A Universidade Tecnológica no Paraná teve uma trajetória que começou com a criação das Escolas de Aprendizes Artífices pelo então presidente Nilo Peçanha, em 1909, cuja escola foi inaugurada um ano depois. O ensino era destinado a garotos de camadas menos favorecidas da sociedade, chamados de “desprovidos da sorte”. Em 1936, o ensino foi tornando-se cada vez mais profissional até que, no ano seguinte, a escola começou a ministrar o então chamado, ensino de 1º grau, e passou a chamarse Liceu Industrial do Paraná. Com a organização da educação profissional em todo o país, em 1941, o Liceu passou a se chamar Escola Técnica de Curitiba, e, dois anos depois, iniciaram-se os primeiros cursos técnicos: Construção de Motores, Edificações, Desenho Técnico e Decoração de Interiores. Em 1959, o ensino técnico foi unificado no país e a Instituição passou à denominação de Escola Técnica Federal do Paraná. Em 1974 foram implantados os primeiros cursos de curta duração de Engenharia de Operações e, em 1978, a Instituição passou à condição de Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná – CEFET-PR. Nas duas décadas seguintes, o CEFET-PR implantou e consolidou seus cursos de graduação e iniciou seus programas de pós-graduação. A partir de 1990, ocorreu a expansão para o interior do Estado e o CEFET-PR passou a atuar nos municípios Medianeira, Pato Branco, Cornélio Procópio, Ponta Grossa, Campo Mourão e Dois Vizinhos. Em outubro de 2005, o Projeto de Transformação do CEFET-PR em Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR foi sancionado pelo Presidente da República. Em 2006, ao completar um ano de atividades como Universidade, dois novos campi foram implantados nas cidades de Apucarana e Londrina, iniciando suas atividades no 1o. semestre de 2007. Em 2007 a Universidade contou com a implantação do Campus Toledo e do Campus Francisco Beltrão. Atualmente a UTFPR possui 11 campi em funcionamento, sendo predominante a atuação na área industrial. 6.1.1 Descrição dos Cursos ofertados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) A UTFPR desenvolve, na área de ensino os cursos de Educação Básica - que compreendem os Cursos Técnicos de Nível Médio, basicamente na forma integrada e os cursos de Educação Superior de Graduação, compreendendo os Cursos Superiores de Tecnologia, Bacharelados e Licenciaturas. 6.1.1.1 Cursos Técnicos de Nível Médio A UTFPR oferece os Cursos de Educação Profissional de Nível Médio, conhecido como Curso Técnico. De acordo com a disponibilidade de cada campus os cursos são ofertados em diferentes áreas e em três formas distintas, de acordo com o nível de formação e idade do estudante, são elas: Curso Técnico Integrado, Curso Técnico Integrado na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA e Curso Técnico Subsequente. Cursos Técnicos Integrados – São cursos voltados aos estudantes que possuem a formação no Ensino Fundamental. O termo integrado significa que o curso garante tanto a formação do Ensino Médio quanto a formação técnica profissional. Assim, ao concluir este curso, que tem duração de 04 (quatro) anos e confere ao formando o diploma de Técnico de Nível Médio, o estudante poderá prosseguir seus estudos em curso de nível superior e poderá exercer uma atividade profissional técnica. Cursos Técnicos Integrados na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) – São cursos destinados aos jovens com idade acima dos 17 (dezessete) anos, que concluíram o Ensino Fundamental e buscam a formação no Ensino Médio integrada à formação Técnica profissional sob a forma de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O curso tem duração de 03 anos e confere ao formando o diploma de Técnico de Nível Médio, habilitando o estudante ao prosseguimento de estudos em curso de nível superior e ao exercício de uma atividade profissional técnica. O estudante deve ter idade mínima de 17 (dezessete) anos na data da matrícula. Curso Técnico Subsequente – Esta forma de curso é destinada aos estudantes que já possuam formação no Ensino Médio e buscam somente a formação Técnica de Nível Médio, tendo duração de 18 meses. Na UTFPR, esta opção de curso só é ofertada no Campus Dois Vizinhos. 6.1.1.2 Cursos de Graduação Engenharia Industrial: os cursos de Engenharia Industrial da UTFPR, nas diferentes áreas e ênfases ofertadas, possuem, como diretrizes orientadoras, um aprofundado embasamento científico (principalmente apoiado nas matérias de Matemática e Física), e uma carga horária mínima de 50% em atividades de laboratório para disciplinas de formação profissional. A prática profissional é obrigatória, sendo obtida por intermédio da realização do Estágio Curricular Supervisionado. Outra importante característica é a necessidade do desenvolvimento de um projeto final, denominado de Trabalho de Conclusão de Curso. Nesse Trabalho, o aluno irá aplicar e integrar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso e será desenvolvido sob o acompanhamento de um professor orientador. Além dos diversos conhecimentos técnicos, inerentes à formação do engenheiro, e visando uma formação integral, o curso possui considerável carga horária para disciplinas nas áreas de informática, administração/gerenciamento e legislação, capacitando o profissional engenheiro a exercer atividades como projetista, gerente, pesquisador, consultor, professor, entre outras. O Curso tem duração de 10 semestres e, ao final, o estudante recebe o Diploma de Engenheiro Industrial, o qual habilita-o ao registro profissional no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA e ao prosseguimento da sua formação acadêmica em curso de pós-graduação. Engenharia de Produção: os Cursos de Engenharia de Produção caracterizam-se por possuírem em sua estrutura curricular quatro diretrizes principais: • intensiva carga horária em disciplinas de embasamento científico (Matemática e Física); • oferta de disciplinas nas áreas de Economia e Administração; • oferta de disciplinas relacionadas aos Sistemas de Produção; • oferta de disciplinas de formação profissional específica, dedicadas à ênfase de cada curso. Na UTFPR, semelhante aos Cursos de Engenharia Industrial, os cursos de Engenharia de Produção são desenvolvidos em 10 semestres, incluindo-se o Estágio Curricular Supervisionado obrigatório e o Trabalho de Conclusão de Curso, integrados à estrutura curricular. Ao estudante concluinte é atribuído o título de Engenheiro de Produção, na sua respectiva área de formação. O diploma possibilita o registro no Conselho