Portugalglobal
Pense global pense Portugal
Manuel Carvalho
da Silva
Defender direitos
em diálogo 12
INOV Contacto
Edição 2010/2011
confirma sucesso
das anteriores 6
Magrebe
Novembro 2010 // www.portugalglobal.pt
Muito potencial
de crescimento 26
Novembro 2010 // www.portugalglobal.pt
sumário
Destaque // 6
Criado em 1997, o programa INOV Contacto já proporcionou mais de
2.700 estágios internacionais a jovens licenciados. As empresas que os
recebem sublinham a importância deste inovador programa, gerido pela
AICEP, para a qualificação de quadros cuja formação no exterior contribui
para o aumento da competitividade do tecido empresarial português.
Entrevista // 12
Em entrevista, Manuel Carvalho da Silva, Secretário-geral da CGTP, analisa
os factores críticos do desenvolvimento social e económico do país. Para o
sindicalista, sem inovação social não há inovação tecnológica e economia
sustentável.
Notícias // 19
Empresas // 20
bioPLUX Clinical revoluciona fisioterapia.
Sotkon inova na recolha de resíduos urbanos.
Azeite projecta Sovena no comércio mundial.
Mercados // 26
Em destaque nesta edição, os mercados do Magrebe – Argélia, Líbia,
Marrocos e Tunísia – e as suas potencialidades para as empresas portuguesas.
Opinião // 40
Um artigo de José Meira da Cunha, assessor da AICEP, numa reflexão sobre
desenvolvimento e estratégias para o futuro.
Análise de risco por país – COSEC // 42
Estatísticas // 46
Investimento directo e exportações.
Feiras e eventos // 48
AICEP Rede Externa // 50
Bookmarks // 52
EDITORIAL
Revista Portugalglobal
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Propriedade
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Basílio Horta (Presidente), Eurico Dias,
José Vital Morgado, Luis Florindo,
Teresa Ribeiro
Directora
Ana de Carvalho
[email protected]
Redacção
Cristina Cardoso
[email protected]
José Escobar
[email protected]
Estabilidade
e crescimento
Num momento em que o diálogo nem
sempre é fácil entre actores sociais,
cujos interesses podem não ser, e muitas vezes não são, coincidentes, a entrevista de Manuel Carvalho da Silva,
Secretário-geral da CGTP, confere uma
nova perspectiva ao papel do sindicalismo num tempo de intensas mudanças, em que a dinâmica das interacções
entre forças sociais e entre a dimensão
nacional e global dos desafios que actualmente as sociedades enfrentam,
requerem substantiva ponderação e
novas abordagens.
Vitor Quelhas
[email protected]
Colaboram neste número
Carlos Julião, Direcção de Informação da AICEP,
Direcção Internacional da COSEC,
José Meira da Cunha, Manuel Carvalho da Silva,
Programa INOV (AICEP).
Fotografia e ilustração
©Fotolia, Libyan Tourism, Moroccan National Tourist
Office (Brahim Tazi, Françoise Peuriot, Jacques
Bravo, Philippe Ploquin, Xavier Richer), Messe
Frankfurt Exhibition GmbH (Jean-Luc Valentin),
Rodrigo Marques.
Publicidade
[email protected]
É nesta medida que o Secretário-geral
da Intersindical defende o primado
do diálogo construtivo e da inovação
e da criatividade sociais, no sentido
destas serem geradoras de novas soluções que garantam que a inovação
tecnológica, económica e empresarial
sejam sustentáveis, e que deste modo
a empregabilidade e a estabilidade social, bem como a produção de bens e
serviços – diferenciados pelo conhecimento, qualidade e competitividade
– destinados ao mercado interno e à
exportação, fiquem asseguradas.
Secretariado
Helena Sampaio
[email protected]
Assinaturas
REGISTE-SE AQUI
Projecto gráfico
aicep Portugal Global
Paginação e programação
Rodrigo Marques
[email protected]
ERC: Registo nº 125362
As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não necessariamente
da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.
A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal
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com os produtos/serviços visados.
4 // Novembro 2010 // Portugalglobal
Ao ritmo da melhoria de resultados as
boas notícias vão chegando. As exportações portuguesas de bens registaram
um crescimento de 15,5 por cento até
Setembro deste ano, relativamente ao
período homólogo de 2009, tendo aumentado as vendas para a União Europeia em 14,7 por cento, e para países
terceiros em 18,1 por cento, com os
EUA, México e Brasil a liderar este crescimento. O significativo aumento das
exportações, num contexto internacional em que se fazem sentir os efeitos
da crise, demonstra que as exportações
(em conjunto com o investimento) são
competitivas e constituem um factor
incontornável para a recuperação económica em Portugal.
Quanto ao IDE (Investimento Directo
Estrangeiro), o fluxo de entrada aumentou 10,6 por cento, relativamente a igual período do ano passado,
situando-se agora em cerca de 26 mil
milhões de euros e o IDE líquido (diferença entre as entradas e saídas) aumentou 5,7 por cento atingindo agora
1,9 mil milhões de euros. Em momento
de forte turbulência são números muito animadores.
A Agência, com o objectivo de potenciar e reforçar esta tendência positiva,
está a lançar um conjunto de iniciativas
no âmbito do programa “Internacionalizar para Crescer”, que foi apresentado recentemente na Alfândega do
Porto na presença de 700 empresários,
o qual visa apoiar os processos de internacionalização das empresas portuguesas, aumentar as suas exportações,
alargar a base exportadora nacional,
diversificar os mercados de destino dos
produtos portugueses e manter e incrementar o investimento em Portugal.
E é ainda neste contexto que ganham
peso os mercados do Magrebe – Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia – que, pela
sua proximidade, crescimento económico e por constituírem mercados de
diversificação estratégica para Portugal, são por isso objecto de análise nesta revista, o que certamente contribui
para que as empresas portuguesas disponham de um melhor conhecimento
sobre estes mercados, utilizem as maisvalias do bom relacionamento institucional e político existente e reforcem o
clima de confiança que tem pautado os
negócios entre empresas portuguesas e
os agentes económicos locais.
BASÍLIO HORTA
Presidente da Comissão Executiva da AICEP
DESTAQUE
INOV CONTACTO
NOVA EDIÇÃO CONFIRMA SUCESSO
DE PROGRAMA INOVADOR
Vai iniciar-se a edição 2010/2011 do programa INOV Contacto à qual se candidataram
cerca de 3.000 jovens licenciados. Desde 1997, ainda sob a designação de Programa
Contacto e depois, a partir de 2005, já integrado no Plano Tecnológico e com a
alteração para o nome actual, o número de candidaturas a este programa de estágios
internacionais já ultrapassou as 35.000. Nesta edição, destaque também para os
cerca de mil pedidos de estágios solicitados pelas entidades que preenchem os
requisitos que o programa exige. Sempre gerido pela AICEP (que sucedeu ao ex-ICEP
nesse papel), o Programa continua a apoiar a formação de quadros qualificados em
contexto internacional, permitindo, em simultâneo, a transmissão de informação
entre os participantes no programa, através de uma rede informal de conhecimento e
de uma crescente rede de contactos internacionais, a Network Contacto.
6 // Novembro 10 // Portugalglobal
DESTAQUE
O que pode levar algumas das mais
prestigiadas empresas portuguesas e
com sólidas estratégias de internacionalização em mercados espalhados
pelo mundo a aceitarem preencher um
conjunto exigente de requisitos para
aderirem a um programa de estágios
internacionais para jovens licenciados?
Quais as motivações de empresas estratégicas para o país, com experiências
bem sucedidas nos mercados mais exigentes e mais prioritários para Portugal
onde, na maior parte dos casos têm estruturas activas, para aceitarem o desafio de organizarem planos de estágios
de acordo com os objectivos do programa e integrarem jovens licenciados
nos quadros respectivos? E a aceitarem
o compromisso de acompanharem o
estágio e avaliarem o estagiário num
envolvimento que também engloba os
custos inerentes ao aumento da duração dos estágios e, quando necessário,
à atribuição de eventual complemento
de subsídio, ao apoio no alojamento e
na alimentação em certos países e ainda na certificação profissional?
Existe, desde o início do programa, um
dado revelador do impacto que o INOV
Contacto sempre provocou: a notável
mobilização de empresas dispostas a receber estagiários e o número crescente
de candidatos aos estágios. Para além
“Existe, desde o início do
programa, um dado revelador
do impacto que o INOV
Contacto sempre provocou:
a notável mobilização de
empresas dispostas a receber
estagiários e o número
crescente de candidatos
aos estágios.”
do número de candidatos atrás referido
já houve, desde 1997, em 14 edições
concluídas, 2.707 estágios realizados
em 64 países com especial enfoque nos
mercados americano, espanhol, brasileiro, inglês, chinês e alemão, tendo
cerca de metade dos estagiários sido
convidados a ficar nas empresas (cerca
de 55 por cento aceitou). É através das
empresas que os recebem que os jovens
quadros se qualificam em matéria de internacionalização em mercados-chave
para a economia portuguesa e é através do binómio estagiário/empresa que
o programa contribui, em simultâneo,
para o aumento da competitividade das
empresas nacionais e para a melhoria
da imagem do nosso país no exterior.
António Portela, administrador da área
internacional da Bial, uma das mais
importantes empresas portuguesas da
área farmacêutica que se prepara para
lançar no mercado global o primeiro
antibiótico genuinamente português,
aponta como razões fundamentais da
adesão da Bial ao programa, a importância que o INOV Contacto pode ter
para Portugal. António Portela acha
que os jovens são expostos a realidades
diferentes permitindo-lhes ter “mais
mundo” e que na sua empresa têm sido
uma importante mais valia no desenvol-
Portugalglobal // Novembro 10 // 7
DESTAQUE
vimento de projectos específicos nos diversos mercados onde a empresa actua.
Segundo a sua opinião: “é fundamental
a internacionalização da nossa economia e a formação de um conjunto de
jovens com acesso à experiência internacional”. E acrescenta: “somos uma
pequena economia aberta que necessita de ter quadros com pensamento
estratégico virado para o exterior para
melhor perceberem a realidade internacional e desenvolverem oportunidades
para as empresas portuguesas”. Neste
momento, a Bial tem dois ex-estagiários
contratados que, apesar de sedeados
em Portugal, estão a gerir mercados na
Europa e na América Central.
Também a Cimpor considera este programa de extrema importância para
o país pelo desenvolvimento de competências que promove e, nos últimos
cinco anos, integrou mesmo quatro
jovens nos seus quadros para exercer
funções no Egipto, Tunísia, Turquia e
Marrocos, alguns dos grandes merca-
8 // Novembro 10 // Portugalglobal
dos da empresa. Rita Soares, responsável pelos Recursos Humanos, referese à integração dos jovens estagiários
como uma dupla vantagem: “há um
“É através das empresas que
os recebem que os jovens
quadros se qualificam em
matéria de internacionalização
em mercados-chave para a
economia portuguesa e é
através do binómio estagiário/
empresa que o programa
contribui, em simultâneo, para
o aumento da competitividade
das empresas nacionais e para
a melhoria da imagem do
nosso país no exterior.”
duplo ‘engagement’, porque permite
à empresa aferir se o jovem tem perfil
para as competências pretendidas e,
por outro lado, permite ao jovem verificar se a cultura e estratégia da empresa que o recebeu se enquadra nos seus
objectivos de carreira”.
Igualmente, a Visabeira já apostou na
contratação após o final dos estágios.
Segundo a empresa, e apesar de apenas ter participado na anterior edição,
já em 2010, nos mercados angolano e
moçambicano contratou cerca de 30
por cento dos estagiários recebidos
porque, refere uma fonte dos Recursos
Humanos, “o programa pode permitirnos conciliar a nossa aposta em equipas jovens e com ambição em desenvolver carreiras na área internacional
com uma fonte de recrutamento que
consideramos segura e, por outro lado,
o programa pode ter grande impacto
no apoio à transição para a vida activa,
aproximando as entidades formadoras
das empresas e ajustando as competências adquiridas, ao longo do processo de formação, às exigências reais do
mundo do trabalho”.
DESTAQUE
INOV CONTACTO EM NÚMEROS
• 14 edições concluídas.
2005-2009:
• 32.133 candidaturas; 2.707 estágios.
• 1.716 estágios.
• 64 países.
• Taxa de empregabilidade total: 80
por cento (60 por cento em empresas
nacionais).
• 50 por cento dos estagiários são
convidados a ficar nas empresas /
mercados; 55 por cento aceita.
1997-2005
(Contacto@icep até 2005)
• 49 por cento mantêm-se nos
mercados externos; 51 por cento em
Portugal.
• 991 estágios.
ÁREAS DE FORMAÇÃO 1997/2010
2%
3%
0%
0%
4%
6%
Artes e Multimédia
9%
1%
16%
10%
7%
Bios
Engenharias
Outros Ciências
Sociais
Management
Saúde
Marketing
Turismo
Novas Tecnologias
Outros II
Outros I
42%
Victor Carneiro, presidente da comissão
executiva da Coba, considera que o programa é cuidadosamente preparado desde a selecção dos potenciais estagiários,
o que dá, segundo a sua opinião “todas
as garantias às empresas de poderem
contar com formandos com boa base escolar, boa capacidade de aprendizagem
e espírito aberto a novas realidades”.
Para o presidente da Coba, “o estagiário não é um peso e, tendo a empresa a
obrigação de o enquadrar convenientemente, passa a ser mais um colaborador
a contribuir para o sucesso da organização que o recebe, como tem acontecido
no nosso caso”. Na Coba houve muitas
contratações após o fim dos estágios e
seis ex-estagiários são agora colaboradores permanentes da empresa. Alguns
foram convidados para continuarem no
país de acolhimento, outros, para integrarem os serviços na sede.
Outros Área
Científica
CANDIDATOS
INOV Contacto
1.716 estágios
Contacto
991 estágios
MERCADOS
Para o CEO da N’Drive a importância
do INOV Contacto pode sintetizar-se na
máxima “Portugal só pode ganhar: me-
Portugalglobal // Novembro 10 // 9
DESTAQUE
lhores empresas, melhores quadros, cabeças mais abertas e economia mais globalizada”. Luís Baptista Coelho acha que
o ADN do sucesso tem obrigatoriamente
que ter uma componente internacional
e que, através deste programa, as empresas portuguesas devem contribuir
para que as jovens gerações de quadros
portugueses tenham uma experiência
enriquecedora no estrangeiro. O CEO da
N’Drive considera que “Portugal precisa
de talento e de empreendedores que
não tenham uma visão geográfica que
termine em Badajoz ou em qualquer outro lugar da Europa a 27”. Actualmente
a N’Drive tem três colaboradores contratados depois dos estágios: dois no Porto
(depois de terem estagiado em Budapeste) e um na China.
No caso da Martifer também já houve
pelo menos uma contratação. Acon-
teceu na edição de 2008, no mercado
romeno, e em 2009, o estagiário na
Martifer Hellas, na capital grega, foi
convidado a prolongar o estágio por
mais alguns meses. Fonte da empresa
adianta que a “possibilidade de recrutar jovens de elevado potencial para as
empresas que o Grupo tem no estrangeiro” foi uma das razões da adesão
ao INOV Contacto, assim como “a possibilidade de participação na formação
de uma cultura internacional para os
jovens licenciados portugueses”.
Quatro foram as contratações de ex-estagiários na Pal Asiaconsult, para o desenvolvimento de projectos em Macau.
Conforme refere Rui Cernadas, “o INOV
Contacto para nós é um processo natural porque achamos que as empresas
devem ter responsabilidades na integração de jovens licenciados no mercado
de trabalho os quais, sem perceberem
como se funciona à escala internacional,
perdem muitas das mais valias adquiridas nas universidades”.
Requisitos para as empresas interessadas em acolher estagiários
do Programa INOV Contacto
• Elaborar um plano de tarefas detalhado para o estágio em Portugal e no
estrangeiro;
• Nomear responsáveis de estágio,
quer em Portugal, quer no estrangeiro, que efectivamente acompanhem
o estagiário desde o primeiro dia e
possam efectuar uma análise séria e
regular do cumprimento do plano de
estágio proposto;
• Aprovar mensalmente o relatório de
horas de formação submetido pelo
estagiário;
• Apresentar relatórios (intercalares e
final) de avaliação relativamente ao
desempenho do estagiário e grau de
cumprimento do plano de estágio;
• Contactar a equipa coordenadora
do programa sempre que se verifique qualquer alteração ao plano de
estágio proposto e sempre que se
10 // Novembro 10 // Portugalglobal
verifique qualquer impossibilidade no
desenrolar do próprio estágio;
lhe forem solicitados bem como a comunicação com a AICEP;
• Assegurar que o estágio decorrerá de
forma contínua e ininterrupta, com
as necessárias adaptações às práticas
e regras da empresa e do mercado
receptores, não estando previstos
quaisquer períodos de férias durante
o período de estágio;
• Garantir que o estágio se desenrolará
nas instalações da própria empresa;
• Comunicar à gestão do programa,
caso exista, por parte da empresa a
necessidade de uma interrupção de
estágio, nomeadamente pela interrupção total para férias, com a antecedência de dois meses;
• Garantir as condições necessárias de
trabalho para o bom desempenho
das funções atribuídas ao estagiário, tanto em Portugal como no estrangeiro, nomeadamente o acesso
à Internet no sentido de permitir ao
estagiário o envio dos trabalhos que
• Suportar integralmente o custo das
deslocações em serviço para fora do
local da cidade receptora do estágio,
no âmbito do estágio realizado no
estrangeiro. Caso essa deslocação
ocorra para outro país, a mesma deverá ser previamente acordada com a
gestão do programa INOV Contacto,
para que os seguros sejam previamente accionados;
• Estar disponível para participar financeiramente nos custos dos respectivos estágios;
• Submeter uma candidatura por cada
perfil pretendido.
