30
anos ao serviço
de Macau
Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4286 • Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
10 PATACAS
DECISÃO DO TRIBUNAL A FAVOR DA TV CABO
Anteneiros têm 90 dias
para parar transmissões
FOTO JTM
Pág 7
EMPRESAS ASSINAM CONTRATOS
VÁRIOS MESES APÓS ADJUDICAÇÕES
Raquel Carvalho
DOSSIER
Págs 4 a 6
Obrigados
a suportar
obras públicas
Bill Chou visitou
ex-Governadores
No âmbito de uma
investigação académica,
Bill Chou visitou Garcia
Leandro, Carlos Melancia
e Rocha Vieira, soube “De
Fonte Limpa”.
Pág. 2 e 3
Chefe abre investigação
a Raymond Tam
Chui Sai On mandou abrir um
processo de averiguações ao
caso que envolve Raymond
Tam e mais três funcionários do
IACM.
Pág. 9
Residentes agraciados
por Cavaco surpreendidos
O engenheiro Henrique Novais
Ferreira e o médico Fernando Gomes receberam com surpresa o
anúncio da comenda atribuída por
Cavaco Silva.
Pág. 11
Política do filho único
suavizada no Continente
PUB
Em 19 províncias, a queda da taxa
de fertilidade está a motivar importantes mudanças nas regras de
planeamento familiar.
Pág. 21
Shun Tak entra na estrutura
accionista da Jet Star Hong Kong
China deve tornar-se maior consumidor
de carne de porco per capita do mundo
A Shun Tak pagou 66 milhões de dólares americanos pela compra de um terço da Jet Star Hong Kong, uma nova companhia
aérea de baixo custo. A empresa fundada por Stanley Ho passa assim a deter uma participação igual à da Qantas e China
Eastern Airlines naquela companhia, que exploram numa joint-venture. Está planeado que a Jet Star comece a voar este ano
para a China Continental, Coreia do Sul e Sudeste Asiático. A
mudança vai ajudar a companhia aérea a ver o seu pedido aprovado para funcionar em Hong Kong.
A China deve tornar-se o maior consumidor de carne de porco ‘per
capita’, ultrapassando a União Europeia, em 2022, segundo o relatório ‘Perspectivas Agrícolas 2013-2022’ que antecipa um aumento
das importações. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura salientam, no documento, que o consumo
de carne de porco ‘per capita’ na China aumentou para 38 quilos
em 2010 (13% em dez anos) e estimam para os próximos anos um
crescimento médio anual de 1,6%.
02 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
Andam
burlões por aí-I
Coordenação:
Helder Almeida
Algumas pessoas com contas no
BNU receberam esta semana um
e-mail a informá-los que uma
sua conta tinha sido cancelada
e que “como não somos capazes
de validar suas informações de
perfil. Gostaríamos que você por
favor valide a sua conta o mais
cedo possível”, bastando clicar
num link que apresentavam.
De Fonte Limpa
Jovens não saem
do “Facebook”-I
Nos últimos tempos, vários relatórios indicaram uma tendência
estranha, à primeira vista: os adolescentes estão a deixar
o “Facebook” e a aderir a outras redes sociais, em especial
“Twitter” e “Instagram”. O mais recente é da Pew Research
Center, que indica uma estagnação do número de utilizadores
adolescentes do “Facebook”, ao mesmo tempo que partilham
mais sobre si próprios nas redes sociais.
Jovens não saem
do “Facebook”-II
Dizem os especialistas que os adolescentes fogem do
“Facebook” porque este tem muitos adultos. “Basicamente,
os adolescentes não querem ser amigos dos pais em lado
nenhum, muito menos numa rede social onde correm o risco
de ser apanhados bêbedos, em festas onde não deviam ter ido
ou a queixarem-se exactamente dos pais” descobriu o “Pew
Research Institute”.
Andam
burlões
por aí -II
Não se sabe se alguém caiu
na esparrela, pois uma leitura
atenta terá alertado para o mau
português que ali se apresenta.
Contactado o BNU fomos informados que se tratava de uma (mais uma) tentativa de
burla informática para levar as pessoas a darem dados pessoais. Alerta máximo para
estes truques porque a imaginação dos burlões é imensa...
Sereno apresentou-se na RAEHK
As autoridades da China Continental em Hong Kong já conheceram Vítor
Sereno. Nos habituais contactos diplomáticos, o Cônsul-geral de Portugal na
RAEM encontrou-se, a 7 de Maio, com o comissário do Ministério dos Negócios
Estrangeiros da RP China na RAEHK, Song Zhe. Na página da internet daquela
entidade, foi referido que os dois lados trocaram pontos de vista sobre as relações
Portugal-China e a cooperação entre Hong Kong e Portugal.
Jovens não saem
do “facebook”-III
Em Macau, esta tendência ainda não é muito comum, e há
mesmo um número muito apreciável de jovens que convivem
no “Facebook”, demonstrando a solidez da nossa sociedade.
Também é notória a inteligência com que gerem as suas
contas do “Face”. Ao contrário do que sucede noutros pontos
do Globo, não há fotos comprometedoras, ou frases arriscadas.
Para dizer a verdade, em Macau até são os mais adultos a
conspurcarem o “Facebook”...
• • • DO BAÚ DE RECORDAÇÕES
Do nosso “Baú de Recordações”
apresentamos hoje uma foto
do 10 de Junho de 1987, que
documenta a romagem à
gruta de Camões, em que se
pode ver o então director dos
Serviços de Educação, Lino
Ferreira e a subdirectora Edith
Silva, perante (da direita para
a esquerda) o ministro de
Portugal Fernando Nogueira
e o Governador de Macau
Pinto Machado com os seus
secretário para a Educação
Mário Cordeiro, secretário
para a Administração e Justiça,
António Vitorino, e secretário
para a Economia e Finanças,
Carlos Monjardino.
JORNAL TRIBUNA DE MACAU
Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor­na­lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Helder Almeida (editor), Fátima
Almeida, Pedro André Santos, Sandra Lobo Pimentel e Viviana Chan • Secretária Redacção: Susana Diniz • Colaboradores: Rogério P. D. Luz (S. Paulo), Rui Rey e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, João Figueira,
Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção
e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
Bill Chou e os ex-Governadores-I
O académico Bill Chou está em Portugal até hoje. Segundo disse ao
JTM, encontra-se a recolher elementos para elaborar um estudo sobre o
desenvolvimento das políticas públicas de Macau. Alguns dos dados vão
sendo actualizados na página do “Facebook” do também activista.
Bill Chou e os ex-Governadores-II
Para levar a bom termo a sua investigação, Bill Chou conta que se
encontrou com algumas personalidades bem conhecidas de Macau, neste
caso três antigos Governadores: Garcia Leandro, Carlos Melancia e Rocha
Vieira.
Bill Chou e os ex-Governadores-III
Bill Chou e os ex-Governadores-IV
Já através da conversa com Carlos Melancia, disse ter sentido que os portugueses olhavam muito para os ingleses em Hong Kong uma vez que o que era feito na
região vizinha tinha sempre algum peso em Macau. Com Rocha Vieira, Bill Chou disse que se falou da questão do financiamento da Fundação Jorge Álvares e que o
General negou que tenha havido qualquer desvio de fundos de Macau para Portugal.
Bill Chou e os ex-Governadores-V
Para além daquelas personalidades, o académico disse que se encontrou com o antigo embaixador em Pequim, Duarte de Jesus, e ainda com o ex-deputado e exdirigente do CDS Narana Coissoró. Hoje, o académico deverá seguir para França.
V.C.
Uma “pirisca” bem cara-I
Uma destas tardes, quase debaixo do reclame do
“Jornal Tribuna de Macau” um de nós descartou-se de
uma “pirisca” de cigarro para a rua. Não é normal, mas
aconteceu quando se está a pensar em muitas coisas ao
mesmo tempo. Só que aconteceu precisamente quando
apareceram três funcionários do IACM que, perante a
infracção, passaram a devida multa.
Uma “pirisca” bem cara-II
Foi a mais cara “pirisca” da vida de um fumador do JTM,
mas em vez de revolta, a acção educada e pedagógica dos
agentes, foi muito apreciada. No JTM defendemos que ninguém está acima da lei
e mesmo os que, de entre nós, gostam de fumar um cigarrinho apoiam a actual
legislação anti-tabágica e o Regulamento Geral dos Espaços Públicos.
Loucura no New Yaohan
Como já é habitual, o centro comercial New Yaohan voltou a organizar um dia de
descontos VIP e como também já é normal a loucura regressou àquelas bandas. Ainda
antes das 08:00 eram muitas as pessoas que faziam fila à entrada do centro para
terem a oportunidade de comprar alguma coisa com desconto.
Yao Jing Ming em Portugal
O vice-presidente do Instituto Cultural (IC), Yao Jing Ming,
deslocou-se a Portugal numa “viagem de negócios”, como
explicou ao JTM fonte do IC. Mas os “negócios”, segundo
se percebe, são de nível académico e pelo que se apurou
junto do IC o também poeta não terá nenhum encontro
agendado com as autoridades portuguesas.
De Fonte Limpa
De acordo ainda com o que referiu ao JTM, tentou perceber junto de
Garcia Leandro qual era a relação que na altura a Administração mantinha
com a Nam Kwong, uma empresa do Partido Comunista da China em
Macau. O académico referiu que sentiu que já então o Governo de
Macau não estava muito preocupado com essas ligações uma vez que a
Administração já admitia que um dia o território viesse a ser administrado
novamente pela China.
03
04 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
DOSSIER
ASSINAM CONTRATOS MUITO DEPOIS DE VENCEREM CONCURSOS
Empresas são obrigadas a suportar
obras do Governo durante meses
Muitas das empresas que ganham concursos lançados pelo Governo assinam os contratos meses depois dos trabalhos começarem. Há ainda casos
em que os contratos chegam depois do fim das obras. Só após a formalização do vínculo é que os pagamentos são realizados pelas entidades
públicas. Algumas companhias necessitam de recorrer a empréstimos bancários para fazerem face às despesas
mentos uma segunda ou terceira vez”,
realça Fernando Botelho.
A demora, segundo explicam as
empresas ouvidas pelo JTM, parte não
só das adjudicações feitas pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), mas
também do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) e do
Gabinete para as Infra-estruturas de
Transportes (GIT).
“Tudo se baseia numa carta que recebemos a dizer que aquele concurso
nos foi adjudicado. Normalmente os
contratos são assinados na última semana e às vezes até no último dia do
ano por razões burocráticas. Não quero ser impreciso, mas não me lembro
de ter assinado nenhum contrato no
meio do ano. Sei até que há casos em
que o trabalho termina e não há contrato”, descreve Miguel Campina. O
director da Macau Professional Services Ltd. relata que os últimos dias de
Dezembro de cada ano são marcados
por uma “grande azáfama nos Serviços de Finanças”. E não é por causa
dos trabalhos que vão ocorrer no ano
seguinte. “São raros os contratos assinados em Dezembro para obras que só
acontecem posteriormente. O Governo
tem um mecanismo muito lento de tratamento burocrático das questões relacionadas com os contratos”, afirma o
arquitecto.
Raquel Carvalho
É
um problema comum a empresas
de construção e de consultadoria
na área da engenharia. Muitas
das empresas que vencem concursos
lançados pelo Governo só vêem os
respectivos contratos serem assinados
vários meses mais tarde. Os pagamentos também só chegam depois dessa
formalidade, o que faz com que as
empresas fiquem a braços com custos
elevados durante um longo período de
tempo. Profissionais do sector clamam
por uma maior eficiência dos serviços
públicos.
De acordo com o presidente da Associação dos Engenheiros de Macau,
o atraso na assinatura dos contratos é
“comum às diferentes áreas: construção, design e supervisão”. Wu Chou
Kit explica que o período de espera
das empresas varia muito, mas acredita que actualmente rondará os seis
meses. A Tat Cheong – Companhia de
Construção Limitada, por exemplo, já
assinou contratos mais de meio ano
depois da adjudicação. “Tenho conhecimento de assinaturas de contratos
um ou dois anos depois da obra. No
nosso caso já aconteceu aguardarmos
pelo contrato cerca de oito meses”, explica um dos directores da empresa,
Lo Chi Cheong.
A Consulasia – Consultores de Engenharia e Gestão, Limitada, também
não é alheia a esta situação. “O Governo faz adjudicações por carta e nós
temos que começar a trabalhar pouco
tempo após a recepção. Vem depois o
processo de preparação do contrato e
o envio dos documentos necessários.
Normalmente assinamos o contrato
seis ou sete meses depois. Durante
este tempo, estamos nós a investir e a
suportar os custos”, descreve Helder
Santos, director-geral da Consulasia.
Fernando Botelho, administrador
Já aconteceu aguardarmos pelo
contrato cerca de oito meses
Lo Chi Cheong
da FCB – Gabinete de Engenharia, Limitada, confessa assistir a atrasos semelhantes. “Nestes últimos dois anos,
Estudos em mãos alheias
O Governo tem vindo a recorrer a várias entidades do exterior para a elaboração de
estudos sobre o território. No entanto, Helder Santos garante que as empresas locais
têm capacidade para fazer semelhante trabalho. “A maior parte dos estudos são
encomendados ao Continente e a Hong Kong, agora também há aí uma empresa de
consultadoria de Taiwan. Ainda por cima esses estudos são adjudicados directamente,
com o argumento de que Macau não tem know-how, mas assim não tem nunca vai ter”.
Na opinião do director-geral da Consulasia, criada em 2002, e detida pela Consulgal, as
empresas locais devem ter a oportunidade de reflectir sobre o território. “E se não têm
técnicos, podem ir buscar especialistas lá fora, o que até permite que os profissionais
locais evoluam através desse contacto”. A não atribuição de estudos a profissionais
do território “é um erro das autoridades e tira oportunidades para que os quadros das
empresas locais se desenvolvam”, sublinha Helder Santos.
R.C
que tenho trabalhado em fiscalização,
creio que a média ultrapassa o meio
ano”.
Quando as empresas são informadas da adjudicação da empreitada ou
da fiscalização, por exemplo, têm de
entregar um conjunto de documentos:
uma garantia bancária (caução); a certidão de dados relativos ao cadastro
industrial, emitida pela Direcção dos
Serviços de Finanças (DSF); o original da certidão do registo comercial
da empresa; fotocópia do bilhete de
identidade e outros dados sobre quem
vai assinar o contrato. “É comum termos de enviar mais do que uma vez os
documentos, porque, por exemplo, a
certidão emitida pelos Serviços de Finanças só tem validade de dois meses.
O tempo vai passando e muitas vezes
pedem para submetermos os docu-
Longos meses
Casos concretos de atrasos vividos
pelas diferentes empresas não faltam.
Helder Santos exemplifica a realidade
com um. Em Junho de 2009, um consórcio formado pela Consulgal/Consulasia e duas empresas de Taiwan
ficou encarregue pela operação e manutenção da Central de Incineração de
Resíduos Sólidos de Macau. O contrato com a DSSOPT viria a ser formalizado apenas em Fevereiro de 2010. “Só
assinámos o contrato dez meses depois e neste caso os custos eram muito
elevados. Não eram só de pessoal”. Os
investimentos mensais, segundo o director-geral da Consulasia e presidente do Conselho de Administração da
Sinogal, ascendiam aos dois milhões
de patacas, o que terá correspondido
a um investimento da empresa na ordem dos 20 a 30 milhões de patacas em
dez meses.
Já para assinar o contrato com o
GDI referente à fiscalização da habitação pública na Rua Central de Toi San
foram precisos cerca de oito meses.
“Os trabalhos começaram em Outubro
de 2011 e o contrato foi assinado no
fim de Maio ou Junho de 2012”, aponta
Helder Santos. O prazo da empreitada,
segundo informações do GDI, é de 755
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
05
DOSSIER
dias e o montante ronda os 18 milhões
de patacas.
Ainda sem contrato está a fiscalização da empreitada de construção
da parede diafragma do centro modal
de transportes da Barra. “Recebemos
a carta de adjudicação em Dezembro,
começámos a trabalhar em Janeiro de
2013 e ainda não assinámos o contrato”, afirma o director-geral da Consulasia. A obra, que está sob a tutela do
GIT, tem um prazo de duração de 430
dias.
A FCB, por seu lado, soube no dia
22 de Janeiro de 2013 que venceu o
concurso por consulta para a fiscalização da empreitada de embelezamento
da Rua da Encosta e Acesso Pedonal
entre o ZAPE e a Guia - Obra da Zona
2. “Iniciámos a fiscalização da obra a
28 de Janeiro e neste caso os procedimentos iniciais até foram bastante rápidos. A 19 de Fevereiro recebemos a
minuta do contrato e ao mesmo tempo
pediram-nos os documentos. Eu entreguei os documentos a 27 de Fevereiro,
depois de ter requisitado o cadastro
industrial no dia 20”, indica Fernando
Botelho.
No entanto, a DSSOPT só enviaria
o contrato para a Direcção dos Serviços de Finanças a 28 de Maio. Até ao
momento, a FCB continua a aguardar,
sendo que a inspecção da obra – no valor de 2.338.700 patacas - deverá terminar em Fevereiro do próximo ano.
Também em relação à fiscalização
da empreitada de Construção de Passagem Superior Para Peões na Travessa da Guelra, a FCB ainda não recebeu
qualquer montante do Governo. A
adjudicação do concurso foi divulgada a cinco de Dezembro de 2012 e
a obra avançou nesse mesmo mês,
tendo como meta estabelecida três de
Junho deste ano. Estando em causa
Há agora menos contratos
do que em 2004/2005, mas houve
uma perda de eficiência
Helder Santos
528 mil patacas, “esta obra não precisou de contrato, mas apesar de estar
a acabar ainda não houve qualquer
pagamento”. Uma situação semelhante está a acontecer com a fiscalização
da concepção e construção do dique
submarino Hac Sa Long Chao Kok,
envolvendo cerca de 737 mil patacas.
