1 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 1.1. Introdução A hidrogenação de óleos vegetais foi primeiramente descoberta no começo do século 20 e rapidamente se tornou uma importante etapa de processamento na indústria de óleos e gorduras. A hidrogenação elimina parte das duplas ligações, enquanto uma proporção significativa de ligações remanescentes é isomerizada através da conversão cis/trans em relação à posição na cadeia do ácido graxo. Este processo aumenta o ponto de fusão do material, melhora a sua consistência para seu uso como margarina e aumenta sua resistência à oxidação (COENEN, 1976). No processo de hidrogenação a composição e propriedades do produto final dependem de vários fatores operacionais, incluindo tipo de catalisador e concentração, agitação, temperatura e pressão do H2. Entre esses fatores o mais importante é o tipo de catalisador. O processo de hidrogenação em batelada é uma série complexa de reações que ocorre em um reator tri-fásico para partículas insolúveis em suspensão (slurry) na presença de catalisadores. Um bom catalisador para a hidrogenação de óleos comestíveis precisa ter boa atividade, seletividade, resistência ao envenenamento e filtrabilidade. As características físicas dos catalisadores afetam significativamente estes parâmetros. O processo de hidrogenação também pode ser definido como sendo a conversão de um óleo líquido a um produto sólido ou semi-sólido, através de uma reação catalítica multi-fásica com o H2. Há duas razões principais para que a hidrogenação seja tão importante para a indústria. A primeira é o aumento na estabilidade do óleo. O óleo altamente insaturado é susceptível a autooxidação, decomposição térmica e outras reações que afetam o sabor. Conseqüentemente, é desejável a hidrogenação parcial do óleo para aumentar seu shelf life (tempo de 2 prateleira). A segunda razão para a hidrogenação de óleos vegetais é para aumentar a sua utilidade. Para muitos produtos, tais como: manteigas, margarinas e gorduras de confeiteiro, a desejada maleabilidade e características de derretimento correspondem a óleos que são parcialmente hidrogenados. A escolha do catalisador a ser utilizado na hidrogenação afeta as propriedades do produto final (BALAKOS; HERNANDEZ, 1997). Um grande número de testes tem sido desenvolvido com muitos metais para a hidrogenação de triglicerídeos, a conclusão final é que o níquel é considerado o mais apropriado e amplamente utilizado, visto que ele apresenta a melhor relação custo/benefício. De maneira geral, o catalisador é preparado a partir da deposição de uma solução de um sal de níquel sobre um suporte. O material do suporte pode ser sílica, alumina ou sílica-alumina. Após a deposição faz-se a lavagem, secagem, calcinação e redução a Nio, sob atmosfera de H2 a temperaturas apropriadas. Cerca de 60% do níquel deve ser reduzido a Nio, que é o responsável pela atividade catalítica. O pó negro resultante é pirofórico e por isso deve ser estabilizado para evitar o contato com o ar. A baixa solubilidade do H2 no óleo, os grandes tamanhos das moléculas de reagentes na fase líquida e a alta atividade dos catalisadores de níquel nestes processos, faz com que a velocidade de reação seja quase controlada pelos estágios de difusão na operação industrial. Além do mais, o tamanho mínimo das partículas de catalisador é limitado pela necessidade de filtração para eliminar o níquel dos produtos de reação; o conteúdo de níquel no catalisador é usualmente alto para assegurar a atividade suficiente após vários usos, apesar do envenenamento (YOUNG, 1988). 3 As características físicas do catalisador têm um importante papel no desenvolvimento da reação de hidrogenação, visto que elas influenciam na atividade, seletividade, resistência a venenos e filtrabilidade durante o processo de hidrogenação. Os poros do suporte devem ser suficientemente grandes de modo que o metal ativo, neste caso o níquel, esteja acessível às moléculas dos triglicérídeos e permita o suficiente movimento dentro dos poros para a ocorrência normal da reação. Considerando que as reações envolvidas ocorrem na superfície do catalisador, uma área superficial específica alta é fundamental para se alcançar um bom desempenho. O suporte é o meio pelo qual o metal é distribuído sobre uma grande superfície. Como um exemplo, 1 g de níquel como um cubo sólido tem uma área superficial específica menor do que 1 cm2. Porém, o mesmo grama de níquel em partículas de 50–100 nm pode ocupar aproximadamente 100 m2. Se essas partículas forem dispersas uniformemente em um material poroso, pode-se obter uma área de 200-600 m2 coberta com níquel. A Figura 1.1 é um exemplo relativo dos componentes da reação. Partícula do catalisador 103 – 104 nm Triglicerídeo 1,5 – 2 nm Poro 2 – 10 nm Ni 2 – 15 nm H2 0,24 nm Figura 1.1: Tamanho relativo dos componentes de reação (BALAKOS ; HERNANDEZ, 1997). 4 Em vista do exposto, este trabalho foi direcionado a empregar materiais que apresentassem estruturas de poros altamente ordenadas, para atuarem como suportes catalíticos. Foram empregadas as sílicas mesoporosas ordenadas, FDU-1 e SBA-15, objetos de estudo do nosso grupo de pesquisa desde de 2001 ( MATOS et. al., 2001; MERCURI; MATOS; JARONIEC, 2002). 1.2. Objetivos 1.2.1. Geral • Sintetizar e caracterizar catalisadores de níquel suportados em sílica mesoporosa altamente ordenada (SMAO) para ser utilizado na hidrogenação de óleos vegetais. 1.2.2. Específicos • Sintetizar amostras de sílicas mesoporosas ordenadas (SBA-15 e FDU-1) empregando surfatantes neutros (copolímeros triblocos) como direcionadores de estrutura; • Caracterizar as amostras por diferentes métodos para se certificar quanto às propriedades dos suportes a serem selecionados; • Impregnar e/ou depositar as espécies de níquel sobre os suportes e realizar o processo de redução; • Caracterizar os catalisadores empregando técnicas convencionais. 5 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS 2.1. Hidrogenação A hidrogenação de óleos e gorduras rapidamente tornou-se de grande importância econômica quando se verificou a existência de uma maneira prática de modificar as características de um óleo. Em uma época em que a demanda por gordura para preparar margarina estava começando exceder a oferta, Wilhelm Normann havia patenteado, primeiro na Alemanha (1902), depois na Inglaterra (1903 – Grã-Bretanha), um meio prático de combinar hidrogênio com óleos e gorduras no estado líquido, na presença de um metal apropriado finamente dividido (catalisador), para produzir uma gordura com o ponto de fusão desejado. Sabatier e Senderens haviam anteriormente publicado sua descoberta onde vários metais; tais como: ferro, cobalto e níquel, promoveriam a rápida combinação de substâncias orgânicas na fase gasosa com hidrogênio; a platina também foi reconhecida como um catalisador similar. Já a proposta de Normann era um meio de hidrogenar óleos líquidos rapidamente em uma escala industrial, empregando níquel como catalisador, preferencialmente suportado em um material poroso inerte. A construção de plantas de hidrogenação sucedeu-se rapidamente. A primeira planta foi a de Crosfield em Warrington na Inglaterra - projeto de Normann (1906); outras plantas de hidrogenação foram construídas, segundo propostas de outros projetistas, em um intervalo de poucos anos, na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e Holanda. Não era questão de simplesmente fornecer matéria-prima para a indústria de margarina; a hidrogenação de óleo de algodão nos Estados Unidos produzia uma gordura mais estável, ao passo que a hidrogenação de óleos vegetal e de baleia produzia uma variedade de gorduras úteis ao mercado de sabões. Já em 1913, uma companhia norueguesa, em cooperação com cientistas alemães, demonstrou a aceitabilidade do óleo de baleia hidrogenado como gordura comestível. 6 Até os dias atuais, a produção de óleos e gorduras mantem-se um pouco a frente do crescimento da população mundial. Obviamente, existem muitas preferências regionais baseadas na viabilidade local, como óleo de côco no sul da Índia e Filipinas, gordura de búfalo ao norte da Índia, gordura de animais na Austrália, óleo de girassol na Ucrânia e soja nos Estados Unidos. Enquanto metade ou três quartos da demanda por gorduras em vários países pode ser atendida por recursos locais, boas ou más variações climáticas podem provocar flutuações nos preços. Não só a hidrogenação aumenta totalmente a disponibilidade de gorduras comestíveis ao converter a cada ano cerca de um milhão de toneladas de gordura de peixe em gordura comestível estável, mas também ajuda a estabilizar a situação de abastecimento ao tornar possível a conversão de óleos abundantes e baratos em formas aceitáveis ao gosto do consumidor. No período de 1920 a 1940, aprendeu-se a controlar o processo de hidrogenação para se obter gorduras com pontos de fusão e textura de acordo com as diferentes necessidades. Esta operacionalidade é melhor entendida e explorada atualmente. Por muitos anos, foi dada grande ênfase na modificação da textura, convertendo o óleo líquido em uma pasta ou gordura sólida. Atualmente, tem-se trabalhado nos graus de hidrogenação, para aumentar a estabilidade do sabor, ao remover ou diminuir significativamente componentes menos estáveis à oxidação atmosférica; em casos particulares, potenciais agentes degradadores de sabor podem ser permanentemente removidos pela hidrogenação, sem modificar a textura praticamente. Desde o início, foi considerada uma grande vantagem à eliminação da cor natural e cheiro de uma gordura por hidrogenação. Agora a hidrogenação tem sido usada conjuntamente com outras técnicas de modificação, como fracionamento ou interesterificação para cofecção de produtos não passíveis de obtenção através de uma única técnica. Desta forma, o objetivo de unicamente fornecer substitutos para as gorduras existentes foi superado e uma grande quantidade de líquidos e sólidos modificados para usos específicos é disponibilizada. 7 Estas técnicas podem ser combinadas de várias maneiras. Logo, um óleo, como o de soja, pode ser levemente hidrogenado para aumentar a sua estabilidade e removida a pequena proporção de componentes com maiores pontos de fusão através de fracionamento, obtendo-se um óleo de salada estabilizado. Já o óleo de palmeira e o óleo do caroço da palmeira podem ser fracionados e a porção líquida produzida hidrogenada para produzir uma gordura com características de derretimento mais rápidas do que seria possível se obter diretamente a partir dos óleos originais (PATTERSON, 1994). O objetivo da hidrogenação é a saturação das ligações duplas dos ácidos graxos insaturados. Este processo é aplicado para aumentar o ponto de fusão das gorduras e reduzir o teor de ácidos poli-insaturados, como os ácidos linolênicos, aumentando assim a estabilidade do óleo. É uma reação de grande importância industrial, porque possibilita a conversão de óleos em gorduras plásticas, destinadas à produção de margarinas e de outras gorduras compostas. Além de se tratar de uma reação utilizada para melhorar a firmeza de gorduras, também reduz a suceptibilidade destas à rancidez. Na hidrogenação, o hidrogênio gasoso e a gordura líquida (óleo) são misturados com um catalisador sólido finamente dividido. A velocidade da reação depende: das características do material a ser hidrogenado; da natureza e concentração do catalisador; da temperatura; da pressão; do grau de agitação usado no processo. Platina e paládio são os catalisadores de hidrogenação mais eficientes que existem. Entretanto, seus preços elevados os tornam inviáveis industrialmente. Então, é usado níquel em pó em veículo de gordura hidrogenada. O catalisador metálico adsorve os reagentes sobre a sua superfície, rompendo parcialmente a ligação C=C e a ligação H–H, enquanto são estabelecidas ligações secundárias com o catalisador. Neste ponto, forma-se um complexo organometálico intermediário que não pode ser isolado. Em seguida, realiza-se a 8 adição e o produto é dessorvido, deixando a superfície do catalisador livre para adsorver novas moléculas de reagentes. A hidrogenação seletiva ocorre quando a adição de hidrogênio aos ácidos graxos mais insaturados (com mais duplas ligações) prevalece sobre a hidrogenação dos menos insaturados (com menos duplas ligações). Por exemplo. A hidrogenação seletiva de um óleo ou gordura contendo ácido linoléico e oléico, favorece mais a conversão do ácido linoleico (C18:2) em oléico (C18:1) do que o oléico (C18:1) e seus isômeros em esteárico (C18:0). A seletividade aumenta com o aumento da temperatura de reação e diminui com o aumento da pressão e da intensidade de agitação. Quando a hidrogenação elimina parte das duplas ligações, uma parcela das ligações duplas remanescentes pode ser isomerizada, tanto pela troca de configuração de “cis” para “trans”, como pela mudança de posição da dupla ligação ao longo da cadeia hidrocarbonada. Dois aspectos importantes ocorrem como resultado dessas alterações químicas: a) o ponto de fusão muda para a temperatura mais alta; b) a estabilidade no processo de oxidação (rancidez) é melhorada (MORETTO; FETT, 1989). Na hidrogenação pode ocorrer uma isomerização, ou seja, uma reorganização da estrutura molecular dos ácidos graxos iniciais, nos quais se modifica a configuração cis (instável) para trans. Essa mudança tem conseqüência nutricional, posto que entre outras coisas, produz-se perda dos ácidos graxos essenciais e; portanto, há a necessidade de repô-los para que o valor nutritivo seja o adequado. Deve-se levar em conta que os ácidos graxos insaturados são utilizados pelo organismo humano como material biológico indispensável para a formação das membranas celulares; ao estarem em configuração diferente daquela em que se encontra na natureza, não são de utilidade biológica e, inclusive, podem ser consideradas moléculas estranhas, capazes de interferir no organismo em determinados processos metabólicos. Além do mais, os isômeros trans são metabolizados de forma mais lenta e fixam-se preferencialmente no tecido adiposo, 9 provocando aumento de 50% dos níveis de colesterol sérico (aumento do colesterol LDL) em comparação ao aumento sofrido com uma dieta com gordura saturada; por conseqüência, são responsáveis por sobrecargas lipídicas no miocárdio e nas paredes dos vasos, nas doenças cardiovasculares. Na atualidade, tende-se a limitar o conteúdo desse isômeros em alguns produtos, como alimentos infantis, óleos de consumo e chocolates (ORDÓÑEz et al., 2005). A indústria de óleos e gorduras foi uma das primeiras a utilizar a hidrogenação catalítica com o objetivo de transformar produtos líquidos em pastas ou sólidos. A transformação se efetua em reatores, onde se misturam o óleo com o catalisador e se faz borbulhar hidrogênio a uma temperatura de 120 a 150ºC. Como catalisador usa-se quase que exclusivamente o níquel. O paládio e a platina também são excelentes para este objetivo, mas seus preços elevados os tornam inviáveis. O níquel é utilizado em duas formas: a) suportado em um material inerte, como o kieselguhr, para aumentar sua superfície e facilitar a filtração, e o conjunto (catalisador e suporte) fica suspenso em uma gordura comestível endurecida para protegê-lo. A proporção é de aproximadamente: 25% de níquel, 15% de kieselguhr e 60% de gordura protetora (alguns, catalisadores contém 1% de zircônio como promotor) e b) como formiato de níquel suspenso em gordura endurecida. Neste caso, para se efetuar a hidrogenação, primeiro adiciona-se o formiato ao óleo a ser hidrogenado e se aquece a cerca de 200ºC para decompor o formiato em CO2 e H2. Assim, o níquel metálico é obtido e inicia-se a hidrogenação. O catalisador é usado na proporção de 0,1 a 1% de níquel por massa de óleo a ser hidrogenada. Variando-se as condições de temperatura do óleo e a pressão de hidrogênio, é possível se controlar a intensidade da hidrogenação. Em cerca de 180ºC e 0,15 MPa de pressão, obtém-se uma redução seletiva , atingindo algumas das duplas ligações das moléculas; por outro lado, a 130ºC e pressão de 0,35MPa, a reação não é seletiva e pode atingir todas as duplas ligações (DROGUETT, 1983). 