de Classe e o prosseguimento da sua formação acadêmica em curso de Pós-Graduação. Bacharelado: são caracterizados por proporcionarem uma formação ampla na área em que são ofertados. Para tal, a estrutura curricular contempla as disciplinas de formação básica, disciplinas de formação profissional, disciplinas de cunho tecnológico e conteúdos de formação complementar. Esses cursos titulam seus estudantes com o grau de Bacharel e o diploma de Bacharelado possibilita a continuidade de estudos em curso de PósGraduação. Os Bacharelados da UTFPR, como as demais modalidades de Graduação, são caracterizados por uma forte formação prática e de aplicações tecnológicas. Licenciatura: objetivam a formação de professores para as áreas em que são ofertados. A estrutura curricular desses cursos contempla as disciplinas de formação específica na área em que são ofertados, aliadas às disciplinas necessárias à atividade didática, inerente à profissão-professor. O estudante formado recebe o grau de Licenciado, que possibilita atuar como professor nos sistemas de ensino público ou privado, bem com a continuidade da sua formação acadêmica em curso de Pós-Graduação. Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs): objetivam formar profissionais focados na inovação, no desenvolvimento e na aplicação da tecnologia. A atuação do Tecnólogo se faz necessária em áreas que exigem um elevado aprofundamento e especialização de conhecimentos tecnológicos. A organização curricular desses cursos, na UTFPR, traz, entre suas principais características e inovações, a estruturação de todas as atividades educacionais fundamentadas nas bases da Ciência, da Tecnologia e da Gestão, propiciando o domínio da Ciência pela aplicação em processos tecnológicos, e o desenvolvimento no estudante de habilidades gerenciais pela gestão do processo de aprendizagem vivenciado ao longo do curso. Predominam, nas diretrizes curriculares dos CSTs, as atividades em laboratórios, as atividades complementares de cunho social, cultural e de extensão, o Estágio Curricular Supervisionado obrigatório e o Trabalho de Conclusão de Curso. Os CSTs na UTFPR são desenvolvidos em três anos, excluídos os tempos necessários ao Estágio Curricular e ao Trabalho de Conclusão de Curso. O estudante concluinte recebe o Diploma de Tecnólogo com possibilidade do registro profissional no respectivo Conselho de Classe, bem como o prosseguimento de estudos em cursos de Pós-Graduação. 6.1.2 Relação dos cursos ofertados nos campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) CAMPUS APUCARANA • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Vestuário. • Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda. • Curso Superior de Tecnologia em Processos Químicos. CAMPUS CAMPO MOURÃO • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Informática. • Curso Superior de Tecnologia em Alimentos. • Curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet. • Curso de Engenharia Ambiental. • Curso de Engenharia de Produção Civil. • Curso de Engenharia de Alimentos. CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletrotécnica. • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecânica. • Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial. • Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. • Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial. • Curso de Engenharia Industrial Elétrica - ênfase: Eletrotécnica. • Curso de Engenharia Industrial Mecânica. Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletrotécnica CAMPUS CURITIBA • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletrônica • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Gestão de Pequenas e Médias Empresas • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecânica • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Segurança do Trabalho • Curso Técnico de Nível Médio Integrado - modalidade: Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) em Edificações • Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial • Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Institucional • Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico • Curso Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial • Curso Superior de Tecnologia em Processos Ambientais • Curso Superior de Tecnologia em Radiologia • Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações • Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Informação • Curso de Graduação (Bacharelado) em Design • Curso de Graduação (Bacharelado) em Educação Física • Curso de Graduação (Bacharelado) em Química • Curso de Graduação (Licenciatura) em Letras Português-Inglês • Curso de Graduação (Licenciatura) em Física • Engenharia da Computação • Engenharia Industrial Elétrica – ênfase: Automação • Engenharia Industrial Elétrica – ênfase: Eletrônica/Telecomunicações • Engenharia Industrial Elétrica – ênfase: Eletrotécnica • Engenharia Industrial Mecânica • Engenharia Produção Civil • Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial (CPGEI) – Mestrado / Doutorado • Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE) - Mestrado • Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais (PPGEM) - Mestrado • Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) – Mestrado CAMPUS FRANCISCO BELTRÃO • Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária Modalidade: Subseqüente (Pós-Médio). • Curso Superior de Tecnologia em Horticultura. • Curso de Graduação em Zootecnia (bacharelado). • Curso de Engenharia Florestal. CAMPUS DOIS VIZINHOS • Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária Modalidade: Subsequente (Pós-Médio). • Curso Superior de Tecnologia em Horticultura. • Curso de Graduação em Zootecnia (bacharelado). • Curso de Engenharia Florestal. CAMPUS LONDRINA • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental modalidade: Educação de Jovens e Adultos - PROEJA • Curso Superior de Tecnologia em Alimentos • Curso de Engenharia Ambiental CAMPUS MEDIANEIRA • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Química. • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Segurança do Trabalho. • Curso Superior de Tecnologia em Alimentos. • Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema • Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental. • Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial. • Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial. CAMPUS PATO BRANCO • Curso Técnico de Nível Médio em Geomensura. • Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. • Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial. • Curso