Motor VW NGD 370 - 9,3 l VW 19-370 / VW 25-370 / VW 31-370 Capa_motor.indd 1 23/7/2007 18:13:42 ÍNDICE Introdução ......................................................................................................... 2 Motor ................................................................................................................ 3 Plaqueta de identificação ............................................................................... 3 Gráfico de performance ....................................................................................... 4 Dados técnicos ................................................................................................... 5 Bloco de cilindros ................................................................................................ 6 Bloco e camisas ............................................................................................ 6 Árvore de manivelas ...................................................................................... 8 Bielas .........................................................................................................10 Pistões ........................................................................................................11 Anéis ..........................................................................................................12 Cabeçote e mecanismo das válvulas ....................................................................14 Cabeçote ....................................................................................................14 Árvore de comando das válvulas ....................................................................15 Tuchos .......................................................................................................16 Conjunto dos balancins .................................................................................16 Molas e válvulas ..........................................................................................17 Tampa de válvulas .......................................................................................17 Coletor de admissão .....................................................................................18 Coletor de escape ........................................................................................18 Engrenagens de distribuição ................................................................................19 Sistema de lubrificação ......................................................................................21 Cárter .........................................................................................................22 Intercambiador de calor do óleo lubrificante .....................................................23 Filtro centrífugo ...........................................................................................24 Válvula de respiro do cárter ...........................................................................24 Sistema de arrefecimento ...................................................................................25 Válvula termostática ....................................................................................26 Turboalimentador de geometria variável MTS ........................................................27 Sistema de injeção de combustível .......................................................................28 Circuito de baixa e alta pressão .....................................................................28 Válvulas injetoras .........................................................................................30 Sistema de recirculação dos gases de escape - EGR ...............................................32 Freio-motor Dual Power Brake .............................................................................34 Desenvolvimento da Rede - Treinamento 1 INTRODUÇÃO O coração de um veículo deve ser forte o suficiente para gerar a força que o movimentará, confiável o suficiente para não falhar durante seu funcionamento. O motor VW NGD 370, com seus 367 cv de potência e 1600 N.m de torque, construído dentro de padrões internacionais de qualidade, oferece alto nível de desempenho e confiabilidade, mantendo a devida relação com o baixo custo operacional. Contando com componentes projetados para suportar as mais severas condições de trabalho, e um sistema de gerenciamento eletrônico e injeção de combustível de comprovada eficácia e precisão, assegura alto rendimento em todas as faixas de rotação. Sua curva de torque plana propicia respostas rápidas e seguras. Este caderno didático evidencia as características construtivas do motor VW NGD 370 e deve ser usado como complemento às ações de treinamento em sala de aula. Desfrute de seu conteúdo! As informações e dados técnicos contidos nesta apostila são de uso específico em ações de treinamento, estando sujeitos a alterações sem prévio aviso. Consulte sempre a literatura atualizada editada pela Volkswagen Caminhões e Ônibus. 