10 2.2. Catalisadores A catálise pode ser definida como o conjunto de processos e conhecimentos aplicados para aumentar a velocidade das reações químicas ou modificar o caminho delas. Os catalisadores são substâncias eficazes ou misturas de substâncias capazes de promover a melhoria no andamento das transformações químicas. A catálise é homogênea quando os reagentes e os catalisadores fazem parte de uma única fase, gasosa ou líquida; e é heterogênea quando o catalisador e os reagentes (produtos) estão em fases diferentes (MANUAL DE CATÁLISE,1984). 2SO2(g) + N2(g) + O2(g) NO2(g) 3H2(g) Fe(s) 2SO3(g) (catálise homogênea) 2NH3(g) (catálise heterogênea) 2.2.1. O catalisador heterogêneo Segundo a publicação de DROGUETT (1983), nos processos catalíticos heterogêneos, o catalisador é o coração do sistema reacionante. Pode ser definido como uma substância que aumenta a velocidade de uma reação sem se alterar quimicamente. Em geral, participa ativamente da transformação química e, inclusive, em algumas oxidações, desempenha um papel intermediário entre reagentes e produtos. Mássico – HTS –Topsoe Suportado – Metanação – Topsoe Figura 2.1: Catalisadores mássicos e suportados (TOPSOE, 2004). 11 2.2.2. Tipos e classificação Industrialmente, os sólidos catalíticos de interesse são metais (Pt, Ni, Ag, etc.), óxidos (V2O5, NiO, Al2O3) e ácidos (H3PO4, entre outros) em sua forma pura, mista ou suportada. Os catalisadores podem ser classificados de várias maneiras. Uma das formas mais conhecidas de classificação baseia-se na condutividade elétrica, conforme Tabela 2.1: Tabela 2.1: Catalisadores sólidos (DROGUETT, 1983). Tipo Condutividade Exemplos Emprego como catalisador Metais Condutores Pt, Ni, Fe, Cu, Ag Hidrogenações Desidrogenações Óxidos e Sulfetos Metálicos Semicondutores NiO, ZnO, V2O5, CuO, Cr2O3 Oxidações Reduções Dessulfurações Óxidos Metálicos Não condutores ou isolantes Al2O3, SiO3 Desidratação Isomerização Ácidos Não condutores SiO2-Al2O3 H3PO4 Craqueamento Isomerização Alquilação Polimerização 2.2.3. Características do catalisador As principais características de um catalisador são: atividade, seletividade e estabilidade. A atividade pode ser definida como a propriedade que aumenta a velocidade da reação nas mesmas condições de temperatura, pressão, concentração, etc. Em termos práticos, é a capacidade de gerar uma quantidade comercialmente importante de produtos por unidade de catalisador sólido em um tempo razoável. A conversão dos reagentes em produtos é limitada pelas características termodinâmicas dos reagentes, definidas pela constante de equilíbrio da reação. O 12 catalisador acelera a reação, sem modificar as concentrações correspondentes ao equilíbrio. Sem catalisador ⇒ velocidade reação baixa Com catalisador ⇒ velocidade reação alta A seletividade é a propriedade do catalisador em favorecer o maior rendimento de determinada espécie entre um conjunto de produtos possíveis de uma reação. Alguns reagentes, especialmente os de natureza orgânica, dão origem a reações paralelas ou sucessivas que permitem obter uma mistura de produtos cuja separação nem sempre é fácil ou econômica. Um catalisador de alta seletividade promove um bom rendimento do produto de interesse e reduz a formação de espécies secundárias. A estabilidade é a propriedade do catalisador em manter suas qualidades, em especial atividade e seletividade, durante um tempo de uso suficiente para aplicá-lo industrialmente. Em geral, com o tempo, o catalisador perde eficácia devido a mudanças físicas ou químicas ocorridas durante a reação. A estabilidade também pode ser expressa como o tempo de vida útil do catalisador. Um bom catalisador deve se manter sem alterações por um tempo significativo de funcionamento (meses ou anos, dependendo do tipo de reação). A perda de estabilidade se atribui às seguintes causas: a) envelhecimento; b) incrustração; c) envenenamento. a) O envelhecimento é originado pela diminuição da porosidade e superfície específica devido à recristalização ou fusão mútuas (“sinterização”). Isto ocorre devido às altas temperaturas de funcionamento. b) A incrustração deve-se ao depósito de substâncias externas à reação que bloqueiam os centros ativos. O caso mais freqüente e conhecido é a contaminação por depósitos carbonáceos em reações de craqueamento e reforma (pirólise). O catalisador pode ser recuperado através de uma limpeza, que seria uma oxidação no caso do carbono. 13 c) O envenenamento consiste na intensa adsorção de substâncias estranhas à reação que estão presentes como impurezas dos reagentes e que bloqueiam os sítios do catalisador. Casos típicos de envenenamento são as adsorções de compostos de enxofre (H2S), de nitrogênio (aminas) e outros, como monóxido de carbono, água, etc. Geralmente, o envenenamento desativa o catalisador que deve ser trocado e/ou regenerado. 2.2.4. Composição do catalisador Ainda que alguns catalisadores sejam usados em estado puro (somente agente ativo), a maioria dos catalisadores são formados por vários componentes, entre os quais os mais importantes são: a) agente ativo; b) suporte; c) promotores. a) Agente Ativo: é a substância catalítica propriamente dita, a que produz a aceleração da reação química. Os exemplos citados na Tabela 2.1 são casos típicos. b) Suporte: é uma substância, geralmente, muito pouco ativa na reação, de grande área específica e porosidade, cuja função principal é estender (aumentar) a área do agente ativo. Os metais e a maioria dos óxidos possuem pouca superfície por unidade de massa e como a atividade depende diretamente da magnitude da superfície ativa é necessário aumentar esta propriedade. Isto pode ser conseguido, por exemplo, reduzindo-se o material a um tamanho de um grão muito pequeno, da ordem de alguns micrômetros, mas este procedimento, além de ser caro, dificulta a manipulação do catalisador no reator. As perdas de carga em pressão e o arraste do material no fluido são consideráveis. A solução mais apropriada tem sido cobrir uma substância de grande área específica chamada suporte com uma camada delgada do agente ativo. Ou seja, um 14 grama de um metal, cuja área superficial é de alguns poucos centímetros quadrados no estado puro, ao espalhar-se sobre um material altamente poroso com uma espessura de 10 nm, alcança uma superfície de aproximadamente 100 m2. O agente ativo não forma uma lâmina contínua sobre o suporte, de modo que se distribui em pequenos grânulos ou cristalitos, expondo uma superfície ainda maior. Muitas substâncias são utilizadas como suporte. Na Tabela 2.2, são indicadas algumas das substâncias mais utilizadas comercialmente, junto com o intervalo aproximado de suas áreas superficiais. Tabela 2.2: Suportes de uso mais freqüente e suas respectivas áreas específicas (DROGUETT, 1983). Suporte Área Específica (m2/g) Carvão ativo 500 –1500 Sílica Gel 200- 800 Aluminas Ativadas 100 –500 Sílica – Alumina 200 –500 Argilas Naturais 100 –200 Kieselguhr ≅1 α-Alumina ∠1 Além de aumentar a superfície ativa do catalisador, o suporte pode apresentar outras vantagens, entre as quais cabe destacar as seguintes: ⇒ melhoria da estabilidade do catalisador, evitando a união dos grânulos ativos (sinterização) por efeito da alta temperatura; ⇒ facilitação da transferência de calor em reações fortemente exotérmicas (oxidações), evitando assim a acumulação de calor e elevação da temperatura no interior das pastilhas porosas que colocam a estabilidade do catalisador em perigo; 15 ⇒ melhoria das características mecânicas. Os leitos catalíticos industriais são grandes e as pastilhas devem suportar grande peso e atrito entre elas. Um suporte apropriado aumenta a resistência mecânica, evitando a desagregação das partículas e assegurando assim uma maior vida útil. Com relação à reação catalítica do suporte, na maioria dos catalisadores, é mínima ou inexistente. Sua participação se reduz a servir de base ou esqueleto da fase ativa. Todavia, alguns suportes como a α-alumina ou a sílica-alumina, usados em catalisadores de reforma, desempenham um papel importante. Ambas manifestam suas propriedades catalíticas ácidas que se somam à ação do metal e dão lugar a um catalisador bifuncional. c) Promotores: são substâncias químicas que se agregam ao catalisador com o objetivo de melhorar as suas qualidades. Estas substâncias são muito pouco ativas cataliticamente ou não o são, mas, adicionadas a um agente ativo, aumentam, de modo significativo, sua eficiência. Em geral, são adicionados em uma proporção muito inferior ao do material ativo. Nem sempre é possível explicar exatamente a ação do promotor, se bem que, em alguns casos, se há observado intervenção física que consiste em estabilizar as características estruturais do sólido (catalisador); em outros casos; tratam-se de promotores químicos ou eletrônicos, que favorecem a transferência de elétrons entre reagentes e catalisador. Como exemplo de ação física, pode ser mencionado o catalisador de ferro utilizado na síntese da amônia. É constituído por uma alta porcentagem de ferro em forma de pequenos grãos sinterizados. Se à estrutura for agregada uma pequena quantidade de óxidos metálicos refratários (1 – 2%), como Al2O3, MgO, CaO, melhora-se, consideravelmente, a atividade e estabilidade catalítica. A influência de tais óxidos, por seu efeito separador ou isolante dos grãos de ferro, impede um 16 maior grau de sinterização, devido ao aumento da temperatura. O óxido mantém os cristais separados e aumenta a superfície específica do catalisador. A ação química do promotor, também, pode ser ilustrada com esse mesmo catalisador. Se ao ferro for agregada mais uma pequena quantidade de algum metal alcalino (1%), como sódio ou potássio, a atividade catalítica aumenta ainda mais. Isto se deve à modificação dos níveis eletrônicos de energia dos átomos de ferro, que facilita a troca de elétrons entre os reagentes e o catalisador. 2.2.5. Preparação do catalisador Numerosos métodos para se preparar catalisadores são conhecidos, mas a maioria deles se encontra descritos em forma de patentes e a informação a respeito é insuficiente. Os processos catalíticos são muito competitivos e os fabricantes preservam os antecedentes técnicos sobre a obtenção do catalisador. Apesar disso, algumas informações gerais podem ser obtidas da literatura. Considerando-se, primeiramente, os catalisadores “puros” ou “mássicos” ou “não suportados”, que são substâncias químicas muito bem definidas como os metais (platina, níquel) ou óxidos (CuO, Al2O3), estes, em geral, são obtidos utilizando-se algum método usual da química ou metalurgia baseado na cristalização, precipitação ou redução. Há também alguns métodos mais complexos entre os quais podem ser mencionados, como exemplos, os utilizados para a obtenção do níquel-Raney e alumina. O níquel-Raney, muito usado na hidrogenação, é obtido a partir de pequenos grãos de uma liga de, aproximadamente, 50% de níquel e 50% de alumínio tratada com uma solução concentrada de hidróxido de sódio (NaOH) 20%. O NaOH dissolve o alumínio em forma de aluminato de sódio e deixa um níquel puro muito poroso, pois os lugares anteriormente ocupados pelos átomos de alumínio agora se encontram desocupados. O grau de porosidade pode ser modificado alterando-se a 17 concentração do alumínio na liga. Este método pode ser utilizado com outros metais, como cobre (liga cobre-alumínio) e cobalto (cobalto-alumínio). A alumina é obtida pela precipitação de um sal de alumínio em solução, isto é, alcalinizando-se sulfato ou nitrato de alumínio ou acidulando-se um aluminato. A estrutura e composição da alumina resultante dependem da temperatura, pressão, pH de precipitação, tempo e temperatura de envelhecimento do precipitado (tempo entre o início da precipitação e a filtração), como também da temperatura de calcinação da alumina precipitada. O primeiro produto da precipitação é um gel, o qual, por envelhecimento (maturação), origina formas cristalinas diferentes. Posteriormente, o precipitado é filtrado, lavado e seco. Finalmente, o sólido é calcinado, tratando-o, durante certo tempo, a uma determinada temperatura. As fórmulas precedidas por letras gregas correspondem a aluminas cristalinas. As γAl2O3 e η-Al2O3 são os produtos de maior interesse em catálise por suas propriedades ácidas e altamente específicas. A α- Al2O3 desidratada é de interesse para a catálise como suporte. A preparação dos catalisadores suportados se dá, comumente, por algum dos três métodos seguintes: a) Impregnação; b) Coprecipitação; c) Deposição ou Precipitação. a) Impregnação: consiste em impregnar o suporte com uma solução de algum composto da espécie catalítica. Primeiramente, prepara-se uma solução do composto de uma concentração apropriada para obter grãos ou cristalitos de tamanho desejado na superfície. A proporção adequada de promotor também é dissolvida na solução. Tanto o composto que gera a espécie ativa como o promotor devem se decompor facilmente a temperaturas não muito elevadas. Em seguida, coloca-se o suporte formando uma suspensão (slurry), sob agitação, para evaporar suavemente (60º - 80ºC) até se obter a deposição dos solutos sobre o suporte. O líquido restante pode ser separado por filtração e o sólido 18 é seco e calcinado. Às vezes, evapora-se até quase a secagem, obtendo-se a precipitação de todo o soluto sobre o suporte. Por exemplo, é efetuada a obtenção de um catalisador de óxido de cobre suportado em γ-Al2O3, preparando-se uma solução de nitrato de cobre de concentração apropriada. Adiciona-se a alumina à solução e evapora-se, lentamente, até se obter na superfície do suporte a quantidade de interesse. Filtra-se e o sólido é seco a uns 120ºC. Posteriormente, o sólido é deixado em um forno a 500ºC durante umas 5 horas para obter a decomposição do nitrato a óxido. Caso o objetivo seja a obtenção de cobre metálico suportado em γ-Al2O3, submete-se o óxido anteriormente obtido a uma redução com hidrogênio a 500ºC. b) Coprecipitação: consiste em precipitar o agente ativo ou seu precursor, o promotor e o suporte simultaneamente. Para tanto, prepara-se uma solução das espécies envolvidas e por modificação de alguma propriedade, como pH, provoca-se a precipitação conjunta dos diferentes componentes na proporção de interesse. Por exemplo, pode-se obter um catalisador de cobalto suportado em sílica-gel sem promotor, preparando-se uma solução de nitrato de cobalto e metassilicato de sódio e submetendo-a a uma alcalinização com hidróxido de potássio. Assim, obtém-se a precipitação simultânea do hidróxido de cobalto e da sílica gel. O precipitado é lavado, seco e calcinado a uns 300ºC. c) Deposição ou Precipitação: consiste em depositar ou precipitar o agente ativo sobre o suporte a partir de uma solução. Primeiramente, prepara-se uma solução do componente ativo e do promotor (se o houver) e a ela adiciona-se o suporte sólido para formar uma suspensão. Em seguida, adiciona-se uma terceira substância para provocar a precipitação do agente ativo sobre o suporte. Um exemplo é a obtenção do paládio sobre o carvão ativo. Prepara-se uma solução de nitrato de paládio, adiciona-se o carvão ativo e faz-se borbulhar hidrogênio, o qual reduz o paládio e permite a precipitação deste metal sobre a superfície do carvão. 19 2.2.6. Alguns catalisadores de interesse Na Tabela 2.3, indicam-se alguns processos industriais importantes e um catalisador típico usado nos mesmos. Os números entre parêntesis indicam a composição aproximada. O catalisador da síntese de amônia se encontra como óxido, pois, nesta forma, é colocado no reator; porém, antes de entrar em funcionamento é reduzido com o mesmo hidrogênio da síntese e se transforma em ferro metálico (forma ativa). Os promotores não são reduzidos. Tabela 2.3: Processos e catalisadores de grande aplicação industrial (DROGUETT 1983). Processo Fase Ativa * Promotor* Suporte* Superfície específica (m2/g) Síntese de Amônia Fe3O4 (95) Al2O3,CaO,K2O(5) ..... 10 –15 Oxidação de SO2 V2O5 (10) K2O (14) Kieselguhr (76) ..... Hidrogenação de Hidrocarbonetos Ni (60) ..... Kieselguhr (40) 150 Oxidação de Hidrocarbonetos V2O5 (6) MoO3 (3) α- Al2O3 Craqueamento de Hidrocarbonetos SiO2(70).Al2O3(30) ..... ..... 