ANO XV - Nº 03 - JUNHO/2012
Informativo da APRUMA - S. Sind. do ANDES-SN - Gestão 2012/2014
“AUTONOMIA E RESISTÊNCIA: Em Defesa da Previdência Publica Integral”
A Greve é forte e tem o apoio
do Reitor da UFMA
D
ecorridos dez dias
do início da greve
dos professores da
UFMA o movimento contabiliza grande adesão. A maioria dos docentes dos 7
campi da UFMA interromperam quase todas as suas
atividades acadêmicas, a
partir do dia 22 de maio,
aderindo à greve nacional
dos docentes das Instituições Federais de Ensino, a
qual começou forte.
No campus do Bacanga,
docentes dos departamentos de Artes, Biblioteconomia, Comunicação Social, Economia, Educação I, Farmácia, Filosofia História, Medicina I, Medicina III, Psicologia e Serviço Social decidiram, em reunião,
pela paralisação de seus departamentos. Os professores do
Colégio Universitário (COLUN) resolveram primeiro concluir o
bimestre, em aproximadamente uma semana, porque iniciaram o semestre letivo com atraso.
Professores dos campi de Bacabal, Codó, Grajaú e Pinheiro também aderiram por completo. Oito dos 9 cursos do
campus de Imperatriz tiveram as atividades docentes suspensas. Em Chapadinha, os discentes resolveram “[...] entrar em greve para também reivindicar suas melhorias quanto ao ensino e ao Campus.”
PAUTA LOCAL
Como parte das atividades da greve nacional, a Diretoria da
APRUMA e o Comando Local de Greve entregaram na manhã
de 28 de maio, ao Reitor da UFMA, Profº Drº Natalino Salgado
Filho, a Pauta de Reivindicações dos Docentes dessa instituição.
Natalino Salgado mostrou seu apoio à greve nacional dos docentes das instituições federais de ensino, ao
declarar:“[...] vocês tem o
meu apoio. Não podia ser diferente. Eu sou Reitor. Eu
sou, antes de tudo, professor da Universidade. Devia
fazer greve até pelo salário
de Reitor. [...] Numa responsabilidade tão nobre! [...] Devia, no mínimo, pagar o exercício da atividade profissional. [...] Vocês têm o nosso apoio.[...]". Estiveram presentes o
Pró-Reitor de Gestão e Finanças, Prof° José Américo da Costa
Barroqueiro, a Pró-Reitora de Ensino, Profªônia Maria Corrêa
Pereira Mugschl, e docentes do comando local de greve.
O Reitor informou que a greve será pauta da próxima reunião da ANDIFES, no dia 31 de maio. Os representantes da
APRUMA solicitaram outro momento, na agenda do Reitor, para discutirem o conteúdo do documento entregue, que inclui
itens sobre condições de trabalho, interiorização, privatização/terceirização do Hospital Universitário, qualidade de Ensino, Pesquisa e Extensão e autonomia e democratização na
UFMA. O Reitor respondeu que estava com a "agenda cheia"
devido a SBPC.
No dia 05 de junho, o movimento grevista solicitou, ao Reitor da UFMA, enquanto Presidente dos colegiados superiores,
que convoque reunião para suspensão do calendário acadêmico em curso.
CONVOCAÇÃO DE FILIADOS EM JUNHO DE 1996
A APRUMA convoca os filiados, constantes na consignação de junho de 1996, cuja relação
nominal encontra-se disponível na APRUMA, para comparecerem à sede desse Sindicato, no
campus do Bacanga, munidos de documentos de identificação para procedimentos de
continuidade do processo de n° 96.00.02892-3, que encontra-se em fase elaboração de
cálculos para execução.
O Professor e suas Histórias
uma política de educação com metas e Programas, que
longe de serem desnecessários, poderiam ampliar a
maior riqueza desse planeta, nossa humanidade. E isso
até poderá ocorrer, quando considerarem a
constituição histórica dos sujeitos!
Como disse Saint-Exúpery, no seu Pequeno
Príncipe “O essencial é invisível aos olhos”. E é
mesmo! Parece que me tornei prisioneira de uma força
que sob forma invisível, pode estar sempre diante de
mim sem ser responsabilizada por um estado de coisas
que trazem insatisfação, a todo o momento, nas
atividades que tenho de realizar.
