MÓDULO G16 PROF. MANOEL ROCHA AS DENSIDADES POPULACIONAIS DO MUNDO - 1999 AS GRANDES CIVILIZAÇÕES DO MUNDO ATUAL CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL TÍPICA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL COM FORTE INFLUÊNCIA ESLAVA (CRISTIANISMO ORTODOXO) CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL COM FORTE INFLUÊNCIA INDÍGENA E/OU NEGRO-AFRICANA CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA CIVILIZAÇÃO INDIANA CIVILIZAÇÃO NEGRO-AFRICANA CIVILIZAÇÃO SÍNICA. O CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES – EXPRESSÃO CRIADO PELO PROF. SAMUEL P. HUNTINGTON – “O choque de civilizações dominará a política em escala mundial”, escreveu. “As linhas divisórias entre as civilizações serão as frentes de batalhas do futuro”. O argumento apareceu pela primeira vez em artigo, em 1993, na revista “Foreign Affairs”, e depois Huntington ampliou sua tese no livro, traduzido para 39 idiomas. O CHOQUE DAR-SE-IA ENTRE A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL E O ISLÃO. BREVE PANORAMA DA POPULAÇÃO MUNDIAL A POPULAÇÃO SEGUNDO A ONU 6,2 BILHÕES DE PESSOAS 1. 5,0 BILHÕES VIVENDO EM NAÇÕES SUBDESENVOLVIDAS 2. 1,2 BILHÃO VIVENDO EM PAÍSES DESENVOLVIDOS. PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO – 2000 (EM MILHÕES) 1. CHINA: 1.285,0 6. PAQUISTÃO: 145,0 2. ÍNDIA: 1.025,1 7. FEDERAÇÃO RUSSA: 144,7 3. ESTADOS UNIDOS: 285,9 8. BANGLADESH: 140,4 4. INDONÉSIA: 214,8 9. JAPÃO: 127, 3 5. BRASIL: 169,6 10. NIGÉRIA: 116,9 FONTE: Banco Mundial/*IBGE. DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR CONTINENTES – 2000 (EM MILHÕES) CONTINENTE POPULAÇÃO EM 2000 POPULAÇÃO PROJETADA PARA 2050 3.672 5.428 ÁFRICA 794 2.000* EUROPA 727 603 AMÉRICA LATINA E CARIBE 519 806 AMÉRICA DO NORTE 314 438 OCEANIA 31 47 ÁSIA *A população africana crescerá 150% em 50 anos, prevê a ONU. FONTE: Divisão da população da ONU. OBSERVA-SE A REDUÇÃO DA POPULAÇÃO EUROPÉIA NAS PRÓXIMAS DÉCADAS. CALCULA-SE QUE NOS PRÓXIMOS 50 ANOS, O NÚMERO DE HABITANTES DA FEDERAÇÃO RUSSA SEJA 40% MENOR DO QUE O ATUAL, O DA ITÁLIA, 25% E O DO JAPÃO, 14%. http://www.youtube.com/watch?v=7y4gGu 5mEWM&feature=related ENVELHECIMENTO - TRANSFORMAÇÕES MUNDO DESENVOLVIDO: O DRAMÁTICO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NOS PAÍSES RICOS, AS BAIXAS TAXAS DE NATALIDADE REFLETEM O PADRÃO DE VIDA URBANA DE SEUS HABITANTES. VIVENDO QUASE SEMPRE EM CIDADES, ESSAS POPULAÇÕES ESTÃO SUBMETIDAS A FATORES, COMO: ELEVADO CUSTO DA VIDA URBANA; INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO; DIFUSÃO DE CONTRACEPTIVOS; MÉTODOS MODO DE VIDA URBANO, QUE EXACERBA O INDIVIDUALISMO, DESESTIMULANDO OS MATRIMÔNIOS E A CONSTITUIÇÃO DE FAMÍLIAS NUMEROSAS; PERSISTÊNCIA DE UM CRESCIMENTO ECONÔMICO BAIXO, QUE PROVOCA DESEMPREGO. EUROPA CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO ANUAL DE ALGUNS PAÍSES EUROPEUS PAÍS CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO ANUAL REINO UNIDO 0,18% FRANÇA 0,36% HUNGRIA - 0,5% FEDERAÇÃO RUSSA -0,64% ALEMANHA 0,04% Nas próximas décadas, haverá uma drástica redução da PEA (População Economicamente Ativa), ao mesmo tempo que o número de idosos deverá aumentar. Resultado: o que os trabalhadores pagam à Previdência Social não será suficiente para atender às necessidades dos aposentados. A QUESTÃO DA IMIGRAÇÃO NA EUROPA TENTATIVAS EUROPÉIAS DE REVERTER ESTA TENDÊNCIA ESTÍMULO Á