“Começámos no dia 26 de Novembro,
com duração de 295 dias, e até hoje não
emitimos nenhuma factura”.
A situação foi particularmente difícil quando a FCB ficou responsável
pela fiscalização de cinco obras no
novo campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha, sendo que a
realização dos contratos aconteceu em
quase todos os casos um ano depois
das equipas já estarem no terreno. “Foi
um período de grande tensão para
nós. Tivemos cerca de um ano a trabalhar sem receber nada, com equipas
enormes, compostas por elementos de
Macau e do Continente. Vivíamos com
medo que algum elemento do lado de
lá abandonasse a obra, porque se o fizessem nem podíamos dizer que não
estavam a cumprir o contrato, já que
o contrato não existia, e nós é que teríamos de pagar as respectivas multas.
Fizemos um esforço enorme e corremos grandes riscos”, admite Fernando
Botelho. Em cima da mesa, estava mais
de um milhão de patacas mensalmente.
No contrato assinado entre enti-
dades públicas e empresas surge normalmente uma clausula que diz que,
se o Governo se atrasar 90 dias no
pagamento, a outra parte tem direito
a receber juros. No entanto, como não
existe contrato a espera não é compensada. Após a assinatura dos contratos
e emissão das respectivas facturas, as
empresas aguardam ainda cerca de
dois a três meses para receber os mon-
tantes envolvidos. “Só me aconteceu
uma vez, depois da emissão da factura, estarem em falta mais de 90 dias”,
explica Fernando Botelho.
Fazer empréstimos
Para responder aos encargos mensais, algumas empresas vêem-se obrigadas a contrair empréstimos bancários. “Já tivemos que recorrer a esse
meio”, confirma o administrador da
FCB. “Assinamos o contrato e depois
é que emitimos as facturas dos meses
anteriores, após isso são precisos mais
dois ou três meses para recebermos o
dinheiro. Há aqui um atraso do fluxo
financeiro”, vinca Helder Santos, cuja
ideia é secundada por Miguel Cam
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE >
Em conflito com a Lei Laboral
As empresas responsáveis por efectuar a fiscalização de obras públicas queixam-se
que os contratos propostos pelo Governo contradizem a Lei Laboral de Macau. Nos
contratos existe uma alínea que indica que “o valor dos honorários deve referir-se a
um horário de trabalho, por parte do construtor, de 8h diárias, incluindo sábados,
domingos e feriados”. Ora, todos os elementos que compõe as respectivas equipas
de fiscalização ficam obrigados a trabalhar sete dias por semana. “Nos cadernos de
encargos para as empresas de fiscalização impõe-se que as equipas tenham que
trabalhar os dias todos. E não é possível adicionar elementos de fora da equipa.
Posso substituir uma pessoa permanentemente, mas só para o fim-de-semana não.
O que é exigido é que as mesmas pessoas tenham de trabalhar todos os dias. É claro
que o nosso pessoal não quer, nem recebendo mais. Se for lá uma inspecção e não
estiverem os elementos todos ainda somos multados. O que é que podemos fazer?”,
questiona Helder Santos, director-geral da Consulasia. “Toda a equipa tem de estar na
obra sete dias por semana e o trabalho ao domingo, por exemplo, não é considerado
como horas extraordinárias”, confirma Fernando Botelho, administrador da FCB. Na
opinião de ambos, a imposição do Governo contradiz a Lei Laboral do território, que
estipula que um trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal, podendo
este gozar, por exemplo, quatro dias no final de um mês.
R.C.
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE >
06 JTM | LOCAL
DOSSIER
< CONTINUADO DA PÁGINA ANTERIOR
pina. “Com a inexistência de um contrato escrito, a gestão tem de ser forçosamente diferente... Enquanto os contratos não estão assinados não há condições para receber. Corresponde a um esforço de
investimento da empresa”.
Por outro lado, acrescenta o director da MPS,
“quando existe um contrato, também há uma protecção maior. E se, por qualquer razão, o Governo optar
por desistir e disser que a empresa agiu por conta
e risco? Que eu saiba isto nunca aconteceu, mas há
sempre essa hipótese”. Esta é a questão mais importante que se põe perante a ausência de um vínculo
contratual, considera Miguel Campina. “A entidade
é contratada em termos precários. Se as coisas correrem mal, podem não assinar os contratos”. A ausência de contrato pode até colocar as próprias entidades públicas numa situação delicada, acrescenta
o arquitecto. “Se o empreiteiro não cumprir o prazo,
que instrumentos tem o Governo para penalizar a
empresa se não há um contrato?”.
Segundo observa Miguel Campina, “há um ‘modus vivendi’ que foi sendo tacitamente aceite pelas
partes, porque é assim que o Governo funciona. É
uma coisa que devia ser excepção e que devia acontecer em casos raros, mas acaba por funcionar como
regra”. As demoras ultrapassam, em algumas situações, meros meses. “Tenho contratos há 11, 12, 13
anos que ainda não foram pagos e os dirigentes não
podem dizer que não foram informados. Enfim, perderam os papéis, as pessoas foram substituídas...”.
Muita burocracia e pouca eficiência
Onde está a culpa ninguém sabe ao certo. “Existe
aqui uma falta de eficiência de alguém. Penso que
há um excesso de zelo. As pessoas levam muito
tempo a olhar para os documentos e depois enviam
tudo para as Finanças, que não está a dar vazão aos
contratos”, analisa Helder Santos. A situação, na
opinião do director-geral da Consulasia, tem vindo
a deteriorar-se. “Há agora menos contratos do que
em 2004/2005, mas houve uma perda de eficiência.
E não se entende porquê. Antes havia 10 vezes mais
contratos do que existem actualmente”.
Para Miguel Campina, as culpas estão distribuídas entre os vários departamentos públicos. “Isto
deve-se à burocracia e ineficiência de comunicação
entre serviços, que depois culmina numa desculpa-
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
bilização mútua. Creio que é uma responsabilidade
partilhada pelos diferentes serviços”.
De acordo com o presidente da Associação dos
Engenheiros de Macau, o Governo conhece as dificuldades que as empresas enfrentam. “Nós já pedimos para que os departamentos se tornem mais eficientes, mas o processo acaba por ser longo porque
às vezes há documentos que não estão correctamente
preenchidos e voltam para trás, além disso os Serviços de Finanças têm de processar muitos contratos,
segundo sei, mais de mil contratos por ano”, descreve Wu Chou Kit.
A DSF remete, contudo, as responsabilidades de
maiores atrasos para os outros departamentos públicos. “Uma vez que o processo contratual para construção e serviços de consultadoria é geralmente iniciado e conduzido pelos departamentos relevantes
que não a DSF, a DSF só é responsável pelo reconhecimento notarial dos contratos”, pode ler-se numa
resposta por e-mail ao JTM.
Normalmente, garantem os mesmos serviços, “o
processo notarial leva no máximo 22 dias úteis depois da recepção do conjunto correcto e completo
dos documentos das partes contratuais”.
É uma coisa que devia ser
excepção e que devia acontecer em casos raros, mas acaba
por funcionar como regra
Miguel Campina
O “drama” dos recursos humanos
A falta de mão-de-obra é hoje, em dia, outra das
maiores dificuldades das empresas na área da engenharia e arquitectura. “Macau mudou muito. Antes
os projectos eram de outra dimensão e nesse tempo
tínhamos profissionais suficientes. Hoje em dia, as
coisas já não são assim. Agora há grandes projectos
privados e também do Governo. As regras também
são outras, por exemplo as empresas de fiscalização
têm de ter um engenheiro na obra o dia todo”, descreve o presidente da Associação dos Engenheiros de
Macau. “É verdade que existe falta de engenheiros
e profissionais ligados à área”. Por outro lado, nota
Wu Chou Kit, os métodos de trabalho também se
transformaram.
“Hoje vivemos o drama dos recursos humanos.
Colocamos anúncios em jornais chineses a pedir engenheiros, inspectores... e ninguém aparece”, descreve Helder Santos. Devido à carência de mão-de-obra
as remunerações dispararam. “Há salários que triplicaram. Nos últimos anos, os nossos custos subiram
exponencialmente e diria que hoje temos dificuldade
em sobreviver. Julgo que são dificuldades partilhadas também pelas empresas de construção”.
Segundo explica, com as regras impostas pelo Governo, que obrigam que os profissionais contratados
sejam portadores de bilhete de residente e que estejam registados na DSSOPT, a busca tornou-se ainda
mais difícil. “Ficamos limitados àquilo que não existe”, sublinha. “Ao fazerem essas exigências na fase
de concurso, colocam as empresas numa situação
muito complicada. Devíamos poder concorrer com
pessoas que ainda não têm o bilhete de identidade
local e se ganhássemos depois trataríamos da regularização dessa situação. Porque não existem técnicos
em Macau”, corrobora Fernando Botelho.
Perante uma rede tão apertada, a contratação
não é feita muitas vezes tendo em conta critérios de
qualidade. “Não há competição, por isso muitas vezes temos que conformar-nos com o que é possível
encontrar. Há algum tempo, andei à procura de um
engenheiro em Macau, não encontrei, e só encontrei
em Hong Kong, mas não me deixaram contratá-lo”,
relata o administrador da FCB. Na opinião de Helder Santos, esta situação terá, “a médio prazo, consequências gravíssimas na sociedade de Macau”.
Fernando Botelho defende, ao mesmo tempo,
a integração de engenheiros juniores nas equipas
das obras públicas. “Normalmente pedem só engenheiros com pelo menos cinco ou oito anos de experiência. A integração nas equipas de um engenheiro
júnior é uma maneira de puderem ser contratados,
aprenderem e ganharem experiência. Isso também
ajuda a formar pessoas”.
As empresas de consultadoria, não ligadas à indústria do jogo, são hoje “vítimas do progresso de
Macau”, aos olhos de Helder Santos. “Estes três últimos anos foram anos de sobrevivência com dificuldade. Penso que não há aqui discriminação entre empresas portuguesas e chinesas. É igual para todos”,
observa o director-geral da Consulasia.
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
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JUÍZES DERAM RAZÃO À TV CABO E ORDENARAM GOVERNO A CUMPRIR CONTRATO EXCLUSIVO
TSI intima paralisação de anteneiros
Sandra Lobo Pimentel
A
decisão do TSI determina que
no prazo de 90 dias, o director
dos Serviços de Regulação de
Telecomunicações (DSRT), “assegure o
cumprimento das obrigações consagradas no contrato de concessão” celebrado com a TV Cabo, “garantindo a esta
o respectivo exclusivo e fazendo cessar
a retransmissão ilegal de sinais televisivos”, e que os anteneiros “respeitem
aquele contrato de concessão, abstendo-se de retransmitir os sinais televisivos não autorizados”.
O colectivo não decidiu em conformidade com a primeira sentença do
Tribunal Administrativo (TA), mas refere no acórdão que “também nós não
deixamos de ser sensíveis às consequências de uma decisão que ordene a
paralisação de redistribuição de sinais
televisivos”.
Junto do TA, a TV Cabo pediu o
cumprimento do contrato de concessão
celebrado com o Governo, através de
um procedimento cautelar de intimação para um comportamento. A empresa chamou à responsabilidade o regulador, ou seja, a DSRT, seis anteneiros
e a TDM.
O Tribunal Administrativo decidiu
FOTO ARQUIVO
O Tribunal de Segunda Instância
deu razão à TV Cabo num processo
que esta moveu contra o regulador
e os anteneiros e intimou-os, no
prazo de 90 dias, a assegurar
o cumprimento do contrato
de concessão e a paralisar a
retransmissão de sinais televisivos.
Depois de perder na primeira
instância, a TV Cabo apelou ao
TSI que redigiu um acórdão onde
deixa duras críticas à actuação do
Governo neste caso
Contrato de exclusividade da TV Cabo reconhecido em Segunda Instância
pela absolvição, argumentando que o
direito da TV Cabo “cede perante o direito e a expectativa legítima da maioria dos cidadãos da RAEM do acesso à
informação através da transmissão da
radiofusão televisiva gozada durante
décadas, sendo meramente terceiros de
boa fé ao litígio em causa”.
Perante a decisão, a TV Cabo decidiu recorrer para o TSI, pretendendo
“agir contra todos os potenciais alvos:
contra os infractores (anteneiros); contra quem os assiste (TDM); e contra o
fiscalizador que não age (DSRT)”. E argumenta que “o direito à informação a
que o Tribunal se refere não seria o de
informação gratuita, pois os anteneiros,
tal como a recorrente, prestam o seu
serviço de forma onerosa”.
As contra-alegações da DSRT sublinham que o contrato celebrado com a
TV Cabo não pretendia substituir a actividade dos anteneiros, referindo que
esta “tinha perfeito conhecimento da
existência de uma rede de telecomunicações que cobria 98% das habitações
em Macau e que permitia aos residentes a recepção de canais abertos”.
Mas o próprio Ministério Público
não deixou de criticar a actuação do
regulador em todo este caso, indicando
que “compete ao Governo, no domínio
dos seus poderes de direcção, fiscalização e regulamentação (...)evitar o prosseguimento das actividades ilícitas em
questão e garantir o cumprimento do
contrato de concessão do serviço público que celebrou”.
E refere ainda que não se vislumbra
que “não possa a Administração, de
alguma forma, dentro do seu poderio
económico, obviar a grande parte dos
previsíveis transtornos para os cidadãos, decorrentes da reposição da legalidade”.
“Absurdo absoluto”
A decisão do TSI esclarece que “não
obstante as implicações e consequências
sociais que possam advir da decisão
proferida, ao Tribunal só lhe compete
aplicar a lei”, classificando a actividade
dos anteneiros, como já o tinha feito em
acórdão anterior, como “manifestamente ilegal” e violadora do contrato com a
TV Cabo, mas também das “normas do
Regime Legal das Radiocomunicações
e do Regime da Actividade de Radiodifusão”.
“Reconhecer o papel histórico e a
importância dos mesmos no que à captação e retransmissão da TV em Macau
não consente que se ponha em causa o
primado da lei, mantendo a impunidade de condutas ilegais, subvertendo a
autoridade do Governo, premiando o
não acatamento da ordem e da legalidade”, sustenta.
Apesar de reconhecer que é um
“facto notório e do conhecimento público que os anteneiros existem e exploram as mesmas actividades antes da
celebração do contrato de concessão”,
Juízes dizem “estranhar (...) como é
possível conceder um exclusivo de um
serviço, para mais sem concurso público, que toca de perto no conforto e bem-estar de uma maioria da população,
permitindo-se a prática de tarifas que
nem todos podem suportar, sem que
aqueles interesses da população sejam
devidamente acautelados”.
O TSI critica o Governo, dizendo
que “persistir na tese da complacência
com a situação de facto existente seria
o mesmo que dizer que há que pactuar
com uma dada situação de natureza criminógena ou anti-social só porque dela
tira proveito um significativo sector da
população. Isto é um absurdo absoluto”, acrescentando que “ninguém pode
defender um superior interesse público
baseado no não acatamento da lei”.
No acórdão refere-se que “insustentável é a posição de que a maioria da
população da RAEM tem um direito
à actividade ilegal dos requeridos”, e
frisa que “é muito confortável e muito
mais simpático que esta entidade [anteneiros] venha defender os milhares
de pessoas que poderiam ser atingidas
com a cessação de tal actividade”.
No entanto, o TSI diz que “esquece-se que quem criou a situação foi a entidade concedente ao atribuir o exclusivo
sem acautelar os diferentes interesses,
na certeza de que não deixa de haver
meios para evitar os males anunciados
se a medida for implementada”.
O Tribunal decidiu absolver a TDM
com base na distinção entre captação
e redistribuição, entendendo que “a
TDM comprou os direitos e é livre de os
emitir em espaço livre e aberto e quem
tiver antenas (se autorizadas) que capte
esses sinais”.
FICOU PROVADO QUE “SLOT” TINHA DEFEITO QUANDO ATRIBUIU PRÉMIO
Sands terá de negociar indemnização
Analisados os relatórios do incidente, os registos da máquina e da videovigilância e o relatório técnico da empresa especializada BMM Macau Ltd.
“concluiu-se que este resultado da máquina constitui uma impossibilidade estatística”, referiu a DICJ
A
Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) concluiu que a atribuição de prémios de mais de 1,33 mil milhões de HKD por uma “slot” no
casino Sands se deveu a um erro da máquina.
Esta situação está prevista num regulamento administrativo, refere a DICJ
num comunicado, que impõe às concessionárias, por um lado, o dever de recusar o pagamento de prémios ou créditos acumulados numa máquina defeituosa
e, por outro, a obrigação de indemnizar os jogadores e o Governo por todos os
danos provocados pelo incidente.
Deste modo, a jogadora e a Sands vão ser notificadas da decisão da DICJ em
confirmar a recusa de pagamento dos prémios e créditos acumulados na máquina e da obrigação da concessionária negociar com a jogadora a indemnização
devida.
O caso ocorreu a 29 de Abril deste ano, com o jogo “Fharaoh Dream”. Uma
jogadora inseriu na máquina de jogo 1003 HKD e depois de fazer girar a máquina
duas vezes passou a ganhar um mystery jackpot de 31.000 HKD de cada vez que
colocava uma aposta.
E em cerca de 22 minutos, a máquina emitiu 43 bilhetes TITO com o valor
total de 1.334.564,80 HKD. O referido valor de cada um dos bilhetes emitidos
corresponde ao somatório dos três jackpots para que a máquina está programada
e eventuais ganhos normais do jogo.
