FICHA DE REVISÃO PARA RECUPERAÇÃO – I TRIMESTRE Nome:________________________________________________________________________________ Nº. ______ Professor: Lícia Souza – 2ª Série – Turma: ______ Disciplina: Língua Portuguesa Data: _____ / _____ / 2013. 1. (Insper 2013) POÇAS D’ÁGUA As poças d´água são um mundo mágico Um céu quebrado no chão Onde em vez de tristes estrelas Brilham os letreiros de gás Néon. (Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.) Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se justifica porque as poças a) estimulam a imaginação. b) permitem ver as estrelas. c) são iluminadas pelo Néon. d) se opõem à tristeza das estrelas. e) revelam a realidade como espelhos. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A Felicidade Tristeza não tem fim felicidade sim. A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar, voa tão leve, mas tem a vida breve precisa que haja vento sem parar. A felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval a gente trabalha o ano inteiro por um momento de sonho pra fazer a fantasia de rei ou de pirata ou jardineira pra tudo se acabar na quarta-feira. A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor. A minha felicidade está sonhando nos olhos da minha namorada É como esta noite, passando, passando em busca da madrugada Fale baixo por favor pra que ela acorde alegre com o dia oferecendo beijos de amor. MORAES, Vinicius e JOBIM, Tom. As mais belas serestas brasileiras. 9ª ed. Belo Horizonte: Barvalle Indústria Gráfica Ltda, 1989. 2. (G1 - epcar (Cpcar) 2013) Nas duas primeiras estrofes, há uma tentativa de se definir a felicidade, para isso o eu lírico vale-se de a) comparações. b) metáforas. c) metonímias. d) hipérboles. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa, Mais isento se mostra o que mais chupa. Para a tropa do trapo vazo a tripa E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa. MATOS, Gregório de. Poemas. Belo Horizonte: Autêntica Ed., 1998. p. 56. Glossário: carepa: caspa, sujeira. galorpa: instrumento utilizado pelos carpinteiros para aplainar madeira. increpar: censurar 3. (G1 - cftmg 2013) NÃO se identificou corretamente o recurso empregado na construção do verso em: a) “Para a tropa do trapo vazo a tripa” – aliteração. b) “Quem menos falar pode, mais increpa:” – paradoxo. c) “Bengala hoje na mão, ontem garlopa,” – metonímia. d) “E mais não digo, porque a Musa topa” – metalinguagem. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio; O mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto um desconcerto; Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio, Agora desvario, agora certo. Estando em terra, chego ao Céu voando; Numa hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar uma hora. Se me pergunta alguém por que assim ando, Respondo que não sei; porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. (www.fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm) 4. (G1 - ifsp 2012) Considere: • ardor x frio • choro x rio • abarco x nada aperto Esses jogos de palavras, exemplos do pré-Barroco na poesia de Camões, constituem a) eufemismos que revelam o sofrimento do eu lírico. b) antíteses que confirmam o desconcerto do eu lírico. c) sinestesias que marcam as contradições do eu lírico. d) hipérboles que exageram o sofrimento do eu lírico. e) metáforas que comparam a dor com a vida do eu lírico. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 2 Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, durante a sua célebre viagem a bordo do Beagle. Voltou 5 17 19 28 impressionado com o que viu: " Delícia é um termo insuficiente para exprimir as emoções sentidas por um naturalista a 8 11 21 27 sós com a natureza em uma floresta brasileira", escreveu. O Brasil, porém, aparece de forma menos idílica em seus 12 escritos: "Espero nunca mais voltar a um país escravagista. O estado da enorme população escrava deve preocupar todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem ver o negro romo outra espécie, mas temos todos a mesma origem." 