CASOS CLÍNICOS Sonolência transitória Dr. Érico de Castro e Costa Ph.D. em Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador do Centro de Pesquisa René Rachou/Fiocruz, Belo Horizonte, professor da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana (Faseh) de Vespasiano, pós-doutorado em Epidemiologia Psiquiátrica no Instituto de Psiquiatria (IP), King’s College London Caso clínico 2 Caso clínico Sonolência transitória Érico de Castro e Costa Ph.D. em Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador do Centro de Pesquisa René Rachou/Fiocruz, Belo Horizonte, professor da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana (Faseh) de Vespasiano, pós-doutorado em Epidemiologia Psiquiátrica no Instituto de Psiquiatria (IP), King’s College London Identificação – JAS, sexo feminino, 37 anos, branca, separada, ensino fundamental completo, aposentada, natural de Curvelo e residente em Belo Horizonte há 25 anos. Queixa e duração – Agitação, agressividade, alucinações auditivas e sensação de perseguição há 15 dias. História da moléstia atual e pregressa – Paciente acompanhada pela mãe, que dá todas as informações, no momento do atendimento. Acompanhante relata que há 15 dias a paciente está insone (dorme menos de três horas por noite) e voltou a cismar com os vizinhos, agredindo-os fisicamente e colocando cruzes de madeira no jardim deles. Esse é o quarto episódio, sendo que o primeiro ocorreu há cerca 20 anos, quando a paciente tinha aproximadamente seis meses de casada e se trancou no quarto por acreditar que os vizinhos estavam fazendo “feitiços” para matá-la. Na ocasião, a paciente não abriu a porta do quarto, sendo necessário que o marido e o irmão arrombassem-na. Quando entraram no quarto, encontraram JAS ajoelhada com um terço na mão, rezando baixinho e repetidamente. Apesar de todas as tentativas em manter contato com a paciente, esta se mantinha na mesma posição rezando e falando que Deus iria protegê-la daqueles “vizinhos macumbeiros”. Com isso, a paciente foi encaminhada para serviço de urgência em um hospital psiquiátrico, onde permaneceu por 30 dias. Na alta hospitalar, a paciente estava em uso de haloperidol 12,5 mg/dia, clorpromazina 300 mg/dia e biperideno 2 mg/dia, permanecendo estável por seis anos, quando engravidou. Nessa ocasião, a paciente voltou a apresentar idéias delirantes, só que dessa vez eram que o marido queria matá-la e que o filho que estava esperando não era um “humano”. Durante esse segundo episódio, a paciente foi novamente internada, sendo submetida à eletroconvulsoterapia em decorrência da grande agressividade e da agitação e por encontrar-se no primeiro trimestre de gra- 3 Caso clínico videz. Na momento da alta hospitalar, tiu nenhum ano e concluiu a 8a série do após 40 dias, a paciente permanecia em ensino fundamental aos 15 anos. uso de haloperidol e clorpromazina, porém sem o anticolinérgico. Mudou-se para Belo Horizonte com a família em 1982 e começou trabalhar Além dos quadros descritos ante- numa loja de departamento, onde per- riormente, a paciente ainda apresen- maneceu até o casamento. Lá, conheceu tou mais dois outros episódios e uma o ex-marido, dez anos mais velho, que internação antes desse atendimento e a pedia insistentemente para namorar. fez uso de tioridazina e risperidona. To- Após três meses de insistência e com dos os episódios caracterizavam-se por permissão dos pais, iniciou o namoro. idéias delirantes, alucinações e grande Namorou durante três anos, sendo agressividade. Nos períodos entre as sempre comportada e chegando antes crises, a paciente era calada, apática, do horário marcado pelos pais. Casou-se permanecendo a maior parte do tem- aos 18 anos. Refere-se ao ex-marido po deitada, evitando o convívio social e como