NATALIDADE COM ISENÇÃO DE IMPOSTOS E PAGAMENTO DE SALÁRIO A QUEM SE DISPÕE A TER FILHOS. RESULTADO: SÃO INÓCUAS ATÉ AGORA, POIS ENFRENTA A RESISTÊNCIA DE UMA CULTURA HEDONIÍSTICA E NARCISÍSTICA, COMO MOSTRA A PROLIFERAÇÃO DE ACADEMIAS DE GINASTICA (BUSCA DA BELEZA E DA ETERNA JUVENTUDE). INCENTIVOS ÀS MIGRAÇÕES, QUE ENCONTRA LIMITES IMPOSTO ÀS MESMAS PELOS PAÍSES, RESTRINGINDO-AS. EXCEÇÃO: MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA (INFORMÁTICA, TELECOMUNICAÇÕES, ROBÓTICA E SERVIÇOS FINANCEIROS). RESULTADO: XENOFOBIA E NEONAZISMO, PRINCIPALMENTE, PELO ELEVADO DESEMPREGO E BAIXOS ÍNDICES DE CRESCIMENTO. 1. 2. NA VERDADE O FANTASMA DO DESEMPREGO CRIA DOIS PROBLEMAS: DESESTIMULA A NATALIDADE, GERANDO O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E A QUEDA DA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS, EM DECORRÊNCIA DE UMA PEA MENOR (TRABALHADORES APOSENTANDOSE) – A BOMBA-RELÓGIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. ACENTUA A XENOFOBIA, O QUE RESTRINGE A IMIGRAÇÃO QUE PODERIA REVERTER O ENVELHECIMENTO RÁPIDO DA POPULAÇÃO. ESTADOS UNIDOS 1. 2. A POPULAÇÃO CRESCE AINDA EM NÍVEIS SUSTENTÁVEIS – POUCO ABAIXO DE 1% AO ANO, DEVIDO À INTENSA IMIGRAÇÃO: A CADA ANO 300 MIL MEXICANOS INGRESSAM NOS ESTADOS UNIDOS. NOS EEUU, 15% DA POPULAÇÃO É DE IMIGRANTES, O MAIOR PAÍS DE IMIGRANTES DO MUNDO. MUITOS IMIGRANTES VIVEM CLANDESTINAMENTE, TEMENDO INCLUSIVE A XENOFOBIA. EVIDÊNCIAS DESTA XENOFOBIA: O MURO CONSTRUÍDO ÀS MARGENS DO RIO GRANDE, NA FRONTEIRA COM O MÉXICO; LEIS RESTRITIVAS À IMIGRAÇÃO, COMO A LEI DE RESPONSABILIDADE PELA IMIGRAÇÃO (2002). QUANDO HÁ CARÊNCIA DE MÃO-DE-OBRA, EM TEMPOS DE EXPANSÃO ECONÔMICA, OS ESTADOS UNIDOS COSTUMAM REVOGAR ESSAS LEIS OU MESMO ANISTIAR OS IMIGRANTES. AS MAIORES CONCENTRAÇÕES DEMOGRÁFICAS DO MUNDO DESENVOLVIDO EUROPA A MAIOR CONCENTRAÇÃO POPULACIONAL É FRUTO DO MAIOR DINAMISMO DE SUA ECONOMIA (DESENVOLVIMENTO URBANO-INDUSTRIAL). PAÍSES MAIS POPULOSOS DA EUROPA PAÍS POPULAÇÃO (EM MILHÕES) RÚSSIA 144,7 ALEMANHA 82,0 REINO UNIDO 59,5 FRANÇA 59,5 ITÁLIA 57,5 UCRÂNIA 49,1 POLÔNIA 38,6 ESTADOS UNIDOS E CANADÁ O CANADÁ APESAR DE POSSUIR 9,9 MILHÕES DE KM2, TEM APENAS 32 MILHÕES DE HABITANTES, COM UMA DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE 3 HAB./KM2. JÁ OS ESTADOS UNIDOS TÊM 286 MILHÕES DE HABITANTES. 1. 2. 3. AS MAIORES CONCENTRAÇÕES POPULACIONAIS NESTES PAÍSES ESTÃO NAS PROXIMIDADES DO OCEANO ATLÂNTICO ONDE FICAM DUAS DAS MAIORES MEGALÓPOLES DO MUNDO: BOSWASH (BOSTON-WASHINGTON) E CHIPITTS (CHICAGO E PITTSBURGH), TENDO COMO CAUSA: RECURSOS MINERAIS – MINÉRIO DE FERRO E CARVÃO MINERAL; EXTENSA REDE HIDROGRÁFICA (RIOS HUDSON, SÃO LOURENÇO, GRANDES LAGOS E CANAIS ARTIFICIAIS QUE FAZEM A COMUNICAÇÃO ENTRE ELES. O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO QUE DEU-SE PELOS EUROPEUS QUE CHEGARAM PELO LADO DO ATLÂNTICO. ESTADOS UNIDOS 3. COSTA OESTE ESTADUNIDENSE: SAN-SAN (SAN DIEGO/ SAN FRANCISCO) – VALE DO SILÍCIO. 4. NO OESTE CANADENSE: VANCOUVER, ELO ENTRE A ECONOMIA CANADENSE E A BACIA DO PACÍFICO (JAPÃO, CHINA, ÍNDIA E OS TIGRES ASIÁTICOS). METRÓPOLES ESTADUNIDENSES NOVA IORQUE LOS ANGELES CHICAGO WASHINGTON - DC MEGACIDADES JAPÃO 1. 2. AS MAIORES CONCENTRAÇOES POPULACIONAIS ENCONTRAM-SE NO LITORAL DO PACÍFICO: TOKAIDO (TÓQUIOOSAKA); SANYO (OSAKAFUKUOKA). 1. 