Carlos Alberto Debastiani ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 1 Carlos Alberto Debastiani Índice: Introdução...........................................................................................................................3 O que é uma ação?..............................................................................................................5 O que é o mercado de capitais? ..........................................................................................7 Por que comprar ações pode ser um bom negócio? ...........................................................9 É possível perder todo o dinheiro que foi investido em ações? .......................................12 Como faço para negociar ações? ......................................................................................14 O que é um Home Broker?...............................................................................................18 Por quanto tempo devo investir em uma ação?................................................................23 Devo concentrar meus investimentos ou comprar ações de empresas diferentes? ..........25 O que devo procurar no mercado de ações?...............................................................27 Ferramentas de apoio e aprendizado ................................................................................29 ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 2 Carlos Alberto Debastiani Introdução Muitas pessoas sentem verdadeiro pavor só em pensar sobre a possibilidade de investir seu dinheiro em ações. Esse sentimento decorre, em grande parte, do total desconhecimento que a maioria dos brasileiros têm sobre o que é, e como funciona, o mercado de capitais. A imagem que paira na mente deles é a de que esse mercado é um terreno escorregadio e sombrio, onde só conseguem sobreviver os grandes investidores e os especialistas em economia, mas isso não é verdade. Esse é um mercado que oferece grandes oportunidades, até mesmo para pequenos investidores, como nós. O que precisamos, para obter sucesso em nosso ingresso nesse mercado, é estarmos bem informados sobre seu funcionamento e sobre as peculiaridades que ele possui. O brasileiro foi acostumado, ao longo de muitas décadas, a investir seu dinheiro apenas em produtos bancários de baixo risco (como a poupança e os fundos de renda fixa) que não estavam sujeitos à flutuações em decorrência de fatores econômicos ou setoriais e que representavam uma opção de valorização constante, embora de pequena monta. Essa doutrinação ao investimento baseado em pagamento de juros e correção monetária fechou o ângulo de visão da maioria da população que não consegue pensar em investimentos sob outro ponto de vista. Meu objetivo ao escrever esse e-book foi exatamente esse: tornar um pouco mais ampla a visão dessas pessoas, ao mostrar que não é somente com juros ou correção monetária que podemos ganhar dinheiro quando investimos. Para sentir-se à vontade com os investimentos no mercado de capitais é preciso entender que, ao comprar ações, você não estará entregando seu dinheiro a um banco que lhe pagará juros, você está adquirindo participação em uma empresa e isso difere muito dos investimentos convencionais e requer habilidades adicionais, que você não precisaria se simplesmente entregasse seu dinheiro ao banco. Nessa modalidade de investimento você só irá ganhar dinheiro se essa empresa valorizar-se. É como se você abrisse seu próprio negócio: sua renda dependeria do negócio “ir para frente”, não haveria nenhuma garantia referente a um rendimento mensal fixo. Se você conhece pessoas que administram seu próprio negócio, certamente já ouviu essas pessoas dizendo que existem épocas em que ganham mais e épocas em que ganham menos com seus negócios. Isso não quer dizer que suas empresas vão mal, são apenas situações momentâneas ou sazonalidades. No mercado de ações ocorre o mesmo, existem épocas em que as ações valorizam mais e outras em que as ações valorizam menos (ou até sofrem desvalorizações), por isso precisamos encarar nossos investimentos nesse mercado considerando essa característica. É como se bolsa de valores também tivesse um período de entre safra, como ocorre na agricultura e na pecuária. É aquele “tempo das vacas magras”. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 3 Carlos Alberto Debastiani Devemos pensar que o período de entre safra nunca desanimou nenhum agricultor ou pecuarista, então, porque um período de desvalorização da bolsa de valores deveria desanimar os investidores? É com essa segurança que desenvolvo, nos próximos capítulos, os temas que considero essenciais para que todos possamos encarar o mercado de ações sem temores. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 4 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 1 O que é uma ação? Para descrever de forma bem simples o que é uma ação, podemos defini-la como uma quota, uma parcela (na verdade, a menor parcela) de uma empresa. O conceito de sociedade anônima foi criado para permitir que uma empresa (ou a iniciativa de criar uma empresa) pudesse captar dinheiro no mercado para financiar suas atividades. Ao invés de conseguir alguns sócios que tenham muito dinheiro para formar a empresa, o contexto das sociedades anônimas busca obter muitos sócios que tenham pouco dinheiro de forma que, ao juntar o pouco dinheiro desses milhares de sócios, tenha em mãos um grande montante financeiro. Por essa razão, o preço da maioria das ações é sempre pequeno, permitindo que se possa comprá-las mesmo com pouco dinheiro. Esse é mais um tabu que persiste na mente do brasileiro: a idéia de que é preciso ter muito dinheiro para investir em ações. Na verdade, ela custam tão pouco que é provável que possa comprar algumas delas com o dinheiro que tiver no bolso agora. A sociedade anônima recebe essa denominação porque, devido ao alto grau de distribuição que as ações de uma empresa pode alcançar (entre milhares ou até milhões de proprietários), não é possível conhecer quem são os donos dela (embora todos eles estejam devidamente identificados nos registros dos órgãos reguladores do mercado). Você poderá encontrar, na rua, um estranho que seja seu sócio em determinada empresa, sem que você o saiba. Dessa forma, ao comprar um certo lote de ações você está adquirindo uma parte de um empresa, ou seja, uma participação nela, está se tornando dono da empresa, na proporção das ações que possui. Se comprar mais ações, terá maior participação, se vender suas ações, reduzirá essa participação. Como acionista, ou seja, proprietário dessa empresa, passará a ter direitos proporcionais a essa participação. Se a empresa lucrar com sua atividade econômica, terá que repartir uma parcela desse lucro com os acionistas. A lei das sociedades anônimas estabelece que a empresa é obrigada a pagar pelo menos 25% de seu lucro líquido, na forma de dividendos, aos seus acionistas. Chamamos de dividendos à essa participação nos resultados da empresa a que os acionistas tem direito. O valor recebido por um acionista a título de dividendos é isento da cobrança de imposto de renda porque é calculado sobre o lucro líquido da empresa (do qual já foi deduzido o imposto de renda). No Brasil, as empresas podem ter dois tipos de ações à venda na bolsa de valores: • Ações ON (Ordinárias Nominativas): são ações que dão, aos seus proprietários, direito de voto nas assembléias de acionistas, ou seja, permite que o acionista possa opinar sobre o rumo dos negócios da empresa (na proporção da quantidade de ações que possui, é claro). ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 5 Carlos Alberto Debastiani • Ações PN (Preferenciais Nominativas): são ações que não dão, aos seus proprietários, direito de voto nas assembléias de acionistas, porém, lhes garante a preferência no pagamento de proventos em dinheiro (como juros ou dividendos). Os proprietários dessas ações recebem mais dinheiro por ação do que os proprietários das ações ON. Esses dois tipos de ações normalmente têm preços diferentes devido ao fato de o mercado preferir as ações PN que pagam proventos maiores. Na Bovespa existe um segmento diferenciado chamado Novo Mercado, que segue as premissas do mercado de capitais americano. As empresas que pertencem a esse segmento possuem apenas ações ON e precisam se adequar a uma série de normas que visam garantir a transparência e a qualidade das informações fornecidas ao mercado. No que diz respeito à origem de onde as ações estão sendo negociadas, elas podem estar em dois tipos diferentes de mercado: • Mercado primário: é aquele em que as ações estão sendo ofertadas pela própria tesouraria da empresa, sendo negociadas pela primeira vez. • Mercado secundário: é aquele em que as ações estão sendo revendidas, ofertadas por acionistas que já as possuíam, quer tenham sido adquiridas diretamente no mercado primário ou de proprietários anteriores, no mercado secundário. A grande maioria das ações que circulam na bolsa de valores são fruto do mercado secundário. Somente os IPOs (sigla em inglês para “Oferta Inicial de Ações”) e as ofertas adicionais feitas pelas empresas pertencem ao mercado primário. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 6 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 2 O que é o mercado de capitais? O mercado de capitais é o ambiente operacional no qual se pode negociar o capital das empresas constituídas como sociedades anônimas. Nesse mercado podem ser negociados tanto as ações como seus derivativos. Derivativos são títulos derivados das ações, daí sua denominação. As opções de compra, de venda e o contratos futuros são alguns exemplos de derivativos. Porém, não vamos discutir o mercado de derivativos aqui. Vamos fixar nosso foco apenas no mercado à vista, onde são negociadas as ações das empresas. O mercado de capitais surgiu em razão de os investidores mudarem de opinião em relação a uma determinada empresa que possuem, ou de precisar do dinheiro que haviam investido no capital dessa empresa. Quando decidem que não querem mais ficar com um lote de ações não podem simplesmente devolvê-las aos cofres da tesouraria daquela empresa e receber seu dinheiro de volta, precisam encontrar outro investidor disposto a comprá-las. Dessas negociações secundárias entre investidores é que nasceu o mercado de ações e as bolsas de valores. Daí também surgiu o preço de mercado que não é, exatamente, o preço original pago pelas ações quando de seu lançamento no mercado primário. Esse preço de mercado pode ter sofrido alterações desde a oferta original feita pela empresa. Pode ser maior se a empresa cresceu, ganhou muito dinheiro e conquistou mercado, mas pode ser menor se houve prejuízo ou se a empresa não apresentou o crescimento esperado. Na verdade, o preço de mercado não está diretamente relacionado com o valor original da ação, mas sim com a expectativa que o mercado criou a respeito da empresa. Para evitar que ocorram abusos, manipulações e distorções nesses preços e também na confiabilidade dos papéis negociados, foram criadas diversas instituições para administrar e fiscalizar o mercado de capitais. Cada uma dessas instituições é responsável por uma tarefa ou setor do mercado, de forma que exista transparência e um controle minucioso das transações realizadas. No Brasil as instituições que fazem parte do mercado de capitais são: • Bolsas de valores: São empresas responsáveis pela negociação das ações e seus derivativos. Recebem, controlam e efetivam as ordens de compra e venda, através de um sistema eletrônico ou manual. Na Bovespa, a maior bolsa de valores do Brasil, a maior parte dos negócios são realizados através de um sistema eletrônico chamado Megabolsa. Existe também o mercado de balcão organizado. É responsável também por manter a infra-estrutura de negociação e o histórico de cotações de todos os papéis negociados, bem como as informações de balanço enviadas pelas empresas que possuem ações listadas na bolsa, fornecendo sempre informações precisas e de fácil acesso para que os investidores possam tomar suas decisões de forma mais segura. Também administra e calcula os diversos índices de mercado, que servem ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 7 Carlos Alberto Debastiani como indicadores de tendência para setores de atividade específicos ou para o mercado, como um todo. • Sociedades corretoras: São empresas que fazem a mediação entre os investidores e as bolsas de valores, cuidando da parte operacional dos negócios. Nenhum investidor consegue interagir diretamente com a bolsa de valores para comprar ou vender ações, é preciso que tenha uma conta corrente aberta em uma corretora para que possa operar na bolsa de valores. Antigamente as operações eram feitas por telefone ou pelo o comparecimento dos investidores na corretora para comandar a compra ou venda de ações. Hoje esse comando pode ser efetivado diretamente pelo investidor, via Internet, utilizando um sistema chamado Home Broker. As sociedades corretoras também são responsáveis pelo desconto de todos os valores referentes às operações e das tarifas necessárias da conta do cliente, bem como do crédito de todos os proventos recebidos pelas ações que ele possuir. • CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia): É o órgão responsável pelo controle financeiro do mercado de capitais, realizando toda a compensação de valores envolvidos nas operações. Também é responsável pela troca de titularidade das ações quando ocorre uma negociação. • CVM (Comissão de Valores Mobiliários): É o órgão regulador do mercado de financeiro, responsável por fixar normas e procedimentos para todos os envolvidos na operacionalidade do mercado. Também exerce fiscalização sobre as bolsas de valores, sociedades corretoras, agentes de investimentos, analistas de mercado, bancos e qualquer outra pessoa ou entidade que venha a participar de alguma forma do mercado financeiro. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 8 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 3 Por que comprar ações pode ser um bom negócio? Como vimos no capítulo anterior, o mecanismo utilizado para ganhar dinheiro com ações é o mesmo que sempre foi utilizado em qualquer forma de comércio: comprar a preços baixos e depois vender a preços mais altos. Portanto, a questão chave para o sucesso dos negócios é o preço das ações. Vimos, também, que os preços das ações (como ocorre em qualquer tipo de mercado) têm dois fatores que podem influenciá-los: seu valor intrínseco, ou seja, aquilo que essa parcela da empresa realmente vale em função de seu patrimônio, e o seu valor subjetivo, que é marcado pela expectativa que o mercado tem a respeito dos negócios daquela empresa e de sua probabilidade de crescimento. Dessa forma, ao comprar ações de uma empresa você está entrando no negócio, tornando-se um empresário. Irá usufruir dos lucros gerados e distribuídos por essa empresa e da valorização que ela alcançar no decorrer do tempo. Havendo boa valorização poderá optar por vender essas ações mais tarde, com um lucro considerável, acima do que obteria com o pagamento de juros se aplicasse esse dinheiro em produtos bancários de baixo risco. Aqui é que está a questão crucial: ao adquirir ações você não sabe exatamente quanto vai ganhar com elas, apenas tem uma perspectiva de ganho, por isso esse tipo de investimento é chamado renda variável. Também existe a possibilidade de não ganhar nada, ou até ter seu patrimônio depreciado, caso