uma pessoa que não lhe dava não conseguindo cuidar do filho. carinho e que piorou após o primeiro Há três meses interrompeu o uso da episódio psicótico. Teve um filho aos 24 risperidona por causa da sonolência ex- anos. Após o nascimento, o casamento cessiva e do ganho de peso, negando-se que já estava ruim piorou ainda mais com a retornar aos atendimentos psiquiátri- o marido cobrando atenção. Separou-se cos. Pouco a pouco seu comportamento em 1996 aos 26 anos, morando na com- foi alterando-se e culminou com a agres- panhia da mãe desde então. Inicialmen- são à vizinha e essa internação. te na mesma casa de quatro cômodos, depois, num barracão, construído pelos Antecedentes pessoais – A pacien- familiares no mesmo lote em decorrên- te nasceu de parto normal, a termo, e a cia do difícil convívio. Em momento al- mãe nega qualquer problema ou doença gum tomou conta do filho, deixando-o durante a gestação. JAS não apresentou sob responsabilidade da mãe. nenhum problema de neurodesenvolvimento, engatinhando, andando e falan- Antecedentes patológicos – Teve do na mesma faixa etária dos irmãos. catapora aos seis anos. Nunca foi ope- Apresentou dificuldades nos estudos, rada ou fez tratamento prolongado no principalmente durante a 1 série, quan- período anterior ao primeiro episódio do aprendeu a ler. Entretanto não repe- psicótico. Nega crises convulsivas. a 4 Caso clínico Hábitos – Paciente nunca fez uso de bebidas alcoólicas, mas fuma de um a dois maços de cigarros por dia desde a terceira internação (1998). uso de captopril e hidroclorotiazida. Com relação aos outros aparelhos, não foi observado nada digno de nota. Exame psiquiátrico – A paciente Moradia – Mora com um filho em um barracão de três cômodos. Antecedentes familiares – Pai falecido em 2003 em decorrência de câncer encontrava-se consciente, inquieta, impaciente com perplexidade no olhar. Presença de tremores de extremidade nos MMSS, estereotipias e pouco cooperativa. Desorientada no tempo, não sabendo no cólon, não tinha problemas psiquiá- o dia do mês ou da semana. Informa que tricos. Entretanto tinha dois irmãos alcoó- estamos no ano de 2007 e que nasceu em latras e um irmão que ria sem motivo 1970, mas que tem 35 anos e não 37 como os outros lhe informam. e fugia para o mato, fiAtenção dispersa, preoA escolha do antipsicótico cando até cinco dias sem foi feita considerando-se cupada com tudo ao seu aparecer, está desapareos sintomas da paciente e redor e indo várias vezes cido há aproximadameno perfil farmacológico da até a janela para verificar te dois anos. substância. Era preciso uma medicação que induzisse o se existe alguém do lado mínimo ganho de peso de fora do consultório. O Mãe – Cabeleireira, sem pensamento e o discurquadros psiquiátricos, porém o pai (avô da paciente) teve óbito por so são pobres, de difícil compreensão e com conteúdo delirante e persecutório. suicídio aos 45 anos. Presença de solilóquios com a paciente Irmãos – Tem seis irmãos. O caçula, olhando para os lados e xingando como MAS, 35 anos, alcoólatra, nunca estudou se existisse alguém ao seu lado. Ausência nem trabalhou formalmente (somente de crítica sobre sua doença e inteligênbicos), chega a passar até 20 dias sem cia aparentando ser inferior ao limite, dar notícia voltando para casa somente apesar de a mãe informar que, quando ela está fora da crise, apresenta comquando seu dinheiro acaba. preensão das coisas que lhe são ditas. Exame físico – Paciente com o peso de 90 quilos e 1,65 m de altura. Pressão arterial de 120 mmHg x 80 mmHg em Hipótese diagnóstica – O diagnóstico apresenta critérios que preenchem o 5 Caso clínico CID-10 F20.0 (esquizofrenia paranóide), já apresentando alterações conseqüentes da cronicidade da doença. Exames complementares – Foram solicitados exames bioquímicos e hematológicos para investigar demais órgãos relacionados com os quadros psiquiátricos, além da tomografia cerebral. Dentre os resultados, observou-se uma hipercolesterolemia; os demais estão dentro dos valores de referência, e a tomografia apresentou-se sem alterações. o sexto dia quando pela primeira vez foi ao posto de enfermagem e pediu leite. A partir de então, observou-se que a paciente saía mais da cama e tentava interagir com outras pacientes. Entretanto ainda dormia em torno de duas a três horas pela tarde (conforme anotação da enfermagem). Com relação a sua sintomatologia, ainda falava dos vizinhos, mas com menos certeza; o olhar já não tinha perplexidade. No décimo dia, a paciente já se apresentava mais bem-cuidada, com grande melhora da soConduta terapêutica ciabilidade com outras No décimo dia, a paciente já se apresentava mais e evolução – A escolha pacientes e conseguia bem-cuidada, com grande do antipsicótico foi feita compreender as permelhora da sociabilidade com considerando-se os singuntas que eram feitas outras pacientes e conseguia tomas da paciente e o compreender as perguntas que durante a entrevista. perfil farmacológico da eram feitas durante a entrevista Não existia mais nenhusubstância. Era preciso ma agressividade, mas uma medicação que induzisse o mínimo ainda continuava a desconfiar dos viganho de peso e que tivesse uma ação zinhos dizendo que “era melhor musedativa no início do tratamento. dar-se de lá, pois não aceitavam que Com isso, o tratamento iniciou-se com ela fosse separada”. O sono tinha quetiapina (Seroquel®) nas titulações diminuído com a paciente dormindo convencionais à esquizofrenia, associa- em torno de dez horas por dia e sem damente ao lorazepam 2 mg/dia, quan- se deitar após o almoço. Com isso, do necessário, até a dose de 6 mg/dia. elevou-se a dose para 600 mg/dia, No primeiro dia, a paciente passou todo dividida em duas tomadas diárias, o dia deitada e sonolenta. Não foi ne- na tentativa de redução total das cessária a administração do lorazepam. idéias delirantes. A partir do segundo dia, a paciente No dia seguinte ao aumento da dose continuou mais quieta e sonolenta; até não se observou aumento da sedação. 6 Caso clínico A paciente já estava acordada e de banho tomado no momento da liberação do medicamento (7h30) e não dormiu à tarde, deitando-se às 20h30, após a liberação do medicamento noturno. A paciente permaneceu internada por 25 dias, sendo que no momento da alta encontrava-se consciente, vígil e sem sintomas psicóticos, tais como delírios e alucinações. Não se queixava de tremo- tes que descontinuam seu medicamento apresentarão uma recaída em até um ano após a suspensão, enquanto que, dentre aqueles que continuam o uso, somente 25% terão sintomas psicóticos (Viguera et al., 1997). Evidências demonstram que os antipsicóticos atípicos são superiores aos clássicos em prevenir recaídas (Leucht et al., 2003) e que os pacientes, por meio res nas mãos e ainda relatava que a ca- de observações subjetivas, também beça estava leve e que estava tranqüila os preferem quando comparados com sem estar com sono. os de primeira geração (Karow et al., No primeiro retorno, 2006). Comparando-os O quadro descrito demonstra 20 dias após à alta hosentre si, observou-se que como escolher um pitalar, a paciente encon- medicamento para o tratamento a eficácia é semelhante da esquizofrenia, balanceando trava-se sem sintomas tanto para os efeitos poeficácia e tolerabilidade, psicóticos e animada, sitivos como negativos adequando as estratégias pois não estava tendo so(Tando & Jibson, 2005). do psiquiatra com as queixas nolência, assim, sentia-se Com isso, cabe ao psiapresentadas pelo paciente disposta a fazer caminhaquiatra