Analisados os relatórios do incidente, os registos da máquina e da videovigilância e o relatório técnico da empresa especializada BMM Macau Ltd. (BMM
Compliance) “concluiu-se que este resultado da máquina constitui uma impossibilidade estatística e só se explica devido a um funcionamento defeituoso da
máquina”, referiu a DICJ em comunicado.
Também em comunicado, a Sands mostrou-se satisfeita com a conclusão da
investigação. Após este incidente, todas as máquinas do mesmo modelo deixaram de estar disponíveis ao público.
08 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
Pagou o sinal
mas câmaras
nem vê-las
Uma residente do território foi lesada em 45 mil
dólares de Hong Kong,
montante que pagou
como sinal para a compra
de 21 câmaras fotográficas. Segundo revelaram
as autoridades, a lesada
viu um anúncio na internet e achou que se tratava
de uma grande oportunidade, pelo que decidiu
encomendar logo 21 máquinas, combinando com
o vendedor o valor de
81.400 dólares de Hong
Kong. Foi acordado o pagamento um sinal de 45
mil dólares de Hong Kong
no dia 26 de Maio transferiu o montante para um
banco da RAEHK, região
onde supostamente se encontravam o proprietário
e a loja em causa. No entanto, como as máquinas
fotográficas tardavam em
chegar, tentou contactar o
dono para saber o que se
passava. Procurou a página das redes sociais onde
tinha encontrado a “loja”,
mas não obteve qualquer
resposta, percebendo então que terá sido vítima
de uma burla. As autoridades policiais de Macau
continuam a investigar o
caso.
P.A.S.
Suspeito chamou a atenção por estar a atirar roupa e outros objectos pela janela
HOMEM DESATOU A ATIRAR ROUPA PELA JANELA
Balbúrdia no prédio
Um homem foi detido por provocar uma algazarra no prédio onde vive, gritando e atirando objectos pela janela. As
autoridades foram chamadas ao local e só conseguiram entrar no apartamento com a ajuda dos Bombeiros
Pedro André Santos
U
m grande alvoroço numa habitação obrigou as autoridades a investigarem as razões que levaram um homem a
estar aos gritos, enquanto atirava roupa e outros objectos
pela janela. No entanto, a operação não parecia fácil já que o
indivíduo recusou abrir a porta aos agentes, fazendo com que
fosse necessário contactar o Corpo de Bombeiros.
Já no interior do imóvel, as autoridades constataram que o
homem continuava exaltado. Acabou por ser levado para o hospital para ser observado visto que também foi encontrada no
local uma garrafa com “ice” misturado num líquido.
Segundo as autoridades, o indivíduo, um residente de Macau
de 44 anos, sofre de distúrbios mentais. Por isso, continua hospitalizado na Unidade de Psiquiatria localizada na Taipa.
Apanhado na fronteira
Outro caso denunciado pelas autoridades deu conta de um residente, de 23 anos, que foi detido nas Portas do Cerco com 6,35
gramas de ketamina. O jovem era suspeito de tráfico de droga,
levando os agentes a fazerem uma vigilância na zona da fronteira.
O indivíduo foi visto perto da noite e interceptado de imediato, tendo sido encontrado na sua posse o estupefaciente, avaliado em duas mil patacas.
Detido alegado agiota
O caso remonta a Janeiro e envolveu uma mulher de Hong Kong
que terá sido aliciada para vir jogar a uma sala “VIP” de um casino
de Macau. Depois de perder o dinheiro ficou detida contra a sua
vontade, mas acabou por conseguir contactar a polícia e libertarse. Alguns suspeitos envolvidos no caso, no entanto, conseguiram
fugir. Em Abril foi detido um casal alegadamente envolvido no
caso, mas as autoridades detiveram agora mais um indivíduo, nas
Portas do Certo. O suspeito, da China Continental, está acusado
dos crimes de associação criminosa, burla, extorsão e agiotagem,
tendo o caso já sido remetido ao Ministério Público.
Direcção dos Serviços de Turismo
DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO
ANÚNCIO
A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo
com o Despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 07 de Maio de 2013, se encontra aberto
concurso público para adjudicação do “Serviço de aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 25.º Concurso
Internacional de Fogo de Artifício de Macau”.
1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo
2. Modalidade do concurso: Concurso público.
3. Objecto dos serviços: aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 25.º Concurso Internacional de Fogo de
Artifício de Macau.
4. Prazo de execução: Obedecer às datas constantes do Caderno de Encargos.
5. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento
do acto público do concurso.
6. Caução provisória: MOP53.000,000 (cinquenta e três mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito
em numerário, em ordem de caixa ou cheque efectuado directamente na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de
Turismo ou no Banco Nacional Ultramarino de Macau, através de depósito à ordem do Fundo de Turismo, na conta número
8003911119 devendo ser especificado o fim a que se destina.
7. Caução definitiva: 4% do preço total da adjudicação.
8. Preço base: não há.
9. Local, dia e hora limite para entrega de propostas: sede da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na
Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar até às 17:45 horas do dia 10 de Junho de 2013.
10. Local, dia e hora do acto público do concurso: pelas 10:00 horas do dia 11 de Junho de 2013 no Auditório da Direcção
dos Serviços de Turismo, sito no 14.º andar da sua sede.
Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para os
efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho.
Os concorrentes ou os seus representantes legais poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso,
apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso.
11. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega
das propostas, a data e a hora de abertura de propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à
mesma hora.
12. Critérios de apreciação das propostas:
Preço
30%
Qualidade e valia técnica da proposta
20%
Experiência e competência técnica do concorrente
20%
Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço
20%
Maior flexibilidade dos prazos
10%
13. Local, dias, horário para obtenção da cópia e exame do processo do concurso:
Local: 12.º andar da sede da Direcção dos Serviços de Turismo.
Dias e horário: Dias úteis, desde a data da publicação do respectivo anúncio até ao dia e hora limite para entrega das
propostas e durante o horário normal de expediente.
Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Maio de 2013.
A Directora dos Serviços,
Maria Helena de Senna Fernandes
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
09
EVENTUAL SUSPENSÃO DO PRESIDENTE DO IACM É HIPÓTESE
Chui Sai On manda averiguar
caso que envolve Raymond Tam
Sandra Lobo Pimentel
e Viviana Chan
O
Governo decidiu dar
início aos procedimentos administrativos”, relativamente ao caso judicial que
envolve o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos
e Municipais (IACM). Chui Sai
On abordou o tema à margem
do 4º Fórum Internacional sobre
o Investimento e Construção de
Infra-estruturas, referindo já ter
sido informado pelo MP e pelo
Juiz de Instrução acerca da acusação de Raymond Tam.
O Chefe do Executivo afirmou que ele próprio e o seu gabinete já se encontram a tomar
diligências e foi feito um “pedido oficial para obter o despacho
de pronúncia, e a nomeação de
instrutor para a realização de
um processo de averiguações,
esperando que este último possa ser iniciado, o mais rápido
possível, a fim de se conhecer
melhor o assunto”.
Em cima da mesa está a possibilidade de ser aplicada a Raymond Tam a suspensão preventiva das suas funções públicas.
Chui Sai On lembrou que “de
acordo com o Regime Jurídico
da Função Pública, a aplicação
de suspensão preventiva está
sujeita a determinadas condições e procedimentos”.
Conforme foi revelado mais
tarde em comunicado do gabinete de Chui Sai On, “após o
início do processo de averiguações, o instrutor irá apresentar,
ao Chefe do Executivo, as propostas para cada uma das fases
sobre os procedimentos deste
caso”.
Recorde-se que, esta semana,
Raymond Tam já renunciou ao
cargo de vogal da Comissão dos
Assuntos Eleitorais, alegando
“motivos pessoais”, tendo sido
substituído por Lo Veng Tak,
vice-presidente do IACM. Para
Chui Sai On, essa mudança na
estrutura não irá ter impacto nos
trabalhos da comissão eleitoral,
pelo que acredita que as eleições
irão decorrer com imparcialidade, legitimidade e justiça.
“Situação embaraçosa”,
diz Chan Wai Chi
A hipótese de suspensão
preventiva foi defendida pelo
deputado da Associação Novo
Macau, Paul Chan Wai Chi, que
numa interpelação escrita acusa
o Governo de não saber gerir
polémicas. “Quando o Chefe do
Executivo nomeou Raymond
Tam para a Comissão para os
Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa a sociedade
criticou, gerando polémica pelo
facto de um suspeito poder ser
membro”.
A renúncia entretanto pedida por Raymond Tam revela,
considera o deputado, “falta de
capacidade e de consciência da
RAEM para evitar crises”. O
caminho passa por “tomar as
medidas preventivas previstas
no Regime Jurídico da Função
Pública”, ou seja, “a suspensão
de todos os cargos”.
Chan Wai Chi entende que
essa decisão deve ser “levada a
cabo agora para proteger a fama
dos funcionários públicos”. Diz
ainda que a renúncia está “intimamente ligada” ao chamado
caso das campas e que o Governo não pensou bem quando
o nomeou como membro da
CAEAL. “É uma situação embaraçosa que prejudicou a imagem
do Executivo e este deve reflectir”.
Outro deputado, Pereira
Coutinho, também entregou
ontem uma petição a pedir a
demissão de Raymond Tam,
colocando também a hipótese
de ser o próprio Chui Sai On a
exigir a demissão do presidente
do IACM.
Também o MP divulgou
uma nota de imprensa sobre
este caso confirmando o “despacho de pronúncia contra o presidente do IACM, Tam Vai Man,
vice-presidente, Lei Wai Nong,
FOTO ARQUIVO
O Chefe do Executivo mandou abrir um processo de averiguações para o caso que envolve Raymond Tam e mais três funcionários do IACM. Chui
Sai On já foi informado pelo Ministério Público e pelo Juiz de Instrução da acusação do presidente do IACM e pediu oficialmente a obtenção do
despacho de pronúncia e a nomeação de um instrutor. A aplicação da suspensão preventiva das funções públicas de Tam é umas das hipóteses,
também pedida pelo deputado Paul Chan Wai Chi
Chui Sai On espera que o processo de
averiguações possa começar o “mais rápido possível”
chefe do Serviço de Higiene
Ambiental e Licenciamento,
Fong Wai Seng, e o funcionário
Sio Kuok Kun, pelo crime de
prevaricação”.
Numa breve explicação, o
MP refere que o caso remonta ao
início de 2010 quando foi aberto
inquérito após denúncia de um
cidadão. Foram então solicitados ao IACM os documentos
originais relativos a dez sepulturas.
“Tam Vai Man decidiu protelar a entrega dos documentos
originais ao Ministério Público
enquanto os restantes três arguidos, Lei Wai Nong, Fong Wai
Seng e Sio Kuok Kun também
decidiram protelar a entrega dos
documentos originais, a pedido
de Tam Vai Man”, indica o MP.
KWAN TSUI HANG DIZ QUE ATRASOS DO GOVERNO SÃO INACEITÁVEIS
Casas económicas sem escrituras há 10 anos
Até Março deste ano, 144 compradores de casas económicas aguardavam ainda pela concretização das respectivas escrituras. Para Kwan Tsui
Hang, os atrasos do Governo não são razoáveis nem aceitáveis. A deputada denuncia um caso em que o IH queria tirar uma família da casa
onde já vive há uma década devido a mudanças na estrutura do agregado
Viviana Chan
K
wan Tsui Hang voltou a lançar farpas ao Governo devido às políticas seguidas no domínio das
habitações económicas. Segundo indicou a deputada, há casos em que os compradores aguardam há 10
anos pelas escrituras.
Numa interpelação escrita, Kwan diz ter recebido
pelo menos uma queixa de um residente que adquiriu
uma casa económica em 2003, mas até agora ainda não
oficializou o contrato de compra, apesar de ter feito pedidos nesse sentido por várias vezes ao Instituto de Habitação (IH).
No entanto, o caso tem mais contornos. Segundo
conta a deputada, recentemente, depois de um membro
da família em questão se ter casado e comprado uma
casa noutro local, o IH decidiu excluir o agregado da lista de pessoas elegíveis para as habitações económicas.
Confrontada com essa situação, a responsável da Federação das Associações dos Operários de Macau apontou o dedo ao IH, acusando-o de não admitir responsabilidades pelo atraso na escritura e recusar agora assinar
contrato com residentes que já vivem naquela casa há
cerca de uma década, além de ignorar o facto do casamento ser algo normal na vida de uma família. “Além
de não avaliar o caso consoante a situação concreta, não
é aceitável que o IH mande embora a família”, criticou
Kwan Tsui Hang.
Por outro lado, a deputada salientou que a legislação
relativa às habitações económicas prevê apenas que os
candidatos não podem ter casa própria nos cinco anos
anteriores à data do pedido, não fazendo referências
a prazos para a assinatura do contrato de compra. Segundo Kwan, a situação actual prejudica os candidatos,
porque estes sentem-se limitados na tomada de decisões
pessoais, envolvendo desde a compra de casa ao próprio
casamento.
Citando dados do IH, a deputada refere ainda que,
até 6 de Março deste ano, 144 das casas económicas vendidas careciam ainda de contrato. As fracções em questão estão distribuídas por 38 edifícios.
“Os compradores têm de esperar muito para ter o
contrato e isso é contraditório com os princípios do Governo”, salienta Kwan Tsui Hang, exortando as autoridades a reverem essa questão por forma a assegurar os
direitos dos compradores.
10 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
PROPOSTA DE DEPUTADOS EQUACIONADA PELO GOVERNO
Exigida fiscalização “independente” para autocarros
Sandra Lobo Pimentel
O
s deputados da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos
de Terras e Concessões Públicas
receberam ontem o Secretário
Lau Si Io e o director dos Serviços para os Assuntos Tráfego,
Wong Wan, para esclarecerem
o conteúdo do relatório do Comissariado de Auditoria quanto ao serviço público de autocarros.
Segundo a presidente da
Comissão, Kwan Tsui Hang,
cada deputado só dispôs de
dois minutos para colocar as
suas questões e sugestões ao
Executivo. Entre elas, a possibilidade de criação de uma entidade independente que se responsabilize pela fiscalização às
três operadoras de autocarros.
Em declarações aos jornalistas, Lau Si Io afirmou ter recebido as propostas dos deputados,
“mas por enquanto a DSAT
precisa de analisar os dados e
ainda vamos ver quem vai fazer a averiguação”.
Ainda assim, deixou a porta
aberta a uma solução que envolva uma terceira entidade.
“Não excluímos a hipótese de
que haja uma entidade interdepartamental para fazer a averiguação”.
O deputado Ng Kuok
Cheong, que integra esta Comissão, revelou que “a maioria dos deputados não ficou
satisfeita com as explicações”,
confirmando que pediram ao
Governo “para que tenha um
mecanismo independente de
fiscalização”.
O deputado da Associação
Novo Macau sublinhou que
apoia a DSAT para o futuro,
“mas o que aconteceu no passado deve ser supervisionado”,
sugerindo uma nova comissão,
mas a título temporário. “Se o
Chefe Executivo quiser criar
esse mecanismo pode nomear
uma comissão independente
para fazê-lo”.
A presidente da Comissão,
Kwan Tsui Hang, afirmou ter
ficado satisfeita pelo facto do
Governo ter admitido lacunas
na fiscalização, frisando que
“pelo menos isso demonstra
que está a reflectir e a ponderar
todo este serviço”.
Carreiras para
as horas de ponta
De acordo com a deputada,
“o Governo tem que começar
desde logo a resolver a questão
das dificuldades, especialmente, o aspecto dos autocarros na
hora de ponta”. Quanto a medidas imediatas, disse que o
Executivo “vai criar carreira de
curta duração para servir períodos em hora de ponta”.
Kwan Tsui Hang lembrou
que actualmente, a DSAT em-
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FOTO GCS
A curto prazo serão criadas carreiras de curta duração para as horas de ponta, mas os deputados querem que o Governo envolva uma entidade
independente para fiscalizar a actividade das três operadoras de autocarros. Lau Si Io e Wong Wan estiveram ontem na Assembleia Legislativa para
dar explicações sobre o relatório de auditoria ao serviço público de transportes
Deputados visitaram oficinas de autocarros
para se inteirarem do mecanismo de contagem de tarifas
prega 15 profissionais para
exercer fiscalização, e entende
que “é preciso reforçar o mecanismo e não pode depender
tudo dos recursos humanos”,
defendendo o uso de novas
tecnologias. “A fiscalização não
passa pelo reforço do pessoal,
isso só vai fazer crescer o quadro da DSAT”, afirmou.
“Sugeriu-se, para uma
maior transparência, que seja
entregue a uma terceira entidade independente para realizar
essa averiguação”, confirmou.
Segundo a deputada, isso con-
tribuiria para “maior imparcialidade no tratamento desse
caso”.
A presidente da Comissão
revelou que “algumas questões
levantadas não foram respondidas por parte do Governo”,
mas a AL “provavelmente vai
pedir disponibilização das respostas por escrito”. “Vamos
acompanhar a par e passo o
que o Governo vai fazer nesse
aspecto. Creio que é a nossa responsabilidade”.
Depois da reunião na AL,
deputados, membros do Go-
verno e jornalistas, visitaram
a oficina de manutenção e reparação de autocarros para conhecerem o funcionamento das
caixas de tarifas.
A deputada esclareceu que
“a visita foi sugerida pelo Governo, não foi da parte da Comissão”, reconhecendo que “o
extravio das caixas é um assunto sério e pode implicar matéria
penal”.
