Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Curso de Física - Laboratório de Física Experimental A Prof. Paulo César de Souza ROTEIRO DA EXPERIÊNCIA Nº 10 ()י CALORIMETRIA - DETERMINAÇÃO DO CALOR LATENTE DO GELO 1. Objetivos 1 Nesta experiência o experimentador deve determinar o calor latente de fusão do gelo e a sua 2 respectiva incerteza . Avaliar as variáveis pertinentes envolvida no fenômeno. 2. Introdução O calor latente ou entalpia de transformação* é caracterizado quando há uma mudança de estado, e.g. sólido para o líquido, a quantidade de calor que está sendo fornecida, não é para aumentar a temperatura, mas sim para fundir a substância. Enquanto não houver fundido toda a substância, a temperatura permanece constante. O calor fornecido ao sistema é utilizado para romper as ligações entre as moléculas em um sólido cristalino, e.g. gelo. Definimos a energia ou calor latente de fusão de uma substância como a quantidade de calor necessária para fundir completamente uma unidade de massa da substância quando ela estiver na temperatura de fusão, sendo L= Q m (1) onde L é o calor latente de fusão, Q calor fornecido ao sistema e m a massa da substância. As unidades do calor latente são dadas por cal ou J no SI. Apresentamos na Tabela 1 o calor g kg latente de algumas substâncias. Tabela 1 Calor latente de algumas substâncias. Substância Calor Latente de Fusão (cal/g) (J/kg) Alumínio 94.5 3.96x10 5 Cobre 49.0 2.05x10 5 Ferro 63.7 2.67x10 5 Chumbo 5.5 0.23x10 5 Magnésio 88.0 3.7x10 Zinco 27.0 1.1x105 Gelo 79.7 3.34x10 5 5 3. Procedimento Experimental O método utilizado nesta experiência é denominado “método do calorímetro de mistura”. O calorímetro usado é um recipiente de alumínio, onde se processarão as trocas de calor sendo a temperatura registrada através de um termômetro de mercúrio (ou álcool) a intervalos de Atualmente o nome calor latente (“que está escondido”) é substituído pela termodinâmica como Entalpia de Transformação. * tempo estipulados pelo experimentador. Na Figura 1 apresentamos o esquema do calorímetro juntamente com um exemplo de evolução temporal da temperatura do sistema água+gelo. Figura 1 Esquema do calorímetro e o gráfico exemplo da evolução temporal da temperatura do sistema. Para controle da experiência devem ser conhecidas as massas da água e gelo, bem como a temperatura inicial da água ( Ta ) e a temperatura de equilíbrio ( Te ) do sistema. O experimentador não poderá esquecer que o calorímetro participa dos processos de troca de calor, e que o mesmo possui uma massa equivalente em água. A introdução do gelo (previamente triturado, por quê?) no calorímetro é essencial para a diminuição do tempo necessário para atingir Te , conforme Figura 1. Observamos no gráfico exemplo da Figura 1 um acréscimo da temperatura em torno de 200s, por quê? Construir uma tabela de análise do comportamento da temperatura do sistema ( T ) em função do tempo ( t ). Inicialmente a tomada dos dados deve ser em intervalos de 10 segundos no primeiro minuto e posteriormente em tempos maiores. As massas de água M a (estado líquido) e gelo M g devem ser 100g e 20g, respectivamente. 4. Apresentação, análise e Conclusões a) Descrição do método experimental utilizado para a determinação da entalpia de transformação do gelo L , assim como o modelo físico para a obtenção dessa quantidade e as hipóteses consideradas; b) Faça uma descrição de como obter os valores de M a , M g , calor específico da água ( Ca ), Ta e Te ; c) Faça um gráfico da temperatura ( T ) pelo tempo ( t ) e determine graficamente a temperatura de equilíbrio; d) Determine o calor latente de fusão do gelo ( L ) e compare com o valor tabelado L = ( 79, 71 ± 0, 01) cal g . 5. Bibliografia 1 Nussenzveig, H.M., Curso de Física Básica 2 - Mecânica, Editora Edgard Blücher Ltda, 3ª ed., São Paulo, 1996. 2 Vuolo, J. H., Fundamentos da Teoria de Erros, Editora Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1992.