Superior de Administração (Bacharelado). • Curso Superior de Agronomia (Bacharelado). • Curso Superior de Ciências Contábeis (Bacharelado). • Curso Superior de Licenciatura em Letras Português-Inglês. • Curso Superior de Licenciatura em Matemática. • Curso Superior de Química (Bacharelado em Química Industrial/Licenciatura em Química). • Curso de Engenharia de Produção Civil. • Curso de Engenharia de Produção Eletromecânica. • Curso de Engenharia de Computação. • Curso de Engenharia Industrial Elétrica. • Curso de Mestrado Acadêmico em Agronomia. CAMPUS PONTA GROSSA • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Agroindústria. • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecânica • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletroeletrônica modalidade: Educação de jovens e adultos (PROEJA). • Curso Superior de Tecnologia em Alimentos. • Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. • Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial. • Curso Superior de Tecnologia em Fabricação Mecânica. • Curso de Engenharia de Produção em Controle e Automação. • Curso de Engenharia de Produção Mecânica. • Mestrado em Engenharia da Produção. • Mestrado em Educação Científica e Tecnológica. CAMPUS TOLEDO • Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Informática. • Curso Superior de Tecnologia em Processos Químicos. • Curso de Engenharia Industrial Elétrica. Ênfase: Automação. 6.1.2.1 Cursos de Pós-Graduação lato sensu (Especialização) São ofertados cursos de pós-graduação lato sensu (Especialização) nas seguintes áreas: Campus Campo Mourão • Curso de Especialização em Tecnologia e Gestão Agroindustrial • Curso de Especialização em Auditoria Ambiental Campus Cornélio Procópio • Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho • Curso de Especialização em Cultura, Tecnologia e Ensino de Línguas • Curso de Especialização em Tecnologia Java • MBA em Gestão da Produção • Curso de Especialização em Automação e Controle de Processos Industriais • Curso de Especialização em Gerontologia • Curso de Especialização em Auditoria e Gestão Ambiental • Curso de Especialização em Redes de Computadores • Curso de Especialização em Configuração e Gerenciamento de Ativos • Curso de Especialização em Informática na Educação Campus Curitiba • Curso de Especialização em Atividade Física na Empresa • Curso de Especialização em Auditoria e Qualidade Ambiental • Curso de Especialização em Automação Industrial • Curso de Especialização em Comunicação e Cultura • Curso de Especialização em Comunicação Empresarial – Assessoria de Imprensa • Curso de Especialização em Comunicação Empresarial e Institucional • Curso de Especialização em Design de Interiores • Curso de Especialização em Design de Mobiliário – Projeto e Gestão • Curso de Especialização em Eficiência Energética na Indústria • Curso de Especialização em Eletrônica de Potência e Acionamento Elétrico • Curso de Especialização em Embalagem – Projeto e Produção • Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho • Curso de Especialização em Engenharia de Produção • Curso de Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas • Curso de Especialização em Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho • Curso de Especialização em Gerência de Manutenção • Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras • Curso de Especialização em Gestão da Manufatura • Curso de Especialização em Gestão de Negócios • Curso de Especialização em Gestão do Conhecimento nas Organizações • Curso de Especialização em Gestão do Desenvolvimento de Produtos • Curso de Especialização em Gestão Educação Profissional – Modalidade EJA • Curso de Especialização em Gestão Estratégica da Produção • Curso de Especialização em Gestão Financeira • Curso de Especialização em Gestão e Tecnologia da Informação • Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira • Curso de Especialização em Língua Estrangeira Moderna • Curso de Especialização em Literatura Brasileira e História Nacional • Curso de Especialização em Literatura Dramática e Teatro • Curso de Especialização em Métodos Experimentais Aplicados ao Ensino da Biologia • Curso de Especialização em Métodos Experimentais Aplicados ao Ensino da Química • Curso de Especialização em Patologia das Construções • Curso de Especialização em Química Analítica Ambiental • Curso de Especialização em Técnicas de Fabricação e Produção Mecânica • Curso de Especialização em Tecnologia da Inovação • Curso de Especialização em Tecnologia Java • Curso de Especialização em Teleinformática e Redes de Computadores • Curso de Especialização em Televisão Digital • Curso de Especialização em Tomografia Campus Londrina • Curso de Especialização em Educação Ambiental • Curso de Especialização em Educação Profissional • Curso de Especialização em Desenvolvimento de Produtos Alimentícios • Curso de Especialização em Tecnologia Java 6.1.2.2 Cursos de Pós-Graduação stricto sensu a) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Informática Industrial (CPGEI) - Campus Curitiba Área de avaliação: Engenharia IV Elétrica e Mestrado Acadêmico e Doutorado Conceito Capes: 4 Áreas de Concentração: Engenharia Biomédica, Informática Industrial, Telemática. b) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais - Campus Curitiba Área de avaliação: Engenharia III Mestrado Acadêmico Conceito Capes: 3 Áreas de Concentração: Engenharia Térmica, Engenharia de Materiais, Engenharia da Manufatura, Mecânica dos Solos e Vibrações. c) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) - Campus Ponta Grossa Área de avaliação: Engenharia III Mestrado Acadêmico Conceito Capes: 3 Áreas de Concentração: Gestão Industrial d) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - Campus Curitiba Área de avaliação: Engenharia I Mestrado Acadêmico Conceito Capes: 3 Áreas de Concentração: Construção Civil e Meio Ambiente e) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE) Campus Pato Branco Área de avaliação: Engenharia IV Mestrado Acadêmico Conceito Capes: 3 Áreas de Concentração: Sistemas e Processamento de Energia f) Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE) - Campus Curitiba Área de avaliação: Multidisciplinar Mestrado Acadêmico e Doutorado Conceito Capes: 4 Áreas de Concentração: Tecnologia & Desenvolvimento; Tecnologia & Interação; Tecnologia & Trabalho. g) Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) - Campus Pato Branco Área de avaliação: Ciências Agrárias Mestrado Acadêmico Conceito Capes: 3 Áreas de Concentração: Produção Vegetal h) Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia (PPGECT) - Campus Ponta Grossa Área de avaliação: Ensino de Ciência e Tecnologia Mestrado Acadêmico Conceito Capes: 4 Áreas de Concentração: Ciência, Tecnologia e Ensino 6.1.2.3 Outras Atividades E, objetivando a construção de uma política pública inclusiva, a instituição conta com o Programa TECNEP - Educação, Tecnologia e Profissionalização para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Para isto o NAPNE - Núcleo de Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais é responsável pela articulação de pessoas e instituições e pelo desenvolvimento de ações para criação de uma cultura de educação para a convivência, aceitação da diversidade, buscando a quebra das barreiras arquitetônicas, educacionais e atitudinais. A Instituição possui também o Programa Jovem Empreendedor, que visa disseminar a cultura empreendedora na Universidade, oportunizando aos alunos tornarem-se empresários de sucesso. 6.2 BUSCANDO POTENCIAIS DE DESENVOLVIMENTO EM TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR Tendo em vista que em todos os cursos superiores ofertados pela UTFPR preveem em seu Regulamento da Organização Didático-Pedagógica o desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), este permite que a Tecnologia Assistiva seja desenvolvida por alunos no final de curso. De acordo com o Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para os cursos de Graduação da UTFPR (2006): Art. 1.o - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma atividade obrigatória, constituída por disciplinas/unidades curriculares dos currículos dos cursos de Graduação da UTFPR e tem como objetivos: I - Desenvolver a capacidade de aplicação dos conceitos e teorias adquiridas durante o curso de forma integrada, por meio da execução de um projeto de pesquisa. II - Desenvolver a capacidade de planejamento e disciplina para resolver problemas dentro das diversas áreas de formação. III - Despertar o interesse pela pesquisa como meio para a resolução de problemas. IV - Estimular o espírito empreendedor, por meio da execução de projetos que levem ao desenvolvimento de produtos, os quais possam ser patenteados e/ou comercializados. V - Intensificar a extensão universitária, por intermédio da resolução de problemas existentes nos diversos setores da sociedade. VI - Estimular a construção do conhecimento coletivo. VII - Estimular a interdisciplinaridade. VIII - Estimular a inovação tecnológica. IX - Estimular o espírito crítico e reflexivo no meio social onde está inserido. X - Estimular a formação continuada. Art. 2.o - O TCC poderá ser desenvolvido individualmente ou em equipe, podendo esta ser multidisciplinar, com participação de alunos de diferentes cursos, de acordo com normas complementares estabelecidas para cada curso. § 1.o - O TCC será caracterizado por uma pesquisa científica e/ou tecnológica aplicada. § 2.o - É vedada a convalidação de TCC realizado em outro curso de graduação. Art. 3.o - O TCC constitui-se de uma atividade desenvolvida em duas etapas, denominadas TCC 1 e TCC 2 . Os cursos que adotam o regime anual poderão desenvolver uma única atividade de TCC (composta de TCC 1 e TCC 2) ao longo de um ano letivo. Nesse trabalho, os alunos devem aplicar e integrar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso e será desenvolvido sob a orientação de um professor orientador. Além dos diversos conhecimentos técnicos, inerentes à formação, visando uma formação integral. Outra possibilidade para ser explorada foram os Projetos Integradores, presente nos cursos superiores, que têm por objetivo integrar, através de uma atividade de projeto contextualizado, os conhecimentos envolvidos nas unidades curriculares de cada módulo, geralmente a partir do terceiro, dependendo do curso. Após estudo de cada projeto de curso, foram sugeridas e demonstradas, as possibilidades equipamentos, materiais de pudessem pesquisar, ser projetar, desenvolvidos, desenvolver, dentro da especificidade da área de conhecimento de cada curso. Além de demonstrar, foram sugeridos os mais úteis e de fácil desenvolvimento, inicialmente, para que se pudesse criar a cultura de que a UTFPR possui grande potencial nesta área. Outro ponto fundamental foi a sensibilização da comunidade para o desenvolvimento do voluntariado, da responsabilidade social, de que é possível transformar o nosso mundo em um mundo melhor, com menos desigualdade social, de raça, de gênero, de religião, entre outros. 7 RESULTADOS Os resultados foram obtidos por meio de preenchimento de formulários ou por Coordenadores de Curso, ou por representantes do NAPNES, assim como de estudos efetuados nos projetos de abertura dos cursos, nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e em conversa com alunos. É importante citar que as respostas foram transcritas literalmente, da mesma forma em que foram enviadas pelos participantes das pesquisas e outras foram preenchidas baseadas nos estudos já citados. Entre as possibilidades de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva na UTFPR, destacam-se: CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS ENGENHARIA DE ALIMENTOS Elaboração de cardápios em Braille, ou com letras em alto relevo; análise sensorial dos alimentos; solicitação junto aos órgãos competentes da exigência de rótulos de produtos alimentícios alternativos (Braille) quando solicitados, por exemplo, no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL ELÉTRICA Elaborar cadeiras auxiliares automatizadas para entrada de pessoas com mobilidade comprometida em piscinas com eixo rotatório; plataformas elevatórias pneumáticas ou mecânicas que permitam o deslocamento de pessoas que encontram-se nas macas para as camas hospitalares e viceversa; cadeira de rodas motorizada com controle inteligente e comando de voz; “robôs” com controle remoto que realizem pequenas atividades, como por exemplo, buscar equipamentos que não estejam ao alcance das mãos (acionamento remoto de equipamentos domésticos). Projetos voltados a acessibilidade atendendo as necessidades de implantação, funcionamento, manutenção e operação de sistemas elétricos, automatizados, instalados em concessionárias de energia, indústrias, comércio ou residências. Elaborar e executar projetos de automação, utilizando técnicas de acionamentos de máquinas, controladores e atuadores eletropneumáticos que possibilitem maior autonomia na gestão comercial elétrica; acionamento de rede elétrica remota ou por voz. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Ferramentas ou ambientes de aprendizagem voltado à acessibilidade que permitam uma comunicação mais efetiva, cuidando sempre que toda comunicação seja composta por mais de um estímulo, ou seja a combinação da escrita com a falada, da imagem com a fala, entre outras; elaborar modelos e layout de placas em braille para identificação de salas e de ambientes em prédios, assim como de pequenas placas a serem colocadas nos equipamentos e utilidades domésticas, placas com números em braille para elevadores. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM CONCRETO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MATERIAIS DE CONTRUÇÃO Elaborar projetos visando acessibilidade arquitetônica, em todos os seus aspectos, como largura de porta, barras em banheiros, rampas, entre outros. Utilização do concreto em áreas de edificações residenciais, comerciais e industriais, viabilizando a acessibilidade de PNEs. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA Utilizar roupas com etiquetas em braille. Elaborar roupas que possuam bolsos para acondicionar aparelhos auditivos, fones de ouvido ou qualquer aparelho ou instrumento de Tecnologia Assistiva; roupas elaboradas de modo que permitam a passagem de fios, acondicionamento de bolsas, entre outros; roupas adaptadas e elaboradas visando amenizar eventuais faltas de membros. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MÓVEIS Criar design que permita adaptações nos móveis residenciais e comerciais, assim como àqueles que destinam-se a locais públicos (inclusive cadeiras para obesos, para pessoas muito alta ou muito baixa; para cadeiras com apoio de cabeça acolchoado de proteção aos movimentos involuntários...); Propor móveis ergonomicamente customizados para casos específicos. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO Adaptar material gráfico com texturas, alto relevo, letras maiores, visando facilitar o acesso à comunicação. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL ENGENHARIA AMBIENTAL Criar equipamentos com materiais que possam ser reutilizados, readaptados ou reciclados. Assessorar os cursos de design de móveis ou de moda para que elaborem modelos clássicos, que não necessitem seguir ditames das tendências de cada época, pois isto acaba gerando mais resíduos, dada a necessidade de comprar outros mais novos, por este modelo já estar “ultrapassado” (consumismo exagerado). CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA MANUFATURA Planejar linhas de gestão da manufatura com sistemas especiais que possibilitem ou facilitem a interação do aluno com deficiência com as máquinas e facilidade de atuação na linha de produção. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO Realização das manutenções necessárias aos equipamentos e produtos de Tecnologia Assistiva. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL Desenvolver projetos nas áreas de conhecimento em metrologia e qualidade, produção e sistemas, eletroeletrônica, eletrônica digital, mecânica estrutural, comunicações; materiais; fabricação, projetos, automação que permitam o desenvolvimento de sistemas e produtos em TA. Equipamentos com voz (elevadores, eletrodomésticos...). CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA Automatização de veículos. Automatização de cadeiras de rodas. Construção de plataformas elevatórias e elevadores. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM QUÍMICA AMBIENTAL/PROCESSOS AMBIENTAIS Propor construção de processos e tecnologias para auxiliar e atender PNEs no mercado por profissionais da área de química, habilitado para atuar na resolução dos graves problemas ambientais, ocasionados pelo grande crescimento populacional e industrial. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA Desenvolver sistemas auxiliares ou próteses para a comunicação. Propor técnicas para utilizar adequadamente e de forma otimizada aplicadas aos PNEs, equipamentos de tecnologia na área para auxiliar os serviços de saúde. Elaborar equipamentos para facilitar a entrada nas máquinas de radiologia. Disponibilizar laudos “falados”. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES Desenvolver equipamentos e serviços de telecomunicações, tendo em vista o campo de atuação de PNEs nas empresas públicas e privadas que utilizam sistemas de radiotransmissão, telemática, telefonia fixa e celular, televisão aberta e a cabo, internet CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS PARA INTERNET ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS Utilizar adaptações com a finalidade de possibilitar a interação, no computador, a alunos com diferentes graus de comprometimento motor, sensorial e/ou de comunicação e linguagem, em processos de ensino e de aprendizagem. Desenvolvimento de softwares específicos para atendimento das especificidades. Desenvolver controles para ambientes. Desenvolver adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou ao sopro, detector de ruídos, mouse acoplado a parte do corpo que possui movimento voluntário e varredura automática de itens em velocidade ajustável. ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA ÊNFASE AUTOMAÇÃO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA ÊNFASE ELETRÔNICA /TELECOMUNICAÇÕES Comandar remotamente aparelhos eletrodomésticos, acender e apagar luzes, abrir e fechar portas, enfim, ter um maior controle e independência nas atividades da vida diária. ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA ÊNFASE ELETROTÉCNICA Desenvolver projetos ou produtos relacionados com a inserção de PNEs e acessibilidade as atividades de trabalho visando possíveis adaptações em áreas que possibilitem a inserção de PNES no mercado de trabalho em geração, transmissão, distribuição e utilização de energia elétrica; sistemas de potência; máquinas e equipamentos elétricos, instalações elétricas prediais, comerciais e industriais; acionamentos industriais; fontes alternativas de energia; sistemas de medição e controle elétrico. ENGENHARIA INDUSTRIAL MECÂNICA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ELETROMECÂNICA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EM CONTROLE E AUTOMAÇÃO Desenvolver produtos e projetos em engenharia do produto; processos de planejamento manufatura; e projeto desenvolvimento de de ferramental; manufatura; método, arranjo análise, físico de equipamentos; planejamento; programação, manutenção