as ações dessa empresa não valorizem. É por essa razão que o mercado de capitais também é citado como um mercado de risco, já que não há qualquer garantia de que haverá lucro ao investir nele. Um outro diferencial entre esse tipo de investimento e os produtos bancários mais comuns é a incidência de impostos. Para os investimentos em ações a alíquota de imposto de renda é de 15%, não importando se o prazo de investimento foi de um dia ou de cinco anos. Pelo fato de o investidor só pagar o imposto de renda na venda de suas ações, existe uma vantagem adicional: caso as vendas do mês não atinjam R$ 20.000,00 (vinte mil reais) o investidor estará isento do pagamento de imposto de renda, independente de quanto tenha sido o seu lucro naquela venda. Esse fator pode isentar completamente o investidor do pagamento de imposto de renda se as vendas forem realizadas em pequenas doses mensais que não excedam esse valor. Para os fundos de investimento, as alíquotas podem variar de 15% a 22,5%, dependendo do prazo de investimento e não existe possibilidade de isenção. Além da incidência do imposto de renda, os fundos de investimento ainda cobram do quotista uma taxa de performance cujo valor varia de acordo com o produto escolhido. O investidor do mercado de capitais ainda tem a seu favor a possibilidade de abater os prejuízos que teve com uma ação nos lucros que obteve com outra, ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 9 Carlos Alberto Debastiani reduzindo a base de cálculo sobre a qual incidem os impostos. Nos produtos bancários isso não ocorre. Se o cliente perdeu dinheiro em um fundo misto, por exemplo, não poderá abater esse prejuízo dos rendimentos de um outro fundo de renda fixa que possua. Todos esses fatores devem ser considerados pelo investidor no momento de decidir sobre a parcela de seu patrimônio que deseja investir no mercado de ações. Para transformar seu investimento no mercado de capitais em um bom negócio existem alguns cuidados que você deve tomar antes de comprar ações de determinada empresa. É preciso que escolha uma empresa sólida, idônea e com um bom histórico, ou seja, uma empresa de primeira linha. Para isso será necessário buscar informações em seu balanço patrimonial. As empresas de capital aberto que tem suas ações negociadas em bolsa de valores costumam divulgar prévias de seus balanços anuais a cada trimestre. Esses dados são divulgados ao mercado pelos jornais e também pelos sites dessas empresas, além da divulgação feita pela bola de valores. Dessa forma é possível acompanhar o desempenho da empresa e sua evolução no segmento em que atua, percebendo se essa evolução está sendo positiva e se atinge as expectativas que o mercado tinha em relação à ela. Se uma empresa apresentar prejuízos constantes ou um endividamento permanente, sem demonstrar nenhuma perspectiva de crescimento, o mercado logo perderá o interesse por ela e isso fará com que o preço das ações caia. Manter as ações dessa empresa em sua carteira será um péssimo negócio. Isso quer dizer que, ao investir em ações, você deverá adquirir o hábito de manter-se bem informado, principalmente sobre o setor de atividade das empresas que possuir em sua carteira. Não significa que precisará se transformar em um economista, mas apenas que deve ficar atento às notícias que envolvem essas empresas e seus setores de atuação, para que consiga identificar fatos relevantes que possam influenciar, positiva ou negativamente, os negócios dessas empresas. Além dos dados de balanço que são divulgados pelas empresas, existem muitas ferramentas de análise que podem ser utilizadas na busca por entender como andam os negócios de um determinada empresa. Essas ferramentas recebem o nome de indicadores fundamentalistas. São assim chamados por encontrarem sua origem nos fundamentos econômicos e financeiros das empresas. Na verdade, constituem-se de valores calculados por fórmulas específicas que mesclam diversos dados de balanço das empresas (e às vezes também os dados de mercado, como cotações de preços) e que podem revelar aquilo que não é aparente quando olhamos apenas os dados puros de balanço. Saber interpretar alguns desses indicadores é de fundamental importância para entender como está se desenvolvendo o negócio da empresa. Outro fator de importância é acompanhar a evolução dos preços das ações, de forma que consiga identificar momentos mais propícios para efetuar compras ou vendas. Se o preço das ações sobe e desce com certa frequência, é conveniente aguardar um momento de baixa para comprar ações de uma nova empresa ou ampliar a participação de determinada ação em sua carteira. Da mesma forma, também é conveniente esperar por um momento de euforia, quando os preços sobem, para realizar lucros vendendo as ações que possui. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 10 Carlos Alberto Debastiani Para identificar esses momentos oportunos você deverá aprender a interpretar gráficos, pois eles são instrumentos preciosos quando tentamos entender o comportamento do mercado em relação a determinada ação negociada. Existem muitas ferramentas gráficas que podemos utilizar para estudar o mercado e o comportamento dos preços. Essas ferramentas são conhecidas como indicadores técnicos e são calculadas por meio de fórmulas estatísticas aplicadas sobre o volume das negociações e os preços praticados pelo mercado. Os resultados obtidos nesses cálculos estatísticos são representados em diversas formas de gráficos, que conseguem indicar sinais característicos de comportamento do mercado. Para adquirir as habilidades necessárias para entender indicadores técnicos, fundamentalistas e gráficos de preços, é aconselhável que você obtenha ao menos um conhecimento básico sobre esses instrumentos, por meio de livros ou cursos sobre investimentos em ações (alguns dos quais são recomendados no Apêndice A, ao final desse livro). Dessa forma, poderá se sentir mais seguro em suas decisões de investimento, amparado pelo conhecimento adquirido e por instrumentos mundialmente reconhecidos e utilizados pelos mais sofisticados investidores e profissionais do mercado. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 11 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 4 É possível perder todo o dinheiro que foi investido em ações? Essa é uma questão que assombra o pensamento da maioria das pessoas que, um dia, se vêem diante da oportunidade de investir em ações. Esse temor, em grande parte dos casos, se apoia nas velhas histórias sobre pessoas que perderam tudo o que possuíam investindo na bolsa de valores. Primeiro é preciso entender no que, exatamente, essas pessoas investiram, porque a bolsa de valores possui uma infinidade de ativos diferentes que se pode negociar. Por associar a bolsa de valores com ações, normalmente a conclusão a que se chega é de que o infeliz investimento foi feito exatamente em ações, mas isso quase nunca é verdade. As histórias de infortúnios relacionados à investimentos em bolsa de valores geralmente estão ligados à operações com derivativos ou mercado futuro, modalidades de investimentos onde se pode realmente perder cem por cento do dinheiro investido. O mercado de opções, por exemplo, oferece esse risco ao fixar um prazo determinado (e muito curto) para que as suas expectativas de valorização apresentem resultados. Se não apresentarem, o papel que você tem em mãos perde valor e, se a opção não for exercida na data de vencimento, ela simplesmente deixa de existir, sem que você possa recuperar o dinheiro gasto na compra. Ao adquirir ações isso não ocorre porque as ações não têm prazo de validade. A possibilidade de perder todo o dinheiro investido em ações é quase nula. Isso só irá ocorrer se a empresa falir. Se você comprar