FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
HIDELBRANDIA FERREIRA FRANÇA
JOELMA SOUZA ALVES
MARIA DE NAZARÉ BRITO MONTEIRO
GESTÃO DE RESIDUOS INDUSTRIAIS: um estudo de caso em uma empresa de
mineração localizada em Barcarena/PA
Belém-PA
2013
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FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
HIDELBRANDIA FERREIRA FRANÇA
JOELMA SOUZA ALVES
MARIA DE NAZARÉ BRITO MONTEIRO
GESTÃO DE RESIDUOS INDUSTRIAIS um estudo de caso em uma empresa de
mineração localizada em Barcarena/PA
Trabalho de Monografia de Conclusão de
Curso, apresentada como requisito de
avaliação para obtenção do título de
Bacharel em Administração, orientado
pela Professora Especialista Rosana Maria
Vieira Cayres.
Belém -PA
2013
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HIDELBRANDIA FERREIRA FRANÇA
JOELMA SOUZA ALVES
MARIA DE NAZARÉ BRITO MONTEIRO
GESTÃO DE RESIDUOS INDUSTRIAIS: um estudo de caso em uma empresa de
mineração localizada em Barcarena/PA
Trabalho de Monografia de Conclusão de
Curso, apresentada como requisito de
avaliação para obtenção do título de
Bacharel em Administração, orientado
pela Professora Especialista Rosana Maria
Vieira Cayres.
Data:_____/_____/_____
Resultado:_____________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof.º Me. Eduardo Otávio Ferreira Vasconcelos
Faculdades Integradas Ipiranga
___________________________________________________
Prof.ª Me. Carla Kelen Andrade Moraes
Faculdades Integradas Ipiranga
4
AGRADECIMENTOS
Dedicamos esse trabalho de conclusão de curso a todos aqueles que ao longo desses anos
estiveram ao nosso lado nesta caminhada, pessoas que foram fundamentais para a chegada de
mais uma vitória em nossas vidas.
Assim eu, Hidelbrandia França agradeço primeiramente ao bom Deus
que me iluminou com a luz do Espírito Santo, me dando força e ciência
pra concluir mais uma etapa da minha vida, e por ter proporcionado a honra
de fazer parte do TRIO TERNURA. Agradeço ao meu Irmão Hidelbrando
França e ao meu namorado Augusto Maciel e a todos meus AMIGOS que
me apoiaram nos momentos de aflição, e aos meus sobrinhos Haroldo
França, e Hebert França pelas vezes que devido ao meu trabalho e não tinha
tempo de digitar ou formatar meus trabalhos, da faculdade e estava sempre
disposto contribuir. De forma especial dedico esta minha vitória aos meus
pais Isabel França e Francisco França que sempre me motivaram, apoiaram.
PAZ E BEM!
Eu, Joelma Souza, agradeço em primeiro lugar a Deus que sempre
iluminou meus caminhos e esteve presente nessa caminhada, dedico
esse trabalho de forma pessoal aos meus pais Benedito Alves e Maria
Canuta Souza Alves que mesmo distantes estiveram presente de alma
e coração me apoiando em todos os momentos da minha vida.
Especialmente e com todo amor, ao meu esposo Abimael Silva que
teve toda paciência nos momentos mais difíceis ao longo desta jornada
de estudo e sempre me incentivou a continuar e alcançar meus
objetivos. Agradeço também a minha amiga Nazaré Brito que ao
longo desses quatros anos me incentivou a não desistir, a professora
Rosana Cayres pelas orientações deste trabalho, e por fim a todos aos
meus amigos que me ajudaram nesta jornada.
Eu, Nazaré Brito agradeço primeiramente a Deus por ter me dado
força e saúde para chegar até aqui, agradeço também a minha amiga
Joelma Souza pelo o incentivo a não desistir desta caminhada e a
professora Rosana Cayres pelos ensinamentos e orientações.
5
Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para
os nossos filhos e, esquece-se da urgência de deixarmos filhos
melhores para o nosso planeta. (Autor desconhecido)
6
RESUMO
A preservação do meio ambiente, o uso racional de recursos naturais e a mudança de postura
da sociedade frente às questões ambientais têm levado as indústrias a buscar um melhor
desempenho nessa área. Aliados a esses fatores, está à constatação de que a geração de
resíduos em grandes e pequenas quantidades, sem que haja uma destinação final adequada,
resulta em grandes impactos ambientais e sociais. Este trabalho apresenta um estudo de caso
referente à Gestão de Resíduos Industriais, adotada por uma empresa mineradora, localizada
no município de Barcarena, no estado do Pará. Os resultados obtidos nesta pesquisa
demonstraram que os resíduos gerados possuem gestão ambiental efetiva, dos pontos de vista
legal e normativo.
PALAVRAS-CHAVE: resíduos sólidos; gestão de resíduos; indústria de mineração, meio
ambiente.
7
ABSTRACT
The preservation of the environment, rational use of natural resources and the change of
attitude of society in the face of environmental issues has led industries to seek a better
performance in this area. Allied to these factors is the fact that waste generation in large and
small quantities, without a proper final disposal, resulting in major environmental and social
impacts. This paper presents a case study related to Industrial Waste Management, adopted by
a mining company, located in Barcarena, in the state of Pará the results obtained in this study
showed that the waste generated are effective environmental management, the views legal and
normative.
KEYWORDS: solid waste, waste management, mining industry, environment.
8
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................9
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO......................................................................................................10
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 11
1.2.1 Geral ................................................................................................................................ 11
1.2.2 Específicos ....................................................................................................................... 11
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................................... 11
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...................................................................................11
2 MÉTODO..............................................................................................................................12
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA...................................................................................12
2.1.1 Quanto a Natureza ......................................................................................................... 12
2.1.2 Quanto à abordagem do problema ............................................................................... 12
2.1.3 Quanto aos Objetivos ..................................................................................................... 12
2.1.4 Quanto aos Procedimentos Tecnicos ............................................................................ 12
2.1.5 População e Amostra ...................................................................................................... 12
2.1.6 Instrumeto de Coleta de Dados ..................................................................................... 13
2.1.7 Análise de Dados ............................................................................................................. 13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA......................................................................................14
3.1 MEIO AMBIENTE ............................................................................................................. 14
3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................................ 17
3.2.1 Classificação ...................................................................................................................18
3.2.2 Resíduos Sólidos Recicláveis..........................................................................................18
3.2.3 Resíduos Sólidos não Recicláveis...................................................................................22
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .............................................................................. 23
3.3.1 Politica de Gestão Integrada..........................................................................................24
3.3.2 Política de Gerenciamento de Resíduos – Empresa X.................................................25
4 RESULTADOS.....................................................................................................................32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................37
REFERÊNCIAS......................................................................................................................38
ANEXOS...................................................................................................................................40
9
1 INTRODUÇÃO
Os resíduos industriais constituem um problema ambiental e o seu gerenciamento deve
ser conduzido de forma adequada, seja pela sua disposição final ou pela reciclagem e
merecem cada vez mais atenção de especialistas e do poder público dos países que se dedicam
ao trabalho de melhoria da qualidade ambiental (BRASIL, 2004).
