Governo do Estado do Pará Secretaria de Estado de Meio Ambiente Diretoria de Áreas Protegidas Coordenadoria de Unidades de Conservação ATA DA 2ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO GESTOR DA RESERVA BIOLÓGICA MAICURU, REALIZADA NO DIA 03 DE OUTUBRO DE 2013. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 No dia 03 de outubro de 2013 no auditório do SESC/PARÁ, no município de Santarém/PA, Rubens Aquino, presidente do conselho gestor da Reserva Biológica Maicuru (REBIO Maicuru) iniciou a reunião ordinária com a apresentação do cronograma de atividades do dia. O Sr. Rubens anunciou a apresentação dos presentes: Jarine Reis, do IMAZON; Paulo Russo, do ICMBio (Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque); Teresa Ávila Pires, do MPEG; Vasco von Roosmalen, da ECAM; Arinaware Apalai, da APIWA; Decio Horita, representando o Iepé; Josinei Garcia, da CI; Rubens Aquino, da SEMA/PA; e os técnicos da SEMA: Alessandra Azevedo, Matheus Severo, Fernanda Cunha e Celine Pinto. Jorge Rafael Almeida, representante da Fundação Jari, e Marcos Velho, da FUNAI-Macapá, não compareceram a reunião, mas justificaram sua falta. Auto Pereira Dantas Junior (SEMMA/Monte Alegre) e Magnandes Costa Cardoso (SEMMA/Almeirim) faltaram sem justificativa. Alessandra Azevedo, conselheira suplente da REBIO e moderadora da reunião, iniciou a metodologia com a apresentação das expectativas dos participantes para a reunião. As principais expectativas são o compartilhamento de experiências, a integração, a criação de um planejamento, de um plano de trabalho para a REBIO Maicuru, e o apoio na elaboração das atividades do conselho. Rubens fez a leitura da ata da reunião anterior, ocorrida em junho de 2013 e, após as correções pertinentes, a ata foi aprovada pela assembléia. O presidente do conselho informou a todos que o regimento interno daquela assembléia ainda deve ser publicado em Diário Oficial. Após isso, iniciou a apresentação das ações do plano de manejo da unidade, que devem fazer parte do seu planejamento anual, onde constam os programas administração, infraestrutura, ordenamento territorial, sustentabilidade financeira, comunicação, capacitação, pesquisa, monitoramento ambiental, educação ambiental (entorno), fiscalização e controle, manejo de recursos naturais, uso público, fortalecimento comunitário. Seguindo a metodologia adotada, fez-se a seguinte pergunta aos conselheiros: quais os desafios para implementação dos programas da REBIO? As respostas abordaram os temas de fiscalização e monitoramento; estratégia contínua de proteção de seus recursos naturais; interesses políticos para combate de garimpo ilegal; capacitação de atores envolvidos com sua gestão; sustentabilidade financeira para desenvolvimento de programas; e acesso difícil a unidade, considerando sua localização remota, e as conseqüências desta condição: pouco conhecimento sobre a área e pouca divulgação sobre a unidade, dificuldade de sinalização de seus limites, bem como de desenvolver ações de monitoramento ou educação ambiental, por exemplo. A próxima pergunta serviu para os conselheiros responderem de que forma sua instituição pode contribuir com a gestão da unidade. O objetivo do questionamento é que cada conselheiro pensasse nos programas e ações que sua instituição executa e como estes poderiam contribuir para a gestão da REBIO Maicuru. A CI sugeriu a construção de um fundo fiduciário para as unidades de Governo do Estado do Pará Secretaria de Estado de Meio Ambiente Diretoria de Áreas Protegidas Coordenadoria de Unidades de Conservação 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 conservação da Calha Norte, prevendo para o 1º trimestre de 2014 os debates e articulações entre os parceiros, e início da aplicação do fundo somente no ano de 2015. O conselheiro representante da CI deixou claro que esta ação ainda precisa ser amadurecida, e que todos os interessados devem participar de forma efetiva na sua construção. Na próxima reunião, Josinei Garcia trará informações sobre o andamento deste processo de formação do fundo, para acompanhamento do conselho. Arinaware Apalai expôs que a comunidade indígena tem pouco conhecimento sobre a REBIO, e solicitou que a SEMA/PA participasse de reuniões nas aldeias, com o objetivo de apresentar as unidades de conservação aos indígenas. O IMAZON