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ENTREVISTA
Manuel Carvalho da Silva - Secretário-geral da CGTP
SEM INOVAÇÃO SOCIAL
NÃO HÁ INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
E ECONÓMICA SUSTENTÁVEL
Actualmente Secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva é licenciado em
Sociologia e doutorado, destacando-se pela sua liderança no seio do movimento
sindical. Construtivo na sua análise, o sindicalista traça nesta entrevista uma ampla
panorâmica dos principais factores que afectam a economia e as relações laborais,
não apenas em Portugal mas à escala global. Desde cedo empenhado em causas
colectivas, o seu testemunho reflecte uma experiência de vida intensamente
preenchida pelas dinâmicas sociais, e por isso também os seus livros e debates
analisam, com conhecimento de causa, factores críticos do desenvolvimento do país
e constituem uma proposta de fundo para o sindicalismo contemporâneo.
12 // Novembro 10 // Portugalglobal
ENTREVISTA
Na sequência da crise global, o mundo das relações
de trabalho não é actualmente dos mais pacíficos. Por
um lado, acentua-se a tendência para o desemprego
e a precariedade e, por outro, grande parte das
empresas debate-se com novas dificuldades. Os
sindicatos portugueses – e em particular a CGTP –
estão preparados para enfrentar este novo cenário?
O cenário não é propriamente novo, pois têm-se vindo a
verificar frequentes mudanças estruturais e organizacionais
a nível da economia e da sociedade globais. É certo que a
inovação técnico-científica e a utilização das novas tecnologias têm vindo a colocar novos desafios, alguns com consequências socialmente negativas, à organização do trabalho
e à gestão do processo produtivo. Por isso, o conceito de
inovação e todas as mudanças que dele decorrem tornam
incontornável a necessidade da implementação de uma inovação social efectiva, com amplitude democrática. Este é o
cenário em que actua o sindicalismo nos nossos dias.
Quer isso dizer que inovação tecnológica e as novas
relações de trabalho, sem inovação social efectiva,
podem causar distorções no bom funcionamento das
sociedades?
O mundo está “condenado” – e esta é uma afirmação pela
positiva – a ser mais multilateral, mais multicultural, mais
universalista, sendo estes alguns dos aspectos mais construtivos a colocar na economia, nos direitos, no saber e na
cultura, que têm de estar presentes na globalização. Esta
realidade globalizada exige, contudo, para ser verdadeiramente integrada e sustentável, que o desenvolvimento da
inovação tecnológica e empresarial seja acompanhado e
sustentado pela inovação social.
Do ponto de vista sindical, da defesa dos direitos no
mundo do trabalho, existem actores que podem vir a
dificultar este processo?
Há um actor, cujo papel é subestimado, que se torna avassalador neste cenário, sobrepondo-se a tudo e a todos, mesmo
no plano da decisão política e da soberania, sobretudo nos
países economicamente mais vulneráveis: as multinacionais.
Estas procuram nos países em que se instalam não só um
mercado consumidor, mas também energia, matérias-primas
e mão-de-obra baratas. Caso a vantagem destes quatro factores – que motivam a opção por um dado mercado – se altere desfavoravelmente para a multinacional, esta abandona
o mercado e transita para outro que lhe seja mais favorável.
Além desta movimentação parasitária, a multinacional têm
a seu favor a superioridade financeira e tecnológica, e o seu
forte e “persuasivo” poder de negociação.
Seja como for, as multinacionais produzem uma
dinâmica económica favorável ao desenvolvimento?
São actores económicos que num primeiro momento podem estimular o crescimento da economia dos países em
que se instalam, mas que, porque são desprovidos de regulação (até porque os seus mercados/clientes, serviços e produtos são considerados numa óptica global) frequentemente sobrepõem os seus interesses aos dos próprios Estados,
assim como aos das empresas e recursos laborais nacionais.
Esta actuação já foi, em diferentes ocasiões, objecto de críticas de várias instituições internacionais, nomeadamente da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esta instituição até já começou a definir normativos de regulação, mas
não são aplicados e não surgem outros mais eficazes.
Há outros factores que podem travar um saudável
processo de recuperação e mudança?
O contexto em que os sindicatos defendem os interesses e
direitos dos trabalhadores é complexo e tem múltiplos actores. Além da actuação das multinacionais, há ainda um outro
factor que actualmente incide de forma muito negativa sobre
a maioria da população trabalhadora: o fundamentalismo financeiro e monetarista (que gere em seu proveito a moeda em
circulação, o crédito e as taxas de juros, controlando a liquidez
global do sistema económico), que associado ao liberalismo
económico, não morre de amores pela ética, pela regulação e
por uma política de defesa de direitos no âmbito do mercado
de trabalho, como aquela que defendem os sindicatos.
Como vê, no caso português, as tentativas de revisão
do actual Código de Trabalho?
A revisão do Código de Trabalho acompanha e integra uma
dinâmica neo-liberal em curso na Europa contra o Modelo
“O conceito de inovação tecnológica e todas
as mudanças que dele decorrem tornam
incontornável a necessidade da implementação
de uma inovação social efectiva, com amplitude
democrática. Este é o cenário em que actua o
sindicalismo nos nossos dias.“
Social Europeu que, entretanto, se vai degradando, e que, a
prazo, se os trabalhadores e os cidadãos não reagirem, pouco significará. Não se chame saída da crise a políticas que
não criam emprego, que reduzem a retribuição do trabalho
e que aceleram as inseguranças e instabilidades.
Quais são para si as consequências mais imediatas da
actuação destes actores?
Temos taxas elevadas de quebra do poder de compra, mais
desemprego e intensificação da precariedade que resultam
objectivamente de algumas destas alterações de contexto.
Contudo, quero sublinhar que actualmente o desemprego e
a precariedade do emprego são sobretudo uma consequência das novas estratégias de gestão das empresas, que têm
um objectivo prioritário: obtenção de lucro máximo, a qualquer preço, no mais curto espaço de tempo, para conseguirem ser competitivas. O que conduz à redução drástica dos
custos com a mão-de-obra, que tem como consequência a
baixa remuneração, penúria, o desemprego, a precariedade,
o emprego pouco qualificado, a impossibilidade de progressão profissional, a ausência de protecção social. Os custos so-
Portugalglobal // Novembro 10 // 13
ENTREVISTA
ciais e humanos destas práticas são excessivamente elevados
e colocam em risco a sustentabilidade e estabilidade sociais.
Pode clarificar uma pouco mais esta questão?
O desemprego e a precariedade tornaram-se incontestavelmente um instrumento de gestão nas empresas globais e
em Portugal um negócio. Ou seja: um instrumento estratégico ao serviço dos detentores do capital financeiro e económico, que lhes é particularmente útil nos países menos
desenvolvidos, onde uma mão-de-obra mais barata num
primeiro impulso pode atrair o investimento multinacional. Devo lembrar que já na Cimeira Inter-Governamental
de 2009, no âmbito da conferência anual da OIT, um dos
motivos de alarme foi a constatação de que poderíamos estar à beira de uma perigosíssima redução da retribuição do
trabalho, acarretando não só a desigualdade na distribuição
da riqueza (nos países e entre países) mas também uma
clivagem social de risco, em que as camadas mais desfavorecidas da sociedade são as primeiras vítimas.
Como vê esta Cimeira que decorreu recentemente na
Noruega, em que participaram, quase em parceria, a
OIT e o FMI?
A Organização Mundial do Trabalho tem vindo a chamar a
atenção para todos esses aspectos que envolvem a degradação das condições de trabalho e da qualidade de vida
dos trabalhadores. É claro que deveria existir uma parceria,
efectiva, entre o FMI e a OIT, isso se o FMI desempenhasse
o papel que era suposto desempenhar – o de ser um factor de desenvolvimento sustentável e de equilíbrio social –,
não se limitando à opção de um certo tipo de economia,
fortemente parcial e questionável, que constrange e afecta
negativamente a maioria dos países e populações mundiais
que são objecto das suas medidas coercivas.
Estes alertas da OIT têm surtido efeito?
Há muito que a Organização Internacional do Trabalho tem
vindo a afirmar que a crise, tal como está a ser encarada
pelos governos e instituições financeiras, tende a afectar
negativamente o desenvolvimento do tecido empresarial e
impedido que se criem factores de segurança e estabilidade
no emprego, como factores fundamentais da rentabilidade
económica das próprias empresas. Por outro lado, o facto
dos accionistas dos grandes grupos económicos e financeiros, no plano global, estarem a apoderar-se avidamente, em
nome do que perderam com a crise (que directa ou indirectamente eles próprios provocaram), dos resultados até agora conseguidos com muito esforço, numa fase em que já
deveria haver respostas adequadas e sinais consolidados de
recuperação, impede o reinvestimento/reencaminhamento,
o que está a constituir-se como a primeira causa do desaparecimento de empresas, sobretudo de PME.
Quais são as consequências desta aparente contradição
entre capital financeiro e capital produtivo?
Eu não sou especialista na matéria, mas que tem consequências tem. E estas estão bem patentes aos olhos de todos.
14 // Novembro 10 // Portugalglobal
“Devo lembrar que já na Cimeira InterGovernamental de 2009, no âmbito da
conferência anual da OIT, um dos motivos de
alarme foi a constatação de que poderíamos
estar à beira de uma perigosíssima redução da
retribuição do trabalho, acarretando não só a
desigualdade na distribuição da riqueza mas
também uma clivagem social de risco.”
Ou seja, os sindicatos podem actuar sobre o capital
produtivo, sobre a economia real, mas dificilmente
sobre o capital financeiro?
As grandes questões do sindicalismo, que historicamente,
em algumas componentes da sua intervenção, tinham apenas uma abordagem sócio-laboral, deixaram de a ter, sendo esta abordagem agora necessariamente mais complexa.
Uma coisa é certa: na situação actual e perante a extrema
voracidade da acumulação de riqueza, sobretudo através de
mecanismos financeiros, que escapam à regulamentação e
ao poder político, mas que lhes ditam as regras do jogo,
tudo indica que este contexto está e irá continuar a afectar
negativamente a vida da maioria dos cidadãos e do tecido
empresarial global, num clima de progressivo agravamento.
Neste cenário, a recuperação é apenas aparente e irá ser
partilhada por uma parte minoritária do capital produtivo.
Neste contexto, qual vai ser o papel das grandes
economias emergentes, como a Rússia, a China, o
Brasil ou a Índia?
Há dados novos no processo de globalização, tanto mais
que as grandes economias emergentes, para defenderem
os seus interesses imediatos, estão a adoptar os mesmos
processos económico-financeiros das suas congéneres e
ENTREVISTA
concorrentes (europeias, norte-americanas e outras) que já
lideram nos mercados. Por isso as economias emergentes
adquirem mais quotas de mercado, jogam com a dívida externa dos países, fazem um forte “lobbying” em matéria de
influência estratégica. O risco deste crescendo e reforço da
cartada económico-financeira, por parte das grandes economias, é que podemos estar a caminhar para o predomínio, sem regulação, do financeiro associado a uma “guerra” monetarista de contornos muito complexos, cujos primeiros sinais já são perceptíveis e que não auguram nada de
construtivo e sustentável em termos sociais e económicos
globais, e mesmo quanto à anunciada recuperação da crise.
Há algum antídoto eficaz contra esta nova tendência
da economia global?
A economia produtiva não se pode tornar cada vez mais refém de uma lógica de agiotagem por parte do capital financeiro (e dos grandes grupos multinacionais), em que há entidades financeiras que todos os dias nos podem subverter
as regras do jogo, por melhor que trabalhem e se esforcem
os cidadãos e as empresas (que do ponto de vista financeiro
estão sempre em dívida), em particular as PME, que são
as mais vulneráveis quando se trata da sustentabilidade do
tecido económico produtivo.
Pode a estratégia de desenvolvimento de um país ou
de uma sociedade fazer frente a este desafio?
Nós, em Portugal, assistimos durante décadas à emissão de
mensagens de falso modernismo, criando a ideia de que
seria possível construir um país moderno sem sector produtivo, o que facilitou o desaparecimento de muitas empresas
e, em muitos casos, de grandes empresas. Numa economia
globalizada, um país, para defender os seus interesses, afirmar a sua soberania e afirmar-se nos mercados, precisa de
um sector produtivo forte e inovador. E nós temos vindo a
valorizar o sector de serviços (por vezes apenas na propaganda) em detrimento do sector produtivo. Por outro lado,
criou-se o mito de que todos os países vão crescer e todos
vão-se desenvolver numa lógica de vender mais aos outros,
quando todos querem fazer precisamente o mesmo: exportar, vender cada vez mais nos mercados externos.
Quer dizer que a solução está num maior equilíbrio
entre produção para o mercado interno e produção
para exportação?
Tem que existir uma maior preocupação com a produção
de bens e serviços úteis e necessários ao desenvolvimento
“Além da actuação das multinacionais, sem
regulação eficaz, há ainda um outro factor que
actualmente incide de forma muito negativa
sobre a maioria da população trabalhadora: o
fundamentalismo financeiro e monetarista.”
interno de uma dada sociedade, neste caso a portuguesa,
que reduza a dependência das importações, e neste sentido
as PME e as micro-empresas podem beneficiar largamente
desta resposta do tecido produtivo às necessidades internas
de consumo. Mas, é claro, os governos precisam adoptar
uma estratégia de desenvolvimento que potencie, de forma
evolutiva e sustentada, a produção e o consumo internos
– sem consolidar a ideia de que consumo é sinónimo de
moderno –, que reduzam a importação de bens e serviços
que o país pode e deve produzir. Esta opção traduzir-seá por mais know-how, mais qualificação, mais motivação,
mais inovação, mais investigação, mais qualidade, melhores
preços, e até mais exportação.
Há factores de contexto que são fundamentais para o
bom funcionamento e para o sucesso das empresas?
Em termos de investimento produtivo e de mercado interno, há questões – porque são vitais para o desenvolvimento
– que deveriam ser amplamente debatidas tanto no plano
interno como europeu, como sejam, entre outros, os recursos energéticos, o custo dos transportes, a burocracia. Acredito que se conseguirá criar alternativas face aos bloqueios
que a própria sociedade produz actualmente em vários
domínios, originando o perigo de rotura nos planos social,
ambiental, energético, bem como face a novas perspectiva,
como por exemplo em matéria de políticas agrícolas.
Os sindicatos procuram olhar estes problemas na sua
globalidade sem perder de vista a sua especificidade?
É necessário um maior sentido de responsabilidade social
e, portanto, um compromisso mais sólido com o bem-estar
das pessoas. Esta questão de uma atitude responsável, por
parte das empresas, do mercado e dos próprios cidadãos, é
particularmente determinante quando os insistentes apelos
ao consumo e ao individualismo, ao salve-se quem puder,
frequentemente se potenciam negativamente. Esta questão
Portugalglobal // Novembro 10 // 15
ENTREVISTA
merece uma atenção especial por parte da acção sindical e
torna-se um desafio complexo para todos os actores colectivos, incluindo o próprio Estado.
Há cada vez mais desempregados e estes têm cada vez
mais dificuldade em conseguir um novo emprego ou
podem nunca chegar a conseguí-lo. Estamos diante de
um desemprego endémico, sem solução à vista?
O trabalho tem uma centralidade incontornável na vida das
sociedades, que se projectam de forma sadia e próspera
no futuro. Se não se revaloriza rapidamente o conceito de
emprego, assegurando remunerações e direitos de trabalho
condignos, estamos a criar um tremendo factor de exclusão
e de conflito social. Contudo, hoje a economia está novamente a utilizar o desemprego como instrumento para a
redução da retribuição do trabalho. A tendência, segundo
declarações do antigo presidente da CIP e actual Presidente
do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, é
para que os novos empregos, com as mesmas funções, passem a ser remunerados 20 a 30 por cento, ou mais, abaixo
do que eram há poucos anos.
Qual é a resposta dos sindicatos a esta redução da
retribuição do trabalho?
A evolução das sociedades modernas, nomeadamente de
Portugal, foi conseguida – basta ver o nosso país na década
de 50 do século passado – pela criação de emprego e pela
prática de salários mais justos, pois é preciso não esquecer
que a remuneração tornou-se historicamente parte do valor
da riqueza produzida pelo trabalho, conferindo-lhe mais estabilidade e segurança em matéria de empregabilidade. Nesta medida, a negociação entre o capital e o trabalho, nem
sempre fácil, permitiu no entanto a consolidação do moderno desenvolvimento da economia e da sociedade, tendo sido
o trabalho justamente remunerado que trouxe mais estabilidade, segurança, produtividade e geração de riqueza às sociedades. Fazer regredir agora as remunerações salariais, em
nome do que quer que seja, significa não só comprometer a
estratégia do desenvolvimento social e económico sustentável, como colocar a democracia social em risco.
Porque é para os sindicatos tão importante a
contratação colectiva?
Os estudos da OIT demonstram que, na segunda metade do
século XX, o instrumento mais eficaz na produção e distribuição da riqueza em todo o mundo e com todo o tipo de
governos, foi a contratação colectiva. Nenhum outro conjunto de políticas de trabalho teve tanta importância como
o desenvolvimento da contratação colectiva. Contudo, esta
está a ser posta em causa. Por isso, torna-se fundamental a
revalorização do tempo de trabalho e do salário e da contratação colectiva, o que só pode ser feito se se verificar uma
revalorização e dignificação das actividades profissionais
instaladas, valorização das novas profissões e, sobretudo,
do trabalho enquanto actividade produtiva, numa óptica de
realização humana e de desenvolvimento social.
