Centro de massa de figuras planas Eduardo Colli A todo agrupamento (rı́gido ou não) de corpos massivos se associa um ponto privilegiado no espaço, seu centro de massa. No caso de corpos rı́gidos, como as placas homogêneas das quais queremos falar, convém localizá-lo no referencial do próprio corpo, para que não dependa da posição do corpo no espaço. É com esse sentido que empregamos a expressão “o centro de massa do corpo”. Se um corpo rı́gido tiver algum vı́nculo (estiver preso a um ponto ou a um eixo), mas ainda tiver alguma liberdade de movimento e estiver sob a ação da gravidade então seu centro de massa tenderá a assumir a posição mais baixa possı́vel. No caso das placas, quando penduradas por um dos buracos, seu centro de massa pode apenas girar (como um pêndulo) em torno do eixo, no plano da placa, de modo que a posição de menor altura corresponde a estar na mesma vertical que o eixo. Pendurando por outro ponto da placa descobre-se outra reta à qual o centro de massa pertence, e sua localização exata emerge do encontro dessas duas retas. Um terceiro ponto serve como garantia para o caso excepcional de que os dois pontos de apoio utilizados e o centro de massa sejam colineares. Para placas triangulares o centro de massa é o encontro das medianas. Uma mediana é uma reta que divide um dos lados do triângulo em dois segmentos de igual tamanho e ainda cruza o vértice (oposto). Para as placas poligonais o centro de massa pode 1 ser obtido facilmente sem o experimento, da seguinte forma: dividese o polı́gono em triângulos e determina-se o centro de massa de cada um dos triângulos. Substitui-se então cada triângulo por uma massa pontual localizada em seu centro de massa. Essa massa é proporcional à área do triângulo, já que a placa é homogênea, e a constante de proporcionalidade não importa, de modo que se pode atribuir a própria área do triângulo. Depois, tira-se a média ponderada desses pontos. No caso das placas em formato parabólico é mais conveniente usar o recurso da integração. Esse problema também pode ser visto de outra forma, trocando-se a parábola com distribuição bidimensional homogênea de densidade pelo seu eixo de simetria com distribuição unidimensional variável de densidade. A distribuição de √ densidade é dada por a x, se x valer zero no vértice da parábola. Centro de massa de duas partı́culas O centro de massa de duas partı́culas (pontuais) localizadas em P1 e P2 , com massas m1 e m2 é um ponto C no segmento de reta que une P1 a P2 , a uma distância ponderada pelos valores m1 e m2 . A ponderação é feita da seguinte maneira: a distância de P1 a C está para a distância de P1 a P2 assim como a massa m2 está para a massa total m1 + m2 . Isto é, P1 C m2 = . m1 + m2 P1 P2 Assim, se m2 prevalecer muito sobre m1 então o centro de massa estará mais perto de P2 do que de P1 . Não há privilégio em se tomar P1 na definição, pois m1 P2 C P 1 P2 − P1 C m2 = =1− = , m1 + m2 m1 + m2 P1 P2 P 1 P2 2 mostrando que poderı́amos ter definido o centro de massa a partir de P2 . Como em geral a posição das partı́culas é dada em coordenadas, precisamos aprender a calcular a posição do centro de massa também em coordenadas. Admitiremos que as partı́culas estão no espaço tridimensional, mas enunciados semelhantes valem em dimensões maiores ou menores. Sejam P1 = (x1 , y1 , z1 ) e P2 = (x2 , y2 , z2 ). Qualquer ponto entre P1 e P2 pode ser expresso por P1 + t(P2 − P1 ) , com t entre 0 e 1. O valor de t é a proporção entre a distância desse ponto a P1 e a distância de P1 a P2 . Portanto, segundo a regra acima, o centro de massa tem coordenadas dadas por m2 C = P1 + (P2 − P1 ) . m1 + m2 Essa maneira de escrever privilegia um dos pontos, no caso P1 . Reescrevendo, obtemos m1 m2 C= P1 + P2 , m1 + m2 m1 + m2 que pode ser interpretado como a média ponderada das coordenadas de P1 com as coordenadas de P2 . Centro de massa de n partı́culas Para obtermos o centro de massa de n partı́culas basta que sigamos o seguinte princı́pio, dado por definição. O cálculo é feito indutivamente. Suponha que o centro de massa já foi calculado para k − 1 partı́culas e sua posição é C e a massa total