Análise - Corporate Travel
Para transporte aéreo regular
Recurso ao Cartão de Crédito no
pagamento às Agências de
Viagens está a crescer
Os pagamentos de transporte em voos regulares através das agências de viagens em Portugal, com
recurso a cartão de crédito, atingiu no primeiro semestre deste ano 62,7 milhões de euros,
equivalente a 14,22% do total facturado via BSP, segundo dados da IATA. Em entrevista à Revista
APAVT, o director comercial da AirPlus para Portugal, Luis Valdés, comenta esta evolução e o status
do SPAV-Sistema de Pagamento às Agências de Viagens que a APAVT lançou em 2005 e de que a
multinacional alemã é parceira desde o primeiro momento.
E
m que pé está o processo de
penetração do cartão de
crédito como forma de pagamento
e gestão das viagens de negócio
pelas empresas em Portugal?
Está actualmente num momento de
viragem, ajudado pela iniciativa da
APAVT e dos programas de fidelização
para empresas das companhias aéreas,
associados à sua utilização. Como
indicador posso referir que desde 2001,
ano em que entrámos em Portugal, e até
hoje, o peso do cartão de crédito nas
vendas BSP (vendas de bilhetes aéreos
em voos regulares pelas agências de
viagens) passou de 8% para mais de
14%, o que representa um forte
crescimento. E estimamos que esta
O QUE É O SPAV?
O Sistema de Pagamento às Agências de Viagens (SPAV) é um mecanismo lançado pela
APAVT em Maio de 2005, em parceria com a AirPlus e a American Express, destinado a
contribuir para o fim do problema que ainda constitui, para muitos, o alargado prazo médio
de recebimento dos clientes-empresa. A redução dos custos financeiros e administrativos,
a simplificação dos processos e a possibilidade de concentrar mais recursos no corebusiness da actividade das agências
de viagens, longe das preocupações
com as cobranças e do crédito malparado são algumas das vantagens
do SPAV, que tem vindo a ganhar um
número crescente de aderentes.
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progressão se mantenha, talvez até a um
ritmo mais elevado.
E no estrangeiro? Como se compara
neste aspecto o mercado Espanhol
com o Português?
Nos EUA, a sua utilização é generalizada.
Na Europa, existem países que
apresentam uma penetração muito
elevada já há muito tempo, como é o caso
da Alemanha, com taxas superiores a
60% do BSP. Espanha atingiu já os 50% e
há outros países onde só recentemente
se está a generalizar o seu uso, como é o
REVISTA APAVT • SETEMBRO 2007
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caso de França, Itália e Reino Unido, onde
até há pouco a taxa de penetração era de
cerca de 20%, sendo que estimamos que
este valor irá brevemente duplicar.
Em que estado está o processo
SPAV promovido em conjunto com
a APAVT? As agências e os clientes
corporate estão a aderir?
Existe um interesse generalizado entre
os membros da APAVT no sentido de
impulsionar o uso de cartões de crédito.
Algumas agências compreenderam a
urgência deste processo e têm tido um
papel
de
destaque
no
seu
desenvolvimento, mas ainda há um longo
caminho a percorrer.
Quais são os principais argumentos
a favor do uso de cartão de crédito,
na perspectiva das agências?
Para as agências representa um risco
financeiro
menor,
uma
melhoria
considerável do cash-flow e um pacote de
valores a c r e s c e n t a d o s p a r a o s s e u s
clientes. O cartão AirPlus possibilita
a redução dos custos de garantias
I ATA
e,
muito
importante,
a
capacidade de oferecer aos clientes
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uma ‘lodged account’ sem despesas
mínimas.
E na perspectiva do cliente final?
A possibilidade de integrar, gerir e
controlar as despesas de viagem, de
distribuir estes custos de forma
automática dentro da empresa, de obter
um seguro para os colaboradores em
viagem a muito baixo custo, a integração
nos programas de fidelização das
principias companhias aéreas e usufruir
dos descontos. Permite mesmo a redução
dos custos directos e indirectos com
viagens, até 35%, o que é substancial.
Quais são as vantagens da Airplus
relativamente
aos
seus
concorrentes?
A AirPlus pertence ao sector das
comp a n h i a s a é r e a s e d i s p õ e d o s
dados sobre voos com a mais elevada
qualidade. Os seguros são os
melhores do mercado e, para além
disso,
somos
o
único
cartão
centralizado ou “lodged” (a empresa,
como
pessoa
jurídica,
é
a
proprietária do cartão) com um
serviço local em Portugal.
QUEM É LUIS VALDÉS
Luis Valdés é o Director Comercial da
AirPlus para o mercado ibérico , tendo-se
formado pela ICADE (Universidad
Pontificia Comillas, Madrid). Concluiu o
MBA pela Escuela de Organización Industrial e o PDG (Programa de Dirección General) pela IESE (Business School de la
Universidad de Navarra).
Ingressou na AirPlus em 2000 com a
finalidade
de
impulsionar
a
implementação das soluções AirPlus no
mercado
ibérico.
Anteriormente
desenvolveu a sua carreira profissional
na Lan Airlines, onde desempenhou as
funções de Traffic Manager para a
Europa e Country Manager para a
Alemanha.
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Aviação
Como está a Airplus a nível
internacional? E a nível nacional?
Tanto a nível internacional como local
estamos a crescer acima das nossas
expectativas e de forma muito saudável.
Que perspectivas têm a nível da
organização da empresa em Portugal?
A AirPlus adapta sempre as suas
organizações à evolução do mercado. No
caso de Portugal, um lançamento
definitivo e generalizado do uso de
cartões e, portanto, um aumento
considerável da carteira de clientes,
implicaria
automaticamente
uma
adaptação da estrutura comercial e de
assistência do cliente. O processamento
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automático dos dados continua a ser
realizado de forma centralizada.
Quais vão ser as grandes apostas
estratégicas
da
Airplus
para
reforçar a dinâmica lançada?
A chave do sucesso está na colaboração
entre as agências de viagens e as
companhias aéreas. A nossa estratégia
baseia-se na colaboração e apoio às
agências de viagens no seu trabalho,
assim como às companhias aéreas que
tenham apostado em sistemas de
fidelização automáticos.
Quais são os principais obstáculos
que encontram junto das Agências
de Viagens?
O principal e quase único
obstáculo são os prazos de
pagamento. Existe um temor
generalizado
de
perder
clientes quando se reduz o
prazo de pagamento. Isto é
algo que não podemos mudar
em pouco tempo. Todos os
anos as agências devem
incorporar
os
valores
acrescentados do pagamento
com cartão e incentivar uma
melhoria da qualidade e dos prazos de
pagamento dos clientes mediante ofertas
diferenciadas.
Qual o contributo da TAP neste
processo? Em que pé está a vossa
parceria?
O papel da TAP como companhia aérea
líder do mercado tem sido decisivo neste
processo.
A decisão, por outro lado lógica, de
automatizar os programas de fidelização
de empresas constituiu o impulso
necessário para que os clientes usufruam
de uma vantagem económica clara no uso
dos cartões, para além dos outros
valores acrescentados. O lançamento do
programa TAP Corporate constitui um
reforço da parceria e um novo impulso
nas nossas actividades conjuntas.
Que mensagem gostaria de deixar
aos Agentes de Viagens?
Uma mensagem de agradecimento pelos
esforços realizados para lançar o
processo SPAV e pela dedicação no
trabalho conjunto com a AirPlus.
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