6 30 3 29 Em vez do gorjeio do sabiá, o que Darwin guardou nos ouvidos foi um som terrível que o acompanhou por toda a 39 22 43 vida: " Até hoje, se eu ouço um grito, lembro-me, com dolorosa e clara memória, de quando passei numa casa em 14 Pernambuco e ouvi urros terríveis. Logo entendi que era algum pobre escravo que estava sendo torturado," 13 4 “ 40 41 15 Segundo o biólogo Adrian Desmond, a viagem do Beagie, para Darwin, foi menos importante pelos espécimes 16 25 23 47 coletados do que pela experiência de testemunhar os horrores da escravidão no Brasil. De certa forma, ele escolheu focar 20 32 31 na descendência comum do homem justamente para mostrar que todas as raças eram iguais e, desse modo, enfim, 44 36 18 objetar àqueles que insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e inferior à dos brancos". 1 35 26 33 7 Desmond acaba de lançar um estudo que mostra a paixão abolicionista do cientista, revelada por seus diários e cartas 42 34 9 pessoais. “A extensão de seu interesse no combate à ciência de cunho racista é surpreendente, e pudemos detectar um 10 38 37 ímpeto moral por trás de seu trabalho sobre a evolução humana - urna crença na ‘irmandade racial’ que tinha origem em 45 46 24 seu ódio ao escravismo e que o levou a pensar numa descendência comum." Adaptado de: HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa FAPESP, n. 159, p. 80 - 85, maio 2009. 5. (Ufrgs 2010) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir sobre elementos de formação de palavras do texto. ( ( ( ( ) As palavras insuficiente (ref. 17) e insistiam (ref. 18) apresentam o mesmo prefixo em sua formação. ) A comparação da palavra exprimir (ref. 19) com imprimir e da palavra descendência (ref. 20) com ascendência permite que se postule um radical comum para cada um dos pares. ) As palavras idílica (ref. 21) e dolorosa (ref. 22) apresentam sufixos que formam adjetivos a partir de substantivos. ) O emprego de diferentes sufixos para o mesmo radical em escravidão (ref. 23) e escravismo (ref. 24) serve, no texto, para expressar, respectivamente, a ideia de "situação resultante de uma ação" e de "movimento socioideológico". A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F – V – V – V. b) V – F – V – F. c) V – V – F – F. d) F – V – F – V. e) F – F – V – V. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 1 Nosso povo, diferentemente dos americanos do norte, não se identifica com a inconcebível abstração que é o Estado. 3 2 5 O Estado é impessoal: nós só concebemos relações pessoais. Por isso, para nós, roubar dinheiros públicos não é um crime. 10 12 Somos indivíduos, não cidadãos. Os filmes de Hollywood repetidamente narram o caso de um homem (geralmente um 9 11 jornalista) que procura a amizade de um criminoso para depois entregá- lo à polícia: nós, que temos a paixão da amizade, sentimos que esse "herói" dos filmes americanos é um incompreensível canalha. As palavras que acabei de pronunciar podem parecer referir-se .......... nós, brasileiros. E não tenho dúvida de que, se 6 ditas hoje por um brasileiro diante de brasileiros, podem causar certo mal-estar, a despeito da encantadora elegância com que 7 20 estão dispostas. Na verdade, são palavras de uma argumentação sobre o caráter do argentino a que Jorge Luis Borges 19 14 13 recorreu mais de uma vez, com a ressalva: "Comprovo um fato, não o justifico ou desculpo". Se decidir abrir esta conversa 16 15 repetindo as palavras de Borges, não foi para criar na sala esse mal-estar. Se o fiz, foi para ressaltar o risco que corremos - todos nós que falamos em nome de países perdedores da História - de tomar as mazelas decorrentes do subdesenvolvimento por virtudes de nossas nacionalidades. 18 De fato, se olharmos tal texto de uma perspectiva brasileira hoje, na mesma medida em que nos identificamos com o 17 8 retrato que ele nos oferece, repudiamos o conjunto que ali é apresentado e, sobretudo, .......... observações específicas de que não somos cidadãos e de que, em nosso íntimo, roubar dinheiros públicos não constitui crime. O que nos parece sinistro é o fato de vermos a nossa incapacidade .......... cidadania guindada .......... condição de contrapartida de uma bela vocação 4 individualista, de uma quase nobre rejeição dessa "inconcebível abstração" que é o Estado. (Adaptado de: Veloso, Caetano. Diferentemente dos americanos do norte. In: -. O mundo não é chato. São Paulo: Cia. das Letras, 2005. p. 42-43.) 6. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações sobre a palavra INCONCEBÍVEL (ref. 1) I - Nela ocorre o mesmo prefixo que existe na palavra IMPESSOAL (ref. 2). II - O sufixo que nela ocorre forma adjetivos a partir de verbos. III - Ela pertence à mesma família da palavra CONCEPÇÃO. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: ESTRADAS DE RODAGEM Comparados os países com veículos, veremos que os Estados Unidos são uma locomotiva elétrica; a Argentina um automóvel; o México uma carroça; e o Brasil um carro de boi. O primeiro destes países voa; o segundo corre a 50 km por hora; o terceiro apesar das revoluções tira 10 léguas por dia; nós... Nós vivemos atolados seis meses do ano, enquanto dura a estação das águas, e nos outros 6 meses caminhamos à razão de 2 léguas por dia. A colossal produção agrícola e industrial dos americanos voa para os mercados com a velocidade média de 100 km por hora. Os trigos e carnes argentinas afluem para os portos em autos e locomotivas que uns 50 km por hora, na certa, desenvolvem. As fibras do México saem por carroças e se um general revolucionário não as pilha em caminho, chegam a salvo com relativa presteza. O nosso café, porém, o nosso milho, o nosso feijão e a farinha entram no carro de boi, o carreiro despede-se da família, o fazendeiro coça a cabeça e, até um dia! Ninguém sabe se chegará, ou como chegará. Às vezes pensa o patrão que o veículo já está de volta, quando vê chegar o carreiro. - Então? Foi bem de viagem? O carreiro dá uma risadinha. - Não vê que o carro atolou ali no Iriguaçu e... - E o quê? - ... e está atolado! Vim buscar mais dez juntas de bois para tirar ele. E lá seguem bois, homens, o diabo para desatolar o carro. Enquanto isso, chove, a farinha embolora, a rapadura derrete, o feijão caruncha, o milho grela; só o café resiste e ainda aumenta o peso. (LOBATO, M. Obras Completas, 14ª ed., São Paulo, Brasiliense, 1972, v. 8, p.74) 7. (Pucsp) As palavras DESATOLAR, VELOCIDADE, CARROÇA e CARREIRO são formadas, respectivamente, por meio dos seguintes processos: a) prefixação, sufixação, sufixação, parassíntese. b) sufixação, sufixação, prefixação, prefixação/sufixação. c) prefixação, sufixação, sufixação, sufixação. d) parassíntese, sufixação, sufixação, parassíntese. e) parassíntese, prefixação/sufixação, sufixação, sufixação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: BRASILEIRO, HOMEM DO AMANHÃ (Paulo Mendes Campos - Adaptação) Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um jeito; a capacidade de adiar. A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida, no exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso. Aquilo que alguns autores ingleses diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira. Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, reprodução, adiamento e morte (esta última, se possível, também protelada). Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que protegemos os olhos com as mãos ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado: proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde, só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do carnaval; no ano que vem. Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita e pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil. O brasileiro adia; logo existe. A única palavra importante para ele é amanhã. O resto eu adio para a semana que vem. 8. (Uflavras) Em: "... é um instinto inelutável, uma força espontânea...", classifique o processo de formação da palavra INELUTÁVEL: a) derivação prefixal. b) composição por justaposição. c) derivação regressiva. d) composição por aglutinação. e) derivação parassintética. 9. (Uel) Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo. a) embarque - pernoitar - lobisomem b) burocracia - enraivecer - ateu c) hipermercado - tique-taque - cabisbaixo d) planalto - pernalta - embora e) bígamo - noroeste - remarcação TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Os gatos Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, e fez o crítico à semelhança do gato. Ao crítico deu ele, como ao gato, a graça ondulosa e o assopro, o ronrom e a garra, a língua espinhosa. Fê-lo nervoso e ágil, refletido e preguiçoso; artista até ao requinte, sarcasta até a tortura, e para os amigos bom rapaz, desconfiado para os indiferentes, e terrível com agressores e adversários... . Desde que o nosso tempo englobou os