Carlos Alberto Debastiani
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Encare o mercado de ações sem temor!
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Carlos Alberto Debastiani
Índice:
Introdução...........................................................................................................................3
O que é uma ação?..............................................................................................................5
O que é o mercado de capitais? ..........................................................................................7
Por que comprar ações pode ser um bom negócio? ...........................................................9
É possível perder todo o dinheiro que foi investido em ações? .......................................12
Como faço para negociar ações? ......................................................................................14
O que é um Home Broker?...............................................................................................18
Por quanto tempo devo investir em uma ação?................................................................23
Devo concentrar meus investimentos ou comprar ações de empresas diferentes? ..........25
O que devo procurar no mercado de ações?...............................................................27
Ferramentas de apoio e aprendizado ................................................................................29
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Introdução
Muitas pessoas sentem verdadeiro pavor só em pensar sobre a possibilidade de
investir seu dinheiro em ações. Esse sentimento decorre, em grande parte, do total
desconhecimento que a maioria dos brasileiros têm sobre o que é, e como funciona, o
mercado de capitais.
A imagem que paira na mente deles é a de que esse mercado é um terreno
escorregadio e sombrio, onde só conseguem sobreviver os grandes investidores e os
especialistas em economia, mas isso não é verdade. Esse é um mercado que oferece
grandes oportunidades, até mesmo para pequenos investidores, como nós.
O que precisamos, para obter sucesso em nosso ingresso nesse mercado, é
estarmos bem informados sobre seu funcionamento e sobre as peculiaridades que ele
possui. O brasileiro foi acostumado, ao longo de muitas décadas, a investir seu
dinheiro apenas em produtos bancários de baixo risco (como a poupança e os fundos
de renda fixa) que não estavam sujeitos à flutuações em decorrência de fatores
econômicos ou setoriais e que representavam uma opção de valorização constante,
embora de pequena monta. Essa doutrinação ao investimento baseado em pagamento
de juros e correção monetária fechou o ângulo de visão da maioria da população que
não consegue pensar em investimentos sob outro ponto de vista.
Meu objetivo ao escrever esse e-book foi exatamente esse: tornar um pouco mais
ampla a visão dessas pessoas, ao mostrar que não é somente com juros ou correção
monetária que podemos ganhar dinheiro quando investimos.
Para sentir-se à vontade com os investimentos no mercado de capitais é preciso
entender que, ao comprar ações, você não estará entregando seu dinheiro a um banco
que lhe pagará juros, você está adquirindo participação em uma empresa e isso difere
muito dos investimentos convencionais e requer habilidades adicionais, que você não
precisaria se simplesmente entregasse seu dinheiro ao banco. Nessa modalidade de
investimento você só irá ganhar dinheiro se essa empresa valorizar-se. É como se você
abrisse seu próprio negócio: sua renda dependeria do negócio “ir para frente”, não
haveria nenhuma garantia referente a um rendimento mensal fixo.
Se você conhece pessoas que administram seu próprio negócio, certamente já
ouviu essas pessoas dizendo que existem épocas em que ganham mais e épocas em
que ganham menos com seus negócios. Isso não quer dizer que suas empresas vão
mal, são apenas situações momentâneas ou sazonalidades. No mercado de ações
ocorre o mesmo, existem épocas em que as ações valorizam mais e outras em que as
ações valorizam menos (ou até sofrem desvalorizações), por isso precisamos encarar
nossos investimentos nesse mercado considerando essa característica. É como se bolsa
de valores também tivesse um período de entre safra, como ocorre na agricultura e na
pecuária. É aquele “tempo das vacas magras”.
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Devemos pensar que o período de entre safra nunca desanimou nenhum
agricultor ou pecuarista, então, porque um período de desvalorização da bolsa de
valores deveria desanimar os investidores?
É com essa segurança que desenvolvo, nos próximos capítulos, os temas que
considero essenciais para que todos possamos encarar o mercado de ações sem
temores.
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Capítulo 1
O que é uma ação?
Para descrever de forma bem simples o que é uma ação, podemos defini-la como
uma quota, uma parcela (na verdade, a menor parcela) de uma empresa.
O conceito de sociedade anônima foi criado para permitir que uma empresa (ou a
iniciativa de criar uma empresa) pudesse captar dinheiro no mercado para financiar
suas atividades. Ao invés de conseguir alguns sócios que tenham muito dinheiro para
formar a empresa, o contexto das sociedades anônimas busca obter muitos sócios que
tenham pouco dinheiro de forma que, ao juntar o pouco dinheiro desses milhares de
sócios, tenha em mãos um grande montante financeiro. Por essa razão, o preço da
maioria das ações é sempre pequeno, permitindo que se possa comprá-las mesmo
com pouco dinheiro. Esse é mais um tabu que persiste na mente do brasileiro: a idéia
de que é preciso ter muito dinheiro para investir em ações. Na verdade, ela custam tão
pouco que é provável que possa comprar algumas delas com o dinheiro que tiver no
bolso agora.
A sociedade anônima recebe essa denominação porque, devido ao alto grau de
distribuição que as ações de uma empresa pode alcançar (entre milhares ou até
milhões de proprietários), não é possível conhecer quem são os donos dela (embora
todos eles estejam devidamente identificados nos registros dos órgãos reguladores do
mercado). Você poderá encontrar, na rua, um estranho que seja seu sócio em
determinada empresa, sem que você o saiba.
Dessa forma, ao comprar um certo lote de ações você está adquirindo uma parte
de um empresa, ou seja, uma participação nela, está se tornando dono da empresa,
na proporção das ações que possui. Se comprar mais ações, terá maior participação,
se vender suas ações, reduzirá essa participação.
Como acionista, ou seja, proprietário dessa empresa, passará a ter direitos
proporcionais a essa participação. Se a empresa lucrar com sua atividade econômica,
terá que repartir uma parcela desse lucro com os acionistas. A lei das sociedades
anônimas estabelece que a empresa é obrigada a pagar pelo menos 25% de seu lucro
líquido, na forma de dividendos, aos seus acionistas. Chamamos de dividendos à essa
participação nos resultados da empresa a que os acionistas tem direito. O valor
recebido por um acionista a título de dividendos é isento da cobrança de imposto de
renda porque é calculado sobre o lucro líquido da empresa (do qual já foi deduzido o
imposto de renda).
No Brasil, as empresas podem ter dois tipos de ações à venda na bolsa de
valores:
•
Ações ON (Ordinárias Nominativas): são ações que dão, aos seus
proprietários, direito de voto nas assembléias de acionistas, ou seja, permite
que o acionista possa opinar sobre o rumo dos negócios da empresa (na
proporção da quantidade de ações que possui, é claro).
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•
Ações PN (Preferenciais Nominativas): são ações que não dão, aos seus
proprietários, direito de voto nas assembléias de acionistas, porém, lhes
garante a preferência no pagamento de proventos em dinheiro (como juros
ou dividendos). Os proprietários dessas ações recebem mais dinheiro por ação
do que os proprietários das ações ON.
Esses dois tipos de ações normalmente têm preços diferentes devido ao fato de o
mercado preferir as ações PN que pagam proventos maiores. Na Bovespa existe um
segmento diferenciado chamado Novo Mercado, que segue as premissas do mercado
de capitais americano. As empresas que pertencem a esse segmento possuem apenas
ações ON e precisam se adequar a uma série de normas que visam garantir a
transparência e a qualidade das informações fornecidas ao mercado.
