Data: 7 de Dezembro de 2001 Início da reunião: 15 horas Fim da reunião: 3 horas e 20 minutos de 8 de Dezembro de 2001 Local: Sala do Plenário do Edifício da Assembleia Legislativa, sito nos Aterros da Baía da Praia Grande, Praça da Assembleia Legislativa em Macau. Presidente: Susana Chou Vice-Presidente: Lau Cheok Va Primeiro-Secretário: Leonel Alberto Alves (ausente) Segundo-Secretário: Kou Hoi In Deputados presentes: Susana Chou, Lau Cheok Va, Kou Hoi In, Ng Kuok Cheong, Iong Weng Ian, Tong Chi Kin, Hoi Sai Iun, Philip Xavier, Chui Sai Cheong, Au Chong Kit aliás Stanley Au, Leong Heng Teng, Ho Teng Iat, Cheong Vai Kei, Vong Hin Fai, Vitor Cheung Lup Kwan, Fong Chi Keong, Kwan Tsui Hang, Chow Kam Fai David, José Manuel Rodrigues, João Bosco Cheang, Jorge Manuel Fão, Tsui Wai Kwan, Chan Chak Mo, Leong Iok Wa, Cheang Chi Keong e Au Kam San. Ian Mei Kun, Vice-Presidente substituta do Instituto de Formação Turística; Lei Chin Ion, Subdirector dos Serviços de Saúde; Sou Chio Fai, Subdirector dos Serviços de Educação e Juventude; Chu Yiu On, Coordenador Adjunto do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior; Helena Fernandes, Subdirectora dos Serviços de Turismo; Iong Kong Io, Subdirector do Instituto de Acção Social; Vong Iao Lek, Subdirector do Instituto dos Desportos; Mac Kit Kuan, Subdirectora do Instituto Cultural; Davina Chu, Assessora do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Inês Lo, Técnica Agregada do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Hong Wai, Assessora do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Joyce Wong, Técnica Agregada do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Nádia Leong, Técnica Superiora do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Leonor Zhong, Intérprete-Tradutora do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Carlos Lo, Técnico Superior do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura Ordem do Dia: Único. Discussão das Linhas de Acção Governativa para 2002, na área dos Assuntos Sociais e Cultura. Deputados ausentes: Leonel Alberto Alves Convidados: Chui Sai On, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Alexis Tam, Chefe do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura; Luis Amado Vizeu, Director dos Serviços de Educação e Juventude; Koi Kuok Ieng, Director dos Serviços de Saúde; Ip Peng Kun, Presidente do Instituo de Acção Social de Macau; Costa Antunes, Director dos Serviços de Turismo; Manuel Silvério, Presidente do Instituto dos Desportos; Heidi Ho, Presidente do Instituto Cultural de Macau; Chan Pak Fai, Coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior; Iu Vai Pan, Reitor da Universidade de Macau; Lei Heong Iok, Presidente do Instituto Politécnico de Macau; Fanny Vong, Presidente do Instituto de Formação Turística; Carlos Ávila, Director dos Serviços de Finanças; Rui Martins, Vice-Reitor da Universidade de Macau; Chao Keng Kuai, Vice-Reitor da Universidade de Macau; Sumário: No período da Ordem do Dia, foi discutido o assunto em epígrafe. Acta: Presidente: Srs. Deputados, vamos começar com a nossa reunião. Antes de darmos início a esta sessão, antes de mais, eu, em nome da AL, gostaria de agradecer a vinda do Sr. Secretário Chui e dos membros do Governo. Antes de começarmos, queria informar-vos sobre dois assuntos. O primeiro diz respeito ao tempo da reunião Plenária que vai ser diferente das últimas reuniões que realizámos. Às 17 horas e 15 minutos, vamos fazer um intervalo de meia hora, e de seguida às 19 horas e meia, vamos fazer um outro intervalo para o jantar e reiniciamos a reunião às 21 horas e meia. Um outro assunto que vos queria informar é que, de acordo com a experiência sobre a discussão das LAG nos últimos 3 dias, e uma vez que o domínio do Sr. Secretário Chui envolve uma área muito ampla e diversificada, tem N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série respectivamente pelo menos 5 grandes áreas, daí que, espero que os Srs. Deputados possam apreciar as LAG e debater seriamente sobre as suas políticas nos termos do espírito da «LB». Tenho de salientar que, agora, o mecanismo da AL já é diferente do passado, e que cada semana dispomos de duas consultas. Por exemplo, em relação aos valores mais concretos, tal como o volume de pessoal que compõe uma banda musical, esta questão pode ser colocada sob a forma de uma interpelação, o que não quer dizer que estes valores não tenham nada a ver com as políticas das LAG, mas se colocarem estas questões aqui, pode fazer com que uma parte de Deputados não possam ter tempo suficiente para abordarem questões que pretendam abordar, por isso, o melhor de tudo é debaterem em torno das linhas das políticas governamentais. Tenho conhecimento que o Sr. Secretário trouxe um discurso preparado. Agora, convido o Sr. Secretário Chui para usar da palavra. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado Sra. Presidente. Senhores Deputados, A acção governativa do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, para o ano de 2002, tem como lema “Servir o Povo”. No ano de 2002, de acordo com o desiderato “Servir o Povo”, é nosso fito trabalhar afincada e determinadamente na área da Saúde, Educação, Acção Social, Turismo, Cultura e Desporto. No domínio da Saúde, assumimos como objectivo fundamental o de oferecer à população do território de Macau serviços de alta qualidade com um “sistema eficiente de medicina preventiva”. A implementação de medidas que reforcem o melhoramento do actual sistema de saúde, tais como o desenvolvimento de estudos e de cooperação na área da medicina, permitirá oferecer ao público serviços de qualidade, o que irá melhorar as condições físicas da população de Macau e a prevenção das doenças. No domínio de Educação, é nosso objectivo a “formação de elites que demonstrem as suas potencialidades”, que sirvam de incentivo aos jovens estudantes no desenvolvimento das suas capacidades, tornando-os mais humanos, preocupados com a sociedade, patrióticos, com uma visão aberta do mundo, capazes de pensar com autonomia e com criatividade. Pretende-se elevar, profundamente, o nível das qualidades humanas do cidadão de Macau, preparando a base sólida para o desenvolvimento de Macau no futuro. No domínio do Serviço Social, o nosso ideal é dedicar esforços à construção de uma sociedade “feliz, onde haja respeito pelos idosos e se cuide dos mais novos”. Consequentemente, serão integradas, reforçadamente, no nosso âmbito de trabalho, novas acções relativas ao desenvolvimento e melhoramento dos serviços de cuidados físicos e psicológicos para com os idosos, dos serviços familiares, da assistência aos jovens, serviços de recuperação e de prevenção da dependência das drogas, entre outros. No domínio do Turismo, relativamente ao desenvolvimento futuro, o objectivo é criar “um ambiente hospitaleiro e agradável para todos os turistas”, apresentando uma atitude sincera e amistosa, que faça prova de como Macau é, de facto, um espaço de confluência e de “encontro cultural entre o Oriente e o Ocidente”. Além disso, pretende-se valorizar o aproveitamento das várias instalações turísticas renovadas, usando-as para a promoção e realização de festivais e de outros eventos, 2 como o planeamento de programas temáticos sobre cultura, recreação e gastronomia de Macau, a fim de atrair turistas do exterior. No domínio da Cultura, o objectivo é o de manter Macau como ponto de “encontro das culturas oriental e ocidental” e, para isso, continuaremos a fomentar e a promover a identidade particular de Macau em termos culturais, criando e promovendo condições adequadas, não só à formação de artistas profissionais, como também ao surgimento de um público de gosto e de interesses mais requintados. Ao mesmo tempo, dar-se-á destaque à função das bibliotecas, museus e arquivos históricos, para que os cidadãos de Macau e os estudiosos de Macau possam usufruir dos respectivos serviços. No domínio do Desporto, é nosso objectivo “Para além das fronteiras, viradas para o Mundo”, tentar multiplicar o número de praticantes de Desporto e, com o intuito de melhorar as condições físicas da população em geral, dedicaremos mais esforços à internacionalização de Macau na área do Desporto, esperando, dentro do possível, bons resultados nos Jogos da Ásia Oriental, e até nos Jogos Olímpicos, onde será promovida internacionalmente a imagem de Macau. Em resumo, “Servir o Povo” é o objectivo do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, para o ano de 2002. Por isso, estando as áreas da Saúde e da Educação Física vocacionadas para o bem-estar físico da população, a área do Serviço Social dirigida para as relações humanas e as da Educação, Turismo e Cultura para o aperfeiçoamento da vida espiritual, todas elas se inter-relacionam e todas estão estreitamente relacionadas com o Povo. No ano que vem, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura irá continuar a servir toda a população de Macau, sob o lema “Servir o Povo”. Passamos agora ao balanço respeitante à execução das Linhas de Acção Governativa na área dos Assuntos Sociais e Cultura no ano de 2001 e, em seguida, ao Plano das Linhas de Acção Governativa para o ano de 2002. DA SITUAÇÃO SOBRE A EXECUÇÃO DAS LINHAS DE ACÇÃO GOVERNATIVA PARA O ANO 2001 Na Área da Saúde 1.1 Infra-estruturas Concluíram-se o estudo sobre o Sistema de Saúde de Macau, realizado por uma companhia internacional de consultadoria, contratada para o efeito pelos Serviços de Saúde, e a primeira fase de tradução do relatório do estudo, elaborado em língua inglesa e intitulado “Macau in the New Millennium – A Study of Macau’s Healthcare System” (“Novo Macau e Novo Milénio: Estudo e Avaliação do Sistema de Saúde de Macau”), para as línguas chinesa e portuguesa, estando já em curso a tradução dos seus anexos e das partes que contêm as referências das legislações e diplomas, cuja conclusão se prevê vir a ter ainda lugar este ano. Finda esta fase, a Comissão da Reforma do Sistema de Saúde, a nomear pelo Chefe do Executivo, procederá à análise e acompanhamento do referido relatório e das opiniões apresentadas pelos diversos sectores da sociedade. Realizaram-se várias obras de grande, média e pequena envergaduras de infra-estruturas integradas, designadamente, as obras de adaptação e remodelação dos espaços interiores do CHCSJ utilizados pelos diversos serviços de medicina especializada, de substituição do sistema de fornecimento de electricidade e de abastecimento de água, de N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série substituição dos componentes e peças do sistema central de refrigeração e de instalação da rede central do sistema informático, o que têm contribuído para um melhoramento significativo das condições de consulta e tratamento no CHCSJ. Conheceu-se o projecto de criação no CHCSJ do “Centro de Telemedicina” progresso significativo, estando presentemente na fase de estudo diversas formas de colaboração com as entidades competentes de Xangai que visam tornar o CHCSJ membro-aderente da rede de telemedicina, por forma a desenvolver os benefícios da telemedicina e proporcionar aos profissionais do sector de saúde oportunidades para uma rápida acumulação de experiências e aos médicos locais oportunidades para elevar o seu nível técnico. Definiu-se o calendário dos trabalhos relativo à criação do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças e destacou-se pessoal ao exterior para adquirir experiência sobre a organização, gestão e operação destes tipos de centros, prevendo-se que a proposta sobre a concepção do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças a criar, bem como o projecto de revisão da respectiva lei poderão ser apresentados, em Abril de 2002, e que o Centro de Recursos de Saúde Educativa passe a ser integrado como subunidade do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, após a sua criação. 1.2 Medidas e Acções Alargou-se o âmbito dos programas a incluir na Carta de Qualidade e implementaram-se os mecanismos de avaliação e revisão dos seus resultados, por forma a poder introduzir constantes melhoramentos aos programas. Para além disso, criou-se a “Comissão de Atendimento das Reclamações”, com base no modelo definido em diploma vigente para o tratamento das queixas e reclamações, de modo a tornar os resultados apurados nas averiguações mais credíveis e justos, com a recolha das opiniões de profissionais, durante a identificação e tratamento dos incidentes médicos. Para que os funcionários conheçam e dominem perfeitamente as exigências de trabalho, concluíram-se a revisão e a actualização dos regulamentos e orientações internas de trabalho dos principais serviços, bem como elevou-se a qualidade exigida na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças. Funcionários de diferentes categorias e especialidades participaram ou organizaram uma variedade de cursos, “workshops” e seminários destinados ao melhoramento da qualidade dos serviços. Para promover a aproximação dos serviços e do nível dos cuidados de saúde de Macau ao patamar internacional, deu-se início à promoção da língua inglesa como língua veicular nos trabalhos clínicos. Em Março de 2001, foi lançado o primeiro número da revista científica da área de saúde, editada nas línguas oficiais de Macau, línguas chinesa e portuguesa, e também em língua inglesa. Relativamente à área farmacêutica, foi concluída a elaboração da nova edição do receituário dos medicamentos convencionados destinado ao uso dos médicos do CHCSJ. Quanto ao serviço farmacêutico hospitalar, a fim de obter um melhor resultado no tratamento dos doentes, já se desenvolveu uma cooperação recíproca a nível de fornecimento e utilização de medicamentos entre as várias especialidades do Hospital, que será alargada progressivamente a todas as especialidades. Reforçou-se, no corrente ano, o diálogo com os diversos Centros de Saúde, por forma a garantir a coordenação relativa ao fornecimento suficiente e eficaz de medicamentos. No âmbito da farmaco-vigilância, intensificaram-se os trabalhos de fiscalização e controlo relativamente ao licenciamento de farmácia, inspecção 3 periódica, autorização de importação, classificação e publicidade de medicamentos. Para poder acompanhar o célere desenvolvimento da farmacopeia tradicional chinesa, celebrou-se um acordo com os Serviços de Fiscalização e Controlo dos Produtos Fármacos Nacionais, para a prestação de apoio na análise dos medicamentos e na organização de acções formativas destinadas aos operadores de farmácias locais. Foi também tornada pública a Lista dos Medicamentos Comercializados no Mercado de Macau – 1a. Versão, destinada aos interessados ou profissionais do sector. Com o desenvolvimento do sistema de aplicação de informática, os serviços de consulta passaram a ser totalmente informatizados, especialmente os serviços relacionados com a marcação prévia das datas para consulta. Na consulta externa dos cuidados de saúde diferenciados, foi posto em vigor o regime de marcação da consulta por tempo fraccionado para encurtar o tempo de espera por parte dos utentes. Nas salas de espera, foram instalados monitores que permitem aos utentes consultarem a situação de espera. O novo sistema de gestão de processos clínicos que permite aos médicos assistentes o acesso e registo, através do terminal, à informação clínica dos doentes, entrou em funcionamento. No que diz respeito aos cuidados de saúde primários, foram realizados trabalhos de avaliação, através de reuniões periódicas e de equipas de qualidade (Circle of Quality). Os Centros de Saúde e as Autoridades Sanitárias reuniram-se regularmente com as associações e os institutos, instalados dentro da sua área comunitária, para através do diálogo e dos contactos assegurarem e melhorarem os trabalhos de saúde pública. 1.3 Formação profissional No âmbito da administração, os Serviços de Saúde têm aproveitado os cursos organizados pelo SAFP para formar o seu pessoal. No âmbito da saúde, foi marcada a presença, de acordo com o plano anual de formação, quer na participação ou na organização de acções de formação em diferentes regiões ou países. Foram organizados, este ano, o curso de internato geral para 20 internos e o curso de internato complementar para 12 médicos em 11 especialidades. 2. Na área da educação 2.1 Ensino superior 2.1.1 Ensino e investigação científica 2.1.1.1 Elevar a qualidade pedagógica Foram adoptadas, em 2001, pelas diversas instituições de ensino superior medidas que visam elevar a qualidade pedagógica, designadamente de optimização dos procedimentos administrativos e de promoção do sistema “Carta de Qualidade”; de melhoramento das condições aprendizagem/ensino; de recrutamento no Continente Chinês e no estrangeiro de um maior número de pessoal docente, com o grau de Doutor e larga experiência de ensino; de incentivação e apoio do pessoal docente na participação em cursos de pós-graduação e em estudo e investigação científica; de criação de novos cursos e de alteração dos já existentes; de reforço da formação linguística dos alunos; de aumento do número das publicações e das instalações de informática da biblioteca; de implementação do plano “E-Campus”; de realização de obras de construção e manutenção das suas instalações; de atracção dos docentes e discentes na participação em actividades N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série académicas e em serviços sociais; de implementação do sistema de avaliação extra-escolar e de inquéritos junto dos alunos; de aperfeiçoamento da avaliação interna e externa do ensino e dos cursos ministrados, bem como o desenvolvimento de estudos de revisão dos estatutos das diversas instituições de ensino superior públicas, por forma a adequá-los ao desenvolvimento futuro. Para responder às necessidades decorrentes do desenvolvimento de Macau, pela Universidade de Macau foram criados quatro novos cursos, reestruturadas as Faculdades e concentrados os recursos didácticos nos Departamentos. Para responder às necessidades de auto-valorização dos indivíduos dos diversos sectores sociais, foram criados mais de dez novos cursos extra-curriculares, conferentes de diploma e outros doze conferentes de certificado. Sob o lema “aproximação ao patamar internacional, tendo a especialização por base”, pelo Instituto Politécnico de Macau foram criados o Curso de Tradução Chinês-Inglês, para através do reforço da qualidade e da quantidade dos docentes empenhar-se na preparação de técnicos qualificados de língua inglesa para a sociedade, e diversos cursos de pós-graduação para os indivíduos dos mais variados sectores sociais, com vista a alargar o âmbito da educação contínua, em cooperação com a “The Consortium of Continuing Education Institutions” de Hong Kong, a que se associou. 2.1.1.2 Aumentar o investimento na investigação científica Insistindo na orientação de associar o ensino à investigação científica, elevou-se a verba, atingindo mais de 9 milhões, a atribuir às instituições públicas de ensino superior para a realização de investigações científicas. Como resultado, o número de projectos de investigação efectuados pela Universidade de Macau aumentou significativamente, tendo atingido um total de 60 projectos; foi instituído o prémio de investigação académica na Universidade de Macau e regulamentada a investigação científica no Instituto Politécnico de Macau, definindo sistemas de atribuição de apoio e prémios e criando a Divisão de Estudos Científicos e Publicações. 2.1.1.3 Reforçar os serviços sociais Foram estreitadas as ligações entre as instituições de ensino superior e as entidades públicas e privadas, bem como postos os meios de investigação científica à disposição das demais instituições para lhes proporcionar vários planos de investigação, formação e prestação de serviços sociais. Foi doado pela Universidade de Macau à Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos o projecto Eureka, por si desenvolvido, intitulado "Sistema Inteligente de Previsão da Qualidade do Ar", que já entrou em funcionamento em Macau, e desenvolveu-se em colaboração com a Câmara M unicipal de Macau Provisória o estudo sobre “Avaliação e Estratégias de Protecção Ecológicas do Lago Nam Van”. Além disso, foi obtida, com êxito, no Continente Chinês, uma patente de invenção de “Power Factor Correction Circuit for the PC Switched Mode Power Supply” e conheceram resultados assinaláveis os estudos e investigações realizados pelo Instituto Politécnico de Macau sobre temas de grande relevância para sociedade de Macau. 2.1.2 de estudos Matrícula de alunos e orientação para o prosseguimento 2.1.2.1 Alargar o âmbito da matrícula de alunos Alargou-se, durante este ano, o recrutamento de estudantes do 4 Interior pela Universidade de Macau a 14 províncias e cidades, e do Instituto Politécnico de Macau de 3 para 10 províncias e cidades. O Governo da Região Administrativa Especial de Macau empenhou-se no apoio às actividades de promoção e divulgação desenvolvidas pelas diversas instituições de ensino superior de Macau nas diversas províncias e cidades da China Continental. Além disso, as instituições de ensino superior aumentaram também o número de vagas destinadas a alunos “recomendados” e a bolseiros de mérito e de estudo, a fim de incentivarem os alunos a continuarem os seus estudos. 2.1.2.2 Reduzir as propinas As instituições de ensino superior públicas, no ano de 2001, reduziram novamente as suas propinas, entre 15% a 20%, o que veio atenuar bastante os encargos dos alunos. 2.1.2.3 Reforçar o apoio ao acesso ao ensino superior Foi alargado o âmbito e a extensão do apoio ao acesso ao ensino superior. Além das informações individuais, foram também organizados seminários de grande dimensão e com tópicos especiais, bem como exposições sobre o prosseguimento de estudos, aliados à edição de publicações referentes à área em apreço. 2.1.3 Intercâmbio académico 2.1.3.1 Intensificar a cooperação com o exterior As instituições de ensino superior não só mantiveram uma relação estreita com instituições congéneres, quer locais quer estrangeiras, como também assinaram com estes diversos acordos de cooperação e intercâmbio no âmbito académico e de formação. Para elevar a posição no seio internacional das instituições de ensino superior de Macau, organizaram-se ou participaram-se em diversas conferências académicas internacionais. A Universidade de Macau aderiu a várias organizações académicas internacionais e através de contactos, intercâmbio e cooperação, adoptou avançadas experiências pedagógicas internacionais, elevando consequentemente a sua posição e prestígio no sector académico internacional. Além disso, tem mantido a sua participação, em conjunto com o Continente Chinês, Europa e outros países, em projectos de investigação científica internacionais, entre os quais seis são subsidiados pela Fundação Nacional das Ciências Naturais e quatro relacionados com o Projecto de Eureka. O Instituto Politécnico de Macau recorreu a estudiosos de renome, tanto nacionais como estrangeiros, para desempenharem as funções de júri e para avaliar e emitir oportunamente pareceres sobre o conteúdo dos programas, plano curricular e qualidade dos cursos de especialização, por forma a elevar gradualmente o nível académico dos cursos de especialização. 2.1.3.2 Desenvolver o plano de intercâmbio de alunos O plano de intercâmbio de alunos entre as instituições de ensino superior locais e as universidades da China Continental, Sueste Asiático, Europa e América conheceu um maior desenvolvimento, tendo contribuído para favorecer a promoção do intercâmbio académico. Estudar o desenvolvimento do ensino superior N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série O Grupo de Consultadoria para o Ensino Superior já submeteu ao Governo da Região Administrativa Especial de Macau um relatório referente ao estudo sobre o desenvolvimento do ensino superior de Macau, enquanto que a Comissão de Acompanhamento para o Aperfeiçoamento e Desenvolvimento do Ensino Superior, reuniu-se para efectuar uma sinopse sobre a situação e relatar os trabalhos feitos nesse sentido, estando o Governo da Região Administrativa Especial de Macau, neste momento, a analisar os pareceres e propostas por estes apresentados. Foi ainda efectuada a recolha periódica de dados relativos a todas as instituições de ensino superior de Macau, para efeitos de avaliação e planeamento do desenvolvimento e distribuição dos recursos pelo ensino superior de Macau. Parte destes dados e informações já se encontra publicada em livros, podendo ser consultada pela população. 2.2 Ensino não superior 2.2.1 Constituição de turmas reduzidas e melhoramento das instalações escolares 2.2.1.1 Visando a constituição de turmas reduzidas, por forma a aumentar o sucesso educativo, foi alterado o regime de subsídio para a generalização da escolaridade tendencialmente gratuita a partir do início do segundo semestre do ano lectivo de 2000/2001, relativo ao ano preparatório para o ensino primário. 2.2.1.2 Visando o melhoramento do equipamento escolar do ensino primário, foi dado apoio à Escola dos Filhos e Irmãos dos Pescadores ( denominando-se “Escola Hoi Fai” no novo ano lectivo) para se mudar para um edifício escolar novo e permanente, continuando-se, por outro lado, os trabalhos de melhoramento dos edifícios escolares da Escola da Ilha Verde e da Escola dos Moradores do Bairro do Patane. O projecto de ampliação da Escola Fukien está em execução bem como as obras da nova unidade escolar do ensino primário e do jardim de infância da Sheng Kung Hui Escola Choi Kou (Macau), na Taipa. 2.2.2 Elevação da qualidade dos docentes 2.2.2.1 Reforma curricular Iniciado o projecto experimental da reforma curricular da Matemática, com a colaboração da Universidade Normal de Pequim. Em Setembro, as escolas participantes no projecto começaram já a experimentação prática. Iniciados os trabalhos da organização do “projecto experimental sobre a educação pré-escolar”. 2.2.2.2 Formação contínua (1) Mediante a realização de acções de formação de curta duração , seminários e workshops, a formação contínua para o corpo docente registou cerca de 2 mil frequências, que muito contribui para a elevação contínua da qualidade do mesmo; (2) Realizada a formação especializada para os docentes a diversos níveis, incluindo cursos de práticas de aconselhamento, de educação especial, ensino por temas, “putonghua”, gestão de biblioteca, e outros cursos na área de formação pedagógica. Além disso, foram organizados, com a Universidade de Macau, “Cursos de Formação em Serviço sobre a Educação Pré-Escolar e 5 Ensino Primário” e, com a Universidade Normal de Vá Nam, os cursos de “Ciências de Educação”, “Inglês”, “Matemática” e “Educação Pré-Escolar”, dando-se apoios financeiros a 223 docentes . 2.2.3 Desenvolvimento do ensino de tecnologias de informação Tem-se continuado a melhorar e a promover o planeamento do ensino da informática e multimédia atribuindo-se às instituições educativas particulares sem fins lucrativos, mais uma vez, subsídios no valor de cerca de 14.700.000,00 patacas para o melhoramento e a aquisição de equipamento de informática e de multimédia. Foram realizados, em colaboração com a Universidade Normal Vá Nam de Cantão, 3 cursos de aperfeiçoamento na área das tecnologias de informação, destinados aos directores escolares de Macau, nos quais participaram mais de 70 dirigentes escolares do ensino secundário, primário e dos jardins de infância. Elaborados em colaboração com o Instituto Inter-Universitário de Macau, nos cursos de formação na área de informática para professores, participaram mais de 90 docentes. Foi realizada uma visita de estudo a Singapura, envolvendo directores e subdirectores de 29 escolas primárias e secundárias e ainda responsáveis da Faculdade de Ciências de Educação da Universidade de Macau, com vista a conhecer o plano director da cidade estado para a integração de tecnologias de informática no processo do ensino/aprendizagem (IT Master Plan), bem como a sua implementação prática nas escolas. No início do ano, os centros de actividades educativas e centros de juventude dos Serviços de Educação e Juventude foram todos dotados de computadores ligados à internet (“Informação no Lazer”), programa que vai ser alargado para generalizar e popularizar ainda mais o recurso à internet. 2.2.4 Implementação da escolaridade obrigatória 2.2.4.1 Continuou-se o apoio e acompanhamento da expansão da rede escolar. A nova secção secundária da Escola da Associação para Filhos e Irmãos dos Agricultores, entrou em funcionamento neste ano lectivo, proporcionando 405 lugares. As obras de estrutura da nova unidade da Escola Cham Son de Macau, nos Novos Aterros da Areia Preta, estão prestes a terminar, com capacidade total para 2100 alunos. Prevê-se que as obras da unidade escolar da Escola Kao Yip, que se situa nos Novos Aterros do Porto Exterior, com capacidade para 1800 alunos, possam ainda ter início no presente ano. Em paralelo, foram feitas obras de ampliação dos edifícios escolares da Escola Hou Kong (Macau), da Escola Hou Kong (Taipa) e da Escola Keang Peng (secção secundária); vai ser concretizada ainda no presente ano a total conversão das actuais instalações da Escola dos Moradores de Macau (secção primária) em estabelecimento de ensino secundário; 2.2.4.2 Incentivado o apoio aos alunos com atraso na aprendizagem e desvios comportamentais para a sua reintegração escolar, bem como aos novos alunos provenientes do “interior” para facilitar o seu acesso escolar. Desde Janeiro foram integrados 95% dos novos alunos provenientes do “interior”, que solicitaram apoio aos Serviços de Educação e Juventude. 2.2.4.3 Implementada a educação no Instituto de Menores, cobrindo agora o ensino primário e o ensino secundário geral. 2.2.4.4 Para acompanhar a promoção da escolaridade obrigatória, foram criados cursos especiais para os alunos que interromperam os N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série seus estudos e ainda se encontravam à espera de re-colocação. 2.2.4.5 Iniciado o processo de recolha dos regulamentos de todas as escolas particulares de Macau, reflectindo, novamente, sobre os critérios de transição/retenção e graduação, com o objectivo de se estabelecerem regras gerais reguladoras dos regimes de avaliação das mesmas escolas e assim possibilitar uma certificação a nível geral da Região Administrativa Especial de Macau. 6 A fim de regulamentar o serviço social e para que este se desenvolva cientificamente e se estabeleça um regime próprio para o vincular, foram sendo concluídas sucessivamente a elaboração e a revisão de vários diplomas reguladores no âmbito de serviço social (incluindo regulamentos internos), nomeadamente o regime de licenciamento dos equipamentos sociais e os regulamentos do funcionamento dos lares de idosos, dos centros de dia para idosos, etc. 3.2 Serviço de Apoio à Família e Comunidade: 2.2.5 Educação permanente Numa perspectiva de promover a educação permanente e de estimular a aprendizagem permanente, a DSEJ realizou uma série de actividades para sensibilizar os cidadãos para a valorização da aprendizagem. Promovido o desenvolvimento técnico-profissional, por forma a elevar a qualificação profissional da população em geral, tendo sido organizadas 70 acções de formação em diversas áreas, a saber: informática, línguas e gestão nas áreas económica, financeira e comercial. 2.2.5.2 Com o intuito de promover a cultura chinesa e a Lei Básica, assim como reforçar a consciência dos cidadãos para o conhecimento e cumprimento da lei e fomentar a educação familiar, organizaram-se 21 actividades. 2.2.5.3 Com vista à criação de condições para constituir um sistema de educação permanente, para elevar a qualidade do pessoal docente, promoveram-se acções de formação e workshops destinados aos formadores e dirigentes do sector de educação de adultos. 2.3 Assuntos de juventude 2.3.1 Fortalecer a consciência cívica dos jovens e promover uma maior participação das associações juvenis. Foram proporcionadas actividades diversificadas para a ocupação dos tempos livres dos jovens, incluindo conferências, concursos, workshops, visitas, programas radiofónicos e espectáculos, etc., com vista a aprofundar os seus conhecimentos sobre a Lei Básica, os serviços públicos da Região Administrativa Especial de Macau e os grandes acontecimentos políticos e culturais da sociedade de Macau. 3.2.1 Para a resolução dos problemas sociais e familiares, resultantes de situações de pobreza, iniciou-se, este ano, o “Estudo sobre a pobreza na Região Administrativa Especial de Macau”. Prevê-se a sua conclusão para o final do ano. 3.2.2 Como resposta ao “Ano Internacional do Voluntário” da ONU, promoveram-se trabalhos voluntários adequados a diversas áreas, e o espírito de entrega destes trabalhos voluntários foi realizado através das seguintes actividades: acção de formação referente à gestão dos trabalhos voluntários, divulgação de trabalhos voluntários e plano de elogio aos melhores voluntários. Serviço de Apoio a Crianças e Jovens: 3.3.1. Iniciou-se o “Estudo do projecto referente aos problemas dos jovens da Região Administrativa Especial de Macau e o desenvolvimento destes serviços”, tendo em consideração a promoção do serviço de apoio nos lares e do serviço extensivo ao exterior, de modo a elevar a qualidade e a eficiência deste tipo de serviço. 3.3.2 Reforçaram-se os planos referentes à prestação de apoio nos lares e ao serviço extensivo ao exterior, de modo a dar uma resposta à problemática das crianças e jovens que tem chamado a atenção da comunidade. 3.4 Serviços de Apoio a Idosos: 3.4.1 A fim de melhorar a qualidade de vida dos idosos locais, reforçaram-se os diversos programas de apoio comunitário e os vários projectos referentes à prestação de serviço em lares. 3.4.2 Apoio na mudança e na reconstrução de instalações dum lar de idosos, cujas instalações não eram satisfatórias, para outro local mais adequado. 2.3.2 Fomentar o desenvolvimento físico e moral nos jovens 3.5 Serviço de Reabilitação Mediante a realização de diversas competições desportivas escolares (nomeadamente atletismo, futebol, artes marciais chinesas, hóquei, judo, entre outras), pretende-se formar os jovens para que possuam o espírito de equipa, recebam treino duro, empenhem-se a fundo e compitam de forma justa. Cederam-se as instalações desportivas às associações juvenis e aos cidadãos em geral, como o Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, que é a instalação mais procurada. Através da realização de um conjunto de actividades artísticas de qualidade, tem-se procurado aumentar nos jovens o conhecimento sobre as artes e a cultura cultivando-lhes sentimentos e pensamentos nobres. 3. No Âmbito de Acção Social 3.1 Diplomas Reguladores da Prestação de Serviços 3.5.1 Verificou-se um acentuado avanço em determinados aspectos, designadamente, com o projecto de implementação do sistema de registo central das pessoas portadoras de deficiência, com o projecto para a reabilitação e reintegração profissional das pessoas portadoras de deficiência, e por último, com o Censo do Ano de 2001, desenvolvidos em cooperação com outros serviços públicos. Relativamente ao projecto para a reabilitação e reintegração profissional das pessoas portadoras de deficiência, procedemos já, em colaboração com os SAFP, a trabalhos de recolha de dados nesta área de modo a estudar e discutir, com uma atitude activa, este assunto, dando assim mais um passo para a definição de um plano de colaboração concreto. 3.5.2 Já se iniciou o “Estudo sobre os destinatários e a estratégia a longo prazo do serviço de reabilitação”, que ficará N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série completo, segundo a nossa previsão, só no final do próximo ano. Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência: Promoveu-se a construção de uma comunidade sem droga através da organização de várias actividades junto da comunidade, designadamente acções educativas sobre uma “Vida Saudável” e outras actividades de grande dimensão. Para além disso, começou-se a estudar e discutir o projecto referente à construção dum mecanismo próprio para o combate à toxicodependência através da colaboração multisectorial com várias entidades locais ou regionais. Fez-se o lançamento do “Relatório Contra a Droga em Macau”, e realizou-se a 2ª. Edição do “Seminário sobre a prevenção do abuso da toxicodependência nas regiões de Hong Kong, Macau e República Popular da China”. 3.7 Serviço de Desintoxicação e de Reabilitação Reforçou-se a promoção do serviço de desintoxicação e reabilitação através da cedência de equipamentos a instituições particulares e reestruturou-se, no âmbito do serviço de tratamento e reinserção dos toxicodependentes, o actual modelo de prestação de apoios, através da preparação da criação dos novos equipamentos sociais (as obras do centro de desintoxicação fisiológica serão concluídas, conforme o plano, até final deste ano), por um lado, e por outro, promovendo estudos referentes a esta área (estudo e avaliação do serviço na área de tratamento e reinserção social dos toxicodependentes de Macau). 4. NA ÁREA DO TURISMO Este ano, foram desenvolvidas como principais actividades o incremento dos serviços de qualidade, a promoção e o desenvolvimento dos produtos turísticos e o reforço das actividades promocionais no exterior, as quais contribuíram para o crescimento contínuo registado no primeiro semestre de 2001. Com efeito, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, o número total de visitantes aumentou 14.75%. Hong Kong, República Popular da China e Taiwan continuam a ser os principais mercados de origem para Macau. Taiwan registou o maior aumento, de 25.13%, mas o número de visitantes da República Popular da China também conheceu um acréscimo de 20.63%. 4.1 DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS T URÍSTICOS 4.1.1 A fim de reforçar a atracção dos pontos turísticos de Macau, foi efectuada uma série de estudos sobre a possibilidade de realização das apresentações culturais nos pontos turísticos. Organizou-se em Macau e apoiou-se a promoção de actividades específicas de grande envergadura, entre as quais se destacam o Grande Prémio de Macau, o Torneio Aberto de Golfe de Macau, o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício, as Regatas de Barcos Dragão, a Maratona, o Festival Internacional de Música de Macau e o Festival Internacional de Artes de Macau. Abriu-se a zona de exposição no Aeroporto Internacional de Macau e no Terminal Marítimo de Macau, com o objectivo de dar a conhecer aos turistas aspectos específicos e típicos de Macau, através de objectos e de fotografias, a qual contará designadamente com uma zona de vinhos, de comida macaense, exposição de fotos de grandes eventos de Macau, etc.. Para que os visitantes possam usufruir de passeios de qualidade, 7 temos incumbido as agências de viagens locais de planearem e organizarem melhores pacotes em termos de passeios, tendo por visitantes alvo os visitantes “FIT” (Free Independent Travellers). Realizou-se, em conjunto com oito museus locais, uma campanha promocional comemorativa do Dia Internacional dos Museus, a qual obteve bons resultados. 4.2 MELHORIA DA QUALIDADE DE SERVIÇO Intensificou-se, em geral, o funcionamento do Gabinete de Apoio ao Turista, tendo sido alcançados resultados visíveis na protecção e consolidação dos direitos dos visitantes, e no aumento da sua confiança no que respeita às compras em Macau. Realizaram-se campanhas de sensibilização, através de diversas actividades, transmitindo à população a noção da importância do turismo para Macau, para além de outros conhecimentos ligados ao sector do turismo, promovendo desta forma todos os seus cidadãos a “Embaixadores do Turismo”, o que irá contribuir para a divulgação da imagem de Macau em todo o mundo. Foi instalado o serviço de linha aberta de 24 horas, facultando uma pesquisa rápida e específica sobre diversas informações turísticas em várias línguas aos visitantes. ACÇÕES PROMOCIONAIS NO E XTERIOR Foi lançado o Website Turístico de Macau completamente inovado, abrangendo para além da já existente versão inglesa da homepage, também a versão chinesa tradicional e simplificada, reforçando assim as promoções turísticas nos mercados alvo. Intensificou-se a colaboração com diversas entidades e sectores – lojas, restaurantes, hotéis, estabelecimentos de entretenimento, museus, etc. – com o objectivo de obter descontos atractivos que serão incluídos no Passaporte “Bem-Vindo a Macau”. Estas iniciativas, contribuirão para que os visitantes permaneçam mais tempo no Território. Realizaram-se actividades de promoção turística em Singapura, Malásia, Filipinas, Coreia do Sul, Taipei, Kaohsiung, Shanghai, Tianjin, Hangzhou, Cantão, Chengdu e Hong Kong e actividades de promoção turística em Hong Kong em colaboração com uma companhia de cartão crédito. Para explorar novos mercados, a DST organizou e participou pela primeira vez, tanto na feira turística (Outbound Travel Mart) de Mumbai, como naquela que teve lugar em Nova Delhi, o que tem demonstrado que os objectivos promocionais previamente fixados foram totalmente atingidos. Foram acolhidos grupos e delegações do sector turístico e da imprensa, quer nacionais, quer do estrangeiro, como uma importante componente das nossas estratégias promocionais. No primeiro semestre deste ano, Macau recebeu 143 grupos de inspecção e de familiarização provenientes de todo o mundo, o que totalizou 1,171 visitantes. Na área dos materiais publicitários e promocionais, destacaram-se as seguintes actividades : a fim de facilitar a entrada no mercado da Indonésia, foi produzido pela primeira vez um panfleto turístico na língua deste país; foi lançado o panfleto e cartão de bolso “Faça compras com confiança em Macau” em quatro versões distintas N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série (chinesa - tradicional e simplificada, portuguesa e inglesa); foi lançado pela primeira vez, e desde Fevereiro, a edição em língua chinesa do Jornal "Macau Travel Talk" que é o meio privilegiado de divulgação dos eventos e actividades promocionais; foi lançado o novo “design” do Mapa Turístico de Macau, apresentando de uma forma sistemática os pontos e facilidades turísticas em quatro versões diferentes, incluindo a língua chinesa, portuguesa, inglesa e japonesa. trabalharem nessas áreas. Para divulgar junto da camada jovem os cursos oferecidos na área do turismo e hotelaria, organizaram-se campanhas de sensibilização junto das escolas secundárias. Além disto, foram destacados ao estrangeiro cozinheiros, com larga experiência, para participarem em festivais gastronómicos para divulgar a cozinha macaense. 4.4 DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS ÁREA CULTURAL Formação Geral de Profissionais na Área de Turismo e Hotelaria Acção Cultural Foram intensificadas a conjugação da parte teórica à parte prática no Curso de Gestão de Hotelaria e a aplicação das metodologias de interactividade de ensino no apoio aos alunos para a conclusão do programa de estudo. Organizaram-se cursos profissionais diversificados de curta duração e, em colaboração com os Serviços de Educação e Juventude, cursos técnico-profissionais. Em resposta a solicitações do sector de hotelaria e turismo e dos serviços da Administração, foram realizados vários cursos concebidos especificadamente para o efeito e uma série de cursos para gerentes e profissionais nas áreas de turismo e hotelaria de Xian. Foi criado em colaboração com o Colégio da Cidade da Universidade de Zhejiang, em Hangzhou, o Centro de Estudos e Formação em Turismo, com o objectivo de aproveitar os aspectos positivos de ambas as instituições para promover e desenvolver a qualidade de formação na área do turismo. Com o apoio da União Europeia, o Centro de Estudos Avançados em Turismo Macau–Europa, criou dois novos cursos, o Curso de “Turismo na Tecnologia de Informação” e o Curso de “Novas Tendências em Alimentação e Bebidas”. Foram definidos os "Padrões de Reconhecimento das Aptidões Profissionais de Macau” para elevar a qualidade dos serviços prestados. Concluíu -se a definição dos padrões profissionais exigidos na área de alojamento e andares e na área de alimentação e bebidas. Além disso, em resposta à solicitação de um membro da APETIT, foi organizado, em Irão, um curso de “Formação para Formadores”. 8 Orquestra Chinesa de Macau Foram convidados vários maestros de renome da China para orientar e preparar a Orquestra Chinesa de Macau, bem como para a realização de concertos, tendo-se verificado evidentes melhorias ao nível das actividades da Orquestra Chinesa de Macau. Orquestra de Câmara de Macau 5.1.2.1 Realizaram-se 52 concertos em escolares e 5 concertos na Igreja de S. Domingos. estabelecimentos 5.1.2.2 Realizaram-se 5 concertos sinfónicos, integrados na iniciativa “Viagem ao Mundo da Arte”, permitindo a generalização da educação artística junto de mais de 4000 alunos do ensino secundário complementar de Macau. 5.1.2.3 Está a ser estudado o alargamento da Orquestra de Câmara de Macau para Orquestra Sinfónica. 5.1.3 Concurso para Jovens Músicos de Macau O Concurso para Jovens Músicos de Macau contou com a participação de quase mil concorrentes, o maior número de sempre. Foi criado o Prémio “Instituto Cultural”, com uma bolsa de estudos no valor de cem mil patacas, reunindo assim as condições para a formação de talentos musicais locais. Antes da realização das provas do Concurso, foram apresentados 37 workshops para diferentes instrumentos, oferecendo aos alunos uma oportunidade de aprenderem directamente com os músicos de renome. Cooperação e Intercâmbio Internacionais 5.1.4 Para promover as relações de cooperação e intercâmbio com as institutições de ensino local e internacional, foram celebrados, este ano, acordos de cooperação com a CTM, Instituto Cultural, Universidade Técnica da África do Sul, Instituto de Turismo e Transportes dos Países Baixos, Universidade da Suiça, Universidade da Dinamarca e Universidade de Espanha (CES Luis Vives CEU). Com o mesmo objectivo, participou-se activamente nas actividades organizadas por instituições turísticas e académicas internacionais e promoveu-se o intercâmbio académico, através dos programas de intercâmbio de alunos. Promoção da Generalização da Cultura Turística No sentido de divulgar a formação na área do turismo junto da juventude, o IFT vai continuar a organizar campanhas de sensibilização junto das escolas secundárias. Ao mesmo tempo, vai continuar a cooperar com algumas delas, oferecendo cursos de turismo, cozinha e restaurante. A formação tem como objectivo preparar os alunos para Exposições Realizaram-se um Encontro de Caligrafia e Pintura Chinesa e 4 exposições, nomeadamente, Exposição de Caligrafia e Pintura Chinesa, Exposição de Aguarelas e Fotografias “Paisagens de M acau”, Exposição de Reproduções dos Frescos de Dunhuang e Sinetes de Zhang Daqian e Exposição de Fotografias “Paisagens de Macau”, bem como a “Bienal de Design de Macau”, organizada em colaboração com a Associação de Designers de Macau. 5.1.5 XII Festival de Artes de Macau Incluiu 21 apresentações de 16 espectáculos. Foi produzido o bailado “A Noiva de Macau”. O número total de espectadores foi de 27.247, tendo-se registado um aumento de 7.783 pessoas na afluência de público relativamente ao ano passado (um aumento de 40%). 5.1.6 XV Festival Internacional de Música de Macau N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Incluiu 21 apresentações de 17 espectáculos diferentes, e contou com um programa diversificado e um melhor nível artístico, que combina a promoção artística e a generalização da educação estética, realizando palestras itinerantes intituladas “Música na sua Vida” nos estabelecimentos de ensino de Macau. 5.1.7 5.4.2 Para além de ter continuado a ministrar cursos regulares de dança a cerca de 230 alunos, participou-se no Bailado “A Noiva de Macau” do “XII Festival de Artes de Macau”. 5.4.3 Património Cultural 5.2.1 No que se refere às acções de conservação, restauro e recuperação do património cultural de Macau, com vista a conservar e preservar o património arquitectónico e cultural peculiar de Macau, concluíram-se ou estão ainda em curso 22 obras de restauro, incluindo as da Casa de Mandarim; 5.2.2 Iniciaram-se os trabalhos de acompanhamento da "Canditatura de Macau à Lista do Património Mundial da UNESCO" e os trabalhos referentes ao Projecto “Jovens Embaixadores do Património Cultural de Macau”. Desenvolveram-se as actividades educacionais de promoção e divulgação sobre a preservação do património cultural; 5.2.3 Para intensificar o intercâmbio de informações e experiências no que se refere ao estudo e à preservação da arquitectura contemporânea entre as diversas regiões da Ásia, organizou-se uma reunião de constituição da MAAN (Modern Asian Architecture Network). 5.3 Investigação Científica e Publicações 5.3.1 Investigação Científica 5.3.1.1 Continuou-se a conceder apoio à investigação científica sobre a história e cultura de Macau, através da atribuição de bolsas; 5.3.1.2 Colaborou com a Direcção de Serviços de Turismo e a Fundação da Deusa A-Má de Macau na organização do “Festival de Turismo Cultural da Deusa A-Má de Macau” e organizou-se a “Conferência da Cultura da Deusa A-Má”. 5.3.2 Escola de Dança Subsídios para as Associações No primeiro semestre, foram atribuídos subsídios para apoiar a realização de 73 actividades organizadas por diferentes associações culturais. 5.2 9 Publicações Desenvolveram-se acções que visam criar um sistema que assegure a difusão e a comercialização de publicações culturais respeitantes a Macau nos mercados chinês e internacional. Procedeu-se a negociações com o Gabinete de Publicações e Imprensa de Zhuhai, Companhia de Importação e Exportação de Publicações Nacionais da China (Sucursal em Cantão) e “Utusan Publications & Distributors Sdn. Bhd.”, da Malásia, com vista a resolver as questões relacionadas com a publicação e a distribuição de edições. Escola de Teatro Realizaram-se, segundo os planos, os diversos cursos teatrais, workshops, palestras e oficinas de temática teatral, bem como a produção de quatro peças (com um total de sete secções) de teatro. Foi criado o “Curso Básico de Educação Teatral”, em regime anual, em substituição do anterior “Curso de Formação para Professores de Teatro”. 5.5 Biblioteca Central de Macau 5.5.1 Realizou-se a “Actividade para as Crianças sobre o Plano de Promoção de Leitura”, em colaboração com o Clube Fringe de Macau, a partir de Maio, todos os sábados. De Janeiro a Junho, realizaram-se 5 exposições sobre diversos temas. No primeiro semestre, foram organizadas várias visitas às bibliotecas; 5.5.2 Iniciaram-se as obras de remodelação da sede, a fim de aumentar o espaço para os leitores; 5.5.3 Está prevista a obtenção (através de compra, oferta e troca) de 100 títulos de jornais, 615 títulos de revistas, 30,000 livros e 1,500 títulos de materiais multimédia; 5.5.4 Foi inaugurada a Sala de Macau na sede, fornecendo o serviço de consulta de livros. 5.6 Arquivo Histórico 5.6.1 Incorporações dos Arquivos Históricos: 5.6.1.1 Encetados contactos com a Direcção dos Serviços de Turismo sobre a incorporação dos arquivos do Gabinete de Coordenação da Cerimónia de Transferência; 5.6.1.2 Incorporação dos Livros dos Registos de Óbitos dos Serviços de Saúde, processo que terminou a 30 de Julho; Recolheu as informações de “dagregistos” em Cantão durante os séculos XVIII e XIX, preservados no Arquivo Nacional da Holanda e irá adquirir os referidos documentos em microfilme; Elaboração dos instrumentos de pesquisa para facilitar a investigação aos leitores. 5.7 Museu de Macau 5.7.1 Até Julho, o Museu de Macau já coleccionou 89 peças/séries. 5.4 Conservatório de Macau 5.4.1 Escola de Música Para além de ter continuado a ministrar cursos regulares de música a 400 alunos, realizaram-se mais de dez concertos públicos. 5.7.2 Foram organizadas a “Exposição de Pinturas e Caligrafia de Sheung Chung Ho e Lai Hiu Ming”, a exposição “Macau durante a Guerra Sino-Japonesa” e a “Exposição da Colecção de Instrumentos Musicais em Bambu de Li Yui-Cho”. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 5.7.3 Foram convidados dois especialistas dos Serviços de Identificação do Património Cultural da Província de Guangdong e do Museu da Província Guangdong para identificar e avaliar as pinturas e caligrafias coleccionadas pelo Museu de Macau. Foi contratado um especialista para o emolduramento e restauro das pinturas e caligrafias. 5.7.4 Foi organizado o “Curso de Verão de Conhecimento de Arqueologia e Conservação do Património”. Além do técnico responsável, também foi convidado um estudioso da área arqueológica da “Hong Kong Chinese University” para proferir uma palestra no Museu. Foram organizadas duas visitas ao local de interesse arqueológico de Bau Jing Wan, em Zhuhai. 5.7.5 Foi organizado um curso sobre a avaliação e apreciação dos artigos patrimoniais, com o Professor Dr. Yang Shi Ting do Museu da Província de Guangdong. 5.7.6 Até Julho, a afluência ao Museu de Macau e ao Centro Ecuménico Kun Iam foi, respectivamente, de 103761 e de 55266 visitantes. 6.4.2 Até ao fim do mês de Agosto, o Fundo do Desenvolvimento Desportivo atribuiu às Associações Desportivas subsídios, no valor global de MOP$ 14,467,441.00, dos quais é de destacar uma quantia de MOP$ 2,259,200.00 destinada à realização de 96 acções de formação. Actividades de Férias O Instituto do Desporto, em colaboração com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, realizou inscrições nas Actividades de Férias, além do recrutamento de monitores e adjuntos necessários e na preparação das instalações adequadas. Formação Foi prosseguida a política de valorização dos agentes desportivos de Macau pela formação, através da realização e participação dos agentes desportivos em 76 cursos de formação, congressos científicos, seminários, palestras e outras acções, no sentido de obter um acréscimo quantitativo e, sobretudo, qualitativo dos seus conhecimentos. 6. POLÍTICAS DO DESPORTO INFRA-ESTRUTURAS DESPORTIVAS 6.1 Desporto Para Todos 6.5.1 Obras em Infra-Estruturas Desportivas Após ter sido retomada em 2000 a promoção do Desporto para Todos pelo Instituto do Desporto, esta área conheceu em 2001 um significativo aumento em número de praticantes e turmas constituídas, tendo registado até princípios de Outubro a participação de quase 14 mil utentes, tendo sido ainda reforçados os laços com os organismos internacionais respectivos, nomeadamente com a Associação Asiática de Desporto para Todos (ASFAA) e com a “Trim and Fitness Sports for All” (TAFISA). 6.2 Medicina Desportiva O Centro de Medicina Desportiva, a quem compete assegurar as tarefas de diagnóstico e de tratamento clínico desportivo, reforça constantemente a assistência médica aos seus utentes. De momento, está a realizar a “Avaliação da Condição Física da População Adulta de Macau”, a qual incidirá sobre 4086 residentes de Macau. 6.3 Eventos Desportivos Internacionais O Instituto do Desporto e o GCJAOM -2005 organizaram e apoiaram em conjunto grandes eventos desportivos, como o Circuito Mundial de Voleibol de Praia Femimino, os Torneios de Qualificação de Hóquei em Campo e de Wushu para os 9os Jogos Nacionais, os 3.o s Jogos da Ásia Oriental em Osaka, no Japão, a Final do Grande Prémio Mundial de Voleibol Feminino, os Torneios de Qualificação para os Campeonatos Mundiais de Voleibol Feminino e Masculino de 2002, a 21a das Universídas e os 9os Jogos Nacionais. 6.4 ACTIVIDADES EM FAVOR DO DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO 10 Até ao fim de Setembro foram concluídas ou encontram-se em curso 29 obras em infra-estruturas desportivas, estando prevista a realização de mais 11 obras, já inscritas no PIDDA do presente ano. 6.5.2 Utilização de Infra-Estruturas Desportivas Nos 12 complexos desportivos existentes, compostos por 48 instalações desportivas afectas e geridas pelo Instituto do Desporto, registou-se, até Setembro, a sua frequência por 1,536,521 utentes, conhecendo um aumento de 7,6% em relação ao período homólogo do ano anterior. DESENVOLVIMENTO DO TURISMO POR VIA DO DESPORTO O Instituto do Desporto prosseguiu a política de atracção de turistas a Macau, através da realização de eventos desportivos de grande projecção por si organizados ou apoiados. Mediante a utilização dos diferentes meios de comunicação social, divulgou-se a Região como um local de prática desportiva por excelência, atendendo à qualidade e natureza dos eventos organizados e apoiados. Realçamos os pedidos de informação de 3 equipas chinesas de hóquei em campo e várias equipas de voleibol, sobre as condições para aqui efectuarem os seus estágios de preparação e aperfeiçoamento. PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS No corrente ano, foram editadas várias publicações referentes às competições realizadas e publicadas várias brochuras e panfletos sobre temas relativos à área do desporto. Os Jogos da Ásia Oriental de 2005, em Macau 6.4.1 Até ao fim do mês de Setembro, o Instituto do Desporto incentivou e apoiou as Associações Desportivas na organização de 127 competições em Macau e a sua participação em 82 competições internacionais, prevendo-se que até final deste ano, as Associações possam vir a participar em mais 24 eventos de dimensão mundial ou asiática. 6.8.1 Área das Infra-estruturas O Gabinete de Coordenação dos Jogos da Ásia Oriental, em Macau, para o ano de 2005, encontra-se a desenvolver projectos para o melhoramento e expansão das infra-estruturas desportivas já existentes N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série e para a criação de novas instalações desportivas necessárias e inexistentes em Macau. 6.8.1.1 Actualmente, encontram-se praticamente concluídas obras de aumento das bancadas do Campo de Hóquei do Estádio Macau e as de melhoramento do Fórum de Macau. Paralelamente, iniciada a elaboração do projecto, prospecção geotécnica e procedimentos administrativos necessários ao início das obras modernização do Estádio de Macau. as de foi os de 6.8.1.2 Para embelezamento do ambiente que rodeia o Estádio de Macau, deu-se início às obras de “Fecho do Canal de Esgoto Aberto junto do Estádio”. Por outro lado, iniciaram-se ainda a elaboração dos projectos, prospecções geotécnicas e os procedimentos administrativos necessários ao início das obras de construção dos Pavilhões Polidesportivos cobertos e modernos do Instituto Politécnico de Macau e da Escola Luso-Chinesa Sir Robert Ho Tung. Os projectos de construção da Carreira de Tiro e do Pavilhão de grande dimensão no COTAI, bem como o projecto das obras de Academia Internacional de Golfe, encontram-se a ser promovidos em bom ritmo. 11 Oriental de 2005, foi celebrado com a Air Macau um contrato de patrocínio que implica a exibição do Símbolo dos Jogos de 2005 nos aviões da Air Macau. O Gabinete coordenou, de forma activa, esforços de sensibilização das empresas privadas da Região e do exterior na colaboração e participação em projectos de investimento a realizar em infra-estruturas, instalações e serviços necessários, tendo como objectivo a redução das despesas públicas e a máxima rentabilização das instalações. 6.8.3 Área das competições 6.8.3.1 Grandes eventos desportivos Este ano, foi promovida incessantemente a preparação das competições desportivas, que irão ter lugar durante os Jogos de 2005, e a formação de pessoal dessa área. Ao mesmo tempo, colaborou-se com o Instituto do Desporto na realização de eventos desportivos locais e internacionais de grande envergadura, os quais contaram ainda com a participação e o apoio de inúmeros organismos desportivos internacionais, associações desportivas de Macau e entidades privadas. 6.8.2 As Actividades de Promoção 6.8.2.1 Promoção através de eventos desportivos e de publicação de anúncios Prosseguiram as actividades de promoção de Macau e dos 4.os Jogos da Ásia Oriental durante a realização do Circuito Mundial de Voleibol de Praia Feminino, dos Torneios de Qualificação de Hóquei em Campo e de Wushu para os 9.os Jogos Nacionais, nas 21.as Universíadas em Pequim e nos 9.os Jogos Nacionais de Cantão. Foram ainda publicados anúncios nas revistas “Action Asia” e “Universal News”, e artigos na revista “As Asas do Povo” da Air Macau. 6.8.2.2 As actividades de Promoção durante os Jogos da Ásia Oriental em Osaka, Japão Durante os Jogos da Ásia Oriental em Osaka, foi realizada a “Noite de Macau”, uma exposição de 3 dias no Hotel oficial e procedeu-se à instalação de balcões promocionais no Centro de Imprensa dos Jogos. Na Cerimónia de Encerramento dos Jogos, foi exibida pela primeira vez a Mascote e reproduzido o Hino dos Jogos de 2005, que obtiveram grande êxito. 6.8.2.3 As Actividades de Promoção dos Jogos junto da população Foram também organizados o Concurso de Desenhos Infantis, denominado “Colorir 2005”, tendo sido entregues 33056 trabalhos, provenientes de 56 escolas primárias, e o Concurso Fotográfico “Testemunho do Desporto de Macau”, o qual recebeu 396 trabalhos em apenas um mês e meio. 6.8.2.4 Divulgação da imagem dos Jogos Após o êxito no Concurso de Emblema e Slogan, realizaram-se os concursos de Criação do Hino e da Mascote dos Jogos da Ásia Oriental de 2005, através dos quais se determinou o Hino e a Mascote dos Jogos. 6.8.2.5 Promoção no mercado Por forma a projectar o nome de Macau e divulgar os Jogos da Ásia 6.8.3.2 Estudo de competições desportivas dos 4.os Jogos da Ásia Oriental Por forma a definir as modalidades desportivas (oficiais, de demonstração e de exibição) do Programa Oficial dos Jogos de 2005, está a ser estudado o número de atletas participantes, de dias de competição e a capacidade das infra-estruturas desportivas na satisfação das necessidades logísticas e a sua utilização por várias modalidades desportivas. Serão efectuados acordos com as associações desportivas locais das modalidades desportivas que integrarão o Programa Oficial dos Jogos, por forma a obter a sua contribuição e experiência na organização das mesmas. Parte II Linhas de Acção Governativa para o ano 2002 1. Área da Saúde - Cuidados de saúde adequados com prioridades na prevenção Sob o pressuposto da optimização do sistema de saúde, as políticas na área da saúde para o Ano 2002 concentram maior atenção na nova planificação das infra-estruturas dos Serviços de Saúde a fim de criar melhores condições para a prestação de serviço médico e para o funcionamento administrativo. Relativamente ao sistema funcional, mediante a adaptação da informatização e da nova concepção da modernização administrativa do Século XXI, simplificar-se-á, do interior para o exterior, os procedimentos da prestação de serviços a utentes e proceder-se-á a um aperfeiçoamento dos diversos sistemas com vista a promover dinamicamente a cultura de um serviço de saúde de qualidade que tem como objecto prioritário os utentes, garantindo, assim, uma resposta satisfatória às necessidades dos cidadãos. Com a conclusão do Relatório intitulado “Novo Macau e Novo Milénio: Estudos e Avaliação sobre o Sistema de Saúde de Macau”, compete à Comissão de Reforma do Sistema de Saúde (a ser constituída) acompanhar as sugestões apresentadas no Relatório, desenvolvendo a análise e o planeamento dos trabalhos deste Sistema no território, no sentido de o aperfeiçoar, sob os princípios de “passar N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série do melhoramento até a uma reforma”, “manter o actual regime de funcionamento do Sistema de Saúde gratuito”, gradualmente, definindo o plano de desenvolvimento a médio e longo prazo, adequado à realidade de Macau, salientando a qualidade e a eficiência dos serviços, bem como o aproveitamento racional dos recursos, de maneira a que os residentes possam usufruir de serviços de saúde de elevada qualidade. Intensificar-se-ão, com base nas relações de cooperação mantidas com as instituições e organismos internacionais e vizinhas, as acções de intercâmbio académico, intercâmbio de pessoal qualificado e formação especializada, envidando-se esforços para elevar o nível das diversas áreas de especialidades, especialmente da capacidade de intervenção técnica e prática do sistema de saúde local, por forma a corresponder ao nível internacional. Por outro lado, serão consolidados os contactos de colaboração entre os Serviços de Saúde e as instituições, associações e entidades locais da área de saúde, por forma a elevar a eficiência dos serviços médicos, através da utilização racional dos limitados recursos. Por outro lado, a segurança e controlo de medicamentos são um dos trabalhos prioritários. Assim, em conformidade com as necessidades reais, os serviços de saúde reverão e actualizarão as legislações em vigor relacionadas com os medicamentos convencionais e os da medicina tradicional chinesa. A par disso, continuarão a promover os serviços de farmacologia clínica, permitindo a existência de uma correspondência entre o fornecimento e o uso de medicamentos por forma a obter efeitos de terapêutica mais positivos. Os Serviços de Saúde cumprirão com rigor a meta de melhoramento da qualidade dos cuidados de saúde, concretizando de forma plena os trabalhos de optimização dos sistemas e respectivos procedimentos para obter um melhor resultado nesses aspectos. Infra-estruturas Planear a construção do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde e do Edifício para os Cuidados de Saúde Generalizados. 12 queixas dos utentes, de fiscalização e de apreciação dos serviços de saúde, bem como rever as respectivas legislações, identificar e tratar os incidentes médicos, com vista a assegurar os interesses legítimos, da população e dos profissionais de saúde. Incentivar os trabalhos relativos à modernização administrativa em harmonia com o desenvolvimento global da Administração, para que se obtenha uma melhor eficiência e eficácia ao nível de funcionamento. Actualizar o sistema da classificação de doenças aplicada em Macau, por forma a reunir as exigências da nova versão da Classificação Internacional de Doenças. Permitir aos utentes um acesso mais eficaz à informação clínica e aos serviços perfeitos e completos, mediante a informatização dos sistemas. Continuar a proporcionar apoio financeiro às instituições, associações e entidades locais da área da saúde, no sentido de cumprir a política de cuidados de saúde definida. Formação de Pessoal Ampliar a área de formação dos internos complementares, por forma a permitir uma maior diferenciação dos serviços hospitalares prestados pelos quadros médicos locais; continuar as acções de formação pós-graduação. Cooperar com outros países e regiões para formar os profissionais de saúde locais e recrutar médicos qualificados ao exterior, para servir a população e formar o pessoal local. Formar o pessoal dos diversos níveis a fim de melhorar a eficácia dos trabalhos. Vias de Desenvolvimento e Actividades Prosseguir a obra de construção da Unidade de Internamento de Psiquiatria da Taipa, incluindo a área exclusiva para a psiquiatria forense. Promover o auto-aperfeiçoamento das diversas especialidades do CHCSJ, melhorar ininterruptamente a qualidade dos serviços médicos e utilizar mais racionalmente os recursos disponíveis para que as técnicas e os equipamentos dos serviços se tornem mais especializados. Preparar a criação do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, que se destina a prestar apoio às várias entidades médicas de Macau nos seus trabalhos de prevenção, tratamento e controlo de doenças, fornecendo-lhes informações e exames laboratoriais necessários, etc. Intensificar a comunicação com as instituições internacionais de saúde e desenvolver em conjunto as actividades no âmbito da saúde, procurando harmonizá-las com o caminho de desenvolvimento definido pela OMS. Projectar a criação do novo Centro de Saúde da Areia Preta, no sentido de melhorar o ambiente do local de trabalho actual. Completar e aperfeiçoar os serviços prestados pelo Centro de Emergência do CHCSJ, em correspondência com a optimização do sistema de emergência de Macau. Continuar a aperfeiçoar as instalações modernas do CHCSJ. Sistema e Funcionamento Acompanhar os trabalhos de estudo do sistema de saúde de Macau no Século XXI a fim de aplicar medidas de reforma adequadas para Macau. Envidar esforços na promoção de um serviço de saúde de qualidade que considere os utentes o seu centro de atenção, fazendo com que se possa responder melhor às exigências dos cidadãos. Avaliar e melhorar os sistemas actuais de recolha de sugestões e Encorajar a participação dos profissionais de diversos níveis na investigação científica, investindo mais recursos para melhorar a qualidade e quantidade da mesma. Manter e reforçar os serviços e colaborações profissionais entre o CHCSJ e o Hospital Kiang Wu. Estudar a viabilidade do desenvolvimento da medicina tradicional chinesa em Macau. Aperfeiçoar o sistema de garantia da qualidade e segurança farmacêuticas, reforçar os trabalhos de fármaco-economia e N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série fármaco-vigilância a nível da medicina convencional e da medicina tradicional chinesa, rever e aperfeiçoar os presentes diplomas reguladores de medicamentos e os protocolos estabelecidos e intensificar a vigilância à restrição do uso de medicamentos sob controlo, etc., a fim de promover universalmente o desenvolvimento saudável do sector farmacêutico. Consolidar os trabalhos laboratoriais no âmbito dos cuidados de saúde e elevar o nível profissional da análise laboratorial de Macau. Aperfeiçoar o sistema de emergência da saúde pública, no sentido de responder de forma rápida à exigência dos cidadãos a nível da saúde. Promover os cuidados de saúde primários qualificados efectivamente prestados, intensificar a supervisão das condições relativas à saúde pública, no sentido de resolver os problemas comunitários principais e satisfazer as necessidades dos grupos populacionais prioritários, com a finalidade de melhorar a qualidade geral da saúde da comunidade. Encorajar a participação da comunidade, coordenar os recursos comunitários e resolver os problemas de saúde comunitários de modo a optimizar os trabalhos relativos aos cuidados de saúde primários. Reforçar a gestão dos Centros de Saúde, introduzir as técnicas e equipamentos de gestão administrativa modernizada, intensificar a promoção da gestão por objectivos, do regime de responsabilidade e da garantia de qualidade. Em simultâneo, aperfeiçoar o sistema de informação clínica computadorizado e o de gestão de recursos, e desenvolver o sistema de informação da rede dos cuidados de saúde primários. Aperfeiçoar permanentemente as orientações para as tarefas prioritárias destinadas ao melhoramento da qualidade dos serviços a nível de prevenção, diagnóstico e tratamento. Na área da educação Formar quadros qualificados e desenvolver todas as suas potencialidades 2.1 Ensino superior O ensino superior da Região Administrativa Especial de Macau ao entrar num novo século, está orientado para um desenvolvimento diversificado, formando um modelo de desenvolvimento específico. No próximo ano, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau continuará a empenhar-se na elevação da qualidade dos professores, bem como no aperfeiçoamento da educação moral e conhecimento dos alunos. Irá consolidar as matrículas dos alunos, quer locais quer estrangeiros, e irá alargar o âmbito dos serviços de apoio ao acesso ao ensino superior, com vista à adequação das necessidades no prosseguimento de estudos superiores. Tomando as instituições de ensino superior como bases de investigação científica, será incentivada, de forma activa, a exploração dos projectos de investigação. Será melhorado o sistema das tecnologias e de informação dos estabelecimentos de ensino superior, com vista a ser utilizado como meio de apoio ao ensino e à investigação científica. Ampliar-se-á o espaço de desenvolvimento do ensino superior, desenvolvendo-se as vantagens próprias e elevando a sua imagem internacional. Proceder-se-á à melhoria da legislação, bem como a uma melhor avaliação do sistema e organização dos dados estatísticos relativos ao ensino superior e à promoção do desenvolvimento do mesmo. 13 Na área da formação profissional, será exigida a internacionalização do padrão pedagógico e consequentemente será exigido que o nível da especialização atinja o padrão internacionalmente reconhecido. Simultaneamente, o Governo empenhar-se-á na formação dos quadros especializados de que este território necessita, bem como no desenvolvimento dos respectivos projectos de investigação científica adequados às necessidades emergentes do desenvolvimento social de Macau, a fim de servir a sociedade, desenvolver-se em conjunto com esta e preparar mais técnicos especializados para Macau. Ensino e investigação científica 2.1.1.1 Aperfeiçoar a qualidade pedagógica Elevar-se-á a qualidade dos docentes, criar-se-ão equipas de professores altamente qualificados e dar-se-á continuidade ao recrutamento de docentes competentes. Incentivar-se-á a investigação científica e o prosseguimento de estudos, bem como a participação activa nas actividades académicas e a plena utilização das técnicas didácticas modernas por parte dos professores, por forma a melhorar os métodos pedagógicos. Realizar-se-á matrículas de alunos com boas classificações, mantendo a avaliação rigorosa exigida à sua aprendizagem, garantindo a qualidade do ensino. Dar-se-á ênfase à educação moral e formação linguística dos estudantes, procurando incutir-lhes o espírito de auto-aprendizagem, reflexão independente e exploração inovadora. Melhorar-se-á o mecanismo de avaliação do ensino e da construção curricular e, tendo por base a revisão e resultados desta avaliação, proceder-se-á, com a maior brevidade possível, ao ajustamento da mesma. Aperfeiçoar-se-ão as instalações das instituições de ensino superior, designadamente, aumentando, de forma continuada, o volume dos livros bem como a melhoria dos equipamentos das suas bibliotecas, e implementando o plano de E-Campus, entre outras. 2.1.1.2 Criar e actualizar os cursos Serão criados e actualizados cursos que possam adequar-se às necessidades decorrentes do desenvolvimento social, reforçando o trabalho da educação de adultos e iniciando o ensino via internet. As instituições de ensino superior serão incentivadas a ministrar cursos de formação profissional, em colaboração com outros serviços públicos ou unidades empresariais. De acordo com as necessidades da situação real, introduzir-se-ão cursos superiores do exterior. 2.1.1.3 Explorar projectos de investigação científica Aumentando a aposta na investigação científica, o Governo empenhar-se-á na preparação do pessoal de investigação científica bem como no desenvolvimento de um conjunto de projectos de investigação científica a longo prazo, promovendo a articulação do ensino com a mesma. Será melhorado o sistema das tecnologias e de informação dos estabelecimentos de ensino superior, que serão ainda incentivados a explorar projectos de investigação científica, em conjunto com outras instituições de ensino locais e estrangeiras. Intensificar-se-á a divulgação do plano de investigação científica e utilizar-se-ão os resultados do mesmo. Aperfeiçoar-se-ão as informações estatísticas relativas ao ensino superior, iniciando-se o estudo sobre o ensino superior. 2.1.1.4 Elevar a posição internacional N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série As diversas escolas superiores locais serão incentivadas a desenvolverem as suas vantagens, criando uma imagem específica, em função das suas características. Consolidar-se-á a relação de cooperação entre as mencionadas escolas e outras instituições do Continente Chinês e do estrangeiro. Será apoiada a edição de publicações referentes ao ensino superior de Macau. Elevar-se-á o nível de formação profissional, procurando que esta atinja o padrão internacionalmente reconhecido. Desenvolver-se-á o sistema de departamento no sentido de o igualar ao sistema internacional, com vista à elevação da imagem e posição internacional do ensino superior de Macau. 