2 MOTOR Motor de concepção moderna, reconhecido pelo seu alto rendimento, qualidade, durabilidade, além de ser de fácil manutenção. Apresenta grande equilíbrio entre torque e potência, garantindo excelente desempenho com maior eficiência em retomadas e acelerações rápidas. Extremamente robusto e resistente, com seis cilindros em linha, tem como característica construtiva o processo de camisas úmidas, substituíveis, com capacidade volumétrica de 9,3 l. Com reduzida quantidade de componentes periféricos móveis, possui correia única com esticador automático, cuja função é acionar somente a bomba d’água e alternador, oferecendo fácil acesso para manutenção de componentes. VW NGD 370 9.3 l N G D 370 9.3 = = = = = New Generation Diesel Potência máxima aproximada (367 cv) Capacidade volumétrica (litros) Plaqueta de identificação Desenvolvimento da Rede - Treinamento 3 GRÁFICO DE PERFORMANCE 4 DADOS TÉCNICOS Modelo Número cilindros Disposição dos cilindros Seqüência de combustão Aspiração Cabeçote Cilindrada cm3 Diâmetro cilindro mm Curso do pistão mm Relação de compressão Potência máx. cv (kW) @ rpm Torque kgf.m (Nm) @ rpm Compressor de ar Volume óleo lubrificante l Sistema de arrefecimento l Peso do motor (s/acessórios) (Kg) Unidade de Gerenciamento Sistema de injeção Válvula injetora Bomba alta pressão (óleo lubrificante) Pressão mínima (bar) Pressão máxima (bar) Pressão máxima injeção (bar) Turbo alimentador Norma de emissões Desenvolvimento da Rede - Treinamento VW NGD 370 6 Vertical em linha 1-5-3-6-2-4 Turboalimentada e Pós-arrefecida Único, 4 válvulas por cilindro 9354 116,6 146 17,5:1 367 (273,0) @ 1950 - 2000 163,3 (1600) @ 1100 - 1400 Knorr LK 39 - 360 cc 40 (sem filtro) / 44(com filtro) 12,8 (somente motor)/29,0 (c/aquecimento) 708 Siemens HEUI-Hydraulic Electronic Unit Injection Eletromagnética de bobina dupla De pistões opostos 30 300 2100 Borg Warner, de geometria variável CONAMA fase 5 (EURO III) 5 BLOCO DE CILINDROS Bloco do motor e camisas Bloco em liga de ferro fundido, reforçado por nervuras nas paredes, que garantem maior resistência às vibrações causadas pelo processo da combustão e aumento na sua durabilidade. Do tipo úmida, removível e instalada por processo de interferência no batente de seu alojamento no bloco, a camisa do cilindro recebe apenas um anel de vedação, montado em sua parte externa inferior. 6 Em função de suas dimensões compactas, o bloco possui um rebaixo para facilitar a montagem da camisa. O ajuste da altura sobre a superfície superior do bloco (protrusão), é feito por calços que devem ser instalados entre o alojamento do bloco e o colarinho da camisa. Com o objetivo de evitar oscilações e diminuir variações dimensionais, uma placa estrutural em aço é instalada entre o bloco e o carter. O posicionamento de montagem dos mancais é identificado pela numeração existente na face inferior do bloco. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 7 Árvore de manivelas Produzido em liga de aço forjado de alta resistência, dinamicamente balanceado, com munhões e moentes temperados por processo de indução, a árvore de manivelas participa do funcionamento do motor de maneira a contribuir para seu alto desempenho e longa vida útil. Apoiada sobre sete mancais, possibilita uma distribuição totalmente uniforme de esforços pela estrutura do bloco, de forma a absorver melhor as vibrações decorrentes do processo pulsante da combustão, reduzindo ruídos e aumentando o conforto operacional do componente. A folga do movimento axial da árvore de manivelas é controlada pelo flange do casquilho do sétimo mancal. 8 Na extremidade frontal da árvore de manivela estão acopladas a polia para a correia da bomba d’água e do alternador, (tracionada por chaveta) e a bomba de óleo lubrificante, acionada pelo mancal estriado da árvore de manivelas. Fixado à polia, encontra-se o amortecedor de vibrações viscoso, à base de silicone. Instalada no mancal traseiro está a roda de pulso 60-2, responsável por informar a velocidade angular e a posição momentânea da árvore de manivelas para o módulo do gerenciamento eletrônico (ECM). A vedação do óleo lubrificante é feita por um retentor de aba de alta capacidade de estanqueidade. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 9 Bielas Confeccionadas em aço forjado e acabamento usinado, as bielas do motor VW NGD 370 possuem cabeça com formato trapezoidal mantendo, via pino, uma grande área para absorver os efeitos da pressão do pistão causada pela expansão dos gases na fase de combustão, garantindo melhor distribuição dos esforços entre o conjunto. Por construção, biela e capa são uma só peça, separadas durante o processo de usinagem do componente, neste caso, separação por fratura. A separação, do tipo fraturada, por possuir posição de montagem única possibilita um melhor assentamento entre capa e biela, condição indispensável para que árvore de manivelas e bielas atuem de forma livre, com reduzida resistência por atrito e perfeitamente alinhadas, evitando que sejam geradas vibrações indesejadas. Para indicar a posição de montagem da biela com relação ao bloco, existe um ressalto na parte inferior da biela. Durante a instalação do conjunto biela/pistão, esta referência deverá estar voltada para a frente do motor, lado da polia e do amortecedor de vibrações (oposto ao volante). 10 Pistões Os pistões utilizados no motor VW NGD 370 são do tipo articulado ou bipartido, composto por duas peças, sendo a parte superior denominada de coroa, e a parte inferior chamada de saia. A coroa conta com três canaletas para montagem dos anéis e é confeccionada em ferro e ligas nobres com resistência a altas temperaturas. A saia é confeccionada em liga de alumínio. Por serem simétricas, não possuem lado de montagem e a coroa/saia são intercambiáveis. Para auxiliar no resfriamento dos pistões, são instalados ejetores de óleo lubrificante, um por cilindro, calibrados e alojados no bloco, com o jato direcionado à parte interna do pistão. Este mesmo jato de óleo é também responsável pela lubrificação do conjunto biela/pistão de cada cilindro. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 11 Anéis Os anéis do pistão aplicados neste conjunto seguem normas internacionais de construção, apresentando excelentes condições de vedação durante as fases de compressão e combustão no interior do cilindro, propiciando alto rendimento do trabalho do motor, assegurando que todo o calor gerado e a energia mecânica resultante da expansão dos gases queimados sejam totalmente aproveitados pelos componentes móveis do motor. O primeiro anel de combustão, também chamado de anel de fogo, é manufaturado em aço cromo-molibidênio e possui perfil abaulado, o que propicia grande área de contato e vedação. O primeiro e o segundo anéis de compressão possuem marca de posição de montagem (detalhe nas fotos correspondentes). Estas marcas deverão ficar voltadas para cima, direcionadas para o lado da cabeça do pistão. 12 Na segunda canaleta encontra-se outro anel de compressão, porém com perfil cônico, que além de impedir a passagem de gás para o cárter, também retira o eventual excesso de óleo lubrificante, remanescente na área quente do cilindro. Constituído de um anel com dupla superfície de arraste de óleo e uma mola interna, o terceiro anel é responsável por levar o lubrificante até o interior do cilindro. Em sua carreira, do ponto-morto superior em direção ao ponto-morto inferior, retira o excesso de lubrificante, deixando apenas o suficiente para que o motor trabalhe “livre”. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 13 CABEÇOTE E MECANISMO DAS VÁLVULAS Cabeçote Construído em ferro fundido e fixado ao bloco do motor por seis parafusos por cilindro, o cabeçote do motor, único, tem seus dutos internos projetados e dimensionados para auxiliar na redução da emissão de gases poluentes. Com 24 válvulas (quatro por cilindro, sendo duas de admissão e duas de escapamento), e injetores montados na posição vertical, no centro das câmaras de combustão, dando maior simetria à injeção de combustível, produzindo perfeita distribuição da força de expansão dos gases sobre o pistão e, ao mesmo tempo, proporcionando excelente rendimento na transformação de energia térmica em energia mecânica. Para facilitar serviços de manutenção, possui sedes e guias de válvulas substituíveis. Nas saídas dos gases de escapamento, do cabeçote para o coletor de escapamento, existem buchas com acabamento liso que têm a função de diminuir internamente a rugosidade do material, reduzindo a formação de turbulência no interior do coletor de descarga. O procedimento de substituição das guias e sedes de válvulas deve ser feito em oficinas especializadas em retífica de motores. 14 Árvore de comando das válvulas De aço forjado e apoiada no bloco do motor por quatro mancais, a árvore de comando das válvulas é acionada pela engrenagem, a partir da engrenagem da árvore de manivelas, com a qual trabalha sincronizada, via uma engrenagem intermediária. Seus ressaltos recebem tratamento de têmpera por indução nas superfícies onde atuam os tuchos que acionam os balancins, por meio das varetas de válvula. Na face externa da engrenagem do comando das válvulas encontra-se localizado o pino gerador de sinais, que indica ao sensor de fase+ o posicionamento do 1º cilindro em combustão. Este sinal, ao ser processado pelo módulo de comando do gerenciamento eletrônico do motor (ECM), determina o momento em que deve ser liberada a passagem de combustível para injeção na câmara de combustão. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 15 Tuchos Tuchos providos de roletes garantem menor atrito e desgaste entre as superfícies em contato (tucho/ressalto do comando), contribuindo para maior durabilidade destes componentes. Para evitar vibrações e movimentos giratórios, os tuchos são posicionados, aos pares, por meio de dois espaçadores. Conjunto dos balancins Ponto de articulação entre o movimento rotativo da árvore de comando e o movimento retilíneo das válvulas, o conjunto dos balancins é fixado no cabeçote do motor. Seu acionamento se dá pelas varetas alojadas nos tuchos, forçando, por sua extremidade oposta a movimentação de abertura das válvulas. O fechamento das válvulas ocorre por pressão da mola. Cada conjunto é composto por dois balancins, formando um total de seis conjuntos, estando cada conjunto unido aos demais por um tubo centralizador. Em cada balancim há um parafuso para ajustar a folga das válvulas. O tubo centralizador possui uma identificação para sua posição de montagem, indicada pela letra”T” (TOP) gravada no corpo do eixo. Esta referência deve ficar voltada para cima no momento da instalação do tubo. O ajuste da folga das válvulas deve ser realizado pela ordem de combustão do motor (1-5-3-6-2-4) 16 Molas e Válvulas Com o objetivo de reduzir o atrito entre componentes móveis e facilitar o movimento de rotação das válvulas, as molas contam com prato rotacional que garante menor desgaste e maior durabilidade das peças em contato. As válvulas de admissão possuem ângulo de assentamento de 60°, enquanto as de escape são produzidas com ângulo de 45°. Válvula de admissão 60° Válvula de escape 45° Desenvolvimento da Rede - Treinamento 17 Tampa das válvulas Produzida em liga de alumínio, a tampa das válvulas possui defletores fundidos na parte interna que são cobertos por uma chapa metálica, para recolhimento do óleo, direcionando-o para retorno ao cárter. Não necessita de manutenção, pois a junta da tampa das válvulas é reutilizável e incorpora os conectores elétricos de derivação para as válvulas injetoras. 18 Coletor de admissão Coletor de admissão confeccionado em ferro fundido que, além de permitir a passagem de ar para o cabeçote, incorpora o canal de entrada de combustível que alimenta as válvulas injetoras. É revestido internamente com pintura à base de Teflon (na cor verde) que impede que o gás, proveniente do sistema EGR, com alto índice de acidez, reaja com o material do coletor, provocando a remoção de partículas deste material, garantindo maior durabilidade do conjunto. No coletor de admissão encontram-se instalados os sensores de pressão e temperatura do ar admitido, mais o ponto de medição da pressão do combustível (baixa pressão - 2 a 4 bar) por uma válvula “Schrader”. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 19 Coletor de escapamento Coletor de escapamento em ferro fundido, tripartido, acoplado por encaixes simples nas extremidades, que têm como característica, otimizar o processo de vedação dos gases, com o aumento da temperatura de trabalho do motor, garantindo grande eficiência na vedação. A fixação é feita por parafusos e o coletor assenta no cabeçote por meio de uma junta unica composta por duas lâminas metálicas. Ao instalar a junta observe a marca de referência da posição de montagem palavra “OUT” - estampada em uma da lâminas. Esta marca deve ficar voltada para o lado de fora do motor. 20 ENGRENAGENS DE DISTRIBUIÇÃO Construídas em aço cementado e com dentes helicoidais, as engrenagens da distribuição mecânica do motor oferecem grande resistência ao desgaste e operações com menor nível de ruídos. Atuam de forma sincronizada, por marcas de referência estampadas na região dos dentes das engrenagens da árvore de manivelas, árvore de comando das válvulas e em duas engrenagens intermediárias, que atuam sobre rolamentos cônicos para redução do atrito de arraste, contribuindo para aumentar o desempenho do conjunto da distribuição. 5 4 3 4 2 1 1 - Estriado para acionamento da bomba de óleo 2 - Engrenagem da árvore de manivelas 3 - Engrenagem da árvore de comando das válvulas Desenvolvimento da Rede - Treinamento 4 - Engrenagens intermediárias 5 - Engrenagem da bomba de alta pressão (óleo lubrificante) 21 A tampa das engrenagens da distribuição possui um sistema de junta tipo perfilada, que proporciona grande capacidade de vedação, além de ser reutilizável. Para facilitar a operação de sincronismo das engrenagens da distribuição, permitindo que o motor possa ser girado com o auxílio de uma ferramenta, a carcaça do volante possui um orifício destinado exclusivamente a esta finalidade. 