ações de empresas sólidas e tradicionais esse fato é praticamente impossível de ocorrer. Você acha que empresas como Petrobrás, Cia Vale do Rio Doce, CSN, Banco do Brasil, Bradesco e tantas outras empresas de primeira linha, estão em risco de falência? Seus balanços patrimoniais dizem que não. O que pode ocorrer com elas (e com qualquer outra empresa) é que os preços de suas ações oscilem devido às flutuações de mercado. Isso não quer dizer que você perdeu dinheiro. Significa somente que os papéis que você comprou estão, temporariamente, valendo menos. Enquanto você não vendê-los por um preço menor do que aquele pelo qual os comprou, não terá nenhum prejuízo pois, nas próximas semanas ou meses, eles poderão valorizar-se novamente. As pessoas costumam fazer suas contas calculando o valor em dinheiro dos ativos que possuem pelo preço do dia e, depois, festejar os lucros (que ainda não realizaram) ou lamentar os prejuízos (que ainda não tiveram), apenas baseados nos números que têm no papel. Ora, esses sucessos ou fracassos não são reais porque você ainda não vendeu suas ações. Só terá o lucro ou o prejuízo com elas, se as vender. Esse tipo de pensamento foi herdado da longa doutrinação aos produtos bancários, onde você entregava dinheiro ao banco e o seu patrimônio era sempre igual ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 12 Carlos Alberto Debastiani ao saldo que o fundo ou a poupança apresentassem a cada dia. Com investimentos em ações essa lógica não se aplica, embora a maioria das pessoas a transporte indevidamente para esse mercado. Se você comprou 500 ações da Petrobrás, seu patrimônio será sempre 500 ações da Petrobrás, independente de quanto elas estejam valendo. Se for um bom negócio vendê-las, então venda, se não for, continue com elas em sua carteira, algum dia voltarão a valer mais do que você pagou por elas. O essencial é que você tenha essa disponibilidade. Esta é a razão pela qual eu disse que era praticamente impossível perder todo o seu dinheiro com os investimentos em ações. Elas nunca vão perder totalmente o seu valor, enquanto a empresa existir. Mesmo que passem por flutuações de preço e que você se veja obrigado a vendê-las por um preço menor do que aquele que pagou ao comprá-las, nunca perderá todo o valor investido, apenas parte dele. Tendo disponibilidade para mantê-la em carteira até que o mercado se recupere e ofereça preços melhores, você não terá que se preocupar com prejuízo. Diversas vezes eu me vi nessa situação, mas a espera por um momento de mercado melhor para vender, sempre valeu a pena. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 13 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 5 Como faço para negociar ações? Para comprar ou vender ações o investidor precisará se associar a uma corretora de valores mobiliários. Como vimos no capítulo 2, as sociedades corretoras são empresas que fazem a mediação entre os investidores e as bolsas de valores. Não é possível investir em ações sem relacionar-se com uma delas. Você terá que preencher um cadastro e abrir uma conta em uma corretora autorizada pela CVM. A maioria das corretoras não cobra nada por isso, algumas delas também não cobram nenhuma tarifa para manter sua conta aberta. Seus registros como investidor, na corretora, terão basicamente duas partes: sua conta corrente, onde ficará o dinheiro que utiliza nas negociações e sua carteira de custódia, onde ficarão as ações que comprar. Nos dias atuais, as ações não são mais entregues fisicamente ao investidor, como ocorria no passado. Elas permanecem em empresas de custódia e possuem seus registros atualizados pela CBLC, que troca a identificação do proprietário a cada negócio que é realizado. Portanto, você nunca verá, com seus próprios olhos, as ações que comprou. Elas existem apenas como registros na sua conta de custódia, na corretora. Uma vez que sua conta esteja aberta e apta a operar, você deverá depositar dinheiro nela, para que possa utilizá-lo na compra das ações. Só poderá comprar ações com o dinheiro que estiver disponível em sua conta corrente na corretora. Isso será feito através de um depósito, um DOC ou um TED emitidos à partir de um banco em que você tenha conta corrente. Muitos bancos possuem, em seu grupo financeiro, uma corretora, o que pode facilitar muito esse trâmite de valores. Com o dinheiro disponível em sua conta você poderá efetuar a compra de ações, especificando essa operação a um funcionário da corretora, habilitado à essa tarefa. Essa solicitação poderá ser feita por telefone, por escrito (via fax, por exemplo) ou até pessoalmente, no balcão de atendimento da corretora, especificando qual a ação que deseja comprar, qual a quantidade e qual o preço que está disposto a pagar por cada uma delas. Com esses dados em mãos o funcionário irá registrar uma ordem de compra no sistema da corretora, ordem essa que será enviada imediatamente à bolsa de valores. Com a evolução da tecnologia e a popularização da Internet surgiu um novo e revolucionário canal de comunicação entre investidores e sociedades corretoras: o Home Broker. No próximo capítulo vamos detalhar o funcionamento desse canal, que oferece muito mais conforto e agilidade ao investidor, quando comparado às formas tradicionais de operação. Se a ordem de compra enviada à bolsa de valores encontrar paridade com uma ordem de venda que já exista lá, o negócio será fechado. Entenda-se por paridade a equivalência entre o preço estabelecido para compra, de um lado, e o preço ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 14 Carlos Alberto Debastiani estabelecido para venda, de outro, considerando que ambas tratem da mesma ação e que a quantidade negociada seja suficiente para atender uma delas. Os negócios na bolsa ocorrem sempre dessa forma. Os investidores que possuem ações e querem vendê-las, colocam ordens de venda. Os investidores que possuem dinheiro e querem comprar ações colocam ordens de compra. O sistema de negociação da bolsa de valores trata de “casar” essas ordens conforme as intenções de seus emissores. Imaginemos que você lançou uma ordem de compra para 100 ações da Cia XYZ a R$ 15,00 cada uma e que, ao chegar à bolsa de valores, essa ordem de compra “casou” com uma ordem de venda dessa mesma ação, na qual constava o preço de R$ 15,00 para uma quantidade de 300 ações. Nesse caso, o negócio será fechado pelo sistema da bolsa, encerrando a sua ordem de compra por ter atendido às 100 ações que você pretendia comprar ao preço que havia estabelecido. A ordem de venda que “casou” com a sua ordem de compra, no entanto, permanecerá em aberto já que ainda restam 200 ações para vender. Ela ficará na espera de um novo comprador que esteja disposto a pagar aquele preço (ou mais) pelas 200 ações que ainda restam. Agora, vamos supor que a quantidade de sua ordem de compra fosse de 200 ações e que, ao chegar à bolsa de valores, encontrasse uma ordem de venda de 100 ações da Cia XYZ, ao preço de R$ 15,00. Nesse caso, o negócio seria fechado e a ordem de venda seria encerrada, já que toda a quantidade especificada nela foi utilizada nessa negociação. A sua ordem de compra, no entanto, ficaria em aberto pois ainda faltam 100 ações para integrar a quantidade que você desejava comprar. Ela ficará aguardando que mais um investidor se apresente oferecendo ações dessa empresa para venda, ao preço de R$ 15,00 (ou menos). Por esses dois exemplos anteriores você deve ter percebido que o valor não precisa ser exatamente o mesmo para que o negócio seja fechado. Basta que atenda a um deles e favoreça ao outro para que atenda à condição necessária para execução de ambas. Por exemplo, se o investidor A colocar um ordem de venda para determinada ação a R$ 14,50 e um investidor B colocar uma ordem de compra para essa mesma ação a R$ 15,00, o negócio será fechado ao preço de R$ 14,50, pois atendeu ao preço estabelecido pelo vendedor e beneficiou o comprador. Existe, também, um outro tipo oferta chamado ordem à valor de mercado, Esse tipo de ordem pode ser tanto de compra como de venda. Uma ordem à valor de mercado é aquela em que não se especifica o valor, apenas o objeto da compra ou venda e a quantidade. O negócio será fechado ao preço de mercado, ou seja, ao preço da primeira ordem que estiver no topo da lista de ofertas, tanto no caso da compra quanto no caso da venda. Esse tipo de ordem é usado por investidores que estão interessados em negociar determinada ação independente do valor que tenham naquele exato momento, sem se importar com pequenas variações de preços que possam ocorrer na negociação. Durante o tempo em que uma ordem de compra fica ativa no sistema de negociação, o dinheiro necessário à liquidação dessa compra fica bloqueado na conta da corretora e o investidor não pode dispor dele para realizar outras compras ou para efetuar saques. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 15 Carlos Alberto Debastiani Da mesma forma, as ações que são objeto de uma ordem de venda ficam igualmente bloqueadas no sistema de custódia da corretora e não podem ser usadas para compor outras ordens de venda. Esses mecanismos são utilizados para evitar fraudes ou operações casadas que não tenham lastro efetivo. Ao final de cada pregão (nome dado ao período de negociação que ocorre durante o dia), as ordens que não foram efetivadas totalmente são encerradas como parcialmente executadas e os ativos ou valores em dinheiro que não foram negociados retornam para seus investidores de origem, ficando disponíveis para novas negociações no pregão seguinte. Uma vez que sua ordem de compra ou de venda tenha sido executada, os registros da sua conta na corretora são atualizados. No caso de uma compra, o dinheiro desaparece de sua conta e as ações surgem na sua carteira. No caso de uma venda, as ações desaparecem da sua carteira e o dinheiro aparece na sua conta. A liquidação efetiva dos negócios realizados na bolsa de valores só ocorre após quatro dias úteis. No entanto, dinheiro recebido pela venda de suas ações fica disponível para novos negócios imediatamente. Você poderá utilizá-lo para comprar outras ações no mercado, mas não poderá sacá-lo da conta da corretora. Para saques, será necessário aguardar o prazo de liquidação. Da mesma forma, as ações que comprou também ficam disponíveis para nova negociação imediatamente. No entanto, se desejar transferi-las para uma conta em outra corretora, terá que aguardar o prazo de liquidação. Custos envolvidos na negociação Ao negociar ações você estará sujeito à cobrança de diversas taxas destinadas às entidades que participam na gestão e operacionalidade do mercado financeiro (como vimos no capítulo 2). Essas taxas têm por finalidade financiar o funcionamento dessas entidades. A primeira delas é a corretagem. A corretagem é uma taxa que você paga á sua corretora pela execução de sua ordem. Isso significa que você irá pagá-la tanto na compra de suas ações quanto na venda, pois ambas serão ordens separadas. Antigamente as corretoras cobravam essa taxa em duas partes, de forma que o valor cobrado dependia do valor da operação: • Um valor fixo (em reais) aplicável para qualquer operação • Um percentual sobre o valor da operação Algumas corretoras ainda mantém esse sistema de cobrança, porém, boa parte delas já migrou para o sistema de tarifa única por operação. Essa mudança ocorreu, em parte, devido à implantação dos sistemas de Home Broker, que geraram um queda considerável no custo de execução das operação. Essa redução de custo foi tamanha que as corretoras vêm promovendo reduções nessa tarifa e, em alguns casos, até isenções para cliente que operam muito (há corretoras que não cobram a tarifa depois da décima operação do dia). Esses benefícios estão criando uma forte concorrência entre elas, na disputa pelos novos clientes que, todos os dias, ingressam no mercado de capitais. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 16 Carlos Alberto Debastiani Particularmente, eu considero essa forma de cobrança muito mais justa pois o custo da corretora passou a ser fixo depois da implantação dos Home Brokers. Para a corretora não há mais diferença entre a execução de uma ordem de R$ 1.000,00 ou de R$ 100.000,00. Então, porque a cobrança deveria ser diferenciada? Creio, inclusive, que essa taxa deva baixar ainda mais, com o decorrer do tempo e o crescimento da carteira de clientes. Além da corretagem, o investidor também paga um conjunto de taxas à bolsa de valores e à CBLC, que variam de acordo com o mercado e a modalidade em que o investidor opera. A figura 5.1 nos mostra uma tabela com a descrição dessas taxas. Figura 5.1 – Custos operacionais A responsabilidade pela cobrança e recolhimento dessas taxas fica a cargo das sociedades corretoras, que o fazem automaticamente na efetivação das operações, sem que o investidor tenha que se preocupar com isso. Caso você coloque uma ordem (seja de compra ou de venda) na bolsa de valores e ela não seja executada, não haverá cobrança de nenhuma taxa ou corretagem. A cobrança só ocorre quando as operações são executadas. Nos casos de execução parcial da ordem, a base de cálculo a ser usada para a incidência das taxas será o valor efetivamente negociado e não o valor total da ordem. Se estiver operando com taxa de corretagem fixa, pelo fato dela não considerar o valor da ordem, será sempre cobrado o valor inteiro, mesmo que a execução da ordem seja parcial. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 17 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 6 O que é um Home Broker? Home Broker é o nome dado a um sistema eletrônico, via Internet, que permite ao investidor interagir diretamente com o sistema de negociação da bolsa de valores, colocando ordens de compra e venda por intermédio de sua corretora, porém, sem a necessidade de contato ou interferência de qualquer funcionário da corretora. O investidor deve especificar, no ato da abertura de sua conta na corretora, que deseja utilizar o Home Broker. Uma vez que sua conta seja aprovada, ele receberá uma identificação e uma senha (como acontece com uma conta bancária) que deverá utilizar para sua entrada no sistema a partir do site da corretora na Internet. Os sistemas de Home Broker se transformaram na ferramenta mais utilizada pelos investidores para a colocação de ordens de compra e venda de ativos e para acompanhamento do pregão. Alguns desses sistemas fornecem informações em tempo real para o investidor. A razão do sucesso que esses sistemas alcançaram foi a agilidade que proporcionaram para o investidor, que pode acessar sua conta de qualquer lugar do mundo, em qualquer horário. Para as corretoras o sistema também apresentou vantagens, na medida em que reduziu seu custo operacional eliminando a necessidade de manter operadores ao telefone para receber as solicitações dos clientes. Figura 6.1 – sistemas de Home Broker ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 18 Carlos Alberto Debastiani A figura 6.1 nos mostra como os sistemas de Home Broker interagem, através dos servidores das corretoras, com o Mega Bolsa. Utilizando o Home Broker, o investidor tem a sensação de que está transacionando diretamente com a bolsa de valores, pois a resposta é imediata. Em segundos é possível visualizar a chegada de sua ordem à lista de ofertas do Mega Bolsa e acompanhar a execução. Os sistemas de Home Broker permitem total visualização de tudo o que ocorre no mercado, de forma que o investidor possa tomar decisões com extrema rapidez. As negociações ocorrem