FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE MARIA LUZIA PEREIRA ALVES ADEQUAÇÃO DA ATÊNÇAO À SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA NO MUNICÍPIO DO PAUDALHO SEGUNDO O OLHAR DA REDE CEGONHA RECIFE 2012 2 MARIA LUZIA PEREIRA ALVES ADEQUAÇÃO DA ATÊNÇAO Á SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA NO MUNICÍPIO DO PAUDALHO SEGUNDO O OLHAR DA REDE CEGONHA Plano de Intervenção apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistema e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para obtenção do título de especialista em gestão de sistemas e serviços em saúde. Orientador: Dr. Prof. José Luiz do Amaral Corrêa de Araújo Júnior RECIFE 2012 3 Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães A474a Alves, Maria Luzia Pereira. Adequação da atenção à Saúde da Mulher e da Criança no município do Paudalho segundo olhar da rede cegonha / Maria Luzia Pereira Alves. - Recife: [s.n.], 2012. 25 p. Plano de Intervenção (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços em Saúde) Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2011. Orientador: José Luiz do Amaral Corrêa de Araújo Júnior. 1. Assistência. 2. Acolhimento. 3. Mortalidade. I. Araújo Júnior, José Luiz do Amaral Corrêa. II. Título. CDU 614.39 4 MARIA LUZIA PEREIRA ALVES ADEQUAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA NO MUNICÍPIO DO PAUDALHO SEGUNDO O OLHAR DA REDE CEGONHA Plano de Intervenção apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistema e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para obtenção do título de especialista em gestão de sistemas e serviços em saúde. Aprovado em: _____/ ______/ ________ BANCA EXAMINADORA ____________________________________________ Drª Profª Bernadete Perez Coelho SMS Recife ____________________________________________ Dr. Prof. José Luiz do Amaral Corrêa de Araújo Júnior CPqAM/Fiocruz/PE 5 ALVES, Maria Luzia Pereira. Adequação da atenção à saúde da mulher e da criança no município do Paudalho segundo olhar da Rede Cegonha. 2012. Plano de Intervenção (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2012. RESUMO Este trabalho tem por objetivo adequar a assistência a saúde da Mulher e da criança no Município de Paudalho com o propósito de reduzir a morbimortalidade materna e infantil implementando ações em toda a rede assistencial segundo as diretrizes da Rede Cegonha conforme a portaria 4.279/GM/MS2010. Que determina o fortalecimento da assistência a Mulher e a criança na rede de atenção básica municipal,fomenta a implementação de novo modelo de atenção a saúde da mulher e a saúde da criança com foco na atenção ao parto nascimento, crescimento e desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses de vida, para reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal, organizar o fluxo da rede de atenção a Saúde materna e infantil para que esta garanta acesso acolhimento e resolutividade. Uma importante constatação é que a saúde comporta uma dupla dimensão convergente com o desenvolvimento do Brasil, seja como parte da política social e do sistema de proteção social, seja também como fonte de geração de riqueza para o País. Com base nessa perspectiva, o entendimento das ações voltadas para a promoção, à prevenção e a assistência a saúde, como estão hoje consubstanciadas na Estratégia de Saúde da Família, deixam de se constituir um ônus ou um fardo que onera o orçamento público, mas se tornam partes constitutivas da Estratégia de Desenvolvimento Nacional (BRASIL, 2009). Várias práticas assistenciais necessitam ser revisadas e/ou abolidas e outras incorporadas ao cotidiano dos serviços, quer sejam como atitudes pois informam uma nova ética no cuidado; como novas práticas encarnadas em novos processos de trabalho. É correto supor, que tais mudanças não se efetivam espontaneamente, fazendo-se necessária a organização e coordenação de várias fontes de ação simultâneas, as quais obrigatoriamente devem articular o campo da gestão e do cuidado, tornandose indissociável. A construção de uma linha de ação mais democrática e participativa permite que os trabalhadores se responsabilizem com o funcionamento dos serviços de saúde e façam parte do processo de mudança sendo assim estaremos implementando novas rotinas na assistência ao pré-natal,parto, puerpério e a criança