e expedição de produtos; controle de qualidade; manutenção de máquinas e instalações mecânicas, assistência técnica; auditoria; fiscalização; análise e elaboração de projetos industriais votados a acessibilidade. Desenvolver sistemas que possibilitem suportar para texto ou livro que facilitem a leitura para pessoas com deficiência Adaptar veículos automotores de acordo com a especificidade; Adaptar máquinas e equipamentos customizados. Plataformas elevatórias para entrada com cadeiras de rodas em veículos ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL Projetos e produtos em executáveis em obras de construção civil planejadas em projeto, prevendo o acesso de PNEs em sua implantação e nos controle de sistemas produtivos, visando a integração dos fatores da produção, qualidade do produto e otimização do processo. LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Elaborar recursos e materiais didáticos alternativos, acompanhados de suas respectivas estratégias de utilização, para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem como material dourado, ábaco, soroban, ciclo trigonométrico, gráficos com alto relevo ou texturas, torre de Hanói. Elaborar material para alfabetização como dominós em relevo, jogos de memória. Trabalhar com gráficos todos com colagens para que se possa “ler” pelo tato. LICENCIATURA EM QUÍMICA/BACHARELADO EM QUÍMICA TECNOLÓGICA - ÊNFASE QUÍMICA Elaborar projetos e produtos que viabilizem a acessibilidade e a inserção de PNEs nos processos de produção, tratamentos prévios e complementares de produtos e resíduos; análises químicas e físico-químicas, químico-biológicas, bromatológicas, toxicológicas, biotecnológicas e legais; padronização e controle de qualidade; operação e manutenção de equipamentos e instalações; pesquisa e desenvolvimento; gerenciamento, coordenação, orientação e responsabilidade técnica na indústria e comércio. BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO Elaboração de sistemas de gestão de controle de manutenção de equipamentos. BACHARELADO EM AGRONOMIA Criação de jardins sensoriais BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS Elaboração de sistemas de gestão de controle financeiro com acessibilidade. BACHARELADO EM DESIGN Desenvolver trabalhos, projetos, exercícios posturais corretos para o aluno com deficiência física, em cadeira adaptada ou de rodas, utilizando almofadas, ou faixas para estabilização do tronco, ou velcro. BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA/ÊNFASE ORIENTAÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E GESTÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE Estudo ergonômico customizado para elaboração de equipamentos de Tecnologia Assistiva. Projetos de estudo de ângulos dos movimentos corporais no auxílio de equipamentos para reabilitação. Propor trabalhos e projetos aplicáveis a acessibilidade em atividades físicas, nas suas diversas manifestações: ginástica, exercícios físicos, esporte, jogos, luta, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, exercícios compensatórios a atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais. BACHARELADO EM QUÍMICA INDUSTRIAL/LICENCIATURA EM QUÍMICA Estudo de composição química de produtos que visem lubrificação, deslize, para equipamentos de tecnologia assistiva. BACHARELADO EM ZOOTECNIA Projetos com animais visando a reabilitação de pacientes. 7.1 DISCUSSÕES: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR Observa-se que após o envio dos formulários foi necessário o reenvio dado o pequeno retorno de respostas por parte dos campi. As tentativas de contato por telefone e e-mail também foram freqüentes. Nos campi mais próximos foram realizadas visitas in loco. Este pode ser um indicador da ainda falta de visualização da possibilidade de se criar um viés acentuado de caráter humanístico nos tão pragmáticos centros de educação profissional e de pesquisa tecnológica. Um fator bastante pertinente a ser citado refere-se que os projetos para desenvolvimento de Tecnologia Assistiva poderão ser fortemente potencializados se elaborados em conjunto com vários cursos, de forma multidisciplinar, multiprofissional, pois geralmente pode ocorrer de um curso detectar a necessidade, mas não possuir o ferramental para executá-lo, ou então, tem-se o instrumental, mas falta a demanda. Um fator que merece destaque refere-se à quase totalidade dos participantes que argumentaram que um grande limitador refere-se à falta de disponibilidade de materiais necessários e recursos financeiros para o desenvolvimento do projeto e/ou elaboração de protótipos. Entre os docentes e alunos da parte de automação, foi citado também a dificuldade de conversão e armazenamento de energia, nos casos pertinentes. Outro caso a ser enaltecido refere-se ao desejo de ousar, ou seja, em conversas surgiram várias propostas e idéias com a utilização de tecnologias complexas, como por exemplo, da utilização de nanotecnologia, como por exemplo, para a emissão de cheiros e odores nos projetos, entre outras citadas. Houve casos também de projetos em que ainda não se tem acesso à tecnologia necessária, ou então, que muitas das idéias dependem por enquanto, de pesquisas extremamente complexas. Conclui-se que a já citada falta de recursos financeiros e materiais para que possa desenvolver projetos, assim como fomento especifico para os trabalhos de conclusão de curso e projetos integradores são os grandes dificultadores de desenvolvimento de TA. Há que se buscar mobilização para criar mecanismos de fomento junto aos órgãos competentes ou de parcerias para o desenvolvimento de TA. É possível afirmar que a UTFPR possui todas as condições necessárias para desenvolver TA. Inclusive, por indicação do gestor estadual do TECNEP, Prof. Vanderley Flor da Rosa, a TA foi incluída como uma das linhas de desenvolvimento prevista nos Regulamentos de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Cabe registrar que a maior contribuição do trabalho foi a sementinha plantada, da sensibilização de conhecer as necessidades dos que possuem alguma necessidade específica, sobre o “olhar” voltado para saber que se tem condições pessoais, físicas de desenvolvimento de TA. 7.2 EXEMPLO DE UM CASO DE SUCESSO: O TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO (TCC) DO ALUNO ROBERTO BATISTA DA SILVA JUNIOR Entre vários trabalhos desenvolvidos por alunos da UTFPR, destacase aqui o do ROBERTO BATISTA DA SILVA JUNIOR, como Trabalho de Conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial, orientado