200 Zeólita (100) ..... ..... 80 Desidratação de Álcoois γ-Al2O3 (98) Na2O (0,8) ..... 210 1 Fe2O3 (0,12) Reforma de Naftas Pt (0,75) F (0,3), Cl (0,8) γ-Al2O3 (98) 150 Dessulfuração NiO (5) γ-Al2O3 (80) 100 MoO3 (15) *Os números entre parêntesis indicam as porcentagens aproximadas no catalisador. 20 2.3. Materiais mesoporosos Segundo a IUPAC, de acordo com o diâmetro dos poros, os materiais sólidos classificam-se em: microporosos (0 < Øp < 2 nm); mesoporosos (2 < Øp < 50 nm) e macroporosos (Øp > 50 nm). Depois dos avanços alcançados nas sínteses direcionadas com moldes das várias sílicas, que conduziram a zeólitas altamente seletivas no formato, como a ZSM-5 nos anos 70, as estratégias de síntese de materiais, usando um agente direcionador de estruturas, despertaram grande interesse. No início da década de 90, os pesquisadores da Mobil Oil Corporation descobriram uma nova família de peneiras moleculares denominadas M41S (KRESGE et al., 1992; BECK et al.; 1992). Estes materiais (alumino) silicatos mesoporosos, com tamanhos de poros na faixa de 2 a 10 nm, ultrapassaram a barreira de tamanho de poros das zeólitas microporosas. As áreas superficiais extremamente altas (> 1000 m2.g-1) e o refinamento do tamanho de poros tornaram esses materiais alvo de grande interesse. A descoberta dos materiais da família M41S trouxe uma nova abordagem para os procedimentos de síntese de materiais; ao invés do uso de moléculas simples como template (conforme síntese das zeólitas), empregou-se a auto-interação de agregados moleculares ou interações supramoleculares como agentes direcionadores de estrutura. A preparação dos materiais mesoporosos requer, pelo menos, três reagentes em quantidades apropriadas: uma fonte de sílica, um surfatante e um solvente (usualmente água). Outros reagentes, tais como: ácidos, bases, sais, agentes dilatadores e cosolventes, também podem ser utilizados. Dependendo das condições de síntese, quando se utiliza surfatantes catiônicos do tipo aquilamônio, os materiais obtidos consistem de uma fase hexagonal denominada MCM-41, uma fase cúbica conhecida 21 como MCM-48 e uma fase lamelar, instável ao tratamento térmico, chamada MCM-50. Os projetos de sínteses de materiais orgânicos, inorgânicos e poliméricos com estruturas de poros controladas são importantes temas acadêmicos e industriais (GONZALES; LOPEZ; GOMEZ,1997). As zeólitas, peneiras moleculares, argilas, carbonos porosos e polímeros são exemplos comuns de tais materiais. Um material poroso ideal deve apresentar as seguintes propriedades (SAYARI; LIU, 1997): a) estreita distribuição de tamanhos de poros, “exigência crítica para que o mesmo seja aplicado em catálise de forma seletiva ou em separações de gases e misturas de líquidos baseados no tamanho molecular”; b) tamanho de poros ajustáveis de modo a serem combinados com as exigências de aplicação; c) propriedades comuns de uma substância química como: pureza, altas estabilidades térmica, hidrotérmica e mecânica; tamanho de partícula apropriado; área superficial e volume de poros altos, etc. Zeólitas e semelhantes, freqüentemente, preenchem os requisitos acima e, por conseqüência, encontram aplicações importantes em adsorção e separação de gases (DYER, 1988), troca iônica (TOWNSEND, 1991) e catálise (HOLDERICH; VAN BEKKUM, 1991; SIE , 1994). As zeólitas são utilizadas para várias aplicações importantes em que um sistema microporoso bem definido seja exigido. No entanto, houve uma crescente demanda por materiais mesoporosos ordenados devido às suas potenciais aplicações como: a) catalisadores em processos de hidrocraqueamento de óleos pesados e conversão catalítica de moléculas grandes; b) peneiras moleculares; c) suporte de moléculas volumosas para aplicação em materiais avançados. Durante os anos seguintes à descoberta da família M41S, muitos estudos foram dedicados à síntese, caracterização, mecanismo de formação e aplicações 22 potenciais dessas sílicas mesoporosas. Após esta descoberta, STUCKY e colaboradores demonstraram que o método podia ser estendido para a síntese de materiais mesoestruturados, diferentes da sílica. Em 1998, desenvolveram trabalhos empregando uma nova abordagem de síntese através do uso de novos agentes direcionadores de estruturas (moldes), ou seja, surfatantes como poli(óxido de etileno), alquilenos não iônicos e copolímeros bloco de poli(óxidos de alquilenos). Esses surfatantes são normalmente utilizados como emulsificantes, antiespumantes, aditivos para tintas, espessantes, solventes, agentes de limpeza, lubrificantes, demolhantes, produtos para indústrias farmacêuticas, carbo e petroquímicas e para aplicações domésticas. Apresentam excelentes propriedades de estabilidade interfacial, são de baixo custo, atóxicos, biodegradáveis e podem ser reciclados. Na síntese de materiais compósitos, copolímeros bloco não iônicos são uma interessante classe de agentes direcionadores de estruturas com características de auto-organização, levando a estruturas satisfatórias. Essa classe de moldes possui a vantagem de que suas propriedades de auto-organização são facilmente ajustáveis, através da composição do solvente, massa molecular ou arquitetura do copolímero. Também permitem o preparo de soluções que apresentam características estruturais amplas, além daquelas possíveis com surfatantes de baixo peso molecular. A nova família de sílica mesoporosa altamente ordenada, sintetizada através do uso de surfatantes oligoméricos de poli(óxidos de etileno) (PEO), alquilenos não iônicos e copolímeros bloco em meio ácido, foi identificada como estrutura cúbica (SBA-11), hexagonal 3D (SBA-12), hexagonal (SBA-15) e cúbica em forma de gaiola (SBA-16) (ZHAO et al., 1998), com tamanhos de poros na faixa de 5 a 30 nm. Essas mesoestruturas com alta ordenação apresentam paredes mais espessas e são hidrotérmica e termicamente estáveis. Surfatantes desse tipo, 23 copolímeros tribloco, também possibilitam a síntese de estruturas de óxidos metálicos com poros largos, tais como: TiO2, ZrO2, Nb2O5, Ta2O5, Al2O3, SiO2, SnO2, WO3, HfO2 e óxidos mistos SiAlO3, Al2TiOy, ZrTiOy, SiTiOy, ZrW2Oy (YANG et al., 1999). Em 2000, YU e colaboradores, utilizando um copolímero tribloco com seguimento PBO mais hidrofóbico, contido no copolímero tribloco PEO-PBO-PEO, como agente direcionador de estrutura, produziram, em condições ácidas, uma estrutura cúbica altamente ordenada em forma de gaiola, hidrotermicamente estável com tamanho de poro de 12 nm denominada FDU-1. Amostras de SBA-15 com boas qualidades foram obtidas em nosso grupo de pesquisa, utilizando como direcionador de estrutura o copolímero tribloco poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno)-poli(óxido de etileno) (E20PO70EO20). A Figura 2.2 ilustra o difratograma de raios X a baixo ângulo obtido no IF-USP, confirmando que se trata de uma nanoestrutura com poros ordenados hexagonalmente. A Figura 2.3, mostra as imagens de TEM obtidas no LNLS, onde pode ser visto a ordenação dos canais paralelos, característica desse tipo de material. Anteriormente (MATOS e colaboradores, 2001), esses materiais foram submetidos a tratamentos térmicos a diferentes temperaturas (entre 813 a 1273 K). Observou-se que, por aquecimento controlado, foi possível ajustar o tamanho dos poros desse material na faixa de ~10 a ~6 nm, com eliminação de microporos e mantendo-se a estrutura hexagonal ainda altamente ordenada. As Figuras 2.4: a) e b) mostram, respectivamente, as isotermas de adsorção e distribuição de tamanhos de poros das amostras isoladas nas respectivas temperaturas e pode-se observar a partir da intensidade do loop de histerese (associado à condensação capilar) e estreita distribuição de tamanho de poros em cada caso. 24 (100) SBA15-Hexagonal hkl d (nm) 100 11,1 110 6,4 200 5,5 210 4,1 300 - 4X (110) 10X (200) (210) (300) 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Figura 2.3: Imagens de TEM da amostra de SBA-15 o 2θ Distribuição de tamanho de poro -1 (cm³g-¹nm ) Quantidade adsorvida (cm³STPg-¹) Figura 2.2: DRX de amostra de SBA-15. a) b) Tamanho de Poro (nm) Pressão Relativa Figura 2.4: a) Isotermas de adsorção-dessorção de N2 e b) Distribuição de tamanhos de poros das amostras de SBA-15, submetidas a diferentes temperaturas de calcinação. Também foram sintetizadas e caracterizadas mesoestruturas de sílica com ordenação de poros na forma cúbica (FDU-1) empregando como direcionador de estruturas o copolímero triblocopoli(óxido de etileno)-poli(óxido de butileno)poli(óxido de etileno) (EO39BO47EO39). As Figuras 2.5: a) e b) ilustram, respectivamente, a imagem de TEM e a isoterma de adsorção de N2 de uma amostra produzida em nosso grupo de pesquisa. Cides da Silva, em seu mestrado 25 defendido em 2003, aperfeiçoou metodologias que proporcionaram a obtenção de materiais diminuindo o tempo do tratamento hidrotérmico. Para isso empregou fornos microondas, no lugar dos fornos convencionais. Amostras com qualidades excelentes foram obtidas e alguns trabalhos já foram realizados, como por exemplo (Cides da Silva, 2007): i) aplicação do planejamento fatorial para definir um novo copolímero tribloco como direcionador de estrutura, o Vorasurf® 504; ii) encapsulação de complexos luminescentes de európio [Eu(dbm)3.TPPO e Eu(pic)3.2Leu.5H2O] nas sílicas pura e/ou modificadas com 3-aminopropiltrietoxissilano (APTES); iii) incorporação nas sílicas FDU-1 de ácido húmico com diferentes concentrações (1.0; 1.5 e 2.0 mmols) empregando forno de microondas no tratamento hidrotérmico; iv) síntese uma amostra de FDU-1 utilizando-se 1,3,4 trimetilbenzeno (TMB) como agente dilatador de poros, que foi utilizada para imobilização da enzima glicose oxidase (GOX) na presença de glutaraldeíd;. v) incorporação da zeólita TS-1 nas paredes da sílica mesoporosa FDU-1 empregando tratamento hidrotérmico em forno de microondas. Quantidade adsorvida (cm³STPg-¹) FDU-1 400 300 200 100 b) a) 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Pressão Relativa (P/P0) Figura 2.5: a) Imagem de TEM e b) Isotermas de adsorção-dessorção de N2 de uma amostra de FDU-1, obtida após tratamento hidrotérmico de 6h a 100oC em estufa. 26 Com relação às aplicações catalíticas envolvendo as sílicas mesoporosas ordenadas, extensivos estudos de várias reações têm sido realizados (SAYARI, 1996). CORMA (1997) , TAGUCHI e SCHÜTH (2005) publicaram reviews sobre as propriedades catalíticas e aplicações de materiais do tipo MCM-41 e embora houvesse citações a respeito de hidrogenações de aromáticos e compostos carbonílicos insaturados, não havia relatos quanto à utilização desses materiais como suportes para catalisadores a serem empregados na hidrogenação de óleos vegetais. 2.4. Análise Térmica Por ter sido empregada com ênfase na etapa de síntese, nesse item, serão apresentadas algumas considerações sobre a análise térmica e, em particular, sobre a termogravimetria. A análise térmica abrange um grupo de técnicas nas quais uma propriedade física de uma substância e/ou seus produtos de reação é medida como função da temperatura ou tempo, enquanto a substância é submetida a um programa controlado de temperatura (ICTA – IUPAC, 1988). Uma técnica térmica para ser considerada termoanalítica deve satisfazer a três critérios: 1) Uma propriedade física deve ser medida. 2) A medida deve ser expressa (direta ou indiretamente) como função da temperatura. 3) A medida deve ser feita sob um programa controlado de temperatura. Dentre as Termogravimetria técnicas Derivada mais difundidas (TG/DTG), Análise estão: Térmica Termogravimetria/ Diferencial (DTA), 27 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Detecção de Gás Desprendido (EGA), Análise Termomecânica. Estas técnicas permitem obter informações com relação à: variação de massa, estabilidade térmica, água livre, água ligada, pureza, ponto de fusão, ponto de ebulição, calores de transição, calores específicos, diagramas de fase, cinética da reação, estudos de catalisadores, transições vítreas, etc. O tópico geral das investigações termoanalíticas é interdisciplinar, sendo útil em vários setores científicos e tecnológicos, dentre os quais se destacam: - Ciências Naturais: Química, Metalurgia, Cerâmica. - Geociências: Geologia, Mineralogia, Oceanografia. - Ciências Biológicas: Botânica, Agronomia, Ecologia, Tecnologia em Química, Tecnologia de Alimentos. - Ciências Forenses: Ciência Legal e Criminalística (IONASHIRO, 2005). Todos os instrumentos de análise térmica têm características em comum. Geralmente, diferencia-se pelo tipo de transdutor empregado na sua construção, cuja função é converter as propriedades físicas avaliadas em sinais elétricos. A Figura 2.6 ilustra um esquema representativo de um analisador térmico atual. É constituído por um forno (célula de medida) no qual a amostra é aquecida (ou resfriada) a uma taxa controlada, sob atmosfera pré-estabelecida. As mudanças das propriedades da amostra são monitoradas por um transdutor seletivo que pode ser constituído por: termopares; balança; sensor calorimétrico; medidor de deslocamento; detector de gás. O transdutor gera um sinal elétrico que é amplificado e transferido para a unidade controladora, mantendo a comunicação permanente com a célula de medida. A unidade controladora, além de receber os dados da célula de medidas, transfere as informações necessárias para colocar o equipamento em operação de acordo com os parâmetros (faixa de temperatura, 28 razão de aquecimento, tipo de atmosfera) previamente estabelecidos. É interfaceada a um microcomputador que controla a operação, a aquisição e análise de dados e o registro da curva termoanalítica gerada. Transdutor Amplificador DTA DTG Computador Forno ΔT (oC) Exo m (%) Unidade Controladora Amostra Célula de Medida TG T (oC) Análise de Dados Programador de Temperatura Controle de Atmosfera Registro Figura 2.6 Esquema representativo de um analisador térmico atual. No exemplo ilustrado, têm-se o registro simultâneo das curvas de termogravimetria/termogravimetria derivada (TG/DTG) e de análise térmica diferencial (DTA), de onde se pode deduzir que nesse hipotético experimento foram empregados durante o processo térmico como transdutores, simultaneamente, a balança (avaliação da variação de massa da amostra) e os termopares (avaliação das temperaturas da amostra e do material de referência, permitindo identificar variações entálpicas) (MATOS, 2004). Vários autores (MACKENZIE, 1970; WENDLANDT, 1986; GIOLITO, 1988; BROWN, 1988; HAINES, 1995; CAMMENGA & EPPLE, 1995; TURI, 1997; VYAZOVKIN, 2004) descreveram uma abordagem mais ampla sobre as técnicas termoanalíticas, abordando o desenvolvimento, instrumentação e aplicações. 29 Os estudos a respeito da decomposição térmica têm possibilitado avanços significativos para o desenvolvimento dos processos de síntese de novos materiais e da produção de bens de consumo com qualidades diferenciadas, assim como para a caracterização de diversos materiais. O crescente interesse pelas técnicas termoanalíticas pode ser comprovado através dos periódicos: Journal of Thermal Analysis (março de 1969), Thermochimica Acta ( março de 1970) e Thermal Analysis Abstract (maio de 1972). A Associação Brasileira de Análise Térmica e Calorimetria (ABRATEC) foi fundada em 1997 no Brasil e vem organizando, a cada dois anos, desde 1998 os Congressos Brasileiros de Análise Térmica e Calorimetria (CBRATEC). Em 2008, organizará junto ao VI CBRATEC o XIV ICTAC, Congresso Internacional. 2.4.1. Termogravimetria (TG) / Termogravimetria Derivada (DTG) A termogravimetria (TG) é uma técnica de análise térmica na qual a variação de massa da amostra (perda ou ganho) é determinada em função da temperatura e / ou tempo, enquanto a amostra é submetida a uma programação controlada de temperatura. Esta técnica possibilita conhecer as alterações que o aquecimento pode provocar na massa das substâncias, bem como estabelecer a faixa de temperatura em que elas adquirem composição química fixa, definida e constante, a temperatura em que começam a se decompor, acompanhar o andamento de reações de desidratação, oxidação, combustão, decomposição, etc. Conforme Figura 2.7, são comumente usados três modos de TG: a) TG isotérmica: a massa da amostra é registrada em função do tempo à temperatura constante. A Figura 2.7.a ilustra um aquecimento rápido até a temperatura Tn (n= 1, 2, 3 .) , mantida constante por um certo intervalo de tempo. 