de zero aos vinte e quatro meses de vida,garantindo acompanhamento humanizado. Palavras – Chaves: Assistência, Acolhimento, Mortalidade 6 ALVES, Maria Luzia Pereira. Appropriateness of Care's Maternal Child municipality Paudalho Network Stork's second look. 2012. Intervention Plan (Specialization in Management Systems and Health Services) - Aggeu Magalhães Research Center, Oswaldo Cruz, Recife, 2012. ABSTRACT This work AIMS adapts to the health care of the woman and child in the city of Paudalho in order to Reduce maternal and infant mortality by Implementing actions throughout the healthcare network According to the guidelines of the ordinance the Stork Network 4.279/GM/MS2010. Which determines the strengthening of Women and child care in the primary care network hall, fosters the Implementation of new care model women's health and child health with a focus on birth care birth, growth and development of children from birth to twenty-four months of life, to Reduce maternal and infant mortality with emphasis on neonatal, organize the flow of network attention to maternal and child health to Ensure That this host access and resoluteness. An important finding is That Health Involves the double dimension converges with Brazil's development, Either the part of social policy and social protection system, Either as a source of wealth creation for the country based on this perspective, understanding of actions for the promotion, prevention and health care, the They are today embodied in the Family Health Strategy, cease to be a burden or a burden borne by the public budget, but become constituent parts of the National Development strategy (BRASIL, 2009). Various healthcare practices need to be revised and / or abolished and incorporated into other daily services, Whether such attitudes to inform the new ethics in care, how new practices embodied in new work processes. It is correct to assume That's not such changes become effective spontaneously, making the organization Necessary and Coordination of multiple simultaneous sources of action, Which Necessarily must articulate the field of management and care, Becoming inseparable. The construction of a line of more democratic and participatory action Allows workers to take Responsibility for the Functioning of health services and are part of the change process so we will be Implementing new routines in prenatal care, childbirth, postpartum and child zero to twenty-four months of life, Ensuring monitoring humanized. Key - Words: Health, Home, Mortality 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 08 2 OBJETIVOS ………………………………………………………………………...… 12 2.1 Objetivo Geral…...................................................................................................12 2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 12 3 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL.......................................................................13 4 CRONOGRAMA DE METAS, ESTRATÉGIAS....................................................17 5 ORÇAMENTO…...................................................................................................21 6 RESULTADOS ESPERADOS…..........................................................................22 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................23 8 1 INTRODUÇÃO Vivencia-se no Brasil vinte anos de SUS, quinze anos da Estratégia de Saúde da Família, seis anos do Pacto pela Saúde lançado pelo Ministério da Saúde e os resultados de sua implementação são expressivos quando avaliamos os avanços na redução de agravos e promoção da saúde da população (MACINKO, 2006). Mais importante ainda é a constatação de que a saúde comporta uma dupla dimensão convergente com o desenvolvimento do Brasil, seja como parte da política social e do sistema de proteção social, seja também como fonte de geração de riqueza para o País. Com base nessa perspectiva, o entendimento das ações voltadas para a promoção, à prevenção e a assistência a saúde, como estão hoje consubstanciadas na Estratégia de Saúde da Família, deixam de se constituir um ônus ou um fardo que onera o orçamento público, mas se tornam partes constitutivas da Estratégia de Desenvolvimento Nacional (BRASIL, 2009). A mudança do modelo de atenção a saúde no Brasil fez o País obter