No que tange aos resíduos industriais especificamente, expõe-se que são todos aqueles
provenientes das atividades industriais, podendo ser de processos químicos, petroquímicos,
indústria papeleira, metalúrgica, alimentícia, dentre outros. De acordo com Missiaggia (2002),
este tipo de resíduo é bem diversificado sendo representado por “cinzas, lodos, óleos, resíduos
alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros,
cerâmicas e outros”. Pertence à categoria dos resíduos sólidos industriais a maior parte dos
resíduos tóxicos.
Segundo Furtado (2001), a aplicação de tecnologias apropriadas e ecológicas, com a
redução da utilização de recursos naturais, de desperdício, da geração de resíduos e poluição,
é uma ação de prioridade mundial. Todavia, as mudanças ainda são lentas na diminuição do
potencial poluidor do parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias
mais antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e
elevado risco de acidentes.
Entretanto, Kramer (2005) ressalta que os resíduos, em termos tanto de composição
como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção. As
principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde
humana e sobre o meio ambiente. Os resíduos perigosos, produzidos, sobretudo pela indústria,
são particularmente preocupantes, pois, quando incorretamente gerenciados, tornam-se uma
grave ameaça ao meio ambiente.
Brandt (2004) descreve a caracterização, quantificação e qualifica os diversos tipos de
resíduos gerados pela empresa em todas as suas atividades. Pois através desses estudos será
possível evitar vários tipos de riscos provenientes de resíduos sólidos de uma indústria de
mineração, tais como: contaminação do solo, contaminação da água, riscos de propagação de
doenças, riscos de emissões atmosféricas sem controle, destruição da flora local e afastamento
da fauna, riscos de afeto na imagem institucional, aumento de materiais particulados
10
contaminados, risco no manejo com o acido sulfúrico. Resíduo sólido é todo material,
substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
sólido ou semi-sólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível na Lei Federal 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos.
Diante do exposto apresenta-se esta proposta de estudo de caso em uma empresa de
mineração, visando analisar a Gestão de Resíduos Industriais, com a exposição das
ferramentas contundentes para a efetivação do atendimento aos requisitos legais e normativos
referente a este tipo de resíduo.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
Ao falar em conservação ambiental destacam-se principalmente os impactos que
podem ser causados no meio ambiente e na vida dos seres humanos quando um estado,
município, empresa pública ou privada não tem total consciência da importância de um bom
gerenciamento.
Resíduos industriais têm sido um tema bastante discutido em inúmeros encontros,
conferências, tratados e acordos assinados entre representantes de países que visam uma nova
estratégia de desenvolvimento. Sendo este, bastante delicado e que tem se agravado na terra
devido ao crescimento da industrialização e consequentemente o aumento da população.
Diante desta realidade, questiona-se: como a organização gerencia os impactos
ambientais causados pelos resíduos gerados por suas atividades? Quais ações serão tomadas
para que o gerenciamento seja realizado dentro da lei? Existem possibilidades de ações de
controle dos resíduos gerados e programa de melhoria contínua?
11
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Apresentar e analisar as ações da Gestão de Resíduos Industriais realizadas por uma
empresa de mineração, tendo como base os dados referentes ao ano de 2012.
1.2.2 Específicos
•
Identificar oportunidade de implementação de programas de melhoria continua,
voltados à redução da geração de resíduos industriais;
•
Identificar os aspectos e impactos ambientais oriundos dos resíduos gerados;
•
Analisar os requisitos legais e normativos aplicáveis a Gestão de Resíduos Industriais;
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo de caso não levará em consideração os resíduos provenientes de matérias
hospitalares. Delimitando ao estudo dos demais resíduos recicláveis e não recicláveis.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
A organização deste trabalho tem inicio pelo capitulo um que destaca a Introdução
onde faz referência sobre o gerenciamento dos resíduos industriais, sendo desenvolvido pelos
sub capítulos, problematização, objetivos gerais e específicos que apresentam as formas de
descartes de resíduos industriais realizados por uma empresa de mineração. Conduzido pelo
capitulo dois que descreve o método utilizado na elaboração da pesquisa, sequenciando o
capitulo três através do referencial teórico com base nas leis e normas que regulam questões
ambientais e literatura especificas para o desenvolvimento deste trabalho. Estendendo-se pelo
capitulo quatro que trata os resultados analisados e finalizando pelas considerações finais.
12
2
MÉTODO
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
2.1.1 Quanto a Natureza
A pesquisa é de natureza aplicada, que propõem o esclarecimento
técnicas praticadas na empresa de Mineração localizada em Barcarena.
das
2.1.2 Quanto à abordagem do problema
A pesquisa configura-se qualitativa devido à coleta de informações terem como base a
análise estudada pelos pesquisadores, buscado o estudo da classificação dos resíduos sólidos
industriais e seus impactos ambientais.
2.1.3 Quanto aos objetivos
A pesquisa em questão é de caráter exploratório, pois visa proporcionar uma análise
baseada em estudo de caso, como o objetivo de estimular a compreensão sobre a redução dos
impactos causados ao Meio Ambiente.
2.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos
Baseia-se em analise bibliográfica documental e estudo de caso, pois envolve o
aprofundamento no assunto Gerenciamento de Resíduos industriais na Empresa de Mineração
X.
2.1.5 População e amostra
Devido a pesquisa ser qualitativa e/ou quantitativa não obtém-se uma amostra definida
na área do setor de Meio Ambiente da empresa pesquisada.
13
2.1.6 Instrumento de coleta de dados
Os dados foram fornecidos pelo setor de meio ambiente da empresa, através de
documentos impressos e entrevista não estruturada, com o objetivo exclusivamente
acadêmico, conforme acordo verbal entre as graduandas deste trabalho e a empresa ora
estudada.
2.1.7 Análise dos dados
Foi relacionado o conteúdo dos documentos cedidos e entrevista informal do técnico
do setor de meio ambiente da empresa e informações de autores pesquisados.
14
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Atualmente o mundo enfrenta um dos maiores desafios nesse novo milênio, que é
fazer com que as forças do mercado investem e criam métodos para melhorar a qualidade de
vida e ao mesmo tempo proteger o Meio Ambiente.
O Meio Ambiente não é somente um problema que envolve as empresas, mas toda a
população. Hoje se observa que a consciência está cada dia mais presente, também é notável
que esteja havendo mudanças na maneira de empresários e indústrias enxergarem a questão
ambiental e que estes problemas ambientais não se resumem em apenas um setor isolado e
sim em todos os setores da sociedade.
3.1 MEIO AMBIENTE
A sociedade está cada vez mais consciente sobre a importância do cuidado com o
meio ambiente, um tema muito explorado nas mais diversas áreas. A indústria desenvolve um
papel importante onde se pode perceber o impacto que causa no meio ambiente quando os
resíduos em geral são destinados de maneira incorreta, ou quando não se cumpre a legislação
ou as normas para um melhor gerenciamento.
Segundo Neves e Tostes (1992) pode-se definir:
Meio Ambiente é tudo o que tem a ver com a vida de um ser ou de um grupo de
seres vivos. Tudo o que tem a ver com a vida, sua manutenção e reprodução. Nesta
definição estão: os elementos físicos (a terra, o ar, a água), o clima, os elementos
vivos (as plantas, os animais, os homens), elementos culturais (os hábitos, os
costumes, o saber, a história de cada grupo, de cada comunidade) e a maneira como
estes elementos são tratados pela sociedade. Ou seja, como as atividades humanas
interferem com estes elementos. Compõem também o meio ambiente as interações
destes elementos entre si, e entre eles e as atividades humanas (NEVES E TOSTES,
1992, p. 17).
