Decifrando o OUTDOOR Profa. Daniela Horta Revisão e Edição: Prof. Gustavo Fischer Um pouco sobre o outdoor. Em vários países do mundo, o termo outdoor designa todo e qualquer tipo de propaganda exposta ao ar livre. Porém, no Brasil, convencionou-se chamar de outdoor apenas um meio específico com características próprias que o diferenciam das outras mídias exteriores. Todo cartaz de outdoor é formado por folhas de papel coladas em estruturas metálicas modulares de 9 metros de comprimento por 3 metros de altura. Esses quadros são instalados a uma altura mínima do chão ou sobre muros, em terrenos alugados, sempre respeitando a distância entre as peças prevista pela lei. Os cartazes são afixados por coladores que têm uma técnica toda especial para dispor as folhas (normalmente 32 ou 16) na ordem certa e formar a mensagem. Pode reparar que, no máximo a cada 15 dias, são colados novos cartazes, característica que altera sempre a paisagem. Quando, como e por que utilizar o outdoor. Sempre que um produto ou serviço necessite ser anunciado com uma grande dose de impacto. Motivo: é um meio que participa diretamente da paisagem urbana (e conseqüentemente no cotidiano das pessoas ), e com as proporções ampliadas que possui, o outdoor está sempre diretamente relacionado com o conceito de impacto da comunicação. Poucas vezes um produto é exibido em dimensões tão ampliadas e de forma tão intermitente como num outdoor. Suas dimensões e o período em que ele exibe uma mensagem (24 horas por dia, durante 14 dias) o torna um dos meios que mais expõe (quantitativamente) um produto ou serviço. Agilidade: O outdoor permite também a renovação bi-semanal (a cada 14 dias) de mensagens, que o torna ágil o suficiente para anunciar liquidações, promoções, cursos, exposições e qualquer outro produto e serviço que exija essa rapidez. Fazendo uma analogia ao lugarcomum que diz que "a televisão invade os nossos lares", podemos afirmar, da mesma forma, que ö outdoor invade as nossas cidades". Com uma diferença: ninguém desliga um cartaz. É um veículo eminentemente urbano, e Praticamente, o outdoor é uma mídia compulsória. Ela está nas ruas, praças e avenidas, aberta a toda população. Não necessita ser comprada, nem ligada, nem folheada. Não se cobra ingresso para vê-la. A mídia é a própria razão de ser do outdoor. Outdoor é mídia por natureza. Enquanto nos demais veículos de comunicação, a propaganda é um suporte financeiro inserido dentro de um contexto editorial, no outdoor ela é tudo - razão de existência do próprio meio. Uma emissora de rádio ou TV, um jornal, uma revista ou um cinema podem sobreviver sem publicidade. O outdoor não; ele é a própria propaganda em si. Outros bons motivos. • Cobertura irrestrita, porém segmentada • Relativamente barato. • Tempo de leitura de 8 segundos. Dicas, não regras. Regras que são dicas. Número de palavras • David Ogilvy: não dever ter mais do que cinco palavras • William Bernbach: até oito palavras • Honda: o número que você quiser. Há alguns anos (quando o trânsito das cidades era menos caótico, pra ser mais preciso), costumava-se dizer que um outdoor poderia ter no máximo 7 palavras principais (sem contar palavras de ligação e artigos) ou 12 no total. Hoje em dia, essa regra não é mais tão rígida, tanto que fizeram um outdoor cheio de texto para a Honda e todo mundo viu e conseguiu ler. Mas isso não significa que você pode sair por aí escrevendo teses em outdoors. No caso específico da Honda, a quantidade de texto era a idéia da peça, mas no dia-a-dia o melhor ainda é fazer um esforço para manter o texto o mais enxuto possível. Vendo na prática. História A Almap/Bbdo criou e veiculou, em agosto de 1993, uma campanha antológica. Provavelmente, uma das melhores campanhas