homens em três categorias de brutos, o burro, o cão e o gato - isto é, o animal de trabalho, o animal de ataque, e o animal de humor e fantasia - por que não escolheremos nós o travesti do último? É o que se quadra mais ao nosso tipo, e aquele que melhor nos livrará da escravidão do asno, e das dentadas famintas do cachorro. Razão por que nos acharás aqui, leitor, miando um pouco, arranhando sempre e não temendo nunca. FIALHO DE ALMEIDA 10. (Faap) Ao crítico deu ele o RONROM. O processo pela qual se formou a palavra grifada: a) derivação prefixial b) derivação parassintética c) regressiva d) composição por aglutinação e) onomatopeia 11. (G1) Assinalar a alternativa em que as duas palavras são formadas por parassíntese: a) indisciplinado - desperdiçar; b) incineração - indestrutível; c) despedaçar - compostagem; d) endeusado - envergonhar; e) descamisado - desonestidade. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: SONETO DE SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. (Vinícius de Morais) 12. (Faap) IMÓVEL (in + móvel), processo de formação de palavra a que chamamos: a) composição por aglutinação b) composição por justaposição c) derivação prefixal d) derivação sufixial e) parassintetismo 13. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 13. (Uerj 2012) A tira traz um efeito de surpresa ao final, produzido pela cena inusitada de uma pessoa sentada no ar, como se isso fosse possível. Esse efeito de surpresa se intensifica pelo fato de o último quadrinho contrastar com o seguinte aspecto da própria tira: a) exposição parcial do cotidiano familiar b) sugestão gradual de atitudes imprevisíveis c) apresentação sequencial de ações rotineiras d) referência indireta à solidão dos personagens 14. (Enem cancelado) Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quino. O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de Mafalda a) revelou desinteresse na leitura do dicionário. b) tentava ler um dicionário, que é uma obra muito extensa. c) causou surpresa em sua filha, ao se dedicar à leitura de um livro tão grande. d) queria consultar o dicionário para tirar uma dúvida, e não ler o livro, como sua filha pensava. e) demonstrou que a leitura do dicionário o desagradou bastante, fato que decepcionou muito sua filha. 15. (Uel) Assinale a alternativa que exemplifica o processo de DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA. a) entardecer b) pé-de-moleque c) automóvel d) beija-flor e) desdita 16. (Fei) Assinalar a alternativa em que a palavra entre aspas é exemplo de derivação parassintética: a) A situação mal resolvida provocou-lhe um "ataque" de ira. b) Terminado o "combate", o soldado descansou. c) A "reforma" tributária se faz necessária. d) No "entardecer", o sol oferecia um incrível espetáculo. e) Ler histórias policiais é seu "passatempo" predileto. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Por amor à Pátria 1 O que é mesmo a Pátria? 2 Houve, com certeza, uma considerável quantidade de brasileiros(as) que, na linha da própria formação, evocaram a Pátria com critérios puramente geográficos: uma vastíssima porção de terra, delimitada, porém, por tratados e convenções. Ainda bem quando acrescentaram: a Pátria é também o Povo, milhões de homens e mulheres que nasceram, moram, vivem, dentro desse território. 3 Outros, numerosos, aprimoraram essa noção de Pátria e pensaram nas riquezas e belezas naturais encerradas na vastidão da terra. Então, a partir das cores da bandeira, decantaram o verde das florestas, o azul do firmamento espelhado no oceano, o amarelo dos metais escondidos no subsolo. Ufanaram-se legitimamente do seu país ou declararam, convictos, aos filhos jovens, que jamais hão-de ver país como este. 4 Foi o que fizeram todos quantos procuraram a Pátria no quase meio milênio da História do Brasil, complexa e fascinante História de conquistas e reveses, de "sangue, suor e lágrimas", mas também de esperanças e de realizações. Evocaram gestos heroicos, comovedoras lendas e sugestivas tradições. 5 Tudo isso e o formidável universo humano e sacrossanto que se oculta debaixo de tudo isso constituem a Pátria. Ela é história, é política e é religião. Por isso é mais do que o mero território. É algo de telúrico. É mais do que a justaposição de indivíduos, mas reflete a pulsação da inenarrável história de cada um. 6 A Pátria é mais do que a Nação e o Estado e vem antes deles. A Nação mais elaborada e o Estado mais forte e poderoso, se não partem da noção de Pátria e não servem para dar à Pátria sua fisionomia e sua substância interior, não têm todo o seu valor. 