Querendo alcançar sentidos de vida. Me encontro
num estado de insônia permanente que atribuo à
necessidade de estar sempre "ligada" na dimensão
profissional lembrando exaustivamente do que ainda
tenho por fazer. Nesse intento, não consigo parar de
planejar nem mesmo quando chega a hora de dormir! O
pensamento está sempre ocupado com as aulas da
graduação, dos "programas" que faço para suprir a
existência minha com a família que formei. Tenho me
sentido uma sucata... Não sobra espaço para fazer
história e cultura, ter prazer, ter lazer, ser mãe, mulher,
fazer escolhas, ser amiga de alguém, fazer uma visita ao
colega que adoeceu, ser gente.
Essa força tem extraído de mim coisas de uma forma
tão sutil e que só por ainda poder ser capaz de
diferenciar o que é inerente ao humano e o que não é,
torna-se possível pedir ajuda, acolhimento, aos
companheiros, professores, alunos! Ainda sobram
forças para lutar por uma razão, cuja minha existência vê
sentido continuar frequentando uma sala de aula:
desejo que esse espaço permita condições de mudar
uma história que nega seu autor e o exclui da forma mais
hedionda!
É preciso lutar, é possível mudar! É entendendo que
na história das relações sociais, da mesma forma que
fomos perdendo nossa humanidade, será possível
constituí-la. É hora de tomá-la de volta – nossa
humanidade - investidos de sentimentos, ainda,
humanos. As condições estão postas para a mudança!
Um exército de nossa classe, professores, alunos,
administrativos, todos, excluídos das formas dignas de
existir, podemos unir nossa coragem, e contar com cada
fagulha das consciências, ainda que dobradas pelo
cansaço absorvente da expropriação de nossas vidas!
Somos seres humanos, somos históricos,
construímos um legado cultural por séculos, milênios
de existência. Na contemporaneidade, ameaçados em
nossa humanidade por um processo metamórfico de
nos tornarmos meras mercadorias, somos convocados a
mudar essa história. Um brinde a nossa luta docente, à
APRUMA, ao ANDES! Somos capazes, a história é
testemunha!
Professora da UFMA há quase três anos... Ao chegar
nesse espaço pensava eu: “agora tendo a crescer, ser
com os alunos caminhos de possibilidades e de
conquistas, minhas e deles”!
O tempo está passando e o que observo é o
crescente caos macrossocial ultrapassando os "muros"
da universidade sem a resistência que a qualifica como
espaço de reflexão. Aliás, esses muros expressam bem a
força excludente das relações, hoje profundamente
pautadas em interesses sob lógicas de mercado.
Essa lógica, já impregnada no espaço acadêmico,
vem pulverizando as relações nos mais diferentes níveis
de abrangência, dentre as quais as profissionais,
familiares e as de amizade. Um exemplo dessa sutil
perversidade que vem estagnando nossa capacidade
de sentir, se emocionar e dar evasão ao querer bem,
experimentei há uns dezoito meses atrás quando
identifiquei, no CCSo, um colega com quem estudei no
ensino médio. Passei por ele acenando com uma das
mãos, pois não havia tempo para diálogo, memórias,
emoções que experimentamos juntos. Meu
pensamento, meu corpo estava voltado para um
turbilhão de coisas que devia produzir, portanto,
"travado" para o sentir.
Quantas vezes ainda teremos que emitir um discurso
teoricamente polido sem que esse mesmo discurso se
reflita em nossa coragem de se indignar com a exclusão,
o desrespeito com os alunos, docentes e profissionais
outros dessa universidade? Seriam equívocas as
transformações sofridas na história por meio de lutas e
resistências? Creio que não! Assim, não só creio, como
também sinto que é chegada a hora de priorizar o ser
humano que ainda sou, somos. Para o que entendo ser
impossível, sem nos unirmos numa proposta de
resistência.