dessas mesmas partı́culas é M . Suponha ainda que a k-ésima partı́cula 3 tenha massa m e esteja na posição P . Então o centro de massa das k partı́culas é a média ponderada de C e P , com pesos M e m, respectivamente: M m C+ P . m+M m+M Por exemplo, no caso de três massas m1 , m2 e m3 posicionadas em P1 , P2 e P3 , respectivamente. O centro de massa das duas primeiras é m1 m2 P1 + P2 , m1 + m2 m1 + m2 com massa total m1 + m2 . Para calcular o centro das três, temos que ponderar esse ponto com P3 : m1 m2 m3 m1 + m2 P1 + P2 + P3 . m1 + m2 + m3 m1 + m2 m1 + m2 m1 + m2 + m3 Felizmente, a expressão pode ser simplificada para a forma mais intuitiva abaixo: m1 m2 m3 P1 + P2 + P3 , m1 + m2 + m3 m1 + m2 + m3 m1 + m2 + m3 ou m 1 P1 + m 2 P2 + m 3 P3 , m1 + m2 + m3 que é a ponderação combinada das três posições. Não é difı́cil mostrar, indutivamente, que a posição do centro de massa de n partı́culas é dada por Pn k=1 mk Pk P . n k=1 mk 4 Envoltória convexa Suponha que tenhamos n partı́culas nas posições P1 , . . . , Pn , como acima. Se soubermos a massa das partı́culas então saberemos determinar seu centro de massa. Mas se não soubermos, restarános apenas determinar quais são as possı́veis posições do centro de massa. Por exemplo, se n = 2 então o centro de massa está em algum lugar entre P1 e P2 . O conjunto de posições possı́veis para o centro de massa é o segmento que liga P1 a P2 . Se adicionarmos uma terceira partı́cula então o centro de massa pode estar em qualquer segmento de reta unindo P3 a qualquer ponto do segmento unindo P1 a P2 . Ora, isso implica que o conjunto das posições possı́veis é todo o triângulo formado por esses três pontos. Observe que o centro de massa é sempre da forma n X αk Pk , k=1 onde mk . m1 + m2 + . . . + mn Portanto os αk sempre são números entre 0 e 1 que somam 1. Conclui-se que o conjunto H de todas as possı́veis posições do centro de massa é dado por ( n ) X H= αk Pk ; 0 ≤ αk ≤ 1, k = 1, . . . , n, α1 + . . . + αn = 1 . αk = k=1 Esse conjunto é chamado de envoltória convexa ou fecho convexo dos pontos P1 , . . . , Pn . Ele é o “menor” conjunto convexo que 5 contém esses pontos, no sentido de que qualquer conjunto convexo que contenha P1 , . . . , Pn terá que necessariamente conter H. Essa afirmação não é difı́cil de demonstrar. Um conjunto C é convexo se para todo par de pontos do conjunto o segmento que une esses dois pontos está completamente dentro do conjunto. Ora, se P1 , . . . , Pn estão em C então todos os segmentos de reta que os unem dois a dois estão também em C. E também os segmentos de reta que unem esses novos pontos, e assim por diante. Não é difı́cil ver que todos os pontos de H são gerados dessa forma (veja a definição indutiva de centro de massa para n partı́culas), de maneira que H deve estar inteiramente contido em C. O leitor está convidado a demonstrar (ou se convencer) que a envoltória convexa de n pontos distintos é um polı́gono de no máximo n lados ou um segmento de reta (vide exercı́cios). Propriedades fı́sicas do centro de massa A primeira propriedade interessante do centro de massa diz respeito à resultante das forças atuantes sobre as partı́culas. Se F1 , . . . , Fn são os vetores de força atuando em cada partı́cula, a Segunda Lei 2 de Newton diz que mk dtd 2 Pk = Fk . Portanto, já que as massas não variam com o tempo, podemos somar essas equações, multiplicar e dividir pela massa total e manipular para obter ! Pn X n n X m k Pk d2 k=1 Pn = Fk . mk · 2 dt k=1 mk k=1 k=1 Essa equação diz que a resultante de forças é igual à massa total multiplicada pela aceleração do centro de massa.1 . 