No que diz respeito à origem de onde as ações estão sendo negociadas, elas
podem estar em dois tipos diferentes de mercado:
•
Mercado primário: é aquele em que as ações estão sendo ofertadas pela
própria tesouraria da empresa, sendo negociadas pela primeira vez.
•
Mercado secundário: é aquele em que as ações estão sendo revendidas,
ofertadas por acionistas que já as possuíam, quer tenham sido adquiridas
diretamente no mercado primário ou de proprietários anteriores, no mercado
secundário.
A grande maioria das ações que circulam na bolsa de valores são fruto do
mercado secundário. Somente os IPOs (sigla em inglês para “Oferta Inicial de Ações”)
e as ofertas adicionais feitas pelas empresas pertencem ao mercado primário.
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Capítulo 2
O que é o mercado de capitais?
O mercado de capitais é o ambiente operacional no qual se pode negociar o
capital das empresas constituídas como sociedades anônimas. Nesse mercado podem
ser negociados tanto as ações como seus derivativos. Derivativos são títulos derivados
das ações, daí sua denominação. As opções de compra, de venda e o contratos futuros
são alguns exemplos de derivativos. Porém, não vamos discutir o mercado de
derivativos aqui. Vamos fixar nosso foco apenas no mercado à vista, onde são
negociadas as ações das empresas.
O mercado de capitais surgiu em razão de os investidores mudarem de opinião
em relação a uma determinada empresa que possuem, ou de precisar do dinheiro que
haviam investido no capital dessa empresa. Quando decidem que não querem mais
ficar com um lote de ações não podem simplesmente devolvê-las aos cofres da
tesouraria daquela empresa e receber seu dinheiro de volta, precisam encontrar outro
investidor disposto a comprá-las. Dessas negociações secundárias entre investidores é
que nasceu o mercado de ações e as bolsas de valores. Daí também surgiu o preço de
mercado que não é, exatamente, o preço original pago pelas ações quando de seu
lançamento no mercado primário.
Esse preço de mercado pode ter sofrido alterações desde a oferta original feita
pela empresa. Pode ser maior se a empresa cresceu, ganhou muito dinheiro e
conquistou mercado, mas pode ser menor se houve prejuízo ou se a empresa não
apresentou o crescimento esperado. Na verdade, o preço de mercado não está
diretamente relacionado com o valor original da ação, mas sim com a expectativa que
o mercado criou a respeito da empresa.
Para evitar que ocorram abusos, manipulações e distorções nesses preços e
também na confiabilidade dos papéis negociados, foram criadas diversas instituições
para administrar e fiscalizar o mercado de capitais. Cada uma dessas instituições é
responsável por uma tarefa ou setor do mercado, de forma que exista transparência e
um controle minucioso das transações realizadas.
No Brasil as instituições que fazem parte do mercado de capitais são:
•
Bolsas de valores: São empresas responsáveis pela negociação das ações e
seus derivativos. Recebem, controlam e efetivam as ordens de compra e
venda, através de um sistema eletrônico ou manual. Na Bovespa, a maior
bolsa de valores do Brasil, a maior parte dos negócios são realizados através
de um sistema eletrônico chamado Megabolsa. Existe também o mercado de
balcão organizado. É responsável também por manter a infra-estrutura de
negociação e o histórico de cotações de todos os papéis negociados, bem
como as informações de balanço enviadas pelas empresas que possuem ações
listadas na bolsa, fornecendo sempre informações precisas e de fácil acesso
para que os investidores possam tomar suas decisões de forma mais segura.
Também administra e calcula os diversos índices de mercado, que servem
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como indicadores de tendência para setores de atividade específicos ou para o
mercado, como um todo.
•
Sociedades corretoras: São empresas que fazem a mediação entre os
investidores e as bolsas de valores, cuidando da parte operacional dos
negócios. Nenhum investidor consegue interagir diretamente com a bolsa de
valores para comprar ou vender ações, é preciso que tenha uma conta
corrente aberta em uma corretora para que possa operar na bolsa de valores.
Antigamente as operações eram feitas por telefone ou pelo o comparecimento
dos investidores na corretora para comandar a compra ou venda de ações.
Hoje esse comando pode ser efetivado diretamente pelo investidor, via
Internet, utilizando um sistema chamado Home Broker. As sociedades
corretoras também são responsáveis pelo desconto de todos os valores
referentes às operações e das tarifas necessárias da conta do cliente, bem
como do crédito de todos os proventos recebidos pelas ações que ele possuir.
•
CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia): É o órgão
responsável pelo controle financeiro do mercado de capitais, realizando toda a
compensação de valores envolvidos nas operações. Também é responsável
pela troca de titularidade das ações quando ocorre uma negociação.
•
CVM (Comissão de Valores Mobiliários): É o órgão regulador do mercado
de financeiro, responsável por fixar normas e procedimentos para todos os
envolvidos na operacionalidade do mercado. Também exerce fiscalização
sobre as bolsas de valores, sociedades corretoras, agentes de investimentos,
analistas de mercado, bancos e qualquer outra pessoa ou entidade que venha
a participar de alguma forma do mercado financeiro.
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Capítulo 3
Por que comprar ações pode ser um bom
negócio?
Como vimos no capítulo anterior, o mecanismo utilizado para ganhar dinheiro
com ações é o mesmo que sempre foi utilizado em qualquer forma de comércio:
comprar a preços baixos e depois vender a preços mais altos. Portanto, a questão
chave para o sucesso dos negócios é o preço das ações. Vimos, também, que os
preços das ações (como ocorre em qualquer tipo de mercado) têm dois fatores que
podem influenciá-los: seu valor intrínseco, ou seja, aquilo que essa parcela da empresa
realmente vale em função de seu patrimônio, e o seu valor subjetivo, que é marcado
pela expectativa que o mercado tem a respeito dos negócios daquela empresa e de
sua probabilidade de crescimento.
Dessa forma, ao comprar ações de uma empresa você está entrando no negócio,
tornando-se um empresário. Irá usufruir dos lucros gerados e distribuídos por essa
empresa e da valorização que ela alcançar no decorrer do tempo. Havendo boa
valorização poderá optar por vender essas ações mais tarde, com um lucro
considerável, acima do que obteria com o pagamento de juros se aplicasse esse
dinheiro em produtos bancários de baixo risco.
Aqui é que está a questão crucial: ao adquirir ações você não sabe exatamente
quanto vai ganhar com elas, apenas tem uma perspectiva de ganho, por isso esse tipo
de investimento é chamado renda variável. Também existe a possibilidade de não
ganhar nada, ou até ter seu patrimônio depreciado, caso as ações dessa empresa não
valorizem. É por essa razão que o mercado de capitais também é citado como um
mercado de risco, já que não há qualquer garantia de que haverá lucro ao investir
nele.