Falando em nome pessoal, e
não por todos os deputados da
Comissão, Kwan Tsui Hang entende que “só com 15 funcionários não dá para fiscalizar três
operadoras e um frota enorme
de autocarros”.
“Penso que o relatório [do
CA] fez o Governo reflectir profundamente”. No entanto, os
deputados não estabeleceram
um prazo para a optimização
da fiscalização, “mas o Governo está já a introduzir as melhorias no que se refere à gestão
e fiscalização”, frisou. “O ideal
seria incumbir a um auditor
independente, só assim haverá
maior fé pública”.
Na visita ficou a saber-se
que os autocarros chegam ao
terminal e registam o código
de barras da caixa de tarifas,
acções que são filmadas através de videovigilância. A caixa
é depois levada para uma zona
de contagem e o valor total fica
registado. O dinheiro é colocado num cofre e o supervisor, no
dia seguinte, faz a verificação.
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
11
HENRIQUE NOVAIS FERREIRA E FERNANDO GOMES CONDECORADOS POR CAVACO SILVA
Homens que lutam pelo progresso e diplomacia
Entre as 22 personalidades das comunidades portuguesas e cidadãos estrangeiros que Cavaco Silva vai condecorar estão dois homens
que vivem em Macau há mais de duas décadas. Se o engenheiro Henrique Novais Ferreira ajudou o território a desenhar o seu progresso
criando melhores condições de vida para a população, o médico e conselheiro das comunidades Fernando Gomes aproximou dois
mundos. Ambos serão agraciados como comendadores da Ordem do Mérito
Fátima Almeida
Q
uando chegou Macau, em 1990, ainda a cidade
era um pedaço de terra à espera do progresso.
Com a missão de ajudar o território a enfrentar
os desafios do futuro, Henrique Novais Ferreira experienciou os últimos 20 anos “de transformação extraordinária” com um misto de emoções. “Acompanhei [essa
evolução]. Gostei, senti, sofri. Foram reacções minhas a
este desenvolvimento”, expressou ao JTM o engenheiro
que será agraciado pelo Presidente da República de Portugal como comendador da Ordem de Mérito, no âmbito das comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal,
de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O território está longe de ser o silêncio do passado
– sem sombra do COTAI – mas como homem ligado
a uma ciência que constrói o mundo, Henrique Novais Ferreira não se agarra à nostalgia e procura novas
formas para que o humano se adapte à sua evolução.
“Gosto de tudo o quanto é progresso, de tudo o que é
procurar melhores condições de vida para as pessoas”,
referiu. “Não sou nostálgico ao ponto de sentir saudades do antigo. O moderno tem de vir e temos de fazer o
melhor para que as pessoas se adaptem”, acrescentou.
Membro do Laboratório de Engenharia Nacional
(Portugal), Henrique Novais Ferreira continua ligado à
instituição congénere de Macau, dando apoio aos grandes projectos que são desenvolvidos na RAEM. “Cheguei em Janeiro de 1990”, especificou. “Se não tivesse
boa memória não estava a trabalhar”, mencionou em
resposta à nossa surpresa. “Quando foi criado o Laboratório de Engenharia de Macau fui proposto para vir
para cá dar uma ajuda”, explicou.
O tempo foi passando e Henrique Novais Ferreira
afeiçoou-se ao seu trabalho numa terra distante. “Penso
que estou a ser útil e o trabalho é efectivamente agradável. O ambiente também é bom e senti-me bem”, expressou engenheiro.
O aeroporto de Macau ou as três pontes mais recentes de Macau são projectos que têm a mão de Novais
Ferreira. Mas nunca se cansa e a sua sabedoria está a
ser proveitosa até para traçar o Metro Ligeiro. “Aquilo
que aprendi na escola é parte do passado. Tenho de ir
estudando, lendo mais coisas, porque as técnicas desenvolvem-se de dia para dia, sobretudo com as novas tec-
Henrique Novais Ferreira (esq) e Fernando Gomes manifestaram-se surpreendidos mas satisfeitos com as condecorações
nologias. E eu gosto do progresso”, enfatizou.
Apesar das provas dadas, Henrique Novais Ferreira
surpreende-se com a homenagem que Cavaco Silva lhe
presta. “É inesperado, portanto olho para ela com muita
satisfação. Tive uma vida de trabalho em prol da engenharia e dos territórios onde estive”.
Macau aproxima Portugal da China
Foi também com espanto que pela manhã de ontem
Fernando Gomes recebeu a mesma notícia. Entre as 22
personalidades das comunidades portuguesas e cidadãos estrangeiros, o presidente da República Portuguesa presta homenagem a mais um residente português
em Macau: o presidente do conselho das comunidades
portuguesas. “Não sabia e nem estava prevista. Não
faço [o meu trabalho] para ficar à espera que algum mérito me seja reconhecido, mas fiquei satisfeito”, disse o
médico ao JTM.
A satisfação de Fernando Gomes deve-se sobretudo
ao estreitar de laços entre Portugal e a China através
de Macau. “Além de ser presidente do Conselho das
Comunidades Portuguesas que estão espalhadas pelo
mundo temos tentado colocar Macau no mapa, tanto a
nível político como diplomático”, referiu.
Nos últimos três anos tem-se notado já uma evolução na aproximação entre Portugal e a China, tendo a
RAEM como vínculo. “Macau pode desempenhar esse
papel, que na verdade estava subaproveitado”, analisou
Fernando Gomes, sublinhando que a importância de
Macau ficou clara no ano passado por ocasião do 10 de
Junho, quando o secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas, José Cesário, esteve no território para participar nas comemorações do Dia de Portugal. Este ano
José Cesário volta ao território mas quatro dias depois de
se assinalar a data.
Fernando Gomes chegou a Macau em 1991, ano em
que começou a exercer Medicina no hospital público
local. O presidente do Conselho das Comunidades Portugueses estará presente nas cerimónias que terão lugar
em Elvas no dia 10 de Junho.
RAEM celebra Património Cultural da China
Exposições, demonstrações de artesanato, concertos, espectáculos de danças e cantares, palestras, visitas guiadas e entradas livres em
museus são algumas das actividades organizadas pelo IC para comemorar o Dia do Património Cultural da China
O
Instituto Cultural (IC) quer aproveitar o Dia do Património Cultural da
China, que se assinala amanhã, para sensibilizar a população para a importância da preservação e transmissão do património cultural.
Entre as várias actividades agendadas, o organismo destaca uma mostra sobre o Património Cultural Imaterial da Província de Yunnan. Intitulada “Génese e Espírito”, a iniciativa será aberta ao público amanhã, pelas 11:30 horas, na
“East Square” do Galaxy Macau, e inclui a exposição “Memória de Yunnan”,
demonstrações de artesanato, danças e cantares, bem como uma palestra.
Durante a exposição, vários mestres de Yunnan irão demonstrar a sua “requintada habilidade” na “East Square” do Galaxy Macau e na Casa de Lou Kau,
incluída na Lista de Património Mundial da UNESCO, indicou ainda o IC. As
demonstrações envolvem cerâmica roxa de Jianshui, tinturaria de corda do grupo étnico Bai, técnicas de produção do chá pu’er, brocado do grupo étnico Dai,
técnicas de produção de peças de cobre preto com embutidos em prata, entalhe
em madeira de Jianchuan, pinturas Dongba do grupo étnico Nakhi e técnicas
de produção de latoaria.
A Casa de Lou Kau acolherá também, entre 8 e 16 de Junho, demonstrações
de manufactura da flauta de cabaça hulusi e de vime de bambu do grupo étnico
Dai.
Por outro lado, o Arquivo Histórico vai apresentar a exposição “Uma Arte de
Precisão - Construção Naval em Macau: Gente, Artes e Sociedade”. Segundo o
IC, a mostra irá oferecer “uma imagem nítida da construção naval em Macau”,
permitindo aos visitantes “conhecer o contexto histórico desta indústria, a sua
tecnologia, relações interpessoais, práticas, tabus e modelos operacionais, bem
como a sua cultura e relações com a sociedade”. A exposição será aberta pelas
15 horas de amanhã e vai ficar patente no Arquivo Histórico até 7 de Dezembro.
12 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
• • • BREVES
SEMANA DA CONSERVAÇÃO ENERGÉTICA
FOTO WONG SANG
Apagar as luzes em nome do ambiente
Funcionários públicos vão usar roupas mais leves e a temperatura dos aparelhos de ar
condicionado nos serviços não deverá ser colocada abaixo dos 25º. Vão ser entregues prémios de
design de vestuário informal de Verão
Entrega de nova candidatura
e de queixa nos SAFP
Uma queixa foi entregue ontem pelos
responsáveis da União para o Desenvolvimento, de Kwan Tsui Hang, aos Serviços de Administração e Função Pública
(SAFP). A queixa visa a afixação de cartazes contra a deputada e que esta considera que para além de divulgarem informações falsas são difamatórios, podendo
ainda afectar as eleições. Ontem, o líder
da Associação de Força do Povo e dos
Operários, Lee Sio Kuan, entregou um
pedido de reconhecimento de comissão
de candidatura (ver foto), tal como tinha
anunciado e elevando para 10 o total de
comissões que pediram reconhecimento.
Capitania dos Portos
passa a direcção de serviços
A Capitania dos Portos vai mudar de
nome e passar a ser uma direcção de serviços. Hoje, em conferência de imprensa,
o Conselho Executivo vai explicar a organização e funcionamento da Direcção
dos Serviços de Assuntos Marítimos e de
Água. Com esta alteração, a nova direcção de serviços assumirá formalmente as
pastas da gestão dos terminais marítimos
e da reutilização da água.
S
eis casinos, vários hotéis, bancos,
estabelecimentos comerciais e
grandes empreendimentos como
as três pontes e a zona do “One Central
Macau”, no NAPE, vão desligar as luzes durante uma hora, entre as 20:30 e
as 21:30, na segunda-feira, em nome da
conservação energética.
E entre 11 de Junho e 31 de Agosto, os funcionários públicos vão dar o
exemplo e todos, a menos que tal não
seja mesmo possível, vão passar a usar
roupas leves, informais e frescas no serviço, assim como se passará a regular a
temperatura dos aparelhos de ar condicionado para um nível não inferior a 25
graus centígrados.
Ainda no campo do vestuário, na
terça-feira, vai ser feita uma entrega de
prémios e um desfile de moda relacionado com um concurso de design de
vestuário informal de Verão.
Este ano, pediu-se a transformação
de roupa para ser usada em escritório,
exigindo-se aos participantes no concurso que reutilizassem vestuário usado
e voltassem a desenhar e a confeccionar
vestuário adequado ao ambiente de escritório e apropriado para uma temperatura interior de 25º C, sem deixar de
ser elegante.
Através do concurso a Administração espera incentivar a adesão de mais
empresas ao uso de vestuário informal
Tal como já aconteceu anteriormente, pontes, casinos, hotéis
e outros empreendimentos vão desligar as luzes durante meia hora
de Verão, não usando gravata ou casaco, de modo a apoiar a política de conservação de energia. Tanto a entrega de
prémios como o desfile vão ocorrer no
Centro de Convenções e Entretimento
da Torre de Macau.
Este conjunto de actividades irá decorrer entre domingo e 15 de Junho e
integram a “Semana da Conservação
Energética 2013”, organizada pelo Gabinete para o Desenvolvimento do Sector
Energético.
ANÚNCIO
Anuncia-se, para os devidos efeitos, que, em reunião da Assembleia Geral de 5
de Abril de 2013, foi deliberada a extinção pelo encerramento da liquidação da
sociedade comercial anónima com a firma CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
- SUBSIDIÁRIA OFFSHORE DE MACAU, S.A. (EM LIQUIDAÇÃO), com
sede em Macau, na Avenida da Praia Grande, n.º 567, 8.º andar “A”, registada na
Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 21552(SO).
7 de Junho de 2013
Aviso
Tendo por objectivo de melhorar a qualidade dos serviços de
telecomunicações, a CTM irá efectuar a actualização e manutenção
da rede de Internet no dia 8 de Junho de 2013 das 02h00 às 06h00
da manhã. Durante o referido período, alguns utilizadores nas zona
da Areia Preta poderão ter o seu serviço de Internet de Banda Larga
eventualmente interrompido durante 25 minutos.
Para informações detalhadas queira contactar a Linha de Serviço
da CTM: 1000.
Agradecemos a atenção dispensada e apresentamos as nossas
desculpas pelo incómodo que possa a vir causar.
Companhia de Telecomunicações de Macau, S.A.R.L.
O acto supra mencionado foi registado na aludida Conservatória pela inscrição a que
se refere a apresentação n.º 41/27052013, pelo que a referida Sociedade é considerada
extinta, para todos os efeitos legais.
Macau, 6 de Junho de 2013
O liquidatário,
Artur Jorge Teixeira Santos
A SAAM irá realizar obras de manutenção na rede de abastecimento durante o período abaixo indicado, pelo que o
abastecimento de água será interrompido nos locais abaixo indicados: Data da Interrupção:
2013/6/8
Sábado
Horário da Interrupção: Entre as 09.30 e as 14.00 Local da Obra: Taipa, Rua Direita Carlos Eugénio
Locais Afectados: Nº 2 e Nº 64, Rua Direita Carlos Eugénio - Todas as residências & lojas;
Retrete Público; Rua Fernão Mendes Pinto; Fáb. de Panchões Iec I;
Travessa Lou Fu, Edf. Happy Garden, Edf. Kin Wai Garden
Local de Abastecimento Temporário: Rua Direita Carlos Eugénio N.º 94
HIDRANTE
Linha Aberta de Informação: 28220088
Atenção: O abastecimento de água será restabelecido a qualquer momento, dependendo do progresso dos trabalhos A
SAAM irá afixar este aviso nas portas dos locais onde o abastecimento de água será interrompido, antes das 17.30 do dia
que precede a interrupção do abastecimento, no sentido de confirmar o período de interrupção.
Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
13
LUÍS REPRESAS REGRESSA A MACAU 14 ANOS DEPOIS
O “lado bom da saudade” numa cidade diferente
Apesar das “grandes alterações” que encontrou numa cidade onde a “palavra crise é uma coisa totalmente fora de contexto”, Luís
Represas manifesta-se satisfeito por verificar que a “portugalidade” continua a sentir-se em Macau. Depois de ter encerrado a cerimónia
cultural portuguesa na transferência de soberania, o músico volta hoje a actuar no território
saudade. O nosso maior poeta andou por
aqui, a nossa língua continua a andar por
aqui e a nossa história e a nossa presença
no Oriente continua e poderá passar ainda mais por aqui”, afirmou.
“Essa forma que nós temos muito de
ver que é muito longe, o ser muito longe,
está a toldar-nos a visão em relação ao
que podemos fazer e à presença do nosso pequenino país europeu de podermos
de maneira muito efectiva e consistente fazer cumprir Macau como a (nossa)
grande âncora para a (nossa) presença
efectiva (comércio e cultura) no Oriente”,
acrescentou.
Hoje, pelas 20 horas, no teatro do hotel/casino Sands, Luis Represas promete
muitas canções conhecidas como “Feiticeira” ou “Perdidamente” e uma surpresa ligada a Macau.
“Timor” reeditada em tétum
A música “Timor”, uma das bandeiras contra a ocupação indonésia de
Timor-Leste, será reeditada em tétum
e português nos próximos meses, disse
Luís Represas, que assim devolve a canção aos timorenses.
O músico explicou que cantar “Timor” foi das poucas promessas que não
cumpriu depois de, na festa da independência de Timor-Leste, ter dito que não
voltaria a cantar a letra de João Monge.
“Mas faço-o em casos muitos especiais,
em que faz sentido”, justificou ao explicar a quebra da promessa.
Na reedição do disco, disse, “há um
renascer da música de uma outra forma”.
“Quando estive em Timor em 2007, falei
com Xanana Gusmão e desafiei-o a fazer
uma tradução para tétum da letra do João
Monge. E ele fez. Escreveu, mandou-me
a letra e eu fiquei à espera uma data de
anos da oportunidade de gravar como
eu o queria fazer (…), em Timor com os
timorenses”.
Alguns anos de espera e surge a oportunidade de regressar a Timor-Leste a
convite do Sport Díli e Benfica e nessa altura foi preciso “mexer cordelinhos” para
FOTO ARQUIVO
Q
uase 14 anos depois de ter “fechado a porta” da cerimónia cultural portuguesa na transição de
Macau para a China, Luís Represas voltou ao território e sentiu-se “abananado
e confuso” por aterrar na Las Vegas em
chinês.
Com nomes como Rão Kyao, Dulce
Pontes ou a chinesa Chen Jun Hua, Luís
Represas recorda o dia 19 de Dezembro
de 1999, salientando ter sido uma “sensação única”.
“Pouco falei e pouco se fala dessa sensação de pôr a chave à porta e fechá-la.
Eu, o Rão Kyao e a Chen Jun Hua vimos a
sala esvaziar-se e as pessoas a saírem pelo
palco. Houve sensação enorme de nostalgia e de vazio à medida que as pessoas
iam saindo”, contou à agência Lusa em
Macau onde está para um espectáculo a
solo por ocasião das comemorações locais do dia de Portugal (10 de Junho).
“Havia aqui qualquer coisa que estava a emperrar aquilo que podia ser este
novo território. 13 anos depois chego
aqui e fiquei completamente perdido.
Não é de todo o Macau que eu conheci. É
se eu for outra vez lá para dentro e de repente começo a reconhecer coisas, mas há
grandes alterações”, explicou ao salientar
que “parece que estava tudo debaixo
do chão à espera que saíssemos para vir
tudo cá para cima”.
Nas diferenças, Luís Represas destaca também uma cidade mais limpa, mas
mais poluída fruto dos muitos mais carros que hoje circulam nas estradas locais.
