VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO IBFAN Brasil POR QUE A AMAMENTAÇÃO É IMPORTANTE PARA O BEBÊ? • Proporciona uma nutrição superior e um ótimo crescimento • Fornece água adequada para hidratação • Favorece o vínculo afetivo e o desenvolvimento • Protege contra infecções e alergias Inúmeros Estudos científicos comprovam a importância do aleitamento materno exclusivo para a saúde dos bebês. Risco de morte por diarréia em menores de um ano, segundo o tipo de alimentação (Pelotas, RS, Brasil) só peito 16,3 11,6 peito + suplemento não lácteo peito + leite em pó peito + leite fluido 4,5 3,4 só leite em pó 1,9 1 De: Victora et al, 1986 só leite fluido Risco de morte por pneumonia entre 8 dias e 12 meses segundo o tipo de alimentação (Pelotas, RS, Brasil) Só peito De: Victora et al, 1987 Peito + leite de vaca Peito + fórmula Só leite de vaca Só fórmula OUTRAS VANTAGENS PARA O BEBÊ •Proteção contra diabetes e câncer na infância • Melhor resposta a vacinação • Recuperação mais rápida nas doenças • Menos problemas ortodônticos e fonoaudiológicos associados ao uso de mamadeira. • Melhor desempenho em testes de QI QI (quociente de inteligência) de crianças que nasceram prematuras segundo o tipo de alimentação Aleitamento Artificial Adaptado de: Lucas, 1992. Aleitamento Materno VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MÃE • Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, reduzindo o risco de hemorragia • Aumenta as reservas de ferro • Reduz o risco de câncer de mama e de ovário • Ajuda a retardar uma nova gravidez De: Aniansson et al, 1994. VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MÃE O aleitamento materno torna conveniente as viagens e as mamadas noturnas A depressão pós parto é reduzida É mais prático e menos trabalhoso O leite está pronto, não necessita preparo O leite não estraga e não é preciso se preocupar com a falta de estoque É mais econômico VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A FAMÍLIA Melhor saúde e nutrição resultam em melhor ambiente psico-social e bem estar Menos gastos com cuidados médicos A economia que se gera pode ser revertida em outros benefícios EXERCÍCIO: Porcentagem de salário necessário para alimentar um lactente com leite artificial durante 6 meses Cálculos: Marca da fórmula infantil:............................................. Preço de uma lata de 500g da fórmula:......................... Preço de 44 latas x 500g da fórmula:............................ Salário mínimo: 1 mês........................... 6 meses........................ Custo de 44 de latas x 500g da fórmula = Salário mínimo para 6 meses x100= .........% Resposta: Para alimentar um bebê c/ leite ...................... custa: ..................% do salário mínimo Adaptado de: Curso de Aconselhamento em Amamentação, Guia do Treinador, WHO/UNICEF,1993, pp. 420-421. Vantagens do aleitamento materno para o HOSPITAL • ambiente emocional mais calmo e tranqüilo • mais espaço para o hospital (com alojamento conjunto) • menos infecção neonatal • melhor imagem e maior prestígio • menos crianças abandonadas • mais seguro em emergências O Leite Humano é muito mais do que uma fonte de nutrientes. É uma substância VIVA DE GRANDE COMPLEXIDADE BIOLÓGICA. COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO “O LEITE MATERNO É ESPÉCIE-ESPECÍFICO” GORDURA AÇÚCAR VITAMINAS ÁGUA FERRO PROTEÍNAS SAIS ANTICORPOS ENZIMAS COMPOSIÇÃO DO LEITE ESPÉCIE GORDURA PROTEÍNA LACTOSE MULHER 3,8% 0,9% 7,0% VACA 3,7% 3,4% 4,8% CABRA 4,5% 2,9% 4,1% PROTEÍNA o teor é perfeito para o crescimento e desenvolvimento cerebral do bebê é facilmente digerida e bem absorvida pelo organismo do bebê a quantidade de proteína no leite não é afetada pela dieta da mãe TEOR DE PROTEÍNA NO LEITE relacionada com a taxa de crescimento COELHO: 10-13% 6 dias para dobrar o peso POTRO: 2% 60 dias para dobrar o peso Mepham, T. B. Bebê humano - 0,9% 180 dias para dobrar o peso LACTOSE Fornece 40% da necessidade de energia Facilita a absorção de cálcio e ferro Promove a colonização intestinal com lactobacilus bifidus GORDURA • Principal fonte de energia para o bebê • O leite materno contém enzimas que digerem a gordura e a transformam em energia (caloria) para o bebê • Contém substâncias essenciais para o bom crescimento cerebral • A quantidade de gordura do leite pode ser afetada pela dieta da mãe A gordura é o componente mais variável no leite materno PICOS: • fim da manhã e tarde • o nível é mais baixo no início da mamada (leite anterior) • o nível é mais alto no final da mamada (leite posterior) NÃO LIMITAR A DURAÇÃO DAS MAMADAS (Woolridge, M W /Thé, MAL) Variação da composição do leite humano LEITE MATERNO PREMATURO Contém mais proteína e fatores de proteção para o bebê prematuro COLOSTRO • Aparece por volta do 7º mês de gestação • É espesso, pegajoso e amarelo claro • É completo como primeiro alimento para o bebê • Volume = 30 ml (10 a 100 ml/dia) COLOSTRO PROPRIEDADE IMPORTÂNCIA · rico em anticorpos · protege contra infecções e alergias · muitos leucócitos · protege contra infecções · laxante · expulsa o mecônio, ajuda a prevenir a icterícia · fatores de crescimento · acelera a maturação intestinal, previne alergia e intolerância · rico em vitamina A De: OMS/CDR/93.6 · reduz a gravidade de algumas infecções (como sarampo e diarréia); previne doenças oculares causadas por deficiência de vitamina A LEITE MATERNO MADURO ANTERIOR acinzentado POSTERIOR branco Modifica-se conforme o período do dia Modifica-se durante a mamada Modifica-se conforme as necessidades do bebê Modifica-se conforme as doenças que a mãe já teve contato Aleitamento materno no 2º ano de vida De: WHO/CDR/93.4 % das necessidades diárias em 500ml de LM “ Se uma nova vacina capaz de prevenir 1 milhão ou mais de mortes infantis por ano, barata, segura, de uso oral, sem necessidade de cadeia de frio, estivesse disponível, ela se tornaria uma exigência imediata da saúde pública. A amamentação oferece todos estes requisitos e muito mais, porém ela necessita de uma “cadeia de calor” – isto é, assistência adequada para construir a auto-confiança materna e proteção contra as práticas prejudiciais”. (Editorial Lancet, 1994) Lição 01 Amamentação, Sobrevivência Infantil e Qualidade de Vida RECOMENDAÇÕES ATUAIS PARA O ALEITAMENTO MATERNO Amamentar os bebês exclusivamente até os seis meses e continuar a amamentação, com alimentos complementares até os dois anos ou mais. Os bebês não devem consumir nenhum outro alimento ou bebida além do Leite Materno até os seis meses. Não oferecer mamadeiras, bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas. Não limitar o número ou a duração das mamadas. L1 SUPERIORIDADE DO LEITE MATERNO O Leite de cada mãe é especialmente indicado para o seu filho. O Leite Materno protege o bebê de bactérias, vírus e alergias. O Colostro é o primeiro alimento perfeito para bebês, contém mais proteína e vitamina A O Leite Materno fornece água suficiente a um bebê, se as mamadas não forem restringidas. O teor de proteína do Leite Materno é perfeito para o crescimento e desenvolvimento cerebral do bebê, é facilmente digeria e bem absorvida. L1 O teor de gordura pode variar de acordo com a dieta da mãe. O teor de proteína é independente do consumo alimentar da mãe. A gordura do leite materno contém ácidos graxos de cadeia longa necessários para o crescimento do cérebro. Os leites infantis industrializados não mudam no decorrer da mamada e não contém enzimas digestivas. L1 VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO Melhor desenvolvimento psicomotor, mental, social e emocional. Menos doenças na infância Proteção contra infecções e Alergias. Mães mais saudáveis e proteção contra outra gravidez. Menos gastos com alimentação artificial. Melhor resposta a vacinações e capacidade de combater doenças mais rapidamente. Conveniente para mamadas noturnas e viagens. Menor problemas ortodônticos. L1 RISCOS DO USO DE SUCEDÂNEOS DO LEITE MATERNO. Os leite infantis podem ser contaminados por um erro de fabricação. Erros na preparação do leite infantil industrializado podem provocar doenças no bebê. A água usada para dissolver leites infantis pode estar contaminada. Custos hospitalares mais altos. L1 MEDICAMENTOS TOMADOS PELA MÃE E O ALEITAMENTO. A maioria dos medicamentos passa para o Leite Materno em quantidades pequenas, entretanto na maioria dos casos, isso não é motivo para interromper o aleitamento. A exposição de um bebê a um medicamento