Conforme mostram os autores, Meio Ambiente não é apenas o meio natural, porém
tudo o que envolve a humanidade, tendo como influencia e interações de ordem físicas e
biológicas, como por exemplo, áreas urbanas, na qual sofre grandes mudanças com o intuito
de proporcionar o crescimento econômico. Segundo Gasparetto Junior (2013) “A
industrialização é um processo de modernização pelo qual passa os meios de produção de
uma sociedade. É acompanhada pela ampliação tecnológica e desenvolvimento da economia”.
A industrialização envolve os meios de produção e a produtividade em uma indústria,
causando impactos nas relações sociais.
No século XVIII, teve início a revolução industrial, onde foi disseminado por todo
planeta uma nova organização do trabalho. Neste período houve um grande crescimento
15
econômico e urbano que veio acompanhado da urbanização desordenada em decorrência do
êxodo rural, onde, a população procurava melhores oportunidades de trabalho. Pode-se notar
que o inchaço das cidades provocou aumento dos impactos ambientais causados pela falta de
conscientização ambiental da população. Ressalta-se que no período não existia políticas
públicas que orientasse a sociedade.
Na atualidade é perceptível à preocupação com os impactos causados ao meio
ambiente, o assunto é discutido em diversos fóruns, workshop, palestras e congressos com
ênfase na mídia internacional. O foco das organizações envolvidas com o tema é promover o
desenvolvimento sustentável, com o objetivo de minimizar os danos causados ao meio
ambiente, através de ações planejadas, tendo ciência dos recursos para que as indústrias
possam se alinhar dentro da legislação, onde está definida a responsabilidade do gerador dos
resíduos, pois o consumo excessivo dos recursos naturais não renováveis pelas indústrias
(como o petróleo e carvão mineral) gera impactos ao meio ambiente como a contaminação
industrial.
De acordo com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
(1997), Resíduo é todo e qualquer material proveniente das atividades humanas e naturais que
serão descartados. O resíduo é produzido tanto em aglomerações urbanas quanto em zonas
rurais, sendo classificado em diversas categorias de acordo com sua origem como: domiciliar,
público, serviços de saúde, comercial e industrial.
A contaminação industrial é observada a partir dos fatores existentes na poluição que
é gerada através do descarte incorreto dos resíduos em gerais, onde o controle é deficitário e o
armazenamento incorreto dos resíduos gerados pelas indústrias, tendo como consequência a
poluição das águas, solo e ar. Muitas vezes, não é somente não cumprir a legislação, mais
evitar cometer erros que possam acarretar desastres ambientais com grande repercussão.
Atualmente, observa-se maior conscientização por parte das empresas com o meio
ambiente não somente por questão social, mas também para preservar imagem empresarial
perante a sociedade, comunidade local, mídia e principalmente aos interessados pelos seus
produtos (compradores/consumidores) que buscam informações sobre a política ambiental nas
organizações. Um ponto importante questionando pela sociedade é se a organização possui
medida de aquisição de programas de sustentabilidade que sejam realistas para os setores das
atividades humanas. Como cita Neves (1992), “os pontos elementares da sustentabilidade
visam à própria sobrevivência do planeta, tanto no presente quanto no futuro”.
16
Essa visão perante a sociedade é importante, pois envolve as ações e atividades
humanas, que atribuem benefícios aos produtos e/ou serviços das indústrias, sem
comprometer o futuro das próximas gerações.
Levando em conta que o nível de competitividade entre as empresas sejam acirradas,
pois focam nas melhorias do produto e serviço para ganharem destaque no mercado, alguns
fatores: como custo, qualidade do produto, tecnologia, inovação entre outros são pontos que
ganham destaque, porém está em grande evidência à questão ambiental que atualmente faz
parte do contexto.
O mercado visa às empresas que investem em sua produção com ênfase na gestão
ambiental, que traz nos processos produtivos vários benefícios; produtos conforme exigências
ambientais podem se tornar mais barato no quesito embalagem devido alguns materiais
recicláveis serem utilizados ou reaproveitados.
Nesse contexto, surge a Gestão Ambiental favorecendo a empresa, no envolvimento
com a devida importância no requisito de estratégia de mercado e a conscientização na
conservação do planeta. Sendo que a empresa também investe em benfeitorias próprias e
sociais, que perante a sociedade o planejamento referente às motivações ambientais reflete na
imagem e na responsabilidade que a organização tem junto às comunidades locais. O
problema ambiental vem se destacando com grande importância na mídia, porém, é visível
que toda a sociedade vem tendo mais consciência de como é importante à preservação e a
forma mais adequada para melhorias na qualidade de vida e de produtividade das empresas.
A expressão gestão ambiental está ligada à prevenção de possíveis problemas
relacionados à natureza, para obtenção de um sistema sustentável, sendo uma ferramenta
importante para a sustentabilidade dentro da organização, onde os processos e procedimentos
adotados por elas são de suma relevância.
Para auxiliar nesse sistema de gestão foram criadas as normas com o objetivo de
fornecer diretrizes as empresas. Para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental
(SGA), as normas legais são obrigatoriedade, sendo que o não cumprimento afeta a empresa
no sentido de intervenção no mercado, podendo, também, afetar os investimentos das
empresas. Conforme Norma Brasileira (NBR) Organização Internacional para Padronização
(ISO) 9001 (ANEXO 1).
17
O SGA tem uma preocupação com o desenvolvimento sustentável das empresas,
onde a melhor política de aplicação se liga a prevenção da gestão ambiental, possibilitando a
utilização de métodos que previnam possíveis impactos e eliminação. O Sistema de Gestão
Ambiental prevê de forma simplificado a redução de água, energia, como o incentivo de
produtos recicláveis. De forma mais abrangente, ele significa um conjunto de medidas e
processos relacionados a uma implementação de política ambiental que as organizações terão
que adotar ou já adotaram.
Com a consciência ambiental dos consumidores, esses procedimentos vêm se
tornando, a cada dia, mais obrigatório. Algumas empresas que realizam exportações, por
exemplo, são obrigadas a ter um SGA, bem como o “selo verde”, que são certificações da
ISO.
No conceito de Marcelo Morgado, Gestão Ambiental é fundamental para uma
empresa, onde é feita a administração das atividades, um processo voltado a resolver, suavizar
e/ou prevenir os problemas de caráter ambiental, com o objetivo de desenvolvimento
sustentável.
Define-se SGA, segundo as Normas da NBR ISO 14001, como parte do sistema de
que compreende a estrutura organizacional, as responsabilidades, as práticas, os
procedimentos, os processos e recursos para aplicar, elaborar, revisar e manter a política
ambiental da empresa.
3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS
Resíduos são dejetos da indústria, das residências, ou seja, é tudo aquilo que foi
usado no processo de industrialização ou na atividade doméstica e que não será mais
utilizado.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR
10004:2004, são considerados os resíduos sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividade
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgoto ou corpo de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente
18
inviáveis em face á melhor tecnologia disponível. Ainda segundo a ABNT NBR ISO 14001 os
resíduos sólidos têm uma classificação especifica que serão expostos a seguir.