Encontro-me na UFMA, com a vontade de ensinar,
buscando a cada dia conhecer o que é preciso saber
para ensinar, entender e alcançar meu aluno e com tudo
isso provocar, em mim e neles, a sedução capaz de
realizar o vir a ser histórico constante e necessário para
cada um de nós. E por falar em cada um de nós – nessa
trajetória – tenho entendido que meus propósitos de
vida vêm sendo duramente parcelados em muitas vezes
e com juros altos! Encontro-me nesse instante refém de
Hilce Aguiar Melo
Mestre em Educação Profª do Departamento de Educação II
2
Carta aos
professores
da UFMA
nas-SP, sua atuação local e nacional se consolidaram
como verdadeiramente representativa da aspiração
dos professores na luta pelo melhor destino da carreira docente e da educação superior.
Quando retornei do doutorado em 1985, juntei-me
à luta da APRUMA pelas eleições diretas para Reitor e
outros cargos na Universidade. Foi o início da luta pela
democratização da universidade brasileira. Infelizmente não saímos vitoriosos porque, inversamente ao
que pretendíamos, assistimos a hegemonia de um segmento sobre os outros na universidade e sua consolidação no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o voto do professor passou a contabilizar 75% do
universo dos votos da universidade.
A postura altiva do nosso professorado se sustentou na bravura dos militantes - os de ontem, onde poucos desertaram, e os bravos de hoje, que não deixaram
que as armas fossem ensarilhadas. Orgulho-me da nossa APRUMA e do ANDES, que sempre estiveram à frente do seu tempo e nunca se curvaram ao autoritarismo
de alguns reitores, do MEC e do próprio governo. Sou
testemunha da altivez com que todos os presidentes a
dirigiram, impedindo que a reação tomasse as rédeas
da entidade e a jogasse na contramão da história.
As greves deflagradas, seguindo o movimento nacional, foram sempre justas porque defendiam a qualidade acadêmica e a autonomia universitária. Quaisquer conquistas alcançadas no âmbito acadêmico nas
décadas de 1970, 1980 e 1990, como salário, melhoria
de salas de aulas e de laboratórios, instalações e direitos do professor, foram conseguidas a partir de lutas reivindicatórias que culminaram em greves e que representam um testemunho da nossa coerência e da nossa
resistência política.
No ano de 1998, estávamos em luta a favor dos interesses da educação superior no Brasil. Vivíamos o sucateamento da universidade, com cortes de verbas para
o Ensino Superior. A impiedosa Reforma da Previdência ameaçava os direitos trabalhistas dos professores,
o que levou a universidade a perder boa parte do seu
quadro com pedidos de aposentadoria precoce e,
como se não bastasse, a ameaça da privatização do ensino público superior.
Para protestar contra esses desmandos, a universidade brasileira mais
uma vez entrou em greve. Como
resposta, o Ministro da Educação acenou um não aos saláContinua
rios, um não à melhoria
O
s editores do Boletim da Apruma pediram-me
que escrevesse um pouco sobre minha trajetória na UFMA. Não me fiz de rogado, imaginando que se alguém se dispusesse a ler poderia constatar o quanto é dura a tarefa de o professor universitário sobreviver intelectual e financeiramente. Por que?
Porque obrigado a cumprir o seu mistér de professor –
participar de colegiados, dar aulas, pesquisar, exercer
atividades de extensão, orientar monografias, dissertações e teses – ainda tem que estudar diuturnamente, escrever artigos, participar de congressos, contribuir com a sociedade, com instituições governamentais em fóruns, comitês e em comissões, e ainda, por
dever de ofício, ficar disponível para oferecer sua contribuição a outras universidades. É esse mesmo o trajeto de um professor e, é claro, não vou descrevê-lo. Fi-lo
em Memorial quando prestei concurso para Titular.
Falarei então um pouco sobre a trajetória de luta.
Em treze de dezembro de 1968, convidado para ingressar nos quadros da UFMA e preparando-me para a
Pós-Graduação em São Paulo, ouvi pelo rádio, na voz
agourenta do ministro da Justiça Gama e Silva, a implantação do AI-5, que transformou uma ditadura ainda amena num verdadeiro regime totalitário, dominado pela direita radical. Em maio de 1969, estava em
São Luís iniciando as minhas primeiras aulas no Curso
de Medicina. Por essa época estavam sendo jogados
na lata de lixo os decretos 228/67 e 477/69, que instituíram a perseguição nas universidades e a delação que
permitiu que policiais e reitores policiais perseguissem professores e alunos. Assim procurei compreender a atitude do professor e do aluno naqueles anos de
chumbo, a organização universitária e a hierarquia acadêmica.
