Disciplina: História Ano / Série: 8º Professor (a): Kátia Data: _____ / ______ / 2013 Roteiro de Recuperação Conteúdo: Capítulo 3:O Brasil conquista a sua soberania Capítulo 4: Primeiro Reinado: o governo de dom Pedro I Capítulo 5:O Império brasileiro em perigo: As regências. Brasil: Segundo Reinado e o início da República. Exercícios: Refazer as provas que caíram estes assuntos. 1. (Uerj 2014) A restituição da passagem As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particulares ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens. Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908 A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto. Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da: a) oferta de mão de obra para a cafeicultura b) ampliação dos núcleos urbanos no interior c) continuidade do processo de reforma agrária d) expansão dos limites territoriais da federação 2. (Uerj 2014) A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, reuniu uma multidão em frente ao Paço Imperial, no Rio de Janeiro. Essa ideia de que as pessoas saíram correndo e comemorando, isso é lenda. Depois do 13 de maio, meu bisavô e a maioria dos escravos continuaram vivendo onde trabalhavam. Registros históricos mostram que alguns receberam um pedaço de terra para plantar. Mas poucos passaram a ganhar ordenado, e houve quem recebesse uma porcentagem do café que plantava e colhia − conta o historiador Robson Luís Machado Martins, que pesquisa a história de sua família, e a do Brasil, desde a década de 1990. Adaptado de O Globo, 12/05/2013. A fotografia e a reportagem registram aspectos particulares sobre os significados da abolição, os quais podem ser associados aos seguintes fatores do contexto da época: a) crise monárquica − exclusão social b) estagnação política − ruptura econômica c) expansão republicana − reforma fundiária d) transição democrática − discriminação profissional 3. (G1 - cftmg 2013) Observe a imagem. A partir da análise da aquarela, é correto afirmar que o artista apresenta os a) africanos livres e suas belas roupas. b) escravos de ganho e suas várias atividades. c) negros displicentes e suas múltiplas funções. d) serviçais urbanos e suas diferentes moradias. 4. (Ufpe 2013) A organização do Estado Nacional Brasileiro teve, entre outras características, a codificação das leis, a exemplo do Código Criminal do Império (1830), do Código do Processo Penal (1832) e da Constituição de 1824. Sobre essa Constituição, analise o que se afirma a seguir. ( ( ( ( ( ) Definia o regime de governo como uma monarquia constitucional hereditária, e dividia os poderes em executivo, legislativo, judiciário e moderador. ) Determinava o catolicismo como religião oficial do Estado, proibindo o culto doméstico aos praticantes das demais religiões. ) Estabeleceu as eleições como primárias e secundárias, sendo que, nas primárias, o eleitor elegeria um colégio eleitoral que, por sua vez, nas secundárias, elegeriam senadores e deputados. ) Previa a extinção lenta e gradual da escravidão, instituindo um sistema de trabalho livre nas lavouras de café. ) Por ela, o poder moderador seria um instrumento para limitação do poder do monarca e dos seus ministros. 5. (Ueg 2013) Foi fundamentalmente na conjuntura de desgaste da imagem do Imperador Pedro I, a partir de 1825, que iniciou-se um investimento simbólico em torno do Sete de Setembro [...]. Cristalizou-se, a partir de então, uma narrativa que atribuía à figura de Dom Pedro papel central nos acontecimentos que conduziram o Brasil ao rompimento de sua situação de Colônia, ou seja, a conquista da independência. SANDES, Noé Freire. A Invenção da nação – entre a Monarquia e a República. Goiânia: Ed. da UFG, Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira, 2000. p. 25. Tendo em vista a leitura desse fragmento, percebe-se que a Independência do Brasil foi a) um episódio que demonstrou a influência de José Bonifácio sobre o príncipe Pedro de Alcântara, que seria coroado Imperador. b) um evento histórico que pode receber diferentes interpretações, segundo o contexto em que é analisado. c) consequência do carisma exercido por D. Pedro I sobre a população brasileira. d) resultado da união entre políticos do Partido Brasileiro, liderado por José Bonifácio, e pelo Partido Liberal. 