O sindicalismo nórdico tem claras preocupações
de desenvolvimento e sustentabilidade social,
16 // Novembro 10 // Portugalglobal
tendo um modelo de parceria institucional activa
e de participação financeira vantajosa para os seus
associados. Porque é que os sindicatos mais a Sul não
seguem o mesmo modelo?
Os sindicatos nórdicos têm uma participação muito activa,
gerindo, alguns deles, fundos de segurança social e fundos
de desemprego. O sindicalismo mais a Sul da Europa não
tem a mesma tradição e o mesmo comprometimento com a
gestão económica e política, mas ninguém pode responsabilizar os nossos sindicatos de terem um modelo diferente,
“Numa economia globalizada, um país como
Portugal, para defender os seus interesses,
afirmar a sua soberania e afirmar-se nos
mercados, precisa de um sector produtivo
forte e inovador, exportador mas também
produtor de bens e serviços úteis e necessários
ao seu desenvolvimento interno, que reduza a
dependência das importações.”
porque se o poder político e económico realmente quisesse, tinha condições de desafiar e colocar os sindicatos em
posição de aceitar essa participação em matéria de gestão
de parcerias em matéria de segurança social e fundos de
desemprego. Contudo, os sindicatos, os governos e os patronatos devem dialogar e continuar a procurar soluções. É
certo que as associações patronais são bastante activas na
defesa dos seus interesses, mas têm plena consciência de
que as soluções não dependem apenas delas, mas da procura de soluções por parte dos diferentes parceiros sociais,
em que se incluem os sindicatos.
O que pensa dos actuais apoios ao emprego?
Precisamos de uma recentragem dos serviços de emprego
(e formação), que deveriam estar muito mais voltados para
um acompanhamento privilegiado, a todos os níveis, da
inserção no mercado de trabalho, seja do desempregado
ENTREVISTA
seja daqueles que procuram o primeiro emprego. Quer isto
dizer que os serviços de emprego deveriam estar na posse
de um bom conhecimento do tecido laboral, empresarial e
económico, e ter poder político e legislativo para proteger,
dignificar e fazer cumprir aquilo que, em senso comum, se
designa por “empregabilidade”.
O desempregado deve aceitar qualquer tipo de
actividade profissional que lhe seja proposta pelos
serviços de emprego?
É incorrecta, do ponto de vista da gestão de recursos humanos, a ideia de que uma pessoa tem que estar preparada para
aceitar qualquer tipo de trabalho, sem formação adequada
para a função que vai desempenhar e estando descontextualizada da cultura da empresa de acolhimento, e ser-lhe exigido que produza logo a 100 por cento. É aqui que o conceito
e a prática da precarização do trabalho, com contratações e
subcontratações efémeras, tem um efeito fortemente nefasto
sobre a produtividade e conduz a um abaixamento da qualidade do serviço prestado, o que se torna particularmente crítico
nas grandes empresas. A CGTP-Intersindical Nacional assumiu
a abordagem e combate à precariedade como um dos temas
centrais da sua acção para o período 2008-2012.
E quanto a motivação?
Se o trabalhador é colocado numa situação em que aufere
uma baixa remuneração e em que tudo é provisório, inseguro, instável, ele – que é dotado de uma psicologia humana
– tende a responder necessariamente com menos disponibilidade e empenho. E com menos motivação.
Resumindo: o que é e para que serve um sindicato
hoje, e de que modo pode ser parceiro social?
É preciso dizer que o sindicalismo enfrenta hoje desafios – que
tem de articular – de dimensão local, regional, nacional e global, o que o obriga a responder às dinâmicas políticas, sociais e
económicas europeias que todos os dias lhe entram pela porta.
Depois, também para os sindicatos nem sempre é fácil dar resposta ao comportamento das multinacionais, que por terem
meios de decisão e acção muito próprios, se sobrepõem frequentemente às políticas sindicais e à legislação dos próprios
Estados. Contudo, os sindicatos são, apesar de todas as suas
fragilidades, o movimento social mais representativo e perene
desde a Revolução Industrial. Em Portugal temos associações
de classe (embriões de sindicatos) desde o final da década de
30 do século XIX. E têm tido uma participação activa na sociedade, fundamental no seu processo de desenvolvimento e
democraticidade. Nesta medida, a organização das pessoas no
trabalho e as próprias organizações de trabalhadores, que se
batem pela defesa de direitos fundamentais na relação capitaltrabalho, terão que existir, como actores colectivos de diálogo
e negociação, mas também enquanto movimento social que
questiona o sistema desde a sua génese e que, a partir do social, evidencia a necessidade de reformas e roturas no processo
de transformação social e política das sociedades, papéis que
notoriamente desagradam às actuais políticas neo-liberais.
Os sindicatos, enquanto organização dos
trabalhadores, são insubstituíveis?
Os sindicatos têm que afirmar a centralidade, as questões e
os valores do trabalho, trazê-los para a sociedade, mobilizando-a, pois não há mudança sem a mobilização de cidadãos.
Recordo que em França existe uma taxa de sindicalização
relativamente baixa, mas a capacidade de mobilização da
sociedade francesa, por parte dos sindicatos, é muito alta.
Este tema conduz novamente ao conceito de parceria
dos sindicatos. Qual a sua importância?
Quanto à condição de parceiro do sindicalismo, que tantas
vezes se utiliza, é preciso que se diga que não há entendimento e denominadores comuns sem primeiro haver a afirmação das partes – os direitos têm que ser representados,
expressos, confrontados – porque a sociedade também é
feita de conflitualidades, de interesses contraditórios, nomeadamente nas relações do capital e do trabalho. Mas o
que é fundamental é chegar ao diálogo e gerar dinâmicas
construtivas, de negociação e compromisso, para que a
sociedade não entre em processo de rotura e evolua com
Portugalglobal // Novembro 10 // 17
ENTREVISTA
sustentabilidade em matéria de direitos e geração e distribuição de riqueza. Quando se fala de uma relação de parceria, aquilo que pode dar mais resultados é a efectivação
de uma negociação real, directa, entre os trabalhadores e os
empresários, nos locais de trabalho e na realidade sectorial,
“O fundamental é chegar ao diálogo e
gerar dinâmicas construtivas, de negociação
e compromisso, para que a sociedade não
entre em processo de rotura e evolua com
sustentabilidade em matéria de direitos e
geração e distribuição de riqueza.”
de modo a que os interesses em confronto se exponham,
dialoguem, negoceiem, procurem soluções.
A Autoeuropa pode ser considerada como um caso
exemplar?
Em Portugal existem inúmeras empresas, de grande dimensão e PME, que adoptaram práticas de negociação tão boas
ou mesmo melhores do que aquelas que decorreram na Au-
Breve biografia
Manuel Carvalho da Silva nasceu em
Viatodos, Barcelos, em 1948, no seio
de uma família de pequenos agricultores. Frequentou a Escola Industrial Carlos Amarante, em Braga, onde concluiu
o curso de Formação Montador Electricista. É actualmente Secretário-Geral
da CGTP-Intersindical Nacional, tendo
entrado para a respectiva comissão executiva em 1977 e assumido a sua liderança em 1986. Tem uma Licenciatura
(2000) e um Doutoramento (2007) em
sociologia, pelo ISCTE, em que defende
o trabalho como suporte dos direitos.
Além de dirigente sindical, tem participado nos últimos anos em inúmeras
iniciativas académicas, proferindo conferências em diversas universidades e
publicado artigos e livros. É autor dos
livros: Acção Sindical – Transformação
e Desenvolvimento, Campo das Letras,
2000; Agir Contra a Corrente – reflexões de um sindicalista, Campo das Letras, 2002; Trabalho e Sindicalismo em
Tempo de Globalização – Reflexões e
Propostas, Circulo de Leitores/Temas e
Debates, 2007.
18 // Novembro 10 // Portugalglobal
toeuropa. Só que esta teve mais visibilidade mediática porque
é uma multinacional muito conhecida e uma referência forte
na economia nacional. Mas tem sido um laboratório que demonstra que, com mais ou menos críticas, os trabalhadores
portugueses têm não apenas sentido de organização e eficácia quanto à defesa dos seus direitos e interesses, mas também sentido de responsabilidade social. É nestas condições
que a inovação social é trabalhada e consolidada sobretudo
a partir de casos exemplares, que depois se generalizam. Na
inovação tecnológica é mais fácil fazer uma alteração e generalizar, mas na inovação social é preciso muito trabalho de
mudança, e é aqui que as parcerias podem ser importantes.
Como estamos em matéria de justiça do trabalho em
Portugal?
Verifica-se uma inefectividade generalizada das leis. Há legislação, não há efectividade, não se faz cumprir o que deve ser
cumprido. Vivemos num país que tem uma atitude de enorme
vulnerabilidade perante as leis. Isto é particularmente grave em
matéria de relações entre capital e trabalho, relações que nas
últimas décadas se têm desequilibrado em detrimento dos trabalhadores, muito tendo contribuído para isso o desemprego e
a precarização no trabalho, a deterioração da qualidade e das
condições de acesso ao emprego, que como direito fundamental, passa actualmente por uma das suas maiores crises.
NOTÍCIAS
AICEP debate Mercado do Carbono
“O Mercado do Carbono e as Energias
Renováveis” foi o tema da conferência
que a AICEP organizou, no seu auditório
em Lisboa, no âmbito do ciclo “Diálogos
da Internacionalização AICEP” promovido pelo Business Intelligence Unit (BIU)
– Rede de Inteligência Competitiva de
Apoio ao Negócio Internacional. Ângelo
Correia foi o orador convidado.
“Vamos falar de energia, vamos falar
do presente e fundamentalmente do
futuro, de um mundo de energias alternativas em que iremos seguramente
viver”, disse Basílio Horta, presidente
da AICEP, na abertura da sessão. Realçou igualmente que cerca de 46 por
cento da energia eléctrica produzida
no país provém de energias renováveis
e limpas (o que se reflecte pela positiva
em termos de balança de pagamentos
e de independência energética) e também o facto de Portugal estar na primeira linha da mobilidade eléctrica (referindo-se à fábrica de baterias da Nissan e à rede nacional de abastecimento
de carros eléctricos, uma das primeiras
redes nacionais deste tipo na Europa).
“Há países interessados no mercado da
energia em Portugal e há projectos in-
ternacionais em carteira que podem via
a ser executados aqui”, enfatizou.
Na sua intervenção, Ângelo Correia,
gestor e político, falou da sua experiência nas vertentes das mudanças climáticas, do mercado do carbono e das
energias renováveis, chamando a atenção para a abundância de informação
nesta área – “cheia de evidências mas
ainda não necessariamente de ciência”
–, mas que são cada vez mais objecto
do investimento e do esforço global de
todos os países. Ângelo Correia abordou questões decisivas para o futuro
do planeta, do Protocolo de Quioto ao
comércio europeu de licenças de emissão e às transacções do mercado do
carbono, do mecanismo de desenvolvimento limpo à produção de energia a
partir de fontes renováveis.
Internacionalizar para Crescer enche Alfândega do Porto
Uma plateia de cerca de 700 empresários assistiu à apresentação do programa Internacionalizar para Crescer, no
dia 27 de Outubro, na sala do arquivo
da Alfandega do Porto. A apresentação
do programa foi feita pelo presidente
da AICEP, acompanhado pelo jornalista Carlos Magno (moderador). Basílio
Horta anunciou as principais acções
que a Agência vai desenvolver para
apoiar os processos de internacionalização das empresas, visando aumentar as suas exportações, alargar a base
exportadora nacional, diversificar os
mercados de destino dos produtos portugueses e manter e aumentar o investimento em Portugal.
Os directores dos escritórios da AICEP
em Moscovo (Maria José Rézio), São
Paulo (Bernardo Ivo Cruz) e Nova Iorque
(Rui Boavista Marques) juntaram-se à
sessão por vídeo-conferência, para fala-
rem dos apoios que a rede externa da
Agência disponibiliza às empresas portuguesas nos quatro cantos do mundo.
O programa Internacionalizar para Crescer, a desenvolver nos próximos dois
anos, assenta em quatro eixos: mais
empresas a exportar, visando mobilizar
as empresas para a internacionalização;
mais mercados para onde exportar, com
o qual se pretende diversificar os mercados de exportação; mais mundo em
Portugal, que tem por objectivo captar
novos investimentos e reforçar os actuais; e mais Portugal no mundo, destinado a promover a imagem empresarial
de Portugal no mundo.
Portugalglobal // Novembro 10 // 19
EMPRESAS
“BIOPLUX CLINICAL”
REVOLUCIONA FISIOTERAPIA
A PLUX é uma empresa que cria tecnologias sem fios para as áreas da saúde, desporto
e investigação, visando a recuperação em tempo real de sinais do corpo e recuperação
de pessoas afectadas por vários tipos de patologias, os quais comercializa através
de modelos de negócio inovadores. A abertura de representações em Espanha e na
China é uma das facetas da sua afirmação internacional.
O “bioPLUX clinical”, um dispositivo médico inovador para fisioterapia
e reabilitação clínica, já chegou ao
mercado e é a nova coqueluche da
PLUX. É baseado em biofeedback, vai
modernizar a prática clínica, melhorar
os tratamentos e também reduzir os
tempos de recuperação e os encargos
para a sociedade.
Mesmo no plano internacional, possui
três graus de inovação que o distinguem: hardware, software e modelo
de negócio. O primeiro é miniaturizado e baseado em tecnologia de ponta
totalmente desenvolvida pela PLUX,
com vantagens em termos de robustez, portabilidade e conforto e é o
mais compacto da sua classe no mercado global.
O software, também totalmente desenvolvido pela PLUX, possui ecrãs intuitivos e fáceis de utilizar, com gráficos
animados que facilitam, tanto a terapeutas como a utentes, a comunicação
e a execução dos exercícios associados
ao processo de recuperação.
O dispositivo é baseado num modelo
de prestação de serviços em dois formatos: @Clinics, para apoio ao trabalho realizado entre o fisioterapeuta e
o utente na clínica, e o @Home, para
complemento do trabalho por parte do
utente de forma autónoma na sua casa.
Os equipamentos, inicialmente, são fornecidos a custo zero, existindo apenas
um pagamento associado à utilização.
20 // Novembro 10 // Portugalglobal
EMPRESAS
cial, em 2008, da segunda geração dos
seus sistemas (mais compacta e versátil
que a anterior), em 2009, a aprovação
do projecto QREN PLUX Global para a
internacionalização do negócio tendo
como entidade gestora a AICEP e, já
em 2010, a criação de uma direcção
de marketing internacional e o contrato de promoção com o grupo Atral
Cipan para o produto “bioPLUX clinical”, foram passos muito importantes
no seu trajecto de afirmação no mundo dos negócios.
“Entre os clientes mais
importantes contam-se,
no mercado interno, o
Centro de Reabilitação
do Alcoitão ou o Hospital
de Santa Maria e, no
estrangeiro, universidades
e centros médicos na
Grécia, no Reino Unido, na
Holanda, na Noruega ou na
Bélgica entre outros.”
Em 2009, cerca de 20 por cento da proCriada em 2007, a PLUX assumiu desde o início da sua actividade o pioneirismo no desenvolvimento de equipamentos sem fios para monitorização
de sinais de variado tipo no corpo
humano (actividade muscular, actividade cardíaca, respiração, movimento,
temperatura, etc.). O lançamento ofi-
dução da PLUX foi vendida no estrangeiro. Entre os clientes mais importantes contam-se, no mercado interno, o
Centro de Reabilitação do Alcoitão ou
o Hospital de Santa Maria e, no estrangeiro, universidades e centros médicos
na Grécia, no Reino Unido, na Holanda,
na Noruega ou na Bélgica entre outros.
Segundo o CEO da PLUX, Hugo Gambôa, “são os mercados que guiam o
nosso plano de desenvolvimento estratégico e, nesse sentido, tentamos
sempre conjugar as nossas competências técnicas com as necessidades
que os profissionais vão detectando
no terreno”. Acrescenta ainda que
“depois de desenvolvidos, testados e
validados em Portugal, através da rede
de parceiros PLUX, os produtos são
levados para o resto do mundo, com
diferentes critérios de promoção face
à dimensão e potencial dos mercados,
de forma faseada, primeiro negociando com parceiros de distribuição, depois criando condições de adaptação
ao mercado e, numa fase final, posicionando o produto num conjunto de
líderes de opinião na área a que o produto se destina”.
Quanto à inovação, não foi apenas
em relação ao “bioPLUX clinical” que
foi trabalhada ao nível do hardware,
do software e do modelo de negócio.
Hugo Gambôa considera que “o mercado global trouxe uma nova dinâmica
de consumo, onde a exigência é total e
onde a inovação é o elemento diferenciador, tendo impacto directo na forma
como a empresa é olhada e na capacidade de adaptação e resposta perante
cada oportunidade que surge”.
Os prémios recebidos atestam o reconhecimento que a PLUX já alcançou: a
empresa foi semi-finalista na categoria
“LifeSciences”, no ISCTE-IUL MIT Portugal Entrepreneurship Competition
2010; recebeu o prémio “Biggest Innovation” no Hit Barcelona International Innovation Summit 2010; e o prémio “Best Startup Award” no Ignite
Portugal 2010.
PLUX, Wireless
Biosignals
Av. 5 de Outubro, 70 – 6º
1050-059 Lisboa
Tel.: +351 211 956 542
[email protected]
www.plux.info
Portugalglobal // Novembro 10 // 21
EMPRESAS
SOTKON INOVA NA RECOLHA
DE RESÍDUOS URBANOS
A Sotkon é a líder ibérica no mercado de contentores subterrâneos para a recolha
selectiva e indiferenciada de resíduos sólidos urbanos. Uma empresa que se distingue
da concorrência pela simplicidade e qualidade do conceito.