Um fato que logo observei é que as discussões sobre a política universitária só estavam presentes na então incipiente Associação de Professores. Somente
após a fundação da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES), em 1979, em Campi-
3
Continua
das universidades, mas, desrespeitosamente, propondo gratificações, ditas de
estímulo à docência, como está até hoje em nosso contracheque. Mas, nenhuma atitude positiva quanto a discutir as propostas que o ANDES protocolou no
Ministério para melhorar o ensino superior no Brasil.
Com 100 dias de greve, nada decidido. Numa das assembleias da APRUMA, soube da decisão da Greve Nacional de Fome. No Maranhão, aderiram os saudosos professores Durval Cruz Prazeres e Cândido Augusto Medeiros Júnior. Confirmei com a presidente, professora Rosilda Silva Dias, se só participariam aqueles dois professores e perguntei se um deles adoecesse como ficariam? E assim, decidi participar da greve de fome dos professores em Brasília.
Na ocasião, em noites apreensivas, refletindo comigo mesmo, indagava: Tinham melhorado os ares da universidade brasileira? Poderíamos respirar aliviados? No
meu entender foi o momento da maior luta: dezenove
professores universitários, em plena democracia, no bo-
jo de uma greve nacional foram obrigados a exercitar a
ARTE DA FOME pela sobrevivência, pela autonomia, pela qualidade e contra a privatização da universidade pública brasileira.
Chegamos, prezados professores, ao século 21 com
um governo de raízes ditas democráticas e populares.
A educação, sendo proclamada e reconhecida por todos como o capital mais precioso para alavancar o desenvolvimento. Mas como ontem, lutamos pelas mesmas coisas, tendo como eixo a autonomia universitária,
a carreira docente, a dignidade do salário e a indissociabilidade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão.
Precisamos continuar altivos, nos manter unidos, de
pé e lutando pela dignidade de nossa nobre profissão.
As futuras gerações clamam por isso. Cordialmente.
Antonio Rafael da Silva
Professor aposentado do Departamento de Patologia—Mestre e Doutor em Medicina
Diretor Acadêmico Cultural e Social da
APRUMA
Aposentadoria e greve nacional dos docentes
O
ANDES/Sindicato Nacional e a APRUMA/Seção Sindical pensam a aposentadoria como parte da carreira docente e têm lutado contra os mais diversos artifícios que Governos brasileiros, em suas diferentes opções
políticas e momentos históricos, vêm utilizando para precarizar o trabalho docente, desconstruir direitos conquistados
e impedir a aposentadoria digna.
A criação da classe Associado, por exemplo, fez com que
aposentados especialistas com dedicação exclusiva e da
classe Adjunto tivessem seus salários “reduzidos” porque se-
us vencimentos básicos não mais foram equiparados ao do
professor Titular (R$ 3.110,85) e passaram a ser pagos como
de Associado 1 (R$ 2.758,26). E não receberam gratificação
por titulação (RT). Ademais, os professores que aposentaram como Adjunto 1, 2, 3 e 4 estão, todos eles, recebendo como Associado 1. A APRUMA/SS tem dito nos departamentos
e seus equivalentes e COLUN que devemos lutar juntos, ativos e aposentados contra ameaças e abusos, inclusive os legais. Nós, mais jovens temos compromisso com a dignidade
dos docentes que nos antecederam.
Os discentes da UFMA apoiam a greve nacional dos docente
Nelson
Júnior
ô professor pode lutar
que o estudante vai te
apoiar...
Lucas
Lago
Acho que o único que
sempre pára totalmente
é o CCH. AUSHUAH'
Ane Mata
Nunca pensei q apoiaria
isso, mas acredito q para
q se resolva tdu o mais
breve possível é preciso
realmente uma
paralisação geral!