2. EXPLICAÇÃO PARA ESTE FATO: A PRESENÇA DE ELEVADAS MONTANHAS INTERIORANAS; O PERFIL DA ECONOMIA DO JAPÃO, ALTAMENTE DEPENDENTE DO MERCADO EXTERNO, SEJA PARA OBTENÇÃO DE RECURSOS NATURAIS, SEJA PARA VENDER A MAIOR PARTE DE SUA GIGANTESCA PRODUÇÃO INDUSTRIAL. OS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS: A SOBREVIVÊNCIA CADA VEZ MAIS DRAMÁTICA SEGUNDO A ONU, 95% DO CRESCIMENTO POPULACIONAL CONCENTRA-SE NOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS, QUE DEVERÁ ABRIGAR 8,2 BILHÕES DE PESSOAS EM 2050. APESAR DA DIMINUIÇÃO DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO, AINDA MANTÉM UMA TAXA DE CRESCIMENTO VEGETATIVO ACIMA DE 1,6% AO ANO, ELEVANDO A DEMANDA POR SERVIÇOS PÚBLICOS BÁSICOS, COMO SAÚDE E EDUCAÇÃO. 1. 2. 3. ESTE É O CASO DA ÁFRICA (2,4%), ÁSIA E AMÉRICA LATINA. OUTRAS ÁREAS DE GRANDE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO SÃO: ORIENTE MÉDIO: 2,2% AMÉRICA CENTRAL: 1,9% AMÉRICA DO SUL: 1,5% NESTAS REGIÕES RECRUSDECEM AS IDEIAS DE THOMAS ROBERT MALTHUS (1766-1834). A TEORIA MALTHUSIANA (PESSIMISTA) UM ENSAIO SOBRE O PRINCÍPIO DA POPULAÇÃO (1798): A POPULAÇÃO CRESCE EM ORDEM GEOMÉTRICA E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM ORDEM ARITMÉTICA, GERANDO FOME E MISÉRIA DAS GRANDES MASSAS. ESTA DESPROPORÇÃO SERIA CORRIGIDA PELA NATUREZA, POR MEIO DAS GUERRAS E EPIDEMIAS QUE REDUZIRIAM A POPULAÇÃO. 1. 2. ACONSELHAVA A ABSTINÊNCIA SEXUAL, COMO FORMA DE CONTER O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO. PROPUNHA UM RÍGIDO CONTROLE DA NATALIDADE SOBRE AS POPULAÇÕES POBRES DO PLANETA. TESE DISCRIMINATÓRIA, POIS ATRIBUÍA A MISÉRIA AO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO. NA VERDADE, OCORRE O INVERSO: A REDUÇÃO DAS TAXAS DE NATALIDADE OCORRE NATURALMENTE A PARTIR DO MOMENTO EM QUE AUMENTAM OS NÍVEIS DE EDUCAÇÃO, DE INFORMAÇÃO E DE QUALIDADE DE VIDA. A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS TEM CRESCIDO CONTINUAMENTE, GRAÇAS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TECNOLOGIAS. CONCLUI-SE QUE AS ATUAIS POLÍTICAS DE CONTROLE DA NATALIDADE MALTHUSIANA E NEOMALTHUSIANA NÃO VISAVAM A ERRADICAR A POBREZA, MAS SIM CONTROLÁ-LA. TEORIA NEOMALTHUSIANA A TEORIA NEOMALTHUSIANA (ALARMISTA), elaborada após a segunda Guerra, mostrava que se não houvesse um controle populacional, os recursos naturais se esgotariam em pouco tempo. A partir disso foi feito um controle de natalidade aos países subdesenvolvidos. PARA A TEORIA NEOMALTHUSIANA O CONTROLE DEMOGRÁFICO EVITARIA: CRESCIMENTO DESORDENADO DOS CENTROS URBANOS, PARA ONDE MIGRA A POPULAÇÃO RURAL EMPOBRECIDA E RELEGADA AO ABANDONO. OCORRÊNCIA DO TRABALHO INFANTIL E DA SUPEREXPLORAÇÃO DA MULHER. EXPANSÃO DAS RELIGIÕES, ENTENDIDAS COMO UMA VÁLVULA DE ESCAPE DAS POPULAÇÕES EXCLUÍDAS, SOBRETUDO NA ÁSIA. MIGRAÇÕES INTERNAS RUMO ÀS REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS DO MUNDO. EXPANSÃO DO EMPREGO INFORMAL. INCHAÇO DO SETOR TERCIÁRIO E BAIXOS IDHs. AS CONFERÊNCIAS MUNDIAIS DE POPULAÇÕES A PRIMEIRA NA CIDADE DO MÉXICO (1974). A SEGUNDA EM BUCARESTE / ROMÊNIA (1984) A TERCEIRA (ÚLTIMA) NO CAIRO / EGITO (1994): O INEVITÁVEL CHOQUE ENTRE OS NEOMALTHUSIANOS E O VATICANO E OS PAÍSES MUÇULMANOS, CONTRÁRIOS AOS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS, E PRINCIPALMENTE, O ABORTO. TEORIAS DEMOGRÁFICAS Hoje em dia existem também os chamados ECOMALTHUSIANOS (PESSIMISTA), que defendem a tese de que o rápido crescimento populacional geraria enorme pressão