pode ser minimizada programando os horários de tomá-los, evitando os momentos de maior concentração do medicamento. Não se recomenda o uso de sedativos no trabalho de parto e parto. Se for necessário administrar um medicamento contraindicado, interrompa temporariamente o aleitamento e retome-o assim que possível. L1 AMAMENTAÇÃO E USO DE DROGAS L1 GRUPOS DE DROGAS ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS, ANTIINFRAMATÓRIOS E OPIÁCEOS. USO CONTRA – INDICADO DURANTE A LACTAÇÃO Sais de Ouro USO CRITERIOSO DURANTE A LACTAÇÃO Fenilbutazona, Indometacina, Dextropropoxifeno. Doses elevadas / uso prolongado: Morfina, Codeína, Petidina, Salicilatos. Clindamicina, Cloranfenicol, Imipenem. Sulfametoxazol, Sulfonamidas, Nitrofurantoína, Ácido Nalidíxico. Quinolonas: evitar Ciprofloxacin, preferir Norfloxacin. ANTIBIÓTICOS E ANTIINFECCIOSOS Antivirais. Escabicidas: Lindano e Monossulfiran. Antibióticos: Cetoconazol, Itraconazol, Terconazol, Isoconazol Metronidazol, Tinidazol, Furazolidona. Antimaláricos. Pirimetamina. Clofazimina, Dapsona. USO COMPATÍVEL COM LACTAÇÃO Ácidos Mefenâmico. Diclofenaco,Piroxicam, Naproxeno, Cetoprofeno, Ibuprofeno, Colchicina. Paracetamol, Dipirona. Uso de curta duração: Morfina, Codeína, Petidina, Salicilatos. Penicilinas, Ampicilina, Amoxilina, Carbenicilina, Oxacilina, Cefalosporinas, Aminoglicosídeos, Aztreonam, Teicoplanina, Vancomicina, Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina, Lincomicina, Tetraciclinas, Rifampicina. Tuberculostáticos. Antivirais: Aciclovir, Idoxuridine. Escabicidas: exceto Lindano e Monossulfiram Antimicóticos: Miconazol, Nistatina, Fluconazol, Clortrímazol, Anfotericina B, Griseofulvina. Anti-helmínticos. Anti-esquistossomóticos. Pentamina, Antimoniato de Meglumina. L1 GRUPOS DE DROGAS USO CONTRA – INDICADO DURANTE A LACTAÇÃO Anfetaminas Cocaína, Heroína. MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL HORMÔNIOS E ANTAGONISTAS LSD, Maconha. Tamoxifen. Andrógenos. Bromocriptina, Cabergolina. Misoprostol. Mifepristone. Estrógenos: doses elevadas. USO CRITERIOSO DURANTE A LACTAÇÃO USO COMPATÍVEL COM LACTAÇÃO Antidepressivos: Amitriptilina, Imipramina, Lítio, Moclobemida, Fluoxetina, Maprotilina, Paroxetina. Anticonvulsivantes: Fenobarbital, Butabarbital, Primidona, Difenilhidantoína, Etosuximida, Clonazepam. Antipsicóticos: Haloperidol, Droperidol, Pimozida, Sulpirida, Clorpromazina, Levopromazina, Flufenazina, Periciazina, Tioridazina, Pipotiazina. Derivados da Ergotamina (anti-enxaqueca). Antiparkinsonianios. Benzodiazepínicos: Oxazepam e Lorazepam. Hipoglicemiantes orais. Propiltiouracil, Carbamizol, Metimazol. Corticosteróides: doses elevadas/ uso prolongado. Ocitocina, Ergonovina. Adrenalina, Insulina, Tiroxina. Anticoncepcionais: Progesterona (microdosagem) Espermaticidas. DIU com progestogênio. Corticosteróides: Uso de Curta duração. Anticonvulsivantes: Carbamazepina, Ácido Valpróico. Clomipramina L1 GRUPOS DE DROGAS USO CONTRA – INDICADO DURANTE A LACTAÇÃO Amiodarona Anti-neoplásicos: Citotóxicos, Imunossupressores, MISCELÂNIA Substâncias Radioativas. Fenindiona. USO CRITERIOSO DURANTE A LACTAÇÃO Omeprazol, Lansoprazol, Pantoprazol. Teofilina, Aminofilina. Iodetos, Iodopovidona. Antitussígenos. Nafazolina, Oximetazolina, Fenilefrina. Carisoprodol. Clonidina, Pizotífeno. Reserpina. Bebidas Alcoólicas. Nicotina. USO COMPATÍVEL COM LACTAÇÃO Antiácidos, Cimetinina, Ranitidina, Famotidina, Cisaprida, Metoclopramida, Bromoprida, Alisaprida, Domperidona. Antihistamínicos: preferir Loratadina. Descongestionantes. Mucolíticos: Exceto Iodetos. Broncodilatadores Orais e Inalados. Heparina, Warfarin, Dicumarol. Betabloqueadores: preferir Propanolol, Labetolol. Bloqueadores de canais de Cálcio: Nifedipina, Verapamil. Anti-Hipertensivos: Metildopa, Captopril, Hidralazina, Diuréticos. Digitálicos. Lidocaina. Laxativos. Vitaminas. L1 Lição 02 Como o Leite do Peito vai para o Bebê COMO O LEITE VAI DO PEITO PARA O BEBÊ Produção do Leite Materno A prolactina ajuda a produção do leite e pode fazer a mãe sentir-se sonolenta e relaxada. Os níveis de prolactina devem ser mantidos altos para que os alvéolos produzam leite. A duração e freqüência das mamadas afetam o nível da prolactina. A