reconhecimento internacional. O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em seu relatório sobre o Desenvolvimento do Milênio destaca que graças a ESF (Estratégia de Saúde da Família) que surgiu como uma nova estratégia de atenção à saúde e de reorientação do modelo de assistência, foi reduzida a mortalidade infantil alcançando de forma antecipada a redução de 2/3 dos óbitos em menores de cinco anos (BRASIL, 2010). A mortalidade infantil não pode ser avaliada de forma individualizada deve ser considerado o binômio Mãe e filho, portanto se faz necessário ressaltar que dados do Ministério da Saúde 2007, revelam que a razão da mortalidade materna no Brasil em 1990 era de 140 (cento e quarenta) óbitos para 100.000 (cem mil) nascidos vivos. Já em 2007 esse número caiu quase pela metade, com 75 (setenta e cinco) mortes de gestantes para cada 100.000 (cem mil) nascidos vivos. A meta é que este número caia para 35 (trinta e cinco) óbitos; com o propósito de alcançar estabelecido para o desenvolvimento do milênio. Na última década podemos observar que os esforços focados em ações voltadas para a redução da morbimortalidade materna e infantil como: Investimentos em qualificação dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família; a expansão da cobertura das Equipes de Saúde da Família; a atenção ao pré-natal com captação 9 precoce da gestante; o resgate precoce dos exames de rotina; a assistência ao parto;e ao nascimento, o acompanhamento da puérpera e da criança; o incentivo ao aleitamento materno exclusivo e a cobertura vacinal no primeiro ano de vida, são ações referenciadas como elementos determinantes para redução de óbitos materno e infantil. É importante ressaltar que a assistência adequada ao parto e puérperio reduz significativamente a mortalidade materna, no entanto em relação a mortalidade neonatal faz-se necessário a implementação da assistência neonatal ,a qual ainda é deficiente na região nordeste e muito centralizada nos grandes centros urbanos. O município de Paudalho como a maioria dos municípios do nordeste brasileiro, vem apresentando grandes avanços relacionados à assistência a saúde e ao crescimento e desenvolvimento sócio-econômico da região, no entanto ainda possui um elevado índice de analfabetismo e desemprego, apresenta IDH em torno de 0,67 considerado baixo de acordo com o programa das nações unidas (ONU). Tem uma população de mais ou menos 51.374 habitantes (IBGE, 2010) cuja densidade demográfica é de 184.93 hab/Km2, apresenta uma área geográfica muito extensa e acidentada com 277.795 Km2 . sua economia está baseada na monocultura da cana-de-açúcar, na indústria cerâmica e na produção de artesanatos, pode ser citado como um dos pólos turísticos da região por suas romarias para São Severino dos Ramos as ruínas do mosteiro de São Francisco e os casarões e casa de farinha dos antigos engenhos. Culturalmente falando realiza grandes eventos populares; como a festa de São Sebastião, o carnaval com maracatus, caboclinhos, bumba meu boi; além de grupos de teatros e artesões que são fontes de geração de emprego e renda. A assistência a saúde da população está organizada com uma rede de atenção primária que faz uma cobertura de cerca de 98% da população é composta por 17 dezessete unidades básicas, todas com a estratégia saúde da família; possui 116 agentes comunitários de saúde, 40 agentes de endemias, 1 equipe de vigilância em saúde, 1 NASF (Núcleo de apoio a Saúde da Família), 1 CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) e 13 equipes de saúde bucal. Para o atendimento de média complexidade possui uma equipe de controle e regulação, um laboratório municipal, um ambulatório de especialidades. Para o atendimento especializado a secretária de saúde está credenciada aos serviços da região. Mesmo apresentando esta rede de 10 assistência o município ainda possui grandes fragilidades na atenção à mulher e a criança como: à quebra da continuidade da assistência perinatal, onde segundo dados do SINAN-SINASC, SISPRENATAL 2010-2011, podemos observar a pouca vinculação entre as gestantes e os serviços de saúde que oferecem partos,e o despreparo das equipes de saúde da família no que diz respeito ao acolhimento das gestantes, a inexistência de uma linha de cuidado voltada especificamente para o público materno-infantil e