sobre os recursos naturais, e por conseqüência sérios riscos para o futuro. A TEORIA REFORMISTA/MARXISTA (OTIMISTA) contraria as teorias Malthusiana e Neomalthusianas, onde os reformistas atribuem aos países subdesenvolvidos a responsabilidade pela intensa exploração imposta aos países pobres, resultando em um excessivo crescimento demográfico e pobreza generalizada. Defendem a adoção de reformas socioeconômicas para superar os graves problemas e aplicação de novas tecnologias, que, aplicadas à produção, resolveriam o problema da sobrevivência humana. Promover uma política de redistribuição de renda, objetivando o acesso da maioria ás riquezas produzidas pelo avanço tecnológico. TEORIAS DEMOGRÁFICAS A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA O conceito de transição demográfica foi introduzido por Frank Notestein, em 1929, e é a contestação factual da lógica malthusiana. Foi elaborada a partir da interpretação das transformações demográficas sofridas pelos países que participaram da Revolução Industrial nos séculos 18 e 19, até os dias atuais. A partir da análise destas mudanças demográficas foi estabelecido um padrão que, segundo alguns demógrafos, pode ser aplicado aos demais países do mundo, embora em momentos históricos e contextos econômicos diferentes. Ela explica que, durante uma longa fase da história, a natalidade e a mortalidade mantiveram-se elevadas e próximas, caracterizando um crescimento lento. Guerras, epidemias e fome dizimavam comunidades inteiras. A partir da Revolução Industrial teve início a primeira fase, das três que caracterizam o modelo de transição demográfica. 1ª FASE – TRANSIÇÃO DA MORTALIDADE A Revolução Industrial, o processo de urbanização e de modernização da sociedade foram responsáveis, num primeiro momento, por um crescimento populacional acelerado nos países europeus e posteriormente nos Estados Unidos, Japão, Austrália e outros. Apesar das péssimas condições de moradia e saúde das cidades industriais, até pelo menos o final do século 19, a elevação da produtividade e da oferta de bens de subsistência propiciaram progressiva melhora no padrão de vida da população. Conquistas sanitárias e médicas, associadas a esta fase de desenvolvimento científico e tecnológico, tiveram impactos diretos na saúde pública e, conseqüentemente, na queda das taxas de mortalidade. Portanto, a primeira fase de transição demográfica é marcada pelo rápido crescimento da população, favorecido pela queda da mortalidade já que as taxas de natalidade, ainda, permaneceram algum tempo elevadas. 2ª. FASE – TRANSIÇÃO DA FECUNDIDADE A segunda fase caracteriza-se pela diminuição das taxas de fecundidade (ou seja, o número médio de filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 a 49 anos), provocando queda da taxa de natalidade mais acentuada que a de mortalidade e desacelerando o ritmo de crescimento da população. Aos poucos foram sendo rompidos os padrões culturais e históricos que se caracterizavam pela formação de famílias numerosas. Mas estas transformações culturais foram mais lentas. Levou um certo tempo para que os hábitos e costumes comunitários da sociedade anterior, baseados na organização de um outro padrão familiar, fossem rompidos. A mortalidade infantil elevada induzia as famílias a terem muitos filhos, contando com o fato de que nem todos eles sobreviveriam. Os efeitos sociais das conquistas sanitárias na qualidade de vida permitiram que a mortalidade infantil também diminuísse e as famílias pudessem planejar o que consideravam o número ideal de filhos, numa sociedade que se modernizava. 