ocitocina ejeta o leite, para que o bebê possa retirá-lo ao mamar. Nos primeiros dias de ejeção do leite a mãe pode sentir contrações uterinas ou sede, ouvir o bebê deglutindo e ver leite vazando da outra mama. Dor, dúvida, vergonha, ansiedade, nicotina ou álcool podem inibir temporariamente a ocitocina. L2 SUCÇÃO E PEGA DA ARÉOLA Segure o bebê próximo a mama mantendo a boca de frente para ela. O bebê deve colocar um bom volume de mama na boca para retirar o leite eficientemente. A mamada obedece um ciclo de sucção/deglutição/respiração. O mamilo, a aréola e o tecido mamário formam um bico na boca do bebê. A língua do bebê assume a forma de um cálice nas laterais do bico e uma onda de compressão desloca-se ao longo da mesma direção à parte superior da boca. L2 O bebê deglute quando a parte posterior de sua boca enche-se de leite. Os bicos artificiais podem confundir a sucção do bebê (provocando a chamada “confusão de bicos”). L2 Lição 03 Como Promover a Amamentação Durante a Gravidez e Após o Nascimento do Bebê IDENTIFICANDO MULHERES QUE PODEM TER DIFICULDADES DE ALEITAMENTO Práticas Alimentares - Ter induzido precocemente suplementação alimentar com mamadeiras Dificuldades Familiares - Identificar familiares que não apoiam seus esforços de amamentar e tente conversar com os familiares sobre suas preocupações. Idade, situação social ou estado mental - Mãe jovem, mãe solteira, depressão, isolamento de grupo social. L3 Separação regulares de seus filhos - Trabalhar fora de casa ou estudar, neste caso orientar a retirada do Leite. Problemas médicos ou físicos - Cirurgia de mama ou trauma que possa afetar a produção do leite, Mastectomia, lesão ativa da mama ou mamilo provocada por herpe, temporariamente até curar a lesão. Doenças crônicas, HIV - positivo, casos severos de psicose. L3 PRÁTICA DE TRABALHO DE PARTO E PARTO Encoraje mulheres em trabalho de parto a ter a companhia de uma pessoa para apioa-las. Diminui a incidência de cesarianas. O trabalho de parto transcorrerá com menos medicamentos e complicações. Com menos medicamentos os bebês ficarão mais alertas e em melhores condições de serem amamentados no pósparto imediato. L3 FACILITE O ALEITAMENTO MATERNO PRECOCE A experiência do trabalho de parto e parto pode afetar o aleitamento materno precoce e determinar sua duração. As normas hospitalares que separam as mães de seus filhos rotineiramente precisam ser mudadas; pois interferem no aleitamento. As mães precisam de apoio e tranqüilidade de um ambiente onde se sintam cuidadas. Não dê nenhum analgésico e/ou anestesia às mães, se não for estritamente necessário. L3 PERMITA QUE AS MÃES E BEBÊS TENHAM UM CONTATO DE PELE ININTERRUPTO DURANTE UMA HORA APÓS O NASCIMENTO. O estabelecimento dos laços afetivos entre mãe e o bebê é mais forte nas primeiras duas horas após o nascimento, principalmente se houver o contato de pele. O contato imediato faz com que as bactérias normais da mãe colonizem o intestino do bebê. L3 ESTIMULE AS MULHERES A INICIAR O ALEITAMENTO NA PRIMEIRA MEIA HORA APÓS O NASCIMENTO. As mães que amamentam na sala de parto tendem a amamentar por mais tempo do que as que demoram a dar o peito. Ensine as mães a responder aos reflexos de busca do bebê que são acentuados na 1ª hora após o nascimento sem medicamentos. Não é necessário apressar-se e forçar o bebê a mamar. A mãe e o bebê devem manter-se em contato de pele até que ambos estejam prontos para o aleitamento. L3 OFEREÇA AJUDA NA PRIMEIRA MAMADA, SE NECESSÁRIO. Colocando o bebê sobre a mãe logo após o nascimento, cobrindo-os com manta quente. Fique a disposição para ajudar o bebê na pega da aréola, quando der sinais de que deseja mamar e não começar na 1ª hora. Mostre a mãe como estimular o reflexo de Busca. Não deixe que fiquem separados por mais de 1 hora, pois a maioria dos procedimentos pediátricos podem ser feitos ao lado da cama da mãe. Não ofereça mamada pré-lacteas ou qualquer outro líquido. L3 PARTOS CESÁREAS Estimule a mãe a iniciar o aleitamento 30 minutos após estar em condições de responder a seu bebê. A presença de um profissional é importante para tranqüilizar a mãe e ajudar a iniciar o aleitamento. Estimule o alojamento conjunto tão logo a mãe possa cuidar de seu bebê. L3 