a precariedade dos serviços de referência e contra referência da região, são fatores que põem em evidência o quanto ainda é precária a assistência perinatal no município, observando dados do SISPRENATAL percebemos que do total à 701 gestantes cadastradas em 2010 cerca de 3,05%, apresentaram em tempo hábil o registro dos resultados de todos os exames de rotina; apenas 441 puérperas apresentam registros de mais de 07 consultas prénatal. Dentre as gestantes cadastradas apenas 47,22% foram captadas até 12 semanas de gestação, apenas 63,99% ou seja 303 gestantes inscritas receberam a 2ª dose de vacina anti-tetânica. É importante ressaltar que das 701 gestantes inscritas apenas uma (1) realizou (06) consultas de pré-natal,e consulta puerperal, todos os exames básicos e o teste HIV, 67,7% a 2ª dose ou dose de reforço da vacina antitetânica. Cerca de 28,03% delas conseguiram realizar os (02) dois exames de VDRL. Sendo então registrado (02) dois casos de sífilis congênita.Observamos taxa de óbito infantil no período neonatal em torno de 13,6% e a taxa de óbito pós natal em 3,4%, apresentamos ainda cerca de 55 partos com idade gestacional abaixo de 37 semanas. 23 óbitos de mulheres em idade fértil. Taxa de cesariana = 50,4% e parto normal 49/5. Diante do exposto fica claro que o fato de apresentarmos uma cobertura de estratégia de saúde da família em torno de 100%não nos permite oferecermos assistência com qualidade e resolutividade a mulher e a criança. Sob esta ótica evidência-se a necessidade de fortalecer a atenção e básica e especializada com a implementação de ações voltadas ao componente Peri natal.Sendo assim percebemos a importância de promovermos uma intervenção com o olhar voltado para as vulnerabilidades do município, aderimos então as diretrizes do rede cegonha que estão focadas nos componentes: Pré-natal; no Parto e Puerpério são ações que promoverão a adesão da gestante ao pré-natal, a redução das taxas de cesarianas,, dos óbitos neonatais e pós natais, o aumento do 11 número de partos normais.Redução de asfixia respiratórias em RNs, Sífilis, infecções ,doenças hipertensivas, AIDS e outras. 12 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Adequar a assistência a atenção a saúde da mulher e da criança do Município de Paudalho com o propósito de reduzir a morbimortalidade materna e infantil implementando ações em toda a rede assistencial segundo as diretrizes da Rede Cegonha conforme a portaria do Ministério da Saúde nº4279 de 2010: que recomenda: I - fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e a saúde da criança com foco na atenção ao parto , ao nascimento , ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte quatro meses; II – organizar a rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; III – reduzir a mortalidade materna e infantil cm ênfase no componente neonatal. 2.2 Objetivos Específicos Fortalecer a assistência da atenção a mulher e a criança na rede de atenção básica municipal. Organizar o fluxo da Rede de atenção a Saúde da mulher e da criança para que esta garanta acesso , acolhimento e resolutividade. Capacitar e habilitar os profissionais da rede básica municipal para atuar na atenção a saúde da mulher e da criança. 13 3 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL Considerando que a maioria dos óbitos infantis acontecem no período neonatal (nos primeiros 27 dias de vida) (SINAN, 2011) e está relacionado aos processos assistenciais oferecidos na atenção primária ,nos Hospitais e Maternidades, como rotina, boa parcela destes serviços não acompanham as práticas atuais de evidências científicas onde os profissionais usam métodos primários com a baixa utilização em tempo oportuno de recursos clínicos bem conhecidos e disponíveis (partograma, corticóide, surfactante e sulfato de magnésio) a intensa medicalização do parto e nascimento contatos elevados e crescentes de cesarianas desnecessárias e outros procedimentos; a pouca articulação entre os serviços da rede e cuidados Peri natais e suas equipes; a não priorização dos casos mais graves nas portas de urgência das maternidades; a baixa inclusão do acompanhante e de doula no momento do parto; o baixo protagonismo das mulheres e família, no processo de parto; O descaso em relação ao cuidado humanizado ao parto, e puerpério são práticas que causam