3.2.1 Classificação
a) Resíduos Classe I - são aqueles que apresentam periculosidade, em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, ou uma das características seguintes:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, ou patogenicidade;
b) Resíduos Classe II A - São aqueles que não se enquadram nas classificações de
resíduos classe I ou de resíduos classe II-B. Os resíduos classe II-A podem ter propriedades
tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água;
c) Resíduos Classe II-B (inertes): quaisquer resíduos que, quando amostrados de
forma representativa, segundo a Norma NBR 10.007/04 (Amostragem de Resíduos), e
submetidos a teste de solubilização, segundo a Norma NBR 10.006/04 (Solubilização de
Resíduos), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores
aos padrões de portabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e
sabor.
Geralmente as formas de tratamento e destinação final dos resíduos produzidos são:
reciclagem, aterro municipal, co-processamento, aterro industrial, estocagem, incineração,
incorporação, fertilização e aterro de terceiros. A destinação de resíduos perigosos ocorre
principalmente por meio de reciclagem ou por deposição em aterros municipais e industriais.
Observa-se que muitos dos resíduos industriais perigosos chegam aos vazadouros de lixo
misturados com os resíduos industriais de baixa periculosidade.
Segundo estudos recentes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
de São Paulo - CETESB, cerca de 10 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos,
produzidos pelas indústrias, no Estado de São Paulo, não são devidamente tratados ou têm
destino inadequado, número este que chega a 47% do volume produzido pelas indústrias
(SIQUEIRA, 2001). Dentre os resíduos, serão destacados resíduos sólidos recicláveis e os
resíduos sólidos não recicláveis, conforme mostra a seguir:
3.2.2 Resíduos Sólidos Recicláveis
Quando se fala de resíduos sólidos, não se pode deixar de mencionar os seus maiores
19
geradores, as indústrias e os domicílios. Desde a revolução industrial no século XVIII, e com
o crescimento da população urbana, esse tem sido um dos maiores desafios quanto a sua
poluição. Durante muito tempo não houve preocupação quanto ao descarte desses dejetos,
somente a partir deste século é que as organizações e governo passaram a ter mais atenção,
como mostra a citação abaixo:
As indústrias tradicionalmente responsáveis pela maior produção de resíduos
perigosos são as metalúrgicas, as indústrias de equipamentos eletro-eletrônicos, as
fundições, a indústria química, a indústria de couro e borracha. A questão do
gerenciamento dos resíduos implica primeiramente em uma mudança de
comportamento por parte de toda a comunidade. O gerenciamento e a minimização
na produção de resíduos são atitudes ambientais responsáveis devem ser práticas
corriqueiras em indústrias, necessitando do comprometimento das chefias e de todo
o pessoal envolvido com as atividades de produção, para que o programa tenha
chance de sucesso. Qualquer ação para a resolução deste problema, quando ocorrer
de maneira isolada e pontual terá pouca chance de sucesso, pois este assunto faz
parte um processo, que exige aprimoramento e vigilância contínua, caso contrário
estará fadado ao insucesso. (REIS, FADIGAS, CARVALHO, 2005, p.37).
O lixo eletro - eletrônico classificado como de classe I pela NBR 10.004 da ABNT é
consequência à popularização da tecnologia, é também um dos mais perigosos para a saúde do
homem, pois a população ignorante quanto ao seu descarte, acaba jogando - o juntamente ao
lixo doméstico. Assim sendo, quando esses resíduos são jogados no lixão, acabam trazendo
sérios problemas para àquela comunidade, pois com o passar do tempo, a maioria desses
objetos sofre oxidação, rompem, e afetam os lençóis freáticos, contaminam o solo; exemplo
disso são os computadores, monitores de LCD que contém mercúrio e causam problemas de
estômago, distúrbios renais e alterações genéticas; um computador e televisores carregam
cerca de dois quilos de chumbo que causam danos no sistema nervoso, e arsênio presente em
celulares, que podem causar danos ao sistema digestivo, doenças de pele, coração e fígado.
Esse tipo de lixo ao contrário do que muita gente pensa, pode ser reciclável quando
descartado em lugares corretos, muitos desses objetos podem ser consertados e doados às
instituições que queiram reaproveitar.
É crescente o número de empresas certificadas ambientalmente para reciclagem
desses produtos. E apenas alguns desses produtos dispõem de normas legais de descarte,
como é o caso de pilhas e baterias que são classificados como classe I, por tanto seu
tratamento de destinação devem ser conforme rege a NBR 10.004.
Embora, o número de entidades que se preocupam com o descarte de seus resíduos
sejam cada vez mais crescentes, ainda assim, é alarmante a quantidade de organizações que
20
não têm essa preocupação com o meio ambiente, seja ela por desconhecimento, ou pelos altos
custos que podem acarretar esse processo. Sendo assim, essa é uma das maiores dificuldades
que o Brasil terá que enfrentar no que diz respeito à relação meio ambiente e empresas, é a
conscientização de todos os envolvidos: fabricante, empresa, população. Entretanto, a
empresa que se propuser a direcionar seus interesses somente nos custos poderá perder uma
boa e significativa fatia no mercado. Pois, a preocupação com a sustentabilidade tem um
crescimento cada vez maior, e os métodos usados pelas organizações para mostrar tal
preocupação com a comunidade é além de um bom exemplo, uma grande estratégia de
marketing que irá trazer junto à empresa competitividade e lucratividade. Como exemplo
pode citar-se uma rede de supermercado, localizada no Estado do Pará. Essa organização
disponibiliza aos seus clientes contêineres para a coleta seletiva de resíduos, e sacolas
biodegradáveis, sendo esses serviços anunciados nos meios de comunicação local.
Quando um cidadão comum ou empresa deseja dar aos seus dejetos um destino
apropriado, eles devem buscar no mercado uma organização legalizada conforme a NBR
10.004, para cada tipo de resíduo. Dentre as existentes destacam-se:
•
Ponto de entrega voluntária – PEV: Após ter separado os dejetos, os cidadãos
podem descartá-los em recipientes próprios para cada tipo de material.
•
Cooperativas de Catadores: Grupos organizados que coletam os resíduos em
lixões, ruas e aterros.
O processo da reciclagem começa no momento em que o produto é descartado,
inicialmente separando os resíduos onde cada tipo tem seu diferencial no momento da coleta.
Hoje a maioria das empresas segue o procedimento conforme exigido pelo Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA) 275, onde o ministério do Meio Ambiente especifica as cores
dos coletores para facilitar, incentivar e reduzir o crescente impacto ambiental, além de
funcional, este método ajuda a esclarecer dúvidas dos colaboradores na hora de jogar o
resíduo fora, conforme resolução onde se especifica as cores para cada tipo de material, que
são: Conforme (ANEXO 2).
Para os resíduos não recicláveis temos a destinação correta, que são os aterros, cada
tipo tem o aterro específico conforme legislação. De acordo com (REIS (2005), o aterro
21
controlado é um depósito no solo onde o resíduo será depositado, compactado ao menor
volume possível e coberto por material inerte. Neste tipo de aterro deverá ter resíduo como:
restos de alimentos, papéis higiênicos, guardanapos sujos entre outros, esses resíduos após
serem despejados no local não recebem nenhum tipo de tratamento para o chorume líquido ou
gases que se formam. Já o aterro sanitário, é um local no solo, onde irão ficar os resíduos para
serem tratados, devido à falta infraestrutura ou uma boa administração para serem bem
distribuídos estes resíduos.