AJUDE A MÃE A ENCONTRAR UMA POSIÇÃO CONFORTÁVEL PARA O ALEITAMENTO Deitar-se de lado. Essa posição ajuda a evitar dores nas primeiras horas e permite que a mãe amamente mesmo que a cabeça precise ficar abaixada. Deitar-se de costas, com o bebê posicionado sobre o corpo da mãe. Colocar um apoio debaixo dos joelhos quando a mãe estiver sentada. L3 Lição 04 Como Iniciar a Amamentação COMO ORIENTAR AS MÃES Crie uma atmosfera confortável. Sente-se no mesmo nível e perto da mãe ao falar com ela. Ajude a mãe a expressar seus sentimentos. Colha informações da mãe que lhe permita ter uma noção de seus sentimentos e crenças. Observe e responda à linguagem corporal da mãe. Escute mais e fale menos. Não faça muitas perguntas diretas, dê pouca e relevante informação, não ordens. Faça com que a mãe sinta que você gosta dela e a aprova. Limite suas sugestões a duas ou três, para não sobrecarrega-lá. L4 Faça o acompanhamento da mãe e, se possível, encaminhe-a a um grupo de apoio. Dê ajuda prática. L4 AJUDANDO AS MÃES A AMAMENTAR. Mantenha bebês e mães juntos desde o nascimento, promovendo alojamento conjunto. Explique que mamadas freqüentes e a expressão manual estimulam a produção do leite. Recomende que deixem que o bebê determine a freqüência e a duração das mamadas. Que aliviem as mamas quando estiverem com muito leite ou desconfortáveis, dando de mamar ou retirando o leite. Se o bebê estiver sonolento demais para mamar, espere meia hora e tente novamente. Não limite de forma alguma a freqüência e duração das mamadas. L4 Se a mãe sentir dores durante uma mamada, verifique a pega da aréola. O alojamento conjunto, permite a amamentação sob livre demanda além de reforçar o estabelecimento de laços afetivos. Oriente as mães que deixem seus bebês largarem o peito espontaneamente . As mamadas noturnas são importantes para garantir a estimulação e produção do leite. L4 SE O BEBÊ ESTIVER SONOLENTO DEMAIS PARA MAMAR, SUGIRA QUE A MÃE: Retire mantas e roupas pesadas, deixando o bebê movimentar os braços e pernas. Amamente o bebê numa posição mais ereta. Massageie suavemente o corpo do bebê e fale com ele. L4 ELIMINANDO PRÁTICAS PREJUDICIAIS AO ALEITAMENTO Não limite tempo ou horário para as mamadas, nem estabeleça normas para práticas de aleitamento. Não ofereça mamadeiras ou bicos artificiais a bebês amamentados. Desestimule o uso de pomadas e cremes nos mamilos. Não ofereça a bebês mamadas pré-lácteas de glicose ou sucedâneos do Leite Materno. Não ofereça brindes de amostras de Leite Infantil ou livretos que mencionem o uso de leites ou mamadeiras. L4 Lição 05 Como Avaliar uma Mamada AVALIANDO A MAMADA O QUE IDENTIFICAR NA OBSERVAÇÃO DE UMA MAMADA. Sinais de que o bebê estabeleceu uma boa pega de aréola, para poder sugar eficientemente. Sinais de que o bebê está sugando lenta e profundamente e o leite fluindo. Sinais de que a mãe precisa de ajuda. L5 SINAIS DE UMA BOA PEGA DE ARÉOLA A boca do bebê está bem aberta. O queixo do bebê toca o peito. O lábio inferior do bebê está virando para fora. O bebê suga, dá uma pausa e suga novamente com sucções lentas e profundas. Mais aréola acima da boca do bebê do que abaixo. A mãe pode ouvir o bebê deglutindo. L5 SINAIS DE UMA PEGA DE ARÉOLA INCORRETA. O mamilo parece achatado ou rajado quando sai da boca do bebê no final de uma mamada. A mãe sente dor nos mamilos durante e após as mamadas. O seio parece estirado ou encolhido durante a mamada. As mamas da mãe podem estar ingurgitadas devido a uma retirada ineficiente do leite. L5 ORIENTANDO MÃES QUE PRECISAM DE AJUDA COM A PEGA DA ARÉOLA. Posicioná-la confortavelmente com o seu bebê para uma mamada. Segure o bebê corretamente para que ele possa estabelecer uma boa pega de aréola. Se o bebê não estiver pegando a aréola corretamente, ou se a mãe sentir dores, a sucção deve ser interrompida e a operação reiniciada. Deixe que o bebê largue o peito espontaneamente. Traga o bebê até o peito, e não o peito até o bebê. L5 Lição 06 Problemas Precoces nas Mamas EXAMINANDO AS MAMA E MAMILOS DA MÃE Só examine as mamas de uma mãe se sugirem dificuldades. Verifique se as mamas estão ingurgitadas, se existe entumecimento, inchaço ou estão avermelhadas. Verifique se a anatomia é incomum ou se a mãe