30 b) TG quase isotérmica: enquanto não ocorre variação de massa, a amostra é aquecida a uma razão linear, a partir do momento em que a balança detecta variação de massa, a temperatura é mantida constante até se obter um novo patamar, característico de massa constante para a amostra, e assim sucessivamente (Figura 2.7.b). c) TG dinâmica ou convencional (Figura 2.7.c): a amostra é aquecida ou resfriada num ambiente em que a temperatura varia de maneira pré-determinada, de preferência à razão de aquecimento ou resfriamento linear (WENDLANDT, 1986). (a) (b) 3 Temperatur a 1 2 Perda de massa T2 T1 Temperatura Perda de massa T3 T cte Tempo Perda de ma ssa Tempo Temperatura (c) T Tempo Figura 2.7: Demonstração dos perfis das curvas TG: a) TG isotérmica; b) TG quaseisotérmica; c) TG dinâmica ou convencional. (MATOS, 2004) Na termogravimetria derivada (DTG), as curvas são registradas a partir das curvas TG e correspondem à derivada primeira da variação de massa em relação ao 31 tempo (dm/dt), registrada em função da temperatura ou do tempo. Ou, ainda, à derivada primeira da variação de massa em relação à temperatura (dm/dT), registrada em função da temperatura ou do tempo. De uma forma ou de outra, a curva resultante é a derivada primeira da curva TG. Essa curva pode ser obtida por métodos de diferenciação manual da curva TG ou por diferenciação eletrônica do sinal de TG. A Figura 2.8 ilustra as características de uma curva DTG para um processo de decomposição térmica que ocorre numa única etapa. Observa-se que o degrau bc da curva TG, ilustrado na figura, é substituído por um pico bcd que delimita uma área proporcional à variação de massa sofrida pela amostra. Os patamares horizontais da curva TG correspondem aos patamares horizontais ab e de na curva DTG porque dm/dt = 0. O ponto b corresponde à T (temperatura em que dm/dt começa a ser diferente de zero), ou seja, temperatura em que se inicia a decomposição térmica da substância X. O ponto c corresponde ao máximo na curva DTG (é obtido quando a curva TG apresenta um ponto de inflexão) e a temperatura do pico é aquela em que a massa está variando mais rapidamente. O ponto d corresponde à Tf (temperatura em que dm/dt volta a ser igual a zero), ou seja, indica o final da etapa de decomposição térmica (liberação total do volátil Z) e início do patamar de que caracteriza a estabilidade térmica do produto final Y. A largura do pico bd, indicativo do intervalo de reação, está relacionada à cinética do processo de decomposição térmica. Uma curva DTG, obtida matematicamente ou registrada diretamente, não contém mais informações do que uma curva TG integral, obtida sob as mesmas condições experimentais. Apresenta os dados de forma diferente. As informações obtidas a partir da curva DTG podem assim ser resumidas: 32 - a curva DTG apresenta informações de uma forma mais facilmente visualizáveis. - a curva DTG permite a pronta determinação da temperatura em que a taxa de variação de massa é máxima, Tpico, e fornece informações adicionais para a Tonset e Tendset, No entanto, todas as três temperaturas respondem às variações nas condições experimentais, e os valores de Tpico não são mais característicos de um material do que aqueles de Ti e Tf. - a área do pico sob a curva DTG é diretamente proporcional à variação de massa. - a altura do pico da curva DTG a qualquer temperatura fornece a razão de variação de massa naquela temperatura. Esses valores podem ser usados para obter informações cinéticas, visto que as equações podem ser escritas conforme equação (WENDLANDT, 1986): dm dt = A e(-E/RT)f(m) onde: A é o fator pré-exponencial, E é a energia de ativação e R é a constante da lei dos gases. Figura 2.8: Curva TG (tracejada) e DTG (linha sólida) de uma reação de decomposição térmica que ocorre numa única etapa. 33 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Materiais Os principais materiais utilizados neste trabalho foram: - Nitrato de Níquel Hexahidratado - Ni(NO3)2 . 6H2O – cristais verdes. d=2,05. Solúvel em 0,4 partes de água e álcool . Marca: REANAL. - SBA-15: sílica mesoporosa ordenada com distribuição de tamanho de poros na faixa de 10 nm, obtida a partir do TEOS (tetraetilortossilicato), como fonte de sílica e copolímero tribloco (EO-PO-EO), como direcionador de estrutura em meio fortemente ácido (HCl 2 mol/L). - FDU-1: sílica mesoporosa cúbica em forma de gaiola altamente ordenada, estável térmica e hidrotermicamente, com tamanhos de poros da ordem de 12 nm, obtida a partir de TEOS, como fonte de sílica e como molde o surfatante “Vorasurf 504” (Dow Brasil S. A.). - Catalisadores Comerciais denominados CatA, CatB, CatC e CatD. As informações listadas na Tabela 3.1, a respeito dos catalisadores comerciais, foram cedidas pela Oxiteno S.A. Indústria e Comércio, que atuou como colaboradora não oficial deste trabalho: Tabela 3.1- Percentagens de Ni e SiO2 dos catalisadores comerciais. AMOSTRA Resultados CatA CatB CatC CatD %Ni 22,3 23,7 20,4 21,2 %SiO2 2,22 - 2,45 2,35 34 As análise para estes catalisadores comerciais foram feitas na própria empresa. Segundo a empresa, um catalisador comercial de Ni para a hidrogenação de óleos vegetais tem as seguintes especificações: área BET = 4 a 50 m2.g-1; teor de Ni = 98 a 99%; área de Niº ou área metálica = 16 a 24 m2.g-1; teor de silício (1 a 2%) = 25 a 50 m2.g-1. 3.2. Etapas da preparação dos catalisadores Para a preparação destes catalisadores podem ser consideradas três etapas: a síntese propriamente dita, a calcinação e a redução. 3.2.1. Síntese dos catalisadores SBA-15(Nix) As amostras de catalisadores SBA-15(Nix), onde x = 3, 5,10, 30 e 90% de Ni, foram sintetizadas usando o copolímero tribloco poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno)-poli(óxido de etileno) como agente direcionador de estrutura em meio ácido. Após completa dissolução do copolímero, em meio HCl 2 M, foi adicionado, sob agitação, o TEOS (tetraetilortosilicato) como fonte de sílica. A mistura foi mantida sob agitação por um período de 24 h. O sólido obtido foi transferido para um frasco de Teflon e levado para uma estufa a 100ºC por 48 h. O produto sólido obtido foi isolado por filtração e lavado várias vezes com água destilada. Este sólido foi misturado a uma solução de Ni(NO3)2.6H2O e submetido à evaporação em chapa elétrica, obtendo-se, dessa forma o precursor do catalisador sem calcinar. O Fluxograma da Figura 3.1 ilustra o procedimento adotado 35 3.2.2. Síntese dos catalisadores FDU-1(Nix) As amostras de catalisadores FDU-1(Nix), onde x = 3, 5, 10, 30 e 90% de Ni, foram sintetizadas usando o triblocopoli(óxido de etileno)-poli(óxido de butileno)poli(óxido de etileno) (EO39BO47EO39) como agente direcionador de estrutura em meio ácido. Após completa dissolução do copolímero, em meio HCl 2 M, foi adicionado, sob agitação, o TEOS (tetraetilortosilicato) como fonte de sílica. O sólido obtido foi transferido para um frasco de Teflon e levado para uma estufa a 100ºC por 24 h. O produto sólido obtido foi isolado por filtração e lavado várias vezes com água destilada. Este sólido foi misturado a uma solução de Ni(NO3)2.6H2O e submetido à evaporação em chapa elétrica, obtendo-se, dessa forma o precursor do catalisador sem calcinar. O Fluxograma da Figura 3.2 ilustra o procedimento adotado Mistura: Copolímero (P123)+ HCl + H2O Adição de TEOS Agitação até sistema homogêneo Solução Branca (Precipitação) Manter sob agitação por 24 h TH 100ºC / 48 h Filtração / Lavagem Sílica + solução de Ni(NO3)2.6H2O Evaporação do solvente em chapa elétrica Precursor do catalisador SEM calcinar Figura 3.1: Síntese do catalisador SBA-15(Nix), onde x = 3, 5, 10, 30 e 90%. 36 Copolímero(Vorasurf) + etanol + HCl Adição de TEOS Agitação até sistema homogêneo Solução Branca (Precipitação) Manter sob agitação por 24 h TH 100ºC / 24 h 100ºC / 6 h Filtração / Lavagem com H2O Sílica + solução de Ni(NO3)2.6H2O Evaporação do solvente em chapa elétrica Precursor do catalisador SEM calcinar Figura 3.2: Síntese do catalisador FDU-1(Nix), onde x = 3, 5, 10, 30 e 90%. 3.2.3. Calcinação A calcinação e a redução foram, primeiramente, simuladas em uma termobalança da marca Shimadzu modelo TGA-51 sob as seguintes condições experimentais: massa de amostra de aproximadamente 30 mg; razão de aquecimento (β) de 5ºC/min até 540ºC sob mistura gasosa de N2 (gás de proteção do compartimento da balança) e ar, ambas as atmosferas com vazão de 50 mL/min. Na temperatura de 540ºC a β foi alterada para 2ºC/min até 600ºC. Em 600ºC, fechou-se a vazão de ar e manteve-se a de N2 (50 mL/min). Após uma isoterma de 30 minutos somou-se à vazão de N2 uma atmosfera de H2/argônio (50mL/min) e manteve-se a temperatura de 600oC por mais 300 min. 37 A calcinação dos catalisadores sintetizados foi realizada em um forno com controlador de temperatura e processo EDG10PS sob as seguintes condições: razão de aquecimento de 2ºC/min até 540ºC sob atmosfera dinâmica de N2 (100 mL/min ). A temperatura foi mantida constante por 2 h e em seguida trocou-se a atmosfera para ar (100 mL/min ) e manteve-se uma isoterma de 6 h. Para ter-se um perfil da redução das amostras de catalisadores comerciais, cedidas pela Oxiteno S.A. Indústria e Comércio, estas foram submetidas a um tratamento no forno EDG10PS sob duas condições: a) razão de aquecimento de 2ºC/min até 540ºC, sob atmosfera de N2 ( 100 mL/min ) e isoterma de 2 h; b) razão de aquecimento de 2ºC/min até 540ºC, sob atmosfera de ar ( 100 mL/min ) e isoterma de 2 h. 3.2.4. Redução Conforme mencionado em 3.2.3, a redução foi previamente simulada na termobalança da marca Shimadzu modelo TGA-51. Por problemas operacionais, a redução de cada uma das amostras calcinadas no forno EDG10PS foi, efetivamente realizada, na mesma termobalança sob as seguintes condições: massa de amostra de, aproximadamente, 25 mg; β = 5ºC/min até 600ºC sob atmosferas de N2 (50 mL.min-1 ) e H2 + argônio (50 mL.min-1) e isoterma de 30 min.. Esta redução foi denominada de Redução 1. Com o objetivo de se estabelecer outra condição de redução do NiOx a Ni° com melhor definição de patamar, todas as amostras calcinadas no forno EDG10PS foram submetidas a uma segunda redução (Redução 2) na termobalança TGA-51, sob as seguintes condições: β = 10ºC/min até 400ºC sob atmosfera de N2 (50 mL.min-1). Ao se atingir 400ºC, foi mantida uma isoterma de 20 min. Porém, após 10 38 min, adicionou-se à atmosfera de N2 a mistura padrão H2/Ar com 50 mL.min-1 (proporção 10/90 m/m). Terminados os 20 min , a β passou a ser de 5ºC/min até 600ºC, quando foi mantida uma isoterma de 60 min. Não houve diferenças significativas entre a Redução 1 e a Redução 2. Estabeleceu-se que seriam adotadas as condições operacionais da Redução 2, por motivo de tempo e custo. Com a finalidade de se comparar o perfil termogravimétrico dos catalisadores comerciais submetidos ao processo de redução na termobalança TGA51, com aqueles sintetizados no laboratório foi adotado o seguinte procedimento. Cerca de 20 a 22 mg de cada um dos catalisadores comerciais na forma de óxido, previamente tratados sob atmosfera de ar em forno tubular EDG10PS, foram submetidos à condição de Redução 2. O Fluxograma da Figura 3.3 ilustra os tratamentos térmicos executados para obtenção dos materiais SBA-15 e FDU-1 incorporados com Ni0. SBA-15(Nix) e FDU-1(Nix) (após evaporação da H2O) Simulação no TGA-51 calcinação em N2/ar e redução em H2 Apenas calcinação no Forno EDG10PS em N2/ar Caracterização por DRX SBA-15(NiO) FDU-1(NiO) Δ a 10 C/min em N2 no TGA-51 até 400 C e isoterma 10. Adição de H2/Ar e mais 10 min o o o a 400 C. Em seguida Δ a 5 C/min até 600 C e isoterma de 60 min. (REDUÇÃO 2) o Procedimento usado no tratamento dos catalisadores comerciais o SBA-15(Ni0) FDU-1(Ni0) Δ a 5 C/min em N2 e H2/Ar no o TGA-51 até 600 C com isoterma 30 min. (REDUÇÃO 1) o SBA-15(Ni0) FDU-1(Ni0) Caracterização por DRX Figura 3.3: Tratamentos térmicos executados para os materiais SBA-15(Nix) e FDU-1(Nix). 39 3.3. Métodos de Caracterização O Fluxograma da Figura 3.4 apresenta as técnicas empregadas na caracterização dos catalisadores sintetizados. Caracterizações TG/ DTG DRX a Baixo Ângulo (SAXS) DRX Isotermas de adsorçãodessorção de N2 e área BET Absorção Atômica Figura 3.4: Fluxograma das técnicas utilizadas na caracterização dos catalisadores sintetizados. 3.3.1. Termogravimetria (TG) / Termogravimetria Derivada (DTG) Além dos procedimentos mencionados nos itens 3.2.3 e 3.2.4, as curvas TG/DTG também foram empregadas para avaliação do comportamento térmico do Ni(NO3)2.6H2O e dos catalisadores comerciais. As curvas TG/DTG do Ni(NO3)2 . 6H2O foram obtidas em uma termobalança da marca Shimadzu modelo TGA-51 sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL.min-1) , razão de aquecimento de 10ºC/min até 1200oC, cadinho de Pt e massa de amostra de aproximadamente 20 mg. Para os catalisadores comerciais (CatA, CatB, CatC e CatD) foram empregadas massas de amostras entre 80 e 100 mg. 3.3.2. Difratometria de Raios X (DRX) Os difratogramas de raios X foram obtidos através do método do pó, utilizando um difratômetro do tipo Bragg-Brentano, marca Siemens, modelo D5000, 40 do laboratório de Difração de Raios X do Instituto de Geociências da USP – São Paulo. A interpretação foi feita utilizando o banco de dados “Data Sets 1-51 plus 7089 Power Diffraction File – International Centre for Diffraction, Pennsylvania – USA”. As massas de amostras foram suportadas em lamínulas de vidro fosco, submetidas a 40 kV e 40 mA, fornecendo radiação CuKα e λ = 1,542 °A, com exposição de 3 a 65 (2θ). 3.3.3. Espalhamento de raios X a baixo ângulo Os experimentos de espalhamento de raios X a baixo ângulo foram obtidos em um gerador de raios X de anodo rotatório da marca Rigaku, operando a 50 kV, 200 mA e utilizando uma radiação monocromática CuKα ( λ = 0,15418 nm ). As distâncias interplanares foram calculadas a partir da posição de máximo dos picos de difração. A faixa de vetores de onda utilizada foi de 0,008 °A-1 < q < 35 °A-1. Foi empregado um caminho de vácuo entre a amostra e o detector, a detecção foi feita por 2 h em um detector de placa de imagem (image plate) para registrar o vetor de espalhamento (4πsenθ)/λ, sendo “q” metade do ângulo de espalhamento. A geometria da linha e o foco do sistema foram obtidos por colimação em fenda. O espalhamento do suporte da amostra foi subtraído da medida de intensidade total. As amostras foram acondicionadas dentro de um tubo de quartzo de 2,0 mm de espessura. 3.3.4. Isotermas de adsorção de N2 e área superficial BET As medidas de adsorção de nitrogênio e determinação da área BET dos catalisadores calcinados foram realizadas, utilizando um analisador de adsorção, 41 marca Micromeritics, modelo TriStar 3000 v.4.00. Antes da realização das medidas as amostras são submetidas à degaseificação sob vácuo à temperatura de 473 K por 2 h. As isotermas de adsorção são medidas a 77 K, sobre um intervalo de pressão relativa de 10-6 a 0,995, usando nitrogênio com 99,998% de pureza. As áreas superficiais específicas foram avaliadas usando o método BET variando a pressão relativa (P/P0 ) de 0,02 a 0,15 (SING et al., 1985). 3.3.5. Espectroscopia de absorção atômica A análise quantitativa, para a obtenção de níquel em cada um dos catalisadores sintetizados, foi efetuada utilizando-se a técnica de Espectroscopia de Absorção atômica. As medidas foram feitas no Instituto de Química em um Espectrofotômetro de Absorção Atômica, Perkin Elmer, Modelo 403 (ano 1971). As condições operacionais utilizadas foram as seguintes: - Chama: ar / acetileno; - Comprimento de onda: 232 UV (232 nm); - Abertura da fenda: 0,20 nm - Corrente da lâmpada de catodo oco: 15 mA - Corretor de fundo: lâmpada de deutério. 