22 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO O fluxo do sistema de lubrificação tem início com a bomba succionado o óleo do cárter, através do tubo pescador. A bomba, de rotores do tipo lobular, comprime então o lubrificante, forçando-o a circular pelo radiador de óleo e pelo filtro convencional (principal), ambos fixados no lado direito do motor. Na tampa do filtro principal encontra-se instalada a válvula reguladora da pressão do circuito. Uma vez filtrado, o óleo segue para as galerias do sistema. Antes de chegar ao intercambiador, 2% do volume total em circulação é desviado, por uma derivação da galeria principal, para o filtro centrífugo, retornando diretamente para o cárter após o processo de centrifugação. Uma segunda derivação na galeria desvia mais uma parte do óleo lubrificante, fazendo-o passar pelo filtro químico, que tem como função remover a acidez do óleo, preservando suas características e aumentando sua vida útil. O óleo tratado quimicamente segue para a tampa do filtro convencional e, dai, para a galeria principal do sistema de lubrificação. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 23 Uma parte do óleo irá circular pelos componentes móveis do motor, lubrificandoos, enquanto a outra, seguirá para abastecer o bolsão (localizado na caixa/tampa de distribuição), que alimenta a bomba de alta pressão do lubrificante, usado para atuar na injeção de combustível. Cárter Em função do grande volume de óleo em circulação pelo motor - sistema de lubrificação mais sistema de alta pressão para injeção - o cárter do motor apresenta propriedades específicas. Construído em ferro fundido, agrega reforço à estrutura do motor, tornando o conjunto mais estável às oscilações provocadas pela combustão. 24 Seu perfil, de desenho em formato de cuba dupla, concentra o lubrificante na região de sucção do tubo pescador, assegurando a constante alimentação da bomba de óleo. Este mesmo desenho reduz a ocorrência de ondas e movimentação do lubrificante, evitando a formação de espuma e vapores em seu interior. Sequencia de aperto dos parafusos do cárter Desenvolvimento da Rede - Treinamento 25 Intercambiador de calor do óleo lubrificante Posicionado no lado esquerdo do motor e conjugado com o cabeçote do filtro, o intercambiador, ou radiador de óleo, possui 33 placas por onde passam, externamente, o líquido de arrefecimento e, internamente, o óleo lubrificante. A função deste componente é elevar rapidamente a temperatura de trabalho do óleo lubrificante e, uma vez atingida essa temperatura, evitar que exceda os valores de preservação das características ativas do lubrificante. 1 2 4 3 - Entrada do líquido de arrefecimento Entrada do óleo lubrificante Saída do líquido de arrefecimento Saída do óleo lubrificante Três válvulas estão instaladas no sistema para garantir a lubrificação adequada aos componentes móveis do motor: válvula termostática, válvula reguladora de pressão e a válvula de desvio (by-pass). 26 A válvula termostática do radiador de óleo tem por função bloquear a passagem do lubrificante pelo trocador de calor, fazendo com que todo o volume de óleo que chega ao radiador circule pelo sistema, forçando a rápida elevação de sua temperatura. Esta condição faz com que, até atingir a temperatura de 60ºC, o lubrificante passe direto para o circuito sem circular pelas placas do radiador. A válvula inicia sua abertura aos 60ºC. A válvula reguladora de pressão é a responsável por manter o sistema sob a pressão ideal e necessária para que o lubrificante atinja a todos os pontos onde se faz necessário. A pressão de trabalho controlada pela válvula é de 3,8 bar (55 psi). A terceira válvula, alojada no radiador de óleo, tem como finalidade assegurar a continuidade do fluxo de óleo para a lubrificação do motor. Esta válvula atua por diferencial de pressão, abrindo sempre que ocorrer uma obstrução nos filtros. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 27 Filtro centrífugo O filtro centrífugo está localizado no lado direito do motor, e por um desvio, o óleo lubrificante (2% da vazão da bomba) entra no elemento rotativo do filtro fazendo com que este elemento entre em rotação pela ação da velocidade de saída do lubrificante através dos orifícios calibrados de sua base. Em regime de pressão máxima, o elemento rotativo atinge, aproximadamente, 7.000 rpm. A força centrífuga gerada internamente no filtro, em função da rotação, causa a separação das partículas sólidas, geralmente mais pesadas que o líquido, que acabam por ficar alojadas junto à parede interna do elemento, criando uma deposição em forma de borra, evitando que circulem pelo motor. Após sua passagem por este processo de filtragem, o óleo retorna para o cárter. Válvula de respiro do cárter O respiro do motor conta com um sistema separador de gases, no qual o vapor de óleo gerado pelo funcionamento do motor passa por uma galeria no interior da carcaça do respiro, condensa e retorna para o cárter em forma líquida. Uma válvula de via única (de retenção simples), acoplada à mangueira de retorno, abre quando o peso do óleo condensado é maior que a força exercida pela pressão dos gases provenientes do cárter, permitindo que o óleo condensado retorne ao cárter. O elemento centrífugo deve ser substituído a cada troca de óleo lubrificante. 28 SISTEMA DE ARREFECIMENTO O funcionamento do circuito de arrefecimento tem início quando a bomba d’água movimenta o líquido de arrefecimento fazendo-o passar pelo radiador de óleo, pela cavidade superior do coletor de água para, em seguida, continuar em direção ao cabeçote, através de galerias fundidas no bloco. Uma parte deste líquido de arrefecimento é direcionada para as galerias ao redor das camisas enquanto a outra flui para o cabeçote, válvulas injetoras, válvula termostática, radiador, sistema de recirculação dos gases de escape (EGR) e compressor de ar. A bomba d’água tem carcaça confeccionada em ferro fundido e rotor do tipo centrífugo de aletas, construido em chapa de aço tratada. Encontra-se instalada na parte frontal externa do motor e é acionada por correia. Em função de sua localização, permite fácil acesso para manutenção. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 29 Válvula termostática Com o objetivo de abreviar o tempo para o aquecimento do motor até sua temperatura normal de trabalho, sempre que a temperatura do motor estiver abaixo de 82ºC, a válvula termostática permanecerá fechada, fazendo com que o líquido de arrefecimento seja desviado do radiador, retornando diretamente para a bomba d’água e reiniciando sua circulação. Com o aumento da temperatura, a válvula termostática começará a abrir gradativamente, fazendo com que parte deste líquido circule pelo radiador. Ao atingir a temperatura ideal de trabalho, 90 ºC, a válvula termostática estará totalmente aberta, permitindo que todo o volume do líquido de arrefecimento circule pelo radiador, mantendo constante esta faixa de temperatura ideal, pelo o maior tempo possível. Início de abertura: 82°C Abertura total: 90°C 30 TURBOALIMENTADOR DE GEOMETRIA VARIÁVEL MTS O turboalimentador “Borg Warner” possui sistema de geometria variável EVRT (Electronic Variable Ratio Turbo) que trabalha alterando a velocidade dos gases de escape que circulam dentro da carcaça da turbina, graças às aletas móveis do rotor (vanes), que mudam de posição de acordo com a necessidade de carga do motor. A pressão fornecida pelo compressor se dá pelas oscilações da velocidade dos gases de escape dentro da carcaça da turbina, ou seja, nas baixas rotações do motor, com as aletas móveis (vanes) fechadas, o turbo produz rápida elevação da pressão de admissão, melhorando a resposta de torque do motor, enquanto em altas rotações, quando o motor estabiliza seu trabalho, as aletas se movimentam, a rotação da turbina cai e o turbo funciona com pressões variáveis, controladas pela abertura das aletas segundo a contrapressão de escape gerada. Aletas fechadas As aletas fecham quando a contrapressão de escape é baixa. Os gases de escape têm que acelerar sua velocidade para fluir pelas pequenas passagens das aletas, aumentando a rotação do turbo e admitindo mais ar. O aumento da contrapressão de escape faz com que parte do fluxo dos gases seja recirculado para o sistema EGR. Aletas abertas As aletas abrem quando a contrapressão de escape é alta e existe a possibilidade de “sobrerotação”. Ao serem abertas, provocam a diminuição da velocidade do fluxo dos gases de escape e reduzem a velocidade da turbina. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 31 SISTEMA DE INJEÇÃO DE COMBUSTÍVEL Circuito de baixa e alta pressão Um dos requisitos básicos para que se tenha alto rendimento do funcionamento de um motor do ciclo Diesel, com baixo índice de emissões, é que a injeção de combustível seja realizada sob altas pressões. Várias são as formas de se atingir estas altas pressões, e em cada método, vantagens e desvantagens buscam o estabelecimento de um equilíbrio operacional que atenda às mais rigorosas exigências no controle de emissões e, ao mesmo tempo, apresente baixo consumo de combustível. O método utilizado no motor VW NGD 370 tem, na pressão hidráulica, o seu fator ampliador da pressão de injeção de combustível, e funciona pelo seguinte princípio: 32 - O combustível é transferido, via