Quando esses aterros acumulam sua capacidade máxima, podem ser construídos
parques ou outros aterros em locais apropriados e com fiscalização para não afetar a
população da região ou o próprio Meio Ambiente.
De acordo com About Admin (apud em A SIQUEIRA, 2001, p.15).
O aterro industrial é o local final no solo, onde deve ficar os resíduos da indústria,
para que não haja prejuízos ao homem e nem ao meio ambiente. Esses resíduos após serem
depositados deverão ser cobertos com terra, no final de cada jornada de trabalho. Além dos
aterros existem outras formas de destino final dos resíduos, conforme a classificação abaixo:
•
Aterro classe I: Fita, latas de tintas impregnadas com substâncias impermeáveis,
papel-carbono, adesivos, papéis revestidos com algum tipo de parafina, latas de
verniz; solventes; químicos e inseticidas.
•
O Co-processamento consiste na queima do material em forno de cimento. A diferença
desse processo para os demais, é que, ele aproveita os resíduos como material
energético e/ou até mesmo de substituição da matéria prima na indústria de cimentos.
Porém esse processo só é possível para resíduos líquidos, sólidos e pastosos.
•
A compostagem consiste na decomposição da matéria de origem vegetal ou animal
pela ação de bactérias, é processo é geralmente realizado nas usinas de compostagem,
o produto dessa decomposição pode ser utilizado na fertilização do solo.
•
A incineração é um processo de decomposição onde a matéria orgânica passará para o
estado gasoso e depois sólido, a uma temperatura de 1250ºC no tempo de 2 segundos.
Podem ser incinerados, todos os produtos com defeitos, ou que apresentam
periculosidade segundo a NBR 10004. Para que tal processo ocorra sem trazer prejuízos à
22
população, REIS, (2005, p. 129) “As centrais de incineração devem conter filtros e outras
tecnologias”.
3.2.3 Resíduos Sólidos não Recicláveis
São considerados resíduos não recicláveis tudo aquilo que não pode ser
reaproveitado. Não servem para reciclagem: papel vegetal, papel celofane, papéis encerados
ou impregnados com substâncias impermeáveis, papel-carbono, papéis sanitários usados,
papéis sujos, engordurados ou contaminados com alguma substância nociva à saúde, papéis
revestidos com algum tipo de parafina ou silicone também não podem ser reciclados,
fotografia, fitas adesivas e etiquetas adesivas tomadas; cabos de panelas; adesivos; espuma;
plástico tipo celofane; embalagens plásticas metalizadas (de salgadinhos, por exemplo);
isopor, espelhos; portas de vidro; boxes temperados; óculos; porcelanas; vidros especiais;
vidros de automóveis; lâmpadas; tubos de televisão e válvulas; ampolas de medicamentos e
cristal, clipes; esponja de aço; aerossóis; latas de tinta; latas de verniz; solventes; químicos e
inseticidas.
Segundo Marcelo Morgado assessor de meio ambiente da presidência da Secretária
de Saneamento do Estado de São Paulo (Sapesp), resíduos como o papel higiênico,
absorventes, não devem ser jogados no vaso sanitário uma vez que isso causa problemas na
rede de esgoto. Porém nos Estados Unidos, é normal que seja feito este processo papel
higiênicos dos finos e absorventes se desmancham facilmente com a água e o sistema de
esgoto foi projetado pra receber esse tipo de resíduo. Nestas usinas, os resíduos são separados
em três parcelas: materiais orgânicos; materiais recicláveis; e a parte não aproveitável do lixo,
denominada de "rejeito" (pedras, couros, borrachas e plásticos sujos). A parte orgânica dos
resíduos é triturada, aerada, peneirada e submetida ao processo de compostagem (processo
biológico de decomposição da matéria orgânica). Os materiais recicláveis são comercializados
e o rejeito é transportado para os aterros sanitários. Não se pode falar de Meio Ambiente sem
citar alguns pontos da legislação, conforme (ANEXO 3 ).
23
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A empresa de Mineração X está situada em uma região considerada polo industrial
devido às indústrias instaladas e prestadoras de serviços nesta região.
A localização da Planta de beneficiamento da empresa está situada na Rodovia PA
483 – Km 20 – Bairro Vila do Conde, no município de Barcarena, no estado do Para,
conforme mostra a figura abaixo.
Figura 1: Localização da Planta de Beneficiamento e Porto e Mina da X.
A Empresa X, de mineração hoje trabalha e atua em mais de 47 países com diversos
segmentos, ela opera no Pará desde 1996 onde hoje é considerada a maior em beneficiamento
de caulim do mundo, com capacidade de produção de 2 milhões de toneladas por ano.
Em 2010, a empresa X associou-se a uma empresa que pertencia ao grupo VALE,
que também é situada na mesma região. Ela dispõe de Porto próprio, com duas plataformas de
embarque para facilitar a comercialização com os clientes do exterior.
As Minas de extração são localizadas em Ipixuna do Pará, onde o minério é lavrado
e processado a remoção de areia, depois disso o minério bruto é transferido pelo mineroduto
24
de 158 km de extensão até Barcarena, onde é beneficiado, passando por vários processos de
beneficiamento com o objetivo de atingir o grau de satisfação para o comércio.
A empresa X é uma das maiores compradoras de insumos e serviços do estado, além
de ser uma das 10 maiores exportadoras de minérios do Brasil, pois além de pensar nos seus
consumidores, também pensa na qualidade de vida dos seus colaboradores, onde têm
benefícios, treinamentos e a valorização de um bom relacionamento entre eles, onde é
refletido na boa produtividade e perspectivas profissionais (crescimento).
3.3.1 Politica de gestão integrada
É um sistema de melhoria continua baseado nas certificações das ISOS 9001 de 2008
(Qualidade), 14001 2004 (Meio Ambiente) e OHSAS 18001 2007 (Saúde e Segurança no
Trabalho), onde existe o comprometimento desde a alta administração até o mais simples
colaborador de mão de obra direta.
A empresa de mineração X tem como princípios na condução dos seus negócios
alguns critérios:
•
Satisfazer os requisitos dos clientes e partes interessadas, através da qualidade
dos produtos e melhoria continua na eficácia dos processos, atividades, produtos e serviços.
•
Atender a legislação e outros requisitos vigentes, incluindo os requisitos vigentes,
incluindo os requisitos do Sistema de Gestão Integrada.
•
Prevenir a poluição, minimizar os recursos naturais e insumos importantes para o
processo além de controlar os resíduos gerados.
•
Trabalhar em parceria com as comunidades visando à conservação ambiental das
áreas onde atuam.
•
Promover e preservar a integridade física dos colaboradores através do
gerenciamento dos perigos no ambiente de trabalho, proporcionando um local de trabalho
seguro e saudável.
O Sistema de Gestão Integrado (SGI), implantado na empresa está baseado nas
seguintes normas:
ISO 9001:2000 – Gestão da Qualidade
ISO 14001:2004 – Gestão Ambiental
25
ISO 18001:1999 – Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional
Esses critérios têm como objetivo proporcionar a satisfação dos clientes, tendo uma
produção de alta qualidade, com melhoria nos processos da empresa, garantindo à satisfação e
a motivação dos colaboradores a cumprir as leis e normas aplicáveis para se destacar e
garantir a participação no mercado mundial.