Depois, vem a abundância: “Para
mim que venho de um planeta em crise
profunda, de repente entro num planeta
onde a palavra crise é uma coisa perfeitamente estranha, inexistente e totalmente
fora de contexto”.
Para o cantor, Macau tem “uma eternidade da história e uma eternidade da
cultura” portuguesa que espera que se
preservem.
“Em termos de portugalidade, de
Camões e das comunidades continua
em Macau a sentir-se esse lado bom da
Luís Represas promete uma surpresa ligada a Macau durante o concerto desta noite
conseguir arranjar as condições necessárias à gravação, contou.
Luís Represas podia ter gravado em
Lisboa a nova letra com um grupo de timorenses que cantassem ou ensinassem
portugueses a cantar, mas optou por ir
à origem da língua, afirmou. “Naquela altura só pensei: ou agora ou nunca e
consegui gravar”, disse ao salientar que o
disco “está pronto e nos próximos meses”
pode ser vendido em “prol de uma organização que se chama ‘crianças unidas’,
organização essa escolhida pelo próprio
Xanana Gusmão para ser a beneficiária,
esperamos nós, dos bons resultados da
venda”.
Para Luís Represas, a gravação do disco - que incluirá também uma versão iné-
dita em português gravada em 2006 nos
seus 25 anos de carreira com a orquestra
sinfónica juvenil – “fecha um ciclo” da
própria música, que promete continuar a
cantar quando fizer sentido.
“A gravação fecha um ciclo porque ao
cantar a canção em tétum pelos timorenses é como se a canção fosse devolvida a
eles. E faz todo sentido, era isso que eu
queria, devolver a canção e torná-la ainda mais deles e como tal, e também por
isso, não irei deixar de cantar quando isso
fizer sentido”, garantiu ao recordar Macau como um “porto de abrigo de timorenses” que fugiram do regime indonésio
e por isso um local onde faz sentido tocar
“Timor”.
JTM/Lusa
Peças ibéricas com mais seis espectáculos
A forte procura de bilhetes levou o Centro Cultural de Macau a oferecer seis espectáculos adicionais de “AliBaBach” e “Pedra a Pedra”,
duas peças teatrais para bebés e crianças
D
e 14 passou para 20 o
total dos espectáculos
que duas companhias
de teatro de Espanha e Portugal irão apresentar no Verão
no Centro Cultural de Macau
(CCM). Este reforço do programa deve-se à elevada procura de bilhetes, sublinhou o
CCM. Agendados para Julho
e Agosto, no Pequeno Auditório, os espectáculos “Ali-
BaBach” e “Pedra a Pedra”
prometem “viagens simples
mas surpreendentes para os
espectadores mais pequenos”
e serão complementados por
eventos educacionais.
Os bilhetes para os espectáculos adicionais de “Pedra
a Pedra” a 26 de Julho (pelas
15 e 17 horas) e “AliBaBach”,
com outras quatro sessões
a 8 e 9 de Agosto (às 11 e 15
horas), estarão disponíveis a
partir de domingo a diversos
preços e descontos nas bilheteiras do CCM e aos balcões
da rede Kong Seng
“Pedra a Pedra” é produzido pela companhia espanhola
“El Teatre Del’Homme Dibuixat”. Segundo o CCM, trata-se de “um invulgar teatro de
marionetas ao longo do qual o
manipulador dá vida e alma a
areia, seixos e outros objectos
engraçados nos quais tropeçamos frequentemente, como latas e pauzinhos”. A peça centra-se num “menino de lata”
que vai deparar-se com “situações fantásticas” enquanto
passeia pelo areal da praia ao
som calmo das ondas, em busca de novos amigos.
Por outro lado, na antevisão de “AliBaBach”, da Com-
panhia de Música Teatral de
Lisboa, o CCM adianta que
se trata de um “espectáculo sem palavras mas repleto
de sons infantis, movimentos ternurentos e brinquedos
musicais”. O resultado é uma
“imaginativa combinação de
música, teatro e dança” especialmente concebida para
bebés e crianças até aos cinco
anos.
14 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de
INAUGURAÇÃO DE EXPOSIÇÃO DE CARLOS MARREIROS
“Dever cumprido” n
Pelo pavilhão de Macau, situado estrategicamente de frente para o Arsen
como um responsável da Bienal do Dubai. A obra a “Arca de Noé” foi a qu
Helder Almeida
F
oi com a sensação de “dever cumprido”
que o arquitecto Carlos Marreiros deixou a
Bienal de Veneza, onde até Novembro continuará patente uma exposição sua denominada
“PATOŸMEN”. “Quer a nível institucional, quer
ao nível da crítica, ultrapassou todas as minhas expectativas”, disse ao JTM o arquitecto, ainda em
Itália.
Marreiros destaca que a sua exposição recebeu
muitos visitantes nos primeiros dias. “Esteve muita gente ligada às artes, esteve um dos directores
do MoMA (Museu de Arte Moderna em Nova Iorque) e alguém ligado à Bienal do Dubai e ambos
mostraram interesse na exposição”, contou.
Segundo o arquitecto, o público podia dividir-se genericamente em dois: os especialistas, “que
estavam mais interessados em perceber o conceito
por detrás dos objectos, das estruturas”, e os não
especialistas, “que fizeram mais perguntas relacionadas com a ‘Arca de Noé’”.
E o que era a “Arca de Noé”? O artista explica. É uma obra “constituída por uma prancha de
surf ligada a sete chuveiros, com 49 viajantes (sete
vezes sete) e por baixo muitos peixinhos mas com
destaque para sete peixes grandes que equivalem
aos sete pecados mortais. Tudo está relacionado
com o simbolismo do número sete, recorrente no
ocidente porque é considerado um número mágico”.
A ideia geral da exposição, referiu, era “propor
uma reflexão e despertar o interesse nas pessoas”.
O Pavilhão de Macau fica ao lado do de Hong
Kong e de frente para o Arsenale, onde fica o núcleo principal da Bienal.
A instalação de Marreiros, segundo o próprio
já explicou é composta por vários momentos que
levam um visitante a compreender a ideia de memória/ordenamento de informação. Mas há um
fio condutor, associado à ideia do “Teatro de Memória”, desenvolvida por Giulio Camillo. Este,
passou a vida a estudar a possibilidade de as pes-
soas conseguirem ordenar a inform
Para além de Marreiros, outro
locais estiveram também em Ven
JTM | LOCAL Carlos Marreiros durante a ante-estreia
na Bienal de Veneza
nale, passaram muitos visitantes, incluindo especialistas. Um dos directores do Museu de Arte de Nova Iorque mostrou interesse na exposição, assim
ue gerou mais curiosidade ao público em geral
mação.
os quatro artistas
neza: Sequeira Pa
15
FOTO FORTES PAKEONG SEQUEIRA
e Junho de 2013
Muitos visitantes passaram pelo Pavilhão de Macau, alguns dos quais eram de Portugal e de Macau
A obra que mais curiosidade gerou: a “Arca de Noé”
Keong, Lai Sio Kit, Chan Ka Keong e Denis Murrell, que foram seleccionados pelo Museu de Arte de
Macau para participação no programa de visitas.
Marreiros disse que a abertura da exposição
ultrapassou as suas expectativas
A exposição vai manter-se aberta ao público até Novembro
16 JTM | PUBLICIDADE
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | PUBLICIDADE
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
Direcção dos Serviços de Finanças
CONVITE
O INSTITUTO INTERNACIONAL DE
MACAU (IIM)
tem o prazer de convidar para uma singela
homenagem ao Monsenhor Manuel Teixeira,
com:
1 – lançamento do livro “Manuel Teixeira,
de menino a Monsenhor”, de José
MárioTeixeira;
2 – uma conversa com Fernando Vinhais
Guedes sobre os últimos anos de
Manuel Teixeira.
Data: 7 de Junho de 2013
Hora: das 18H00 às 19h30
Local: Rua de Berlim, Edf. Venus Court, 240
2.º andar, (NAPE)
Telefone: 2875-1727
Fax: 2875-1797
E-mail: [email protected]
AVISO
COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL
1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM
abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei
n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria
n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamnte renovado por um
período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados
proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços
de Solos, Obras Públicas e Transportes.
Localização dos terrenos:
- Rua Um do Bairro Iao Hon, n.ºs 8 a 20A, Rua Dois do Bairro Iao Hon,
n.ºs 7 a 21 e Rua Quatro do Bairro Iao Hon, n.ºs 52 a 72, em Macau;
- Estrada Marginal do Hipódromo, n.ºs 15 a 33, Rua Um do Bairo Iao Hon, n.º 8 e
Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 1 a 7, em Macau, (Edifício Iau San);
- Rua Quatro do Bairro Iao Hon, n.ºs 67 a 81, Rua Seis do Bairro Iao Hon, n.ºs 66 a 86,
Avenida da Longevidade, n.ºs 23 a 47 e Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 24 a 48,
em Macau, (Edifício Centro Comercial Wong Kam).
2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da
notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no
rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro
de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada
ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.
3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança
coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima
mencionada
Aos 24 de Maio de 2013
A Directora dos Serviços de Finanças,
Vitória da Conceição
17
Direcção dos Serviços de Turismo
Mandado de Notificação Nº 145/AI/2013
--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível
proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se
a infractora YANG YINGZHI (portadora do Salvo Conduto de dupla
viagem da R.P.C. n.º W44704xxx), que na sequência do Auto de
Notícia n.º 38/DI-AI/2012, de 27.04.2012, levantado pela DST e
por despacho da signatária de 30.05.2013, exarado no Relatório n.º
175/DI/2013, de 29.04.2013, foi desencadeado procedimento
sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada na Rua de
Luís Gonzaga Gomes n.º 576, Edifício Hung On Center, Bloco II, 10.º
andar P e utilizada para a prestação ilegal de alojamento.
--No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias,
contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua
defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia,
oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito.
Nos termos do n.º 2 do artigo 14.º da Lei n.º 3/2010 não é admitida
apresentação de defesa ou de provas fora do prazo.
--A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao
artigo 2.º da Lei n.º 3/2010, tal facto é punível nos termos do n.º 1 do
artigo 10.º da Lei n.º 3/2010.
--O processo administrativo pode ser consultado, dentro das
horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento
e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos
d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.º andar, Macau.
--Direcção dos Serviços de Turismo, aos 30 de Maio de 2013.
A Directora dos Serviços
Maria Helena de Senna Fernandes
18 JTM | LOCAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
VINHAIS GUEDES REALIZOU ONTEM PALESTRA SOBRE DOPING NO DESPORTO
“Quando o ladrão vai sempre à frente do polícia”...
Fernando Vinhais Guedes esteve ontem
no Clube C&C para uma palestra sobre
doping no desporto. Uma abordagem
histórica, mas também pedagógica que
procurou sensibilizar os presentes sobre uma
problemática que se tem tornado cada vez
mais complicada de identificar
Pedro André Santos
O
doping no desporto é um problema difícil de
combater desde que começou a aparecer. Se,
por um lado, a ciência tem ajudado a encontrar formas de detectar melhor determinadas substâncias, há também o “reverso da medalha”, havendo
a possibilidade de as “camuflar” e dificultar assim o
controlo.
“Há substâncias sintéticas que são mais difíceis de
identificar. É um processo moroso, são sempre três
meses na primeira fase, depois pedem uma contra-análise, que são mais três meses, e é cada vez mais
caro. É uma luta difícil, onde o ladrão vai sempre à
frente do polícia”, disse ao JTM Fernando Vinhais
Guedes.
O professor realizou ontem uma palestra no Clube
C&C sobre a temática, procurando consciencializar os
presentes com uma abordagem histórica, mas também pedagógica sobre o doping. Para além de falar
dos atletas que se têm notabilizado pela negativa, Vinhais Guedes dedicou também uma grande atenção à
diversidade de substâncias utilizadas e quais as suas
consequências para o organismo.
“É preciso passar a ideia de que já não há mo-
dalidades que não usam substâncias adequadas ao
seu tipo. Mesmo no golfe, que é uma prática eclética, passando pelo tiro e arco e flecha, onde utilizam
calmantes para ter uma coordenação mais eficaz”,
exemplificou o antigo responsável pela Repartição de
Juventude e Desportos de Macau (entre 1981 e 1985).
O responsável salienta que, por vezes, o próprio
atleta “não sabe”, já que toma suplementos vitamínicos que “camuflam” algumas drogas. Mas, está claro,
existem outras situações em que estão plenamente informados, como nos casos de doping sanguíneo. “Estou consciente que a maior parte destes atletas, treinadores ou dirigentes não estão interessados nisto, o
que interessa é vencer. O desporto não é diferente do
que se passa na vida, o que interessa é ganhar e ser
rico”, disse.
Avanços da ciência preocupam
A questão do doping não tem abrandado, devido
às dificuldades em controlar, mas o futuro poderá vir
a ser bem mais negro, no entender de Vinhais Guedes,
por causa do doping genético. “Estaríamos perante
uma aberração incrível. Pega-se num gene de uma outra pessoa, com determinadas características, e torna-se possível introduzir no núcleo de uma célula um
gene exterior que produz uma proteína muito mais
avançada. Passaríamos a ter super-homens e super-mulheres, Deus nos livre de chegarmos a uma fase
dessas”, alertou.
Vinhais Guedes não tem dúvidas que “a ciência é
uma coisa linda”, principalmente pelo seu contributo
para a saúde e combate às doenças, mas deixa bem
claro que “se for mal usada é uma catástrofe”.
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LOCAL
19
DOMINGO HÁ “DERBY” KA I-MONTE CARLO
Duas equipas com pensamento na vitória
FOTO ARQUIVO
“Não podemos pensar no empate”, diz Tam
Iao San, enquanto Josecler salienta que “no
futebol nada é impossível”. As palavras são
dos treinadores, que prometem fazer um jogo
aberto, na penúltima jornada da Liga de Elite.
Ao Monte Carlo o empate pode chegar, mas o
Ka I terá de ganhar e marcar muitos golos
Vítor Rebelo
E
stão lançados os dados para um grande jogo
no Estádio de Macau, domingo à tarde, que
pode definir já quase tudo em termos de tí-
tulo.
As duas equipas estão separadas por três pontos
e face aos regulamentos não chegará ao Ka I derrotar o seu adversário pela margem mínima, longe
disso, terá de o fazer por cinco tentos de diferença
para conseguir levar a melhor sobre o outro interessado nestas contas, Benfica.
Senão vejamos: o Benfica tem, nos confrontos
entre os três candidatos, um coeficiente positivo de
5-3, contra 5-4 do Monte Carlo, enquanto que o Ka
regista um coeficiente negativo de 3-6.
A tarefa apresenta-se muito complicada para o
actual campeão, “mas nada é impossível no futebol”, como disse em jeito de antevisão do clássico, o
técnico brasileiro Josecler.
“Sabemos que temos de dar tudo o que temos e
se calhar o que não temos, deixar a vida no relvado,
para ganhar ao Monte Carlo por uma margem que
nos possibilite ainda lutar pelo título. Este é de facto o desafio do tudo ou nada e os meus jogadores
sabem disso. Certamente que vão entrar com determinação, a mesma por exemplo com que jogaram
face ao Lam Pak. Nada é impossível no futebol.”
sar por um excelente momento de forma, bem demonstrada nos resultados da segunda volta, já só
tem dois adversários teoricamente fáceis até ao fim
da temporada, Chau Pak Kei e Kei Lun.
Confiança no Ka I
Empate pode servir
Do lado do Monte Carlo, Tam Iao San está tranquilo e confiante. “Não temos medo de nenhum
adversário e é sempre bom para qualquer equipa
enfrentar situações difíceis. Esta vai ser uma delas,
mas iremos como sempre lutar pela vitória, que nos
abre boas perspectivas para chegarmos ao primeiro
lugar, ainda que falte ainda mais uma jornada”.
Monte Carlo e Ka I são os únicos que apenas dependem de si próprios para serem campeões, com o
Benfica na expectativa de um deslize de um deles,
mas principalmente dos “azuis e amarelos”.
Ao clube de Firmino Mendonça uma derrota
pela margem mínima que seja, não interessa, uma
vez que ficaria atrás do Benfica nas contas do “goal
average” e entregaria às “águias” a hipótese de
atingir o título.
Isto porque o conjunto de Bruno Álvares, a pas-
O Monte Carlo terá assim de pelo menos de empatar face ao Ka I para manter vivas as esperanças,
ainda que não tenha tarefa fácil na derradeira ronda, diante do Lam Pak.
Os “canarinhos” foram um pouco abaixo depois do
desaire com o Benfica, mas a equipa tem recuperado e,
segundo o seu treinador, isso já pertence ao passado.
“Reconheço que esse desaire com o Benfica
afectou um pouco a minha equipa, mas facilmente ultrapassámos essa situação e voltamos agora a
acreditar nas nossas potencialidades. Tenho feito
um trabalho intenso de recuperação psicológica,
simultaneamente ao trabalho de campo, para que
os jogadores estejam a cem por cento para os últimos jogos, que vão ser decisivos para a questão to
primeiro lugar. Penso que é normal perder jogos ao
longo do campeonato e nós perdemos um.”
Tam Iao San, que já levou o Monte Carlo ao título em 2009, está agora perto de o conseguir novamente. Basta um empate face ao Ka I e depois um
triunfo sobre Lam Pak no fecho da prova. “Não vamos seguramente jogar para empatar. Sei que esse
resultado serve os nossos interesses, mas é um risco
estarmos a pensar numa igualdade. O Monte Carlo
entra sempre para ganhar, independentemente do
adversário. Nós e o Ka I conhecemo-nos muito bem,
sabemos as características de cada um e por isso vai
ser certamente um encontro aberto, com as duas
equipas a quererem ganhar”, afirma o técnico.
