26/11/2015 - Modelos de redução de emissões de carbono geram disputa entre países E foi dada a largada para o debate sobre o controle de emissões de carbono... - Brasil vive nova onda de investimentos chineses, após 3 anos de esfriamento A nova leva ganhou força depois da visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao país... - Prisão de Delcídio e Esteves pode agravar crise política e econômica A prisão de Delcídio é inédita na história da República... - Consumidor vai pagar mais caro, calculam especialistas O leilão das concessões de 29 hidrelétricas existentes terá impacto de R$ 2,74 bilhões a ser repassado para as tarifas de energia no próximo ano... - TPP está aberta para o Brasil, diz americano A Parceria Transpacífico (TPP) é uma "arquitetura aberta" e uma "plataforma" que poderá incluir até mesmo países sem acesso direto ao oceano Pacífico, como o Brasil... - Prorrogação de contratos firmados antes de 1993 pode levar investimento a portos O governo estuda estender o prazo dos contratos portuários pré-1993 que estão vencidos ou prestes a vencer... - Uma grande frustração com as receitas extraordinárias Ainda que tenha recomposto parte da base governista, e o risco de impeachment tenha sido jogado para o futuro, o governo não consegue aprovar as propostas originais enviadas ao Congresso... - Abengoa apresenta pedido preliminar de proteção contra credor A empresa espanhola de energia renovável e engenharia Abengoa SA informou ontem que está entrando com um pedido preliminar de proteção contra credores... - FIF-GTS é autorizado a entrar na Cesan O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FIFGTS) poderá adquirir até R$ 409,4 milhões em participação na Companhia... - Contratos colaborativos e análise concorrencial Não é novidade que as inovações empresariais são, de longe, mais céleres e mais astutas do que o alcance da regulação e da fiscalização... - Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais à família de Cerveró em troca de silêncio Senador e banqueiro teriam oferecido R$ 4 milhões ao advogado de ex-executivo... - Petrobras pressiona Planalto por reajuste de combustíveis Proposta da estatal, porém, enfrenta resistência da equipe econômica, que teme impacto na inflação... - Pedido de embargo de barragem ficou parado 16 meses em Minas Mais de 800 peixes mortos aparecem na foz do Rio Doce após chegada da lama... - Estado tentará antecipar royalties do petróleo para fechar as contas Operação através do fundo de pensão dos servidores deve render R$ 2,2 bi ao governo... - Índios fazem manifestação no Ibama contra licença para Belo Monte Grupo de índios da região do Xingu fez protesto pacífico na sede da entidade... - Chineses levam usinas da Cesp em leilão da Aneel Cemig pagou R$ 2,2 bi para continuar operando 18 hidrelétricas... - Após resultados ruins, governo discute mudanças no leilão de linhas de transmissão No leilão realizado no último dia 18, o governo contratou apenas 1.862 km dos 4.127 km em linhas ofertadas... -No Diário do Nordeste: "79% demitiram em 2015, diz CNT" Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) com representantes do setor apontou que 79,1% dos entrevistados realizaram demissões de trabalhadores neste ano... - Na Folha Web: "Desocupação indica menor contratação temporária" Resultado sobe de 8,3% no segundo trimestre do ano para 8,9% no terceiro e é o pior para série histórica desde 2012... - EMPRESAS NORUEGUESAS BUSCAM NOVOS INVESTIMENTOS A LONGO PRAZO E APOSTAM NO MERCADO OFFSHORE BRASILEIRO A presença crescente de companhias norueguesas no mercado brasileiro de petróleo e gás traz boas perspectivas para os próximos anos... - Governo arrecada R$ 17 bi em leilão; chineses levam usinas mais valiosas Do total, R$ 11 bilhões têm que ser pagos ainda este ano... - Receita de concessões só devem entrar em 2016, diz presidente da CMO Rose de Freitas informou que não há tempo hábil para que essa receita entre este ano... - Governo deve reduzir fatia da Infraero em aeroportos concedidos, diz ministro Segundo Eliseu Padilha, fatia da Infraero deve ficar entre 15% e 0% na segunda fase do Programa de Investimentos em Logística; na primeira fase de concessões, participação foi fixada em 49%... - Governo quer reduzir riscos das debêntures de infraestrutura, diz Levy Uma das propostas, segundo o ministro da Fazenda, é criar uma espécie de seguro que dê garantias a esses títulos... - Governo avalia renovação de contrato de terminais portuários anterior a 93 Os empresários tentam há anos a extensão desses contratos, mas o governo vinha se negando a renová-los... - Em votação aberta, Senado decide manter prisão de Delcídio Derrotado, Renan diz que seu papel é defender o Senado e criticou a prisão de senador em pleno exercício do mandato... 1ª PARTE NOTICIAS DO DIA 26/11 Fonte: Folha de S. Paulo 26/11/2015 - Modelos de redução de emissões de carbono geram disputa entre países Edilson Dantas/Folhapress Poluição emitida por indústria em Mauá, na Grande SP FERNANDA MENA DE SÃO PAULO Quando cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) apresentaram seu primeiro estudo a respeito do impacto da atividade humana sobre a atmosfera, em 1990, os gases de efeito estufa foram apontados como grandes vilões do aquecimento global. E foi dada a largada para o debate sobre o controle de emissões de carbono –seja pelo setor produtivo, seja por indivíduos– cujo modelo está longe de um consenso. Quem deve pagar a conta? Países desenvolvidos, cuja riqueza foi em boa parte construída a partir da queima de combustíveis fósseis, portanto, emissores de dióxido de carbono (CO)? Ou países em desenvolvimento, que ainda poderiam se beneficiar dessas fontes poluentes de energia? O dilema entrou nas discussões do Protocolo de Kyoto (tratado das Nações Unidas para conter as mudanças do clima, de 1997), que criou um mecanismo no qual países ricos poderiam comprar "créditos" de carbono dos países que usavam fontes menos poluentes. A assinatura e ratificação do Protocolo de Kyoto foi tão controversa e lenta que ele só entrou em vigor em 2005. "Hoje, a questão é o valor do carbono. Como a produção é difusa, é difícil controlar e valorar sua emissão", diz Felipe Botini, sócio-fundador da consultoria em sustentabilidade Green Domus. O USO DE TRIBUTOS De Kyoto para cá, no entanto, floresceram arranjos nacionais e subnacionais de contenção de emissões, que se valem de dois instrumentos: a tarifação e a criação de um mercado de carbono. O primeiro instrumento impõe um tributo por unidade de carbono emitida (geralmente, por tonelada de CO) que funciona como incentivo para que empresas reduzam a poluição que provocam. "O tributo determina o preço do carbono, e o desafio é acertar o preço que leve à redução desejada pela política de clima", afirma Guarany Osório, coordenador de Política e Economia Ambiental da FVCes (Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas). Se a tarifa for muito baixa, pode-se optar por incluir seu valor nos custos de produção e continuar a poluir. Se for muito alta, os custos podem aumentar significativamente, comprometendo lucro, emprego e consumo. "Muitos países resistem à ideia de taxas, especialmente aqueles que dependem demais da queima de recursos fósseis, como a Índia", relata José Eli da Veiga, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP. O USO DO MERCADO O segundo instrumento, chamado tecnicamente de sistema "cap-and-trade" (teto e comércio, em inglês) ou de ETS (sistema de comércio de emissões, na sigla em inglês), estabelece um nível máximo de emissões permitidas para certo período e distribui cotas entre empresas. Essas cotas de emissão de carbono podem ser inicialmente distribuídas ou leiloadas pelo governo e são posteriormente comercializadas entre emissores. Cada tonelada de CO emitida por uma empresa precisa ter uma cota como lastro. Como alguns setores têm mais facilidade em renovar seus processos para reduzir a emissão de poluentes que outros, e como o número de cotas é limitado pela meta de emissões previamente estabelecida, o preço das cotas flutua de acordo com a lei da oferta e da procura. A União Europeia criou o primeiro mercado de emissão de carbono do mundo (ETS EU) e, com a recessão pós-crise financeira de 2008, o preço da tonelada despencou. An terio rP ró xima QUAL É O MELHOR? Apesar de terem o mesmo objetivo, a tarifa e o mercado são instrumentos diferentes. Enquanto a tarifa controla o preço, mas não a quantidade total de emissões, o mercado controla este limite, mas não o preço do carbono. Há economistas que recomendem modelos híbridos, em que cada instrumento é aplicado em um setor diferente, ou ainda o estabelecimento de um teto de emissões ao mesmo tempo em que o preço do carbono é ajustado para se manter dentro de uma margem aceitável. "Não existe receita com instrumento único que resolva todos os problemas. É necessário um conjunto de instrumentos para se criar uma política ambiental", destaca Osório. Um problema de base, no entanto, permanece em qualquer cenário futuro, c omo aponta Eli da Veiga: "Todo mundo quer que o vizinho tome uma medida contra emissões porque ele mesmo não quer perder competitividade". VOLTAR Fonte: Folha de S. Paulo 26/11/2015 - Brasil vive nova onda de investimentos chineses, após 3 anos de esfriamento DE SÃO PAULO A vitória da empresa China Three Gorges no leilão das usinas Jupiá e Ilha Solteira, com o pagamento de R$ 13,8 bilhões de bônus de outorga ao governo, faz parte parte de uma nova onda de investimentos chineses, após três anos de esfriamento. A nova leva ganhou força depois da visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao país, em maio, com promessas de investimentos de US$ 53 bilhões. A injeção mais recente foi a do grupo HNA, que colocou R$ 1,7 bilhão na Azulem troca 23,7% no valor econômico da companhia aérea, avaliada em R$ 7 bilhões. Mas o caso mais emblemático foram os US$ 7 bilhões prometidos por bancos estatais chineses para financiar a Petrobras. O investimento foi anunciado em um momento conturbado para a estatal brasileira, envolvida nas investigações da Operação Lava Jato e sem mais o "selo de bom pagador" (grau de investimento) concedido por agências internacionais de avaliação de risco, o que, na prática, torna mais cara a captação de dinheiro no mercado. Outros exemplos foram o R$ 1 bilhão pago pela State Grid no leilão da linha de transmissão de Belo Monte e os R$ 525 milhões investidos pelo Bank of Communications na compra de 80% do banco BBM. A retomada do investimento chinês acontece na esteira da visita em maio de Li Keqiang. Nos três anos anteriores, a investida chinesa no Brasil tinha perdido força e ficou em US$ 790 milhões no ano passado. No auge, em 2010, o gigante asiático investiu US$ 13,9 bilhões, segundo levantamento do especialista americano Derek Scissors. AFP An terio rP ró xima CAPITAL ESTRANGEIRO Alguns investimentos chineses recentes no país Campo de Libra Em 2013, as empresas CNPC e Cnooc (cada uma com 10%) participaram do consórcio que arrematou o campo de petróleo do pré-sal. O investimento chega a US$ 1,5 bilhão Grupo Three Gorges Comprou parques eólicos e hidrelétricas. Por duas hidrelétricas e uma comercializadora da Triunfo, pagou R$ 1,75 bi Petrobras US$ 7 bilhões em empréstimo de bancos chineses State Grid Venceu leilão da linha de trans- missão de Belo Monte com oferta de R$ 988 milhões pela receita anual, deságio de 19% Azul Companhia aérea vendeu nesta terça-feira (24) participação para o grupo HNA por R$ 1,7 bilhão VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 - Prisão de Delcídio e Esteves pode agravar crise política e econômica Por De Brasília e São Paulo No momento em que a presidente Dilma Rousseff tentava reagrupar as forças aliadas, as prisões do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PTMS), e do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, aumentam o risco de um agravamento da crise política e econômica. A prisão de Delcídio é inédita na história da República. Além de líder de Dilma no Senado, Delcídio era amigo e um dos interlocutores da presidente para assuntos relativos à Petrobras. A crise foi um pouco atenuada à noite, quando o Senado, por 59 votos a 13, decidiu manter a prisão do senador, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava-Jato. A gravidade das acusações deixou o Senado acuado e sem muitas alternativas. Ou entregava Delcídio ou corria o risco de ser acusado de conivência com a obstrução das investigações sobre a corrupção na Petrobras. Delcídio e Esteves foram presos sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Lava-Jato. Em ato classificado pela Procuradoria-Geral da República como "diabólico" e "digno de máfia", Delcídio atuou para evitar o acordo de delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Até um plano de fuga para a Espanha foi discutido em conversa entre o senador, seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, com o filho de Nestor, Bernardo Cerveró. Delcídio se tornou a 37ª pessoa com foro privilegiado investigada na Lava-Jato pelo STF. O mandado de prisão contra Ribeiro, responsável pela defesa de Cerveró, não pôde ser cumprido porque ele está fora do Brasil. Segundo o Ministério Público, o advogado foi "cooptado" por Delcídio para impedir a deleção premiada de Cerveró. O acordo de delação foi fechado, mas ainda não homologado pelo STF. Nele, Cerveró afirma que Delcídio recebeu suborno em duas operações da Petrobras. O ex-diretor afirma ainda que Esteves pagou propina ao senador Fernando Collor (PTBAL), no âmbito de contrato de embandeiramento de 120 postos de combustíveis, em São Paulo, que pertenciam conjuntamente ao BTG Pactual e ao grupo empresarial Santiago. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 - Consumidor vai pagar mais caro, calculam especialistas Por Rodrigo Polito e Camila Maia | Do Rio e de São Paulo O leilão das concessões de 29 hidrelétricas existentes terá impacto de R$ 2,74 bilhões a ser repassado para as tarifas de energia no próximo ano, de acordo com cálculos feitos pelo Grupo de Estudos de Energia Elétrica (Gesel), da UFRJ. Par a a equipe de especialistas, durante todo o período de concessão, o efeito total será de cerca de R$ 80 bilhões, montante equivalente ao necessário para construir cinco hidrelétricas do porte de Jirau, no rio Madeira (RO), de 3.750 megawatts (MW) de capacidade. O cálculo do Gesel/UFRJ considera o preço médio obtido no leilão, de R$ 124,88 por megawatt-hora (MWh), em relação ao valor médio de R$ 30/MWh, referente ao que era cobrado dos consumidores das distribuidoras pela energia dos 29 empreendimentos, após o término da concessão anterior. Pelas contas do Gesel/UFRJ, considerando a garantia física (capacidade x fator de potência) de hidrelétricas e o valor médio de R$ 30/MWh, o custo final da energia dessas usinas para o consumidor é de R$ 867,2 milhões por ano. Ao trocar esse valor pelo preço médio de R$ 124,88/MWh, o custo anual para o consumidor sobe para R$ 3,61 bilhão, o que resulta em diferença de R$ 2,74 bilhões, que será repassada às tarifas de energia, no processo de reajuste de cada distribuidora, ao longo do próximo ano. Para os 29 anos restantes de concessão, 30% da garantia física dessas usinas podem ser comercializados no mercado livre. Esse fator, destaca o Gesel/UFRJ, aumentará a exposição do mercado cativo, das distribuidoras, que terão de comprar o volume equivalente de energia nos próximos leilões regulados, a um preço certamente superior aos R$ 124,88/MWh. "Esses números, mesmo que aproximados, indicam, de forma clara e objetiva, como o leilão de outorga não trará benefício algum para os consumidores brasileiros", disse o professor Nivalde de Castro, coordenador do Gesel/UFRJ. No leilão, as empresas apresentaram ofertas de receita pela prestação do serviço por ano, com a somatória dos montantes referentes à gestão dos ativos de geração e ao retorno da bonificação pela outorga. A regra determinava que levariam os ativos aqueles que oferecessem menor preço em relação ao máximo estabelecido pela Aneel, mas só houve competição em um lote, o menor deles. Os valores máximos determinavam uma receita anual pela prestação do serviço de R$ 3,137 bilhões a ser paga às geradoras, custo repassado aos consumidores. Desse montante, R$ 2,311 bilhões eram referentes apenas ao retorno pela bonificação pela outorga, indicando que, sem a regra, o montante a ser pago seria consideravelmente menor. Em entrevista coletiva após o leilão, o diretor da Aneel José Jurhosa afirmou que, se a disputa tivesse acontecido sem a cobrança da outorga, o preço da energia seria semelhante ao da usina de Três Irmãos, que pertencia à Cesp e foi relicitada ano passado. "O valor seria mas ou menos aquele de Três Irmãos, de R$ 35 por MWh", disse Jurhosa. Para o professor Nivalde de Castro, o baixo deságio obtido no leilão reflete o cenário atual do mercado de energia brasileiro. "O setor está sem recursos". A opinião de Castro é compartilhada por Erik Eduardo Rego, diretor da consultoria Excelência Energética. "Não esperávamos muita competição nesse leilão". Segundo o especialista, também não foi surpresa a participação sozinha da China Three Gorges (CTG) no leilão do lote "E", que envolvia as duas principais hidrelétricas do certame, Jupiá e Ilha Solteira, que somam quase 5 mil MW e foram devolvidas pela Cesp, após o término das respectivas concessões. "A CTG era a única que tinha dinheiro para fazer isso", disse ele. Sobre a participação das estatais estaduais Cemig, Copel, Celesc e Celg, que recuperaram a concessão de suas antigas usinas, ele disse que a estratégia delas foi uma "questão de honra", porque precisavam reaver seus projetos. O diretor da Excelência Energética ressaltou também que essas empresas contavam com a vantagem de já conhecer profundamente as respectivas usinas, além de terem sinergias com outras usinas. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 - TPP está aberta para o Brasil, diz americano Por Diego Viana | Para o Valor, de São Paulo A Parceria Transpacífico (TPP) é uma "arquitetura aberta" e uma "plataforma" que poderá incluir até mesmo países sem acesso direto ao oceano Pacífico, como o Brasil. A afirmação é de Timothy Reif, conselheiro geral do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês). Primeiro dos grandes acordos comerciais do século XXI a ser assinado, a TPP representa um avanço significativo nos padrões regulatórios do comércio mundial, diz Reif. "São normas inteligentes, que refletem a deliberação cuidadosa sobre o que faz sentido no acordo comercial do século XXI", afirma. "São maneiras de auxiliar trabalhadores, empresas e organizações não governamentais a operar em uma economia global mais integrada", diz. Assim, a adesão de novos países ao acordo depende de que estejam dispostos a "atingir os altos padrões nele contidos". Quando entrar em vigor, a TPP representará também o fortalecimento dos laços econômicos entre os EUA e o Japão, duas das três maiores economias do mundo. Trata-se de um item importante na agenda da "virada para o Pacífico", anunciado pelo presidente americano Barack Obama em 2011. Um país de enorme peso no oceano Pacífico, porém, está de fora: a China. Por isso, o acordo é interpretado por economistas e cientistas políticos como uma forma de a maior economia do planeta assegurar seu poder em detrimento da segunda colocada, sobretudo na Ásia. Questionado sobre a possibilidade da futura inclusão da China, caso os líderes da potência asiática se decidam por uma aproximação, Reif responde citando o negociador comercial dos EUA, o embaixador Michael Froman, segundo o qual "os países precisam primeiro fazer uma análise interna e avaliar sua posição em relação aos altos padrões exigidos. Isto é, se são capazes de cumpri-los. Daí então, se procurarem os países da TPP, o pedido será analisado". No caso da China, porém, "isso ainda não aconteceu". Um ponto de apreensão entre empresários e governo no Brasil é o que poderá acontecer com as negociações para um acordo de comércio mais amplo, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). O país apostou todas as suas fichas nessas negociações a chamada "rodada Doha", mas elas avançam muito lentamente. Em dezembro, ocorrerá a Décima Conferência Mundial da OMC, em Nairóbi, no Quênia, onde novas etapas de negociação terão lugar. A aprovação da TPP, à qual pode se somar em poucos anos a TTIP (Parceria Transatlântica, negociada entre os EUA e a União Europeia), poderia levar essas negociações à obsolescência e deixar o Brasil limitado a seus poucos acordos bilaterais e ao Mercosul. Reif nega que as negociações da OMC perderão importância para os Estados Unidos após a aprovação das duas parcerias. Ele cita acordos fechados recentemente no âmbito da organização, como o Acordo de Facilitação de Comércio [TFA, na sigla em inglês], atualmente ratificado por 52 países. A ratificação mais recente foi a do Panamá, no dia 17. Reif cita também o ITA [Acordo de Tecnologia da Informação] e o EGA [Tratado de Bens Ambientais], que também estão sendo negociados. O longo processo de negociação da TPP, que durou sete anos, envolveu polêmicas e críticas de organizações da sociedade civil. Para o economista Joseph Stiglitz, o acordo "não é sobre livre comércio", mas sobre o poder de controlar o comércio. O acesso aos textos durante as negociações foi rigorosamente restrito, até mesmo para os deputados dos EUA. Reif rebate as críticas, afirmando que os negociadores foram transparentes com os parlamentares, reunindo-se regularmente com eles e periodicamente com ONGs. Outras cláusulas da TPP também contêm novidades em relação a acordos anteriores, demonstrando que a parceria vai muito além da mera eliminação de tarifas e liberalização de trocas. Uma delas prevê punições a países que façam "desvalorizações competitivas" de suas moedas, isto é, tentem melhorar os números da balança comercial por meio do enfraquecimento da própria divisa. A cláusula é considerada difícil de implementar, porque nem sempre é evidente que uma desvalorização monetária esteja acontecendo por intenção governamental. Reif, porém, diz que o Tesouro dos EUA se comunica constantemente com as autoridades monetárias dos parceiros. O acordo inclui também disposições sobre direitos trabalhistas, exigindo de cada país que inclua em sua legislação interna as normas da OIT (Organização Internacional do Trabalho), como o direito de organização e de negociação coletiva, a proibição de discriminação, do trabalho forçado e do trabalho infantil. A TPP é composta por 12 países banhados pelo oceano Pacífico: EUA, Japão, Cingapura, Brunei, Nova Zelândia, Chile, Austrália, Peru, Vietnã, Malásia, México e Canadá. Envolve cerca de um terço do comércio no planeta e quase 40% do PIB mundial. Tendo encerrado essa etapa, os EUA deverão se concentrar nas negociações com a Europa em torno da TTIP, mas Reif afirma que esse processo não deverá ser acelerado como efeito da conclusão do acordo no Pacífico. Com o acordo assinado pelos negociadores de cada país, ele terá de ser assinado também pelos chefes de Estado e, em seguida, ratificado pelos Legislativos de cada nação. No caso dos EUA, o presidente Obama conseguiu em junho, vencendo resistências em seu próprio partido, que o Congresso lhe concedesse o "fast track", pelo qual os parlamentares terão o direito apenas de aprovar ou rejeitar integralmente o acordo, sem fazer emendas. Ainda assim, analistas preveem resistências de congressistas em ambos os partidos. Reif esteve no Brasil na semana passada para encontros com empresários e membros do governo. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 - Prorrogação de contratos firmados antes de 1993 pode levar investimento a portos Por Fernanda Pires | De São Paulo O governo estuda estender o prazo dos contratos portuários pré-1993 que estão vencidos ou prestes a vencer, possibilidade que já não era mais cogitada. A maioria desses terminais permanece operando via liminar por considerar que tem direito a ficar na área, que é da União. "Há uma discussão com o Congresso e no governo para que seja feito um decreto presidencial que permita a operação dos pré93", disse ontem o ministro dos Portos, Helder Barbalho, no "Fórum Infraestrutura de Transporte", do jornal "Folha de S. Paulo". Helder Barbalho: "Há uma discussão para que seja feito um decreto presidencial que permita a operação dos pré-93 Se de fato isso ocorrer, parte dos 93 arrendamentos previstos no programa de concessões portuárias não irá a leilão. No porto de Santos (SP), por exemplo, há quatro empresas com contratos pré-93 que ainda estão de portas abertas e cujas áreas constam da lista de novos arrendamentos. Por enquanto, contudo, a Secretaria de Portos (SEP) não trabalha com o cenário de retirada de terminais do leilão, já que o decreto é apenas uma possibilidade cujo aval depende de uma avaliação de várias áreas do governo. Questionado por jornalistas, o ministro não deu mais detalhes sobre o tema, que foi um dos mais polêmicos durante a tramitação da nova Lei dos Portos, de 2013. A Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), defensora de um prazo adicional para esses contratos, estima que somente entre seus associados existam 30 terminais pré93 que poderiam investir imediatamente R$ 11 bilhões em instalações, o que seria ideal para o governo criar uma agenda positiva e destravar investimentos no setor. Empresas com terminais pré-93 ouvidas pelo Valor já disseram que pretendem impugnar os editais caso o governo de fato leve a leilão as áreas onde hoje estão instaladas. Essa foi uma das razões que levaram a SEP a mudar a composição dos blocos a serem licitados, priorizando as áreas livres de impasse judicial. A primeira etapa do programa de arrendamento ocorrerá no próximo dia 9, na BM&FBovespa. Serão licitados quatro terminais, sendo três em Santos (dois para celulose e um para grãos) e um em Vila do Conde (PA), para grãos. Os contratos pré-93 são de uma época anterior às licitações portuárias. As empresas tinham um contrato de aluguel (geralmente válidos por 10 ou 20 anos) com as companhias docas que eram sucessivamente renovados. Mas em 1993, com a primeira Lei dos Portos (nº 8.630), o critério para um ente privado explorar uma área portuária da União passou a ser a licitação. O tempo do arrendamento passou a ter um teto de 25 anos, renováveis por igual período uma só vez. A lei dizia que os terminais anteriores a ela deveriam ser "adaptados" em seus prazos, mas isso, diz a ABTP, nunca foi feito. Desde então, o governo vinha dizendo que esses terminais não tinham mais direito a um prazo adicional porque não havia lastro jurídico para dar mais tempo para exploração de áreas públicas que não tinham sido licitadas. "Tem de ter pragmatismo neste país, pragmatismo não envolve ideologia. O que importa para o país? Não é o investimento, o interesse público não é isso?", disse a jornalistas o presidente da ABTP, Wilen Manteli, com um sorriso no rosto após ouvir a fala de Barbalho. A ABTP vem defendendo a publicação de um decreto com prazo adicional aos contratos pré-93 desde que a nova Lei dos Portos foi sancionada, em 2013. Segundo Manteli, a ideia seria dar os dez anos que o Congresso aprovou na tramitação da lei. "A presidente Dilma vetou não o direito de adaptação do prazo, mas a competência