pelo Professor José Roberto Shimazaki. Este projeto começou a ser esboçado nas aulas de Metodologia da Pesquisa, que tinha como um de seus objetivos elaborar os projetos a serem desenvolvidos no TCC. Aqui será transcrita, com a devida autorização do aluno, apenas o capitulo que trata especificamente da parte técnica do projeto de uma cadeira de rodas adaptada com rampas para transpor obstáculos em locais em que não há acessibilidade. Torna-se pertinente a divulgação de um trabalho para que possa ter idéia do nível de complexidade a que um trabalho desta natureza pode chegar no desenvolvimento de Tecnologia Assistiva. Título: Dispositivo para cadeira de rodas para transpor obstáculos de pequenas alturas Descrição de funcionamento Consiste em um dispositivo que possa ser adicionado a cadeira motorizada ou manual, a fim de auxiliar a subida de pequenos obstáculos encontrados no trajeto da cadeira. O projeto será separado em partes para melhor entendimento. 1 Figura 17- Descrição do funcionamento da cadeira 1- Cadeira de rodas motorizada padrão; 2- Rampas para acesso aos obstáculos; 3- Conjunto de motores responsável por movimentar as rampas; 4- Trilhos, pelos quais o conjunto de motores se desloca; 5- Acionamentos. Cadeira de rodas motorizada padrão Para este projeto foi escolhido aleatoriamente um modelo de cadeira de rodas motorizada, neste caso um modelo da marca Baxmann Jaguaribe, segue abaixo as especificações: Aço com pintura epóxi, dobrável com apoio para braços escamoteável, apoio para pés removível, almofada em espuma, controlador com joystick de alta tecnologia, motores com redutor e freio eletromagnético acoplado que acompanha 2 baterias e 1 carregador; Altura 64 cm, Assento 44 cm, Peso c/ bateria 58 kg, Peso sem bateria 29 kg indicado para usuário ate 90kg. Preço R$ 6.689,19. Pode-se notar que o preço de uma cadeira de rodas motorizada não é acessível a todas as pessoas com necessidades especiais, por isso o projeto pode ser aplicado também à cadeira de rodas manuais, devendo fazer apenas algumas modificações como, baterias, controles, e pequenas alterações na estrutura da cadeira. Rampas Tem como finalidade alcançar o obstáculo ao qual impede a locomoção do individuo, as rampas serão deslocadas através de um conjunto de motores e trilhos até o obstáculo para que a cadeira possa utilizá-la como apoio. As rampas poderão ser confeccionadas em metal leve, não influenciando assim no peso da cadeira, e auxiliando no dimensionamento dos motores, não exigindo grande esforço dos mesmos. O tipo de rampa escolhido como sugestão para o projeto tem as seguintes especificações: Rampa em alumínio perfurado (reduz substancialmente o peso, mantendo a resistência) com superfície antiderrapante e comprimento total de 116 cm. Largura de cada rampa de 21 cm. Cada uma tem o peso de 3.1 kg e agüenta uma carga máxima de 400 kg. Indicada para desníveis até 20 cm. As informações correspondentes a tamanho podem ser alteradas de acordo com cada cadeira. Figura 18 – Sugestão de rampas A forma escolhida para junção das rampas com os motores é através de conjunto de engrenagens, como mostra a Figura 19. Parte interna do trilho, composta por engrenagens, ou “dentes”, para acoplamento do motor. Trilho acoplado à rampa Motor Figura 19– Acoplamento das rampas Conjunto de Motores Composto por dois motores, um para lançar a rampa para frente da cadeira (Figura 19), e o segundo transporta todo conjunto de motores e rampa pelos trilhos, levando a rampa até o obstáculo (Figura 21), assim que a cadeira sobe e passa pelas rampas, o primeiro e o segundo motor devolvem todo conjunto para posição inicial (Figura 20). Figura 20- Lançamento das Rampas Figura 21 - Projeção dos motores e das rampas Figura 22– Retorno à posição inicial Os motores de corrente contínua são os mais aconselhados para este projeto, pois são muito utilizados em serviços que necessitam de velocidades variáveis, possuem uma região de potência constante e uma característica de rápida aceleração e desaceleração. Deve ser levado em conta para a escolha do motor: • Voltagem específica da bateria, de acordo com a cadeira utilizada (normalmente 12 ou 24 volts); • Velocidade das rampas (valor escolhido); • Peso das rampas (variável de acordo com o material escolhido); • Peso do conjunto dos motores (de acordo com os motores escolhidos + rampas). Os valores adotados podem ser adequados de acordo com cada caso. Um exemplo seria os motores de vidro elétrico de automóveis, pois podem ser encontrados facilmente em lojas de peças de automóveis, sendo novos ou recondicionados (Figura 23). Figura 23 – Motor vidro elétrico O modelo acima tem as seguintes especificações: TABELA 1 - Especificações do motor sugerido Tensão do Terminal Sem carga Carregado Travado Tensão nominal Tensão de teste Corrente Tem. de arranque Aumento de temperatura Velocidade de operação Corrente Torque 12V/24V 13.5V/27.0V 2.5A Max/1.25A 10V Max 40C ºMax 40-45 CPM 4A Max/2.0A 12 +_ Nm Existem vários outros modelos no mercado deve-se escolher de acordo com cada projeto, pois os mesmos podem apresentar variações. Trilhos É através deles que os motores percorrem ao redor da cadeira, podem ser confeccionados do mesmo material das rampas, seguindo como sugestão o alumínio, possuem um formato interno de canaleta. Figura 24– Trilho em Alumínio Os trilhos devem percorer toda a extensão inferior da cadeira, ganhando um formato oval. Figura 25 – Modelo do Formato de Trilho A parte interna dos trilhos deverá conter dentes para encaixe do motor. Parte interna do trilho, composta por engrenagens, ou “dentes”, para acoplamento do motor Trilho acoplado à cadeira Motor Figura 26 – Acoplamento do motor no trilho Controle dos motores Uma maneira simples de se controlar uma carga de potência no motor é utilizar um reostato em série. Variando-se a resistência do reostato, pode-se modificar a corrente na carga e, portanto, a potência aplicada a ela. A grande desvantagem deste tipo de controle, denoninado Linear, é que a queda de tensão no reostato, multiplicada pela corrente que ele controla, gera uma grande quantidade de calor. O controle passa a dissipar e pedir mais potência que a aplicada na própria carga em determinadas posições do ajuste. Outra possibilidade é o emprego de um dispositivo de potência (normalmente um transistor) que é controlado por um potenciômetro. Embora o potenciômetro usado no controle dissipe pequena potência, pois a corrente nele é menor, a potência dissipada pelo dispositivo