1 A equação é vetorial, pois Pk é um vetor ou ponto cujas coordenadas dependem do tempo e o mesmo vale para suas derivadas 6 A equação nos diz como evoluirá o centro de massa, embora sozinha não permita saber qual será a posição relativa de cada partı́cula com relação a ele. Agora imagine que as partı́culas estão de tal forma vinculadas que suas posições relativas não possam se alterar (por exemplo, partı́culas massivas incrustradas numa placa rı́gida infinitamente leve). Suponha que o conjunto esteja sujeito somente à força gravitacional, próximo à superfı́cie terrestre. Então podemos medir a energia potencial total do conjunto pela soma das energias potenciais de cada uma. Se hk são as respectivas alturas então a energia potencial será ! Pn n n X X mk hk mk ghk = mk · g · Pk=1 . n k=1 mk k=1 k=1 Chamemos de M a massa total e Pn mk hk . H = Pk=1 n k=1 mk Então M gH é a energia potencial total. Mas H nada mais é do que a coordenada vertical do centro de massa, pois as fórmulas vetoriais se expandem para cada coordenada. Então a energia potencial total é equivalente à energia potencial da soma das massas à altura do centro de massa. Essa constatação permite constatar que o centro de massa estará na posição de mı́nima energia quando houver dissipação de energia cinética na forma de atrito. Por exemplo, pendurando a placa por um ponto, a posição de equilı́brio será aquela em que o centro de massa se situar na mesma vertical e abaixo desse ponto. Se pendurarmos a placa pelo próprio centro de massa então não haverá posição privilegiada, no sentido de que todas têm a mesma 7 energia potencial. A placa pode ser rodada livremente, por mais estranha e não homogênea que esteja a distribuição das massas. Pensando na situação de uma placa (sem peso) com partı́culas (com peso) incrustradas, uma terceira propriedade pode ser deduzida. Imagine uma régua posicionada horizontalmente em seu sentido longitudinal mas verticalmente em seu sentido transversal e imagine que apoiemos a placa sobre a régua, de forma que elas façam contato sobre uma linha. Dependendo da posição da placa, ela pode tombar para um lado ou para outro, mas há posições em que, aparentemente, ela ficaria em equilı́brio (um equilı́brio instável, no sentido de que um pequeno deslocamento o destrói). Afirmamos então que as posições de equilı́brio correspondem àquelas em que o centro de massa da placa com as partı́culas fica exatamente sobre a linha da régua. Para entender isso, basta ver que a linha da régua funciona como um eixo de rotação para a placa. A força de gravidade atua em cada partı́cula perpendicularmente a esse eixo. Mas quando há um eixo, temos que examinar a aceleração da velocidade de rotação, que é determinada pelo torque. O torque nada mais é do que a força multiplicada pela distância ao eixo. Basta pensar numa porta e ver que com a mesma força o mais eficiente é empurrar a porta o mais distante que se puder das dobradiças. Portanto para haver equilı́brio da placa é preciso que os torques se equilibrem. Se colocarmos coordenadas no plano da placa de forma que o eixo y coincida com a linha da régua, então vemos que mk xk corresponde exatamente ao torque sobre a k-ésima partı́cula. O sinal tem significado, pois partı́culas em lados opostos originam torques em sentidos opostos com respeito a algum sentido convencionado de Pnrotação. Os torque se equilibrarão, portanto, se e somente se k=1 mk xk for igual a zero, ou seja, se e somente se a coordenada 8 x do centro de massa for igual a zero. Isso corresponde exatamente ao que querı́amos mostrar. Centro de massa de corpos contı́nuos A definição de centro de massa se estende a corpos contı́nuos. Neste caso, em vez de massas atribuı́das a cada partı́cula, temos uma densidade ρ, que depende da posição. Assim, se o corpo ocupa a região V do espaço, seu centro de massa é dado por RRR ~xρ(~x)d~x RRRV . ρ(~ x )d~ x V O denominador é simplesmente a massa do corpo. O numerador é um vetor, que na prática tem que ser integrado em cada coordenada: ZZZ ZZZ ZZZ ( xρ(x, y, z)dxdydz, yρ(x, y, z)dxdydz, zρ(x, y, z)dxdydz) . V V V Em figuras planas ou unidimensionais a definição se adapta desde que se reinterprete o conceito de densidade. No plano, a densidade é a quantidade de massa por unidade de área, e na reta é a quantidade de massa por unidade de comprimento. Se a densidade for constante seu valor não importa para a determinação do centro de massa, pois se cancela na fração. Neste caso, ele é dado por RRR ~xd~x RRRV . d~ x V No caso das placas, podemos pensar no problema como bidimensional, pois há homogeneidade e simetria na direção perpendicular ao seus planos. Nessas placas a densidade é uniforme, portanto podemos usar o análogo da expressão acima para duas dimensões. 