Um outro diferencial entre esse tipo de investimento e os produtos bancários
mais comuns é a incidência de impostos. Para os investimentos em ações a alíquota de
imposto de renda é de 15%, não importando se o prazo de investimento foi de um dia
ou de cinco anos. Pelo fato de o investidor só pagar o imposto de renda na venda de
suas ações, existe uma vantagem adicional: caso as vendas do mês não atinjam R$
20.000,00 (vinte mil reais) o investidor estará isento do pagamento de imposto de
renda, independente de quanto tenha sido o seu lucro naquela venda. Esse fator pode
isentar completamente o investidor do pagamento de imposto de renda se as vendas
forem realizadas em pequenas doses mensais que não excedam esse valor.
Para os fundos de investimento, as alíquotas podem variar de 15% a 22,5%,
dependendo do prazo de investimento e não existe possibilidade de isenção. Além da
incidência do imposto de renda, os fundos de investimento ainda cobram do quotista
uma taxa de performance cujo valor varia de acordo com o produto escolhido.
O investidor do mercado de capitais ainda tem a seu favor a possibilidade de
abater os prejuízos que teve com uma ação nos lucros que obteve com outra,
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reduzindo a base de cálculo sobre a qual incidem os impostos. Nos produtos bancários
isso não ocorre. Se o cliente perdeu dinheiro em um fundo misto, por exemplo, não
poderá abater esse prejuízo dos rendimentos de um outro fundo de renda fixa que
possua.
Todos esses fatores devem ser considerados pelo investidor no momento de
decidir sobre a parcela de seu patrimônio que deseja investir no mercado de ações.
Para transformar seu investimento no mercado de capitais em um bom negócio
existem alguns cuidados que você deve tomar antes de comprar ações de determinada
empresa. É preciso que escolha uma empresa sólida, idônea e com um bom histórico,
ou seja, uma empresa de primeira linha. Para isso será necessário buscar informações
em seu balanço patrimonial. As empresas de capital aberto que tem suas ações
negociadas em bolsa de valores costumam divulgar prévias de seus balanços anuais a
cada trimestre. Esses dados são divulgados ao mercado pelos jornais e também pelos
sites dessas empresas, além da divulgação feita pela bola de valores. Dessa forma é
possível acompanhar o desempenho da empresa e sua evolução no segmento em que
atua, percebendo se essa evolução está sendo positiva e se atinge as expectativas que
o mercado tinha em relação à ela.
Se uma empresa apresentar prejuízos constantes ou um endividamento
permanente, sem demonstrar nenhuma perspectiva de crescimento, o mercado logo
perderá o interesse por ela e isso fará com que o preço das ações caia. Manter as
ações dessa empresa em sua carteira será um péssimo negócio.
Isso quer dizer que, ao investir em ações, você deverá adquirir o hábito de
manter-se bem informado, principalmente sobre o setor de atividade das empresas
que possuir em sua carteira. Não significa que precisará se transformar em um
economista, mas apenas que deve ficar atento às notícias que envolvem essas
empresas e seus setores de atuação, para que consiga identificar fatos relevantes que
possam influenciar, positiva ou negativamente, os negócios dessas empresas.
Além dos dados de balanço que são divulgados pelas empresas, existem muitas
ferramentas de análise que podem ser utilizadas na busca por entender como andam
os negócios de um determinada empresa. Essas ferramentas recebem o nome de
indicadores fundamentalistas. São assim chamados por encontrarem sua origem nos
fundamentos econômicos e financeiros das empresas. Na verdade, constituem-se de
valores calculados por fórmulas específicas que mesclam diversos dados de balanço
das empresas (e às vezes também os dados de mercado, como cotações de preços) e
que podem revelar aquilo que não é aparente quando olhamos apenas os dados puros
de balanço. Saber interpretar alguns desses indicadores é de fundamental importância
para entender como está se desenvolvendo o negócio da empresa.
Outro fator de importância é acompanhar a evolução dos preços das ações, de
forma que consiga identificar momentos mais propícios para efetuar compras ou
vendas. Se o preço das ações sobe e desce com certa frequência, é conveniente
aguardar um momento de baixa para comprar ações de uma nova empresa ou ampliar
a participação de determinada ação em sua carteira. Da mesma forma, também é
conveniente esperar por um momento de euforia, quando os preços sobem, para
realizar lucros vendendo as ações que possui.
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Para identificar esses momentos oportunos você deverá aprender a interpretar
gráficos, pois eles são instrumentos preciosos quando tentamos entender o
comportamento do mercado em relação a determinada ação negociada.
Existem muitas ferramentas gráficas que podemos utilizar para estudar o
mercado e o comportamento dos preços. Essas ferramentas são conhecidas como
indicadores técnicos e são calculadas por meio de fórmulas estatísticas aplicadas sobre
o volume das negociações e os preços praticados pelo mercado. Os resultados obtidos
nesses cálculos estatísticos são representados em diversas formas de gráficos, que
conseguem indicar sinais característicos de comportamento do mercado.
Para adquirir as habilidades necessárias para entender indicadores técnicos,
fundamentalistas e gráficos de preços, é aconselhável que você obtenha ao menos um
conhecimento básico sobre esses instrumentos, por meio de livros ou cursos sobre
investimentos em ações (alguns dos quais são recomendados no Apêndice A, ao final
desse livro). Dessa forma, poderá se sentir mais seguro em suas decisões de
investimento, amparado pelo conhecimento adquirido e por instrumentos
mundialmente reconhecidos e utilizados pelos mais sofisticados investidores e
profissionais do mercado.
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Capítulo 4
É possível perder todo o dinheiro que foi
investido em ações?
Essa é uma questão que assombra o pensamento da maioria das pessoas que,
um dia, se vêem diante da oportunidade de investir em ações. Esse temor, em grande
parte dos casos, se apoia nas velhas histórias sobre pessoas que perderam tudo o que
possuíam investindo na bolsa de valores. Primeiro é preciso entender no que,
exatamente, essas pessoas investiram, porque a bolsa de valores possui uma
infinidade de ativos diferentes que se pode negociar. Por associar a bolsa de valores
com ações, normalmente a conclusão a que se chega é de que o infeliz investimento
foi feito exatamente em ações, mas isso quase nunca é verdade.
As histórias de infortúnios relacionados à investimentos em bolsa de valores
geralmente estão ligados à operações com derivativos ou mercado futuro, modalidades
de investimentos onde se pode realmente perder cem por cento do dinheiro investido.
O mercado de opções, por exemplo, oferece esse risco ao fixar um prazo determinado
(e muito curto) para que as suas expectativas de valorização apresentem resultados.
Se não apresentarem, o papel que você tem em mãos perde valor e, se a opção não
for exercida na data de vencimento, ela simplesmente deixa de existir, sem que você
possa recuperar o dinheiro gasto na compra. Ao adquirir ações isso não ocorre porque
as ações não têm prazo de validade.
A possibilidade de perder todo o dinheiro investido em ações é quase nula. Isso
só irá ocorrer se a empresa falir. Se você comprar ações de empresas sólidas e
tradicionais esse fato é praticamente impossível de ocorrer.
Você acha que empresas como Petrobrás, Cia Vale do Rio Doce, CSN, Banco do
Brasil, Bradesco e tantas outras empresas de primeira linha, estão em risco de
falência? Seus balanços patrimoniais dizem que não. O que pode ocorrer com elas (e
com qualquer outra empresa) é que os preços de suas ações oscilem devido às
flutuações de mercado. Isso não quer dizer que você perdeu dinheiro. Significa
somente que os papéis que você comprou estão, temporariamente, valendo menos.