foi submetida a cirurgias no passado. Ajude a mãe a corrigir mamilos invertidos que podem dificultar a pega da aréola. Verifique se existem diferença entre as mamas. L6 PREVENINDO O INGURGITAMENTO Inicie o aleitamento materno exclusivo e ilimitado na primeira meia hora após o nascimento. Mantenha as mães e os bebês juntos, numa atmosfera de atenção. Mostre como estabelecer uma boa pega de aréola a mães que precisam de ajuda. Mostre como retirar leite do peito a mães que não podem amamentar por alguma razão. Não ofereça chupetas, bicos de borracha ou mamadeiras a bebês amamentados. L6 TRATANDO O INGURGITAMENTO Corrigir quaisquer problemas de pega de aréola. Amamente mais freqüentemente. Retire com cuidado um pouco de leite para amolecer a aréola e criar melhores condições para a pega da aréola. Se o aleitamento não for suficiente para reduzir o ingurgitamento, oriente as mães a retirar leite entre as mamadas. L6 TRATANDO MAMILOS DOLORIDOS Verifique se a pega da aréola está incorreta, já que esta é a causa mais comum de mamilos doloridos. Massageie suavemente as mamas na direção dos mamilos. Retire leite para estimular seu fluxo. Inicie cada mamada no peito que estiver dolorido. Evite limitar arbitrariamente a freqüência das mamadas ou seja, amamentar sob livre demanda. Aplique leite materno retirado do peito sobre os mamilos após uma mamada. Deixe as mamas tomarem ar, sol ou banho de luz em lâmpadas de 40 watts por 10 a 20 minutos diariamente. L6 SE A MÃE TIVER MONILÍASE NOS MAMILOS Aplique medicamentos nos mamilos da mãe e na boca e pele irritada das áreas genitais do bebê. Seque os mamilos ao ar ou exponha-os ao sol após cada mamada. Não deixe de lavar tudo que entre em contato com as áreas afetadas. Se houver infecção vaginal, trate-a de acordo com os protocolos nacionais. L6 Lição 07 Bebês que “Recusam” o Peito O BEBÊ QUE RESISTE A TENTATIVAS DE SER LEVADO AO PEITO Ao ser levado ao peito, o bebê chora alto, em vez de começar a sugar. Quanto mais a mãe tenta, mais o bebê chora. Possíveis Causas. A cabeça do bebê pode está sendo empurrada para trás, numa tentativa de fazê-lo pegar a aréola. O bebê não gosta de ser manipulado por estranhos. O bebê recebeu bicos artificiais ou chupetas, que confundiram sua sucção. O bebê está sentindo ou sentiu dores quando foi segurado na posição de mamar. L7 Manejo: Ajude a mãe a segurar calmamente seu bebê próximo ao peito. Não fique tentando fazer pegar a aréola por mais de alguns minutos. Não pressione pontos potencialmente doloridos. Ofereça leite materno ordenhado ao bebê numa xícara ou copinho, até que ele mame no peito. L7 O BEBÊ QUE NÃO CONSEGUE PEGAR A ARÉOLA ADEQUADAMENTE. O bebê parece faminto; entretanto, ao aproximar a boca do peito, não consegue pegar a aréola. Possíveis Causas: O bebê precisa virar o pescoço para mamar. O bebê não abre suficientemente a boca. As mamas da mãe podem estar ingurgitadas. Dificuldade com a técnica de amamentação. L7 Manejo: A mãe deve manter o bebê bem próximo ao corpo, de frente para o peito. Provoque o bebê com o mamilo até que ele abra bem a boca, antes de pegar a aréola. Não oferecer bicos artificiais ao bebê. Deixe-o sugar exclusivamente no peito. Retire leite de mamas ingurgitadas, para ajudar a mamilo a se protrair. L7 O BEBÊ QUE NÃO CONSEGUE MANTER A PEGA DA ARÉOLA. O bebê pega a aréola e começa a mamar. Passando algum tempo, solta o peito e chora ou fica sufocado. Isso acontece diversas vezes durante uma mamada. Possíveis Causas: O bebê precisa esticar-se ou virar o pescoço para manter o peito na boca. O bebê não consegue respirar no peito. A mãe está mexendo o peito ou o bebê, ou não o está apoiando adequadamente, de modo que o peito sai da boca do bebê. O fluxo de leite da mãe está forte demais. L7 Manejo: Verifique se a mãe está segurando o bebê próximo do corpo, de frente para o peito. Não flexione a cabeça do bebê para a frente, para que seu nariz não seja empurrado contra o peito. O bebê deve ficar sentado de lado, com a cabeça apoiada na mão da mãe, de modo que seus movimentos possam ser adequadamente controladas. Oriente as mães que retire leite antes das mamadas, para abrandar seu fluxo. O BEBÊ QUE NÃO SUGA. O bebê pega a aréola, mas não suga. Possíveis