3.3.2 Política de Gerenciamento de Resíduos da Empresa X
O Sistema de gestão Ambiental, conforme citado nos capítulos anteriores, torna-se
uma importante ferramenta para ajudar no processo voltado a resolver e prevenir os
problemas do caráter ambiental. O gerenciamento de um processo por meio das ferramentas
de um SGA possibilita ganhos de produtividade e qualidade, além da satisfação das pessoas
envolvidas diretamente, onde se percebe a evolução de melhorias na qualidade dos serviços.
A indústria de caulim gera resíduos sólidos em praticamente todas as etapas do
processo produtivo, dentre os quais se destacam resíduos com potencial para reciclagem,
resíduos contaminados, resíduos não recicláveis, resíduos orgânicos e de escritório.
Dentro do SGA a empresa criou uma política de Gerenciamento de resíduos, onde é
especificada a descrição das atividades e objetivos a serem executados para controle dos
descartes e levantamentos dos resíduos gerados na empresa, objetivando assegurar que todos
os resíduos gerados na empresa sejam adequadamente identificados, classificados, segregados
e descartados de modo a não afetar de maneira adversa a saúde e a segurança dos
colaboradores e terceiros, nem causar impacto negativo no Meio Ambiente.
Com a prática das atividades serão destacados: levantamento dos resíduos gerados
identificando os locais de geração e a origem dos resíduos; classificação dos resíduos gerados
conforme a norma NBR 10004, classe I resíduos perigosos, classe IIA resíduos não inertes,
Classe IIB resíduos inerte; acondicionamento dos resíduos, onde devem ser acondicionados
que permite a identificação dos resíduos, de modo que sejam classificados de forma imediata;
coleta interna de resíduos, onde é semanalmente realizada em todas as unidades da empresa
por equipe devidamente treinada e equipamentos adequados para este tipo de serviço;
manuseio de resíduos deverá ser realizado com utilização de EPI’S aplicáveis para as
atividades, dentre das atividades acima, podemos citar os serviços de coleta de Resíduos de
Serviço de Saúde que são agregados, coletados, transportados e destinados separadamente dos
26
outros resíduos Seu acondicionamento é em saco branco leitoso e container rígido. O material
perfuro cortante é acondicionado em Descartex, obedecendo à marca de segurança do limite
total da caixa. A coleta é realizada em carro apropriado para resíduos de serviço de saúde. A
destinação final deste tipo de resíduo é a incineração, gerando um certificado específico deste
serviço, para este deverá conter inventário de resíduos atualizados mensalmente com
quantidades geradas e enviadas que serão reportadas na Planilha de Controle de Resíduos.
Para destinação final será necessário apresentação da licença de operação emitida pelo órgão
ambiental responsável pelo licenciamento.
Observou-se que a empresa de mineração X desenvolveu nas suas atividades várias
ações para efetivação do descarte, ambientalmente adequado dos resíduos gerados, obtendo
melhoria contínua no processo e desenvolvimento de suas ideias. São realizados treinamentos
e
palestras
para
os
colaboradores
que
manipulam
os
resíduos,
visando
a
conscientização/sensibilização dos mesmos, quanto aos perigos e riscos envolvidos no cenário
em questão.
Dentro da empresa foi desenvolvida uma Ferramenta chamada Alerta Segurança,
Saúde e Meio Ambiente (SSMA), onde são repassadas para todos os colaboradores
informações específicas sobre assuntos nestas áreas, no caso dos resíduos são enviados
informações sobre a coleta, o destino e como evitar o descarte incorreto, conforme (ANEXO
4).
Com a atual e crescente movimentação mundial em favor da proteção ao meio
ambiente, a empresa não poderia se excluir de sua responsabilidade, fato que os incentivaram
a sistematizar e implementar um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e
operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio
ambiente através da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes
do planejamento, implantação, operação ou ampliação de todas as nossas atividades,
incluindo-se todas as fases do ciclo de vida dos produtos finais, com a finalidade de buscar
permanentemente a melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de
trabalho.
O objetivo da empresa é integrar os aspectos ambientais à operacionalização de suas
atividades de modo que, simultaneamente, atuem em favor de um bom desempenho e
sistematização dos processos de gestão ambiental para o alcance de nossos objetivos.
27
Dispor dos dados constantes no Inventário de resíduos é estratégico para o sistema de
gestão de resíduos sólidos da empresa, pois a partir destas informações é que são
estabelecidas metas, necessidade de implementação de programas complementares de
controle ambiental, melhorias em aspectos ambientais críticos, verificação do cumprimento de
requisitos legais, treinamentos a serem fornecidos para os colaboradores e outros.
Considerando as melhorias implementadas, pode-se observar um aumento no
desempenho ambiental da empresa, que vem aperfeiçoando continuamente, através do
estabelecimento interno de objetivos e metas, que são avaliadas criticamente pela
organização.
É importante citar o processo de produção para saber como são gerados os resíduos
industriais na empresa. Tal processo tem como base onze etapas, conforme mostra abaixo:
1 Separação magnética
O caulim é processado em separadores eletromagnéticos criogênicos - a bobina
geradora do campo magnético é imersa em um banho de hélio líquido a 270ºC negativos de
alta intensidade e alto gradiente de campo magnético para a remoção de partículas como
minerais de ferro e titânio de coloração escura. Esse processo é responsável pela elevação
inicial da alvura do caulim. A separação magnética é responsável pelo maior consumo de
água da Planta de Beneficiamento, onde acontece a lavagem das partículas magnéticas que é
feita em meio bastante diluído. Ao chegar à bacia de rejeitos a areia e as partículas magnéticas
sedimentam rapidamente, o que permite a obtenção de uma lâmina de água bem clarificada.
Essa água é recuperada e retorna para a planta industrial formando um ciclo fechado.
2 Pré-moagem
Após a separação magnética, a polpa de caulim é enviada para moinhos de atrição
onde ocorre a delaminação parcial ocasionando alteração na granulometria do caulim
permitindo uma maior recuperação do produto na etapa de centrifugação.
3 Centrifugação
Atualmente existem oito centrífugas que são responsáveis pela adequação
granulométrica final dos produtos. Nessa fase a polpa de caulim é submetida a uma força de
28
até duas mil vezes maior do que a da gravidade, o que resulta na separação entre produtos
finos e grossos. Os produtos finos são conduzidos diretamente para o alvejamento químico,
enquanto que os grossos são enviados para a fase de delaminação.
4 Delaminação
Nessa fase os grossos provenientes da centrifugação são alimentados a uma bateria
de delaminadores que através de uma intensa força de atrição reduzem o tamanho
granulométrico do caulim separando aglomerados em partículas individuais.
5 Alvejamento
As polpas de diferentes produtos são enviadas separadamente para o processo de
alvejamento químico que é responsável pela elevação final da alvura do caulim. Durante esse
processo a polpa recebe a adição de ácido sulfúrico e/ou sulfato de alumínio para a redução do
p da floculação e recebe também o hidrossulfito de sódio, como agente branqueador que faz a
dissolução do ferro residual. Os produtos alvejados são armazenados em tanques de concreto
revestidos com lajotas antiácidas.
6 Filtragem
As polpas de diferentes produtos, uma vez já alvejadas, são enviadas, separadamente,
para quatro filtros prensa e sete filtros rotativos de tambor a vácuo para a remoção de água e
dos compostos de ferro dissolvidos no processo anterior de alvejamento, a água removida na
filtragem é bombeada para o tanque de rejeito e depois bombeada para a bacia de rejeitos de
filtrado.