que controla a corrente principal é elevada. Na eletrônica moderna, o rendimento com pequenas perdas e a ausência de grandes dissipadores que ocupem espaço é fundamental, principalmente quando circuitos de alta potência estão sendo controlados. Outra forma seria um controle de potência com outras configurações de maior rendimento, como as que fazem uso das tecnologias do PWM (Pulse Width Modulation) ou modulação da largura de pulso. O principio é uma antiga idéia que foi utilizada no passado em sistemas de telecomunicações e depois para controlar acionamentos de inversores e motores. PWM é um tipo de modulação no tempo, que consiste na codificação de um determinado sinal num trem de pulsos de largura variável, onde a informação do sinal está contida na largura dos pulsos. Acionamentos Os acionamentos referente aos motores das rampas e dos trilhos devem ser adaptados no console da cadeira, proxímo aos originais do produto, tendo fácil alcance das mãos, os tipos devem ser escolhidos de acordo com a necessidade de cada usuário, tendo em vista dificuldades com a movimetação das mãos e dedos. Podem ser utilizados desde simples botões liga/desliga, até comando de voz ativa, o ideal seria alavanca com controle de velocidade, eletrônico ou não. Neste exemplo é utilizado os botões liga/desliga, devido ao seu baixo custo e facilidade na instalação. Figura 27- Sugestões de acionamentos 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se que torna-se imprescindível, cada vez mais que as universidades possam formar, além de profissionais, pessoas, no seu sentido mais específico e nobre da palavra. Formar pessoas sensíveis às mazelas sociais, à violência, ao preconceito, às desigualdades sociais e à gritante diferença de distribuição de renda e de privilégios, com capacidade de atuar e intervir na sociedade em que o índice de brasileiros jovens de 18 a 24 anos que têm acesso ao Ensino Superior ainda é inferior a muitos países, inclusive comparado aos países da América Latina. Então, aos que conseguem adentrar é preciso que estes possam direcionar seus objetivos e incluir também as questões sociais. Este foi uma das premissas do presente trabalho, ou seja, unir docentes, coordenadores de curso, alunos e a comunidade para que juntos possam ousar na procura de caminhos, analisar os pontos fortes e as fragilidades da UTFPR quanto a possibilidade, viabilidade, responsabilidade inclusive social de se investir na pesquisa e na produção de Tecnologia Assistiva. Baseado na análise dos projetos dos cursos superiores que são ofertados nesta universidade, nos seus 11 campi, e no espaço conquistado pelos membros atuantes do TECNEP e NAPNES junto aos gestores, seja na linha criada em seus regulamentos de TCC, seja nos projetos integradores e grupos de pesquisa, salienta a necessidade de envolvimento de toda comunidade acadêmica, para que haja convergência de objetivos comuns, que neste caso especifico, foi a sensibilização e a motivação para o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva na universidade. Foi preciso apontar caminhos, neste caso, levando-os a conhecer as necessidades daqueles que possuem baixa ou mobilidade reduzida, mesmo que temporariamente, para que pudessem visualizar como podem contribuir para a autonomia na vida diária das pessoas, buscando desenvolver materiais, produtos, recursos, sistemas, adaptações, próteses, órteses que possibilitem facilitar e melhorar a qualidade de vida. Apesar de a pesquisa apontar a falta de fomento como um dos grandes limitadores, cabe registrar que a intenção e a possibilidade de abrir a perspectiva de atendimento a estas demandas já pode ser considerado um pequeno ponto de partida para uma sociedade mais inclusiva. É imprescindível que a sociedade possa abrir espaço para as pessoas com necessidades educacionais especiais, para isto, é preciso que haja mudanças de paradigmas e quebra de preconceitos. Salienta-se que a sociedade é composta por pessoas e que esta só mudará se cada um, em seu interior buscar esta mudança e sentir-se responsável por possibilitar em muitos casos uma certa autonomia, oferecendo equipamentos que o auxiliem na vida diária. A Educação Inclusiva vem ganhando paulatinamente novos sentidos e novas concepções, desta forma há que se ter um esforço coletivo, compartilhado, conjunto, entre a universidade e a sociedade, a fim de garantir que as limitações possam aos poucos serem transpostas com o auxílio de Tecnologia Assistiva. 9 REFERÊNCIAS ADA. American with Disabilities Act. Disponível www.ada.gov/pubs/ada.htm >. Acesso em: 03 set. 2009. em: <: BARONI, Alexandre . Acessibilidade criativa. Conade 2008. Disponível em: < http://www.ajudas.com/notver.asp?id=2026>. Acesso em: 02 ago. 2009. BERSCH, Rita. Tecnologia Assistiva. Disponível www.assistiva.org.br/ >. Acesso em: 01 jul. 2009. em: <http:// BRASIL. Decreto Nº 3.956, de 08 de outubro de 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto/2001/D3956.htm>. Acesso em: 01 mar. 2009. _____. Ministério de Ciência e Tecnologia. Chamada pública MCT/FINEP/Ação Transversal Tecnologias assistivas. Seleção pública de propostas para apoio a projetos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias assistivas para inclusão social de pessoas portadoras de deficiência e de idosos. Brasília, setembro 2005. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/10253.html>. Acesso em: 01 mar. 2008. _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Portal de Ajudas Técnicas. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=64&It emid=193>. Acesso em: 01 mar. 2008. GALVÃO FILHO, Teófilo Alves. Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva: apropriação, demandas e perspectivas. Universidade Federal da Bahia. Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (Tese). 2009. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. (2003) Classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde. Disponível em;<http://www.deb.min-edu.pt/fichdown/ensinoespecial/CIF1.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2007. SASSAKI, Romeu Kazumi. ASSISTIVE TECHNOLOGY. 1996. SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2003. SOCIEDADE INCLUSIVA. PUC – Minas Gerais. Disponível em: <http://www.sociedadeinclusiva.pucminas.br)>. Acesso em: 01 mar. 2008. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Disponível em: <http: www//utfpr.edu.br>. Acesso em: 20 fev. 2008. TECNOLOGIA ASSISTIVA. Disponível em: <http://www.entreamigos.com.br/textos/temas.htm>. Acesso em: 12 set. 2009.