de prorrogação, que é do poder concedente e não do Congresso." VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 Editorial - Uma grande frustração com as receitas extraordinárias O leilão de relicitação de 29 hidrelétricas realizados ontem, que não deve levar ao governo parte esperada dos R$ 17 bilhões das bonificações de outorga ainda em 2015, praticamente encerra um ano em que se frustraram uma a uma as possibilidades de receitas extraordinárias. Seja em projetos que criavam novas fontes potenciais de recursos, como o da legalização do dinheiro não declarado no exterior, seja nas concessões do programa de investimento em logística, ou ainda na oferta de ações do IRB ou da Caixa Seguridade, a União encerra o ano com o caixa machucado, a arrecadação em queda e uma carga de cerca de R$ 50 bilhões em pedaladas fiscais da gestão anterior, que poderá ou não ser contabilizada nas contas públicas do exercício de 2015. Ainda que tenha recomposto parte da base governista, e o risco de impeachment tenha sido jogado para o futuro, o governo não consegue aprovar as propostas originais enviadas ao Congresso. As modificações são frequentemente relevantes e atrapalham muito os planos federais. O caso da legalização é exemplar. O projeto foi tirado da cartola para trazer recursos para o combalido cofre da União e, o que é mais importante a longo prazo, permitir finalmente a unificação das alíquotas do ICMS no país. Parte importante dos recursos provenientes da lei se destinava a um fundo compensatório para Estados que sofressem queda de receitas nos primeiros anos da reforma do ICMS. Outra parcela iria para fundos regionais, complementares, trazendo mais verbas para os Estados. A Câmara diminuiu o potencial de arredação e deu outro destino ao dinheiro. Cortou de 35% para 30% a taxação total (meio a meio multa e imposto de renda), congelou a taxa de câmbio para cálculo de ambos a 31 de dezembro de 2014 (R$ 2,66, 42% inferior à ptax de anteontem, de R$ 3,77) e determinou que 52% da arrecadação total decorrente seja entregue diretamente a Estados e municípios, sem passar por qualquer fundo. O governo pode ainda consertar algo do estrago no Senado. As expectativas de receita, quando não foram abalroadas pela crise política, chocaram-se com a realidade da recessão. A letargia do mercado de capitais sepultou a idéia de pôr à venda 17% da participação da União no Instituto de Resseguros do Brasil e a oferta pública inicial de ações da Caixa Seguridade, fontes de esperados R$ 5 bilhões. A intenção do governo era acelerar as concessões este ano, mas o que se viu foi o contrário. Além de mais dinheiro para a União, elas trariam menos gastos de capital e ajudariam a reduzir o enorme déficit de infraestrutura do país. Nenhum dos cinco lotes de rodovias, por exemplo, foi leiloado. O que poderia ser, o da "Rodovia do Frango" terá em dezembro seu edital publicado. O governo esperava obter R$ 19,6 bilhões com elas. Leilões realizados, como o da 13ª rodada da Agência Nacional do Petróleo, foram malogrados e renderam só R$ 121 milhões, com o arremate de 37 dos 266 blocos. Do plano inicial de concessões para o triênio 20152018, a maior parte ficou para o futuro. Do total de 55 terminais portuários de uso privado, foram concedidos 8 e só três arrendamentos dos 71 previstos. A passagem à administração privada dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre só ocorrerá em 2016, se ocorrer. Além de tudo isso, as novas concessões sofreram o impacto adverso das condições menos favoráveis de financiamento, não só pelo aumento dos juros, mas, principalmente, pela redução da participação do BNDES e de seus subsídios nesses negócios. Antes, a atração de interessados era garantida pela oferta de até 80% de crédito pelo banco, equação que permitia reduzir tarifas nos leilões ganhando subsídios nos financiamentos. O sistema de crédito, vital para obras de grande porte, está em transição do BNDES para o setor privado, com o início de desenho de instrumentos de financiamento de longo prazo por instituições privadas. É um passo que demanda tempo e ambiente econômico favorável o país não conta com ambos. O déficit primário real, com tudo isso, caiu muito pouco. Foi de 1,2% do PIB para algo como 0,5% do PIB este ano, sem as pedaladas. Para 2016, o governo quer chegar a um superávit de 0,7% do PIB, contando com a CPMF, e há grande ceticismo em relação à viabilidade da meta e do imposto. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 - Abengoa apresenta pedido preliminar de proteção contra credor Por Jeannette Neumann e David Román | The Wall Street Journal, de Madri A empresa espanhola de energia renovável e engenharia Abengoa SA informou ontem que está entrando com um pedido preliminar de proteção contra credores, um passo inicial que pode levar ao maior caso de recuperação judicial da história do país. O possível fim da Abengoa é um exemplo extremo de uma empresa espanhola cuja expansão impulsionada por meio de endividamento durante os anos em que a economia da Espanha viveu um boom enfraqueceu suas ambições de crescimento hoje. "Esperamos manter a empresa funcionando", disse Elvira, presidente do conselho do regulador do mercado da Espanha A empresa é uma das principais construtoras mundiais de linhas de energia que transportam eletricidade pela América Latina e uma importante companhia de engenharia e construção, construindo enormes usinas de energia renovável em lugares como o Estado americano de Kansas e o Reino Unido. A mais recente rodada de negociações da Abengoa com credores começou depois que a firma espanhola de investimento Gonvarri Corporación Financiera cancelou um plano de injetar cerca de € 350 milhões (US$ 372,53 milhões) na empresa com sede em Sevilha, informou a Abengoa em documentos entregues aos reguladores ontem. "A empresa continuará a negociar com os credores com o objetivo de alcançar um acordo para garantir sua viabilidade financeira", informou a Abengoa nos documentos. Uma porta-voz não quis fazer mais comentários. As ações da Abengoa fecharam em queda de 54% ontem em Madri, após ter caído cerca de 70% ao longo do dia. A notícia também atingiu as ações dos bancos espanhóis, que estão entre os principais credores da Abengoa. A Ação do Banco Santander SA caiu 2%. O banco não quis comentar sobre sua exposição à empresa. As ações do Banco Popular Español AS fecharam 2,5% e as do Banco de Sabadell SA recuaram 1,9%. A Abengoa, cujo valor de mercado caiu para € 300 milhões ontem, informou que tinha uma dívida financeira bruta de € 8,9 bilhões no fim do terceiro trimestre. Esse valor sobe para € 16,9 bilhões quando se inclui os € 2,1 bilhões que o grupo espanhol deve para seus fornecedores e os € 5,9 bilhões que a Abengoa tem em dívidas em subsidiárias que ela afirmou que podem ser vendidas, segundo José M. Arroyas, analista do Exane BNP Paribas em Madri. "Investir agora na Abengoa pode apenas ser recomendado para aqueles com alto risco de tolerância", escreveram os analistas do Renta 4 Banco de Madri em uma nota de pesquisa. A Abengoa tem agora até quatro meses para negociar com os credores. De acordo com a lei espanhola, os credores não serão capazes de forçar uma recuperação judicial nesse período. "Esperamos que alguma solução seja encontrada para manter a empresa funcionando", disse Elvira Rodríguez, presidente do conselho do regulador do mercado acionário da Espanha. A decisão da empresa de investimentos Gonvarri de cancelar seu plano de injetar recursos na Abengoa foi o mais recente golpe enfrentado pela empresa, que tem tentado desesperadamente levantar recursos há vários meses em meio a crescentes preocupações de investidores e analistas sobre sua solvência. Durante a maior parte do ano passado, suas ações foram compradas por investidores intrigados pelos pedidos dos executivos da Abengoa para reduzir o endividamento que a empresa começou a acumular em um período anterior à crise espanhola. Mas no início deste ano, os investidores começaram a ficar preocupados sobre quanto dinheiro que a Abengoa tinha para administrar suas dívidas. Embora o endividamento da empresa não fosse nada novo para investidores e analistas que a estavam acompanhando há anos, a movimentação de meados do ano levou alguns investidores a concluir que a Abengoa tinha menos dinheiro nas mãos do que imaginavam. Investidores e analistas vinculam os atuais problemas financeiros da Abengoa a uma mudança de estratégia durante o boom imobiliário espanhol, que começou a ganhar força em 2004. Os bancos no país reduziram as exigências de empréstimos para as empresas, o que ajudou a impulsionar o otimismo corporativo, levando algumas companhias espanholas a intensificar sua expansão internacional naquele momento. Desde sua fundação, a Abengoa construiu linhas de transmissão de energia, usinas de bioenergia e infraestrutura de dessalinização para clientes. Durante o boom espanhol, contudo, ela começou a desenvolver esses projetos para ela própria, impulsionada por empréstimos bancários mais baratos e o desejo de expansão. A companhia acumulou pilhas de dívidas apostando em uma taxa de crescimento que nunca se materializou. "Nessa conjuntura, o problema dos investimentos está substancialmente na boa vontade dos bancos em dar novos empréstimos para a Abengoa", escreveu Arroyas, da Exane, em um relatório no dia 16 de novembro, depois de a empresa divulgar seus resultados do terceiro trimestre. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/11/2015 - FIF-GTS é autorizado a entrar na Cesan Por Edna Simão | De Brasília O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FIFGTS) poderá adquirir até R$ 409,4 milhões em participação na Companhia Espírito Santense de Saneamento Básica (Cesan). O relatório de oportunidade prévia de investimento, que conforme antecipado pelo Valor seria colocado em votação no Comitê de Investimentos do FIFGTS, foi aprovado ontem. Segundo fontes, o objetivo da medida é profissionalizar a gestão de companhias com a Cesan, estabelecendo metas de qualidade e eficiência. Agora, será feita uma nova avaliação da empresa para verificar o valor de mercado e, consequentemente, fechar qual será o montante da participação que será adquirida. No contrato, se for confirmado, deverá haver a previsão de recompra de participação pelo governo estadual. Apesar de algumas empresas de saneamento básico estar passando por dificuldades financeiras, a avaliação de pessoas ligadas ao negócio é de que a Cesan poderá trazer um bom retorno para o FIFGTS no longo prazo. O FIFGTS não descarta adquirir participação acionária em outras companhias de saneamento básico. No ano passado, a Cesan obteve lucro líquido de R$ 100,73 milhões ante R$ 70,74 milhões em 2013. Por outro lado, a aplicação de até R$ 700 milhões em cotas do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios da Energisa ficou para uma outra reunião do comitê. Conforme fonte, houve um pedido de vista. A intenção dessa operação é viabilizar investimentos em energia nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 26/12/2015 - Contratos colaborativos e análise concorrencial Por André A. Soares Camargo e Vicente Bagnoli Não é novidade que as inovações empresariais são, de longe, mais céleres e mais astutas do que o alcance da regulação e da fiscalização. Essa verdadeira corrida de "gato" e "rato", traduzida no embate entre intervenção do Estado na economia e o espaço de autorregulação deixado aos particulares, reflete essa tensão natural, ora saudável, ora preocupante, entre esses dois mundos que precisam interagir. Enquanto o Estado tenta traçar os contornos jurídicos da livre iniciativa, os empreendedores buscam caminhos cada vez mais atípicos para, na linguagem de Enzo Roppo, "vestir" melhor juridicamente a sua operação. É nesse sentido que a evolução dos chamados contratos colaborativos deve ser analisada. Empresários precisam uns dos outros para criar novos mercados, expandir os já conquistados, aumentar a sua eficiência, enfim, propagar o seu espírito empreendedor em uma competição cada vez mais acirrada, cada vez mais globalizada. O desenho dessas relações, por meio de contratos típicos e atípicos, traz cada vez mais uma simbiose entre os contratantes, que acabam, direta ou indiretamente, causando externalidades positivas e, muitas vezes, negativas a terceiros, em especial a concorrentes e consumidores. Evidentemente, o princípio da livre concorrência deve ser conjugado com o da livre iniciativa, até por força do comando constitucional do artigo 170, de modo que a análise concorrencial não seja uma interferência indiscriminada e desmedida à atuação dos agentes econômicos no mercado. E é justamente nesta seara que se encontra a dificuldade de conciliar a prevenção disposta na Lei nº 12.529/2011 (Lei de Concorrência) com a autonomia de celebrar os referidos "contratos colaborativos". A Lei de Concorrência dispõe em seu artigo 90, IV, que constitui um ato de concentração a celebração de contratos associativos, nos quais, pode-se incluir, contratos colaborativos, dada a abrangência do termo "associativos". Afinal, quais contratos não são associativos, exceto a cisão e, por que não dizer, o divórcio? Desde o advento da Lei de Concorrência paira-se a dúvida em uma maior precisão acerca do que são tais contratos associativos e quando submetê-los à apreciação da autoridade de concorrência, o Cade. Passados alguns poucos anos e após consulta pública, oportunidade em que a sociedade pôde se manifestar, o Cade publicou a Resolução nº 10/2014. Sucintamente, o órgão de forma correta não definiu quais são os tipos de contrato considerados associativos, afinal isso possibilitaria uma criatividade