6. (Ufrgs 2013) Em 1824, é outorgada a Constituição do Império do Brasil. Entre suas características, podemos afirmar que a) dividia os poderes do Estado exclusivamente em Executivo, Legislativo e Magistratura. b) separava a Igreja Católica do Estado Laico. c) previa a eleição direta do Primeiro Ministro. d) estabelecia o voto universal e secreto para a população masculina. e) dividia os poderes do Estado em Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. 7. (Uerj 2013) Trecho da carta de despedida de D. Pedro I a seu filho Pedro II Meu querido filho e imperador... Deixar filhos, pátria e amigos, não pode haver maior sacrifício; mas levar a honra ilibada, não pode haver maior glória. Lembre-se sempre de seu pai, ame a sua e a minha pátria, siga os conselhos que lhe derem aqueles que cuidarem de sua educação, e conte que o mundo o há de admirar... Eu me retiro para a Europa: assim é necessário para que o Brasil sossegue, e que Deus permita, e possa para o futuro chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz. Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu pai que se retira saudoso e sem mais esperanças de o ver. D. Pedro de Alcântara, 12 de abril de 1831 <revistadehistoria.com.br> Ainda permanece a imagem de Pedro I como um dos responsáveis pela autonomia política do Brasil. Contudo, nove anos após proclamar o 7 de setembro de 1822, o imperador abdicava de seu trono e retornava à Europa. A instabilidade política e econômica foi a marca de seu breve reinado. Cite um setor da sociedade brasileira da época que se opunha à manutenção do governo de Pedro I e uma razão para essa oposição. Em seguida, aponte um motivo para a instabilidade econômica que caracterizou esse governo. 8. (Ufpr 2013) “O processo de construção da unidade territorial e da formação do Estado no Brasil tem que ser visto como fruto de um longo consolidar de interesses e projetos em disputa, o que nos leva a concordar com Ilmar R. de Mattos, quando afirmou a impossibilidade de se conceber a consolidação do Estado brasileiro antes da década de 1840.” (PEREIRA, Aline Pinto. O Arquivo Nacional e a História Lusa-brasileira. Disponível em: http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua. exe/sys/start.htm?infoid=1440&sid=128) Discorra sobre os interesses e projetos em disputa que impediram a consolidação do Estado nacional antes dos anos 1840. 9. (Uepg 2013) Entre 1822 e 1889, o Brasil viveu sob a égide da Monarquia e foi no decorrer desse período que o país acompanhou a formação de seu Estado Nacional. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) Uma das principais marcas do Estado monárquico brasileiro, tanto no primeiro quanto no segundo reinado, foi a centralização de poder nas mãos do Imperador. 02) O estímulo aos regionalismos e a autonomia provincial foram marcas essenciais do Estado Nacional brasileiro do século XIX. 04) A Guerra dos Farrapos, ocorrida no Rio Grande do Sul entre 1835 e 1845, se caracterizou como um dos principais movimentos de apoio e fortalecimento do Estado Nacional no Brasil do século XIX. 08) O período regencial, interregno entre o primeiro e o segundo reinado, se caracterizou como um momento de calmaria no cenário político brasileiro dos Oitocentos. 16) A criação da Guarda Nacional significou, na prática, o reconhecimento, por parte do Estado, do poder político exercido pelos latifundiários em todo o território brasileiro. 10. (Unicamp 2013) Após a queda da monarquia, a República tentou ligar-se à memória da abolição. Seu principal argumento era a recusa do Exército em capturar os escravos fugidos. Reivindicava-se, assim, o reconhecimento dos republicanos militares como atores da abolição e redentores da pátria livre. Nas comemorações oficiais da abolição, o 13 de maio e o 15 de novembro eram apresentados como datas complementares de um mesmo processo de modernização do país, abrindo as portas do Brasil ao progresso e à civilização. De modo complementar, ligava-se o sistema monárquico à escravidão e ao atraso do país. (Adaptado de Robert Daibert Jr., “Guerra de Versões”. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, jun. 2008. http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/guerra-de-versoes. Acessado em 30/09/2012.) a) Explique por que o regime republicano associou a monarquia à escravidão. b) Como a questão militar contribuiu para o fim do Império do Brasil? 