o bom conhecida e perdeu 2 kg. mento das substâncias com o manejo dos efeitos adversos. Discussão e comentários – O quadro A paciente JAS relatou que o motivo descrito demonstra como escolher um da interrupção do tratamento foi a somedicamento para o tratamento da es- nolência permanente e o ganho de peso quizofrenia, balanceando eficácia e tole- com o tratamento. Foi pensando nesses rabilidade, adequando as estratégias do argumentos que introduzimos a quetiapsiquiatra com as queixas apresentadas pina. Era necessária uma droga que não pelo paciente. induzisse sonolência prolongada e que Sabe-se que a baixa adesão terapêu- não gerasse nenhum ganho de peso. tica é um problema na psiquiatria, prinDrogas como aripiprazole e ziprasicipalmente na esquizofrenia. Estudos dona seriam boas possibilidades pelo demonstram que 50% a 75% dos pacien- pouco ou nenhum ganho de peso nos 7 Caso clínico pacientes. No entanto, sua ação pouco sedativa limitou seu uso nesse momento, já que a paciente se apresentava agressiva e agitada, necessitando de maior sonolência até a redução dos sintomas psicóticos. A escolha da quetiapina foi determinada pelas queixas da paciente dos efeitos colaterais (sonolência permanente e ganho de peso) e pela recomendação de alguns autores de que ela poderia ser a droga de escolha em pacientes esquizofrênicos agudos hospitalizados em virtude de sua eficácia e sua tolerabilidade mesmo com rápido aumento da dose (Peuskens et al., 2007). Em uma análise combinada de três estudos duplo-cegos, randomizados, controlados com placebo, realizados em pacientes agudos internados, a quetiapina foi eficaz em vários sintomas como excitação, tensão, depressão, sintomas positivos e negativos em uma semana de tratamento (Small et al., 2004). O alívio rápido dos sintomas agressivos também foram demonstrados em um estudo naturalístico (Ganesan et al., 2005), e a sedação quando presente era leve e transitória, desaparecendo no início do tratamento, geralmente em torno do oitavo ao décimo dia de tratamento (Goldstein & Zhong, 2004) (Figura 1). Situação esta também observada em nossa paciente que, 8 apesar de apresentar maior sedação, a agressividade desapareceu no décimo dia de tratamento com a paciente apresentando melhora do contato tanto com outras pacientes quanto com a enfermagem e com o psiquiatra. 50 40 Duração mediana de 8 dias 30 20 10 0 1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Duração (dias) Figura 1. Queixa de sonolência é transitória nos pacientes tratados com quetiapina Apesar de estudos iniciais sugerirem uma dose terapêutica em torno de 250 mg a 300 mg para quetiapina, estudos mais recentes demonstram que as doses eficazes são maiores entre 400 mg e 800 mg (Kasper, 2005). O aumento acelerado da dose parece não comprometer a tolerabilidade da quetiapina, sendo um ponto a se levar em consideração durante o início do tratamento com esse antipsicótico (Kasper, 2005; Boidi & Ferro, 2007). Mesmo sintomas transitórios como a sonolência não apresentam maior prevalência com aumento da dose (150 mg – 750 mg) Caso clínico (Arvanitis et al., 1997). Na evolução da paciente, a quetiapina foi aumentada para 400 mg no quinto dia e 600 mg no décimo dia, não apresentando aumento da sonolência após cada elevação. Inclusive com o aumento para 600 mg no décimo dia, a paciente acordou cedo, com melhora da aparência e da disposição (Figura 2). 