Enquanto você não vendê-los por um preço menor do que aquele pelo qual os
comprou, não terá nenhum prejuízo pois, nas próximas semanas ou meses, eles
poderão valorizar-se novamente.
As pessoas costumam fazer suas contas calculando o valor em dinheiro dos ativos
que possuem pelo preço do dia e, depois, festejar os lucros (que ainda não realizaram)
ou lamentar os prejuízos (que ainda não tiveram), apenas baseados nos números que
têm no papel. Ora, esses sucessos ou fracassos não são reais porque você ainda não
vendeu suas ações. Só terá o lucro ou o prejuízo com elas, se as vender.
Esse tipo de pensamento foi herdado da longa doutrinação aos produtos
bancários, onde você entregava dinheiro ao banco e o seu patrimônio era sempre igual
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ao saldo que o fundo ou a poupança apresentassem a cada dia. Com investimentos em
ações essa lógica não se aplica, embora a maioria das pessoas a transporte
indevidamente para esse mercado. Se você comprou 500 ações da Petrobrás, seu
patrimônio será sempre 500 ações da Petrobrás, independente de quanto elas estejam
valendo. Se for um bom negócio vendê-las, então venda, se não for, continue com elas
em sua carteira, algum dia voltarão a valer mais do que você pagou por elas. O
essencial é que você tenha essa disponibilidade.
Esta é a razão pela qual eu disse que era praticamente impossível perder todo o
seu dinheiro com os investimentos em ações. Elas nunca vão perder totalmente o seu
valor, enquanto a empresa existir. Mesmo que passem por flutuações de preço e que
você se veja obrigado a vendê-las por um preço menor do que aquele que pagou ao
comprá-las, nunca perderá todo o valor investido, apenas parte dele. Tendo
disponibilidade para mantê-la em carteira até que o mercado se recupere e ofereça
preços melhores, você não terá que se preocupar com prejuízo. Diversas vezes eu me
vi nessa situação, mas a espera por um momento de mercado melhor para vender,
sempre valeu a pena.
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Capítulo 5
Como faço para negociar ações?
Para comprar ou vender ações o investidor precisará se associar a uma corretora
de valores mobiliários. Como vimos no capítulo 2, as sociedades corretoras são
empresas que fazem a mediação entre os investidores e as bolsas de valores. Não é
possível investir em ações sem relacionar-se com uma delas. Você terá que preencher
um cadastro e abrir uma conta em uma corretora autorizada pela CVM. A maioria das
corretoras não cobra nada por isso, algumas delas também não cobram nenhuma
tarifa para manter sua conta aberta.
Seus registros como investidor, na corretora, terão basicamente duas partes: sua
conta corrente, onde ficará o dinheiro que utiliza nas negociações e sua carteira de
custódia, onde ficarão as ações que comprar. Nos dias atuais, as ações não são mais
entregues fisicamente ao investidor, como ocorria no passado. Elas permanecem em
empresas de custódia e possuem seus registros atualizados pela CBLC, que troca a
identificação do proprietário a cada negócio que é realizado. Portanto, você nunca
verá, com seus próprios olhos, as ações que comprou. Elas existem apenas como
registros na sua conta de custódia, na corretora.
Uma vez que sua conta esteja aberta e apta a operar, você deverá depositar
dinheiro nela, para que possa utilizá-lo na compra das ações. Só poderá comprar ações
com o dinheiro que estiver disponível em sua conta corrente na corretora. Isso será
feito através de um depósito, um DOC ou um TED emitidos à partir de um banco em
que você tenha conta corrente. Muitos bancos possuem, em seu grupo financeiro, uma
corretora, o que pode facilitar muito esse trâmite de valores.
Com o dinheiro disponível em sua conta você poderá efetuar a compra de ações,
especificando essa operação a um funcionário da corretora, habilitado à essa tarefa.
Essa solicitação poderá ser feita por telefone, por escrito (via fax, por exemplo) ou até
pessoalmente, no balcão de atendimento da corretora, especificando qual a ação que
deseja comprar, qual a quantidade e qual o preço que está disposto a pagar por cada
uma delas. Com esses dados em mãos o funcionário irá registrar uma ordem de
compra no sistema da corretora, ordem essa que será enviada imediatamente à bolsa
de valores.
Com a evolução da tecnologia e a popularização da Internet surgiu um novo e
revolucionário canal de comunicação entre investidores e sociedades corretoras: o
Home Broker. No próximo capítulo vamos detalhar o funcionamento desse canal, que
oferece muito mais conforto e agilidade ao investidor, quando comparado às formas
tradicionais de operação.
Se a ordem de compra enviada à bolsa de valores encontrar paridade com uma
ordem de venda que já exista lá, o negócio será fechado. Entenda-se por paridade a
equivalência entre o preço estabelecido para compra, de um lado, e o preço
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estabelecido para venda, de outro, considerando que ambas tratem da mesma ação e
que a quantidade negociada seja suficiente para atender uma delas.
Os negócios na bolsa ocorrem sempre dessa forma. Os investidores que possuem
ações e querem vendê-las, colocam ordens de venda. Os investidores que possuem
dinheiro e querem comprar ações colocam ordens de compra. O sistema de
negociação da bolsa de valores trata de “casar” essas ordens conforme as intenções de
seus emissores.
Imaginemos que você lançou uma ordem de compra para 100 ações da Cia XYZ a
R$ 15,00 cada uma e que, ao chegar à bolsa de valores, essa ordem de compra
“casou” com uma ordem de venda dessa mesma ação, na qual constava o preço de R$
15,00 para uma quantidade de 300 ações. Nesse caso, o negócio será fechado pelo
sistema da bolsa, encerrando a sua ordem de compra por ter atendido às 100 ações
que você pretendia comprar ao preço que havia estabelecido. A ordem de venda que
“casou” com a sua ordem de compra, no entanto, permanecerá em aberto já que
ainda restam 200 ações para vender. Ela ficará na espera de um novo comprador que
esteja disposto a pagar aquele preço (ou mais) pelas 200 ações que ainda restam.
Agora, vamos supor que a quantidade de sua ordem de compra fosse de 200
ações e que, ao chegar à bolsa de valores, encontrasse uma ordem de venda de 100
ações da Cia XYZ, ao preço de R$ 15,00. Nesse caso, o negócio seria fechado e a
ordem de venda seria encerrada, já que toda a quantidade especificada nela foi
utilizada nessa negociação. A sua ordem de compra, no entanto, ficaria em aberto pois
ainda faltam 100 ações para integrar a quantidade que você desejava comprar. Ela
ficará aguardando que mais um investidor se apresente oferecendo ações dessa
empresa para venda, ao preço de R$ 15,00 (ou menos).
Por esses dois exemplos anteriores você deve ter percebido que o valor não
precisa ser exatamente o mesmo para que o negócio seja fechado. Basta que atenda a
um deles e favoreça ao outro para que atenda à condição necessária para execução de
ambas. Por exemplo, se o investidor A colocar um ordem de venda para determinada
ação a R$ 14,50 e um investidor B colocar uma ordem de compra para essa mesma
ação a R$ 15,00, o negócio será fechado ao preço de R$ 14,50, pois atendeu ao preço
estabelecido pelo vendedor e beneficiou o comprador.
