VII.53 EVOLUC~O TEMPORAL DA RELAC~O Z-R OSWALDO MASSAMBANI CARLOS AUGUSTO MORALES RODRIGUEZ Depto. de Meteorologia IAG-USP RESUMO Um dos malo~es problemas na medida quantitativa da via rada~es meteorológicos e a variabilidade da relaçgo entre o fator refletividade do radar (l) e a taxa de precipitação (R). Relaçôes na fo~ma Z = ARb tem sido comumente adotadas, mas o p~oblema é como escolher os valores mais adequados para os coeficientes A e b em cada situaçâo, pois esses valores variam consideravelmente de caso pra caso e mesmo du~ante um dnico evento. Este trabalho apresenta um diagnóstico dessa variabilidade, a qual é discutida 3través da evoluç50 ci.c:lica dos parAn~etr'o5 A e b, obtidos via fl)edidas di~;dromét~icas convectivos observados p~ecipitaçgo ABSTRACT This work presents the variability Df the ZR ~ealtionship as obse~ved. fro disdrometric hiqh resolution raindrop-size distribuiton, during convective precipitation events in a t.1'·opi cC",\l I'-egi on. 1. INTRODUCAO Para um volume iluminado, a fator ~efletividade do ~adar expresso como a somatória de todas as secçôes eficazes das gotas contidas dentro do volume, definido at.ravés da abertura do feixe da antena e da largura do pulso do sistema transmissor. Para um radar banda-S, a aproximaç&o Rayleigh, permite expressar-se esse fator refletividade como a integral sobre todo o volume da distribuiç§o de gotas pelo seus diâmetros a sextas potência. Por outro lado, a taxa de precipitaçâo (R) dessas gotas representa o fluxo através de uma dada área, por unidade 0= tempo. Esses dois parãmetros s§o portanto di~etamente dependentes da dist.ribuiçâo de tamanho de got.as, as quais sgo controladas pelos processos microfisicos e dinêmicos asssociados a ~JF'od'_lÇgO de precipita{;go. O l..lSO do l'-adar meteorológico na clllar1tifi.caçâo da precipitaçKo no solo, é diretamente dependent.e da chamada relaç30 ZR. A pa~te ~jrot:)].eínatica (~la CDn)~)araçgo entr"e (nedidas da refletividade e de medidas pluviométricas no solo, é na grande variabilidade da distribuiçgo de tamanho de gotas de chuva~ que (Zl é 1~·esj.d2 2~~ obje·tiva~ n)a:i{~F'es aSSS1(n~ discl~e~)ãr)cias nese~as cliagr)o~;t:i=aF· 2 inec!idas. Este traba3.ho varj.abilj.cJade ir1trinseca cJesses VII.54 par'&metr(::)s~ de gotas medida direta da distribuiçgo de tamanho a-tr"avés ela no solo, com alta resoluçAo temporal. ~edidos 2. METODOLOGIA Os dados disdrométrico5 utilizados neste estudo, referem-se ele tan)anhos de gotas~ ObsEI'·vacJos (jul~arlte três ~ventos convectivos, nos dias 15 jan., 11 e 14 de fev. de 1985, em Bauru-SP. O método utilizado nesta análise, consiste essencialmente no cálculo de ZCmm 6 /m 3 ) e de R(mm/h), integrados a partir de cada espectro conforme descrito em Massambani e Morales (1988),. a 533 espec:tros RESULTADOS E CONCLUSOES Os valores calculados para' e R para o conjunto total de amostras de 1 minuto da distribuiçâo de tamanho de gotas, sâo apreserltaclos fla ~lg. 1. Essa distribuiçâo permite o estabelec:j.mer')'to ela fL.tr')ç:gcJ ti~)ic:2 en-tre esses cjoj.