jurídica para construir novas nomenclaturas contratuais que nada mais seriam que contratos associativos a principio de notificação obrigatória. Por outro lado, para tratar a questão de forma mais abrangente, o Cade acabou retomando o critério objetivo de "mercado relevante" como determinante para a submissão dessas operações, critério este que justamente foi excluído com o advento da Lei de 2011. Em linhas gerais, prevê a Resolução nº 10/2014 do Cade que são considerados associativos quaisquer contratos com duração superior a dois anos em que houver cooperação horizontal ou vertical ou compartilhamento de risco que acarretem, entre as partes contratantes, relação de interdependência. Fato é que o detalhamento trazido com a Resolução nº 10/2014 faz com que operações consideradas simples quanto ao seu efeito concorrencial e triviais na atividade empresarial sejam notificadas, aumentando o custo das empresas e sobrecarregando a atuação da autoridade de concorrência que poderia utilizar melhor os seus recursos em casos concorrencialmente mais significativos. Por outro lado, o mesmo detalhamento da resolução possibilita que empresas façam construções societárias de modo a "driblar" a submissão ao Cade. Mas não é só. Diferentemente de uma aquisição de participação societária ou de ativos, cujas implicações legais e a própria publicidade do negócio naturalmente obrigam as partes envolvidas a submeter o mesmo ao Cade, os contratos associativos na maioria das vezes são negócios estritamente privados, que permanecerão no universo das empresas e essas não os submetem ao Cade, e só se tornarão públicos para a autoridade concorrencial se um terceiro no mercado se sentir prejudicado por uma suposta conduta anticoncorrencial e representar contra essas empresas. Assim sendo, a resolução apresenta-se como mais uma forma de regular esse eterno embate entre Estado e iniciativa privada, entre interesse público e privado, entre livre iniciativa e livre concorrência. Para tanto, é fundamental estudar como o Cade vai se pronunciar sob essa nova regulação, até para que a iniciativa privada possa, dentro da sua liberdade contratual, ter a tão sonhada segurança jurídica e poder, a um só tempo, satisfazer os seus interesses e não lesar os de terceiros. Cabe ao Cade, nesse sentido, debater com a sociedade civil, promover a interação entre esses dois mundos que na verdade são faces da mesma moeda. André Antunes Soares de Camargo e Vicente Bagnoli são advogados em São Paulo e professores do Insper Direito e da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie VOLTAR 2ª PARTE NOTICIAS DO DIA 25/11 Fonte: O Globo 25/11/2015 - Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais à família de Cerveró em troca de silêncio Senador e banqueiro teriam oferecido R$ 4 milhões ao advogado de ex-executivo POR CAROLINA BRÍGIDO / VINICIUS SASSINE O Senador Delcídio Amaral (PT-MS) na Comissão de Assunto Econômicos do Senado - Aílton de Freitas / Agência O Globo / Arquivo 23/04/2013 BRASÍLIA – Documento do Ministério Público Federal revela que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ofereceu pagamento de R$ 4 milhões ao advogado Edson Ribeiro, contratado pelo ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, para que o investigado não firmasse acordo de delação premiada na Lava-Jato. A alternativa seria Cerveró assinar o acordo, mas não mencionar nem Delcídio, nem Esteves nos depoimentos. A dupla também teria pago R$ 50 mil a Bernardo Cerveró, filho do ex-executivo da estatal, em troca do silêncio do depoente. O restante da família receberia a mesma quantia mensal como recompensa. O líder do governo no Senado e o banqueiro foram presos nesta quarta-feira, já o advogado ainda não foi detido apesar de ter tido sua prisão decretada. Bernardo Cerveró procurou a força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba para relatar a existência de pressões ao pai, que negociava a assinatura de um acordo de delação premiada. Fontes com acesso às investigações relatam que ele mencionou a ofensiva contra o pai por parte de uma autoridade com foro privilegiado, sem menção direta ao líder do governo no Senado. A revelação sobre a oferta de R$ 4 milhões e de uma mesada de R$ 50 mil foi feita pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Por unanimidade, a Segunda Turma do STF, composta de cinco ministros, confirmou na manhã desta quarta-feira a decisão tomada ontem pelo ministro. O colegiado considerou gravíssima a acusação do Ministério Público Federal de que o parlamentar tentava obstruir as investigações sobre o esquema de desvios de dinheiro da Petrobras. Zavascki queria que o colegiado referendasse sua decisão de prender Delcídio. Pela Constituição Federal, um parlamentar só pode ser preso antes de condenado em caso de flagrante. Para o ministro, a tentativa do senador de obstruir as investigações da Lava-Jato revela o flagrante. FUGA PELO PARAGUAI Ainda segundo o Ministério Público Federal, Delcídio participou de reunião em que foi planejada a fuga de Cerveró para a Espanha, porque o investigado tem cidadania espanhola. O senador chegou a sugerir uma rota pelo Paraguai e também o tipo de avião que o transportaria até o país europeu. Outro motivo que levou o ministro a mandar prender o senador foi o fato de que, em reunião com o advogado de Cerveró, Delcídio teria prometido a libertação do réu no STF. Ele disse que tinha conversado com Zavascki e com o ministro Dias Toffoli sobre a concessão de habeas corpus. E prometeu que pediria ao vice-presidente Michel Temer e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que falassem com o ministro Gilmar Mendes sobre o tema. Para Zavascki, é impressionante ―a desfaçatez com que se discute a intercessão política na mais alta corte brasileira‖. — A intervenção de Delcídio Amaral perante o STF, ainda que não tenha persuadido ministros, revela conduta de altíssima gravidade — disse o relator da Lava-Jato. Para o ministro, é importante manter o senador preso, para que as investigações não sejam prejudicadas. — A conduta revela que Delcídio Amaral não medirá esforços para embaraças as investigações da Lava-Jato — declarou. Depois da fala de Zavascki, os outros quatro integrantes da Segunda Turma votarão se mantêm a decisão do relator, ou se libertam o senador. NVESTIGAÇÃO DO MPF Diante da existência de uma autoridade com foro privilegiado, a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba encaminhou o caso à Procuradoria Geral da República (PGR). Soube-se, então, da existência de uma gravação feita pelo filho de Cerveró com a ofensiva de Delcídio para que o ex-diretor não o citasse na delação premiada. Em delação, o lobista Fernando Baiano, que operava o esquema para o PMDB, acusou Delcídio de receber propina do negócio da aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas. A compra deu um prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras, conforme o Tribunal de Contas da União (TCU). Na 20ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada no último dia 16, a Polícia Federal (PF) prendeu um ex-gerente da Petrobras e um operador financeiro suspeitos de participar no esquema de fraude na compra de Pasadena. O negócio é investigado pelo MPF e pela PF em Curitiba. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Petrobras pressiona Planalto por reajuste de combustíveis Proposta da estatal, porém, enfrenta resistência da equipe econômica, que teme impacto na inflação POR MARTHA BECK Plataforma na Baía de Guanabara, perto de Niterói - Dado Galdieri / Bloomberg BRASÍLIA - Com uma dívida total de R$ 506,6 bilhões e reduzindo seus investimentos, a Petrobras tem pressionado o Palácio do Planalto por um novo reajuste dos combustíveis. Embora os preços do petróleo estejam em baixa desde o segundo semestre do ano passado, essa seria uma forma de ajudar a estatal a reequilibrar suas finanças, que foram abaladas, entre outros fatores, pelo escândalo da Operação Lava-Jato. — Existe uma pressão nesse sentido (de aumentar os combustíveis) — disse ao GLOBO um interlocutor do Planalto. A ideia, entretanto, não tem aval da equipe econômica. Um dos motivos é que um novo aumento dos combustíveis teria impacto na inflação, que este ano deve fechar em dois dígitos — 10,33%, segundo a última estimativa da pesquisa Focus, do Banco Central (BC) — e em 2016 já supera o teto da meta, de 6,5%, de acordo com a mesma pesquisa. Em setembro, a Petrobras reajustou os preços de venda da gasolina em 6% e do diesel em 4% nas refinarias. Os aumentos foram repassados aos consumidores, em muitos casos, em percentuais acima do reajuste dos combustíveis na refinaria, pois muitos postos de gasolina aproveitaram para recompor margens de lucro. Mesmo com o reajuste, a Petrobras continua com sérias dificuldades de caixa e os técnicos do governo reconhecem que a empresa precisa melhorar sua situação financeira. Uma alternativa que chegou a ser colocada pelo presidente da estatal, Aldemir Bendine, e pelo diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro, a integrantes do governo foi um aporte do Tesouro Nacional por meio de um instrumento híbrido de capital e dívida (IHCD). A proposta foi rechaçada pelo Tesouro, pois aumentaria a dívida bruta da União. E poderia ser vista como uma manobra semelhante às utilizadas nos tempos do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para a equipe econômica, a melhor alternativa seria a estatal colocar em prática imediatamente seu plano de venda de ativos. O plano é estimado em US$ 15,1 bilhões para 2015 e 2016. E inclui, por exemplo, a venda de parte da BR Distribuidora e de outros ativos. A estatal já vendeu parte da Gaspetro. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Pedido de embargo de barragem ficou parado 16 meses em Minas Mais de 800 peixes mortos aparecem na foz do Rio Doce após chegada da lama POR VINÍCIUS SASSINE, COM INFORMAÇÕES DO G1 Ondas de lama em regência, Espírito Santo - Divulgação / Divulgação BRASÍLIA e LINHARES (ES) O processo com um pedido de embargo na Barragem do Fundão, em Mariana (MG), ficou parado num setor do Ibama em Minas Gerais por 16 meses, entre maio de 2014 e setembro de 2015. A barragem se rompeu dois meses depois, e o mar de lama percorreu o Rio Doce até chegar ao oceano no último sábado. O processo trata de uma multa de R$ 20 mil à mineradora Samarco por ter desrespeitado uma condicionante para o desmatamento de área de Mata Atlântica usada como espaço para os rejeitos da extração de ferro. Em maio de 2014, uma procuradora federal com atuação no Ibama em Minas recomendou a ―imediata invalidação da anuência e a lavratura do embargo do empreendimento‖, por conta do descumprimento da condicionante para o desmate. O processo foi para o Núcleo Técnico Setorial de Instrução Processual de A utos de Infração (Nuip) do Ibama em Minas e só saiu de lá no último mês de setembro. A essa altura, toda a região estava desmatada, a área de rejeitos já havia sido ampliada e não havia mais o que fazer. A própria multa levou quatro anos para ocorrer, desde a anuência dada para desmatar, em 2006. A recomendação do embargo, mais quatro anos. Diante desse cenário, fontes do Ibama dizem que o único embargo possível seria de remanescentes de Mata Atlântica, e não da área ocupada por rejeitos na ampliação da barragem. O GLOBO revelou na sexta-feira que a Samarco desrespeitou duas condicionantes para o desmatamento e foi multada em R$ 140 mil. MORTANDADE NA COSTA Com o avanço da lama de rejeitos de minério da barragem da Samarco na costa capixaba, a fauna local começa a ser fortemente afetada. Segundo o Ibama, desde que a lama chegou à foz do Rio Doce, mais de 800 peixes mortos já foram recolhidos. Um navio da Marinha será enviado às praias de Linhares para tentar conter os estragos causados pelos rejeitos. De acordo com dados do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), a lama já avançou 15 quilômetros para o Norte no mar do Espírito Santo e 7 quilômetros na direção Sul. Mar adentro, no sentido Leste, já são 5 quilômetros de rejeitos. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, mudanças nos ventos alteram o tamanho da ―mancha‖. — Nos últimos dias, o que predominou no estado do Espírito Santo foi o vento sul e, por isso, a lama ganhou essa extensão — disse Júdice ao site G1. A captação de água do rio em Colatina (ES) voltou a ser interrompida na noite de segunda-feira. Uma análise feita por engenheiros do Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (Sanear) encontrou maior turbidez da água após recente chuva. Outro exame da água para verificar os efeitos ambientais foi solicitado pelo Iema e está em andamento. Mas, mesmo sem um resultado, Júdice ressaltou que os danos ao meio ambiente já são visíveis, dada a quantidade de peixes mortos registrada. — A turbidez permite que os elementos se sedimentem no fundo do rio e do mar e afete os organismos primários da cadeia alimentar. Também impede que a luz chegue ao fundo do mar, e os animais dependem dela. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Estado tentará antecipar royalties do petróleo para fechar as contas Operação através do fundo de pensão dos servidores deve render R$ 2,2 bi ao governo POR CÉLIA COSTA E LUIZ GUSTAVO SCHMITT O governador do Rio Luiz Fernando Pezão em 09/10/2015 - André Coelho / Agência O Globo RIO — Depois de dizer que estava atrás de ―uma cartola para tirar um coelho‖, como forma de dar a dimensão da gravidade da crise financeira que atinge o estado, o governador Luiz Fernando Pezão sinalizou, na terça-feira, que pode ter encontrado o que procurava. Ele começa a agir para tentar aprovar junto ao governo federal uma operação através do Rioprevidência — fundo de pensão dos servidores —, cartola de onde espera retirar R$ 2,2 bilhões, quase o total necessário para fechar as contas de 2015. Para isso, segundo fontes do governo, Pezão precisa do aval do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A ideia é antecipar, por meio do Banco do Brasil, royalties do petróleo. A manobra é possível graças à lei 7.074, aprovada em outubro deste ano pela Alerj. Se a operação for aprovada, o estado oferece como garantia os royalties do petróleo que receberá no futuro. O montante seria suficiente para o governo arcar com R$ 1 bilhão da folha de aposentados em dezembro, R$ 900 milhões da segunda parcela do 13º dos servidores e R$ 87 milhões das dívidas com fornecedores. O Rioprevidência é capitalizado com os royalties do petróleo. No último dia 17, o pagamento de 2.100 fornecedores do estado foi adiado para garantir os salários de aposentados e pensionistas do Rioprevidência no início de dezembro. Pezão se compromete a quitar a dívida com os fornecedores até a próxima segunda-feira, dia 30. Na terça-feira, ele também esclareceu que, ao longo do mês de dezembro, vai acertar contas atrasadas de anos anteriores, estimadas em R$ 400 milhões. Mais uma vez, Pezão disse que atrasou os repasses aos fornecedores — que incluem contratos de insumos e pessoal terceirizado, lotado em unidades de ensino e saúde — para garantir a folha de pagamento: — Adiei o pagamento de fornecedores para garantir a folha no dia 30 (de novembro). Nos primeiros dias úteis de dezembro, pagarei a servidores e pensionistas. Tenho operações importantes em Brasília para liberar recursos do Rioprevidência. NEGOCIAÇÃO DEPENDE DE JOAQUIM LEVY Pezão não deu detalhes sobre as negociações envolvendo recurs os do fundo de pensão, que já enfrenta sérias dificuldades. Nos bastidores, sabe-se que a negociação precisa ter o apoio de Joaquim Levy para ser feita através do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. O deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) observa que, no atual momento de severa crise econômica, seria difícil para o estado atrair o interesse de bancos privados no mercado financeiro. — A saída é buscar os bancos públicos. Seria uma solução para o momento atual, mas o Rioprevidência já atravessa sérias dificuldades, em parte por conta de outras operações semelhantes já realizadas anteriormente — disse o deputado. Não é a primeira vez que o estado adota essa medida — antecipar os royalties de petróleo — para fazer caixa. A prática chegou a ser alvo de polêmica em setembro, quando o Rioprevidência correu o risco de ter R$ 500 milhões bloqueados de sua conta — dinheiro captado, à época, no mercado internacional. Isso ocorreu porque a previsão de receitas do fundo com os royalties caiu, acompanhando a desvalorização de 50% do petróleo e a redução na produção da Petrobras. Essa mudança no fluxo financeiro implicaria descumprimento do contrato. O problema só foi contornado após um acordo, que envolveu o pagamento de uma multa de R$ 80 milhões por parte do Rioprevidência. BOLSISTAS DA FAPERJ TEMEM FALTA DE RECURSOS Em busca de solução para o rombo no caixa, Pezão também cogitou, na manhã de terça-feira, lançar mão de recursos da Faperj, destinados à manutenção de bolsas de mestrado e doutorado em universidades estaduais. O anúncio do governador caiu como uma bomba na comunidade acadêmica. Bolsistas da Faperj disseram temer que a medida anunciada significasse atrasos nos pagamentos no ano que vem e também a suspensão da concessão de novas bolsas. — Estamos vendo hoje (terça-feira) recursos da Faperj, dentro do orçamento, para ver se dá para pagarmos às empresas que causam mais aflições dentro da Uerj (que suspendeu as aulas) e no Hospital Pedro Ernesto (que restringiu atendimentos). É um problema mais localizado ali. Com outros fornecedores, nós já tínhamos negociado, mas eu estou aberto a receber o presidente do sindicato, conversar com ele e mostrar as dificuldades do estado — disse Pezão. Para receber o financiamento da Faperj, estudantes precisam se dedic ar exclusivamente à pesquisa. Entre alunos de programas de pós-graduação da Uerj que hoje contam com o benefício, o clima é de insegurança e sobram perguntas. Ricardo Nicolay, de 28 anos, contou que, este ano, o pagamento atrasou duas vezes. Em janeiro e junho, em vez de cair na conta no dia 10, só foi transferido nos dias 24 e 19 de cada mês, respectivamente. Morador de Petrópolis, ele depende do valor da bolsa (R$ 2.300) para se manter no Rio, comprar livros e tocar a pesquisa, sobre o fado português. — Fazemos a nossa parte, assistimos às disciplinas, publicamos, e a contrapartida, além do valor quase irrisório, é a incerteza, Desde o começo do ano, a gente vive assim, e esse anúncio do Pezão só complica a situação — criticou. No início da noite, a assessoria do governador alegou que Pezão fora mal compreendido. Segundo o estado, o governador, na verdade, quis dizer exatamente o contrário, que seu esforço atualmente está voltado para aumentar os recursos para a Faperj. O estado também anunciou que o desconto de 8% para o pagamento integral do IPVA no início do ano que vem foi reduzido para 3%. *Colaborou Ludmilla de Lima VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Índios fazem manifestação no Ibama contra licença para Belo Monte Grupo de índios da região do Xingu fez protesto pacífico na sede da entidade POR DANILO FARIELLO Protesto de índios contra a liberação da licença da hidrelétrica de Belo Monte, no Auditório do Ibama, com a presidente do órgão, Marilene Ramos, ao fundo - Ailton de Freitas / Agência O Globo BRASÍLIA - A presidente do Ibama, Marilene Ramos, assinou nesta terça-feira a licença de operação da usina de Belo Monte, que permite que o reservatório seja formado em até 50 dias para o início de geração de energia pela hidrelétrica. A permissão foi dada mesmo com o descumprimento de condicionantes da licença anterior pela Norte Energia, empresa responsável pela usina. Novas exigências socioambientais poderão elevar o custo da energia elétrica gerada na usina, mas, segundo Marilene, o acionamento de Belo Monte colabora com a redução das tarifas de energia por permitir o desligamento de usinas térmicas. Um grupo de índios da região do Xingu promoveu uma manifestação pacífica na sede da entidade durante entrevista coletiva em que a presidente do Ibama comentou a liberação da licença de operação. Com cartazes e discursos, eles pediam a interrupção do processo de instalação da usina. Marilene destacou perante os índios a continuidade dos investimentos da Norte Energia no componente indígena foi diretamente negociada entre a Funai e a empresa, como revelado pela edição do GLOBO desta terça-feira. O termo de compromisso assinado prevê a conclusão de condicionantes que não foram cumpridas anteriormente. — A parte do componente indígena foi diretamente negociada entre a Funai e o empreendedor de forma a assegurar que todo plano de compensação aos povos indígenas fosse completamente cumprido e respeitado. Todo ele está incorporado à licença de operação, de forma que temos garantia de que esse componente vai ser integralmente cumprido. Após a explanação das autoridades do Ibama, o índio Paiakan Kayapó, do Instituto Raoni, do estado do Pará, pediu a palavra para criticar o projeto. Segundo ele, depois de emitida a licença, o sofrimento continuará na região. — Nós, indígenas, não estamos ganhando nada desde 22 de abril de 1500. Até hoje, 24 de novembro de 2015 a comunidade indígena nunca ganhou direito nenhum da parte do primeiro europeu que governou este país. Governo aqui nunca tem interesse de pensar que nós, indígenas, também temos direitos. E até hoje, nós nunca temos direito de ser respeitados, de ter a liberdade do solo que estamos habitando há séculos e séculos. Continuamos sendo humilhados, desrespeitados — disse Kayapó A licença traz sete condicionantes gerais e 34 condicionantes específicas a serem cumpridas pela Norte Energia, que se forem descumpridas, poderão implicar multas ou perda da licença pela usina. Na sexta-feira, a Norte Energia foi alvo de um auto de infração pelo Ibama em valor de R$ 5 milhões pelo descumprimento de condicionantes da licença anterior. Entre as condicionantes, há novas obrigações impostas à Norte Energia que podem impactar o preço da energia oferecida pela usina de Belo Monte, conforme reconhece o Ibama em relatório sobre o licenciamento. A empresa terá concluir a instalação total e assumir a operação do sistema de saneamento da cidade de Altamira, até quanto a prefeitura tiver capacidade de geri-lo. "Por mais que se trate de serviço público de responsabilidade das municipalidades e ainda que possa acarretar em revisão tarifária e subsequente repasse dos custos aos consumidores de energia, a diretoria de licenciamento ambiental manifesta-se pela inclusão de nova condicionante no licenciamento da usina Belo Monte que impute à Norte Energia os custos de operação do sistema", segundo relatório do processo assinado pelo diretor de licenciamento Thomaz Miazaki de Toledo. Segundo Toledo, se esse investimento não for feito, há risco de se desperdiçar o que já foi feito para melhorar o saneamento básico da região. Porém, a indicação não implica, segundo ele, automaticamente, um aumento do custo de geração da energia. Ele lembra que isso será tema de análise da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em nota após a emissão da licença, a Norte Energia destacou que já investiu R$ 4 bilhões em ações socioambientais nos cinco munícipios da Área de Influência Direta de Belo Monte: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. "Há ainda R$ 500 milhões aportados pela Norte Energia para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), para execução de projetos nos municípios das áreas de influência direta e indireta do empreendimento". Segundo Marilene, porém, um atraso maior na emissão da licença de operação de Belo Monte implicaria o uso continuado de 19 usinas termelétricas, que significam custo maior para o sistema. Ele reconheceu que não foram 100% das condicionantes previstas anteriormente atendidas pela Norte Energia, mas disse que, havendo condições de gerar energia, postergar a operação significaria mais problemas para o Brasil. — Havendo condições de gerar energia e todo esse conjunto de salvaguardas para garantir que programas ambientais, urbanos e o componente indígena serão integralmente cumpridos, entendemos que era o momento de fazer a emissão dessa licença de operação — disse a presidente do Ibama. Em setembro, o Ibama apontou 12 pendências para a liberação da licença que deveriam ser resolvidas pela Norte Energia. Em relatório do processo emitido ontem, a diretoria de licenciamento do Ibama apontou que "com o atendimento das questões apontadas em setembro como impeditivas para deferimento da Licença de Operação, o processo encontra-se devidamente instruído e apto para deliberação favorável". Por meio de nota, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, comemorou a emissão da licença da Funai. ―Belo Monte é uma usina muito importante para o setor elétrico e para o Brasil, que precisa de energia limpa, renovável e a custos declinantes para dar suporte ao nosso desenvolvimento‖, disse Braga. O ministério destacou que Belo Monte começará a gerar energia de forma mais intensa em março, quando entrará em operação a casa de força principal de Belo Monte. Ele lembram ainda que a usina deverá estar totalmente concluída até 2019. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Chineses levam usinas da Cesp em leilão da Aneel Cemig pagou R$ 2,2 bi para continuar operando 18 hidrelétricas POR JOÃO SORIMA NETO / ANA PAULA MACHADO Usina de Ilha Solteira - Divulgação SÃO PAULO - A China Three Gorges arrematou as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, em São Paulo, que eram operadas pela Cesp, no leilão de usinas hidrelétricas, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os chineses fizeram uma oferta total de R$ 2.381.037.417,00 pela prestação do serviço/ano, apenas R$ 1,68 abaixo do preço-teto fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de R$ 2.381.037.418,68/ano. Não houve concorrentes. O valor da outorga do lote, o mais valioso do leilão, era de R$ 13.803.752.349,87. A Cesp não conseguiu financiamento para entrar na disputa. A Cemig pagou R$ 2,2 bilhões em outorga e venceu a disputa para continuar operando 18 usinas hidrelétricas em Minas Gerais no leilão que está sendo realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na Bolsa de Valores de São Paulo. O lote D foi o terceiro a ser vendido e inclui a Usina de Três Marias. A estatal ofereceu R$ 498.694.000,00 pela prestação do serviço/ano, um deságio de 1% em relação ao teto estabelecido pelo governo de R$ 503.752.127,54. Também entraram na disputa a Energisa, CPFL e o Consórcio Energia Livre. Juntas as 18 usinas têm capacidade instalada de 699 megawatts A Copel Geração e Transmissão, estatal de energia do Paraná, arrematou o lote B1 que comprende a usina Governador Parigot. A empresa ofertou R$ 130.865.794,29 pela prestação de serviços por ano, o mesmo valor teto definido pela Aneel. O empreendimento já era operado pela estatal. A outorga nesse lote é de R$ 574.826.745,42. Já o lote B2 a Eneel Green Power que ofereceu deságio de 1% no preço-teto estabelecido pela Aneel de R$ 43.696.795,09. A italiana arrematou o lote que compreende as usinas de Mourão I e Paranapanema, todas no Paraná, por 43.259.827,00. A empresa vai pagar uma outorga de R$ 160.687.806,72. O Senado aprovou na última hora a Medida Provisória 688, que dá o aval necessário ao leilão de 29 