11. (Ufpe 2013) As agruras das secas, que periodicamente atingem o Brasil e, mais de perto, o Nordeste, têm servido de mote a poetas e cantadores, entre os quais se celebrizou Luiz Gonzaga, que, no ano de 2012, completaria 100 anos de vida. Flagelo antigo no Brasil, a seca de 1870 constituiu-se num dos muitos problemas enfrentados pelo imperador Dom Pedro II. Considerando-se a crise sociopolítica e econômica que se abateu sobre o governo desse Imperador, em seus anos finais, analise as proposições a seguir. ( ( ( ( ( ) Após a Guerra do Paraguai, houve um afastamento entre o Exército e o governo monárquico, agravado pelas manifestações públicas de descontentamento dos jovens cadetes e oficiais de baixa patente. ) Após a prisão do bispo de Recife e Olinda, Dom Vital, ocorreu a cisão entre o poder eclesiástico e o Estado, posicionando-se o monarca a favor do bispo, e aliando-se os generais aos demais clérigos. ) O ato abolicionista de maio de 1888 não previu indenizações para os ex-senhores de escravos, o que gerou grande descontentamento por parte desse grupo para com o Governo Imperial. ) A dispendiosa campanha militar levada adiante pelo Brasil no Paraguai contribuiu para a grave crise econômica que assolou o país nesse período. ) Após a Abolição, os escravos libertos foram realocados em outras fazendas, subsidiadas pelo governo, que garantia, assim, o sustento dessa grande parcela da população. 12. (Fuvest 2013) Representando apenas 19,6% das exportações brasileiras em 1822 (com a média de 18,4% nos anos 1820), o café passou a liderar as exportações brasileiras na década dos 1830 (com 28,6%), assumindo assim o lugar tradicionalmente ocupado pelo açúcar desde o período colonial. Nos meados do século XIX, passava a representar quase a metade do valor das exportações e, no último decênio do período monárquico, alcançava 61,5%. Já a participação do açúcar no quadro dos valores das exportações brasileiras passou de 30,1%, na década de 1820, a apenas 9,9%, nos anos 1880. O algodão alcançava 20,6%, na década de 1820, cifra jamais alcançada depois, em todo o período monárquico. Com exceção dos anos da guerra civil americana, que se refletiram na elevada participação do produto no conjunto das exportações dos anos 1870 (18,3%), verifica-se o declínio das exportações que, nos anos 1880, têm uma participação de apenas 4,2%. O comportamento das exportações de fumo revela que essas oscilaram em torno de baixas percentagens, durante todo o período monárquico. Alcançando 2,5% do valor global das exportações na década de 1820, decaiu, nas duas décadas seguintes (1,9% para os anos 1830 e 1,8% para os anos 1840). Na segunda metade do século, melhorou a posição do fumo no conjunto das exportações, tendo alcançado, nos anos 1860 e 1870, as maiores percentagens do período, com 3% e 3,4%. A participação do cacau no conjunto das exportações nacionais cresceu de 0,5% na década de 1820 para 1,6% na última década da monarquia, a mais alta porcentagem do período. Sérgio Buarque de Holanda (org.). História geral da civilização brasileira. II. O Brasil Monárquico. 4. Declínio e queda do império. Rio de Janeiro: Difel, 1985, p. 119-126. Adaptado. Com base no texto, responda ao que se pede: a) Elabore um gráfico das exportações brasileiras de café, açúcar e algodão no período monárquico, incluindo os respectivos dados percentuais (aproximados). b) Qual foi o principal produto de exportação brasileiro, respectivamente, nas décadas de 1820, 1830 e 1880? 13. (Unicamp 2013) Assinale a afirmação correta sobre a política no Segundo Reinado no Brasil. a) Tratava-se de um Estado centralizado, política e administrativamente, sem condições de promover a expansão das forças produtivas no país. b) O imperador se opunha ao sistema eleitoral e exercia os poderes Moderador e Executivo, monopolizando os elementos centrais do sistema político e jurídico. c) O surgimento do Partido Republicano, em 1870, institucionalizou uma proposta federalista que já existia em momentos anteriores. d) A política imigratória, o abolicionismo e a separação entre a Igreja e o Estado fortaleceram a monarquia e suas bases sociais, na década de 1870. 