14 Quinta-feira 19 de Novembro de 2015 Jornal do Comércio - Porto Alegre Economia ENERGIA Governo cria comitê para área de mineração CRM/DIVULGAÇÃO/JC Primeira reunião do Comergs deverá acontecer antes do fim do ano Jefferson Klein [email protected] O Comitê de Planejamento de Mineração do Estado do Rio Grande do Sul (Comergs), recentemente criado, fará o seu encontro inaugural nas próximas semanas, antes do final de dezembro. Instituída pelo decreto 52.582, o objetivo da iniciativa é aproximar o governo gaúcho dos agentes relacionados a essa atividade econômica para debater o planejamento do setor. O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, enfatiza que a intenção é levan- tar quais são os programas necessários para o melhor desenvolvimento dessa área. O secretário admite que faltava um lugar para esse tipo de discussão no âmbito do Executivo. Entre os segmentos que serão beneficiados com a ação estão os de carvão, areia, brita, pedras preciosas etc. Além da pasta de Minas e Energia, estarão envolvidas com a proposta secretarias como a do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Obras, entre outras, assim como sindicatos das empresas vinculadas à mineração. A presidência do comitê cabe ao Secretário de Minas e Energia ou a quem ele delegar. Redecker adianta que sugerirá que se faça, de tempos em tempos, um rodízio da liderança do cargo. O dirigente destaca que a ação doComergs será semelhante ao do já implantado Comitê de Operação e Planejamento do Sistema Elétrico do Rio Grande do Sul (Copergs). Sobre o tema energia elétrica, Redecker argumenta que, com a economia em retração e se as temperaturas continuarem amenas, sem passarem seguidamente dos 40°C, o Rio Grande do Sul não deve enfrentar graves problemas quanto ao Iniciativa vai debater melhorias e o planejamento do setor no Estado fornecimento de energia para este verão, como aconteceu em ocasiões anteriores. Contudo, essa previsão não inclui possíveis eventos pontuais, como, por exemplo, a ocorrências de grandes tempestades. O secretário salienta que, no período de veraneio, há um au- mento do fluxo de pessoas no Litoral Norte e, por consequência, o fenômeno faz com que o consumo de eletricidade na região aumente em média de 35% a 40%. Para melhorar o atendimento nessa área, foi feita uma obra de aprimoramento na subestação de energia do município de Torres. Empresa italiana vai investir ¤ 3,4 bi no Brasil até 2019 Aneel realizará maior leilão de O presidente mundial da aos investimentos de € 3 bi- ca, eólica e solar, entre outras. transmissão da história em 2016 Enel, multinacional do setor de lhões previstos anteriormente. O “O Brasil é muito importante energia italiana, Francesco Starace, anunciou ontem que o grupo investirá € 3,4 bilhões no Brasil no período 2016/2019, representando um aumento em relação executivo destacou que o Brasil continua sendo importante para investimentos do grupo, principalmente em energias renováveis, como de origem hidrelétri- em futuros investimentos, principalmente em energias renováveis”, destacou Starace. Em seu plano de investimentos para os próximos anos, a Enel pretende ampliar sua capacidade de geração em 1,3 gigawatts participando de leilões no Brasil e na África do Sul. Quanto será em cada país ainda não está definido, mas ele disse que deve ficar em torno de 50% para cada um. Segundo ele, o momento é importante para investir no Brasil apesar da atual crise política e econômica que atravessa, já que, afirma, o País não vai aceitar um retrocesso no sistema político. Por outro lado, o interesse da companhia no Brasil também se deve à possibilidade de interligação de suas redes e sistemas. Além das distribuidoras federalizadas, o executivo garantiu que o grupo está estudando com cuidado novos investimentos em expansões no sistema de geração e distribuição no Brasil. Starace anunciou também que o grupo tem interesse na privatização das empresas distribuidoras estaduais atualmente controladas pela Eletrobras. “Temos interesse nas vendas das distribuidoras. Temos interesse em energias renováveis”, destacou. A Enel vai investir € 17 bilhões de 2016 a 2019, alta de € 2,7 bilhões em relação ao plano anterior, de 2015 a 2018. Esses investimentos são destinados à expansão das atividades do grupo. Após considerar “exitoso” o leilão de transmissão que resultou na contratação de quatro dos 12 lotes ofertados ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acredita não haver razão para ampliar a rentabilidade oferecida aos investidores em futuras licitações de transmissão. De acordo com o diretor da Aneel, José Jurhosa Junior, os potenciais empreendedores sinalizaram que as condições oferecidas já estão “bastante acertadas” e que o problema enfrentado por elas tem origem na disponibilidade de financiamento. “A não presença de outros players está relacionada à dificuldade de financiamento. Por isso, dadas as circunstâncias do Brasil, esse leilão pode ser considerado um grande sucesso”, afirmou o presidente do Conselho na Planova Planejamento e Construções, Sergio Facchini. A Planova foi a vencedora da disputa pelo lote G. Os outros vencedores do leilão foram o consórcio TCL, no lote A, a estatal paranaense Copel Geração e Transmissão, no lote E, e o Consórcio Firminópolis, no lote L. O Consórcio TCL é formado pelas espanholas Cymi Holding e Lintran, além da Brookfield Participações. Já o Consórcio Firminópolis reúne a CEL Engenharia e a estatal goiana Celg Geração e Transmissão. Os quatro lotes contratados hoje devem demandar investi- mento total de R$ 3,5 bilhões, menos da metade dos R$ 7,5 bilhões estimados inicialmente, e representaram um deságio médio de 0,64% em relação aos valores estabelecidos inicialmente pela Aneel. Os demais lotes não licitados devem ser incorporados ao primeiro leilão de transmissão de 2016, agendado inicialmente para fevereiro. O certame, segundo Jurhosa, será o maior leilão de transmissão já realizado no Brasil, com investimento potencial de R$ 15 bilhões a R$ 16 bilhões. Outros dois leilões de transmissão devem ocorrer aolongo de 2016. Além das condições de financiamento, outros entraves aos projetos de transmissão, de acordo com os executivos dos grupos vencedores da disputa desta quarta-feira, são as questões fundiárias e de licenciamento ambiental. Jurhosa lembra também que o número de potenciais construtoras especializadas em projetos de transmissão é restrito a algo próximo a 30 empresas, e muitas delas já possuem outros projetos em andamento. A volatilidade cambial é outro fator restritivo para os grupos estrangeiros. Apesar disso, o otimismo em relação ao sucesso do próximo leilão foi mantido, em um tom bastante semelhante à análise feita sobre o resultado do leilão de ontem.