Causas: O bebê está com sono. O bebê não está com fome. O bebe está fraco devido a um baixo ganho de peso. Bebê doente, com dor ou sedado. L7 Manejo: Não indique medicamentos desnecessários a nutrizes. Medicamentos administrados durante o trabalho de parto podem sedar o bebê. Não ofereça mamadeiras de água ou leite infantil industrializado. Espere até que o bebê esteja alerta e pronto para mamar antes de oferecer-lhes o peito. Espalhe um pouco de Leite no mamilo para estimular o bebê a pegar o peito. Retire leite para manter a lactação. L7 O BEBÊ QUE RECUSA UM PEITO. O bebê mama bem num peito, mas recusa ou não mama tão bem no outro. Possíveis Causas: Existe alguma diferença entre os mamilos ou fluxo de leite de cada peito. A mãe consegue fazer com que o bebê pegue melhor a aréola num peito do que no outro. Ingurgitamento. O bebê sente dores quando é colocado na posição de mamar. L7 Manejo: Verifique se existe diferenças nas mamas que possam interferir nos esforços do bebê para pegar a aréola. Ex. mamilo invertido. Avalie a posição e pega da aréola do bebê em ambos os lados, e considere maneiras de manter o bebê em sua posição corporal preferida em ambos os peitos. Se o bebê continuar a recusar o outro peito, permita que mame apenas num peito. Considere a possibilidade de dores causadas pela utilização de fórceps ou vácuo ou por uma costela fraturada. L7 Lição 08 Baixa Produção de Leite SINAIS DE QUE O BEBÊ ESTÁ RECEBENDO UMA QUANTIDADE SUFICIENTE DE LEITE. Ele mama pelo menos oito vezes em 24 horas. O ritmo de sua sucção muda durante uma mamada. É possível ouvir sua deglutição. Fica alerta, tem um tônus muscular e uma pele saudável. Fica satisfeito entre as mamadas. Molha a fralda seis ou mais vezes e evacua de três a oito vezes em 24 horas. Apresenta um ganho de peso constante, em média de 18 a 30 gramas por dia. A mãe pode sentir uma sensação de descida do leite, leite vazando do peito contra-lateral e mudanças na sensação de plenitude das mamas. L8 SINAIS DE QUE UM BEBÊ NÃO ESTÁ GANHANDO PESO ADEQUADAMENTE. Ele ganha menos de 18 gramas por dia e não recupera o peso ao nascer em três semanas. Parece letárgico e tem um choro fraco ou agudo e dorme muito. Pode ter uma baixa produção de urina concentrada, ou urinar normalmente. Evacua pouco ou não evacua de forma alguma. Pode querer ficar no peito constantemente. Pode ter uma fisionomia preocupada, com dobras de pele dependuradas pelo corpo. L8 PRINCIPAIS CAUSAS DA BAIXA PRODUÇÃO DE LEITE. O bebê está recebendo outros alimentos e bebidas. O bebê não estabeleceu uma boa pega de aréola para sugar eficientemente. A sucção do bebê está confusa devido à utilização de mamadeiras ou chupetas. As mamadas são infrequentes, curtas e apressadas. Mamadas noturnas interrompidas, precocemente. Restrição das mamadas.. L8 AUMENTANDO A PRODUÇÃO DO LEITE Amamente o bebê sob livre demanda para aumentar a ingesta de calorias. Verificar se a pega da aréola permite uma sucção eficiente nas mamadas. Ofereça ambas as mamas numa mamada, iniciando a lactação pela mama que foi sugada por último. Estimular o bebê a mamar mais freqüentemente e durante mais tempo, dia e noite; pelo menos 10 a 12 vezes em 24 horas. Suspenda toda utilização de mamadeiras e chupetas. L8 Aumente a ingesta de alimentos e líquidos da mãe, se estiver baixa. A mãe deve descansar o máximo que puder, relaxando entre as mamadas para aumentar o fluxo do leite. Retirar leite ente as mamadas e oferecer o Leite Materno ordenhado ao bebê com xícara, copinho ou suplementar. L8 Lição 09 Bebês que Exigem Cuidados Especiais BEBES PREMATUROS PODEM SER AMAMENTADOS QUANDO: Conseguem coordenar a sucção e a deglutição. Fazem movimentos de sucção com a língua e a boca e trazem as mãos até a boca. Conseguem se alimentar com alterações apenas ocasionais do ritmo respiratório e cardíaco. L9 AS MÃES PODEM AMAMENTAR: Mais de um bebê, permitindo que cada um determine seu próprio padrão de utilização do peito. Bebês com lábio leporino ou fenda palatina. Bebês com lesões neurológicas, obedecendo critérios médicos. Um bebê doente; nesse caso, deve amamentar mais freqüentemente. L9 ICTERÍCIA EM BEBÊS AMAMENTADOS Ajude a evitar a icterícia iniciando o aleitamento materno exclusivo após o