pela comparação entre as ordens de compra e de venda dos diversos ativos negociados. Cada ativo tem um lista de ofertas (também chamada de book de ofertas) onde são exibidas as ordens de compra e venda que todos os investidores colocaram para aquele ativo. A figura 6.2 mostra um exemplo de uma dessas listas. Figura 6.2 – Lista de ofertas A lista de ofertas é formada por duas partes: • A coluna dos compradores: uma lista onde figuram todas as ordens de compra que foram colocadas pelos investidores que desejam adquirir aquele papel. Essa lista apresenta as ofertas de compra por ordem descendente de preço, colocando as ofertas com maior valor em primeiro lugar. Isso significa que, se um investidor quiser que sua ordem entre no primeiro lugar dessa fila, terá que coloca-la com o preço maior que todas as outras que já estão lá. • A coluna dos vendedores: uma lista onde figuram todas as ordens de venda que foram colocadas pelos investidores que desejam vender aquele ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 19 Carlos Alberto Debastiani papel. Essa lista apresenta as ofertas de venda por ordem crescente de preço, colocando as ofertas com menor valor em primeiro lugar. Isso significa que, se um investidor quiser que sua ordem entre no primeiro lugar dessa fila, terá que oferecer seus ativos por um preço menor do que todas as outras ordens que já estão lá. Cada uma dessas duas partes possui 3 colunas que indicam qual a corretora que enviou a ordem, qual a quantidade de ações que o investidor deseja comprar ou vender e qual o preço definido por ele. A colocação de ordens de compra e venda é efetuada em janelas específicas do sistema de Home Broker. Essas janelas podem variar em formato e funcionalidade, de uma corretora para outra, embora os elementos essenciais permaneçam os mesmos. Obrigatoriamente, o investidor irá definir que tipo de operação deseja realizar (compra ou venda), qual o ativo e a quantidade que deseja negociar. Em alguns sistemas o investidor pode informar o valor em dinheiro que deseja investir e o sistema calcula automaticamente a quantidade utilizando o valor de cotação. Dependendo da sofisticação implementada no sistema de Home Broker, o investidor também pode especificar tipos especiais de ordem como as ordens stop e start. A figura 6.3 nos mostra um exemplo dessas janelas de formatação para ordens de compra ou venda. Figura 6.3 – Janela para colocação de ordens As ordens do tipo start ou stop, de que falamos, são ordens especiais que, na verdade, não são enviadas imediatamente à bolsa de valores, mas ficam registradas apenas no sistema da corretora. Essas ordens estão subordinadas a certas regras (definidas pelo investidor) que especificam quando elas devem ser disparadas e enviadas à bolsa de valores. São úteis para proporcionar ao investidor mais agilidade na tomada de decisão e garantir que certas medidas sejam tomadas automaticamente, sem que o investidor precise monitorar o mercado constantemente. A ordem tipo start é usada para disparar uma ordem de compra, sempre que um determinado ativo atingir um preço específico. Para registrar uma ordem desse tipo o investidor terá que definir, além do ativo, da quantidade e do preço de compra desejado, o valor de gatilho ou disparo. Normalmente, o valor de disparo da ordem é ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 20 Carlos Alberto Debastiani sempre um pouco menor do que o valor que se pretende pagar na efetivação da compra de forma que, uma vez disparada, a ordem efetiva de compra entre em primeiro lugar na lista de ofertas e consiga fechar logo um negócio. A figura 6.4 nos mostra uma ordem desse tipo sendo definida para registro. Figura 6.4 – Ordem tipo Start A ordem tipo stop é usada para disparar uma ordem de venda, sempre que um determinado ativo atingir um preço específico. Para registrar uma ordem desse tipo o investidor terá que definir, além do ativo, da quantidade e do preço de venda desejado, o valor de gatilho ou disparo e, ainda, o tipo de disparo que deseja efetuar. Esse tipo de ordem tem duas finalidades: parar uma perda ou um ganho. Por essa razão está dividido em dois subtipos: stop loss (parada de perda) e stop gain (parada de ganho). O objetivo da ordem stop loss é evitar que uma possível perda se torne ainda maior. Ela é utilizada como proteção contra uma queda rápida no preço das ações, disparando uma venda imediata. Nesse caso, o investidor especifica um valor de gatilho e um valor de venda um pouco abaixo do valor de gatilho. Se o preço atingir o valor de gatilho, a ordem é automaticamente enviada à bolsa de valores pelo preço que foi especificado, sem a necessidade de intervenção do investidor. A figura 6.5 nos mostra uma janela para especificação de ordem stop loss. Figura 6.5 – Ordem tipo Stop Loss. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 21 Carlos Alberto Debastiani Já a ordem stop gain tem por objetivo evitar que se perca uma boa oportunidade de venda quando ocorre uma alta rápida no preço de uma ação. Nela o investidor especifica, como gatilho, um preço que já considera como lucro satisfatório, além do preço efetivo de venda, que deve ficar pouco abaixo desse gatilho para garantir que a ordem feche rapidamente um negócio. Se a cotação do ativo atingir o valor de gatilho, a ordem de venda é automaticamente enviada à bolsa de valores pelo preço de venda que foi especificado, sem a necessidade de intervenção do investidor. A figura 6.6 nos mostra uma janela para especificação de ordem stop gain. Figura 6.6 – Ordem tipo Stop Gain. Além das facilidades oferecidas para a consulta de dados do mercado, colocação de ordens e gerenciamento de sua conta, a maioria dos sistemas de Home Broker também agrega funcionalidades como gráficos de preços ou de indicadores técnicos e links para sites de finanças ou economia, onde se pode obter informações ou análises de especialistas sobre os mais diversos papéis negociados na bolsa de valores. Se considerarmos o grau de facilidade com que se pode interagir com um sistema de Home Broker, a agilidade que ele proporciona em função dos avançados recursos tecnológicos agregados, sem falar em seu baixo custo (tanto para o investidor quanto para a Corretora), não é difícil entender porque esse canal de comunicação já caiu no gosto de quase todos os investidores. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 22 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 7 Por quanto tempo devo investir em uma ação? A questão sobre o prazo de investimento é uma das dúvidas mais delicadas de quem nunca investiu nesse mercado. O consenso de mercado é de que se busque investir em ações sempre com visão de longo prazo (período superior a um ano e meio) , baseando-se nos fundamentos econômico financeiros das empresas, de forma que a rentabilidade obtida no longo prazo dilua boa parte das oscilações de preços ocorridas durante o período de investimento. Segundo esse pensamento, ao investir com objetivos de longo prazo, o investidor não teria que se preocupar com o sobe e desce das cotações e colheria seus lucros quando já estivessem bem sedimentados. Esse tipo de investimento também é considerado de menor risco, justamente por diluir períodos de baixa no preço da ação. Particularmente, eu penso que a decisão sobre o prazo de investimento depende dos objetivos e do perfil do investidor. Dessa forma, a receita que funciona para alguns pode não funcionar para outros. É possível ganhar dinheiro com investimentos de curto prazo, porém, isso dará muito mais trabalho para o investidor e exigirá dele maior dedicação aos negócios, que carecem de acompanhamento diário. Esse tipo de investimento também oferece maior risco porque as margens de lucro são bem menores, o que faz