7 Por último, quero exprimir, com os olhos fixos na Pátria, o seu paradoxo mais estimulante. De um lado, ela é algo de acabado, que se recebe em herança. 8 Por outro lado, ela nunca está definitivamente pronta. Está em construção e só é digno dela quem colabora, em mutirão, para ir aperfeiçoando o seu ser. Independente, ela precisa de quem complete a sua independência. Democrática, ela pertence a quem tutela e aprimora a democracia. Livre, ela conta com quem salvaguarda a sua liberdade. E sobretudo, hospitaleira, fraterna, aconchegante, cordial, ela reclama cidadãos e filhos que a façam crescer mais e mais nestes atributos essenciais de concórdia, equilíbrio, harmonia, que a fazem inacreditavelmente Pátria - e me dá vontade de dizer, se me permitem criar um neologismo, inacreditavelmente Mátria. 9 Pensando bem, cada brasileiro, quem quer que seja, tem o direito de esperar que os outros 140 milhões de brasileiros sejam, para ele, Pátria. Dom Lucas Moreira Neves (adaptação) JORNAL DO BRASIL - 08/09/93 17. (Cesgranrio) Os vocábulos "aprimorar" e "encerrar" classificam-se, quanto ao processo de formação de palavras, respectivamente, em: a) parassíntese / prefixação. b) parassíntese / parassíntese. c) prefixação / parassíntese. d) sufixação / prefixação e sufixação. e) prefixação e sufixação / prefixação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: "Certas instituições encontram sua autoridade na palavra divina. Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus fala através de sua boca. Suas qualidades pessoais importam pouco. Quando prevaricam, eles são punidos no inferno, como aconteceu, na opinião de muita gente boa, com o Papa Bonifácio VIII, simoníaco reconhecido. Mas o carisma é da própria Igreja, não de seus ministros. A prova de que ela é divina, dizia um erudito, é que os homens ainda não a destruíram. Outras associações humanas, como a universidade, retiram do saber o respeito pelos seus atos e palavras. Sem a ciência rigorosa e objetiva, ela pode atingir situações privilegiadas de mando, como ocorreu com a Sorbonne. Nesse caso, ela é mais temida do que estimada pelos cientistas, filósofos, pesquisadores. Jaques Le Goff mostra o quanto a universidade se degradou quando se tornou uma polícia do intelecto a serviço do Estado e da Igreja. As instituições políticas não possuem nem Deus nem a ciência como fonte de autoridade. Sua justificativa é impedir que os homens se destruam mutuamente e vivam em segurança anímica e corporal. Se um Estado não garante esses itens, ele não pode aspirar à legítima obediência civil ou armada. Sem a confiança pública, desmorona a soberania justa. Só resta a força bruta ou a propaganda mentirosa para amparar uma potência política falida. O Estado deve ser visto com respeito pelos cidadãos. Há uma espécie de aura a ser mantida, através do essencial decoro. Em todas as suas falas e atos, os poderosos precisam apresentar-se ao povo como pessoas confiáveis e sérias. No Executivo, no Parlamento e, sobretudo, no Judiciário, esta é a raiz do poder legítimo. Com a fé pública, os dirigentes podem governar em sentido estrito, administrando as atividades sociais, econômicas, religiosas, etc. Sem ela, os governantes são reféns das oligarquias instaladas no próprio âmbito do Estado. Essas últimas, sugando para si o excedente econômico, enfraquecem o Estado, tornando-o uma instituição inane." (Roberto Romano, excerto do texto "Salários de Senadores e legitimidade do Estado", publicado na Folha de São Paulo, 17/10/1994, 1º caderno, página 3) 18. (Unitau) As palavras "prova", "respeito", "mando" e "espécie" são, no plano de formação de palavras, respectivamente, a) todas primitivas. b) todas derivadas por sufixação. c) todas derivadas deverbais. d) derivadas deverbais, somente as três primeiras. e) derivadas deverbais, somente as duas primeiras. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 1 A fisionomia da sociedade brasileira neste final de século está irreconhecível. A violência e a crueldade viraram fenômenos de massa. Antes, e até há não muito tempo, elas apareciam como sintoma de patologias individuais. Os "monstros" um estuprador e assassino de crianças, uma mulher que esquartejou o amante - eram motivo de pasmo e horror para uma comunidade onde a violência ficava confinada a um escaninho de modestas proporções. Hoje, é uma guerrilha e faz parte do nosso cotidiano. 2 Em pouco tempo a imagem do Brasil, para uso externo e sobretudo para si mesmo, ficou marcada pela reiteração rotineira da crueldade. A onda não é o simples homicídio, é o massacre. E, para não ficarmos no saudosismo dos anos dourados, ressurge uma forma de massacre que tem raízes históricas profundas: o genocídio, essa mancha na formação de uma nacionalidade argamassada pelo sangue de índios e negros. 3 Os episódios brutais estão aí. (...) 4 A violência costuma ser associada à urbanização maciça, que gera miséria, desordem e conflitos. 5 Não vamos procurar desculpa invocando símiles de outros países - no Peru, na Bósnia ou onde quer que seja. Estamos dizendo "adeus" ao mito da cordialidade brasileira, da "índole pacífica do nosso povo". Estamos transformados - irreconhecíveis. Convertida em face do monstro, desfigurou-se a nossa fisionomia de povo folgazão, inzoneiro, que tem como símbolos o carnaval, o samba e o futebol. (...) 6 A miséria e a fome do povo são um caldo de cultura a favorecer a disseminação da violência, que se torna balcão de comércio nas mãos de empresários inescrupulosos. (Moacir Werneck de Castro. Jornal do Brasil, 28/08/93, p. 11.) 19. (Cesgranrio) As palavras ESQUARTEJAR, DESCULPA e IRRECONHECÍVEL foram formadas, respectivamente, pelos processos de: a) sufixação - prefixação - parassíntese b) sufixação - derivação regressiva - prefixação c) composição por aglutinação - prefixação - sufixação d) parassíntese - derivação regressiva - prefixação e) parassíntese - derivação imprópria - parassíntese TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO I O POETA COME AMENDOIM Noites pesadas de cheiros e calores amontoados... Foi o sol que por todo o sítio imenso do Brasil Andou marcando de moreno os brasileiros. Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer... A noite era pra descansar. As gargalhadas brancas dos mulatos... Silêncio! O Imperador medita os seus versinhos. Os Caramurus conspiram à sombra das mangueiras ovais. Só o murmurejo dos cre'm-deus-padre irmanava os homens de meu país... Duma feita os canhamboras perceberam que não tinha mais escravos, Por causa disso muita virgem-do-rosário se perdeu... Porém o desastre verdadeiro foi embonecar esta República temporã. A gente inda não sabia se governar... Progredir, progredimos um tiquinho Que o progresso também é uma fatalidade... Será o que Nosso Senhor quiser!... Estou com desejos de desastres... Com desejos do Amazonas e dos ventos muriçocas Se encostando na canjerana dos batentes... Tenho desejos de violas e solidões sem sentido... Tenho desejos de gemer e de morrer... Brasil... Mastigado na gostosura quente do amendoim... Falado numa língua curumim De palavras incertas num remeleixo melado melancólico... Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentes bons... Molham meus beiços que dão beijos alastrados E depois semitoam sem malícia as rezas bem nascidas... Brasil amado não porque seja minha pátria, Pátria é acaso de migrações e do pão-nosso onde Deus der... Brasil que eu amo porque é o ritmo no meu braço aventuroso, O gosto dos meus descansos, O balanço das minhas cantigas amores e danças. Brasil que eu sou porque é a minha expressão muito engraçada, Porque é o meu sentimento pachorrento, Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir. (Mário de Andrade. POESIAS COMPLETAS. S.P.: Martins, 1996. p. 109-110) TEXTO II A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou o conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada. (Rui Barbosa. Texto reproduzido em ROSSIGNOLI, Walter. Português: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 19) 20. (Cesgranrio) Assinale a opção em que o processo de formação de palavras está indevidamente caracterizado: a) pão-nosso - composição por justaposição. b) aventuroso - derivação sufixal. c) embonecar - composição por aglutinação. d) descanso - derivação regressiva. e) incerto - derivação prefixal.