ratificou a importância desta aproximação do órgão gestor das unidades de conservação da Calha Norte com as comunidades existentes nas áreas protegidas e no seu entorno. Arinaware informou que a próxima reunião de sua instituição acontecerá no 1º trimestre de 2014, e o gerente da REBIO falou da possibilidade de participação da SEMA/PA. Também foi confirmado, principalmente por todas as instituições indigenistas presentes nesta reunião de conselho, que é importante que as comunidades indígenas tenham conhecimento sobre a gestão da REBIO. Para alcançar este objetivo, a SEMA/PA, Iepé, ECAM e FUNAI ficaram responsáveis por esta ação contínua de comunicação e repasse de informações entre terras indígenas e gestão, durante o ano de 2014 e 2015. Sobre a capacitação do conselho da REBIO, o gerente sugeriu que os intercâmbios com conselhos de outras unidades de conservação aconteçam no 2º e 4º trimestre de 2014. Paulo Russo lembrou que, nestes intercâmbios, as oficinas e visitas de campo trarão experiências não somente dos pontos negativos, mas também das atividades positivas realizadas por outras unidades. Decio, do Iepé, sugeriu a abertura de pista de pouso para acesso a REBIO em TI do entorno. Esta ação facilitaria o acesso à área e traria benefícios a gestão da UC, além de possibilitar maior apoio às comunidades indígenas, principalmente por parte das instituições que trabalham diretamente com estes povos. Porém, é essencial que a SEMA/PA considere o quanto esta ação é importante para as ações de governo, pois além da abertura da pista é necessário garantir a sua manutenção. A localização da pista seria em uma terra indígena, e resultaria de acordo entre estas comunidades e o órgão ambiental estadual, contando com o apoio das instituições indigenistas ali presentes. Decio sugeriu ainda que as discussões sobre o tema tivessem início na reunião da APIWA, que acontecerá no 1º trimestre de 2014, e contará com a presença da SEMA/PA. No tocante Educação Ambiental foi citado o PEDUC que é um programa de educação ambiental e comunicação que está em fase final de elaboração, e que tem como objetivo estabelecer diretrizes para o desenvolvimento da educação ambiental na educação formal e informal, com a Calha Norte como local de aplicação. Segundo Jarine, do IMAZON, o ano de 2014 será fundamental para articulação com parceiros para a execução do programa. Paulo Russo, do ICMBio sugeriu a divulgação do PEDUC em seminários, com a finalidade de agregar parceiros, e lembrou que o Fórum de Educação Ambiental acontecerá em Belém em 2014, e que esta oportunidade de divulgação deveria ser aproveitada. O gerente da REBIO incluiu no quadro de ações para planejamento de gestão da REBIO para 2014 o plano de fiscalização, que está sendo elaborado pela SEMA/PA e instituições parceiras, e será Governo do Estado do Pará Secretaria de Estado de Meio Ambiente Diretoria de Áreas Protegidas Coordenadoria de Unidades de Conservação 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 aplicado em todas as unidades de conservação do Estado. Informou ainda que para a REBIO a prioridade deste plano é o combate ao garimpo. Jarine afirmou que, além desta estratégia, é importante que haja planejamento de ações mais pontuais de fiscalização e combate ao garimpo na REBIO. Todos concordaram que este programa de fiscalização seja apresentado pela SEMA/PA na próxima reunião de conselho. A criação de material de divulgação sobre a REBIO Maicuru também foi indicada para o planejamento de 2014. Foi sugerida a contratação de consultoria, que seria responsável pela criação, atualização e manutenção de banco de dados sobre a UC. Além disso, foi proposta a divulgação de informações sobre a unidade e sua gestão em diversas formas de mídias possíveis e legais para uma área protegida do governo do estado. O biomonitoramento do entorno foi uma atividade sugerida por ECAM, que tem como apoiadores as instituições indigenistas e o MPEG. Segundo seu proponente, estudos arqueológicos e de biodiversidade da REBIO e de seu entorno são importantes para o apoio a pesquisa e geração de conhecimento. Estas atividades devem ser inicialmente planejadas e programadas em 2014, e executadas apenas no ano seguinte. A formação de guarda parques foi indicada para iniciar no 3º trimestre de 2014, sob a execução do ECAM e ICMBio. Paulo Russo