Dayana Coelho
É isso, vamos todos juntos lutar
contra a precarização do
trabalho docente imposta por
todos esses anos de expansão
sem qualidade do REUNI! É
preciso unir os docentes e a
classe estudantil na defesa da
expansão com qualidade com
10%
REPUDIO ÀS AMEAÇAS
A APRUMA repudia qualquer tipo de ameaça ao direito de greve de professores em
estágio probatório, substitutos, visitantes ou efetivos e coloca a Assessoria Jurídica à
disposição dos docentes.
4
Sobre a reestruturação da carreira
Em 17/05/2012, os docentes das instituições federais
de ensino superior iniciaram greve nacional que mobiliza
52 seções sindicais de 47 universidades públicas federais.
A greve começou forte e é resultado da incapacidade do
Governo Dilma de negociar a reestruturação da carreira docente e de oferecer melhores condições de trabalho aos
professores e qualidade no Ensino, Pesquisa e Extensão.As
negociações começaram em agosto de 2010 e deveriam
estar finalizadas em 31 de março de 2012. Com a iminência
da greve, apenas o “aumento” de 4% e a incorporação das
GEMAS e GEDBT ao vencimento básico vieram em forma
de Medida Provisória.
As principais reivindicações do ANDES/SS podem ser resumidas como se segue: a) cargo único de Professor Federal; b) 13 níveis remuneratórios; c) ingresso na carreira em
nível remuneratório 1, mediante concurso público de provas e títulos; d) piso nacional de R$ 2.398,82 para professor
nível remuneratório 1, em regime de trabalho de 20 horas
semanais, como gerador da tabela de remuneração; e)
7,5% para aperfeiçoamento, 18% especialização, 37,5%
mestrado e 75% doutorado; f ) 100% para regime de 40 horas e 210% para dedicação exclusiva; g) interstício de 24
meses e variação de 5%; h) incorporação de todas as gratificações ao vencimento básico; i) regime de Dedicação
Exclusiva deve ser o preferencial; j) paridade para docentes
da ativa, aposentados e pensionistas; k) manutenção de
benefícios, direitos e vantagens adquiridos anteriormente, inclusive de aposentados e pensionistas, garantindo-se
a irredutibilidade remuneratória; l) direito de afastar-se de
suas funções docentes, sem qualquer perda, para aperfeiçoar-se e participar de atividades sindicais, entre outras
ações; m) desenvolvimento na carreira com base na experiência acadêmica, na formação continuada e na avaliação
do trabalho docente no contexto da avaliação institucional; e n) garantia do padrão de qualidade do ensino, a valorização do professor federal, o piso salarial nacional e a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão.
Apruma - pauta interna de
reivindicações – 2012
AUTONOMIA E DEMOCRATIZAÇÃO
Convocação de uma estatuinte paritária com representantes de todos os segmentos para elaboração de proposta
de novo estatuto da universidade;
Revisão de Critérios na distribuição de vagas para concursos de professores e técnicos administrativos e que estes
sejam definidos pelas unidades e subunidades acadêmicas;
Revisão de critérios na distribuição de recursos financeiros
e materiais entre unidades acadêmicas e que estes sejam
ajustados entre os Diretores de Centro;
Construção coletiva do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI;
Combate às diversas formas de privatização no âmbito da
universidade (Fundações privadas de apoio e “política de
balcão”); e
Eleições diretas e paritárias em todos os níveis de direção.
Rejeição à implantação da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares.
INTERIORIZAÇÃO
Discussão com a comunidade acadêmica de critérios para
abertura de novos campi do continente;
Assegurar a autonomia e isonomia dos campi do continente garantindo o funcionamento acadêmico e administrativo de forma democrática com o conjunto da Universidade;
Discutir com a comunidade acadêmica os Projetos Político-Pedagógicos das Novas Licenciaturas;
Assegurar as condições logísticas de infraestrutura e assistência estudantil necessárias às finalidades dos campi do
continente.
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Garantia de ambientes de trabalho adequados em número e equipamentos às funções docentes (gabinetes individuais, laboratórios; espaços de práticas clínicas e comunitária etc, conforme especificidades dos cursos); e
Construção de creche para a comunidade universitária e
que atenda em especial a comunidade acadêmica e não somente a comunidade externa à UFMA.