Tanto a espanhola MBE-Sotkon como
a sua congénere em Portugal já eram
líderes na recolha de resíduos nos respectivos mercados, mas a fundação
do grupo Sotkon, em 2008, através
da aquisição pelo grupo Auto Sueco e
pela Inter Risco daquelas duas empresas, levou à consolidação dos negócios
em Portugal e em Espanha e ao reforço
da aposta noutros mercados onde foram criadas novas empresas do grupo.
Neste momento, a Sotkon já instalou
mais de 15.000 unidades em Portugal
e em Espanha e durante 2010 foram
ganhos e fornecidos projectos em França, Angola e Grécia. Os grandes clientes são municípios e entidades municipais ou empresas privadas que operam
22 // Novembro 10 // Portugalglobal
na área da recolha urbana e que se
preocupam não só com a valorização
dos resíduos, optando por soluções
ambientalmente equilibradas, como
com os resultados da exploração.
Face à concorrência as grandes armas da
Sotkon são a qualidade e a simplicidade.
Os resultados conseguidos pela empresa
provam claramente que uma das grandes vantagens dos contentores subterrâneos é obedecerem a um conceito simples, que evita avarias e custos de manutenção, que implica pouca mão-de-obra
por ser fácil de operar, mais agradável
por evitar os odores e que, ainda por
cima, permite aos clientes fazer a recolha de resíduos com a viatura tradicional
e descarregá-la no elevador normal com
os braços do veículo bastando, para isso,
a montagem de uma grua muito ligeira.
O rol de vantagens estende-se ainda aos
resultados da exploração da recolha que
podem ser melhorados em cerca de 30
por cento e até à integração harmoniosa
dos marcos de deposição da Sotkon na
paisagem envolvente permitindo ganhos
sob o ponto de vista estético.
A competir num mercado muito agressivo e demasiado assente no preço, a
grande preocupação da Sotkon é a diferenciação pela capacidade de oferecer
soluções inovadoras. A sua oferta permite ao cliente um sistema mais simples, a
partir de uma cuba de betão, um contentor de polietileno ou um marco de deposição, até outro, mais sofisticado, que
EMPRESAS
AZEITE PROJECTA SOVENA
NO COMÉRCIO MUNDIAL
A verdade, costuma dizer-se, é como o azeite:
vem sempre ao de cima. Para o grupo Sovena,
metaforicamente falando, também foi o azeite a vir
ao de cima e a torná-lo o número dois mundial deste
sector. Um grupo genuinamente português e que cobre
toda a cadeia de valor do azeite, através de quatro
áreas de negócio interrelacionadas.
pode funcionar com abertura automática
e que pode permitir a informação sobre
o nível de enchimento do contentor, que
pode incluir um dispositivo de extinção
de fogo mas que também pode permitir
a recolha através de um gancho simples
que necessita de pouca mão-de-obra.
Outra prioridade da empresa é a internacionalização. A Sotkon já actua
directamente nos mercados francês, inglês, angolano, brasileiro e turco. Mas a
aposta estende-se também a mercados
onde não pretende ter uma presença
directa, como a Grécia, Sérvia, Hungria
e Alemanha, e onde a estratégia passa
pelo desenvolvimento de parcerias com
agentes e distribuidores.
O sistema Sotkon cumpre todas as normas europeias em vigor.
Sotkon
Zona Industrial, Lote I – 27
2330-210 Entroncamento
Tel.: +351 249 715 253
[email protected]
www.sotkon.com
A máxima da Sovena – “olive oil for the
world” – tem como objectivo transformar a empresa na referência mundial do
comércio de azeite: estar presente onde
se consome e contribuir para o aumento do consumo onde ainda não é relevante. Merece, por isso, um olhar atento a estratégia da Sovena para
vender azeite nos mais variados
mercados. A Sovena Group renasceu em 2008, depois da reestruturação do grupo, e já foi
o fruto da unificação da identidade e imagem de um negócio
com génese há mais de cem
anos e que foi iniciado pelo mítico industrial Alfredo da Silva.
No século XXI, já é o azeite a
marcar a aposta na internacionalização, a emergir de
quatro áreas de negócio
interrelacionadas e a trazer o grupo para os lugares cimeiros no exigente
mercado mundial daquele produto.
Só no último ano, a empresa comercializou mais de
170 mil toneladas de azeite sendo o número dois a
nível mundial neste sector.
A grande vantagem de
vender azeite, segundo
Luís Pereira Santos, director de marketing, “é que
o consumidor quando
aprende a apreciar o produto já não volta atrás;
começa por exigir um
produto suave e frutado mas depois, vai
evoluindo, passa para azeites mais complexos e torna-se um consumidor fiel”.
Em 2009, apesar da conjuntura adversa, a
empresa registou um EBIDTA de cerca de
41 milhões de euros, melhorando o registo do ano anterior em 3,5 milhões, e um
volume de facturação que ascendeu aos 767 milhões de euros dos
quais cerca de 80 por cento foram
garantidos fora de Portugal onde,
da lista de clientes, constam nomes do top mundial de retalho
como o Wal-Mart, o Carrefour ou
a Mercadona.
A Sovena exporta regularmente
para mais de 70 países, tem
estruturas comerciais em
Angola e Brasil e operações
fabris nos mercados português, espanhol, norteamericano, marroquino e
tunisino. No caso do fornecimento de azeite para
marcas de distribuição, diz
Luís Pereira Santos: “olhamos para essas marcas e
esses produtos como se
fossem nossos e tentamos adequar os perfis aos
gostos dos consumidores
dos países em questão,
propondo revisões de
‘portfolio’ e novos ‘claims’, inovando sempre, o
que é fundamental para
implementar um negócio
com vantagens para as
duas partes”.
Portugalglobal // Novembro 10 // 23
EMPRESAS
Um dos segmentos onde o consumo
de azeite aumentou de forma considerável foi o de maior qualidade, os virgens extra. Para isso muito concorreu
também, ainda segundo o director de
marketing da Sovena, “a percepção
dos benefícios da dieta mediterrânica,
levando à descoberta do azeite como
produto saudável e ao mesmo tempo
saboroso, que contribui para uma alimentação mais saudável e um maior
equilíbrio do organismo”.
No mercado português, onde a tampa
Pop-Up foi uma inovação determinante
para o sucesso da empresa, a Sovena é
o líder de mercado do azeite com a marca Oliveira da Serra, dos óleos vegetais
com as marcas Fula e Vêgê, e também
dos sabões, com a Clarim e Migo. Em
Espanha, mercado onde foram dados
os primeiros passos fora de Portugal, é
líder no mercado conjunto do azeite e
dos óleos alimentares, através de uma
parceria, “para toda a vida”, com a
cadeia de retalho Mercadona, a maior
empresa retalhista no mercado vizinho
e com perspectivas de crescimento assinaláveis. Nos Estados Unidos, a Sovena
é a maior importadora de azeite e é responsável por mais de 60 por cento das
marcas de distribuição no mercado de
retalho. No seu portfolio inclui azeites,
azeites biológicos, óleos vegetais, óleos
de alta performance, compostos, óleos e azeites aromatizados e uma linha
completa de vinagres. Já em 2010, lançou no mercado americano a marca Olivari, que tem obtido sucesso e que se
destina a combater as marcas de azeite italiano. No mercado brasileiro – de
grande potencial e a crescer cerca de 11
por cento ao ano e ainda com muitos
milhões de consumidores para conquistar – o destaque vai para a marca de
azeite Andorinha, comprada em 2004 e
relançada no mercado, passando, neste
período, de quinta para segunda marca
mais vendida no país.
Quatro áreas de
negócio da Sovena
Sovena Agriculture – exploração de
herdades próprias ou arrendadas para
plantação de olival, bem como para a
gestão de lagares para o processamento de azeitonas.
Sovena Oilseeds – fornecimento de sementes para plantação de oleaginosas e
compra de sementes no final da colheita
para produção e refinação dos óleos.
Sovena Consumer Goods – loteamento, embalagem e comercialização
em cada mercado de azeites, óleos vegetais, azeitonas, vinagres e sabões.
Sovena Biodiesel – entrada no mundo da energia através da utilização de
oleaginosas para a produção de biocombustíveis.
Lagar do Marmelo
O Lagar do Marmelo é a jóia da coroa
do grupo Sovena. Desenhado pelo arquitecto Ricardo Gordon tem como
grande objectivo colocar as mais avançadas tecnologias ao serviço da qualidade do azeite. É uma construção arrojada, bem no centro do olival, para
minimizar o tempo decorrido entre a
colheita das azeitonas e a extracção do
azeite. Desta forma, fica garantida não
24 // Novembro 10 // Portugalglobal
só a qualidade como a máxima preservação da riqueza organoléptica. Terá
capacidade para transformar 40 toneladas de azeitona por hora, o equivalente
a 950 toneladas por dia e a uma produção diária de cerca de 200.000 litros
de azeite. Em caso de necessidade, no
futuro, a capacidade de extracção de
azeite pode ser aumentada em 475 toneladas de azeitona por dia.
Sovena Group
Rua General Ferreira Martins, 6 – 8º
Miraflores
1495-137 Algés
Tel.: +351 214 129 300
[email protected]
www.sovenagroup.com
MERCADOS
MAGREBE
POTENCIAL COMUM
EM MERCADOS DIFERENTES
>POR CARLOS JULIÃO, DESK DOS MERCADOS DO MAGREBE NA AICEP
Os mercados da Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia representam, no seu conjunto,
mais de 83 milhões de consumidores. São mercados onde as já tradicionais
compras portuguesas de petróleo e gás pesam nas balanças bilaterais, tornando-as
desfavoráveis a Portugal, embora a capacidade exportadora das empresas nacionais
tenha atenuado essa tendência nos últimos cinco anos. Tanto em Marrocos como
na Tunísia, economias de mercado onde a inovação e a incorporação tecnológica já
deram os primeiros passos, como na Argélia e na Líbia, economias reguladas onde o
sector privado ganha cada vez mais espaço, a nossa oferta de base inovadora pode
dar um forte impulso às exportações portuguesas através de uma presença assídua
naqueles mercados, com as doses certas de paciência e persistência.
26 // Novembro 10 // Portugalglobal
MERCADOS
Mais do que nunca, o factor exportações poderá contribuir, em conjunto
com o investimento, para minorar os
efeitos da crise e criar uma base de sustentação para a recuperação económica em Portugal.
É assim que a recuperação de mercados mais tradicionais e de grande peso
na nossa exportação é um dos vectores
da estratégia, a par com uma intensa
e bem estruturada diversificação de
mercados que passa, nomeadamente,
pelos mercados de proximidade como
os do Magrebe.
Nesta região, consideram-se, pela sua
proximidade, pelas taxas positivas de
crescimento económico que se têm
situado entre os 3 e 6 por cento nos
últimos anos e com perspectivas de
manutenção e pelo potencial de oportunidades, os mercados da Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia.
Trata-se de um conjunto de mercados
com mais de 83 milhões de consumidores e onde Portugal compra matérias-primas energéticas como petróleo
e gás, bem como fosfatos, e onde as
balanças comerciais têm apresentado
um constante desequilíbrio, apesar
do forte crescimento das exportações
nacionais para estes quatro mercados,
à razão de dois dígitos ao ano, tendo
passado de 246 milhões de euros, em
2005, para 565 milhões em euros, em
2009. O coeficiente de cobertura das
exportações pelas importações evoluiu
muito favoravelmente, de 16,6 por
cento, em 2005, para mais de 82 por
cento, em 2009.
Mas aqueles quatro mercados, quer
pela sua estrutura económica quer pelo
seu potencial, representam múltiplas e
muito diversificadas janelas de oportunidade, a partir de realidades socioeconómicas bem diferentes e de ambientes de negócio diferenciados que
importa conhecer para se poder operar
duma forma consistente e eficaz.
Os mercados de Marrocos e da Tunísia
funcionam como economias de mercado com estruturas produtivas muito
diversificadas e onde os sectores mais
tradicionais já evoluem em paralelo
com sectores de inovação e maior incorporação tecnológica, enquanto a
Argélia e a Líbia são economias ainda
reguladas, onde as necessidades de
consumo e de equipamentos ainda são
maioritariamente satisfeitas com recurso à importação.
A título de exemplo basta referir a evolução do número de operadores económicos portugueses em alguns destes
mercados do Magrebe, o que reflecte
em simultâneo a abertura do mercado
e o número crescente de oportunidades de negócio.
Mas mesmo nestas economias ainda
pouco abertas ao exterior, e para além do
consumo do sector público ainda predominante, a actividade do sector privado
começa a ganhar espaço e reconhecimento como potenciadora da diversificação da produção local e de criação de
emprego, contribuindo para minorar os
efeitos do desemprego que se traduz em
percentagens a dois dígitos.
Para Marrocos, as empresas portuguesas exportadoras passaram de 624 em
2005 para 899 em 2009, enquanto para
a Líbia, ultrapassada a fase do embargo
internacional, as empresas aumentaram
de 33 em 2005 para 115 em 2009.
Ao olharmos para os mercados do
Magrebe constatamos que o mercado
de economia mais liberal é Marrocos,
onde o direito de estabelecimento já
foi negociado, o que se traduziu no
numero de empresas de direito local
com capital cem por cento português
que já ronda as 150, distribuídas por
“Mas aqueles quatro
mercados, quer pela sua
estrutura económica
quer pelo seu potencial,
representam múltiplas e
muito diversificadas janelas
de oportunidade, a partir de
realidades socio-económicas
bem diferentes e de ambientes
de negócio diferenciados
que importa conhecer para
se poder operar duma forma
consistente e eficaz.”
sectores como a construção e obras
publicas, metalomecânica, tecnologias
de informação, consultoria, indústria
automóvel, bens de consumo e materiais de construção.
Naturalmente que a abertura jurídico-legal quanto à presença de capital estrangeiro, no caso do mercado o recomendar, não invalida a constituição de parcerias com empresas locais como forma
de ganhar mais eficácia operacional.
Esta simples análise demonstra que
muitas empresas estão em sintonia com
a evolução dos mercados e atentas às
oportunidades que se vão criando.
Já quanto à Argélia, importa considerar
e compreender o novo quadro jurídicolegal que já está a ter fortes implicações
na abordagem a este mercado e que a
seguir se apresenta de forma resumida.
A Argélia é, entre os quatro mercados
do Magrebe aqui avaliados, o que tem
o mais elevado montante de divisas,
mais de 130 mil milhões de dólares, o
suficiente para cobrir as necessidades
de importação do país num período
superior a quatro anos.
Por outro lado, o ambicioso Plano
2010-2014 tem previsto investimentos
da ordem dos 118 mil milhões de euros, complementando os mais de 100
mil milhões do Plano anterior. O seu
lançamento foi atrasado e o investimento será repartido pelos seguintes
sectores: obras públicas (32 mil milhões de euros), transportes (27,5 mil
milhões de euros), ambiente e reordenamento do território (5,5 mil milhões
de euros), reforma administrativa (18,6
mil milhões de euros), desenvolvimento
rural (11 mil milhões de euro), desenvolvimento das PME (1,6 mil milhões
de euros), desenvolvimento industrial
(22 mil milhões de euros), criação de
emprego (3,1 mil milhões de euros) e
economia e conhecimento (2,2 mil milhões de euros).
A necessidade de criação de emprego
e de desenvolver o tecido produtivo
local e a inovação – reduzindo assim o
Portugalglobal // Novembro 10 // 27
MERCADOS
desemprego e a forte dependência externa das importações para satisfazer
as necessidades de bens de consumo
e de equipamento – esteve na origem
da alteração do quadro legislativo cujas
medidas, é convicção do governo, vão
também contribuir para a coesão social.
Este quadro, aliás, não é inteiramente
desconhecido. A própria legislação portuguesa, para determinadas aquisições
do sector público, impõe também a
aplicação de formas de contrapartidas.
Por outro lado, as propostas apresentadas por empresas de direito argelino
beneficiarão duma majoração como
critério de avaliação das mesmas, que
passou de 15 para 25 por cento.
“O elevado nível de
relacionamento institucional e
o bom entendimento politico
de Portugal com os quatro
países considerados e a boa
percepção e reconhecimento
da qualidade da oferta
portuguesa de bens e serviços
constitui um quadro relacional
encorajante para a acção das
empresas portuguesas nestes
quatro mercados.”
Em determinados projectos do sector
público, as empresas estrangeiras concorrentes deverão ainda considerar formas de contrapartidas que potenciem o
emprego e que visem transferências de
tecnologia, embora tal prática ainda não
esteja regulamentada o que não tem impedido a sua aplicação caso a caso.
O elevado nível de relacionamento institucional e o bom entendimento politico de Portugal com os quatro países
considerados e a boa percepção e reconhecimento da qualidade da oferta
portuguesa de bens e serviços constitui
Este novo quadro impõe agora que, em
todos os projectos, as empresas estrangeiras operem no mercado em associação com parceiros locais na relação
de 49/51 por cento, com excepção dos
serviços e do comércio onde essa relação será de 30/70 por cento.
28 // Novembro 10 // Portugalglobal
um quadro relacional encorajante para
a acção das empresas portuguesas nestes quatro mercados.
Pesem embora as diferenças culturais
que importa conhecer e respeitar, em
que avulta a diferente valoração que é
dada ao factor tempo, as abordagens
implicam que se considere o que se
pode chamar o princípio dos 3P’s: presença, paciência e persistência, que são
condições instrumentais para a criação
de um clima de confiança por parte dos
agentes económicos locais.
A grande capacidade de Portugal para
promover a inter-culturalidade, já demonstrada ao longo da nossa história,
carece agora de ser renovada e aliada
a uma oferta competitiva de base inovadora e com boa relação qualidade/
preço, para assim ser o instrumento
adequado na necessária resposta aos
desafios que as múltiplas oportunidades que os mercados do Magrebe oferecem, as quais podem dar um forte
contributo para mais e melhores exportações nacionais.