publicitárias do competitivo, e cada vez mais criativo, mercado de automóveis: a volta do Fusca. Retirado de circulação pela modernidade e recolocado em cena pela administração Itamar Franco, o modelo mais popular da Volkswagen, o Fusca, voltava às ruas e à mídia, pelas mãos de Marcello Serpa e Alexandre Gama. "Buracos Voltei" e "De 0 a 100 no tempo suficiente" serão, certamente, dois dos outdoors/anúncios mais memoráveis do setor, por um bom tempo. Oportunidade e muita criatividade Agência: Íntegra (CE) Anunciante: Bandeirantes Mídia Exterior Produto: Campanha contra Dengue Criatividade e oportunidade Chamada: "Acidentes acontecem quando você menos espera. Dirija com cuidado.” Agência: Edson FCB – Portugal Oportunidade e aplique Cliente: Detran de Salvador Dica para a criação de um outdoor: para se ter uma idéia de como ele será visto a 100 metros de distância, observe um layout de 16x48 cm a uma distância de 5,5 metros. Outdoors atraem pessoas como moscas. Cliente: Reagan Outdoor Agência: Evans/Salt Lake Oportunidade e recorte Agência: DDB/Auckland Com fome? Oportunidade de formato Agência: DDB/Auckland Cliente: Vauxhall Motors Agência: Lowe Howard-Spink/Londres Gruda nas curvas Usando e abusando do texto Agência: DM9DDBO Agência: Fischer, Justus Agência: Almap/BBDO Decifrando o Anúncio de oportunidade Agência: Talent Cliente: O Estado de São Paulo Defender a marca funciona: Encarte criado pela W/Brasil para a Valisère, que foi sua cliente até 1990. A peça que leva o título "O primeiro desrespeito a gente nunca esquece" é uma resposta ao anúncio da Wonderbra que fazia uma "sátira" ao conceito "O primeiro Valisère a gente nunca esquece" com a frase "O primeiro soutien a gente nunca...ih, esqueci". A peça da W/ traz fotos e um extenso texto falando da campanha que ela criou para a marca em 1987 e que acabou virando uma das frases mais conhecidas da propaganda brasileira. O texto explica porque a Valisère se deu ao trabalho de publicar uma resposta tão longa dizendo "Porque não dá pra ver uma multinacional se apropriar de uma idéia brasileira e ficar quieto. (...) Porque é triste ver uma frase que entrou para o dia-a-dia do brasileiro ser deturpada dessa forma oportunista e grosseira. E sobretudo porque a Valisère é igualzinha às mulheres: não admite ser desrespeitada. Esse anúncio foi feito em respeito a todas as mulheres brasileiras que jamais esquecerão a emoção de usar seu primeiro Valisère. E que, assim como a Valisère, vão fazer de tudo para esquecer aqueles que não nos respeitam", termina. História Washington Olivetto é o criador do mais duradouro personagem de toda a história da propaganda nacional, o "Garoto Bom-Bril" (Carlos Moreno). A “oportunidade”, pode ser imediata ou “seqüencial”. Chamada: Não existe nada pior do que sujeira disfarçada • Nesta semana (21-25 de janeiro/2002), a equipe de criação da Loducca Sul - criou em menos de 12 horas dois anúncios de oportunidade para a Rayovac. "Quando o 'apagão' da última segunda-feira deixou São Paulo e outros estados às escuras, surgiu a idéia de produzirmos um anúncio de oportunidade para o cliente. Como a agência em São Paulo estava impossibilitada de trabalhar por falta de energia, criamos os anúncios por aqui. Na manhã do dia seguinte, o cliente estava com várias propostas de anúncios na sua mesa e acabou escolhendo duas peças para veiculação", conta Mário D'Andrea, da Loducca Sul. Os dois anúncios impressos criados para a Rayovac foram veiculados em São Paulo. A primeira peça (foto) mostrou recortes de manchetes de jornais com notícias sobre o 'apagão' e a imagem de uma pilha Rayovac no final do anúncio. Fonte: Espaço de Marketing Chamada: Itaipu de bolso. Chamada: Engraçado, na vendinha da esquina tinha energia de sobra.