usinas hidrelétricas antigas cobrando uma outorga de R$ 17 bilhões. Depois de mais de três horas de discussão, na noite desta terça-feira, votaram a favor do texto 44 senadores e, contra, 20. A MP 688 também prevê a repactuação do risco de todas as hidrelétricas do país terem menos água em reservatório para produzir energia do que o previsto em contrato. As duas medidas implicam pressão de aumento na conta de luz. A outorga será paga pelos vencedores do leilão e repassada às tarifas das usinas. Ganharão os leilões as empresas que oferecerem um menor custo de operação das usinas combinado com as menores despesas para captação dos recursos necessários para o pagamento da outorga. Por isso, terá impacto na conta ao consumidor. As usinas que estão sendo oferecidas hoje em leilão da Aneel fazem parte principalmente dos grupos Cesp, Cemig e Copel, que não aderiram à proposta do governo de renovar suas concessões em 2012, mediante uma redução da remuneração. As empresas deverão começar a ter receita pelas concessões a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da assinatura dos contratos. No ano de 2016, as empresas deverão oferecer 100% da energia para o mercado cativo e, a partir de 2017, poderão destinar 30% ao mercado livre, onde tendem a receber mais pela energia. VOLTAR Fonte: Estadão 25/11/2015 - Após resultados ruins, governo discute mudanças no leilão de linhas de transmissão EDUARDO RODRIGUES - O ESTADO DE S.PAULO No leilão realizado no último dia 18, o governo contratou apenas 1.862 km dos 4.127 km em linhas ofertadas Os últimos dois certames de linhas de transmissão tiveram resultados ruins BRASÍLIA - O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, reiterou que o governo está discutindo aperfeiçoamentos nos processos de leilão de linhas de transmissão, após os resultados ruins dos últimos dois certames. No leilão realizado no último dia 18, o governo contratou apenas 1.862 km dos 4.127 km em linhas ofertadas. "Nos últimos dois leilões, não tivemos os resultados que esperávamos. Estamos identificando quais aperfeiçoamentos precisamos fazer nos processos de leilão para voltarmos a ter o sucesso dos últimos anos, quando todos os lotes eram arrematados com ágios bastante fortes", afirmou, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. Barata aproveitou para agradecer aos parlamentares a aprovação pelo Senado na noite de ontem da conversão em lei da Medida Provisória 688, que tratava da repactuação do risco hidrológico e permitia ao governo cobrar outorgas no leilão de usinas hidrelétricas cujas concessões já venceram. O leilão dessas usinas começou às 10h desta quarta-feira, e o governo federal já garantiu o recebimento de R$ 13,8 bilhões com o pagamento de outorga das usinas Jupiá e Ilha Solteira pela empresa chinesa China Three Gorges (CTG). o governo espera arrecadar R$ 17 bilhões no certame. VOLTAR Fonte: relacoesdotrabalho.com.br 25/11/2015 -No Diário do Nordeste: "79% demitiram em 2015, diz CNT" No modal ferroviário de cargas, 60% das empresas esperam aumento do volume movimentado em 2015 e 2016 ( Foto: Antônio Vicelmo ) São Paulo. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) com representantes do setor apontou que 79,1% dos entrevistados realizaram demissões de trabalhadores neste ano. De acordo com o estudo, o fraco desempenho econômico e a retração da demanda dos setores produtivos têm levado os transportadores a reduzir seus quadros de funcionários. O levantamento "Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador", realizado anualmente pela CNT desde 2012, entrevistou 713 empresas de todos os modais (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo), de cargas e de passageiros. Segundo a confederação, o estudo revela um quadro de pessimismo e falta de perspectiva de melhoria a curto prazo sobre a economia do País. Situação mais grave "O momento é de alerta e inspira cuidados nos diversos segmentos do transporte. No ano passado, os transportadores já não se mostravam otimistas mas, agora, a situação está ainda mais grave", afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade. Na sondagem, 54% dos entrevistados disseram que deverão ter redução da receita bruta na comparação com 2014. Ainda de acordo com o estudo, 86% dos transportadores entrevistados não confiam na gestão econômica do governo federal e 49% acreditam que o País só voltará a crescer a partir de 2017. Outros 19,6% dos ouvidos na pesquisa esperam crescimento somente em 2018. Cargas Apenas em relação aos representantes do setor rodoviário de cargas, 57,2% dos entrevistados perceberam aumento do número de casos de roubo de cargas nas áreas em que atuam. Em contrapartida, no modal ferroviário de cargas, 60% das empresas esperam aumento do volume movimentado em 2015 e 2016 e 66,77% das aéreas estimam elevar o número de passageiros. Fonte: Diário do Nordeste. VOLTAR Fonte: relacoesdotrabalho.com.br 25/11/2015 - Na Folha Web: "Desocupação indica menor contratação temporária" Resultado sobe de 8,3% no segundo trimestre do ano para 8,9% no terceiro e é o pior para série histórica desde 2012 O nível de desocupação no mercado de trabalho nacional aumentou de 8,3% no segundo trimestre deste ano para 8,9% no terceiro, em movimento que já indica menor absorção dos trabalhadores temporários de fim de ano. Foi o pior resultado da série histórica iniciada em 2012 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Trimestral (PNAD), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A preocupação é que os números possam piorar após dezembro. No Paraná, houve até leve redução no mesmo comparativo, com queda de 6,2% na desocupação no segundo trimestre para 6,1% no terceiro. No entanto, o índice deste ano é bem superior ao do período de julho a agosto de 2014, quando estava em 4,1%. O resultado nacional também era bem inferior no ano passado, com 6,8%. O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, afirmou ontem que o agravamento das condições no mercado contraria até o movimento comum ao segundo semestre, que é sempre de redução da desocupação para atender à demanda maior de consumidores durante as festas de fim de ano. "Não é só a taxa (de desemprego) mais alta, mas é uma mudança também em função de você ter um deslocamento dessa sazonalidade na taxa da desocupação", disse. Para o consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducci, a a inconsistência do cenário nacional e o baixo nível de confiança impedem que os empresários invistam, o que se reflete no mercado de trabalho. "Existe um cuidado das empresas pela percepção de que o consumidor está com menor capacidade de comprar", disse. Ele lembrou que a indústria costuma contratar no terceiro trimestre e o comércio, no quarto. Professora de economia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Katy Maia considerou que os reflexos da crise se dão pelo efeito dominó, em todos os setores. "A tendência é que as pessoas consumam menos no fim de ano porque estão endividadas e que o 13º salário seja usado para pagar dívidas." Rambalducci diz que a a desocupação deve diminuir somente em dezembro, mas tende a voltar a aumentar, e bastante, a partir de janeiro. "Pode ser que as contratações temporárias não ocorram com tanta força, como em anos anteriores, e sejam feitas somente em dezembro, e não a partir de dezembro, mas é algo necessário", afirmou, ao lembrar que as lojas ficam mais cheias e costumam abrir em horários ampliados até o Natal. O índice em trimestres móveis tem crescido mês a mês desde o período encerrado em dezembro de 2014, quando foi de 6,5%. Ainda, apesar da leve queda no Paraná para 6,1% no fim de setembro em relação a junho, a maioria dos estados tiveram aumentos significativos. E, segundo Azeredo, é preocupante a ampliação no Sudeste, de 8,3% no segundo trimestre para 9% no terceiro. "A região Sudeste é uma das regiões mais afetadas pelo movimento no mercado de trabalho", apontou Azeredo. "Salta aos olhos esse aumento na desocupação na região Sudeste, como se fosse um efeito farol", acrescentou. Retorno ao mercado O nível de pessoas ocupadas caiu de 56,8% no terceiro trimestre de 2014 para 56% no mesmo período deste ano no País, uma variação menor do que a identificada na quantidade de pessoas desocupadas. Isso porque o aumento do desemprego faz com que pessoas que não procuravam trabalho voltem ao mercado, para contribuir com a renda familiar. "A pessoa que não consegue se realocar também busca trabalhar por conta própria", diz a professora da UEL. Fonte: Folha WEB. VOLTAR Fonte: petronoticias.com.br 25/11/2015 - EMPRESAS NORUEGUESAS BUSCAM NOVOS INVESTIMENTOS A LONGO PRAZO E APOSTAM NO MERCADO OFFSHORE BRASILEIRO Por Luigi Mazza ([email protected]) A presença crescente de companhias norueguesas no mercado brasileiro de petróleo e gás traz boas perspectivas para os próximos anos. A indústria nacional atrai por seu potencial de negócios, e não por acaso empresas de fora seguem apostando em projetos a longo prazo no país. Interessadas em suprir as constantes demandas tecnológicas da área offshore, pequenas e médias fornecedoras buscam consolidar clientes no Brasil por meio de representações. É neste mercado que vem atuando a M&O Partners, companhia da Noruega que representa empresas de 15 países no segmento brasileiro de óleo e gás. Além de prover os serviços comerciais de suas parceiras, a empresa atua como plataforma para auxiliar investimentos de pequenos players no mercado brasileiro, conta o dono da M&O, Erik Hannisdal. Atualmente, a companhia vem ampliando seu projeto de internacionalização em países como Estados Unidos e México, mas vê no Brasil o maior potencial para negócios no setor offshore. Segundo Hannisdal, o mercado brasileiro continua atrativo e precisa se adaptar ao novo momento para manter-se no foco dos investidores internacionais. O cenário exige mudanças, mas a sinalização de companhias da Noruega é positiva. ―As empresas norueguesas não estão aqui para agora, mas para o futuro‖. Quais são hoje os principais projetos da M&O? Nós temos várias áreas de atuação dentro da empresa, e hoje atendemos 60 clientes de 15 países. Para alguns, vendemos como representante comercial, e para outros trabalhamos com o desenvolvimento de negócios. Nós atuamos como incubadora para que algumas empresas possam investir em um mercado desafiador. Como isso é feito? Nós administramos subsidiárias, e as companhias investem através de nós no mercado, como uma plataforma operacional. Não é um mercado fácil, mas juntando as competências das empresas é possível ter força para se desenvolver de maneira sustentável. A companhia atua em que áreas no Brasil? A nossa proposta é ser mais que um representante comercial. Temos um modelo de gestão baseado na adaptação de projetos para cada cliente. Nós trabalhamos com algumas empresas de pequeno porte que têm tecnologias muito boas, mas precisam de um apoio maior para atender ao mercado brasileiro. Então buscamos possibilitar a entrada de novas tecnologias no país, tornando isso viável em meio à crise. Como a empresa vem buscando superar o momento ruim? Todos sabem dos desafios do Brasil e dos problemas com o preço do petróleo, então neste cenário o interesse está diminuindo. Mas para nós, depois da crise vem a oportunidade. Temos que trabalhar mais para atender ao mercado da melhor forma possível. Planejamos ficar em uma boa posição quando houver uma retomada, o que pode acontecer antes da recuperação do preço do barril, em 2016 ou 2017. A M&O pretende expandir seu projeto de internacionalização? Nós temos escritório na Noruega, em Houston e estamos iniciando operações em Nashville, nos Estados Unidos. O mercado é um pouco diferente daqui, ainda que seja na área de óleo e gás e marítima. Aqui fazemos assistência completa, e lá o nosso trabalho deverá ser um pouco mais específico. A companhia avalia novos mercados para atuar? A longo prazo, queremos fazer no México o mesmo modelo que fazemos aqui. O mercado mexicano está se abrindo, teve sucesso nas rodadas de licitação e a agência reguladora do país se mostrou rápida em mudar os parâmetros dos processos no segundo leilão. Isso é algo que o Brasil precisa adotar para ficar mais atraente. É preciso se adaptar rápido porque outros mercados estão atraindo, e acho que o Brasil tem um potencial maior que qualquer outro país do mundo no setor offshore. A visita do príncipe da Noruega ao Brasil impulsionou novos projetos? A visita trouxe uma mensagem clara e importante: as empresas norueguesas não estão aqui para agora, mas para o futuro. Elas estão investindo muito e querem se manter no Brasil, então precisamos de um ambiente de negócios favorável para continuar trabalhando, como a Noruega tem feito especialmente nos últimos 15 anos. Qual é a perspectiva de melhora no mercado brasileiro para o próximo ano? O Brasil é um dos melhores países na relação entre petróleo e preço, então é interessante para o mundo. As empresas fazem investimentos hoje para lucrar daqui a cinco ou dez anos, porque o país tem recursos relevantes a longo prazo. Temos o consenso de que o preço do barril vai permanecer baixo no próximo ano e o momento é difícil, mas o país continua sendo um dos melhores lugares para se investir. Quais são as maiores dificuldades para a atuação no Brasil? O grande erro aconteceu a partir das mudanças nas regras para a rodada de 2008, que foi parada no meio. O governo criou um vácuo enquanto montava as novas regras do pré-sal. Naquele momento, o mundo inteiro estava pronto para investir no Brasil. O cenário mudou enquanto organizavam as regras, e essa foi uma oportunidade perdida. Além disso, há o fator restritivo da Petrobrás, que hoje tem um capital limitado e precisa investir 30% nos projetos do pré-sal. As autoridades precisam cuidar das regras, criando um ambiente atraente para os operadores voltarem a investir, o que a longo prazo alimentaria a cadeia. Também é preciso rever o conteúdo local, que não continuou como o governo queria. Todo país cria isso para estimular empregos, mas a regra não funcionou da maneira ideal e é preciso reverter a situação. A M&O tem novos investimentos previstos para este ano? Não há muito mais investimentos este ano. Nós temos a unidade industrial de OSEP, em Macaé, e estamos avaliando um projeto de expansão dos galpões que pode ser feito este ano, mas deverá ficar para 2016. Avaliamos que estamos prontos para o investimento certo, mas temos um olhar mais conservador no atual momento. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Governo arrecada R$ 17 bi em leilão; chineses levam usinas mais valiosas Do total, R$ 11 bilhões têm que ser pagos ainda este ano POR JOÃO SORIMA NETO / ANA PAULA MACHADO Usina de Ilha Solteira - Divulgação SÃO PAULO - Depois do fracasso no leilão de linhas de transmissão, no último dia 18 de novembro, o governo foi bem-sucedido na venda de 29 usinas hidrelétricas, realizado na manhã desta quarta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo, e conseguiu arrecadar R$ 17 bilhões em outorgas. Foram leiloadas hidrelétricas em seis estados: Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Essas usinas eram administradas por empresas que não quiseram renovar a concessão em 2012, em troca da redução do preço na tarifa de energia. O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Jorhosa, disse que o leilão ocorreu dentro do previsto já que todos os lotes foram arrematados e com isso a garantia de que os R$ 17 bilhões devem estar nos cofres públicos a tempo. Segundo ele, as empresas devem pagar 65% desse valor até o dia 30 de dezembro e os 35% restantes até o fim de junho de 2016. — Foi um sucesso dado o momento da economia brasileira e teremos uma tarifa média de R$ 124,88 o megawaltt/hora. Antes do leilão o preço médio era de R$ 125,24 MWH, um deságio pequeno de 0,32%. Isso não vai impactar muito na tarifa paga pelo consumidor, acreditamos que esse é o valor justo — disse o diretor da Aneel. O governo conta com pelo menos R$ 11 bilhões deste dinheiro ainda este ano para reduzir o déficit primário de R$ 62,87 bilhões para R$ 51,8 bilhões previsto para este ano. Jorhosa disse que a assinatura dos contratos está prevista para o dia 30 de dezembro, mas que a data pode até ser antecipada. O edital prevê que ao assinar o contrato, as empresas já tenham feito o depósito de 65% da outorga. Jorhosa afirmou que, por enquanto, tudo está no cronograma para que isso aconteça. — Estamos dentro do cronograma. E acredito que os recursos serão pagos até o dia 30 de dezembro. Tudo depende das empresas. Poderemos até adiantar a assinatura dos contratos, se todos os documentos estiverem de acordo com o edital — disse Jurhosa. Ontem, o relator de receitas da peça orçamentária do ano que vem, senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disse que acredita que, por conta do processo de assinatura de contrato e homologação do resultado, não haverá tempo para esses recursos entrarem no caixa federal e seriam incluídos apenas no Orçamento de 2016. O lote mais valioso do leilão e primeiro a ser vendido foi arrematado pelo chineses da China Three Gorges, que incluiu as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, antes operadas pela estatal paulista Cesp. O valor da outorga a ser paga em duas parcelas ao governo federal foi de R$ 13.803.752.349,87. Os chineses fizeram uma oferta total de R$ 2.381.037.417,00 pela prestação do serviço/ano, apenas R$ 1,68 abaixo do preço-teto fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, de R$ 2.381.037.418,68/ano. Não houve outros concorrentes para o lote. O vice-presidente de negócios da China Three Gorges, João Meireles, disse que a aprovação da medida provisória 668 ontem pelo Senado assegurou a participação da companhia neste leilão. — Hoje, avançamos bastante na decisão de investir no Brasil e a aprovação da MP foi muito importante pois nos dá segurança jurídica para investir no país, que tem o mesmo DNA da China, com grandes obras — disse Meireles. Um grupo de sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de funcionários da Cesp realizou um protesto em frente à Bolsa contra a venda das usinas paulistas à iniciativa privada. Segundo eles, o governo está entregando "o maior parque de geração de energia elétrica ao capital privado". De acordo com os sindicalistas, além de autorização para aumentar as tarifas, o leilão coloca em risco empregos, direitos trabalhistas e a qualidade da energia que chega à população. No segundo lote leiloado, a Copel Geração e Transmissão, estatal de energia do Paraná, arrematou o lote B1 que compreende a usina Governador Parigot. A empresa ofertou R$ 130.865.794,29 pela prestação de serviços por ano, o mesmo valor teto definido pela Aneel. O empreendimento já era operado pela estatal. A outorga nesse lote é de R$ 574.826.745,42. Já o lote B2 a Eneel Green Power que ofereceu deságio de 1% no preço-teto estabelecido pela Aneel de R$ 43.696.795,09. A italiana, que é uma principais acionistas da Ampla, distribuidora de energia do Rio de Janeiro, arrematou o lote que compreende as usinas de Mourão I e Paranapanema, todas no Paraná, por 43.259.827,00. A empresa vai pagar uma outorga de R$ 160.687.806,72. CEMIG LEVA 18 USINAS A Cemig pagou R$ 2,2 bilhões em outorga e venceu a disputa pela operação de 18 usinas em Minas Gerais. O lote D foi o terceiro a ser vendido e incluiu a Usina de Três Marias. A estatal ofereceu R$ 498.694.000,00 pela prestação do serviço/ano, um deságio de 1% em relação ao teto estabelecido pelo governo de R$ 503.752.127,54. Também entraram na disputa a Energisa, CPFL e o Consórcio Energia Livre. Juntas as 18 usinas têm capacidade instalada de 699 megawatts A disputa mais acirrada, que foi para o leilão viva-voz, aconteceu no quarto lote leiloado e a estatal de energia de Goiás, Celg Geração e Transmissão, arrematou o lote A que compreende a usina de Rochedo, localizada no estado de Goiás. A estatal ofertou R$ 5.006.000,00 pela serviços prestados por ano. O valor representou um deságio de 13,58% em relação ao preço-teto estabelecido pela Aneel, que era de R$ 5. 792.970,07. A outorga que será paga ao governo por essa usina será de R$ 15.820.919,00. Além da Celg, o consórcio Juruema também apresentou propostas pelo empreendimento, levando a disputa para o viva-voz. Foram 30 propostas realizadas pelas duas empresas. O último lote foi arrematado pela Celesc, estatal de energia catarinense, que já operava essas hidrelétricas no estado de Santa Catarina. O valor da outorga foi de R$ 228.559.551,80. A oferta pela prestação de serviço foi de R$ 68.963.090,05 um deságio de 5,21% em relação ao preço-teto estabelecido pelo governo de R$ 72.753.550,01. A capacidade instalada das cinco usinas é de 63,20 megawatts. AVAL DO SENADO O Senado aprovou na última hora a Medida Provisória 688, que dava o aval necessário para o leilão de 29 usinas hidrelétricas antigas cobrando uma outorga de R$ 17 bilhões. Depois de mais de três horas de discussão, na noite desta terça-feira, votaram a favor do texto 44 senadores e, contra, 20. A MP 688 também prevê a repactuação do risco de todas as hidrelétricas do país terem menos água em reservatório para produzir energia do que o previsto em contrato. As duas medidas implicam pressão de aumento na conta de luz. A outorga será paga pelos vencedores do leilão e repassada às tarifas das usinas. Ganharão os leilões as empresas que oferecerem um menor custo de operação das usinas combinado com as menores despesas para captação dos recursos necessários para o pagamento da outorga. Por isso, terá impacto na conta ao consumidor. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Receita de concessões só devem entrar em 2016, diz presidente da CMO Rose de Freitas informou que não há tempo hábil para que essa receita entre este ano POR BÁRBARA NASCIMENTO Usina hidrelétrica de Três Irmãos, em Pereira Barreto (SP) - Divulgação / Divulgação BRASÍLIA - A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB/ES), reforçou nesta quarta-feira que a receita de R$ 11,1 bilhões prevista pelo governo para entrar nos cofres neste ano com o leilão de hidrelétricas antigas, realizado hoje, só deve ser contabilizada no ano que vem. A previsão inicial era de que a maior parte da arrecadação fosse destinada para complementar a receita de 2015 e cerca de R$ 6 bilhões entrassem em 2016. Mais cedo, o relator de receitas da peça orçamentária do ano que vem, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), havia dito o mesmo. Após reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a senadora Rose afirmou que não há tempo hábil para que essa receita entre este ano. — A receita de R$ 11 bi entra, mas essa receita é pro ano que vem. Nós estamos falando de uma receita de um orçamento que vai ser votado no último dia de dezembro. Ainda tem a sanção, até a publicação. Então será no ano que vem. Conforme o projeto de alteração da meta de 2015 que foi enviado ao Congresso e aguarda votação, sem a receita de R$ 11,1 bilhões relativas às concessões de hidrelétricas neste ano, o déficit do setor público consolidado sobe para R$ 60 bilhões. Caso somem-se ainda as pedaladas, estimadas em R$ 57 bilhões, o rombo chega quase a R$ 120 bilhões. SESSÃO ADIADA A senadora afirmou ainda que a reunião para votar a receita do Orçamento de 2016, marcada para hoje, foi adiada para esta quinta-feira, às 10h. Segundo ela, o encontro com Levy tinha o objetivo de decidir que receitas o governo acha viáveis de serem arrecadadas e que devem ser contadas na peça orçamentária do ano que vem. As possíveis mudanças na repatriação proposta pela Câmara dos Deputados que sugeriu que uma parte da receita fosse para o Fundo de Participação dos estados e municípios -, por exemplo, diminui a previsão de arrecadação prevista para 2016. — Nós contávamos com um recurso que nós achávamos que ia ajudar, da receita. E quando ela foi votada, ela foi exatamente colocando que parte desses recursos seria para os municípios e para estados. E aí você não conta com a rec eita integral. Essa é uma questão que temos que discutir novamente. O problema do Brasil tem envolvimento com as duas casas. A Câmara pensa de um jeito, a comissão pensa de outro, o Senado pensa de outro. VOLTAR Fonte: Estadão 25/11/2015 - Governo deve reduzir fatia da Infraero em aeroportos concedidos, diz ministro VICTOR AGUIAR - O ESTADO DE S. PAULO Segundo Eliseu Padilha, fatia da Infraero deve ficar entre 15% e 0% na segunda fase do Programa de Investimentos em Logística; na primeira fase de concessões, participação foi fixada em 49% Padilha defende que Infraero não tenha participação na segunda fase do programa de investimentos SÃO PAULO - O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo deverá reduzir a participação da Infraero nos quatro aeroportos que serão concedidos dentro do âmbito da segunda fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL2) - Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS) - ficando numa faixa entre 15% e 0%. Nos aeroportos concedidos durante a primeira fase do PIL - Brasília, Guarulhos, Viracopos, Galeão e Confins -, a participação da Infraero foi fixada em 49%. "Vamos reduzir a participação da Infraero entre 15% e 0%. Minha posição pessoal é 0%. Mas é um colegiado que vai decidir, e, por último, a presidenta irá arbitrar, se for o caso", disse Padilha, durante evento sobre infraestrutura de transporte promovido pelo jornal Folha de S. Paulona capital paulista. Segundo o ministro, o governo tem manifestado a vontade de manter a participação da Infraero nos aeroportos em 15%, uma vez que essa fatia garantiria um assento de forma representativo no conselho desses aeroportos. "É uma discussão interna no governo, tem prós e contras de se ter uma participação maior". Padilha ainda afirmou que o governo teve "absoluto sucesso" no programa de concessões aeroportuárias e está confiante no sucesso dos próximos leilões no setor. "Nós temos no Brasil um dos cinco maiores mercados de aviação civil do mundo. Nós tivemos um crescimento médio nos últimos 11 anos de mais de 10% ao ano", disse. "Temos uma projeção para os próximos 20 anos de um crescimento mínimo de 7% ao ano, o que significa dizer que é uma atividade que está fadada a ter interessados sob os mais diversos ângulos de observação". O ministro também ressaltou que as empresas que atualmente são titulares de concessões podem participar nas novas concessões aeroportuárias, destacando, no entanto, que existem algumas limitações geográficas para preservar a concorrência. "Quem opera no Nordeste, por exemplo, não pode participar em Salvador e Fortaleza, mas pode participar em Porto Alegre e Florianópolis". VOLTAR Fonte: Estadão 25/11/2015 - Governo quer reduzir riscos das debêntures de infraestrutura, diz Levy BERNARDO CARAM E RACHEL GAMARSKI - O ESTADO DE S.PAULO Uma das propostas, segundo o ministro da Fazenda, é criar uma espécie de seguro que dê garantias a esses títulos Seguro que dê garantias a debêntures dessa área é uma das propostas, segundo Levy BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta quarta-feira, 25, que o governo está desenvolvendo mecanismos para diminuir os riscos do financiamento privado de infraestrutura. Segundo ele, uma das propostas é criar uma espécie de seguro que dê garantias a debêntures dessa área. "Algum tipo de seguro que, havendo pequenos atrasos, o