apresentou a proposta de capacitar professores da rede pública como agentes de educação ambiental. Esta ação funciona no Parque Nacional (PARNA) de Tumucumaque, e conta com a UNIFAP, WWF, Fundação Jari e ARPA como parceiros. Pensando no amadurecimento deste projeto, o chefe do Parque propôs a criação de câmara técnica, que entrou como ponto de pauta da próxima reunião de conselho da REBIO. A criação de câmara técnica para a construção de planos de gestão territorial e ambiental em terras indígenas também foi proposta, e deve acontecer também no 1º trimestre de 2014. O conselheiro representante do ICMBio também sugeriu projeto que já é aplicado no PARNA Montanhas de Tumucumaque e tem como parceiros a UNIFAP e o IPEC. É o projeto Biodiversidade nas costas, que tem o objetivo de produzir material didático sobre a unidade de conservação a partir do seu plano de manejo. Este material informativo seria organizado em kits em mochilas, e entregues a professores dos municípios vizinhos a REBIO. Também nesta ação surgiu a proposta de criação de câmara técnica. Paulo Russo comentou ainda que a imprensa, tendo como exemplo situações de reportagens sobre o PARNA de Tumucumaque, é capaz de causar desenganos sobre o trabalho de gestão de uma área protegida e que, por este motivo, é importante pensar numa forma de sensibilizar este público acerca da conservação do meio ambiente e dos projetos de gestão executados pelos responsáveis por administrar uma unidade de conservação. A imprensa bem informada e conhecedora dos objetivos básicos de uma gestão ambiental bem aplicada torna-se um forte aliado do órgão gestor. Rubens sugeriu que esta seja uma atividade viabilizada pela DIAP a todas as unidades de conservação estaduais. Foi sugerido a proposta de apoiar extrativistas do entorno na autorização de coleta de castanhas e no acesso e passagem no interior da REBIO, como objetivo de estimular a produção e garantir direitos a estes extrativistas, e as políticas públicas pertinentes. Governo do Estado do Pará Secretaria de Estado de Meio Ambiente Diretoria de Áreas Protegidas Coordenadoria de Unidades de Conservação 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 Após a leitura das ações indicadas pelos conselheiros para o planejamento anual da REBIO, houve a reflexão e análise se as atividades propostas contemplariam os desafios de gestão apresentados no início da reunião. Chegou-se a conclusão que a problemática do garimpo precisa ser tratada de forma mais específica, nem que seja inicialmente planejado apenas um levantamento de informações sobre o assunto. O gerente da REBIO propôs uma articulação interinstitucional para debater esta questão como forma inicial de tratá-la. Como proposta para o 1º trimestre de 2014, a SEMA/PA, mais especificamente a gestão da REBIO e das Florestas Estaduais, farão a sistematização dos dados sobre os garimpos, além de iniciar a discussão que objetiva a fiscalização e combate desta atividade ilegal. Devido a uma grande concentração de atividades no 1º trimestre da agenda de trabalho da REBIO, foi sugerido que, no planejamento elaborado pela gerência, sejam priorizadas as ações e que haja ainda um detalhamento dos meses de execução de cada atividade agendada. Na avaliação de alcance das expectativas dos conselheiros para aquela reunião, Paulo Russo afirmou que as reuniões já ganharam novo formato, diferente do até então experimentado nas reuniões anteriores daquele conselho. As próximas reuniões serão de acompanhamento da execução daquelas atividades que formarão o planejamento da REBIO. O conselheiro do ICMBio sugeriu que as próximas reuniões aconteçam em outros municípios da área de abrangência da REBIO, e que também ocorram capacitações, para que o conselheiro tenha a vivência de outros locais e traga outras experiências para aquele conselho. Foi sugerido que a próxima reunião aconteça no Município de Monte Alegre, e que as reuniões continuem separadas (um dia de reunião para a ESEC do Grão Pará e um dia para a REBIO Maicuru). A equipe gestora das duas unidades de conservação fará a avaliação de logística necessária, para avaliar a possibilidade das próximas reuniões acontecerem fora de Santarém. Após os encaminhamentos daquela assembléia e sugestões de pauta para a próxima reunião, foi finalizada às 15h a reunião de conselho da REBIO Maicuru.