3ª. FASE – A ESTABILIZAÇÃO DEMOGRÁFICA Na terceira fase da transição demográfica as taxas de crescimento ficam próximas de 0%. Ela é o resultado da tendência iniciada na segunda fase: o declínio da fecundidade e a ampliação da expectativa média de vida que acentuou o envelhecimento da população. As taxas de natalidade e de mortalidade se aproximaram a tal ponto que uma praticamente anula o efeito da outra. Esta é a situação encontrada há pouco mais de uma década em diversos países europeus e é denominada de fase de estabilização demográfica. DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA À TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA TABELA DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA AS MAIORES CONCENTRAÇÕES POPULACIONAIS DO MUNDO SUBDESENVOLVIDO: CHINA E ÍNDIA CARACTERÍSTICAS DESTES PAÍSES: GRANDE EXTENSÃO TERRITORIAL. EXTENSÃO FAIXAS DE TERRITÓRIOS INÓSPITOS. GIGANTESCOS CONTINGENTES POPULACIONAIS CONCENTRADOS NO CAMPO – CERCA DE 70% DA POPULAÇÃO. DIFERENÇAS PAÍSES: ENTRE ESTES DOIS ENQUANTO A CHINA É UM PAÍS HOMOGÊNEO, À ÍNDIA POSSUI UMA IMPRESSIONANTE DIVERSIDADE ÉTNICA, COM MAIORIA HINDUÍSTA. JÁ OS CHINESES, APESAR DO BUDISMO, NO TIBET, ESTÃO PROIBIDOS DE PROFESSAR QUALQUER RELIGIÃO. O PROGRAMA DE CONTROLE DA NATALIDADE CHINESA SÓ ADMITE UM FILHO POR CASAL, ENQUANTA ÍNDIA, INFLUENCIADA PELO HINDUÍSMO, NÃO TEM OBTIDO SUCESSO EM SUAS POLÍTICAS DE CONTROLE DA O CLUBE DE ROMA - 1968 Após a Conferência de Estocolmo, em 1972 (atendendo ao alerta do Clube de Roma e seu relatório ” Os limites do crescimento”), as questões ambientais tomaram um novo rumo. Até então, o nosso querido e ultrajado meio ambiente era colocado em segundo plano diante das urgentes medidas impulsionadoras do desenvolvimento econômico mundial. Primeiramente, os governantes pensaram em desenvolver-se o máximo possível para repensar ambientalmente anos mais tarde. Essa demora custou muito caro ao planeta terra. CONFERÊNCIAS MUNDIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE No início da década de 1960, os movimentos ecológicos já advertiam sobre as graves ameaças que estavam impostas à biosfera. As manifestações e discussões naquela década apontavam, também, para a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento baseado no ideal de consumo e crescimento econômico acelerado. Assim, aos poucos, os temas ambientais foram sendo incorporados aos programas de governo das nações, aos partidos políticos e à agenda dos organismos internacionais. MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS As Organizações NãoGovernamentais (ONGs) começaram a surgir a partir da década de 1960. O WWF ("World Wildlife Fund"), a primeira ONG ambientalista de espectro mundial, foi criada em 1961. Está voltada para a defesa de espécies ameaçadas de extinção, de áreas virgens e ao apoio a educação ambiental. Em 1971, o GREENPEACE - criado para impedir um teste nuclear na costa do Alasca, nos Estados Unidos - passou a ser o movimento ambientalista de maior projeção internacional. CONFERÊNCIA INTERNACIONAL PARA O MEIO AMBIENTE HUMANO - 1972 O primeiro grande debate mundial sobre os temas ambientais tem como referência a Conferência de