~~ par-~metf-C)S, a através da regressgo desses pontos, na seguinte qual z Observa-se, portanto, a grande variabilidade nas medidas instãtaneas desses dois parãmetros. A regiâo interna ao quadrado dentra dessa figura, contém 80% dos dados amostrados, sendo que as taxas de precipitataçâo estâo compreendidas entre 0.3 e 30 mm/h. A ralaç~o M-P evidentemente esta contida mUl~O proximamente à disdrométrica, mesmo para esse conjunto de dados de precipitaçâo de origem convectiva de verâo. Na fig2a., apresentamos a evoluçgo temporal dos valores Z e R para uma integraçgo de 5 minutos dos dados disdrométricos. Nota-se a predomin~ncia, neste caso, dos pontos locallzados acima da distribuiç~o disdrométrica. Seguindo-se as letras indicadas observa-se um evoluçâo cíclica para os pares IR. Na fig.2b, 5~0 apresentados os valores calculados de A e b, para diferentes tempos de integraç~o, durante os dois eventos indicados. No inicio da precipitaç~o, há um alto valor de A e muito baixo valor de b, e que tem variaçâo conforme indicadas, podendo atingir valores de A muito baixos e b muito altos, e até mesmo inverter o ciclo dessa tendência. Isto indica a existência de um movimento continuo no campo IR, ao longo da duraçgo do evento, e que está intimamente relacionado aos processos microfisicos-dinâmicos da precipitaçgo, e ao tipo funcional do parãmetros calculados. ~ssa n~edida5 ta,nanho variabilidade somente pode ser dectectada através de 2 sgo ir1tr-inseca~~ a distr"ibuiçgo de das gotas em llnl (jado j.nter~/a].{~ de telnpo no evento, ('jisdormétric:a~, VII.55 c c)n~:=, ti. t t.t in c:!C)-::::.E' pode ad3re pllV].iógrafc). A estitnat:iva da r"elaçgo IR através das medidas do radar e dos pluviografos, lncorpora outros erros, que estâo assc)c:iadc)~s a gr-andes c!iferen(;as ~:i~~j.c:as e metodológicas dessas medidas, como também e em muito dependente das características do radar utilizado. E\/ nào i (j E.,'r-,t. E::T:F..'n t. t::~!i \1 Portanto, :i. '::.~ i·- radar meteorológico eletronicamente bem de um':l !·-(7.:'laç:Éio 11 rnédia ", a de origem disdrométrica, ou mesmo aquela de M-P, constitui-se na forma mais adequada para a obtençào do campo de precpitaç:ào. c.:?,litlt-·,,~clo, a para um utili~::E:ç:âCl 4. BIBLIOGRAFIA Massambani, O. Morales Rodriguez, C.A. Uma Distribuiçâo dE"! C30t.cl'=, dE? Chuva. Anais do V Congresso Brasileiro de Meteorologi3, 1988. i.3 e, mi::: dE': Tc:..mi:::lj""·lho In: Ii 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao IPMet/UNESP pelo fornecimento dos dados disdrométricos e um de nÓs (C.A.M.R.) agradece à FAPESP pela bolsa de iniciaç~cientifica. VII.56 ....... ..... ..... .......... '. o 10-' o ' ..... x \ ~ 10- 2 \ SI> x 100 o espectro de 533 mino dias 15/01 e 11 e 14/02 10 ............. . .......................... -'''~'''!l .' 5 . : .::.~ • .. '. ' ..... . ............................ -i L- o -'J o u.. 10 = DSD Z MP Z :: 1.34 378 • R 200 • l.(,· R 1O -I +~-''':'"T'ITTTI-.-r-;-rTTlm-~-'T"T1TTT1'-..,-r-;-TiT1m---r-.rnTTTi-.-r"''TT1rrrrr-rr"T'õTmr-r...,;rrmI 1O -2 10 -I 1 10 10 2 10 J Taxo de Pre=ipitoçõo (mm/h) Relação ZR disdrométrica para 533 espectros de tamant')os cje go'tas ObsEl-vaclos Em Bal.lrl..l'--Sâo Paulo, durante o verão de 1985. O quadrado indicado contém 80% dos dados observados. VII.57 10 e 15/01/85 t = 21 - 71 mino Integraccro de 5 mino ~ 10' "'(() E E ~ 11) -g 10 • ":;:;"> 11) 't o:: '- ~ 10) 1.34378-R u... 10 2 10-' Fig. 2 / 1 10 Taxo de Precipitação (mm/h) 10 2 Evolu~ao temporal dos pontos ZR para o evento de 15/jan/85 para um tempo de integracao de 5 mi nu·tos. 11 lO' o tO' - - li 1=,,,. 1"185 ____ til FH 1q85 A & lo b Z=ÂR 10.l.o.k.,...-'-~.6=--'--j~"O,-J...----fl~""----;1';;1I---'---:U-:-'-'----;'1.tl;o'11~.O---'--;l.JtrVt.'t b bl. r ~voluçgo temporal do pardmetro5 A e b,da rela~âo ZR par-a (~S eventos de 11/fev e 14/fev (je 19~35 ~)al~a :i.r·li:egl'··a(~Ôes ·tenlpo~ais irl(jic:adas,.