MERCADOS
RELAÇÕES ECONÓMICAS
PORTUGAL – ARGÉLIA
A compra de hidrocarbonetos à Argélia influencia de maneira acentuada a balança
comercial entre Portugal e aquele país magrebino, tornando-a desfavorável a
Portugal. Uma tendência que começa agora a inverter-se com o aumento das
exportações de tecnologia portuguesa e a quebra simultânea nas importações.
A Argélia tem vindo a ganhar importância no contexto das exportações portuguesas. O ano de 2009 é o culminar
dessa realidade com a Argélia a ficar
na 21ª posição no ranking de clientes,
o que correspondeu a uma quota de
0,6 por cento. Já enquanto fornecedor
e também em 2009, o seu posicionamento segue o caminho inverso: ficou
em 27º lugar, depois de em 2005 ter
chegado a ser o nosso oitavo fornecedor. Uma curiosidade marca também
o período 2005-2009, já que se registou uma evolução assimétrica das duas
componentes da balança comercial bilateral: ganhou 19 lugares como cliente
e perdeu 19 lugares como fornecedor.
Os dados relativos aos oito primeiros
meses de 2010 indicam que, enquan-
to cliente, a Argélia se posiciona no
23º lugar (com uma quota de 0,6 por
cento) e como fornecedor no 29º lugar
(com uma quota de 0,5 por cento).
No contexto do comércio internacional
da Argélia e segundo as estatísticas do
World Trade Atlas relativas a 2009, Portugal ocupava a 12ª posição enquanto
cliente (2,1 por cento das exportações
Portugalglobal // Novembro 10 // 29
MERCADOS
argelinas) e a 22ª como fornecedor (0,8
por cento do valor das importações)
tendo, no período de 2005-2009, registado uma perda de três lugares no
ranking de clientes (a quota de mercado diminuiu de 3,6 por cento para 2,1
por cento) e um ganho de 12 lugares
no de fornecedores (a quota de mercado aumentou de 0,3 por cento para
0,8 por cento).
O saldo das trocas comerciais bilaterais
é fortemente desfavorável a Portugal
devido ao elevado peso que a Argélia
tem tido no fornecimento de hidrocarbonetos. Porém, nos últimos anos, o
saldo negativo sofreu uma diminuição
apreciável, não só porque as exportações portuguesas para a Argélia aumentaram, mas principalmente porque
as importações daquele país sofreram
quebras acentuadas.
Enquanto no período de 2005-2009,
as exportações cresceram a uma taxa
média de 44,4 por cento ao ano, as
importações caíram a uma taxa média
de menos 23,3 por cento ao ano, resultando daí uma grande diminuição
de saldo comercial de menos 1.047,7
milhões de euros para menos 77,6 milhões de euros, e um aumento marcante da taxa de cobertura das importações pelas exportações de 5 por cento
para 71,8 por cento.
Há que acentuar as incidências diferentes da crise económico-financeira mundial na balança comercial luso-argelina.
Em relação a 2008, as exportações
cresceram 8,9 por cento em 2009 –
muito aquém da taxa média de crescimento no período 2005-2009 – e as
importações registaram uma queda de
menos 61,1 por cento – muito além da
taxa média de crescimento de menos
23,3 por cento no referido período.
realçar a redução assinalável do peso
dos produtos de baixa tecnologia na
estrutura exportadora – de 34,4 por
cento em 2005 para 13,9 por cento em
2009 – em favor dos produtos de média-baixa tecnologia, de 14,6 por cento
para 48,3 por cento, e em detrimento
dos produtos de média-alta tecnologia,
de 49,6 por cento para 36,2 por cento.
Em relação a período homólogo de
2009, os dados disponíveis mais recentes, relativos aos primeiros oito meses
de 2010, acusam uma quebra assinalável das exportações (menos 19,4 por
cento) e uma estabilização dos valores
importados, resultando daí uma quebra assinalável do défice comercial de
10,9 para 38,7 milhões de euros, e
De acordo com os dados do INE, nos últimos cinco anos, verificou-se uma tendência ascendente do número de empresas portuguesas que venderam para
a Argélia. Assim, em 2005 foram registadas 167 empresas, enquanto em 2009
esse número se fixou em 237 empresas.
“De acordo com os dados do
INE, nos últimos cinco anos,
verificou-se uma tendência
ascendente do número de
empresas portuguesas que
venderam para a Argélia.”
Ao nível das importações é de salientar
o enorme peso dos produtos energéticos, com o grupo dos combustíveis
minerais a deter cerca de 95 por cento
do total importado em 2009. Destes,
cerca de 83 por cento correspondem à
aquisição de óleos brutos de petróleo.
Destaque também para os produtos
químicos, com 4,4 por cento do total
importado, que, em conjunto com os
combustíveis minerais, representam
99,3 por cento do valor global das importações. Segundo o INE, tem vindo a
diminuir o número de empresas portuguesas que importam da Argélia: de 35
em 2005 para 23 em 2009.
uma diminuição da taxa de cobertura
de 93 para 74,9 por cento.
Os bens de equipamento e os produtos
intermédios são dominantes nas exportações portuguesas para a Argélia, com
os metais comuns e as máquinas e aparelhos a representarem, no seu conjunto,
mais de 74 por cento do total em 2009.
Dos restantes grupos de produtos, o
destaque, em 2009, vai para os grupos
de minerais e minérios (3,9 por cento
do total), pastas e papel (2,7 por cento)
e veículos e outro material de transporte (2,4 por cento).
Serviços e Investimento
Em termos de grau de intensidade tecnológica, a estrutura das exportações
de produtos industriais transformados,
era dominada, em 2009, pelos produtos de média-baixa tecnologia com
48,3 por cento do total, seguidos pelos
produtos de média-alta tecnologia com
36,2 por cento, de baixa tecnologia
com 13,9 por cento e de alta tecnologia com 1,5 por cento. É também de
Em 2009, a Argélia posicionou-se como
48º mercado cliente dos serviços portugueses, tendo absorvido 0,05 por cento
das vendas totais ao exterior, e como
45º fornecedor de serviços ao nosso
país, com 0,09 por cento das importações. No período 2005-2009, melhorou
seis lugares no ranking de clientes e
perdeu um lugar no ranking de fornecedores. Em relação ao período homólogo
de 2009, os últimos dados disponíveis,
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL
2005
2006
2007
2008
2009
Var. %a
05/09
2009
Jan/Ago
2010
Jan/Ago
Var. %b
09/10
Exportações
55.187
72.858
79.841
181.189
197.445
44,4
152.553
130.322
-14,6
Importações
1.102.891
896.599
577.541
706.684
274.938
-23,3
185.037
154.855
-16,3
Saldo
-1.047.704
-823.741
-497.700
-525.495
-77.493
–
-32.484
-24.533
–
5,0%
8,1%
13,8%
25,6%
71,8%
–
82,4%
84,2%
–
Coef. Cobertura (%)
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
30 // Novembro 10 // Portugalglobal
(b) Taxa de variação homóloga
MERCADOS
relativos aos primeiros oito meses de
2010, deixam antever a inversão dos resultados das exportações nacionais, tendo a balança comercial de serviços lusoargelina registado um saldo positivo de
61.000 euros e uma taxa de cobertura
de 101 por cento.
Quanto ao investimento, a Argélia
situou-se, em 2009, no 19º lugar da
tabela dos destinos do investimento
português no exterior, com uma quota
de 0,14 por cento (42º lugar em 2005).
Em termos absolutos, no período 20052009, o investimento bruto português
na Argélia ascendeu a 58,7 milhões de
euros, enquanto o desinvestimento se
elevou a cerca de 142,8 milhões de
euros, resultando daí um investimento
líquido negativo de cerca de 84,1 milhões de euros. Embora a Argélia não
se encontre entre os grandes destinos
do investimento português, há um número crescente de empresas instaladas
no mercado nas áreas da construção e
obras públicas, engenharia e consultoria. E estão identificados como sectores
de oportunidade as infra-estruturas,
os serviços e alguma indústria (agroalimentar e materiais de construção).
ARGÉLIA
EM FICHA
Argel
Argélia
Os valores de investimento argelino em
Portugal são, segundo dados do INE,
praticamente inexistentes.
Área: 2.381.741 km2
População: 35,4 milhões de habitantes (2009)
Densidade populacional: 14,9 hab./km2 (2009)
Designação oficial: República Democrática
e Popular da Argélia
Chefe de Estado: Abdelaziz Bouteflika
(eleito pela terceira vez em Abril de 2009)
Primeiro-Ministro: Ahmed Ouyahia
Data da actual Constituição: Novembro
de 1976, alterada em Junho de 1979 e
Novembro de 1988
Principais partidos políticos: Frente de
Libertação Nacional (FLN); Congregação
Nacional Democrática (RND); Frente das
Forças Socialistas (FFS).
CONTACTOS ÚTEIS
EMBAIXADA DA ARGÉLIA
EM PORTUGAL
Rua Duarte Pacheco Pereira, 58
1400-140 Lisboa
Tel.: +351 213 041 520
Fax: +351 213 010 393
[email protected]
www.emb-argelia.pt
EMBAIXADA DE PORTUGAL
NA ARGÉLIA
Rue Mohamed Khoudi, 7
El-Biar, Alger – Algérie
Tel.: +213 21 925582
Fax: +213 21 925313
[email protected]
www.ambaixadaportugalargel.com
AICEP PORTUGAL GLOBAL
Rue Mohamed Khoudi, 7 El-Biar
B.P. 266 – 16035
Hydra, Alger – Algérie
Tel.: +213 21 791920
Fax: +213 21 925313
[email protected]
www.portugalglobal.pt
Capital: Argel – 4,8 milhões de habitantes
AGENCE NATIONALE POUR
LE DÉVELOPPEMENT DE
L`INVESTISSEMENT – ANDI
Rue Mohamed Merbouche, 27
Hussein-Dey, Alger – Algérie
Tel.: +213 21 773262
Fax: +213 21 773267
[email protected]
www.andi.dz
CHAMBRE ALGÉRIENNE DE
COMMERCE ET D`INDUSTRIE
6, Bd. Amílcar Cabral
Place des Martyrs
BP 100 Alger 1er Novembre
CP 16003 Alger
Tel.: +213 21 967777
Fax: +213 21 967070
[email protected]
www.caci.dz
MINISTÈRE DU COMMERCE
Cite Zerhouni Moktar
El Mohamadia (ex les Bannaniers)
Alger – Algérie
Tel.: +213 21 890074
Fax: +213 21 890034
[email protected]
www.mincommerce.gov.dz
Outras cidades: Oran, Constantine e Blida
Religião: Islamismo
Língua: Árabe é a língua oficial. Francês e
berbere.
Unidade monetária: Dinar argelino (DZD);
1 euro = 101,14 DZD
Risco país: Risco geral BB (AAA=risco
menor; D= risco maior); Risco político CCC
(EIU – Outubro 2010).
Ranking em negócios: Índice 4,65
(10=máximo); Ranking geral: 76 (entre 82
países).
Risco de crédito: 3 (1=menor; 7=risco
maior) (COSEC – Julho de 2010)
Grau de abertura e dimensão relativa
do mercado: Exp. + Imp./PIB=51,3 por
cento (estimativa 2009)
Imp./PIB= 24,2 por cento (estimativa 2009)
Imp./Imp. Mundial=0,3 por cento (2009)
Fontes:
T he Economist Intelligence Unit (EIU)
Organização Mundial do Comércio (OMC)
Banco de Portugal
COSEC – Companhia de Seguros de Crédito
Portugalglobal // Novembro 10 // 31
MERCADOS
RELACIONAMENTO ECONÓMICO
PORTUGAL – LÍBIA
A Líbia é um grande produtor mundial de petróleo e um fornecedor regular de
Portugal o que marca de maneira decisiva a balança comercial bilateral. Cerca de 45
por cento das compras portuguesas no Norte de África são petróleo líbio.
O petróleo que Portugal compra à Líbia marca a balança comercial entre os
dois países. Neste momento, a Líbia é
o nosso segundo maior fornecedor de
óleos brutos de petróleo, com uma
quota de 14 por cento, logo a seguir
à Nigéria sendo, por isso, muito mais
importante enquanto fornecedor de
Portugal do que como cliente.
A sua posição no ranking global dos
países de destino das vendas portuguesas para o exterior melhorou ao
longo dos últimos anos, situando-se
em 52º lugar em 2009, o que corresponde a 0,11 por cento das exporta-
32 // Novembro 10 // Portugalglobal
ções globais. Já enquanto fornecedor,
e depois de ocupar o 12º lugar em
2007 e 2008, a Líbia registou uma des-
“(...) a Líbia é o nosso
segundo maior fornecedor
de óleos brutos de petróleo,
com uma quota de 14 por
cento, logo a seguir à Nigéria
sendo, por isso, muito
mais importante enquanto
fornecedor de Portugal do
que como cliente.”
cida no respectivo ranking em 2009,
tendo ficado em 19º lugar, com 0,65
por cento das importações.
Tendo apenas em consideração os
países do Norte de África (considerase a Argélia, o Egipto, a Líbia, Marrocos e a Tunísia), a Líbia foi, em 2009,
o nosso último cliente (5,7 por cento das exportações para a região) e
situou-se na primeira posição como
fornecedor, com cerca de 45 por cento das importações.
De 2005 a 2009, os valores das exportações portuguesas para a Líbia, apesar
MERCADOS
de diminuírem em 2006 (menos 27,8
por cento), aumentaram significativamente nos anos seguintes, o que levou
a uma média aritmética das taxas de
crescimento anuais, nesse período, de
59 por cento. Ao nível das importações, verificou-se uma diminuição muito acentuada em 2009 (menos 66,5
por cento) tendo, no entanto, existido
acréscimos consideráveis nos anos anteriores. O crescimento médio anual do
período foi de 20,7 por cento.
A balança comercial entre os dois países
é muito desequilibrada e desfavorável a
Portugal. O peso do petróleo nas trocas
bilaterais é determinante nesta situação
tendo o défice aumentado, no período
em análise até 2008, ano em que ultrapassou 974 milhões de euros. Em 2009,
registou-se uma redução considerável
do mesmo (fixou-se à volta dos 300 milhões de euros), devido à redução das
compras portuguesas à Líbia e ao aumento das nossas exportações face ao
ano anterior. A taxa de cobertura das
importações pelas exportações registou, em 2009, o maior valor percentual
com 10,7 por cento, seguido do ano de
2005, com 2,5 por cento.
Segundo os últimos dados disponíveis,
de Janeiro a Agosto de 2010, fazendo a
comparação com igual período de 2009,
há a registar uma tendência de diminuição das exportações portuguesas para
o mercado líbio (menos 10,1 por cento)
e verifica-se uma subida acentuada das
importações (mais 110 por cento). Desta
forma, o coeficiente de coberturas das
importações atingiu 4,3 por cento, em
oposição aos dez por cento dos primeiros
oito meses de 2009.
As exportações portuguesas para a Líbia são dominadas por três grupos de
produtos – as máquinas e aparelhos
Ao nível das importações, verificouse uma redução muito acentuada em
2009 (menos 66,5 por cento) em claro
contraste com os anos anteriores. O
crescimento médio anual do período
foi de 20,7 por cento.
(45 por cento), os veículos e outro material de transporte (21,4 por cento) e
os minerais (14 por cento) – que representam mais de 80 por cento das exportações totais. A estes podem ainda
Dados relativos a 2009 indicam que
66,2 por cento das exportações para a
Líbia de produtos industriais transformados incidiram em produtos classificados como de média-alta tecnologia.
Seguem-se os produtos de média-baixa
tecnologia (20 por cento), baixa tecnologia (12,3 por cento) e de alta tecnologia (cerca de 2 por cento). De registar
que 99,8 por cento das exportações
totais dizem respeito a produtos industriais transformados.
“De 2005 a 2009 e segundo
dados do INE, o número de
empresas portuguesas que
exportam para este mercado
evoluiu de 33 para 115,
crescimento este que tem sido
contínuo ao longo dos anos.”
juntar-se os produtos alimentares, com
6 por cento, os únicos que diminuíram
os seus valores de exportação face ao
ano anterior, tendo todos os outros registado subidas acentuadas.
De 2005 a 2009 e segundo dados do
INE, o número de empresas portuguesas
que exportam para este mercado evoluiu
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL
2005
2006
2007
2008
2009
Evol. % a
2009
Jan/Ago
2010
Jan/Ago
Var. %b
09/10
Exportações
7.501
5.415
9.045
16.968
35.526
59,0
24.196
21.748
-10,1
Importações
302.837
461.134
790.358
991.181
332.899
20,7
241.116
505.114
109,5
Saldo
-295.336
-455.719
-781.313
-974.214
-297.373
–
-216.920
-483.366
–
2,5%
1,2%
1,1%
1,7%
10,7%
–
10,0%
4,3%
–
Coef. Cobertura
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
(b) Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // Novembro 10 // 33
MERCADOS
de 33 para 115, crescimento este que
tem sido contínuo ao longo dos anos.
Quanto às importações portuguesas da
Líbia, estas centram-se quase exclusivamente num único produto: combustíveis minerais. Só estes representaram
mais de 99 por cento do total importado em 2009. Nos primeiros oito meses deste ano esta tendência continua
a registar-se. Importa ainda salientar
que apenas 11,3 por cento das nossas
compras à Líbia diz respeito a produtos
industriais transformados e que destes
97,4 por cento correspondem a produtos de média-baixa tecnologia.
LÍBIA EM FICHA
Segundo dados do INE, em 2009, oito
empresas portuguesas importaram
produtos líbios.
