7 Ambiência na produção de suínos Produção de suínos Eduardo Viola Qualyfoco Consultoria Ltda. [email protected] 1/9 7 Ambiência na produção de suínos O que é a bioclimatologia animal – Ciência que aplica os conhecimentos básicos de clima e conforto térmico às relações com os seres vivos Importância da bioclimatologia – Estudar os impactos de variaveis climáticas sobre a ambientação e a eficiência da produção animal nos diferentes ambientes de produção 2/9 7 Ambiência na produção de suínos Clima tropical Climas quentes Média anual: 20°C – variação ±5°C Pluviosidade: chuvas periódicas >750 mm/ano Solos antigos, relativamente duros, lixiviados 3/9 Clima subtropical Climas quentes Temperatura média anual: 21°C – variação ± 13°C Pluviosidade: chuvas periódicas > 1200 mm/ano Solos antigos, macios, férteis 7 Ambiência na produção de suínos 4/9 Eficiência de produção – evolução Interações ambiente X animal nos processos produtivos Alimentos e dos processo digestivos e metabólicos Genética e necessidades nutricionais dos animais 7 Ambiência na produção de suínos 5/9 Aspectos fisiológicos e a produção de suínos Desafios da produção de suínos: Explorar o máximo potencial genético Produção de carne Genética Ambiente na instalação Nutrição Sanidade Manejo genética Ambiente Impacto direto sobre a produção Impacto indireto sobre a produção Importante entender: Como e por que o ambiente influência os suínos Como os suínos respondem ao ambiente 7 Ambiência na produção de suínos 6/9 Conforto térmico: bases fisiológicas Suínos são animais homeotérmicos – mantem constante a temperatura corporal Tecidos profundos: temperatura permanece constante Temperatura cutânea: aumenta ou diminui em resposta a temperatura ambiente Temperatura normal média: 38,8 a 39,2°C Regulação temperatura corporal: mecanismo de feedback Centros termorreguladores do hipotálamo Termorreceptores na pele e tecidos profundos 7 Ambiência na produção de suínos 7/9 Conforto térmico Centro termorregulador do hipotálamo Detectam temperatura quente Detectam temperatura fria Suínos Sistemas termodinâmicos abertos Desencadeia respostas Aumento da temperatura corporal Redução da temperatura corporal Troca de energia com o meio Ambiente externo afeta o ambiente interno Mecanismos termorreguladores realizam ajustes fisiológicos e mantém o equilibrio térmico – temperatura corporal 7 Ambiência na produção de suínos 8/9 7 Ambiência na produção de suínos 9/9 Os suínos e o meio Fatores do ambiente térmico Temperatura Umidade Radiação Vento Alteram Bem estar animal Produtividade animal Efeitos primários Efeitos secundários Atuação direta Atuação indireta 7 Ambiência na produção de suínos 10/9 Variáveis ambientais – Componentes do microclima que se encontram ao redor do rebanho – Adaptação: a que? Radiação térmica Pressão atmosférica Umidade Ventos Temperatura Luz 7 Ambiência na produção de suínos 11/9 Aspectos fisiológicos – climas quentes Desafio – Explorar o máximo potencial do animal no aspecto produtivo e reprodutivo – Entender os efeitos do ambiente sobre os animais – Conhecer como os animais respondem ao ambiente térmico e as varáveis climáticas • Adaptação fisiológica ao ambiente térmico 7 Ambiência na produção de suínos 12/9 12 7 Ambiência na produção de suínos Equilibrio térmico – bases fisiológicas • Animais homeotermicos – Mantém a temperatura corporal relativamente constante independente da temperatura ambiente • • – Temperatura órgãos internos: – constante Temperatura da pele e dos tecidos periféricos: – aumenta ou diminui em resposta ao ambiente Regulação da temperatura: mecanismos de “feedback” • • • Centros termoreguladores no hipotálamo Termorreceptores na pele Termorreceptores em tecidos profundos – Medula espinhal – Órgãos abdominais – Grandes veias 13/9 7 Ambiência na produção de suínos 14/9 Equilibrio térmico – bases fisiológicas Desequilibrio da temperatura corporal Respostas fisiológicas ao frio Respostas fisiológicas ao calor Aumento do consumo de aliementos Redução da circulação periférica Aumento da termogenese – tremor Piloereção Queima de tecidos gordurosos Utilização da proteína muscular Reduz consumo de aliementos Aumenta a circulação periférica Aumenta a respiração– troca calor Aumenta a sudorese Piloereção Respostas comportamentais ao frio Respostas comportamentais ao calor Buscam abrigo Aumentam atividade Animais se aconchegam Buscam abrigo - sombra Reduz atividade Animais se espalham Buscam locais umidos Ambiência na produção de suínos 15/9 Produção de calor e temperatura de homeotermos em relação a temperatura ambiente Região de Termoneutralidade Hipotermia Conforto Térmico Morte por Calor Hipertermia Região de Sobrevivência Morte por Frio Estresse por Calor D C Baixa Temperatura Estresse por frio Temperat ura Crítica Temperatura Crítica Máximo Calor Metabólico 7 B A A’ B’ C’ D’ Alta Temperatura 7 Ambiência na produção de suínos 16/9 16 7 Ambiência na produção de suínos 17/9 Mecanismos de controle térmico Radiação Calor Endógeno Condução Calor Exógeno Termogênese Termólise Convecção Evaporação 7 Ambiência na produção de suínos 18/9 Controle térmico -Termogenese Produção de calor corporal Metabolismo celular Fermentação do alimento Atividades Consumo de alimentos Ganho de calor corporal Temperatura ambiente Radiação sola direta Radiação solar indireta Luz Calor de outros corpos 7 Ambiência na produção de suínos 19/9 Controle térmico - Termólise Dissipação do calor Evaporativa Glândulas sudoríparas Respiração Fezes e urina Perda de peso metabólico Não evaporativa Condução Convecção Radiação Vasoldilatação Vasoconstrição Pelagem Penas Superfícies relativas Apendices Orelhas Pregas 7 Ambiência na produção de suínos 20/9 Trocas de calor • Ambiente térmico – Temperatura do ar – Umidade – Radiação – Vento Efeitos diretos Efeitos indiretos Alteram o bem estar animal Modificam a produtividade Melhor forma de expressar: TEMPERATURA AMBIENTE EFETIVA 7 Ambiência na produção de suínos 21/9 Trocas de calor • Animais homeotermicos – Zona de conforto térmico • • • • Calor produzido é igual ao calor perdido para o ambiente Expressam seu potencial genético Não altera taxa metabólica Retenção de energia máxima Fatores ligados ao animal Peso Idade Estádio fisiológico Nível de alimentação Genética Fatores ligados ao ambiente Temperatura Velocidade do ar Umidade relativa Tipo de piso Energia radiante 7 Ambiência na produção de suínos 22/9 Trocas de calor Quando a temperatura ambiente é abaixo da temperatura critica inferior da zona de conforto térmico Aciona processos para manutenção da temperatura corporal Aciona processos para a produção de calor Consumo de alimento Atividade muscular Regulação química do calor 7 Ambiência na produção de suínos 23/9 Trocas de calor - Suinos X ambiente Temperatura ideal, °C Categoria Máxima Porcas Mínima Temperatura Critica, °C Máxima Mínima Umidade Relativa, % Ótima 18 12 30 0 Nascimento 32 30 35 15 1 semana 28 27 35 15 2 semanas 26 25 35 13 3 semanas 24 22 35 13 4 semanas 22 21 31 10 5 a 8 semanas 22 20 30 8 50-70 20 a 30 kg 20 18 27 8 50-70 30 a 60 kg 18 16 27 5 50-70 60 a 100 kg 18 12 27 5 50-70 Critica 50-70 Leitões Adaptado: Esmay (1982), Naas et al (1995 e 1998); Silva (1999) 70 <40 >90 7 Ambiência na produção de suínos 24/9 Trocas de calor Trocas de calor com o meio apresentam dois fluxos básicos Calor Sensível (não evaporativo) Condução Convecção Radiação Depende da exixtencia de um gradiente de