Existe, também, um outro tipo oferta chamado ordem à valor de mercado, Esse
tipo de ordem pode ser tanto de compra como de venda. Uma ordem à valor de
mercado é aquela em que não se especifica o valor, apenas o objeto da compra ou
venda e a quantidade. O negócio será fechado ao preço de mercado, ou seja, ao preço
da primeira ordem que estiver no topo da lista de ofertas, tanto no caso da compra
quanto no caso da venda. Esse tipo de ordem é usado por investidores que estão
interessados em negociar determinada ação independente do valor que tenham
naquele exato momento, sem se importar com pequenas variações de preços que
possam ocorrer na negociação.
Durante o tempo em que uma ordem de compra fica ativa no sistema de
negociação, o dinheiro necessário à liquidação dessa compra fica bloqueado na conta
da corretora e o investidor não pode dispor dele para realizar outras compras ou para
efetuar saques.
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Da mesma forma, as ações que são objeto de uma ordem de venda ficam
igualmente bloqueadas no sistema de custódia da corretora e não podem ser usadas
para compor outras ordens de venda.
Esses mecanismos são utilizados para evitar fraudes ou operações casadas que
não tenham lastro efetivo. Ao final de cada pregão (nome dado ao período de
negociação que ocorre durante o dia), as ordens que não foram efetivadas totalmente
são encerradas como parcialmente executadas e os ativos ou valores em dinheiro que
não foram negociados retornam para seus investidores de origem, ficando disponíveis
para novas negociações no pregão seguinte.
Uma vez que sua ordem de compra ou de venda tenha sido executada, os
registros da sua conta na corretora são atualizados. No caso de uma compra, o
dinheiro desaparece de sua conta e as ações surgem na sua carteira. No caso de uma
venda, as ações desaparecem da sua carteira e o dinheiro aparece na sua conta.
A liquidação efetiva dos negócios realizados na bolsa de valores só ocorre após
quatro dias úteis. No entanto, dinheiro recebido pela venda de suas ações fica
disponível para novos negócios imediatamente. Você poderá utilizá-lo para comprar
outras ações no mercado, mas não poderá sacá-lo da conta da corretora. Para saques,
será necessário aguardar o prazo de liquidação. Da mesma forma, as ações que
comprou também ficam disponíveis para nova negociação imediatamente. No entanto,
se desejar transferi-las para uma conta em outra corretora, terá que aguardar o prazo
de liquidação.
Custos envolvidos na negociação
Ao negociar ações você estará sujeito à cobrança de diversas taxas destinadas às
entidades que participam na gestão e operacionalidade do mercado financeiro (como
vimos no capítulo 2). Essas taxas têm por finalidade financiar o funcionamento dessas
entidades.
A primeira delas é a corretagem. A corretagem é uma taxa que você paga á sua
corretora pela execução de sua ordem. Isso significa que você irá pagá-la tanto na
compra de suas ações quanto na venda, pois ambas serão ordens separadas.
Antigamente as corretoras cobravam essa taxa em duas partes, de forma que o valor
cobrado dependia do valor da operação:
•
Um valor fixo (em reais) aplicável para qualquer operação
•
Um percentual sobre o valor da operação
Algumas corretoras ainda mantém esse sistema de cobrança, porém, boa parte
delas já migrou para o sistema de tarifa única por operação. Essa mudança ocorreu,
em parte, devido à implantação dos sistemas de Home Broker, que geraram um queda
considerável no custo de execução das operação. Essa redução de custo foi tamanha
que as corretoras vêm promovendo reduções nessa tarifa e, em alguns casos, até
isenções para cliente que operam muito (há corretoras que não cobram a tarifa depois
da décima operação do dia). Esses benefícios estão criando uma forte concorrência
entre elas, na disputa pelos novos clientes que, todos os dias, ingressam no mercado
de capitais.
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Particularmente, eu considero essa forma de cobrança muito mais justa pois o
custo da corretora passou a ser fixo depois da implantação dos Home Brokers. Para a
corretora não há mais diferença entre a execução de uma ordem de R$ 1.000,00 ou de
R$ 100.000,00. Então, porque a cobrança deveria ser diferenciada? Creio, inclusive,
que essa taxa deva baixar ainda mais, com o decorrer do tempo e o crescimento da
carteira de clientes.
Além da corretagem, o investidor também paga um conjunto de taxas à bolsa de
valores e à CBLC, que variam de acordo com o mercado e a modalidade em que o
investidor opera. A figura 5.1 nos mostra uma tabela com a descrição dessas taxas.
Figura 5.1 – Custos operacionais
A responsabilidade pela cobrança e recolhimento dessas taxas fica a cargo das
sociedades corretoras, que o fazem automaticamente na efetivação das operações,
sem que o investidor tenha que se preocupar com isso.
Caso você coloque uma ordem (seja de compra ou de venda) na bolsa de valores
e ela não seja executada, não haverá cobrança de nenhuma taxa ou corretagem. A
cobrança só ocorre quando as operações são executadas. Nos casos de execução
parcial da ordem, a base de cálculo a ser usada para a incidência das taxas será o
valor efetivamente negociado e não o valor total da ordem. Se estiver operando com
taxa de corretagem fixa, pelo fato dela não considerar o valor da ordem, será sempre
cobrado o valor inteiro, mesmo que a execução da ordem seja parcial.
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Capítulo 6
O que é um Home Broker?
Home Broker é o nome dado a um sistema eletrônico, via Internet, que permite
ao investidor interagir diretamente com o sistema de negociação da bolsa de valores,
colocando ordens de compra e venda por intermédio de sua corretora, porém, sem a
necessidade de contato ou interferência de qualquer funcionário da corretora.
O investidor deve especificar, no ato da abertura de sua conta na corretora, que
deseja utilizar o Home Broker. Uma vez que sua conta seja aprovada, ele receberá
uma identificação e uma senha (como acontece com uma conta bancária) que deverá
utilizar para sua entrada no sistema a partir do site da corretora na Internet. Os
sistemas de Home Broker se transformaram na ferramenta mais utilizada pelos
investidores para a colocação de ordens de compra e venda de ativos e para
acompanhamento do pregão. Alguns desses sistemas fornecem informações em tempo
real para o investidor.
A razão do sucesso que esses sistemas alcançaram foi a agilidade que
proporcionaram para o investidor, que pode acessar sua conta de qualquer lugar do
mundo, em qualquer horário. Para as corretoras o sistema também apresentou
vantagens, na medida em que reduziu seu custo operacional eliminando a necessidade
de manter operadores ao telefone para receber as solicitações dos clientes.
Figura 6.1 – sistemas de Home Broker
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A figura 6.1 nos mostra como os sistemas de Home Broker interagem, através
dos servidores das corretoras, com o Mega Bolsa. Utilizando o Home Broker, o
investidor tem a sensação de que está transacionando diretamente com a bolsa de
valores, pois a resposta é imediata. Em segundos é possível visualizar a chegada de
sua ordem à lista de ofertas do Mega Bolsa e acompanhar a execução.
Os sistemas de Home Broker permitem total visualização de tudo o que ocorre no
mercado, de forma que o investidor possa tomar decisões com extrema rapidez. As
negociações ocorrem pela comparação entre as ordens de compra e de venda dos
diversos ativos negociados. Cada ativo tem um lista de ofertas (também chamada de
book de ofertas) onde são exibidas as ordens de compra e venda que todos os
investidores colocaram para aquele ativo. A figura 6.2 mostra um exemplo de uma
dessas listas.