grandes perdas e traumas ao binômio mãe e filho, para que este quadro mude, faz-se necessário a intervenção em toda a rede assistencial com propósito de implementar as práticas atuais de humanização da assistência ao parto puerpério para prevenção de danos e preservação da vida, (BRASIL, 2010). Estas práticas assistenciais necessitam ser revisadas e/ou abolidas e outras incorporadas ao cotidiano dos serviços, quer sejam como atitudes (pois informam uma nova ética no cuidado) querem sejam como novas práticas encarnados em novos processos de trabalho. É correto supor, que tais mudanças não se efetivam espontaneamente, fazendo-se necessária a organização e coordenação de várias fontes de ação simultâneas, as quais obrigatoriamente devem articular o campo da gestão e do cuidado, tornando-se indissociável. A construção de uma linha de ação mais democrática e participativa permite que os trabalhadores se responsabilizem com o funcionamento dos serviços de saúde e façam parte do processo de mudança, e temos assim observado a adesão dos profissionais com mudanças de postura e de condutas isto é evidenciado quando analisamos o impacto do Programa Saúde da Família sobre a mortalidade 14 materna e infantil cujo efeito mais forte é nos municípios com baixo índice de desenvolvimento humano chegando a redução de 4,6% nos índices (MACINKO et al, 2006). O MS 2008, cita a E. S. F (Estratégia Saúde da Família Brasileira), como exemplo de reforma sanitária e destaca sua contribuição para o balanceamento entre a assistência hospitalar especializada e atenção primária. Corroborando com M.S as ações desenvolvidas no período pré-natal e puerperal devem ser focadas em um atendimento humanizado e qualificado, construindo um novo olhar sobre o processo saúde/doença que compreenda a pessoa em sua totalidade; corpo/mente e considere o ambiente social, econômico, cultural e físico no qual vive, estabelecendo novas bases de relacionamento entre os sujeitos envolvidos na produção da saúde. Profissional de saúde e usuários. Atualmente a população feminina brasileira é de 90 milhões de mulheres, e 70% delas utilizam o SUS. Por meio do controle social e monitoramento das ações do Ministério da Saúde poderemos reduzir a mortalidade materna e infantil para índices ainda menores que os atuais que esta em torno de 17,9/1000NV segundo IPEA 2008. É importante ressaltar que o Ministério da Saúde desde 2004 vem mobilizando gestores nas esferas Federal, Estadual e Municipal, bem como a sociedade civil, com o lançamento de uma série de medidas adotada para garantir a melhoria da assistência à saúde das gestantes e recém-nascidos, as ações referenciadas estão descritas abaixo: 2004 – Lançamento do pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; 2005 – Lei nº 11.108/2005. Garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato no âmbito do SUS; Publicação da Portaria nº 33/2005, que inclui a sífilis em gestantes na listagem nacional de doenças de notificação compulsória; 2006 – Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Nacional e Redução da Cesária Desnecessária; 2007 – Lei nº 11.634/2007. Dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e à vinculação à maternidade onde receberá assistência no âmbito do SUS; 15 2008 – RDC nº 36 da ANVISA. Regulamenta o funcionamento dos serviços de atenção obstétrica e neonatal; Portaria – nº 1.119/2008. Regulamenta a vigilância dos óbitos maternos; Portaria – nº 3136 GM/MS. Define o repasse de incentivo financeiro (R$ 2,7 milhões) para Estados, Distrito Federal e municípios aux0iliarem as maternidades de referência a se adequarem aos requisitos de ambiência e humanização para a atenção ao parto e ao nascimento; 2009 – Início do Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais da Amazônia Legal e Nordeste ( REDE CEGONHA 2010); Curso de urgências e emergências obstétricas para médicos e enfermeiros que atendem na rede pública de saúde do país (ALSO). Qualificados 1000 profissionais de saúde até o final de 2010; Qualificação de parteiras tradicionais em Estados do Nordeste e da Amazônia Legal. Até 2009, foram qualificadas parteiras tradicionais dos Estados de AM, BA, PA e RR. Em 2010, está prevista a qualificação de parteiras tradicionais de AP. PB, PE, PI, RR e TO. Atualmente o MS insiste na implementação do pacto pela