fluxo de pagamentos não será afetado", explicou. O ministro apresentou ainda outro mecanismo em estudo. "Temos que acoplar ao papel uma outra fonte de recurso, eventualmente um empréstimo de terc eiro, que permita que desde o momento da emissão seja possível pagar cupons. Isso é uma coisa de uma aridez extraordinária, mas para aqueles que fazem gestão de recursos é um negócio fascinante", disse. O trabalho é feito em conjunto com o Banco Mundial. De acordo com o ministro, a ideia é desenvolver ferramentas que permitam que os papéis sejam realmente atraentes e caibam em carteiras de renda fixa. "Isso tem um limite, isso só funciona se, junto do desenvolvimento desses instrumentos, houver um trabalho de redução dos riscos dos próprios projetos", ressaltou. As afirmações foram feitas no Fórum Nacional de Direito e Infraestrutura, promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. VOLTAR Fonte: Folha de S. Paulo 25/11/2015 - Governo avalia renovação de contrato de terminais portuários anterior a 93 An terio rP ró xima RENATA AGOSTINI DE SÃO PAULO O ministro dos Portos, Helder Barbalho, afirmou nesta quarta-feira (25) que o governo estuda a possibilidade de renovar as autorizações para operação de terminais portuários concedidas antes de 1993. Os empresários tentam há anos a extensão desses contratos, mas o governo vinha se negando a renová-los. Vários arrendatários entraram na Justiça para obter o direito de prolongar as autorizações. Barbalho afirmou que não há decisão final e o tema ainda está sendo debatido no governo. A declaração foi dada pelo ministro durante debate no seminárioFórum Infraestrutura de Transporte, promovido em São Paulo pela Folha. Durante a aprovação da Lei dos Portos, em 2012, os arrendatários pediram uma prorrogação de cinco anos nos contratos. O governo argumentou, contudo, que eles não tinham direito à renovação. PROCURA Segundo o ministro, a Secretaria dos Portos tem recebido diversas consultas sobre o leilão de terminais portuários que ocorrerá em 9 de dezembro. Quatro áreas serão oferecidas na ocasião: três no Porto de Santos, em São Paulo, e uma no Porto de Vila do Conde, no Estado do Pará. Barbalho afirmou que empresas brasileiras, americanas e chilenas são as principais interessadas em arrematar os terminais. A expectativa do governo é levantar R$ 1 bilhão com a concessão das áreas. O ministro afirmou que os recursos entrarão ainda neste ano nos cofres da União e o edital de outras quatro áreas será publicado logo em seguida. O plano é passar à iniciativa privada 93 áreas até o final do ano que vem. A expectativa é que as concessões e a renovação de arrendamentos traga investimentos de R$ 47 bilhões nos próximos quatro anos, afirmou Barbalho. VOLTAR Fonte: O Globo 25/11/2015 - Em votação aberta, Senado decide manter prisão de Delcídio Derrotado, Renan diz que seu papel é defender o Senado e criticou a prisão de senador em pleno exercício do mandato POR CRISTIANE JUNGBLUT E MARIA LIMA Senado abre sessão que discute voto de Delcídio Amaral será aberto ou fechado. Na foto, o presidente Renan Calheiros - Givaldo Barbosa / Agência O Globo BRASÍLIA - Em sessão histórica, o Senado decidiu, por 59 votos a 13, além de uma abstenção, manter a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), referendando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O PMDB liberou a bancada; o PT votou contra a decisão do Supremo; o PDT liberou a bancada, e os partidos de oposição PSDB, DEM, PSB e REDE - encaminharam pela prisão. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no entanto, não deixou de expressar sua contrariedade. Ele disse que se curvava à decisão pela votação aberta, mas avisou que seu papel é de defender as prerrogativas do Senado e que não considerava democrático um senador em pleno exercício do mandato ser preso. Renan estava visivelmente irritado com a decisão pela manutenção da prisão. - Eu me curvo à decisão do Senado, mas, enquanto estiver aqui, vou defender as prerrogativas do Legislativo. Tenho que defender, é meu dever. A polícia vir aqui cumprir mandato é democrático. O que não é democrático é prender um congressista no exercício do mandato. Não posso concordar com isso. O equilíbrio dos Poderes não permite a invasão permanente (das prerrogativas), porque causará no futuro danos à democracia - disse Renan. Para Renan, o Senado, "em boa hora", decidiu pela votação aberta, já que o STF dera liminar neste sentido. - Mas, com todo respeito, o Supremo não precisaria decidir isso. O Legislativo tem que ser Legislativo, quem quiser abrir mão das prerrogativas, que abra. Essa Praça aqui, essa Praça dos Três Poderes, não colocou nenhum Poder no meio. De cada lado fica um Poder. A ocupação deste espaço deve ser harmônica - disse Renan. Os senadores, apesar de referendar a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), fizeram um desabafo sobre o constrangimento de estar votando contra um colega. O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), disse que o momento é o de maior constrangimento de sua vida. - Estou vivendo o maior constrangimento da minha vida parlamentar. De estar votando contra o coração, mas a favor da razão. Custei a acreditar: que o meu amigo Delcídio Amaral estava preso - disse Agripino. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu a favor de Delcídio, para sua liberação. - A posição da nossa bancada é de votar contra (a decisão do Supremo). O que está em discussão é se um Poder pode mandar prender um parlamentar no exercício do seu mandato. É isso que está em discussão. Posso até estar dando adeus à minha vida pública, espero que não. Mas jamais poderia dar adeus à democracia e à Constituição - disse Humberto Costa. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) expressou o sentimento dos senadores da oposição. - É com profundo sofrimento que tenho que encaminhar essa questão. O Delcídio é uma pessoa valorosa. O PT, em sua nota, foi incapaz de reconhecer o seu valor. Não fosse sua atuação como líder do Governo, seguramente o governo teria sofrido muito mais derrotas aqui. Ele merece a consideração da nossa bancada pela função que cumpre e cumpriu aqui - lamentou Aloysio. Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a decidir por votação secreta, mas resolveu colocar essa decisão em votação do Plenário, que encaminhou pelo voto aberto. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), foi a única liderença a defender o voto secreto. Ao mesmo tempo em que o Senado decidiu pelo voto aberto, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o voto aberto em resposta ao mandado de segurança impetrado pela oposição. Delcídio foi preso na manhã desta quarta-feira acusado de conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e o advogado Edson Ribeiro para que o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró não firmasse acordo de delação premiada na Lava-Jato. RENAN CRITICOU NOTA DO PT Renan Calheiros foi aplaudido ao criticar a nota do presidente nacional do PT, Rui Falcão, sobre a prisão do senador. - A nota do PT, além de intepestiva, é uma nota oportunista e covarde. Em seguida, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que a nota não representava a posição da bancada do PT. E encaminhou a favor da decis ão de Renan pela votação secreta. - Essa nota (de Rui Falcão) não passou pelo PT, mas o presidente tem o dever de se posicionar. Mas não necessariamente reflete o posicionamento da nossa bancada. Temos absoluta convicção de que os fatos são gravíssimos. Mas encaminhamos em favor de sua decisão (de fazer votação secreta) - disse Humberto Costa. O líder do PMDB, senador Eunício Olveira (CE), liberou a bancada do PMDB. Ou seja, nem o partido de Renan referendou a decisão do presidente da Casa. - O PMDB libera sua bancada - disse Eunício. Logo no início da sessão, os senadores Cássio Cunha Lima (líder do PSDB), Randolfe Rodrigues (líder da Rede) e o senador Reguffe (PDT-DF) apresentaram questão de ordem a Mesa presidida por Renan Calheiros (PMDB-AL) pedindo a aplicação do artigo 53 da Constituição, que foi alterado para derrubar o voto secreto. O argumento é o mesmo usado no mandado de segurança impetrado no STF pelos partidos de oposição para garantir o voto aberto. O líder tucano argumentou que a intenção do legislador em 2001, ao derrubar a possibilidade de voto secreto para os casos de prisão de parlamentar, era instituir o voto aberto e excepcionalizar apenas para aprovação de autoridades. Na revisão constitucional de 2001, o legislador retirou o adjetivo ―secreto‖ e, segundo Cunha Lima, a intenção era instituir o voto aberto. - Caso a Mesa caminhe para a votação secreta, esses votos poderão ser revelados futuramente, o voto secreto pode ser aberto. A intenção do legislador foi nítida e transparente ao retirar o adjetivo secreto para permitir o voto aberto, o que passou a ser a regra. A melhor trilha é a da Constituição. Esse não é o momento de c onfrontar as instituições. Temos que agir com absoluta prudência e serenidade - discursou Cássio Cunha Lima ao defender sua questão de ordem. O líder da Rede, Randolfe Rodrigues, que também assinou o mandado se segurança impetrado no Supremo, encaminhou a mesma questão de ordem no plenário. - Vivemos um momento dramático no Congresso Nacional. Esse não é um momento de agradar os amigos do senador Delcídio, o momento é de separar as relações pessoais e o espírito de corpo para preservar as instituições e o estado de direito. Os ministros do Supremo decidiram a prisão em sessão aberta, pelo voto aberto. Não é prudente que nós, que viemos para cá pelo voto popular, decidamos essa questão pelo voto secreto - defendeu Randolfe Rodrigues. O senador Reguffe apoiou as duas questões de ordem de Cássio e Randolfe, e apresentou uma terceira, pedindo que, em caso de a Mesa decidir pelo voto secreto, que o plenário delibere sobre essa decisão, e valeria a vontade da maioria, sobre o uso do voto aberto ou fechado. - Se aparecer ali o voto secreto, o povo tem o direito de pensar que o meu voto sim, no fundo possa ser um voto não . Enfrentemos de peito aberto a Justiça dizendo que quer vê-lo solto. Ou enfrente de peito aberto o Delcídio ao dizer que quer que ele continue na prisão. Eu quero que meu eleitor saiba como eu votei. Quero ser fiscalizado e quero meu voto aberto -apelou o senador Cristovam Buarque (PDTDF). JADER E LÍDER DO GOVERNO DEFENDEM VOTO SECRETO Preso em 2002 como ex-senador, Jader Barbalho (PMDB-PA) subiu a tribuna da Casa para defender abertamente a votação secreta. Como argumento, afirmou que hoje o Senado aprecia a questão da prisão de Delcídio, mas, depois, pode ter de se debruçar sobre casos de outros senadores. Além disso, declarou que não se deve dar atenção à opinião pública. - O que está em jogo não é o drama que passa Delcídio Amaral, mas a vida do Senado - discursou.- Este é o episódio de hoje, mas Deus poupe o Senado de viver outros episódios. Deus queira que não tenhamos a dificuldade de examinar outros episódios. Lembrando o caso da cassação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a quem não citou nominalmente, mas qualificou como falso moralista, Jader disse ter ojeriza às palmatórias do mundo. - Tenho ojeriza a palmatórias do mundo, particularmente os moralistas e falsos moralistas. O cemitério está cheio de insubstituíveis e vaidosos. Jader disse que esperou que outro colega subisse a tribuna para defender o voto secreto, mas, como ninguém o fez, ele se animou. E afirmou que não teme a opinião pública. - Não tenho dono na opinião pública. Não preciso ser fiscalizado, guiado, para dizer que represento o povo do meu estado e do meu país. No início da sessão, o documento do Supremo Tribunal Federal (STF) foi lido pelo senador João Alberto, presidente do Conselho de Ética do Senado. O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), também defendeu a votação secreta. Ele disse que o Regimento do Senado é claro ao prever votação secreta em casos de prisão por crime inafiançável. - Não vale priorizar a vontade do legislador em detrimento do que a lei determina. O Regimento é claro. Devemos ficar com a legislação para dar segurança jurídica disse Pimentel. RENAN QUESTIONA PRISÃO EM FLAGRANTE Renan Calheiros abriu a sessão afirmando que a decisão cabe ao Senado e apresentou argumentos contestando a avaliação de que se tratou de uma prisão e flagrante e que tenha sido crime inafiançável. O presidente do Senado citou trechos de despacho do próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a dificuldade de configurar a prisão de flagrante. — Diz o artigo 53, da Constituição, que os membros do Congresso não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Cabe a este Plenário e não ao presidente do Senado, exclusivamente a esse Plenário, decidir, nos autos em questão, onde está e se está configurada a flagrância do ato. A decisão de Teori Zavascki não fala em prisão flagrante, mas apenas em prisão cautelar, que é provisória. Saliento, e isso é muito importante, que o Ministério Público que fosse determinada em prisão preventiva, que é cautelar. E, quanto ao caráter inafiançável do delito, não é inafiançável. No entanto, o Supremo lançou mão do artigo 324 para caracterizar o caráter inafiançável — disse Renan, acrescentando: — No entanto, pelo ineditismo de um tal precedente, essa Casa deve decidir sobre a amplitude da Suprema Corte. Em seguida, Renan diz que "o próprio Ministério Público reconhece a dificuldade de decretar a prisão em flagrante". — O próprio procurador reconhece na sua petição a dificuldade inédita de fazer a prisão preventivamente de um congressista e requer outras medidas — disse Renan.4 VOLTAR