Figura 6.2 – Lista de ofertas
A lista de ofertas é formada por duas partes:
•
A coluna dos compradores: uma lista onde figuram todas as ordens de
compra que foram colocadas pelos investidores que desejam adquirir aquele
papel. Essa lista apresenta as ofertas de compra por ordem descendente de
preço, colocando as ofertas com maior valor em primeiro lugar. Isso significa
que, se um investidor quiser que sua ordem entre no primeiro lugar dessa fila,
terá que coloca-la com o preço maior que todas as outras que já estão lá.
•
A coluna dos vendedores: uma lista onde figuram todas as ordens de
venda que foram colocadas pelos investidores que desejam vender aquele
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papel. Essa lista apresenta as ofertas de venda por ordem crescente de preço,
colocando as ofertas com menor valor em primeiro lugar. Isso significa que,
se um investidor quiser que sua ordem entre no primeiro lugar dessa fila, terá
que oferecer seus ativos por um preço menor do que todas as outras ordens
que já estão lá.
Cada uma dessas duas partes possui 3 colunas que indicam qual a corretora que
enviou a ordem, qual a quantidade de ações que o investidor deseja comprar ou
vender e qual o preço definido por ele.
A colocação de ordens de compra e venda é efetuada em janelas específicas do
sistema de Home Broker. Essas janelas podem variar em formato e funcionalidade, de
uma corretora para outra, embora os elementos essenciais permaneçam os mesmos.
Obrigatoriamente, o investidor irá definir que tipo de operação deseja realizar (compra
ou venda), qual o ativo e a quantidade que deseja negociar. Em alguns sistemas o
investidor pode informar o valor em dinheiro que deseja investir e o sistema calcula
automaticamente a quantidade utilizando o valor de cotação. Dependendo da
sofisticação implementada no sistema de Home Broker, o investidor também pode
especificar tipos especiais de ordem como as ordens stop e start.
A figura 6.3 nos mostra um exemplo dessas janelas de formatação para ordens
de compra ou venda.
Figura 6.3 – Janela para colocação de ordens
As ordens do tipo start ou stop, de que falamos, são ordens especiais que, na
verdade, não são enviadas imediatamente à bolsa de valores, mas ficam registradas
apenas no sistema da corretora. Essas ordens estão subordinadas a certas regras
(definidas pelo investidor) que especificam quando elas devem ser disparadas e
enviadas à bolsa de valores. São úteis para proporcionar ao investidor mais agilidade
na tomada de decisão e garantir que certas medidas sejam tomadas automaticamente,
sem que o investidor precise monitorar o mercado constantemente.
A ordem tipo start é usada para disparar uma ordem de compra, sempre que um
determinado ativo atingir um preço específico. Para registrar uma ordem desse tipo o
investidor terá que definir, além do ativo, da quantidade e do preço de compra
desejado, o valor de gatilho ou disparo. Normalmente, o valor de disparo da ordem é
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sempre um pouco menor do que o valor que se pretende pagar na efetivação da
compra de forma que, uma vez disparada, a ordem efetiva de compra entre em
primeiro lugar na lista de ofertas e consiga fechar logo um negócio. A figura 6.4 nos
mostra uma ordem desse tipo sendo definida para registro.
Figura 6.4 – Ordem tipo Start
A ordem tipo stop é usada para disparar uma ordem de venda, sempre que um
determinado ativo atingir um preço específico. Para registrar uma ordem desse tipo o
investidor terá que definir, além do ativo, da quantidade e do preço de venda
desejado, o valor de gatilho ou disparo e, ainda, o tipo de disparo que deseja efetuar.
Esse tipo de ordem tem duas finalidades: parar uma perda ou um ganho. Por essa
razão está dividido em dois subtipos: stop loss (parada de perda) e stop gain (parada
de ganho).
O objetivo da ordem stop loss é evitar que uma possível perda se torne ainda
maior. Ela é utilizada como proteção contra uma queda rápida no preço das ações,
disparando uma venda imediata. Nesse caso, o investidor especifica um valor de
gatilho e um valor de venda um pouco abaixo do valor de gatilho. Se o preço atingir o
valor de gatilho, a ordem é automaticamente enviada à bolsa de valores pelo preço
que foi especificado, sem a necessidade de intervenção do investidor.
A figura 6.5 nos mostra uma janela para especificação de ordem stop loss.
Figura 6.5 – Ordem tipo Stop Loss.
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Já a ordem stop gain tem por objetivo evitar que se perca uma boa oportunidade
de venda quando ocorre uma alta rápida no preço de uma ação. Nela o investidor
especifica, como gatilho, um preço que já considera como lucro satisfatório, além do
preço efetivo de venda, que deve ficar pouco abaixo desse gatilho para garantir que a
ordem feche rapidamente um negócio. Se a cotação do ativo atingir o valor de gatilho,
a ordem de venda é automaticamente enviada à bolsa de valores pelo preço de venda
que foi especificado, sem a necessidade de intervenção do investidor.
A figura 6.6 nos mostra uma janela para especificação de ordem stop gain.
Figura 6.6 – Ordem tipo Stop Gain.
Além das facilidades oferecidas para a consulta de dados do mercado, colocação
de ordens e gerenciamento de sua conta, a maioria dos sistemas de Home Broker
também agrega funcionalidades como gráficos de preços ou de indicadores técnicos e
links para sites de finanças ou economia, onde se pode obter informações ou análises
de especialistas sobre os mais diversos papéis negociados na bolsa de valores.
Se considerarmos o grau de facilidade com que se pode interagir com um sistema
de Home Broker, a agilidade que ele proporciona em função dos avançados recursos
tecnológicos agregados, sem falar em seu baixo custo (tanto para o investidor quanto
para a Corretora), não é difícil entender porque esse canal de comunicação já caiu no
gosto de quase todos os investidores.
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Capítulo 7
Por quanto tempo devo investir em uma
ação?
A questão sobre o prazo de investimento é uma das dúvidas mais delicadas de
quem nunca investiu nesse mercado. O consenso de mercado é de que se busque
investir em ações sempre com visão de longo prazo (período superior a um ano e
meio) , baseando-se nos fundamentos econômico financeiros das empresas, de forma
que a rentabilidade obtida no longo prazo dilua boa parte das oscilações de preços
ocorridas durante o período de investimento. Segundo esse pensamento, ao investir
com objetivos de longo prazo, o investidor não teria que se preocupar com o sobe e
desce das cotações e colheria seus lucros quando já estivessem bem sedimentados.
Esse tipo de investimento também é considerado de menor risco, justamente por diluir
períodos de baixa no preço da ação.
Particularmente, eu penso que a decisão sobre o prazo de investimento depende
dos objetivos e do perfil do investidor. Dessa forma, a receita que funciona para alguns
pode não funcionar para outros. É possível ganhar dinheiro com investimentos de
curto prazo, porém, isso dará muito mais trabalho para o investidor e exigirá dele
maior dedicação aos negócios, que carecem de acompanhamento diário. Esse tipo de
investimento também oferece maior risco porque as margens de lucro são bem
menores, o que faz com que as oscilações vistas por um investidor de longo prazo
pareçam reversões no cenário do investidor de curto prazo.