42 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Considerações gerais acerca das amostras de catalisadores Conforme descrito na parte experimental, inicialmente foram produzidas as sílicas puras SBA-15 e FDU-1, sem a remoção do surfatante. Esses materiais conforme sintetizados foram colocados em suspensão aquosa e então foram adicionadas as soluções contendo a fonte de níquel. Em seguida fez a evaporação para obtenção das amostras de SBA-15(Nix) e FDU-1(Nix), onde x = 3, 5,10, 30 e 90% que corresponde ao teor de Ni nos materiais. As Figuras 4.1 e 4.2 ilustram as fotos dos pós das amostras de SBA-15, FDU-1, SBA-15(Nix) e FDU-1(Nix). Na linha (I) estão apresentadas as fotos dos materiais pós-síntese, antes da remoção do surfatante. Obviamente que com o aumento do teor de níquel a tonalidade de coloração verde é maior. Na fileira (II) estão apresentadas as fotos dos materiais calcinados em atmosfera de N2 seguida de atmosfera de ar, que resulta nas amostras contendo níquel em NiO sobre a sílica. Pode-se notar que quanto maior o teor níquel a tonalidade da cor marrom é mais intensa. Na fileira (III) estão apresentadas as fotos das amostras calcinadas e que foram submetidas ao processo de redução sob atmosfera de H2/Ar. Amostras com maior teor de níquel são de coloração negra de tonalidade mais intensa. A Figura 4.3 representam os catalisadores comerciais tais como são fornecidos ao cliente. Segundo a Oxiteno S/A Indústria e Comércio colaboradora desse nosso trabalho, um catalisador de Ni para a hidrogenação de óleos vegetais têm, em geral, as seguintes, especificações: área BET = 4 a 50 m2.g-1; teor de Ni = 98 a 99%; área de Niº ou área metálica = 16 a 24 m2.g-1; teor de silício (1 a 2%) com área superficial variando de 25 a 50 m2.g-1. SBA-15(Ni90%) SBA-15(Ni30%) SBA-15(Ni10%) SBA-15(Ni5%) SBA-15(Ni3%) SBA-15 43 FDU-1(Ni90%) FDU-1(Ni30%) FDU-1(Ni10%) FDU-1(Ni5%) FDU-1(Ni3%) FDU-1 Figura 4.1: Fotos das amostras de SBA-15 e SBA-15(Nix). Figura 4.2: Fotos das amostras de FDU-1 e FDU-1(Nix). t Ca D t Ca A t Ca B tC Ca Figura 4.3: Foto das amostras dos catalisadores comerciais Cat A, Cat B, CatC e CatD. 44 4.1.1. Curvas TG e DTG do Ni(NO3)2.6H2O e catalisadores comerciais Os ensaios termogravimétricos realizados com os catalisadores comerciais e o Ni(NO3)2.xH2O, que foi empregado como matéria-prima (fonte de Ni), tiveram como objetivo avaliar o comportamento térmico dos materiais. No caso do Ni(NO3)2.xH2O, o ensaio permitiu definir a composição do material para o ajuste dos cálculos estequiométricos no momento da impregnação do suporte. Para os catalisadores comerciais as curvas TG permitiram a determinação do teor de gordura e de Ni° no material. A Figura 4.4 ilustra as curvas TG/DTG do nitrato de níquel. Conforme artigo de ELMASRY, as etapas sugeridas para a decomposição térmica do Ni(NO3)2.6H2O são as seguintes: Ni(NO3)2.6H2O → Ni(NO3)2.4H2O → Ni(NO3)2.3H2O → xNi(NO3)2.yNi(OH)2 .zH2O → NiO sob atmosfera de ar e com razão de aquecimento de 5 – 7 K/min. As curvas TG/DTG (Figura 4.4) evidenciam que a amostra de Ni(NO3)2.6H2O, escolhida como matéria prima, sofre decomposição térmica a partir de duas etapas de perda de massa principais. A primeira corresponde a desidratação, decomposição térmica parcial do sal de níquel e a hidrólise para formação de Ni(OH)2. Os cálculos estequiométrico sugerem que em 302oC ocorre a estabilização da espécie [Ni(NO3)2]4[Ni(OH)2]2.3H2O (Calc. 55,60%; Exp. 56,34%). Os resultados mostram que essa espécie é pouco estável e sofre decomposição térmica, sem a ocorrência de reações sobrepostas, para formar NiO (Calc. 25,68%; Exp. 25,51%). Esse resultado confirmou que se tratava de Ni(NO3)2.6H2O e, de boa qualidade. 45 g DTG -43.656% 0.00 Massa (%) 80 -74.488% 60 -1.00 -30.833% 40 Derivada primeira (mg/min) 100 TG -2.00 0 300 600 900 o Temperatura ( C) 1200 Figura 4.4: Curvas TG/DTGobtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min), β de 10ºC/min, cadinho de Pt e massa de amostra de 20,13 mg de Ni(NO3)2.6H2O. A Figura 4.5 ilustra a sobreposição das curvas TG e DTG dos catalisadores CatA, CatB, CatC e CatD, indicando que o comportamento térmico das amostras é similar. Observou-se, entre 280 e 470oC (Tpico DTG ~420oC), uma acentuada perda de massa, próximo a 63%, correspondente à decomposição térmica da gordura onde o catalisador estava imerso. Em seguida ocorreu uma segunda perda de massa de forma lenta e gradativa devido à eliminação de material carbonáceo formado na etapa anterior, porém a temperatura da eliminação total variou entre as amostra. Após eliminação do carbono elementar pode-se observar um ganho de massa, que é característico da oxidação do Niº a NiO que ocorre devido a traços de O2 presentes na atmosfera de N2, indicando uma alta reatividade da amostra do Ni0. Esse resultado indicou a possibilidade de estimar o teor de Ni nos materiais a partir dos dados de TG/DTG, associando atmosfera oxidante e redutora ou vice versa durante os processos térmicos. 46 TGA Derivada primeira (mg/min) % 100 Massa (%) 80 CatD CatA CatB CatC 0 -5 DTG -10 -15 0 300 600 Temperatura (oC) 60 TG 40 20% 20 0 300 600 900 1200 o Temperatura ( C) Figura 4.5: Sobreposição das curvas TG dos catalisadores A, B, C e D obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min), β = 10ºC/min até 1200ºC, cadinho de Pt e massa de amostra de 80 a 100 mg. 4.1.2. Simulações das Calcinações/Reduções A calcinação, uma das etapas de preparação do catalisador, é uma operação unitária que pode ser realizada antes ou após a conformação do mesmo, dependendo do caso. Normalmente, a calcinação ocorre sob atmosfera de ar, tipicamente em temperaturas maiores do que àquelas usadas na reação catalítica e regeneração do catalisador. Vários processos ocorrem durante a calcinação: perda da água quimicamente ligada ou CO2; modificação da textura através de sinterização; modificação da estrutura; geração de fase ativa ou precursora desta; estabilização das propriedades mecânicas (RICHARDSON, 1989). Durante a calcinação, os precursores das fases ativas são decompostos em formas oxidadas. Esta primeira operação tem vários objetivos práticos: fixação quase 47 definitiva da textura e estrutura do catalisador e a obtenção das propriedades termomecânicas desejadas (MANUAL DE CATÁLISE, 1984). Nesse trabalho, os supostos catalisadores (SBA-15/(Nix) e FDU-1/(Nix)) foram, efetivamente, calcinados em um Forno com controlador de Temperatura e Processo EDG10PS, conforme descrito em 3.2.3. O Ni(NO3).6H2O é transformado em NiO, durante a calcinação sob atmosfera de N2 e ar. Desta forma, o catalisador pode ser fornecido para uso, onde, no reator, pela passagem de corrente de H2 puro, será reduzido a Niº, fase ativa do catalisador. Para a calcinação das matrizes de sílica contendo a fonte de níquel, foram executados ensaios de termogravimetria, conforme descrito no item 3.2.3 e 3.2.4. Esses testes visaram simular os processos de calcinação/redução de cada um dos catalisadores após sua respectiva síntese, com o objetivo de se estabelecer as condições mais favoráveis dos processos. As Figuras 4.6 a 4.10 ilustram as curvas TG/DTG e T das amostras de SBA-15(Nix). Os perfis termogravimétricos, entre as amostras, são muito similares. As curvas TG/DTG e T evidenciam três etapas distintas de perda de massa. A primeira corresponde à eliminação de água adsorvida na superfície da sílica e da desidratação do Ni(NO3).6H2O níquel, que dependendo do teor de níquel empregado pode ocorrer em multi-etapas (eventos sobrepostos). A segunda etapa corresponde a decomposição térmica do surfatante e do sal de níquel que sob atmosfera de ar é convertido a NiO que fica disperso na matriz de sílica na temperatura de 540oC. Após as trocas gasosas e a entrada de H2 no sistema termogravimétrico, na temperatura de 600oC, ocorre o processo de redução do NiO a Ni0. Obviamente, pode-se ser observado que à medida que o teor de Ni aumenta na matriz a perda de massa, após entrada de H2, é cada vez maior. No caso da amostra SBA-15(Ni30%) a perda de massa associada com a redução NiO a Ni0 é de 2,38%. Portanto, 48 nessa condição, a sílica SBA-15 funciona com um suporte do metal que fica disperso na superfície e no interior dos poros e, assim, os supostos catalisadores SBA-15/(Nix) são obtidos. g 0.10 100 -8.722% 600 0.00 -0.20 Massa (%) -0.10 -2.525% 90 500 DTG -48.114% 80 400 300 -36.337% 70 200 60 -0.30 Temperatura (oC) Derivada primeira (mg/min) T 100 TG -0.708% 50 0 100 200 300 0 400 Tempo (min) Figura 4.6: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra SBA-15(Ni3%) - massa = 30,38 mg. g/ % C 600 -13.834% T DTG 90 -0.10 -0.20 500 -3.995% 80 -51.483% 400 300 70 -33.019% -0.30 200 60 100 -0.40 -0.739% 50 0 TG 100 200 300 Ti [ i ] 400 Tempo (min) Figura 4.7: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra SBA-15Ni(5%) - massa = 30,59 mg. 0 Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 100 49 g 90 -0.30 DTG T -0.10 -0.20 600 -18.062% 80 500 -55.917% -6.811% 400 300 70 -29.842% 200 60 -0.40 50 -0.50 100 -1.386 % TG 0 100 200 300 Tempo (min) Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 100 0 400 Figura 4.8: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra SBA-15Ni(10%) - massa = 30,03 mg 100 600 -27.570% DTG T 90 500 -58.972% -0.20 -0.40 80 400 70 300 -10.834% 60 200 -18.353% 50 -0.60 100 -2.381 % TG 40 0 100 200 300 400 Tempo (min) Figura 4.9: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra SBA-15Ni(30%) - massa = 30,00 mg 0 Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 50 -28.393% 0.00 600 DTG T 500 80 -0.50 400 -79.297% -16.299% 60 300 -28.257% 200 40 -1.00 100 -6.125% TG 20 0 100 200 300 Tempo (min) Temperatura (oC) 100 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 400 0 Figura 4.10: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra SBA-15(Ni90%) - massa = 30,04 mg As Figuras 4.11 a 4.15 ilustram as curvas TG/DTG e T das amostras FDU1/(Nix). Semelhantemente ao que ocorre para os materiais SBA-15/(Nix) os perfis termogravimétricos das amostras de FDU-1/(Nix), também, são muito similares. As curvas TG/DTG e T evidenciam três etapas distintas de perda de massa, que corresponde, respectivamente, à eliminação de água adsorvida na superfície da sílica/desidratação do nitrato de níquel; à decomposição térmica do surfatante/sal de níquel; e ao processo de redução do NiO a Ni0. No caso da amostra FDU-1(Ni30%) a perda de massa associada com a redução NiO a Ni0 é de 2,64%, indicando que, estequiometricamente, há na matriz de sílica cerca de 33% do metal. 51 g 100 0.00 600 T 90 DTG 500 -3.334% -0.10 -0.20 -0.30 400 80 -53.143% 70 -33.671% 300 200 60 Temperatura (oC) -15.401% Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 0.10 -0.40 100 50 -0.50 TG 0 -0.779% 100 200 300 400 0 Tempo (min) Figura 4.11: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra FDU-1Ni(3%) - massa = 30,93 mg 100 600 -0.20 DTG 500 -4.324% 80 -53.726% 300 70 -35.721% -0.30 60 -0.40 50 400 200 100 TG 0 100 -1.059% 200 300 400 Tempo (min) Figura 4.12: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra FDU-1Ni(5%) - massa = 30,50 mg 0 Temperatura (oC) 90 -0.10 T -12.953% 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 52 g 0.10 600 -18.350% T 0.00 -0.20 -6.419% Massa (%) -0.10 500 DTG 400 80 -58.164% 300 -32.463% 60 -0.30 200 Temperatura (oC) Derivada primeira (mg/min) 100 100 -0.40 TG -1.160% 40 -0.50 0 100 200 300 400 0 Tempo (min) Figura 4.13: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra FDU-1Ni(10%) - massa = 30,61 mg g 0.10 T 0.00 DTG -0.30 500 80 -66.078% 400 300 -11.915% 60 200 -0.40 -15.943% 40 -2.636% TG -0.50 0 100 200 300 400 Tempo (min) Figura 4.14: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra FDU-1Ni(30%) - massa = 30,31 mg. 100 0 Temperatura (oC) -0.10 -0.20 600 -35.495% Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 100 53 g DTG -0.50 500 80 400 -79.118% -44.634% 300 60 -28.390% 200 -1.00 40 Temperatura (oC) T Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 100 0.00 100 -6.104% TG 20 0 100 200 300 Ti [ i ] Tempo (min) 400 0 Figura 4.15: Curvas TG/DTG simulação calcinação/redução da amostra FDU-1Ni(90%) - massa = 30,13 mg. 4.1.3. Curvas TG/DTG -Redução 1/Redução 2 Dependendo da reação catalítica escolhida, os catalisadores podem ou não sofrer uma ativação – tratamento químico com corrente gasosa responsável pelo aparecimento da fase ativa final do catalisador (MANUAL DE CATÁLISE, 1984). Após a calcinação das matrizes precursoras dos catalisadores em forno tubular convencional (EDG10PS), o óxido de níquel formado em cada amostra, foi submetido ao processo de redução (Redução 1) na termobalança, conforme descrito em 3.2.4 e ilustrado no Fluxograma da Figura 3.3. As curvas TG/DTG ilustradas nas Figuras 4.16 a 4.20, evidenciam o processo redução para gerar os supostos catalisadores SBA-15(Nix), enquanto que as Figuras 4.21 a 4.25 ilustram o processo de redução para gerar os supostos catalisadores FDU-1(Nix). De maneira geral pode-se observar nestas curvas duas regiões distintas de perda de massa. A primeira ocorre entre 25 e cerca de 150oC e corresponde à eliminação de água adsorvida fisicamente na superfície da sílica. A segunda etapa de perda de massa, entre cerca de 150oC a 600oC é devido ao processo de 54 redução do NiO disperso na superfície e nos mesoporos das sílicas SBA-15 e FDU-1 a Ni0. Pode-se notar que o processo de redução é praticamente total mesmo antes do estabelecimento da isoterma em 600oC. Essa última perda de massa permite estimar o teor de Ni nas matrizes de sílica. Considerando como exemplo a amostra de SBA-15(90%), Figura 4.20. Temse: 1a Etapa, Δm1 = 1,70% devido à eliminação de água adsorvida fisicamente; 2a Etapa, Δm2 = 18,96% é devido ao processo de redução NiO a Ni0, que na base seca é 19,23%. Estequiometricamente a perda de massa de uma amostra contendo 100% de NiO é de 21,42% então a Δm2 = 19,23% (base seca) indica a existência de 89,8% de Ni0 na sílica SBA-15. Aplicando o mesmo raciocínio para a amostra de FDU-1(90%), Figura 4.25, encontra-se um teor de Ni0 de 84,9%. Isso indica que mesmo empregando uma atmosfera com apenas 5% de H2 a redução é praticamente total. Porém, no caso das amostras que apresentam baixos teores de Ni o erro na determinação é maior devido à dificuldade de se encontrar, com precisão, a temperatura em que se inicia o processo de redução, ou ainda, de separar os eventos correspondentes à eliminação de água e de redução de NiO. A Tabela 4.1 lista os resultados das %Ni encontrados por TG/DTG. Na maioria dos casos os valores são distantes daqueles estipulados inicialmente para a síntese dos materiais. Esse aspecto ainda precisa ser melhor estudado por TG/DTG para esse tipo de materiais. Tabela 4.1. %Ni determinada por TG/DTG a partir da Δm2 Amostra %Ni amostra %Ni SBA-15(3%) 6,5 FDU-1(3%) 5,5 SBA-15(5%) 9,9 FDU-1(5%) 7,4 SBA-15(10%) 11,9 FDU-1(10%) 11,4 SBA-15(30%) 21,0 FDU-1(30%) 25,4 SBA-15(90%) 89,8 FDU-1(90%) 84,9 55 600 100 500 DTG -11.451% T -0.10 -9.298% 400 95 300 200 -2.142% -0.20 90 Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g -1.259% 100 TG 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.16: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra SBA15Ni(3%) - m = 25,73 mg. 600 -11.478% -0.20 500 DTG 400 95 300 200 90 -2.593% 100 -1.885% TG -0.30 85 0 50 100 Tempo (min) Figura 4.17: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra SBA-15Ni(5%) - m = 24,99 mg. 150 0 Temperatura ( C) 0.00 -0.10 -14.079% T o 100 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 56 g 100 -13.334% 0.00 -0.10 -0.20 DTG 400 95 -11.098% 300 90 200 Temperatura (oC) 500 T Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 -2.232% 100 TG -0.30 85 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.18: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra SBA-15Ni(10%) - m = 25,09 mg. g DTG 500 -12.805% -8.712% -0.10 400 95 T 300 200 TG 90 -4.098% -0.20 100 0 50 100 Tempo (min) Figura 4.19: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra SBA-15Ni(30%) - m = 25,19 mg. 150 0 Temperatura (oC) 100 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 57 g -1.697% 500 DTG -0.10 -0.20 400 -20.581% 90 300 T -18.958% 200 -0.30 Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 100 100 TG 80 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.20: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra SBA-15Ni(90%) - m = 25,45 mg 0.00 -0.10 400 T 95 -11.308% 300 200 -0.20 -1.904% 90 TG 100 -1.064% -0.30 0 50 100 Tempo (min) Figura 4.21: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra FDU-1Ni(3%) - m = 25,48 mg 150 0 o -9.412% Temperatura ( C) 500 DTG Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 100 58 g 600 100 500 -0.20 DTG 95 400 T 300 90 200 -0.30 -2.310% 85 -0.40 0 50 100 -1.357% TG 100 Temperatura (oC) -0.10 -16.492% -14.186% 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 0.10 150 0 Tempo (min) Figura 4.22: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra FDU-1Ni(5%) m = 25,29 mg. 600 100 DTG -0.10 -0.20 500 -13.847% 95 -15.929% 400 T 300 90 200 -2.106% -0.30 85 100 TG -0.40 0 50 100 150 Tempo (min) Figura 4.23: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra FDU-1Ni(10%) - m = 25,21 mg. 0 Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 0.10 59 g 600 -13.352% T 0.00 -8.354% -0.10 400 95 300 90 200 -4.982% Temperatura (oC) 500 DTG Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 100 TG 100 85 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.24: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra FDU-1(Ni30%) - m = 25,23 mg. 0.10 T 100 600 -19.309% -1.310% 0.00 DTG -0.10 -0.20 400 300 90 -17.955% 200 -0.30 100 -0.40 TG 80 0 50 100 Tempo (min) Figura 4.25: Curvas TG/DTG -Redução 1 da amostra FDU-1Ni(90%) - m = 25,20 mg. 150 0 Temperatura (oC) 500 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 60 Com a finalidade de se obter uma outra condição de redução do NiO a Ni0 e permitir uma melhor visualização e definição da perda de massa, após a entrada do H2, as amostras, inicialmente calcinadas no forno EDG10PS, foram submetidas ao processo de redução (Redução 2) na termobalança, segundo descrito no item 3.2.4 e ilustrado no Fluxograma da Figura 3.3. As curvas TG/DTG ilustrada nas Figuras 4.26 a 4.30, evidenciam que reação de redução ocorre, conduzindo aos supostos catalisadores SBA-15(Nix). As curvas TG/DTG ilustradas nas Figuras 4.31 a 4.35 indicam que processo de redução ocorre e conduz à obtenção dos supostos catalisadores FDU-1(Nix). Avaliando os resultados obtidos nos ensaios de reduções (Redução 1 e Redução 2) observou-se que não houve mudanças significativas entre eles. Por outro lado, foi verificado que a entrada de H2 na temperatura de 400oC já provoca a redução do NiO a Ni0 e isso permite adotar as condições da Redução 2 por questões de tempo e custo, principalmente quando for utilizada uma corrente de H2 puro. g 100 -9.571% DTG 400 95 -13.035% 300 90 -1.457% 200 -1.259% -0.40 100 TG 85 0 50 100 150 Tempo (min) Figura 4.26: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra SBA-15Ni(3%) - m = 20,18mg. 0 Temperatura (oC) -0.20 500 T 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 61 600 100 DTG 0.00 -0.20 500 400 95 -13.352% 300 -0.578% 90 200 -1.758% -0.40 100 TG 85 0 50 100 Temperatura (oC) T -10.326% Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 0.20 150 0 Tempo (min) Figura 4.27: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra SBA15(Ni5%) - m = 21,61 mg. g 600 -8.663% -10.693% 0.00 500 -0.20 o DTG 400 95 300 -0.487% 200 -1.358% -0.40 90 100 TG 0 50 100 Temperatura ( C) 100 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) T 150 Tempo (min) Figura 4.28: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra SBA-15(Ni10%) - m = 21,13 mg. 0 62 % C 600 T 100 0.00 DTG -7.483% -0.10 -0.20 -0.30 -11.900% 400 95 300 -0.980% 200 -3.410% 90 Temperatura (oC) 500 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g/ 0.10 100 -0.40 TG 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.29: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra SBA-15(Ni30%) - m = 22,14 mg. 600 0.10 -0.534% 100 T DTG -0.10 -0.20 400 -19.641% 300 90 200 -0.30 100 -0.40 80 TG 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.30: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra SBA-15(Ni90%) m = 21,72 mg. Temperatura (oC) 500 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 63 g 600 100 -11.464% -13.732% T 500 -0.20 Massa (%) 0.00 DTG 95 400 300 200 90 Temperatura (oC) Derivada primeira (mg/min) 0.20 -0.40 -2.135% 100 TG 85 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.31: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra FDU-1(Ni3%) - m = 21,17 mg. g 600 T 100 -13.379% -11.149% 500 0.00 -0.20 400 95 300 90 -0.700% 200 -1.365% -0.40 100 TG -0.60 85 0 50 100 150 Tempo (min) Figura 4.32: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra FDU-1(Ni5%) - m = 21,17 mg. 0 Temperatura (oC) DTG Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 0.20 64 600 T 500 DTG -10.069% -0.10 -13.339% -0.20 -0.30 400 95 300 -0.815% 90 200 -2.001% -0.40 Temperatura (oC) 100 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 0.10 100 TG -0.50 85 0 50 100 0 150 Tempo (min) Figura 4.33: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra FDU-1(Ni10%) - m = 20,49 mg. 600 T 100 -4.683% -9.560% 500 400 -0.10 -0.492% 95 300 200 -4.498% -0.20 90 100 46.67C TG 0 50 100 150 Tempo (min) Figura 4.34: Curvas TG/DTG -Redução 2 da amostra FDU-1(Ni30%) - m = 20,54 mg. 0 Temperatura (oC) DTG 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) g 0.10 65 600 100 500 DTG -0.10 -0.20 400 -18.076% 300 90 200 -0.30 Temperatura (oC) 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) T 100 TG 80 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.35: Curvas TG/DTG – Redução 2 da amostra FDU-1Ni(90%) - m = 20,95 mg. Conforme mencionado no item 3.2.4, para um melhor entendimento e comparação do perfil termogravimétrico de redução dos catalisadores comerciais com aqueles obtidos no laboratório, esses catalisadores, também, foram submetidos às condições de Redução 2, após tratamento térmico sob atmosfera de ar no Forno EDG10PS para remoção da gordura. As curvas TG/DTG referentes a esses ensaios, ilustradas nas Figuras 4.36 a 4.39, evidenciam duas etapas principais de perda de massa. A primeira corresponde à eliminação de água adsorvida fisicamente. A segunda é devido ao processo de redução NiO a Ni0 que ocorre entre 400 e 600oC. Em nenhum dos casos foi observado a redução quando da entrada da corrente de H2/Ar. Se o experimento fosse realizado com H2 puro, provavelmente, a redução ocorresse quando da entrada do gás. 66 g/ % C -3.638% T 0.00 500 -0.10 400 95 -8.862% 300 200 90 Temperatura (oC) DTG Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 100 100 TG -0.20 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.36: Curvas TG/DTG -Redução 2 – CatA – m = 20,53 mg. 600 -3.713% T 0.00 -0.05 400 95 -10.826% 300 90 200 -0.10 100 85 TG 0 50 100 150 Tempo (min) Figura 4.37: Curvas TG/DTG -Redução 2 – CatB – m = 20,82 mg. 0 Temperatura (oC) 500 DTG Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 100 67 g/ % C 100 T 0.00 DTG -0.10 400 300 90 -10.420% 200 Temperatura (oC) 500 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 -6.197% TG -0.20 100 80 0 50 100 150 0 Tempo (min) Figura 4.38: Curvas TG/DTG -Redução 2 – CatC – m = 20,53 mg. 100 -4.937% T -0.10 DTG 400 95 300 -9.465% 90 200 100 85 TG 0 50 100 Ti (min) [ i ] Tempo 150 Figura 4.39: Curvas TG/DTG -Redução 2 – CatD – m = 21,02 mg. 0 Temperatura (oC) 500 0.00 Massa (%) Derivada primeira (mg/min) 600 68 4.2. Difratometria de Raios X Raios X constituem uma radiação eletromagnética de comprimento de onda (λ) curto, produzida pela aceleração ou desaceleração de elétrons de alta energia ou pelas transições de elétrons dos orbitais internos dos átomos. O intervalo de comprimentos de onda dos raios X vai de cerca de 10-5 ºA até 100 ºA (SKOOG; HOLLER; NIEMAN,2002). Os elétrons rápidos acertam elétrons que ocupam orbitais das camadas internas dos átomos e os retiram do mesmo. Esta colisão deixa uma vacância no átomo, a qual é preenchida quando um outro elétron de outra camada salta para a vacância. A diferença de energia é emitida como um fóton. O fóton tem uma energia muito alta, correspondente à região dos raios X (ATKINS,2001). No Instituto de Física (Departamento de Física Aplicada) da Universidade de São Paulo, podem ser executados experimentos de difração de raios X e espalhamento de raios X a baixo ângulo, técnicas comumente disponíveis em laboratórios de Cristalografia. No caso, foram utilizadas fontes convencionais de raios X, produzidos em tubos selados ou geradores de anodo rotatório. Entretanto, os trabalhos de difração de raios X podem ser realizados usando a radiação intensa de uma fonte síncrotron. Na fonte síncroton, os elétrons são acelerados em um círculo por campos eletromagnéticos. Todavia, estas fontes são enormes e estão disponíveis somente como serviços nacionais (Exemplo: LNLS - Campinas). Os raios X interagem com os elétrons da matéria. Quando um feixe de raios X incide num material é espalhado em várias direções pelas nuvens eletrônicas dos átomos da amostra. Se o comprimento de onda (λ) dos raios X for comparável às distâncias interatômicas, pode ocorrer interferência. Para um arranjo ordenado de 69 centros de espalhamento; tais como, átomos ou íons em um sólido cristalino, isto pode resultar em interferência máxima ou mínima (SANDRA; DANN, 2000). Em 1913, William e Lawrence Bragg, pai e filho, determinaram como o espaçamento entre camadas dos planos nas estruturas cristalinas resulta em diferentes padrões de difração de raios X. Atualmente, é possível observar o padrão de difração de um cristal determinado, em particular, e determinar a estrutura deste cristal, tendo como base o padrão de difração. Os Braggs determinaram que os seguintes fatores estivessem envolvidos: 1) A distância semelhante entre planos atômicos em uma estrutura cristalina. Esta distância é chamada de d. 2) O ângulo de difração, também chamado de ângulo θ. Um difratômetro mede um ângulo que é o dobro do ângulo θ, o ângulo 2θ. 3) O comprimento de onda (λ) da radiação incidente. Estes fatores combinados resultaram na Lei de Bragg: n ⋅ λ = 2 ⋅ d ⋅ senθ Onde: n: é um número inteiro (1,2,3,...), a ordem de difração; λ: comprimento de onda em angstoms (°A); d: distância interplanar em angstroms (ºA); θ : ângulo de difração em graus (KENKEL,2003) A incidência dos raios X sobre um átomo provoca o espalhamento da radiação em todas as direções. A difração é caracterizada pela interferência construtiva proveniente de vários átomos dos raios X espalhados. 70 No caso de um cristal, a seqüência ordenada e periódica dos átomos pode ser visualizada como um conjunto de planos, denominados planos cristalográficos e indexados através dos índices de Miller, hkl. O espalhamento coerente dos raios X (mesma energia da radiação incidente) por um conjunto de planos cristalinos (hkl) ocorre em um ângulo bem definido, denominado ângulo de Bragg. Ratifica-se que a condição de difração estabelecida pela Lei de Bragg é: n ⋅ λ = 2 ⋅ d ( hkl ) ⋅ senθ ( hkl ) Onde: n: ordem de difração (normalmente considera-se n=1); λ: comprimento de onda da radiação incidente; dhkl: distância interplanar θhkl: semi-ângulo de difração medido em relação aos raios X incidentes. Os valores de dhkl para um composto padrão estão tabelados, disponíveis em micro-fichas ou CD-ROM no sistema ICDD (JCPDS) da International Union of Crystallography (FANTINI, 2004). 4.2.1. Difratogramas de Raios X das amostra antes e após redução Para confirmar a existência de NiO após a calcinação e a existência de Niº após a redução, amostras de SBA-15(Nix) e FDU-1(Nix) calcinadas e reduzidas foram submetidas à difratometria de raios X, conforme 3.3.2. As linhas de difração observadas nas Figuras 4.40 e 4.41 evidenciam a presença das fases NiO nas amostras calcinadas. Já as linhas de difração observadas nas Figuras 4.42 e 4.43 evidenciam fases NiO e fases Niº, demonstrando que, pelo menos, parte do NiO existente foi reduzido a Niº. 71 NiO –47-1049 (200) 3% (111) 5% 10% (220) 30% 90% 35 40 60 50 (2θ) o Figura 4.40: Difratogramas de raios X de amostras de SBA-15(Nix) calcinadas. (200) NiO - 47-1049 (111) 3% 5% 10% (220) 30% 90% 35 40 50 60 °(2θ) Figura 4.41: Difratogramas de raios X de amostras de FDU-1(Nix) calcinadas. 72 (111) Niº NiO - 47-1049 Niº - 04-0850 (200) NiO (111) (200) NiO Niº (220) NiO 30% 5% 35 40 60 50 (2θ) o Figura 4.42: Difratogramas de raios X de amostras de SAB-15(Nix) após redução. (111) NiO - 47-1049 Niº Niº - 04-0850 (200) NiO (111) NiO (200) (220) Niº NiO 30% 5% 35 40 50 60 (2θ) o Figura 4.43: Difratogramas de raios X de amostras de FDU-1(Nix) após redução. 4.3. Espalhamento de raios X a baixo ângulo (SAXS) Desde a descoberta dos raios X, ferramenta versátil e não destrutiva de determinação da estrutura da matéria condensada, métodos experimentais 73 sofisticados vêm sendo desenvolvidos para melhorar a qualidade dos dados obtidos, bem como o espectro de problemas a serem selecionados. Os sistemas amorfos, onde há inexistência de ordem estrutural de médio ou longo alcance, impedem a investigação por técnicas convencionais de difração de raios X (X-Ray Diffraction ou XRD). Materiais mono e poli cristalinos, que são sistemas mais ordenados, são comumente estudados por difração de raios X, na geometria convencional de varredura θ - 2θ, também útil no estudo de amostras espessas e filmes finos, permitindo análise de caráter composicional e estrutural. O espalhamento de raios X a baixo ângulo (SAXS – Small Angle X-Ray Scattering) tem se mostrado uma ferramenta adequada na obtenção de informação de caráter morfológico ou estrutural para sistemas com baixa correlação estrutural; porém, com variação de densidade eletrônica da ordem de dezenas a centenas de Angstroms. Nas fontes de radiação síncroton, onde feixes de raios X intensos das mais variadas energias são obtidos com alta colimação e polarização, foram abertas novas perspectivas no estudo da estrutura da matéria condensada:XANES (X-Ray Absorption Near Edge Spectroscopy) e EXAFS (Extended X-Ray Absorption Fine Structure) (FANTINI,2004) As medidas de SAXS são tipicamente realizadas com ângulos de espalhamento menores que 1º. A técnica de SAXS é usada para sondar estruturas de grande tamanho; tais como, macromoléculas biológicas (proteínas, ácidos necleicos, etc.), polímeros de alto peso molecular e superestruturas autoorganizadas (por exemplo, surfactante utilizado como molde na síntese de materiais mesoporosos). 74 As medições de SAXS são tecnicamente desafiadoras por causa do pequeno ângulo de separação entre o feixe direto (que é muito intenso) e o feixe espalhado. Maiores distâncias entre a amostra e o detector (0,5m – 10m) e uma ótica com alto grau de colimação são usadas para se obter boa relação sinal-ruído (INTRODUCTION, 2005). Visto que a técnica de SAXS analisa o espalhamento a baixos ângulos com um valor mínimo geralmente limitado pelas condições experimentais, somente heterogeneidades da densidade eletrônica de dimensões coloidais podem ser observadas (dezenas a milhares de ºA). A técnica de SAXS limita-se ao estudo de pequenos ângulos correspondentes a estruturas da ordem de 10 –1000 ºA no espaço direto. Nesta técnica, somente uma média da densidade eletrônica é observada em um volume de dimensão da ordem de 10ºA. A técnica de SAXS fornece informações da estrutura numa escala grande, quando comparada com o comprimento de onda dos raios X. Experimentalmente, visualiza-se este tipo de espalhamento, quando feixes de raios X atravessam amostras constituídas por partículas coloidais submicroscópicas; entretanto, maiores que os átomos isolados. Este espalhamento foi primeiramente observado por Krishinamurti e Warren (GUINIER, 1955). Esta técnica pode dar informações estruturais para partículas que se encontram dentro de certos limites. Se a partícula for grande demais, o espalhamento fica limitado a ângulos muito pequenos, por vezes, inacessíveis experimentalmente. Por outro lado, se a partícula for pequena demais, da ordem do comprimento de onda, o espalhamento se produz a altos ângulos (FISHER, 2000). 