Tripoli
Líbia
Área: 1.759.540 km2
População: 6,4 milhões de habitantes
Densidade populacional: 3,6 hab./km2
Designação oficial: Grande Jamahiriya
Árabe Líbia Popular Socialista
Chefe do Estado: Coronel Muammar
Qadhafi
Primeiro-ministro: Baghdadi al- Mahmudi
Data da actual Constituição: Março de 1977
Principais partidos políticos: Em Junho de
1971, a União Socialista Árabe foi estabelecida
como o único partido político no país.
Capital: Tripoli (um milhão e meio de
habitantes).
Outras cidades importantes: Benghazi,
Misurata, Sebha.
Religião: Muçulmana sunita.
Língua: A língua oficial é o árabe,
embora o inglês e o italiano sejam
utilizados em negócios.
CONTACTOS ÚTEIS
EMBAIXADA DA LÍBIA
EM PORTUGAL
Av. das Descobertas, 24
1400-092 Lisboa
Tel.: +351 21 3016301
Fax: +351 21 3020921
[email protected]
CCIAP – CÂMARA DE COMÉRCIO
E INDÚSTRIA ÁRABE-PORTUGUESA
Av. Fontes Pereira de Melo, 19 – 8º
1050-116 Lisboa
Tel.: +351 213138100
Fax: +351 213138109
[email protected]
www.cciap.pt
EMBAIXADA DE PORTUGAL
NA LÍBIA
Street Bem Ashur – Tripoli – Líbia
Tel.: +218 213621352
Fax: +218 213621351
[email protected]
www.secomunidades.pt
34 // Novembro 10 // Portugalglobal
THE GENERAL BOARD OF TOURISM
AND TRADITIONAL INDUSTRIES
P.O. Box 82063
Tripoli – Líbia
Tel.: +218 213334673
Fax: +218 214445336
[email protected]
www.libyan-tourism.org
LIBYAN INVESTMENT BOARD
P.O. Box 93524
Alfatah Tower
Tripoli – Líbia
Tel.: +218 213345010
Fax: +218 213345013
[email protected]
www.investinlibya.ly
Unidade monetária: Dinar líbio (LYD); 1
EUR=1,697 LYD
Ranking em negócios: Índice 4,51
(10=máximo); ranking geral: 79 (entre 82
países).
Risco país: Risco político – B (AAA=risco
menor; D= risco maior). Risco de estrutura
económica – BB; Risco geral – BB
Risco de crédito: 6 (1=risco menor; 7=
risco maior) (COSEC – Setembro 2010).
Grau de abertura e dimensão relativa
do mercado (2009):
Exp.+Imp. (bens)/PIB=108,4 por cento.
Imp. (bens)/PIB=25,7 por cento
Imp. (bens)/Imp. Mundial=0,1 por cento.
Fontes:
The Economist Intelligence Unit (EIU)
Banco de Portugal;
COSEC
WTO – World Trade Organisation
MERCADOS
RELACIONAMENTO ECONÓMICO
PORTUGAL – MARROCOS
Enquanto destino das nossas exportações, Marrocos é um parceiro muito importante de
Portugal ao contrário do que se passa no domínio das importações, onde a posição que
ocupa é muito modesta. Em 2009, foi o nosso 17º cliente mais importante e fora do espaço
europeu já é o sétimo, logo a seguir a Angola, EUA, Brasil, Suíça, Cabo Verde e China.
As transacções comerciais entre os dois
países são tradicionalmente favoráveis
a Portugal, com as exportações a apresentarem, no período 2005-2009, um
crescimento médio anual de 15,7 por
cento, enquanto as importações registaram um aumento de 3 por cento. Ao
contrário do que vinha acontecendo,
no último ano, as exportações portuguesas para Marrocos conheceram
uma retracção importante (menos 21,1
por cento face a 2008, que constituiu o
registo mais elevado no período), tendo as importações sofrido um decréscimo de 17,5 por cento.
conjunto, representaram quase 70 por
cento do total exportado. O destaque,
pelo aumento verificado face a 2008, vai
para os automóveis e veículos de passageiros (mais 13 por cento), os fios e
outros condutores (mais 20 por cento) e
os óleos de petróleo (mais 96 por cento).
De sinal contrário foram os resultados
dos produtos em ferro e aço que foram
responsáveis por 11,3 por cento do total
exportado, menos 49 por cento face a
2008. De uma maneira geral, os produtos exportados em 2009 enquadraramse na média-alta e média-baixa tecnologia e a situação actual caracteriza-se,
A estrutura das exportações portuguesas
para Marrocos, por grandes grupos de
produtos, registou algumas alterações
entre 2005 e 2009, com particular destaque para o aumento significativo dos
metais comuns e dos veículos e outro
material de transporte, enquanto as matérias têxteis (segundo grupo mais exportado em 2005) têm vindo a diminuir.
Em 2009, os principais produtos exportados para Marrocos foram: máquinas
e aparelhos, metais comuns, veículos e
outro material de transporte, matérias
têxteis, plástico e borracha que, no seu
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL
2005
2006
2007
2008
2009
Evol. % a
05/09
2009
Jan/Ago
2010
Jan/Ago
Var. %b
09/10
Exportações
131.103
164.020
199.408
273.331
215.357
15,6
140.924
202.788
43,9
Importações
56.427
72.367
85.842
70.911
58.469
3,0
34.020
67.041
97,1
Saldo
74.676
91.653
113.567
202.419
156.888
–
106.904
135.746
–
Coef. Cobertura
232,3%
226,7%
232,3%
385,5%
368,3%
–
414,2%
302,5%
–
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
(b) Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // Novembro 10 // 35
MERCADOS
aliás, por uma menor representatividade
dos extremos (alta e baixa tecnologia).
Em relação às compras de Portugal a
Marrocos, merecem destaque, em 2009,
os fios e outros condutores e cabos de fibras ópticas, os quais representaram 35,7
por cento do total, embora com um decréscimo de 12,5 por cento face a 2008,
os moluscos (7 por cento) e os produtos
laminados de ferro e aço (6,9 por cento).
Na generalidade, os produtos que comprámos a Marrocos pertencem às categorias média-alta e baixa tecnologia.
De acordo com dados do INE, o número de empresas portuguesas que
exportaram produtos para Marrocos,
aumentou de 596, em 2004, para 839,
em 2008, último ano disponível. O
número de empresas compradoras no
mercado marroquino desceu de 267,
em 2004, para 238, em 2008.
Serviços e investimento
As trocas de serviços entre Portugal e
Marrocos não têm uma grande importância para o nosso país, particularmente
em termos de exportações, que se situaram, em 2009, à volta de 0,2 por cento.
Ao contrário do cenário no comércio de
mercadorias, na área dos serviços a balança bilateral é desfavorável a Portugal.
Quanto ao investimento, e de acordo
com dados do Banco de Portugal, exceptuando o ano de 2002, em que Marrocos
ocupou o 7º lugar enquanto destino do
investimento directo português no exterior (IDPE), este mercado não se tem revelado prioritário para os investidores portugueses tendo ocupado, em 2009, o 18º
lugar do ranking do IDPE, com uma quota de 0,2 por cento. Quanto ao investimento marroquino em Portugal, este não
tem expressão significativa. Em 2009,
não se registou, aliás, qualquer investimento proveniente daquele mercado.
Porém, se do ponto de vista financeiro,
o investimento português em Marrocos é
baixo, a presença de empresas portuguesas está calculada em cerca de 115, com
o sector da construção (obras públicas,
cimento, materiais de construção, engenharia, arquitectura) a assumir a quase
totalidade dessa presença. Há também
uma tendência a registar: o aumento da
presença no mercado de PME nacionais
em detrimento de grandes empresas.
Em 2009, as empresas portuguesas ganharam em contratos públicos e privados
um valor superior a 180 milhões de euros
e, prevendo-se para o corrente ano um
montante global de 14,8 mil milhões de
euros em investimentos nas infra-estruturas, espera-se a repetição do bom desempenho das empresas no mercado.
CONTACTOS ÚTEIS
EMBAIXADA DO REINO DE
MARROCOS EM PORTUGAL
CÂMARA DE COMÉRCIO E
INDÚSTRIA LUSO-MARROQUINA
Rua Alto do Duque, 21
1400-099 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 213 020 842
Fax: +351 213 020 935
[email protected]
www.emb-marrocos.pt
Edifício ISLA – Quinta do Bom Nome –
Estrada da Correia, 53 – Carnide
1500-210 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 213 970 036
Fax: +351 213 970 588
[email protected]
www.ccilm.pt
AICEP PORTUGAL GLOBAL
Agence pour l`Investissement et le
Commerce Extérieur du Portugal
Ambassade du Portugal
5, Rue Thami Lamdouar
B. Postale 5050 Souissi
Rabat - Marrocos
Tel.: +212 537 752 472
Fax: +212 537 656 984
[email protected]
www.portugalglobal.pt
36 // Novembro 10 // Portugalglobal
EMBAIXADA DE PORTUGAL
EM MARROCOS
5, Rue Thami Lamdouar – Souissi
Rabat – Marrocos
Tel.: +212 537 756 446
Fax: +212 537 756 445
[email protected]
MINISTÈRE DE L`ECONOMIE
ET DES FINANCES
Quartier Administratif – Chellah
Rabat - Marrocos
Tel.: +212 537 677 501
Fax: +212 537 677 527
[email protected]
www.finances.gov.ma
MARROCOS
EM FICHA
Rabat
Marrocos
Área: 710.850 km2
População: 32 milhões de habitantes
(estimativa EIU – 2009)
Densidade populacional: 45 habitantes
por km2 (estimativa 2009)
Designação oficial: Reino de Marrocos
Chefe de Estado: Rei Mohammed VI
Primeiro-ministro: Abbas el-Fassi
Data da actual Constituição: 13 de
Setembro de 1996
Principais partidos políticos: Lealistas,
Esquerda e Centro-Esquerda e Islamitas.
Capital: Rabat (1,4 milhões de habitantes).
Outras cidades importantes: Casablanca,
Fés, Marraquexe e Tânger.
Religião: A religião oficial é o islamismo. A
maioria da população é muçulmana.
Língua: A língua oficial é o árabe. O
castelhano é falado no norte e o francês no
resto do território.
Unidade monetária: Dirham marroquino
(MAD)=100 cêntimos; 1 EUR=11,1791
MAD (BdP-fim de Abril 2010)
Risco do país: BB (AAA=Risco mínimo;
D=risco máximo)
Ranking em negócios: Índice 5,37
(10=máximo); ranking geral: 68 (entre 82
países) (EIU-Abril 2010)
Risco de crédito: 3 (1=risco menor; 7
=risco maior) (COSEC- Abril de 2010)
Grau da abertura e dimensão relativa
do mercado (2008):
Exp. + Imp./PIB=67,5 por cento
Imp./PIB=44,7 por cento
Imp./Imp. Mundial=0,25 por cento.
Fontes:
The Economist Intelligence Unit (EIU)
Organização Mundial de Comércio (OMC)
Banco de Portugal
Companhia de Seguros de Crédito (COSEC).
MERCADOS
RELACIONAMENTO ECONÓMICO
PORTUGAL – TUNÍSIA
Uma base de empresas exportadoras inalterada nos últimos anos e um fluxo de
vendas para o mercado tunisino à base de produtos industriais transformados
caracterizam a balança comercial luso-tunisina.
A Tunísia é um parceiro cada vez mais
importante de Portugal ocupando, em
2009, a 28ª posição no ranking de
clientes – com uma quota de 0,37 por
cento das exportações nacionais – depois de se encontrar na 41ª posição em
2005. Como fornecedor, pelo contrário, não foi além da 75ª posição no último ano (0,04 por cento das importações), quando em 2005 ocupava a 65ª.
As trocas comerciais entre os dois países
são amplamente favoráveis a Portugal (já
desde 2001), com as exportações portuguesas a apresentarem, no período
2005-2009, um crescimento médio anual de cerca de 24 por cento, enquanto as
importações baixaram a uma média anual de menos 4,6 por cento. Em 2009, as
nossas exportações para o mercado tunisino aumentaram 62,4 por cento face
a 2008, tendo atingido 116,3 milhões
de euros, enquanto as importações não
foram além de 19,1 milhões de euros, o
que representou uma descida de 26 por
cento em relação a 2008.
Os dados relativos a 2009 indicam que
cerca de 70 por cento das exportações
portuguesas para a Tunísia foram alcançadas com o contributo de um conjunto
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL
2005
2006
2007
2008
2009
Evol. % a
05/09
2009
Jan/Ago
2010
Jan/Ago
Var. %b
09/10
Exportações
52.505
54.641
65.884
71.637
116.742
24,1
71.084
88.966
25,2
Importações
24.229
28.254
26.814
25.797
19.100
-4,6
9.239
101.804
1001,9
Saldo
28.277
26.388
39.070
45.840
97.643
–
61.845
-12.838
–
Coef. Cobertura
216,7%
193,4%
245,7%
277,7%
611,2%
–
769,4%
87,4%
–
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
(b) Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // Novembro 10 // 37
MERCADOS
de quatro categorias de produtos diferentes – veículos e outro material de transporte, matérias têxteis, máquinas e aparelhos e vestuário. Todos estes produtos,
se comparados com os valores registados
em 2005, apresentam subidas consideráveis, à excepção do vestuário, cujo valor
diminuiu. O grande aumento, verdadeiramente digno de registo, deu-se nos veículos e outro material de transporte, grupo
que representou mais de 24 por cento
das exportações portuguesas para aquele
mercado, quando em 2005 representava
apenas cerca de um por cento.
De acordo com os dados de 2008, cerca
de 53 por cento das exportações para a
Tunísia incidiram em produtos de baixa
tecnologia, seguindo-se os de média-alta
tecnologia com cerca de 33 por cento.
De assinalar também que a quase totalidade das exportações disse respeito a
produtos industriais transformados.
De acordo com dados do INE a base exportadora para aquele país é estável: 347
empresas, um número que se mantém
praticamente inalterado desde 2004.
As importações provenientes da Tunísia
registam um nível idêntico de concentração relativamente às exportações, com
os quatro primeiros grupos de produtos
– metais comuns, produtos químicos,
madeira e cortiça e máquinas e aparelhos
– a representarem mais de 70 por cento
do total em 2009. Cerca de 45 por cento
das importações disse respeito a produtos de média-alta tecnologia.
De acordo com os dados do INE, o número de empresas portuguesas que importaram da Tunísia, nos últimos cinco
anos, oscilou entre 156 e 216.
Tunis
Investimento e turismo
A Tunísia é, assumidamente, um país
receptor de investimento estrangeiro.
Portugal, embora não seja um investidor
importante naquele mercado, registou
ainda assim, segundo dados do Banco de
Portugal e no período de 2004 a 2008,
cerca 19 milhões de euros de investimento, com movimentos de capitais irregulares e uma forte queda em 2008 face
a 2007. Neste momento, cerca de 35
empresas portuguesas estão instaladas
no mercado. O investimento tunisino em
Portugal não tem expressão relevante.
Quanto ao turismo e segundo os últimos
dados disponíveis referentes a 2006,
a Tunísia ocupa uma posição bastante
modesta enquanto mercado emissor de
turistas para Portugal. Naquele ano, apenas se registaram cerca de 2.000 dormidas no nosso país, segundo o indicador
das dormidas na hotelaria global.
CONTACTOS ÚTEIS
EMBAIXADA DA REPÚBLICA
DA TUNÍSIA EM PORTUGAL
Rua Rodrigo Rebelo, 16
1400-318 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 213 010 330
Fax: +351 213 016 817
[email protected]
COSEC – COMPANHIA DE SEGURO
DE CRÉDITOS, SA
Direcção Internacional
Av. da República, 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 821
Fax: +351 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
EMBAIXADA DE PORTUGAL
NA TUNÍSIA
2, Rue Sufétula
1002, Tunis-Belvédère – Tunísia
Tel.: +216 718 939 81
Fax: +216 717 910 08
[email protected]
38 // Novembro 10 // Portugalglobal
TUNÍSIA
EM FICHA
Tunisia
Área: 162.155 km2
População: 10,3 milhões de habitantes
(estimativa EIU para 2009)
Densidade populacional: 63,5 hab./km2
Designação oficial: República da Tunísia
Chefe do Estado: Presidente Zine elAbidine Bem Ali.
Primeiro-ministro: Mohammed Ghannouchi
Data da actual Constituição: 1 de Junho
de 1959.
Principais partidos políticos:
Congregação Constitucional Democrática
(RCD), Movimento dos Democratas
Socialistas (MDS), Partido da Unidade
Popular (PUP).
Capital: Tunis (730.000 habitantes).
Outras cidades importantes: Sfax,
Sousse e Gabes.
Religião: A religião oficial é o islamismo.
AICEP PORTUGAL GLOBAL
Língua: A língua oficial é o árabe. O
francês é largamente utilizado.
Ambassade du Portugal – Section
Commerciale
2, Rue Sufétula
1002 Tunis-Belvédère – Tunísia
Tel.: +216 717 971 66
Fax: +216 717 994 76
[email protected]
www.portugalglobal.pt
Unidade monetária: Dinar tunisino (TND) 1
EUR=1,90 TND (BdP – final de Abril de 2010)
CHAMBRE DE COMMERCE
ET D`INDUSTRIE DE TUNIS
Risco de crédito: 3 (1=risco menor;
7=risco maior) (COSEC – Abril 2010)
31, Ave. de Paris
1000 Tunis – Tunísia
Tel.: +216 712 473 22
Fax: +216 713 547 44
[email protected]
www.ccitunis.org.tn
Grau de abertura e dimensão relativa
do mercado (2008):
Exp.+Imp./PIB=100,2 por cento;
Imp./PIB=54,8 por cento;
Imp./Imp. Mundial=0,15 por cento.