QUALIDADE DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Expansão da estrutura física priorizando as finalidades acadêmicas;
Ampliação do debate sobre os cursos de educação à distância e outras modalidades de ensino;
Que seja estabelecido o limite de 30 alunos por turma,
com autonomia a cada subunidade acadêmica de diminuir ainda mais este numero; e de horas aulas para os professores de no máximo 12h para contratos de 40h; e
Pela manutenção dos dois períodos letivos, regulares.
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Democratização dos processos decisórios da unidade acadêmica Hospital Universitário; e
5
Os docentes “estabelecidos e outsiders”
e a greve nacional dos docentes na ufma
O
trabalho na docência,
as reuniões da
APRUMA/SS com
professores de campi
do continente e as conversas
menos formais me permitiram
visualizar dois “mundos” na
Universidade Federal do
Maranhão.
O mais antigo fica
localizado na ilha de São Luís e
é reconhecido como Campus
do Bacanga (querem transformá-lo
em Cidade Universitária). Está
contemplado nos Regimento Geral
(1999) e Estatuto (1999) da UFMA,
recebendo em seus espaços físicos os
órgãos colegiados deliberativos
(Colegiados Superiores e de
Administração Acadêmica,
Assembleia Departamental e
Colegiado de Curso), e executivos,
nos níveis central (Reitoria e ViceReitoria), auxiliares (Pró-Reitorias,
Hospital Universitário, Prefeitura de
Campus e Unidades Suplementares) e
acadêmicos (Diretoria das Unidades
Acadêmicas, Chefia das Subunidades
Acadêmicas e Coordenadoria das
Subunidades Acadêmicas). Esses
órgãos têm orçamentos, ainda que
parcos. Em que pese comparação
feita, por mim, aos “estabelecidos” de
Norbert Elias e John Scotson, pela
situação geográfica e porque têm
algumas facilidades em relação aos
“outsiders”, seus docentes trabalham
em número reduzido e em salas e
ambulatórios superlotados de alunos,
em muitos turnos de trabalho
(inclusive aos finais de semana),
ocupando laboratórios, bibliotecas e
outros espaços de Ensino, Pesquisa e
Extensão improvisados e são mal
re m u n e ra d o s, p ro b l e m a s q u e
ameaçam a vida, a saúde e a
dignidade humana. Frequentemente
são surpreendidos com normas
impostas pelos colegiados e vêm seus
direitos negligenciados. Ademais,
podemos encontrar nesse “mundo”,
os primos “ricos” e os “pobres”, a
exemplo daqueles que trabalham no
Colégio Universitário, cuja carreira é
ainda menos valorizada que os
professores do Ensino Superior.
Muitas vezes, o que é divulgado na
mídia, resumido como se segue,
parece mostrar que vivem “em mar de
rosas”: A Universidade que cresce
com inovação e inclusão social!
Penso que a maioria dos docentes
do Campus do Bacanga e a sociedade
maranhense desconhece o “mundo”
dos docentes a quem chamo de
“ o u t s i d e r s ”, u m a v e z m a i s
parafraseando Norbert Elias e John
Scotson. A mensagem de “grande
expansão universitária” foi muito bem
redigida e apresentada. Sem maiores
discussões, a UFMA encampou
proposta do Ministério da Educação e
não implantou os departamentos
acadêmicos nesses campi. Ademais,
tenta convencer ser possível realizar
as Novas Licenciaturas em três anos
presenciais e o último ano à distância.
Seus professores trabalham em
piores condições do que os do
DIRETORIA EXECUTIVA:
Associação de Professores
da Universidade Federal
do Maranhão - Seção Sindical
do ANDES - SN
Av. dos Portugueses, s/n
Área de Vivência, Campus UFMA
Bacanga - CEP 65 085-580
São Luís - MA - Caixa Postal 879
Fone: (98) 3301-8167
Fone/fax: (98) 3228-1695
PRESIDENTE:
Vilemar Gomes da Silva (Dept. Engenharia Elétrica)
VICE PRESIDENTE:
Denise Bessa Léda (Dept. Psicologia)
SECRETÁRIO GERAL:
Marizélia Rodrigues Costa Ribeiro (Dept. Medicina III)
1º SECRETÁRIO:
Diana Costa Diniz (Campus de São Bernardo)
DIRETOR ADM. E FINANCEIRO:
Bartolomeu Rodrigues Mendonça (COLUN)
[email protected]
DIRETOR DE RELAÇÕES SINDICAIS:
Ariel Clodoaldo Magalhães Costa (Dept. Ciências Contábeis)
www.apruma.org.br
DIRETOR ACADÊMICO CULTURAL E SOCIAL:
Antonio Rafael da Silva (Dept. Patologia)
Campus do Bacanga.