75 4.3.1. Difratogramas de raios X a baixo ângulo das amostras antes e após calcinação Objetivando-se obter informações a respeito das estruturas das sílicas mesoporosas ordenadas após a impregnação com o níquel antes e após a calcinação, realizaram-se experimentos de raios X a baixo ângulo, conforme descrito em 3.3.3. As Figuras 4.44 a 4.53 ilustram os difratogramas de raios X a baixo ângulo das amostras SBA-15(Nix) e SBA-15. A posição dos picos de difração (1 0 0 ), (1 1 0) e (2 0 0) são compatíveis com a presença de uma estrutura hexagonal. As Figuras 4.54 a 4.63 ilustram os difratogramas de raios X a baixo ângulo das amostras FDU-1(Nix) e FDU-1. As posições dos picos de difração são compatíveis com a presença de uma estrutura cúbica similar as sílicas mesoporosas cúbicas em forma de gaiola do tipo FDU-1 (MATOS et al., 2003). Em geral, as medidas de transmitância das amostras feitas com o feixe de raios X mostram a presença do Ni, através da diminuição da transmitância com o aumento do teor do metal. A introdução do Ni na síntese do material não desestrutura o sistema mesoporoso. O parâmetro de rede do material com o Ni não varia com o seu conteúdo, o que indica que a sílica suporta o metal. O parâmetro de rede com Ni é maior do que sem ele, isto sugere que o metal é incorporado na estrutura. O processo de calcinação, como usual, diminui o parâmetro de rede, ou seja, o sistema encolhe. Até 10% de Ni não há interferência deste na estrutura. A amostra de 30% de Ni calcinada sofre desestruturação. 76 Intensidade (u.a.) (100) 160 SBANi3% hkl 120 d(hkl)(nm) (100) (110) (200) a (nm) 9.9 5.6 4.9 11.4 11.2 11.2 80 x4 (110) (200) 40 0 0.4 0.8 1.2 1.6 2.0 2θ Figura 4.44: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni3%) sem calcinar. (100) SBANi3% calc 200 hkl (100) (110) (200) 160 d(hkl)(nm) 9.2 5.2 4.5 a (nm) 10.6 10.4 10.4 120 80 40 0 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6 (200) x4 (110) Intensidade (u.a.) 240 2.0 2θ Figura 4.45: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni3%) calcinada. (100) 77 Intensidade (u.a.) 100 SBANi5% 80 hkl d(hkl)(nm) (100) (110) (200) 60 a (nm) 9.9 5.6 4.9 11.4 11.2 11.4 40 x4 (110) 0 (200) 20 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ (100) Figura 4.46: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni5%) sem calcinar. 160 SBANi5% calc 120 hkl 100 d(hkl)(nm) (100) (110) (200) 80 a (nm) 9.5 5.4 4.7 10.9 10.8 10.7 60 x4 20 0 (200) 40 (110) Intensidade(u. a.) 140 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ Figura 4.47: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni5%) calcinada. (100) 78 SBANi10% 20 hkl d(hkl)(nm) a (nm) 15 (100) (110) (200) 10.0 5.6 4.9 11.5 11.1 11.4 10 x4 (110) 5 0 0.75 1.00 1.25 (200) Intensidade ( u.a.) 25 1.50 1.75 2.00 2θ 160 SBANi10% calc 120 hkl 100 (100) (110) (200) d(hkl)(nm) a (nm) 9.6 5.5 4.7 11.1 10.9 10.8 80 60 x4 20 0 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 (200) 40 (110) Intensidade(u. a.) 140 (100) Figura 4.48: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15Ni(10%) sem calcinar. 1.75 2.00 2θ Figura 4.49: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni10%) calcinada. (100) 79 4.0 SBANi30% 3.0 hkl 2.5 (100) (110) (200) d(hkl)(nm) a (nm) 9.8 ------- 11.3 --------- 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ (100) Figura 4.50: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni30%) sem calcinar. 50 Intensidade (u.a.) Intensidade (u. a.) 3.5 SBANi30% calc 40 hkl (100) (110) (200) 30 d(hkl)(nm) 9. 5 ------- a (nm) 10.9 --------- 20 10 0 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 Figura 4.51: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15(Ni30%) calcinada. (100) 80 70 SBAsemcalc Intensidade(u. a.) 60 hkl 50 d(hkl)(nm) (100) (110) (200) 40 a (nm) 9.8 5.6 4.8 11.4 11.2 11.1 30 x4 20 0.50 0.75 1.00 1.25 (200) 0 0.25 (110) 10 1.50 1.75 2.00 2θ Figura 4.52: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15 sem calcinar. (100) 30 20 hkl d(hkl)(nm) (100) (110) (200) 10 0 a (nm) 9.6 5.5 4.7 11.1 10.9 10.9 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 (200) x4 (110) Intensidade (u. a.) SBA15calc 1.75 2.00 2θ Figura 4.53: Difratograma a baixo ângulo da amostra SBA-15 calcinada. 2.25 (111) 81 18 FDUNi3% 14 12 hkl 10 (111) (220) (311) d(hkl)(nm) a (nm) 13.5 7.6 7.3 23.3 21.4 24.2 8 x4 6 (220) (311) Intensidade (u. a.) 16 4 2 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ (111) Figura 4.54: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni3%) sem calcinar. FDUNi3% calc hkl 60 d(hkl)(nm) a (nm) 12.4 7.2 7.0 21.4 20.3 23.3 (111) (220) (311) 40 x4 (220) (311) Intensidade (u. a.) 80 20 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.0 2θ Figura 4.55: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni3%) calcinada. 82 (111) 35 FDUNi5% 25 hkl d(hkl)(nm) a (nm) 13.3 7.6 7.1 23.1 21.4 23.4 (111) (220) (311) 20 15 x4 10 (220) (311) Intensidade (u. a.) 30 5 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ (111) Figura 4.56: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni5%) sem calcinar. 70 FDUNi5% calc 50 hkl 40 (111) (220) (311) d(hkl)(nm) a (nm) 12.6 7.2 6.4 21.8 20.2 21.3 30 20 10 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 (311) x4 (220) Intensidade (u. a.) 60 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ Figura 4.57: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni5%) calcinada. (111) 83 20 15 hkl d(hkl)(nm) a (nm) 13.3 7.6 7.0 23.1 21.4 23.3 (111) (220) (311) 10 x4 5 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 (311) (220) Intensidade (u. a.) FDUNi10% 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ (111) Figura 4.58: Difratograma abaixo ângulo da amostra FDU-1(Ni10%) sem calcinar. 80 FDUNi10% calc 60 hkl d(hkl)(nm) a (nm) 12.8 7.5 7.0 22.1 21.3 23.2 (111) (220) (311) 50 40 30 x4 (220) 20 10 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 (311) Intensidade (u. a.) 70 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ Figura 4.59: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni10%) calcinada. 84 (111) 14 FDUNi30% hkl 10 d(hkl)(nm) a (nm) 13.5 7.6 7.1 23.3 21.4 23.5 (111) (220) (311) 8 6 x4 4 2 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 (311) (220) Intensidade (u. a.) 12 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ Figura 4.60: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni30%) sem calcinar. (111) 25 FDUNi30% calc hkl d(hkl)(nm) a (nm) 12.2 7.1 6.7 21.1 20.1 22.3 (111) (220) (311) 15 x4 10 (220) (311) Intensidade (u. a.) 20 5 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ Figura 4.61: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1(Ni30%) calcinada. (111) 85 70 FDUsemcalc 60 50 d(hkl)(nm) a (nm) 13.1 7.5 6.8 22.7 21.1 22.7 (111) (220) (311) 40 30 x4 20 10 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 (311) (220) Intensidade (u. a.) hkl 1.25 1.50 1.75 2.00 2θ (111) Figura 4.62: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1 sem calcinar. 120 100 hkl 80 (111) (220) (311) d(hkl)(nm) a (nm) 12.4 7.2 6.8 21.4 20.2 22.4 60 40 (220) (311) Intensidade (u. a.) FDU calc 20 0 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2θ Figura 4.63: Difratograma a baixo ângulo da amostra FDU-1 calcinada. 86 4.4. Isotermas de adsorção de N2 Um sólido ao ser colocado em contato com um gás em um sistema fechado sofre um aumento de peso, ao mesmo tempo em que a pressão parcial do gás é diminuída. Isto acontece porque as moléculas superficiais do sólido experimentam forças resultantes diferentes de zero, pois estão ligadas numa extremidade às moléculas das camadas mais internas do próprio sólido e na outra extremidade tem ligações incompletas. A tendência das moléculas superficiais deste sólido em ligarse a moléculas gasosas ou líquidas a fim de satisfazer este desbalanço de forças moleculares ou atômicas é chamada de adsorção (GAS SORPTION ANALYSIS, 2005). As isotermas de adsorção, utilizadas para caracterizar propriedades texturais da amostra, podem ser determinadas pelo método estático e dinâmico (FIGUEIREDO; RIBEIRO, 1989). Nos dois casos, as amostras sólidas são prétratadas, aplicando-se alguma combinação de calor, vácuo e/ou fluxo de gás para remover contaminantes adsorvidos adquiridos pela exposição à pressão atmosférica (GAS SORPTION ANALYSIS, 2005). Entre os métodos estático e dinâmico, o estático é o mais usual. Neste último, quantidades sucessivas de substância a serem adsorvidas (adsorbato, no caso, N2) são adicionadas a um volume, previamente submetido à pressão reduzida, onde se encontra a amostra do sólido (adsorvente). Determina-se a quantidade adsorvida ao atingir o equilíbrio para cada valor de pressão, por gravimetria ou volumetria e é normalmente expressa em na (mols por grama de sólido degaseificado). As isotermas são geralmente apresentadas na forma gráfica como na em função da pressão relativa (P/P0), onde P0 é a pressão de saturação da substância adsorvida (adsorbato - N2 ) na temperatura do ensaio ou em função da pressão P, quando o ensaio é realizado a temperatura superior à crítica. O exame de numerosos resultados experimentais permitiu classificar as isotermas de adsorção em seis tipos característicos, apresentados na Figura 4.64. 87 p p Tipo II – sólidos não porosos ou macroporosos Tipo III – sólidos macroporosos (baixo calor de adsorção) Tipo IV – sólidos mesoporosos . Há histerese. Tipo V – sólidos mesoporosos. Há histerese (baixo calor de adsorção). Tipo VI – sólidos não porosos com superfícies uniformes. Figura 4.64: Tipos de Isotermas de Adsorção (FIGUEIREDO; RIBEIRO,1989). As isotemas do tipo I são características de sólidos microporosos (por exemplo: carvão ativo e peneiras moleculares). A quantidade adsorvida tende a um valor limite quando P/P0 Æ 1 (sistema saturado). Esta isoterma também representa uma adsorção química, caso em que o valor limite corresponde à formação de uma monocamada molecular adsorvida. Nas isotermas do tipo II e III, a quantidade adsorvida tende para o infinito quando P/P0 Æ 1, correspondendo a adsorção em múltiplas camadas sobrepostas e ocorrem em sólidos não porosos ou macroporos. As isotermas do tipo IV e V correspondem respectivamente, às isotermas II e III quando o sólido apresenta mesoporos (2 – 50 nm), nos quais (mesoporos) ocorre o fenômeno de condensação capilar. A quantidade adsorvida tende a um valor máximo finito, correspondendo ao preenchimento completo dos capilares com o adsorbato no estado líquido (N2 líquido no caso). A isoterma do tipo VI (em degraus) ocorre em superfícies uniformes não porosas e representa uma adsorção camada a camada. A altura do degrau corresponde à capacidade da monocamada em cada camada adsorvida. As isotermas do tipo III e V são pouco freqüentes. 88 O fenômeno da histerese, nas isotermas de adsorção, está associado à condensação capilar em estruturas mesoporosas. Verifica-se que a curva de adsorção não coincide com a curva de dessorção, ou seja, não há reversibilidade, conforme indicado na Figura 4.64 (Tipos de Isoterma de adsorção para as isotermas do tipo IV e V). De acordo com a IUPAC, podem ser identificadas 4 tipos principais de histerese, conforme Figura 4.65 . H1 - dois ramos verticais paralelos pela ordenada H2 - só o ramo da dessorção é vertical, distribuição e forma de poros bem definida H3 - dois ramos da isoterma assimptótica à vertical p/p0= 1, partículas com poros em fenda H4 – ramos quase horizontais paralelos à abscissa, poros estreitos em fenda, carater tipo I indicativo de microporos Figura 4.65: Tipos de Histerese. (FIGUEIREDO; RIBEIRO, 1989). A histerese do tipo H1 é caracterizada por dois ramos de isoterma quase verticais e paralelos durante uma extensa gama de valores do eixo das ordenadas (quantidade adsorvida). Normalmente, está associada a materiais porosos constituídos por aglomerados rígidos de partículas esféricas de tamanho uniforme e regularmente ordenadas. Resulta em uma distribuição apertada de tamanhos de poros e é aceitável um modelo de capilares cilíndricos para o cálculo do tamanho de poros. Na histerese do tipo H2, só o ramo de dessorção é praticamente vertical aos valores da ordenada. Muitos adsorventes porosos originam este tipo de histerese, a qual corresponde a uma distribuição de tamanho e formatos de poros bem definidos. Por vezes, associa-se este tipo de histerese aos diferentes mecanismos de 89 condensação e evaporação em poros com o gargalo estreito e corpo largo (poros em forma de tinteiro) neste caso, não se deve usar o ramo da dessorção no cálculo da distribuição de poros. A histerese do tipo H3 caracteriza-se por dois ramos assimptóticos relativamente à vertical (P/P0) = 1. Está associada a agregados não rígidos de partículas lamelares, originando poros em fenda. No cálculo da distribuição do tamanho de poros deve-se utilizar o modelo de fendas em placas paralelas. A histerese do tipo H4 é caracterizada por dois ramos da isoterma quase horizontais e paralelos durante uma extensa gama de valores da abcissa. Este tipo também está associado a poros estreitos em forma de fenda; o aspecto da isoterma do tipo H1 indica a presença de microporos (Figura 4.65). Em muitos sistemas, particularmente os que apresentam microporos observase com freqüência a histerese até baixas pressões (ver tracejado da Figura 8). Este fenômeno está associado: à expansão de estruturas porosas pouco rígidas; à adsorção irreversível de moléculas de tamanho próximo à largura dos poros e à adsorção química irreversível (FIGUEIREDO; RIBEIRO, 1989). 4.4.1 Isotermas de Adsorção/Dessorção de N2 das amostras antes e após calcinação A determinação das medidas de adsorção de nitrogênio e área BET dos catalisadores calcinados foram realizadas, conforme apresentado no item 3.3.4. As Figuras 4.66 a 4.71 ilustram as isotermas de adsorção/dessorção dos materiais SBA-15(Nix). Por outro lado, as Figuras 4.72 a 4.77 apresentam as isotermas de adsorção/dessorção dos materiais FDU-1(Nix). Todas as isotermas de adsorção dos materiais apresentaram-se como do tipo IV, segundo definição da IUPAC. O tipo IV é característico de materiais mesoporosos. É observado o fenômeno de histerese do tipo H1, caracterizada por dois ramos de isotermas quase verticais e paralelos durante uma extensa gama de 90 valores do eixo das ordenadas (quantidade adsorvida) (FIGUEIREDO; RIBEIRO, 1989). Para as amostras de SBA-15 e SBA-1(Nix) os perfis das isotermas são similares entre si e aos esperados para esse tipo de material (MATOS et al., 2001). A etapa correspondente à condensação capilar ocorre próxima à pressão relativa (P/P0) de 0,6, enquanto na dessorção a etapa da evaporação capilar está deslocada para pressão relativa menor, ocorrendo o fenômeno da histerese característica para esse tipo de material. Os ramos da adsorção/dessorção na condensação e evaporação capilar são praticamente paralelos para todas as amostras, típica dos canais paralelos que origina a estrutura de poros hexagonal do material mesoporoso SBA-15. A incorporação do Ni ao material diminui a capacidade de adsorção e a área superficial com o aumento do teor de metal, porém o perfil das isotermas é similar indicando que a estrutura mesoporosa hexagonal ainda se mantem, mesmo para os materiais que apresentam altos teores de Ni. As isotermas de adsorção/dessorção das amostras de FDU-1(Nix) não mantem a mesma concordância em relação aos dados da literatura e em relação à sílica pura FDU-1 como no caso das isotermas das amostras de SBA-15(Nix). A isoterma da amostra de FDU-1 é típica para esse tipo de material, estrutura cúbica em forma de gaiola (MATOS et al.,2002; MATOS et al.,2003), porém para as amostras de FDU-1(Nix) há uma variação significativa no perfil das isotermas com a incorporação do metal. O perfil das isotermas das amostras FDU-1(Nix) se aproxima daquele de amostras de SBA-15, possivelmente a presença desse metal conduz a uma modificação na estrutura do material de cúbica para hexagonal. Em todos os casos a condensação capilar ocorre próxima à pressão relativa de 0,7 e a evaporação capilar não é reversível à condensação, o que caracteriza a ocorrência do fenômeno da histerese. A estrutura mesoporosa é mantida mesmo com a incorporação de altos teores de metais. O valor da área superficial de 714 m2 g-1 da 91 sílica FDU-1 pura, diminui com aumento do conteúdo de metal na estrutura porosa, assim com a capacidade de adsorção. Quantidade Adsorvida (cm g STP) 550 3 -1 500 450 400 350 300 250 SBA-15 C 200 150 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Figura 4.66: Isoterma de adsorção/dessorção de N2 SBA-15 calcinado. Quantidade Adsorvida (cm3g-1STP) 450 400 350 300 250 SBA-15Ni3C 200 150 100 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Pressão Relativa (P/P0) 3 -1 Quantidade Adsorvida (cm g STP) Figura 4.67: Isoterma de adsorção/dessorção de N2 SBA-15(Ni3%) calcinado. 