Risco país: Risco político BB (AAA=risco
menor; D=risco maior); Risco de estrutura
económica BB; Risco geral BB
Ranking em negócios: Índice 5,96
(10=máximo); ranking geral: 60 (entre 82
países)
Fontes:
The Economist Intelligence Unit (EIU)
Organização Mundial de Comércio (OMC)
Banco de Portugal
COSEC
O caminho para os Mercados Externos começa aqui...
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808 214 214
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O sucesso nos Mercados Externos passa por Saber, Agir, Promover e Vender. Em portugalglobal.pt
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OPINIÃO
O FUTURO É O LUGAR PARA VIVER
>POR MEIRA DA CUNHA, ASSESSOR DA AICEP
Há encruzilhadas civilizacionais que motivam rupturas, despertando receios e
medos paralisantes nuns, e expectativas criativas noutros. São momentos da
história da humanidade em que alterações de vária ordem produzem reacções
e contra-reacções comportamentais e
organizacionais que determinam novas
realidades vivenciais. Observando à
nossa volta e comparando os sistemas
actuais com aqueles em que se vivia no
último tempo geracional que não chega a duas décadas, é nítida a transformação e a transfiguração de inúmeros
parâmetros fundamentais da vida dos
indivíduos e das sociedades. Estas transformações são simultaneamente causa
e consequência de modificações de natureza ambiental, económicas, políticas
e sociais à escala planetária.
Os problemas levantados pela segurança energética e alimentar, altera-
40 // Novembro 10 // Portugalglobal
ções climáticas, escassez de recursos,
poluições, segurança e instabilidade
sanitária; mas também a descoberta de
novas ferramentas e de novas formas
de definir, equacionar e resolver problemas (que porventura geram novos
problemas) formam um binómio essencial em que assenta o próprio processo
evolutivo/adaptativo.
O “Spectrum” que os jovens dos finais século passado logo substituíram
por consolas e computadores já tem
estatuto museológico. Repousa ao
lado de muitas destas tecnologias fantásticas que os mais velhos saudavam
como ferramentas extraordinárias,
promessa ou ameaça de um mundo
diferente e estranho. Estas maravilhas
de “ontem à tarde” são hoje obsoletas face aos minúsculos computadores e tantas máquinas inteligentes que
nos servem.
O futuro é o lugar para viver. E o presente com o passado assim o prova.
A nossa força ampliada pela alavanca
multiplicou-se por milhões com as últimas máquinas que aprofundam furos
de petróleo, aplainam montanhas ou
derrubam as nossas próprias construções. O telescópio de Galileu é manifestamente um antepassado rudimentar dos telescópios e radiotelescópios
espaciais que nos permitem observar
estrelas e galáxias a anos-luz da nossa
terra. A velocidade do nosso movimento desde a roda, do cavalo e do velho
Ford preto dos primórdios do automóvel não é comparável às velocidades a
que podemos viajar hoje por terra, ar e
mar. E isto para referirmos tão só a velocidade dos transportes. A velocidade
de comunicação, com a telemática, a
generalização da banda larga, os satélites de comunicações e toda a panóplia
OPINIÃO
tecnológica já disponível e em desenvolvimento, traz a instantaneidade comunicacional para o nosso quotidiano
eliminando barreiras e distâncias.
dades extremas do supersónico, fazer
mil quilómetros num dia passou a ser
banalidade para muitos milhares de
pessoas em todo o globo.
O mundo tecnológico – das máquinas
e dos objectos produzidos pelo homem
– tornou-se uma extensão do próprio
homem como elemento do seu processo adaptativo. São elementos exosomáticos, na clarividente expressão de
Popper. São uma espécie de extensão
do nosso organismo. Formam o “quarto reino”, como alguém já classificou.
Quanto a previsões para o próximo século deste milénio, baseando-nos nas tecnologias disponíveis – sem entrarmos no
domínio da ficção antecipadora – não
será arriscado multiplicar a actual velocidade comum por cinco ou por dez.
O telemóvel, esse objecto nómada que
nos acompanha, permite que o nosso
ouvido se estenda até ao outro lado
do mundo em qualquer momento; e já
nem precisamos de nos fixar em frente
da televisão para que os nossos olhos
possam ver no mesmo instante o resgate de mineiros, a final do Mundial de
Futebol ou a alunagem; os nossos músculos podem repousar enquanto podemos mover toneladas com o joystick;
para nos deslocarmos a grande velocidade temos que nos sentar e conduzir ou deixarmo-nos conduzir para os
sítios mais longínquos…
Tudo isto transforma o mundo: reduzindo-o em termos de distâncias e
amplificando-o no campo relacional. A
globalização apresenta-se como a resultante deste vasto, acelerado e complexo
processo em que vivemos. E no entanto,
acrescente-se, o homem continua também a andar a pé. Embora possa levar o
iPhone ou o GPS na mochila.
Em 1800, um homem apressado, ou o
estafeta militar, podia cobrir cerca de
40 quilómetros por dia, com o conforto possível, podendo andar um pouco
mais depressa se cansasse o cavalo,
caso o tivesse. Este foi o padrão que
vigorou lentamente até ao advento da
era industrial. Mais do que isso passou
a poder percorrer por hora, a partir de
1900, com as novas tecnologias a vapor e o caminho-de-ferro. E qualquer
um – velhos e novos, fisicamente fortes ou fracos – o podia fazer e aumentando o tempo de viagem e consequentemente as distâncias percorridas
numa jornada. Um século depois, em
2000, sem considerarmos as possibili-
Olhando para trás sem nos transformarmos em estátuas de sal e meditando na lição do doutor Fausto, podemos
aprender que a alteração da velocidade
alterou também no mesmo sentido e
em idêntica proporção outros factores
da vida do homem e da sociedade: aumentaram as trocas, os PIB, as poluições,
os consumos de toda a espécie, os problemas sanitários, por vezes os ódios e
os amores, a rivalidade e a cooperação.
Este cenário de encruzilhada civilizacional em que se agita o nosso mundo
“Este cenário de encruzilhada
civilizacional em que se agita
o nosso mundo remete-nos
para o Fausto de Goethe, que
muitos consideram a primeira
e a melhor tragédia sobre
o desenvolvimento. Poderá
ser encarada como uma
excelente fonte de reflexão
para perspectivarmos a
realidade que nos cerca.”
remete-nos para o Fausto de Goethe,
que muitos consideram a primeira e
a melhor tragédia sobre o desenvolvimento. Poderá ser encarada como uma
excelente fonte de reflexão para perspectivarmos a realidade que nos cerca.
Não cabe num texto desta natureza
alongarmo-nos sobre esta obra do
grande poeta, político e filósofo alemão, que põe em cena os conflitos
imanentes a dois grandes momentos
da história ocidental: o declínio do
feudalismo e o estabelecimento do
capitalismo. O doutor Fausto, arquétipo dos tempos modernos, oscila entre
os últimos gemidos de um feudalismo
agonizante e os primeiros acordes de
um capitalismo crescente, parecendo
perdido face às contradições do mundo moderno. Perante a sua obra transformadora pactuada com Mefistófeles, Fausto observa que apenas uma
pequena porção de terra permanece
como era antes, ocupada por Filemo
e Báucia, simpático casal que ali enraizou a sua existência. Vivem num pequeno chalé sobre as dunas, uma capela com um pequeno sino, um jardim
repleto de tílias e oferecem ajuda e
hospitalidade a marinheiros náufragos
e sonhadores. Todos estimam o casal,
cujos nomes e situação foram importados por Goethe das Metamorfoses
de Ovídio, onde acolhem os disfarçados Júpiter e Mercúrio. Como recompensa são salvos do dilúvio quando os
deuses inundam e destroem a terra
inteira. Outra forma de ver o dilúvio!
Eles são o símbolo literário de uma categoria frequente na história moderna:
o que está no caminho do progresso,
do desenvolvimento. São classificadas,
e descartadas, como obsoletas.
Fausto, obstinado com o progresso que
o fascina quer aquela pequena porção
de terra: “Esse casal de velhos devia terse afastado, / Eu quero tílias sob meu
controle, / Pois essas poucas árvores
que me são negadas / Comprometem
minha propriedade como um todo “.
Fausto convoca Mefistófeles e os seus
“homens fortes” e ordena-lhes que os
tirem de lá. Mefistófeles regressa com a
boa notícia de que tudo estava resolvido. Fausto, preocupado, pergunta para
onde foi removido o velho casal. Vem a
saber que a casa foi incendiada e eles
foram mortos. Fausto sente-se triste e
ultrajado. Protesta dizendo que não ordenara violência. Despede Mefistófeles
que ri antes de sair. Fausto conclui que
firmou contrato com o trabalho sujo do
desenvolvimento. Lava as mãos e condena o executante da tarefa.
É assim a tragédia do desenvolvimento, se não houver discernimento para o
conduzir, porque o futuro tem de ser o
lugar para viver.
Portugalglobal // Novembro 10 // 41
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
Políticas de cobertura para mercados
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C Caso a caso numa base restritiva.
M/L Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Antilhas Holandesas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Arábia Saudita
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Caso a caso.
Argélia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L Em princípio, exigência de garantia bancária ou garantia soberana.
Argentina
T Caso a caso.
Barein
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Benim
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
Brasil*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Clientes soberanos: Aberta sem
condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Bulgária
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Cabo Verde
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Eventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Cazaquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Chile
C
M/L
Aberta sem restrições.
Clientes públicos: aberta sem
condições restritivas. Clientes privados: em princípio, aberta sem
condições restritivas. Eventual
exigência de garantia bancária
numa base casuística.
China*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Filipinas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Jordânia
C Caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Chipre
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Gana
C Caso a caso numa base muito
restritiva.
Koweit
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Colômbia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Coreia do Sul
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Costa do Marfim
C Caso a caso, com eventual
exigência de garantia bancária ou
de garantia soberana. Extensão
de prazo constitutivo de sinistro
para 12 meses.
M/L Exigência de garantia bancária ou
de garantia soberana. Extensão
do prazo constitutivo de sinistro
de 3 para 12 meses.
M/L
M/L
Cuba
T Fora de cobertura.
Egipto
C Carta de crédito irrevogável
M/L Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Eslováquia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Não definida.
Eslovénia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Estónia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Etiópia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso numa base muito
restritiva.
42 // Novembro 10 // Portugalglobal
aso a caso, numa base muito
C
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Guiné-Bissau
T Fora de cobertura.
Guiné Equatorial
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L
Costa Rica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Croácia
C Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro para
12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por
cento. Limite por operação.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12
meses. Redução da percentagem
de cobertura para 90 por cento.
Limite por operação.
Fora de cobertura.
Geórgia
C Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
Clientes
públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Hungria
C Aberta sem condições restritivas.
M/L
arantia bancária (decisão
G
casuística).
Iémen
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Índia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Indonésia
C Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.
M/L
aso a caso, com eventual exiC
gência de garantia bancária ou
garantia soberana.
Irão
C
M/L
Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária.
Garantia soberana.
Iraque
T Fora de cobertura.
Israel
C C
arta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Caso a caso, numa base restritiva.
Letónia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Líbano
C Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Líbia
C
M/L
berta, com eventual exigência
A
de carta de crédito irrevogável.
Aberta, com garantia bancária,
soberana ou outra considerada
adequada.
Lituânia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Macau
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malásia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malawi
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Malta
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Marrocos*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Martinica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
México*
C Aberta sem restrições.
M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
de destino das exportações portuguesas
No âmbito de apólices globais
M/L
Aumento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
Montenegro
C Caso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para
operações de pequeno montante.
Nigéria
C Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento
do prazo contitutivo de sinistro.
Oman
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Paquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Peru
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Clientes soberanos: aberta sem
condições restritivas. Clientes
públicos e privados: aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Polónia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Qatar
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida
por um banco aceite pela COSEC.
M/L Aberta caso a caso com exigência
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária.
Roménia
C Exigência de carta de crédito
irrevogável (decisão casuística).
M/L Exigência de garantia bancária
ou garantia soberana (decisão
casuística).
Rússia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso.
M/L Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de
garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso.
S. Tomé e Príncipe
T Fora de cobertura.
Senegal
C Em princípio, exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
M/L Eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Sector
público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e
transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector
privado: exigência de garantia
bancária ou garantia emitida pela
Autoridade Monetária (preferência
a projectos que permitam a
alocação prioritária dos cash-flows
ao reembolso do crédito).
Sérvia
C C
aso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L Caso a caso, com exigência de
garantia soberana ou bancária,
para operações de pequeno
montante.
Singapura
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Síria
T
aso a caso, numa base muito
C
restritiva.
Quénia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
República Checa
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Não definida.
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única
transação para um determinado mercado, enquanto a apólice
global cobre todas as transações em todos os países para onde o
empresário exporta os seus produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens
de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de
curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se
repetem com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a
política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.
Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque
e S. Tomé e Príncipe.
Taiwan
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Tanzânia
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Tunísia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Turquia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Ucrânia
C Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L
lientes públicos: eventual
C
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária.
Para todas as operações, o prazo
constitutivo de sinistro é definido caso
a caso.
Zâmbia
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Zimbabwe
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Advertência:
A lista e as políticas de cobertura são
indicativas e podem ser alteradas
sempre que se justifique. Os países
que constam da lista são os mais
representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas. Todas
as operações são objecto de análise e
decisão específicas.
Legenda:
C
M/L
T
Curto Prazo
Médio / Longo Prazo
Todos os Prazos
* Mercado prioritário.
Uganda
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Uruguai
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Não definida.
Venezuela
C Clientes públicos: aberta caso
a caso com eventual exigência
de garantia de transferência ou
soberana. Clientes privados: aberta
caso a caso com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável e/ou
garantia de transferência.
M/L Aberta caso a caso com exigência
de garantia soberana.
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos, S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República, 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 832
Fax: +351 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
Portugalglobal // Novembro 10 // 43
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corresGrupo 1*
Alemanha
Andorra
Austrália
Áustria
Bélgica
Canadá
Checa, Rep.
Chipre
Coreia do Sul
Dinamarca
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
EUA
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hong-Kong
Hungria
Irlanda
Islândia
Israel
Itália
Japão
Liechtenstein
Luxemburgo
Malta
Mónaco
Noruega
Nova Zelândia
Portugal
Reino Unido
São Marino
Singapura
Suécia
Suiça
Taiwan
Vaticano
Grupo 2
Grupo 3
Arábia Saudita
Brunei
Chile
China •
Gibraltar
Koweit
Macau
Malásia
Oman
Polónia •
Qatar
Trind. e Tobago
África do Sul •
Argélia
Bahamas
Barbados
Barein
Botswana
Brasil •
Costa Rica
Dep/ter Austr.b
Dep/ter Din.c
Dep/ter Esp.d
Dep/ter EUAe
Dep/ter Fra.f
Dep/ter N. Z.g
Dep/ter RUh
EAUa
Ilhas Marshall
Índia
Marrocos •
Maurícias
México •
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Tailândia
Tunísia •
Grupo 4
Aruba
Bulgária
Colômbia
Egipto
El Salvador
Estónia
Fidji
Filipinas
Indonésia
Lituânia
Roménia
Rússia
Turquia
Uruguai
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 5
Grupo 6
Antilhas Holand.
Azerbeijão
Cazaquistão
Croácia
Dominicana, Rep.
Gabão
Guatemala
Jordânia
Lesoto
Letónia
Macedónia
Nigéria
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Vietname
Albânia
Angola
Ant. e Barbuda
Arménia
Bangladesh
Belize
Benin
Bolívia
Butão
Cabo Verde
Camarões
Camboja
Comores
Djibouti
Dominica
Gana
Geórgia
Honduras
Irão
Jamaica
Kiribati
Líbia
Madagáscar
Mali
Moçambique
Mongólia
Montenegro
Nauru
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sérvia
Síria
Sri Lanka
Suazilândia
Tanzânia
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia
Grupo 7
Afeganistão
Argentina
Bielorussia
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Campuchea
Cent. Af, Rep.
Chade
Congo
Congo, Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba •
Equador
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné, Rep. da
Guiné-Bissau •
Haiti
Iemen
Iraque •
Laos
Líbano
Libéria
Malawi
Maldivas
Mauritânia
Moldávia
Myanmar
Nepal
Nicarágua
Níger
Paquistão
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe •
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Somália
Sudão
Suriname
Tadzequistão
Togo
Tonga
Ucrânia
Venezuela
Zimbabué
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.
• Mercado de diversificação de oportunidades
• Fora de cobertura
• Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico
44 // Novembro 10 // Portugalglobal
f) G
uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
h) A
nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.
Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
No mundo dos negócios
é essencial fazer crescer
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ESTATÍSTICAS
INVESTIMENTO
e EXPORTAÇÕES
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE) E EXPORTAÇÕES.
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR
2007
2008
2009
Var.
09/08
2009
Jan./Set.
2010
Jan./Set.
Var. 10/09
Jan./Set.
IDE bruto
32.634
35.287
31.843
-9,8%
23.301
25.780
10,6%
IDE desinvestimento
30.396
32.103
29.776
-7,2%
21.506
23.883
11,1%
IDE líquido
2.238
3.185
2.067
-35,1%
1.794
1.897
5,7%
IDE Intra UE
29.672
31.690
28.250
-10,9%
20.505
22.311
8,8%
IDE Extra UE
2.961
3.597
3.593
-0,1%
2.795
3.470
24,1%
IDE Intra UE
90,9%
89,8%
88,7%
–
88,0%
86,5%
–
IDE Extra UE
9,1%
10,2%
11,3%
–
12,0%
13,5%
–
INVESTIMENTO DIRECTO
DO EXTERIOR EM PORTUGAL
Unidade: Milhões de euros
% Total IDE bruto
% Total
Var. 10/09
% Total
Var. 10/09
Alemanha
IDE bruto - Origens 2010 Jan. / Set.
