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Quinta-feira
19 de Novembro de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
ENERGIA
Governo cria comitê
para área de mineração
CRM/DIVULGAÇÃO/JC
Primeira reunião do Comergs deverá acontecer antes do fim do ano
Jefferson Klein
[email protected]
O Comitê de Planejamento
de Mineração do Estado do Rio
Grande do Sul (Comergs), recentemente criado, fará o seu encontro inaugural nas próximas
semanas, antes do final de dezembro. Instituída pelo decreto
52.582, o objetivo da iniciativa é
aproximar o governo gaúcho dos
agentes relacionados a essa atividade econômica para debater o
planejamento do setor.
O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker,
enfatiza que a intenção é levan-
tar quais são os programas necessários para o melhor desenvolvimento dessa área. O secretário
admite que faltava um lugar para
esse tipo de discussão no âmbito
do Executivo. Entre os segmentos que serão beneficiados com
a ação estão os de carvão, areia,
brita, pedras preciosas etc.
Além da pasta de Minas e
Energia, estarão envolvidas com
a proposta secretarias como a
do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Obras, entre outras, assim como sindicatos das empresas vinculadas à mineração. A
presidência do comitê cabe ao
Secretário de Minas e Energia
ou a quem ele delegar. Redecker
adianta que sugerirá que se faça,
de tempos em tempos, um rodízio da liderança do cargo. O dirigente destaca que a ação doComergs será semelhante ao do
já implantado Comitê de Operação e Planejamento do Sistema
Elétrico do Rio Grande do Sul
(Copergs).
Sobre o tema energia elétrica, Redecker argumenta que,
com a economia em retração
e se as temperaturas continuarem amenas, sem passarem
seguidamente dos 40°C, o Rio
Grande do Sul não deve enfrentar graves problemas quanto ao
Iniciativa vai debater melhorias e o planejamento do setor no Estado
fornecimento de energia para
este verão, como aconteceu em
ocasiões anteriores. Contudo,
essa previsão não inclui possíveis eventos pontuais, como, por
exemplo, a ocorrências de grandes tempestades.
O secretário salienta que, no
período de veraneio, há um au-
mento do fluxo de pessoas no Litoral Norte e, por consequência,
o fenômeno faz com que o consumo de eletricidade na região aumente em média de 35% a 40%.
Para melhorar o atendimento
nessa área, foi feita uma obra de
aprimoramento na subestação de
energia do município de Torres.
Empresa italiana vai investir ¤ 3,4 bi no Brasil até 2019 Aneel realizará maior leilão de
O presidente mundial da aos investimentos de € 3 bi- ca, eólica e solar, entre outras.
transmissão da história em 2016
Enel, multinacional do setor de lhões previstos anteriormente. O
“O Brasil é muito importante
energia italiana, Francesco Starace, anunciou ontem que o grupo
investirá € 3,4 bilhões no Brasil
no período 2016/2019, representando um aumento em relação
executivo destacou que o Brasil
continua sendo importante para
investimentos do grupo, principalmente em energias renováveis, como de origem hidrelétri-
em futuros investimentos, principalmente em energias renováveis”, destacou Starace. Em seu
plano de investimentos para os
próximos anos, a Enel pretende
ampliar sua capacidade de geração em 1,3 gigawatts participando de leilões no Brasil e na África
do Sul. Quanto será em cada país
ainda não está definido, mas ele
disse que deve ficar em torno de
50% para cada um.
Segundo ele, o momento é
importante para investir no Brasil apesar da atual crise política
e econômica que atravessa, já
que, afirma, o País não vai aceitar um retrocesso no sistema político. Por outro lado, o interesse
da companhia no Brasil também
se deve à possibilidade de interligação de suas redes e sistemas.
Além das distribuidoras federalizadas, o executivo garantiu que
o grupo está estudando com cuidado novos investimentos em
expansões no sistema de geração
e distribuição no Brasil.
Starace anunciou também
que o grupo tem interesse na privatização das empresas distribuidoras estaduais atualmente controladas pela Eletrobras. “Temos
interesse nas vendas das distribuidoras. Temos interesse em
energias renováveis”, destacou.
A Enel vai investir € 17 bilhões de 2016 a 2019, alta de
€ 2,7 bilhões em relação ao plano
anterior, de 2015 a 2018. Esses investimentos são destinados à expansão das atividades do grupo.
Após considerar “exitoso” o
leilão de transmissão que resultou na contratação de quatro dos
12 lotes ofertados ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) acredita não haver razão
para ampliar a rentabilidade oferecida aos investidores em futuras licitações de transmissão. De
acordo com o diretor da Aneel,
José Jurhosa Junior, os potenciais
empreendedores
sinalizaram
que as condições oferecidas já
estão “bastante acertadas” e que
o problema enfrentado por elas
tem origem na disponibilidade
de financiamento.
“A não presença de outros
players está relacionada à dificuldade de financiamento. Por
isso, dadas as circunstâncias do
Brasil, esse leilão pode ser considerado um grande sucesso”, afirmou o presidente do Conselho na
Planova Planejamento e Construções, Sergio Facchini.
A Planova foi a vencedora
da disputa pelo lote G. Os outros vencedores do leilão foram
o consórcio TCL, no lote A, a estatal paranaense Copel Geração e
Transmissão, no lote E, e o Consórcio Firminópolis, no lote L. O
Consórcio TCL é formado pelas
espanholas Cymi Holding e Lintran, além da Brookfield Participações. Já o Consórcio Firminópolis reúne a CEL Engenharia
e a estatal goiana Celg Geração
e Transmissão.
Os quatro lotes contratados
hoje devem demandar investi-
mento total de R$ 3,5 bilhões,
menos da metade dos R$ 7,5 bilhões estimados inicialmente, e
representaram um deságio médio de 0,64% em relação aos valores estabelecidos inicialmente
pela Aneel.
Os demais lotes não licitados devem ser incorporados ao
primeiro leilão de transmissão
de 2016, agendado inicialmente para fevereiro. O certame, segundo Jurhosa, será o maior leilão de transmissão já realizado
no Brasil, com investimento potencial de R$ 15 bilhões a R$ 16
bilhões. Outros dois leilões de
transmissão devem ocorrer aolongo de 2016.
Além das condições de financiamento, outros entraves
aos projetos de transmissão, de
acordo com os executivos dos
grupos vencedores da disputa
desta quarta-feira, são as questões fundiárias e de licenciamento ambiental.
Jurhosa lembra também que
o número de potenciais construtoras especializadas em projetos
de transmissão é restrito a algo
próximo a 30 empresas, e muitas
delas já possuem outros projetos em andamento. A volatilidade cambial é outro fator restritivo para os grupos estrangeiros.
Apesar disso, o otimismo em
relação ao sucesso do próximo
leilão foi mantido, em um tom
bastante semelhante à análise
feita sobre o resultado do leilão
de ontem.
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