2.1.2 Matrícula de alunos e orientação para o prosseguimento de estudos 2.1.2.1 Consolidar a matrícula de alunos De acordo com uma proporção aceitável de alunos estrangeiros, proceder-se-á adequadamente à matrícula de alunos do Continente e do exterior, aumentando-se de forma gradual o número de vagas para estes estudantes, de modo a satisfazer a crescente procura de alunos locais e estrangeiros. 2.1.2.2 Alargar o âmbito de apoio ao acesso ao ensino superior Será ampliado o âmbito dos serviços de apoio ao acesso ao ensino superior, abrangendo quer o modelo de orientação individual quer o modelo de serviços associativos e comunitários, a fim de alargar os conhecimentos sobre o ensino superior de Macau dos indivíduos provenientes das diferentes camadas sociais. Actualizar-se-ão e melhorar-se-ão as bases de dados relativas ao prosseguimento de estudos, com vista à sua adequação ao desenvolvimento do ensino superior. 14 demais entidades a fim de se implementarem os planos de desenvolvimento e cooperação em projectos de investigação. 2.1.4.2 Implementar reformas no ensino superior e na administração das escolas superiores Tomando em consideração as sugestões apresentadas no relatório de estudo sobre o ensino superior, implementar-se-ão, passo a passo, reformas na respectiva área. Proceder-se-á ao estudo da revisão dos estatutos das escolas superiores, bem como do respectivo pessoal docente e não docente. Será optimizado o procedimento administrativo escolar, efectuando gradualmente a reforma da gestão escolar, de modo a servir da melhor maneira o ensino e a investigação científica. Consolidar-se-á a autonomia e flexibilidade das instituições de ensino e será aumentada a transparência na respectiva gestão e funcionamento, por forma a melhorar a eficiência administrativa. 2.2 No âmbito do ensino não superior e no âmbito da juventude 2.2.1. Avaliar o sistema educativo de Macau Com base em amplo consenso, proceder-se-á à necessária avaliação do sistema educativo implementado há 10 anos. Ao mesmo tempo, é necessário formar jovens com capacidade, com independência de pensamento, com espírito criativo e com espírito participativo para enfrentar as oportunidades e desafios da nova era, nomeadamente as oportunidades e desafios resultantes do rápido e forte desenvolvimento social e económico do continente. Em relação aos encarregados de educação, instituições educativas e o governo - parceiros directos do sistema educativo - , após a avaliação do sistema educativo, os direitos, deveres e obrigações sociais dos mesmos, tornar-se-ão mais claros. O sistema revestir-se-á de maior transparência e de maior operacionalidade. 2.1.3 Intercâmbio académico Promover o desenvolvimento da escolaridade obrigatória 2.1.3.1 Consolidar o intercâmbio académico Promover-se-á o intercâmbio entre o serviço governamental responsável pelo ensino superior da Região Administrativa Especial de Macau e outros territórios, incentivando a participação das instituições de ensino superior de Macau, em organizações académicas internacionais, por forma a elevar o nível académico e reforçar a comunicação e cooperação mútua. 2.1.3.2 Desenvolver o plano de intercâmbio de alunos Proceder-se-á à avaliação da implementação do regime de subsídio por turma do ano preparatório, com o objectivo de definir o plano para o estender ao ensino primário. Continuar-se-á a desenvolver o programa de expansão da rede escolar no sentido de aumentar as vagas escolares do ensino secundário mediante a reconstrução, ampliação e construção de novos edifícios escolares; ajudar-se-ão os alunos com atraso na aprendizagem ou com desvios comportamentais e os novos imigrantes oriundos do Interior da China a terem acesso à educação fornecendo todo o apoio necessário aos mesmos. As instituições de ensino superior serão encorajadas a continuarem a desenvolver o plano de intercâmbio de alunos locais com os das diferentes regiões. Através da existência de cursos pluralistas, bem como das diferentes proveniências dos alunos, será alargada a visão dos alunos, promovendo, neste sentido, a peculiaridade do ensino superior de Macau. Aperfeiçoar-se-á o mecanismo de informação para que a DSEJ possa ter indicação dos alunos que abandonam os estudos por forma a, atempadamente e com conhecimento de causa, proporcionar-lhes apoios. Através de um conjunto diversificado de meios, promover-se-á a criação de programas específicos e orientados para corresponder ao desenvolvimento dos alunos. 2.1.4 Serviços prestados à sociedade e reformas no ensino superior Continuar-se-á a conceder os diversos subsídios sócio-educativos, para evitar o abandono de estudos por falta de meios económicos. Concluir-se-ão os trabalhos para o estabelecimento da curva-padrão de inteligência baseada na população escolar local, para melhor proporcionar medidas de apoio aos alunos. 2.1.4.1 Reforçar a ligação entre o ensino superior e a sociedade Reforçando a interacção entre as escolas superiores e a sociedade, serão facultadas à sociedade instalações escolares bem como serviços de transferência de tecnologias, aconselhamento consultivo, formação profissional, etc. Será promovida de forma activa a colaboração com as Promover um ensino potencializador da criatividade N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Actualmente, a formação docente tende a satisfazer solicitações práticas e imediatas. Com esta formação, os docentes em geral podem resolver os problemas de ensino do dia-a-dia. A partir do próximo ano, as acções tendem a produzir efeitos a longo prazo, no sentido de favorecer o desenvolvimento, salientando a mudança de hábitos e de actividades com base nas práticas pedagógicas anteriores, tornando-se os docentes criativos e eficazes na realização de actividades lectivas, contribuindo para formar novas gerações que saibam pensar e tenham capacidade criativa. Com o intuito de promover o ensino criativo, a formação do pessoal docente orienta-se para o reforço da criatividade de pensamento dos professores, acabando com o método unidireccional de transmissão de conhecimentos. Os programas curriculares utilizados deverão privilegiar o método heurístico, promovendo a multiplicidade, a autonomia e a criatividade dos alunos. Baseado na mudança gradual do ensino pelo método tradicional para um ensino de pensamento criador, promover-se-ão reformas adequadas sobre a avaliação, organização curricular e métodos didácticos para corresponder ao desenvolvimento do ensino criativo. Estimular-se-ão as diversas instituições educativas a promoverem o ensino criativo, adoptando uma metodologia pedagógica activa, actividades fora da escola e recorrendo às tecnologias de informática. Desenvolver os recursos para a educação permanente Estreitar-se-á e reforçar-se-á a cooperação entre as escolas e as associações; explorar-se-á, disponibilizar-se-á e aproveitar-se-ão os recursos educativos existentes na área da educação permanente, nomeadamente os das escolas. Estudar-se-á e planificar-se-á o futuro sistema de educação permanente de Macau; aumentar-se-ão as oportunidades de aprendizagem e estabelecer-se-á um mecanismo de formação mais sistemático e prático; reconhecer-se-á a importância para os cidadãos da formação em tecnologias de informação, nas línguas, na comunicação e na gestão; aprofundar-se-á nos cidadãos os conhecimentos sobre a cultura e a arte através da realização de actividades educativas diversificadas recorrendo à multimédia; promover-se-á a educação para a saúde, defender-se-á a potencialização das capacidades e aptidões do indivíduo. Em relação à área das actividades educativas e acções formativas regulares ou não regulares, formais ou não formais, aperfeiçoar-se-ão as condições de execução das actividades pedagógicas e formativas a curto ou médio prazo no sentido de elevar as capacidades dos cidadãos, reforçar-se-á o conhecimento e o espírito de cumprimento da lei e da protecção ambiental, para que sejam cidadãos que se preocupam com a sociedade, que amem a Pátria e que amem Macau e com uma visão para o mundo. Para atingir este objectivo, fornecer-se-ão apoios e facilidades suficientes, bem como se editará uma série de materiais didácticos de educação de adultos, assim como estudos na mesma área; incentivar-se-ão os cidadãos a valorizarem a educação permanente e a criarem o hábito de aprendizagem contínua; criar-se-ão as condições necessárias ao ensino universal e a uma sociedade de aprendizagem, promovendo um ambiente de auto-valorização. Coordenar o ensino das tecnologias de informação O ensino das tecnologias de informação (TI) visa principalmente fomentar a educação escolar, desenvolvendo as potencialidades dos alunos, fomentar o pensamento criativo e prepará-los para a aprendizagem permanente. A implementação de um plano para o ensino das tecnologias de informação e de multimédia obedece a um 15 plano de desenvolvimento das infra-estruturas e equipamentos de recursos de aprendizagem, de formação docente e de desenvolvimento curricular, este com o objectivo de tornar as tecnologias de informação como parte integrante do processo de aprendizagem. No âmbito das infra-estruturas básicas, prosseguir-se-á com a atribuição de subsídios financeiros para o melhoramento progressivo das instalações e para a aquisição e renovação de equipamentos. Paralelamente, continuar-se-ão os trabalhos para o estabelecimento de indicadores, para aferir o nível de utilização das Tecnologias de Informação. Serão também feitos esforços para melhorar a utilização dos recursos de aprendizagem, nomeadamente através da ligação de websites de ensino e do desenvolvimento de “coursewares” por forma a que haja uma efectiva partilha de recursos. Em relação à formação dos docentes, proporcionar-se-ão, nos diversos níveis, acções de formação de TI orientadas à mudança de mentalidade, à capacitação no uso das diversas tecnologias informáticas e à sua aplicação integrada bem como à criação dos recursos pedagógicos. Além disso, apoiar-se-ão os docentes na utilização das tecnologias tendo em conta a eficácia pedagógica, contribuindo assim para um melhor ambiente do ensino-aprendizagem. Elevar a qualidade global das escolas Com o intuito de fomentar o bom desenvolvimento das escolas de Macau, criar-se- -ão condições, estabelecer-se-ão os mecanismos e reforçar-se-á a comunicação e o conhecimento entre as escolas, contribuindo para o desenvolvimento e progresso mútuo. Incentivar-se-ão as escolas que praticam métodos pedagógicos e administrativos próprios, decorrentes dos seus projectos educativos, a realizarem actividades de intercâmbio sobre pedagogia e gestão administrativa, aprendendo umas com as outras, aumentando, assim, o valor acrescentado dos recursos existentes, elevando a qualidade e eficácia globais do ensino. As actividades de intercâmbio incluirão, entre outras, acções sobre pedagogia, concepção e produção de materiais didácticos, actividades extra-curriculares, administração escolar e sobre o funcionamento das associações de encarregados de educação. Fomentar o desenvolvimento equilibrado da nova geração Contribuindo para formar uma nova geração com desenvolvimento físico e psicológico equilibrado, aperfeiçoar-se-á o sistema de acompanhamento da qualidade física dos alunos, elaborar-se-ão gradualmente os indicadores sobre os treinos de educação física para alunos; colaborar-se-á com os serviços competentes, no sentido de melhorar o sistema de saúde profiláctico. Promover-se-ão os programas curriculares actuais de Educação Física junto das escolas e proceder-se-á progressivamente ao aperfeiçoamento dos mesmos. Além disso, através da organização de actividades desportivas diversificadas, reforçar-se- -ão os treinos físicos dos alunos e incutir-se-á neles o gosto pela educação física e desporto. Estudar-se-á a possibilidade de elaboração de normas sobre as instalações escolares e sobre o equipamento básico de educação física. Apoiar-se-ão as escolas no aperfeiçoamento das instalações de educação física, assegurando que essas instalações sejam adequadas à realização de actividades para jovens estudantes. Reforçar-se-á a rede de suporte de aconselhamento de alunos para fornecer o serviço adequado aos mesmos, apoiar-se-ão as crianças e jovens estudantes a habituarem-se ao estudo e a resolverem as dificuldades que encontram na aprendizagem, na relação interpessoal e no crescimento, a elevarem a sua auto-confiança, a detectarem as suas potencialidades, por forma a N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série terem um desenvolvimento saudável, físico e mental, atingindo assim o objectivo de um desenvolvimento global. Mediante a promoção da teoria de inteligência múltipla, far-se-á com que a sociedade reconheça que o aproveitamento escolar não é o único critério de avaliação do sucesso de aprendizagem, reduzir-se-á assim a frustração dos alunos, bem como se reforçará a sua autoconfiança e auto-afirmação. Formar-se-á uma juventude saudável, com sentido de responsabilidade, com espírito de missão, com determinação e com coragem para enfrentar as exigências da sociedade e que seja útil à sociedade. Reforçar-se-á a consciência cívica dos jovens, aperfeiçoar-se-ão as suas técnicas de comunicação e de relacionamento interpessoal, fortalecendo assim a sua capacidade crítica moral; promover-se-á nos jovens a consciência, a atitude e o comportamento condizentes com a necessidade de planeamento da sua própria vida; incentivar-se-ão os jovens a participar activamente em actividades de tempos livres e em serviços comunitários, a desenvolverem as suas potencialidades e a criarem uma atitude positiva; fortalecer-se-ão as medidas de aconselhamento, dar-se-á apoio aos novos residentes e alunos com dificuldades de adaptação social e à vida diária; ajudar-se-ão os jovens a alargar os conhecimentos gerais e reforçar-se-ão as técnicas de comunicação entre pais e filhos; incentivar-se-ão os jovens a conhecerem e aprenderem as leis, criando desta forma condições para estabelecer um ambiente de cumprimento da lei; promover-se-ão acções de intercâmbio com o exterior para alargar a visão dos jovens. Fortalecer o mecanismo de colaboração entre a família e a escola A promoção com êxito da educação de qualidade necessita da articulação entre família e a escola. A colaboração entre as partes contribuirá para a criação de um bom ambiente de crescimento para os alunos. Para promover o papel de colaboração da família e da escola, incentivar-se-á a criação de uma associação de pais, por forma a reforçar o entendimento mútuo entre os encarregados de educação, as escolas e os docentes. 16 de Macau irá elaborar um projecto com uma estratégia específica para este assunto, de modo a erradicar gradualmente a pobreza. Serão prestados apoios diversificados a indivíduos ou famílias com carências socio-económicas. 3.1.1 Realizar-se-á um estudo sob o tema “Família e a procura do serviço de apoio” a fim de rever, de uma forma eficaz, a situação actual referente ao serviço familiar fornecido, para que possa ser estabelecida uma rede de serviço familiar local mais adequada à realidade da sociedade de Macau, por um lado, e por outro, para que seja definido um projecto eficaz para o combate à pobreza. 3.1.2 Terminar-se-á a “Pesquisa sobre a situação de vida dos novos imigrantes”, a fim de sondar os seus problemas e elaborar um projecto adequado para a sua resolução. 3.1.3 Tomar-se-á uma atitude activa na promoção das acções “Educação sobre Vida Familiar” para que toda a comunidade, sobretudo todas as famílias, tenham contacto com este tema. Serviço de Apoio a Crianças e Jovens Reforçar-se-á a prestação de serviço de apoio a crianças e jovens com dificuldades sociais ou com desvios de comportamento. Procurar-se-á conhecer, através de um estudo específico, os actuais problemas dos jovens e a situação dos serviços prestados. Procurar-se-á intensificar gradualmente os serviços extensivos ao exterior para jovens, bem como reforçar-se-ão os diversos serviços para crianças e jovens através da implementação de planos de serviços profissionalizados. 3.2.1 Intensificar-se-ão as acções de aconselhamento a jovens em situação de risco. Procurar-se-á melhorar, nos lares de crianças e jovens, os respectivos projectos de apoio aos jovens e os projectos de acompanhamento a crianças e jovens depois da saída dos lares. Prevê-se ainda a criação de uma equipa de serviço extensivo ao exterior para prestar aconselhamento áqueles que saíram da família e abandonaram a escola. 3. No âmbito da Acção Social - Respeitar idosos e cuidar das crianças, construção dum ambiente feliz O desenvolvimento dos serviços da Previdência Social é um processo que reflecte as respostas que vêm sendo dadas à sociedade. Em princípio, os estudos feitos permitem-nos ter, gradualmente, uma ideia bastante clara sobre as necessidades de diversos aspectos da população em geral. Contudo, para responder exactamente às necessidades da população, é extremamente importante a existência de dois mecanismos complexos e eficientes, que funcionem saudavelmente, sendo o primeiro para reger o planeamento do serviço de previdência social, e o segundo, sistema de “output”, para garantir que o serviço prestado possa chegar à “mão” das pessoas necessitadas. Com a realização da acção estatística e censo do Ano 2001, o sistema estabelecido para o planeamento dos projectos entrará numa nova fase de funcionamento, por um lado, e por outro, o actual sistema de “output” irá funcionar em concordância com o acréscimo real dos recursos públicos. 3.1 Serviço de Apoio à Família e Comunidade: Com a finalidade de responder ao projecto “Combate à Pobreza (1997 – 2006)” da ONU, o Governo da Região Administrativa Especial 3.2.2 Rever-se-á o serviço de apoio aos tribunais que é prestado sob o sistema de protecção social. Aperfeiçoar-se-ão as técnicas dos trabalhos desenvolvidos no campo da adopção, poder paternal e tutela, etc. Cooperar-se-á com a Direcção dos Serviços de Justiça na publicação de folhetos, com o intuito de divulgar junto da população as respectivas informações jurídicas. 3.2.3 Manter-se-á a cooperação com a “City University of Hong Kong” para a realização de um estudo transanual denominado “Projecto referente aos problemas dos jovens da Região Administrativa Especial de Macau e o desenvolvimento dos respectivos serviços”, com vista à criação de um sistematizado plano sobre a prestação de aconselhamento e apoio comunitário aos jovens em situação de risco e às suas famílias. 3.3 Serviço de Apoio a Idosos Reforçar-se-á a rede de apoio existente, contruída para promoção de serviços destinados a pessoas idosas, designadamente, serviço de aconselhamento, serviços do lar de idosos e do centro de dia, serviço domiciliário e outros. A par disso, dar-se-á mais apoio aos idosos isolados valorizando os diferentes programas de serviços, e fazendo uma melhor aplicação dos respectivos recursos. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 3.3.1 Readaptar-se-á um lar de idosos existente, de modo a que o mesmo se torne capaz de desempenhar as funções de prestação de cuidados especiais. 3.3.2 Continuar-se-á a reforçar os serviços de apoio a idosos isolados, bem como procurar-se-á fazer um melhor desenvolvimento dos equipamentos existentes com funcionamento diurno, dotando-os de capacidade para prestarem serviço de apoio a idosos isolados em situação de grande risco. 3.3.3 Incentivar-se-ão as acções de apoio a idosos, criando serviços de apoio nos centros de cuidados especiais, apoiando as pessoas que tratam dos idosos no domicílio, na resolução dos problemas com que se deparam no desempenho das suas funções e no aumento da sua capacidade de prestação de cuidados. 3.4 Serviço de Reabilitação No âmbito da reabilitação melhorar-se-á, em termos de qualidade e quantidade, os recursos humanos profissionais das diversas áreas, e aumentar-se-á a criação de equipamentos de reabilitação necessários, bem como, mediante a cooperação entre as diferentes entidades, proporcionar-se-ão condições relativamente vantajosas para que as pessoas portadoras de deficiência se possam integrar melhor na sociedade. Melhorar-se-ão as condições de funcionamento dos lares de reabilitação existentes, nomeadamente através do aumento dos recursos humanos em geral e de trabalhadores profissionais para a prestação de tratamento específico às pessoas portadoras de deficiência e residentes nos lares. medicamentos”. Aumentar-se-á a eficácia e a extensão da educação para a prevenção, dos jovens em geral, através da implementação de projectos de recompensa sobre as acções de combate à droga e de um projecto de realização de uma peça teatral sobre o combate à droga. 3.6 Estabelecer-se-ão formas de cooperação com outras entidades, no sentido de promover a reabilitação profissional das pessoas portadoras de deficiência e o apoio ao emprego para a integração na sociedade. Mantera-se-á a cooperação com a “Hong Kong Polytechnic University” no estudo transanual sobre “O sistema de serviço de reabilitação e as estratégias de desenvolvimento a longo prazo”. 3.5 Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência Estabelecer-se-á a coordenação das diferentes entidades públicas em causa, criando gradualmente um mecanismo permanente de prevenção e combate ao abuso de estupefacientes, no sentido de transformar eficazmente Macau numa comunidade sem droga através da união de forças de Macau e das regiões vizinhas. Promover-se-á a criação e eficácia da “Comissão de combate à droga”, fomentando a cooperação e o intercâmbio entre Macau, a República Popular da China, as regiões vizinhas e a nível internacional. Reforçar-se-á a educação virada para a prevenção do tabagismo juvenil e do abuso de alcoól, de modo a fazer uma primeira abordagem no sentido da prevenção, proporcionando aos jovens já viciados um projecto de tratamento. Proceder-se-ão aos estudos denominados “Avaliação da cognição e atitude dos alunos dos cursos superiores perante o abuso de estupefacientes” e “Os jovens com insucesso escolar ou que abandonaram a escola face ao abuso de Serviço de Desintoxicação e de Reabilitação Com a diversificação e desenvolvimento dos tipos de tratamento da toxicodependência, procurar-se-á aperfeiçoar os mecanismos de desintoxicação e de reabilitação em Macau, de modo a poder prestar à população toxicodependente um serviço de desintoxicação e de reabilitação que se lhe seja ajustado. Criar-se-á um centro multifacetado de desintoxicação e de reabilitação, a fim de melhorar o sistema de tratamento terapêutico para a desintoxicação, bem como prestar-se-á o serviço de internamento de curta duração e o serviço de consulta para acompanhamento a longo prazo. Aperfeiçoar-se-á o sistema central de estatísticas sobre a população toxicodependente, recolhendo e analisando os respectivos dados periodicamente. Ajudar-se-ão as instituições particulares a melhorar as instalações dos lares de desintoxicação, e continuar-se-á a melhorar a qualidade, eficácia e desenvolvimento do trabalho de desintoxicação em geral. Concluir-se-ão os projectos de estudo relativos à “Avaliação do tratamento terapêutico de desintoxicação e do serviço de reabilitação” e “Características e necessidades dos toxicodependentes”. 3.7 Prestar-se-á apoio técnico e financeiro aos novos equipamentos de reabilitação. 17 Apoio e Coordenação Com a obtenção dos dados referentes às estatísticas e censos do ano de 2001, procurar-se-á aperfeiçoar o mecanismo de planificação do serviço de previdência social. Reorganizar-se-á e uniformizar-se-á o sistema de gestão e prestação de serviços, de modo a melhor dominar a situação, bem como a melhor traduzir a procura destes mesmos serviços. 4. Na área do turismo - melhor recepção, boa estada. Realçar os produtos turísticos–chave 4.1.1 Turismo Cultural O facto do Território possuir uma história com mais de 400 anos de intercâmbio cultural entre o oriente e o ocidente, faz com que o mesmo seja titular de um valioso património cultural, o que é um recurso importante e favorável para promover o sector de turismo de Macau, sendo também esta a tendência dominante no sector turístico mundial. Assim, o governo da Região Administrativa Especial de Macau irá organizar ou incentivar a população para as vantagens de se aproveitarem as construções históricas no desenvolvimento de eventos culturais. Acresce que, irão ser melhorados os serviços complementares dos passeios culturais e aperfeiçoados os sistemas informáticos. 4.1.2 Turismo de Interesses Particulares N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Quanto ao turismo de interesses particulares, mais procurado pelos visitantes internacionais, Macau apresenta certas vantagens para o desenvolvimento das respectivas actividades, tais como cursos de culinária chinesa, de culinária portuguesa, de “taijiquan”, de ervas medicinais chinesas, de danças folclóricas, de língua chinesa e de língua portuguesa, entre outras. A DST vai estimular e apoiar o sector do turismo, o sector da educação e as associações populares no planeamento e desenvolvimento desses eventos destinados aos visitantes. 4.1.3 Turismo para a Família Irá ser apoiado o sector do jogo, no sentido de um desenvolvimento diversificado, para que Macau possa oferecer um maior número de atracções turísticas aos visitantes que se façam acompanhar das respectivas famílias. 4.1.4 Expandir os mercados prioritários para Macau. Ao mesmo tempo, explorar os mercados que apresentem maiores potencialidades como os da Indonésia e Índia. Desenvolver a acção promocional nas cidades que têm ligações aéreas com Macau, no sentido de promover a imagem de Macau como um destino directo. Além disso, continuar a cooperar com as entidades responsáveis pela administração do Aeroporto, no sentido de se criarem condições favoráveis para a realização de novas ligações aéreas. Participar nas feiras e exposições internacionais ou regionais de turismo, para estabelecer e intensificar a imagem de Macau como um destino turístico. Organizar bolsas de contacto nos mercados destinatários, a fim de oferecer oportunidades aos “trades” locais de realizarem negócios com os operadores turísticos fora do Território. Cidade de Eventos Ligados às Artes e ao Desporto Irá ser intensificada a promoção das actividades específicas de grande envergadura que se realizem em Macau, tais como o Grande Prémio de Macau, o Torneio Aberto de Golfe, o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício, o Festival de Cultura da Deusa “A-Ma”, as Regatas de Barcos Dragão, a Maratona, o Festival Internacional de Música e o Festival de Artes de Macau. Ao mesmo tempo, irá ser apoiada a promoção de outros eventos turísticos e culturais realizados por entidades privadas e públicas. 4.1.5 18 Através das delegações no exterior, convidar os agentes de turismo, a comunicação social e personalidades célebres estrangeiras para visitarem Macau. Baseando-se na promoção dos produtos turísticos, desenvolver acções promocionais dos produtos turísticos, instalações turísticas e eventos. Produzir novo anúncio que mostre a nova face de Macau a ser lançado nas estações de televisão. Instalações para Reuniões e Incentivos Dada a importância crescente associada à realização de reuniões e incentivos, iremos reforçar a promoção das instalações para estes acontecimentos existentes em Macau. Aproveitar os efeitos da campanha promocional “Bem-Vindo a Macau 2001”, para continuar a promover a participação do sector do turismo e dos residentes locais no desenvolvimento do turismo. Estabelecimento de Relações de parceria 4.1.6 2002 – Ano Internacional do Turismo Ecológico O Turismo Ecológico torna-se cada vez mais importante no mercado do turismo. Com a definição pela Organização das Nações Unidas (ONU) do ano de 2002 como Ano Internacional do Turismo Ecológico, Macau pode desenvolver e aproveitar as potencialidades que apresenta a este respeito, nomeadamente deve promover os trilhos existentes nas ilhas. Além disso, será necessário aperfeiçoar as instalações já existentes. 4.1.7 Turismo Religioso Se Macau foi, por um lado, um importante centro responsável pela divulgação do catolicismo no oriente, por outro lado, trata-se de um local beneficiado pela rica cultura chinesa, o que faz com que o Território seja herdeiro de ricos patrimónios culturais e religiosos, que oferecem múltiplas vantagens para promover o turismo religioso. Através da promoção de várias actividades religiosas, tentar-se-á atrair a vinda a Macau de diversos crentes. 4.1.8 Cidade de Portos Estudar-se-á o aproveitamento dos recursos turísticos marítimos e o alargamento das funções e rotas dos passeios náuticos já existentes, por forma a desenvolver a dupla função de transporte e turismo. Estratégias Promocionais Procuraremos desenvolver diversas relações de parceria, através de uma maior colaboração com a população, serviços públicos, “trade”, instituições das regiões vizinhas e organizações internacionais de turismo, com o objectivo de construir em conjunto uma nova cidade turística. No seguimento dos trabalhos realizados em 2001, a DST continuará a promover, juntamente com diversos serviços públicos, a campanha de sensibilização turística, com o fim de alertar a população para a importância da indústria turística na estrutura económica de Macau, favorecendo a promoção turística de uma forma muito positiva. Além disso, através da coordenação da Comissão de Apoio ao Desenvolvimento Turístico, procurar-se-á reforçar o relacionamento e a comunicação com o Instituto Cultural, Câmara Municipal de Macau Provisória e a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, relativamente às actividades culturais, protecção patrimonial e desenvolvimento urbano, promovendo a exp loração dos produtos turísticos. Por outro lado, para proteger os legítimos direitos e interesses dos visitantes e para melhor coordenar as acções a serem desenvolvidas, reforçar-se-ão as articulações com o Corpo de Polícia de Segurança Pública, Conselho de Consumidores e outras instituições públicas. Intensificar-se-ão os contactos e diálogos com o sector de turismo local, no sentido de, através da troca de informações sobre o mercado e da aplicação plena dos recursos ora existentes, promover o desenvolvimento do turismo. Para elevar a qualidade dos serviços do N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série sector de turismo, promover-se-á de uma forma activa o símbolo de qualidade dos serviços. Ao mesmo tempo, continuar-se-á a desenvolver a aliança estratégica regional, reforçando os projectos de cooperação no âmbito do turismo regional com a Província de Guangdong/Hong Kong e a participação nas actividades organizadas pelas instituições turísticas internacionais, por forma a erigir a imagem de Macau como parceiro a nível internacional e aproveitar estas oportunidades para desenvolver acções promocionais. Partilhar os serviços de qualidade A DST tomará uma série de medidas para aumentar a qualidade dos serviços do sector de turismo de Macau e a sua competitividade. Em primeiro lugar, será instalado um serviço de linha aberta, proporcionando aos visitantes uma pesquisa rápida, específica e detalhada sobre diversas informações turísticas, em várias línguas. Os turistas poderão fazer o seu pedido de informações simplesmente através dos telefones locais ou dos “Telefones Específicos” instalados nos pontos turísticos do Território e obter rapidamente diversas informações turísticas em várias línguas. Em segundo lugar, irá ser revista a respectiva legislação para garantir por um lado uma maior protecção, quer aos residentes que integram grupos que vão viajar para fora de Macau, quer aos turistas que participam em excursões de visita a Macau, e por outro lado, melhorar os serviços prestados pelas agências de viagens. Além disso, irá ser desenvolvido o mecanismo de apresentação de reclamações turísticas e estreitada a fiscalização dos actos irregulares praticados pelo sector de turismo. Com o lançamento da Campanha de Sensibilização do Turismo em Macau, procurar-se-á envolver a sociedade em geral de modo a que a mesma possa, por um lado, aumentar os seus conhecimentos sobre a qualidade dos serviços de turismo, e por outro lado, participar de uma forma mais activa no sector do turismo de Macau, deixando o mesmo de ser fiscalizado de uma forma passiva. Mais ainda, em relação ao licenciamento e ao atendimento ao público, com a simplificação dos procedimentos administrativos, irá ser promovido o Programa da Carta de Qualidade de uma forma aberta, rápida e eficaz. Dominar a situação do desenvolvimento do sector do turismo Os trabalhos nesta área são os seguintes: Combinando os dados estatísticos relativos ao sector do turismo com as informações económicas, poder-se-á proceder a uma análise sobre o Turismo de Macau do ponto da vista económico, nomeadamente no que respeita ao número e consumo dos visitantes; Serão desenvolvidos estudos específicos em certas áreas do sector, tais como hotéis, agências de viagens e transportes, e serão ainda realizados inquéritos e avaliações sobre os grandes eventos realizados em Macau tais como o Grande Prémio de Macau, o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau, etc.; Colaborar com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos para actualizar o sistema de recolha de dados turísticos, contribuindo para a preparação do futuro sistema de “TSA – Tourism Satellite Account”. Formação de recursos humanos para a indústria turística Para além de assegurar que o nível da educação e formação recebida pelos recursos humanos do sector da indústria turística corresponda ao nível internacional, continuar-se-á a apostar em acções relativas aos três domínios seguintes: 4.6.1 19 Consolidação das Relações Internacionais O Instituto de Formação Turística continuará a promover as acções integradas no programa de intercâmbio de formadores e formandos com os Institutos congéneres, de forma a promover um diversificado intercâmbio, académico e cultural. O IFT continuará a envidar esforços no sentido de complementar e melhorar a sua gestão académica e administrativa, bem como as suas instalações e equipamentos, de forma a manter um alto nível de ensino e gestão, e através da avaliação bienal da Organização Mundial do Turismo obter o respectivo certificado. Por forma a dar resposta às necessidades sentidas, no mercado, no que concerne a cursos temát icos avançados, o Centro de Estudos Avançados em Turismo Macau-Europa (ME-CATS), irá desenvolver e ministrar três novos cursos “Gestão de Áreas de Lazer”, “Prova de Vinhos” e “Gestão da Cozinha”. Esses cursos serão divulgados, no continente chinês e noutros países e territórios. O IFT, para acompanhar o desenvolvimento do turismo cultural e em colaboração com a UNESCO, vai criar cursos de guia turístico em património cultural. Será também criado um mecanismo de reconhecimento dos guias turísticos culturais. E também vai melhorar os cursos oferecidos pelo IFT. Reforço do Intercâmbio Académico Estando a China a envidar todos os esforços para concretizar a política de desenvolvimento da Região Noroeste, acrescida da adesão à Organização Mundial do Comércio e da organização dos Jogos Olímpicos em 2008, prevê-se que a indústria turística e hoteleira da China venha a ter um enorme desenvolvimento e crescimento, no futuro. Por isso, o IFT vai incrementar, ainda mais, a cooperação e alargar, também, ainda mais o intercâmbio académico com o continente chinês. Por outro lado, o IFT é um dos institutos autorizados, este ano, pelo Ministério da Educação da República Popular da China a promover acções de recrutamento de alunos, em 14 províncias e cidades. Por isso, serão promovidas no próximo ano acções de recrutamento no Interior para a admissão dos melhores alunos que vão receber educação de alta qualidade. 4.6.3 Adaptação ao Desenvolvimento de Mercado A promoção e desenvolvimento da indústria turística é uma das políticas das Linhas de Acção Governativa da Região Administrativa Especial de Macau. O Instituto de Formação Turística continuará a envidar esforços no cumprimento das suas atribuições, com vista a formar recursos humanos de alta qualidade para a indústria turística e hoteleira. Através do Centro de Estudos Avançados em Turismo Macau–Europa desenvolver-se-á o sistema de “padrões para o reconhecimento de aptidões profissionais” para a indústria turística e hoteleira, por forma a melhorar e sistematizar progressivamente os padrões de qualidade dos serviços prestados a observar pelo sector, contribuindo assim para o desenvolvimento da indústria turística. O IFT continuará as campanhas de sensibilização e trabalhos de formação a longo prazo, junto das escolas secundárias, a fim de transmitir aos alunos a importância da indústria turística e despertar a sua consciência cívica para o fenómeno turístico, de modo a construir e promover o turismo de Macau. Concorrentemente, e de acordo com as mudanças, o IFT continuará a efectuar inquéritos e estudos sobre os vários sectores da indústria e a oferecer cursos apropriados com vista a N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série satisfazer as necessidades do mercado, serviços públicos e empresas privadas. 5. ÁREA CULTURAL 20 serão reforçadas as relações com os governos, organizações e instituições de vários países para a promoção de intercâmbios e colaborações, e serão desenvolvidas iniciativas ao nível da investigação académica, visitas de estudo e formação especializada, para aumentar ainda mais o nível técnico de conservação dos monumentos. - A Fusão Oriente/Ocidente deu origem a Macau 5.1 Candidatura a Património Mundial e Sensibilização dos Cidadãos para a Salvaguarda do Património Cultural Em Julho de 2001, com o grande apoio do Instituto dos Patrimónios Nacionais da China, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau iniciou oficialmente o trabalho de Candidatura de Macau à Lista do Património Mundial da UNESCO. A iniciativa foi um sucesso e obteve o apoio de grande parte da população. A inclusão na referida lista vai favorecer o desenvolvimento cultural, turístico e económico de Macau e das zonas vizinhas, bem como melhorar a sua imagem e posição no âmbito internacional. Isto contribuirá significativamente para o futuro desenvolvimento da cidade. Nesse sentido, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau irá dedicar muitos recursos humanos e materiais em estudo, restauro, preservação e reparação do património cultural, e em contrapartida necessitará da compreensão, adesão, apoio e cooperação de toda a população. Em 2002, será incrementado o esforço na protecção, reparação e restauro dos monumentos, acelerado o processo de estudo, aperfeiçoamento e elaboração de legislação relativa à protecção do património cultural, reforçada a colaboração com outros serviços governamentais e outros sectores da sociedade, e intensificado o trabalho de melhoria do ambiente circundante, com vista a melhorar a actual situação global do património cultural de Macau e preparar a sua submissão à verificação da delegação da UNESCO. O Governo irá desenvolver e aproveitar o valor da investigação científica, da função pedagógica e cultural e do benefício económico e turístico inerentes ao património histórico cultural de Macau. Através da organização e mobilização de instituições especializadas e de investigadores locais e do exterior na pesquisa sobre o património cultural e a história de Macau, poder-se-á descobrir o potencial do mesmo na área da investigação académica, bem como a sua relevância na educação. O Governo estudará a viabilidade da reabilitação desses patrimónios, procedendo à promoção das suas diferentes características, à elaboração de um projecto criativo e ao aproveitamento da sua originalidade e da fama das personalidades históricas a ele ligadas, de modo a desenvolver ao máximo o valor de uso, o valor turístico e a rentabilidade económica dos monumentos. Dado que a consciencialização dos habitantes para as acções de protecção destes bens é imprescindível para o sucesso da inscrição dos monumentos seleccionados na Lista do Património Mundial, será desenvolvido o “Programa de Divulgação do Património Cultural de Macau”, de modo a que estes possam assumir a protecção patrimonial como uma prioridade nas suas vidas. Por outro lado, o IC irá, através da concessão de subsídios, estimular a organização de actividades similares pelas associações civis e apoiar a investigação sobre o património cultural de Macau. Desta forma, poder-se-á mobilizar o dinamismo de todos os sectores da sociedade, levando assim a protecção destes bens da comunidade a um nível mais aprofundado. 5.1.4 O processo de inscrição dos monumentos de Macau na Lista do Património Mundial constitui por si só um processo de divulgação, promoção e desenvolvimento de Macau. Neste sentido, 5.2 Generalizando a educação artística e aumentando a qualidade cultural da população Das estratégias do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, a elevação das qualidades da sociedade de Macau é a base importante para o seu desenvolvimento, qualidades estas que têm uma estreita ligação com o nível cultural de cada um dos cidadãos. Por isso, as acções de generalização da educação artística e de elevação das qualidades de cada um dos cidadãos vão ocupar, face à sua importância, um lugar de destaque nas acções a desenvolver neste ano na área da Cultura. 5.2.1. A educação artística é sobretudo importante para a juventude na fase de crescimento. Provou-se que a educação artística não só apoia o desenvolvimento de uma personalidade sã num jovem, mas também contribui para que nele se crie um espírito de criatividade e de inovação, bem como uma visão correcta das coisas e valores. Assim, será reforçada a educação artística de todos os alunos de Macau, fomentando a formação estética e aumentando a qualidade intelectual dos mesmos. A Orquestra de Câmara de Macau será alargada e passará a ser designada como “Orquestra Sinfónica de Macau”. A Orquestra Sinfónica de Macau e a Orquestra Chinesa de Macau promoverão a música através da realização de concertos pedagógicos e concertos escolares. O Festival Internacional de Música de Macau e o Festival de Artes de Macau aproveitarão a estadia em Macau dos artistas convidados para a realização de palestras, oficinas e cursos de formação de curta duração, com o intuito de introduzir em Macau o conteúdo e a técnica de diversas formas de arte. Com a realização do Concurso para Jovens Músicos de Macau, pretende-se estimular o entusiasmo da juventude para a aprendizagem musical. Serão disponibilizadas verbas para a atribuição de bolsas de estudo, que financiarão cursos de aperfeiçoamento para os alunos mais promissores. Além disso, terão lugar visitas guiadas a exposições; Serão organizadas, através do Museu de Macau, exposições temáticas relacionadas com a história e a cultura de Macau, procurando incutir conhecimentos sobre a história e cultura local aos jovens estudantes duma forma interactiva, bem como promover e divulgar a importância da Arqueologia através da realização de oficinas, palestras e cursos de formação; 5.2.3 A Biblioteca Central desenvolverá actividades temáticas diferentes, de acordo com a particularidade dos leitores das diferentes faixas etárias, com vista a atrair mais jovens, satisfazer o desejo de saber dos leitores e promover a prática de leitura e de composição literária. Além disso, irá melhorar o ambiente do espaço de leitura, simplificar as formalidades do pedido do cartão de leitor, do empréstimo e da devolução dos livros, aumentará os títulos e a quantidade dos livros coleccionados, introduzirá materiais multimédia e publicações electrónicas, a fim de tornar a biblioteca num espaço atractivo. 5.3 Aumentando o nível dos eventos artísticos e culturais, criando uma vida cultural de qualidade 5.3.1 O Festival Internacional de Música de Macau e o Festival N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série de Artes de Macau têm sido eventos importantes com os quais o Governo da Região Administrativa Especial de Macau fomenta o desenvolvimento artístico local e enriquece a vida cultural da população. Neste ano, o IC rentabilizará ao máximo os recursos disponíveis e procurará trazer mais grupos e artistas a Macau, bem como divulgará a cultura tradicional chinesa. Através do apoio e sugestões do Conselho Consultivo de Cultura, reforçará a cooperação e a interacção entre o Governo e a população, organizando espectáculos adequados a todas as camadas da sociedade; 5.3.2 A Orquestra Sinfónica de Macau e a Orquestra Chinesa de Macau também desempenharão um papel dinâmico e relevante. Para o alargamento e aperfeiçoamento da Orquestra Sinfónica, serão contratados músicos de vários países, que terão a missão de elevar o nível artístico e cultural por forma a que possa dignamente representar o território em actividades artístico-culturais internacionais e preparar as novas gerações através de acções pedagógicas realizadas nas escolas. A Orquestra Chinesa de Macau trará maestros convidados para incrementar o seu nível artístico. Organizará concertos e oficinas. Empenhar-se-á na divulgação da música chinesa; 5.3.3 O Conservatório de Macau engloba cerca de mil alunos de dança, música e teatro, pelo que reforçará o seu corpo docente, aperfeiçoará a estrutura dos cursos existentes e ministrará, conforme o potencial e o diferente interesse dos alunos, mais cursos de formação de curta duração ou oficinas para enriquecer e substanciar a educação artística. Realizará regularmente diferentes actuações pelos seus alunos, encorajando e apoiando os mesmos em actividades ou concursos de arte, para que possam acumular mais experiência; 5.3.4 Em 2002, será organizado o “IV Festival de Teatro em Língua Chinesa” – com os melhores artistas teatrais chineses da China, Hong Kong e Taiwan; 5.3.5 Todos os anos, o Governo apoia financeiramente as associações locais no desenvolvimento de actividades recreativas e culturais. Isto permite não só o aproveitamento eficaz do potencial de todos os sectores da sociedade, mas também a existência de um espaço de criação livre para muitos artistas. O trabalho destas pessoas no domínio da cultura e da arte tem contribuído muito para a prosperidade cultural de Macau, pelo que será empreendido um esforço no sentido de aumentar os apoios logísticos e financeiros. 21 trabalhos de investigação; 5.4.2 Quanto à recolha, ordenação e utilização dos elementos históricos de Macau, a Biblioteca Central de Macau recolherá a documentação de Macau e reforçará o serviço de referência sobre a mesma; o Museu de Macau publicará os catálogos da sua colecção, para servirem de referência ao público e investigadores; o Arquivo Histórico recolherá a documentação relacionada com a história de Macau e procederá à elaboração de instrumentos de pesquisa, tais como inventários e catálogos. Através de uma colaboração estreita entre vários organismos, será estabelecido um sistema de pesquisa e utilização da documentação por forma a corresponder às necessidades de investigação; 5.4.3 A transmissão de informação também constitui um elo importante na divulgação da peculiaridade cultural de Macau. O IC publicará a 《Revista de Cultura》em chinês, português e inglês, bem como trabalhos académicos e actas de seminários e mandará traduzir obras culturais sobre Macau. Através dos relações estabelecidas com os distribuidores da China, Hong Kong, e do exterior, nomeadamente de Taiwan e da Malásia, o IC reforçará a difusão e comercialização das publicações nos mercados chinês e internacional; 5.4.4 Será desenvolvida e aproveitada ao máximo a função de transmissão cultural da internet, elaborando páginas com um conteúdo de qualidade e eficácia, para que os cibernautas de todo o mundo possam ter fácil acesso às informações actualizadas do IC e conhecer o Território; 5.4.5 A ligação de Macau com outros países é fundamental para um acompanhamento da evolução mundial. A “Bienal de Arte de Macau” passará a designar-se “Bienal (Internacional) de Arte de Macau”, com o objectivo de a transformar num certame artístico de nível e prestígio internacional, orientado para artistas dos mais variados países, o que trará novas ideias e técnicas de criação artística; 5.4.6 Os artistas e grupos culturais de Macau serão estimulados a participarem em acções culturais e artísticas realizadas no estrangeiro e procurar-se-á trazer a Macau artistas de renome internacional. A Biblioteca procurará participar em organismos internacionais, tais como International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) e a City Informatization in the Asia-Pacific Region (CIAPR). 5.4 Divulgar a peculiaridade cultural de Macau e aprofundar a estratégia do desenvolvimento cultural 5.5 Elevar o nível profissional e promover a consciência de bem servir Macau é uma cidade multicultural, enraizada na cultura chinesa. A coexistência pacífica de diferentes culturas durante mais de 400 anos deu origem ao seu espírito tolerante, aberto e empreendedor. A divulgação das características histórico-cultuais tem grande importância na afirmação e elevação do estatuto e no melhoramento da imagem de Macau junto do mundo, bem como na construção do futuro brilhante da sociedade de Macau. Será reforçada a formação de todo o corpo de trabalhadores da área cultural, elevando o seu nível profissional, promovendo junto deles a consciência de bem servir os outros, para que possam superar as expectativas do público. 5.4.1 Por forma a promover uma adequada divulgação das características da cultura de Macau, é necessário explorar e investigar o rico património cultural do território. Com o processo de candidatura de Macau a Património Mundial, as investigações sobre o património arquitectónico terão novos desenvolvimentos, em meados de 2000. Além disso, o IC apoiará, ainda, investigações nas áreas de cultura, história, religião, literatura e arte, mediante a atribuição de bolsas de investigação, concessão de subsídios pontuais e a publicação de 5.5.1 Será encorajada e apoiada, activamente, a participação de funcionários, dirigentes e chefias em investigação, estudo e aperfeiçoamento, criando-lhes oportunidades de participação em congressos, seminários, colóquios e conferências, intercâmbios artísticos e actividades culturais. Quanto aos funcionários que tenham contacto directo com o público, ser-lhes-ão fornecidas mais oportunidades de formação e aperfeiçoamento, um melhor ambiente de trabalho, sistemas de recompensa e perspectiva profissional, a fim de despertar o seu entusiasmo e dedicação pelo trabalho; 5.5.2 Será promovida, junto dos seus funcionários, a N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série consciência de bem servir no desempenho das respectivas funções. Neste novo ano, o pessoal do Museu de Macau, da Biblioteca Central e do Arquivo Histórico servirá os cidadãos com uma atitude profissional mais activa, entusiasta e cordial; 5.5.3 A Biblioteca Central prolongará gradualmente as horas de funcionamento para responder ao aumento da utilização dos serviços da Biblioteca. Será estudada a viabilidade de estabelecer uma nova biblioteca na Taipa e de construir novas instalação para a Biblioteca de Macau; 5.5.4 O Arquivo Histórico reforçará a sua difusão e promoção, fornecendo serviços mais rápidos de consulta dos arquivos; 5.5.5 O IC tentará fornecer transportes e visitas guiadas grát is, bem como descontos na aquisição de bilhetes para os seus espectáculos e exposições. 6. NO DOMÍNIO DO DESPORTO – “Para além das fronteiras, virado para o Mundo” 6.1 Promoção do Desporto de Alta Competição No ano de 2002, concretizar-se-á a política de promoção do desporto de alta competição. Através de um planeamento relativo a esta área, definir-se-á o conceito de alta competição, as formas de colaboração com o Comité Olímpico de Macau e as Associações Desportivas de Macau na detecção e selecção de atletas ou das modalidades desportivas aí incluídas, bem como as formas de apoio técnico, material e financeiro, que permitam promover o desenvolvimento do desporto de alta competição; serão igualmente elaborados, em colaboração com os mesmos organismos desportivos locais, os planos de preparação das representações da Região em competições desportivas de nível mundial, internacional ou regional, e o da representação da Região Administrativa Especial de Macau nos Jogos da Ásia Oriental de 2005, por forma a que se criem as condições necessárias à participação de atletas locais neste evento desportivo de alta competição, a realizar na Região. 6.2 Promoção do Desenvolvimento do Desporto Associativo Promover-se-á activamente o desenvolvimento das associações desportivas. Neste sentido, além de continuar a prestar apoio aos organismos desportivos, o Instituto do Desporto colaborará com os mesmos na formação de desportistas locais, através do recrutamento de especialistas na área desportiva, seja ao nível da sua organização ou da sua prática, que permitam formar os vários intervenientes no fenómeno desportivo, nomeadamente atletas, treinadores, juízes e dirigentes desportivos. Serão realizados, simultaneamente, estudos e aplicadas medidas de regulamentação do percurso do praticante desportivo, tendo em vista a sua valorização. 6.3 Generalização do Desporto para Todos Atento o impacto positivo da prática desportiva no bem-estar físico e psicológico das populações, será dada, no âmbito das políticas de implementação do Desporto para Todos, especial importância à generalização da prática desportiva como modo de vida da população, em especial dos trabalhadores, através da diversificação de actividades desportivas e do alargamento dos escalões etários dos praticantes, contribuindo assim para o preenchimento dos seus tempos livres e 22 alcançando, deste modo, o desporto uma função social. Considerando serem os espaços físicos uma das condições essenciais para a promoção do Desporto para Todos, serão construídos parques desportivos e zonas de lazer adequadas à prática desportiva, além de se aproveitarem as instalações desportivas existentes. 6.4 Aquisição de experiência relativa aos eventos desportivos O Executivo da Região Administrativa Especial de Macau dará continuidade à política de apoio técnico, logístico e financeiro às associações e representações da Região na sua participação em eventos desportivos internacionais, especialmente nos que sejam apoiados ou organizados pelo Instituto do Desporto, mantendo-se, assim, a filosofia subjacente à preparação das representações da Região, necessariamente melhorada pela experiência recolhida das anteriores participações em competições internacionais. Como forma de obter o aumento de conhecimentos na organização, preparação e competição em eventos desportivos internacionais, será dada continuidade à política de formação dos agentes desportivos locais, através da contratação de técnicos desportivos, locais ou do exterior, com elevada experiência e conhecimentos na área desportiva. Igualmente, sempre com o objectivo de elevar o nível desportivo de Macau, será estabelecida uma estreita colaboração com a República Popular da China, que permita a obtenção de boas experiências nos vários aspectos desportivos. 6.5 Apoio à organização e preparação dos Jogos da Ásia Oriental, em Macau, para o ano de 2005 Sendo a entidade pública responsável pela promoção do desenvolvimento das actividades desportivas da Região Administrativa Especial de Macau, o Instituto do Desporto prestará todo o apoio, tanto em termos de recursos, como em termos de experiência administrativa, à organização dos 4os Jogos da Ásia Oriental de 2005, em Macau. Neste sentido, será delineado, em conjunto com a entidade encarregada da organização dos referidos Jogos, um plano de gestão das infra-estruturas desportivas. 6.6 Internacionalização do Desporto da Região Administrativa Especial de Macau Continuará a ser apoiada a organização e participação em grandes eventos internacionais, tendo presente o impacto no aumento de capacidade dos desportistas locais, em relação à competividade desportiva e à organização de certames desportivos internacionais, bem como no aperfeiçoamento das infra-estruturas desportivas de padrão internacional. Assim, serão mantidos contactos com as Federações Internacionais, beneficiando Macau da promoção da imagem no exterior para a concretização da sua almejada adesão ao Comité Olímpico Internacional. Mediante a participação de Macau em eventos desportivos internacionais, assegurar-se-á a promoção da Região como um local privilegiado para a prática desportiva e para a realização de estágios de preparação ou concentração em qualquer ocasião, no sentido de dinamizar as actividades desportivas e a indústria turística local. Atento ao seu privilégio concedido pela História, Macau irá afirmar-se como o elo de ligação entre os eventos desportivos mundiais a realizar na China e em Portugal. Ao mesmo tempo, promover-se-ão os Jogos da Ásia Oriental de 2005 e outros grandes eventos desportivos N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série internacionais aqui realizados, a fim de serem criadas condições propícias ao desenvolvimento do desporto e da economia. 6.7 Aperfeiçoamento da condição física da população em geral Mediante a investigação científico – desportiva, realizar-se-ão estudos e análises sobre os dados relativos à condição física da população da Região e a sua tendência evolutiva, sendo as conclusões obtidas destinadas a delinear um plano de melhoria da condição física em geral da população, através da área do Desporto para Todos. Simultaneamente, serão realizados estudos científicos e elaborados planos de preparação das selecções representativas da Região, tendo presente a promoção do desenvolvimento do desporto de alta competição. No âmbito da medicina desportiva, serão aumentados os meios de assistência médica-desportiva aos praticantes desportivos, em especial na sua vertente preventiva. Através da formação de pessoal médico e paramédico na área desportiva, e ainda da preparação de pessoal anti-dopagem, será implantado um sistema de vigilância contínua da condição física da comunidade desportiva de Macau. 6.8 Criação do Comité Organizador dos 4.os Jogos da Ásia Oriental – Macau Para a organização dos Jogos da Ásia Oriental de 2005, foi criado o Gabinete de Coordenação dos Jogos da Ásia Oriental, em Macau, para o ano de 2005, para preparar, de forma activa, a constituição do Comité Organizador dos Jogos, que entrará em funcionamento a partir do dia 1 de Janeiro de 2002, e que terá como atribuições organizar, promover e coordenar todas as acções relacionadas com os Jogos de 2005. O referido Comité continuará a estabelecer uma estreita colaboração com o Instituto do Desporto, o qual continuará a prestar todo o apoio ao nível de recursos, experiência e conhecimento. No próximo ano, o Comité Organizador fará a elaboração do programa de trabalhos, definindo as acções concretas a desenvolver nessa fase, nomeadamente, o melhoramento das infra-estruturas desportivas, estabelecimento de programas relacionados com a organização das competições desportivas, formação de pessoal integrado no Comité Organizador, actividades promocionais, acções que viabilizem o aumento de receitas, como, por exemplo, a captação do investimento de entidades privadas e a celebração de contratos de patrocínio. 6.8.1 Infra-estruturas desportivas Sendo os Jogos da Ásia Oriental uma competição desportiva internacional, é uma condição fundamental e importante a existência de infra-estruturas que obedeçam aos padrões internacionais. Será delineado um plano de gestão das mesmas, por forma a permitir obter a máxima rentabilização financeira e material, e assim reduzir o dispêndio de dinheiro público na manutenção e gestão, matéria que o Governo tem sempre em vista. No ano de 2002, está prevista a conclusão das obras de construção da Piscina Olímpica de Macau. No mesmo ano, a par da execução das obras de remodelação e melhoramento das infra-estruturas desportivas, prosseguir-se-á a aquisição de equipamentos desportivos, o que será propício para responder às necessidades do futuro desenvolvimento desportivo. 6.8.2 Organização das competições desportivas 23 O ano de 2002 será de vital importância para a organização dos 4.os Jogos da Ásia Oriental, uma vez que será efectuado o levantamento das competições desportivas a incluir no Progr ama Oficial dos Jogos, e proceder-se-á ao recrutamento e formação dos directores desportivos para cada uma das competições. Como forma de preparação e teste à capacidade de resposta das infra-estruturas desportivas e meios humanos existentes, serão organizados vários eventos desportivos de nível internacional. Além disso, serão concretizados acordos com as Associações Desportivas de Macau representativas dos desportos susceptíveis de serem incluídos no Programa Oficial dos Jogos, definindo as obrigações, forma de colaboração e objectivos a atingir, tendo em vista a elevação do nível competitivo dos atletas e o nível profissional dos dirigentes associativos, etc. 6.8.3 Formação do pessoal do Comité Organizador Em 2002, tendo em vista dotar o Comité Organizador de pessoal com qualificações especializadas e condições necessárias, os recursos humanos do Comité serão submetidos a acções de formação orientadas por entidades possuidoras de elevados conhecimentos profissionais e experiência neste domínio. 6.8.4 Desenvolvimento estratégico da política de promoção A dinamização activa das actividades de promoção dos Jogos não só transportará reflexos positivos para o sucesso dos mesmos, como também contribuirá, de certo modo, para o aumento dos rendimentos económicos em geral. Desta forma, no ano de 2002, será dada continuidade à política de promoção estabelecida previamente para as diferentes fases temporais, evoluindo gradualmente até conseguir o êxito na organização dos Jogos. Neste âmbito, o comité organizador aproveitará as mais diversas vias e formas de promoção para divulgar os Jogos da Ásia Oriental de 2005, nomeadamente as competições desportivas de nível internacional, os eventos internacionais, as actividades locais de grande dimensão, as actividades pedagógicas, bem como a política de promoção junto da população, o que é indispensável para a sensibilização do seu envolvimento neste projecto comum, uma vez que é orgulho de todos o facto de Macau ter sido designada como cidade organizadora dos Jogos da Ásia Oriental. 6.8.5 Empreendimento no estabelecimento de parcerias Para assegurar os recursos humanos e materiais necessários à concretização dos trabalhos projectados pelo Comité Organizador, este procederá a contactos intensos por forma a estabelecer parcerias junto de diversas entidades, nomeadamente com técnicos com qualificações especializadas, com entidades das áreas de Tecnologias de Informação (IT) e de transportes aéreos, com entidades que prestam serviços de contactos e coordenação no exterior, e dos demais sectores, permitindo, assim, a máxima eficácia no aproveitamento dos recursos. Conclusão Os trabalhos empreendidos na área dos Assuntos Sociais e Cultura do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, desde a N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série reorganização do Sistema de Saúde até à promoção da Educação Física e Desporto, desde o melhoramento do Serviço Social e as condições de bem-estar, como por exemplo, os apoios destinados aos pobres e aos incapazes, desde a Educação até à Cultura e ao Turismo, etc., apresentam-se todos ligados à vida espiritual e material dos cidadãos e encontram-se relacionados estreitamente com as famílias e os cidadãos. Com a entrada na nova época e os progressos da sociedade, surgiram entre nós, novos desafios. Por outro lado, a população territorial tem uma grande esperança na melhoria da vida, que será atingida com os esforços do Governo. São estes factores a motivação do estabelecimento e a concretização do desiderato da política “servir o Povo”. Exigir-se-á a cada executor da política e aos funcionários públicos que trabalhem com todo o empenho, a fim de atingirem os objectivos previstos, desenvolvendo o espírito de “servidores do povo”. Por causa da restrição dos factores ambientais e das condições objectivas há que melhorar e aperfeiçoar os trabalhos exercidos na área dos Assuntos Sociais e Cultura. Por isso, valorizaremos sempre a atenção que os cidadãos queiram dedicar aos nossos trabalhos, bem como a apresentação de críticas e comentários que serão a matéria das nossas preocupações e dos nossos estudos. Além disso, contamos também com as organizações e entidades do território que são a força vital para impulsionar o avanço da sociedade e os colaboradores fieis do desenvolvimento dos serviços da sociedade e cultura, esperando que as suas ideias e sugestões sobre a execução da política, contribuam, de forma inteligente, para a melhoria da vida social. Com o balanço do passado, pretendemos elevar, no novo ano, os trabalhos na área dos Assuntos Sociais e Cultura para um novo horizonte. No ano de 2002, com base nos trabalhos do passado, encaminharemos os nossos passos para a reforma no âmbito do Sistema de Saúde, desenvolvendo, com uma dimensão mais vasta, os trabalhos de Serviço Social. Simultaneamente, conforme a nova situação, iremos fomentar a promoção turística, através de vários meios de publicidade. Além disso, continuaremos a organizar diversas actividades culturais, correspondendo às características de Macau e interesses da população. No âmbito da Educação, bem como da Educação Física, o Governo irá reforçar a sua internacionalização, efectuando uma avaliação global sobre o actual sistema. Perspectivando o futuro, estamos convictos de que “Servir o povo”, o desiderato da política, irá ser concretizado na área dos Assuntos Sociais e Cultura, para que se construa um futuro melhor com o apoio de toda a população local. Presidente: Agradeço muito o relatório que o Sr. Secretário fez, e vamos iniciar agora o nosso debate. Sra. Deputada Leong Iok Wa. Leong Iok Wa : Obrigada, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas. No relatório sobre o domínio dos Assuntos Sociais e Cultura das LAG do corrente ano, mais precisamente na área dos trabalhos relativos ao sistema de saúde, creio que os pontos prioritários e mais importantes, são depois de concluir o Relatório intitulado "Novo Macau e Novo Milénio: Estudos e Avaliação do Sistema de Saúde de Macau", e como é que se vão efectuar os estudos e implementar concretamente as medidas de reforma do sistema de saúde, a fim de se aperfeiçoar a prestação dos serviços de cuidados de saúde em Macau. Estamos muito contentes, e em simultâneo, o Sr. Chefe do Executivo 24 também fez referência no seu relatório que presta muita importância à reforma do Sistema de Saúde, e o Sr. Secretário Chui manifestou nos artigos dos jornais que, no final do corrente ano, vão criar uma Comissão de Reforma do Sistema de Saúde que vai acompanhar o respectivo Relatório e implementar activamente as medidas de reforma. O Sr. Secretário mencionou nas sua LAG que se vai proceder aos trabalhos da reforma, sob o princípio de "passar do melhoramento até a uma reforma", e definir gradualmente o plano de desenvolvimento a médio e a longo prazo, adequado ao Sistema de Saúde de Macau. Em relação a este princípio, a maioria das pessoas também partilham este acordo, achando que pode trazer vantagens para a reforma e, quanto aos problemas mais simples, também se pode contribuir para um melhoramento primordial. Deste modo, podemos registar de imediato o seu efeito. No que diz respeito aos problemas mais difíceis de serem resolvidos, só mais tarde é que procedemos a esta reforma e assim, também se pode obter o efeito de uma forma rápida. Acontece que muitos profissionais e cidadãos no seio da sociedade, também têm pontos de vista diferentes acerca deste princípio de "passar do melhoramento até a uma reforma", e entretanto, eles acham que, não havendo uma reforma, como é que é possível haver um melhoramento? De modo que vão ficar muito preocupados. Não será que "passar do melhoramento até a uma reforma" se formou um pretexto para o órgão competente, em relação a alguns problemas mais melindrosos? Por exemplo, o regime de trabalho dos médicos oficiais, o regime de remuneração e de subsídio. Se os médicos especialistas podem, ou não, estabelecer consultórios no exterior e a fiscalização dos medicamentos. Será que vão adoptar este princípio de "passar do melhoramento até a uma reforma", no sentido de se atrasar o seu andamento? De facto, sei que o Governo se preocupa muito com esta questão e o Sr. Secretário também referiu no seu relatório que, no corrente ano, já desenvolveram alguns trabalhos para o melhoramento. Deste modo, espero que o Sr. Secretário me possa explicar detalhadamente sobre o conceito de "passar do melhoramento até a uma reforma". Será que também pode explicar quais são os aspectos que vão ser melhorados em primeiro lugar e as questões que pertencem à reforma posterior no actual Sistema de Saúde? Face ao decurso da reforma de saúde, como é que podem estabelecer um diálogo mais aberto com as relacionadas personalidades sociais e com os cidadãos, com vista a atender às expectativas por parte dos cidadãos e produzir o efeito de supervisão? Por outro lado, ainda gostaria de colocar uma outra questão. De facto, aquando do debate sobre o domínio da Economia e Finanças, também chegámos a perguntar ao Sr. Secretário Tam, face à proposta que o Sr. Chefe do Executivo apresentou, se o Governo está preparado em atribuir um subsídio de 400 milhões de patacas, a fim de subsidiar alguns desempregados que ainda não concluíram o ensino secundário e subsidiar alguns desempregados do sector da prestação de serviços. Além do mais, ainda envolve um outro aspecto, fornecendo algumas vagas de cursos de formação para os pós-graduados do ensino superior que estão a aguardar o emprego. Deste modo, contribui para se elevarem as suas condições na procura do primeiro emprego. Queria perguntar ao Sr. Secretário como é que vai aplicar estes 400 milhões de patacas? Presidente: Sra. Deputada Leong, será que não se importa de colocar esta questão um pouco mais tarde? Caso contrário, pode envolver uma área muito ampla. Creio que seria melhor colocar esta questão depois dos outros Deputados se pronunciarem em torno da área da saúde, porque, senão, vai ser muito confuso. Leong Iok Wa : Está bem. Obrigada, Sra. Presidente. Obrigada, Sr. Secretário. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas. Todos estão à espera da conclusão do Relatório intitulado "Novo Macau e Novo Milénio: Estudos e Avaliação sobre o Sistema de Saúde de Macau". No domínio da Saúde, suscitou-se no corrente ano, um período muito longo para a tradução, e depois de um longo período de tradução, também é necessário esperar um outro longo período para a nomeação da Comissão de Reforma do Sistema de Saúde. Em relação ao que foi dito pelo Sr. Secretário que, no próximo ano, vão ser lançados a análise e o planeamento dos trabalhos deste Sistema de Saúde de Macau, no entanto, ainda vão prestar uma atenção especial sobre o princípio de "passar do melhoramento até a uma reforma". Acho que não está em causa a questão de passar do melhoramento até a uma reforma. Gostaria de saber se as acções governativas, em geral, na área dos assuntos sociais e cultura, mais precisamente as acções governativas dos cuidados de saúde, se de facto, têm ou não considerado a eventual revisão sobre as suas estratégias que se suscitaram a longo prazo o facto do atraso das políticas, e como é que se pode evitar esta situação? Uma vez que o relatório de saúde por parte da Consultadoria se arrasta há mais de um ano para entrar em vigor, de facto, até agora ainda não entrou em vigor, porque ainda não foi constituída a respectiva Comissão. De futuro, depois da criação da Comissão, será que também podem rever a situação de Consultadoria que se suscitava no passado e, deste modo, será que os trabalhos da Comissão também vão ser atrasados? Ou será que, depois da revisão daquilo que "ganharam e perderam" no passado, se vai estipular um prazo limitado para que os trabalhos da Comissão não sejam arrastados, tal como o relatório de saúde? Isto é muito importante, entretanto, qualquer acção governativa deve ter em conta o que ganhou e o que perdeu no passado para incidir depois nos trabalhos de melhoramento sobre o que se ganhou e o que se perdeu no passado. Agora, não está em causa o facto de se começar pelo melhoramento para depois se implementar a reforma ou começar pela reforma e depois é que se faz o melhoramento. Está muito claro que a questão reside nos preparativos do relatório que levou muito tempo e é para se implementar uma reforma. Portanto, não tem simplesmente a ver com a questão do "passar do melhoramento até a uma reforma". Como é que se vai fazer a reforma? É necessário criar-se uma Comissão para se desenvolverem estudos e saber qual é o conteúdo da reforma? Será que vai ser a própria Comissão a fazer a análise de acordo com o relatório da Consultadoria? Ou será que, antes da criação da Comissão, já têm alguns prazos limitados e exigências concretas? A exigência concreta para o aspecto da saúde, tal como um assunto muito simples, a questão dos médicos oficiais terem consultórios fora do hospital, e isto acarreta de um melhoramento ou de uma reforma? Esta é uma questão de pouca relevância, mas será que também tem de aguardar pela conclusão da tradução do relatório e pela constituição da respectiva Comissão para se poder proceder a estudos, e a seguir aos estudos feitos é que se elabora mais um relatório e depois de ser apreciado é que podem saber se é, ou não, possível implementar? A revisão deste aspecto, acho que é muito importante para as acções governativas. Neste momento, até os cidadãos perderam confiança devido à questão do atraso. Tal como a criação de um mecanismo autónomo para investigar os acidentes de saúde e para indemnização, o que até foi propriamente dito pelo Sr. Secretário que esta criação é necessária, mas como é que vão fazer? Será que também têm de aguardar pela criação da Comissão e pelo estudo sobre a sua necessidade, e só depois de decidirem fazer é que vão desenvolver estudos técnicos sobre a sua viabilidade? Ou será que 25 a Comissão já está sob uma instrução de limitação temporal para estudar qual o mecanismo mais autónomo para investigar os acidentes de saúde? Porque, de facto, estes incidentes acontecem agora com muita frequência. Quando um acidente de saúde envolve uma pessoa que tenta lutar fortemente pelos seus direitos e benefícios, no caso de se insistir, será que o Gabinete do Sr. Secretário vai informá-lo que tem todo o direito em apresentar uma acção processual junto do Tribunal Administrativo? Todos têm conhecimento que, se esta questão for muito fácil de ser resolvida junto do Tribunal Administrativo, no fundo, não exigiam a criação de um mecanismo autónomo para recuperar a indemnização do acidente de saúde. A questão reside no facto de não querermos empurrar de todas as vezes as pessoas para se deslocarem ao Tribunal Administrativo, e já que fica tão distante, esperamos que corra tudo bem e que tenha um tratamento favorável e convincente. Nestas circunstâncias, acho que nem sempre todos os trabalhos acarretam "passar do melhoramento até a uma reforma", têm de passar por uma Comissão, para se decidir se há, ou não, esta necessidade e só depois é que se faz uma análise técnica. Aquando da implementação, espero mesmo que possam dizer, pelo menos, quais os aspectos que podem ser reformados, e esta Comissão pode informa-nos, dentro de um período limitado, que vai apreciar e definir quais das reformas é que podem ser levadas a cabo. É natural que ela também possa negar antes, e só depois é que toma uma decisão, e através de um estudo, até pode achar que não é possível levar a cabo. A meu ver, acho que merece olharmos seriamente para este princípio das LAG, de modo a evitar os erros cometidos no passado. No aspecto da saúde, ainda existem, de facto, muitos problemas, como por exemplo a questão da "saída" dos médicos. Será que esta questão vai estar em conta nos trabalhos da reforma da saúde? Porque a reforma da saúde talvez dependa somente da questão do sistema, mas a verdade é que existe um grande volume de recursos (pós-graduados em medicina) em Macau, e não só estou a apontar os que estão no hospital público, mesmo no exterior também existem muitos. A situação de estabelecer consultórios particulares tem um mercado muito estreito. Será que vão prestar alguma atenção e desenvolver estudos sobre a questão do mercado? Será que estes estudos vão ser realizados no seio desta Comissão ou será que não lhe diz respeito? Porque talvez esta Comissão apenas leva em conta o sistema de saúde, ou seja, a reforma do hospital público. Vou colocar preliminarmente uma questão de princípio para o aspecto da saúde. Será que têm revisto o que ganharam e o que perderam no passado, no sentido de definirem o tempo e o objectivo desta reforma no futuro decurso de reforma? Pode haver muitas coisas que merecem um melhoramento e este melhoramento pode ser feito calmamente, mas os aspectos que merecem uma reforma, devem ser apontados com toda a clareza e com uma limitação temporal. Presidente: Sr. Deputado Au Kam San. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do governo, caros colegas: Vou colocar duas questões no aspecto da reforma da saúde. No ponto 1.2.3 das LAG para o ano de 2002 apontou-se que vão avaliar e melhorar o actual sistema de recolha de queixas, mas acontece que no actual mecanismo, muito antes, já haviam críticas por parte dos cidadãos que referiram muitas feridas e muitas insuficiências. Nesta base, já não é possível abordar a revisão e o melhoramento, porque é muito difícil corresponder às expectativas do público. Tal como no sistema de saúde em geral, residem muitos problemas, e no fundo, não reside a questão de reforma ou de melhoramento, porque existem muitos problemas que devem ser reformados e tratados o mais depressa possível. No ponto 1.2 da primeira parte das LAG fez-se referência à N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série instituição recém criada, a Comissão de Atendimento das Reclamações e, há pouco, o Sr. Secretário Chui também mencionou esta Comissão na sua apresentação. Pessoalmente, gostaria de saber quando é que esta Comissão de Atendimentos das Reclamações vai ser criada? Como é que vai ser formada? Será que conta com a participação de pessoas particulares? Qual é a área envolvida que aceitam os recursos? Qual é o seu funcionamento? Qual é a diferença entre a Comissão de Atendimentos das Reclamações e o mecanismo para a recolha de queixas na área da saúde que focaram antes? Porque se verificou no seio da sociedade uma forte acentuação, esperando que a Administração competente possa criar um mecanismo autónomo para exercer uma fiscalização e uma arbitragem às queixas sobre a área da saúde, e o que é que implica a criação da Comissão de Atendimento das Reclamações? Será que significa que, de futuro, com a criação da Comissão de Atendimento das Reclamações já não faz sentido haver um mecanismo autónomo para a recolha de queixas da área da saúde? Se ambos existirem ao mesmo tempo, como é que os trabalhos são separados? Gostaria de ficar esclarecido acerca desta questão. A segunda questão incide sobre o facto do aumento da população nas ilhas. Entretanto, registou-se, desde sempre, um pedido no seio da população para a construção de um hospital oficial nas ilhas, e através do relatório das LAG para o próximo ano, parece-me que a Administração competente não previu este projecto. É óbvio que, se não previram este projecto, também não quer dizer que é absolutamente irracional, porque nos termos do uso dos recursos, é provável que as ilhas não tenham necessidade de terem um hospital. Porém, se não criarem um novo hospital, será que o Governo elaborou algum projecto ou alguma instalação para que os residentes das ilhas possam fazer uso quando necessitam de apoio de cuidados de saúde urgente, sobretudo nos dias de mau tempo ou de mau trânsito, a fim de se poder transportar os residentes para Macau, com a maior brevidade possível? Também gostaria de ficar esclarecido acerca desta questão, porque esta matéria é muito importante e está relacionada com as necessidades urgentes dos residentes. Se não estabelecerem um hospital, é indispensável que criem este mecanismo, com vista a remediar a falta de um hospital formal na zona das ilhas. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Hoi Sai Iun. Hoi Sai Iun: Sra. Presidente, Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas: A questão que pretendo colocar diz respeito ao facto de haver várias centenas de pós-graduados em medicina em Macau. Uma vez que o Governo tem recursos limitados e como os pós-graduados, em si, não têm experiência suficiente e recursos para investirem num consultório particular, fez com que este grupo de pessoas tenham vindo a estar numa situação embaraçosa. Nos futuros anos, depois do melhoramento da economia, creio que pode haver algum espaço para eles se desenvolverem, só que, em termos da actual situação, se passar mais algum tempo e se eles ainda não conseguirem encontrar um emprego, talvez venham a deixar o território, ou então, tentarem encontrar um emprego num outro ramo de actividades. Deste modo, quer para Macau, quer em termos individuais, também se trata de um prejuízo. A nível de recursos, de talentos e do desenvolvimento social, não será que o Governo deve desenvolver mais trabalhos, no sentido de se articularem e de se equilibrarem estes 3 aspectos? Obrigado. Presidente: Sra. Deputada Leong Iok Wa. Leong Iok Wa : Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: 26 Gostaria de dar uma achega. O Sr. Secretário fez referência à formação dos pós-graduados em medicina, e de facto, a questão a que aludi antes sobre os 400 milhões de patacas, também vai no sentido de incidir essencialmente sobre a questão dos pós-graduados em medicina. Ou seja, quando ponderarem na questão do emprego por parte dos pós-graduados em medicina, será que também vão ter em conta o conjunto de jovens que estão agora nos estabelecimentos do ensino superior? Porque o objectivo fundamental da prestação dos serviços de cuidados de saúde vai na esperança de salvaguardar a qualidade da medicina e a aplicação adequada da medicina. Depois do regresso à Pátria, o Governo tem vindo a prestar uma grande atenção à formação especializada e à formação contínua, por isso, nos termos dos projectos previstos, também vão lançar muitas acções de formação para o actual pessoal em serviço, nomeadamente a formação de enfermeiras de grande envergadura, que se baseie num curso de formação sistematizada dedicada às enfermeiras e ao pessoal técnico da área de medicina. Ao fim e ao cabo, é para fornecer serviços com nível e com qualidade profissional aos nossos cidadãos em geral. Em muitos países, também existem muitas disposições, e por isso, todos os pós-graduados em medicina têm de passar por uma fase de estágio e de formação, e só depois é que podem obter o registo da profissão e prestarem serviços. Daí que concordo muito com as opiniões incluídas na redacção sobre a reforma da saúde em que diz que todos os médicos que desenvolvem a sua actividade em Macau, têm de passar por uma fase de estágio. A fim de se articular com este estágio, Macau tem de lhes oferecer um bom recinto de formação, mas pelo facto dos recursos do governo, este recinto de formação só dispõe de 20 vagas de acordo com o relatório deste ano para os estagiários de medicina geral receberem uma formação. Tal como disse antes o Sr. Deputado Hoi Sai Iun, existe um grande conjunto de médicos que estão à procura de emprego, e se não nos formarmos, não há oportunidades para lhes oferecer e talvez possamos perder realmente estes recursos. Ainda gostaria de adiantar um pouco mais com alguns dados. De acordo com a redacção, parece que temos muitos médicos em Macau, é de 1 para 488. Na Organização Mundial da Saúde regula-se que o critério é de 1 para 1500, em HK é de 1 para 780, e pelos vistos, parece-me que Macau tem muitos médicos, mas acho que Macau tem, de facto, muitos médicos jovens. Todos devem conhecer este profissionalismo, que não é de um dia para o outro que podem ter experiências para prestar serviços aos cidadãos. Eles necessitam de alguma experiência e de alguma formação, de modo que também verifiquei uns outros dados. No ano de 2000, registaram-se 321 médicos que estabeleceram a sua clínica particular, e de facto, mais de 190 deles já ultrapassavam os 60 anos de idade, portanto, eles ocuparam mais de metade. Isto quer dizer que nos próximos anos, os médicos idosos vão reformar-se aos poucos, e Macau necessita muito de um novo grupo de pessoal energético, que só através de uma formação gradual eles podem adquirir experiências para prestarem serviços aos cidadãos de Macau. Deste modo gostaria muito de perguntar aqui ao Sr. Secretário se tem, ou não, ponderado em adoptar estes 400 milhões de patacas para realizar algumas formações específicas destinadas especialmente a este pessoal e que esta formação seja equivalente a uma formação para os médicos de medicina geral. Podemos adoptar os actuais recursos que Macau dispõe neste momento, isto é, servir os dois hospitais como recinto para o estágio, ou quando não se dispuser de espaço suficiente para o estágio, será que também podem proceder através do estabelecimento de ensino da RPC? Porque conforme consta nas LAG, podemos enviar o nosso pessoal da área de saúde para aprenderem no exterior. Será que podemos formar os nossos médicos através destes recintos para o estágio? De facto, depois de os formar e através de exames, quando alcançarem os requisitos de médico em clínica geral, também podem obter o respectivo N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série licenciamento. Entretanto, eles não têm de trabalhar só dentro do hospital. Se houver vagas no hospital, podem ser seleccionados através de um exame, mas se não gostarem de trabalhar no hospital, também podem desenvolver a sua actividade de uma forma particular, e uma vez que já receberam uma formação adequada, os cidadãos podem ficar mais descansados em relação aos serviços que vão receber. Por isso, espero que possam tirar bom proveito dos recursos e que não os desperdicem, de modo a fazerem algo para o desenvolvimento dos futuros talentos de Macau. Gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se pode, ou não, ponderar em incluir estes cursos de formação no montante de 400 milhões de patacas que vão aplicar? Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Kou Hoi In. Kou Hoi In: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo: Também tenho 3 perguntas a levantar sobre a área da saúde. A primeira questão que gostaria de focar prende-se com a questão que os Deputados Hoi Sai Iun e Leong Iok Wa pronunciaram. Existem muitos pós-graduados em Medicina que regressaram a Macau e que estão à procura de emprego. Não conheço muito bem a área da saúde, e talvez não esteja muito exacto em relação a algumas situações, por isso, espero que o Sr. Secretário Chui e os Srs. Deputados me possam corrigir. De facto, o conjunto de pós-graduados que regressaram a Macau depois de concluírem o curso, também são talentos de Macau, e ainda por cima, muitos deles receberam uma formação no interior da China, e comparado com os formandos do exterior, ou de outros locais, o interior da China formou este grupo de talentos de uma forma mais económica. De momento, eles já regressaram mas ainda não conseguiram encontrar emprego. É evidente que também compreendemos que Macau só tem dois hospitais e que só estes dois estabelecimentos de grande envergadura é que os podem acolher, mas mesmo assim não conseguem colocar todos os médicos. Creio que os formandos, em si, também compreendem tal situação, porém, se não considerarmos bem em como manter estes talentos para se desenvolverem melhor em Macau, acabamos por desperdiçá-los. Por outro lado, e tal como disse antes, não é nada fácil para os dois estabelecimentos hospitalares absorvê-los de um momento para o outro. Não há dúvida que um pós-graduado em medicina depois de ser absorvido pelos dois estabelecimentos, ainda não possui a uma experiência própria, mas depois de ser absorvido, não sei se vai receber um estágio ou se alguém vai prestar orientação. Como é a actual programação? Este é um dos aspectos. Um outro aspecto. De acordo com os meus próprios conhecimentos, os pós-graduados que não conseguirem ter acesso aos dois hospitais e que estejam à procura de emprego, para que possam obter uma qualificação profissional ou um licenciamento, parece-me que, quer a execução da actividade, quer a qualificação profissional, de momento, são situações unidas, porque têm de ter um recinto para eles desenvolverem a sua actividade e só depois é que podem obter uma qualificação profissional. Não sei se é realmente esta a situação, porque apenas ouvi algumas reflexões por parte deles. Se se unirem estas duas partes, pode fazer com que eles não consigam obter uma qualificação, ou por outras palavras, parece-me que impediram a saída deles e acho que isto é muito injusto para eles. Como é que podem fazer para que consigam obter uma qualificação profissional? Tal como disse a Sra. Deputada Leong, com a qual também concordo plenamente, eles necessitam de um período para o estágio, e como é que organizam este período de estágio? Espero que o Governo possa ter em conta esta questão, e que depois de lhes dar um período de estágio, como é que lhes pode emitir uma qualificação profissional para que eles, em si, possam trabalhar nas clínicas 27 particulares ou para criarem o seu próprio consultório, porque assim eles têm a sua saída livre. Neste momento, eles não sabem qual é a via para que possam obter a respectiva qualificação, e acho que esta é a maior dificuldade deles, por isso, também espero que o Governo possa ponderar neste asp ecto. A segunda questão. De acordo com o relatório da saúde, no futuro, a importação dos medicamentos para a medicina tradicional chinesa estão sujeitos a uma inspecção e a um controle. Quanto a este aspecto, também se registaram algumas reflexões no seio deste sector de actividades. O Governo, sobretudo a Divisão de Assuntos Farmacêuticos, parece-me que não têm muitos conhecimentos suficientes sobre os fármacos para a medicina tradicional chinesa, quer os recursos humanos, quer os conhecimentos profissionais, e até é muito provável que tenham falta. Cito um exemplo que me contaram antes. Existe um fármaco que é chamado "Fu Cheong" que é extraído de uma planta, mas acontece que a Divisão dos Assuntos Farmacêuticos desconhece este fármaco e pensa que é extraído por uma parte do corpo do tigre devido à sua denominação. Uma vez que este animal está considerado sob protecção, por isso, não é permitido a venda deste fármaco. Este exemplo demonstra-nos, como é que se organizam os talentos que têm conhecimentos profissionais sobre os fármacos chineses? Devemos evitar estas situações, uma vez que não têm conhecimentos suficientes, o que origine um grande obstáculo à importação de fármacos chineses. Visto que a inspecção dos fármacos chineses leva 3 a 4 meses e só depois é que podem ser importados, por isso, muitas vezes, têm de ser congelados para a sua conservação, mas se perdurar muito tempo, pode trazer alguns problemas na gestão dos medicamentos e também pode causar prejuízos. De maneira que, em relação à questão da importação de medicamentos chineses, não sei se o governo tem algumas medidas concretas para este efeito e gostaria de conhecer. A terceira questão também tem a ver com o aspecto de fármacos. Agora, parece-me que existem alguns problemas com a legislação relativa à publicidade de medicamentos, e que até ao presente momento, ainda não temos nenhuma legislação concreta sobre este respeito. Se quiserem requerer alguma publicidade sobre os medicamentos, têm de aguardar muito tempo, mas mesmo assim não sabem se podem, ou não, publicar ou se autoriza fazer uma publicidade no exterior. No caso de Macau; a publicidade sobre os medicamentos não pode ser publicada na imprensa escrita. Acontece que verificamos constantemente a publicidade de medicamentos em Zhuhai e também podemos ver a qualquer momento nos jornais de Macau. Relativamente a esta questão, espero conhecer em concreto qual é a organização concreta por parte do Governo. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas: Queria acompanhar uma questão. Neste momento, a população da Taipa tem vindo a aumentar anualmente, e podemos verificar a hora de entrada e saída para o trabalho, quer o fluxo das viaturas, quer o fluxo das pessoas, também ficam completamente estagnadas na ponte. Referiu-se nas LAG do Governo a construção de infra-estruturas. Ora vai prosseguir-se com a obra de construção da Unidade de Internamentos de Psiquiatria na Ilha da Taipa e a criação de uma área exclusiva para a psiquiatria forense. Mas pelo contrário, não consegui verificar a existência de um hospital formal com o desenvolvimento da Taipa. Suponhamos que acontece algum incidente durante os dias de N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série tufão, como é que as pessoas envolvidas podem obter os serviços médicos? Esta é uma questão muito grave. Em simultâneo, com a liberalização do sector de jogos, as perspectivas para o desenvolvimento da Taipa e de Coloane são enormes, e quando os turistas chegarem a Macau e se estiverem a divertir nas ilhas e acontecer algum incidente, não conseguem obter de imediato a intervenção médica. Acho que tal situação influencia muito a nossa cidade turística. Já que vão criar uma Unidade de Internamento de Psiquiatria na Taipa, porque é que não construímos um hospital formal na Taipa? Creio que talvez tenha a ver com a questão dos recursos. A população de Macau e a população das ilhas, em termos de distribuição, tem uma grande distância, o que faz com que não seja possível investir estes recursos nas ilhas. Acontece que consigo verificar, neste momento, um grande congestionamento de trânsito do fluxo de pessoas e de viaturas na hora da entrada e da saída para o trabalho, e isto diz -nos claramente que estão muitas pessoas a morar nas ilhas. Obrigado. Presidente: Sra. Deputada Iong Veng Ian. Iong Veng Ian: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas: Quanto à primeira questão, também gostaria de repetir a questão da criação de um mecanismo para receber queixas na área da saúde, porque muitos cidadãos esperam que possamos mencionar ao Sr. Secretário neste debate. A Comissão de Saúde de HK é constituída por 28 membros, em que metade deles foram eleitos no seio de todos os médicos registados em HK e a outra metade são nomeados pelo órgão de saúde, 4 deles são provenientes de assistentes sociais, de juristas, de contabilistas e de outros ramos que não são membros médicos. De facto, na criação de uma Comissão de Saúde, o mais importante é ser autónoma e estar fora do alcance do órgão de saúde, para que os doentes se possam sentir seguros em termos psicológicos, e quando enfrentarem algum problema, podem ser mais corajosos em reflectir e apresentar a queixa. Para além disso, a Comissão da Saúde exerce um efeito de fiscalização sobre o hospital e os médicos, o que contribui para reduzir os acidentes médicos, com vista a salvaguardar os direitos e os interesses dos doentes. Acreditamos que Macau tem condições suficientes para consultar a experiência de HK, ou seja, criar uma Comissão deste género, a fim de se aumentar a transparência e convencer o público. A primeira questão que gostaria de colocar, vai no sentido de perguntar ao Sr. Secretário se tem, ou não, alguma concepção que diga respeito à nova criação de uma Comissão de Saúde? A segunda questão prende-se com o desenvolvimento dos medicamentos para a medicina tradicional chinesa. Ao longo dos anos, dado que Macau tem sofrido influência da cultura de medicina ocidental, a maioria dos recursos do Governo, também se destina a prestar serviços de medicina ocidental e também podemos dizer que se originou uma lentidão no desenvolvimento da medicina chinesa em Macau comparado com algumas zonas vizinhas. O Governo mencionou nas suas LAG que vai proceder a estudos sobre a viabilidade do desenvolvimento dos medicamentos da medicina tradicional chinesa em Macau. Creio que isto é muito bem recebido pelo nosso sector de medicina e pelos cidadãos, porque a medicina chinesa e a medicina ocidental podem, no fundo, complementar reciprocamente as suas insuficiências e assim podemos produzir o melhor efeito da medicina. De facto, a China já desenvolve a medicina tradicional chinesa durante muito tempo e, agora, a China também está a desenvolver a fusão da medicina chinesa e ocidental de uma forma cada vez mais madura. Se for mesmo necessário desenvolver o sector 28 da medicina tradicional chinesa em Macau, de facto, podemos desenvolver no mesmo sentido da RPC, porque seria mais adequado servirmos a forma de funcionamento e o modelo de gestão aplicados na China, e deste modo, podemos obter os efeitos desejados. Assim, na actual fase se a técnica e os recursos humanos dependerem da introdução por parte da China, e se o órgão competente pensar em ponderar nesta questão, acho que se deve adoptar o Centro de Saúde como ponto experimental, a fim de desenvolverem os serviços de medicina tradicional chinesa. Assim, não só corresponde ao nosso princípio económico, como também se pode concentrar a formação do pessoal médico. Mais tarde, podem pensar na base de prestação de consultas para a medicina tradicional chinesa, seleccionando um dos hospitais para estabelecer uma sala própria para a medicina tradicional chinesa e fornecer este serviços para o internamento sob a forma experimental, e só depois de uma avaliação e de um estudo profundo é que decidem o futuro rumo de desenvolvimento. No aspecto da formação do pessoal, o Governo também tem de economizar o uso dos recursos humanos do território, mas será que pode enviar alguns médicos de medicina tradicional chinesa em serviço e alguns licenciados em medicina tradicional chinesa para receberem um estágio no interior da China, com vista a adquirirem experiências e a elevarem o nível de medicina tradicional chinesa do nosso território? Por outro lado, ainda se deve criar em Macau um mecanismo de inspecção e de controle para importação de medicamentos para a medicina tradicional chinesa, no sentido de regular o sistema de importação de medicamentos para a medicina tradicional chinesa, no sentido de fiscalizarem com eficiência o mercado de medicamentos para a medicina tradicional chinesa. Uma vez que a actual legislação para a fiscalização é demasiado indulgente, e como se registam muitos produtos piratas no mercado dos medicamentos para a medicina tradicional chinesa, tal como disse muitos colegas, pode causar confusões, e do mesmo modo, também não ponho à parte a possibilidade de aparecerem no mercado alguns produtos falsificados de péssima qualidade. No aspecto da elaboração de critérios para os medicamentos, também se deve servir da experiência do interior da China sobre o desenvolvimento dos medicamentos para a medicina tradicional chinesa, com vista a tirar a maior rentabilidade da garantia de qualidade e do sistema de segurança dos medicamentos para que M acau possa promover, em pleno, o desenvolvimento saudável do sector da medicina tradicional chinesa. Também gostaria de perguntar ao Sr. Secretário quanto ao facto do órgão competente demonstrar claramente que vai estudar, no próximo ano, a viabilidade do desenvolvimento da medicina tradicional chinesa em Macau. Como é a sua concepção concreta? Por outro lado, à medida que vão formar talentos locais da medicina tradicional chinesa, será que o Governo tem ponderado em basear-se no princípio de "formar os conhecedores", a fim de se evitar o reaparecimento de uma saturação que verificámos no seio de talentos em medicina ocidental em Macau? A terceira questão. Será que o Governo tem ponderado em criar um conjunto de mecanismos perfeitos para inspeccionar e controlar a importação de medicamentos para a medicina tradicional chinesa, de modo a salvaguardar a vida saudável dos cidadãos? Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Leong Heng Teng. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas. Queria pronunciar-me sobre a área da saúde relativo ao aumento de enfermeiros nas zonas sociais. Neste momento, temos cerca de menos de mil camas nos pares para idosos de natureza de benefício que são subsidiadas pelo Governo, e só uma pequena parte delas é que são N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série camas com cuidados de saúde. Além do mais, as vagas básicas estão completas, por isso, a procura também é muito intensa. Se houver novos residentes, principalmente os idosos que necessitam destes cuidados de saúde, basicamente, têm de aguardar até haver mais vagas para poderem ter esta oportunidade. Nas LAG do Governo para o próximo ano referiu-se que se vai reconstruir um dos lares existentes para os idosos. Esta medida, de uma certa forma, consegue responder às necessidades deste aspecto, mas ainda é insuficiente de acordo com a resolução da situação tensa das camas dos lares para idosos com cuidados de saúde. Embora o Governo possa criar alguns dormitórios num curto espaço de tempo, os dormitórios para idosos são muito mais fáceis, só que os dormitórios para idosos são diferentes dos lares para idosos. Através deste aspecto, de facto, não será que há necessidade de se aumentar o volume de enfermaria para os lares para idosos das zonas sociais, com vista a apoiar os idosos a resolverem a questão dos cuidados diários de saúde? De momento, os Centros de Saúde das diversas zonas estão a empenhar-se muito bem neste aspecto, e refiro-me mais concretamente aos idosos solitários. Depois deles terem um contacto com os Centros de Saúde, enviaram algum pessoal de enfermagem para prestarem apoio. Em termos deste aspecto, talvez alguns idosos não consigam integrar-se nos domicílios e para se integrarem nos lares ainda é muito mais difícil. No caso de se adoptar uma forma de serem cuidados pelas zonas sociais, para uma boa parte de idosos e na óptica dos benefícios sociais é muito mais vantajoso para a sua vida. Quando estão perante um problema, inclusivamente os idosos solitários, durante o período da doença ou devido à falta de camas suficientes nos cuidados de saúde gratuitos, talvez ainda não estejam recuperados totalmente, e já têm de regressar a casa. Acontece que, se residirem nos domicílios idosos já é muito mais fácil, para aqueles que têm de regressar a casa, o que pode suscitar um problema, mesmo com a ajuda do ajudante domiciliário, dado que são apenas apoios em geral, mas é provável que tenham uma falta de apoio relativo aos cuidados de saúde. Será que têm condições suficientes para aumentarem a enfermaria das zonas sociais ou para organizarem a política de pessoal enfermagem? Esta é a minha preocupação. Há pouco, muitos colegas abordaram sobre os pós-graduados em medicina, e de facto, esta questão não foi abordada apenas hoje nesta sessão de debate, e também não foi estabelecido somente hoje este diálogo, porque já se registou um diálogo anterior. O facto dos colegas terem aludido esta questão hoje, vai no sentido de se esperar para conhecer se o montante de 400 milhões de patacas pode, ou não, ser aplicado imediatamente no próximo ano. Entretanto, chegámos a estudar se é possível proceder a uma nova formação dos médicos que estão à procura de emprego, a fim de se acumular ainda mais talentos na área da saúde em Macau. Não será que devemos ampliar a nossa ponderação, depois deles concluírem o curso? (Não têm de trabalhar dentro do hospital, porque, de um modo geral, e através dos valores, demonstra-nos que a proporção é elevada, só que a população não aumenta muito repentinamente). Será que podemos ponderar em que as zonas sociais a impulsionem esta vertente? Esta é a questão que coloco para a área da saúde. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. 29 também devido ao factor psicológico, podem originar-se muitas contradições. É natural que, se se suscitar algum problema em termos de qualidade na área da saúde, seria muito mais grave, mesmo não se registando este problema, e se não se introduzir uma cultura nos serviços, poderá suscitar contradição e sofrimentos. Embora tenham esta decisão, mas que medidas de articulação posso propor? Reli o que o Sr. Secretário nos facultou, no relatório sobre o pont o de situação do serviço da "Carta de Qualidade" no domínio dos Assuntos Sociais e Cultura, e verifiquei o aspecto da SSM. Sabemos que, quando mencionarmos os serviços que os SSM prestam aos cidadãos, o que é que é o mais importante? Para os cidadãos em geral, claro que são todos os Centros de Saúde e o CHCSJ, e quanto aos outros, também são mais específicos e determinados. Em todo este serviço da "Carta de Qualidade", só consigo verificar que apenas o Laboratório de Saúde Pública e o Centro de Transfusões de Sangue conseguiram dominar as prioridades do plano da "Carta de Qualidade", dado que elaboraram alguns panfletos. Quanto às outras subunidades, apenas o Centro de Prevenção da Tuberculose e a Divisão dos Assuntos Farmacêuticos é que conseguiram dominar, neste momento, o ponto fulcral dos serviços de "Carta de Qualidade" e já estão a entrar aos poucos para a fase de elaboração de panfletos, só que a Sala de Relações Públicas ainda não está preparada. Nestas circunstâncias, parece-me que a maior instituição de serviços e a maior instituição de prestação de serviços amplos, que é o Centro de Saúde, ainda não se conseguiu integrar totalmente nesta situação, e mesmo o ponto fulcral da "Carta de Qualidade" ainda nem sequer começaram a dominar, e quanto mais se publicarem folhetos e aplicar verdadeiramente a "Carta de Qualidade" no próximo ano. Deste modo, não será que está um pouco fora do princípio de se envidarem esforços na promoção de um serviço de saúde de qualidade que considere os utentes o seu centro de atenção? Está mesmo completamente fora da questão e, na realidade, o mais importante para o próximo ano, que é o hospital e as instalações amplas para a prestação de serviços, ou seja, os Centros de Saúde ainda não entraram nesta situação. De modo que, como é possível implementarem a promoção de um serviço de qualidade que considere os utentes o seu centro de atenção? Não será que o Sr. Secretário e o Sr. Director devem acelerar ainda mais os esforços? Não se pode fazer com que estejam desarticulados, uma vez que já mencionaram que vão promover esta cultura de serviços. Será que podem acelerar um pouco mais, fazendo com que o hospital e os Centro de Saúde possam entrar nesta fase já no próximo ano, e que dominem bem o ponto fulcral da "Carta de Qualidade" e iniciem a elaboração de algumas condições para a "Carta de Qualidade"? Além do mais, ainda devem dominar o aspecto fulcral que é a elaboração de panfletos e quanto ao seu articulado, é apenas a segunda parte, a terceira, a quarta e a quinta parte. Em primeiro lugar, não me vou pronunciar sobre a terceira, a quarta e a quinta parte, pelo menos, têm de levar a cabo a primeira e a Segunda parte. Espero que as instituições essenciais possam acelerar o ritmo na prestação de serviços e que dêem início já no próximo ano. Obrigado. Presidente: Sra. Deputado Ho Teng Iat. Ho Teng Iat: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. No relatório das LAG desta vez, mencionaram que vão "envidar esforços na promoção de um serviço de saúde de qualidade que considere os utentes o seu centro de atenção...". Acho que é muito importante, porque uma boa parte das instituições de saúde também não consideram os utentes e os familiares dos utentes o seu centro de atenção, e muitas vezes, têm negligência nos sentimentos humanos e No aspecto da área da saúde, gostaria de perguntar o seguinte. Neste momento, o CHCSJ e o Hospital Kiang Wu já disp õem de equipamentos relativamente básicos, mas como é que ambos podem tirar partido dos recursos existentes? Acho que esta questão merece muito o nosso estudo. Tenho conhecimento que uma parte deles já são agora partilhados, só que a área ainda não é muito ampla, porque muitas vezes um determinado hospital pode ter certos equipamentos e o N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 30 outro não os possuir, e será que têm feito o uso conjunto dos recursos? Porque se assim for, não dr vai suscitar nenhum problema a nível de prestação de serviços e até podemos evitar o desperdício de recursos para enviar os doentes a HK e acho que, deste modo, até podemos facilitar mais os cidadãos. Que ponderações é que foram efectuadas para este aspecto? Será que há esta possibilidade? Que medidas concretas é que dispõem? Esta é a pergunta que gostaria de colocar. Obrigada. Chui. Presidente: O Sr. Deputado Stanley Au saiu, não é verdade? Então, convido o Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. Em primeiro lugar, tenho a questão da Sra. Deputada Leong Iok Wa. Quais são os nossos trabalhos de acompanhamento depois da conclusão do relatório de estudo sobre a saúde. Todos sabem que este relatório de saúde passou por uma fase de estudo muito longa, através de consultas públicas e, por fim, a redacção foi submetida aos SSM. Depois dos SSM receberem a respectiva redacção, encarregou-se o IPM a proceder à tradução e ao processo da tradução, foi necessário um longo período de tempo porque teve que traduzir da língua profissional inglesa para o chinês e para o português. Por sua vez, o IPM contratou alguns especialistas e mais a sua própria força técnica, levaram muito tempo para a sua conclusão. Uma vez que no passado nunca chegámos a fazer este trabalho, por isso, levou muito mais tempo. Depois de concluído o respectivo relatório de saúde, recebemos basicamente cerca de 40 opiniões, e em termos globais, todas elas concordam com a reforma na área da saúde. As propostas que elas apresentaram também manifestavam articulação e apoio. Depois do Governo receber as opiniões, como é que actuou? No primeiro mês, os SSM procederam ao estudo interno e entregaram-me um outro relatório sobre as 215 sugestões que a companhia de consultadoria apresentou, definindo os aspectos que eles próprios conseguiram resolver e que não acarreta de uma alteração à lei. Cito vários exemplo. Os Centros de Saúde têm diferentes fases para prestarem consultas, a criação do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, o sistema de tratamento aos doentes e o aspecto dos médicos desenvolverem a sua actividades particular no exterior. A partir do presente momento, não permitimos e, em primeiro lugar, colocámos os 71 casos de médicos que continuam a desenvolver a sua actividade particular no exterior para um tratamento à parte, e para isso vamos adoptar algum tempo e o nosso método de tratamento pode ser dividido em 3 aspectos de acordo com a sugestão dos SSM. O primeiro aspecto vai no sentido de organizar os trabalhos de 45 horas semanais, substituindo as 36 horas. Assim sendo, eles podem ter mais algum tempo para prestarem serviços no hospital ou nos SSM. O outro aspecto, permitimos um período de transição, para que os médicos possam ter um período de transição a fim de pôrem fim à clínica que desenvolvem no exterior a tempo parcial. A verdade é que a lei vigente lhes permite a acumulação de funções no exterior. Em primeiro lugar, vamos melhorar uma parte das situações, através de uma alteração à lei, e de futuro, depois de uniformizarmos que todos os médicos que desempenhem funções nos SSM não possam ter acumulação de funções no exterior, é um dos métodos que vamos aplicar a longo prazo. Entretanto, depois de um mês de auto-aperfeiçoamento no interior dos Centros de Saúde, conseguiram especificar exactamente alguns trabalhos que conseguiram desenvolver. Visto que existem muitas rubricas, mais tarde, posso entregar um documento à AL que especifica claramente e detalhadamente os trabalhos que vamos conseguir desenvolver para o melhoramento e, deste modo, ainda contribui para um melhor conhecimento por parte dos Deputados sobre os trabalhos que vamos desenvolver. Quando a companhia de consultadoria nos entregou o relatório, em simultâneo, tivémos que lançar alguns trabalhos de acompanhamento em relação a 3 aspectos. Primeiro, entregaram-nos 10 projectos de lei para o debate e estes 10 projectos de lei passaram por um debate, muito profundo e foram elaborados por parte dos juristas da companhia de consultadoria, dos assessores Tsui Wai Kwan: Sra. Presidente, Sr. Secretário. No passado, os equipamentos médicos em Macau traziam uma impressão negativa para as pessoas. Oiço constantemente que Macau tem dois hospitais; que um só quer é dinheiro e o outro só quer é tirar a vida das pessoas. De facto, esta afirmação não soa nada bem e, na qualidade de gente de Macau, também me sinto envergonhada. Creio que se os membros superiores do Governo necessitarem de algum serviço médico, a maioria deles também recorrem à zona próxima de HK. Porque é que isto pode acontecer? Será que temos falta de recursos? Será que temos problemas em termos de qualidade de pessoal médico ou será que é devido à questão de equipamentos? Isto merece o nosso estudo. Queria perguntar ao Sr. Secretário Chui que métodos é que podem adoptar, no sentido de se elevar a nossa actual qualidade de medicina? Ou então, melhorar a má designação que se suscitou no passado. Cito a doença do cancro a título de exemplo. Se tiver que fazer algum tratamento, pode ser feito em Macau, mas acontece que se for um tratamento de electroterapia, já não pode ser feito em Macau e, estes casos são enviados a HK para efeitos de tratamento. Tal facto pode desperdiçar muitos recursos. Creio que o cancro é um doença que muitas pessoas têm, porque também temos muitos exemplos desta doença, mas não tenho comigo valores para avançar. Não será que devemos investir mais em recursos para este aspecto? Porque se não conseguirmos efectuar e tivermos que transferir para HK, creio que temos de fornecer os bilhetes de barco e as despesas para o tratamento médico. Não será que isto traz grandes encargos para os recursos de Macau? Sr. Secretário Chui, será que podem trabalhar um pouco mais neste aspecto? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au. Stanley Au: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo: O relatório que o Sr. Secretário Chui encarregou a companhia internacional de consultadoria, intitulado "Novo Macau e Novo Milénio: Estudo e Avaliação do Sistema de Saúde de Macau", cuja conclusão tenha tido lugar em Outubro. Também tive o cuidado de estudar profundamente este relatório, e acho que a qualidade dele deve ser aceitável. Em termos sistemáticos deste relatório, incidiu sobre dois objectivos; um é transformar o Sistema de Saúde de Macau numa companhia e o outro objectivo é o próprio utente a assumir os custos. Será que o Sr. Secretário Chui aceita estes dois objectivos fundamentais? Caso afirmativo, quando é que vai pô-lo em prática? Presidente: Sr. Secretário Chui, creio que já colocaram muitas perguntas, mas pode dar uma resposta sistemática às questões colocadas, em vez de responder uma a uma, porque muitas perguntas são semelhantes e, assim, os Srs. Deputados não têm de repetir a sua questão e até pode obter um melhor efeito. Faça o favor Sr. Secretário Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Vou seguir a opinião da Sra. Presidente para responder, na medida do possível, às questões que me dirigiram de uma forma sistemática. Se acharem que a minha resposta não é relativamente suficiente, podem alertar-me para complementar, porque colocaram realmente muitas questões. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série jurídicos dos SSM e dos assessores jurídicos do meu Gabinete. Trata-se de um projecto para o debate, que inclui a lei orgânica dos SSM, a lei dos médicos, a lei das enfermeiras, a lei dos incidentes médicos, etc., e que perfaz o total de 10 projectos. Após a recepção destas leis, vamos proceder a um tratamento e, no final deste mês, entregaremos uma proposta formal ao Sr. Chefe do Executivo para a Criação da Comissão da Reforma do Sistema de Saúde de Macau, e esta Comissão vai entrar em funcionamento no mês de Janeiro. Porque é que precisamos de mais tempo? Porque nos preocupamos especialmente com a questão jurídica e esperamos auscultar mais opiniões de diferentes vertentes. No seio da Comissão da Reforma do Sistema de Saúde de Macau, para além de abranger o pessoal do Governo, ainda abrangemos alguns representantes das associações, alguns representantes do pessoal profissional e do sector jurídico. No entanto, depois do despacho do Sr. Chefe do Executivo, podemos publicá-lo e entrará em funcionamento em Janeiro. Tal como disse o nosso Chefe do Executivo, estamos 100% convictos e decisivos a alterar, mas porque é que se atrasou tanto? Para ser sincero, ninguém tem experiências neste aspecto e só estamos a fazer esforços dentro do nosso alcance. É evidente que não pode ser totalmente perfeita, só que já é um princípio de uma intenção. De acordo com o nosso plano, talvez se tenha gerado algum atraso, mas também não se está a afastar muito, e podemos olhar para o nível mundial e até para as zonas da Ásia, quando fazem uma reforma na área da saúde, leva sempre muito tempo. Entretanto, podemos consultar a experiência de muitas zonas e de muitos países, inclusivamente dos países mais desenvolvidos como os EUA, a Inglaterra, a Europa e a Á sia como é o caso do Japão, da Singapura. Cito a zona de HK a título de exemplo, que tem relatórios de 3 companhia de consultadoria e, agora, ainda pediram a uma Universidade dos EUA para elaborarem o quarto relatório, e só no ano de 2003 é que podem concluir os respectivos trabalhos. Não me estou a referir que nos estamos a empenhar muito bem, porque não conseguimos dominar muito bem em termos de tempo. Espero que os cidadãos possam compreender, porque estamos dispostos e decisivos em levar a cabo este assunto, dado que não temos experiências neste aspecto, claro que enfrentaremos algumas dificuldades, mas acreditamos que podemos melhorar aos poucos à medida que vamos adquirindo alguma experiência. Deste modo, não me conformo que existam erros dentro das nossas LAG, mas confesso que, desde o processo de consulta até ao processo da tradução e da publicação, merece que absorvemos experiências para fazermos melhor nos futuros anos. A segunda questão que a Sra. Deputada Leong Iok Wa colocou tem a ver com os pós-graduados em medicina. De facto, creio que podemos olhar para esta questão com uma óptica macro, Macau tem realmente, neste momento, muitos pós-graduados do ensino superior. Em Macau, chamamos a este grupo de pessoas, jovens que estão à procura do emprego. Eles têm os seus conhecimentos, só que têm falta de experiência. É do conhecimento de todos que o primeiro emprego dos pós-graduados do ensino superior é muito importante para obterem os primeiros 3 anos de experiência, e para eles isto contribui muito, mas a frequência do curso de Medicina tem a sua característica específica, pois necessita de um estágio, sobretudo em Macau que não dispõe de uma Faculdade de Medicina. De maneira que temos de lhes dar uma oportunidade para que eles possam receber um estágio e adquirir a cultura local, a legislação e a aprendizagem de experiência clínica, a fim de poderem enfrentar sozinhos os doentes e, no fundo, é para prestarem alguns serviços com um determinado nível de qualidade aos nossos cidadãos. No seio de todo este processo, verificámos que existem muitos pós-graduados e todos eles estão a concluir, gradualmente, o seu curso. Tal como disseram os Srs. Deputados que temos agora várias centenas de pessoas, prevemos anualmente o 31 mínimo de 70 pessoas aproximadamente e, nos futuros 5 anos, vamos ter mais 300 a 400 pessoas. Este grupo de recursos humanos é realmente muito volumoso para Macau, principalmente dentro de uma especialidade, pelo que, concordo muito com o que os Srs. Deputados acabaram de aludir, ou seja, que é necessário encontrar uma outra saída para eles, porque dentro do mecanismo existente em Macau, é através do concurso público que se inicia o estágio para a clínica geral de 18 meses, e depois teremos dois grandes grupos; um é o grupo de médicos ainda não classificados e o outro grupo de médicos é para se integrarem no ramo de médicos especialistas. De momento, temos 800 a 900 médicos no território, e quanto à proporção, em si, já é muito mais elevada do que em muitas zonas. A situação em Macau é um médico para 488 residentes, o que já não acontece com o exemplo da Organização Mundial da Saúde, porque é de 1 para 1500, por isso, não estamos nada baixos relativamente à comparação. O que devemos fazer é permitir que os nossos médicos possam ser formados adequadamente, seguir os passos do desenvolvimento da era, fornecer bons serviços, não a nível de quantidade, mas sim, elevarem-se a nível de qualidade. Por isso, se pudermos oferecer uma outra saída para que os médicos pós-graduados possam optar depois do regresso, acho que é muito vantajoso, mas como? Cremos que não é possível absorver tantos médicos nos termos da legislação vigente, porque nos baseamos em duas razões para acolher os médicos através de concurso público; uma é se o orçamento nos permitir e a out ra é se temos esta necessidade. Todos os anos os SSM também fazem uma avaliação à situação. Recentemente, abrimos um concurso para examinar 20 médicos de clínica geral, 11 foram integrados na carreira de médico especialista, e através deste exemplo que citei, podem verificar claramente que não se consegue satisfazer os actuais pós-graduados ou os pós-graduados em medicina nos futuros 5 anos. Deste modo, esperamos olhar para esta questão de uma forma pragmática e realista. Por um lado, vamos rever a nossa legislação para a formação, especialmente o mecanismo para a formação de médicos, e esperamos separá-los em dois tipos, em termos de princípio. Entretanto, fornecemos umas formações para eles conhecerem a legislação, a cultura de Macau e aprenderem com os médicos especialistas, de modo a fazer com que tenham um nível de qualidade em Macau e que assumam as funções de médico de clínica geral, quer na actividade privada, quer na actividade pública. No entanto, não podemos garantir que depois de concluírem esta formação, possam ser integrados automaticamente na Função Pública, trata-se apenas de um mecanismo para a formação, e é precisamente por esta razão que os separamos em dois tipos. Quanto ao facto de se integrarem na Função Pública, é de acordo com o resultado do concurso público que seleccionamos os concorrente excelentes como um critério. Isto é o que vamos fazer nos anos vindouros. Sinceramente, e uma vez que temos muitos problemas a enfrentar na área da saúde, também não podemos colocar este assunto numa ordem de prioridade absoluta para resolvermos a questão deste conjunto de pessoas. A verdade é que muitos pós-graduados de diferentes ramos de actividades, também estão a enfrentar o mesmo problema. A Sra. Deputada Leong Iok Wa ainda perguntou se os pós-graduados em Medicina podem partilhar os 400 milhões de patacas que vão ser aplicados para a formação. Dentro dos 400 milhões de patacas, dispõem apenas de 300 vagas para os pós-graduados universitários e para o ensino superior. A formação que eles vão receber são apenas algumas acções de tradução de chinês e de inglês, do reforço da língua inglesa, da informação, etc.. De facto, tem como objectivo fundamental articular-se com a cidade de conferência e turística, a fim de fazer com que os pós-graduados do ensino superior possam adquirir melhores condições para se integrarem no emprego. Porém, se pensarmos melhor, se um pós-graduado em medicina achar que pode optar por um outro N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série ramo de actividade, as inscrições deles são sempre bem vindas. Só que as condições prévias que temos em conta neste conjunto de 4 mil pessoas é estarem registados já na Bolsa do Desemprego da DSTE há mais de 3 meses. Esta é uma exigência prévia para a inscrição, e ponderámos nesta questão num princípio de justiça. Tal facto faz -me pensar na formação do ensino e, daqui a pouco, vou explicar pormenorizadamente como é que vão ser aplicados e distribuídos os 400 milhões de patacas. O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong levantou várias questões. Quando é que estabelecemos a reforma da saúde? No final deste mês vamos submeter o respectivo documento e creio que pode ser estabelecida em Janeiro. A nossa reforma prende-se essencialmente com o aspecto jurídico e penso que, no início do ano, podemos entregar o documento da legislação à AL e, na altura, podem conhecer detalhadamente quais os aspectos que merecem ser estudados, alterados e re-elaborados. Relativamente ao mecanismo das queixas e a Comissão da Recolha das Reclamações, de facto, temos realmente uma Comissão da Recolha das Reclamações que foi criada através dos SSM. É formada principalmente por membros internos e, no último ano, esta Comissão tratou 260 queixas, e 238 delas, foram resolvidas. Porém, detectámos que este mecanismo ainda não é perfeito, por isso, vamos introduzir uma outra revisão no corrente ano, e esperamos criar um novo mecanismo, com vista a articular-se com a lei sobre os incidentes médicos. Não há dúvida de que, como se trata de uma forte perspectiva por parte de todos, certamente que colocamos a criação de uma Comissão de Recolha de Reclamações num procedimento prioritário, mas esta criação necessita muito da articulação da lei. Muitas situações das queixas sobre a área da saúde, por fim, envolvem a questão do mecanismo de indemnização e, neste momento, ainda não temos uma legislação tão perfeita. Tal como disse o Sr. Deputado Ng sobre determinados casos de queixas, ele acha que é devido à inexistência de uma Comissão. A nossa assessoria disse de uma forma muito nítida que, na óptica jurídica, é possível proceder-se a nível administrativo e a nível jurídico. Este facto real é existente e comparado com alguns países e zonas mais desenvolvidos, temos a necessidade de introduzir estes mecanismos. Prometo à AL que concordamos muito e esperamos fazer isto no corrente ano. Esta Comissão, para além de contar com a participação dos responsáveis dos SSM, também conta com os responsáveis fora dos SSM, tal como algumas personalidades profissionais e sociais, no sentido de manifestarem opiniões de acordo com os respectivos recursos, reduzindo assim o desvio. Uma vez que Macau é uma cidade muito pequena, descobrimos uma questão muito relevante, porque ainda não temos a certeza quais as personalidades profissionais que vamos convidar. Especialmente no aspecto da saúde, em que a sua área é muito estreita, pelo que dialogámos com o Departamento da Saúde Pública da Província de Kuong Tong, com Singapura e com a região de HK, e se se registar mesmo um incidente médico, talvez tenhamos de introduzir especialistas do exterior para nos apresentar opiniões, de modo a tornar a situação objectivamente justa, porque, francamente, quando vão à rua, conhece-se praticamente muito bem o sector da saúde, às vezes, é muito difícil ter um critério objectivo, à base do objectivismo e do profissionalismo, tomam uma decisão. Não está aqui em causa a questão do nível, mas sim, provocada pela escassez da cidade. O Deputado Au Kam San mencionou a criação de um hospital nas Ilhas. Temos agora nos dois hospitais cerca de 900 camas, e de acordo com os últimos 3 anos, a taxa de internamento nestas camas não excedeu mais de 75%, razão pela qual a Administração competente não vai propor, neste momento, a criação de um novo hospital nas Ilhas. Entretanto, vamos instalar um hospital diurno no Centro de Saúde das 32 Ilhas, que tem como finalidade as ocasiões de calamidade ou de tufão, porque assim podemos ter um Centro de Saúde que dispõe de prestação de apoio emergente. Por outro lado, vamos adquirir várias ambulâncias que consigam transportar doentes e que possam transportar os doentes para Macau, livrando-se dos factores temporais através das duas pontes. De facto, procedemos a estudos sobre o tempo necessário para o transporte de doentes, e verificámos que não se registou uma distância muito grande, porque se tiver que se realizar uma determinada cirurgia nas Ilhas, há que adquirir muitos equipamentos necessários e esta é a razão. Respeitante a esta questão, também aproveito para responder à questão que o Deputado Chui colocou sobre o facto de construirmos uma Unidade de Internamento de Psiquiatria na Taipa e uma área exclusiva para os reclusos de psiquiatria forense. No passado, este aspecto em Macau estava completamente em branco. Desde a criação do Governo da RAEM, prestámos muita atenção a esta questão, porque alguns reclusos condenados ou alguns reclusos com problemas de psiquiatria, não tinham basicamente um espaço para deter ou para impôr prisão a estas pessoas. Na qualidade de uma cidade em evolução, achámos que havia esta necessidade, pelo que reconstruímos a Unidade de internamento de Psiquiatria do passado e incluímos uma área exclusiva para os reclusos com problemas de psiquiatria, e também porque as condições já estavam muito desactualizadas para as actuais necessidades. Daí que, fomos decisivos em colocar esta rubrica num procedimento muito prioritário. Por outro lado, e com a colaboração do Sr. Secretário para a Segurança, construímos no CHCSJ alguns quartos prisionais, separando muito bem os reclusos dos doentes, porque, no passado, chegou a trazer muitas inconveniências aos doentes em geral e aos familiares dos doentes. Isto é o que temos de fazer. Uma outra questão que a Sra. Deputada Leong Iok Wa aludiu diz respeito aos 321 médicos que temos a desenvolver actividades particulares no exterior e 160 deles já têm mais de 60 anos de idade. Estes dados são muito preciosos, e também é a primeira vez que tomo conhecimento. Prestamos muita atenção aos recursos do Governo que são aplicados para apoiar o desenvolvimento das instituições públicas de saúde e a questão de articulação, e reparámos numa questão. Depois da emissão de um documento comprovativo é que emitimos o licenciamento de médico particular. Anualmente, só está sujeito ao pagamento de uma determinada despesa para a sua renovação. No processo da nova reforma, achámos que é necessário termos uma ponderação global, sobretudo o relatório da Organização Mundial da Saúde do corrente ano, que diz claramente que cada país ou cada zona, para além dos cuidados de saúde pública, temos de dar elevada importância aos serviços que as associações voluntárias e as entidades particulares fornecem. Daí que, de futuro, vamos ponderar com certeza na fixação da posição dos próprios médicos particulares, do mercado e a força sistemática que eles contribuem, mas acontece que também vamos reforçar a respectiva fiscalização, por isso, o futuro mecanismo para as queixas abrange também todo o pessoal médico público e particular. Presidente: Só queria dizer que a questão que a Sra. Deputada Leong Iok Wa levantou tem a ver com um grupo de pessoas que estão à procura de emprego e os médicos que desenvolvem actividades particulares, mais de metade, têm mais de 60 anos de idade. Será que o Governo tem recursos suficientes para que os que estão à procura de emprego possam receber uma formação? Se não tiverem condições suficientes aqui, talvez possam receber na RPC para efeito de suplemento. Ela só receia que, quando eles chegarem à idade para se reformarem, não têm mais forças para os substituir. Creio que a questão que ela levantou diz respeito a esta matéria. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Uma vez que se trata de uma nova questão para mim, e é a primeira vez que vejo estes dados estatísticos, afinal, os nossos médicos que desenvolvem as suas actividades particulares, já têm uma certa idade. Os actuais pós-graduados de Macau, de facto, podem estagiar no interior da China, dado que a lei do pessoal médico da RPC permite que os nossos médicos pós-graduados possam requerer exame no interior da China. Mas o mais importante, acho que a Sra. Deputada se preocupa com o facto do Governo ter, ou não, recursos suficientes para lhes dar uma formação. Presidente: Sim. Ela perguntou se têm recursos para enviar este grupo de pessoas, no sentido de os formar propositadamente, mas não os próprios pós-graduados que estão à procura de emprego a irem concorrer sozinhos. A ideia dela é o Governo formar propositadamente um grupo de pessoas que possam substituir os actuais. Esta é a questão que ela gostaria de conhecer. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Quanto a esta questão, acho que ainda não tenho esta inteligência para lhe responder, porque tenho de saber se, depois de receberem a formação e quando regressarem a Macau para desempenharem funções de médico particular, a formação que necessitam e o hospital talvez sejam diferentes. Podemos tentar conhecer melhor a situação e depois podemos fornecer alguns dados acerca desta matéria, porque creio que se trata de um projecto muito inovador. Nunca chegámos a enviar um grupo de médicos para a RPC, apenas enviámos alguns para um intercâmbio, mas também se necessita de um tratamento na vertente de um hospital e de uma especialidade. Presidente: Sra. Deputada Leong Iok Wa, o Sr. Secretário disse que é a primeira vez que ouviu falar e, agora, não tem meios suficientes para lhe dar uma resposta, se quiser esclarecer... Leong Iok Wa : Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, de facto, fiz referência a estes dados, que vai no sentido de reflectirmos para disponibilizar alguns recursos para formar os actuais médicos pós-graduados que estão à procura de emprego. Tal como disse a Sra. Presidente é para formar os recursos humanos nos futuros 10 anos. É natural que a formação não se destina simplesmente para eles iniciarem a sua actividade particular, mas sim, para eles poderem integrar-se no hospital e também para desenvolverem a sua actividade particular. A propósito da formação, saliento que devem elaborar uma acção de formação de acordo com a actual formação de médicos de clínica geral. Tal como o Sr. Secretário se preocupa muito com a enfermagem, no curso complementar de enfermagem também se aplicou um curso superior para fazer com que um grande grupo de enfermeiros possam ter um curso complementar, e que foi elevado para um curso superior, enriquecendo assim as suas habilitações académicas. Também espero que possam lançar um plano, que conte com os recursos exteriores e com os nossos recursos locais, no sentido de realizarem uma acção de formação, semelhante aos cursos de formação destinados aos médicos de clínica geral para que eles possam frequentar. Creio que deve haver esta disposição na lei, ou seja, depois dos advogados finalizarem os seus cursos e quando regressarem, têm um ano de curso para conhecerem os assuntos relacionados com o sistema jurídico de Macau e só depois é que podem desenvolver a sua actividade de advocacia particular. De facto, concordo muito com o que está aqui escrito na redacção, em que os médicos para desenvolverem actividades particulares têm de receber uma formação básica depois de concluírem o respectivo curso. De futuro, aquando da definição desta política, espero que possam facultar esta oportunidade para que eles possam 33 alcançar o licenciamento de desenvolverem as suas actividades particulares em Macau. Obrigada. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Sra. Presidente, Srs. membros: Uma vez que se trata de um conceito relativamente novo, creio que temos de consultar a opinião de várias instituições diferentes, inclusivamente o Ministério da Saúde Pública da RPC. Será que nos vai permitir a actuar desta maneira? Temos de fazer uma avaliação interna, a fim de sabermos se é possível levar a cabo. Depois de efectuarmos a respectiva avaliação, daremos uma resposta à Sra. Deputada Leong, pode ser? Presidente: Sr. Secretário, creio que os Srs. Deputados apresentaram algumas sugestões e talvez o Governo ainda não tenha sido ponderado, mas pode registá-las e debatê-las com calma de futuro. Se entender que pode pôr em prática, tudo bem, e se achar irracional, pode pôr à parte. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong também fez referência à promoção de um serviço de saúde de qualidade que considere os utentes o seu centro de atenção. Concordo muito com a sua opinião, só que o hospital e o Centro de Saúde levaram, de facto, muito tempo a proceder aos estudos, e alguns podem ser realizados e outros talvez não possam. Cito alguns exemplos. Determinadas doenças impõem uma conclusão dentro de vários dias, isto também é relativamente difícil. Por exemplo, mencionou-se que temos de separar as consultas em fases, e reaproximar mais o tempo de demora das marcações de consultas. Para estes aspectos nós podemos fazer o melhor possível. Porém, se está em causa o tratamento de uma doença ou uma fase de tratamento, temos a certeza que existem certas dificuldades. Em todo o caso, o nosso hospital e os nossos Centros de Saúde vão fazer todos os possíveis, nesta fase, para prestar serviços de qualidade aos cidadãos em geral. O Sr. Deputado Chui questionou sobre os impactos negativos de Macau, relativamente ao renome do hospital de Macau e à partilha do uso de recursos para receber tratamentos médicos no exterior que a Sra. Deputada Ho Teng Iat aludiu, e acho que estão muito relacionadas. A propósito dos dois hospitais em Macau, também gostaria de partilhar convosco sobre algumas análises que fizémos em relação aos dois hospitais. Neste momento, Macau tem apenas 2 hospitais. A Sra. Deput ada Ho disse para fazermos os possíveis para partilhar os recursos e evitar uma sobreposição. De facto, depois do estabelecimento do Governo da RAEM, sempre desenvolvemos neste sentido. Não há dúvida que, neste decurso, não podemos fazer tudo ao mesmo tempo, porque se assim for, claro que resolveríamos todos os problemas. No entanto, já criámos um mecanismo para ambos os hospitais. Estes reúnem-se mensalmente e definem alguns agrupamentos, por exemplo, a secção da cardiologia e a secção do rim. Agora, a nív el de cooperação, já deram um grande passo comparado com o passado, e esta é uma verdade. No aspecto da partilha do uso dos recursos, também fazemos os possíveis para não haver uma sobreposição, mas temos um problema porque, às vezes, é difícil dizer que não há totalmente uma sobreposição. É muito simples. Os nossos dois hospitais também têm uma secção de urgências, e muitos doentes que recorrem às urgências, os serviços básicos que eles necessitam, ambos os hospitais também fornecem, pelo que não é nada fora do normal haver uma sobreposição. Acontece que o rumo de desenvolvimento deles não se regista nenhuma sobreposição e isto já é mais fácil de resolver. O Sr. Deputado Chui focou o aspecto negativo, e como é que podemos elevar e melhorar? A verdade é que estamos N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série inteiramente dispostos em melhorar, só que continuamos a enfrentar muitos problemas. No que diz respeito à questão de enviar os doentes ao exterior para receberem tratamento médico, temos agora uma "Comissão para o tratamento médico no exterior" que é dirigida pelo Director do CHCSJ. Os cuidados médicos que Macau não consegue fornecer, enviamos os respectivos doentes às zonas próximas para receberem o tratamento médico, inclusivamente a HK, à China, especialmente a Cantão. Há pouco, falou-se dos doentes com cancro, e de acordo com a nossa estatística, desde o início do corrente ano até ao mês de Outubro, registámos 370 falecidos devido ao cancro. Uma parte de tratamento, pode ser feito nos dois hospitais em Macau e quanto ao tratamento de electroterapia, já decidimos adquirir este equipamento para o Hospital Kiang Wu. Creio que depois do processo de aquisição, podemos fornecer este serviço para Macau. A Sra. Deputada Iong invocou o mecanismo para a recolha de queixas e, há pouco, já respondi basicamente a esta questão. A questão do desenvolvimento dos medicamentos da medicina tradicional chinesa, também foi mencionada pelo Deputado Kou Hoi In. De facto, todos devem ter conhecimento que dentro das entidades públicas em Macau, só temos o Centro de Saúde de Fai Chi Kei que presta consultas de medicina tradicional chinesa e no nosso hospital ainda não temos nenhuma sala própria para a medicina tradicional chinesa. Com o desenvolvimento de Macau, o desenvolvimento do fármaco da medicina tradicional chinesa é, de facto, viável, mas antes disso, temos de definir previamente muitos critérios e avaliações. De momento, temos dois tipos de serviços sobre a medicina tradicional chinesa para fornecer; um é fornecido pelo médico da medicina tradicional chinesa, que foi formado formalmente por um curso de graduação da faculdade de medicina tradicional chinesa e o outro é fornecido pelo médico. Estes dois tipos de registos, também são reconhecidos e podem fornecer estes serviços em Macau. O estudo sobre a viabilidade dos medicamentos da medicina tradicional chinesa, de facto, a questão que estamos a enfrentar, também é partilhada pela zona adjacente, porque não temos uma base, desde uma base jurídica até à avaliação e à definição de todos os fármacos para a medicina tradicional chinesa, especialmente nos medicamentos, porque ainda não temos um Centro de Inspecção que sirva de suporte para a avaliação e para a definição. Deste modo, na importação de medicamentos, há pouco, o Sr. Deputado Kou Hoi In focou um determinado tipo e é muito provável que venha a suscitar este fenómeno. Portanto, vamos averiguar o caso e depois daremos uma resposta ao Sr. Deputado. Na realidade, temos certos problemas na inspecção dos medicamentos da medicina tradicional chinesa, porque a inspecção, em si, tem a sua complexidade, e entretanto, também já negociámos com Kuong Tong, que caso seja necessário, podemos enviar os medicamentos a Kuong Tong para serem examinados. É natural que vai demorar mais tempo, porque isto envolve uma relação de recursos humanos. Tendo em conta todo o desenvolvimento deste ramo de actividade, vamos reforçar estes trabalhos e também esperamos que, nos futuros anos, possamos dar algumas boas notícias aos colegas da Assembleia. O Sr. Deputado Leong Heng Teng focou a questão da enfermagem nas zonas sociais, e uma das viabilidades é verificar se os médicos pós-graduados têm, ou não, intenção de receber estas formações. De facto, temos um pensamento e, agora, temos de negociar com o IASM e com as duas escolas de enfermagem, se algumas mulheres de idade média estiverem dispostas, podemos fornecer algumas formações para que possam exercer funções de assistente de enfermagem domiciliária. No presente momento, Macau tem realmente uma falta de pessoal de enfermagem para os lares, mesmo os lares com cuidados de saúde também temos falta. Se conseguirmos reforçar este aspecto, creio que 34 podemos resolver uma parte dos problemas. O Sr. Deputado Stanley Au fez referência ao Relatório da saúde e focou mais precisamente em dois pontos. Por um lado, acha que o relatório se prende essencialmente com uma companhia e, por outro lado, as despesas devem ser assumidas pelos utentes, e perguntou qual é a minha opinião. Acho que a maioria das opiniões que o relatório focou, podem ser aceites e também merecem serem estudadas, nomeadamente pelo facto de envolver uma necessidade de alterar a legislação. As despesas devem ser assumidas pelos utentes, e aproveito esta oportunidade para esclarecer alguns aspectos. No aspecto da saúde, acho que o facto das despesas serem suportadas pelos utentes tem várias interpretações diferentes. A primeira é para reduzir desperdício, repetição e elevar a eficiência, e entretanto, cobramos mais uma despesa simbólica. Cito um exemplo. Para se efectuar o registo, cobramos 5 patacas, é só para quando pagam 5 patacas pensam bem se necessitam realmente deste serviço. Trata-se de um método para elevar a eficiência. Uma outra interpretação é não incluir a despesa básica, em que cobramos uma determinada proporção dentro de uma despesa flutuante. Cito um exemplo. Para os recursos humanos necessitamos basicamente de bastante dinheiro, e cada doente que vier recorrer uma consulta, tem de pagar as despesas pelos medicamentos e a vacinação que lhe fornecemos. Ora ele tem de assumir uma proporção dessa despesa flutuante. A terceira interpretação é mais madura, se estiver sob um mecanismo de seguro, trata-se de um método que tem uma proporção totalmente equiparada aos custos. Todavia, creio que o que devemos fazer para o nosso futuro é esperar, no sentido de se elevar a nossa eficiência deste aspecto, por isso mesmo os serviços de saúde que salvaguardamos agora é gratuito para as pessoas que necessitam e acreditamos que se vão manter durante um longo período de tempo. Portanto, concordo que as despesas devem ser assumidas pelos utentes, para se poder elevar a eficiência administrativa e reduzir o desperdício. No aspecto da "companhia", gostaria que o Sr. Deputado Au me facultasse mais alguns dados. Que aspectos é que são considerados "companhia"? Depois respondo a esta questão. Stanley Au: Depois de ler o relatório da saúde, tive o meu sentimento. Focou-se activamente a gestão do sistema de saúde que é gerida sob a forma de gestão adoptada na "companhia", ou seja, que não se adopta a forma burocrática para gerir. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Esta companhia de consultadoria, para além de nos entregar este relatório e alguns anexos, tal como disse antes, ainda focou em 3 aspectos. Por um lado, de facto, salientou que o órgão da saúde deve eliminar a qualidade de entidade autónoma e reforçar a sua gestão. Por outro lado, todo o regime financeiro não consegue demonstrar o futuro com clareza, e porquê? Neste momento, a conta dos SSM está dividida em cuidados de saúde primários, cuidados de saúde diferenciados e cuidados de saúde generalizados. Entretanto, não separou claramente as finanças do hospital e das unidades dos Centros de Saúde, daí que, muitas vezes, as pessoas comparem o CHCSJ com o Hospital Kiang Wu. Na realidade, a comparação não pode ser relativamente exacta, e é apenas uma comparação suposta, porque não têm um valor concreto e exacto para compararem. O que o Sr. Deputado Au mencionou, concordo perfeitamente que é necessário alterar o regime financeiro, o regime de gestão e mais a legislação. Portanto, envolve precisamente 3 aspectos. De futuro, se a nossa Comissão da Reforma do Sistema de Saúde de Macau concordar, a companhia de consultadoria vai prestar apoios nestes 3 aspectos. Presidente: Sr. Secretário Chui, agradeço muito a sua resposta. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Creio que conseguiu responder praticamente à maior parte das questões que levantaram. Acho que há uma questão que merece que nos pronunciemos e que foi colocada pelo Sr. Deputado Kou Hoi In. De futuro, penso que podem dar uma resposta escrita sobre a questão da publicidade. Se os Srs. Deputados não se importarem, acho que posteriormente podem fornecer mais dados. Quanto à questão da qualificação profissional, que foi mencionada pelo Deputado Kou Hoi In, isto talvez não só aconteça com os pós-graduados em medicina, como também aconteça com as outras especialidades, e não é possível resolver esta questão apenas por parte dos SSM. Uma vez que envolve uma qualificação profissional, também diz respeito ao ensino, e não sei se pertence à alçada da DSEJ, porque só sei que tem a ver com uma avaliação à qualificação profissional. O Deputado Kou Hoi In fez uma pergunta e creio que o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong não levantou uma questão concreta. Ele apenas pediu para prestarem atenção ao facto dos Centros de Saúde não implementarem o serviço da "Carta de Qualidade". Foi apenas uma opinião que ele manifestou para o Governo consultar e acha que apenas dois serviços implementaram este serviço. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Vou responder mais uma vez a duas questões. Em relação à qualificação profissional, de facto, hoje em dia é muito simples requerer uma qualificação profissional para obter um licenciamento de exploração de clínica particular. Porque esta requisição é à base de uma entrega de documentos e não está sujeito a um concurso público, desde que tenham finalizado um curso de graduação em Medicina, sejam residentes em Macau, e não tenham um cadastro no registo criminal e que tenha um recinto para estabelecer a clínica. Há pouco, o Sr. Deputado Kou Hoi In focou uma questão, que creio que pode ser flexível, porque se eles quiserem e se estiverem dispostos, podem prestar serviços às associações de beneficência. Além do mais, também podemos procurar alguns médicos mais experientes, tal como disse a Sra. Deputada Leong Iok Wa, no sentido de os acompanhar. Acho que isto também traz muitas vantagens para os menos experientes e, deste modo, como têm um parceiro mais experiente, já seria muito mais fácil para eles registarem a sua actividade particular. Assim, acho que se pode resolver uma parte dos problemas. Relativamente à questão da publicidade, temos disposições nítidas que regulam esta situação, a lei nº30/95/M, e os SSM têm uma Comissão para a apreciação da publicidade. Diz claramente na lei que não é permitido fazer a publicidade de produtos que causem ameaça à saúde, e também demasiada publicidade em relação aos medicamentos e em que alguns deles dizem respeito ao anti-cancro, e isto não se pode publicar. A actual actuação dos SSM é responder dentro de 30 dias aos respectivos pedidos de publicidade. Neste ano, 50 pedidos foram recusados e podemos fornecer mais dados detalhados sobre esta questão. Presidente: Srs. Deputados, tenho agora 4 inscrições dos Srs. Deputados, gostaria de pedir para aproveitarem bem o tempo para fazerem a sua intervenção e depois vamos fazer um intervalo e continuamos mais tarde. Sr. Deputado Jorge Fão. Jorge Fão: Sra. Presidente, obrigado. Sr. Secretário: Eu tinha duas perguntas a fazer, mas depois de ouvir a resposta do Sr. Secretário sobre uma pergunta feita pelo meu colega Sr. Stanley Au, eu gostaria também de tecer algumas considerações sobre a questão das despesas a serem suportadas pelo próprio doente. Eu não discordo completamente desta filosofia, mas eu acho que em primeiro lugar a 35 Administração deve ponderar e merecer essa questão uma maior atenção, mas também deve ponderar muito bem, porque Macau está a atravessar um período muito difícil em termos económicos. Daí que a ser implementada tal medida, eu acho que se deve começar pelos doentes que têm, digamos que não têm dificuldades económicas. Deve começar portanto pelas pessoas mais abastadas. Este é uma consideração da minha parte. Agora tenho duas perguntas a fazer. Eu penso que o Sr. Secretário sabe perfeitamente que muitos países e territórios do Mundo existem uma instituição que se chama Ordem dos Médicos ou Ordem dos Enfermeiros. Portanto esta instituição serve-se para avaliar a qualificação profissional e não só, mas também a habilitação académica e profissional, particularmente a qualificação profissional, o desempenho profissional do próprio médico ou do enfermeiro. Há pouco, penso, que alguns colegas meus falaram mais ou menos sobre esta questão, mas eu gostaria de referir que não se trata de uma instituição somente para queixas. Mesmo que não houvesse lugar a queixa, eu acho que se trata duma instituição capaz de desenvolver o seu trabalho por moto próprio, ou seja, para avaliar o desempenho profissional do pessoal de saúde. Eu acho que é importante existir esta instituição em Macau. Eu penso que é chegado altura de a Administração de Macau pensar sobre esta matéria. Não é uma pergunta propriamente dita, mas é uma consideração da minha parte. Eu também - sugeria - junto a minha voz aos dos meus colegas para que a Administração pense e medite sobre esta questão de criar uma instituição do tipo da Ordem de Médicos existente no estrangeiro. Agora em termos de fornecimento, uma outra pergunta vai no sentido de a questão do fornecimento dos medicamentos aos doentes em Macau. Eu sei que a Administração dispende anualmente elevadas quantias para a aquisição e fornecimento de medicamentos aos doentes. Não é que estou contra esta política, estou a favor desta política, somente eu ponho alguma reserva no que toca ao controle no fornecimento dos medicamentos. Eu acho que a Administração está a gastar bastante dinheiro nesta área. Por isso, acho que a própria Administração deve exercer um maior controlo, talvez um controlo mais rigoroso no aspecto do fornecimento de medicamentos aos utentes. Outrora, eu estou a lembrar -outrora- porque trabalhei na farmácia do Governo, quando jovem - existia apenas uma farmácia que era a Farmácia do Governo onde era fornecido os medicamentos aos doentes. Hoje são as farmácias privadas que estão a fazer este trabalho no lugar da Farmácia do Governo. Eu não sei se este sistema é melhor ou pior. Neste aspecto não discuto. Eu também não tenho matérias para aprofundar ou analisar esta questão. Simplesmente gostaria de alertar da necessidade de exercer um controle muito rigoroso nesse trabalho, porque eu não sei - é uma pergunta que vou fazer - se é possível que o utente ou o doente consiga trocar o medicamento por outros produtos que se vendem nas farmácias? Eu não sei qual é o controle que está a ser exercido. Simplesmente estou a colocar esta questão. Não sei se é possível que um doente que queira portanto ao invés de ficar com os medicamentos poder ou não trocar com alguns rolos de papel higiénico, algumas caixas de pó para miúdo. Eu não sei se isto é possível. De maneira que era uma pergunta que gostaria de colocar. Obrigado, Sra. Presidente. Presidente : Sr. Deputado Fong Chi Keong. Fong Chi Keong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas. Acho que a questão da saúde em Macau é uma confusão. Mencionou-se claramente no relatório que o pessoal dirigente no actual sistema de saúde ainda não conseguiu intensificar as normas criadas por si próprio. De um modo geral, é considerado um fracasso, porque N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série são corruptos, porque têm acumulação de funções e ao fim e ao cabo, acho que o nosso sistema de saúde em Macau é um fracasso. A gravidade do problema acho que é notório e todos têm conhecimento. Há pouco, ouvi a explicação do Sr. Secretário e ele disse que não têm experiência acerca da reforma, e realmente, não compreendo, porque é que disse que não tem experiência para implementar uma reforma o que fez com que, até hoje, ainda não tenhamos conseguir ter uma reforma. Aguardámos várias vezes pela conclusão do relatório e, desta vez, temos de esperar até ao ano de 2003, e não compreendo como é que os membros trabalham. Como é que os membros da área da saúde fornecem opiniões favoráveis no aspecto da saúde em Macau e responsabilizam-se pela saúde dos residentes em Macau? Se não têm experiências, podem contratar alguém para fazer. Até a equipa de futebol da RPC conseguiu ir ao campeonato mundial! Será que a China também tem esta experiência? Porque é que não contratamos alguns especialistas nesta área para tratarem destas questões? Não tendo experiência e podendo deixar de proceder ao tratamento, assim, é muito fácil de desempenhar. Discordo absolutamente com esta atitude, a não ser que não tenham força e vontade, senão, certamente que não se irá basear num pretexto para deixar de tentar os melhores possíveis. Mesmo não exercendo funções nesta área, desde que se tenha esta intenção, já é o suficiente. Ora, não é preciso conhecer-se muito bem ou inteirar-se neste ramo, porque se tiver este conceito e se se tencionar encontrar especialistas nesta área para resolver estes problemas, também pode ser. Lembro-me que em Singapura, um dos serviços do Governo local contratou uma pessoa para assumir funções nesse serviço, mas que não pertencia a essa área, só que conseguiu lidar muito bem. Agora, todo o mundo está a uniformizar o sistema de saúde, e por isso, não é necessário limitar a procura de profissionais em Macau. Macau aplica, por ano, mais de 1 bilião de patacas na área da saúde, mas não sei o que é que fizeram. Qual é a situação de saúde que os cidadãos conseguem obter? Creio que alguns membros do Governo têm de assumir algumas responsabilidades, e não podem negligenciar os seus deveres. Espero que possam resolver bem estes problemas, caso contrário, espero que possam encontrar um outro emprego, já que não estão a envidar todos os esforços e nem têm esta intenção, e o melhor de tudo é dar a vez aos outros. Como é possível dizer aqui que "não é viável" e que "não têm experiências"? Estas palavras não deviam ser ditas aqui, proque isto deixa as pessoas desesperadas. Disseram que não é possível implementar uma reforma devido à lei, mas a lei é feita pelo homem e tem de progredir de acordo com a evolução dos tempos. Se encontrarem algo inviável, têm de alterar até se poder entregar à AL e nós alteramos o que não é viável. Não compreendo. Uma vez que se verificou um fracasso, um fenómeno de corrupção, de incapacidade e de irresponsabilidade no sistema de saúde de Macau, porque é que o Sr. Secretário não os castiga rigorosamente? Como é que o superior hierárquico no topo desta área, deve actuar, a não ser que não queira tratar e não se atreva a tratar? Gostaria de perguntar porque é que não têm coragem para enfrentar os problemas? Se têm medo de tudo, quer dizer que não se pode fazer nada. A minha intervenção foi muito directa. Obrigado. Presidente: Srs. Deputados. Sr. Deputado Au Kam San, se não se importar, vamos fazer agora um intervalo e depois vai ser o primeiro a intervir, pode ser? Obrigada. (Intervalo) Presidente: Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, Srs. Deputados, vamos continuar com a nossa reunião. Agora, convido o Sr. Deputado Au Kam San a intervir. 36 Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Queria acompanhar duas questões. A primeira questão já foi abordada anteriormente. Se não tencionam construir um hospital nas Ilhas, será que o Governo tem elaborado e estabelecido um mecanismo para prestar apoio médico urgente aos residentes das Ilhas, sobretudo nos dias de mau tempo e de congestionamento no trânsito, de modo a transportarem para o hospital em Macau com a maior brevidade possível? Há pouco, o Sr. Secretário respondeu que acrescentaram uma ambulância, mas acho que não é o suficientes, porque quando enfrentamos mau tempo ou uma situação grave de trânsito, se a ambulância é uma forma para enfrentar a situação, acho que é muito insuficiente. O actual Centro de Saúde das Ilhas fica junto do edifício Ocean Garden, e claro que se a terceira ponte for concluída conforme o previsto, creio que com esta terceira ponte podemos transportar os doentes o mais depressa possível para Macau, mesmo com mau tempo. Só que esta ponte leva, pelo menos, dois a três anos para ser concluída e dentro deste período, caso necessário, será que têm mais alguma medida para prestar apoio urgente? Quando estivermos sob um tufão ou sob um enorme congestionamento de trânsito, será que têm alguma medida a adoptar? Tal como recorrer-se ao helicóptero para transportar os doentes? Será que podem adoptar esta forma em caso urgente? Gostaria de ficar esclarecido acerca desta questão. Uma outra questão diz respeito ao facto de serem os doentes a assumirem as despesas. Há pouco, o Sr. Secretário Chui explicou que existem 3 modelos para qualificar o facto de serem os doentes a assumirem os encargos. Relendo o relatório da saúde, parece-me que a ideia dos doentes terem que assumir as despesas, devido às elevadas despesas e aos elevados custos para a saúde, por isso, esperam que os doentes possam assumir uma parte destas despesas. Creio que esta ideia é idêntica ao segundo modelo que o Sr. Secretário Chui explicou, porém, e de acordo com o que o Sr. Secretário Chui disse, a sua postura é o primeiro modelo, ou seja, para se reduzir o desperdício e para se elevar a eficiência. Se cobrassem propriamente uma despesa simbólica, a questão não era muito relevante, mas se pertencer ao segundo modelo, ou melhor, se se reduzirem os encargos financeiros, nestas circunstâncias, já é diferente. Os cidadãos preocupam-se muito, porque o Governo tem realmente custos de saúde muito elevados e perante esta situação de elevados custos na saúde, se os doentes tiverem que assumir uma parte destas despesas, mesmo assumindo metade ou um terço, também será muito grave, e daí, os cidadãos terem esta preocupação. Espero que o Governo possa esclarecer melhor esta questão. Se for mesmo verdade o que o Sr. Secretário referiu antes, que é apenas uma despesa simbólica que os doentes têm de assumir, é óbvio que não há nenhum problema. Mas se se verificar alguma alteração, o Governo deve ter em conta em reter os custos das despesas na saúde, e só depois é que se deve abordar a questão dos doentes terem que assumir as despesas. Obrigado. Presidente: Sra. Deputada Leong Iok Wa. Leong Iok Wa : Obrigada, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário Chui. Tinha uma questão para colocar, mas o Sr. Secretário Chui já deu a respectiva resposta, por isso, apenas gostaria de manifestar a minha opinião. O Sr. Secretário focou claramente que o futuro mecanismo para fiscalizar a qualidade da saúde é para todas as unidades que prestam serviços de saúde em Macau e para todo o pessoal profissional. Na verdade, este é um pedido forte por parte dos cidadãos, porque desejam receber estes serviços, quer a nível público, quer a nível particular, e através desta fiscalização, podem estar salvaguardados na N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série segurança e nos excelentes serviços de saúde. É por este motivo que concordo perfeitamente com este aspecto e espero que o Governo possa reforçar a fiscalização na área da saúde. Uma outra questão tem a ver com o percurso do desenvolvimento da saúde em Macau, sobretudo os médicos particulares das associações de beneficência sem fins lucrativos. Eles desempenham um papel importantíssimo nos serviços de saúde. Desde os anos 80, o Governo empenhou-se muito para desenvolver os cuidados de saúde. Os Centros de Saúde têm vindo a aumentar, pelo que a maioria dos serviços de saúde também foram transferidos para o Governo, mas espero que o Governo possa respeitar a história, tirando a maior rentabilidade possível dos recursos humanos experientes e capacitados. Entretanto, espero que no processo da reforma, o Governo possa respeitar as opiniões e a participação deles, oferecendo-lhes um mecanismo justo para competição. Espero ainda do fundo do coração que este conjunto de médicos experientes, que desenvolvem as suas actividades particulares, possam continuar a prestar bons serviços aos cidadãos de Macau. Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. Gostaria de acompanhar várias questões. A primeira prende-se com as queixas sobre os incidentes médicos, com as investigações e com o mecanismo de indemnização. Tenho agora comigo um Diário da AL em que se regista a apreciação das LAG do ano passado. Na altura, o Sr. Secretário disse que a queixa, o recurso e a indemnização, que estes 3 aspectos estão inter-relacionados, e é necessário criar-se um mecanismo para tratar as queixas e, naquela altura, já disse que vão começar a traçar os respectivos trabalhos. No entanto, vão começar a elaborar algumas leis que têm a ver com o mecanismo das queixas, dos recursos e da indemnização, e também disse que já prepararam um ano para a elaboração dos diplomas legais. Afinal, como está o ponto da situação? Será que já têm um projecto de lei? Este projecto de lei é muito provável que envolva os direitos de algumas pessoas e é normal que não baste um regulamento administrativo para se conseguir resolver a questão de uma lei. Só queria deixar isto muito claro. De seguida, vem o mecanismo que incide simplesmente sobre o sistema de saúde pública, ou será que também inclui toda a zona, ou seja, os incidentes médicos que surgem nos hospitais civis? Será que tanto um, como o outro, também podem obter um tratamento justo do mesmo mecanismo? Uma vez que se prepararam ao longo de um ano, creio que não se trata de uma concepção preliminar e que deve merecer algumas explicações. A segunda questão tem a ver com o facto de surgir um estudo sobre os recursos humanos na área da saúde. Quanto ao estudo, em si, uma vez que Macau é uma zona muito pequena, creio que não deve ser muito complexo. Mas será que tem a ver com o facto de haver demasiados serviços prestados pelos Centros de Saúde no sistema de saúde pública e, tal facto, faz com que se registe uma retenção no mercado particular? Ou será que é devido ao elevado número de médicos em relação à densidade populacional e, que por isso, faz com que o mercado não consiga permitir este excesso? No mecanismo da formação, depois de formarmos os talentos, se o mercado particular não conseguir absorvê-los, deste modo, o que é que adianta a formação? Isto merece um planeamento e um estudo profundo sobre os recursos humanos. Se não tivermos um quadro nítido, não podemos ver bem a questão. É natural que também tenhamos que ter em conta os dados que o Sr. Deputado Leong mencionou sobre a classificação etária. No fundo, acho que é apenas um dos factores para termos em conta. Acho que se deve desenvolver o planeamento deste estudo, embora não 37 esteja incluído nas LAG. Por último, queria dizer que, através da experiência que tenho na AL, sempre houve um debate constante sobre a carreira do sistema da saúde, inclusivamente qual o tipo de médicos não classificados. Será que existe neste mundo algum tipo de médico não classificado? Além disso, ainda temos os problemas que se suscitaram no seio dos dentistas. Será que um dos diplomas legais vai tratar destes problemas? Já que têm 10, será que também vão incluir todas estas situações? Finalmente, queria alertar para o seguinte. Dado que o Sr. Secretário respondeu que não é possível prometer para quando, ou melhor, a data concreta para se poder curar um doente. Claro que ninguém ia pedir uma coisa destas. O ponto fulcral a que eu pretendia chegar é a promoção do serviço da "Carta de Qualidade", ou seja, depois de ler os dados que nos facultaram, o CHCSJ e os Centros de Saúde não tiveram completamente em conta que vão levar a cabo este espírito. Nestas circunstâncias, acho que isto é inacreditável, e não pode ser. Se quiserem pôr em prática o conceito de promover um serviço de saúde de qualidade considere os utentes como o seu centro de atenção. É indispensável empenharem-se para alcançarem este objectivo. Devemos pensar nos problemas que vão aparecer à medida que se vai conseguindo alcançar uma qualidade na saúde, e certamente que os incidentes médicos vão sendo tratados por este mesmo sistema. Se os incidentes médicos não dizem respeito à qualidade da saúde, mas sim, da qualidade da prestação de serviços, devem ser canalizados ao serviço da "Carta de Qualidade" para efeitos de tratamento. Agora, estão misturados, porque todas as queixas são estudadas pelo pessoal das relações públicas. Um relatório de saúde abrange todos os problemas na prestação de serviços, a atitude do pessoal, os erros de dados e até os incidentes médicos, estão todos misturados. Como resultado, ninguém pode ficar muito satisfeito, porque todos acham que se forem atendidas pelos membros, que têm interesses entre si, ajudam uns aos outros. Espero que possam separá-los em dois sistemas no futuro, a fim de se tratarem de diferentes assuntos. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan. Vitor Cheung Lup Kwan: Sra. Presidente, Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas: Depois de ouvir a intervenção do colega Fong Chi Keong, tive uma grande impressão, porque ele referiu-se a uma grande confusão e creio que todos devem reconhecer. Mas porquê? A minha impressão é que, antigamente, muito membros de cargos superiores ou estrangeiros gostavam de frequentar o CHCSJ, porque os serviços que prestavam eram de excelente qualidade. Quanto ao Hospital Kiang Wu já era frequentado por nós os chineses e as pessoas em geral, pelo que ambos os hospitais tinham diferentes atitudes para tratarem pessoas diferentes. Relativamente à fiscalização por parte do Sr. Secretário, depois do retorno à Pátria, acho que houve uma melhoria. Quanto à melhoria do CHCSJ acho que o Governo, ou seja, o Sr. Secretário deve assumir uma enorme responsabilidade, e porquê? Porque o CHCSJ está sob directa dependência do Governo, por isso, tem todo o direito de fiscalizar cada despesa, o que já não acontece com o Hospital Kiang Wu, porque não sei como é que o tratam. No fundo, trata-se de uma instituição de beneficência, e quem é que toma uma decisão sobre as despesas internas, sobre os recursos internos, sobre o tratamento interno e as despesas do pessoal? Será que esta interferência cabe ao Sr. Secretário ou será que celebraram algum acordo? Espero que possam separar muito bem a estrutura dos dois hospitais, se quiserem melhorar o sistema de saúde em Macau, tornando pública, justa e imparcial a transparência, tal como disse o nosso Chefe do Executivo, senão, nunca N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série podemos resolver a questão da saúde. Os Srs. aqui presentes talvez tenham pensado que estou a atacar um determinado destinatário, mas não se trata nada disto, é apenas o que acho e o que sinto sobre a existência deste nível de dificuldade. Tal facto fez com que a remuneração do pessoal do CHCSJ pareça muito elevada, mas sei que não tem nada a ver com o Sr. Secretário, nem com o Governo, porque já foi fixado antes. Todos os médicos, enfermeiros e médicos assessores que provinham de Portugal, também tinham uma remuneração mais elevada, mas uma vez que o Hospital Kiang Wu é uma instituição de beneficência, teve o apoio da nossa Pátria, por isso, os médicos têm uma remuneração mais baixa. Só que, depois da reunificação, creio que muitas pessoas ficaram com um pensamento diferente, porque o volume de trabalho no Hospital Kiang Wu é igual ao do CHCSJ, pelo que também merecem de uma remuneração idêntica. Estamos agora entre a espada e a parede, e aquando da reforma, será que a remuneração do Hospital Kiang Wu vai elevar-se ou será que a remuneração do CHCSJ vai reduzir-se a fim de se aproximarem? Não sei quem é que consegue resolver este problema, e que talvez os trabalhadores dos hospital consigam dar uma noção. Quanto à questão do pessoal e da qualidade de serviços que os hospitais fornecem, creio que a maioria dos cidadãos devem ter conhecimento que não é muito favorável, por isso, espero que o Sr. Secretário possa separar muito bem a estrutura destes dois hospitais. Qual é a sua organização? Uma vez que é subsidiado pelo Governo, deve estar sujeito à supervisão do Governo e também deve ser mais justo, imparcial e aberto. Não pode, de maneira nenhuma, deixar dúvidas ou inclarezas nas suas contas a que ninguém possa ter conhecimento. Espero que o Governo possa prestar mais atenção a esta matéria. Por outro lado, falou-se na questão da medicina tradicional chinesa. Creio que a maioria dos residentes em Macau são chineses e os usos e costumes deles são assim. Por exemplo, quando estão constipados ou gripados, recorrem primeiramente aos médicos de medicina ocidental e depois recorrem a um médico de medicina tradicional chinesa para lhes receitar um chá doce. Assim, espero mesmo que os SSM possam encontrar meios para estabelecer uma unidade de medicina tradicional chinesa. No caso do Governo não dispor de recursos suficientes, pode pedir ajuda a algumas personalidades sociais, sobretudo os que têm interesse em investir e, deste modo, podiam constituir um hospital, porque um hospital de medicina tradicional chinesa necessita de uma instalação e de equipamentos muito mais baratos do que a medicina ocidental, e além disso, em termos da RPC, é muito fácil encontrarem-se médicos de medicina tradicional chinesa com fama, por isso, espero que o Governo possa ser mais aberto neste aspecto. Por sua vez, contribui-se para se reduzirem as despesas do Governo e também dá mais facilidades às pessoas que preferem a medicina tradicional chinesa, porque assim as pessoas podem assumir algumas despesas, ou então, podem fazer na medida do possível como os outros hospitais, dando um subsídio. Deste modo, por um lado, contribui-se muito para se intensificar a opção dos cidadãos em Macau e, por outro lado, também se contribui para se reduzirem as despesas do Governo. Espero que o Sr. Secretário possa dar uma satisfação em relação a estas questões e ao relatório em causa. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tong Chi Kin. Tong Chi Kin: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas: A propósito da política da saúde, todos os anos no debate das LAG da AL, desde o ex-Governo até agora, continua a ser um ponto muito quente para debate e com muitas críticas. Também é uma das ocasiões 38 para se reflectirem as opiniões dos cidadãos, porque a verdade é que o ciclo da nossa vida é nascer, envelhecer, adoecer e morrer. Tudo isto depende da área da saúde, especialmente a doença, só que o parto em Macau é gratuito, o que já não acontece com a morte. No que diz respeito à reforma da saúde, uma vez que só dei uma vista de olhos no relatório, basicamente, acho que todos os serviços e cuidados de saúde da política da saúde, também implicam o ciclo de vida, ou seja, nascer, envelhecer, adoecer e morrer. Nesta óptica, e em termos básicos, concordo com o facto de "passar do melhoramento até a uma reforma", porque senão, aqui ainda não têm medidas perfeitas e ali faz-se uma reforma à pressa. Assim, toda a qualidade da saúde vai por água abaixo. A questão reside no facto de como se melhorar. Será que a melhoria vai ser rápido? Alguns aspectos devem ser acelerados. Sinceramente, acho que é fácil de ser comentador, mas, na verdade, o conjunto de problemas que estamos a enfrentar, talvez os meus valores estejam incorrectos. No ano de 1997, investimos na área da saúde cerca de 700 a 800 milhões de patacas. Creio que todos se devem lembrar que, no ano de 1998, o nosso ex-Governo conseguiu prever que as nossas receitas financeiras naquele ano não iriam ser muito favoráveis, por isso, exigiu-se a todos os funcionários públicos e a todos os serviços públicos para conterem 5% nas despesas. Tanto no ano de 1998, como no ano de 1999, também se impôs a mesma exigência. Acontece que todos os anos investimos quase mais 100 milhões de patacas na área da saúde e até hoje o montante a investir é mais de 1.1 biliões de patacas. Isto quer dizer que os outros serviços têm de conter, e que mesmo não contendo, também não se permite um aumento, o que já não acontece com a área da saúde, porque não se registou uma contenção, antes pelo contrário, continua-se a registar um aumento de uma média de 100 milhões de patacas anualmente. Há muitos anos atrás, cheguei a pedir à Sra. Secretária-Adjunta Ana Peres, naquela altura para construir um hospital nas Ilhas e também debatemos esta matéria durante muito tempo. Hoje, continuamos a ter o mesmo pedido sobre a construção de um hospital nas Ilhas. Porque é que demoraram tantos anos e ainda não conseguiram satisfazer o pedido? Como é que podem salvaguardar os residentes das Ilhas? Especialmente agora que o número de residentes tem vindo a aumentar significativamente? No passado, já tínhamos este pedido e quanto mais agora? Como é que podemos garantir que os residentes possam receber uma assistência médica atempada quando for necessário? Estamos muito preocupados com os residentes das Ilhas. Mas se construirmos mais um hospital, não sabemos em quanto vão aumentar as despesas, e este também é um problema que temos de enfrentar. Há pouco, o Sr. Secretário fez referência a uma entidade, não foi? Já não me lembro, só sei que é para garantir as necessidades e prestar emergência apropriada e atempada. O ponto fulcral reside nesta questão. Em termos de políticas, se conseguirem garantir que os residentes das Ilhas possam ser atendidos urgentemente quando necessitam, só receamos o caso do encerramento da ponte. Uma vez que se registaram, e ainda se registam muitas críticas sobre a política da saúde pública, será que podemos acelerar um pouco mais? A ideia de "acelerar" quer dizer que, os residentes em Macau, quando estiverem doentes, podem ser consultados nos Centros de Saúde gratuitamente, e pensando melhor, trata-se de um benefício muito bom de Macau. Acontece que tenho outras opiniões em relação a dois assuntos. Porque é que as pessoas do exterior quando vão às consultas nos Centros de Saúde, também não precisam de pagar? Ao menos, exigiam os custos. Esta questão também já foi debatida ao longo de muitos anos. Antigamente, chegaram a responder-me que se quisermos cobrar dinheiro aos estrangeiros pelo serviço que receberam nos Centros de Saúde, para além de termos que contratar mais uma pessoa para a caixa, ainda teríamos de contratar mais um contabilista, e por dia, quanto dinheiro é que podíamos cobrar? N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Calculando bem os custos, nem são suficientes para pagar um funcionário da caixa. Esta foi a resposta que me deram no passado, mas será que é racional? A política da saúde pública é para os residentes de Macau e não para os residentes do exterior. Não sei se esta questão já foi resolvida, ou não. Uma outra questão também tem a ver com a política da saúde pública. Concordo perfeitamente que determinadas doenças não deviam estar sujeitas ao pagamento, tal como algumas doenças graves como a tuberculose, ou então, o parto, que é um assunto que merece estarmos satisfeitos e claro que não se paga nada. Quanto aos idosos que têm 65 anos, também concordo que as consultas nos Centros de Saúde devam ser gratuitas, mas discordo com o desperdício, porque o desperdício pode gerar grandes despesas económicas, tal como alguns actos pouco correctos existentes neste momento. Por exemplo, o desperdício de medicamentos. Este problema sempre residiu e gerou elevados custos. Um outro assunto prende-se com as despesas para o tratamento médico no exterior. Na altura, quando atingiram 30 e tal milhões de patacas, originaram-se muitos comentários. Agora, não sei qual é o valor concreto para as despesas de tratamento médico no exterior, calculo que devem rondar à volta de 80 milhões de patacas, mas ainda continua a aumentar, e que tipo de problema tal facto nos demonstra? Têm sempre as suas razões. Macau tem poucos exemplos de doenças de entre muitas especialidades. Para ser franco, os dois hospitais de Macau... Há coisas que receiam uma comparação. Algumas pessoas diziam que ficavam mais tranquilos quando eram tratadas em HK, outras dizem que o curamento em HK é mais rápido e que o período de internamento também é mais curto. As cirurgias são melhores e as feridas cicatrizam melhor, portanto, existem todos os tipos de razões. Estou muito atento ao aumento verificado na despesa para o tratamento médico no exterior, e como é que podemos reduzir esta despesa? Não há dúvida que tem de depender do nível dos nossos médicos, dos equipamentos para o tratamento e da qualidade da prestação de serviços. Seja como for, apesar de atrasarmos um pouco, mas já temos um relatório feito e que vai ser estudado muito em breve, tal como disse o Sr. Secretário que se vão criar muito em breve uma Comissão. Esta Comissão vai desenvolver estudos sobre todos os problemas existentes e a reforma em causa. Acho que posso depositar confiança, porque vai ser diferente do passado. Devem caminhar neste sentido e, pessoalmente, concordo perfeitamente com este rumo. Por outro lado, queria colocar uma opinião. Temos muitos problemas relacionados com os respectivos regimes. Porque é que necessitamos dos regimes? É justamente devido à existência de legislação, pois só com a existência de normas e disposições é que temos os regimes. Não será que alguns merecem um estudo acelerado e uma reforma? Alguns Deputados pronunciaram-se sobre a política da medicina tradicional chinesa, e também me preocupo muito com esta matéria. Creio que muitas pessoas procuram consultas nos médicos de medicina tradicional chinesa. A nível mundial, eles são cada vez mais procurados, porque adoptam produtos naturais de medicina. Recentemente, alguém me disse que nos EUA e na Europa estão agora a competirem. Eles têm bons critérios para inspeccionarem os medicamentos naturais exportados pela RPC, e até ouvi dizer que a composição ou os ingredientes dos medicamentos naturais são muito bem recebidos. Uma determinada pessoa fez uma previsão para os futuros 10 anos, e muitos medicamentos da medicina tradicional chinesa vai substituir os medicamentos ocidentais, e depois de ter conhecimento, acho isto muito favorável. Os estrangeiros também prestam muita importância ao estudo da medicina tradicional chinesa, por isso, acho que esta política merece uma avaliação, porque, na qualidade de uma política da saúde, respeito muito as palavras proferidas pela Sra. Presidente e não me vou 39 pronunciar demasiado. Apenas gostaria de abordar em torno da política da medicina tradicional chinesa. Face a esta questão, muitas pessoas acham que o tratamento da medicina tradicional chinesa demora mais que a medicina ocidental, e alguns acham que a medicina tradicional chinesa não é viável e que acarreta de uma cirurgia da medicina ocidental. Todos estes conceitos são muito antigos. Ainda existem algumas pessoas que acham que a medicina tradicional chinesa depende somente da avaliação da circulação das artérias e veias, e que a receita de medicamentos depende da experiência. Os que são mais atrevidos, receitam medicamentos mais fortes, e sem nenhum argumento. Porém, acho que as pessoas já conseguiram ultrapassar esta barreira de dúvidas. Será que também acham que não há um argumento? Macau tem muitas condições favoráveis, porque fica muito perto da China e agora a nossa Universidade Tecnológica também tem uma Faculdade de Medicina tradicional chinesa. Tenho conhecimento que nas zonas vizinhas também promovem esta especialidade. Deste modo, sugiro que efectuem uma avaliação à política da medicina tradicional chinesa o mais depressa possível. Entretanto, apelo aqui aos nossos membros e aos nossos médicos que o conceito, em si, merece de uma actualização, não se pode ser antiquado porque senão ficaremos muito atrás dos outros. Cito um outro exemplo a que muitos Deputados questionaram, mas acho que necessita de estudo. Todos os anos, são 70 pós-graduados da medicina, e o que é que eles pretendem? Eles exigem desenvolver-se no aspecto do profissionalismo e sentem-se preocupados, porque todos eles querem trabalhar num hospital público. Agora, já são mais concretos e realistas, porque não têm este pensamento. Cito mais um exemplo. Os médicos que estão a desenvolver a sua actividade particular estão recentemente com dores de dentes e ainda por cima são dores graves, porque o número de consultas tem vindo a reduzir significativamente. A vida deles está difícil, e para além do Governo ter acelerado a lista de espera das consultas, ainda são gratuitas, portanto, o negócio deles torna-se cada vez mais difícil. Na verdade, não é possível o Governo assumir todas as despesas para a área da saúde, nenhum país faz isto, e é por isso que existem médicos particulares, o Hospital Kiang Wu e outras clínicas particulares. Acho que esta situação é a mais apropriada. Será que é necessário alterar-se o regime do aspecto do estágio dos médicos da clínica geral do passado? Inicialmente, os licenciados em Medicina que regressarem não deviam estar sujeitos a este regime. De momento, acolheram apenas 20 médicos de uma forma muito difícil, porque tiveram que ser examinados e passaram por um estágio de 2 anos ou de 18 meses, e depois não são todos acolhidos. Parece-me que o índice auferido para o estágio é 475 pontos; 475 pontos vezes 12 ou 14 meses, e se receberem este índice remuneratório e não forem acolhidos depois do estágio, certamente que têm de procurar uma outra oportunidade para não receber menos que este índice. Na realidade, existem muitas pessoas que não passaram por esta fase de estágio, e para os médicos que frequentaram 5 anos de curso, não será que devemos alterar este regime? Não precisamente de dar 400 e tal pontos, apenas prestamos mais importância para fornecer uma oportunidade de estágio. Não há dúvida que frequentar o estágio no hospital é árduo e há muitos trabalhos para fazer, pelo que devem receber um montante adequado para sobreviverem. Porém, não se deve basear no índice 475 da Função Pública, porque podemos aplicar esta verba para formar muito mais licenciados em Medicina. Uma vez que formam e não prometem em acolhê-los, depois de serem formados e terem o estágio, vão desempenhar funções de médico particular. Acho que merecem um incentivo e, deste modo, os recursos podem ser aplicados da melhor forma. Para subsidiar a vida deles não tem de ser o índice 475, uma vez N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série que o Governo possui este montante de recursos, pode fazer com que a maioria dos pós-graduados em Medicina possam receber uma formação e estágio. Tal facto também pode contribuir para evitar um contentamento por parte dos acolhidos e uma aflição por parte dos não acolhidos. Este regime semelhante, acho que merece ser estudado, porque embora não vá influenciar muitas pessoas, mas traz muitas influências para o futuro. O princíp io das despesas serem assumidas pelos doentes, receio este debate e como é que vamos introduzir uma alteração. Acho que "as despesas devem ser assumidas pelos doentes condicionais", e se se disser simplesmente que "as despesas devem ser assumidas pelos doentes", creio que não seria viável. A minha ideia vai no sentido de garantir à comunidade carente, aos idosos, aos doentes que necessitam de cuidados médicos, que tomamos conta deles sob o pressuposto de executar o conceito "das despesas serem assumidas pelos doentes". Algumas pessoas pobres que têm subsídio da segurança social são os destinatários que devemos cuidar, e para o tratamento de algumas doenças "as despesas devem ser assumidas pelos doentes condicionais". Se disserem apenas que "as despesas devem ser assumidas pelos doentes", cobram todos os custos e depois é que são vistos pelos médicos se têm, ou não, dificuldades ou se podem, ou não, ser isentados. Com certeza que não vai ser assim. Devem definir-se previamente os respectivos critérios. Ora, têm de executar o espírito "das despesas serem assumidas pelos doentes" sob uma protecção social e uma política de saúde pública. Se tiverem dinheiro, está sujeito ao pagamento. Acho que esta política dos doentes assumirem as despesas necessita de uma premissa e de condições para ser executada. Por exemplo, se tiver 65 anos de idade, deve continuar a beneficiar do regime da segurança social, e isto é racional. Como não tenho muito tempo para intervir, por enquanto, não avanço mais. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Jorge Fão. Jorge Fão: Obrigado. Sra. Presidente, Sr. Secretário: Vou tomar um pouco o discurso daqui do meu colega Tong Chi Kin. Eu acho que a Administração está-se a dispender cerca de 12 biliões, cerca de 11 biliões por ano para a área da saúde. Eu não sei se estou em erro em termos numéricos - salvo erro são 11 biliões por ano. Eu penso que nem é muito dinheiro, embora haja alguém que diga o contrário, porque 11 biliões são cerca de 3 mil patacas por ano por pessoa. Eu pessoalmente estou a descontar cerca de 2 mil e tal patacas por ano para a Administração de Macau para poder usufruir digamos os cuidados de saúde da Administração de Macau e raras vezes aproveito a gratuitidade desses cuidados e desses privilégios. Eu penso que o sistema de saúde - os cuidados de saúde em Macau se não é bom eu penso que pelo menos se poder considerar bastante razoável. Eu digo isto porque basta ver a expectativa de vida dos cidadãos de Macau. Através da expectativa devida é fácil de descobrir se os cuidados de saúde são boas ou se são más. Penso que as pessoas devem andar poder viver até 72 ou 76 anos, consoante o sexo. Eu não tenho a certeza desses números, mas lembro-me ter lido isto algures, não é. Se os bons médicos - médicos que são bons ou são maus e se o vencimento dos médicos é elevado, isto tudo também tem a ver com a qualidade dos médicos. Ora eu de facto fiquei um bocado confuso e eu penso que o Secretário deve estar muito mais confuso em termos de pessoal, porque ainda há dias alguém disse aqui que nós temos excesso de trabalhadores que parece que há uma redundância em termos de trabalhadores da Função Pública. Mas hoje já oiço dizer que vai haver nos médicos que são capazes de perder o emprego e já pede o Sr. Secretário considerar para ver se pode aproveitar estes médicos, está a 40 ver. Depois ainda dizem que o ordenado é alto. Ora, e ainda alguém disse há pouco que os médicos não são bons, o hospital não tem bons médicos - o outro hospital só quer dinheiro e o outro só quer a nossa vida. Eu não sei se é bem assim. Ora se quiser de facto um bom hospital há que pagar. Tudo o que é bom tem de pagar bem. O fato que a gente traz aqui se quiser um bom fato também tem de pagar bem, não é? Se quiser um bom par de sapato também tem de pagar bem. Daí que eu acho que se quiser um bom técnico - um técnico de saúde bom - há que pagar caro, em qualquer parte do Mundo, não é só em Macau. Se fomos comparar o salário ou vencimento dum médico de Macau com o salário praticado na China, no Vietname ou na Camboja evidentemente que é alto - o salário é alto. Agora se vamos comparar o salário de um médico de Macau com o de Hong Kong, não sei se é alto, se calhar é muito baixo. Portanto, tudo isto é muito relativo, consoante o nível de vida do território, consoante também uma séria de circunstâncias. São as tais circunstâncias e as tais especificidades do território. Também gostaria de falar um bocado sobre o subsídio, porque eu há pouco ouvi falar sobre o subsídio que era concedido ao Hospital Kiang Wu. Eu não sei em que moldes são concedidos esses tipos de subsídios. Eu não sei, por acaso desconhecia. Eu gostaria depois que o Secretário nos explicasse como é que foram e que são concedidos esses subsídios. Mas de facto se um hospital privado recebe subsídios do Estado, eu penso que há que prestar contas. O Estado, neste caso a Administração, tem todo o direito de fiscalizar as contas desse estabelecimento hospitalar. Se o Estado, a Administração neste caso, presta subsídio às escolas - escolas privadas, também parece que há que ter um certo controle das despesas escolares. Há um certo controle nas contas da escola. Eu não sei se isto tem estado a fazer - eu desconheço por acaso - mas eu gostaria de facto que a Administração nos explicasse como é que é concedido o subsídio, se estes subsídios são concedidos anualmente, em que moldes, em que valores e se estão ou não sujeitos à fiscalização do Governo. Eu penso que um hospital privado - aquilo que eu saiba nenhum hospital privado em Hong Kong recebe subsídio algum. Possa ser que eu esteja enganado. Claro as pessoas podem-me dizer que há em Macau a tal especificidade. Portanto em defesa da dama pode-me responder bem Macau é um território muito específico. Por isso, nós temos de dar subsídio. Eu aceito esta explicação. Mas porque eu não posso aceitar é que depois de conceder estes subsídios todos não houvesse uma fiscalização rigorosa daquilo que é dispendido. Obrigado, Sr. Secretário. Presidente: Gostaria de perguntar se algum dos Deputados quer manifestar a sua opinião acerca deste tema? Se não quiserem, Sr. Secretário, será que posso convidar para responder às questões levantadas? Antes e depois do intervalo, intervieram cerca de 9 Deputados sobre esta matéria. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Srs. Deputados: Vou tentar seguir a ordem das perguntas para dar a minha resposta. Em primeiro lugar, tenho a questão do Sr. Deputado Jorge Fão que diz respeito à despesa que os doentes têm de assumir. No relatório mencionou-se que algumas pessoas que não têm dificuldades económicas, e será que elas têm de assumir uma parte das despesas para a saúde? De facto, os funcionários públicos também contribuem com uma parte, todos os meses, dado que eles descontam 0,05% para as despesas da saúde. Acho que uma parte das despesas assumidas pelos doentes condicionais, trata-se de um rumo que vamos reflectir. Mas antes já tinha dito que, devido à actual situação dentro de um curto espaço de tempo, (também é para responder á questão que o Sr. Deputado Au Kam San colocou), não vamos ter em conta em adoptar a N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série forma de relacionar a qualquer custos. Em todo o caso, esperamos que os cidadãos possam conhecer a ideia "das despesas assumidas pelos utentes", porque necessitamos de um estudo profundo no futuro, no sentido de definirmos um plano. Em relação à questão da Comissão dos médicos e dos enfermeiros e da Comissão dos profissionais, em muitos países e zonas, são estas Comissões profissionais que reconhecem a qualificação, que avaliam e que fornecem critérios nos serviços. Esta garantia é para ambas as partes; aquela que recebe os serviços e os profissionais que prestam serviços. Temos aqui um mecanismo mais justo para que ambas as partes possam ter um tratamento justo. Creio que este rumo de desenvolvimento no futuro é correcto, e também posso prometer que nos vamos empenhar para estes trabalhos. No que diz respeito aos medicamentos, francamente, já chegou a altura oportuna para o Governo rever a sua aquisição de medicamentos. Neste momento, esta aquisição é feita basicamente através de dois canais; uns medicamentos para o uso do CHCSJ e outros medicamentos para o uso dos Centros de Saúde, o que abrange aproximadamente 30 milhões de patacas por ano e é através de concurso público. Relativamente aos medicamentos usados nas urgências e nas consultas, são cerca de 60 milhões de patacas, e o seu fornecimento é através do protocolo celebrado com a Associação da Farmácia de Macau. Creio que a questão que o Sr. Deputado Jorge Fão focou, é pertinente e também a estamos enfrentar, porque os medicamentos que adquirimos é através de um acordo de uma associação o que suscitou alguns problemas no passado. Por exemplo a mudança de alguns medicamentos e de alguns preços, que também foram apontados claramente no relatório da consultadoria. Cito um exemplo. Um determinado medicamento custa 290 dólares em HK e em Macau custa 450 patacas. Isto mostra-nos claramente que é devido à questão da única unidade de fornecimento. Mas, nós, na qualidade de Governo, certamente que respeitamos o espírito do contrato celebrado, e creio que depois de chegar ao prazo do contrato, vamos reconsiderar em fazer um concurso público para o fornecimento de todos os tipos de medicamentos. O mais importante ainda está relacionado com os interesses e com os benefícios dos doentes. No aspecto das urgências, esperamos criar uma farmácia para que os doentes não necessitem de se deslocar à farmácia depois de uma consulta nas urgências. Isto não é favorável para os doentes, sobretudo para os doentes que acabam de receber um serviço médico nas urgências, e que ainda têm de ir a uma determinada farmácia para levantarem os medicamentos para poderem regressar a casa. Acho que se trata de uma opinião muito favorável e vamos acompanhá-la neste sentido. Também queria complementar um pouco sobre a questão que o Deputado Fong Chi Keong aludiu. Primeiro; quando disse que não temos experiência, refere-se ao processo de tradução, porque na verdade não temos esta experiência e é a primeira vez que traduzimos um documento em inglês para o português e para o chinês. Segundo; o ano de 2003 que foquei, refere-se ao estudo feito pela Universidade dos EUA a contrato de HK e não se refere a que Macau tenha de fazer um outro estudo. Já temos uma redacção para acompanharmos e para trabalharmos. Quanto à camada dos novos dirigentes, de facto, fomos nomeados num curto espaço de tempo e somos ainda muito novos no aspecto da experiência. Tal como disse antes que estamos decisivos e convictos em desempenhar estas funções, e acreditamos que com toda a equipa que temos, temos capacidades para chegar a esse objectivo. Podemos prometer aqui a todos os cidadãos de Macau que vamos ser muito sérios e vamos estar empenhados em desempenhar as tarefas para a reforma. Confesso que se algum dos funcionários dos nossos SSM cometer alguma ilegalidade administrativa ou cometer algum acto ilícito, Macau tem meios suficientes para o colocar nas malhas da lei. Acho que nenhum dos dirigentes vai tolerar isto, porque é um espírito 41 de direito em Macau e de uma sociedade de direito. Questionou-se se podemos fazer da melhor forma, e não me atrevo a responder absolutamente, mas só espero que possamos melhorar o nosso actual sistema de saúde e desenvolver os trabalhos da melhor maneira para uma reforma. Em termos de uma avaliação geral, será que o nosso actual sistema de saúde em Macau é realmente assim tão fraco? Será que se chegou a um ponto em que nada se dá para aproveitar? Francamente, pessoalmente, acho que não. O que é que o nosso sistema de saúde em geral pretende? É para proteger e promover a saúde dos nossos cidadãos comuns, entretanto, esperamos que, dentro da nossa previsão, possamos fornecer serviços de excelente qualidade, no sentido dos doentes poderem receber verdadeiramente estes serviços. Este motivo histórico deixado a longo prazo, provocou muitos problemas a Macau, e podemos olhar novamente para a nossa história. Nos anos 80, as associações particulares, as associações de beneficência e os médicos particulares, ocuparam uma maior proporção no fornecimento de serviços no nosso sistema de saúde em Macau e, naquela altura, a participação por parte do Governo era muito reduzida. Desde o desenvolvimento dos anos 80 até ao presente momento, a participação do Governo ocupa uma proporção muito elevada e ainda vai aumentando cada vez mais. Na qualidade de membro da Organização Mundial de Saúde da zona Oeste do Oceano Pacífico, em termos de indicadores, os nossos cuidados de saúde básicos conseguem atingir um certo nível. A idade média de vida do sexo masculino é 78 anos e do sexo feminino é 81 anos, por isso, conseguiu-se chegar aos objectivos desejados. Com esta explicação, não tenho intenção de dizer aos Srs. Deputados que desempenhei muito bem as minhas funções. Temos cerca de 2 mil colegas nos SSM, e tenho de dizer isso por eles e a maioria deles cumprem os seus deveres com lealdade. No caso de estar nesta posição e não conseguir dirigir bem para pôr a nossa futura reforma na prática, também sinto vergonha e incapaz perante o Governo da RAEM e a nossa Pátria. Deste modo, posso garantir que vamos envidar todos os esforços e que receberemos as críticas com muito agrado. O Sr. Deputado Au Kam San fez referência ao centro de emergência da Ilhas em caso de tufão ou catástrofe. Dado que efectuámos uma avaliação à taxa de internamento, que não é elevada, o nosso hospital ainda tem espaço para acolher os doentes, e por isso, o nosso método é criar um hospital diurno nas Ilhas. Achamos que, através da comunicação social electrónica e do nosso sistema de comunicação, quando detectarmos previamente que se vai suscitar algum incidente, com a coordenação da segurança, sobretudo do centro de protecção civil, transferimos algum pessoal médico para o centro de cuidados médicos das Ilhas, e de um modo geral, acreditamos que podemos resolver esta questão. No entanto, os doentes mais graves, se necessitarem mesmo da intervenção cirúrgica, através da coordenação da segurança, transportamos os doentes para o CHCSJ de Macau para serem tratados. Depois do processo de avaliação, achamos que conseguimos tratar da questão com eficácia. Há pouco, o Sr. Deputado Au fez referência ao facto das "despesas serem assumidas pelos doentes", com o que concordo perfeitamente. Neste momento, ainda não implementámos concretamente a reforma, e com este ambiente económico, não vamos de maneira nenhuma tentar relacionar os custos com os custos flutuantes. Só esperamos continuar a fornecer serviços e a cuidar da comunidade mais carenciada que necessita do nosso apoio. Entretanto, os 13 tipos de pessoas que conseguem obter gratuitamente na saúde regulada na lei, vão continuar a usufruir este direito. Porém, eu, na qualidade de responsável nesta área, não posso deixar de referir o futuro rumo, que devemos reflectir e que vamos planear. A Sra. Deputada Leong Iok Wa mencionou a futura fixação da N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série posição das associações de beneficência sem fins lucrativos e dos médicos particulares. Há pouco, já expliquei que a futura elaboração da lei ou do diploma legal vai ser em pleno, e também temos em conta o relatório nítido da Organização Mundial da Saúde. Temos de ter em conta as associações de beneficência e os médicos particulares. Na importância do sistema de saúde geral em Macau, esperamos que eles possam receber uma formação contínua, com vista a fornecerem bons serviços. O pessoal médico modernizado, para além da formação contínua da sua especialidade, ainda existem dois aspectos que têm de aprender constantemente; um é a tecnologia da informação e o outro é a obra dos seres vivos. Todos estes aspectos carecem de uma formação frequente, a fim de fazer com que os destinatários dos serviços de saúde possam receber os melhores serviços. O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong sugeriu para elaborarmos uma lei destinada aos incidentes médicos. Será que é para aplicar, em pleno, em Macau? Posso dizer com toda a franqueza que, certamente, vai ser aplicado, em pleno, para todos os tipos de incidentes médicos verificados em Macau. Esta lei, para além de ter como finalidade proteger os consumidores, em simultâneo, protege também os fornecedores que prestam serviços de saúde. Achamos que é necessário haver um mecanismo justo, para que se possa obter um tratamento favorável no caso de se enfrentarem situações de injustiça e de incidentes médicos. Através do projecto de lei que submetemos sobre a saúde em Macau, que vai definir claramente esta situação e, na altura, espero que possam fornecer mais opiniões. O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong referiu mais uma vez a implementação do serviço da "Carta de Qualidade" no CHCSJ e nos SSM, e concordamos plenamente e vamos colocar a sua implementação numa ordem prioritária. Vamos fazer todos os possíveis e com a maior brevidade possível para a pôr em prática. O Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan focou a questão dos recursos internos e da organização do CHCSJ e do Hospital Kiang Wu. De facto, todos têm conhecimento que a Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu já foi criada há 130 anos, e no passado, ela tem contribui muito para o sistema de saúde em Macau. Especialmente antes dos anos 80, em que ela se responsabilizou pela maioria da responsabilidade de internamento, no seio de vários catástrofes e calamidades. A verdade é que ela contribui muito para o bem estar e para a saúde favorável dos residentes em Macau. Mas com a evolução dos novos tempos, fomos visitar os dois hospitais. O CHCSJ tem um melhoramento e um rumo de reforma visível e nítido, e podemos verificar expressamente na redacção. Quanto ao Hospital Kiang Wu, como é que vai ser alterado e como é a aplicação de recursos? Vou responder, ao mesmo tempo, à questão que o Sr. Deputado Jorge Fão colocou. Neste momento, o Governo tem um montante definido para subsidiar ao Hospital Kiang Wu. No ano de 2002, vamos conceder 136 milhões de patacas, e verificou-se um aumento de 12%. No ano de 2001, também se verificou uma certa proporção, e estes dados podem ser todos públicos, de maneira que posso facultar estes dados aos Srs. Deputados. Ora, temos essencialmente vários recursos a atribuir ao Hospital Kiang Wu e ele também presta um grande volume de serviços, inclusivamente alguns serviços de "aquisição de vagas". Estes são serviços que o Hospital Kiang Wu nos fornece e que são sujeitos ao pagamento, o que também inclui algumas infra-estruturas, algumas formações e ainda os serviços funerários, porque o Hospital Kiang Wu também assume uma responsabilidade importante de saúde em Macau, por isso, o Governo tem necessidade de patrocinar este hospital. Tal como disseram os Srs. Deputados, já que este fenómeno foi formado na história, também é uma realidade objectiva. Neste momento, ele 42 continua a ocupar uma proporção enorme, mas o seu futuro rumo de desenvolvimento depende da decisão da Associação de Beneficência do Kiang Wu, porque é um hospital dirigido por uma associação de caridade. Quanto ao desenvolvimento da medicina tradicional chinesa e o desenvolvimento do hospital da medicina tradicional chinesa, temos neste momento o Centro de Saúde de Fai Chi Kei que tem consultas de medicina tradicional chinesa. Macau tem muitos chineses, especialmente as pessoas idosas, que adoram ser consultadas por médicos de medicina tradicional chinesa. Apoiamos absolutamente as associações que desenvolvem estes trabalhos e, agora, também apoiamos muitas outras associações que desenvolvem os serviços de medicina tradicional chinesa. Para desenvolver um hospital de medicina tradicional chinesa é muito mais fácil do que desenvolver um hospital com medicina ocidental e com medicina tradicional chinesa, porque de uma base teórica é completamente diferente. Um hospital com a fusão das duas medicinas, tem exigências relativamente enormes nos recursos, pelo que apoiamos muito as associações a desenvolverem este aspecto e fazemos todos os possíveis para que se possam articular. O Deputado Tong falou na questão de enviar os doentes ao exterior para receberem tratamento médico. No ano de 1999, aplicámos 38 milhões de patacas, e no ano de 2000, foram 37 milhões de patacas e, de acordo com a estatística, desde Janeiro até Outubro do ano de 2001, foram 26 milhões de patacas. Todos os casos foram submetidos à Comissão para tratamento médico no exterior e foram casos de doença que em Macau não se consegue fornecer estes tratamentos. Esta Comissão é directamente dirigida pelo Director do CHCSJ para as pessoas receberem tratamento médico no exterior. Quanto aos medicamentos e ao desenvolvimento da medicina tradicional chinesa, temos agora 11 médicos, com uma graduação na Faculdade de Medicina Tradicional Chinesa, e temos 184 médicos de medicina tradicional chinesa. Portanto, existem muitos médicos de medicina tradicional chinesa em Macau e temos muitos recursos humanos nesta área. Respeitante à formação de medicina que o Sr. Deputado Tong Chi Kin aludiu, sobretudo a mudança do regime de formação dos pós-graduados em medicina, concordamos muito com este aspecto. Acho que a formação que eles vão receber não é necessário que se relacione com os 475 pontos remuneratórios da Função Pública. Aceitamos esta sugestão e só necessitamos de tempo para esta alteração. O Sr. Deputado ainda invocou a questão dos doentes que assumem as despesas. Há pouco, já respondi a esta questão e também concordo que estas despesas devam ser assumidas por doentes condicionais. O Sr. Deputado Jorge Fão mencionou que despendemos 11 biliões de patacas. São cerca de 3 mil patacas por ano por pessoa, e verificaram-se estes valores numéricos na qualidade e nos indicadores de vida. Já expliquei anteriormente a situação geral da actual saúde em Macau, o subsídio atribuído ao Hospital Kiang Wu, e concordo perfeitamente que quando se recebe um subsídio, este deve estar sujeito a uma fiscalização de um princípio básico. Na área do ensino também estamos a implementar neste momento este princípio. Porém, quanto à perda de emprego por parte dos funcionários públicos ou médicos, o nosso relatório de avaliação sobre a saúde não fez nenhuma menção sobre esta matéria, e creio que a companhia de consultadoria deve compreender que é muito importante os serviços que o pessoal em cada serviço presta. Sra. Presidente, creio que respondi basicamente a todas as perguntas. Presidente: Agradeço muito a resposta por parte do Sr. Secretário. Agora, convido o Sr. Deputado Fong Chi Keong a intervir. Fong Chi Keong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série membros do Governo: Há pouco, não sei se fui eu que percebi mal ou se foi o Sr. que disse mal, mas como temos gravação, podemos certificar. Queria pronunciar-me sobre a urgência e a importância dos cuidados de saúde aos cidadãos. Será que deve ser tratado com toda a prioridade? Será que é necessário aguardar até que se finalize o relatório de estudo sobre o referido sistema de saúde, e depois de um outro estudo efectuado pela Comissão que vai ser formada é que vão saber como é que se deve tratar e implementar? Acho que assim é desperdício de tempo, porque é que não podemos adoptar algumas medidas a curto prazo nesta fase, a fim de enfrentarmos algumas mudanças reais? Acho que, na qualidade de membro nesta área, deve ponderar-se efectivamente nestes problemas e encontrarem-se algumas "ovelhas negras". É isto que devem fazer, caso contrário, como é que conseguem gerir este pessoal? Mesmo as Forças de Segurança também fizeram isso, e cerca de 100 agentes policiais foram demitidos, porque estavam relacionados com as associações secretas. Isto é que é uma gestão. Se não se atreve em fazer, não sei o que é que receia. Existem "ovelhas negras", corruptos e pessoas com acumulação de funções, e uma vez que é o superior hierárquico desta área, no caso de detectar algum problema ainda tem de aguardar pela conclusão do relatório para se executar de acordo com as indicações previstas no relatório, e as questões não devem ser tratadas desta forma. Cito mais exemplos. Referiu-se antes a aquisição de medicamentos por parte do hospital público. Alguns medicamentos custam apenas 2 milhões de dólares em HK, e porque é que permitiram que algumas unidades associadas impusessem um preço mais elevado, fazendo com que para a aquisição dos mesmos medicamentos tivessem que pagar 4 milhões de patacas? Será que isto são problemas? Queria colocar uma pergunta. De momento, os doentes que Macau não consegue curar, envia-os para o exterior, no sentido de receberem tratamento médico no exterior. Parece-me que o montante envolvido para este efeito é cerca de 80 milhões de patacas por ano. Será que dispõem de um mecanismo, e como é que avaliam se as despesas são, ou não, racionais? Será que têm feito alguma comparação? Será que também vai suscitar a mesma situação que aconteceu com a aquisição de medicamentos? Informo-os que ao ter-se uma intenção de reforma não significa nada, porque o mais importante é actuarem e terem conhecimento sobre o método da reforma. Isto é que é importante. Penso constantemente numa eventual reforma, só que não a ponho em prática, porque o primeiro passo ainda não foi dado. Como é que se pode implementar concretamente? Menciono mais uma questão. O mau tratamento da "Febre Dengue", sobre a qual toda a gente teve conhecimento. Esta doença suscitou 400 e tal exemplos e só depois é que deram uma satisfação aos cidadãos. Será que não é um assunto importante? O respectivo membro disse à comunicação social que receava assuntar os turistas, mas que atitude é essa? Que conhecimentos é que tem sobre os cuidados de saúde? Gostaria de perguntar se este conceito inicial é devido ao receio de não virem turistas a Macau, por isso, não teve a coragem de divulgar que em Macau se registava a doença da "Febre Dengue". Qual a vertente que colocou a saúde dos residentes em Macau? Não será que deviam confessar o erro cometido? Se nem compreendem esta teoria, como é que podem assumir esse cargo? Não podem levar a mal que as pessoas fiquem furiosas. Eu também estou muito furioso com isso. No caso de se verificar algum problema, têm de remediar, mas onde está a nossa face? Se ocorrer um insucesso na cirurgia, têm de o remediar imediatamente, e se apenas dão uma injecção para aliviar as dores ou algum antibiótico, se o doente morrer como é que vai ser? Por isso, têm de resolver correctamente as questões, não se podem criarem tabus nem se pode fugir à realidade. Se cometerem algum erro, têm de o 43 reconhecer e têm de assumir a responsabilidade. Esta é a atitude dos membros do Governo. Obrigado. Presidente: Sra. Deputada Kwan Tsui Hang. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Não tenho nenhuma questão nova para levantar, mas gostaria de me pronunciar e de manifestar alguns pontos de vista depois das intervenções de alguns colegas. Todos apresentaram muitas opiniões sobre o âmbito da saúde das LAG, assim como o Governo também apresentou um rumo da reforma. Porque é que têm de introduzir uma reforma? Na verdade, dentro do nosso sistema de saúde, residem efectivamente muitos problemas, e devido a estes problemas originaram-se muitas questões e alguns métodos no seio da sociedade. o Governo, ou melhor, os membros do Governo reflectiram muito de acordo com o contexto do relatório da saúde, e creio que esta reforma vai ser implementada em breve. Hoje, uma vez que ouvi muitas críticas por parte dos colegas sobre os dois hospitais que temos, queria abordar a questão de uma forma objectiva. Neste momento, temos dois hospitais em Macau; um é hospital público e o outro é hospital particular que é o Hospital Kiang Wu, em que ambos prestam serviços a longo prazo. Claro que todos acham que em ambos os hospitais também residem alguns problemas, e acho que os problemas que existem, no fundo, acho que alguns assuntos, tal como a afirmação que os colegas invocaram para qualificar os dois hospitais. Já ouço esta afirmação desde a minha infância e, na realidade, registou-se uma evolução e um melhoramento. Entretanto, devemos ser mais objectivos para olhar esta questão, porque, caso contrário, seria muito injusto para o pessoal médico que se empenhou muito e seriamente para prestar serviços a Macau. Dado que Macau tem uma dimensão muito escassa, os exemplos de doenças também são poucos, e até posso dizer que o nível de técnica está sob uma certa limitação. No passado, o CHCSJ, disse antes que existiam razões históricas, e que os destinatários para a prestação de serviços eram alguns membros do Governo, alguns funcionários públicos e algumas vertentes mais especiais. O Hospital Kiang Wu disse que só queria dinheiro, mas acho que esta afirmação é muito superficial. Lembro-me que quando era criança, desde as poucas consultas médicas passei a receber muitos serviços gratuitos. Naturalmente que também tinham de cobrar alguns custos. Colocamos aqui as nossas opiniões, no sentido de esperar que possamos ver a futura política de saúde e que, de facto, possamos ser mais objectivos, colocando todos os problemas existentes, tal como nos recentes anos, que se verificou na verdade muitas reformas na saúde pública do Governo, sobretudo na prestação de serviços básicos, no aspecto dos serviços de prevenção que os Centros de Saúde fornecem e a verdade é que estes serviços foram aplaudidos. É evidente que existem ainda alguns problemas, e que devido ao tempo de demora para as consultas, não conseguiu elevar a este nível e algumas pessoas não têm sentimentos fortes de responsabilidade. Isto não quer dizer que representa todo o pessoal médico desta área, pelo que, o mais importante de tudo é a reforma da saúde. Esperamos encontrar uma forma, no sentido de melhorar frequentemente esta área. Este é o ponto fulcral. Quer o hospital público, quer o hospital particular, todos eles têm de enfrentar um assunto, ou seja, têm que encontrar uma forma de estabelecer um mecanismo para que o pessoal médico possam elevar e aprender constantemente, com vista a elevar o seu nível profissional. Uma outra questão prende-se com o facto de se basear no tipo de mecanismo para salvaguardar o fluxo do pessoal, que pode ser um fluxo racional. Não havendo um mecanismo de "tigela de aço" (que nunca é despedido), só assim é que se pode fazer com que o respectivo N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série pessoal possa envidar todos os esforços para desempenhar bem as suas funções no seu posto de trabalho. Não há dúvida que não é nada fácil fazer isto no nosso hospital público, porque pode ultrapassar muitos enquadramentos jurídicos já inicialmente existentes. Acontece que o rumo da reforma e a perspectiva dos cidadãos, deve caminhar neste sentido para que se faça uma reforma. Seja como for, acho que a maioria do pessoal médico é favorável, mas a questão reside apenas no facto de como eliminarmos ou afastarmos algum pessoal irresponsável. Espero que possam reflectir um pouco mais neste aspecto. Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au. Stanley Au: Obrigado, Sra. Presidente. Acho que é altura oportuna para ajudar o Sr. Secretário Chui a dizer algumas palavras justas. Não pensem que tenho a mesma linguagem do Sr. Secretário Chui, porque apenas partilhamos dois pontos idênticos para termos o mesmo peso de 200 e tal libras, e o segundo ponto idêntico é termos medo da nossa esposa, porque vi que quando ele passeia com a sua mulher, ela costuma andar à frente e ele atrás. Foi apenas uma brincadeira para nos divertirmos um pouco. Lamento muito pelo facto do Sr. Secretário enfrentar tantas pressões, porque mencionei que este relatório de saúde incide sobre dois objectivos; um é a "companhia" e o outro é "as despesas serem assumidas pelos utentes". O que quer dizer um relatório de "companhia"? A ideia é que esta instituição, em si, quer chegar a um equilíbrio nas receitas e nas despesas. Ora, cada avo aplicado tem de ser merecido e todos os trabalhadores também têm de ter eficiência, tal como a "auditoria de resultados" do Governo. Nestas circunstâncias, se este relatório de saúde invocar que as despesas devem ser assumidas pelos utentes, é muito racional; caso contrário, como é que a companhia pode ter um orçamento equilibrado? Além do mais, acho que talvez o Sr. Secretário quando leu o relatório, devido à recente indisponibilidade, não conseguiu reflectir profundamente no conceito "das despesas serem assumidas pelos utentes". Acho que pode ser implementado e isto não tem nada a ver com muita ou pouca caridade que o nosso Governo tem para com os cidadãos de Macau. Cito um exemplo. Agora, os cidadãos com 65 anos usufruem gratuitamente dos cuidados de saúde. O Governo confere-lhes um cartão de isenção. O CHCSJ retém anualmente uma quantia ao Governo sobre o subsídio para a prestação de serviços aos idosos. Algumas pessoas dizem que os desempregados também usufruem de uma isenção nos cuidados de saúde, e neste caso, também lhes pode fornecer um cartão de desemprego, e reterem uma determinada quantia para o subsídio de desemprego. Anualmente, quando apreciamos o orçamento financeiro do Governo, podemos verificar nitidamente estas situações. O CHCSJ é, no fundo, um hospital muito eficiente e que tem uma gestão favorável ou é um hospital desfavorável? Podemos ver muito bem o que é que o Governo fez para o bem dos nossos cidadãos e como é que se aplica os recursos financeiros, por isso, acho que podem aplicar já em concreto o conceito dos utentes ao terem que assumir as despesas para a saúde. Afinal, como é que o Governo trata dos cidadãos e quantos favores é que o Governo tem de lhes dar? O Governo pode modificar-se anualmente de acordo com o ambiente, por isso, acho que não há aqui nenhuma contradição. Por outro lado, e de acordo com algumas conversas que tive com os colegas, sei o que eles acham da capacidade do CHCSJ. Creio que de entre os 27 Deputados, apenas eu tenho a oportunidade de comentar um pouco sobre os serviços que o hospital nos presta e porquê? Porque fiquei internado no CHCSJ durante 50 dias, ou seja, desde o dia 1 de Setembro até ao dia 20 de Outubro, e só depois é que tive alta. Então, posso informar-vos que, durante estes 50 dias, consegui sentir mesmo os cuidados que o hospital nos presta. É de facto um bom hospital e os médicos são 44 realmente muito atenciosos. Para além de estar no meu quarto, claro que também fui fazer análises do sangue, tirar Raio-X e também recebi algumas consultas externas. No entanto, ouvi alguns cidadãos comentarem este hospital, e talvez possa contar uma história que ouvi. Posso jurar pelos meus 4 filhos que esta história é verdadeira. Uma rapariga empurrava a cadeira de rodas que transportava o seu pai com 78 anos de idade e todos nós estávamos a aguardar a nossa vez para tirar o Raio-X. Ouvi-a a falar com uma senhora ao seu lado, e falavam como estava o seu pai e o que achava daquele hospital. A rapariga disse à senhora que, concretamente, ela achava que estava satisfeita com o nível do CHCSJ e, por isso, o seu pai ia ser internado ali naquele hospital. Ela ainda disse que tinha um empregado que teria uma insolação aguda devido ao calor e levou-o ao Hospital Kiang Wu. Os médicos do Hospital Kiang Wu disseram que ele não tinha cura e que lhe restava apenas esperar até morrer. Ela não acreditou e levou-o ao CHCSJ e os médicos conseguiram curá-lo. Também ouvi muitos boatos no seio da sociedade e é evidente que não devia repetir o que os cidadãos disseram. Creio que alguns Deputados também referiram que alguns cidadãos afirmam que o "Hospital Kiang Wu só quer é dinheiro" e o "CHCSJ só quer é tirar a vida". Também desempenhei funções na Administração durante mais de 10 anos, no Hospital Kiang Wu, acho que não é a 100% uma instituição que só quer dinheiro e o CHCSJ também não é uma instituição quer só quer tirar a vida das pessoas. Porque é que dizem que o CHCSJ só quer tirar a vida às pessoas? De facto, isto é muito simples, porque os internados no CHCSJ são doentes que não têm alternativa de vida, ou seja, todos os doentes ou se atiram abaixo de um edifício ou levam 1 dezena e tal de facadas. Entretanto, cheguei a colocar esta questão aos médicos, e eles disseram-me que muitos doentes depois de estarem internados no Hosp ital Kiang Wu, sabendo que têm cura, é que transferem o internamento para o CHCSJ. Será que acha, ou não, que a taxa de óbito é muito elevada? Uma vez que sou membro da Administração do Hospital Kiang Wu há mais de 10 anos, também ouvi muitos casos. (Mesmo muitas pessoas ricas, se o seu pai está prestes a falecer, se estando morto, elas também não ligam nenhuma.) Algumas pessoas não pagam para receber os serviços de urgência, e o Hospital Kiang Wu mudou muito, porque geralmente exigia aos doentes o pré-pagamento e depois é que eram consultados. A questão reside no facto de, se o doente não tiver dinheiro, será que não era consultado? Também não é bem assim, por isso, acho que alguns boatos não são verdadeiros. A propósito do Hospital Kiang Wu, também queria manifestar algumas opiniões. Espero que as pessoas desta sociedade, nomeadamente os membros da Administração do Kiang Wu, devam olhar para a Associação de Beneficência Kiang Wu e para o Hospital Kiang Wu com ópticas separadas. A Associação de Beneficência Kiang Wu é uma associação de caridade e não recebe nenhum subsídio por parte do Governo, e é precisamente por este motivo que digo que é uma associação de caridade autónoma e independente. Acho que é muito racional. Acontece que o Hospital Kiang Wu é, no fundo, uma instituição autónoma sem fins lucrativos e é, concretamente, uma instituição subsidiada pelo Governo. Tal como disse o Sr. Secretário Chui que, no ano de 2001, o Governo subsidiou no montante de 136 milhões de patacas, é um montante muito significativo, por isso, acho que o Hospital Kiang Wu não é uma associação de caridade e deve estar sob a fiscalização do Governo. Mesmo não estando sob a fiscalização do Governo, ao menos, também devia estar sujeito a uma auditoria por parte de 5 grandes auditores mundiais. Não digo apenas isto aqui na Assembleia, porque há mais de 10 anos atrás fui colega do Sr. Secretário Chui, e na altura, já tinham apresentado esta sugestão, não é verdade? Não estou a mentir. De facto, existem muitos maus hábitos nesta sociedade, muitas ondas negativas, e acho que já chegou a altura para modificar essas ondas negativas. Sinceramente, em termos N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série de estrutura do Governo de Macau, existem muitos aspectos que fazem com que os cidadãos se sintam insatisfeitos e esta insatisfação já persiste desde o ex-Governo português até ao presente momento. Porém, há um ponto que eu, propriamente, sinto, e acho que o Sr. Chefe do Executivo, que os 5 Secretários e que os outros membros do Governo, na realidade, têm convicção e estão decisivos em desenvolver Macau da melhor forma. Temos de desenvolver Macau da melhor forma e devemos apoiar, em pleno, o Governo da RAEM. Não devemos, de maneira nenhuma, criticar por má-fé. Esta é a minha opinião. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado David Chow. David Chow: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Director, Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Abordaram de uma forma muito excitante, de facto, mas não percebo nada sobre a saúde, Sr. Director, não é verdade? Porque é que não conheço? Porque tenho poucas oportunidades de estar doente e raras vezes vou às consultas médicas, mas creio que vou aprender hoje, aqui, alguma coisa. Em termos de medicina, de facto, tenho estado frequentemente a aprender, mas uma vez que, hoje, ouvi muitos comentários por parte do Sr. Secretário, fiquei um pouco baralhado. Alguns Deputados acham que temos demasiados funcionários públicos e, agora, dizem que há muitas pessoas desempregadas e, no entanto, temos de os apoiar mais. Uns dizem que, em termos políticos, o nível profissional do hospital não é suficiente e outros dizem que há uma competição interna. As associações de medicina ou de cuidados médicos e os médicos, não se encontram equilibrados. Não sei se me fiz entender, mas fiz de propósito para explicar de uma forma confusa. Existem muitas associações do sector da medicina, e pelo menos, tem mais de 20 a 30 associações profissionais. Quanto aos profissionais, quem tem ou não tem capacidades, não me atrevo comparar, porque existem realmente muitas associações deste género e também sou um dos membros honorários. Para falar em contratar fulano ou sicrano, também tem de se ter em conta a economia. Se estamos a viver numa situação de economia fraca, claro que é mais árduo. Algumas pessoas dizem que há mais médicos do que doentes e outras pessoas dizem o contrário, ou seja, há mais doentes do que médicos. Macau tem 400 e tal mil habitantes, e o Governo aplica cerca de 3 mil patacas por ano por cada pessoa, o que acho que é muito pouco. Nas próximas LAG, espero que o Sr. Secretário possa aumentar para 5 biliões ou para 3 biliões, porque para as exigências da sociedade, creio que se consegue alcançar o objectivo. Se o Sr. Secretário não quiser encontrar tantas complicações e não se tornar a questão tão política, distribui-se a cada cidadão 3 mil patacas e pronto, porque com 3 mil patacas, eles vão ao médico. No caso de ter que se melhorar completamente a questão, acho que existem certas dificuldades. Ora, 400 mil pessoas são 1.1 biliões, mais o Hospital Kiang Wu que tem apenas 1.2 biliões de patacas, e uma vez que faz uma média de 3 mil patacas a cada cidadão, se os cidadãos não estiverem contentes, então, distribui-se 3 mil a cada um para eles irem sozinhos às consultas. Eu fico a ganhar, porque é muito raro ir ao médico. Acho que o Sr. Secretário não tem de se preocupar, preciso muito de si, porque sabe mesmo poupar. Quanto a este aspecto, não ligue o que elas dizem, porque, hoje, teve de enfrentar muitas perguntas difíceis de responder, e todas as pessoas lhe pedem dinheiro, preocupo-me muito. Se tiver que dar um pouco mais, dê e pronto. No entanto, não pode dar simplesmente aos cidadãos para fins médicos, também tem de dar às associações..., porque as associações culturais de Macau são muito precisas. Porém, preocupo-me muito com um assunto, e peço-lhe para não inserir a nossa área da saúde na política, porque tem de ter em conta a saúde saudável dos nossos cidadãos e não 45 colocar a nossa sociedade dentro da política, quer o Hospital Kiang Wu, quer o CHCSJ. Não me interessam as exigências das pessoas, nem me interessa a sua competição, mas só que todos contribuíram muito. Hoje, temos a presença dos representantes do Hospital Kiang Wu e o Sr. Secretário representa o CHCSJ. Não queria que o debate de hoje se transformasse num debate entre os dois hospitais. O debate que realizamos hoje é sincero e para a saúde dos cidadãos. Pessoalmente, acho que se cada pessoa consumir 3 mil patacas e se achar que os serviços não são favoráveis, o Governo pode dar mais algum dinheiro para melhorar mais um pouco. Alguns médicos comuns disseram-me que não têm emprego e têm de abrir um consultório particular, mas não sei se eles exigem, ou não, para que Macau possa ter mais doentes? Ou será que vai haver mais pessoas doentes? Mais "Febre Dengue"? Queria complementar com algumas palavras que tive conhecimento das doença "Febre Dengue", porque tenho vários amigos que, depois da consulta no Hospital Kiang Wu, choraram muito. Sei que a doença "Febre Dengue" divide-se em grau 1, 2 e 3, e uma vez que ainda não chegou a um grau muito grave, já tiveram que introduzir mais sangue, pagar e introduzir a solução salina. Os doentes levaram tantas vacinas que até tiveram medo. Como é que o Hospital Kiang Wu pode cobrar tanto dinheiro? Como é que se conseguiu concluir que eles estavam tão graves e que necessitavam de mais sangue? Será que foi devido ao dinheiro? Não compreendo. A CMMP e a DSSOPT da nossa sociedade, como é que fiscaliza os edifícios inabitados? Muitos deles ainda não estão concluídos, e já estão inundadas de água. A doença da "Febre Dengue" não só acontece na zona Norte, porque se vai alastrando para a zona Sul, Oeste e até a zona Central. Pode até perguntar ao sector da construção civil, quantos edifícios é que têm ainda por concluir as obras? Como é possível acabar-se com os mosquitos? Também gostaria que o Sr. Secretário me explicasse, aqui, onde é que reside a dificuldade? A sociedade não apoia a doença da "Febre Dengue", mas a saúde tem a ver com as próprias pessoas. Temos planos de cuidados de saúde, e tudo depende dos planos que temos na rotina. Não devem ir apenas ao médico quando há alguma urgência, porque mal entram no hospital, já começam a criticar que os serviços são desfavoráveis, mas nem toda a parte do mundo, também tem de esperar pela sua vez para uma consulta médica externa. Há um aspecto que não concordo muito com a opinião do Sr. Deputado Tong Chi Kin. Ele disse que quem tem dinheiro, tem de pagar, e se não tiver dinheiro, o Governo que assuma o pagamento. Sou mais trabalhador e lucrei algum dinheiro, e neste caso, tenho de pagar? Não será que está a roubar a um rico para dar ao pobre? Será que ainda estamos no séc. XVI da época "Robinson"? Claro que não, porque estamos a viver numa sociedade justa. As entidades para fins de beneficência utilizam um "slogan" de caridade, mas também conseguiram lucrar, e deste modo, naturalmente que não apoio. O Governo disponibiliza mais de 1 bilião de patacas para os cidadãos de Macau, e existem muitas coisas que já são gratuitas. O que é que os cidadãos desta sociedade exigem mais? Apenas exigem educação e melhores serviços. Agora, as pessoas com 60 anos, dizem que é necessário que as apoiem, os jovens também precisam de apoio, e será que Macau consegue suportar mais doentes? Realmente, não compreendo o que é que estamos hoje a debater na AL. Espero que o Sr. Secretário me possa esclarecer um assunto. Será que está em causa algum facto político o que faz com que tenha alguma dificuldade? Caso afirmativo, apoio o Sr. Secretário. Depois da reunificação, temos de unificar os recursos para serem aplicados, e o que o CHCSJ tem, o Hospital Kiang Wu não tem de ter. Este é que é a utilização dos recursos. Se ambos os hospitais ainda não têm as camas todas ocupadas, e se ainda quiserem criar um terceiro hospital nas Ilhas, será que isto significa que pedem ao Governo para gastar mais dinheiro? Ou será que vale a pena melhorar um pouco mais o aspecto da saúde? Nem é necessário 15 minutos de carro e em HK, se estiver no "Admiralty" e N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série houver a necessidade de se deslocar ao "Hospital Mary ", demora meia hora. Será que é necessário construir um hospital mesmo ao lado da casa? Não compreendo. Acho que alguns assuntos são demais. Paguei muitos impostos, Macau tem cerca de 27 mil contribuintes e os funcionários públicos, e de facto, eles próprios pagam as despesas para a saúde, e o que é que as outras pessoas da sociedade querem mais? Espero que o Sr. Secretário possa aumentar os recursos financeiros para desenvolver bem os planos para a consulta de rotina, porque as doenças devem ser curadas logo no início. Se estes planos para a consulta de rotina forem feitos da melhor maneira, creio que não vai haver grandes problemas no futuro. Há que reforçar este aspecto e aumentar um pouco mais os recursos financeiros para este efeito. Entretanto, podem admitir mais alguns jovens médicos para trabalharem nos planos para a consulta de rotina, porque assim eles podem estagiar e enriquecem os seus conhecimentos. Aqui, embora seja um lugar político, mas o nosso pessoal médico para a saúde dos cidadãos desta sociedade, não se mete na política. Se tornar esta matéria política, todos sofrem as consequências. Queria colocar aqui duas perguntas, mas não sei se o Sr. Secretário me pode dar uma resposta. Face à doença da "Febre Dengue", será que a sociedade os apoia? Como é que vão continuar a desenvolver bem esta área? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan. Vitor Cheung Lup Kwan: Queria pronunciar-me depois de ouvir o que o Sr. Deputado Stanley Au acabou de referir. Talvez tenha sido devido à qualidade de Deputado que, por isso, o CHCSJ o tratou especialmente muito bem. Além disso, ele disse que o Hospital Kiang Wu é um hospital autónomo e, de facto, não é. Se ele lá trabalhou há mais de 10 anos, é provável que nunca tenha lá posto os pés a não ser a primeira vez. O Hospital Kiang Wu é um hospital sob a tutela da Associação de Beneficência, da qual também sou um dos membros, pelo que tenho de esclarecer este assunto. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au. Stanley Au: Obrigado, Sra. Presidente. Queria esclarecer mais uma vez a intervenção que fiz anteriormente. Em primeiro lugar, gostaria de informar a todos que tenho agora 60 anos, e que durante os meus primeiros 17 anos, desde o meu nascimento em Macau até a conclusão do ensino secundário complementar, não recebi nenhuma consulta no CHCSJ, porque costumo ser consultado por médicos particulares e pelo Hospital Kiang Wu. Depois deixei Macau e fui trabalhar para HK durante muitos anos, e quando era necessário, as minhas consultas eram feitas em HK. Até ao ano de 1998 regressei e fixei a minha residência em Macau, mas as minhas consultas continuam a ser em HK. A experiência que tive com o CHCSJ começou apenas no corrente ano, e porquê? Porque quando fui ao Japão, escorreguei-me na neve e parti uma perna. Na altura, precisava de muito repouso, e daí, tive que pedir licença para me ausentar. Os meus colegas e familiares disseram-me que, na qualidade de Deputado, se recorresse ao tratamento médico em HK, não significava que não apoiava Macau? Será correcto fazer isso? Na altura, precisava de um tratamento ortopédico, mesmo se houvesse algum engano, também não ia ser muito grave, e deste modo, estabeleci uma relação com o CHCSJ e, por isso, resolvi contar toda a verdade. É evidente que, felizmente, só experimentei a ortopedia e fiquei muito satisfeito, porque quanto às outras especialidades, não tive oportunidade de as experimentar. Acho que os médicos são na realidade muito sinceros e honestos, e também sei que a maioria dos médicos especialistas receberam mais formação em Portugal e muitos 46 outros receberam mais formação na RPC. Ainda queria esclarecer um outro assunto relacionado com o Hospital Kiang Wu. Acho que o Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan percebeu mal. Há pouco, quando falei na Associação de Beneficência do Kiang Wu disse que era uma instituição autónoma sem fins lucrativos e que não recebia nenhum subsídio por parte do Governo, pelo que, pode não estar sujeita a uma fiscalização do Governo. Entretanto, disse que o Hospital Kiang Wu não era concretamente um hospital autónomo, porque recebia anualmente um subsídio do Governo que atinge os 136 milhões de patacas. Além do mais, desempenhei funções de membro de Administração há mais de 10 anos, de maneira que conheço o seu funcionamento e acho que necessita de uma fiscalização. Neste momento, "Macau é governado pelas suas gentes", e o CHCSJ é no fundo um hospital para as pessoas de Macau e o Hospital Kiang Wu também é, portanto, ambos os hospitais são para as pessoas de Macau. Porque é que não podem coop erar intimamente? Porque é que não podem estar sob a fiscalização do Governo da RAEM? Este é o meu ponto de vista. Obrigado. Presidente: Srs. Secretário Chui, depois da sua resposta, mais Deputados se pronunciaram. Será que pode dar agora mais uma resposta acerca das questões levantadas? Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer alguns valores numéricos sobre o tratamento médico no exterior. No ano de 1999, foram 38 milhões, no ano de 2000, foram 37 milhões e, no ano de 2001, foram 26 milhões de patacas. Quanto ao subsídio que o Governo atribui ao Hospital Kiang Wu, no ano de 2001, foi 121 milhões e 450 mil patacas e, no próximo ano, vai ser 136 milhões de patacas. Este foi um esclarecimento que gostaria de deixar sobre os valores numéricos. Há pouco, o Sr. Deputado Fong Chi Keong fez referência a duas questões; uma tem a ver com o tratamento médico no exterior e queria pedir ao Dr. Director do CHCSJ, Sr. Médico Lei Chin Ion, para explicar melhor esta matéria, uma vez que ele também é o responsável desta Comissão. Queria pedir a permissão à Sra. Presidente. Subdirector dos SSM, Lei Chin Ion: Vou fazer aqui uma apresentação simples sobre o mecanismo para enviar os doentes ao tratamento médico no ext erior, as respectivas legislações e o seu processo de apreciação. Uma vez que o território tem insuficiências, em termos de capacidade e em termos de recursos humanos, a fim de fornecer cuidados de saúde, pelo que, de acordo com as disposições legais, é permitido aos funcionários públicos e aos seus familiares, ou alguns grupos de comunidade especial, no sentido de receberem cuidados de saúde no exterior e as respectivas despesas serem assumidas pelo território. Através do Estatuto Orgânico dos SSM, em que regula as competências atribuídas à Comissão para o Tratamento Médico no Exterior, vou abordar um pouco o âmbito abrangido por este mecanismo e as pessoas acima mencionadas estão cobertas essencialmente por este mecanismo. Os cidadãos que não pertencem a este grupo de pessoas, se necessitarem receber alguns médicos que Macau não dispõe, os próprios têm de assumir estas despesas. No entanto, a nossa Comissão pode ajudar a entrar em contacto com a entidade médica, mas não se responsabiliza pelas respectivas despesas. Quanto ao processo para o tratamento médico no exterior, a Comissão responsável estuda e analisa a situação do doente em causa nos termos legais e, de acordo, com o pedido e com o diagnóstico do médico responsável, no sentido de saber se o doente necessita, ou não, de um tratamento médico no exterior. De facto, todos os doentes que têm de receber tratamento médico no exterior, em primeiro lugar, o médico N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série responsável pelo diagnóstico apresenta um pedido ao médico-chefe e com o consentimento dele, entrega o pedido à Comissão para efeitos de apreciação. Depois desta apreciação e só com o despacho do Sr. Director é que este processo pode ser levado a cabo. Esta Comissão é composta pelo dirigente dos SSM e pelos diversos médicos especialistas. Depois de enviarmos os doentes ao exterior, a Comissão também vai acompanhar de perto e, frequentemente, a evolução da doença, ou seja, o efeito do tratamento e as despesas. No caso da doença estar estabilizada e sob controlo, e se Macau tiver capacidades de continuar com o tratamento, cessamos imediatamente o processo de tratamento médico no exterior, e de seguida, o nosso hospital vai acompanhar o doente. No que diz respeito à cooperação ente nós e o Hospital Kiang Wu, uma vez que se estabeleceu um Centro de Prevenção e de Tratamento Cardíaco e Vasos Sanguíneos no ano de 1993 no Hospital Kiang Wu, o nosso hospital tem vindo a cooperar com o Hospital Kiang Wu, transferindo alguns doentes para intervenção cirúrgica. A espécie destas cirurgias depende da capacidade de tratamento por parte do Hospital Kiang Wu e de acordo com a cooperação mútua de ambos os hospitais é que é estabelecida esta transferência. Ao fim e ao cabo, para onde é que os doentes devem ser transferidos? Se devem ser transferidos para HK, para China ou ainda para o Hospital Kiang Wu, e esta decisão cabe á opinião sugerida por parte do médico responsável pelo diagnóstico. Acontece que para este tratamento médico no exterior é necessário obter-se uma apreciação por parte da Comissão para o tratamento médico no exterior e, creio que a maioria dos médicos, de acordo com a moral da medicina e a ética profissional, vão propor esta sugestão tendo em conta o pressuposto dos interesses dos doentes. Ora, não podemos dar uma garantia de um tratamento melhor aos doentes, só que podemos garantir que podemos dar um tratamento mais apropriado aos doentes, porque temos limitação em relação aos nossos próprios recursos de cuidados de saúde, por isso, a primeira coisa a ter em conta é a garantia no efeito do tratamento e os recintos com despesas mais baixas. Este é o processo para enviar os doentes ao exterior para efeitos de tratamento médico. Se os Srs. Deputados tiverem mais alguma dúvida, podem continuar a colocar. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. A segunda questão que o Sr. Deputado Fong Chi Keong levantou, prende-se com o tratamento da doença da "Febre Dengue". Vou passar a palavra ao Sr. Director Fok Kuok Ieng para responder a esta questão. Director dos SSM, Fok Kuok Ieng: Sra. Presidente, queria fazer uma apresentação sobre o ponto de situação da doença "Febre Dengue". A "Febre Dengue" é uma doença que se encontra em todos os cantos do mundo, e mais de 100 países e cerca de 2.5 biliões de pessoas sofrem a ameaça desta doença. A taxa do aparecimento desta doença é muito elevada na zona Sudeste Asiático, e de entre 37 países asiáticos, 33 deles também já chegaram a registar o aparecimento desta doença e a taxa de mortalidade é muito elevada. No ano de 1998, a nív el mundial, foram registados cerca de 1 milhão e 200 mil casos, e cerca de 15 mil pessoas acabaram por falecer. No ano corrente de 2001, a "Febre Dengue" teve uma nova evolução, e para além de Macau, em Hawai nos EUA também surgiu a mesma doença, razão pela qual os especialistas da Organização Mundial da Saúde consideram que o ano de 2001 é um ano especial da "Febre Dengue". Desde o final de Agosto do ano de 2001, Macau registou o primeiro caso desta doença, e até ao presente momento, os casos acumulados perfazem mais de 1400 e a taxa de aparecimento da doença ronda a escala de 3/1000. Para além de 47 duas pessoas, todos os casos de doença pertencem ao grupo generalizado, ou seja, do grau B e não se encontra nenhum caso de morte e de hemorragia de sangue. De facto, Macau tem condições para incentivar o aparecimento da "Febre Dengue", porque Macau é uma zona quente. O tipo de mosquito que contagia a "Febre Dengue" é chamado "mosquito de febre amarela", Macau tem este tipo de mosquito, dado que no passado não havia, e desconfiamos que tenha sido trazido de uma outra zona. No seu processo em geral, no dia 29 de Agosto, depois de recebermos o relatório do laboratório de HK, nesta mesma tarde, realizámos de imediato uma conferência de imprensa, a fim de divulgar a informação de haver alguns casos da doença "Febre Dengue" em Macau. Do mesmo modo, divulgámos o tipo de "febre Dengue" existente em Macau. Entretanto, apresentámos a situação vulgar desta doença e também a divulgámos activamente no sentido de eliminarem os mosquitos para controlar a doença. Mais tarde, com a colaboração dos serviços públicos, do Hospital Kiang Wu, das clínicas particulares e das entidades de medicina, de modo a exercermos um controlo sobre a "Febre Dengue". Quando divulgámos esta informação pela segunda vez, o que fez uma diferença de um mês, na altura, adoptámos a mesma forma adoptada nas zonas vizinhas, ou seja, quando estivesse em causa o aparecimento de alguma doença grave, divulga-se esta informação junto dos cidadãos, através da comunicação social, estabelece-se uma sessão para os cidadãos consultarem e, através desta forma, aproveita-se para fazer uma campanha de sensibilização. Depois os SSM adoptaram a via da Internet para divulgar mensalmente os respectivos dados, mas acontece que antes de perfazer um mês, muitas pessoas consultaram constantemente junto dos SSM para obterem mais informações sobre a "febre Dengue". Entretanto, e após o debate interno dos SSM, achámos que uma divulgação por mês não era o suficiente e era necessário alterarmos esta forma. Depois passou a ser uma divulgação em todas as sextas-feiras e divulgámos no total de 10 vezes, a fim de se controlar melhor a "Febre Dengue". De acordo com a sugestão apresentada por parte da companhia de consultadoria e de acordo com a legislação vigente dos SSM, propôs-se a criação de um Centro de Prevenção e Controlo de Doenças. Esta proposta obteve a autorização do Sr. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura e já foi estabelecido. No corrente ano, para além de termos desenvolvido alguns trabalhos de prevenção da "Febre Dengue", também elaborámos alguns planos de prevenção para o próximo ano. Se assim for, no próximo ano, é muito provável que Macau venha a conhecer novos casos da "Febre Dengue" ou tal como no corrente ano, as outras zonas vão continuar a trazer a "febre Dengue" para Macau. No caso de termos que prevenir completamente esta doença, na óptica da higiene pública, não se trata de uma forma concreta, porque Macau dispõe de condições para a epidemia da "Febre Dengue", visto que é um centro turístico, onde vêm constantemente muitos turistas e muitos cidadãos também se deslocam ao exterior em turismo. Esta é uma das condições para que esta doença aconteça com frequência. O que nós podemos fazer é controlar o volume de mosquitos, eliminando-os, para afastar esta oportunidade de doença em Macau. Com a cooperação conjunta do Hospital Kiang Wu, das outras entidades de cuidados médicos particulares e dos médicos particulares, podemos reduzir esta oportunidade, porque os efeitos negativos que a "Febre Dengue" originou, acho que os SSM necessitam de um melhoramento no tratamento da doença. Espero que os Srs. Deputados nos possam fornecer mais opiniões, no sentido de nos empenharmos melhor. Obrigado, Sra. Presidente. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Sra. Presidente, Srs. Deputados: A Sra. Deputada Kwan Tsui Hang e o Sr. Deputado Stanley Au já N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série manifestaram as suas opiniões e já as registámos. A questão que o Sr. Deputado David Chow invocou sobre a "Febre Dengue", também já a respondemos. Em relação à questão de haver, ou não dificuldades a nível político, creio que não, porque todos nós nos empenhamos para os interesses gerais de Macau, por isso, não acredito que resida uma questão política. Agradeço muito a preocupação da sua parte. Obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Srs. Deputados, definimos que o intervalo de hoje é cerca das 19 horas e 30 minutos. Sr. Deputado Fong Chi Keong, pediu para fazer uso da palavra. Então, gostaria de lhe perguntar se se trata da mesma questão? Faça o favor de dizer. Fong Chi Keong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Macau tem uma economia de mercado, e todos conhecem que a vantagem da economia do mercado que consegue elevar o dinamismo e a voluntariedade das pessoas, creio que não devem ter dúvida em relação a este ponto de vista. Mas a Assembleia de hoje, ainda posso certificar melhor que o meu ponto de vista está correcto. Qual é a diferença entre o desempenho das funções de membro do Governo e de comerciante? Quando exerce funções de membro do Governo não tem completamente uma iniciativa e, há pouco, ouvi alguns membros do Governo dizerem que esperam que todos possam fornecer mais opiniões. Temos aqui alguma coisa que não bate certo. A época de tufão, geralmente, acontece nos meses de Julho e Agosto, em Março e Abril são os meses com mais chuva. Entretanto, as doenças epidémicas, de um modo geral, surgem quando está muito calor, porque é que não têm estes conhecimentos? Só depois de aparecerem é que actuam? Ainda queria esclarecer um assunto. Antes, referiu-se que as despesas despendidas para o tratamento médico no exterior foram de 80 milhões de patacas, e ouvi o Sr. Deputado Tong Chi Kin dizer que o montante envolvido era de cerca de 80 milhões de patacas. Eu acredito muito e porquê? Como ele é membro administrativo, consegue ter muitos contactos sobre esta matéria. Se estiver enganado, peço perdão. Obrigado. Presidente: Sr. Secretário Chui, se não se importar, vamos fazer agora um intervalo e, daqui a duas horas, retomamos os nossos trabalhos. Sr. Secretário, Srs. Deputados, vamos continuar com a nossa reunião Plenária. Sr. Deputado Hoi Sai Iun. Hoi Sai Iun: Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas: Antes do intervalo, muitos colegas apresentaram muitas opiniões e só queria acompanhar alguns aspectos. Falando no Hospital Kiang Wu, ele é dirigido pela Associação de Beneficência, e esta associação é constituída por personalidades de diferentes vertentes em Macau. Embora o Hospital Kiang Wu não esteja sob a fiscalização do Governo, mas articula e apoia perfeitamente o Governo. Em simultâneo, o Hospital Kiang Wu também aceita a fiscalização e a crítica das personalidades desta sociedade. No passado, especialmente há muitos anos atrás, residiam de facto muitos problemas. Mas, nos recentes anos, tem vindo a melhorar muito, especialmente depois da reunificação, em que se verificou um progresso muito significativo. É óbvio que ainda existem alguns problemas, e não podemos desconhecer. O Sr. Secretário também acha que os problemas não podem ser resolvidos de uma só vez, inclusivamente o interior do Hospital Kiang Wu, em que 48 também residem alguns problemas, que estão a aguardar por uma resolução, de modo que, concordo muito com o que o Sr. Deputado Tong Chi Kin acabou de mencionar. Neste momento, devemos introduzir primeiramente um melhoramento e depois uma reforma. Acho que se houver algum, é necessário melhorar-se e depois fazer uma reforma, pois assim é que seria o ideal. A cooperação entre o CHCSJ e o Hospital Kiang Wu é muito favorável, e ambos os hospitais oferecem saúde aos cidadãos de Macau e responsabilidade aos cuidados de saúde. Só queria complementar isto. Obrigado. Presidente: Creio que os Srs. Deputados já manifestaram suficientemente as suas opiniões sobre a área dos cuidados de saúde. Se mais nenhum Deputado quer manifestar mais opiniões, vamos continuar com o outro tema. De entre as 6 grandes áreas, apenas debatemos uma delas, e penso que hoje à noite vai ser muito difícil encerrarmos este plenário muito cedo. Alerto mais uma vez aos Srs. Deputados, no sentido de fazerem os possíveis para abordarem em torno das políticas das LAG, dado que algumas questões que podem ser colocadas sob forma de interpelação, fazem na medida do possível, para resolver a questão através da interpelação. Agora, vou convidar o Sr. Deputado Au Kam San a intervir. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Agora, vou abordar sobre a área da educação. Neste momento, o território já levou a cabo a política de 10 anos de ensino gratuito, ou seja, desde a pré-primária até ao 9º ano de escolaridade, mas acontece que na política do ensino gratuito implementado em Macau, existe uma grande diferença em termos de recursos. Cito os alunos do ensino secundário a título de exemplo. Os alunos que frequentam as escolas oficiais, podem usufruir de um montante superior a 30 mil patacas nos recursos do ensino e quanto aos alunos que frequentam as escolas aderentes à rede escolar, só têm 8.800 patacas. No que diz respeito aos alunos que frequentam as escolas não aderentes à rede escolar, só têm 3.960 patacas. Este é um investimento muito injusto de recursos, e se assim for, para além de contrariar com o princípio de justiça, ainda fez com que a sociedade, sobretudo entre a escola e o encarregado de educação, se possam gerar muitas contradições. Na verdade, tal como na sessão Plenária de perguntas e respostas sobre as LAG do Sr. Chefe do Executivo, pessoalmente, tinha dito que, nos termos da actual situação de Macau, 8.800 patacas para formar um aluno do ensino secundário, de facto, é insuficiente, e aqueles que só têm 3.960 patacas ainda é pior. Este investimento injusto de recursos fez com que se tenha suscitado uma contradição no seio do sector do ensino, o que é muito grave, sobretudo a contradição entre a escola e o encarregado de educação. Por um lado, o Governo salientou que dá muita importância ao ensino, mas será que não devia melhorar esta classificação injusta de recursos para o ensino, investindo muito mais recursos no ensino básico? Na verdade, ao olharmos para o orçamento financeiro, podemos verificar os recursos do ensino em Macau, e depois de dois anos de aumento negativo, só no corrente ano é que houve um aumento positivo, em que desde 1.6 biliões de patacas passou para 1.8 biliões de patacas, ora, verificou-se mais de 100 milhões de patacas de aumento. Olhando novamente para os recursos que se investiram no ensino básico, a quantidade é muito pouca, em que se aumentou apenas 150 milhões de patacas. Dentro do ensino básico, apenas aumentaram um pouco mais de 20 milhões de patacas. Talvez ainda hajam alguns dados numéricos que não conseguimos verificar, e em caso afirmativo, espero que os membros responsáveis me possam explicar, porque é que o ensino básico obteve apenas tão poucos recursos? O aumento no investimento de recursos para o ensino, sobretudo no aspecto do ensino gratuito, pelo menos, pode fazer com que as escolas que aderiram à N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série rede pública possam deixar de cobrar 20% de despesas extras. Realmente, se se registar um grande aumento, pode contribuir para formar um estudante do ensino secundário ou do ensino primário, e esperamos que possa reduzir significativamente ou isentar a proporção de encargos económicos suportados pelos encarregados de educação das escolas não aderentes à rede pública. Com esta classificação injusta de recursos no ensino, fez com que se gerassem muitos conflitos entre os alunos, entre as escolas e ente os encarregados de educação, e estas contradições provocaram uma dúvida mútua entre eles, deste modo, também pode impedir uma boa cooperação entre a família e a escola. No ponto 2.28 das LAG, mencionou-se o facto de se fortalecer o mecanismo de cooperação entre a família e a escola, só que apenas se mencionou que é necessário incentivar a criação de uma associação de pais. Acontece que, de acordo com o DL sobre o regime dos direitos e dos deveres da associação de pais, este diploma foi elaborado no ano de 1993, regula que a associação de pais deve apoiar a elaboração de políticas de ensino, nomeadamente em termos do respectivo estatuto, e participar nas reuniões dos estabelecimentos de ensino. Existem disposições nítidas nos diplomas, só que nunca foram executadas seriamente. Agora, apenas incluíram nas LAG que incentivam a criação de uma associação de pais, e não a execução da respectiva lei, que impulsiona as escolas a criarem associação de pais. Gostaria de perguntar se o «Regime dos direitos e dos deveres da associação de pais» pode não ser executado? Ou será que se espera criar uma associação de pais com a actual base legal? O reforço da cooperação e do diálogo entre a família e a escola, creio que pode contribuir para atenuar as contradições, e também contribui, com eficácia, para o impulsionamento no desenvolvimento do ensino em Macau. Em termos gerais, várias questões que foquei antes, a primeira é se o Governo vai, ou não, aumentar os recursos para investir no ensino gratuito, especialmente no aumento de recursos para depositar no ensino básico? A segunda questão prende-se com o DL sobre a associação de pais. Não será que é uma legislação que mereça ser executada com a maior brevidade possível? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Ng Kuok Cheong: Sim, Sra. Presidente. Vou acompanhar a questão do ensino básico. No ponto 2.2.1 das LAG do próximo ano diz claramente que "com base em amplo consenso, proceder-se-á à necessária avaliação do sistema educativo implementado há 10 anos". No discurso do Sr. Secretário no corrente ano, deu mais importância à avaliação geral do sistema educativo primário e secundário do ensino básico. Por um lado, deve reajustar-se e melhorar-se o relacionamento interactivo entre 3 partes; do Governo, das instituições de ensino e dos encarregados de educação e, por outro lado, é a reforma curricular, de modo a promover o ensino da criatividade e a criação de mais condições favoráveis. Naturalmente que concordo e tenho vindo a apoiar uma avaliação geral e, quando necessário, introduzir uma reforma ao actual sistema. Mas acho que esta menção, ou seja, o reforçar do entendimento mútuo entre as 3 partes, também se vão empenhar ainda mais na reforma curricular, e o seu conteúdo concreto vai proceder-se a uma avaliação global. Acho que não é o suficiente. No discurso que o Sr. Secretário fez hoje, de facto, devemos conhecer claramente que devido à pressão da concorrência mundial, a qualidade da educação e da cultura da nossa sociedade também está no seio da concorrência mundial, e ocupa uma posição muitíssimo importante. Digamos que a concorrência mundial é uma concorrência na educação e na cultura. Nestes termos básicos, acho que não se limita meramente a tratar de alguns problemas antigos, que são algumas contradições no relacionamento de vários aspectos, e mais a mais, aditámos algumas disciplinas, de modo a introduzir uma reforma, e a proceder-se a uma 49 avaliação global, através deste conteúdo. No entanto, acho que deviam basear-se na nossa própria capacidade de concorrência criativa da RAEM para organizar algumas exigências macros e de vertente mais superior para esta avaliação. Esta avaliação, não só espera alcançar um melhoramento, na medida do possível, como também resolver simplesmente as contradições existentes entre as 3 partes. É evidente que deviam desenvolver-se alguns trabalhos na reforma curricular e no ensino da criatividade, e o mais importante ainda, deviam ter um objectivo muito mais elevado. Isto é, a RAEM na parte do investimento no ensino básico, como é que consegue ter os pés realmente bem assentes? A nível mundial, talvez seja demasiado amplo, pelo menos, depois da adesão da China à OMC, a nossa Província de Kuong Tong ou entre o conjunto de cidades próximas do Delta do Rio das Pérolas, se consegue ter os pés bem assentes. Na futura concorrência e de entre a relação de cooperação, a nossa RAEM como é que pode construir um concorrente com qualidade? Com um nível cultural, com o apoio do ensino básico e com uma cidade com concorrência, devemos tratar a futura reforma global do ensino básico através desta óptica. A verdade é que esta também é uma oportunidade, e o estabelecimento desta oportunidade não só reside na RAEM, "Macau governado pelas suas gentes" como, além disso, também começa a estabilizar. Este é um facto político. O mais importante é que dentro do facto de desenvolvimento da nossa cidade, o Sr. Chefe do Executivo já frisou que vamos adoptar uma política muito estável na densidade populacional, a fim de fazer com que o nosso futuro desenvolvimento dimensional da população da cidade tenha uma política nítida, que é uma política para regular a população. Também temos conhecimento que, por exemplo, em cada ano quantas pessoas que é que possuem um salvo conduto com via única que vão fixar residência em Macau e, assim, podemos prever aproximadamente o volume de aumento da pop ulação. Esta política que estabiliza a população, pode ajudar-nos a ter uma oportunidade para nos empenharmos ainda mais no aspecto do investimento, em pleno, no ensino básico, o que é uma excelente oportunidade. Mais a mais, um pouco antes, quando a DSEJ respondeu à nossa interpelação, também apontou que a altura cume dos alunos dentro do nosso ensino básico é desde a fase do ensino primário até à fase do ensino secundário. Ao menos, na fase do ensino primário, devemos ter suficientes vagas escolares, de modo a responder às necessidades de um período de tempo do futuro. O mais importante é conseguirmos responder ao grande volume de necessidades no ensino secundário, reforçando o volume de vagas escolares para o ensino secundário. Do mesmo modo, espero que possam elevar a qualidade e, nesta base, reajustamos a nossa estrutura geral do ensino básico. Esta parte pode contribuir para o aspecto do investimento na qualidade da cultura e da educação da RAEM, porque assim podemos ter mais competitividade. A competitividade não é falar sem nenhum argumento, mas sim, deve haver uma comparação, por isso, não podemos olhar simplesmente para a contradição já existente com o nosso Governo, com as instituições de ensino e com os encarregados de educação, o que é uma questão interna muito simples, pois ainda acarreta de uma análise objectiva e científica sobre o investimento de recursos. Entretanto, devemos fazer uma comparação com as nossas zonas adjacentes, tais como, Hong Kong, Taiwan ou RPC, assim como comparar com o GDP, com o nível dos valores nas despesas do Governo no ano financeiro, com o investimento no ensino básico e com o valor investido em cada estudante. Ou então, fazer uma análise comparativa sobre o GDP e as despesas financeiras do Governo, a fim de considerar se o nosso próprio investimento tem, ou não, depositado suficientes recursos ao ensino básico e a cada estudante. Na base de recursos suficientes, devem pensar se a eficácia da aplicação de recursos é, ou não, suficiente? Será que têm desperdiçado os recursos? Portanto, devem considerar a reforma do investimento no ensino básico N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série nesta óptica. A nível político, temos uma boa oportunidade, porque temos uma política de população estável, ora, a RAEM tem os pés bem assentes. Entretanto, vamos enfrentar, em breve, um ambiente de concorrência muito forte, pelo que há necessidade em fazermos um novo investimento neste aspecto. Acho que isto é através de uma vertente de políticas. Acontece que o que o Sr. Secretário disse apenas vai no sentido de reforçar o entendimento entre o Governo, as instituições de ensino e os encarregados de educação o que é um relacionamento interactivo entre as 3 partes, e acho que é insuficiente. Deve elevar-se um pouco mais este objectivo. Em relação a esta exigência tão elevada, necessita-se de alguns estudos e estes estudos devem dar uma satisfação aos nossos cidadãos e à AL. Afinal, será que estes estudos conseguem ser alcançados, com vista a dar uma satisfação, ou seja, a reforma para a futura competitividade da nossa cidade? Deste modo, acho que devem reforçar a avaliação do investimento de recursos e a re-avaliação da eficácia na adopção de recursos. Nestes termos básicos, podemos planear o nosso futuro ensino básico. Com uma base de recursos suficientes, o Governo, as instituições de ensino e os encarregados de educação, e a contradição destas 3 partes é, de facto, um assunto pouco relevante. Creio que com um investimento de recursos suficientes deve conseguir-se resolver totalmente esta contradição, porque a questão reside, de facto, em como continuar a aplicarem-se os recursos. Obrigado. Presidente: Sra. Deputada Iong Veng Ian. Iong Veng Ian: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas: Desde que o Governo local implementou a política da adesão à rede escolar, as condições por parte dos docentes elevaram a taxa de fluição dos docentes e também reduziu as condições no funcionamento das escolas o que também melhou muito comparado com o passado. Juntamente com a implementação do número reduzido de alunos por turma no ensino, o número de alunos por turma que também reduziu, fez com que seja muito mais fácil para os actuais docentes de Macau educarem os alunos. Creio que tudo isto contribui para elevar a qualidade de ensino em Macau. Por outro lado, a valorização dos docentes na nossa reforma curricular é uma questão muito urgente. Na qualidade do pessoal da linha de frente, para a implementação da reforma do ensino, de facto, os próprios docentes devem auto-aperfeiçoar-se constantemente. No entanto, a DSEJ deve dar mais um passo para reforçar as acções de formação aos actuais docentes, pois só assim é que conseguem resolver efectivamente a qualidade dos docentes. No presente momento, a verdade é que o Governo tem vindo a prestar cada vez mais atenção à formação dos docentes em serviço, e para além disso, também tem cooperado com muitos ensinos superiores de Macau, apoiando sob a forma de patrocínio e de estímulo, com vista a oferecer acções de formação aos docentes em serviço para que possa satisfazer às exigências de se elevar a qualidade de ensino em Macau e a qualidade dos docentes desta sociedade. Tal facto, mostra-nos que o Governo presta muita atenção à elevação da qualidade do ensino. Pergunto aqui ao Sr. Secretário que nas LAG referiu-se que o Governo da RAEM no futuro ano vai continuar a empenhar-se para elevar a qualidade dos docentes, mas como é que o Governo vai proceder à avaliação sobre o efeito das acções de formação que temos vindo a realizar? Em simultâneo, o que é que o Governo acha da criação de um regime da certificação da qualificação dos docentes? Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Au Kam San. Au Kam San: A Sra. Deputada falou no aspecto da formação dos 50 docentes e queria fazer chegar a minha pergunta. Dadas as circunstâncias de Macau, o aspecto da formação dos docentes para as pessoas que trabalham neste sector, parece que há uma sensação de não se cumprir com o prometido. Quando um docente obtiver um documento certificativo, o Governo não toma as providências necessárias para o futuro desenvolvimento dos docentes. É evidente que pode dizer que, anualmente, têm realizado algumas acções de formação, nomeadamente durante as férias de Verão para os docentes se aperfeiçoarem, mas, na realidade, estas acções de formação são realizadas anualmente são muito semelhantes entre si. Assim sendo, até parece que se transformaram em cursos de interesse e também não apontaram que cursos de formação é que eles devem frequentar. Deste modo, fez com que alguns docentes jovens que foram integrados há muito pouco tempo neste ramo, possam ter mais tempo e mais interesse em receber mais acções de formação deste género. Acontece que alguns docentes com mais idade, ou com um maior volume de trabalho, talvez não tenham ido frequentar as acções de formação. Tal como estas formações são concretamente cursos de interesse e servem para enriquecer e para actualizar os conhecimentos dos mesmos. Estes cursos não contribuem efectivamente muito. É muito provável que seja uma deficiência na actual formação de docentes. Dentro das LAG referiu-se que é necessário promover o modelo do ensino de criatividade, mas, pessoalmente, quando li o conteúdo das LAG, não se fez referência ao ensino criativo e diz concretamente no seu conteúdo a formação de docentes. Como é que podem promover o ensino criativo através da formação dos docentes? A questão reside no facto de haver uma grande diferença desde a formação de docentes até à verdadeira implementação do ensino criativo. O ponto fulcral da promoção do ensino criativo, naturalmente, que reside na recepção da formação por parte dos docentes. Acontece que o actual modelo para a formação de docentes, para além de não ser sistemática, também necessita que todos os docentes recebam esta formação. Será que a Administração tem ponderado em criar alguns regimes reais de aperfeiçoamento destinados aos docentes? Por exemplo, incluir uma disposição no diploma legal para a formação de docentes, e quando chegar a um determinado tempo de serviço, tal como dentro de 5 anos, estão sujeitos obrigatoriamente a receber uma formação relativa à licenciatura. Este tipo de formação não se trata de nenhum curso de interesse que contribui mesmo para actualizar os conhecimentos dos docentes, para se adaptar às mudanças da sociedade e para absorver mais novos êxitos do estudo de ensino. É indispensável definir que eles têm de receber esta formação de conhecimentos e não os cursos de interesse, ou seja, só quando têm interesse é que aprendem. Além do mais, para que todos os docentes possam ter condições suficientes para receberem esta formação, não será que deviam ponderar numa eventual determinação, tal como nas zonas vizinhas, em que o Governo oferece recursos ou substitutos para dar aulas, a fim dos docentes poderem receber a formação? Depois desta formação, creio que traz absolutamente vantagens para se elevar a qualidade dos docentes, e para se actualizar nos seus conhecimentos e para absorver novos êxitos no estudo de ensino. Espero que este modelo de formação possa ser incluído no âmbito da consideração por parte do Governo. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, caros colegas. O desenvolvimento da zona não se afasta da qualidade dos cidadãos, só com a formação de talentos e com a elevação da qualidade é que temos força motriz para se articular com o desenvolvimento e ao mesmo tempo também se cria sob o conceito das LAG; " Servidor do N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Povo". A formação de talentos não é falar simplesmente, porque é à base da qualidade dos docentes que podemos formar elites. Como é que podemos fundar bem esta base? Apenas no relatório das LAG, claro que a contratação é uma das vias, mas será que temos pensado em sermos nós a formar estes docentes qualificados? Por exemplo a criação de uma instituição de ensino propriamente para este efeito, no sentido de fortalecer o ensino básico. Caso afirmativo, como é que devem reforçar os respectivos trabalhos? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au. 51 qualidade do ensino. Será que o Governo tem ponderado na necessidade de se criar um regime de fiscalização? Obrigado, Sr. Secretário. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au, depois de ouvir o que disse anteriormente, pensava que se pronunciava em torno da cultura. Gostaria de perguntar se mais algum Deputado quer intervir acerca da questão do ensino? Por enquanto, vejo que não. Então, Sr. Secretário Chui, será que se pode pronunciar um pouco em relação às opiniões que vários Deputados manifestaram? Stanley Au: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Antes de mais, tenho de fazer uma pequena oposição ao Sr. Secretário. No relatório das LAG do Sr. Secretário fez-se referência a muitas actividades culturais que foram realizadas no ano passado, mas esqueceram-se de mencionar a "competição de conhecimentos por parte dos estudantes do ensino secundário" que já se realizou a 12ª Sessão e que, no corrente ano, contou com a participação de 700 e tal pessoas. Voltando ao assunto, as LAG sobre o domínio dos Assuntos Sociais e Cultura em comparação com o primeiro e com o segundo relatório tem mais incidência e finalidade, e disto temos toda a certeza. No tocante à questão do ensino, não sei porque é que adoptaram o ensino superior e o ensino não superior para a fixação da posição. Automaticamente transformou-se o ensino superior numa parte mais importante do ensino. Não há dúvida que não podemos subestimar o efeito que o ensino superior exerce no desenvolvimento da sociedade moderna, mas se não tivermos um ensino básico generalizado e desenvolvido, também não faremos referência ao ensino superior. Nesta mesma teoria, a DSEJ também deve transformar-se numa "Direcção dos Serviços do Ensino Não Superior e da Juventude". Espero obter um esclarecimento por parte do Governo. Entretanto, o domínio dos Assuntos Sociais e Cultura são os serviços públicos que têm mais despesas, porque tem a ver com a elevação da qualidade cultural dos residentes, a fim de salvaguardar uma vida saudável aos nossos cidadãos comuns. No que diz respeito às questões que vários Deputados focaram, vou pronunciar-me em termos de políticas e, quanto ao aspecto na especialidade, daqui a pouco, vou passar a palavra ao Sr. Director Luiz Vizeu para fazer uma explicação na especialidade. Ao falarmos dos 10 anos de ensino gratuito e a Lei do Sistema Educativo nº11/91/M, referiu-se expressamente nas LAG do corrente ano que na altura adequada e quando necessário vão fazer uma revisão global. De facto, trata-se de uma avaliação global, tal como disse o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong, inclusivamente a Lei do Sistema Educativo e o conjunto de leis complementares conexos. No entanto, esperamos concluir a redacção consultiva no ano de 2002. Neste momento, os trabalhos são realizados na Comissão Permanente do Conselho de Educação e já estão em curso. Quanto à menção que fizémos sobre o Governo, o encarregado de educação, a escola e as outras instituições que incluímos nas LAG não estavam redigidas de uma forma muito clara. Tal como se disse antes, vamos exercer uma avaliação global sobre a Lei do Sistema Educativo e sobre o conjunto de legislação complementar. Tivémos em conta o Governo, o encarregado de educação e a escola, porque nos preocupámos com algumas questões. Em relação aos estudantes, necessitam de um diálogo e de uma cooperação conjunta destas 3 partes, pois só assim é que podemos atingir o objectivo do ensino, e do mesmo modo, também estamos a criar melhores condições para o nosso futuro para que os talentos que formamos se possam articular, tal como o ensino básico e o ensino superior que o Sr. Deputado Stanley Au acabou de mencionar. Agora, verificámos que é necessário haver alunos qualificados e empenhados no ensino básico para desenvolver o ensino superior da melhor forma. Assim como, recentemente, muitas pessoas têm prestado muita atenção à língua inglesa, e achámos que o mais importante para aprender bem a língua inglesa é no ensino básico. Esta é a melhor altura para aprendizagem, com vista a fundar bases favoráveis para se integrarem no ensino superior. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au, não se importa de colocar mais tarde a questão relativa à área da cultura? Stanley Au: Também estou a falar no ensino e vou continuar a abordar sobre a fiscalização das escolas sem fins lucrativos. Presidente: Pode dizer, mas quanto aos assuntos relativos com a área da cultura, coloque-os mais tarde, está bem? Stanley Au: Está bem. Presidente: Se tem a ver com a área do ensino, pode abordar. Stanley Au: Assim sendo, vou continuar. O domínio dos Assuntos Sociais e Cultura são os serviços públicos que têm mais despesas, porque tem a ver com a elevação da qualidade cultural dos cidadãos, a fim de salvaguardar uma vida saudável aos nossos cidadãos e só assim é que se consegue alcançar o objectivo desejado, claro que tem o seu valor. Ao longo de muito tempo, o Governo tem vindo a aplicar muitos recursos públicos para subsidiar a aquisição de vagas nas escolas particulares sem fins lucrativos, para pagar as propinas dos estudantes e para pagar o subsídio aos docentes. No entanto acontece que o Governo tem muita insuficiência em exercer uma fiscalização sobre as finanças das diversas escolas, a apreciação das contas e a apreciação da O Deputado Au Kam San mencionou se vamos, ou não, aumentar os recursos. Creio que, com a permissão do futuro ambiente económico, vamos aumentar com certeza os respectivos recursos, porque já lá vão muitos anos que não aumentámos os recursos desta área. Depois da criação do Governo da RAEM, atribuímos 45% de subsídio às escolas que não aderiram à rede pública. No tocante à diferença entre as escolas aderentes e não aderentes à rede pública, também vou fazer aqui algumas explicações. De facto, criámos os 10 anos de ensino gratuito, especialmente o ex-Governo, através do grande volume de trabalhos que foram lançados no Conselho de Educação, no sector da educação e na AL, e depois da promulgação da Lei do Sistema Educativo, também concluímos uma série de legislações complementares. Estes trabalhos levaram muitos anos e acarretam de um grande empenho, porque o ensino de Macau no passado, sobretudo o ensino básico, quase mais de 95% eram escolas particulares e ensino N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série realizado pelas associações. As escolas do ensino básico organizadas pelo Governo eram escassas e, na altura, foi através de um consenso obtido na negociação e na coordenação que elaboraram a primeira versão da lei do sistema de ensino. A implementação dos 10 anos de ensino gratuito não foi nada fácil e estes frutos merecem muito que os estimemos, porque depois da sua implementação, mais de 80% das escolas já se integraram na rede e as escolas que não aderiram à rede pública são relativamente poucas. Acredito que, na altura, o projecto também incentivava a adesão à rede e por isso mesmo é que há esta diferença. Agora, já passaram 10 anos, por isso, também é altura apropriada para uma revisão. Em relação à questão dos recursos aplicados serem mais elevados nas escolas públicas do que nas escolas particulares, os valores numéricos que o Deputado Au Kam San focou há pouco, nas escolas públicas e de acordo com os meus dados, os custos e o plano de investimento para os estudantes do ensino secundário são 30.700, para o ensino primário são 28.400 e para o ensino primário são 23.500. Nas instituições de ensino sem fins lucrativos, no ano financeiro de 1999 a 2000, os custos dos estudantes que nós prevemos, foram 10.900. Nós podemos fornecer estes dados, porque basicamente já os conseguimos calcular. Concordo que no futuro é necessário aumentarem-se estes recursos, especialmente no ensino gratuito e no ensino básico. Por outro lado, e de acordo com a «LB», temos de implementar o ensino obrigatório desde a fase dos 5 até aos 15 anos, e estamos agora a proceder a estes trabalhos. O DL que incide sobre a associação de pais é o DL nº72/93, e o Sr. Deputado Au falou com toda a razão que este diploma legal regula nitidamente que os pais podem participar na escola. De momento, com o que nós nos preocupamos mais é que a maioria dos encarregados de educação em Macau, ainda necessitam da cooperação dos pais e das escolas, especialmente o reforço no diálogo e no ensino destes pais, como é que eles podem educar os seus filhos, pelo que redigimos desta vez, de uma forma muito clara, nas LAG "a cooperação entre a família e a escola", e este é basicamente o nosso ponto de partida. O que o Sr. Deputado Chui questionou, de facto, temos um regime para formar os docentes. Num período de tempo do passado, os docentes do ensino básico de Macau, em termos básicos, já haviam recebido e concluíram um curso superior, através da cooperação da Universidade da RPC finalizaram uma formação em serviço. Agora, as nossas universidades também têm cursos de formação destinados aos docentes, e na carreira docente também diz expressamente que os docentes necessitam de formações profissionais e só depois é que podem assumir as funções de ensino. No que diz respeito aos detalhes, vou passar a palavra ao Sr. Director Luiz Vizeu, no sentido de fazer alguns esclarecimentos. Director da DSEJ, Luiz Amado de Vizeu: Sra. Presidente, Srs. Deputados: No aspecto da associação de pais, talvez faça uma pequena achega, porque o Sr. Secretário já fez há pouco uma explicação muito clara. Em termos básicos, temos de reforçar a etapa da formação, porque dentro do diploma da associação de pais do ano de 1993, é necessário conformar-se com o estatuto da escola para ver como é que os pais participam na escola, na qualidade de um papel de consultadoria. Como é que os pais devem participar no funcionamento da escola? Em primeiro lugar, temos um mecanismo e um horário marcado para eles dialogarem com a escola sobre as notas e o comportamento dos seus educandos na escola. No caso dos pais não estarem muito claros sobre as actividades escolares dos seus próprios filhos, e se se dirigirem à escola, já seria mais difícil de se resolver. Nestas circunstâncias, através de algumas actividades de formação contínuo aos seus filhos no 52 próprio Centro de Educação Permanente ou através de outras associações interactivas, de um modo geral, aplicamos este subsídio para realizar algumas actividades de ensino aos filhos. Achamos que esta é uma forma mais concreta. Não deve estar em causa o facto de executar, ou não, a legislação, porque a legislação é existente, mas os pais têm de estar claros sobre a necessidade dos seus próprios filhos e o aspecto interactivo da escola. Assim seria muito melhor e mais concreto. Em relação à avaliação que o Sr. Deputado Ng invocou, o Sr. Secretário Chui já fez referência à questão e já iniciámos os respectivos trabalhos. Entretanto, definimos a realização de uma reunião de trabalho por mês e o seu tema de debate também já foi definido. Tratam-se de trabalhos difíceis e a longo prazo, mas achámos que é necessário. O que acabei de referir não se trata de assuntos relevantes, só diz respeito à questão da escola e dos encarregados de educação, o que é pouco significativo. Por um lado, digamos que se trata de uma questão pouco relevante, mas por outro lado, não devemos pôr em causa o ambiente de trabalho de uma questão relevante devido a uma questão de pouca relevância. Concordamos perfeitamente que Macau tem muita falta de recursos, digamos que as pessoas são tudo para nós. Entretanto, é necessário fundarmos bem as bases dos jovens e só assim é que eles conseguem competir com as zonas vizinhas. O objectivo do ensino é um dos temas mais importantes para a nossa revisão. No aspecto das vagas escolares, também concordamos que é necessário aumentarem-se as vagas para o ensino secundário. Através do projecto de ampliação da escola no ano de 1993, inclusivamente a construção de novas escolas e a ampliação das actuais escolas, de facto, registou-se efectivamente um aumento. Desde aquela altura até agora, já ocupámos cerca de 27 mil vagas escolares, 16 mil delas foram destinadas ao ensino secundário. Embora se tenha registado um aumento relativamente rápido no número de estudantes nos últimos anos, especialmente no ensino secundário, mas são basicamente cerca de 45 alunos por turma. Se todas as obras de construção corressem às mil maravilhas, prevíamos que no ano lectivo de 2003 a 2004, iríamos ter uma proporção de aumento com cerca de 7 mil alunos. Relativamente à falta de vagas que estamos a enfrentar, o que envolve apenas inferior a 300 vagas, é óbvio que este valor é actualizado anualmente, porque os alunos de Macau sofrem os factores do exterior. Deste modo, reajustamos todos os anos os respectivos valores e não deve haver uma grande diferença. De acordo com a avaliação que fizémos para o ano lectivo 2003/2004, acreditamos que não vai suscitar uma situação muito intensa. Quanto ao aspecto da formação dos docentes, ou seja, a questão que a Sra. Deputada Iong Veng Ian colocou, é como é que avaliamos o efeito da formação dos docentes? Basicamente, através da instituição de formação, quer em Macau, quer no exterior, o próprio estabelecimento de ensino consegue verificar o efeito dos docentes depois de receberem a formação. Macau tem a sua vantagem, porque é uma cidade pequena, por isso, pode estabelecer-se um diálogo mais íntimo com as diversas escolas e, assim, é mais fácil de se conseguir verificar. No entanto, não possuímos alguns dados relativos à concessão de 1 ou 2 valores depois de concluir um curso de formação, não temos estes dados e talvez nem consigamos fazer isto. No aspecto da formação contínua dos docentes, temos mecanismos para acompanhar o progresso dos docentes. Parece-me que o Sr. Deputado Au Kam San fez uma pergunta... Como é que podemos impôr uma obrigatoriedade? Obrigá-los a estudar? N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Presidente: Se têm, ou não, periodicamente... Cito um exemplo. Será possível os docentes submeterem-se a uma formação dentro de 5 anos e, por outro lado, será que podem criar docentes substitutos? Director da DSEJ, Luiz Amado de Vizeu: Temos agora uma forma mais flexível de autonomia financeira para o pessoal das escolas, mas não temos ainda um mecanismo para obrigar os docentes a receberem uma formação contínua ao fim de 5 ou 3 anos de serviço. Felizmente, temos alguns dados que nos demonstram que os nossos docentes, principalmente os mais jovens, em que a maioria deles têm cerca de 30 anos e a participação deles é mais activa. Assim sendo, achamos que não parece uma aprendizagem apenas por interesse. Quanto aos dirigentes das escolas, também estão mais activos em elevar a qualidade dos docentes, quer a nível de ensino, quer a nível de conhecimentos tecnológicos. Por enquanto, não podemos impôr esta obrigação, mas em relação à formação contínua dos docentes é um tema muito importante que vai ser incluíd o na revisão do sistema educativo. 53 tema de ensino criativo. Ainda no aspecto da qualidade, uma vez que não existe uma fita própria para uma medição directa, no corrente ano, e nos termos das LAG, fizémos um estudo através da UM. Adoptámos 3 disciplinas para saber qual era o nível do 9º ano de escolaridade, inclusivamente na língua chinesa, na língua inglesa e em matemática, e este trabalho de avaliação já foi devidamente concluído. No dia 18 do presente mês, aquando da reunião no Conselho de Educação, a UM vai apresentar o conteúdo deste relatório. Depois desta apresentação, vamos colocar este relatório na Internet e também o enviaremos a todas as escolas, às personalidade ou às instituições que tenham interesse sobre o contexto do relatório. Trata-se de uma informação muito exacta, e este relatório é para efeitos experimentais, porque Macau nunca chegou a fazer este tipo de investigação. Se todas as pessoas lerem o relatório, também vão achar que o resultado da investigação é confiante. Se assim for, esta investigação vai alargar-se para um outro aspecto, sobretudo para o aspecto da capacidade e não se limita apenas ao aspecto dos estudos. É basicamente isto que tenho para explicar. Presidente: Sr. Deputado Au Kam San. No aspecto de haver, ou não, professores de substituição, basicamente, digamos que não temos propriamente um regime de docente substituto. Porém, no regime do número reduzido de alunos por turma, um dos seus objectivos vai no sentido de fazer com que se possam reduzir as pressões de trabalho por parte dos docentes, e deste modo, eles podem participar nas acções de formação contínua. Entretanto, os próprios docentes podem ser docentes qualificados e nem sempre têm de participar nas actividade de formação a longo prazo. A DSEJ, as escolas de Macau e a UM, estas instituições para a formação de docentes fazem todos os possíveis para organizar bem o horário para os docentes receberem a formação contínua, e além disso, ainda vão aproveitar de algum espaço de tempo para que eles possam frequentar, e também para que possam fazer as acções num curto espaço de tempo, ou então, realizá-las de uma forma repartida, e aí, já é possível cuidar também do actual ambiente de Macau. Esta forma de actuação aplica-se aos docentes, ao pessoal administrativo das escolas e aos dirigentes dos estabelecimentos de ensino. O Sr. Deputado Stanley Au fez um acompanhamento à gestão financeira e à gestão da qualidade. No aspecto financeiro, as escolas têm de entregar anualmente as despesas financeiras à DSEJ e esta procede à apreciação e ao acompanhamento. Se se verificar que uma determinada escola pode tirar ainda mais proveito dos recursos, sugerimos o que é que ela pode fazer. Através do ensino tutelar e de um determinado serviço da DSEJ, quando nos deslocarmos às escolas para efeitos de intercâmbio ou para outras finalidades, acompanharemos de perto esta situação detectada. Até ao presente momento, digamos que a gestão financeira das escolas é considerada favorável. No aspecto da qualidade, é mais difícil verificarmos qual o nível técnico que uma determinada escola ou uma determinada disciplina alcança, e muitas vezes, adoptamos algumas vias mais indirectas para tentarmos observar qual o seu sucesso de ensino. No ensino secundário, de um modo geral, observamos os valores numéricos que chegam ao ensino superior, e neste aspecto, Macau não é nada fraco. Por outro lado, ainda temos em conta o reflexo por parte do empregados e isto envolve uma área relativamente ampla. Neste momento, não desenvolvemos estes trabalhos de uma forma sistemática e, geralmente, obtemos os dados através dos contactos de rotina, no sentido de conhecermos qual é a sensação por parte dos empregadores depois dos estudantes se integrarem na sociedade de trabalho. Detectámos aqui que, para além de determinados cursos, como a língua inglesa, não correspondem muito com o standard deles, e em termos básicos, interessam-se mais pela criatividade e pela inteligência, razão pela qual apresentámos o Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Agradeço muito a resposta por parte do Sr. Secretário e do Sr. Director. Vou continuar a perseguir algumas questões. Em relação à questão da associação de pais que o Sr. Director focou, discordo com dois pontos de vista. O primeiro prende-se com o facto de não estar em causa a execução, ou não, desta legislação. Acho que, na qualidade de uma entidade pública, se houver uma legislação, deve cumprir-se e executar-se. O segundo ponto tem a ver com a criação da associação de pais, e na óptica do Sr. Director, parece-me que ainda não têm condições suficientes, mas porquê? Digamos que os encarregados de educação, em si, também não conhecem e não percebem muito bem os seus filhos, e quanto à escola, nem vale a pena pronunciar-se. Este ponto de vista de se conhecer anteriormente e de se participar posteriormente, pessoalmente, não concordo muito. A verdade é que a opinião que os pais têm acerca da escola, creio que, se ligassem o rádio durante a manhã, quase todas as semanas há queixas e críticas sobre as escolas. Se tiverem oportunidade de estarem presentes à porta das escolas na hora da saída, também podem ouvir muitas críticas por parte dos pais. Porque é que eles criticam tanto? É evidente que eles não conhecem muito bem os assuntos relacionados com as escolas, e a verdade é que determinadas escolas têm algumas cobranças ou algumas questões que deixam os pais insatisfeitos. Mas parece-me que os pais não têm outros canais para dialogarem com as escolas a não ser através da rádio e através de uma conversa ou debate entre eles, porque uma vez que os seus filhos frequentam esta escola, não se atrevem a dizer tudo o que lhes apetece, caso contrário, os seus educandos vão pagar por isso, e também existe este ponto de vista. É óbvio que, na qualidade de trabalhador da linha da frente, não acredito que os docentes das nossas escolas sejam tão imorais, só que os pais não depositam confiança, e não há outro remédio, porque eles não compreendem. No caso das escolas elaborarem determinadas medidas para que os pais possam participar, isto contribui muito para o diálogo entre a escola e os pais, por isso, não concordo que tenha de conhecer anteriormente e participar posteriormente. Concordo que o papel dos encarregados de educação não vai no sentido de negociar com as escolas, mas sim, através dos seus representantes, ou seja, os representantes dos pais devem participar nas decisões tomadas pelas escolas. Deste modo, eles podem conhecer melhor o comportamento dos seus filhos dentro da escola. Portanto, deve participar-se antes e depois deve conhecer-se melhor, e na minha opinião, não deve ser ao contrário. Daí que a criação da associação de pais seja muito importante e digamos que é N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série uma das etapas mais importantes, porque, senão, não elaboravam a respectiva lei no ano de 1993. Acontece que depois de elaborarem e não a executarem, fez com que os pais não tivessem onde recorrer no caso de haver insatisfações e as escolas parece que não compreendem os pedidos por parte dos encarregados de educação, gerando-se, assim, muitas contradições entre eles. É claro que isto tem a ver com os recursos de ensino a que aludi antes. Antes pelo contrário, se os recursos do ensino fossem suficientes, as escolas não cobrariam despesas aos encarregados de educação, e assim talvez pudessem reduzir essas contradições. Só que ainda residem contradições no aspecto do método de ensino, mas espero que possam prestar mais atenção e resolver a questão em causa. Uma outra questão prende-se com o aspecto da formação dos docentes. Há pouco, o Sr. Director disse que não há isto e não há aquilo. Na qualidade de um trabalhador da linha de frente, claro que tenho conhecimento que isto não existe e é precisamente por este motivo que faço referência. Não concordo com a adopção da terminologia "obrigar", mas sim concordo com a "criação de condições". Ora, se quiserem que os docentes recebam estas acções de formação, o respectivo órgão da educação deve criar condições para que eles possam frequentar estas acções. A ideia de criar condições não vai apenas no sentido de fornecer as acções de formação ou de realizar um grande volume de cursos para frequentarem durante o Verão. Não sei se o Sr. Director tem na sua posse alguns dados que consigam demonstrar que, dentro do conjunto de docentes, quantos é que participam anualmente nestas acções de formação? De facto, existem mesmo muitos. Neste momento, os participantes essenciais são de um modo geral jovens que se integraram há muito pouco tempo neste ramos de actividades, uma vez que não têm encargos de família, têm mais tempo e estão inteiramente dispostos a participar. Quanto aos docentes com idade média, tal como eu, todos os anos leio a publicidade dos cursos de formação que fornecem e gostaria muito de participar, só que não tenho tempo e, por isso, não posso participar, de modo que aludi a criação de condições para que possam criar um regime de aperfeiçoamento aquando da futura revisão ao diploma legal relativo à formação de docentes. Na verdade, como é que podemos garantir que os conhecimentos dos docentes possam ser actualizados? Como é que se podem adaptar às necessidades da sociedade? Este regime de aperfeiçoamento ocupa um lugar muito importante. Em HK, exigem um exame aos docentes, mas não concordo com esta medida. Acontece que uma formação contínua e um regime de aperfeiçoamento apropriado podem fazer com que os conhecimentos dos docentes se possam actualizar frequentemente e estes conhecimentos não dependem do interesse deles. O Governo deve elaborar um planeamento, no sentido de lhes permitir um domínio em alguns conhecimentos e alguns novos frutos do estudo académico para os poderem aplicar dentro do ensino. Creio que tal facto pode contribuir muito para se elevar a qualidade do ensino. Por outro lado, queria continuar a focar mais algumas questões. O próprio sistema educativo de Macau é um sistema único. Quase todas as escolas em Macau são escolas gramaticais, fazendo com que um grande volume de jovens não se consigam adaptar ao ensino tradicional, tornando-os vítimas do ensino, no qual sofrem caídas constantes, em que são excluídos e marginalizados. Este método de ensino tradicional, no passado, antes de procedermos ao ensino generalizado, de facto, havia muitas pessoas que eram excluídas, mas ninguém sentia isso, porque as pessoas que conseguem permanecer na escola já se adaptaram às regras do jogo da escola. Depois da implementação do ensino generalizado, muitas pessoas que deviam ser excluídas antes desta implementação, continuam a permanecer dentro da escola. Uma 54 vez que ainda não se adaptaram às regras do jogo do ensino tradicional das escolas, faz com que sofram constantemente e esta também é uma das origens que causou a problemática dos jovens em Macau. No ponto 2.2.2 das LAG, o Governo frisou que vai "aumentar activamente as vagas no ensino para que os alunos com aprendizagem mais lenta ou com mau comportamento possam frequentar. A questão reside nos alunos que não se adaptam ao ensino tradicional das escolas, eles não só necessitam de mais vagas escolares, mas também necessitam de mais algumas oportunidades para que se possam adaptar mais facilmente. Todos os anos, a DSEJ tem vindo a desenvolver muitos trabalhos, e quando um aluno não consegue encontrar uma escola, a DSEJ faz todos os possíveis para o ajudar a encontrar uma escola, mas porque é que o aluno saiu da escola que frequentava? Porque ele não se adapta ao método de ensino tradicional implementado nessa escola, e depois foi afastado. Agora, a DSEJ faz todos os possíveis para o colocar numa escola que implemente o mesmo método de ensino tradicional, e o que espera do resultado? Aparentemente, parece que o ajudou, mas vai ser novamente afastado muito em breve. A taxa de sucesso é relativamente baixa e isto é uma verdade. O que nós necessitamos é conseguir dar mais orientação a estes jovens. O ensino tradicional enfrenta toda a turma e para oferecer uma determinada orientação, esta oportunidade é pouca. Espero que o Governo da RAEM possa através de si próprio incentivar algumas associações de ensino, no sentido de se criar um ensino que não se baseie essencialmente no ensino tradicional e que disponham mais escolas que consigam fornecer determinadas orientações para que os alunos se possam adaptar. Mesmo em HK também existem estas escolas e, por enquanto, ainda não existe em Macau. Uma outra questão que queria focar tem a ver com a existência de muitos alunos com obstáculos de aprendizagem. Ouvi dizer que existem mais de 40 mil pessoas em HK que têm dificuldades na escrita e na leitura e cerca de 30 mil alunos que são demasiado activos. Quantos existem em Macau? Não sabemos. Talvez o Sr. Director e o Governo também desconheçam. Este grupo de alunos que têm obstáculos de aprendizagem não se conseguem adaptar ao ensino da escola, são muito activos, fazem sempre asneiras e são facilmente incluídos na lista negra de alunos por parte das pessoas. Porém, para além de termos que ensinar este grupo de alunos, ainda temos de curá-los. Será que temos algum apoio nestes tratamentos? Ou será que temos algum apoio de avaliação e de reconhecimento? Agora, ainda não temos. Espero que estes alunos que têm obstáculos, possam ter uma avaliação profissional por parte da Administração competente, a instituição que tem esta responsabilidade, que tenham um apoio e uma orientação a nível de tratamento, a fim de os ajudar a superar estas dificuldades. O Governo tem um espaço vazio neste aspecto. Entretanto, espero que o Governo possa consultar a experiência de outras zonas, e que preste mais atenção e que encontre uma solução para esta matéria. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário. Queria manifestar aqui algumas opiniões acerca da formação de talentos. Todos têm conhecimento que o serviço logístico tem um desenvolvimento muito rápido. Macau e toda a zona do Delta do Rio das Pérolas têm muitas potencialidades para desenvolver o serviço logístico, e digamos que é uma futura estrela na economia mundial. No entanto, o território local e as zonas adjacentes também se estão a desenvolver activamente neste sentido. Se repararmos, em Cantão e na província de Kuong Tong já têm um planeamento para investir 5 biliões N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série no desenvolvimento do serviço logístico. No aspecto do "hardware", muito em breve, Macau vai construir um centro para o serviço logístico, ou seja, para o ano de 2004, mas acho que é muito moroso e só complemento com mais pormenores quando o Sr. Secretário Chui entrar nesta matéria. Respeitante a este aspecto, já se iniciaram os estudos para se articularem com esta medida, e por exemplo, o sistema electrónico para a declaração alfandegária. A técnica de gestão do serviço logístico já se caminha para uma fase tecnológica e profissional, mas é de lamentar, porque Macau tem carência de talentos neste aspecto. A característica do serviço logístico é através do transporte, da técnica de armazenamento, da gestão da entrega de mercadorias e da informação tecnológica para manter um controlo sobre o fornecimento e para se reduzir a distância entre a procura e a oferta das mercadorias. Tal facto pode fazer com que as mercadorias possam ser entregues o mais depressa possível e com custos mais baixos até aos clientes, através de uma forma correcta. Há diferenças entre o serviço logístico e o sector de transporte de mercadorias. A área de conhecimento do serviço logístico envolve uma área muito ampla, incluindo a gestão do transporte de mercadorias, a gestão da entrega de mercadorias, a gestão do armazenamento das mercadorias, a gestão do tratamento de encomendas, o apoio de serviços aos clientes, o apoio na informação e na tecnologia, etc.. Resumindo e concluindo, podemos verificar o desenvolvimento da articulação tecnológica, em que o serviço logístico pode fornecer serviços muito mais amplos do que o sector do transporte e a vertente é mais elevada, por isso, o mais urgente é elevar os conhecimentos sobre a gestão do serviço logístico. No aspecto da formação de talentos, nas zonas vizinhas, tal como HK, já têm institutos de ensino que realizam cursos sobre serviços logístico durante todo o dia, e a taxa dos alunos que frequenta este curso, tem vindo a aumentar anualmente. No domínio da educação das LAG do Governo da RAEM, será que tem algum plano para criar cursos do serviço logístico no ensino superior? Além disso, devem incluir esta disciplina numa cadeira formal, de modo a enfrentar as futuras necessidades. Caso contrário, Macau vai ter uma falta de talentos no serviço logístico, de futuro, e vai ser muito difícil competir com os outros. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Leong Heng Teng. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. Em relação ao domínio da educação, queria colocar uma questão que tem a ver com o desenvolvimento das políticas de ensino em geral. O desenvolvimento do ensino em Macau, durante 10 anos, especialmente o desenvolvimento do ensino básico, creio que depois de um empenho geral, pode caminhar para uma fase mais estável. Mas, se parar sempre no mesmo lugar, não pode de modo algum progredir e também não se consegue adaptar, pelo que é necessário fazer-se uma nova revisão ao sistema educativo em geral. Há pouco, muitos colegas falaram sobre a questão dos docentes, da distribuição de recursos e do regime de ensino. Acho que estes aspectos são muito importantes. No entanto, o Conselho de Educação já lançou os respectivos trabalhos. À semelhança do domínio da saúde, que debatemos antes, muitas vezes, faz-se referência a alguns estudos sobre rubricas, porque depende apenas da experiência, e podemos ficar no mesmo sítio e continuar a desenvolver os trabalhos já existentes, por isso, mesmo ao darmos muita importância à gestão da qualidade e à análise de dados em geral. Vou colocar aqui a minha primeira questão. Em relação à economia do território local, tal como disse o Sr. Deputado Tsui Wai Kwan, a nível do desenvolvimento global económico e a nível do desenvolvimento da nossa sociedade, acho que os trabalhos de estudo sobre o ensino superior têm um rumo muito importante. É natural que possam ver nas 55 LAG que vai haver um progresso neste aspecto, mas, no passado, as despesas para lançar estes estudos eram insuficientes. Sabemos que houve um aumento, porque a AL chegou a visitar algumas instituições de ensino superior e teve conhecimento que se registou um aumento, mas acho que deviam reforçar ainda mais o investimento. Claro que quando o estudo não incidir sobre um determinado aspecto, podem desperdiçar-se muitos recursos e não se consegue gerar um grande impacto. Não há dúvida que o tema de estudo pode ser grande ou pequeno, e se for grande talvez o território não consiga fazer, o que ainda necessita do apoio exterior. Isto, concordo perfeitamente, porque, se não for assim, dizemos constantemente que é necessário fazer uma reforma, e talvez não tenhamos um grande volume de dados analisados, e apenas cada pessoa diz aquilo que entende e cada qual tem a sua maneira, e pensam que o seu método é o melhor de todos. Porém, na qualidade de membro do Governo, é muito natural que tenham os seus pontos de vista, as sua experiências, a sua filosofia ou o seu próprio conceito, e ao fim e ao cabo, nunca chegamos a uma conclusão. Acho muito importante o reforço destes estudos nos estabelecimentos de ensino superior. Uma outra questão diz respeito ao desenvolvimento do ensino básico em Macau. A nossa taxa de frequência no ensino superior é muito elevada, em que passa mais de 90%, as pessoas de Macau são muito felizes. Na realidade, suscitou-se uma outra questão. Uma vez que muitas pessoas têm acesso ao ensino superior, as restantes que não têm, não sabem o que hão-de fazer e algumas até estão a ser excluídas. Algumas pessoas estão entre dois extremos, umas estão demasiado elevadas e outras estão demasiado baixas. É provável que o serviço logístico não tenha a necessidade de admitir pessoas completamente pós-graduados, e a nível do impulsionamento da vertente de gestão é normal que tenha esta necessidade, mas um grande volume de trabalhadores pode ter habilitações académicas mais baixas ou médias. Dado que já implementámos os 10 anos de ensino gratuito, alguns amigos manifestaram-me que "para os alunos do 10º ano de escolaridade é muito árduo, porque não é gratuito e as propinas são muito caras. Sr. Leong, aquando da revisão do Governo, será que pode sugerir para transformarem os 10 anos em 13 anos de ensino gratuito?" Outras pessoas dizem que o ensino pré-primário também não tem. Por isso, na óptica dos cidadãos, seria o ideal se tudo fosse gratuito, mas a nível de recursos, qual é o montante que podemos aplicar? Um bolo que só tem esta dimensão, como é que o podemos repartir ainda mais? No processo da revisão, o melhor de tudo é aplicar ainda mais recursos para o domínio da saúde e da educação. Se estes domínios conseguirem obter mesmo muitos recursos, temos de efectuar análises e estudos concretos, mas quanto a este aspecto, acho que há uma preocupação. Antes desta reunião, um amigo meu telefonou-me e disse "Sr. Leong, será que pode ponderar no facto dos actuais guias turísticos? De momento, é indispensável que eles concluam primeiramente o ensino secundário complementar para depois poderem ter acesso ao IFT. Será possível terem acesso apenas com o ensino secundário geral?" Assim, quer dizer que voltamos a percorrer o mesmo caminho, porque se vai baixar o nível, mas será que vai acontecer? Às vezes, ponho-me a pensar que os guias não têm de ser classificados em duas classes; uma da classe A e a outra da classe B. Ora, acho que nem todos têm de ser da classe A ou B, porque é normal que também consigam resolver algumas necessidades. Se assim for, o impulsionamento por parte das escolas secundárias profissionais em relação a Macau, em si, acho que a importância desta questão já vem há mais de 10 anos atrás quando abordámos a questão do ensino. Caso contrário, será que depois de 6 anos de formação em Medicina e do estágio, têm de frequentar novamente uma outra especialidade? Tudo isto só abrange de escola em escola. Não será que devem ter em conta esta vertente? Nas LAG, não N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série incluíram os seus detalhes, mas na futura revisão merece que se desenvolvam estudos neste sentido, porque há aqui um investimento de recursos, e é muito provável que não venham a depositar nos últimos 3 anos. Se houver muito dinheiro não havia nenhum problema, caso contrário, estes recursos vão ser investidos para estimular o desenvolvimento profissional e para as formações que têm valor no desenvolvimento económico de Macau. Não será que assim seria mais vantajoso? O que os colegas pronunciaram também é muito importante, e de facto, merece ponderar bem como é que devem aplicar os recursos. Se uma política não tiver recursos como suporte, é equivalente a um vazio. Não havendo recursos, não é possível concretizarem-se muitas coisas. Por outro lado, ainda gostaria de manifestar uma opinião que diz respeito à promoção do ensino criativo. Concordo perfeitamente com este rumo, mas do mesmo modo, também acho que existem alguns problemas que merecem ser enfrentados. Em muitos países, inclusivamente em Macau, adoptam um ensino que impõe um exame global aos alunos e isto traz enormes influências. Macau sempre adoptou este modelo principal, no sentido de avaliar os alunos, mas a actual situação da exclusão dos alunos e a pressão do ensino está cada vez mais grave. Este volume grande de trabalhos de casa, o modelo de ensino com critérios na resposta, causam de um modo indirecto pressões psicológicas aos estudantes, e de facto, não corresponde nada com as necessidades do desenvolvimento da sociedade e com a formação de talentos criativos, pelo que apresentaram o ensino criativo, e acho que isto é muito favorável. (Acontece que a implementação de uma boa política...) Porque é que têm tão poucos trabalhos de casa? Entretanto, receiam comparar-se com as outras escolas, porque podem ser mais fracos do que os outros, o que é muito provável que possa influenciar os seus filhos a continuarem a ser talentos e a seguir o ensino universitário. Em termos dos encarregados de educação, têm muitos obstáculos psicológicos em diferentes vertentes. Qual é a dimensão de obstáculos que esta contradição psicológica traz em relação ao ensino criativo? É óbvio que possuímos neste momento condições muito favoráveis, e há pouco, o Sr. Director e o Sr. Secretário já responderam a esta questão. Implementámos o ensino com um número reduzido de alunos por turma, e temos agora boas condições, porque já não é um professor a dar aulas a 50 ou 60 alunos por turma, e os encargos são muito menores, o que talvez tenha a ver com as condições. O Governo mostrou claramente que tem de ser implementado o ensino com o número reduzido de alunos. No passado, não era possível porque não havia vagas suficientes. Mas acontece que, agora, a taxa da natalidade é baixa e criaram-se muito mais vagas de ensino, por isso, o volume de alunos por cada turma é menor e possuímos condições apropriadas para fazer o impulsionamento deste aspecto. Já que o Sr. Chefe do Executivo quer reduzir os encargos dos estudantes em relação aos trabalhos de casa, o ensino das escolas é autónomo, os encarregados de educação também são autónomos a nível de selecção da escola e, deste modo, como é que o Governo vai actuar? No presente momento, o Governo elabora algumas orientações, incluindo o período para cobrar a despesa da reserva de vagas. Acho que a elaboração destas orientações não quer dizer que interfere na autonomia de ensino da escola, na autonomia administrativa e na autonomia financeira. A elaboração de orientações é uma tarefa que deve ser feita por um Governo responsável. Neste ponto, acho que devem considerar, tendo em conta os estudos suficientes de investigação e na base de auscultação de opiniões, em aumentar trabalhos eficazes para este aspecto. Uma outra questão tem a ver com a questão do ensino e também queria manifestar algumas opiniões. De facto, envolve a contradição da 56 escola e dos encarregados de educação e, há pouco, o Sr. Deputado Au disse que podíamos ouvir o programa da rádio, mas quantos encarregados de educação é que telefonam para este programa? Qual é o valor percentual que ocupa? Será que bastam 5 ou 10 pais para poderem representar todos os pais de Macau? Acho que todos sabem analisar a situação, mas não podemos negar no que é que esta questão reside efectivamente. Também reconheço que não se trata de uma questão muito relevante, mas seja como for, deve ser muito bem tratada. O método de tratamento, em termos concretos, é estabelecer-se um diálogo mútuo entre os pais e as escolas, no sentido de se debruçarem sobre a situação em causa. Esta questão foi referida nas LAG, "reforçar o entendimento deles". Por exemplo, as cobranças de que falam constantemente, é natural que os pais não tenham compreendido muito bem se são reguladas pela lei ou por outros motivos. Como é que elas aplicam estas cobranças? Qual é a fiscalização que o Governo exerce sobre este aspecto? A meu ver, o Governo tem responsabilidade em reforçar a sua transparência. De facto, a situação de cobrança de diversas escolas, não tem nenhuma privacidade, porque têm de entregar um relatório nítido ao Governo. No entanto, o Governo tem responsabilidade em publicar este relatório, no sentido de dar conhecimento aos pais, inclusivamente sobre a situação financeira da escola. De um modo geral, são muito positivos, tal como disse o Sr. Director. Algumas escolas têm depósitos acumulados em cada período, e como também faço parte deste ramo, tenho conhecimento que há depósitos acumulados. Aquando das obras de ampliação da escola, levanta-se todo o depósito acumulado juntamente com o apoio da sociedade, e faz-se a ampliação e acrescentam-se alguns equipamentos. Uma vez que o Governo exerce um controlo sobre as escolas, desde que esclareçam bem as coisas, acho que os pais devem compreender, porque, senão, as coisas tornam-se mais ambíguas e mais difíceis de resolver, e assim, os pais não vão ter meios para compreenderem bem a situação. Na associação de pais, felizmente, eu e o Sr. Deputado Au também somos docentes do ensino primário há muitos anos. Antigamente, os professores tinham que fazer entrevistas ou visitar as famílias dos alunos, e todos os períodos tínhamos que visitar 1 vez os pais dos alunos e quando verificássemos algum problema, tínhamos de fazer uma entrevista. Neste momento, o desenvolvimento da cidade é muito complexo e rigoroso, portanto, nem sempre é fácil de fazer, mas a comunicação é muito desenvolvida, e basta telefonar para se poder comunicar alguns assuntos. É necessário reforçar este aspecto e incentivá-los. Não há dúvida que a existência de uma associação é favorável, mas antes da sua criação, há que estimular e reforçar este aspecto. Dão muita importância a esta associação, mas talvez tenha apenas uma designação. Dou mais importância ao aspecto concreto, mas reconheço que esta cooperação é muito importante e contribui para o crescimento dos estudantes. Se os encarregados de educação reclamassem constantemente nas escolas junto dos seus educandos, seria muito difícil imaginar como é que ia ser o crescimento das crianças, porque dado que estamos no mesmo barco, também queremos o bem para os alunos. No caso de se sustentarem estas contradições, como é que se devia fazer? Acho que não podemos cobrir as contradições. Há pouco, o Sr. Secretário disse que as escolas secundárias oficiais têm mais de 30 mil patacas de subsídio e as escolas particulares têm mais de 10 mil patacas. Será que houve algum engano? É realmente muito injusto para qualquer pessoa que tem este conhecimento, porque também acha que é muito injusto. Qual é a teoria de dar 30 mil às escolas oficiais e apenas 10 mil às escolas particulares? Porém, às vezes, também temos que ter em conta os dados, e tenho conhecimento que as escolas particulares, quer do ensino secundário, quer do ensino primário, os custos de despesa mais importantes é o vencimento dos docentes, o que também acontece com as escolas oficiais, porque o seu maior problema é o vencimento dos N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série docentes, e eles são funcionários públicos. No passado, ainda tínhamos conhecimento de uma outra situação, que era o número de alunos por turma em que nas escolas públicas é muito inferior. Para a situação actual, o método de resolução é aumentar adequadamente o número de alunos por turma, mas será que têm aumentado? Eu e o Sr. Deputado Au, certamente que temos conhecimento e estamos conscientes com esta situação. O primeiro método de solução é baixar a remuneração dos funcionários públicos, tal como o vencimento dos docentes das escolas particulares, só que não é possível. Se transformarmos o vencimento de todos os docentes, tal como a remuneração que os funcionários públicos recebem, por justa causa, a minha esposa também é professora do ensino primário, com certeza que os docentes vão ficar muito satisfeitos com a notícia. Será que esta forma é viável? Esta forma não consegue resolver o problema, tem de se ser realista e concreto para se dar esta informação a todos. Este problema não só acontece no seio dos docentes, como também acontece no seio da saúde. Há pouco, os colegas já invocaram a questão dos médicos e dos enfermeiros do Hospital Kiang Wu. Trata-se de uma questão vulgar, e acho que não devem recear as contradições nem afastá-las. Afirmar apenas que é injusto, sem dominar e sem conhecer a situação em causa, acho que, em primeiro lugar, prejudica a sociedade, sobretudo nos prejuízos que traz para os jovens. Que vantagens é que tal facto traz para o bom relacionamento dos encarregados de educação, das escolas, da sociedade e do Governo, no sentido de se desenvolver e de se construir em conjunto? Acho que não há nenhuma vantagem, mas não podemos deitar as culpas para cima de alguém, nem aos encarregados de educação. Continuo a afirmar que o Governo deve aumentar a transparência das LAG, informando claramente sobre os problemas concretos aos cidadãos e aos Deputados, porque determinados Deputados podem desconhecer esta situação, e em caso de conhecer e não se dizer nada, claro que também está em causa um outro problema. Entretanto, se os docentes tiverem conhecimento, ou se quiserem que os alunos tenham um crescimento saudável, devem informar aos pais. Dado que também sou um docente do ensino primário, às vezes, até gosto de regressar à escola para ver as crianças, porque elas depois de uma zaragata, não guardam rancor, o que já não acontece com os adultos. No domínio do ensino, apelo ao Governo para reforçar a transparência das LAG e incluir estas situações reais. Quantos alunos é que têm as escolas oficiais? Esta questão deve ser focada de uma forma muito clara, uma vez que têm responsabilidade em interpelar a questão à Assembleia e, felizmente, a AL cumpriu o seu dever e o Governo também deu uma resposta muito pormenorizada. Visto que usei muito tempo para abordar sobre o domínio do ensino, a Sra. Presidente alertou-me que ainda existem outros domínios por se apreciarem, por isso, pronuncio-me até aqui. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado David Chow. David Chow: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas: O Deputado Leong é realmente um bom professor, e ouvi muitas coisas e também aprendi muito mais. Ontem, quando o Sr. Secretário da Segurança esteve aqui presente, disse que a segurança em Macau é favorável, mas acho que todos os Deputados devem ter cuidado, porque alguns até requereram duas armas para a sua auto-defesa. Embora o Sr. Secretário tenha um corpo forte, mas aconselho-o a requisitar uma arma para a sua auto-defesa, porque hoje em dia as pessoas têm muito mau génio. Por outro lado, Macau tem um terreno escasso e uma população pequena, e a nova geração que frequenta o ensino, usufrui-se 10 anos de ensino gratuito. A nível económico, o ensino básico não constitui nenhum problema. Porém, o Sr. Secretário repare numa 57 questão. Aconselho-o a requisitar duas armas para auto-defesa, e não sei se dão para o defender ou para defender Macau, porque existem muitas granadas em todos os cantos. Entretanto, há que recolhê-las, se bem que não pertença à área da segurança, mas é um especialista em descodificar granadas. Macau tem anualmente mais de 2 mil jovens que perdem a escola, mas esta questão não foi tida em conta nas suas LAG. Estas granadas periódicas, ao fim de vários anos, vão ultrapassar as 10 mil pessoas. Pode fazer o respectivo cálculo, porque mesmo que se a taxa de desemprego for a 7%, só existem cerca de 10 mil desempregados, e suponhamos que depois de vários anos, Macau vai ter mais de 10 mil jovens que vão perder a escola e que não têm o ensino básico. No percurso do desenvolvimento de Macau, pode influenciar-nos em alcançar um nível internacional. Será que esta criatividade inovadora faz parte do ensino inovador? Se esses jovens se integrarem nas associações secretas é que vai ser mesmo um ensino inovador, porque nos outros lugares não existem tantos. Gostaria de perguntar aqui ao Sr. Secretário se reside, ou não, um problema na organização do ensino? Ou será que está em causa o "background" da própria família dos alunos ou em outros factores? Será que este problema foi formado devido ao ensino económico? Gostaria de obter alguns pontos de vista por parte do Sr. Secretário. No aspecto da responsabilidade, creio que o Sr. Secretário tem de proceder a estudos profundos, porque se não começarem agora, acho que pode trazer impactos para a futura imagem da sociedade de Macau. Vou deixar algum tempo para falar sobre as outras áreas, e espero que o Secretário compreenda onde é que eu queria chegar e as questões que a aludi. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au. Stanley Au: Obrigado, Sra. Presidente. Actualmente, muitos países a nível mundial também insistem no ensino elite, dado que ter uma elite, claro que é melhor do que ter 10 homens medíocres. Gostaria de perguntar ao Sr. Secretário Chui se o Governo reconhece, ou não, este tipo de itinerário? O nível de ensino em Macau tem de ser elevado o mais depressa possível, de modo a articular-se com o internacional. Será mesmo necessário dedicar-se ao ensino de elites? Naturalmente que também temos de manter o ensino generalizado, com vista a cuidar dos outros alunos que não podem ser formados em elite. Além do mais, o ensino deve prestar serviços à nossa sociedade, sobretudo a uma sociedade comercial que necessita contratar talentos adequados, pois só assim é que a sociedade pode progredir e, caso contrário, só pode ficar atrás dos outros. Por outro lado, a universidade também necessita de alunos secundários com uma qualidade elevada, e só depois é que os consegue formar como elites. Nestas circunstâncias, será que o Sr. Secretário Chui vai ponderar imediatamente na elaboração de um conjunto de regimes de ensino e introduzir aos poucos uma uniformização de exames? Se o Sr. Secretário concordar com este ponto de vista, será que me pode responder à questão? Será que vai definir um horário ou uma agenda, no sentido de alcançar este objectivo? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. De acordo com a minha interpretação, o presente conceito de ensino é mais ou menos a junção do conceito do passado que se baseia basicamente na exclusão de um ensino de elites, e vai no sentido de se basear no ensino de qualidade como base do ensino generalizado. Portanto, não se baseia fundamentalmente na forma de exclusão para N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série encontrar elites, por isso, creio que o futuro rumo da reforma educativa vai ser aceite e reconhecida a nível mundial. Por outro lado, queria colocar uma pergunta. Será que vão consultar a experiência da reforma na saúde e será que vão ter um horário para a revisão global do ensino básico e o aspecto da reforma? Por exemplo, o que é que podem fazer no próximo ano? No próximo ano, quando é que vamos ter uma redacção para a consulta pública? Naturalmente que vai haver uma consulta no seio do Conselho de Educação, mas será que vão ter em conta mais uma oportunidade de consulta pública e aproveitar bem o tempo definido no horário para que não se perca facilmente o tempo? Continuo a salientar que o investimento de recursos é muito importante. Embora haja, neste momento, uma grande contradição e vários tipos de injustiça no sistema educativo vigente, o mais importante é investirem-se recursos suficientes, e creio que muitas contradições existentes podem ser resolvidas. O investimento de recursos suficientes não se trata apenas de uma afirmação sem nenhum argumento, e deve dizer-se com toda a sinceridade qual o montante necessário e que deve ser tratada baseando-se numa óptica da competência de ensino de uma cidade e, assim, em princípio deve ter-se um critério de avaliação mais justo, por isso, é necessário estabelecer-se uma forma de cálculo sobre a sua proporção do investimento de recursos e a das zonas vizinhas e a sua própria força económica, para que possamos ter um noção. Não podemos estar muito atrasados em comparação com os outros, mas se não tivermos esta capacidade, não podemos ultrapassar os outros à força, e acontece que deve haver aqui uma base de critérios objectivo. Creio que as escolas que aderiram à rede escolar, de um modo geral, talvez, de futuro, possam ver eliminados este regime de adesão à rede. Seja como for, o subsídio atribuído às escolas em geral para as vagas de ensino, deve possuir um recurso de competitividade. A questão que vou abordar de seguida alastra-se para o âmbito do ensino superior. Não tenho muito tempo para intervir, pelo que não vou referir todos os aspectos, apenas vou dar importância a alguns aspectos, e já que temos um relatório de avaliação da consultadoria no aspecto do ensino superior, será que existem realmente algumas inovações em termos do regime no estatuto? Naturalmente que isto incide sobre as eventuais alterações que vão ser introduzidas no estatuto. Preocupo-me mais com o ensino superior, mas não será que deviam basear no papel importante de direcção que o Conselho Administrativo desempenha e à base desta base de estrutura é que procedem à reforma do respectivo estatuto? O Conselho Administrativa da escola não é apenas um órgão de natureza consultiva, mas sim, um órgão com poder concreto, pois só assim é que contribui para uma autonomia na escola e para uma posição académica. Entretanto, será que podem ponderar em permitir a presença do representante dos alunos ou permitir a participação no Conselho da Administração que é um mecanismo relativamente aberto? No aspecto da atribuição de um montante às escolas por parte do Governo, pode ser feito através de um fundo, mas de acordo com as experiências do exterior, não será que podemos constituir um conselho formado por personalidades com fama académica a nível mundial, no sentido de tratar o montante atribuído ao ensino universitário e ao ensino superior? Obviamente que nem sempre podemos concretizar tudo, mas ao passo que reforçam a autonomia académica, este ponto também é muito importante para o futuro desenvolvimento. Voltando ao assunto de responder às necessidades reais do desenvolvimento, vou colocar duas perguntas. A primeira diz respeito à formação do serviço logístico que se abordou há pouco. Uma vez que já foi referida, não vale a pena desperdiçar o tempo. A outra questão, que merece a nossa consideração, é o curso superior da gestão do jogo. Será que temos esta necessidade? Neste momento, o direito da exploração de jogos está a 58 enfrentar uma liberalização. No aspecto da formação, não será que se deviam criar instalações correspondentes? Parece-me que, aqui, não fizeram esta menção, mas acho que esta questão deve ser tratada para responder às necessidades económicas. Uma outra questão que queria pronunciar, trata de uma outra formação, que são as 10 medidas que o nosso Chefe Executivo mencionou para se resolverem as dificuldades da população e que incluem os 400 milhões de patacas para a formação. Creio que deviam incluir no domínio do ensino, só que não se verificou nenhuma menção. Estou na dúvida que, aquando da elaboração destas medidas por parte do Sr. Chefe do Executivo, as LAG para o domínio da educação já estavam concluídas, e por isso, o seu tratamento não foi acolhido. Mas a verdade é que o Sr. Secretário Tam Pak Yuen disse que não era bem assim e os 400 milhões de patacas que questionou, tinham de dirigir a pergunta ao Sr. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, nomeadamente no domínio do ensino, por isso, coloco a mesma pergunta. Como é o planeamento da aplicação dos 400 milhões de patacas? O Sr. Chefe do Executivo disse-nos que era para ser aplicado no arrendamento de espaço. Uma parte talvez fosse aplicado na aquisição do imobiliário, na aquisição de instalações. Será que já têm um plano preliminar em relação ao valor aplicado na aquisição de imobiliário, no arrendamento de espaço e de instalações? Qual é o montante que vai ser aplicado para subsidiar as pessoas? Qual é o montante que vai ser atribuído aos docentes e às instituições académicas que prestam cooperação? Será que têm um planeamento preliminar sobre alguns dados? Que eu saiba, a Comissão para a Formação Profissional não se reuniu nenhuma vez no corrente ano. Perante esta situação, depois da formação, espero que estas pessoas consigam encontrar um emprego. No entanto, têm de prestar muita atenção, dado que este tipo de formação profissional, acarreta de uma enorme responsabilidade, porque ao fim de um ano de formação, é evidente que ficam muito contentes e recebem dinheiro na mesma. Porém, se depois de uma formação se continuar a não conseguir encontrar um emprego durante 1 ou 2 anos, este rancor e ressentimento vai ser cada vez mais forte. A programação deste projecto de reconversão profissional é muito importante, mas uma vez que a Comissão para a formação profissional ainda não se reuniu nenhuma vez, perante esta circunstância, a implementação deste plano de 400 milhões de patacas que é entregue a outro Secretário da área de Economia e Finanças para se responsabilizar pelo tratamento e pela aplicação deste montante, desconheço completamente os mecanismo que este plano de reconversão profissional vão ter em conta. Em princípio coloco estas questões. Obrigado. Presidente: Srs. Deputados, talvez tenham estimado muito o vosso tempo, só que têm intervido de uma forma muito rápida, e as outras pessoas não têm meios para registar as questões que colocaram. Daqui a pouco, será que ainda voltam a repetir a questão? Também é muito difícil para os intérpretes-tradutores porque, no fundo, não conseguem poupar tempo nenhum. Sr. Deputado Tong Chi Kin. Tong Chi Kin: Obrigado, Sra. Presidente. Ainda tenho 9 minutos. Na questão do ensino, basicamente, concordo com as LAG do ano passado e do corrente ano, porque a verdade é que podemos ver o que está neste momento a transformar-se e a progredir. No aspecto do ensino superior, no passado, sempre manifestei muitas opiniões acerca da investigação científica, no qual depositam muito poucos investimentos, mas agora já dão mais importância. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Relativamente à questão do ensino generalizado, no próximo ano, vão investir 14 milhões de patacas para a aquisição de equipamentos para o ensino da informação e vão adquirir alguns sistemas informáticos, com o que concordo plenamente. Além do mais, ainda vão investir 10 milhões de patacas para cuidar dos alunos mais carenciados e acho que esta medida é atempada. A menção do ensino criativo e as outras medidas, também concordo muito e, dado que não tenho muito tempo, não vou entrar em pormenores. Porque é que se mencionaram nestas medidas? Porque acho que se referiram muito bem estas medidas e o mais importante é abranger a avaliação à Lei de Bases do Sistema Educativo. Voltando à questão do ensino, creio que toda a gente é educador, porque os pais analfabetos também podem educar muito bem os seus filhos. Digamos que existem muitas formas teóricas, e creio que a sociedade tem muitas opiniões, sugestões e críticas em relação ao ensino. Peço aqui a todos que o nosso conceito deva ser exacto e não vale a pena alargar este conceito a um modo arbitrário e em sobreposição. Não podem abordar de forma que todos os docentes devam ser castigados. Por exemplo, porque é que não executam a lei sobre a associação de pais publicada em 1993? Na verdade, muitas escolas estão neste momento a executá-la e uma parte delas não a executa. Que eu saiba, muitas escolas criaram uma associação de pais, e refiro-me à minha escola, que no ano de 1953 já tinha criado a associação de pais e até ao presente momento, todos os anos, também se reúne os representantes dos pais e convidamo-los para dialogar connosco. Creio que muitas escolas têm executado a lei e uma parte delas não a tem executado, e aceito a atitude delas, mas se nenhuma delas a executar, já não posso aceitar. Tal como a formação de docentes, a DSEJ realizou muitas acções de formação nos últimos dois anos, tais como acções de interesse, profissionais e teóricas. Também tenho conhecimento que muitas escolas têm realizado as suas próprias acções de formação, para promover o ensino da informação e da tecnologia, e se as escolas não formarem os docentes, como é que os docentes podem ensinar os alunos? Como é possível realizar o ensino IT? Especialmente na fase do ensino secundário, porque muitas disciplinas acarretam de especialidades, se não os formarem, como é que podem progredir? Como é que vão fazer a reforma e como é que vão inovar? Creio que também deve haver professores que não participam nestas acções, e também estou de acordo, por isso, acho que o conceito deve ser exacto; caso contrário, quando se integrarem no sociedade, nada pode ser viável, tal como disse a nossa Assembleia, e não concordo com isto. Em relação à questão do ensino, vou colocar 3 pontos. O primeiro já foi abordado por alguns Deputados que tem a ver com os 400 milhões de patacas. Como é que vão proceder à formação? Espero que o Sr. Secretário nos possa apresentar, nomeadamente as 4 mil vagas, que se devem adaptar no futuro para se articular com a sociedade e não vou prolongar acerca desta matéria. O segundo ponto. Não concordo muito com um ponto de vista. Acham que as futuras vagas de ensino vão sofrer grandes pressões? Apenas as vagas do ensino secundário é que vão sofrer pressões maiores. Creio que, no ano de 2003, as vagas para o ensino secundário, quer do ensino complementar, quer do ensino geral, já não vão aumentar mais, porque, anualmente, ainda se vão reduzir 600 pessoas, e não me refiro aos factores do exterior, apenas estou a concluir de acordo com a situação concreta. É evidente que existem factores do exterior. Se vier um grupo enorme de pessoas, vai aumentar com certeza. Os jardins de infância têm vindo a reduzir-se nos últimos 3 ou 59 4 anos. A nossa taxa de natalidade tinha quase 8 mil, mas até ao ano passado passou para apenas 3.800, pelo que devem ter um plano a longo prazo para todo o ensino, e só com um plano de cerca de 5 anos é que podemos avaliar exactamente a situação, porque senão vão haver muitos recursos que vão ser desperdiçados. Face à falta de vagas para o ensino secundário, concordo muito com a DSEJ em apoiar os institutos que não têm condições de funcionamento. Não há dúvida que devem envidar de todos os esforços, no sentido de resolver esta situação densa de vagas para o ensino. Mas como é que vão fazer no futuro? Não me pronuncio, apenas peço para reflectirem. A outra questão prende-se com o ensino superior. Ainda espero que possam actuar de acordo com o princípio da autonomia de ensino, da autonomia de investigação científica e da autonomia de estabelecimento de ensino. Entretanto, há que aproximar o ensino perto da sociedade e assim contribuiu para a sociedade. Há pouco, o Sr. Secretário também referiu que o ensino se está a afastar da sociedade. É evidente que não vão deixar afastar, mas se se afastar, o efeito que o ensino superior exerce não vai ser enorme, porque apenas se limita a formar talentos. Espero que nos anos vindouros se possa aproximar do desenvolvimento da sociedade e da economia, e espero que possam trabalhar ainda mais no aspecto das instalações profissionais. Obrigado a todos. Presidente: Sra. Deputada Kwan Tsui Hang. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário. No domínio do ensino, também queria manifestar algumas opiniões pessoais. De facto, temos reparado que a área do ensino em Macau é muito ampla, e todos mencionaram que o mais importante é o ensino básico, mas também temos o ensino superior. Estas duas grandes áreas, digamos que são as partes mais importantes que formam o ensino, mas, no fundo, ainda existem outros aspectos. Por exemplo, o ensino profissional, o ensino permanente, e o ensino permanente e o ensino vitalício que se mencionou nas LAG desta vez. Li as LAG, e em todas as partes focaram alguns problemas e alguns novos conceitos. Por exemplo, no ensino básico, como é que podemos promover o ensino criativo? Este é o rumo da futura reforma no sistema educativo do ensino básico, que é um rumo muito bem aludido. A sensação que tenho é que em termos globais, nas várias etapas do ensino, não há uma boa ligação entre elas, sobretudo na questão da distribuição de recursos que os colegas acabaram de referir. De facto, o melhor de tudo é cada etapa ter recursos suficientes para resolver os problemas. No caso de se verificar uma restrição de recursos nestas várias etapas, como é que deve ser realizada esta distribuição de recursos? O ponto fulcral depende da necessidade da actual sociedade. Há pouco, o Sr. Deputado David Chow alertou-me, e não sei por que razão, alertou-me para uma questão. Na verdade, esta questão deve ser levantada aqui e diz respeito à questão dos jovens. A questão da perda da escola por parte dos jovens é, de facto, uma questão muito grave nos últimos anos, e até agora a situação ainda não foi resolvida. Vejamos as nossas escolas, uma vez que a taxa da natalidade tem vindo a reduzir, daí que a pressão também tenha reduzido. No presente momento, o ensino secundário tem muitas pressões enormes e muitos alunos são excluídos, porque ainda não é possível resolver totalmente a questão das vagas no ensino secundário. Para estes jovens, eles são os futuros herdeiros de Macau, e como é que podemos formar e ajudar os jovens? A verdade é que esta é a nossa etapa mais fraca. Qual é o montante de recursos que investimos aqui? Embora não seja do sector da educação, mas tenho conhecimento que há uma falta de escolas profissionais. No N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série entanto, podemos consultar os métodos aplicados noutras zonas, em que os alunos que não consigam finalizar o ensino secundário, a nível cultural, possamos formá-los numa escola profissional. Os recursos deste aspecto, acho que são realmente muito poucos e, neste momento, de acordo com os regimes da sociedade, impôs-se uma limitação à idade para o emprego. Se as escolas não acolherem os alunos para o 7º, o 8º e o 9º ano de escolaridade, o que é que vão fazer? Com esta idade, ainda não podem trabalhar e, na realidade, é muito injusto para estes alunos. Afinal, será que o nosso sistema educativo se tem preocupado com estas pessoas? Acho que, nesta etapa, as LAG mencionaram que exigem às escolas para relatar os alunos que foram afastados da escola a fim da DSEJ os poder acompanhar. Talvez seja este motivo. Na verdade, também tenho acompanhado muitos casos deste género, porque quando os pais levam os seus filhos para procurarem vagas escolares, também encaminhamos os casos à DSEJ para efeitos de acompanhamento, mas não se conseguem acompanhar, e porquê? Porque não há vagas. De facto, merece mesmo um estudo no sentido de se encontrar uma forma de solução para a questão de frequentar o ensino. Além disso, ainda temos o objectivo do ensino. Por um lado, é educar as pessoas, mas como é que formamos as pessoas? Formamos talentos de acordo com o desenvolvimento económico da sociedade para que se possam adaptar ao desenvolvimento económico. Acho que esta fixação da posição deve ser muito clara, porque muitos alunos universitários dizem que não conseguem aplicar o que aprenderam, ou então, a sociedade não se articula com o conhecimento que eles adquiriram, daí que não consigam encontrar uma profissão relativa. De facto, existe uma razão muito importante. Será que o desenvolvimento da universidade consegue articular-se bem com o desenvolvimento económico? Naturalmente que não se pode articular totalmente, mas acho que é necessário estabelecer-se uma boa articulação. Na qualidade de uma área universitária, como é que podemos definir as disciplinas do ensino para se articular com o futuro rumo de desenvolvimento económico? Tal como os colegas manifestaram anteriormente, acho que é um aspecto que merece muito a nossa preocupação. De facto, no corrente ano, podemos verificar claramente nas LAG do Sr. Chefe do Executivo que já incluiu uma fixação nítida de posição sobre a economia de Macau. De seguida, não será que também devemos dar mais importância ao aspecto da formação de talentos na área do ensino? A determinação das disciplinas deve ser considerada de acordo com esta fixação de posição e sugiro que reflictam mais neste sentido. No fundo, acho que dentro desta área não há um ponto mais importante nitidamente expresso. Uma outra questão tem a ver com a economia de Macau. Agora, com as mudanças verificadas no ambiente de Macau, temos de enfrentar a competição do exterior, quer da adesão da RPC à OMC, quer da uniformização da economia mundial, porque uma vez que somos uma cidade pequena, se quisermos competir, vai ser muito difícil, mas seja como for ainda espero que possamos desenvolver, através da economia das zonas vizinhas e do espaço de desenvolvimento definido especialmente por Macau. Nesta altura, na qualidade de uma cidade turística internacional, como é que podemos elevar, em pleno, a qualidade das pessoas desta cidade? A meu ver, as LAG prestaram mais atenção a este aspecto. Se caminharmos neste sentido, para além de termos de considerar o actual ensino básico até ao ensino universitário, ainda temos de pensar como é que podemos colmatar as insuficiências que temos no ensino permanente do passado, pelo que temos de enfrentar também a etapa da educação permanente. Há uns dias atrás, muitos colegas falaram no nível da língua inglesa, porque quando os turistas perguntam pelas ruas, muitos cidadãos não sabem responder, e para além disto tudo, ainda também a questão de dominar os conhecimentos informáticos. Mesmo para muitos adultos é 60 um vazio, como é que podemos complementar esta insuficiência, para que se possa elevar o seu conhecimento nos seus postos de trabalho? Isto já depende da promoção e da generalização da educação permanente. Como é que podemos estabelecer uma distribuição adequada de recursos no ensino em geral de Macau e nas suas várias etapas com ele conexos? Acho que esta avaliação é muito importante. No final do corrente ano, vamos ter uma estatística da população, e creio que os dados relativos com a distribuição da população e com a distribuição do nível de ensino também vão ser publicados, mas será que conseguem publicar os respectivos dados ainda no final do corrente não? Acho que estes dados são muito vantajosos para definirmos bem o nosso rumo de educação nos futuros 10 anos. Em que base fundamental é que nos devemos basear e quais aspectos a que devemos dar mais importância para o desenvolvimento? Este é um bom exemplo para nos referenciarmos e espero que os membros possam ter uma coordenação geral. Ainda queria falar sobre o progresso do desenvolvimento da sociedade, e o aperfeiçoamento constante é muito necessário. De momento, também existem muitos estabelecimentos que impulsionam alguns cursos de formação sobre a educação permanente, dado que muitos jovens gostam de aprender constantemente e querem elevar os seus conhecimentos. No entanto, o Governo deve empenhar-se ainda neste sentido. Como é que se pode articular em termos de políticas? A articulação em termos de políticas, para além de dar mais incentivos e apoios, ainda podem facilitar o reconhecimento das habilitações académicas que referiram anteriormente. Como é que se pode incentivar as pessoas que, depois de concluírem os estudos, possam obter um reconhecimento justo? Será que podem considerar esta questão? Alguns factos antigos merecem que sejam alterados. Com o desenvolvimento da sociedade, devemos introduzir algumas inovações, e espero que possam ponderar neste aspecto. Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Kou Hoi In. Kou Hoi In: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas: Não conheço muito bem as tarefas do ensino, porque não trabalho nesta área. Lembro-me que no relatório das LAG do ano transacto, chegou a mencionar-se o projecto do número reduzido de alunos por turma. Não sei qual é o actual ponto de situação da sua promoção e gostaria de ficar esclarecido sobre esta matéria. Neste ano, promoveu-se o ensino criativo, e de acordo com a interpretação do relatório, esta ideia não é nada má, porque pode quebrar a importância única da transmissão de conhecimentos e a forma unilateral de proceder à reforma do ensino. Há pouco, alguns colegas invocaram que, agora, os estudantes têm um grande peso com os trabalhos de casa, quer para a qualidade física dos próprios alunos o que até os empurra para os dois extremos. Alguns conseguem seguir o ensino universitário, e deste modo, a percentagem da frequência do ensino universitário é elevado, mas por outro lado, outros não conseguem aceitar e são excluídos pelas escolas, portanto, existem aqui dois extremos. A promoção de uma reforma no ensino, acho que é muito necessário. A apresentação do ensino criativo, acho que este conceito é muito favorável, mas à medida que vão promovendo, como é que conseguem uma promoção com sucesso? Será que vão encarar alguns obstáculos aquando do processo da promoção? Qual é o tempo previsto para implementá-lo em pleno? Porque é que coloquei estas perguntas? Há pouco, os colegas também abordaram a autonomia de ensino, e na verdade, como é que podemos fazer para que as escolas possam aceitar esta fase? Como é que podemos fazer para que as escolas possam N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série fornecer uma articulação para se poder alcançar esta tarefa? No processo da articulação, será que a competição entre as escolas vai causar obstáculos ao projecto de divulgação? Os encarregados de educação têm direito de opção, e para eles próprios, se esta escola der muitos trabalhos de casa, é favorável porque corresponde às exigências para ter acesso ao ensino superior. Porém, se uma escola não der muitos trabalhos de casa e só pensar em divertir-se, talvez eles não consigam aceitar esta escola e é natural que se gerem alguns obstáculos à nossa promoção. Gostaria de saber como é que podem divulgar com sucesso, pode ser generalizado e qual é o tempo necessário que previram? Por outro lado, há pouco, disse que nesta fase apenas dão importância à situação da forma de transmissão unilateral de conhecimentos, que é o método pedagógico designado "Duck-stuffing". No passado, sempre criticámos que a colónia vizinha adoptasse o método pedagógico "Duck-stuffing". Agora, chega a vez de Macau. Ora, há pouco, os colegas também mencionaram o facto de terem realizado um estudo anual sobre as legislações que oferecem protecção aos jovens, e os respectivos serviços, depois de acolherem os dados, demonstram que existem cerca de 2 mil alunos por ano que deixam o ensino. Este valor é muito assustador, e aquando do debate sobre esta matéria, ficámos surpreendidos com este valor. No início, não acreditávamos, mas depois de nos esclarecerem melhor, afinal, esta situação era mesmo uma verdade. Se todos os anos existem tantos alunos que saem da escola, o que é que podemos fazer? Uma vez que estamos neste momento a promover uma nova reforma ao ensino, mas que ainda não conseguimos alcançar um êxito. Se o volume da saída de alunos continuar a aumentar, como é que podemos tratar a questão? Na verdade, concordo muito com os pontos de vista que os colegas referiram anteriormente, dado que o Sr. Chefe do Executivo já tinha manifestado que o rumo do desenvolvimento de Macau vai basear-se principalmente nos sectores do turismo e do jogo. Será que podemos dar mais oportunidades aos alunos que perderam a escola, que foram afastados pelas escolas ou que não têm interesse de continuar a estudar, de modo a absorvê-los para que possam adquirir uma técnica profissional com vista a prestarem serviços à sociedade e não constituírem uma ameaça? Acho que este aspecto merece efectivamente um estudo profundo, no sentido de se encontrar uma forma favorável para se empenharem melhor os respectivos trabalhos. Caso contrário, estes jovens marginalizados serão facilmente transformados em jovens delinquentes, e depois de cometerem algum crime, estão sujeitos a serem integrados no Instituto de Menores, e ouvi dizer que estão agora a melhorar as instalações deste instituto. Os que ainda não cometeram crimes, flutuam no seio da sociedade e quando querem, vão pegar fogo às viaturas e fazer asneiras, só que ainda não foram descobertos. Relativamente a estes casos, como é que podemos resolvê-los? Quanto a esta matéria, também verificámos nas LAG que, teve o cuidado de incluir esta matéria, e vai lançar algumas actividades de assistente social no exterior. No entanto, espero que possam reforçar as respectivas actividades no exterior e a formação da equipa de assistentes sociais. Em simultâneo, também espero que possam absorver estes jovens marginalizados, de modo a permitir que eles adquiram uma técnica especializada para que possam contribuir para a sociedade e não constituam um encargo para a sociedade. Tive contactos com alguns amigos e eles disseram-me que os seus filhos não têm meios para se adaptarem e para continuarem a aprender, só que quando são transferidos para o IFT, ganharam mais interesse e adquiriram uma técnica. Isto quer dizer que depois deles aprenderem, podem aplicar os conhecimentos adquiridos e assim, depois de concluírem o curso, podem prestar verdadeiramente serviços para a nossa sociedade. Ficámos muito satisfeitos com esta notícia, dado que, 61 não aprenderam coisas más e nem são encargos da sociedade. No aspecto do desenvolvimento turístico, como é que podemos fornecer mais oportunidades de formação a estes jovens? Ou então, aquando do desenvolvimento das actividades desportivas, será que temos condições suficientes para estabelecermos uma escola de desporto? De um modo geral, os jovens que não gostam de estudar são mais activos, e talvez em termos do aspecto físico, eles sejam mais adaptáveis ao desporto. Perante uma consideração diversificada, na verdade, todos os anos muitos jovens perdem a escola, e o mais importante é sabermos reencontrá-los novamente. Se não conseguirmos encontrá-los seria um grande problema da sociedade, por isso, acho que a actual reforma e os problemas que se suscitaram no passado ou que se vão suscitar, temos de enfrentá-los ao mesmo tempo, porque senão como é que a nossa sociedade se podia elevar no futuro? Isto merece que prossigamos um estudo profundo. Obrigado. Presidente: Sr. Secretário Chui, creio que já é altura para se pronunciar acerca das questões levantadas. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Vou tentar dar uma resposta às questões que me colocaram. Em primeiro lugar, tenho a questão do Sr. Deputado Au Kam San que é sobre a lei da associação de pais. De facto, a lei nº72/93/M foi e é executada, porque muitas escolas já criaram uma associação de pais e eles também têm participado nos trabalhos em que devem participar. Acontece que também existe uma parte de escolas que necessita de um reforço no diálogo entre os pais e só depois é que se pode formar uma associação de pais, a fim de se cumprirem as suas responsabilidades e os seus deveres. Há pouco, o Sr. Deputado Au e o Sr. Deputado Keong Heng Teng também abordaram acerca da formação de docentes. De facto, também cheguei a trabalhar dentro de uma escola básica ao longo de 10 anos. Ora, se exigirmos aos docentes para receberem uma formação, o mais importante creio que temos de reduzir, primeiramente, as pressões dos docentes para que possam ter tempo, no sentido de receberem a respectiva formação e de aceitarem coisas novas. É do conhecimento de todos que, no passado, dentro do sistema do ensino básico, o volume de trabalho por parte dos docentes era muito grande, porque cada turma era composta por muitos alunos e isto originou impactos extremamente negativos, tal como, más notas e mau comportamento por parte dos alunos. Quando os docentes não têm tempo suficiente para prestar atenção aos alunos, seria muito fácil suscitarem-se situações de exclusão e de afastamento. Este também é um dos aspectos que a revisão ao sistema educativo vai levar em conta, a fim de fazer com que o profissionalismo do docente seja respeitado, disponibilizando-lhe mais tempo para receber a formação contínua e conseguir promover verdadeiramente o ensino criativo nos anos vindouros. O ensino criativo é um conceito, mas também é necessário alguma disponibilidade temporal, pois só com a capacidade deles é que podemos impulsionar esta viabilidade. Confesso que, se os docentes não tiverem tempo para desempenhar estes trabalhos, tal como dizem, só podem enfrentar o seu volume de trabalho, e mais a mais, os próprios docentes têm a sua família, a organização do seu tempo e o grande volume de trabalho. No passado, tivémos em conta que, no fundo, não conseguiriam concretizar. Se ainda não tiveram tempo para receber a formação, como é que eles progridem e acompanham os passos do desenvolvimento da era? Pelo que, creio que vai haver uma mudança com a revisão ao sistema educativo. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série No tocante ao desenvolvimento do serviço logístico, estamos precisamente neste momento a estudar a criação destes cursos de formação. Através do apoio dos recursos públicos às instituições de ensino superior, desenvolveu-se um estudo preliminar, a fim de se articular com o facto da selecção de um recinto para a construção de um Centro de Serviço Logístico em Macau. Nas LAG também fizémos esta menção, mas ainda estamos numa fase de estudo preliminar. O que o Sr. Deputado Chui mencionou, também esperamos que o responsável do instituto do ensino superior, depois da apreciação do relatório das LAG, nos possamos reunir para trocarmos opiniões sobre esta matéria. O estudo a que o Sr. Deputado Leong Heng Teng referiu sobre o ensino superior, na verdade, tem vindo a aumentar nos últimos dois anos. No aspecto da universidade, no ano de 2001, tinha 6 milhões de patacas e, no ano de 2002, vamos aumentar para 15 milhões de patacas. A investigação científica didáctica e a prestação de serviços à sociedade são basicamente missões e objectivos da UM, e isto certamente que vamos insistir na sua execução. No aspecto do desenvolvimento do ensino básico, em Macau a taxa de acesso à universidade é elevada e, de facto, esta realidade objectiva foi provocada pela história do passado. Dentro de toda a base do ensino, as escolas de cultura tradicional ocupam a maior proporção e, no presente momento, só existem 3 escolas secundárias profissionais que são organizadas pelo Governo e as escolas específicas também são escassas. Face a esta situação, no passado, tivémos dificuldades em organizá-las devido à falta de vagas escolares e, por isso, foi muito difícil separar as coisas de uma forma tão minuciosa e oferecer oportunidades diversificadas para os alunos continuarem a seguir os estudos. Mas nos últimos 10 anos, através da lei do sistema educativo e das leis complementares, já conseguimos desenvolver muito mais trabalhos do que antigamente. Entretanto, tenho de reconhecer aqui que, desde os 5 até aos 15 anos é uma idade escolar, e vou deixar aqui alguns dados numéricos desde o ano de 1997 até ao ano de 2001 sobre o número concreto de jovens que saíram da escola, que regressaram e que voltaram a sair. De acordo com a estatística do ano de 1997, havia 1.960 pessoas que deixaram a escola, 569 delas voltaram à escola e o número concreto era de 1.391 pessoas. No ano de 1998, havia 2.040 pessoas que deixaram a escola, 650 delas regressaram à escola e o número concreto era de 1.387 pessoas. No ano de 2000, havia 1.174 pessoas que deixaram a escola, 358 delas regressaram à escola e o número concreto era de 1.416 pessoas. No ano de 2001, e de acordo com a actual estatística, verificaram-se 1.459 pessoas que deixaram a escola, 108 delas voltaram ao ensino e perfaz o total de 1.351 pessoas. A questão que os Deputados Kou Hoi In e David Chow aludiram, temos de enfrentar e também temos de fazer os nossos possíveis para os ajudar a regressar à escola. Porém, a solução fundamental, creio que depende de vários aspectos; por um lado, temos de ter vagas escolares suficientes, quanto ao segundo aspecto é os docentes disponibilizarem menos tempo para desempenharem trabalhos minuciosos, e no que diz respeito ao terceiro aspecto, também acarreta do apoio por parte dos assistentes sociais para que os alunos possam ter oportunidades de reinserção à escola e concluam o curso de ensino básico. De momento, já está muito nítido que temos responsabilidades no ensino obrigatório e tal facto merece que fortaleçamos os trabalhos para este efeito. Do mesmo modo, uma outra questão que não posso deixar de aludir tem a ver com os encarregados de educação. A designada cooperação entre a família e a escola, ainda continua a ocupar um maior peso proporcional neste aspecto. Falamos constantemente na relação com o próprio filho, e a ensinar aos pais como é que devem educar os seus filhos, e este aspecto também desempenha um papel muito importante. 62 O Sr. Deputado Stanley Au fez referência ao ensino de elites e como elevar este nível. Na presente educação obrigatória em Macau, já se expressou claramente que é o ensino básico. De facto, no ensino de elites, refiro-me a Macau, se for elite, depois de concluir o ensino superior e se quiser continuar a aperfeiçoar-se, digamos que não há limitações. O desenvolvimento do ensino nesta era pode ser generalizado, qualificado, e como é que vamos fornecer um ensino excelente? Creio que em Macau, se se possuírem muito boas condições, pode alcançar-se um grau académico muito elevado. O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong questionou a avaliação do sistema educativo. Será que possuímos algum horário ou agenda? Há pouco, já expliquei que a Comissão permanente do Conselho de Educação lançou os respectivos trabalhos. Esperamos avançar com os trabalhos de consulta no ano de 2002, e no final do ano de 2002 vamos obter a primeira redacção para efeitos de debate no seio do Conselho. A propósito do relatório de avaliação sobre o ensino superior que fez referência ao Conselho de Administração da Universidade, o Governo reitera a sua posição, guardando mais respeito à autonomia de aprendizagem por parte do ensino superior e aos nossos recursos e políticas, vão no sentido de os apoiar. Ou seja, os direitos do Conselho de Administração da Universidade devem ser maiores do que agora e também devem corresponder com o desenvolvimento concreto do ensino superior. No aspecto da UM, recentemente, o Sr. Chefe do Executivo já divulgou publicamente que o anterior Reitor da Universidade Cham Wui, Dr Che Chi Wai vai assumir o cargo de Presidente do Conselho de Administração da escola, dado que é considerado uma personalidade importante do Conselho da Universidade. Em relação ao plano dos 400 milhões de patacas, vou fazer aqui uma explicação. Há pouco, o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong perguntou porque é que este montante foi entregue a mim. De facto, não foi entregue totalmente para mim, porque a DSTE e o FSS da tutela do Sr. Secretário Tam Pak Yuen também participam nesta tarefa e eu apenas participo numa parte desta tarefa. Já que o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong questionou esta questão, também aproveito esta oportunidade para tentar deixar clara a situação. Quanto aos dados completos, creio que daqui a uma ou duas semanas conseguiremos concluir e entregá-los aos Srs. Deputados. No entanto, faço aqui primeiramente uma apresentação sintetizada. Uma vez que no passado, cerca de mais de 1 ano, realizámos muitos estudos de investigação e no relatório das LAG do corrente ano, o Sr. Chefe do Executivo já fixou a posição de Macau; que é uma cidade de jogos, de turismo e de conferência, razão pela qual e de acordo com os dados que obtivémos na investigação, também inserimos tudo que vários Deputados acabaram de focar. Muito estudantes que ainda não concluíram o ensino secundário, decidimos traçar um conjunto de formação e de reciclagem. O plano de 400 milhões de patacas que vou apresentar de seguida, não se trata do plano global, porque apenas se trata dos 400 milhões que o Sr. Chefe do Executivo mencionou, porque o IASM e a DSEJ estão, neste momento, a estudar outros planos de formação. O plano dos 400 milhões de patacas, em primeiro lugar, a DSTE define os 4 mil desempregados que já se inscreveram no desemprego há 3 meses. Dividimos estes desempregados em 3 categorias. A primeira categoria são aqueles que vão ter acesso à UM, são os pós-graduados desempregados que concluíram o ensino superior. A segunda categoria pertence ao sector de serviços e do turismo que já se inscreveram no desemprego, cerca de 1.200 pessoas vão frequentar os cursos do IFT, e quanto à terceira categoria são aqueles que ainda não concluíram o ensino secundário e que estão desempregados, que são cerca de 2.500 pessoas e que vão frequentar os cursos do IPM. Para frequentar os cursos do IPM N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série necessitam de dois anos de tempo, na universidade é um ano e no IFT alguns cursos levam quase 1 ano. Conferimos basicamente que por ano para formar um formando gasta-se uma média de 2,457 patacas de custos para o ensino, o que se trata de um valor médio. Atribuímos aos desempregados cerca de 2 mil patacas por mês para despesas básicas de sobrevivência, e todos os anos após os exames, se a taxa da frequência das aulas for superior a 80%, oferecemos mil patacas de prémio por mês. Esta método é para incentivá-los a receber a formação, para lhes dar um montante de sobrevivência e depois de concluirem a formação, ainda oferecemos mais um montante como prémio. Esperamos que, depois da conclusão dos cursos, possam transferir de ramo de actividades e articular-se com a nossa perspectiva no desenvolvimento de Macau e com o investimento da liberalização do jogo nos próximos 2 a 3 anos, o turismo, a hotelaria e os recintos para conferências, também vão ter um desenvolvimento. Trata-se de uma apresentação básica. Os custos para o ensino vão ocupar 34,6% do orçamento global, ou seja, 138,587,216 patacas, e quanto aos subsídios para os formandos ocupam 57,5%, que são 230,300,000 patacas, que vão ser aplicados nas obras de remodelação das escolas, o que perfaz o total de 400 milhões de patacas. A aplicação deste montante de 400 milhões de patacas vai ser concluída nos anos de 2002, 2003 e 2004, porque o IPM vai acolher os alunos em dois grupos; o primeiro grupo vai ser em Janeiro e o outro em Abril. O Sr. Chefe do Executivo já nos deu instruções claras, e se a promoção deste plano for desejável, vai permitir que mais pessoas possam frequentar estes cursos, o que não quer dizer que as outras pessoas não tenham oportunidades de receber esta formação. Entretanto, no início deste ano, as formações e os planos de re-formação organizados por nós e pelas associações de serviços vão continuar a ser lançados. O IASM está neste preciso momento a estudar a viabilidade de um grupo de mulheres de idade média, e caso elas queiram mudar de emprego para servir de assistente doméstico para prestar cuidados de saúde, podemos formá-las através das duas escolas de enfermagem. A DSEJ, dentro do seu mecanismo de formação, também espera fornecer algumas acções de formação. De facto, este conjunto de cursos de formação não são só para efeitos nas despesas de sobrevivência, mas esperamos que elas possam encontrar um emprego nos futuros anos. Qualquer plano de formação, no fundo, vai no sentido de se criarem mais oportunidades de emprego ou de se obter sucesso na reconversão profissional. Ao fim de mais de um ano de estudo, o Governo chegou a esta decisão e ao investir 400 milhões de patacas. na qualidade de um plano criativo, creio que neste decurso há certamente muitas experiências que temos de adquirir, e isto também depende da situação da inscrição aos cursos, da situação do exame, mas concordo muito que a AL nos forneça estes dados e as consultas aos Deputados da AL, para que possamos manter estes diálogos. Também queria abordar um pouco sobre a questão do reconhecimento das habilitações académicas que a Sra. Kwan Tsui Hang mencionou. O reconhecimento das habilitações do ensino básico é feito através da Comissão de Reconhecimento de habilitações do ensino superior e é feito através do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior, que é uma Comissão que serve de apoio técnico. Depois da nossa análise e do estudo pormenorizado, especialmente para se ingressar na Função Pública e nos trabalhos profissionais sob fiscalização é que exigem o respectivo reconhecimento. Depois desta execução durante um longo período de tempo, comparámos com a situação em HK e na RPC, que não é necessário considerar o reconhecimento das habilitações como condições indispensáveis. Lá para o mês de Março, aproximadamente, concluiremos o relatório e vamos submetê-lo à Sra. Secretária Florinda Chan. No entanto, achamos que já é altura oportuna para alterarmos o reconhecimento de habilitações, porque para além de ingressar na Função Pública, de facto, 63 os diplomas do ensino superior obtidos no exterior, de licenciatura da Universidade e de outros graus académicos, como bacharel, não acarretam de um reconhecimento por parte da respectiva Comissão do Governo, porque este sucesso académico já é respeitado, só que para se ingressar na Função Pública ou numa determinada especialidade que esteja sob fiscalização, têm de efectuar o reconhecimento das habilitações académicas e achamos que é altura para revermos esta matéria. Reconhecer um diploma emitido por um estabelecimento de ensino superior do exterior ou uma licenciatura e um bacharel de uma determinada universidade, dado que este sucesso académico já é respeitado e apenas pelo facto de ter que se integrar na Função Pública... Ou para desempenhar alguma especialidade sob fiscalização, daí que exijam este reconhecimento. Achamos que, agora, é altura para revermos e apresentarmos a nossa proposta, de modo a articular-se com o presente desenvolvimento do ensino superior. O Sr. Deputado Stanley Au falou sobre a uniformização do exame, e temos vindo a traçar muitos estudos neste sentido. A uniformização do exame tem como objectivo fundamental consultar o método adoptado em muitos países, ou seja, distribuir vagas para se poder frequentar o ensino. Estamos a aguardar pela conclusão de 2 relatórios de estudos; um é sobre a avaliação examinativa feita pela DSEJ e pela UM. Ora, vão fazer uma avaliação sobre o nível da língua chinesa, da língua inglesa e da matemática por parte dos alunos do 9º ano de escolaridade. No dia 18 de Dezembro, depois de ser divulgado no seio do Conselho de Educação, podemos submetê-lo à AL, a fim de podermos conhecer até que nível é que os alunos do 9º ano chegam. Por outro lado, ainda podemos verificar um outro nível que é o número de alunos que se inscreve anualmente na UM de entre os cerca de 2 mil finalistas, do ensino secundário em Macau. Nesta fase, impômos um outro exame e, assim, já podemos saber qual é o nível deles em termos básicos. Creio que, através destes dois exames, podem nos ser facultados alguns valores mais confiantes e também podemos ter um maior conhecimento e analisar o nível dos alunos finalistas do ensino secundário. O Deputado Ng Kuok Cheong mencionou o curso de gestão de jogos e, em relação a esta matéria, tenho de negociar e de estudar com o Sr. Secretário Tam. Mais tarde, envio-lhe uma resposta por escrito, pode ser? Uma outra questão que levantaram diz respeito ao guia turístico. Temos neste momento disposições legais para regular os guias turísticos. No DL nº48/98/M diz claramente que o IFT dispõe de 9 meses de cursos de formação nocturno para os guias turísticos. Depois de receberem esta formação nocturna, cabe à DST emitir uma licença e exercer uma fiscalização. Ao fim de 3 anos do licenciamento estão sujeitos a receberem uma actualização de conhecimentos. De momento, o sector em causa apresentou 3 opiniões. A primeira opinião é que depois de se concluir o ensino secundário, será que vão haver condições demasiado elevadas para o acesso ao instituto? A segunda opinião é se será que tem de ser mesmo o IFT a fornecer esta formação e será que é possível apresentar-se um regime de exame para que as associações ou outros estabelecimentos de ensino possam realizar esta formação? A terceira opinião prende-se com a oferta e com a procura do mercado. Será que é possível formar-se provisoriamente ou de acordo com a necessidade do mercado, de modo a fornecer formações intensivas? No próximo ano, vamos rever e estudar bem a respectiva lei, porque se trata de uma questão que suscita grande atenção por parte do sector em causa. Sra. Presidente, já fiz os possíveis para responder às questões que me colocaram. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Presidente: Sim. Creio que o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong não tem tempo suficiente, mas ele referiu-se duas vezes. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Não ouvi. Presidente: A opinião dele diz respeito ao ensino. Como é que podem realizar um estudo relativamente melhor sobre o desenvolvimento concreto da economia local? Creio que ele quer dizer como é que se podem articular com o GDP e penso que ele referiu 2 vezes esta questão. É muito provável que ele tenha colocado a questão para o Governo consultar aquando da avaliação. Ele disse que mesmo nas zonas vizinhas elas também investem os recursos de acordo com o ponto de situação do seu próprio desenvolvimento económico. Se não estou em erro ele perguntou 2 vezes por esta matéria, e mesmo não havendo uma resposta, acho que não vai haver nenhum problema, porque foi só para consultar. Uma outra questão tem a ver com os recursos para a educação permanente. Afinal, qual é o montante envolvido que investiram? Esta questão foi levantada pela Sra. Deputada Kwan Tsui Hang, porque ela disse que numa cidade turística tem de se elevar a qualidade de toda a população. A educação permanente é, de facto, muito importante, por isso, ela queria saber qual é a estratégia do Governo e qual é o montante de recursos que se prevêem investir neste aspecto. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: O Governo presta muita atenção ao aspecto da educação permanente, porque se trata de uma questão de fornecer uma segunda oportunidade aos nossos adultos. Com o desenvolvimento da época, muitos conhecimentos devem ser enriquecidos para acompanhar a evolução da era, porque de acordo com a estatística feita pela UNESCO, cerca de 5 a 7 anos, sabemos que muitos conhecimentos devem ser actualizados, pelo que, dentro de muitas profissões, temos necessidade de fornecer uma educação permanente. Com o desenvolvimento da era, temos de eliminar alguns analfabetas, por exemplo, o desenvolvimento da tecnologia da informação que também temos de aprender. No aspecto dos recursos, vou convidar o Sr. Director da DSEJ a fazer uma explicação pormenorizada. Director da DAEJ, Luiz Amado de Vizeu: Obrigado. Talvez possa mencionar primeiramente um assunto que diz respeito à educação permanente ou ao conceito de educação vitalícia. Em relação à questão que a Sra. Deputada Kwan referiu, a DSEJ vai, com certeza, levar a cabo, porque é muito importante, só que é um pouco complexa, e daí, não podemos concretizá-la dentro de um curto espaço de tempo o que também acarreta de uma prévia avaliação. Isto também depende da aplicação nas zonas vizinhas, porque Macau sofre influências económicas do exterior, e devido à escassez do seu mercado interno, além disso, é difícil prever-se a perspectiva de aprendizagem por parte das pessoas. Mas podem ficar descansados, porque certamente que vamos levar a cabo e apesar disso concordamos perfeitamente com isto. Antes pelo contrário, o que a DSEJ está a desenvolver também está incluído na Lei do Sistema Educativo, ou seja, em termos básicos, a educação permanente é mais realizada pelas instituições cívicas da sociedade. As instituições cívicas incluem as instituições de natureza comercial e nem sempre são para fins não lucrativos. Neste momento, para além do Centro de Educação Permanente da DSEJ, ainda dispomos de um centro de língua inglesa, de um centro de LCC, de um 64 centro de informática, no sentido de formar ou ensinar as empregadoras. Como é que elas podem desenvolver um centro de aperfeiçoamento para adultos e, no aspecto da gestão, temos os conhecimentos sobre o mercado e alguns conhecimentos didácticos, a fim de se articularem com os costumes; patrocinar economicamente as associações sem fins lucrativos. Por outro lado, ainda temos uma outra rubrica que é designada por ensino técnico-profissional. Creio que foi a Sra. Deputada Kwan que fez esta referência. Trata-se de um sistema relativamente enorme e, há pouco, o Sr. Secretário já tinha invocado 3 instituições. Queria complementar aqui que não devemos dar constantemente o conceito de ensino técnico-profissional aos alunos que não conseguem finalizar o ensino, porque a maioria deles vão seguir este modelo de ensino. Acontece que também temos alguns alunos mais generalizados e vulgares, e eles podem ter interesse nos aspectos comerciais, informáticos, de informação ou industriais e assim desenvolvem-se nestes aspectos. Temos basicamente vários cursos que estão repartidos em 3 escolas técnico-profissionais que o Sr. Secretário referiu há pouco. Temos o turismo, os assuntos sociais, os assuntos comerciais, a informação e ainda temos a reparação industrial. Porém, existe um conceito tradicional em Macau, que é ter que frequentar o ensino secundário cultural. Esperamos que no aspecto da promoção se possa fazer com que os pais e os alunos conheçam o ensino técnico-profissinal, e não haja uma etiqueta. Isto quer dizer que este tipo de alunos quando chegarem a este aspecto, são considerados mais alunos e vamos fazer os possíveis para nos empenharmos melhor nesta matéria. Se depositarmos muitos recursos, no caso de não haverem alunos, também é um pouco complicado, e além do mais, o ensino técnico-profissional é relativamente caro. É por isso que o curso da escola profissional luso-chinesa foi suspenso. Por enquanto, não vai receber mais alunos, porque o mercado em Macau é muito pequeno e depois de formar uma turma, há que fazer uma pausa e só quando houver esta necessidade é que vai receber mais alunos. Parece-me que já disse tudo. Presidente: Ainda há outra questão. O que o Sr. Deputado Tong Chi Kin disse não tem de ter propriamente uma resposta, mas é muito importante, porque ele perguntou qual é o vosso planeamento no ensino, porque, agora, as vagas para o ensino secundário são um pouco intensas, só que o ensino primário e o jardim de infância já é menos densa. No futuro, a taxa da natalidade vai ser muito mais baixa, ou melhor, vai ser cada vez mais baixa, e talvez tenham de introduzir um novo planeamento e acho que tal facto é muito importante para que o Governo defina as políticas para a educação. A única questão tem a ver com o número reduzido de alunos por turma, que foi colocada pelo Sr. Deputado Kou Hoi In. Qual é o ponto de situação da sua implementação? Ele disse que, no ano passado, apresentaram a política do número reduzido de alunos por turma e, neste ano, apresentaram a importância do ensino criativo. Deste modo, qual é o ponto de situação do número reduzido de alunos por turma? Se achar conveniente, pode fazer uma apresentação simples. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Já demos início à política do número reduzido de alunos por turma e estamos a acompanhar a situação. Cremos que, até ao final do ano, vamos efectuar uma avaliação e, no início do próximo ano, podemos ter uma noção preliminar sobre a sua implementação. O Sr. Deputado referiu uma avaliação no período de 5 anos, o que se trata de uma opinião muito favorável e aceitamos. Presidente: Tenho agora duas inscrições dos Srs. Deputados. Se não for uma intervenção muito longa, deixo-vos intervir primeiramente e depois é que vamos fazer um intervalo. Visto que o Sr. Secretário não N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série tem deixado o seu lugar e em relação aos outros Deputados podem intervir depois de regressarmos. Deste modo, vou passar a palavra aos dois Deputados que já se inscreveram para usarem da palavra, está bem? Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan. Vitor Cheung Lup Kwan: Sra. Presidente, Sr. Secretário e seus membros do Governo, caros colegas: A questão do ensino dos jovens é uma matéria que suscita muita atenção, já desde muito tempo, e por parte das pessoas de toda a sociedade. Dentro de tantas legislaturas da AL, sempre se teve o cuidado de se colocarem muitas questões, só que parece-me que poucas delas foram tidas em consideração e resolvidas com a maior brevidade possível. A meu ver, a zona Norte é uma zona um pouco mais complexa, porque residem muitos novos imigrantes e o ambiente de vida onde a sua família se encontra é muito apertado. Os jovens que estudam e que vivem nesta zona não têm espaço suficiente, por isso, espero que, de acordo com o relatório das LAG, se possa criar uma biblioteca na zona Norte e esta biblioteca deve possuir mais manuais escolares para que eles possam consultar. Uma vez que eles não têm espaço suficiente em sua casa para estudar, esta criação contribui muito para que eles possam ter um recinto favorável para estudarem. Dentro da biblioteca podem dispôr de manuais escolares e do sistema informático e na informática eles até podem adquirir novas tecnologias. Apesar disso, na qualidade de um centro de actividades juvenis, uma vez que os jovens têm espaço escasso na sua casa e no ambiente social, também existem muitos recintos que não são muito apropriados para eles frequentarem, se os assistentes sociais conseguirem organizar alguns centros juvenis, periódicos ou não periódicos, para desenvolver algumas actividades desportivas e culturais próprias para os jovens, deste modo, eles podem gastar a sua energia nestas actividades. Creio que este método é vantajoso para desgastar o tempo deles no contacto com os maus costumes e, assim, ainda lhes pode oferecer uma oportunidade para seguirem um caminho positivo. No caso de conseguirem levar isto a cabo. Creio que, quer para as corporações, quer para as receitas fiscais dos cidadãos, também traz grande contributo, porque com estas actividades, não quer dizer que seja possível reduzir 100% as situações desfavoráveis, mas pelo menos uma parte dos jovens podem reduzir os seus contactos com as actividades desfavoráveis. Deste modo, espero que o Sr. Secretário possa prestar mais atenção a esta matéria e pô-la na prática o mais depressa possível, podendo definir já uma data certa sobre a criação de uma biblioteca na zona Norte, de modo a oferecer, efectivamente, um espaço para os jovens desenvolverem a sua actividade. Pessoalmente, também presto muita atenção a esta questão e espero poder participar. Daí que, espero que o Sr. Secretário me possa dar uma resposta. Tenho dito. Obrigado. Presidente: Muitos Deputados querem pronunciar-se sobre esta matéria, então, acho melhor fazermos agora um intervalo de 15 minutos. (Intervalo) Presidente: Srs. Deputados, Srs. membros do Governo, Srs. Deputados, vamos continuar com o nosso plenário. Há pouco, o Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan disse que tinha conhecimento que estávamos com fome, por isso, só falou metade e parou, agora, vou convidá-lo para continuar. Vitor Cheung Lup Kwan: Sra. Presidente, Sr. Secretário, Srs. Deputados: 65 Vou continuar a abordar, mas não sei se diz respeito ao ensino ou se está de acordo com as normas estipuladas. Vou tentar abordar e creio que não deve haver nenhum inconveniente. Neste momento, acho que os jovens, os adultos e os idosos também frequentam o ensino vitalício, mas acho que a cultura por parte da Assembleia, também é muito importante, e porquê? A nossa AL é filmada todas as vezes que nos reunimos. Será que as intervenções que todos nós fazemos têm algum argumento básico ou lógico? Talvez tenha sido para tirar simplesmente uma fotografia para se publicada na imprensa que se abordou sobre uma determinada matéria. Deste modo, acho que o nível dos Deputados, e não me refiro aos Deputados eleitos, é óbvio que não é possível terem um nível universitário para que possam ser eleitos, tal como eu, tenho muito pouco estudos, mas também fui eleito e não há outro remédio, senão aceitar. Se quiser ser um verdadeiro Deputado, a AL deve realizar algumas acções de formação, sobre a teoria básica das legislações, para que os Deputados possam ter um critério aquando da intervenção, porque, caso contrário, todas as sessões de consulta ou as sessões plenárias para perguntas e respostas, os Deputados pronunciam-se fora do tema. Portanto, este pode abordar durante 4 horas e aquele pode responder durante 2 horas, mas ao fim e ao cabo, não podemos chegar a uma conclusão. Ou então, este faz uma pergunta e aquele volta a colocar a mesma pergunta, assim, nunca mais saímos daqui. Por isso, gostaria de sugerir o seguinte. Já que todos prestam muita atenção ao ensino, será que os próprios Deputados também podem receber efectivamente uma formação em relação ao seu nível? Será possível realizarem-se algumas acções de formação que digam respeito às leis básicas ou aos outros assuntos lógicos? Porque, assim, pode fazer com que os Deputados, aquando da intervenção e do debate, possam tirar o proveito máximo do seu tempo e não desperdicem o tempo que é o recurso dos cidadãos. Quando tomo a ceia, também estou a gastar dinheiro, e se pudéssemos regressar mais cedo a casa, não teríamos tantos gastos. Sugiro esta opinião e espero uma consideração por parte da Sra. Presidente. Qual é o seu ponto de vista em relação a esta opinião? Obrigado. Presidente: Em relação a esta questão, podemos reunir 27 Deputados posteriormente para nos debruçarmos sobre esta matéria, pode ser? Agora, dou a palavra ao Sr. Deputado Au Kam San. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. A minha intervenção vai no sentido de incidir essencialmente sobre duas questões. A primeira questão tem a ver com a distribuição injusta de recursos no ensino. Disseram para não dizermos "injusta distribuição", mas a verdade é que é mesmo "injusta". Concordo perfeitamente com o aumento da transparência, a fim de explicar porque é que é injusta. Naturalmente que não vamos pedir para reduzirem a remuneração dos docentes das escolas oficiais ou aumentarem a remuneração dos docentes das escolas particulares como a dos docentes das escolas oficiais. A questão reside no facto de detectarmos a existência de uma injustiça, devido a uma razão histórica. De facto, o Governo deve reconsiderar esta distribuição injusta de recursos, com vista a diminuir cada vez mais esta distância. Como é que se podem aproximar? Pelo menos, devia aumentar-se o volume de alunos nas escolas oficiais para se reduzir o número de trabalhadores, e deste modo, contribuir para reduzirem alguns custos. Não estou a referir que têm de reduzir a remuneração deles, mas sim, reduzir os recursos, tornando assim os seus custos mais baixos. No aspecto das escolas particulares, que aderem ou não à rede escolar, como é que podem aumentar os recursos do ensino aos alunos, se aumentarem estes recursos? Tal facto pode fazer com que esta distância se aproxime cada vez mais. Assim, os cidadãos podem verificar que esta injustiça foi deixada pela história e, agora, o Governo da RAEM está a tentar diminuir mais esta distância, de modo a alcançar uma N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série justiça. Acho que se trata de um rumo, e desde que os cidadãos compreendam este rumo, mesmo se dissermos "injusto" eles também vão compreender. A outra questão tem a ver com a associação de pais. Não podemos confundir este conceito, com a existência de uma associação de pais, o que não quer dizer que tenham actuado nos termos da lei. Embora se tenham constituído muitas associações de pais, mas estas associações são de natureza de amizade, por exemplo, na cerimónia do fim do curso, oferecem um cesto de flores e participam como um dos convidados. A associação de pais, nos termos da lei, pode participar nas reuniões dos estabelecimentos de ensino e o representante pode manifestar as opiniões em nome dos pais que representa. Este é o ponto fulcral, por isso, acho que não tem nada a ver com a existência, ou não, da associação de pais, mas sim, a associação de pais funciona, ou não, nos termos da lei. Este é que é o ponto mais importante desta questão. Com a participação dos pais e com a autonomia das escolas é que podemos concretizar a cooperação entre a família e a escola, e isto pode fazer com que o desenvolvimento do ensino em Macau possa ter um desenvolvimento saudável. Este é o ponto fulcral. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Stanley Au. Stanley Au: Sra. Presidente, Sr. Secretário. Há pouco, explicou-se como é que se vão aplicar 400 milhões de patacas nas 4 mil vagas de formação e fez-me pensar que, uma vez que uma parte dos 400 milhões de patacas vão ser aplicados para a re-formação dos pós-graduados universitários que estão a encontrar um emprego, de facto, creio que podem enviá-los para as empresas de grande envergadura em Macau para elas seleccionarem. Por exemplo, nós podemos contratar 10 e o Banco da China pode contratar 20 a 30 pós-graduados, isto é muito fácil. No entanto, ainda podemos celebrar um contrato de um ano, e pagamos 6 mil patacas a cada um e o Governo pode dar-nos 4 mil de subsídio, e ao fim de 1 ano, se eles desempenharem bem as funções e se for possível articular-se com o nível da empresa, podemos admití-los. Mesmo que não desempenhem bem as funções, na altura, o ambiente económico vai ser diferente e se tiverem que encontrar um outro emprego, também vai ser mais fácil. Naturalmente que me vai perguntar porque é que não contrato agora mais pessoas? Porque, de acordo com o actual princípio de gestão, temos de conter as despesas, portanto, devíamos reduzir o número do pessoal, razão pela qual não vamos admitir mais pessoal. Mas, se nos oferecerem algum dinheiro, na óptica dos benefícios públicos, creio que muitas empresas estão dispostas em considerar. Será que o Sr. Secretário vai ponderar a minha sugestão? Presidente: Creio que o Sr. Deputado Stanley Au pode negociar com o Sr. Secretário acerca desta questão, mas não sei se o Banco da China vai concordar, ou não, porque nem todas as empresas concordam com esta opinião. Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. Fong Chi Keong: Srs. membros do Governo: Apenas queria reflectir algumas opiniões. Em relação ao plano que o Governo referiu sobre a aplicação de 400 milhões de patacas para formar algum pessoal, há pouco, o Sr. Secretário mencionou que vai aplicar cerca de 35 milhões de patacas para as despesas dos equipamentos. Gostaria de sugerir o seguinte. De facto, Macau já tem muitas universidades, muitas escolas de ensino secundário e de ensino primário, que já dispõem de muitas instalações para o ensino e muitos docentes. Se o Governo se basear no arrendamento ou na aquisição de vagas para aplicar os recursos acima referidos, ou então, se criar alguns 66 cursos nocturnos ou cursos durante os fins-de-semana, não será que é possível poupar uma parte destas despesas para a formação? Ou até aplicar o montante que já definiram para formarem e criarem mais vagas do que as 4 mil que se previram? Esta é a minha sugestão pessoal. Obrigado. Presidente: Gostaria de perguntar aos Srs. Deputados se ainda têm mais opiniões a colocarem sobre a área da educação? Sr. Deputado Leong Heng Teng. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. Ainda queria pronunciar-me acerca da questão dos assistentes sociais das escolas a que se referiu antes. Tal como muitos Deputados também aludiram a questão dos jovens que deixaram a escola e dos jovens problemáticos, porque talvez seja difícil para eles se integrarem na escola. De acordo com os contactos que tive com uma parte das escolas, é provável que ainda não tenham um desenvolvimento muito favorável, elas estão a tentar fazer melhor, só que têm pressões enormes, porque isto influencia directamente o renome da escola. Também tive contacto com alguns alunos, e de facto, não são assim tão maus. Alguns assistentes sociais até trabalham muito bem, porque quando estagiaram em algumas instituições, tivémos oportunidades de entrar em contacto com eles. Uma parte de alunos conseguem adaptar-se aos poucos na escola, só que Macau é uma cidade muito pequena, e se se diz que não ficam marcados na etiqueta, não acredito muito. Se se criticar uma determinada escola, todos podem ter conhecimento, devido à escassez da cidade. Antes pelo contrário, se isto acontecer num determinado lugar de grande dimensão, já não é tão fácil terem conhecimento. Que eu saiba, uma parte das escolas está a impulsionar este aspecto e, de facto, o Governo domina estas situações e deve apoiá-las a nível de necessidades especiais, porque para ensinar uma turma com estes alunos, comparado com as turmas em geral, é muito diferente e talvez os custos venham a aumentar muito. Uma outra questão tem a ver com os assistentes sociais que invoquei logo no início. Será que os serviços de assistente social têm de ser prestados por parte dos assistentes sociais, tal como dizem os docentes? Muitas vezes, os docentes têm mais contactos com eles, e numa escola é normal que um assistente social tenha de cuidar de 2 mil alunos. Como é que eles conseguem enfrentar tantas pessoas? Dado que temos muitos docentes, aquando da formação, para além da sua especialidade profissional, será que também podem receber uma formação sobre os trabalhos relacionados com os jovens? Uma vez que também aumentaram o número de assistentes sociais, qual foi o efeito que conseguiram produzir? Presidente: Sr. Secretário Chui, parece-me que, por enquanto, não têm mais questões a colocar sobre esta matéria, será que pode responder à questão que o Sr. Deputado Leong Heng Teng colocou? Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Em primeiro lugar, tenho a questão do Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan. Como é que podemos orientar correctamente os jovens nos seus tempos livres? Estes trabalhos são responsabilizados pelo Departamento da Juventude da DSEJ. Recentemente, na reunião do Conselho da Juventude, chegaram a um consenso que é necessário orientar correctamente os jovens, especialmente nos tempos livres, mas como é que podemos gastar as forças deles e oferecer um recinto favorável para eles repousarem, quer para aprenderem, quer para praticarem actividades desportivas? Por outro lado, é necessário reforçar o seu associativismo e a participação nas actividades realizadas pelas associações, e em simultâneo, ainda é necessário realizarem mais actividades nos centros juvenis para eles frequentarem. Neste momento, o centro juvenil da Areia Preta na zona Norte, por ano, registou mais de N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 120 mil visitantes. No centro juvenil "Chon Cheng", registaram-se 118 mil visitantes e quanto aos centros sociais de Mong Há, de Toi San e de Cheng Chao, também contaram com a visita de muitos jovens. Mas a verdade é que ainda não é o suficiente e, ultimamente, esperamos aumentar mais um centro, através da DSSOPT. Nas LAG do próximo ano, esperamos obter mais recursos neste aspecto para que eles possam ter actividades normais nos seus tempos livres e estas actividades, não só contribuem para enriquecer os seus conhecimentos, como também podem ter um esp aço normal para um desenvolvimento desportivo. Entretanto, esperamos especialmente que eles possam participar nas actividades das associações. O Sr. Deputado Au Kam San falou sobre a associação de pais. Esta cooperação entre a família e a escola, de facto, também gostaria de se concretizar. Tal como disseram antes, muitas escolas já formaram uma associação de pais e já estão a executar algumas actividades. Quanto às escolas que ainda não a criaram, intensificámos os respectivos trabalhos, na esperança de se estabelecer um diálogo e uma cooperação entre a escola e a família. Relativamente à verdade objectiva, a razão histórica reside efectivamente, e daí, há a diferença de recursos nas escolas oficiais e nas escolas particulares. Em termos de longo prazo, esperamos que as escolas particulares possam reduzir o número de alunos por turma a partir do ensino primário. Depois do estabelecimento do Governo da RAEM, o número de alunos por turma nas escolas oficiais também aumentou e esperamos diminuir, cada vez mais, esta distância. É evidente que este é considerado um rumo, nem sempre podemos concluir num curto espaço de tempo, mas seja como for é no fundo um dos projectos dos nossos trabalhos. O Sr. Deputado Stanley Au fez referência ao plano de formação, e registo com muito agrado a proposta por parte do Sr. Deputado. O Sr. Deputado Fong Chi Keong falou sobre o plano de 400 milhões de patacas para a formação e, há pouco, já expliquei que, de facto, não é verdade o que o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong acabou de dizer. Porque é que me entregou o plano para levar a cabo? No fundo, trata-se de uma cooperação entre muitos serviços, e talvez tenha esquecido de referir um serviço muito importante que é a DSSOPT, pois é ela que se responsabiliza pela remodelação básica do espaço que arrendámos. A proposta que nos entregou, vamos reentregá-la ao Sr. Director Carion e esperamos que ele possa ponderar na viabilidade dentro de um curto espaço de tempo, porque esta matéria é responsabiliza pela DSSOPT. A questão dos assistentes sociais que o Sr. Deputado Leong Heng Teng aludiu, gostaria de apresentar aqui algumas situações. No presente momento, temos 60 assistentes sociais nas escolas. Os alunos dentro das escolas são responsabilizados pelos 60 assistentes sociais da DSEJ, e quando deixarem a escola, são responsabilizados pelos assistentes sociais do IASM. O IASM tem o total de 67 assistentes sociais, por outro lado, ainda tem 84 que não trabalham nas entidades do Governo, mas são subsidiados pelo Governo. Agora, basicamente, nem todas as escolas têm um assistente social. Sabemos que cerca de 60 escolas têm assistentes sociais, mas o IASM só tem 67 assistentes sociais e 84 deles não trabalham para o Governo, só que são subsidiados pelo Governo. De facto, com este volume de trabalho tão pesado, ainda não são suficientes. Dentro das escolas também não são suficientes, por isso, vamos fazer os possíveis para formar os docentes do ensino primário, no sentido de participarem nos trabalhos de orientação aos alunos. Uma vez que os assistent es sociais do IASM se responsabilizam pelos alunos que deixaram a escola, o volume de trabalho deles também vai aumentar e, por isso, esperamos aumentar mais assistentes sociais. Por exemplo, a nossa equipa externa de assistente social, também está 67 muito ocupada com os trabalhos e, no futuro, esperamos aumentar mais uma equipa externa. Sra. Presidente, respondi basicamente a todas as perguntas. Presidente: Gostaria de perguntar se mais algum Deputado quer manifestar a sua opinião acerca da área da educação ? Não. A Sra. Deputada Iong Veng Ian inscreveu-se há muito tempo para intervir. Será que quer intervir acerca de outras áreas? Iong Veng Ian: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do governo: Agora, queria entrar no domínio dos assuntos sociais. A família é a célula da sociedade e a harmonia da relação familiar, e também é a base estável da sociedade, mas podemos verificar que com a persistência da fraca situação económica e com a elevada taxa do desemprego, os problemas no seio familiar, também aumentam. De modo que, como é que podemos reforçar para que a família possa ser completa e perfeita, e apoiar sobretudo algumas pessoas ou famílias a resolverem os problemas? Esta também é uma das responsabilidades por parte do Governo e uma questão a que prestamos uma especial atenção. Os problemas familiares persistem de uma forma muito diversificada, incluindo alguns maltratos a crianças, a mulheres e as famílias monoparentais. A estagnação da economia faz com que se aumentem as pressões da vida, o desemprego provoca uma pobreza que influencia a sobrevivência das pessoas e a violência no seio da família também acontece frequentemente. Às vezes, estas situações até aumentam o número de divórcio, e assim sendo, as famílias monoparentais aumentam constantemente. De acordo com a estatística do IASM, no ano passado, registaram-se cerca de 881 casos de famílias monoparentais e comparado com o ano transacto, sofreu um grande aumentou. Os pais das famílias monoparentais, principalmente do sexo feminino, uma vez que se situa numa posição fraca no seio da economia social, não só é difícil encontrarem um emprego, mas também tem de enfrentar ao mesmo tempo pressões psicológicas e pressões educativas dos seus filhos. Quando o ambiente familiar for desfavorável e péssimo, facilmente originam problemas juvenis. De acordo com algumas reportagens, os casos registados sobre maus tratos a crianças nos últimos dois anos, quase todos eles foram originados pelo factor familiar, mas na realidade foram descobertos muito poucos casos. De facto, os problemas familiares estão muitas vezes escondidos e os dados estatísticos que o Governo divulga, não representam a verdade. Deste modo, o reforço aos serviços familiares é um dos problemas que a nossa Administração competente deve ponderar. O nosso Chefe do Executivo referiu no seu relatório das LAG que vai atribuir adicionalmente cerca de 10 milhões de patacas para ajudar três tipos de famílias desfavorecidas com maiores dificuldades, ou seja, as famílias monoparentais, as famílias com membros deficientes e as famílias com membros portadores de doença de carácter permanente, oferecendo-lhes uma apoio especial. Esta medida embora consiga resolver alguns problemas familiares, só que os problemas familiares não dependem somente de um apoio económico, porque ainda necessita de um reforço na assistência social externa, nos serviços de psiquiatria, nas orientações matrimoniais, nos cuidados que prestam aos idosos, etc.. Deste modo, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário quais as medidas é que vão adoptar, no sentido de reforçar os serviços às famílias nas futuras LAG? Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Espero que possa falar um pouco devagar, porque se falar muito depressa é muito difícil para os intérpretes-tradutores seguirem o seus raciocínio. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Ng Kuok Cheong: Sim. Sra. Presidente. Dentro da área dos assuntos sociais, fez referência ao projecto "combate à pobreza em 10 anos", que acarreta de uma prossecução de trabalhos. Concretamente, depois do estabelecimento da RAEM, gostaria de saber se a situação da pobreza dos residentes tem vindo a melhorar ou a piorar de acordo com os dados que o Governo da RAEM possui? Qual é o ponto de situação? Além disso, em que tipo de critérios é que o Governo se baseia para avaliar a situação? No mês de Abril do corrente ano, quando recebi a resposta por parte da Sra. Secretária para a Administração e Justiça em referência à minha interpelação, também mencionei que, neste momento, devemos definir a linha da pobreza em Macau, e ela frisou que existem muitas formas para definir a linha da pobreza e esta definição deve ser feita com muita prudência nos termos da situação concreta. Gostaria que me explicasse qual é o ponto de situação da análise e dos respectivos trabalhos? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário. A questão que pretendo colocar, deve estar relacionada com a área dos assuntos sociais e talvez até tenha a ver com a questão dos assistentes sociais. Depois de ler a apresentação, não consegui verificar esta questão, e não sei se foi alguma negligência ou algum esquecimento da vossa parte. Parece-me que não existe aqui nenhum projecto concreto dedicado às pessoas que cometeram crimes, ou melhor, depois dessas pessoas terem feito o "chek-out do maior hotel em Macau" não existe nenhuma plano para que elas se possam reintegrar novamente nesta sociedade. Presidente: Qual é o hotel que se referiu? Será o Estabelecimento Prisional de Coloane? Tsui Wai Kwan: É o EPC que é o maior hotel existente em Macau. Suponhamos que essas pessoas depois de saírem (check-out) do Estabelecimento, voltam a entrar (check-in) novamente. Penso que o Gerente Geral deste enorme hotel, Sr. Lei Kam Cheong, deve ter umas fortes dores de cabeça. Será que os assistentes sociais também desempenham algum papel importante neste aspecto para que as pessoas se possam voltar a integrar na sociedade? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Jorge Fão. Jorge Fão: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário: Na área, portanto, da acção social, eu gostaria de tecer algumas considerações e fazer algumas sugestões, eventualmente algumas perguntas. Eu estive há pouco a ler as Linhas de Acção Governativa do Sr. Chefe do Executivo a página 27 e no ponto VI diz aqui que a Administração vai atribuir dez milhões de patacas destinadas a apoiar três tipos de famílias desfavorecidas com maiores dificuldades, a saber as famílias monoparentais, as famílias com membros deficientes e as famílias com membros portadores de doença de carácter permanente. É neste último grupo que eu gostaria de falar. Porque eu sei que na área de prestação de cuidados para os idosos, eu julgo que a Administração tem feito um bom trabalho e tem prestado especial atenção aos idosos, obviamente que estes trabalhos poderão ainda ser melhorados. Contudo, quanto ao apoio concedido às famílias com um ou mais elementos que sofrem de doença de deficiência mental ou doença mental, parece que 68 ainda nestas linhas sectoriais eu não consigo descortinar alguma política de apoio ou de outra natureza para este tipo de família. Não se foi relegado para o esquecimento. Eu sei que existem em Macau alguns organismos privados para a prestação de apoio e de cuidados aos deficientes mentais. Estes trabalhos têm sido desenvolvidos com algum sucesso. Graças ao dinamismo das pessoas que dirigem estas associações ou organismos que também têm recebido algum apoio por parte da Administração. Contudo, também sei que tais apoios nunca foram suficientes para fazer face à situação. Eu próprio reconheço que é só da minha pessoa, penso que todos nós, penso talvez que a sociedade também deve reconhecer que tem um elemento ou um membro que sofre de doença mental em casa é um problema, é um grave problema porque é preciso ter uma pessoa para tomar conta duma outra a tempo inteiro. Somente não sei quantos deficientes mentais existem no território, mas o resultado do último censo eu penso que nos vai dar alguma informação sobre esta situação. Por isso, espero que da parte da Administração venha a prestar maior atenção a esses infelizes e aos seus familiares, podendo até pensar em construir um espaço físico nas Ilhas ou noutro lugar onde podem ser prestados cuidados contínuos e de criação de centros de reabilitação ou de ensino para os mesmos, porque acho que a sociedade e a Administração não devem esquecer-se destes infelizes. Por isso, esses 10 milhões de patacas, eu gostaria de perguntar como é que serão gastos e em que área é que pensam em gastar, porque são 10 milhões a título suplementar que vão ser atribuídos. Obrigado, Sr. Secretário. Presidente: Sra. Deputada Leong Iok Wa. Leong Iok Wa : Gostaria de vos alertar para os serviços prestados aos idosos. No ponto 3.5.1 das LAG do Sr. Secretário fez-se referência que vão "readaptar um lar de idosos existente, de modo a que o mesmo se torne capaz de desempenhar as funções de prestação de cuidados especiais". De facto, no presente percurso do constante envelhecimento da população, de um modo geral, as doenças agudas transformam-se em doenças crónicas, e muitos idosos depois de se internarem no hospital devido a uma doença crónica, e uma vez que as camas do hospital são para uso dos doentes de doenças agudas, se os doentes crónicos ocuparem estas camas, não traz vantagens aos recursos e serão, com certeza, convidados a saírem do hospital muito em breve. Acontece que, depois deles terem alta e regressarem a casa, também dispomos de muitos serviços diurnos para serem prestados aos idosos, mas muitos assistentes sociais manifestaram-me que, dado que não prestam cuidados de saúde, quando eles se deslocam às casas deles para prestar apoio, encontram-se numa situação realmente complicada. A verdade é que existem muitas pessoas com alguns familiares com doenças crónicas, visto que ainda não recuperaram totalmente, mas como eles têm de ir trabalhar e não conseguem encontrar ninguém para cuidar deles, e eles sentem-se apavorados com a situação. Resta-lhes apenas uma única solução que é deixá-los em lares de idosos, e acontece que alguns deles não dispõem de cuidados de saúde, e além disso, eles não conseguem suportar as despesas dos lares de idosos. Por isso, gostaria de vos perguntar se podem, ou não, ponderar na eventual criação de um "centro de reabilitação" que se destine propriamente aos idosos com doenças crónicas e, deste modo, eles poderiam receber alguns cuidados de saúde e serviços médicos necessários. Por outro lado, será que podemos fazer como antigamente, sobretudo quando a taxa da natalidade estava muito elevada, o que exigia portanto a existência de muitas creches e infantários, razão pela qual o Governo com a colaboração de muitas associações cívicas, estabeleceram, naquela altura, em conjunto algumas creches para enfrentar a situação. Agora, a taxa da natalidade está mais baixa, mas acontece que os idosos vão aumentando. Será que também podem ponderar numa N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série cooperação com as associações, de modo a criarem alguns serviços para prestarem aos idosos? Naturalmente que tem de haver alguns cuidados de saúde. É por este motivo que queria deixar aqui algumas opiniões. Por outro lado, no ponto 3.5 sobre "Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência" e no ponto 3.5.2 diz que "proceder-se-á ao estudo denominado "os jovens com insucesso escolar ou que abandonaram a escola face ao abuso de medicamentos". Acho que este estudo é necessário. Recentemente, deram início a uma reunião que é realizada pelas associações de médicos intitulada "Seminário sobre a Prevenção e o Tratamento da Toxicodependência". Os eruditos de HK também propuseram algumas opiniões muito favoráveis. Eles fizeram alguns estudos e verificaram que, agora, a situação é muito diferente do passado, e muitos jovens abusam dos medicamentos. Através de um estudo formal e de outro informal, eles chegaram à mesma conclusão que mais de 90% dos jovens dependem da "Ketamine", mas comparado com o abuso da heroína e do haxixe verificado no passado, a dependência destes 2 tipos de droga já é muito menor, por isso, se Macau conseguir efectuar estas investigações sobre o tipo de abuso de medicamentos, podemos adoptar algumas medidas tendentes à desintoxicação e adoptar métodos para os ajudar. De facto, estas investigações são necessárias. Gostaria de saber se estão a preparar ou se já elaboraram este relatório de investigação? Presidente: Sr. Secretário Chui, por enquanto, não vejo que mais algum Deputado quer intervir acerca desta questão. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Em primeiro lugar, vou responder à questão que a Sra. Deputada Iong Veng Ian focou. Neste momento, temos o total de 5.021 famílias que são apoiadas e subsidiadas pelo IASM. Em relação a esta questão, existem muitas investigações feitas por parte das associações em Macau, e aquando da má situação económica, muitas investigações relacionadas com os conflitos familiares, foram provocados pelo factor económico. Na realidade, fizémos muitos trabalhos, e para além de os apoiar, formar e reintegrar na sociedade, também esperamos resolver a questão dos 6,5% da taxa do desemprego, ou seja, cerca de 14.600 desempregados. Compreendemos perfeitamente que existem outras razões que originaram os problemas familiares e vamos fazer todos os possíveis para fazermos melhor os respectivos trabalhos. No corrente ano, vamos investir 10 milhões de patacas, que é um montante suplementar para ajudar as famílias monoparentais e as famílias com membros deficientes. Além do mais, ainda temos alguns assistentes sociais externos que prestam serviços; mas será suficiente? Com o gradual aumento no seu volume, obviamente que temos esta necessidade. Quanto ao aspecto dos assistentes sociais que o Sr. Deputado Chui mencionou, tal como disse antes, o IASM tem 67 assistentes sociais, e ainda tem mais 84 que trabalham nas associações particulares. De momento, e em relação à gestão da reinserção dos jovens que cabe à DSJ da tutela da Secretário para a Administração e Justiça. Nos termos do DL nº65/99/M, esta competência cabe à DSJ, que dispõe de um Departamento para a Reinserção Social e que se responsabiliza pelo sistema educativo destinado aos jovens com 12 a 16 anos que foram condenadas legalmente pelo prática de um crime. Em relação à sua função concreta é reeducá-los, acompanhá-los e acolhê-los, e tem como objectivo fundamental dar-lhes uma educação para que eles possam ser reinseridos na sociedade. Relativamente a este aspecto, o IASM apenas presta um apoio a nível de recursos e os trabalhos em concreto são desempenhados pelo Departamento para a Reinserção Social. O que é 69 certo é que os trabalhos sobre os jovens pertencem à área de 3 Secretários, inclusivamente o Sr. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Vá, a Sra. Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan e o Sr. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Esta matéria merece um estudo das 3 partes, no sentido de saber como é que deve ser feito o acompanhamento e a consertação da melhor forma. Presidente: Sr. Secretário Chui, creio que o que o Sr. Deputado Chui referiu não diz respeito aos jovens, mas sim, a todos aqueles que cometeram crime. Depois de saírem da prisão como é que vão ser reinseridos na sociedade? Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Vou fazer uma achega. Os reclusos também são geridos pelo Departamento para a Reinserção Social. Há pouco, houve um desentendimento, porque se pensava que se tinha focado apenas a questão dos jovens. O conceito do Departamento para a Reinserção Social é reintegrá-los na sociedade e voltarem a ser pessoas com qualidades. A questão sobre os deficientes mentais que o Sr. Deputado Jorge Fão aludiu, de facto, depois da criação do Governo da RAEM, preocupamo-nos muito com as pessoas com deficiência mental. Este montante de 10 milhões de patacas para subsidiar 3 tipos de famílias, os deficientes mentais pertencem ao grupo das famílias com membros portadores de doença de carácter permanente. A preocupação que temos com os deficientes mentais prende-se essencialmente com os seus cuidados de saúde que merecem uma avaliação apropriada, porque os deficientes mentais necessitam de um tratamento e de uma avaliação por parte dos profissionais, e é precisamente por este motivo que já se lançaram as obras de construção de uma Unidade de Internamento para o Serviço Psiquiátrico. Dentro desta unidade vão incluir-se 69 camas, 9 quartos isolados e ainda temos uma outra unidade diurna que permite a estadia de 45 pessoas. Creio que depois da sua construção, certamente que vai trazer progresso e bons serviços para o tratamento dos deficientes mentais. O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong preocupa-se com o estudo sobre a linha da pobreza e esta questão já foi colocada à Sra. Secretária para a Administração e Justiça. Posteriormente, vamos acompanhar esta matéria. Temos realizado um estudo, através do Sr. Professor Mok Ieng Kei de HK, e depois da sua conclusão, vamos submeter o respectivo relatório à AL. Quanto aos cuidados de saúde nos lares de idosos, vou passar a palavra ao Sr. Director Ip Peng Kun. Director do IASM, Ip Peng Kun: Obrigado, Sr. Secretário. Obrigado, Sra. Presidente. Srs. Deputados. Respeitante aos cuidados de saúde, neste momento, o IASM está a prestar apoio à demolição e à mudança do Asilo do Carmo da Taipa, e no futuro, vai mudá-lo para Macau num terreno da Areia Preta. Vamos construir um novo asilo de idosos com cuidados de saúde, e de acordo com a presente concepção, destina-se a cerca de 140 idosos em péssimo estado de saúde e para alguns deficientes graves. Entretanto, vai fornecer todos os apoios necessários para a vida e alguns cuidados de saúde individual. O respectivo ssilo vai dispôr de duas zonas de serviços, inclusivamente a zona dos cuidados de saúde para idosos, que em princípio, a sua lotação é de 90 pessoas, e que abrange uma parte de camas para permanência provisória e quartos para casais. Esta permanência provisória pode aliviar uma parte das pressões psicológicas que algumas famílias sofrem com membros de idosos doentes que necessitam tratamentos. Ainda temos uma outra zona que é a zona dos N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série cuidados de saúde para os deficientes graves, para a qual definimos uma lotação que permite cerca de 50 pessoas e que cuida especialmente pessoas não idosas com incapacidades mentais, originadas por motivos diversificados. Há pouco, já se disse que este silo vai ser construído num novo terreno de aterro na Areia Presta e, agora, estamos a preparar os trabalhos relativos ao "design". Se tudo correr bem, a sua conclusão vai ser no final do próximo ano. Creio que este asilo de idosos com cuidados de saúde pode resolver algumas pressões que os cuidados de saúde em geral estão a enfrentar. No aspecto da prestação dos cuidados de saúde aos idosos, a Administração competente reconhece que actualmente tem esta insuficiência. Há pouco, alguns Deputados fizerem referência aos serviços que prestamos aos idosos, e de acordo com os nossos planos, as equipas de ajudantes domésticos dentro dos 4 asilos de idosos, esperamos subsidiá-los para que possam admitir mais assistentes sociais e adquirir alguns equipamentos, a fim de se poderem criar mais algumas equipas de assistência social. Este plano pode produzir efeito, fornecendo alguns cuidados de saúde e apoio aos idosos isolados em diversas zonas sociais. Do mesmo modo, reforçámos as funções dos 2 centros diurnos que prestam cuidados de saúde aos idosos; um em Macau e outro na Taipa, e que contribuem para reforçar o apoio e a orientação, através de alguns equipamentos arrendados, das acções de formações ou de alguns serviços de apoio e de orientação. Esperamos que estes serviços possam atenuar as pressões das pessoas que prestam serviços de cuidados, e também se pode aumentar os conhecimentos delas. Em relação ao montante de 10 milhões de patacas destinados a apoiar os 3 tipos de famílias desfavorecidas com maiores dificuldades, de acordo com o nosso projecto, incluímos as famílias monoparentais, as famílias com membros deficientes e as famílias com membros portadores de doença de carácter permanente. Compreendemos perfeitamente que as famílias monoparentais em geral têm mais encargos do que as famílias em geral, e quanto aos filhos destas famílias, vamos aumentar o valor do subsídio atribuído para eles frequentarem o jardim de infância e o ensino primário. Para além de um subsídio em geral, ainda aumentámos mais 50 patacas e para os estudantes do ensino secundário, aumentámos mais 100 patacas. Porque é que oferecemos este subsídio? Porque se assim for, quando quiserem participar nas actividades escolares, podem optar de livre vontade nas actividades externas que a escola organiza. Não é necessário dar como pretexto que é pelo facto de se ser pobre, que a escola vai isentar uma parte desta despesa. Creio que isto contribui para os actos individuais deles e o seu reconhecimento. Ora, não vai produzir de modo algum um efeito negativo de "etiqueta". Relativamente às famílias com membros deficientes, inclusivamente alguns deficientes mentais, temos um plano definido para classificar o nível de deficiência segundo a classe e a avaliação, no sentido de lhes atribuir o subsídio. Em relação às famílias com membros portadores de doença de carácter permanente, também está de acordo com o nível de deficiência ou de doença que atribuímos o subsídio para as despesas dos cuidados de saúde. É evidente que, para além das famílias pobres, também nos preocupamos com os seus filhos jovens e, para além do apoio por parte do IASM, ainda têm o apoio do fundo de educação juvenil do IASM, ou então, outros apoios para os livros e para as despesas extras. Presidente: Sr. Secretário, ainda falta a questão da avaliação do abuso de medicamentos, que foi a Deputada Iong Veng Ian que a colocou. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Este estudo vai ser realizado no ano de 2002. 70 Presidente: Sr. Deputado Jorge Fão. Jorge Fão: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário: Talvez eu não teria sido muito claro quando falei das pessoas que sofrem de deficiência mental. Eu queria referir não só aquele que o Sr. Secretário acabou de falar e que já se pensou em construir uma unidade hospitalar na Ilha da Taipa para satisfazer aquelas necessidades. Eu queria especialmente referir aqueles deficientes mentais menores e em chinês "Chi Cheong Ian Si". São os menores que eu pessoalmente visitei dois centros desta natureza, uma funciona como uma creche para tomar conta dos miúdos que sofrem deste tipo de doença ou deficiência de tenra idade e um outro centro que costuma tomar conta de adolescentes, portanto miúdos de idade talvez entre 12 e 16 anos ou talvez ainda mais. Também sei que a Administração tem estado a dar algum apoio ou assistência, mas são centros geridos e administrados por organismos privados sem quaisquer fins lucrativos. Eu penso que eles estão a ajudar a Administração neste aspecto. Eu acho que esse trabalho de apoio aos deficientes menores devia ser desenvolvido pela Administração. Muitos países do Mundo, por exemplo em Taiwan, Hong Kong e Singapura o apoio do Governo é grande, nomeadamente em Taiwan em que o próprio Governo proporciona um edifício todo para o apoio a todos este tipo de deficientes menores que proporciona o ensino, o centro de reabilitação, prepará-los para o emprego e integrá-los na sociedade e um pequeno centro de medicina. Ora, em Macau parece que não existe - parece, eu não tenho a certeza absoluta se existe - para além daquilo que eu vi se existe da parte da Administração mais qualquer apoio neste sentido, porque eu penso que estas pessoas estão a ajudar propriamente dita a Administração sem quaisquer interesses materiais, daí que eu tive a ousadia de propor a V. Exa. para ter uma especial atenção a estes tipos de centros que já existem em Macau. Eu pelo menos visitei dois centros, se calhar devem haver ainda mais. Por isso estava a perguntar se esses 10 milhões de patacas a título suplementar que existe que vai atribuir e vai apoiar, portanto, diz aqui mesmo doenças de carácter permanente pressupõe que se trata de doença de carácter permanente, se pode canalizar algum fundo para esses organismos ou essas entidades. É esta portanto a minha pergunta. Obrigado. Presidente: Sr. Secretário Chui. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Quanto à questão que o Sr. Deputado Jorge Fão colocou, agora, já fiquei esclarecido. De facto, Macau necessita, neste momento, de alguns trabalhos em 2 aspectos. Por um lado, e através da cooperação dos SSM e do IASM, temos de avaliar o grau de deficiência mental dos menores, porque o grau de deficiência tem diferentes evoluções consoante as situações, daí que seja necessário examinar exactamente o nível de deficiência de acordo com a classe etária, principalmente no percurso do seu crescimento. De facto, preocupamo-nos mais com os deficientes mentais menores do que os deficientes mentais em geral, porque depois deles crescerem os seus pais chegam a uma idade muito velha ou até já foram para o céu, deste modo, não podem cuidar dos seus filhos. Por isso, esperamos fazer todos os possíveis para lhes fornecer, nesta altura, alguns cuidados de saúde e formá-los para que possam ter capacidades de auto-sobrevivência. É verdade que temos de fazer mais alguma coisa nesta matéria. Digamos que todos os pais amam e cuidam muito bem dos seus filhos, mas quando eles não tiverem capacidade, podem vir a N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série suscitar um problema, e é óbvio que nos preocupamos com esta questão e só esperamos encontrar um método de solução concreta e própria para resolver a questão em causa. Mas para levarmos isto a cabo é necessário obter-se uma cooperação por parte dos SSM e do IASM, e já determinámos que vamos proceder ao respectivo estudo no ano de 2002. No presente momento, temos algumas associações sem fins lucrativos que fornecem serviços aos deficientes mentais menores e aos deficientes mentais em geral. Já visitámos as respectivas instalações; em que umas têm melhores condições e outras têm piores. Presidente: Sr. Deputado Leong Heng Teng. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. O que o Sr. Director acabou de dizer sobre a questão dos asilos de idosos, trata-se de uma explicação muito clara, sobretudo acerca da questão que coloquei antes. Acontece que o que preocupamos mais é com os deficientes, tal como disse o Sr. Secretário, se os seus pais morrerem cedo e se eles atingirem uma certa idade, já é mais difícil de os cuidar. Daí que, temos de fazer os possíveis para desenvolver alguns trabalhos, no sentido de os apoiar para se poderem cuidar de si próprio. Porém, existe uma parte que, quando chegarem a uma determinada situação, não conseguem cuidar de si próprio e, neste caso, acho que a parte dos asilos deve considerar esta situação. Há dias, participei na actividade do Dia Internacional dos Deficientes, muitas entidades públicas e particulares já começaram a admitir alguns deficientes, além disso, o Governo até apoia muito, estimulando-os e oferecendo-os algumas lembranças. Acho que este gesto foi muito simpático da parte do Governo. O que é certo é que algumas entidades particulares para admitirem alguns deficientes talvez tenham de se aumentar alguns equipamentos. Será que o Sr. Secretário pode efectuar um estudo, através dos serviços da sua tutela, no sentido de encontrar uma forma de isenção fiscal para oferecer um incentivo mais concreto às entidades? Presidente: Esta opinião é para o Sr. Secretário consultar posteriormente. Creio que, agora, também não consegue dar uma resposta concreta sobre o facto de poder, ou não, isentar a tributação, porque esta matéria necessita de uma ponderação e não sei se o Sr. Secretário pode fazer isso. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Vou pronunciar-me de uma forma muito simples. Tal como disse a Sra. Presidente, a questão dos impostos, não pertence à minha alçada e sugiro canalizar a proposta do Sr. Deputado Leong ao Secretário competente. A verdade é que, actualmente, Macau necessita aumentar o volume de lares que prestam cuidados de saúde, sobretudo para cuidar dos deficientes e dos idosos. Quanto ao facto de adoptarmos os deficientes, de acordo com os dados que obtivémos, sensivelmente 0,03% estão a trabalhar na Função Pública, mas comparado com 1% que os outros países se aplicam, ainda estamos muito distante. Nos anos vindouros, vamos incentivar as entidades públicas e particulares a admitirem mais deficientes físicos e mentais, e esperamos que eles se possam integrar na sociedade, de modo a terem uma vida normal. Presidente: Srs. Deputados, em relação ao domínio dos assuntos sociais, penso que não há... Sr. Deputado Fong Chi Keong. Fong Chi Keong: Será que já vamos entrar no domínio da cultura? Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas. O partido que tiramos do intercâmbio cultural é o diálogo entre as pessoas e a relação entre as zonas é uma ponte mais grandiosa, portanto, não existe uma outra forma mais eficiente e mais rápida que esta. A arte cultural é muito importante para os costumes da sociedade, ela consegue fornecer um espírito benéfico à arte cultural dos cidadãos em geral, e também contribui para intensificar a inteligência, para enriquecer os conhecimentos e para modelar o temperamento. Através dos jornais, tive conhecimento que num Seminário Académico sobre "Arte Cultural da RPC" patrocinado pelo Governo, um assessor jurídico do ICM recitou um antigo sobre 4 grandes sistemas e 4 grandes pilares da cultura em Macau. Os participantes deste seminário são provenientes de 15 grandes províncias, cidades e regiões autónomas da RPC, de HK, da Taiwan, da Malásia e da Singapura que perfazem mais de 60 professores, eruditos e estudiosos. O conteúdo do referido artigo fez com que todos ficaram muito excitados e originou muitos reflexos negativos e fortes. O que aconteceu foi muito grave, e depois do retorno de Macau à Pátria, esta foi uma das maiores vergonhas. Além do mais, o artigo ainda mencionou que os comerciantes em Macau são extremamente cínicos e orgulhosos, mas se quisermos comprar com HK e com os capitais financeiros internacionais, refiro-me mais concretamente aos grandes comerciantes, tratam-se apenas de algumas miudezas. No tocante aos 4 grandes pilares de Macau, temos em primeiro lugar a cultura do jogo e temos em segundo lugar a cultura da prostituição. Estes dois tipos de cultura, para além de se conseguirem criar raízes em Macau, ainda conseguiram suscitar sob forma de indústria cultural e possuem uma característica do século XXI, ou seja, a modernização, a comercialização e a internacionalização. O conteúdo deste artigo adoptou, de facto, uma forma de expressão muito perversa e fez com que as pessoas ficaram muito ofendidas. A vida dos residentes em Macau se não depender da evolução destas duas culturas, como é que conseguiam obter interesses ao longo de muitos anos, ou por outras palavras, a vida das pessoas de Macau depende do seu empenho nestas duas culturas. Há pessoas que se adoptaram a ilustre concepção do Sr. Teng Siu Peng sobre "um país, dois sistemas" e "alto grande autonomia" que faz com que Macau possa ter um elevado grande autonomia e um ambiente muito estável, sem ser influenciado, ou seja, mantém-se tudo inalterado, no sentido de qualificar o modelo de vida em HK e em Macau depois da reunificação. O tal membro do ICM adoptou o conceito de "um país, dois sistemas" para qualificar as duas indústrias culturais benéficas; a cultura do jogo e a cultura da prostituição, e ainda disse que corresponde com o espírito de "tudo se mantém inalterável" para servir de uma base teórica do seu artigo. Ouvi dizer que, depois da reunião, ele ficou confiante de que tinha razão e ficou todo contente, até parece que foi tudo uma verdade. Este representante do ICM, não só afectou o ICM, em si, como também afectou a imagem internacional de Macau. Gostaria de perguntar ao Sr. membro responsável, porque é que o ICM seleccionou um representante de qualidade tão baixa? Porque é que permitiram um discurso tão perverso num seminário? Depois do incidente, será que o respectivo membro foi devidamente castigado? Será que os membros do Governo podem clarificar a questão em causa? Obrigado. Presidente: Em relação à área da cultura... Sr. Deputado Au Kam San, peço para falar um pouco mais devagar, porque, senão, não é possível fazer a tradução. Presidente: Pode começar. Au Kam San: Sim. Obrigado, Sra. Presidente. Fong Chi Keong: Está bem, vou começar. Obrigado, Sra. Presidente. 71 N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Na época da Administração portuguesa, a política da preservação do património era fraca. Neste momento, a Administração competente frisa a preservação do património cultural e até mobilizou pessoas para implementar tal política. Todavia, parece-me que, no aspecto da preservação do património cultural, o Governo não consegue afastar as políticas adoptadas pelo ex-Governo português, muitas coisas apenas se importam a forma e não o contexto. A obra de reconstrução da "Cheang Ka Tai Ok" (Casa do Mandarim) transformou-se na "Man Wa Tai Ok" (Casa do Mandarim), ora, em vez de se adoptarem a designação tradicional desta construção chinesa, foram adoptar uma outra designação, que é uma tradução da sua designação em português. Se chamarem "Man Wa Tai Ok", ouvi dizer que se trata de uma casa de um oficial de alto grau da China, e isto demonstra-nos que desconhecem completamente a história do Sr. Cheang Kun Ieng, enquanto vivo. Este tipo de preservação do património é completamente uma anedota para as pessoas. Pessoalmente, gostaria de saber quando é que o Governo da RAEM pode elaborar um conjunto de políticas adequadas à realidade de Macau para a preservação do património? Só assim é que podem preservar efectivamente o nosso património cultural e alcançarem o objectivo de promover os bens culturais de Macau. Por outro lado, muitos cidadãos pedem para criarem uma nova Biblioteca Central, no sentido de se articular com as necessidades desta época social. Será que têm algum projecto para construir uma nova biblioteca central? Em simultâneo, será que vão construir uma biblioteca de grande envergadura na zona Norte, com vista a responder às necessidades dos cidadãos? Além disso, será que conseguem oferecer uma biblioteca para uso próprio dos deficientes? Obrigado. Presidente: Parece-me que mais nenhum Deputado quer intervir acerca desta questão. Gostaria de convidar o Sr. Secretário, importa-se de responder à questão? Secretário para os Assustos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Em primeiro lugar, temos a questão do Sr. Deputado Fong Chi Keong e depois a questão do Sr. Deputado Au Kam San. Vou invocar aqui alguns grandes princípios e depois convido a Sra. Directora do ICM, Ho Lai Chun, para fazer uma explicação mais pormenorizada. É verdade aquilo que o Sr. Deputado Fong Chi Keong aludiu sobre o seminário. Naquele dia, também fui convidado para participar na cerimónia de inauguração, mas não posso deixar de esclarecer o artigo que tal pessoa manifestou, principalmente ao facto de ter, ou não, consentimento da Directora do ICM e, por acaso, ela não tinha conhecimento. Aproveito esta oportunidade para salientar que este assunto originou uma grande preocupação por parte dos diversos sectores, e lamentamos muito. Aproveito esta ocasião para referir que a cultura fundamental de Macau é a chinesa, mas ela existe de uma forma muito diversificada. No entanto, os estudos que desenvolvemos é sobre a característica e a peculiaridade da cultura de Macau que se formou no passado. Este é o rumo dos trabalhos na área da cultura, nomeadamente depois da criação da RAEM da RPC, e também salientamos que é necessário divulgar o espírito de "amar o País e amar Macau". Nas políticas da preservação do património cultural, depois de um período de estudos, obtivémos o apoio do órgão cultural do País, e muito em breve, vamos divulgar formalmente a respectiva lista. Mais tarde, vamos articular-se com o desenvolvimento da cidade, e quanto às construções que não necessitam de uma preservação, não vão causar nenhum obstáculo ao desenvolvimento da cidade. 72 Quanto à Biblioteca Central, à biblioteca da zona Norte e à biblioteca para os deficientes, estamos agora a estudar se Macau necessita mesmo a criação destas bibliotecas, mas vamos concluir estes estudos no ano de 2002, e posteriormente divulgamos a conclusão que chegámos. Espero que a Sra. Presidente me permita convidar a Sra. Directora do ICM, Ho Lai Chun para explicar melhor os pormenores. Directora do ICM, Ho Lai Chun: Obrigada, Sr. Secretário. Sra. Presidente Chou, Srs. Deputados: Quanto à questão que os Deputados focaram, faço aqui uma breve apresentação. Em primeiro lugar, aludiram o seminário que posso dividir em dois aspectos. Primeiro; o papel que o ICM desempenha neste seminário é patrocinador e, no dia da Cerimónia de Inauguração, enviámos o Sr. Subdirector para participar nesta cerimónia. Quanto ao facto da intervenção de um funcionário do ICM, ele participou neste seminário na qualidade de um erudito. Mais tarde, a unidade organizadora também nos enviou uma carta, no sentido de esclarecer a situação, referindo que se tratou de um debate para que os seus associados possam manifestar as suas opiniões e pontos de vista. Tal situação é normal que aconteça porque pode haver divergência de opiniões e relativamente ao ponto de vista, aguardamos um debate no seio dos associados. Quando o nosso colega proferiu o seu artigo ou no seio do percurso, uma vez que o seminário durou 3 dias, o papel que eles desempenhavam eram confusos ao fim de vários dias de seminário, porque, nestas circunstâncias, e quando se trata de algum assunto, cada qual tem a sua postura. No final do seminário, a unidade organizadora também deixou uma declaração muito clara, "trataram-se alguns pontos de vista da associação, em si, e pontos de vista pessoais". De momento, este colega já foi transferido para um outro departamento, claro que fica dentro do ICM, mas as funções que ele desempenha continua a ser a realização de estudos. Em relação à preservação do património cultural, mais concretamente a "Man Wa Tai Ok" (Casa do Mandarim) que o Sr. Deputado Au Kam San mencionou, inicialmente, esta designação já estava incluída na lista do património cultural do ano de 1992. Uma vez que, no ano de 1992, já existia esta designação, em português e em chinês, publicada no BO de Macau, daí que, quando declarámos a lista do património cultural ou quando divulgámos alguns dados a seu respeito, temos vindo a adoptar a designação "Cheang Ka Tai Ok" (Casa do Mandarim). No que diz respeito à segunda questão, prende-se com a política da preservação do património. De facto, a política da preservação do património, para além de se manter a cultura histórica já existentes em Macau, ainda se juntou ao desenvolvimento de Macau. Quanto ao facto de como promovermos o património cultural de Macau, preparámos um método fantástico para divulgar o património de Macau, através da "candidatura à Lista do Património Mundial da UNESCO" no ano de 2003. A redacção do respectivo documento está quase a ser concluída, porque obtivémos o grande apoio e a articulação do órgão cultural do País. No aspecto da preservação do património, esperamos iniciar na geração jovem, por isso, já planeámos um projecto para promover a preservação do património, para além da exposição na escola secundária sobre todas as construções culturais em Macau, ainda temos um outro projecto de "embaixada patrimonial". Este projecto já foi lançado durante vários meses e o seu desenvolvimento está muito favorável. Se quiserem conhecer mais pormenores, podemos facultar alguns dados e informações detalhadas aos Srs. Deputados. Os embaixadores do património têm uma série de acções de formação, inclusivamente sobre alguns conhecimentos culturais e históricos de N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Macau, sobre alguns conhecimentos da preservação das construções de Macau e sobre a técnica dos guias turísticos. Nos últimos 3 anos, eles, na qualidade de guias turísticos, levaram os nossos estudantes do ensino secundário a conhecerem os nossos monumentos, a fim de dominar melhor a história de Macau. Se os Srs. Deputados estiverem interessados, os embaixadores do património registam com muito agrado de vos acompanhar uma visita. Na promoção dos monumentos históricos em Macau, esperamos que a nova geração, ou seja, a geração jovem ou as pessoas de Macau possam conhecer melhor a história de Macau, no sentido de enriquecer os seus conhecimentos a nível deste lugar e a sua sensação de aproximação. Este é um dos objectivos sobre a qual desencadeámos algumas actividades. O tema seguinte diz respeito à Biblioteca Central. No presente momento, a característica de todas as bibliotecas em Macau, também é de pequena dimensão, naturalmente que a existência de bibliotecas em diferentes zonas têm a sua própria característica, porque não é necessário deslocar para muito longe apenas para emprestar um livro. Tendo em conta as zonas onde existem bibliotecas, a nível de "hardware" não é possível ampliar mais, quer a nível de elevação, quer a nível de ampliação, e por isso, tendo em conta a situação actual, o que é que podemos fazer? Inclusivamente a Biblioteca Central do Tap Seak, estamos quase a terminar as obras de construção. Esta alteração da construção que implementámos, vai apenas no sentido de alterar algum espaço no seu interior, ou seja, ampliámos na medida do possível o espaço que os leitores podem usar e a respectiva obra vai ser concluída no início do próximo ano. Uma vez que a Biblioteca Central se situa num lugar muito conveniente, diariamente, conta com a visita de muitos leitores. Esta é a situação da Biblioteca Central. Quanto às outras bibliotecas, vamos fazer todos os possíveis para encontrar formas viáveis, no sentido de fornecer ainda mais serviços aos cidadãos de Macau. Visto que a maioria dos visitantes e dos leitores da Biblioteca de Mong Há são praticamente crianças, razão pela qual colocámos mais livros apropriados para as crianças, em simultâneo, ainda realizámos algumas actividades, sobretudo a "actividade de filho íntimo". Entretanto, esperamos que uma ou duas bibliotecas possam ter as suas próprias características dentro de um espaço limitado. Do mesmo modo, estamos no presente momento a efectuar um inquérito, ou seja, um inquérito sobre a prestação de serviços por parte da Biblioteca Central de Macau. Este inquérito foi feito no mês de Setembro e creio que, no início do próximo ano, podemos elaborar um relatório sobre o ponto de situação. Não se trata de um inquérito arrojado, portanto, tentámos entrar em contacto com 2 mil leitores que requisitaram o cartão de leitor para servirem de destinatário do nosso inquérito. Esta actuação pretende essencialmente conhecer quais são as exigências por parte dos leitores em relação à prestação de serviços da Biblioteca Central de Macau, e só assim é que podemos dar o segundo passo, no sentido de saber que tipo de serviços bibliotecários é que o Governo deve fornecer e qual a dimensão da biblioteca que os cidadãos locais esperam. Relativamente à construção de uma biblioteca na zona Norte, de acordo com o inquérito que a DSEC fez no ano de 1996 sobre censos, deve ter sido um inquérito a médio prazo, na altura, a população da zona Norte ocupava 59% da população geral e, por isso, talvez esta zona tenha mais necessidades de uma biblioteca. Quantas bibliotecas é que temos neste momento na zona Norte? Inclusivamente a Biblioteca da Ilha Verde, mais a unidade que o IASM dispõe, que também é uma biblioteca, a Biblioteca Mong Há que referi anteriormente e a Biblioteca dentro do Jardim Canal do Patos, mas é a CMMP que se responsabiliza pela sua gestão. Na zona Norte, para além de algumas bibliotecas de pequena dimensão, que tipo de bibliotecas é que necessitam e que consegue satisfazer às necessidades dos residentes desta zona? Creio que é necessário efectuarmos um 73 inquérito, ao mesmo tempo, ainda temos que juntar as outras. Ora, se eventualmente construirmos mais uma biblioteca, onde é que devia ser estabelecida? É evidente que esta situação também se deve juntar aos outros serviços. Creio que não tenho mais nada a dizer. Presidente: Sra. Deputada Iong Veng Ian. Iong Veng Ian: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. Deputados: O ICM realiza todos os anos festivais de arte e de música, além do mais ainda se formou a orquestra de câmara e a orquestra chinesa. Estes trabalhos são benéficos para elevar o nível artístico de Macau e a qualidade cultural dos residentes de Macau. Tal facto, reconhecemos perfeitamente. Neste momento, está muito favorável e verificámos que o ICM divulgou que vai reestruturar a Orquestra de Câmara de Macau, aumentando mais pessoal e a sua designação vai passar a ser "Orquestra Sinfónica de Macau" e também conta com membros provenientes do exterior. Entretanto, esta unidade pertencia directamente ao ICM, mas vai ter uma forma de gestão autónoma e as despesas do seu funcionamento também vão ser aumentadas. Uma série de reorganização na Orquestra de Câmara por parte do Governo, faz com que se alargou o seu quadro, embora tenha ouvido que não pertence ao quadro do pessoal efectivo, porque vão adoptar uma outra forma de contratação, seja como for, vai aumentar certamente algumas despesas para estas medidas. Será que é apropriado levar isto a cabo nestas circunstâncias? Porque a situação económica em Macau não está muito favorável e a taxa do desemprego, também está muito elevada, deste modo, o orçamento do Governo para o próximo ano vai continuar a ser deficitário. Pessoalmente, acho que o Governo deve reunir todos os recursos para apoiar ainda mais os cidadãos em geral, de modo a estimular alguma melhoria na economia e no emprego, não acha que seria mais apropriado? Quanto às outras actividades culturais, é óbvio que não estou a contrariar o desenvolvimento, mas se aumentar o quadro de pessoal, pode influenciar algumas reformas da nossa estrutura pública e até pode constituir alguns obstáculos. Nestas circunstâncias, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se há alguma urgência em transformar a orquestra de câmara numa orquestra sinfónica? Que avaliações é que têm feito em relação ao contributo que este investimento de recursos traz ao aspecto cultural? Gostaria de obter uma explicação do Sr. Secretário acerca desta matéria. Obrigada. Presidente: Sr. Deputado Fong Chi Keong. Fong Chi Keong: Obrigado, Sra. Presidente. Queria acompanhar uma questão. Em relação à resposta que a Sra. Directora Ho fez há pouco, parece-me um pouco equívoco. Seja como for, será que este assessor representava o ICM para participar no seminário? É evidente que respeito o princípio de liberdade de expressão, mas se ele participou no seminário em representação do Instituto, quer dizer que representava a posição do Governo e se ele adoptou este comentário, no sentido de atacar Macau, apontando que a cultura em Macau é a cultura da prostituição e a sua continuidade, creio que os cidadãos fazem, com certeza, uma repercussão. Espero que os respectivos membros do Governo possam enfrentar esta questão e saber se é, ou não, necessário dar um castigo racional a este funcionário? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Au Kam San. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Gostaria de acompanhar duas questões. Quanto à Biblioteca Central, propûs para construírem uma nova biblioteca central, porque, actualmente, não é possível N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série ampliar mais as instalações actuais. Uma vez que Macau é considerada uma cidade cultural, se não havendo uma biblioteca de grande envergadura, é realmente uma falta de cortesia. Uma outra questão que levantei anteriormente, ainda não obtive a respectiva resposta. Será que é possível fornecer algum centro bibliotecário para uso dos deficientes? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado David Chow. David Chow: Obrigado, Sra. Presidente. O Governo convida o assessor a apresentar e a impulsionar a cultura de Macau, sempre achei que a DST e o ICM lançam muitos trabalhos concretos. Relativamente ao facto de haver um determinado membro que mencionou a cultura do jogo, sinceramente, os aspectos mais importantes das nossas LAG também se baseiam no turismo, nas diversões e nos jogos, quanto ao aspecto dos jogos, até ontem, registámos 21 empresas que entregaram propostas para o concurso público. É normal que a nível mundial também tenham reconhecido que a cultura do jogo em Macau tem a sua própria característica e este mercado é enorme. Se a minha memória não me falha, este senhor Chui falou sobre a cultura do jogo, de facto, o Sr. Secretário devia convidar-me a abordar esta matéria, e talvez tenha sido melhor. Certamente que Macau tem uma cultura do jogo, mas como ele não falou tão bem como eu, na próxima vez, não se esqueça de me convidar. O que entende por cultura da prostituição? Para ser franco, não me atrevo anunciar aqui certas coisas, mas lembro-me que, antes da reunificação, a Sra. Presidente também era Deputada, e um determinado Deputado também se pronunciou em torno da "questão do Hotel Lisboa". Alguns Deputados apoiaram muito estas culturas, tal como conhecer alguns amigos. Trata-se de um comentário e não me importo dizer que até foi o Deputado Fong Chi Keong que mencionou. Creio que, se convidarem o Sr. Deputado Fong Chi Keong a abordar esta questão, até seria muito melhor. Sr. Deputado Fong Chi Keong, peço imensa desculpa, porque se a minha memória não me falha, o Sr. apoiava muito esta cultura. O que disse hoje, apenas se trata de uma questão pessoal... Seja como for, não posso deixar de me pronunciar que o tal Sr. Chui foi muito honesto, será que há algo especial? Ontem, aquando da apreciação das LAG sobre o domínio da Segurança, também falei sobre esta questão. Antigamente, haviam prostitutas que ofereciam serviços aos militarizados e, agora, em termos de uma cidade civilizada, mesmo em Las Vegas, antigamente, também existia muitas mulheres espalhadas pelas ruas, mas quando a economia começou a melhorar, elas são automaticamente abandonadas e excluídas. Quer os 4 dragões da Ásia; Taiwan, Coreia, e mesmo em HK também existem estes problemas. De facto, não discordo totalmente as coisas que o Sr. Chui referiu, porque para dizer todas as coisas mais árduas para si próprio, também é muito difícil. Creio que o Governo já se empenhou muito para impulsionar a cultura turística, só espero que não fiquem desiludidos devido a um assunto tão simples. O que é que Macau necessita? Todos nós estamos conscientes, por isso, apoio o comentário que aquele senhor fez. Quer sejam eruditos, quer sejam comissões juvenis, quando vierem visitar Macau para efeitos de turismo ou de negócio, muitas vezes, também frequentam os clubes nocturnos durante a noite. Guardo muito respeito às mulheres, e antes do retorno à Pátria, cheguei a pronunciar-me que, não me interessa qual é a finalidade dessa mulheres, só sei que esta questão não tem nada a ver com o Sr. Secretário, porque apenas diga respeito aos Serviços de Migração e ao interior da China. Uma vez que é aplicado em Macau o conceito de "um país, dois sistemas", os turistas são sempre muito bem vindos. O que é que eles vêm visitar? Nem sempre temos de levar os turistas aos monumentos, pelo que, não sei qual é o vosso ponto de vista, só que eu apoio o ponto de vista do Sr. Chui. Obrigado. 74 Presidente: Sr. Deputado Fong Chi Keong. Fong Chi Keong: Bom, só vou falar um pouco sobre o meu ponto de vista. Em relação à questão que o Sr. Deputado Chow mencionou, sobre o facto de eu apoiar a cultura da prostituição, posso dizer que discordo absolutamente. Quanto à última reunião, creio que houve um desentendimento no que diz respeito às mulheres que se encontram dentro do hotel. A permanência delas no hotel, não quer dizer que estão a cometer algum crime e se elas quiserem criar laços de amizade, não estão a violar a lei. Lembro-me que, na altura, alguns Deputados queriam expulsar estas mulheres. Acho que isto é muito incorrecto, porque elas apenas permaneceram ali para criarem amizades, não estão a fazer nada de imoral e porque é que as querem prender? Na altura, manifestei esta opinião. Uma vez que estavam apenas a conhecerem amigos, não tínhamos o direito de interferir. Quanto ao Sr. Chui, se ele pronunciou-se na qualidade de um erudito, ou seja, que não representou o ICM, não tocava no assunto e creio que a comunicação social, também não faria esta repercussão. Porque os pontos de vista pessoais de um erudito são respeitados, a questão reside na sua óptica em relação à questão em causa, mas na qualidade de um assessor do ICM, o papel que ele desempenha é representar o Governo de Macau e, neste caso, representou o Governo a criticar Macau. Acho que não se trata de um assunto deslumbrante e foi por isso que apresentei tantas opiniões. Especialmente a crítica que ele fez ao sector comercial de Macau, creio que o Sr. Deputado Chow também não consegue aceitar. Ele foi-se embora? Então, não vale a pena continuar a abordar. Presidente: Queria convidar o Sr. Secretário Chui a intervir acerca dos dois aspectos que o Sr. Deputado Au Kam San acompanhou... Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Bom. Em primeiro lugar, e em relação aos dois grandes eventos realizados anualmente em Macau que a Sra. Deputada Iong Veng Ian referiu, ou seja, o Festival de Artes e o Festival Internacional de Música. Nos últimos dois anos, estes eventos obtiveram, de facto, grande sucesso na sua exibição. Tanto a nível de espectadores, como a nível da venda dos bilhetes, também se registou um aumento, sobretudo o Festival Internacional de Música, cada sessão de exibição registámos 90% de espectadores, e daí, aumentou-se a venda dos bilhetes. Respeitante ao grupo de música de câmara, de facto, já existe em Macau há mais de 10 anos e, ultimamente, através da Comissão Consultiva do ICM, abordaram sobre esta questão e vão reorganizar este grupo musical, transformando-o numa orquestra sinfónica. Naquele dia, quando a Comissão Consultiva do ICM se reuniu, falaram em várias possibilidades nesta área, incluindo o facto de ser totalmente patrocinada pelo Governo, pelos particulares ou ser autónoma. Tratou-se apenas de um processo consultivo desta Comissão, mas ainda não chegaram a uma conclusão. Acontece que o Governo tem intenção de desenvolver uma orquestra sinfónica, e na qualidade de uma cidade cultural, deve transformar o grupo de música de câmara numa orquestra sinfónica. Ora, aumentaram mais 4 milhões, no sentido de a ampliar mais até 38 pessoas. O que é certo é que uma orquestra sinfónica necessita realmente cerca de 58 pessoas, e esperamos convidar, aos poucos, mais profissionais nesta área, sobretudo para assegurarem a educação artística razão pela qual aumentámos mais 4 milhões de patacas. Esperamos que os profissionais possam fornecer educação artística ao Conservatório e às escolas. Neste momento, a taxa do desemprego em Macau ronda à volta de 6,5%, ou seja, 14.600 desempregados. Será que necessitamos mais recursos para apoiar alguns desempregados a resolverem as dificuldades? Ou será que, uma vez que já fixámos a nossa posição, uma cidade cultural, turística e de jogos, devemos proceder ao mesmo tempo, com vista a articular-se N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série com o espírito das LAG do Sr. Chefe do Executivo? Atrevo-me dizer aqui que o futuro de Macau vai ser próspero. Depois de 2 ou 3 anos, acreditamos que Macau vai melhorar anualmente, razão pela qual ampliámos também as outras áreas, com vista a harmonizar-se com o desenvolvimento em geral. Se me perguntar se isto é, ou não, correcto, neste momento, creio que é muito difícil responder. Tivémos em conta toda a área cultural e, actualmente, o mais importante é divulgar a educação artística, de modo a elevar a qualidade cultural em geral, deste modo, sugeriram esta proposta para o debate no seio da Comissão Cultural. Nesse dia, reportaram a questão e também recebemos a interpelação do Deputado, tal como disse a Sra. Presidente no início da reunião, respondemos pormenorizadamente porque é que tomámos esta decisão, as suas vantagens e as suas desvantagens, de modo a permitir que possam ficar esclarecidos e retribuir-nos uma opinião. O Sr. Deputado Fong Chi Keong voltou a manifestar a sua opinião acerca do artigo que o assessor do ICM fez no Seminário. Tal como disse antes, se ele fez em nome de assessor do ICM, na verdade, não estava correcto, porque, na qualidade de um funcionário público, ele tem responsabilidade em pedir, previamente, uma autorização ao seu superior que vai fazer um artigo em nome do ICM. Porém, se for a título de membro da associação socio-científica a manifestar a sua teoria, digamos que a "ciência não tem zonas proibidas", deste modo, pode dizer à vontade. Relativamente a esta questão, entreguei o tratamento do caso à Sra. Directora, nos termos do ETAPM. O Sr. Deputado Au Kam San falou sobre os deficientes e, depois de um estudo, entregamos a nossa opinião ao Sr. Deputado. Certamente que prestamos atenção a esta questão. Os Srs. Deputados David Chow e Fong Chi Keong manifestaram posteriormente as suas opiniões, é claro que respeitamos e auscultamos as vossas opiniões. Presidente: O Sr. Deputado sugeriu a criação de uma nova Biblioteca Central, de facto, não tem nada a ver com o facto do Governo ter, ou não, esta pretensão, porque se tiver algum plano, pode dizer, mas se não tiver, pode estudar mais tarde se há, ou não, esta necessidade, nada impede... Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Sra. Presidente, há pouco, já respondi que, só a seguir ao inquérito que vamos realizar no ano de 2002, é que vamos efectuar um estudo. Há pouco, o Sr. Deputado Au Kam San disse que espera que possamos estudar a possibilidade de criar uma biblioteca para os deficientes, e vamos estudar também a sua viabilidade. Presidente: Gostaria de perguntar aos Srs. Deputados se ainda têm mais alguma questão a colocar sobre a área da cultura? Se não tiverem, ainda temos mais dois domínios na área do Sr. Secretário; o domínio do turismo e do desporto. Vamos debater primeiramente o domínio do turismo, está bem? Sr. Deputado Cheang Chi Keong. Cheang Chi Keong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Chui, Srs. membros do Governo, caros colegas: Queria manifestar algumas opiniões sobre o aspecto do turismo. Todos sabem que a economia de Macau piorou nos últimos 8 anos, desde o ano de 1994 até ao presente momento, tem vindo a estar pouco favorável e, neste momento, a economia está no fundo do túnel. Os sectores industrial e comercial estão a fazer todos os possíveis para encontrar uma forma de sobrevivência, os cidadãos empregados 75 esperam que possam não perder o seu emprego e os cidadãos desempregados queixam-se muito, por isso, toda a sociedade espera que a economia em Macau possa recuperar o mais depressa possível. Como é que podemos impulsionar a recuperação económica o mais depressa possível? Os nossos especialistas e eruditos tentaram encontrar muitas formas e muitas estratégias, mesmo o Governo também lançou grande volume de trabalhos benéficos, as associações cívicas fizeram algumas articulações muito activas e os sectores industrial e comercial fizeram algumas tentativas atrevidas. Mas como é que foram os efeitos? Todos têm consciência. Os recursos e as vantagens de Macau é precisamente os sectores do jogo e do turismo. Estes dois sectores são os sectores de serviços fundamentais e os outros sectores vão harmonizar-se com o seu desenvolvimento. O Sr. Chefe do Executivo apontou que se vai adoptar os sectores do jogo e do turismo para impulsionar a retoma da economia em Macau. Através da apresentação do Secretário Chui fiquei a saber e fico muito contente que a DST vai harmonizar-se intimamente para levar isto a cabo. Gostaria de saber qual é a ponderação por parte do Sr. Secretário Chui em relação ao facto do turismo fomentar a retoma da economia? Porque todas as pessoas de Macau estão a olhar fixamente para vós, no sentido de verificar como é que podem afastar a economia de Macau do fundo do túnel. Como é que a DST faz esta íntima articulação? Uma vez que estou a abordar esta questão, queria manifestar alguns pontos de vista pessoais. O Sr. Secretário Chui apontou na sua apresentação que, desde o mês de Janeiro até ao mês de Outubro do corrente ano, o número de turistas que visitaram Macau, aumentou 12.26% comparado com o ano transacto, e diz que se vai manter um aumento desejado. Os dados mostram-nos que, desde Janeiro até Outubro do ano passado, registámos 7 milhões e 620 mil turistas que visitaram Macau e, desde Janeiro até Outubro do corrente ano, foram 8 milhões e 550 mil turistas, portanto, aumentaram 930 mil turistas que são cerca de 12.26% que o Sr. Secretário referiu. Apenas aumentaram 930 mil turistas, mas não se trata de um aumento simples, porque se cada turista gastar mil patacas, o valor lucrativo é muito significativo, ou seja, é equivalente a mais de 900 milhões de patacas. A questão que queria incidir é que, depois de aumentar 930 mil turistas, desde Janeiro até agora, parece-me que os benefícios ou os efeitos sociais ainda são pouco visíveis. Isto deve a duas razões; a primeira é devido à curta permanência dos 930 mil turistas e a segunda é devido ao valor de 930 mil turistas ser efectivamente pouco significativo. O que é que podemos fazer com que os turistas permaneçam mais tempo? Quantos dias é que os turistas permanecem em Macau? É menos de um dia, um dia ou 2 dias? Trata-se de um conhecimento muito simples, porque quanto mais tempo permanecerem, mais consomem e isto é muito vantajoso para os nossos benefícios gerais. Mas é de lamentar, porque através destes valores e o que sentimos, o tempo que os turistas permanecem talvez tenha sido apenas meio dia ou um dia. Não há dúvida que registámos 930 mil turistas que visitaram Macau, mas na realidade não produziram grandes benefícios. Na apresentação do Sr. Secretário Chui verificámos que o órgão competente adoptou muitas medidas, no sentido de atrair mais um dia de permanência por parte dos turistas. É verdade que a DST empenhou-se muito para desenvolver os respectivos trabalhos, mas não conseguiu atingir o objectivo desejado. Uma outra questão que gostaria de referir é se acham muito ou pouco o aumento de 930 mil turistas? Trata-se de um fenómeno satisfatório ou que possui mais potencialidade? Acho que, para além dos turistas virem por iniciativa própria, afinal, quantos é que foram atraídos pelos grandes eventos que o ICM e a DST realizaram? Talvez estas actividades realizadas pelo ICM e pela DST tenham atraído poucos turistas. Deste modo, gostaria de colocar uma pergunta. Será que a DST possui algum plano para definir o objectivo do volume de turistas que cada grande evento pode alcançar? Ou seja, não é pelo facto de querer desenvolver actividades é N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série que vai desenvolver, aparentemente, parece que há muito movimento, mas estas actividades acarretam de um enorme investimento e, neste caso, quais são os benefícios é que elas podem trazer? Quantas pessoas é que vieram por este motivo? Será que elas vieram através das actividades que organizaram? Caso contrário, talvez esteja muito distante daquilo que o Sr. Chefe do Executivo disse, que é necessário impulsionar a retoma da economia em geral. Os órgãos de cultura e de turismo gastaram muito dinheiro para realizar estas actividades e, na verdade, é necessário ter em conta os benefícios que elas contribuem. Entretanto, acho que há algum problema no nosso mecanismo, mas será que é possível dialogar com as nossas agências de viagem para elaborar alguns mecanismo, no sentido de tentar atrair mais turistas a participarem nos grandes eventos que realizamos? Até podem ponderar em oferecer alguma comissão ou uma vantagem para que elas possam encontrar mais clientes, porque, senão, realizam-se simplesmente as actividades e não é possível atrair mais turistas. O órgão do turismo tem responsabilidade em atrair mais turistas, através das actividades turísticas, de modo a impulsionar, o mais depressa possível, uma retoma na economia de Macau. No entanto, é necessário trazer receitas concretas para Macau e, na qualidade de um órgão que exerce gestão sobre o turismo, deve assumir uma parte da responsabilidade, com vista a impulsionar uma recuperação na economia de Macau. Cito um exemplo. Será que conseguem definir que, no próximo ano, podem atrair mais 2 milhões de turistas para Macau? Ou seja, no corrente ano, já registámos 930 mil e temos mais dois meses que ainda não foram divulgados os respectivos dados estatísticos, talvez possa atingir os 10 milhões até ao final do corrente ano, assim, verificou-se um aumento de 1 milhão de turistas e será que, no próximo ano, conseguem aumentar para 2 milhões? Isto quer dizer que comparado com a base inicial, deve aumentar mais 2 milhões de turistas, porque está aqui em causa um cálculo muito simples para fazermos. Dois milhões de turistas, se cada um gastar mil patacas, são 2 biliões de patacas, quer dizer que ao fim de 1 ano eles consumiram em Macau 2 biliões de patacas e isto é uma vantagem para a economia local. Mil patacas é, de facto, um valor pouco significante, ontem, quando conversei com o Sr. Deputado Tong Chi Kin, ele disse que eles não gastam apenas mil patacas, pelo contrário, gastam pelo menos 3 mil. Suponhamos que cada turista gasta 2 mil patacas e com 2 milhões de turistas, são 4 biliões de patacas que são consumidos em Macau. Creio que muitos sectores de actividades e muitos cidadãos podem ser beneficiados. Uma vez que investiram tanto dinheiro, certamente que este investimento trouxe muitos novos turistas, porque de acordo com o orçamento financeiro para o próximo ano que enviaram à AL, o fundo turístico vai ter cerca de 101 milhões de patacas de orçamento, não se trata de um montante insignificante. Ainda temos o ICM que também envolve um montante orçamental muito significativo, se investiram alguns recursos, será que traz alguma vantagem à retoma da economia? Duvido muito, porque há um exemplo muito concreto nas nossas LAG. A DST prepara-se para lançar um curso de formação chamado "Centro de Estudo Superior sobre o Turismo de Macau e da Europa". Esta designação é muito engraçada e quer dizer que é um curso superior de formação para estudar os problemas relacionados com o turismo em Macau e na Europa. Naturalmente que temos de efectuar estes estudos, mas acho que se invertem o principal e o secundário, porque de acordo com os dados estatísticos feitos pela DST, os nossos turistas são provenientes da China, de HK e de Taiwan. Os turistas da China ocupam 28%, os turistas de HK ocupam 51% e os turistas de Taiwan ocupam a4%, somando os dados percentuais destas 3 zonas, dão 93%. De facto, a DST não devia gastar mais recursos para atrair mais turistas destas 3 zonas. O sector do jogo vai ser liberalizado muito em breve, e este 76 aspecto depende muito o facto de podermos atrair, ou não, mais turistas; caso contrário, mesmo se desenvolverem mais casinos, não havendo clientes suficientes, Macau também não consegue ressuscitar. Se clarificarmos o nosso rumo e se fizermos os possíveis para ter 3 origens de turistas, deve ser mais fácil. Ainda queria alertar que o mercado de turistas da RPC é muito grande, se repararem a nossa região vizinha de Hong Kong, ela sofreu grandes impactos na sua economia, os membros superiores deslocaram-se imediatamente a Pequim, no sentido de dialogarem com os respectivos membros para encontrar uma forma viável para elevar o volume de turistas que visitam HK. Como eles são muito sensíveis, pensaram logo na RPC porque o seu mercado é enorme e até disseram que, por ano, cerca de 5 milhões de turistas da RPC visitam HK. De acordo com os dados estatísticos mais recentes, desde janeiro até Outubro do ano passado, registámos apenas 1 milhão e 870 mil turistas e, desde Janeiro até Outubro do corrente ano, registámos 2 milhões e 430 mil turistas, portanto, aumentaram apenas 29%, ou seja, aumentaram 560 mil turistas. De facto, temos grande potencialidade, e se conseguirmos envidar mais esforços, atraindo mais turistas da RPC, no próximo ano, podemos aumentar mais 2 milhões de turistas. Acho que há esta possibilidade e há 3 motivos. Primeiro; o Governo Central apoia-nos muito, se for necessário, acreditamos que eles nos apoia. Segundo; a nossa base cardinal é pequena, porque desde Janeiro até Outubro registámos 2 milhões e 400 mil turistas da RPC e só queremos aumentar mais 2 milhões, é de facto um valor muito minucioso. Não estou a dizer que tínhamos inicialmente várias dezenas de milhões de turistas da RPC e agora queremos apenas mais 2 milhões, mas uma vez que a base cardinal é baixa, se tiver que aumentar, não é muito difícil, além do mais, o nosso órgão do turismo tem recursos, capacidade e experiência. A recuperação da economia em Macau necessita do fomento por parte do sector do jogo, mas também necessita de uma articulação íntima por parte do sector do turismo, e só assim é que os efeitos podem ser visíveis. O Sr. Director da DST, Costa Antunes, é muito experiente nesta área, mas gostaria de alertar dois aspectos. O primeiro aspecto tem a ver com a iniciativa que a DST toma para se harmonizar com as LAG em geral, ora, deve providenciar todas as medidas necessárias para atrair mais turistas e até pode definir um critério de 2 milhões de turistas. O que é certo é que a DST pode rever activamente as medidas que adoptaram no passado, se são viáveis, devem manter-se e se são inviáveis, devem desistir imediatamente e estudar a viabilidade de outras medidas, além disso, ainda se deve cooperar com as agências de viagem, a fim de se aumentar o fluxo de turistas e fazer todos os possíveis para os turistas permanecerem durante mais tempo. Entretanto, vai ser muito árduo para o Sr. Director Costa Antunes, só que podemos fazer os cálculos, e há pouco, já dissémos que de entre 2 milhões de turistas, se cada um consumir um ou dois dias cerca de 2 mil patacas, vamos obter 4 biliões de patacas. Até propus ao Secretário Chui se é possível ponderar a concessão de um prémio de 1 milhão de patacas ao Sr. Director Costa Antunes se ele conseguir atrair mais 2 milhões de turistas no próximo ano. Ainda gostaria de aproveitar esta oportunidade para abordar dois assuntos simples. Um tem haver com a questão dos guias turísticos que o Sr. Deputado Kou Hoi In referiu. De acordo com o artº 68º do DL nº 48/98/M diz que "proíbe os guias turísticos seduzirem os turistas a adquirirem produtos nos recintos fixados e definidos", ou seja, não permite que os guias turísticos canalize os turistas a adquirirem coisas nos recintos fixados e definidos. De facto, isto é vulgar acontecer e até já registámos algumas queixas por parte dos turistas, depois deles chegarem a Macau, os guias em vez de os levar para divertir, levou-os para fazer compras e correram muitas lojas. Nos termos legais, isto não é permitido, mas será que a DST tem exercido algum acompanhamento e alguma acusação? Porque se eventualmente o Sr. Director Costa Antunes conseguir atrair muito mais turistas, mas depois deles N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série chegarem, não param de apresentar queixas e, deste modo, também será muito difícil continuarmos atrair. Acho que isto é muito importante, porque já temos um diploma legal que proíbe estes actos. Uma outra questão que gostaria de acompanhar diz respeito ao facto de querermos desenvolver o sector do turismo da melhor forma, e talvez tenha a ver com muito serviços públicos, inclusivamente a PSP, a DSSOPT, os SA, a CMMP, etc.. Será que a DST tem ponderado em criar um mecanismo de coordenação ou um grupo de trabalho inter-serviços que se encarrega especialmente pelos estudos sobre as estratégias turísticas, de modo a harmonizar-se com o desenvolvimento geral do território? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário. Na página 45 da apresentação que o Sr. Secretário fez, verifiquei que "o desenvolvimento de Macau a longo prazo é encabeçada pelos sectores do turismo, do jogo, da cultura, da reunião e da exposição". Quanto ao aspecto do turismo, já abordámos anteriormente e, agora, queria falar sobre o sector da exposição. Por coincidência, hoje de manhã, participei numa reunião interna do IPIM que teve como ordem do dia a revisão aos trabalhos da MIF do corrente ano. Dentro deste relatório de trabalho invocou que, no corrente ano, registaram-se mais 700 unidades comparado com a situação do ano transacto, que registámos cerca de 200 unidades, sofreu um aumento de 3 vezes mais. Quando debatemos o domínio da Economia e Finanças, algum Deputado chegou a apontar que "com este sucesso, suponhamos que o MIF do ano de 2002 volta a aumentar 3 vezes mais, isto quer dizer que participaram 2100 unidades, e penso que o Sr. Presidente Lei deve ter muita confiança". Neste momento, o Sr. Presidente Lei também está aqui presente. Com esta afirmação, gerou-se uma questão. Como é que o nosso hardware consegue enfrentar este aumento? Na qualidade de um sector encabeçado, se não tivermos "hardwares", porque são apenas "hardwares" provisórios, se no próximo ano aumentar mesmo tanto, cerca de 2100 unidades, que métodos é que dispomos para acolher este aumento? Hoje, tenho uma proposta atrevida a propôr. Suponhamos que os actuais "hardwares" não conseguem fornecer uma articulação apropriada, podemos desenvolver Macau numa cidade de exposição e assim, consegue acolher ao mesmo tempo muitas e muitas unidades. Ou seja, a exposição pode ser feita em diferente recintos e adoptamos a forma de autocarro "vaivém", no sentido de transportar os comerciantes ou os visitantes a correrem os pavilhões todos em exposição. Acontece que se um sector encabeçado nem tem um recinto próprio, o seu futuro desenvolvimento pode ser limitado. Queria perguntar ao Sr. Secretário que medidas é que vai adoptar, no sentido de promover o desenvolvimento do sector da exposição? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado David Chow. David Chow: Obrigado, Sra. Presidente. Ainda tenho algum tempo. Os Srs. Deputados apresentaram muitas preocupações, talvez possa ajudar o Sr. Secretário a responder a algumas questões. Preocupo-me com uma outra questão e espero que o Secretário possa prestar mais atenção. Uma vez que acertaram no meu ramo de actividades, estou um pouco nervoso e receio comentar erradamente, espero que o Sr. Secretário tenha compaixão de mim. O primeiro aspecto. Em relação ao facto do desenvolvimento do jogo a fomentar outros sectores turísticos, creio que não têm de se preocupar com o sector do jogo, porque tem com certeza um mercado, e por enquanto, temos dados que fundamenta esta afirmação. Como é que podemos desenvolver melhor? A nossa sociedade depende das receitas fiscais e a proporção é muito 77 relevante. Ontem e hoje já registámos a venda de 21 empresas, todas elas acham que este sector tem espaço de desenvolvimento, de maneira que não me preocupo com esta questão. No entanto, à medida que desenvolvemos o sector do jogo, também temos de ter em conta o sector do turismo, e algumas pessoas disseram que se conseguirem obter a licença para a exploração de jogos, vão investir 8 biliões de patacas. Também posso dizer que se eu conseguir obter a respectiva licença, invisto 30 biliões de patacas. relativamente aos dados, às vezes, não podemos falar uma mera palavra de ordem oca. Aqui, posso ser mais atrevido, não estou a dar lição a alguém, acho que não há ninguém tão confiante como eu e também sou muito atrevido, não preciso de pedir estes dados ao Sr. Secretário, porque estes dados estão dentro da minha "barriga". Anualmente, quantos turistas é que visitam Macau? Qual é o montante que cada turista gasta? Também só espero desenvolver Macau, não tenho licença de exploração de jogos, nem sequer cheguei a requerer e espero que o Sr. Stanley Ho possa recuperar alguns recursos e depositá-los no "Macau Fishermans Wharf", porque ele é o maior accionista, uma vez que está relacionado com o sector do jogo, e daí, também deve apoiar. Ele já tem 80 anos de idade e continua a investir em Macau, acho isto muito favorável, porque, de um modo geral, quando chegarem a esta idade, não pretendem investir. Seja como for, preocupo-me mais com a questão do "hardware" e do financiamento. Macau ainda não atingiu um nível internacional. Quando desenvolvemos algum produto turístico, põe em causa muitos problemas de financiamento e o sector financeiro de Macau. Tudo aquilo que os colegas referiram hoje, sobretudo o Sr. Deputado Cheang, se compreendermos as rubricas do turismo, podemos preservar o consumo de outras pessoas, portanto, podemos atrair efectivamente outros tipos de turistas para Macau. Se um gasta 10, 20, 100 ou 3 mil patacas, possuímos estes valores concretos, mas reparei que os cerca de 120 biliões de depósito, quanto é que foi investido nas rubricas do turismo? Não sei se o meu colega ao lado (bancário) me vai dar uma resposta. Quantos bancos em Macau apoiaram o Governo e os investidores para investirem algumas rubricas do turismo? Já que temos este valor, que é tão lucrativo, nunca vi um sucesso. Preocupo-me mais com o sector financeiro em Macau. Hoje, fiquei mais descansado, porque o sector financeiro também tem boas perspectivas. A segunda questão. Para além de desenvolver o sector do turismo, não será que o regime de licenciamento também deve ser revisto? Antigamente, alguns Karaokes e clubes nocturnos nem tinham licença, mas continuavam a desenvolver a sua actividade. Se quisermos desenvolver mesmo o sector do turismo, como é que deve ser a concessão do licenciamento? Se se verificar alguma contradição no IACM, quando é que vai articular convosco? Um regime de licenciamento para um grande empreendimento, ainda existem muitos aspectos por considerar e creio que não há nenhum banco que concede um empréstimo sem ter em conta todos estes aspectos. Porque certamente que o sector do turismo tem um determinado espaço, apenas com os custos deste espaço não sei qual das empresas é que consegue entrar, e para construir um edifício é fácil, porque recebe as despesas de condomínio, mas na rubrica do turismo, apenas com os custos não sei qual das empresas é que consegue entrar. Como é que partilham? Como é que podem desenvolver este regime da melhor forma? Só espero que o IACM ou a sua associação mútua possa coordenar melhor convosco, e não valem a pena competir os poderes e os interesses, porque, senão, só trazem dores de cabeça ao sector comercial. Será que o Sr. Secretário compreendeu a minha ideia? No mesmo percurso de desenvolvimento, não devem continuar a adoptar a política para reprimir os investidores. Quanto ao sector de "One Stop", também já me pronunciei, mas uma vez que o representante do IPIM está aqui presente, como é que é este serviço de "One Stop"? No fundo, não tem este direito. De facto, tenho pena dele e do Sr. Director Lei. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Visto que temos tantos inter-serviços, ao fim de dois anos de comentários, eu, David Chow, ainda não obtive a respectiva resposta. Até devia ter colocado a questão ao Sr. Secretário Tam. Agora, pergunto outra vez, porquê? O Sr. Secretário prometeu-me muitas coisas. (Dói-me a cabeça. Já começaram com as obras, mas ainda não pagou o prémio). Eu que deposito tanta confiança em Macau, também tenho de esperar dois anos, deste modo, como é que os estrangeiros vêm investir? Por isso, vai ser muito difícil para os estrangeiros obterem a licença de exploração de jogos aquando da sua liberalização. O terceiro ponto. Quanto ao desenvolvimento da reunião e da exposição, alguns Deputados já tinham dito que não está em causa a falta de um espaço para o efeito, de facto, temos este espaço, principalmente o da Associação Comercial Chong Wa que nem sequer chegámos a usar. Não tenho intenção de querer fazer algum negócio, mas também estou a desenvolver um e este recinto é o dobro daquele. Há 6 anos atrás já comecei com este projecto, pelo que tenho uma vista mais longa do que o Governo. Na verdade, não sei o que é que estão a fazer, e só queria perguntar se é o Governo que vai fazer ou se é a título particular? Tenho sensivelmente uma noção quantos é que existem, não é verdade? Não será que estão um pouco morosos? Já estou a fazer o segundo, Sr. Secretário, mas ainda não o relatei. Espero que este consiga ser mais lucrativo. Acontece que, se construír em um outro pavilhão de grande envergadura, que é apenas para uso da MIF, creio que ninguém vem investir e certamente que vai ser o Governo a assumir este investimento. No caso de ser mesmo um investimento do Governo, põe em causa uma contradição, porque está a competir com os investidores locais. Há vários anos atrás, já tinha dito que o cargo mais difícil de assumir é o cargo do Secretário Chui, porque todos pedem-lhe dinheiro, também eu queria pedir. Há pouco, falou-se a questão da cultura. Será que a cultura da nossa associação deve ser contínua? Caso afirmativo, na próxima vez, trago mais associações e, assim, até me facilita mais para desempenhar o meu mandato. Ainda não perguntei à Sra. Ho Lai Chun se a cultura da associação deve, ou não, ser preservada. Será que deve ser preservada? O ponto quatro. O IFT desenvolveu grande volume de trabalho, a fim de formar talentos, se uma parte do montante de 400 milhões de patacas também é para uso dele, trata-se de uma boa notícia. Às vezes, até é muito difícil contratar talentos, espero que possamos estabelecer mais contactos, porque pretendo contratá-los todos. Nos últimos dois anos, para desenvolver o centro de conferência, os nossos investidores encontraram muitas dificuldades, não temos diariamente esta necessidade, por isso, contratamos alguns "part-times". No caso de haver alguma reunião de grande envergadura, como é que podemos contratar a tempo o pessoal necessário? Sabia que os trabalhadores a tempo parcial são melhores do que os trabalhadores a tempo inteiro? Queria perguntar-lhe um assunto. Será que podemos contratar alguns part-times junto de V. Exa. mesmo aqueles que trabalham na Torre Panorâmica e no Centro Cultural que ainda estão no período de transição da sua formação, no sentido de podermos realizar as exposições? Será que me fiz entender? Se ainda estão a receber a respectiva formação e se pudermos contratar, como é que se faz a declaração fiscal? Mesmo se quisermos contratar, também vai ser uma grande dor de cabeça, porque se pagarmos em dinheiro, não pode ser porque é ilegal. Se quiserem desenvolver um centro de conferência, será que é assim tão simples? A sua gestão é muito mais difícil do que a receita e o salário para os trabalhadores, não é verdade? Pelo que é necessário encontrarmos mais pessoas que conhecem perfeitamente este ramo de actividades, e são realmente muito poucas, temos o Sr. Deputado Chan Chak Mo, a Companhia Nam Kwong e Centro Cultural. Será que alguém chegou a contar como é que devem ser os 78 preparativos para o desenvolvimento da reunião, do turismo e da exposição? O Sr. Secretário Tam não conseguiu responder a todas as perguntas e creio que o Sr. Secretário não me vai responder a tudo, talvez até possa porque faz parte do IFT. É natural que tenha colocado a questão a uma pessoa não muito indicada. Se o Sr. Secretário souber responder à questão, esteja à vontade. Em relação à garantia do turismo local, falo quase todos os dias ao telefone com o Sr. Engenheiro Costa Antunes e sou muito amigo dele. Macau, na qualidade de uma ponte entre 3 zonas, desenvolve o turismo. Quando as pessoas de Macau forem viajar e as pessoas de HK que passam por Macau para se deslocarem a outros lugares, põe em causa o regime de seguro de viagem, que nunca foi devidamente tratado. Algumas associações tentaram desenvolver autonomamente, ou seja, criar fundos, mas foram impedidos, assim sendo, o que é que podemos fazer? Será que compreendeu a minha opinião? Criar autonomamente um fundo para proteger os cidadãos de Macau... Isto é um obstáculo que impede o desenvolvimento do turismo. O sector do turismo, não se esqueça que não está apenas em jogo os residentes locais, porque trata-se de um desenvolvimento regional, os residentes da China podem vir a Macau, ir a HK e depois deslocar a outras zonas, ou seja, não só podem sair, como podem entrar no território. Alguns turistas até aproveitam este espaço para fazerem um "transfer" à Taiwan, mas Macau ainda não tem o mecanismo de protecção. Entretanto, já dialoguei várias vezes com a DST e com a AMCM, que isto não é viável, porque é necessário preservar alguma característica para várias agências de viagem. Por isso, também aproveitei esta oportunidade para apresentar algumas queixas. A propósito do desenvolvimento do turismo, de facto, temos estes dados, mas como é que podemos desenvolver? Tenho portanto 5 grandes problemas que me causam dores de cabeça. Tenho de deixar algum tempo para abordar as outras áreas. Tenho dito. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Cheong Wai Kei. Cheong Wai Kei: Sra. Presidente, Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas: Há pouco, o Sr. Deputado David Chow pronunciou-se acerca do turismo. Macau vai basear-se principalmente nos sectores do turismo e do jogo, tal como o Sr. Chefe do Executivo mencionou nas suas LAG. De facto, o turismo em Macau já tem muitos anos de história. No passado, também já foram debatidos aqui nesta Casa alguns pequenos conhecimentos relativos com o turismo. Que eu saiba, desde o ex-Governo português até agora, o Governo tem vindo a apoiar algumas associações, no sentido de realizarem algumas actividades internacionais, e até algumas associações chinesas do ultramarino ou associações de conterrâneos, que também realizaram muitos grandes eventos e que atraíram muitos ultramarinos e turistas. Quanto aos respectivos dados, tive conhecimento através da imprensa e de alguns documentos que a DST me enviou e, creio que, mais tarde, o Sr. Director da DST vai complementar mais alguns dados. Anualmente, creio que o Governo tem investido muito dinheiro para promover o turismo. Digamos que notamos a diferença entre antes e depois da reunificação, sobretudo em HK, depois da reunificação, ela tem vindo a investir muito dinheiro para a promoção, e porquê? A televisão em HK, também nos ajudou a promover muito, fazendo alguma publicidade na televisão, tal como, "Bem vindos a Macau", "Guias Turísticos de Macau", "Documento de Viagem de Macau", e tudo isto conseguiu atrair a maioria das famílias para consumirem em Macau. Além disso, também li o guia turístico que inclui os itinerários e os pontos turísticos de Macau, alguma gastronomia típica de Macau, lembranças, etc.. N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Acho que a DST tem vindo a lançar muitos trabalhos, mas será que são suficientes? Posso dizer que são suficientes, porque ainda temos muito mais espaço de desenvolvimento. De facto, no domínio do turismo, para além da formação de talentos, dos "hardwares" e das técnicas que o Sr. Secretário incluiu nas suas estratégias, na qualidade de uma cidade turística, acho que os próprios residentes locais devem ser muito sinceros com os turistas. Muitos dos presentes também já foram visitar o estrangeiro, especialmente o Japão, os japoneses não falam inglês, mas se os turistas fizerem alguma pergunta em inglês, eles respondem em japonês. Ora bem, há aqui um desentendimento entre ambas as partes devido à barreira da língua, mas acontece que a atitude deles é muito honesta, querem sempre ajudar, apesar de não compreender o que os turistas desejam. Portanto, a atitude das pessoas deve ser honesta, se não conseguirem dialogar devido ao desconhecimento da língua, também devem ser honestas e sinceras, assim os turistas sentem-se mais confortáveis. Talvez possa achar que esta atitude é chata, mas a meu ver, acho que é uma atitude que devemos tomar para os turistas. O que não quer dizer que apenas domina algumas palavras já se pode servir os turistas. A existência de um diálogo linguístico naturalmente que é muito conveniente para uma cidade turística. Se as pessoas tiverem má fé ou sem qualidade nenhuma e tentarem enganar os nossos turistas, creio que mesmo se o pessoal de todas as agências de viagem dominassem muito bem a língua inglesa ou se os funcionários da DST dominassem todas as línguas mundiais, também não vão conseguir safar e remediar a situação em causa. O ponto fulcral reside na nossa sinceridade no tratamento com os nossos turistas. Os comerciantes não devem de maneira nenhuma lançarem "excursões de zero despesa" só para conseguir fazer o negócio, exigindo rigorosamente aos guias turísticos para retribuírem uma comissão à empresa. Alguns guias manifestaram-me que eles não queriam levar os turistas para os estabelecimentos, mas uma vez que têm de pagar para comprar uma excursão e têm de dar uma comissão à agência, não têm outro remédio. O que é que ele podem fazer? Será que não precisam de dinheiro para sobreviver? Ainda têm de pagar mil ou 500 patacas para a agência por cada excursão, onde é que eles podem ganhar mais dinheiro? Restam-lhes apenas uma única saída, levam os turistas para comprarem a raíz "Jing Seng", os produtos falsificados ou produtos com insuficiente peso. Não são eles que querem fazer isto, mas se não fizerem, não podem sobreviver e a agência obriga-os a entregar uma quota. Claro que nem todas as agências adoptam esta forma, apenas uma parte delas. Uma boa parte das agências de viagem, principalmente aquelas que são de confiança, desenvolvem exportação e importação, também temos muitas agências com muito sucesso, mas a questão é que uma zona para desenvolver o turismo se não tiver uma boa base legal, não adianta nada. Gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se o aspecto da legislação e, ou não, necessário de se articular? Não será que devíamos ter um sistema rápido, de modo a responder imediatamente aos problemas que acontecem com os turistas em Macau? Para além de podermos formar alguns guias a nível académico e a nível técnico, ainda temos de os ensinar a tratar as pessoas com toda a sinceridade. Os chineses pensam primeiro nos outros e o nosso Senhor também só quer o bem para as pessoas, e se tratarmos muito bem os nossos turistas, eles ficam muito contentes com a estadia. Se souber falar apenas algum inglês, não há nada de especial. Foi duas vezes a Kuan Tou (uma ilha da China), mas nunca mais ponho lá os pés, porque a maioria dos taxistas fazem negócio dos turistas, acontece que, quando encontrarem algum turista pouco inteligente, combinam-se entre eles para ganharem comissão e fazer as trafulhices deles. De facto, para Macau que é e que vai desenvolver-se numa cidade turística, basta acontecer algo semelhante e pode ser fatal. Antigamente, participei em muitas associações da sociedade, também tive muitos contactos com os amigos estrangeiros, às vezes, 79 verificámos que Macau tem muitas restrições, porque tem uma economia de uma ilha. Teoricamente, Macau consegue fazer muitas coisas, na realidade, todos nós estamos conscientes, os sectores totalmente lucrativos são limitados. Se diz que vai investir para construir uma cidade de exposição, a meu ver e tendo em conta o aspecto do "hardware" e do "software", creio que nos futuros 5 anos, Macau ainda não vai estar totalmente maduro. Com certeza que temos de ter recintos, bons equipamentos, bons tradutores, bons talentos para gerir os recintos, a maioria destas pessoas têm de ser formadas, além do mais, está em causa a competição com as outras zonas vizinhas. A região de HK é muito mais avançada e também tem muitos centros de conferência de grande envergadura. Não vejo que Macau consegue ter grandes centros de conferência nos futuros 3 anos. Se houver algum, é precisamente devido à liberalização do jogo, só se as empresas americanas ou japonesas investirem, para além de grandes casinos luxuosos, algumas até vão construir algumas instalações com diversões próprias para uso dos familiares ou algumas instalações turísticas, e se forem mais potenciais, talvez possam criar pavilhões de exposição e centros de conferência. Caso contrário, se Macau construir um pavilhão de exposição só para efeitos de exposição, acho que não vale a pena o Governo ponderar nesta possibilidade. Se as empresas particulares criarem, o Governo só deve criar algumas políticas, no sentido de se articular com as empresas. Tenho dito. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Leong Heng Teng. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. No domínio do turismo, concordo perfeitamente com o facto de melhorar a ordem no turismo, tal como disse o Sr. Deputado Cheong. De um modo geral, envolve uma fixação da posição e sabemos que já definiram que os sectores fundamentais são do turismo, do jogo e dos serviços, assim como ainda existem outros sectores para se articularem. Esta definição é diferente da definição dos 4 grandes pilares do passado. Muitos cidadãos de Macau vão consumir na China, então, são os outros que lucram, porque somos considerados turistas na China. Se quisermos lucrar algum dinheiro dos turistas, temos de encontrar formas viáveis para atrair mais turistas para Macau. Acho que isto deve ser muito claro. Reparámos que existem muitos novos produtos turísticos e em relação à sua promoção, de facto, é muito diferente dos últimos anos. Acho que incidiram exactamente sobre a questão e devem continuar. Relativamente à questão da reunião que invocaram antes, acho que devemos deixar o próprio mercado a funcionar livremente e o Governo não deve impulsionar. Uma vez que já fixaram a posição e se alguém quiser investir, o Governo não se vai opor, se os particulares quiserem investir, melhor ainda e certamente que não vai trazer nenhum problema. Acontece que se o Governo quiser levar isto a cabo, não é possível porque não havia lógica o Governo assumir tudo. No entanto, acho que merece uma análise geral, no sentido de chegar a uma conclusão. Seja como for, acho que, quer o aspecto da ordem do turismo, quer o aspecto dos produtos turísticos, quer o aspecto da divulgação e da promoção, também devem ser reforçados. Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Vong Hin Fai. Vong Hin Fai: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas: No que diz respeito ao facto do melhoramento do sector do turismo, creio que a DST tem a sua responsabilidade, a fim de impulsionar o turismo em Macau. Mas para o feito, não carece simplesmente do esforço de um único serviço. Na qualidade de cidadão, tal como os N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série colegas disseram, temos de fazer os possíveis e dentro do nosso alcance para tratar os turistas da melhor forma, além disso, Macau tem de ter profissionais suficientes para servir melhor os turistas. Tal como mencionaram os colegas, o respectivo IFT, a nossa UM e as outras instituições, como é que eles podem formar suficiente pessoal de recepção, no sentido de receber os nossos turistas? Por outro lado, temos um outro aspecto muito importante que é a legislação de Macau, que deve ser actualizada de acordo com o desenvolvimento do sector do turismo de Macau e oferecer mais salvaguarda aos turistas. Recentemente, alguns colegas apresentaram alguns projectos de lei que dizem respeito a esta matéria. Por isso, para melhorarmos o sector do turismo acho que necessita do apoio e da colaboração de todos, só assim é que podemos alcançar o objectivo desejado. Não devemos, de maneira nenhuma, ceder todos os assuntos sem fundamento a um serviço. Actualmente, de acordo com os respectivos dados estatísticos, o número de turistas que visitam Macau tem vindo a aumentar, e por isso, acho que devemos apoiar o respectivo serviço, devido aos trabalhos que lançou. Se achar que o respectivo serviço não está a desempenhar bem as suas funções, devem encontrar suficientes argumentos para o criticar. Tenho dito. 80 trabalho muito favorável e um apoio por parte do órgão do turismo do País. Como é que podemos fomentar o turismo? Os sectores do jogo, do turismo, da cultura e da exposição são factores para a fixação da posição da cidade, e na nossa óptica, depois dos estudos que lançámos no passado, em primeiro lugar, é necessário de se elevar a qualidade dos nossos serviços. Para a eventual competição num futuro próximo, creio que o mais importante é elevarmos a qualidade dos serviços. Verificámos um aumento de turistas em Macau e, no futuro, vamos finalizar muito mais pontos turísticos, de modo a permitir uma permanência mais longa por parte dos turistas e para consumirem mais em Macau. De momento, o Governo incentiva muito e articula-se muito com os investidores que investem nos pontos turísticos ou nas instalações em Macau, inclusivamente o "Macau Fishermans Wharf", a Cidade Cinematográfica, a Povoação Cultural A-Má, o Wong Tai Sin e a Torre Turística que vai ser inaugurada no dia 19 deste mês, todas estas instalações que acabei de referir também são as medidas mais inovadoras. Creio que com estas medidas podemos impulsionar os turistas, no sentido de permanecerem mais tempo e consumirem mais em Macau. Presidente: Sr. Deputado Cheang Hong Lok. Cheang Hong Lok: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo, caros colegas. Macau é uma cidade que conta com o impulsionamento dos sectores do turismo e do jogo, esperamos que possa registar mais turistas e também esperamos que possam trazer a sua família. Para os adultos, temos realmente muitas diversões diversificadas, mas parece-me que negligenciámos o espaço de diversão destinado às crianças e aos jovens. Em Hong Kong vai ter muito em breve uma "Disney Land" e quanto ao projecto do "Mundo do Oceano" de Macau, desapareceu completamente. Acho que é uma pena. Será que o Governo tem algumas medidas que conseguem estimular alguns comerciantes, no sentido de investirem mais? Porque esperamos atrair mais turistas na companhia dos seus familiares para se divertirem e não só para jogarem. Espero que o Governo possa prestar mais atenção a esta matéria. Presidente: Sr. Secretário Chui, por enquanto, parece-me que mais nenhum Deputado quer intervir, será que pode responder às questões que vários Deputados colocaram? Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. Em primeiro lugar, tenho as questões e algumas opiniões que o Sr. Deputado Cheang Chi Keong mencionou. De acordo com os dados numéricos do presente ano, e tal como disse o Sr. Deputado Cheang, desde Janeiro até Outubro, registámos 8 milhões e 550 mil turistas e, no ano passado, foram 9 milhões e 160 mil turistas. Creio que até agora já ultrapassámos os dados numéricos do ano passado. Temos muita confiança de que os valores do corrente ano vão ser mais superiores do que no ano passado, também somos optimistas e pensamos alcançar 10 milhões de turistas. O alojamento nos hotéis foi 57% no ano passado e, este ano, é cerca de 60%. O tempo de permanência verificado no ano passado, foi 1.31 dias e, desde Janeiro até Outubro do corrente ano, foi 1.35 dias, portanto, também se verificou um aumento. O aumento mais visível foi o volume de turistas provenientes da RPC. Após a criação da RAEM, mantivemos um contacto muito íntimo com o órgão do turismo do nosso País, é óbvio que também obtivémos o apoio dele. Há uns dias atrás, celebrámos um protocolo de cooperação, pelo que temos um relacionamento de O Sr. Deputado Cheang Chi Keong fez referência ao objectivo de se alcançar 2 milhões de turistas, creio que todos esperam atrair mais turistas. No nosso ponto de vista, esperamos que possamos elevar o nível dos nossos serviços, que é uma das prioridades dos nossos trabalhos. Porque, no ano passado, reunimos com algumas associações comerciais e industriais que fornecem serviços turísticos para efeitos da realização de debates e de estudos profundos, eles trocaram opiniões connosco de uma forma muito sincera e chegámos a uma conclusão de que o nosso nível da prestação de serviços tem vindo baixar. De facto, até é muito favorável e porquê? Porque todos estão dispostos a enfrentar os problemas e, antigamente, nunca tivémos a oportunidade de enfrentar esta questão de uma forma tão sincera. Em meados do corrente ano, obtivémos um despacho favorável por parte do Sr. Chefe do Executivo, e atribuímos alguns recursos para as respectivas organizações, com vista a realizarem algumas acções de formação e de re-formação. Tratam-se de alguma acções para formar os trabalhadores em serviço, e é através das respectivas associações que fornecem aos seus associados. Se não tivermos um nível qualificado na prestação de serviços, mesmo havendo mais turistas, a nossa competitividade vai reduzindo. Por outro lado, também desenvolvemos muitos trabalhos, na esperança de contar com a participação de todos os cidadãos de Macau e, na qualidade de embaixador do turismo, deve preocupar-se mais com o nosso território, com o tratamento dos turistas para que eles possam ser muito bem recebidos e que tenham uma boa estada. Naturalmente que não podemos admitir actos irregulares. Relativamente a estes dois aspectos, de facto, implementámos muito trabalhos e também reforçámos a estimulação ao turismo, fornecendo mais oportunidades para que os turistas possam consumir nos estabelecimentos comerciais, hoteleiros e o sector de serviços até pode ter muito mais negócio. De facto, o que a DST deve fazer, efectivamente, é fornecer mais oportunidades ao nosso sector em causa, de modo a ter mais possibilidades de negócio. Este é o papel que desempenhamos, no entanto, elaboramos estratégias de articulação, oferecemos recursos e gerimos bem os produtos turísticos, no sentido de atrair mais turistas. Em relação à instituição que efectua estudos sobre a Europa, de facto, trata-se de uma outra área, porque uma vez que o nosso IFT tem um relacionamento de cooperação com a CE, daí que, estabeleceram este centro de formação. Este centro de formação, para além de ter uma função de ponte, dado que o nosso País tem investimentos na zona N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Oeste, com a nossa escassa capacidade, fazemos os possíveis para os apoiar no aspecto da formação do turismo. Além do mais, também fizémos alguns trabalhos no ensino básico, e nos futuros 3 anos, vamos apoiar a zona Oeste e por isso formamos talentos para o nosso sector do turismo. No aspecto dos guias turísticos, concordo perfeitamente com a sugestão do Sr. Deputado Cheang. Entretanto, devemos reforçar a nossa legislação, no sentido de a tornar mais nítida para o combate às irregularidades, e através da cooperação da PSP, da DSE e da DST, criámos uma "linha quente" e também dispomos de um mecanismo conjunto, com vista a combater os actos irregulares. Na qualidade de uma cidade de exposição, necessitamos de um plano a longo prazo e só assim é que podemos levar a cabo os respectivos projectos. Entretanto, e tendo em conta esta qualidade, também devemos efectuar alguns estudos e consultar a experiência das zonas adjacentes da Ásia, para além de recebermos com muito agrado os investimentos nos pavilhões e nos recintos de exposição por parte dos investidores, ainda necessitamos que a cidade em geral possa ter "hardware" conexos e divulgações. Consultámos algumas experiências com muito sucesso, por exemplo, em HK e na Singapura, creio que têm de fazer os trabalhos preparativos durante 3 anos só para formar talentos e preparar talentos para promover os "hardwares". Porque as reuniões de grande envergadura, de um modo geral, são definidas previamente há 2 ou 3 anos atrás, por isso, só nos futuros anos, pelo menos 5, é que podemos implementar os respectivos trabalhos. De qualquer modo, nós somos optimistas pelo facto de termos a oportunidade de se transformar numa cidade de exposição. Quanto às questões que o Sr. Deputado David Chow levantou, ele ainda não voltou. Há pouco, já disse que os investidores investem nos recintos de reunião e de exposição em Macau, nos pontos turísticos, certamente que reunimos todos os esforços para articular e apoiar. Na qualidade de Governo, acreditamos que a nível de políticas e a nível de articulação, vamos fazer todos os possíveis para apoiar. No que diz respeito ao novo regime de licenciamento, acho que tem o seu valor no tocante ao investimento em geral, porque consegue reforçar a "uniformização" e o "One Stop", e certamente que vamos acompanhar esta matéria. Quanto à criação do fundo, pessoalmente, também cheguei a acompanhar a questão, acho que é viável e desde que haja uma participação por parte do sector em causa. Depois das LAG, vou convocar uma reunião com os colegas da DST e da AMCM para acelerarmos os respectivos trabalhos. Quanto às "linha quente" que o Sr. Deputado Cheong Wai Kei mencionou, certamente que vamos estabelecer. Há pouco, já disse que a DSE, a PSP e a DST formaram um mecanismos conjunto que dispõe de uma "linha quente" com vista a receber queixas por parte das vítimas dos actos de irregularidades e procedermos posteriormente ao devido tratamento. Porém, quanto à atitude que devemos tomar para tratar os turistas, tal como o princípio de "melhor Recepção, Boa Estada", acho que ainda temos de reforçar a nossa campanha de sensibilização, porque os residentes de Macau são considerados os donos que esperam a vinda dos turistas. Esperamos que possamos levar isto a cabo, por isso, concordo muito com a opinião do Sr. Deputado Vong Hin Fai, que necessita de uma participação conjunta. Em relação à diversão familiar que o Sr. Deputado Cheang Hong Lok referiu, de facto, várias instalações turísticas que estamos a preparar lançar, também conseguem satisfazer às necessidades, inclusivamente o "Macau Fishermans Wharf", a Torre Turística, a Cidade Cinematográfica e a Povoação Cultural A-Má, também dispõe de condições para a família se divertir. Uma vez que Macau se candidatou à Lista do Património Mundial da UNESCO, fez com que 81 as construções de Macau... Isto também pode fazer com que Macau consiga atrair turistas de diferentes vertentes. Sra. Presidente, respondi basicamente a todas as questões. Presidente: Gostaria de perguntar aos Srs. Deputados se ainda querem pronunciar-se em torno do aspecto do turismo... Sr. Deputado Cheong Wai Kei. Cheong Wai Kei: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Ontem, aquando do debate na área da segurança, alguns colegas questionaram a questão das "lojas desonestas", que trocaram a lebre por coelho, e o Sr. Secretário para a Segurança tinha dito que esta matéria tem a ver com a competência da CMMP e da DST. Respeitante ao facto destes estabelecimentos defraudarem os turistas e os consumidores de Macau, de acordo com a minha interpretação à respectiva legislação, se eles puserem em exposição alguns produtos falsos ou ilícitos, ou então, se verificar alguma fraude ao consumidor no processo da comercialização, quer turistas, quer residentes locais, podem estar sujeitos a uma pena de multa e até suspender o funcionamento do estabelecimento. Mas nos últimos 2 ou 3 anos, depois de receber as queixas, será que já chegou a fechar ou suspender algum estabelecimento a seguir a uma investigação por parte dos vossos serviços, ou a aplicação de outras medidas com a excepção de uma pena de multa? Obrigado. Presidente: Sr. Deputado Tong Chi Kin. Tong Chi Kin: Obrigado, Sra. Presidente. Deixei dois minutos para elogiar o turismo. O que é certo é que, desde o estabelecimento da RAEM até hoje, verificámos muito sucesso nos últimos dois anos, mesmo a fama de Macau também se elevou muito no exterior. Por um lado, a situação de segurança melhorou muito e, por outro lado, o turismo também melhorou muito, e creio que todos nós estamos conscientes que tal situação contribui muito para a promoção de muitos sectores em Macau. Hoje, todos nós sabemos que foi encabeçado os sectores do jogo e do turismo para a fixação da posição de Macau. No passado, registámos cerca de 7 milhões e tal de turistas, mas depois da reunificação, no primeiro ano, aumentou para mais de 9 milhões de turistas, e há pouco, o Sr. Secretário disse que está confiante em atingir 10 milhões de turistas no segundo ano. Creio que isto é o resultado dos esforços que envidaram, naturalmente que também conta com o esforço que muitos operadores dos diversos ramos de actividades reuniram. Para o efeito, a DST desenvolveu muitos trabalhos e também promoveu junto do exterior, por isso, acho que ela merece o nosso elogio. Simultaneamente, também concordo com algumas preocupações e os métodos de melhoramento por parte dos colegas. No próximo ano, para além das opiniões que os colegas Deputados manifestaram, também espero que possam promover mais a nível interno, nomeadamente a implementação de campanhas de sensibilização, porque, no passado, deram maior peso à promoção externa, daí que, espero que possam efectuar mais divulgação a nível interior. Ainda devem ajudar os operadores a resolverem as dificuldades e também devem adoptar uma atitude mais rigorosa com os infractores. Presidente: Sr. Deputado David Chow. David Chow: Obrigado, Sra. Presidente. Queria aproveitar aqui um pouco mais o tempo. Gostaria de apresentar os meus sinceros agradecimentos ao Governo em nome dos amigos do sector do turismo. Hoje, depois de ouvir o relatório do Sr. Secretário, o nosso sector vai N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série apoiar, em pleno, o desenvolvimento do sector do turismo de Macau. Por outro lado, quanto à questão do IFT, não sei se o Sr. se esqueceu de me responder, talvez possa fazer novamente a pergunta. Será que, durante o perío do intermédio, o IFT vai apoiar, ou não, o desenvolvimento das actividades turísticas, sobretudo no que diz respeito ao processo dos trabalhadores, será que pode formar, o mais depressa possível, um grupo de pessoal, no sentido de apoiar o centro de exposição ou as pessoas das outras actividades e a questão dos trabalhadores a tempo parcial? Talvez possa negociar melhor com o IFT num futuro próximo. Está bem? Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. A questão que o Deputado Tong Chi Kin focou sobre o reforço no "interior", quer para os residentes de Macau, quer para os residentes do interior do nosso País, também vamos reforçar. O que concordo perfeitamente. A questão que o Sr. Deputado David Chow levantou, estamos muito contentes e o nosso IFT vai envidar todos os esforços para articular. Em caso necessário, espero que possam apresentar algumas propostas em relação aos cursos de formação, por exemplo, a gestão da reunião e alguns cursos específicos, para que possamos corresponder à articulação. Esperamos que as pessoas locais possam empregar-se depois de receberem a formação e este é o objectivo fundamental de todas as acções de formação. Presidente: Sr. Secretário, creio que o que ele pretende saber é se é possível o Sr. Secretário facultar algumas pessoas para trabalharem a tempo parcial, ele deve referir-se às pessoas que estão neste momento a frequentar as acções de formação. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Pode ser, porque há um processo de estágio. Presidente: Gostaria de perguntar se mais algum Deputado quer intervir acerca do turismo? Se ninguém quer intervir.. Peço desculpa. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Desculpe, ainda não respondi à pergunta do Sr. Deputado David Chow. Presidente: A culpa foi minha, peço desculpa. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Faça o favor, Sr. Director Costa Antunes. Presidente: O Sr. Deputado Cheong Wai Kei também perguntou se chegaram a fechar alguma loja, através das acusações. Director dos Serviços de Turismo, Costa Antunes: Sra. Presidente, boa noite. Relativamente à questão concreta da actividade ilícita de algumas lojas que vendem produtos falsos por onde são canalizados turistas por algumas agências de viagem é um problema que não é fácil de resolver, porque se o fosse não existiria. É um problema que se tem arrastado por falta de base legal. Não é por causa da fiscalização ou de actuação conjunta. Simplesmente é uma série de acções que depois nunca acabam. Eu dou um exemplo que relativamente à fiscalização de actividades ilícitas na área de turismo até este momento a Divisão de Inspecção dos Serviços de Turismo levantou 90 autos, emitiu multas no valor superior já a um milhão, isto diz que há uma actividade continuado relativamente à perseguição dos actos ilícitos. 82 Simplesmente a base legal para que se possa esse raro estabelecimento ou possa de alguma forma proibir a actividade é algo que passa além da actividade dos Serviços de Turismo. Como foi mencionado penso que é extremamente importante haver uma redefinição do quadro legal será muito importante que se combine vários departamentos uma acção conjunta e não como agora que a actuação tenha que ser dividida e cujo resultado não é suficiente. Propusemos já concretamente e foi aprovado pelo Sr. Secretário a criação de um grupo de trabalho, tendo em vista realmente a actuação conjunta dos vários departamentos. É uma acção que já está em curso e eu penso que no princípio do próximo ano poderá dar alguns frutos concretos. Esta aqui é que eu podia informar relativamente a este assunto. Muito obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Gostaria de perguntar se algum Deputado quer manifestar a sua opinião sobre a área do turismo? Se não quiserem, Sr. Deputado Au Kam San, pode começar com a área do desporto. Au Kam San: Sim. Obrigado, Sra. Presidente. Macau é muito pequeno e tem poucos habitantes, por isso, é muito difícil comparar o nosso sucesso com o sucesso de outras zonas. Acho que o conceito de "Caminhar para o Internacional" e "Para Além das Fronteiras, Virado para o Mundo" são apenas slogans imaginários. Porém, como é que podemos seleccionar algumas rubricas desportivas com potencialidades no desenvolvimento, investir mais recursos e criar melhores condições, a fim de fomentar o desenvolvimento, aproveitando ainda esta oportunidade para criar uma característica ao desporto de Macau? Trata-se de uma questão que merece reflectirmos. Será que a Administração competente tem alguma concepção para este aspecto? Ou que tipo de concepção é que têm para esta matéria? Presidente: Será que mais algum Deputado quer colocar alguma pergunta acerca desta área? Sr. Deputado Cheong Wai Kei. Cheong Wai Kei: Obrigado, Sra. Presidente. Obrigado, Sr. Secretário, Srs. membros do Governo: Estou precisamente neste momento a participar nos trabalhos do aspecto do desporto e estou a prestar serviços à sociedade. Tal como disse o Sr. Deputado Au, de facto, é muito difícil para os atletas de Macau ultrapassarem o nível de Macau ou ultrapassarem o nível do Delta do Rio das Pérolas. Creio que isto tem essencialmente a ver com as condições dos próprios atletas, porque a maioria deles são amadores e quase 100% dos atletas são amadores ou estudantes. Na verdade, encontraram-se muitas dificuldades para formar os estudantes, espero que o Governo possa rever a situação, com vista a separar a formação dos atletas de um nível geral e a formação dos atletas de um nível mais profissional. Acho que também não é necessário criar especialmente um Instituto do Desporto, tal como em HK, porque as despesas são muito relevantes, apenas necessitam criar uma unidade adequada de inter-serviços para que possa ter algum subsídio concreto a fim dos atletas poderem concluir o ensino secundário complementar e continuar a desenvolver a sua actividade desportiva. Ou seja, o Governo pode subsidiá-los para continuarem a receber uma formação profissional sem terem de se preocupar com a sua sobrevivência. Na escola e no aspecto da promoção do desporto de toda a população, verificámos as políticas do Chefe do Executivo, desde o ano passado, são executadas e implementadas por parte do IDM. Mas acontece que detectei uma dificuldade, mas não sei se o Sr. Director concorda com o meu ponto de vista. Porque as escolas de Macau, o Sr. Deputado Tong conhece muito bem, a partir dos anos 70, as escolas não se preocupam muito com a educação moral e intelectual, depositam apenas mais tempo no aspecto académico e no aspecto tecnológico para as crianças N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série aprenderem. Acontece que a maioria das escolas não prestam muita importância à educação física, à educação moral e à educação em grupo, ou então devido à insuficiência do número de aulas para os alunos frequentarem. Para além de HK, de Macau, da China, do Canadá, dos EUA, da Inglaterra e de toda a parte do mundo, os alunos que frequentam o ensino primário e o ensino secundário são os mais felizes, porque as crianças estudam durante a manhã e brincam durante a tarde. Se seleccionar a educação desportiva, o Governo e os pais apoiam muito e concordam que as crianças devem participar nas actividades desportivas, pelo que, em primeiro lugar, há que fazer uma divulgação junto da população e depois, quando chegarem a uma determinada idade, devem seleccionar alguns atletas para seguirem a sua especialidade. Algumas universidades até incentivam os alunos para ganharem fama no desporto, mesmo as duas Universidades com renome nos EUA, também absorvem esses alunos atletas. Mas Macau, talvez seja uma sociedade dos chineses, o pensamento é diferente, no fundo, uma vez que Macau vai ser uma cidade que organiza a realização de Jogos da Ásia Oriental do ano de 2005, se não tivermos bons atletas, quer dizer que não vamos alcançar bons resultados e, concretamente, frustamos os cidadãos em geral e também desperdiçamos algum dinheiro público do Governo e dos cidadãos comuns. De facto, a vida dos alunos, também necessita de um período de tempo racional para o repouso. Neste contexto, espero que o Sr. Secretário possa articular-se com o desenvolvimento do desporto no futuro plano a curto e a médio prazo; caso contrário, o resultado no desporto só vai piorar e quando vai para o exterior só consegue bater o seu próprio record. Vejo constantemente nos artigos do jornal que os atletas batem o seu próprio record, são apenas records de Macau e não dos outros. Embora Macau tenha terreno escasso, mas não quer dizer que não tem os seus talentos, o mais importante para os atletas é estarem dispostos a dar o seu tempo aos treinos. Se os atletas forem profissionais, depositam diariamente 4 a 8 horas, só que isto não é possível para a maioria dos estudantes em Macau. Se um determinado aluno adorar o desporto, tal como nós quando éramos mais jovens, nos anos 70, muitos colegas adoravam correr, levantavam às 6 horas da manhã para irem correr à Guia e à tarde, depois das aulas, iam treinar a corrida e até havia alguns treinadores técnicos que os orientava. Por isso, quando olhamos para o resultado do atletismo escolar, até agora, ainda ninguém conseguiu bater o record da corrida de 100 metros. Espero que o Governo possa re-definir as políticas para o desenvolvimento do desporto, de modo a formar os jovens locais. No entanto, o Sr. Secretário deve empenhar-se mais nesta área, porque também se responsabiliza pelo aspecto do ensino, através de Sua Excelência e os docentes da escola, espero que possam desenvolver algumas tarefas a longo prazo, a fim de fazer com que os pais possam saber que os seus filhos necessitam de uma educação que conta com a moral e a intelectual, e não conhecer apenas alguns conhecimentos. Os conhecimentos, em si, à medida que eles vão crescendo, vão adquirindo automaticamente os conhecimentos básicos, dominam os princípios fundamentais do homem, nasce a atitude de aprendizagem, são mais estudiosos e tal como os estrangeiros, alguns alunos bastam consultar dicionários, utilizar computadores, consultar muitos livros e quando chegar à universidade, este aluno também pode desenvolver muito bem. O que não quer dizer que os alunos do ensino secundário têm de estudar muito (muitos até precisam de usar óculos) para obterem 90 a 100% a todas as disciplinas e só depois é que podem ter um bom futuro, não acho que estes alunos conseguem certamente ter um bom futuro. Quanto ao desenvolvimento dos alunos, se tiverem um bom desenvolvimento no aspecto desportivo, em termos comerciais e em termos de outros aspectos, também podem alcançar uma posição profissional. Espero que o Sr. Secretário possa pensar neste rumo para o futuro de Macau e criar um plano de 7 ou 10 anos para os jovens 83 locais. Obrigado. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Obrigado, Sra. Presidente. O que o Sr. Deputado Cheong Wai Kei focou, mais tarde, vamos considerar e estudar muito bem a questão em causa. Quanto às perguntas que colocou, vou passar a palavra ao Sr. Director Manuel Silvério para responder. Director do IDM, Manuel Silvério: Obrigado, Sr. Secretário Chui. Sra. Presidente Chou, Srs. Deputados: No que diz respeito à questão que o Deputado Au Kam San levantou, pessoalmente, não concordo. Não podemos, de maneira nenhuma, afirmar simplesmente algumas palavras para derrotar algumas associações do passado. Muitos atletas, posso dizer que, esforçaram-se muito para obter bons resultados nas competições asiáticas, internacionais e mundiais. Depois do ano de 1989, tivémos sucesso nas actividades de artes marciais, de barcos, de voleibol, de hóquei em campo, de karaté, de hóquei juvenil, de ping pong, de badminton, etc., e isto é uma verdade. Uma vez que sou sempre o último a pronunciar, e talvez não seja Deputado, por isso, tenho vantagem porque não tenho restrição temporal. Por isso, peço desculpa e vou gastar um pouco o vosso tempo para recordar o desenvolvimento de algumas actividades desportivas em Macau. Em relação ao desenvolvimento das actividades desportivas em Macau, digamos que começámos muito mais tarde comparado com as zonas, com as cidades próximas e com os outros países. Antes da Revolução portuguesa, ou seja, antes do ano de 1974, Macau não tinha direito de formar associações, ou melhor, não tínhamos o direito de associativismo. Por outras palavras, digamos que não se registou em Macau nenhuma associação que podia implementar alguma actividade desportiva e, ainda por cima, não podíamos participar em qualquer campeonato regional, asiático ou mundial em nome de Macau. Depois da Revolução portuguesa desde o ano de 1974 até ao ano de 1975, na altura, o Ministro promulgou formalmente que o desporto em Macau goza de autonomia. Creio que todos devem lembrar-se muito bem que, naquela altura, havia uma "Comissão Desportiva de Macau". Digamos que esta Comissão, apenas o Presidente é que era membro do Governo, mas a tempo parcial e, de um modo geral, este cargo era desempenhado por um militarizado. Do mesmo modo, gostaria de vos alertar a presença de outras personalidades, por exemplo, o Sr. Chui Tak Kei e o Sr. Peter Pan, na altura, também eram membros desta Comissão. Embora tenha promulgado no ano de 1975 o DL, mas no ano de 1979, o Governo teve a coragem de assumir esta responsabilidade, revogando assim a respectiva Comissão e, finalmente, criou-se então o "Departamento Desportivo da Juventude". Na altura, este Departamento não era autónomo e independente, mas sim, era um dos Departamento da alçada da "Direcção dos Serviços de Educação e Cultura", depois da sua reestruturação. Naqueles tempos, o Departamento Desportivo da Juventude responsabilizava pelas actividades escolas e pelas actividades das associações. Apesar da criação deste serviço, mas o respectivo Secretário e os seus dirigentes não tinham o mínimo conhecimento sobre o desporto. O conceito que eles adoptavam era influenciá-los de acordo com a experiência adoptada no passado. A constituição das associações sofreu muitas dificuldades e só depois do ano de 1984 é que as pessoas do sector do desporto em Macau começaram a constituir associações de modalidade única. Neste momento, posso dizer que existem cerca de 50 associações deste género, e mais de 35 delas já se integraram na organização da Ásia e na organização mundial. Podem verificar as mudanças que foram registadas ao longo de 10 a 20 anos, e só agora é N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série que Macau conseguiu obter o sucesso que citei anteriormente, e o mais importante é que, antes e depois da reunificação, a área do desporto seguiu as previsões constantes na «LB», digamos que tem um elevado grau de autonomia e não dependemos da RPC. Daí que, Macau vai realizar os Jogos da Ásia Oriental do ano de 2005, na qualidade de uma unidade autónoma e de uma cidade autónoma, deste modo, podemos demonstrar, em pleno, a nossa autonomia. No entanto, apesar da escassez de Macau, mas acontece que o mais importante é que temos a nossa própria autonomia, e as actividades são desenvolvidas por iniciativa das associações e das organizações cívicas. Relativamente à questão que os Deputados Au Kam San e Cheong Wai Kei se preocupam, é de facto a imaginação que tenho e a imaginação que o Sr. Secretário tem a cada minuto. Há pouco, o Sr. Deputado Au Kam San perguntou se temos, ou não, alguma concepção, não temos simplesmente uma concepção, mas sim, temos um plano. Incluímos esta concepção no nosso relatório das LAG, além disso, esperamos implementar no próximo ano o "regime de elites desportivos", mas como? Naturalmente que é a primeira vez que implementamos esta tentativa em Macau, embora o Governo tenha estes planos, mas não quer dizer que consiga, com certeza, um êxito. E porquê? Porque a nossa forma é diferente da forma do interior da China. Na RPC, se for a pedido do Órgão Geral do Desporto do País, não acarreta de nenhum despacho, todos toma uma actuação de a pôr na prática. Só que em Macau, a forma é diferente, porque o associativismo independente, pelo que o governo nunca vai interferir directamente a qualquer uma actividade realizada pelas associações desportivas. Isto quer dizer que necessitamos muito a colaboração dos parceiros, e a colaboração dos parceiros são as associações. É evidente que não é possível o Governo assumir estas 50 rubricas, porque não tem recursos suficientes e não se trata de um método concreto para desenvolver e para fomentar as actividades desportivas. De modo que vamos seleccionar algumas modalidades com o objectivo de desenvolver em pleno. Uma delas talvez seja "semi-profissional", mas como? É muito provável que venhamos a seleccionar alguns atletas excelentes e eles não vão deixar completamente o seu posto de trabalho, por exemplo, se são estudantes, vão continuar a estudar e se são trabalhadores, continuam a trabalhar, portanto, adoptamos simplesmente uma forma para atribuí-los um subsídio, na esperança de poderem vir mais vezes aos treinos profissionais. A segunda forma é através da Escola de Educação Física e Desporto do IPM, também já dialoguei com o Sr. Presidente do IPM, Lei Heong Iok. Quanto à terceira forma, podemos seleccionar alguns atletas e enviá-los para o exterior, sobretudo para receberem os treinos do nosso País. No que diz respeito ao quinto ponto, posso dizer que a concepção é um pouco mais atrevida, e não sabemos se põe, ou não, em causa a questão do conflito. Creio que esta forma é muito vulgar, quer antes e depois da reunificação, trata-se de uma forma natural que é a "introdução de elites". Porque todos os meses muitos novos imigrantes fixam a residência em Macau, actualmente, até no interior da China, também seleccionamos muitos estudantes universitários, e provavelmente vamos ter várias concepções neste aspecto. Há dias, tive uma conversa com os meus colegas, abordámos acerca da sessão das LAG que eles participaram há dias, no entanto, dissemos que estas reuniões não são ocasiões próprias para elogios, porque destina-se mais para efeitos de interpelação, e claro que também trago comigo alguns dados preparativos. Para além da missão fundamental que é treinar os atletas por parte do IDM e do Comitté Desportivo dos Jogos Olímpicos, quanto às outras associações de modalidade única, está neste momento em funcionamento. O mais importante é como participar em conjunto, tal como o tema que vários Deputados mencionaram, na organização da 4ª Edição dos Jogos da Ásia Oriental. Ainda esperamos que, no ano de 2005, quer no aspecto da organização, quer no aspecto das medalhas, podemos partilhar o sucesso em conjunto. Obrigado a todos. 84 Presidente: Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. A questão que pretendo colocar também tem a ver com o desporto. Lembro-me muito bem que as LAG do ano passado, mais precisamente no domínio do desporto, também focou que vão efectuar estudos com o IPM e com as respectivas associações académicas, recolher os dados sobre a condição física dos cidadãos de Macau e as suas mudanças, de modo a apoiar o Governo a elaborar as políticas do Desporto, sobretudo no que diz respeito ao melhoramento geral da condição física dos cidadãos. No ponto 6.7.5 das LAG do corrente ano, verifiquei que tem um conteúdo muito semelhante, então, gostaria de saber se este plano tem, ou não, uma limitação temporal? Quando é que vão concluir este estudo? Começaram a avançar os trabalhos no ano passado, já passou 1 ano, mas agora ainda mencionaram que vão continuar a efectuar os estudos e quando é que vão concluir? Porque na óptica da vida de uma cidade, achamos que este "Todos" tem um estudo científico como suporte e, por isso, a promoção de um desporto saudável é muito importante. Principalmente para uma cidade, que nem sempre tem uma situação muito saudável, por isso, através de algumas actividades desportivas, pode transformar uma situação pouco saudável para uma situação saudável. Isto é muito importante para as pessoas da cidade. Acho que não deviam manter a longo prazo numa fase de estudo, espero que possam impôr uma limitação temporal para que possamos conhecer o respectivo plano. Obrigado. Presidente: Sr. Secretário Chui. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Sra. Presidente, uma vez que ainda não acabámos de responder à pergunta que o Sr. Deputado Cheong Wai Kei colocou, será que podemos fazer agora uma achega? Presidente: Faça o favor. Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: Faça o favor, Sr. Director Vizeu. Director da DSEJ, Luiz Amado de Vizeu: Sra. Presidente, Srs. Deputados: Queria fazer uma achega em relação à educação física e ao desporto das escolas. Em primeiro lugar, não há dúvida que a disciplina do desporto é sempre menos vantajoso do que as outras disciplinas, isto já tem a ver com a questão histórica e a questão da zona. Digamos que, desde 5 ou 6 anos atrás até ao presente momento, a situação do desporto tem vindo a melhorar um pouco. Nas escolas, tem aproximadamente 1 ou 2 horas semanais e, antigamente, tínhamos falta de docentes de educação física, só que, através das acções de formação do IPM, agora, já temos docentes suficientes. Entretanto, através da atribuição de subsídio aos alunos que concluíram o ensino secundário complementar em Macau, na China e nas outras zonas, e através da bolsa de estudo do ensino superior, conseguimos obter alguns docentes de educação física e desporto. Este êxito é mais visível na escola, na educação física e no desporto. Por outro lado, é necessário traçarmos alguns trabalhos a longo prazo, portanto, há que empenhar-se mais nos programas curriculares e também efectuámos alguns programas curriculares a título experimental. Este quadro de ensino está a aguardar um melhoramento, e relativamente aos respectivos trabalhos já estamos a desenvolver com a colaboração do IPM, e dentro de curto prazo, vamos elaborar alguns indicadores do desporto. Por exemplo, o tempo que demora para correr 100 metros. No corrente ano, também elaborámos um relatório de estudo com o IPM, que foi divulgado há N.° II - 12 - 7-12-2001 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série vários meses atrás. No entanto, recebemos alguns reflexos, e este relatório é apenas uma parte dos nossos trabalhos e quanto à outra parte, ainda vamos realizar um seminário regional. Neste seminário, contamos com a presença de alguns especialistas da RPC, do Sudeste Asiático, através da organização do IPM, no sentido de compara o relatório de estudo que fizémos, a investigação que o IDM fez com a situação da educação física e do desporto dos outros países. Este objectivo vai, basicamente, no sentido de verificar onde é que eles desenvolvem melhor e onde é que estamos mais fracos comparado com os outros, de modo a corrigirmos exactamente o problema que detectámos ou remediar concretamente os nossos defeitos. Em princípio, este seminário vai ser realizado no próximo ano, porque também depende da organização por parte do IPM, mas não vamos arrastar o assunto. Entretanto, os indicadores do desporto e o curso vai ser feito juntamente com alguns materiais para o apoio didáctico. Esperamos que possamos elevar o nível do desporto e da educação física dentro de curto espaço de tempo. Tenho alguns dados para avançar que comprovam um aspecto, o desporto escolar queestá perante uma ambiente pouco favorável, mas no fundo também conseguiu algum êxito. Na competição das escolas asiáticas no ano de 2000, a equipa escolar que representou Macau conseguiu obter várias medalhas de ouro. Recentemente, nos jogos asiáticos de natação escolar que se realizou há 2 meses atrás na Singapura, conseguimos duas medalhas de ouro. No mês passado, também participámos nos jogos em Sam Chan, tratou-se de uma competição entre 4 zonas; Macau, Hong Kong, Kuong Tong e Fukien, a classificação que obtivémos foi um 2º classificado e o outro 3º classificado. Embora tenham apenas participado 4 equipas, até pode achar que o 2º classificado não é um resultado elevado, mas se competirmos com as equipas de Kuong Tong e de Fukien, e também conseguimos o 2º classificado, já não é nada mau. Nos jogos de ping pong das 4 zonas, também alcançámos um bom resultado. Em relação aos dados mais pormenorizados, mais tarde, podemos enviar ao Sr. Deputado Cheong e aos outros Deputados. nos desportos escolares e nas competições ou jogos coordenados pelo IDM, o Sr. Secretário deu-nos uma instrução clara, e vamos estudar uma melhor forma para cooperarmos. No aspecto da formação dos docentes e no aspecto do desporto, aproveitamos as férias do Verão para as realizar, porque é mais conveniente, e podemos convidar alguns treinadores do interior da China para seleccionar alguns estudantes de Macau em conjunto com os nossos treinadores e os nossos professores de educação física. Esperamos seleccionar alguns estudantes que já obtiveram algum sucesso, com qualidade física ou com condições concretas para que possam ter um desenvolvimento posterior. Finalmente, vou abordar algumas coisas que dizem respeito ao conceito. Temos de separar o desporto e a educação física. Na escola, aplica-se o desporto porque exige um desenvolvimento físico, através dos exercícios físicos podemos detectar se há algum problema como o desenvolvimento dos alunos e podemos acompanhar mais cedo e desenvolver os alunos para que possam perseguir e desejar alcançar um objectivo através do seu esforço. Além disso, ainda podemos desenvolver o espírito de associação e o espírito de competição, isto dá mais importância ao ensino do que o desporto. No que diz respeito ao aspecto do curso de educação física e desporto, é evidente que é uma forma de pôr em prática, não podemos afastar a educação física do desporto escolar, por isso mesmo é que existem um conjunto de desportos escolares. Ainda falta focar um aspecto que me esqueci anteriormente. Relativamente às equipas desportivas escolares de Macau, nos últimos 2 anos, a DSEJ investiu muito dinheiro para os atletas receberem alguns treinos nas zonas vizinhas, com as equipas de Zhuhai, de HK e de Cantão. Quanto a este aspecto, podemos verificar os resultados. É só isto que tenho a complementar, Sr. Secretário. 85 Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On: A seguir vou responder à questão que o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong levantou. Em relação à avaliação da condição física que incluímos nas LAG do ano passado e do corrente ano, no ano de 2001, fizémos a avaliação da condições física a 4.086 pessoas, e foi através da área de medicina desportiva. Esta análise e o último relatório vai ser publicado formalmente em Março do ano de 2002. Presidente: Gostaria de perguntar se mais algum Deputado quer manifestar a sua opinião? Querem colocar mais alguma questão em relação a qualquer um dos domínios das LAG da alçada do Sr. Secretário Chui? Se não quiserem, agradeço muito a presença do Sr. Secretário Chui e dos membros do Governo. também gostaria de agradecer os SAFP pelo facto de nos disponibilizar os intérpretes-tradutores. Declaro encerrada a sessão. Intérpretes-Tradutores: Gabinete de Tradução Redactores: Gabinete de Registo e Redacção