redução da Mortalidade com qualificação das equipes e expansão da Estratégia Saúde da Família além da implantação do Programa Rede Cegonha. A nossa legislação estabelece que o local de parto deve ser ofertado pelo SUS, a toda e qualquer gestante e que todas as gestantes têm o direito de saber e de conhecer o local onde vai parir (lei 11634 de 2007). Para que isto seja uma prática vivenciada por nossas gestantes é preciso que os profissionais da atenção primária se responsabilizem pelos cuidados da gestante desde o início da gravidez até a alta pós-parto; por este motivo é essencial que ocorra uma parceria entre os serviços de atenção primária a saúde com os serviços responsáveis pela rede de atenção ao parto. No Nordeste e até mesmo no sul do Brasil um grande número de gestantes ainda peregrinam até encontrar um local e vaga para o parto. A gestante e o bebê ficam expostos aos inúmeros riscos de adoecer e morrer. Para evitar esta peregrinação e os riscos potenciais é preciso estabelecer uma rede de cuidados para que a mulher se prepare inclusive sob o ponto de vista emocional (segundo COSTA, 2010) 16 A vinculação da mulher a um local para o parto deve ser ofertada pela rede de saúde, sendo assim os serviços de saúde devem se organizar e formar uma vinculação regionalizada. Toda USB pode iniciar o acolhimento em rede, mais nenhuma faz isso sozinha, o acolhimento precisa ser pactuado coletivamente com trabalho em conjunto distrito e território de saúde, pactuando com toda a rede as ações de acolhimento entre atenção primária, maternidades, secretarias de saúde, sociedades de profissionais e ministério público para assim construir a rede assistencial com ampliação do acesso e oferta adequada de leitos. Segundo Milton Santos: as redes constituem uma realidade nova que, de alguma maneira justifica a expressão verticalidade. Mas além das redes, antes, apesar, depois, com as redes, há o espaço banal, o espaço de todos, todos os espaços para que as redes continuem apenas uma parte do espaço e o espaço de alguns. As redes de atenção devem ser utilizadas para indicar a necessidade de conexões modelando suas próprias regras evitando isolamento. Faz-se necessário implementar centrais de regulação para que possamos assegurar a referência e contra referência à atenção a saúde da mulher e da criança, para garantir o acesso aos serviços é indispensável a ampliação da rede com o aumento da oferta de leitos para gestante de risco habitual e auto risco ,leitos de UTI obstétrica e neo- natal estabelecendo um desenho da assistência da rede regional, ofertando o acesso a vaga sempre por meio de contratualização dos pactos de atenção a saúde. Neste caso a adesão as diretrizes da rede cegonha se faz necessária e indispensável. 17 4 CRONOGRAMA DE METAS, ESTRATÉGIAS PRÉ-NATAL METAS ESTRATÉGIAS 1. Captar precocemente 100% das *Realizar capacitação com as equipes das UBS gestantes garantindo o pré-natal para implementar ações de redução da com qualificação da atenção à mortalidade materno infantil; saúde até junho de 2013. *Assegurar o acolhimento das gestantes nas UBS; viabilizando o acesso. *Assegurar a oferta de vacinas dT e Hepatite B para todas as gestantes; *Realizar a captação precoce das gestantes para 1ª consulta Pré natal antes de 120 dias; *Assegurar agendamento de consultas para as gestantes de Risco Habitual; nas USFs *Assegurar agendamento de consultas para as gestantes de alto risco; na rede especializada. *Realizar busca ativa as gestantes faltosas mensalmente (ACS/Enfermeiro); das USFs *Assegurar 03 consultas médicas para cada gestante; nas USFs *Assegurar 06 consultas de enfermagem para cada gestante; nas USFs *Assegurar a realização dos exames básicos para as gestantes de Risco Habitual; na rede municipal *Assegurar a realização dos exames complementares e de diagnóstico para as gestantes de Alto Risco; na rede especializada da regional de saúde. *Assegurar durante a gravidez as ações preventivas de saúde bucal. *Garantir a oferta e realização da coleta de 18 cito patológicos em todas as gestantes; *Assegurar o Tratamento das DST,s; aderindo a administração de peniclina, benzatina nas USFs *Assegurar o cuidado conjunto das gestantes para as HIV/AIDS e Hepatites; para aconselhamento no STA da regional. *Adequar as estruturas físicas das UBS para acolhimento humanizado das gestantes. 