temperatura entre o animal e o ambiente Calor Latente (evaporativo) Evaporação Condensação Essencialmente vaporização e condensação da água 7 Ambiência na produção de suínos 25/9 Trocas de calor – calor sensível Radiação Troca de calor através de ondas magnéticas entre superfície corporal de dois corpos Condução Troca de energia térmica por colisão. Necessita o contato direto Convecção Troca de calor através de correntes de convecção Insolação direta Insolação indireta Água Ar Materiais sólidos Temperatura da superfície corporal Temperatura e velocidade do ar 7 Ambiência na produção de suínos 26/9 Trocas de calor • Radiação – Forma dos objetos emitirem calor por ondas eletromagnéticas – Ganho de calor por radição é significativo • com insolação direta ou indireta 7 Ambiência na produção de suínos 27/9 Trocas de calor • Trocas de calor – Condução – Colisão entre moléculas adjacentes – implica contato direto – Associada a mudança de postura 7 Ambiência na produção de suínos Trocas de calor • Convecção – Depende da temperatura da superfície corporal – Movimento do ar – Forma e tamanho do corpo – Velocidade do ar em contato com o corpo – Uso de ventilação e aspersão de água favorece as perdas de calor 28/9 7 Ambiência na produção de suínos 29/9 Trocas de calor Evaporação – Mudança do estado físico da água (liquido gasoso) – Carrega calor de dentro do organismo para fora – Aumenta a dissipação de calor em ambientes quentes – Libera 580 kcal/g de água evaporada Perspiração Sensível: eliminação visível da água através da pele: SUOR Perspiração Insensível: eliminação visível da água através da pele: EXPIRAÇÃO Do que depende a perda de calor por evaporação? Umidade do ar Temperatura ambiente Movimento do ar 7 Ambiência na produção de suínos 30/9 Trocas de calor Efeito da aspersão de água Crescimento Taxa respiratória (movimentos/min) Temperatura retal, °C Terminação Sem aspersão Aspersão Sem aspersão Aspersão 49 45,5 45 38,4 39,9 39,7 39,7 39,4 Chaves, 1999 Temperatura na fase de crescimento: 28,1 a 31,7°C Temperatura na fase de terminação: 26,9 a 31,4°C Ambiência na produção de suínos 31/9 Controle térmico - Trocas de calor 126 Perda de calor, kcal/animal/hora 7 Evaporação 100 75 Convecção 50 25 Radiação Condução 10 15 21 TEMPERATURA, oC 26 30 37 7 Ambiência na produção de suínos 32/9 Controle térmico – trocas de calor • Mecanismos de controle – Aos 21oC 75% do calor gerado pela ave é perdido por radiação, condução e convecção (calor sensível) – Aumento de temperatura: aumenta perda de calor latente Produção de calor latente e de calor sensível influenciado pela temperatura ambiente Calor Sensível, % Calor Latente, % Produção Calor Sensível (BTU/kg) Produção Calor Latente (BTU/kg) 4,4 80 20 19,4 4,8 15,6 75 25 19,6 6,6 26,7 60 40 15,6 10,3 37,8 10 90 8,8 79,2 Temperatura, oC Fonte: Ota e McNally, 1961 7 Ambiência na produção de suínos 33/9 33 7 Ambiência na produção de suínos Produção em climas quentes • Brasil: – País tropical – Regiões subtropicais • • • • Caracterisiticas ambientais Invernos frios Verão quente Grande amplitude diária da temperatura Adaptação fisiológica O organismo em favor da sobrevivência em um ambiente específico (Prosser, 1964) Reações fisiológicas Reações de comportamento 34/9 7 Ambiência na produção de suínos 35/9 Produção em climas quentes Estimulado pelo frio Redução da perda de calor Vasoconstrição periférica Redução da área superfícial Aumento da produção de calor Respostas comportamentais Aumento do tônus muscular Termogenese e aumento da atividade voluntária Aumento da secreção de hormonios da tireóide Aumento do apetite Mecanismos efetores da regulação da temperatura 7 Ambiência na produção de suínos 36/9 Produção em climas