18,8%
56,6%
Comércio
38,5%
12,8%
França
16,6%
2,0%
Ind. Transformadora
23,4%
16,9%
Reino Unido
14,3%
-4,5%
Activ. Financeiras e de Seguros
20,1%
31,9%
Espanha
13,1%
-5,5%
Activ. de Informação e Comunicação
6,7%
116,7%
Holanda
9,9%
-17,7%
Activ. de Consultoria e Técnicas
2,6%
-47,7%
2007
2008
2009
Var.
09/08
2009
Jan./Set.
2010
Jan./Set.
Var. 10/09
Jan./Set.
IDPE bruto
14.835
11.376
7.961
-30,0%
5.144
4.595
-10,7%
IDPE desinvestimento
10.822
9.505
7.030
-26,0%
4.341
10.459
140,9%
IDPE líquido
4.013
1.872
931
-50,2%
803
-5.864
-830,4%
IDPE Intra UE
10.203
8.380
4.995
-40,4%
2.975
3.232
8,7%
IDPE Extra UE
4.632
2.996
2.966
-1,0%
2.169
1.362
-37,2%
IDPE Intra UE
68,8%
73,7%
62,7%
–
57,8%
70,4%
–
IDPE Extra UE
31,2%
26,3%
37,3%
–
42,2%
29,6%
–
% Total
Var. 10/09
% Total
Var. 10/09
Luxemburgo
27,7%
n.d.
Activ. Financeiras e de Seguros
58,2%
-1,8%
Holanda
13,7%
-42,3%
Activ. de Consultoria e Técnicas
12,9%
-49,2%
Espanha
13,5%
-42,9%
Comércio
8,9%
73,9%
Brasil
10,6%
13,6%
Construção
5,1%
-50,1%
Polónia
4,3%
n.d.
Ind. Transformadora
4,6%
-15,1%
2005
2006
2007
2008
2009
2010 Set.
Var. 10/09
Stock IDE
53.691
67.169
78.333
71.833
77.240
79.051
2,3%
Stock IDPE
35.573
40.990
45.944
45.273
46.679
47.847
2,5%
INVESTIMENTO DIRECTO
DE PORTUGAL NO EXTERIOR
IDE bruto - Sector 2010 Jan. / Set.
Unidade: Milhões de euros
% Total IDPE bruto
IDPE bruto - Destinos 2010 Jan./Set.
IDPE bruto - Sector 2010 Jan./Set.
n.d. – não disponível
 
Unidade: Milhões de euros
Fonte: Banco de Portugal
46 // Novembro 10 // Portugalglobal
ESTATÍSTICAS
EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS
2007
2008
2009
Var.
09/08
2009
Jan. / Set.
2010
Jan. / Set.
Var. 10/09
Jan. / Set.
Exportações bens
38.309
38.950
31.768
-18,4%
23.361
26.992
15,5%
Exportações bens UE27
29.541
29.007
23.964
-17,4%
17.633
20.229
14,7%
Exportações bens Extra UE27
8.769
9.943
7.804
-21,5%
5.728
6.763
18,1%
COMÉRCIO INTERNACIONAL - BENS
Unidade: Milhões de euros
Exportações bens UE27
77,1%
74,5%
75,6%
–
75,5%
74,9%
–
Exportações bens Extra UE27
22,9%
25,5%
24,4%
–
24,5%
25,1%
–
Unidade: % do total
Exp. Bens - Clientes 2010 Jan./Set.
% Total
Var. 10/09
Espanha
26,6%
14,6%
Alemanha
12,8%
12,8%
França
11,8%
Reino Unido
5,5%
Angola
4,9%
Holanda
4,0%
EUA
Exp. Bens - Produtos 2010 Jan./Set.
Exp. Bens - Var. Valor (10/09)
Meur
Cont. p. p.
Espanha
912
3,9
Alemanha
393
1,7
8,8%
EUA
285
1,2
11,0%
França
259
1,1
-20,2%
Bélgica
251
1,1
24,7%
Holanda
213
0,9
3,7%
39,6%
Angola
-336
-1,4
% Total
Var. 10/09
Exp. Bens - Var. Valor (10/09)
Meur
Cont. p. p.
Máquinas; Aparelhos
14,9%
6,0%
Combustíveis Minerais
821
3,5
Veículos, Out. Mat. Transporte
12,0%
18,9%
Veículos, Out. Mat. Transporte
516
2,2
Metais Comuns
8,0%
17,5%
Pastas Celulósicas, Papel
471
2,0
Combustíveis Minerais
7,2%
73,4%
Plásticos, Borracha
410
1,8
Plásticos, Borracha
7,0%
27,8%
Alimentares
-5
0,0
% Total
Var. 10/09
Meur
Cont. p. p.
Angola
19,7%
-20,2%
EUA
285
5,0
Exp. Bens- Extra UE 10 Jan./Set.
Exp. Bens - Var. Valor (10/09)
EUA
14,9%
39,6%
México 
143
2,5
Brasil
4,6%
68,3%
Brasil
125
2,2
México
4,5%
90,3%
Gibraltar
124
2,2
Suiça
3,7%
13,8%
Angola
-336
-5,9
Meur - Milhões de euros
Fonte: INE
Cont. - Contributo para o crescimento das exportações
 COMÉRCIO INTERNACIONAL - SERVIÇOS
p.p. - Pontos percentuais
Var.
09/08
2009
Jan./Set.
2010
Jan./Set.
Var. 10/09
Jan./Set.
16.294
-8,8%
12.240
13.170
7,6%
11.995
-10,0%
9.092
9.493
4,4%
4.541
4.299
-5,3%
3.148
3.677
16,8%
76,3%
74,6%
73.6%
–
74,3%
72,1%
–
23,7%
25,4%
 
26,4%
–
25,7%
27,9%
–
2007
2008
2009
Exportações totais de serviços
16.961
17.865
Exportações serviços UE27
12.939
13.324
Exportações serviços extra UE27
4.022
Exportações serviços UE27
Exportações serviços extra UE27
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Fonte: Banco de Portugal
2009
2010
Jan./Jun.
FMI
CE
OCDE
MFAP
BdP
INE
INE
Out. 10
Mai. 10
Nov. 10
Out. 10
Out. 10
PIB
-2,6
1,6
1,1 : 0,0
0,5 : 0,7
1,5 : -0,2
1,3 : 0,2
1,2 : 0,0
Exportações Bens e Serviços
-11,8
9,4
–
3,8 : 4,4
8,4 : 6,3
8,6 : 7,3
7,9 : 4,5
PREVISÕES 2010 : 2011 (tvh real %)
Portugalglobal // Novembro 10 // 47
FEIRAS e EVENTOS
AMBIENTE 2011
– DESIGN PLUS
Mais uma vez a Ambiente vai distribuir
os seus prémios Design Plus. Este reconhecido prémio é atribuído a produtos
que habilmente conjugam design, funcionalidade, estética e inteligência. Os
melhores produtos podem ser vistos na
Ambiente de 12 a 16 de Fevereiro – 30
produtos de 20 empresas de 11 países,
incluindo marcas reconhecidas como a
Alessi, Authentics, Dibbern, Royal VKB
ou Zwilling.
Entre os candidatos estará, mais uma
vez, a SPAL. No ano passado apresentou a concurso um bule e uma chávena que mereceram completa unanimidade do júri.
A Ambiente é a principal feira internacional para artigos de mesa, cozinha,
utensílios para a casa, ofertas, decoração e acessórios para o lar. Durante seis dias, no início do novo ano de
negócios, cerca de 4.500 expositores
apresentam o que será visto em lojas
de todo o mundo em 2011. É sempre
aqui que a SPAL apresenta as suas novidades ao mundo do design e lança os
seus produtos no mercado mundial.
[email protected]
www.ambiente.messefrankfurt.com
48 // Novembro 10 // Portugalglobal
INTERSEC 2011
A protecção contra incêndios e o mercado de sistemas de supressão no Golfo deve ultrapassar mil milhões de dólares até 2013. A Intersec volta a incluir
no programa os Campeonatos Contra
Incêndio dos Emirados Árabes Unidos.
O Golfo e o mercado do Médio Oriente
registam neste momento uma acentuada curva de crescimento na indústria
de incêndio e salvamento. Seguindo o
crescimento, desde alguns anos a esta
parte, de infra-estruturas, construção
civil e sectores industriais, nasceu uma
forte necessidade de equipamentos e
serviços de qualidade em toda a região. Tendo registado um aumento
de 635 milhões de dólares, o mercado
continua a crescer e estima-se que duplique o valor em 2013.
Acompanhando este crescimento, a
secção de incêndio e salvamento na Intersec tem vindo a aumentar e é a principal plataforma para encontrar os mais
importantes produtos e serviços para
acompanhar as tendências do mercado.
A Intersec decorre no Dubai, de 16 a 18
de Janeiro de 2011, e é a maior feira do
género no Médio Oriente. Os visitantes
desta secção incluem as forças de defesa civis, polícia, exército, segurança e representantes de segurança, arquitectos e
empresas de construção entre outros. Entre os expositores estão a Scott & Health,
Honeywell, Akron Brass, Naffco, Apollo
e a DuPont. De Portugal participa novamente a Everlux que fez a sua estreia na
Intersec em 2010. Estão convidados todos os sete Emirados, bem como a Arábia
Saudita, Qatar, Kuwait, Oman e Bahrein.
Em paralelo com a feira decorre a
Conferência Internacional da Intersec
numa combinação entre um forte perfil internacional com um enorme impacto regional.
[email protected]
www.intersecexpo.com
FEIRAS e EVENTOS
FEIRAS INTERNACIONAIS
DECOTEX
Feira Internacional de Mobiliário e
Design de Interior
Local: Londres (Reino Unido)
Data: 7 a 10 de Abril de 2011
Organização: ITE Group
[email protected]
AMI
Feira Internacional do Automóvel
Local: Leipzig (Alemanha)
Data: 11 a 19 de Abril de 2011
Organização: Leipziger Messe
[email protected]
www.leipziger-messe.de
Feira Internacional do Equipamento
para Trabalhar Rochas
Local: Xangai (China)
Data: 7 a 10 de Abril de 2011
Organização: CCPIT Building Materials
Council
[email protected]
ALLES FUR DEN GAST
SALZBURG
Feira Internacional de Hotelaria,
Catering e Restauração
Local: Salzburg (Áustria)
Data: 12 a 15 de Abril de 2011
Organização: Reed Messe Salzburg
[email protected]
www.messe.at
Salão Internacional da Indústria
Agro-Alimentar
Local: Tunes (Tunísia)
Data: 8 a 11 de Abril de 2011
Organização: Foire Internationale de Tunis
[email protected]
www.fkram.com.tn
Local: Taiwan
Data: 13 a 16 de Abril de 2011
Organização: Taiwan External Trade
Development Council
www.taitra.com.tw
SAE
Exposição Internacional de
Tecnologia de Engenharia Automóvel
Local: Detroit (EUA)
Data: 13 a 16 de Abril de 2011
Organização: Sae – Society of Automotive
Engineers
[email protected]
www.stoneechchina.com
AGROLEADER
Feira Internacional do Automóvel e
Electrónica
[email protected]
www.ite.exhibitions.com
STONETECH SHANGHAI
AUTOTRONICS TAIPEI
NATURAL PRODUCTS EUROPE –
ORGANIC PRODUCTS EUROPE
www.sae.org
Local: Londres (Reino Unido)
Data: 12 e 14 de Abril de 2011
Organização: Full Moon Events
Feira de Comunicações
Feira de Produtos Naturais da Europa
[email protected]
www.naturalproductos.co.uk
SATCOM AFRICA
Local: Joanesburgo (África do Sul)
Data: 13 a 17 de Abril de 2011
Organização: Terrapinn Ltd.
[email protected]
www.terrapinn.com
MIECF
Feira Internacional de
Desenvolvimento e Protecção
Ambiental
Local: Macau (China)
Data: 9 a 11 de Abril de 2011
Organização: MMI – Munich International
Trade Fair
[email protected]
www.macaomiecf.com
Portugalglobal // Novembro 10 // 49
REDE
EXTERNA
DA AICEP
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo
CANADÁ / Toronto
ALEMANHA / Berlim
CHILE / Santiago do Chile
ANGOLA / Luanda
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Xangai
ARGÉLIA / Argel
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Pequim
ARGENTINA / Buenos Aires
ÁUSTRIA / Viena
COREIA DO SUL / Seul
BÉLGICA / Bruxelas
DINAMARCA / Copenhaga
BRASIL / São Paulo
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
/ Dubai
CABO VERDE / Praia
Copenhaga
Berlim
Haia
Bruxelas
Dublin
Londres
Paris
Milão
Toronto
Nova Iorque
Vigo
Barcelona
S. Francisco
Madrid
Rabat
Mérida
Praia
Cidade do México
Caracas
São Paulo
Santiago do Chile
Centro de Negócios
Escritórios
Representações
50 // Novembro 10 // Portugalglobal
Buenos Aires
Argel
GRÉCIA/ Atenas
MACAU / Macau
ROMÉNIA / Bucareste
ESPANHA / Barcelona
HOLANDA / Haia
MALÁSIA/ Kuala Lumpur
RÚSSIA / Moscovo
ESPANHA / Mérida
ESPANHA / Madrid
HUNGRIA / Budapeste
MARROCOS / Rabat
SINGAPURA / Singapura
ESPANHA / Vigo
ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli
MÉXICO / Cidade do México
SUÉCIA / Estocolmo
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ Nova Iorque
INDONÉSIA / Jacarta
MOÇAMBIQUE / Maputo
SUÍÇA / Zurique
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ S. Francisco
IRLANDA / Dublin
NORUEGA / Oslo
TUNÍSIA / Tunes
ITÁLIA / Milão
POLÓNIA / Varsóvia
TURQUIA / Ancara
FINLÂNDIA / Helsínquia
JAPÃO / Tóquio
REINO UNIDO / Londres
TURQUIA / Istambul
FRANÇA / Paris
LÍBIA / Tripoli
REPÚBLICA CHECA / Praga
VENEZUELA / Caracas
Helsínquia
Oslo
Estocolmo
Zurique
Moscovo
Varsóvia
Praga
Budapeste
Viena
Bucareste
Pequim
Ancara
Istambul
Atenas
Tunes
Seul
Tripoli
Nova Deli
Dubai
Tóquio
Xangai
Macau
Kuala Lumpur
Singapura
Jacarta
Luanda
Maputo
Joanesburgo
Portugalglobal // Novembro 10 // 51
BOOKMARKS
AS LIÇÕES DE PETER F. DRUCKER
Denominado pela revista Business
Week como “o homem que inventou a
Gestão”, Peter F. Drucker aborda neste livro tópicos de economia e gestão
de muitos ângulos diferentes (lições de
sociologia, cultura, política, economia,
psicologia e literatura) e moldando-os
numa visão clara, fluente e coerente.
Uma das suas lições essenciais, e que
se tornou intemporal, é que “a saúde
de uma sociedade depende se as suas
grandes empresas e outras instituições
são eficazmente dirigidas e lideradas
com responsabilidade”. Durante muitas décadas, os livros e artigos de Drucker influenciaram inúmeros líderes de
negócios, instituições sem fins lucrativos e governos, e os seus princípios
continuam a ajudar e a apoiar organizações de sucesso no mundo inteiro.
Mesmo os seus admiradores mais antigos encontrarão Peter Drucker nestas
páginas. “As lições de Peter F. Drucker”
contém 33 dos seus discursos e pales-
tras apresentados em reuniões profissionais e nas suas aulas.
Peter Drucker nasceu em Viena, em
1909. Doutorou-se em Direito Público
e Internacional na Alemanha e emigrou para os EUA em 1937, mantendo-se correspondente de vários jornais
ingleses, incluindo o Financial Times.
Durante a sua carreira, para além das
cerca de 30 obras de referência que
escreveu, foi consultor de grandes empresas. Desde 1971 dá aulas de Ciência
Política e Gestão na Claremont Graduate School (Califórnia), que em 1987
redimensionou o seu centro de Gestão,
mudando-lhe o nome para Peter F. Drucker Graduate School of Management.
Autor: Peter F. Drucker
Editor: Verbo
Ano: 2010
ECONOMIA GLOBAL E GESTÃO
Este novo número de uma das poucas
revistas portuguesas, em suporte de
papel, sobre Economia e Gestão, e
que além do mais surpreende sempre
pela diversidade dos seus conteúdos,
propõe aos leitores um conjunto de
matérias e de reflexões que vão da
propriedade intelectual à economia
do conhecimento (Ladislau Dowbor),
passando pelas estratégias das grandes
empresas para o mercado brasileiro
da base da pirâmide (Sílvia Novaes
e Francisco Lourenço da Silva), pelo
impacto da diversidade do género na
eficiência da gestão e a sua influência
no PNB de um país (Filipa Lopes dos
Reis e Sílvia Mota Torcato), e pelo
Balanced Scorecard como instrumento
de medida de desempenho das forças
policiais – estudos de caso (Patrícia
52 // Novembro 10 // Portugalglobal
Gomes, Sílvia Mendes e João Carvalho),
entre outras. E ainda um texto de
Mário Murteira, director da revista,
sobre futuros indesejáveis.
Mário Murteira é licenciado e doutorado
em Economia pela Universidade
Técnica de Lisboa. Foi bolseiro da
OCDE e fez estudos de pós-graduação
em Paris, no ISEA, e na SVIMEZ. Em
1974, foi ministro dos Assuntos Sociais
e, em 1975, do Planeamento e da
Coordenação Económica. Actualmente
é professor catedrático jubilado do
ISCTE e director da revista Economia
Global e Gestão.
Edição: Revista nº2 / 2010
Download

Manuel Carvalho da Silva