50 40 30 20 10 0 Placebo 75 150 300 600 750 Haloperidol 12 mg/dia Quetiapina (mg/dia) Arvanitis et al. 1997 Figura 2. Quetiapina: a incidência de sonolência não é relacionada com a dose O ganho de peso, outra queixa da paciente para descontinuação do antipsicótico anterior, é um problema dessa classe como um todo, sendo relatada desde a introdução dos antipsicóticos atípicos (McIntyre et al., 2007). Entretanto, a síntese e a interpretação dos estudos que demonstram o ganho de peso com antipsicóticos atípicos requerem uma familiaridade com limitação metodológica desses dados (McIntyre et al., 2007). A maioria dos estudos não utiliza ajustes adequados por variáveis sociodemográficas, dietas, cormobidades (por exemplo transtorno do comer compulsivo e hipotireoidismo), hábitos do paciente (sedentarismo e tabagismo), história familiar, peso anterior ao início do tratamento, doenças associadas às alterações de peso, composição corporal e efeitos de tratamentos concomitantes. O ganho de peso com os antipsicóticos de primeira e segunda geração nas primeiras dez semanas de tratamento foi estimado em uma metanálise que incluiu 81 estudos que avaliaram pacientes com esquizofrenia (Allison et al., 1999). Em ordem decrescente, esses autores demonstraram que a clozapina seria responsável pelo maior aumento (4 kg), seguida por olanzapina e tioridazina (3,5 kg), sertindol (2,9 kg), clorpromazina (2,1 kg), risperidona (2,0 kg) e ziprasidona (0,04 kg). Entretanto não foram incluídas a quetiapina e a aripiprazole. Outros estudos demonstraram que o ganho de peso com a quetiapina e a aripiprazole sugerem que este seja semelhante ao ganho observado com a risperidona e a ziprasidona, respectivamente (Borison et al., 1996; Peuskens & Link, 1997). Recentemente, dados preliminares demonstraram que a quetiapina apresenta um perfil favorável em relação ao ganho de peso com sua administração 9 Caso clínico prolongada (Brecher et al., 2005). Pacientes que estavam em uso de quetiapina numa dose média de 467 mg/dia apresentaram um ganho de peso médio de 2,3 kg num período de 26 semanas. Esse ganho ocorreu preferencialmente nos indivíduos de baixo peso (índice de massa corporal < 18,5 kg/m2). A nossa paciente, durante seus 25 dias de internação, não apresentou ganho apresentados (agressividade, agitação e delírios). A quetiapina foi escolhida em decorrência de sua eficácia e de seu bom perfil de tolerabilidade. A sonolência transitória foi interessante nessa fase aguda do tratamento, mas desapareceu após dez dias, quando a paciente já estava organizada e com certa crítica em relação aos sintomas. Já em relação ao ganho de peso, existem antipsicóticos de peso, provavelmente em decorrência com melhor perfil, entretanto a ausência de sua obesidade (IMC: 33 kg/m2). En- de sedação ou até indução de agitação tretanto foi encaminhada nessa fase inicial limitapara uma nutricionista e ram sua escolha. A quetiapina foi escolhida em decorrência de sua eficácia sugerida atividade física A evolução desse quae de seu bom perfil de no momento da alta. dro demonstra como potolerabilidade. A sonolência Em síntese, trata-se transitória foi interessante nessa demos aproveitar, não de uma paciente com o fase aguda do tratamento, mas só a eficácia clínica de desapareceu após dez dias quadro de esquizofrenia uma droga, como tamparanóide com 20 anos bém seu perfil de efeitos de evolução que apresentou quatro colaterais (sonolência transitória) para episódios psicóticos e teve três interna- o benefício do paciente. Além disso, ções. Apresenta dificuldades de adesão demonstra a possibilidade de utilizar a terapêutica principalmente pelos efei- quetiapina como primeira escolha em tos colaterais (sonolência e ganho de quadros agudos em decorrência de seu peso). Com isso, tentou-se adequar o aumento de dose sem prejudicar a toletratamento antipsicótico com as quei- rabilidade e de sua boa adesão na fase xas da paciente e os sintomas clínicos de manutenção (Kasper, 2005). 10 Caso clínico Referências bibliográficas Allison DB, Mentore JL, Heo M et al. 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