Conheço investidores que praticam o chamado day trade (a compra e posterior
venda de papéis no mesmo dia) e outros que investem com horizonte de quatro ou
cinco anos. Portanto, acredito que a decisão sobre o prazo de investimento vai
depender mais de seus objetivos e de sua disposição para a gestão dos negócios, do
que de uma regra fixa que possa valer para todos.
De qualquer forma, a estratégia que eu considero mais importante é não
comprometer, em suas operações (mesmo naquelas de curto prazo), um montante de
dinheiro que não possa permanecer investido durante um período de pelo menos um
ano. Digo isso porque, mesmo nas estratégias de curto prazo, o investidor pode errar
em suas estimativas ou ser apanhado de surpresa por algum fator inesperado ou
desconhecido, que force a extensão do prazo inicialmente previsto. Se isso ocorrer e
ele precisar do dinheiro no curto prazo (digamos em um mês ou dois) talvez tenha que
vender seus ativos no pior momento de mercado, realizando um prejuízo ao invés de
um lucro. Por isso planeje suas aquisições de forma a não investir nelas nenhuma
quantia que vá precisar nos próximos doze meses.
Uma estratégia muito usada por quem planeja investimentos de longo prazo é ir
comprando ações devagar, um pouco a cada mês, para não comprometer um
montante significativo de capital a cada aquisição. Essa aquisição em doses
homeopáticas faz com que o dinheiro investido não seja “sentido” no bolso do
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investidor e, dessa forma, não venha a precisar dele por um longo período. Essa
estratégia também ajuda a formar, no investidor, uma certa disciplina de investimento.
Com o passar do tempo ele se acostuma a dedicar aquela parcela de capital para
aquisição de ações e acomoda a saída desse valor ao seu orçamento.
Utilizando essa estratégia, o investidor pode também se valer das oscilações de
baixa no preço das ações para efetuar sua compras, alavancando os resultados.
Quando utiliza esse método, o investidor deve calcular o valor de sua carteira
pelo preço médio de aquisição, ou seja, o valor total de capital que foi investido
dividido pela quantidade de ações que possui. Por esse cálculo chega-se ao preço
médio das ações da carteira. Ao calcular seu lucro, no momento da venda, o investidor
não deve se esquecer de deduzir as taxas e encargos (principalmente a corretagem
que é cobrada a cada compra).
Mesmo quando o investidor assume uma postura de investimento voltada para o
longo prazo, é necessário que faça avaliações periódicas do desempenho de sua
carteira de ações e procure identificar quais estão acima e quais estão abaixo das
estimativas inicialmente fixadas. Nessa análise ele deve estudar se não vale a pena
trocar algumas ações de sua carteira por outras que tenham apresentado melhor
resultado.
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Capítulo 8
Devo concentrar meus investimentos ou
comprar ações de empresas diferentes?
Essa questão é controversa e existem correntes de pensamento a defender os
dois princípios.
Max Gunther, autor do famoso best-seller Os Axiomas de Zurique, é defensor da
concentração de capital por acreditar que esta seja a única forma de ganhar um
volume considerável de dinheiro com investimentos. É como se comparasse essa
situação com uma corrida de automóveis. Se você tiver um motor possante poderá
sofrer um acidente fatal, mas poderá também vencer. No entanto, se entrar na corrida
com um motor 1.0 nunca alcançará a vitória, a única coisa que conseguirá é manter-se
vivo.
Robert A. Haugen, famoso especialista que colaborou para a criação da teoria de
portfólio, acredita que a única forma de ganhar dinheiro na bolsa é utilizar um alto
grau de diversificação na carteira. Seus estudos estatísticos apontam que o mercado
de ações não é eficiente e que os movimentos de preços, que ocorrem diariamente na
bolsa de valores, não possuem motivações lógicas e previsíveis o suficiente para que
possamos confiar neles a ponto de traçarmos estratégias viáveis para alcançar o
sucesso nos investimentos. Ele crê que o lucro realmente seguro só pode ser obtido
em pequenas doses, através de um alto índice de diversificação.
Eu adoto uma postura intermediária, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Posso
afirmar que discordo radicalmente de Max Gunther e jamais concentraria todo o meu
capital numa só ação, mas também não teria centenas de ações em minha carteira,
como prega Haugen.
Explico minha linha de pensamento ao considerar que a diversificação é benéfica,
na medida em que pulveriza o risco do investimento em diversas ações de empresas
diferentes mas, se levada ao extremo, pode dar um imenso trabalho de administração
ao investidor. Além disso, a diversificação só faz sentido quando é aplicada a setores
distintos da economia. Diversificar investimento em empresas diferentes que
pertençam ao mesmo setor não oferece, realmente, redução de risco. Se adotar a
premissa de possuir centenas de ações em sua carteira, certamente terá dezenas delas
em um mesmo setor de atividade. Dessa forma, toda essa parcela de empresas que
pertencem ao mesmo setor estará sob o mesmo grau de risco.
Por isso é importante alocar seu capital de forma que fique distribuído em
diversos setores da economia, e quanto mais distintos forem esses setores, melhor. A
idéia por trás da diversificação é evitar que um fato ocorrido na economia, uma nova
lei ou a queda de demanda em determinado setor (que podem forçar uma baixa no
preços de determinadas ações) afete cem por cento da sua carteira.
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Suponhamos que você tenha montado uma carteira de ações com quatro
companhias: uma mineradora, uma loja de varejo, um banco e uma companhia aérea.
Se surgir um fato que prejudique os negócios de uma das empresas, por exemplo: a
companhia aérea (como ocorreu após os atentados de 11 de setembro de 2001), a
queda no preço dessas ações irá desvalorizar apenas 25% da sua carteira. Se todo o
seu capital estivesse investido na companhia aérea, toda a sua carteira estaria
comprometida. Como não sabemos o que poderá acontecer no futuro, se distribuirmos
o capital em setores diferentes estaremos protegendo nosso investimento pois
somente uma catástrofe que afete todos os setores da economia ao mesmo tempo irá
nos prejudicar por completo, e um fato como esse é raro.
À parte das possíveis catástrofes que podem ocorrer pelo mundo afora e
prejudicar seus lucros, o processo de diversificação também pode prover um
rendimento médio mais favorável. Se você concentrar seu capital num só setor,
mesmo que nenhuma catástrofe ocorra para deteriorar seu investimento, aquele setor
pode não render tanto quanto você previa e, nessa situação, sua rentabilidade estará
prejudicada. Distribuindo seu capital em setores diferentes da economia, a
rentabilidade maior de um deles poderá diluir a fraca valorização das ações de outro,
proporcionando uma rentabilidade média com certa estabilidade.
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Capítulo 9
O que devo procurar no mercado de
ações?
A maior preocupação dos investidores que negociam no mercado de capitais gira
em torno dessa questão. Que empresas escolher? Quais os setores mais promissores?
A volatilidade é um fator preocupante ou uma vantagem? Até onde vai o movimento
de alta ou de baixa? Quem dera tivéssemos uma bola de cristal que pudesse nos
apontar o caminho mais seguro para um futuro promissor e lucrativo! Infelizmente,
essa bola de cristal nunca foi encontrada e não sabemos o que o futuro nos reserva.