7 Redispersão
Nessa fase o material proveniente dos filtros recebe adição de agentes dispersantes
como poliacrilato de sódio e barrilha em equipamentos, os chamados dispersadores de intensa
agitação mecânica, que colocam novamente as partículas de caulim em suspensão
transformando a torta novamente em uma polpa que apresenta pequena quantidade de água
(35 - 45%).
8 Evaporação
29
Nessa fase a polpa de caulim já redispersa passa por evaporadores, com o objetivo de
aumentar o teor de sólidos sendo estocada em tanques de produto evaporado. O processo de
evaporação é formado por um vaso cilíndrico e de um sistema de geração de vapor composto
por uma caldeira tipo flamo-tubular, que utiliza óleo BPF-1A, como combustível. O vapor
gerado pela caldeira flamo-tubular alimenta um trocador de calor vapor/polpa, que promove o
aquecimento da polpa até a temperatura de ebulição da água. A polpa aquecida é alimentada
no vaso cilíndrico do evaporador, onde através de sistema de vácuo retira-se o líquido
condensado, resultante do processo de evaporação que é reutilizado em determinadas etapas
do processo de beneficiamento de caulim.
9 Secagem
Parte da polpa de caulim previamente evaporada, com concentração de sólidos de 64
a 67 %, é enviada para dois (2) secadores tipo “spray dryer” onde, em contato com ar
previamente aquecido, ocorrendo à evaporação da água, resultando no produto em forma de
pó com umidade média de 4 a 8 %. O ar quente utilizado no secador é gerado a partir de um
trocador de calor tipo gás/ar. O gás quente responsável pelo aquecimento do ar de secagem é
obtido pela queima de combustível (BPF-1A) em uma fornalha revestida com tijolos
refratários. Atualmente estão instalados duas unidades de secagem sendo uma na área da
Planta e outra na área do Porto.
Na planta industrial, o pó fino gerado na secagem é coletado em uma bateria de
ciclones e depois disso se junta ao fluxo principal de produto do secador. A chaminé está
equipada com lavador tipo “spray” de água que faz a coleta do pó que eventualmente não
tenha sido coletado pelos ciclones, enquanto na unidade instalada no Porto são utilizados
filtros de manga. O produto do secador da área da planta é estocado em silos com capacidade
para 100 toneladas de onde é realizado o carregamento de caminhões tanque (graneleiros) que
fazem o transporte para o Porto.
No secador instalado na área do Porto, o produto segue por correia transportadora
para um sistema de elevador de canecas, sendo então descarregados nos silos.
10 Ensacamento
de “big bags”
30
Ainda na área de secagem da planta industrial, através do silo intermediário de 100 toneladas,
também se faz a operação de enchimento de “big bags” (sacos de uma tonelada). Essa área
está provida de um filtro de manga que faz coleta do pó de caulim presente no ar.
11 Produção lump
O lump é um produto gerado a partir de rejeitos, que anteriormente eram descartados
na bacia de rejeitos.
Nesta etapa, o produto alvejado e floculado, com sólidos em torno de 38 % são
alimentados a um conjunto de 20 filtros de alta pressão (tube press) produzindo tortas com
teor de umidade de aproximadamente 18 %. A descarga da torta formada nesse processo de
filtragem é feita por ação onde um dispositivo de ar comprimido, que causa a fragmentação da
torta em pequenos pedaços (lumps), os quais seguem por correias transportadoras para
estocagem em armazém (baias). Por ser produzido com alto grau de secura este produto não
necessita de quaisquer outros equipamentos de secagem.
O objetivo da empresa é integrar os aspectos ambientais à operacionalização de suas
atividades de modo que, simultaneamente, atuem em favor de um bom desempenho e
sistematização dos processos de gestão ambiental para o alcance de nossos objetivos.
Dispor dos dados constantes é estratégico para o sistema de gestão de resíduos
sólidos da empresa, pois a partir destas informações é que são estabelecidas metas,
necessidade de implementação de programas complementares de controle ambiental,
melhorias em aspectos ambientais críticos, verificação do cumprimento de requisitos legais,
treinamentos a serem fornecidos para os colaboradores e outros.
Considerando as melhorias implementadas, pode-se observar um aumento no
desempenho ambiental da empresa, que vem melhorando continuamente, através do
estabelecimento interno de objetivos e metas, que são avaliadas criticamente pela
organização.
Neste trabalho observou-se que a empresa tem se destacado no cenário mundial
devido à preocupação com o Meio Ambiente, esse é um dos motivos que a empresa ganhou
mercado lá fora, ou seja, a empresa tornou-se mais competitiva dentro do mercado.
31
A empresa X em todo o seu processo de gerenciamento dos resíduos, obedece
rigorosamente à legislação vigente para produção do Caulim, um dos meios utilizados para
ter esse controle são os relatórios desenvolvidos pelos técnicos da área do Meio Ambiente,
com tudo, a empresa sabe que suas ações não seriam eficazes sem o monitoramento das
atividades constantes.
32
4 RESULTADOS
Os resultados foram obtidos através de entrevista informal pelo setor de meio
ambiente da empresa, análise de documentos e acompanhamento “in loco” das atividades
pertinentes a gestão dos resíduos. Os mesmos serão apresentados a seguir e são constituídos e
são dos objetivos específicos estabelecidos neste estudo de caso:
Para identificar oportunidade de implementação de programas de melhoria continua,
voltados à redução da geração de resíduos industriais, a empresa informou que o Inventário
Anual de Resíduos, além de ser um requisito legal, também é uma ferramenta estratégica
para o sistema de gestão de resíduos, pois a partir das informações geradas, são estabelecidas
metas, necessidade de implementação de programas complementares de controle ambiental,
melhorias em aspectos ambientais críticos e treinamentos a serem fornecidos para os
colaboradores.
Foi concedida uma planilha interna de indicadores ambientais, onde a geração de
resíduos é relacionada com a quantidade de minério (caulim) produzido, fazendo com que a
tomada de decisão seja necessária, em casos de aumento de geração de resíduos, uma vez
que este acréscimo representa, não somente perdas no processo, como também ocasionam
custos com a destinação final ambientalmente adequada, conforme preconiza legislação
vigente.
O Gráfico 1 apresenta o índice de geração de resíduos referente ao ano de 2012 na
empresa, objeto deste estudo, relacionado.
Gráfico 1: Índice de geração de resíduos, por tonelada de minério produzida.
Fonte: Empresa Mineradora
33
O Gráfico 1 mostra o desempenho do balanço de massa, compreendido pela
quantidade de resíduo gerada para cada tonelada de caulim produzida.
O valor médio do ano de referencia deste estudo foi de 0,24 toneladas. Isto significa
que foram gerados, em média, 240 kg para produzir 1000 kg de caulim, representando uma
perda de 24% de resíduos por tonelada de produto.
Levando-se em consideração períodos trimestrais, os valores maiores foram
observados nos meses de março, junho, setembro e dezembro, sendo este último em função
das comemorações alusivas às festas de natal e ano novo. Os demais meses estão
relacionados aos períodos de auditorias (internas e externas) de certificação da ISO 14001,
que culminam em mutirões de limpeza, refletindo significativamente na elevação do índice
de geração de resíduos.