450 400 350 300 250 200 SBA-15Ni5C 150 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Figura 4.68: Isoterma de adsorção/dessorção de N2 SBA-15(Ni5%) calcinado. Quantidade Adsorvida (cm3g-1STP) 92 400 350 300 250 200 SBA-15 Ni10C 150 100 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Pressão Relativa (P/P0) 300 3 -1 Quantidade Adsorvida (cm g STP) Figura 4.69: Isoterma de adsorção/dessorção de N2 SBA-15(Ni10%) calcinado. 250 200 150 SBA-15Ni30C 100 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Figura 4.70: Isoterma de adsorção/dessorção de N2 SBA-15(Ni30%) calcinado. Quantidade Adsorvida (cm3g-1STP) 70 60 50 40 30 SBA-15Ni90C 20 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Figura 4.71: Isoterma de adsorção/dessorção de N2 SBA-15(Ni90%) calcinado. Quantidade adsorvida (cm3STPg-1) 93 500 400 Sílica FDU-1 adsorção Sílica FDU-1 dessorção 300 200 100 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Quantidade adsorvida cm3STPg-1) Figura 4.72 : Isotermas de adsorção/dessorção da amostra de sílica FDU-1 calcinada. 500 FDUCS1 Ni 3% adsorção FDUCS1 Ni 3% dessorção 400 300 200 100 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Qunatidade Adsorvida (cm3STPg-1) Figura 4. 73 : Isotermas de adsorção/dessorção da amostra FDU-1(Ni3%) calcinada . 500 FDUCS1 Ni 5% adsorção FDUCS1 Ni 5% dessorção 400 300 200 100 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Figura 4.74 : Isotermas de adsorção/dessorção da amostra FDU-1 Ni(5%) calcinada. Quantidade adsorvida (cm3STPg-1) 94 500 FDUCS1 Ni 10% adsorção FDUCS1 Ni 10% dessorção 400 300 200 100 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Quantidade adsorvida (cm3STPg-1) Figura 4.75 : Isotermas de adsorção/dessorção da amostra FDU-1(Ni10%) calcinada. 500 400 001-810b adsorvida 001-810b dessorvida 300 200 100 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Pressão Relativa (P/P0) Quantidade adsorvida (cm3STPg-1) Figura 4 .76 : Isotermas de adsorção/dessorção da amostra FDU-1(Ni30%) calcinada. . 60 50 FDUCS2 Ni 90% adsorção FDUCS2 Ni 90% dessorção 40 30 20 10 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 Pressão Relativa (P/P0) 1,0 Figura 4 .77 : Isotermas de adsorção/dessorção da amostra FDU-1(Ni90%) calcinada. 95 4.5. Determinação da área BET Métodos de adsorção de gás são os mais freqüentemente usados para determinar a área específica de catalisadores. O método de adsorção de Brunauer – Emmett – Teller (BET) é o mais amplamente usado como procedimento padrão (HABER, 1991). A equação de Brunauer – Emmett – Teller (BET) traduz a adsorção física de vapores e foi originalmente apresentada para descrever as isotermas do tipo II. Porém, com valores apropriados dos parâmetros, esta equação pode representar outros tipos de isotermas. Para tanto, admite-se o equilíbrio dinâmico adsorção/dessorção, mas incluíse a possibilidade da formação de múltiplas camadas adsorvidas. Sua dedução está baseada nas seguintes hipóteses: a) em cada camada, a velocidade de adsorção é igual a velocidade de dessorção; b) o calor de adsorção, a partir da segunda camada é constante e igual ao valor de condensação; c) quando P = P0 , o vapor condensa como um líquido ordinário e o número de camadas adsorvidas é infinito. (c − 1) x P 1 P = + a n ⋅ (P0 − P ) nma ⋅ c nm ⋅ c P0 a Onde: na : porção adsorvida à pressão relativa P/P0; nam : capacidade da monocamada; c: constante que depende do tipo da isoterma. O método da determinação da área específica (BET) consiste em obter a capacidade da monocamada, nam, a partir da isoterma de adsorção física. A 96 adsorção do N2 a 77K é recomendada (com exceção a sólidos de área específica muito baixa < 5 m2/g). Uma vez determinada a quantidade de adsorbato necessária para cobrir a superfície com uma camada monomolecular, a área específica do sólido (S) será: S = nma ⋅ N ⋅ am (m2.g-1) N = número de Avogadro (6,02*1023 mol-1) am = área ocupada por uma molécula de adsorbato nam = capacidade da monocamada (mol/g) O valor de am pode ser calculado a partir da densidade de adsorbato (ρ) no estado líquido: am = 1,091 (M/ρ.N)2/3 Para o N2 à temperatura de 77K (N2 líquido), am = 0,162 nm2 (M: massa molar do N2). As seguintes observações devem ser consideradas sobre o método BET: a) a zona de validade da equação de BET é restrita a uma parte da isoterma, geralmente para valores de P/P0 entre 0,05 e 0,30 b) Outras substâncias inertes podem ser utilizadas (Kr: am = 0,17 – 0,23 nm2; Xe: am = 0,17 – 0,27 nm2; Ar: am = 0,13– 0,18 nm2); no entanto, o N2 é considerado padrão. c) Quando a área específica é muito baixa é aconselhável utilizar uma substância de menor pressão de vapor, permitindo maior precisão na determinação da isoterma. Por exemplo, Kr = 400 mmHg a 77K no lugar de N2 = 759 mmHg a mesma temperatura (FIGUEIREDO; RIBEIRO, 1989). 97 As Tabelas 4.2 e 4.3 listam, respectivamente, os valores de área BET para os catalisadores SBA-15(Nix) e FDU-1(Nix). Tabela 4.2: Área BET (m2.g-1) Tabela 4.3: Área BET (m2.g-1) Amostra S (m2.g-1) Amostra S (m2.g-1) SBA-15 611 FDU-1 714 SBA-15(Ni3%) 497 FDU-1(Ni3%) 315 SBA-15(Ni5%) 517 FDU-1(Ni5%) 314 SBA-15(Ni10%) 415 FDU-1(Ni10%) 330 SBA-15(Ni30%) 324 FDU-1(Ni30%) 374 SBA-15(Ni90%) 55 FDU-1(Ni90%) 39 4.6. Espectroscopia de Absorção Atômica A AAS ( Atomic Absorption Spectrometry) ou espectrofotometria de absorção atômica é o método de análise aplicado a determinações qualitativas e quantitativas de cerca de 70 elementos diferentes em amostras biológicas, metalúrgicas, farmacêuticas e atmosféricas. Trata-se de uma técnica analítica bem estabelecida e suficientemente sensível, seletiva e robusta (GIL, 2007). A espectrofotometria de absorção atômica (AAS), fundamenta-se na propriedade que têm os átomos de cada elemento, quando se encontram quimicamente não combinados e em seu estado fundamental de absorver raias de radiação com comprimentos de onda característicos. Essas linhas ou raias de radiação são as mesmas que os átomos excitados do elemento são capazes de emitir, ou seja, uma certa espécie atômica neutra no estado fundamental é capaz de absorver radiações de comprimento de onda iguais aos da radiação que ela, quando excitada, é capaz de emitir. 98 Os instrumentos devem ser capazes de isolar linhas espectrais que são usadas para a análise de determinado elemento e eliminar as linhas de radiação que possam interferir nas medidas ou diminuir a sensibilidade da análise. A sofisticação dos espectrofotômetros objetiva alcançar parâmetros tais como a sensibilidade, a reprodutibilidade, a eficiência e a velocidade das análises. Porém, esta sofisticação reflete-se no custo do equipamento que pode variar acima de 20 mil reais. Seis partes principais constituem os espectrofotômetros: fonte de radiação, sistema de introdução da amostra, atomizador, monocromador, sistema detector e sistema de leitura. Normalmente, esses componentes são combinados de modo eficiente e compacto, conectados a sistemas computadorizados para a preparação de amostras, sistema de tratamento de dados e impressoras. As interferências na espectrofotometria de absorção atômica, de forma geral, são de dois tipos: espectrais e químicas. As interferências espectrais ocorrem quando a resolução no monocromador torna-se impossível, como, por exemplo, no caso de absorções ou emissões de espécies interferentes no mesmo comprimento de onda de absorção ou emissão do analito. As interferências químicas ocorrem principalmente na etapa da atomização quando a amostra é introduzida no atomizador. A amostra sofre uma série de processos químicos e, conseqüentemente, há uma modificação nas características de absorção do analito. A espectrofotometria de absorção atômica segue a Lei de Beer: a absorção é proporcional ao número de átomos no estado fundamental que irão absorver a radiação emitida pela fonte luminosa. Logo, a concentração é diretamente proporcional à absorção de uma linha de radiação por um analito gasoso no estado fundamental. Porém, existe na espectrofotometria de absorção atômica um grande número de variáveis incontroláveis na atomização podendo ocorrer alguns desvios nas curvas analíticas. 99 Os padrões para a curva analítica convencional devem ser preparados em uma faixa de concentração adequada, de modo que a leitura da absorção do analito esteja entre as leituras da absorção dos padrões de menor e maior concentração. A extrapolação linear na curva de calibração não é recomendada, pois pode ocorrer um desvio negativo na linearidade. A aplicação da AAS é muito diversificada. Trata-se de um método analítico de alta sensibilidade, muito bom para determinar elementos em traços (ppm ou ppb) em vários tipos de amostras procedentes de várias áreas. Conforme dito anteriormente, por absorção atômica é possível determinar-se cerca de 70 elementos. Entre estes estão todos os metais, alguns não-metais e também elementos das séries dos lantanídeos e actinídeos. Em metalurgia, é rotina a determinação de impurezas em ligas de aço e em ligas de cobre. Na indústria de metais nobres é feito o controle de Pt, Au, Ag e Rh por absorção atômica. Na agricultura, a absorção atômica é importante na determinação de micronutrientes em solos, plantas, fertilizantes, cereais e outros alimentos de origem vegetal. Em amostras de derivados de petróleo determina-se, por exemplo, Pb na gasolina, Ni, Cu, Fe e Na em óleos brutos e em catalisadores. Em produtos industrializados, é convencional a determinação de metais em cimento, vidro, tinta, tecido etc. Na área médica, determina-se Ca, Pb, Cd, Mn, Mg no sangue, na urina e em tecidos orgânicos. A determinação de metais alcalinos e outros como Fe, Co, Ni e Li em medicamentos é usual na indústria farmacêutica (VINADÈ; VINADÈ,2005). Para se determinar o teor de níquel nos catalisadores produzidos, utilizou-se a técnica de absorção atômica, conforme descrito em 3.3.5. Na Tabela 4.3 encontram-se listados os teores de níquel encontrados para cada uma das respectivas amostras. 100 Tabela 4.4: Teores de Ní encontrados nos catalisadores Amostra % Ni Amostra %Ni SBA-15(Ni3%) 1,87 FDU-1(Ni3%) 2,62 SBA-15(Ni5%) 4,17 FDU-1(Ni5%) 4,34 SBA-15(Ni10%) 8,43 FDU-1(Ni10%) 8,90 SBA-15(Ni30%) 25,46 FDU-1(Ni30%) 15,99 SBA-15(Ni90%) 70,46 FDU-1(Ni90%) 84,47 101 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ⇒ Foram sintetizados catalisadores de níquel suportados em sílicas mesoporosas altamente ordenadas com diferentes teores de Ni. A caracterização dos materiais por diferentes métodos permitiu concluir que a estrutura mesoporosa dos suportes não se alterou. A TG/DTG permitiu simular etapa de calcinação para remoção do surfatante, decomposição do sal de Ni e etapa de redução do NiO a Ni0. ⇒ As medidas de SAXS evidenciaram que até a concentração de 10% de Ni o perfil dos difratogramas foi compatível com as estruturas porosas hexagonal do SBA-15 e cúbica, em forma de gaiola, do FDU-1. ⇒ As medidas de adsorção de N2 mostraram-se mais sensíveis que as de SAXS, ou seja, as isotermas mantem o mesmo perfil independente da concentração do metal nos materiais de SBA-15. Porém, para os materiais FDU-1(Nix) o perfil da isoterma é diferente do esperado, indicando que a estrutura cúbica é sensível a presença do metal. Em ambos os casos foram observados diminuição nos valores de área superficial e na capacidade de adsorção. Do ponto de vista de catálise, acredita-se que os materiais são promissores. ⇒ Os teores de Ni nos materiais foram determinados por absorção atômica e TG/DTG. Num primeiro momento, não houve a correlação entre eles, mas ajustando as condições experimentais para a etapa de redução isso poderá ser possível. ⇒ O teste catalítico, ainda não foi executado, porém a manutenção da estrutura mesoporosa do suporte é um fator positivo que poderá propiciar bons resultados, principalmente para as amostras com altos teores de Ni. ⇒ Caso o teste catalítico seja positivo, estudar-se-ão as perdas no processo. As sínteses serão refeitas e os materiais serão caracterizados, a fim de se verificar a reprodutibilidade. ⇒ Caso o teste catalítico seja negativo, outra proposta de trabalho será analisada, buscando alterar as condições de obtenção dos materiais. 102 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P; Jones, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente . trad. Ignez Caracelli . . . [et al.]. Porto Alegre: Bookman, 2001. BROWN, M. E. Introduction to Thermal Analysis Techniques and Applications. London: Chapman and Hall, 1988. 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Análise Estrutural e Morfológica Por Raios X. Apostila da disciplina Técnicas de Raios X e de Feixe Iônico aplicados a Análise de Materiais, 2004. 103 FIGUEIREDO, J.L.; RIBEIRO, F. R. Catálise Heterogênea .Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 1989. GAS SORPTION ANALYSIS. Disponível em : http://www.micromeritics.com. Acesso em: maio / 2005. GIL, E. S. Controle Físico-Químico de Qualidade de Medicamentos. 2 ed. Pharmabooks, 2007. GIOLITO,I.; IONASHIRO,M. A nomenclatura em análise térmica – parte II. Cerâmica, v.34, p.163-164, 1988. GONZALEZ, R. D.; LOPEZ, T.; GOMEZ, R. Sol-gel preparation of supported metal catalysts. Catalysis Today, v.35, n.3, p.293-317, 1997. GUINIER, A; FOURNET, G. Small-Angle Scattering of X-Rays. John Wiley &Sons, 1955. HABER, J. Manual on catalyst characterization. Pure & Applied Chemistry, v.63, n.9, p.1227-1246, 1991. HAINES, P.J. Thermal Methods of Analysis: Principles, aplication and problems. 1.ed, London: Champman & Hall, 1995. HOLDERICH, W. 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EDUCAÇÃO E.E.P.S.G. “Dr. Américo Brasiliense” (1988) – Santo André FEI – Faculdade de Engenharia Industrial – São Bernardo do Campo (1996) – Engenharia Química OCUPAÇÃO Bolsista de Mestrado de 03/2004 a 02/2006 - CNPq Professora de Química Colégio Singular – Santo André Período: 2° semestre de 2006 / 1° e 2° semestres de 2007 Professora Colaboradora de Química Geral e Inorgânica Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Oswaldo Cruz Período: 02 / 2007 - atual PARTICIPAÇÕES EM CONGRESSOS Apresentação do trabalho “Estudo do Comportamento Térmico de Etanossulfonatos de Metais Alcalinos Terrosos – parte 1” na forma de pôster durante o IV Congresso Brasileiro e 2º Congresso Pan-Americano de Análise Térmica e Calorimetria em Poços de Caldas – MG, no período de 11 a 14 de abril de 2004. Apresentação do trabalho “Avaliação Termogravimétrica da Eficiência de Extração por Solvente do Molde Empregado na Síntese da Sílica Mesoporosa Altamente 108 Ordenada”. – na forma de pôster durante o V Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria em Poços de Caldas – MG , em abril de 2006. Apresentação do trabalho “Avaliação da Encapsulação do OEAC na Sílica Mesoporosa Ordenada SBA-15 Via TG e Planejamento Fatorial 23”. – na forma de pôster durante o V Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria em Poços de Caldas – MG , em abril de 2006. Apresentação do trabalho “Avaliação por DSC da Incorporação de Enxofre em Solução Sólida no Silicato Dicálcico do Clínquer de Cimento Portland”. – na forma de pôster durante o V Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria em Poços de Caldas – MG , em abril de 2006. SILVA, L. C. C.; ABATE, G.; FANTINI, M. A. C.; OLIVEIRA, N. A.; JARONIEC, M.; MATOS, J. R. Microwave synthesis of FDU-1 silica with incorporated humic acid and its applications for adsorptions of Cd2+ from aqueous solutions.Studies in Surface Science and Catalysis, v.156, p.941-950, 2005.