14. (Unesp 2013) O rei, nosso Senhor e amo, dorme o sono da... indiferença. Os jornais, que diariamente trazem os desmandos desta situação, parecem produzir em Sua Majestade o efeito de um narcótico. Bem aventurado, Senhor! Para vós, o reino do céu e para o nosso povo... o do inferno! (Angelo Agostini. Revista Illustrada, 05.02.1887. Adaptado.) Cite dois elementos presentes na charge ou na sua legenda, que mostrem críticas ao imperador D. Pedro II, e identifique duas dificuldades enfrentadas pela monarquia nas décadas de 1870 e 1880. 15. (Enem 2013) As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente a) Habilidade militar — riqueza pessoal. b) Liderança popular — estabilidade política. c) Instabilidade econômica — herança europeia. d) Isolamento político — centralização do poder. e) Nacionalismo exacerbado — inovação administrativa. 16. (Upe 2013) Quando alguém mencionava, no Brasil dos séculos XVIII e XIX, um africano, o mais provável é que estivesse a falar de um escravo, pois nessa condição amargava a maioria dos homens e mulheres que, vindos da África, aqui viviam. Mas podia também referir-se a um liberto, ou seja, a um exescravo. Ou a um emancipado, isto é, um negro retirado de um navio surpreendido no tráfico clandestino. Ou, o que era mais raro, a um homem livre que jamais sofrera o cativeiro. SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. 5ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 157. Sobre o que afirma o texto, analise as seguintes proposições: I. Nas décadas finais do século XIX, antes da Abolição, uma parcela da população africana do Brasil já estava liberta. II. A Inglaterra destacou-se, no século XIX, pelo combate ao tráfico clandestino de africanos. III. Os escravos urbanos não podiam se tornar libertos. IV. O Brasil proibiu o tráfico negreiro já no final do século XVIII. V. A presença africana no Brasil dos séculos XVIII e XIX caracterizava-se por uma diversidade de condições de vida. Estão CORRETAS a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I, II e V. d) II, III e V. e) I, IV e V. 17. (Ufg 2013) Leia o texto e analise a imagem apresentados a seguir. Pela linha paterna, o príncipe imperial descendia de reis e antepassados ilustres. D. Pedro II era o oitavo duque de Bragança, cuja família estava entrelaçada com os Capetos da França. Pela linhagem materna, D. Pedro era ligado ao imperador Francisco I, da Alemanha, da Áustria, da Hungria e da Boêmia, ele mesmo filho de Leopoldo II, imperador da Alemanha e irmão de Maria Antonieta, mulher de Luís XVI. Ao mesmo tempo, isolado no Paço, esquecido em consequência das conturbações políticas e da doença da mãe, D. Pedro II se tornava o “órfão da nação”. SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 47-49. (Adaptado). O texto descreve a linhagem familiar de D. Pedro II, que descende de portugueses e austríacos, enquanto a imagem representa D. Pedro II criança, que seria considerado órfão da nação, desde a Abdicação de seu pai. Diante do exposto e com base nos documentos, explique a associação entre a) a linhagem familiar e as relações internacionais, no Império; b) a orfandade de D. Pedro II e a construção de um projeto de nação para o Brasil, no Segundo Império. 18. (Ufsc 2013) Sobre o Segundo Reinado brasileiro, é CORRETO afirmar que: 01) a Lei de Terras de 1850, proposta por D. Pedro II, garantiu uma melhor distribuição das terras no território nacional, demonstrando o caráter democrático e popular das ações do imperador-cidadão. 02) o café consolida-se como o principal produto nacional de exportação e contribui para a maior estabilidade da economia brasileira em relação às primeiras décadas do século XIX. 04) do ponto de vista político, os partidos Liberal e Conservador disputaram o poder durante todo o Segundo Reinado, por possuírem princípios e ações completamente opostas. 08) o “surto industrial” brasileiro entre os anos de 1844 e 1860 esteve relacionado ao aumento das tarifas sobre os produtos importados e teve na figura de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, um de seus principais ícones. 16) na política externa, o Brasil esteve envolvido em conflitos militares na região do rio da Prata contra Oribe (Uruguai) e Rosas (Argentina) e, posteriormente, contra Aguirre (Uruguai), onde conseguiu depor seus adversários e colocar no poder seus aliados. 32) a crise que derrubou o Império está relacionada ao crescimento do movimento republicano conduzido pelos estancieiros gaúchos, conhecidos como farroupilhas, liderados por Giuseppe Garibaldi e Bento Gonçalves. 