bomba e filtros, do reservatório para a galeria no coletor de admissão, onde permanecerá sob pressão de 2 a 4 bar, aguardando o sinal da ECM para ser injetado na câmara de combustão pelas válvulas injetoras. - A filtragem do combustível fica por conta de dois filtros separadores, um localizado próximo ao tanque de combustível e o outro acoplado no lado esquerdo do motor. - Este filtro possui internamente, em sua galeria de entrada, uma tela de 150 mícrons, que serve para remover grandes impurezas antes que o combustível chegue à bomba de transferência. Na seqüência, circula pelo elemento principal, com capacidade de retenção e filtragem de 5 mícrons. - Simultaneamente, a bomba de óleo lubrificante do motor fornece uma linha hidráulica para a bomba de alta pressão que, por sua vez, irá alimentar um rail na parte superior do cabeçote, onde o óleo atingirá uma pressão variável, segundo a solicitação do motor, entre 30 e 300 bar. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 33 Válvulas Injetoras Ao chegar à válvula injetora e receber da ECM o sinal de liberação da injeção, o lubrificante comprime o intensificador da válvula, fazendo com que a pressão de injeção do combustível atinja valores de até 2100 bar. Por este método, o sistema de injeção não apresenta linha de retorno de combustível. O mesmo sistema de pressurização do óleo lubrificante que chega ao rail é responsável pela atuação da válvula de escapamento na aplicação do freio-motor. Para conhecer mais detalhes sobre o Sistema de Injeção de Combustível, consulte o fascículo de Sistema de Gerenciamento Eletrônico e Injeção de Combustível HEUI, editado pelo Treinamento de Assistência Técnica Caminhões e Ônibus. 34 Projetadas para operar em condições de extrema precisão visando atender às mais exigentes normas de emissões, as válvulas injetoras são comandadas por sinais emitidos pela ECM do sistema de gerenciamento eletrônico do motor. Sua atuação se dá pela ação de duas bobinas eletromagnéticas sobre uma válvula carretel, que libera o fluxo de óleo lubrificante que irá proceder à injeção de combustível. Para preservar sua integridade e evitar o contato direto com a água do sistema de arrefecimento, a válvula injetora é alojada dentro de uma luva de aço inoxidável localizada no interior do cabeçote, protegendo-a contra os efeitos da oxidação. Para conhecer mais detalhes sobre o Sistema de Injeção de Combustível, consulte o fascículo de Sistema de Gerenciamento Eletrônico e Injeção de Combustível HEUI, editado pelo Treinamento de Assistência Técnica Caminhões e Ônibus. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 35 SISTEMA DE RECIRCULAÇÃO DOS GASES DE ESCAPE - EGR Na formação dos subprodutos gerados pela combustão são encontrados alguns componentes tóxicos, prejudiciais à natureza e aos seres humanos, como o CO (monóxido de carbono), HC (hidrocarbonetos) e NOx (óxidos nítricos), entre outros. A redução das quantidades destes poluentes tem sido uma meta prioritária em toda a indústria automotiva, e um dos processos que tem apresentado resultados positivos é o sistema que aproveita parte dos gases queimados durante a combustão para recircular pelo motor, causando o efeito de redução da temperatura da combustão e, como conseqüência, do índice de emissão de NOx. O processo atende pela denominação de Sistema de Recirculação dos Gases de Escape - EGR (Exhaust Gas Recirculation) e atua como descrito a seguir: Do volume total de gases expelidos pelo motor, parte dele, após passar pelo turbo, segue direto para o cano de escapamento e é lançado na atmosfera, enquanto a outra parte é encaminhada para o sistema de regeneração, onde circulará por um trocador de calor e terá sua temperatura reduzida. A quantidade que circula pelo sistema EGR depende da restrição (contrapressão) de escape. Ao sair do coletor de escapamento, o gás queimado em alta temperatura entra em um trocador de calor composto por placas isoladas, pelas quais circula água, externamente, e gás, internamente, realizando uma troca de calor que reduz a temperatura do gás de 700 para 300ºC. Após sua passagem pelo trocador de calor, o gás segue até a válvula EGR, localizada em uma derivação da entrada do coletor de admissão. 36 Durante o funcionamento, a carga aplicada ao motor é analisada pela ECM. Sempre que a contrapressão de escape e os parâmetros de ativação do sistema forem atingidos, o módulo gerará um sinal que comandará a abertura da válvula EGR, liberando um fluxo de gás que irá misturar-se ao ar admitido. A mistura de uma determinada quantidade de gás queimado, qualquer que seja, irá reduzir a densidade de oxigênio do volume de ar admitido, resultando numa mistura mais pobre. Entretanto, a ECM, ao identificar esta condição, corrige o débito de combustível para que a combustão, embora apresente menor rendimento térmico, não interfira no funcionamento do motor. A quantidade de gás recirculando pelo motor depende dos parâmetros identificados e liberados pela ECM, variando em três posições pré-definidas. Para conhecer mais detalhes sobre o Sistema de Injeção de Combustível, consulte o fascículo de Sistema de Gerenciamento Eletrônico e Injeção de Combustível HEUI, editado pelo Treinamento de Assistência Técnica Caminhões e Ônibus. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 37 FREIO-MOTOR DUAL POWER BRAKE Considerado como um importante auxiliar do sistema de freio principal, o freio-motor assumiu papel relevante na condição de segurança ativa de um veículo e, mais ainda, de veículos comerciais pesados. Vários aperfeiçoamentos foram introduzidos no processo inicial (de uma simples borboleta que obstrui o cano de escapamento) até chegar aos mais sofisticados, também chamados de freio-motor de alta potência, em que é possível ajustar o nível de eficiência da atuação do sistema, pré-fixado, no motor VW NGD 370, em 50 ou 100%. Utilização do freio-motor Ao selecionar o freio-motor, pode-se optar por uma ação com 50% de sua eficiência, pressionando a tecla 1, ou 100%, pressionando inicialmente a tecla 1 e em seguida a tecla 2. Ao selecionar a eficiência de 50 ou 100%, a luz de aviso correspondente acenderá e permanecerá acesa enquanto o dispositivo estiver ativado. 1 Para que o freio motor atue, é necessário que: - Tecla 1, ou teclas 1 e 2 sejam acionadas na posição “ligada” (luz do painel acesa); - O pedal estejam pressão máximo da embreagem e do acelerador livres (pedal da embreagem sem e pedal do acelerador com curso de 5º); - Temperatura do óleo lubrificante acima de 60ºC; - Rotação do motor - mínima 1250 rpm; - Rotação do motor - máxima 2450 rpm. 38 2 Funcionamento Ao ser ativado o freio-motor, a ECM envia um sinal para a IDM (Módulo de Gerenciamento da Injeção), fazendo com que o sinal para a injeção de combustível seja bloqueado. Simultaneamente, a válvula de corte de pressão do rail de alta pressão de óleo lubrificante abre o canal de comunicação entre o rail e o canal de pressão do freio-motor, movimentando o pistão e abrindo uma válvula de escape de cada cilindro (abertura da válvula = 0,89mm), que permanecem abertas durante as 4 fases do ciclo de trabalho do motor. Ao selecionar a opção de eficiência 50%, as aletas móveis (vanes) do turboalimentador posicionam-se abertas, fazendo com que o freio-motor atue apenas pela reação da compressão no interior do cilindro reduzindo a velocidade do pistão, uma vez que não existe débito de combustível, não havendo, por conseqüência, combustão. Na fase de exaustão, as válvulas de escape se abrem completamente, forçando a saída do ar pelo coletor de escapamento e gerando, com esta ação, uma alta restrição (contrapressão) de escape que provoca a redução da velocidade do pistão e, conseqüentemente, a rotação do motor. Por meio do engrenamento de uma marcha (reduzida), esta redução da rotação do motor é transferida para as rodas, diminuindo a velocidade do veículo. Ao selecionar a opção de eficiência 100% o processo ocorre de forma similar, entretanto, as aletas móveis (vanes) do turboalimentador estarão fechadas, aumentando os valores de restrição de saída do ar admitido, amplificando a reação de redução de velocidade do pistão, tornando-a mais efetiva, e tendo como conseqüência e resultado um efeito de redução da velocidade do veículo, de maior intensidade, ou seja, maior potência de frenagem auxiliar. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 39 Acionamento dos pistões do Freio-motor Freio-motor inativo No momento do acionamento do freio-motor, a ECM emite um sinal para o sensor de controle da pressão de injeção, para que interrompa a injeção de combustível. Freio-motor ativo O sensor do controle da pressão abre a passagem do óleo do rail de alta pressão para o canal do pistão do freio-motor (1), fazendo-o abrir uma válvula de escape de cada cilindro (2). 1 2 40 Corte do freio-motor O sistema conta com uma válvula de corte que é controlada pela ECM. Quando acionada, a válvula liga o canal da pressão do freio-motor com o rail de alta pressão do óleo lubrificante das válvulas injetoras. Por meio de uma válvula de alívio, localizada no final do rail, a pressão do óleo no circuito do freio-motor cai, permitindo uma rápida retomada ao modo de potência do motor. O freio-motor só entrará em funcionamento se a temperatura do óleo lubrificante estiver acima de 60°C. Em rotações abaixo de 1250 rpm, o freio-motor também não atua. Desenvolvimento da Rede - Treinamento 41 ANOTAÇÃO 42 ANOTAÇÃO Desenvolvimento da Rede - Treinamento 43 ANOTAÇÃO 44