QUALIDADE DO LEITE IN-NATURA COMERCIALIZADO EM CAMPINA GRANDE PB QUALITY OF MILK IN-NATURA COMMERCIALIZED IN CAMPINA GRANDE PB Sheila Mirella Silva Marciel1; Rayani Cardoso Leão1; Isanna Menezes Florêncio1,2;Ricardo Soares Martins3; Wanda M. Lima Marsiglia1; Eliane Rolim Florentino1 1 Universidade Estadual da Paraíba/Departamento de Química – Campina Grande – Paraíba – Brasil. 2 Universidade Federal de Campina Grande/Pós-graduação em Engenharia Agrícola – Campina Grande – Paraíba – Brasil. 3 Universidade Federal da Paraíba /Núcleo de Pesquisa e Processamento de Alimentos – João Pessoa – Paraíba – Brasil. Palavras-chave: microrganismos, leite informal. Introdução O valor nutricional do leite o torna um alimento perecível, e susceptível a contaminações, o que representa um risco para a saúde do consumidor, principalmente o leite cru, visto que este muitas vezes pode veicular microrganismos patogênicos ao homem. Um dos maiores problemas ligados à cadeia do leite é o “Leite Informal” produto oferecido ao consumidor sem qualquer tipo de inspeção ou vigilância oficial, vendido sem refrigeração, provenientes de animais sem controle veterinário O fato é preocupante, pois com o crescimento da produção de leite informal, cresce o consumo de produtos clandestinos, não fiscalizados pelo governo municipal, estadual ou federal, sujeito aos agravantes de processos produtivos informais. Material e Métodos Para avaliar a qualidade microbiológica do leite informal comercializado em Campina Grande-PB, foram coletadas 37 amostras, de três diferentes pontos de venda (padaria, mercadinho e ambulantes que comercializavam leite in natura; as quais foram denominadas “PONTO-1”, “PONTO-2” e “PONTO-3”. As amostras eram vendidas em sacos plásticos; em garrafas de refrigerantes descartáveis “pets” e em recipientes fornecidos pelo próprio consumidor, As amostras coletadas foram encaminhadas ao NUPEA/CCT/UEPB, procedendo-se as determinações do Número Mais Provável (NMP) de coliformes a 35ºC e a 45°C; Contagem de bactérias heterótrofas aeróbias mesófilas, pesquisa de E.coli (BRASIL, 2005) e acidez (ADOLFO LUTZ, 2005). Os resultados foram comparados com os padrões do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, da Instrução Normativa nº 51/2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Resultados e Discussão Na Tabela 1, constam as médias dos resultados das análises de Coliformes a 35°C a 45°C NMP, pesquisa E.coli, contagem de bactérias heterótrofas aeróbias mesófilas, e acidez do leite informal nos “PONTO-1”, “PONTO-2” e “PONTO-3”./Campina Grande PB. Tabela 1 Médias dos resultados das análises do NMP de Coliformes a 35°C e a 45°C, Pesquisa E.coli e Contagem de bactérias heterótrofas aeróbias mesófilas e acidez do leite informal nos “PONTO-1”, “PONTO-2” e “PONTO-3” em Campina Grande PB. Contagem de PONTOS Coliformes Coliformes Pesquisa bactérias aeróbias Acidez heterótrofas a 35°C NMP a 45°C NMP ºD E.coli mesófilas(UFC/mL) (g/mL) (g/mL) 1 > 1100 764 Presença 1,6 x 107 16 2 > 1100 137 Presença 3,0 x 107 16 3 > 1100 > 1100 Presença 2,6 x 108 16 Nos resultados microbiológicos foram detectados altos índices de coliformes a 35ºC e a 45ºC com valores variáveis de 137 a maiores que 1100 NMP de coliformes/mL. Presença de E. coli em todas as amostras analisadas de todos os pontos coletados. A contagem de bactérias heterótrofas aeróbias mesófilas (UFC/mL) apresentou valores que variaram em torno de 107 a 108UFC/mL. Essa contagem traduz o somatório de uma serie de fatores: grau de contaminação das matérias primas usadas; higiene ambiental; cuidados no processamento para evitar crescimento microbiano; eficiência de tratamentos utilizados para redução de contagem. Contagem acima dos parâmetros pode significar menor prazo de validade possibilidade da presença de microbiota de risco. Com base no exposto observa-se que os resultados da contagem de bactérias heterótrofas mesófilas (107 -108 UFC/mL) com os valores de acidez das amostras analisadas (16ºD) indica a provável adição de substancias alcalinas neutralizantes de acidez ou contaminantes microbianos alcaliginosos. Conclusão Considerando-se os padrões legais normatizados, verificou-se que todas as amostras de leite informal apresentaram altos índices de contaminações possibilitando presença de microbiota de risco. O consumo de feite fluido informal representa um grande perigo aos consumidores, tendo em vista a falta de segurança do produto quanto à higienização dos recipientes, condições inadequadas de transporte e falta de refrigeração o que pode promover doenças infecciosas ou intoxicações alimentares, colocando em risco a saúde do consumidor. Segundo as normas brasileiras, não existe um limite específico de coliformes para o leite cru, entretanto, o número elevado de coliformes totais assim como para coliformes termotolerantes, indica precariedade de condições higiênico-sanitárias. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Instrução Normativa nº 51, de 20/09/2002 de setembro de 2002. Aprova e oficializa o Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite Cru Refrigerado. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de setembro de 2002. BRASIL. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4,. São Paulo, IMESP, 1018. 2005. BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa da Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal - LANARA. Métodos Analíticos Oficiais para Controle de Produtos de Origem Animal e Ingredientes:,2005 Autor a ser contactado: Eliane Rolim Florentino [email protected]