Relativamente ao “onze” a apresentar de início,
o treinador do Monte Carlo vai deixar no banco o
avançado brasileiro Denilson. “Ele tem estado em
recuperação de uma lesão e não treinou durante
uma semana. Vou colocá-lo no banco de suplentes,
até porque temos outras alternativas de ataque.
Leong Ka Hang está já em pleno e dá garantias,
para além de outras opções. De qualquer modo, a
nossa política é apostar no colectivo e não num ou
noutro jogador, individualmente.”
Calendário da 17ª Jornada da Liga de Elite
Hoje
Polícia-Kuan Tai (19:00)
Jogo no Estádio da Universidade de Ciência e
Tecnologia
Lam Ieng-Sub 23 (19:30)
Jogo no Estádio de Macau, na Taipa.
Amanhã
Benfica-Chau Pak Kei (16:00)
Domingo
Ka I-Monte Carlo (16:00)
Lam Pak-Kei Lun (18:00)
Jogos a realizar no Estádio de Macau, na Taipa.
Na primeira volta, Monte Carlo venceu o Ka I por 3-2
Quanto a outro dos ausentes na última partida,
face à Polícia, Francisco Rafael, está já a postos de
dar o seu contributo e deverá entrar de início.
Algumas ausências no Ka I
Do lado do Ka I há mais “dores de cabeça” para
o treinador Josecler. “Nós temos um plantel limitado, essa é uma realidade há já alguns anos e por isso
quando faltam alguns dos habituais titulares, mais
limitado fica. É o caso deste jogo, uma vez que não
podemos contar com Alison Brito, castigado, Cleber
e Marcelo, a recuperarem de lesões. Mas isso não
quererá dizer que não vamos apresentar um “onze”
para lutar pela vitória, já que os disponíveis vão certamente dar o máximo para ganhar e marcar muitos
golos. Não vamos deixar o adversário respirar.”
O brasileiro Cesinha, que não jogou contra o
Lam Pak, deverá regressar ao “onze” do Ka I.
A equipa tem melhorado gradualmente desde a
pesada derrota com o Benfica. “Isso é uma realidade, tem melhorado porque temos puxado na preparação. O triunfo sobre o Lam Pak é uma prova disso. Os jogadores querem mostrar tudo neste jogo e
vão, tenho a certeza, entrar com grande determinação, até porque somos uma equipa de guerreiros. É
um desafio importante para os dois lados, estamos
ambos na guerra. Tudo pode acontecer”, sublinha
Josecler.
Este é sem dúvida o jogo grande da décima sexta
jornada da Liga de Elite do futebol de Macau, na
qual o Benfica defronta Chau Pak Kei (no dia anterior ao Monte Carlo-Ka I) e é claramente favorito.
Os “encarnados” ficam assim na expectativa de
um resultado que os possa favorecer, a sair do clássico de domingo, isto depois de uma campanha vitoriosa, diante dos rivais ao título, nesta segunda
volta da competição.
Campeonato da II Divisão
Resultados da 16ª Jornada
Alfândega– Casa de Portugal
Sporting– Hong Ngai
3-1
3-0
20 JTM | ACTUAL
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
COREIAS
OBSERVATÓRIO
Carlos Frota*
Kaesong faz reabrir diálogo
Os Governos das Coreias concordaram em discutir a reabertura do complexo industrial conjunto
e outras questões polémicas. O repto partiu de Pyongyang
A
recente onda de violência que se espalhou
pelas ruas da maior parte das cidades turcas, tem de peculiar que, sendo provocada
por uma razão distinta, acabou por se propagar
a todo o país, por motivos completamente diferentes.
De facto, a partir do descontentamento provocado pelas autoridades, pela não preservação de
um local central, como zona verde, em Istambul,
na Praça Taksim - a revolta propagou-se a todo o
país, por razões completamente diferentes.
Das justificações declaradas pelos manifestantes, ressaltam duas acusações dirigidas ao PM Erdogan: autoritarismo como forma de governo, e
o prosseguimento de um projecto não declarado
de islamização do país.
Tendo subido ao poder como representante
de uma corrente moderada do Islão, e reiterando nos seus discursos a intenção de respeitar as
instituições democráticas turcas, Tayyip Erdogan
tem sido defrontado, na implementação da sua
agenda islâmica, com a resistência protagonizada
pela forte tradição secular, sendo a classe média
que resiste a uma evolução da sociedade turca
que a aproxime dos vizinhos muçulmanos do
Médio Oriente.
Vizinhos sunitas e xiitas para os quais o Estado secular é uma aberração, porque negando o
primado da lei islâmica e consentindo liberdades
fundamentais que contradizem um certo entendimento do Corão.
Justamente apontada como um dos dois
exemplos de compatibilidade entre Islão e Democracia (o outro é a Indonésia) a Turquia demonstra, pelas suas dificuldades mais recentes,
expressas neste surto de violência nas ruas, que
uma agenda religiosa é sempre contraditória com
princípios gerais de livre escolha e que a população está alerta e bem informada - e sobretudo
está habituada há décadas a um certo tipo de sociedade que não quer abandonar.
É obvio, mesmo para o observador externo,
que as elites turcas e a classe média defendem
uma democracia de tipo ocidental e, desconfiando dos objectivos não declarados de islamização
que atribuem ao primeiro ministro, candidato
presidencial “inevitável” no próximo ano.
Tudo isto tem como pano de fundo uma personalidade muito forte de Erdogan. A quem um
manifestante atribuía, por isso mesmo, o síndroma de Napoleão...
É esse projecto de poder pessoal que se pretende inviabilizar, de modo algo prematuro, e
nas ruas, em vez de ser nas urnas, como é imperioso que seja.
No plano internacional e regional, o menos
que se poderia desejar seria a desestabilização
social e política de um país que é chave para as
futuras evoluções do Médio Oriente e que nenhum outro substitui como país-charneira entre
Europa e Ásia.
Com a Síria a viver uma evolução preocupante, pelo acrescido envolvimento de actores exteriores, a estabilidade na Turquia é fundamental,
pela sua proximidade imediata com a zona de
conflito.
Todavia, as dinâmicas internas das sociedades
não são contidas por meras conveniências geoestratégias, nem as respeitam.
O governo de Erdogan tem assim pela frente o
desafio imediato de não alienar ainda mais parte
apreciável do país que o não acompanha - pelos
vistos - e de quem desconfia...
*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e
Indonésia. Docente da Universidade de S. José.
A
FOTO ARQUIVO
O síndroma
de Napoleão
Coreia do Sul propôs ontem
um encontro interministerial
com a Coreia do Norte, a 12
de Junho, para renovar o diálogo,
depois de tensões militares entre os
dois países, divididos há seis décadas. A proposta foi apresentada pelo
ministro da Unificação sul-coreano,
Ryoo Kihl-jae, encarregado das relações entre os dois vizinhos, e depois
de Seul ter anunciado, pouco antes,
que aceitava a proposta do Norte de
iniciar, pela primeira vez nos últimos
anos, conversações oficiais sobre várias questões polémicas comerciais e
humanitárias.
Pequim já saudou o acordo alcançado entre Seul e Pyongyang
para reiniciar o diálogo e manifestou
confiança de que as duas Coreias
consigam “inverter a situação” rapidamente e manter a paz na península, segundo disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros
chinês, Hong Lei, no encontro diário
com a imprensa.
Hong Lei lembrou que o Governo chinês “sempre apoiou as duas
partes a melhorar a situação através do diálogo”. “Esperamos que a
Coreia do Sul e a Coreia do Norte
aproveitem esta oportunidade para
construir uma relação de confiança
mútua”, acrescentou.
Em comunicado, difundido
pela agência estatal norte-coreana
KCNA, a Comissão do Norte para
uma Reunificação Pacífica da Coreia
(CPRK, em inglês), responsável pelas relações com o Sul, propôs iniciar
negociações, especificamente, sobre
o complexo industrial inter-coreano
de Kaesong e a reunião de famílias
separadas pelo fim da Guerra da
Coreia, em 1953. O CPRK não especificou o nível de representação para
estas negociações e deixou a Seul a
Complexo de Kaesong foi encerrado por ordem de Pyongyang, no início de Abril
escolha de um local e uma data.
“As questões humanitárias,
como a reunião das famílias separadas, podem ser debatidas nestas
negociações, se necessário”, indicou
o CPRK. Os últimos encontros deste
tipo foram organizados pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha,
em 2010.
Considerado fundamental para
a obtenção de divisas estrangeiras
pelo regime comunista, o complexo
de Kaesong, onde trabalhavam mais
de 50.000 funcionários norte-coreanos e centenas de técnicos sul-coreanos, foi encerrado por ordem de
Pyongyang, no início de Abril. Kaesong nasceu “da diplomacia do raio
de sol”, concretizada pela Coreia do
Sul entre 1998 e 2008 para encorajar
os contactos entre os dois países.
A Coreia do Sul tinha já proposto conversações sobre Kaesong,
mas sem êxito. Esta nova proposta
do Norte poderá levar Seul a exigir
um alargamento do leque das negociações.
Viragem estratégica
No entanto, um investigador do
centro de estudos sul-coreano “Sejong” afirmou que “podem surgir
problemas na constituição da ordem
do dia e é natural que se duvide da
sinceridade da Coreia do Norte”.
Para Paik Hak-soon, a oferta norte-coreana é “uma viragem estratégica” característica do regime “que
colocou, assim, a bola do lado da
Coreia do Sul”.
O Norte afirmou estar também
disposto a negociar o reinício das visitas turísticas ao monte Kumgang,
um dos locais mais procurados na
Coreia do Norte, devido aos cumes,
vegetação, desfiladeiros e vista sobre o mar. Tal como Kaesong, o
monte Kumgang fornece milhões de
dólares à Coreia do Norte, um país
arruinado pelas ambições militares,
que lhe valeram diversas sanções
internacionais, diplomáticas, comerciais e financeiras.
Estes anúncios surgem depois de
meses de forte tensão entre os países
ocidentais e o regime de Pyongyang,
na sequência de um terceiro teste
nuclear norte-coreano, em Fevereiro, seguido de ameaças de ataques
contra os Estados Unidos.
MOÇAMBIQUE
Maputo garante milhões da UE
A Comissão Europeia vai financiar três projectos em Moçambique, num montante total
de 93 milhões de euros
O
s projectos financiados pela UE visam proporcionar o acesso a água potável a 50 mil
pessoas, desenvolver as oportunidades comerciais, graças à melhoria de um corredor de transportes internacional, e ajudar a finalizar a construção
de dois hospitais, precisou a Comissão Europeia.
Segundo Bruxelas, “não obstante o crescimento
económico registado em Moçambique, o país continua a defrontar-se com enormes dificuldades, nomeadamente escassez de infra-estruturas, elevados
índices de pobreza e acesso deficiente à educação e
aos cuidados de saúde”.
“Estes novos programas são uma prova clara do
empenhamento da UE em apoiar Moçambique na
construção das infra-estruturas sociais e económicas
necessárias para combater a pobreza no país. Espero,
sinceramente, que este apoio se faça acompanhar de
outros investimentos que multipliquem os seus efeitos positivos”, afirmou o comissário europeu para o
Desenvolvimento, Andris Piebalgs.
Um primeiro projecto, que deverá arrancar ainda
antes do final do corrente ano, destina-se a que cerca
de 50 mil novos utilizadores tenham acesso a água
potável e a saneamento, permitindo, assim, acelerar a
realização do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio relativo à água e ao saneamento.
Dos 11 milhões de euros previstos para este projecto, nove milhões serão concedidos pela UE, um milhão pelo Governo de Moçambique, e um milhão pela
UNICEF (responsável pela execução).
Um segundo projecto, no montante de 81 milhões,
diz respeito à última componente que falta para completar o corredor de transportes que liga o Malawi
aos portos de Moçambique e que, segundo Bruxelas,
constitui uma rota fundamental para a integração regional de Moçambique na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
A UE financiará ainda acções para completar a
construção de dois importantes hospitais: o hospital
do distrito de Gilé, o único hospital da província da
Zambézia, e o Centro de Investigação em Saúde de
Manhica, que realiza estudos importantes no domínio da malária, do HIV/SIDA e da tuberculose. Este
projecto, num valor de 3 milhões de euros, deverá arrancar em meados de 2014.
JTM/Lusa
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | ACTUAL
VOLTA AO
MUND
CHINA
CHINA
19 províncias suavizam
política do filho único
A queda da taxa de fertilidade está a motivar importantes mudanças nas regras de planeamento
familiar no Continente chinês. Cerca de duas dezenas de províncias já começaram a aliviar as regras
sobre a idade das mulheres autorizadas a ter um segundo filho
O
relaxamento da política de filho único começou a ser
implementado em 19 províncias e regiões da China
Continental, onde a curva descendente da taxa de
fertilidade (em 2011 caiu para 1,1 filho por mulher em idade
fértil) tem contribuído para o aumento das vozes defensoras
de uma revisão das estratégias de planeamento familiar.
De acordo com os media do Continente, o mais recente
capítulo dos reajustamentos à política geral que vigora há
mais de três décadas foi protagonizado pelas autoridades
da província oriental de Shandong, que aprovaram no dia
2 de Junho uma revisão ao quadro legislativo que proibia
as mulheres com menos de 30 anos de terem um segundo
filho.
Ao abrigo das novas regras, as mulheres casadas poderão solicitar uma autorização ao Governo de Shandong para
terem um segundo filho antes de completarem 30 anos. Essa
possibilidade é válida desde que tenham sido mães pela primeira vez antes dos 25 anos.
As autoridades garantem ainda assim que a política
de planeamento familiar continuará a ser alvo de rigorosa
fiscalização, sujeitando-se os infractores ao pagamento de
multas.
A província de Shandong esteve envolvida em polémica,
depois de Chen Guangcheng, activista cego que agora estuda Direito nos Estados Unidos, ter denunciado e combatido
as práticas de esterilização e abortos forçados ali levadas a
cabo ao abrigo da lei do filho único.
Com a flexibilização das regras demográficas em Shandong, o director da Comissão de Planeamento Familiar es-
tima que o número de nascimentos na província poderá
ascender aos 250 mil em 2018.
A revisão das leis de 2000 que regulam a idade das mulheres autorizadas a terem um segundo filho também já foi
concretizada em Jilin, Hainão, Xinjiang, Hunan, Zhejiang,
Hubei, Shanxi, Mongólia Interior, Shaanxi, Jiangxi, Guizhou,
Gansu, Guangdong, Anhui, Guangxi, Fujian e Jiangsu.
90% dos pais apoiam educação sexual
Mais de 90% dos pais chineses apoiam a integração da
educação sexual para menores nos currículos escolares,
indica um estudo realizado em conjunto pelo jornal
“Beijing News” e pelo “Maple Women’s Psychological
Counseling Center”, uma organização não governamental.
O estudo, que foi conduzido após uma série de escândalos
de crianças molestadas, envolveu inquéritos a mais de
1.100 pais e 107 crianças, com idades entre os 6 e os 14
anos. Os resultados comprovam que as crianças recebem
pouca educação sexual, tanto na escola como em casa,
e possuem escassa consciência ou capacidade para lidar
com situações de ofensas sexuais. Apenas 8,3% dos pais
afirmaram que os filhos aprendem educação sexual na
escola, enquanto que 43,5% confirmaram a ausência
dessas aulas. Por outro lado, apenas 18,6% ensinaram as
crianças a pedir ajudar ou fugir quando forem insultadas.
MYANMAR
Suu Kyi quer ser Presidente
A líder da oposição birmanesa ambiciona disputar a eleição presidencial prevista para 2015. Mas,
para isso, será necessária uma revisão da Constituição, lembrou Aung San Suu Kyi
Q
uero ser candidata à presidência e sou bastante clara sobre
isso”, disse ontem Aung San
Suu Kyi, ao intervir no Fórum Económico Mundial sobre o leste da Ásia,
realizado na capital de Myanmar,
Naypyidaw. Prevista para 2015, a
eleição presidencial é apontada como
a primeira disputa livre no país em
mais de meio século.
A Prémio Nobel da Paz, que é deputada desde as eleições legislativas
parciais de 2012, depois de ter passado 15 anos em prisão domiciliar durante o antigo regime da junta militar,
já tinha dado a entender em várias
ocasiões que poderia vir a concorrer
ao cargo de Presidente de Myanmar,
mas nunca tinha sido tão taxativa.
“Se afirmasse que não quero ser
Presidente, não seria honesta”, disse
a líder da oposição birmanesa perante
quase mil pessoas de mais de 50 países participantes num evento que é
tido como o “Davos asiático”.
Suu Kyi recordou, no entanto, que
a actual Constituição impede os cidadãos birmaneses casados com estrangeiros de disputarem o cargo de
Chefe de Estado. O falecido marido
da Prémio Nobel, Michael Aris, era
britânico, tal como os seus dois filhos.
“Para que eu possa ser eleita à presidência, seria necessária uma emenda
da Constituição”, disse a líder da Liga
Nacional pela Democracia, citada pela
agência AFP.
A revisão da Constituição é de
resto um dos principais objectivos do
partido de Suu Kyi, que considera o
seu conteúdo como anti-democrático.
Nas eleições parciais de 2012, a
Liga Nacional para a Democracia, de
Suu Kyi, conseguiu 43 dos 44 lugares
em disputa no Parlamento, controlado
pelo partido criado pela junta militar.
Após a sua eleição, Suu Kyi manifestou sinais de aproximação aos militares, sendo que, em Março deste ano,
assistiu mesmo, pela primeira vez, ao
desfile anual das Forças Armadas.