Estocolmo, promovida pela ONU, na Suécia, em 1972 (1ª Conferência Internacional para o Meio Ambiente Humano). Até então, esse foi o maior evento de dimensão internacional dedicado exclusivamente à avaliação das relações sociedade e natureza. O dia 5 de junho, que marcou o início dos trabalhos da Conferência, foi oficializado pela ONU como o "Dia Mundial do Meio Ambiente". Na década de 1970, o mundo vivia no auge da Guerra fria. Os países socialistas ligados à hoje extinta União Soviética não compareceram ao evento de Estocolmo. Esses países boicotaram a conferência, em solidariedade à Alemanha Oriental, cuja participação foi vetada pela ONU. Sem a presença dos países socialistas, o principal embate do encontro de Estocolmo ocorreu entre os países desenvolvidos do hemisfério Norte e os países subdesenvolvidos do Sul. Enquanto os países do Norte, de modo geral, defendiam a necessidade de implementar políticas ambientais rigorosas, os países do Sul reclamavam o direito de perseguir o desenvolvimento econômico e investir na industrialização. O mundo subdesenvolvido não demonstrou nenhum interesse em adotar mecanismos de proteção ambiental que bloqueassem as suas metas de crescimento econômico. Os representantes desses países argumentavam que o crescimento econômico era prioritário e necessário para modificar a condição social precária em que vivia boa parte dos povos do mundo. RESULTADOS DA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO UMA CONCLUSÃO CONTRADITÓRIA Essas divergências levaram a resultados práticos pouco promissores. Para contemplar as diversas posições, a "Declaração de Estocolmo" estabeleceu uma carta de princípios em que os países desenvolvidos concordavam com a necessidade de transferir tecnologia e dar apoio financeiro aos países dispostos a adotarem medidas ambientais corretas. Contudo, em contradição com o próprio princípio e objetivo da conferência, considerava que a conquista do desenvolvimento econômico era uma meta tão prioritária quanto a preservação do meio ambiente. A POSIÇÃO BRASILEIRA FOI CONTRADITÓRIA, POIS COLOCOU-SE PARA RECEBER AS INDÚSTRIAS POLUIDORAS, MOSTRANDO SEU INTERESSE EM PROMOVER O DESENVOLVIMENTO A QUALQUER CUSTO. O grande avanço de Estocolmo foi o de sensibilizar a sociedade mundial para os graves problemas ambientais que podiam e ainda podem colocar em risco a sobrevivência da humanidade. A criação do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - foi um de seus resultados concretos. O PNUMA passou a ser a agência da ONU responsável pela promoção de ações internacionais e nacionais relacionadas à ACONTECIMENTOS NO MUNDO - SÉCULO XIX 1869 Ernst Haeckel, propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e seu ambiente 1872 Criação do primeiro parque nacional do mundo “Yellowstone”, USA - SÉCULO XX 1947 Funda-se na Suíça a UICN- União Internacional para a Conservação da Natureza 1952 Acidente de poluição do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas - ANOS 60 1962 Publicação da “Primavera Silenciosa” por Rachel Carlson 1965 É utilizada a expressão “Educação Ambiental” (Enviromental Education) na “Conferência de Educação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha 1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assembléia Geral da ONU 1968 1968 FUNDAÇÃO DO CLUBE DE ROMA Manifestações de Maio de 68 na França - ANOS 70 1972 Publicação do Relatório “Os Limites do Crescimento” - CLUBE DE ROMA 1972 Conferência de Estocolmo - Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de Ecodesenvolvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Ambiente 1973 Registro Mundial de Programas em Educação Ambiental -USA 1974 Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia - Reconhece a Educação Ambiental como educação integral e permanente 1975 Congresso de Belgrado - Carta de Belgrado estabelece as metas e princípios da Educação Ambiental 1975 Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA 1976 Reunião Subregional de EA para o ensino Secundário Chosica Peru. Questões ambientais na América Latina estão ligadas às necessidades de sobrevivência e aos direitos humanos. 1976 Congresso de Educação Ambiental Brasarville, África, reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental. 1977 Conferência de Tbilisi - Geórgia, estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, critico, ético e transformador. 1979 Encontro Regional de Educação Ambiental para América Latina em - ANOS 80 1980 1980 1980 1987 1987 1988 1989 1989 Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte. Assinala a importância do intercâmbio de informações e experiências. Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO _ PNUMA. Primeira Conferência Asiática sobre EA Nova Delhi, Índia Divulgação do Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum. Congresso Internacional da UNESCO - PNUMA sobre Educação e Formação Ambiental - Moscou. Realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi , reafirma os princípios de Educação Ambiental e assinala a importância e necessidade da pesquisa, e da formação em Educação Ambiental . Declaração de Caracas . ORPAL - PNUMA, Sobre Gestão Ambiental em América Denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento . Primeiro Seminário sobre materiais para a Educação Ambiental . ORLEAC - UNESCO - PIEA. Santiago, Chile. Declaração de HAIA, preparatório da RIO 92, aponta a importância da cooperação internacional nas questões ambientais. - ANOS 90 1990 1990 1991 1992 1993 1993 1994 1994 1995 1995 1995 1996 1997 1997 1997 Conferência Mundial sobre Ensino para Todos, Satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, Jomtien, Tailândia. Destaca o conceito de Analfabetismo Ambiental ONU Declara o ano 1990 Ano Internacional do Meio Ambiente. Reuniões preparatórias da Rio 92. Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio/92 Criação da Agenda 21 Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis FORUN das ONG’s - compromissos da sociedade civil com a Educação Ambiental e o Meio Ambiente. Carta Brasileira de Educação Ambiental . Aponta as necessidades de capacitação na área. MEC. Congresso Sul-americano continuidade Eco/92 - Argentina Conferência dos Direitos Humanos. Viena. Conferência Mundial da População. Cairo I Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental. Guadalajara, México. Conferência para o Desenvolvimento Social. Copenhague Criação de um ambiente econômico-político-social-cultural e jurídico que permita o desenvolvimento social. Conferência Mundial da Mulher / Pequim Conferência Mundial do Clima. Berlim Conferência Habitat II Istambul. II Congresso Ibero-americano de EA . Junho Guadalajara, México. Conferência sobre EA em Nova Delhi. Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade : Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grécia ECO – 92 – RIO DE JANEIRO - BRASIL CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO – RIO DE JANEIRO A ECO-92, RIO-92, CÚPULA OU CIMEIRA DA TERRA são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. A Conferência do Rio CONSAGROU O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONTRIBUIU PARA A MAIS AMPLA CONSCIENTIZAÇÃO DE QUE OS DANOS AO MEIO AMBIENTE ERAM MAJORITARIAMENTE DE RESPONSABILIDADE DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS. Reconheceu-se, ao mesmo tempo, a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançarem na direção do desenvolvimento sustentável. Naquele momento, a posição dos países em desenvolvimento tornou-se mais bem estruturada e o ambiente político internacional favoreceu a aceitação pelos países desenvolvidos de princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. A mudança de percepção com relação à complexidade do tema deu-se de forma muito clara nas negociações diplomáticas, apesar de seu impacto ter sido menor do ponto de vista da opinião pública. CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – A RIO+10 O objetivo principal da Conferência seria rever as metas propostas pela AGENDA 21 e direcionar as realizações às áreas que requerem um esforço adicional para sua implementação, porém, o evento tomou outro direcionamento, voltado para debater quase que exclusivamente os problemas de cunho social. Houve também a formação de blocos de países que quiseram defender exclusivamente seus interesses, sob a liderança dos EUA. Tinha-se a expectativa de um plano de ação global, capaz de conciliar as necessidades legítimas de desenvolvimento econômico e social da humanidade, com a obrigação de manter o planeta habitável para as gerações futuras. PORÉM, OS RESULTADOS FORAM FRUSTRADOS, PRINCIPALMENTE, PELOS POUCOS RESULTADOS PRÁTICOS ALCANÇADOS EM JOANESBURGO. EM SÍNTESE, PODE-SE DIZER QUE HOUVE: Discussão em torno apenas dos problemas sociais. Muitos países apresentaram propostas concretas, porém, não saíram do papel – caso Agenda 21. Diversidade de opiniões e posturas, muitas vezes conflitantes. Maior participação da sociedade civil e suas organizações. Formação de grupos para defender seus interesses. O Brasil teve uma importante iniciativa Latino-americana e Caribenha para o DS – ILAC e, Iniciativa de Energia – global CONCLUSÕES: A vanguarda ambientalista elencou centenas de propostas para os 21 objetivos da Agenda. Entre elas figuram universalizar o saneamento básico nos próximos dez anos, implantar redes de metrô e trens rápidos nas grandes aglomerações, democratizar a Justiça, universalizar o ensino em tempo integral e reestruturar o Proálcool, desvinculado dos interesses do velho setor sucroalcooleiro. GUERRA E PAZ NÃO PODE A MÁQUINA SUBSTITUIR O PROFESSOR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM, OU COMO PREFEREM ALGUNS, NO PROCESSO DE APRENDER A APRENDER, POIS SÓ ELE CONSEGUE INTERPRETAR A VIDA, TRANSMITINDO NO SEU EXEMPLO VALORES E ATITUDES. O ENSINO SEM O PROFESSOR PRESCINDE DO DIÁLOGO, DO OLHO NO OLHO, DA COMPAIXÃO PELOS QUE TÊM DIFICULDADES NA COMPREENSÃO DO MUNDO E DOS DIVERSOS SABERES. A SUBSTITUIÇÃO DO PROFESSOR PELA MÁQUINA (TECNOLOGIA) É A ANTECIPAÇÃO DO FIM DA LIBERDADE DE PENSAR E DE EXPRESSAR-SE, ANUNCIANDO A EXTINÇÃO DA HUMANIDADE. Manoel Rocha. 30 de setembro de 2009 – Salvador-Bahia