quentes Estimulado pelo calor Vasodilatação periférica Aumento da área superfícial Aumento da respiração Perda de CO2 Perda de água Aumento da perda de calor Redução da produção de calor Respostas comportamentais Enterram na terra/água Aumento produção de urina Aumento de consumo de água Diminuição do tônus muscular Reduz atividade voluntária Reduz secreção de hormônio da tireóide Redução do apetite Mecanismos efetores da regulação da temperatura 7 Ambiência na produção de suínos 37/9 Produção em climas quentes • Respostas fisiológicas de leitoas a estresse por calor Controle, 15,6°C Estresse Calor, 33,3°C Consumo de ração, kg/baia/dia 13,5 13,0 Uso de água, l/baia/dia* 23,8 81,3 Ganho de peso, kg/baia/dia 2,0 2,0 Taxa respiratória, movimentos/min* 35,1 111,5 Temperatura retal, °C* 38,5 39,4 Animais em puberdae 18/20 14/20 Idade a puberdade, dias 204,5 213,3 Taxa de ovulação, % 12,1 9,3 Adaptado Flores et al., 1989 P<0,01 7 Ambiência na produção de suínos 38/9 38 7 Ambiência na produção de suínos Respostas fisiológicas ao calor • Aumento da ofegação – Aumenta as perdas de CO2 – Reduz pressão parcial de CO2 no sangue – Queda da concentração de ácido carbônico (H2CO3) – Queda de concentração de hidrogênio (H+) – Altera concentração de íons no sangue • Na+, K+, Cl- Resposta renal: Reduz Excreção de H+ Aumenta excreção HCO3Aumenta excreção de K+ 39/9 7 Ambiência na produção de suínos Respostas fisiológicas ao calor Alcalose respiratória • • • • Aumento da ventilação alveolar Desproporcional a produção endógena de CO2 Reduz concentração ácido carbônico (HCO3) Estímulo – Toxidade de amônia – ESTRESSE POR CALOR Compensada por ACIDOSE METABÓLICA Adição de ácido no organismo Diabetes Jejum Perda de Bicarbonato (HCO3) Diarréia 40/9 7 Ambiência na produção de suínos 41/9 Alcalose respiratória Aumento da ventilação alveolar Desproporcional a produção endógena de CO2 Reduz concentração ácido carbônico (HCO3) Estímulo Toxidade de amônia ESTRESSE POR CALOR SISTEMA TAMPÃO ÁCIDO CARBÔNICO HCO3- +H+ H2CO3 CO2 + H2O H2CO3 CO2 + H2O H2CO3 HCO3- +H+ CO2 + H2O H2CO3 Compensada por ACIDOSE METABÓLICA Adição de ácido no organismo Diabetes Jejum Perda de Bicarbonato (HCO3) Diarréia 1:200 no sangue CO2 HCO3CO2 20:1 no sangue HCO3- +H+ 7 Ambiência na produção de suínos Termoregulação e produtividade animal • Reduções reversíveis na eficiência: – Estresse por calor • • Ao passar o mecanismo estressor retorna as características normais de desempenho Reduções irreversíveis – Ovulação limitada – Aborto – Falta de cio – Falta de libido – Baixa qualidade do sêmen – Mortalidade 42/9 7 Ambiência na produção de suínos 43/9 43 7 Ambiência na produção de suínos Controle térmico – sistemas Sistemas Naturais – Manejo – Densidade – Características das instalações • • • • aberturas laterais tipo de telhado manejo de cortinas sombreamento Maximização do sistema natural redução da insolação solar nas superfícies externas Eliminação da radiação solar direta Controle da velocidade dos ventos Forro ventilados 44/9 7 Ambiência na produção de suínos Controle térmico - sistemas Sistemas Artificiais – nebulizadores – ventiladores – refrigeração da água – isolamento térmico de canos – isolamento térmico da caixa da água 45/9 7 Ambiência na produção de suínos Controle térmico - sistemas • Sobre forro 46/9 7 Ambiência na produção de suínos 47/9 Isolamento térmico Cama 47 7 Ambiência na produção de suínos Controle térmico - sistemas Ventilação 48/9 7 Ambiência na produção de suínos Medidas de ambiente para minimizar o estresse calórico • • • • • Uso de sobre forro Uso de ventilação Uso de nebulização Densidade de alojamento Estruturas de isolamento térmico – Cortinas – Cobertura telhado – Arvores 49/9