9 As propriedades fı́sicas enunciadas para partı́culas massivas incrustradas vale para os corpos contı́nuos igualmente. Centro de massa da parábola cortada Nas figuras planas em formato de parábola, as dimensões relevantes são sua largura máxima, igual a 2x0 e sua altura y0 . Por ser parábola (isto é dado) existe a tal que o seu contorno é o gráfico de y = ax2 para x entre −x0 e x0 . Como y0 = ax20 , podemos achar a apenas medindo a largura e a altura da parábola. No entanto, abaixo veremos que não precisaremos dessa informação para determinar o centro de massa! Como a densidade da placa é uniforme, fazemos a equivalência massa/área, de acordo com a discussão acima. A área da parábola é dada por Z y0 p Z y0 Z +√ya 4 3/2 y/ady = a−1/2 y0 . dy √ dx = 2 3 − y/a 0 0 RR RR Temos ainda que calcular xdxdy e ydxdy. No primeiro caso o resultado é zero, pois x é função ı́mpar e a integração em x se dá num intervalo simétrico em relação à origem. Portanto o centro de massa se situa no eixo da parábola, resultado que já era de se esperar. Para achar a segunda coordenada, calculamos Z y0 Z +√ya 4 5/2 ydy √ dx = a−1/2 y0 5 0 − y/a e dividimos pela área total, obtendo 3 y0 . 5 10 Assim, o centro de massa da peça fica no eixo de simetria, a 35 da altura. O curioso é que o resultado não depende do fator a que regula a abertura da parábola! Centro de massa de um triângulo O lugar natural para se procurar o centro de massa de uma placa triangular é no encontro de suas medianas, que são as linhas que vão do meio dos lados aos seus vértices opostos. Se apoiarmos a placa sobre a régua ao longo de uma das medianas, esperamos que a peça se equilibre, pois a cada ponto de um lado corresponde outro a igual distância da linha, permitindo equilı́brio dos torques (desde que a distribuição de densidade seja homogênea). Como o raciocı́nio é válido em cada uma das medianas, o centro de massa fica determinado. Notemos que esse ponto de encontro das medianas também é o centro de massa de três partı́culas de massas iguais situadas nos vértices do triângulo. Se P1 , P2 e P3 são os vértices, em coordenadas, então o centro de massa C é dado por 31 (P1 + P2 + P3 ), mas a afirmação fica mais clara quando escrevemos 1 1 2 1 C = ( P1 + P2 ) + P3 . 3 2 2 3 Essa expressão mostra como C é achado: primeiro o ponto médio entre P1 e P2 e depois, a 13 do caminho para P3 . A expressão, além de mostrar que C está na mediana também mostra exatamente em que ponto da mediana. Evidentemente que o mesmo é válido para as outras duas medianas. O raciocı́nio empı́rico de que o centro de massa do triângulo está no encontro das medianas pode ser validado de maneira mais formal. O percurso parece ser um pouco pesado demais para resolver 11 esse pequeno problema (que ademais pode ser testado experimentalmente), mas vale a pena pelos conceitos que introduz. Em primeiro lugar, vejamos como atua uma transformação linear T bijetiva sobre a posição do centro de massa C de um sistema de n partı́culas P1 , . . . , Pn com massas m1 , . . . , mn . Temos Pn Pn m P m T (Pk ) k k k=1 P Pn k = k=1 T (C) = T , n k=1 mk k=1 mk pela linearidade da transformação. Logo Pn m T (P ) k k k=1 Pn , C = T −1 m k k=1 equação que pode ser interpretada da seguinte forma: podemos calcular a posição do centro de massa achando a posição do centro de massa da imagem das partı́culas pela transformação e depois trazendo de volta o resultado pela transformação inversa. Uma afirmação idêntica pode ser obtida para corpos contı́nuos e homogêneos. Provaremos isso no caso bidimensional, para uma região A. O centro de massa de T (A) é dado por RR ~xd~x RRT (A) . d~ x T (A) Pode ser efetuada uma mudança de variáveis em cada integral, de forma que a expressão fica RR ~x ◦ T | det T |d~x ARR . | det T |d~ x A O determinante de T é constante, pois T é linear, e diferente de zero, porque T é injetiva, portanto cancela na fração. Logo no denominador resta apenas a área de A. Já o numerador é um vetor, 12 que pode ser melhor compreendido se escrevermos explicitamente a ação de T por