com que as oscilações vistas por um investidor de longo prazo pareçam reversões no cenário do investidor de curto prazo. Conheço investidores que praticam o chamado day trade (a compra e posterior venda de papéis no mesmo dia) e outros que investem com horizonte de quatro ou cinco anos. Portanto, acredito que a decisão sobre o prazo de investimento vai depender mais de seus objetivos e de sua disposição para a gestão dos negócios, do que de uma regra fixa que possa valer para todos. De qualquer forma, a estratégia que eu considero mais importante é não comprometer, em suas operações (mesmo naquelas de curto prazo), um montante de dinheiro que não possa permanecer investido durante um período de pelo menos um ano. Digo isso porque, mesmo nas estratégias de curto prazo, o investidor pode errar em suas estimativas ou ser apanhado de surpresa por algum fator inesperado ou desconhecido, que force a extensão do prazo inicialmente previsto. Se isso ocorrer e ele precisar do dinheiro no curto prazo (digamos em um mês ou dois) talvez tenha que vender seus ativos no pior momento de mercado, realizando um prejuízo ao invés de um lucro. Por isso planeje suas aquisições de forma a não investir nelas nenhuma quantia que vá precisar nos próximos doze meses. Uma estratégia muito usada por quem planeja investimentos de longo prazo é ir comprando ações devagar, um pouco a cada mês, para não comprometer um montante significativo de capital a cada aquisição. Essa aquisição em doses homeopáticas faz com que o dinheiro investido não seja “sentido” no bolso do ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 23 Carlos Alberto Debastiani investidor e, dessa forma, não venha a precisar dele por um longo período. Essa estratégia também ajuda a formar, no investidor, uma certa disciplina de investimento. Com o passar do tempo ele se acostuma a dedicar aquela parcela de capital para aquisição de ações e acomoda a saída desse valor ao seu orçamento. Utilizando essa estratégia, o investidor pode também se valer das oscilações de baixa no preço das ações para efetuar sua compras, alavancando os resultados. Quando utiliza esse método, o investidor deve calcular o valor de sua carteira pelo preço médio de aquisição, ou seja, o valor total de capital que foi investido dividido pela quantidade de ações que possui. Por esse cálculo chega-se ao preço médio das ações da carteira. Ao calcular seu lucro, no momento da venda, o investidor não deve se esquecer de deduzir as taxas e encargos (principalmente a corretagem que é cobrada a cada compra). Mesmo quando o investidor assume uma postura de investimento voltada para o longo prazo, é necessário que faça avaliações periódicas do desempenho de sua carteira de ações e procure identificar quais estão acima e quais estão abaixo das estimativas inicialmente fixadas. Nessa análise ele deve estudar se não vale a pena trocar algumas ações de sua carteira por outras que tenham apresentado melhor resultado. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 24 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 8 Devo concentrar meus investimentos ou comprar ações de empresas diferentes? Essa questão é controversa e existem correntes de pensamento a defender os dois princípios. Max Gunther, autor do famoso best-seller Os Axiomas de Zurique, é defensor da concentração de capital por acreditar que esta seja a única forma de ganhar um volume considerável de dinheiro com investimentos. É como se comparasse essa situação com uma corrida de automóveis. Se você tiver um motor possante poderá sofrer um acidente fatal, mas poderá também vencer. No entanto, se entrar na corrida com um motor 1.0 nunca alcançará a vitória, a única coisa que conseguirá é manter-se vivo. Robert A. Haugen, famoso especialista que colaborou para a criação da teoria de portfólio, acredita que a única forma de ganhar dinheiro na bolsa é utilizar um alto grau de diversificação na carteira. Seus estudos estatísticos apontam que o mercado de ações não é eficiente e que os movimentos de preços, que ocorrem diariamente na bolsa de valores, não possuem motivações lógicas e previsíveis o suficiente para que possamos confiar neles a ponto de traçarmos estratégias viáveis para alcançar o sucesso nos investimentos. Ele crê que o lucro realmente seguro só pode ser obtido em pequenas doses, através de um alto índice de diversificação. Eu adoto uma postura intermediária, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Posso afirmar que discordo radicalmente de Max Gunther e jamais concentraria todo o meu capital numa só ação, mas também não teria centenas de ações em minha carteira, como prega Haugen. Explico minha linha de pensamento ao considerar que a diversificação é benéfica, na medida em que pulveriza o risco do investimento em diversas ações de empresas diferentes mas, se levada ao extremo, pode dar um imenso trabalho de administração ao investidor. Além disso, a diversificação só faz sentido quando é aplicada a setores distintos da economia. Diversificar investimento em empresas diferentes que pertençam ao mesmo setor não oferece, realmente, redução de risco. Se adotar a premissa de possuir centenas de ações em sua carteira, certamente terá dezenas delas em um mesmo setor de atividade. Dessa forma, toda essa parcela de empresas que pertencem ao mesmo setor estará sob o mesmo grau de risco. Por isso é importante alocar seu capital de forma que fique distribuído em diversos setores da economia, e quanto mais distintos forem esses setores, melhor. A idéia por trás da diversificação é evitar que um fato ocorrido na economia, uma nova lei ou a queda de demanda em determinado setor (que podem forçar uma baixa no preços de determinadas ações) afete cem por cento da sua carteira. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 25 Carlos Alberto Debastiani Suponhamos que você tenha montado uma carteira de ações com quatro companhias: uma mineradora, uma loja de varejo, um banco e uma companhia aérea. Se surgir um fato que prejudique os negócios de uma das empresas, por exemplo: a companhia aérea (como ocorreu após os atentados de 11 de setembro de 2001), a queda no preço dessas ações irá desvalorizar apenas 25% da sua carteira. Se todo o seu capital estivesse investido na companhia aérea, toda a sua carteira estaria comprometida. Como não sabemos o que poderá acontecer no futuro, se distribuirmos o capital em setores diferentes estaremos protegendo nosso investimento pois somente uma catástrofe que afete todos os setores da economia ao mesmo tempo irá nos prejudicar por completo, e um fato como esse é raro. À parte das possíveis catástrofes que podem ocorrer pelo mundo afora e prejudicar seus lucros, o processo de diversificação também pode prover um rendimento médio mais favorável. Se você concentrar seu capital num só setor, mesmo que nenhuma catástrofe ocorra para deteriorar seu investimento, aquele setor pode não render tanto quanto você previa e, nessa situação, sua rentabilidade estará prejudicada. Distribuindo seu capital em setores diferentes da economia, a rentabilidade maior de um deles poderá diluir a fraca valorização das ações de outro, proporcionando uma rentabilidade média com certa estabilidade. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 26 Carlos Alberto Debastiani Capítulo 9 O que devo procurar no mercado de ações? A maior preocupação dos investidores que negociam no mercado de capitais gira em torno dessa questão. Que empresas escolher? Quais os setores mais promissores? A volatilidade é um fator preocupante ou uma vantagem? Até onde vai o movimento de alta ou de baixa? Quem dera tivéssemos uma bola de cristal que pudesse nos apontar o caminho mais seguro para um futuro promissor e lucrativo! Infelizmente, essa bola de cristal nunca foi encontrada e não sabemos o que o futuro nos reserva. Para definirmos o que devemos procurar quando pensamos em comprar ações precisamos usar nosso bom sendo, além de estarmos munidos da maior quantidade de informação possível. Essa informação deve ser obtida de fontes idôneas, confiáveis. Cuidado com os palpites daquele seu amigo “esperto” que sempre tem uma boa dica, os conselhos que algum “consultor” passou naquela entrevista que você leu numa revista popular ou algum comentário que você encontrou num blog da Internet. Lembre-se de que é o seu dinheiro que está em jogo quando você compra ações, não o deles. Desconfie daquela notícia cuja fonte é um alto funcionário “que não quer se identificar”, mas que tem informações “seguras”, provenientes da diretoria da empresa. Só negocie apoiado em bases muito sólidas, com informações de fontes confiáveis, que possam ser identificadas. Esse tipo de informação pode ser conseguido nos sites de relacionamento com investidores das próprias empresas, nos comunicados distribuídos pela bolsa de valores ou pelos órgãos reguladores, no site da sua corretora ou em agências de notícia reconhecidamente idôneas. Como sempre podemos errar em nossas análises, mesmo quando possuímos informações de qualidade, convém que você procure investir seu dinheiro em empresas de grande prestígio no mercado, aquelas que já estão no cenário em que atuam há muito tempo e que são líderes em seus respectivos setores. Empresas que atingiram tal grau de excelência em seus negócios costumam ser muito bem apreciadas pelo mercado e dificilmente se tornarão um mau negócio no futuro. Isso não quer dizer que não possa investir em empresas menores e mais jovens (as chamadas small caps). Essas empresas também podem representar excelentes negócios, desde que você saiba dosar a participação delas em sua carteira. Pelo fato de a empresa ser menor, as ações de uma small cap costumam ter menor liquidez e podem apresentar alto índice de volatilidade no mercado. Essas características podem assustar determinados investidores, dependendo de seu perfil. Nesses casos vale ressaltar, novamente, a importância da diversificação para mesclar a volatilidade e a liquidez das ações que compõem a carteira. Aconselho que fique muito atento à questão da estabilidade na liquidez do ativo que está planejando comprar. Há papéis que apresentam pouquíssimos negócios a cada dia, ou ainda, permanecem vários dias seguidos sem serem negociados. Esse tipo ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 27 Carlos Alberto Debastiani de ativo pode representar um péssimo negócio, mesmo que a empresa seja sólida pois, devido à ausência de negociadores, você terá dificuldade em vendê-lo quando precisar fazer isso. Existem, também, papéis que apresentam grande volume de negociação em determinados dias e, depois, passam um certo período sem que ocorra nenhuma negociação, ou efetuam poucos negócios por dia. Esse é um caso de liquidez instável, que é provocada por boatos ou notícias especulativas. É grande a probabilidade de fechar negócios equivocados operando com papéis desse tipo. Evite comprar ações que não tenham uma quantidade considerável de negócios por dia e que não mantenham certa regularidade de negociação. Eu costumo traçar uma média calculada sobre a quantidade de negócios dos últimos 21 pregões (cerca de um mês de negociações) e descarto aquelas ações que não atingiram uma média de 50 negócios por dia. Não digo que você tenha que utilizar exatamente essa fórmula, mas deve encontrar alguma maneira de monitorar a regularidade das negociações ou poderá ficar com um papel sem mercado em sua carteira. No que diz respeito ao setor de atividade da empresa, procure fixar a maior parte de sua carteira sobre setores sólidos ou essenciais, que não tenham a possibilidade de se extinguir ou sofrer redução de demanda nos próximos anos. Por exemplo, você acredita que bancos serão extintos algum dia? Bem, se os bancos nunca deixarão de existir e você comprar ações de um bom banco, dificilmente esse investimento dará um resultado ruim no longo prazo. Seria possível imaginar nosso país, na próxima década, sem a utilização do petróleo? Se não achamos isso possível, provavelmente as empresas que atuam no setor petrolífero irão prosperar. Então, escolha a ação de uma boa companhia que atua nesse setor. Podemos estender esse pensamento a todos os setores da economia, tomando o cuidado de considerar, com cuidado, aqueles que ainda estão em fase de amadurecimento, como a telefonia móvel, por exemplo. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 28 Carlos Alberto Debastiani Apêndice A Ferramentas de apoio e aprendizado Avaliando Empresas, Investindo em Ações A aplicação prática da análise fundamentalista na avaliação de empresas Autores: Carlos Alberto Debastiani Felipe Augusto Russo ISBN: 978-85-7522-179-2 Editora: Novatec Páginas: 224 Ano: 2008 Avaliando Empresas, Investindo em Ações é uma obra destinada a investidores que desejam conhecer, em detalhes, os métodos de análise que integram a linha de trabalho da escola fundamentalista, trazendo ao leitor, em linguagem clara e acessível, o conhecimento profundo dos elementos necessários a uma análise criteriosa da saúde financeira das empresas, envolvendo indicadores de balanço e de mercado, análise de liquidez e dos riscos pertinentes a fatores setoriais e conjunturas econômicas nacional e internacional. Por meio de exemplos práticos e ilustrações, os autores exercitam os conceitos teóricos abordados, desde os fundamentos básicos da economia até a formulação de estratégias para investimentos de longo prazo. Análise Técnica de Ações Identificando oportunidades de compra e venda Autor: Carlos Alberto Debastiani ISBN: 978-85-7522-153-2 Editora: Novatec Páginas: 232 Ano: 2008 Análise técnica de ações é uma obra destinada a investidores de todos os níveis, desde os iniciantes até aqueles que já conhecem seus métodos de análise, mas desejam aperfeiçoar sua utilização. É escrito em linguagem acessível e totalmente ilustrado. Por meio de esquemas gráficos e situações reais de mercado, o autor explora todos os detalhes de construção e interpretação dos principais indicadores técnicos, de forma clara e abrangente, além de oferecer dicas e orientações para suas operações de mercado. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 29 Carlos Alberto Debastiani Candlestick Um método para ampliar lucros na Bolsa de Valores Autor: Carlos Alberto Debastiani ISBN: 978-85-7522-118-1 Editora: Novatec Páginas: 200 Ano: 2007 A análise dos gráficos de Candlestick é uma técnica amplamente utilizada pelos operadores de bolsas de valores no mundo inteiro. De origem japonesa, este refinado método avalia o comportamento do mercado, sendo muito eficaz na previsão de mudanças em tendências, o que permite desvendar fatores psicológicos por trás dos gráficos, incrementando a lucratividade dos investimentos. Trata-se de uma obra bem estruturada e totalmente ilustrada. A preocupação do autor em utilizar uma linguagem clara e acessível a torna leve e de fácil assimilação, mesmo para leigos. Cada padrão de análise abordado possui um modelo com sua figura clássica, facilitando a identificação. Depois das características, das peculiaridades e dos fatores psicológicos do padrão, é apresentado o gráfico de um caso real aplicado a uma ação negociada na Bovespa. Este livro possui, ainda, um índice resumido dos padrões para pesquisa rápida na utilização cotidiana. ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 30 Carlos Alberto Debastiani ____________________________________________________________________________________________ Encare o mercado de ações sem temor! 31 Carlos Alberto Debastiani