Um “apagão” eléctrico deixou milhões de
pessoas no escuro durante hora e meia em
várias zonas de Xangai na noite de quarta-feira. Apesar de não haver registos de feridos ou acidentes graves, muitas pessoas
ficaram presas em elevadores e carruagens
do Metro. A avaria deveu-se à falha de um
grande condutor eléctrico, que paralisou
três subestações de transformadores.
TIMOR-LESTE
A III edição das corridas de cavalos de Batugadé arranca amanhã numa organização
conjunta do Ministério do Turismo e da
Associação dos Proprietários e Criadores
de Cavalo de Timor-Leste e com prémios
superiores a 500 mil patacas. Nas corridas
tradicionais timorenses, os jóqueis correm
sem cela e utilizam apenas uma corda para
agarrar o cavalo.
ÍNDIA
A polícia indiana anunciou a detenção de
três suspeitos de terem violado uma turista
norte-americana, de 31 anos, no norte do
país. A mulher tinha pedido boleia e entrou
num camião, onde estavam três homens
que a violaram.
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
O Governo de São Tomé e Príncipe vai construir seis pequenos portos nas zonas norte e
sul do país com vista a facilitar o escoamento dos produtos e circulação de pessoas
e bens, avaliados em mais de 140 milhões
de patacas. A construção desses pequenos
portos, segundo o Governo, visa, “a curto
prazo, trazer melhorias às condições de vida
das populações”.
ESTADOS UNIDOS
Pelo menos seis pessoas morreram e 14 ficaram feridas após o colapso de um edifício
na quarta-feira no centro da cidade de Filadélfia, Estado da Pensilvânia. Treze pessoas
foram resgatadas com vida, a maioria com
ferimentos ligeiros.
CUBA
A Comissão Cubana de Direitos Humanos e
Reconciliação Nacional denunciou que, em
Maio, foram registadas, pelo menos, 375 detenções temporárias por razões políticas em
Cuba. Segundo a Comissão liderada pelo
activista Elizardo Sánchez, tratou-se de um
“aumento moderado” face a Abril, quando
foram contabilizadas 366 detenções políticas.
VENEZUELA
As autoridades venezuelanas expulsaram
do país o cineasta norte-americano Timothy
Tracy, que foi detido em Abril por alegadas
acções de espionagem. “Este cidadão tinha
uma série de trabalhos feitos com jovens
pertencentes a partidos políticos [opositores] como o Primeiro Justiça, Vontade Popular, assim como trabalhos de inteligência
em que ia angariando informação através
de vídeos, fotografias e reuniões”, justificou
o Governo de Caracas.
ISRAEL
Um juiz israelita que criou uma onda de
polémica ao dizer que “há raparigas que
gostam de ser violadas” já apresentou a sua
demissão. A decisão de Nissim Yeshaya foi
considerada “apropriada” pela ministra da
Justiça, Tzipi Livni.
21
22 JTM | ROTEIRO
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
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Casamento 22:10 Escrito nas Estrelas 23:00 TDM News 23:31 Portugueses
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Rugby 7s season review 21:00 Inside European Rally Championship 21:30
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28 517 520
Rádio Macau
28 568 333
Macau Cable
28 822 866
CLUBE MILITAR DE MACAU
Avenida da Praia Grande, 975, Macau
TEL: 28714000
SOCIEDADE PROTECTORA
DOS ANIMAIS DE MACAU
ANIMA
A programação é da responsabilidade das estações emissoras
TEL: 28715732/63018939
• • • TEMPO
WWW.SMG.GOV.MO
• • • HOJE 07/6
260C / 310C
CINETEATRO
S1 After Earth - 14:30 • 16:30 • 19.30 • 21:30
S2 Long Weekend
14:30 • 16:15 • 18.00 • 21:45
TORRE DE MACAU
THEATER VÁRIOS
THEATER VÁRIOS
Star Trek Into Darkness 3D - 19:30 • 20:50 • 22:00 • 22:50 • 23 •15 • 00: 30
Trance
THEATER 8
14:35 • 16:3 5
Snitch - 18:30 • 20:40 • 01:50
THEATER 6 & 9*
THEATER 6
Star Trek: Into Darkness (3D) (estreia dia 16)
14:00 • 16:30 • 19:00 • 21:30
Dark Skies - 16:30 • 18:25 • 01:35*
GALAXY
THEATER 7
The Last Exorcism Part II - 20:15 • 23:00 • 00:45
GRAND THEATER
THEATER VÁRIOS
Great Expectations (02 de junho)
The Great Gatsby 3D
14:00 • 16:30 • 19:10 • 21:50 • 00:30
THEATER 6
Iron Man 3 (3D) - 13:40 • 14:50 • 16:00 • 18:25 • 22:20 • 00:50
• • • AMANHÃ 08/6
270C / 320C
The Big Wedding - 00:50
16:35
• • • CÂMBIOS
PATACA US DÓLAR
EURO
YUAN (RPC)
BNU
COMPRA VENDA
7.94
8.04
10.4210.55
1.255
1.316
JTM | OPINIÃO 23
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
Problemas da sua dimensão
J
á deve ter reparado que aqueles
Dias que assinalam alguma coisa
fundamentam muitas vezes estas palavras que aqui se partilham,
mas hoje garanto que não é por falta
de ideias que me veio à cabeça mais
um desses Dias que normalmente
são apenas uma ferramenta para apetrechar uma festa desfeita ao cair da
meia-noite, num sinal mais mágico e
repentino que o final dos contos de
fadas.
Tem-se dito várias vezes que Macau é um lugar “santo” porque a
fome raramente ataca - eles e elas caminham diariamente para a escola -,
não há meninos e meninas com armas
nas mãos, que dormem na incerteza
de uma nova manhã ou desaparecem
quando bebem o som de uma bala. Na
verdade nunca me estenderam o braço a pedir que uma moeda caia num
copo azul como se lhes caísse no estômago, como acontece por exemplo no
Camboja ou em outros países, digamos asiáticos - para limitar o círculo,
embora não estejam em causa comparações.
Sim aqui as armas são apenas de
DIDASCÁLIAS
Fátima Almeida*
brincar e acompanhadas de vozes miúdas que sonham ser polícias, ou entrar
nalgum cenário de filme, embora os
pais aconselhem vivamente o estudo
das línguas ou da “doutoracia”, com
gravata que se veja ou milhões que se
contem. Aqui as armas são apenas de
brincar, mas algumas ferem.
Sim aqui também é verdade que as
crianças continuam a não ter uma lei
específica que as proteja. As associações no silêncio do seu grande coração
tentam vencer os desafios diários - algumas criam dezenas de crianças até à
vida adulta ou porque os pais não têm
condições ou simplesmente por essas
condições riscam a responsabilidade
de o ser (sem dela abdicar). E assim a
oportunidade de abrir uma nova janela cai no esquecimento. Vivem numa
• • • HÁ 20 ANOS
In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”
07/06/1993
esperança que um Governo não quer
alimentar. Crescer no seio de uma família, brincar em montanhas verdes –
que se teimam em destruir. Estudam, e
cada vez mais no dilema – ‘devo ser o
melhor ou esperar que as pessoas que
representam a minha terra exterminem
os que vêm de fora e só têm a opção de
serem melhores do que eu para sobreviver’?
Não fome, digamos quase não há –
ainda que centenas de famílias entre
os mais de 500.000 habitantes tenham
de atenuar as dores orçamentais com
a ajuda das associações - mas não se
diga também que as dificuldades são
mínimas, porque cada pedaço de terra
tem problemas da sua dimensão. Que
o corrói também da mesma dimensão
se não houver pulso - já não digo forte - mas sensível o suficiente para tirar
os olhos dos números e aplicar algo do
saldo do bruto desenvolvimento para
cumprir alguns sonhos. Que repara neles primeiro. Ou aprenda também com
a generosidade de muitos que cá nasceram e vivem mas também beberam
esperanças de fora.
* Jornalista do JTM
Dentro do pesadelo
N
o ano do Ultimato (1890), um grupo de cidadãos do
Porto decidiu convidar o venerável filósofo Antero
de Quental para presidir a uma associação cívica
destinada a expressar a sua revolta contra o império britânico: a Liga Patriótica do Norte. Contudo, ao contrário
do que todos esperariam, o grande poeta não invectivou a
orgulhosa Albion, no seu manifesto intitulado “Expiação”.
Pelo contrário, voltou-se para dentro da alma portuguesa e
escreveu: “O nosso maior inimigo não é o inglês, somos nós
mesmos. (...) Não é com canhões que havemos de afirmar a
nossa vitalidade nacional, mas com perseverantes esforços
da inteligência e da vontade, com trabalho, estudo e rectidão.”
Dois anos depois da vitória eleitoral de Passos Coelho,
o paladino que derrubou o governo anterior por causa da
austeridade excessiva do PEC IV, Portugal parece um campo de batalha onde foram detonadas as famosas bombas de
neutrões do final da guerra-fria, aquelas que liquidariam as
pessoas, deixando os edifícios intactos. Entre os 250 000 novos emigrantes, muitos deles jovens altamente qualificados,
e os cerca de 300 000 desempregados produzidos pelo “ajustamento”, as “baixas” causadas pela política deste governo
assumem a grandeza numérica dos confrontos das guerras
mundiais. E tudo isso para continuarmos a ter um défice
que não desce, um PIB com uma queda acumulada de 8,2%,
uma dívida pública que disparou para os 127%. É verdade
que, pela primeira vez desde os tempos da venda do volfrâmio (1943), tivemos um saldo comercial positivo. Mas isso é
também um sinal da anemia de um mercado interno estiolado, e contaminado pela desconfiança. Os portugueses não
compram, ou por pobreza, ou por medo. Não por virtude.
Poderia ser de outro modo? Hoje não vou perder tempo a criticar o governo de Merkel. Deixo para os alemães
a explicação das razões profundas para a sua crónica incompetência quando se trata de “grande política”. Óptimos
na organização do trabalho, péssimos no Estado. Foram os
últimos na Europa a chegar ao Estado-Nação (1871), e nas
duas vezes que quiseram fazer um império incendiaram o
mundo. A “Europa alemã” actual, se for deixada à solta na
desmesura das suas baionetas económicas, não conhecerá
melhor destino. Mas não, hoje o que me preocupa é perceber como é que este governo fez do “ir além da troika” a
sua bandeira. Mesmo em regime de protectorado, não era
PROJECTO DE DIPLOMA
QUASE CONCLUÍDO
O projecto de diploma de integração
dos funcionários públicos de Macau nos quadros da República está
já concluído e aguarda apenas a sua
regulamentação para ser publicado,
revelou à agência Lusa uma fonte
oficial ligada ao processo. “Neste
momento, os técnicos estão na fase
de regulamentação do projecto de
diploma”, precisou a fonte contactada pela Lusa, adiantando que todo o
trabalho legislativo está a ser desencadeado pela República, em estreita
colaboração com as autoridades de
Macau. Para o informador, o trabalho agora em curso reveste-se de um
carácter muito delicado, pois – disse
– torna-se necessário encontrar um
“amplo consenso” e uma “grande
sintonia” junto das autoridades de
Portugal, da República Popular da
China e de Macau em torno dos seus
objectivos. Nos termos do projecto
de diploma, todos os funcionários
públicos de Macau que entretanto
não se aposentarem até Dezembro
de 1999 são integrados nos quadros
da República caso o solicitem. Todos
os que seguirem esta opção, passarão
a ser pagos em Portugal nos moldes
em vigor na função pública, responsabilidade que será transferida para
a futura Região Administrativa Especial de Macau para os funcionários
que pretendam permanecer no Território depois de 1999.
ANGARIADOR DO CASINO
MORTO À FACADA
TRIBUNA
Viriato Soromenho-Marques
obrigatório para o primeiro-ministro transformar o empobrecimento e a emigração compulsiva em políticas públicas. Alguma dignidade poderia ser mantida. Que vergonha
Passos ter mudado de opinião sobre os “eurobonds” depois
de 30 minutos ao lado da chanceler! Mesmo sob a bota da
austeridade, não era obrigatório inserir a destruição das
pequenas empresas que constituem o “mercado interno”
numa narrativa de darwinismo económico. Nem se percebe
como é que Gaspar deixa estacionar 9 mil milhões de euros
no BCE, ou permite ser o Presidente do BEI a lamentar que
mais de mil milhões de euros dedicados às PME lusas estejam bloqueados pela burocracia de Bruxelas. E isso quando
o Estado português não paga as suas dívidas de mais de 3
mil milhões às empresas nacionais que lhe prestaram serviço, agonizando à espera do que lhes é devido.
Portugal está perdido dentro dum labirinto europeu
que também foi construído com mãos portuguesas. É português o presidente da Comissão Europeia. É português o
vice-presidente do BCE, o mesmo que, enquanto governador do Banco de Portugal, escreveu que com a entrada na
Zona Euro a balança de pagamentos deixava de ser relevante (como se viu e se vê...)! Não foram apenas carregadores de pianos, arrivistas que vieram da terra de ninguém,
como os Varas e os Relvas, que nos lançaram no labirinto.
Também temos “intelectuais orgânicos”. Candidatos a vice-reis, herdeiros do marquês de Castelo Rodrigo, o estratega
do Portugal da dinastia filipina. É inútil pensar que se desperta deste pesadelo saindo da Zona Euro. Já não há retaguarda imperial, e um desígnio estratégico não se fabrica à
velocidade do desejo. O Minotauro que asfixia Portugal é o
mesmo que devora a Europa. Será aqui, na Europa e com os
europeus, que Portugal e os portugueses ajustarão contas
com o seu destino.
JTM/DN
Um “junket” (angariador de jogadores de casino) de Hong Kong foi assassinado com vários golpes de arma
branca por dois indivíduos no átrio de
um edifício próximo do centro, confirmou a agência Lusa fonte da polícia.
Heung Kim-Pui, 33 anos, foi atacado
por dois homens no átrio de entrada
do edifício Nam Fong, no porto exterior, próximo do hotel Kingsway,
onde funciona um casino. Segundo
uma descrição da polícia, os atacantes
puseram-se em fuga num automóvel
que foi momentos depois do homicídio imobilizado por agentes da PSP
junto do túnel da Guia, a escassas centenas de metros do local do crime. Os
agentes, que dispararam dois tiros de
aviso para obrigar o condutor a parar,
fizeram uma detenção. Vítima de cerca de uma dúzia de navalhadas em
várias partes do corpo, Heung Kim-Pui foi ainda transportado para o
centro hospitalar Conde S. Januário,
onde veio a falecer uma hora depois
de ali ter dado entrada. Em Novembro de 1992, Kim-Pui foi alvo de uma
tentativa frustrada de homicídio,
quando desconhecidos dispararam
tiros de pistola sobre o seu automóvel
junto do hotel Kingsway.
Dito
“O massacre de Tiananmen lembra
que Deng Xiaoping não foi só um
visionário impoluto”
Paulo Rego in “Ponto Final”
24 JTM | DESPORTO
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
FÓRMULA UM
Leque alargado
de favoritos no Canadá
D
TRIBUNA DE MACAU TV
Sabia que quase 3 mil pessoas já visionaram o filme
“Natal em Macau” e outras quase 3 mil acompanharam
o filme sobre o Ano Novo Chinês?
Concebidos pelo JTM para revelar como se celebram
estas importantes datas no sul da China e ao mesmo tempo
desejar Boas Festas às comunidades portuguesa, chinesa e
de língua inglesa, aqui residentes, e aos milhares dispersos
pelo mundo e que têm Macau no coração, os filmes
foram um enorme êxito no You Tube e nas redes sociais,
nomeadamente no Facebook.
Se ainda os não viu, ligue-se ao
nosso site www.jtm.com.mo, clique no
You Tube e procure o canal Tribuna de
Macau TV. Apreciará a quantidade de
vídeos e quantas pessoas
os visionaram.
No JORNAL
TRIBUNA DE MACAU
trabalhamos para
os leitores que tenham
Macau no coração, estejam onde
estiverem.
Ideias, críticas e sugestões para
[email protected]
epois da Mercedes se ter estreado a vencer esta época, o plantel
da F1 ruma ao Circuito Gilles Villeneuve, onde não se sabe muito bem
quem tem vantagem já que a pista com
duas rectas muito longas e sem curvas de
alta velocidade, não oferecendo qualquer
vantagem aos monolugares que geram
maior carga aerodinâmica.
A Red Bull nunca ganhou na pista de
Montreal, e como tem ficado claro desde
o início da temporada a gestão dos pneus
é o principal factor que determina o sucesso ou o falhanço das equipas em cada
Grande Prémio. Assim, quem fizer melhor uso dos Pirelli será com certeza beneficiado na estreita pista da Ille de Nôtre
Dame, ainda que esta não seja demasiado
exigente para as borrachas.
Por outro lado, a chuva pode baralhar
as contas de toda a gente, pelo menos é esperada para a qualificação, embora para o
dia da corrida as previsões apontem para
apenas 30 por cento de probabilidades de
chover. Por isso vai ser essencial ter um
acerto relativamente macio, não vá a chuva “tecê-las”.
No entanto, nunca se poderá retirar
favoritismo à Red Bull, que pode vencer
em qualquer pista, mas em Montreal tem
que se abrir o leque de candidatos à vitória. Ferrari, Lótus e Mercedes, restando
saber como vai estar a McLaren, que ali
venceu o ano passado.
Circuito imprevisível
O circuito Gilles Villeneuve em Montreal é um circuito interessante com um
misto de rectas longas e rápidas e curvas
lentas. A Pirelli levará os pneus médios
(Brancos) e os supermacios (Vermelho)
para Montreal. Ambos têm um intervalo operacional baixo, o que os torna uma
combinação perfeita para as condições atmosféricas previsíveis na pista semipermanente do Canadá.