2.Qualificar 100% da gestão e dos *Reformar e estruturação do espaço físico sistemas de SINAN, informação SINASC, (SIM, *Atualizar as informações do SISPRENATAL SIAB, *Assegurar o cadastro e o acompanhamento SISPRENATAL) até março de das gestantes nos sistemas de informação; 2013. *Capacitar todos os profissionais que alimentam os sistemas de informação; *Assegurar a manutenção preventiva dos equipamentos/ materiais permanentes. 3.Implementar a assistência para *Assegurar assistência à gestantes usuárias de 100% das gestantes com álcool e drogas; na rede regional necessidades especiais até junho *Assegurar assistência à gestantes vítimas de de 2013. integração Promovendo entre a rede a violência; na rede regional. de *Assegurar assistência à gestantes portadoras atenção básica NASF, CAPS e a de distúrbios psiquiátricos. Na rede regional. rede de alto risco da regional. Fonte: Autora, 2012 PARTO E NASCIMENTO METAS ESTRATÉGIAS 1. Garantir a assistência ao parto *Ampliar a oferta de leitos para parto de risco em 100% das gestantes no ano de habitual e alto risco; na rede regional. 2013. Por meio da adesão a rede *Implantar a humanização para parto e cegonha. Com ampliação de: leitos nascimento com classificação de risco nos para parto de risco habitual, leitos serviços locais de atenção obstétrica e 19 de UTI neonatal e obstétrica e neonatal; implantação do SAMU cegonha *Assegurar a realização do teste rápido de HIV, inter hospitalar. VDRL e ABO-RH; na rede regional. *Assegurar a oferta de megadose de vitamina A e da vacina tríplice viral nas puérperas; *Assegurar a Imunoglobulina Anti-RH para as puérperas RH- ; *Realizar capacitação com todos as equipes de atendimento de urgência e emergência obstétrica. Fonte: Autora, 2012 PUERPÉRIO E SAÚDE DA CRIANÇA METAS ESTRATÉGIAS 1.Realizar 100% das o acompanhamento mulheres no de *Realizar capacitação com todas as equipes de período PSF; puerperal e 100% das crianças de 0 a *Implementar as visitas domiciliares dos ACS 24 meses no ano de 2013. direcionadas à puérpera e ao RN, com registro de busca ativa. *Realizar a consulta puerperal e a puericultura em até 07 dias após o parto; *Identificar e realizar a busca ativa dos RN vulneráveis mensalmente; *intensificar atividades em grupos em parceria com NASF E CAPS incentivando o aleitamento materno, exclusivo até os 6 meses, prevenções de DST, gravidez indesejada, obesidade, CA de colo uterino de mama, desnutrição, anemia,sexualidade; *Realizar consultas de planejamento familiar; *Educação permanente com foco em saúde reprodutiva para os profissionais das USF’s; *Assegurar o egresso das pacientes submetidas a curetagem por abortamento; *Assegurar a realização do teste do Pezinho;na rede municipal. 20 *Referenciar para a rede regional os RNs para a realização do teste da orelhinha e do olhinho ate 48 horas após o parto *Assegurar consulta de puericultura com a enfermagem para todas as crianças menores de 2 anos; *Garantir consulta médica para todos os RN's com peso < 2500g; *Assegurar o nutricional das acompanhamento puérperas com e avaliação desnutrição e anemias. 2.Garantir e manter atualizado imunização de 95% das crianças a *Assegurar o esquema básico de vacinação; *Realizar palestras incentivando a vacinação; *Garantir o armazenamento e a conservação dos imuno biológicos do PNI; Realizar capacitação com todos os profissionais em sala de vacina e rede de frio. Fonte: Autora, 2012 21 5 ORÇAMENTO Capacitações R$ 200.000,00 Reforma Adequação e Equipamentos R$ 800, 000,00 Valor Total R$ 1000000,00 • O orçamento é uma estimativa variável pois o recursos serão captados por meios de convênios e pactos contratualizados com a esfera Federal, Estadual e Municipal. 22 6 RESULTADOS ESPERADOS * Fortalecimento da atenção à Saúde da mulher e da criança na rede básica municipal de Paudalho, com foco no componente Peri natal; * Redução da morbimortalidade materna e infantil do município de Paudalho; * Redução do número de casos de sífilis congênita; * Redução da transmissão vertical do HIV e outras; * Vinculação da gestante ao serviço que oferece assistência ao parto e nascimento com acessibilidade garantida; * Calendário Vacinal atualizado em crianças, gestantes e puérperas; * Aumento do índice de partos normais e redução dos partos cesarianos; * Definição de fluxo de referência e contra-referência da atenção à saúde da mulher e da criança. * Profissionais capacitados e habilitados para atuar na atenção a saúde da mulher e da criança. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR, C. A. Jr. Manual de Orientação: Assistência Pré-Natal. São Paulo. FEBRASGO, 2000 ALVES F° N; CORRÊA, M. D. Manual de Perinatologia: História, Evolução, e Perspectivas. 2. ed. – Rio de Janeiro: Medsi. p. 01-20. 1995. ALMEIDA, M. F. et al. Sistemas de Informação e Mortalidade Peri natal: conceitos e condições de uso em estudos epidemiológicos. Rev. Bras. Epidemiol. v. 9, n. 1, p. 56-68, Mar. 2006. AUMANN, Gretchen M; BAIRD, Margaret M. Avaliação do risco em gestantes. In: KNUPPEL, Robert A; DRUKKER, Joan E. Alto risco em obstetrícia: um enfoque multidisciplinar. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. BRASIL. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: Atenção Qualificada e Humanizada – Manual Técnico da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. BRASIL. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de ações Programáticas Estratégicas. Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil no Nordeste e Amazônia Legal 2009-2010. Brasília: Ministério da Saúde 2010. BRASIL. PORTARIA Nº4279/GM/MS de 2010. DOU. seção I, p. 89. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/atos_normativos/legislacao_sanitaria/estabelecimentos _desaude/atencaobasica/Portaria%204279%20de%2030%20de%20dezembro%20d e%202010.pdf. Acesso em: set 2011. BRASIL. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica. As Ações Pragmáticas em Serviços de Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano X, n. 23, p. 48 - 55, jul/setembro 2009. Brasília: Ministério da saúde. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/revistas/revista_saude_familia23.pdf>. Acesso em: set, 2011. 24 BRASIL. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano X, número 21, Jan./Mar, 2009. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/revistas/revista_saude_familia21.pdf>. Acesso em: set, 2011 BRASIL. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção a Saúde. A educação permanente e a qualificação da gestão do trabalho na saúde da família: desafios, possibilidades e perspectivas. Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano X, n. 26, p. 67-70, Abr./Jun, 2010. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/revistas/revista_saude_familia21.pdf>. Acesso em: set, 2011 BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Departamento de Informática do SUS, 2010. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21379>. Acesso em: set, 2011. BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informação sobre Mortalidade. Departamento de Informática do SUS, 2010. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32116 &janela=1>. Acesso em: set, 2011 BRASIL. Secretaria de Vigilância a Saúde. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. Departamento de Informática do SUS, 2010. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21379>. Acesso em: set, 2011. BRASIL. Secretaria de Vigilância a Saúde. Sistema de Acompanhamento da Gestante. Departamento de Informática do SUS, 2010. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=040305>. Acesso em: set, 2011. BRASIL. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Sistema de Informação de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/se/datasus/area.cfm?id_area=743> . Acesso em: set 2011 25 COSTA, Ana Maria; et al. Saúde Materna: componente essencial dos direitos reprodutivos. São Paulo: Rede Nacional dos Direitos Reprodutivos, 1997. COSTA, E. M. A; CARBONE, M. H. Saúde da família - Uma abordagem interdisciplinar. Rio de Janeiro: Rubio, 2004 DUNCAN, Bruce B. Medicina Ambulatorial Condutas de Atenção Primária Baseada em Evidencias. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. EUCLIDES, M. P. Nutrição do lactente. 3 ed. Viçosa: Suprema, 2005. LANSKY, S; FRANÇA, E; LEAL, M. C. Mortalidade Perinatal e Evitabilidade: Revisão de Literatura. 1990 até 2000. Rev. Saúde Publica, Brasil, v.36, n.6, p.759-772, Dez. 2002 OLIVEIRA, Roberta Gondim de (Org). Qualificação de Gestores do SUS. Rio de Janeiro: EDA/ENSP, 2009. VITOLO, M. R. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2009