Para definirmos o que devemos procurar quando pensamos em comprar ações
precisamos usar nosso bom sendo, além de estarmos munidos da maior quantidade de
informação possível. Essa informação deve ser obtida de fontes idôneas, confiáveis.
Cuidado com os palpites daquele seu amigo “esperto” que sempre tem uma boa dica,
os conselhos que algum “consultor” passou naquela entrevista que você leu numa
revista popular ou algum comentário que você encontrou num blog da Internet.
Lembre-se de que é o seu dinheiro que está em jogo quando você compra ações, não
o deles. Desconfie daquela notícia cuja fonte é um alto funcionário “que não quer se
identificar”, mas que tem informações “seguras”, provenientes da diretoria da
empresa. Só negocie apoiado em bases muito sólidas, com informações de fontes
confiáveis, que possam ser identificadas. Esse tipo de informação pode ser conseguido
nos sites de relacionamento com investidores das próprias empresas, nos comunicados
distribuídos pela bolsa de valores ou pelos órgãos reguladores, no site da sua corretora
ou em agências de notícia reconhecidamente idôneas.
Como sempre podemos errar em nossas análises, mesmo quando possuímos
informações de qualidade, convém que você procure investir seu dinheiro em
empresas de grande prestígio no mercado, aquelas que já estão no cenário em que
atuam há muito tempo e que são líderes em seus respectivos setores. Empresas que
atingiram tal grau de excelência em seus negócios costumam ser muito bem
apreciadas pelo mercado e dificilmente se tornarão um mau negócio no futuro. Isso
não quer dizer que não possa investir em empresas menores e mais jovens (as
chamadas small caps). Essas empresas também podem representar excelentes
negócios, desde que você saiba dosar a participação delas em sua carteira. Pelo fato
de a empresa ser menor, as ações de uma small cap costumam ter menor liquidez e
podem apresentar alto índice de volatilidade no mercado. Essas características podem
assustar determinados investidores, dependendo de seu perfil.
Nesses casos vale ressaltar, novamente, a importância da diversificação para
mesclar a volatilidade e a liquidez das ações que compõem a carteira.
Aconselho que fique muito atento à questão da estabilidade na liquidez do ativo
que está planejando comprar. Há papéis que apresentam pouquíssimos negócios a
cada dia, ou ainda, permanecem vários dias seguidos sem serem negociados. Esse tipo
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de ativo pode representar um péssimo negócio, mesmo que a empresa seja sólida
pois, devido à ausência de negociadores, você terá dificuldade em vendê-lo quando
precisar fazer isso. Existem, também, papéis que apresentam grande volume de
negociação em determinados dias e, depois, passam um certo período sem que ocorra
nenhuma negociação, ou efetuam poucos negócios por dia. Esse é um caso de liquidez
instável, que é provocada por boatos ou notícias especulativas. É grande a
probabilidade de fechar negócios equivocados operando com papéis desse tipo.
Evite comprar ações que não tenham uma quantidade considerável de negócios
por dia e que não mantenham certa regularidade de negociação. Eu costumo traçar
uma média calculada sobre a quantidade de negócios dos últimos 21 pregões (cerca
de um mês de negociações) e descarto aquelas ações que não atingiram uma média
de 50 negócios por dia. Não digo que você tenha que utilizar exatamente essa fórmula,
mas deve encontrar alguma maneira de monitorar a regularidade das negociações ou
poderá ficar com um papel sem mercado em sua carteira.
No que diz respeito ao setor de atividade da empresa, procure fixar a maior parte
de sua carteira sobre setores sólidos ou essenciais, que não tenham a possibilidade de
se extinguir ou sofrer redução de demanda nos próximos anos. Por exemplo, você
acredita que bancos serão extintos algum dia? Bem, se os bancos nunca deixarão de
existir e você comprar ações de um bom banco, dificilmente esse investimento dará
um resultado ruim no longo prazo. Seria possível imaginar nosso país, na próxima
década, sem a utilização do petróleo? Se não achamos isso possível, provavelmente as
empresas que atuam no setor petrolífero irão prosperar. Então, escolha a ação de uma
boa companhia que atua nesse setor.
Podemos estender esse pensamento a todos os setores da economia, tomando o
cuidado de considerar, com cuidado, aqueles que ainda estão em fase de
amadurecimento, como a telefonia móvel, por exemplo.
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Apêndice A
Ferramentas de apoio e aprendizado
Avaliando Empresas, Investindo em Ações
A aplicação prática da análise fundamentalista na avaliação de empresas
Autores: Carlos Alberto Debastiani
Felipe Augusto Russo
ISBN: 978-85-7522-179-2
Editora: Novatec
Páginas: 224
Ano: 2008
Avaliando Empresas, Investindo em Ações é uma obra destinada a
investidores que desejam conhecer, em detalhes, os métodos de
análise que integram a linha de trabalho da escola
fundamentalista, trazendo ao leitor, em linguagem clara e
acessível, o conhecimento profundo dos elementos necessários a
uma análise criteriosa da saúde financeira das empresas,
envolvendo indicadores de balanço e de mercado, análise de
liquidez e dos riscos pertinentes a fatores setoriais e conjunturas
econômicas nacional e internacional. Por meio de exemplos
práticos e ilustrações, os autores exercitam os conceitos teóricos
abordados, desde os fundamentos básicos da economia até a
formulação de estratégias para investimentos de longo prazo.
Análise Técnica de Ações
Identificando oportunidades de compra e venda
Autor: Carlos Alberto Debastiani
ISBN: 978-85-7522-153-2
Editora: Novatec
Páginas: 232
Ano: 2008
Análise técnica de ações é uma obra destinada a investidores de
todos os níveis, desde os iniciantes até aqueles que já conhecem
seus métodos de análise, mas desejam aperfeiçoar sua utilização.
É escrito em linguagem acessível e totalmente ilustrado. Por meio
de esquemas gráficos e situações reais de mercado, o autor
explora todos os detalhes de construção e interpretação dos
principais indicadores técnicos, de forma clara e abrangente, além
de oferecer dicas e orientações para suas operações de mercado.
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Candlestick
Um método para ampliar lucros na Bolsa de Valores
Autor: Carlos Alberto Debastiani
ISBN: 978-85-7522-118-1
Editora: Novatec
Páginas: 200
Ano: 2007
A análise dos gráficos de Candlestick é uma técnica amplamente
utilizada pelos operadores de bolsas de valores no mundo inteiro.
De origem japonesa, este refinado método avalia o comportamento do mercado, sendo muito eficaz na previsão de mudanças
em tendências, o que permite desvendar fatores psicológicos por
trás dos gráficos, incrementando a lucratividade dos investimentos.
Trata-se de uma obra bem estruturada e totalmente ilustrada. A
preocupação do autor em utilizar uma linguagem clara e acessível
a torna leve e de fácil assimilação, mesmo para leigos. Cada
padrão de análise abordado possui um modelo com sua figura
clássica, facilitando a identificação. Depois das características, das
peculiaridades e dos fatores psicológicos do padrão, é apresentado
o gráfico de um caso real aplicado a uma ação negociada na
Bovespa. Este livro possui, ainda, um índice resumido dos padrões
para pesquisa rápida na utilização cotidiana.
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