As temperaturas são geralmente muito frescas e já houve um bom número de
corridas à chuva no passado, o que significa que os pneus intermédios (Verdes)
e os pneus de chuva (Azuis) poderão vir
a ser usados. Para além disso, a Pirelli
também trará dois conjuntos por carro do
protótipo do pneu médio, com uma construção revista na traseira, que poderá vi a
ser usado no resto da época.
• • • POLIDESPORTIVO
Paulo Fonseca
a caminho do Dragão
Paulo Fonseca deve mesmo ser o treinador escolhido por Pinto da Costa para
suceder a Vítor Pereira. O ainda treinador do Paços de Ferreira deverá ser apresentado antes de quarta-feira, data referida pelo presidente do FC Porto como
o prazo para anunciar o novo treinador.
Cabo Verde volta a sonhar
com o Mundial2014
A FIFA deu razão a Cabo Verde no protesto apresentado no jogo contra a Guiné Equatorial, por utilização irregular
de um jogador na terceira jornada do
Grupo B de qualificação africana para o
Mundial2014. Desta forma, Cabo Verde
vê-se relançado na corrida à presença
no Brasil, embora as autoridades desportivas de Malabo tenham já indicado
que vão recorrer da decisão.
Real Madrid admite
negociar Ancelotti com PSG
O Real Madrid pretende contratar Car-
lo Ancelotti para sucessor de José
Mourinho e até admite pagar ao
PSG para poder contar com o treinador italiano. Numa primeira fase, o
objectivo do Real Madrid consistia
em que o técnico conseguisse convencer os parisienses a libertá-lo,
mas o proprietário do PSG tem sido
intransigente. Segundo a Marca, os
“merengues” deverão assim iniciar
negociações directamente com o clube gaulês.
Hulk nos planos
de José Mourinho
A imprensa inglesa revela que José
Mourinho estará interessado em garantir o concurso do internacional
brasileiro Hulk (Zenit). De acordo
com o “Mirror”, depois de perder
Radamel Falcao para o Mónaco, o
Chelsea irá agora oferecer ao Zenit
cerca de 41 milhões de euros para
garantir o passe do jogador. Por seu
turno, o clube russo estará disponível para negociar o jogador, isto por
causa das dificuldades de adaptação
reveladas por Hulk.
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | DESPORTO
25
MUNDIAL2014
Portugal “afina agulhas” para a Rússia
A selecção portuguesa cumpriu ontem o último treino com vista ao importante jogo de hoje com a Rússia, do Grupo F europeu de qualificação
para o Campeonato do Mundo de 2014. Face à actual classificação Portugal está proibido de perder mais pontos
tem golos sofridos”, mas alertou também
para o perigo do contra-ataque russo, que
dispõe de “jogadores rápidos”, avisando
que é preciso ter cuidados redobrados
com o momento e o local da perda de
bola.
Depois do confronto com a equipa
russa a selecção portuguesa parte para a
cidade suíça de Genebra, onde na segunda-feira defrontará a congénere da Croácia, em jogo particular.
O próximo compromisso da qualificação está marcado apenas para 6 de Setembro, com uma deslocação de Portugal
à Irlanda do Norte.
Pedro André Santos*
N
ão é um jogo do “tudo ou nada”,
mas não andará longe disso. Portugal ocupa a terceira posição
do grupo F, em igualdade pontual com
Israel, ambos com menos um ponto do
que a Rússia, embora os russos tenham
menos dois jogos disputados.
Com o primeiro lugar quase impossível de alcançar, Portugal vira-se (novamente) para o segundo lugar, que poderá
dar acesso ao “playoff”, lutando com Israel por essa posição. Devido ao empate
na classificação, os portugueses estão
assim obrigados a vencer os russos para
manter viva a esperança de qualificação.
A ausência de Pepe por castigo abriu
uma vaga no eixo da defesa nacional. Ricardo Costa, Luís Neto e Sereno são os
candidatos a ocupar o espaço habitualmente do central do Real Madrid.
“Jogará Bruno Alves como sendo um
dos centrais”, começou por dizer Paulo Bento em Óbidos. “Em relação sobre
quem vai acompanhar o Bruno ainda temos mais 24 horas”, continuou o técnico,
sem revelar nada mais acerca das opções
que vai tomar para o sector mais recuado.
Refira-se que Luís Neto tem sido companheiro de Bruno Alves no Zenit e, por
aí, poderá levar alguma vantagem já que
se trata de uma dupla mais rotinada para
Portugal desce para a sexta posição
na classificação da FIFA
Selecção realizou ontem o último treino antes da partida com os russos
um jogo com a Rússia. Já Ricardo Costa,
do Valência, tem mais internacionalizações, ou seja, e por isso mais experiência.
Paulo Bento reconheceu que a equipa
lusa está “pressionada” pelos resultados
obtidos no Grupo F, mas advertiu que os
jogadores portugueses não se podem deixar “condicionar pela ansiedade”.
“O conforto que o nosso adversário
tem em termos classificativos obriga-nos
a ter a iniciativa, mas temos de ter critério nessa iniciativa e jogar com índices
de agressividade elevados, não deixando
de ter paciência na construção do nosso
jogo e saber que tem 90 minutos para ser
ganho”, observou em conferência de imprensa.
O seleccionador português assinalou
que “do outro lado está uma equipa que
defende bem e a prova disso é que não
A selecção portuguesa caiu para o sexto lugar na classificação da FIFA, ontem
divulgada no seu sítio oficial na internet,
e que cuja liderança continua a pertencer
à Espanha, bicampeã europeia e campeã
mundial.
A equipa das “quinas” desceu uma
posição em relação ao último mês e foi
ultrapassada na tabela pela Holanda, que
subiu quatro lugares.
O pódio da FIFA continua a ter a Espanha no lugar mais alto (1.614 pontos),
seguida da Alemanha (1.416) e da Argentina (1.287).
*com agências
26 JTM | LAZER
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
Irina Shayk pronta
para “festa sexy”
no Belize
Cristiano Ronaldo está concentrado na
selecção portuguesa e ainda bem. É que Irina
Shayk partilhou uma foto atrevida no seu
Instagram e parece pronta para uma festa no
Belize. “Que comece a festa sexy no Belize!”,
escreveu a modelo. Irina está no Belize para
fotografar uma produção de moda num
cenário tradicional junto às areias brancas do pequeno país da América Central.
A sempre
ousada
Kelly Brook
A modelo e actriz Kelly Brook
realizou uma sessão bastante
sensual para o novo número da
GQ da Turquia. A britânica, de
33 anos, chega mesmo a surgir
nua de costas e também dentro
de uma piscina, mas mesmo
vestida Kelly Brook deixa
qualquer um com os calores.
Morrissey critica
Kate Middleton
por comer “foie gras”
O cantor Morrissey, um acérrimo defensor de
uma alimentação vegetariana e dos direitos
dos animais, partilhou uma mensagem com
os seus fãs onde critica Kate Middleton que
foi vista, recentemente, a degustar “foie gras”.
O artista lembrou ainda, com regozijo, que o príncipe Carlos de Inglaterra baniu há
vários anos o “foi gras” das ementas da Casa Real Britânica, sugerindo que a duquesa
deveria seguir o exemplo consciencioso do sogro.
Sofia Vergara usa brincos
vistosos para desviar
olhares dos seios
Sofia Vergara revelou que costuma usar brincos
vistosos para desviar as atenções dos seus generosos
seios. A actriz colombiana deslumbrou nos Prémios
CFDA, em Nova Iorque, usando jóias no valor de cinco
milhões de dólares. A actriz explicou ao New York
Post que costuma optar por brincos em vez de colares
para desviar as atenções do seu peito. “Costumo usar
brincos para desviar as atenções cá mais para cima!”, referiu, entre sorrisos.
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
JTM | LAZER
Rui Marcelo
A
responsabilidade da minha
profissão não me deixa muito
tempo livre, mas tento sempre
fazer actividades ligadas ao desporto,
nomeadamente natação e exercícios de aeróbica. Neste
momento não posso fazer corridas por causa da minha
Tempos livres
coluna, mas antes tinha esse hábito e até participava
em maratonas. Há três áreas do lazer que tenho sempre presentes. Primeiro, a leitura. Há um autor japonês
que gosto muito, Haruki Murakami, e estou a ler o conto “The Elephant Vanishes”. De seguida vou ler “Aleph”,
de Paulo Coelho. Depois há os filmes, e ultimamente vi
Gente Gira
27
dois que me marcaram muito: “Cloud Atlas” e “Django
Unchained”. Por fim, tenho uma página no Facebook
sobre música, onde sou administrador. Fora isto tenho
também uma paixão por fotografia e produção e realização de vídeos, uma área para a qual gostaria de ter
mais tempo no próximo ano.
Coordenação:
Pedro André Santos
Envie as suas fotos para: [email protected]
Um fim-de-semana relaxante
Sandra Farisa, o marido Gabriel e a filha Ariel foram passar um agradável e relaxante
fim-de-semana no hotel Sheraton, aproveitando ainda o facto da filha ter comemorado
dois meses de idade. Ao GENTE GIRA destacaram o belo dia de sol, fazendo com que
passassem a tarde na piscina para habituar já a pequena Ariel à água.
Almoço de aniversário
Foi um almoço em família para celebrar o aniversário de Júnio dos Santos Branco, que fez
22 anos. Na fotografia surge acompanhado dos pais, Humberto e Fátima Branco. A mãe
sublinhou a importância do convívio entre todos dado que Júnio estava de regresso a
Portugal depois de estudar em Inglaterra. Apesar de ter tido uma oferta de uma empresa
em Nova Iorque, o destino deverá passar por Hong Kong, prevendo-se um futuro
brilhante para o jovem.
Passeio por Guangzhou
Parabéns,
Jaime!
Jaime Madeira
celebrou 64 anos
de idade e resolveu
comemorar junto
à família com
uma refeição no
restaurante Miramar,
em Coloane. Ao
GENTE GIRA destacou
o convívio entre
todos, aparecendo
na fotografia
juntamente com um
apetitoso bolo de
aniversário.
Sandra Pinto aproveitou para fazer uma curta viagem e ir conhecer Guangzhou.
Ao GENTE GIRA contou que ficou surpreendida com a mistura de várias culturas,
encontrando vários restaurantes brasileiros, mexicanos, entre outros. Por outro lado
gostou também de ver os animais e ter um contacto com a natureza, sobretudo pela
quantidade de paisagens lindas que se podem ver.
28ÚLTIMA
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013 • Fecho da Edição • 02:30 horas
Barcos Dragão regressam amanhã com 140 equipas e 3.000 atletas
José Rocha Dinis
ENPASSANT
Cumprir a lei
Em relação ao caso
que envolve Raymond Tam, o que o
Chefe do Executivo
ontem veio dizer é
que o Governo ainda
não recebeu o despacho de pronúncia,
embora tenha sido
informado pelo MP e
juiz de instrução que
o presidente e funcionários do IACM vão a
julgamento.
Traduzido “por miúdos”, isto significa
que o Governo sabe o
mesmo que todos nós
e a opinião pública
que viu esta notícia
nos jornais.
Por isso, Chui Sai On
mandou instaurar, “o
mais rápido possível”, um processo de
averiguações, para
determinar se há
razões para fazer um
processo disciplinar.
Só neste caso haverá
razão à suspensão de
funções.
O Chefe do Executivo cumpriu a lei, e
todos devíamos estar
contentes com isso.
O primado da lei tem
que continuar a ser a
base desta sociedade,
não os interesses deste ou doutro, sejam lá
quais eles são.
E mesmo do ponto de
vista político fez bem,
ao pôr ênfase na separação dos poderes.
Cerca de 140 equipas e quase 3.000 remadores participam amanhã, domingo e no dia 12, quarta-feira, nas Regatas Internacionais de Barcos
Dragão de Macau, que este ano terão transmissão directa na página
na Internet da federação internacional da modalidade. Em declarações
aos jornalistas, José Tavares, vice-presidente do Instituto do Desporto, salientou a “grande participação” no evento que tem este fim-de-semana um carácter local e regional, com a participação de equipas
de Macau, Hong Kong e China. No dia 12 realizam-se as provas internacionais. Além da formação masculina da Indonésia, que vem a
Macau defender o título de 2012 obtido na categoria Open, as regatas
internacionais contam com a participação de equipas de remadores da
China, Singapura, Estados Unidos e Filipinas. Presente estará também
a formação feminina chinesa da China Nanhai Jiujiang, que defende
também o título de 2012. Com regatas de pequenas e grandes embarcações - com 12 e 22 remadores - as mesmas serão disputadas nos lagos
Nam Van, em provas de 250 metros, 500 metros e 2.000 metros. As regatas são organizadas pelo Instituto do Desporto e pela Associação de
Barcos Dragão Macau/China, cativando cada vez mais equipas locais.
Passageiros do sudeste asiático sobem 30% no Aeroporto de Macau
O número de passageiros que utilizaram o Aeroporto Internacional de Macau no
mês de Maio cresceu 13,7% para mais de 370 mil, comparativamente a igual período de 2012, anunciou ontem a CAM, sublinhando que os mercados do sudeste
asiático registaram um aumento de 30%. Já o fluxo de passageiros nas rotas de
ligação a cidades do Continente chinês subiu 22% em termos anuais. Os mesmos
dados indicam ainda que o movimento de aeronaves evidenciou um crescimento
de 26% para um total superior a 4.000. O aeroporto de Macau contabilizou ainda
mais de 27 mil passageiros em trânsito, o que representa um aumento de 27% face
a Maio de 2012. Segundo a CAM, no dia 3 entrou em funcionamento o “Express
Link”, serviço que estabelece a ligação entre Gongbei e o Aeroporto de Macau.
Milhões de estudantes chineses iniciam
exames de acesso às universidades
Conhecidos como “gao kao”, os exames nacionais de acesso às universidades chinesas voltam a reunir, hoje e amanhã, milhões de estudantes que terão de cumprir cinco provas. Para evitar fraudes, as autoridades reforçaram a segurança nos locais dos
exames, instalando mesmo câmaras de vigilância, e prometem fazer rigorosas revistas
aos alunos. Na província de Jilin, por exemplo, os estudantes estão proibidos de levar
quaisquer objectos que contenham metal, incluindo sutiãs com fechos de metal, calças
com fecho, sapatos ou fivelas de cinto. Antes de partirem para os locais dos exames, os
estudantes despediram-se de pais e professores em ambiente de verdadeira festa.
China desbloqueia Facebook e Twitter mas só num hotel de Chengdu
A China desbloqueou temporariamente, pela primeira vez em cinco anos, o acesso às redes sociais Facebook e Twitter exclusivamente num hotel
de Chengdu, onde decorre um fórum económico até amanhã. Segundo o “South China Morning Post”, as autoridades da capital da província de
Sichuan, surpreenderam com esta “abertura” os jornalistas acreditados para a cobertura do “Fortune Global Forum”. À chegada, os profissionais
puderam comprovar que podiam aceder ao Facebook e Twitter sem terem de recorrer às chamadas “VPN”, redes virtuais privadas que permitem
navegar na Internet como se o utilizador estivesse fora da China, para evitar a censura imposta sobre as páginas das redes sociais. Não obstante,
o acesso ao Facebook e Twitter é apenas possível a partir do hotel onde está sediado o fórum. O jornal explica que esta medida responde a um
“aparente esforço” para publicitar o evento, depois de os próprios organizadores terem instado os jornalistas a “partilhar o mais que possam” a
sua experiência no evento nas redes sociais.
Autores de blogues fazem “apagão”
contra regras da internet em Singapura
Mais de 130 autores de blogues de Singapura provocaram ontem um “apagão” de 24 horas
nas suas páginas em protesto contra as novas regras de licenciamento para os novos portais, defendendo que estas ameaçam a liberdade de expressão. Os participantes nesta acção
de protesto substituíram as suas “homepages” por ecrãs negros com as palavras “FreeMyInternet”, bem como por uma mensagem com a hora e o local de um protesto a decorrer
amanhã. O protesto surge após a entrada em vigor, a 1 de Junho, de regulamentação que
exige aos novos portais na Internet - incluindo a um operado pelo Yahoo, com sede nos
EUA - que obtenham licenças do regulador das comunicações da Cidade-Estado. “Este não
é só um movimento de blogues sociopolíticos. Os portais que participam são de todos os
tipos”, explicou Choo Zheng Xi, porta-voz do grupo “Free My Internet” que organizou o
protesto, citado pela agência AFP. “A diversidade reflecte uma consciencialização de que as
novas regulações podem afectar qualquer um porque o seu âmbito é muito amplo”, aditou
Choo Zheng Xi, co-fundador do popular portal político “The Online Citizen”.
Cidade envia dejectos de cães
para casa dos donos
O conselho de Brunete, uma pequena cidade
perto de Madrid, lançou uma campanha para
dar uma lição a alguns donos irresponsáveis.
Durante uma semana, foram reunidos cerca
de 20 voluntários que patrulharam a cidade
à procura de donos que não recolhiam os dejectos dos seus animais. Ao tentar conversar
com as pessoas, os voluntários descobriam o
nome e a raça dos animais para aceder à base
de dados de animais de estimação registados na Câmara Municipal. Os dejectos
foram colocados numa caixa onde se podia ler “objecto perdido” e eram enviados
para as residências dos donos. No total, foram enviadas 147 caixas e registou-se
uma queda de 70% na quantidade de dejectos encontrados nas ruas.
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Obrigados a suportar obras públicas