T (x, y) = (a11 x + a12 y, a21 x + a22 y). Então tudo se escreve como Z Z ZZ 1 (a11 x + a12 y)dxdy, (a21 x + a22 y)dxdy . área(A) A A Mas pela linearidade da integral podemos escrever RR RR xdxdy ydxdy A T , A , área(A) área(A) que é a imagem do centro de massa de A pela transformação linear T . Concluı́mos, como no caso discreto, que o centro de massa de T (A) é a imagem por T do centro de massa de A. Agora vamos usar esse resultado para achar o centro de massa de um triângulo qualquer. Esse triângulo qualquer será T (A), e A será um triângulo isósceles. O triângulo qualquer é posicionado de forma que uma das medianas fique sobre a ordenada e o ponto médio do lado cortado pela mediana coincida com a origem. Isso é mostrado na figura abaixo. y1 T(A) (x0 , y0 ) (−x0 ,−y0 ) Note que o lado que passa pela origem é dividido em dois, por isso seus extremos têm coordenadas opostas. Em seguida, devemos dizer quem é A e quem é T . Há muitas opções para isso, mas uma vez fixado A teremos praticamente fixado T . Tomaremos como A o triângulo isósceles com vértices em 13 (0, y1 ), (x0 , 0) e (−x0 , 0), e 1 0 x x . T = y0 1 y y x0 É fácil ver que T leva os vértices de A nos vértices do triângulo escaleno T (A).2 O centro de massa de A pode ser calculado por integração, a partir da definição, da mesma maneira que fizemos para a parábola. Sua área é igual a x0 y1 . A primeira coordenada se anula com a integração de função ı́mpar num intervalo simétrico. A segunda coordenada é Z y1 Z x0 − x0 y y1 1 dx , ydy x x0 y1 0 −x0 + y0 y 1 isto é, 1 x0 y1 que resulta em Z 2x0 0 y1 x0 ydy − 2 y1 Z y1 y 2 dy , 0 1 y1 . 3 Então o centro de massa de A é (0, 13 y1 ). Como a imagem desse ponto por T é ele mesmo, então (0, 13 y1 ) também é o centro de massa de T (A). Esse ponto está na mediana, a 13 do caminho do lado para o vértice, como havı́amos concluı́do anteriormente. Centro de massa de polı́gonos Sabendo como obter o centro de massa de triângulos fica fácil obter o centro de massa de qualquer polı́gono. Em primeiro lugar, divide-se o polı́gono em triângulos, como mostra a figura abaixo. 2 A escolha de T é natural se levarmos em conta que as colunas da matriz de T são as imagens dos vetores canônicos (1, 0) e (0, 1). O segundo é mandado em si mesmo, e o primeiro é mandado em (1, xy00 ), que é um vetor com a inclinação desejada. 14 Essa divisão não é única, mas espera-se que o resultado final não dependa de como ela é feita. Depois acha-se o centro de massa de cada triângulo, pelo encontro das medianas. Então cada triângulo é substituı́do por uma partı́cula pontual situada em seu centro de massa, com massa proporcional à área do triângulo. Calculando a área de cada triângulo obtêm-se os fatores da média ponderada das posições e por conseqüência o centro de massa. Exercı́cios e experimentos Vale a pena experimentar com o kit as afirmações feitas no texto. 1. O centro de massa de um triângulo cheio coincide com o centro de massa de partı́culas de mesma massa em seus vértices. Coincide também com o centro de massa do contorno do triângulo? 15 2. Formule a pergunta anterior para polı́gonos com mais de três lados. A resposta é afirmativa ou negativa? Demonstre sua conclusão. 3. Ache o centro de massa de y = ax4 , cortado. A resposta não depende de a, como no caso da parábola? 4. Ache o centro de massa de um semi-cı́rculo. 5. Use a propriedade de que o centro de massa da imagem por uma transformação linear é a imagem do centro de massa pela mesma transformação linear para justificar o fato de que nas placas em formato de parábola a posição relativa do centro de massa não depende da abertura. 6. Ache o centro de massa de um parabolóide de revolução cheio e cortado. Sua altura é proporcional à altura do parabolóide, como no caso da parábola? 7. Como achar o centro de massa do contorno da parábola cortada? E da casca do parabolóide cortado? Eles coincidem com os centros de massa das figuras cheias? 8. Mostre que as linhas que passam pelo centro de massa de uma figura plana não necessariamente a dividem em duas partes de igual área. Pesquisar Centros de um triângulo. Centros de uma figura plana. 16