Os valores menores foram observados nos meses de julho e outubro, onde houve
redução da produtividade de minério, em função do esfriamento do mercado provocado por
dificuldades na economia mundial.
A empresa em estudo informou que está elaborando um plano de ação para monitorar
os meses com maior potencial de aumento de geração de resíduos, para manter uma
performance com tendência sempre para baixo.
O levantamento de aspectos e impactos ambientais é uma ferramenta prevista na NBR
14.001/04 da ABNT e possui carácter decisivo, no que se refere à prevenção da poluição e/ou
contaminação. Desta forma a Tabela 1 apresenta o levantamento de aspectos e impactos
ambientais relacionados aos resíduos industriais gerados na empresa, objeto deste estudo.
Tabela 1: Levantamento de aspectos e impactos ambientais
Item
01
Aspecto Ambiental
Impacto Ambiental
Medida de controle
Geração de resíduos de classe IIB – Poluição do solo.
Descartar em coletor interno
inertes, tais como sucata metálica
de cor amarela e destinar para
mista.
empresa
licenciada
devidamente
para
realizar
o
processo de reciclagem.
Geração de resíduos de classe IIA – Poluição do solo e da Descartar
02
nos
código
coletores,
não inertes, tais como plástico, água.
conforme
papel/papelão, madeira, galhos, lixo
(CONAMA 275/01) e destinar
comum (banheiro), resíduo orgânico
para
empresa
de
cores
devidamente
34
(restaurante)
e
lodo
de
fossas
licenciada
sépticas.
realizar
e/ou Descartar em coletor de cor
perigosos, tais como trapos e estopas contaminação do solo, laranja
e
destinar
contaminados com óleo e/ou outros água, fauna e flora.
empresa
produtos químicos, óleo lubrificante
licenciada
usado, borra de óleo BPF, resíduo de
processo de incineração.
para
devidamente
para
realizar
amianto (telhas quebradas), óleo
comestível (restaurante) e resíduo
ambulatorial.
Para analise dos requisitos legais e normativos aplicáveis a Gestão de Resíduos
Industriais, a empresa informou que o Sistema de Gestão de Resíduos implementado está
baseado na legislação ambiental vigente. Após verificação, através da análise de documentos
e acompanhamento das atividades “in loco” constatou-se o cumprindo dos requisitos legais
e/ou normativos aplicáveis a gestão de resíduos, conforme apresenta a Tabela 2.
Tabela 2: Legislação ambiental utilizada na Gestão de Resíduos da empresa.
Item
Instrumento
Evidencia
Lei federal nº 12.305 de 02 de agosto de
01
2010. ”Institui a Política Nacional de Art8: II - os inventários e o sistema declaratório
anual de resíduos sólidos; III - a coleta seletiva,
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de os sistemas de logística reversa e outras
12 de fevereiro de 1998; e dá outras ferramentas relacionadas à implementação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
providências”
vida dos produtos; XVII - Cadastro Técnico
Federal
de
Atividades
Potencialmente
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais.
Art. 9: Na gestão e gerenciamento de resíduos
sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de
prioridade: não geração, redução, reutilização,
reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos.
02
o
processo de incineração.
Geração de resíduos de classe I – Poluição
03
para
Decreto federal nº 96.044 de 18 de maio .- Foi observado que os resíduos perigosos são
de 1988.” Aprova o Regulamento para o
o
35
Transporte
Rodoviário
de
Produtos destinados, conforme sequencia abaixo:
Perigosos e dá outras providências”
- check-list do veículo transportador;
- Nota fiscal dos resíduos;
- Declaração para transporte;
- Ficha de emergência.
- Cadastro de rotas no Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes – DNIT.
Resolução nº 420 de 12 de fevereiro de - A nota fiscal para transporte dos resíduos
2004 da Agencia Nacional de Transporte perigosos possui nº ONU, e classe de risco.
Terrestre (ANTT). “Aprova as Instruções
03
Complementares
ao
Regulamento
do
Transporte Terrestre de Produtos”.
- Os resíduos perigosos são transportados em
embalagens homologadas pelo Instituto Nacional
de
Metrologia,
Qualidade
e
Tecnologia
(INMETRO).
Resolução nº 275 de 25 de abril de 2001 A empresa possui kit’s de coleta seletiva em
do Conselho Nacional de Meio ambiente vários locais da usina de beneficiamento.
04
(CONAMA).Estabelece código de cores
para diferentes tipos de resíduos na coleta
seletiva.
Resolução nº 313 de 29 de outubro de A empresa protocoliza o Inventário Anual de
05
2002 do CONAMA. “Dispõe sobre o Resíduos no mês de março de cada ano, no
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos órgão ambiental.
Industriais”.
Resolução nº 283 de 12 de julho de 2001 Os
resíduos
do CONAMA. “Dispõe sobre o tratamento armazenados
06
de
serviço
de
separadamente
saúde
dos
e a destinação final dos resíduos dos resíduos, em recipiente específico,
serviços de saúde”.
destinados
ao
processo
de
são
demais
e são
incineração,
juntamente com a documentação mencionada no
item 2 desta tabela.
36
Resolução RDC nº 306 de 07 de dezembro .Idem item 6.
de 2004 do Ministério da Saúde – Agência
07
Nacional de Vigilância Sanitária. “Dispõe
sobre o Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde”
Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) Constatou-se que os locais de armazenamento
08
nº
11174
de
julho
de
1990. possuem piso impermeável, com contenção, além
“Armazenamento de resíduos classes II - de cobertura quando for o caso.
não inertes e IIB – inertes”.
NBR nº 12235 de abril de 1992.” Constatou-se que a área de armazenamento de
Armazenamento
09
de
resíduos
perigosos”.
sólidos resíduos perigosos possui piso impermeável, com
contenção dotada de caixa separadora de água e
óleo,
área
coberta,
ventilação
natural
e
iluminação artificial.
NBR nº 13221 de abril de 1992.” Observou-se que todos os resíduos perigosos são
10
Transporte terrestre de resíduos”.
destinados mediante a emissão do Manifesto
para transporte de resíduos.
37
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os conceitos de meio ambiente, gestão ambiental e desenvolvimento sustentável,
são bem recentes. Até pouco tempo, os recursos ambientais eram tratados de forma isolada,
razão pela qual os instrumentos e os mecanismos necessários à gestão do meio ambiente
ainda não estavam desenvolvidos e aperfeiçoados em sua plenitude. Atualmente, o mundo
enfrenta um dos maiores desafios do novo milênio, que é fazer com que as forças do mercado
invistam e criem métodos para melhorar a qualidade de vida das pessoas e, ao mesmo tempo,
proteger o meio ambiente.
Percebeu-se que a empresa em estudo criou uma política de gerenciamento de
resíduos especifica com a descrição das atividades e objetivos a serem executados para
controle do descarte e levantamentos dos resíduos gerados pela empresa.
Diante deste contexto, a empresa em questão desenvolve em suas atividades várias
ações nas quais se percebeu melhoria contínua e desenvolvimento de ideias, tais como
treinamento aos colaboradores, que trabalham e que produzem direta ou indiretamente os
resíduos.
Assim, conclui-se que as ações empreendidas pela empresa em estudo, integram
aspectos ambientais à operacionalização de suas atividades, conseguindo atuar de forma
eficaz para o alcance do bom desempenho dos processos de Gestão Ambiental na efetivação
de seus objetivos.
38
REFERENCIAS
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