O Regimento e o Estatuto da
UFMA não foram revistos para
acompanhar as mudanças da
expansão universitária, o que
tem dificultado a vida do
p ro fe s s o r d o s c a m p i d o
continente, tanto do ponto de
vista acadêmico como
funcional. A situação fica mais
grave quando se considera a
existência dos departamentos como
uma das condições para o exercício
da autonomia docente, em suas
atividades de Ensino, Pesquisa e
Extensão.
Na administração UFMA anterior,
o Conselho Universitário aprovou a
criação de dois centros, um em
Chapadinha e outro em Imperatriz,
destinando a cada um deles um CD
(Cargo de Direção). Codó, Pinheiro e
Bacabal tinham apenas Diretor de
Campus, que não constavam na
estrutura da universidade, os quais
recebiam gratificação suplementar.
A greve nacional dos docentes das
IFES seguemais fortecampi do
continente da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA)! Bacabal,
Chapadinha, Codó, Grajaú,
Imperatriz, Pinheiro e São Bernardo
estão com as atividades docentes
interrompidas, em sua maioria. Talvez
porque nesse “mundo”, a exploração
do trabalhador docente tenha
chegado de forma mais contundente.
Marizélia Rodrigues Costa Ribeiro
Professora do Departamento de
Medicina III – Mestre em Saúde e
Ambiente e Doutora em Políticas Públicas
CONSELHO DE REPRESENTANTES APRUMA
Érico de Oliveira Junqueira Ayres (Desenho e Tecnologia)
Francisco das Chagas de Souza (Engenharia)
Antonio Carlos dos Santos Buna (Física)
Vera Lúcia Lobato Almeida (Matemática)
Celcione da Silva Santos (Química)
Nestor Everton Mendes Filho (Tec. Química)
Jorge Henrique Marques Caracas (Informática)
Guilherme Augusto de Avila (Artes)
Lincoln Sales Serejo (Filosofia)
Maria da Glória Guimaraes Correia (História)
Jorge Hamilton Souza dos Santos (Geociencias)
Veraluce Lima dos Santos (Letras)
Maria de Nazaré Pereira da Costa (Psicologia)
Ilse Gomes Silva (Antropologia e Sociologia)
Elizeu Serra de Araújo (Economia)
Antonio de Assis Cruz Nunes (Educação I)
Antonio Paulino de Sousa (Educação II)
Célia Soares Martins (Serviço Social)
Maria da Gloria Serra Pinto de Alencar (Biblioteconomia)
6
Darliane Ribeiro Cunha (Ciências Contábeis e Administração)
Joanita Mota de Ataíde (Comunicação Social)
João Batista Ericeira (Direito)
Marilene Sabino Bezerra (Turismo e Hotelaria)
Nivaldo Magalhães Piorski (Ciências Fisiológicas)
Sergio Luiz Araújo Brenha (Biologia)
Carlos Augusto Scansette Fernandes (Educação Física)
Patricia Ribeiro Azevedo (Enfermagem)
Raimundo Antonio Gomes Oliveira (Farmácia)
Patricia da Silva Sousa Carvalho (Medicina I)
Carlos Alberto Silva Dias (Medicina II)
Maria da Graça Mouchrek Jaldin (Medicina III)
Maria do Carmo Lacerda Barbosa (Morfologia)
Luiz Augusto Rodrigues Pinto (Odontologia I)
Joao Inacio Lima De Souza (Odontologia II)
Silvia Cristina Viana Silva Lima (Saúde Publica)
Eloisa da Graça do Rosário Gonçalves (Patologia)
Maria José Saraiva Lopes (Oceanografia)
Ana Maria Lima Cruz (Colun)
José Ângelo Cordeiro Mendonça (Colun)
Download

APRUMA INFORMA - JUNHO 2012.cdr