64) a questão da mão de obra esteve no centro dos debates; uma das principais ações neste sentido foi a lei Eusébio de Queiroz (1850), que pretendia extinguir o tráfico de escravos, mas acabou ficando conhecida como “lei para inglês ver”. 19. (Ufg 2013) Leia o documento a seguir. A que causa devíamos atribuir esta irrupção da cólera ou, melhor, a que causa não a atribuirmos – Seria talvez a carne estragada que éramos obrigados a comer, ou a fome curtida quando as náuseas venciam o apetite, ou ainda o insuportável ardor dos incêndios que nos escaldavam o sangue, quiçá a infecção oriunda de todas as substâncias vegetais que devorávamos, brotos, frutos verdes e podres, ou também, enfim, a insalubridade do ar viciado pela água estagnada dos charcos e lodaçais que naquela região tanto abundam. Supunham alguns fosse o próprio inimigo o veiculador do cólera. É muito possível que aos paraguaios houvesse acontecido – embora jamais suportassem as mesmas privações que nós – porque, de seu exército do Sul, dizimado pelo flagelo, tinham recebido reforços. Uma circunstância ocorria fazendo-nos crer que também reinasse o mal em suas fileiras: a frouxidão, para o fim, dos ataques, embora sempre frequentes. TAUNAY, Alfredo d´Escragnolle. A retirada de Laguna. 1870. p. 57. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv00304a.pdf>. Acesso em: 20 mar 2013. (Adaptado). O documento apresentado, publicado em 1870, relata um dos principais eventos da Guerra do Paraguai, a Retirada de Laguna. Com base na leitura do documento, explique a) as condições a que as tropas brasileiras foram submetidas, durante o conflito; b) uma consequência para a política interna brasileira, com o fim da Guerra do Paraguai. 20. (Ufg 2013) Analise os documentos a seguir. Art. 1º. As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos portos do Brasil, tendo a seu bordo escravos, ou havendo-os desembarcado, serão apreendidas pelas autoridades, ou pelos navios de guerra brasileiros, e consideradas importadoras de escravos. Art. 4. A importação de escravo no território do Império fica nele considerada como pirataria, e será punida pelos seus tribunais com as penas declaradas no Código Criminal. LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓZ, de 4 de setembro de 1850. Disponível em: <http://www.gptec.cfch.ufrj.br/html/eusebio.html>. Acesso em: 26 out. 2012. (Adaptado). Art. 1º. Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra. Art. 18. O Governo fica autorizado a mandar vir anualmente à custa do Tesouro certo número de colonos livres para serem empregados, pelo tempo que for marcado, em estabelecimentos agrícolas, ou nos trabalhos dirigidos pela Administração pública, ou na formação de colônias nos lugares em que estas mais convierem; tomando antecipadamente as medidas necessárias para que tais colonos achem emprego logo que desembarcarem. LEI DE TERRAS, de 18 de setembro de 1850. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0601-1850.htm>. Acesso em: 26 out. 2012. (Adaptado). A promulgação da Lei Eusébio de Queiróz e da Lei de Terras revela uma preocupação latente com a definição do estatuto da escravidão e da propriedade fundiária no Brasil. Com base nos documentos apresentados e considerando-se o contexto do Segundo Império, explique a) uma consequência socioeconômica da implementação da Lei Eusébio de Queiróz, no Rio de Janeiro; b) as mudanças na estrutura produtiva brasileira, proporcionadas pelas duas leis. 21. (Unesp 2013) Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado seu sangue em defesa da pátria e libertado um povo da escravidão, o voluntário volta ao país natal para ver sua mãe amarrada a um tronco! Horrível realidade!... (Ângelo Agostini. A Vida Fluminense, 11.06.1870. Adaptado.) Identifique a tensão apresentada pela representação e por sua legenda e analise a importância da Guerra do Paraguai para a luta de abolição da escravidão. 22. (Ufmg 2013) Leia o trecho: O sete de abril de 1831, mais do que o sete de setembro de 1822, representou a verdadeira independência nacional, o início do governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos. O governo do país por si mesmo [...] revelou-se difícil e conturbado. Rebeliões e revoltas pipocaram por todo o país, algumas lideradas por grupos de elite, outras pela população tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. CARVALHO, J. Murilo et al. Documentação política, 1808-1840. Brasiliana da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2011, s/p. a) EXPLIQUE o sentido da frase considerando o seu contexto histórico: “a Coroa agora representada apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos”. b) APRESENTE dois fatores que contribuíram para as conturbações políticas e sociais que levaram às rebeliões e às revoltas do período. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A(s) próxima(s) questão(ões) trata da montagem do sistema político e de aspectos sociais e econômicos da sociedade brasileira à época do processo de emancipação de 1822. Na verdade, ela(s) trata(m) dos fundamentos de nossa sociedade e dá(ão) subsídios para que se possa entender como fomos nos formando combinando de forma desigual liberdade, participação política e justiça social. Como bem afirmou o historiador José Murilo de Carvalho: “Temos liberdade, alguma participação e muita desigualdade”. 23. (Uepb 2013) Sobre aspectos políticos do processo de emancipação assinale a única alternativa INCORRETA. a) O sistema representativo, criado com a emancipação política de 1822, permitia a eleição de deputados gerais para um mandato de quatro anos, mas os senadores tinham que ser eleitos através de lista tríplice e para mandatos vitalícios. b) A Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, continha direitos civis e políticos reconhecidos nos países europeus, mas, ao mesmo tempo, adotava o Poder Moderador, que permitia ao Imperador controlar o sistema político brasileiro. c) Como forma de conseguir que Portugal aceitasse a emancipação do Brasil, D. Pedro I determinou que se implantasse um sistema eleitoral em que os governantes municipais e estaduais fossem escolhidos livre e democraticamente pela população. d) Com a emancipação do Brasil em 1822, a elite político-econômica brasileira optou por um sistema de governo baseado numa monarquia representativa. O objetivo era preservar a unidade do país em torno da figura do Imperador e manter a paz e a ordem social. e) O arranjo institucional pós-emancipação legou um sistema político em que o Imperador era o chefe absoluto do governo e do Estado. Dentre outras coisas, o Imperador escolhia seus ministros entre os líderes dos partidos Liberal e Conservador. 24. (Ufpb 2012) A pintura é uma manifestação artística que pode ser utilizada como fonte histórica, reforçando uma versão da história. Nesse sentido, observe o quadro do pintor paraibano Pedro Américo: No campo da historiografia, essa imagem: a) sintetiza o verdadeiro sentimento de toda a nação em relação a Portugal. b) expõe a luta de classes existente no país no período da independência. c) expressa o apoio popular ao processo de autonomia política do Brasil. d) representa uma visão heroica e romanceada da separação política do país. e) mostra a independência como anseio de grupos subalternos. 25. (Fuvest 2012) Não parece fácil determinar a época em que os habitantes da América lusitana, dispersos pela distância, pela dificuldade de comunicação, pela mútua ignorância, pela diversidade, não raro, de interesses locais, começam a sentir-se unidos por vínculos mais fortes do que todos os contrastes ou indiferenças que os separam, e a querer associar esse sentimento ao desejo de emancipação política. No Brasil, as duas aspirações – a da independência e a da unidade – não nascem juntas e, por longo tempo ainda, não caminham de mãos dadas. Sérgio Buarque de Holanda, “A herança colonial – sua desagregação”. História geral da civilização brasileira, tomo II, volume 1, 2ª ed., São Paulo: DIFEL, 1965, p. 9. a) Explique qual a diferença entre as aspirações de “independência” e de “unidade” a que o autor se refere. b) Indique e caracterize ao menos um acontecimento histórico relacionado a cada uma das aspirações mencionadas no item a). 26. (Ufg 2012) Analise a imagem a seguir. Produzida em 1822, esta pintura constituiu uma alegoria do Estado nacional por ocasião da Independência. Nela se construiu uma imagem positiva do Império e do papel político do monarca, aclamado como “Defensor Perpétuo do Brasil”. Ao longo do Primeiro Reinado, entretanto, a imagem do monarca se modificou. Diante do exposto e com base na análise da pintura, explique a) uma característica do projeto político monárquico do Primeiro Reinado; b) um dos motivos que levaram à mudança da imagem de D. Pedro I ao longo do Primeiro Reinado.