nascimento. A icterícia provocada pelo leite materno ocorre em menos de 1% dos bebês e mesmo quando ocorre, não é necessário interromper o aleitamento materno. Não ofereça água ou mamadeiras de glicose ao bebê. Somente casos severos de icterícia exigem tratamento. L9 INDICAÇÕES MÉDICAS PARA UTILIZAÇÃO DE ALIMENTOS QUE NÃO SEJAM O LEITE MATERNO. Bebê com galactosemia não pode ser amamentado, pela intolerância a galactose presente no leite materno. Bebê com peso inferior a 1000 g ou 32 semanas de idade gestacional. Bebês severamente dismaturado e hipoglicemia potencialmente severa. Bebês com doenças metabólicas congênitas, por exemplo, fenilcetonúria. L9 Lição 10 Problemas Tardios nas Mamas e Mães Doentes DUCTOS LACTÍFEROS BLOQUEADOS Os ductos podem ficar bloqueados pelas seguintes razões: Aleitamento infrequente. Retirada inadequada de leite de uma área do peito. Pressão local numa área das mamas . Pressão dos dedos durante as mamadas. Sucção ineficaz. L 10 TRATANDO DUCTOS BLOQUEADOS Verifique e corrija a pega ineficaz. Amamentar o bebê com mais freqüência . Segure o bebê em mais de uma posição, para que, nas mamadas, o leite seja retirado de todas as partes da mama. Ofereça primeiro a mama afetada. Massageie suavemente a área afetada na direção do mamilo. L 10 Mastite: Infecção na mama que produz sensibilidade, vermelhidão e calor localizados. A mãe pode ter febre, sentir-se cansada ou nauseada e ter dor de cabeça. Causas da Mastite Mamilos rachados ou fissurados. Ducto lactífero bloqueado não tratado. Baixa resistência a infecções, stress, trabalho excessivo. L 10 TRATANDO A MASTITE OU ABCESSO DA MAMA A mãe deve descansar ao máximo, durante pelo menos 24 horas. Não interrompa o aleitamento, mantenha um fluxo de leite freqüente. Amamentar sempre que o bebê aceitar. Verifique se a pega da aréola está correta para uma sucção eficiente. Faça ordenha manual da mama afetada após cada mamada. Tome um antibiótico para tratar a infecção e um analgésico fraco, se necessário, para aliviar a dor, sob prescrição médica. No caso de abcessos, é necessário a drenagem. L 10 É ACEITÁVEL QUE O BEBÊ CONSUMA OUTROS ALIMENTOS QUANDO UMA MÃE: Tem uma lesão ativa provocada por herpes simples na mama ou mamilo, com a qual o bebê teria contato ao mamar. No caso de mães infectadas pelo HIV antes do parto e após o nascimento do bebê. Mães com casos severos de psicose, eclâmpsia ou choque (temporariamente). Está tomando medicação contra-indicada no período da amamentação. Recusa-se a amamentar por razões que escapam ao controle do hospital. L 10 Lição 11 Como Retirar o Leite Materno e Alimentar o Bebê QUANDO UMA MÃE NÃO PODE INICIAR O ALEITAMENTO LOGO APÓS O NASCIMENTO. Ajude-a a começar a retirar o leite por expressão manual na maior brevidade possível após o parto. Dê-lhe instruções por escrito sobre a retirada e armazenagem do leite materno em casa. Oriente-a para retirar seu leite freqüentemente. Ajude-a a encontrar o lugar onde possa retirar seu leite e falar com outras mães. L 11 QUANDO UMA MÃE PRECISA FICAR LONGE DE SEU FILHO REGULARMENTE. O bebê pode ser amamentado nos intervalos do trabalho. O leite pode ser retirado e oferecido ao bebê de acordo com o armazenamento. A mãe deve relaxar e descansar enquanto estiver amamentando. Estando junto do bebê, a mãe deve amamentá-lo sempre que ele desejar. L 11 QUANDO A MÃE PRECISA SER HOSPITALIZADA O bebê e a mãe devem ficar juntos, e o aleitamento não ser interrompido. O leite deve ser retirado para que continue a ser produzido e para prevenir o ingurgitamento, se o bebê não estiver acompanhando a mãe. A mãe pode tomar medicamentos que não interfiram no aleitamento. L 11 ENSINANDO AS MÃES A RETIRAR LEITE DAS MAMAS Lavar as mãos com água e sabão. A mama deve ser massageada suavemente, para estimular o fluxo do leite. A expressão manual deve ser ensinada a todas as mães. Se as mães tiverem acesso a bombas de expressão, ensine-as a usá-las em casos excepcionais. L 11 ARMAZENANDO O LEITE MATERNO E ALIMENTANDO O BEBÊ COM O MESMO Armazene o leite em um recipiente limpo e com tampa, em pequenas quantidades suficientes para uma mamada. O leite materno retirado pode ser armazenado com segurança em refrigeração por 12 horas, no congelador ou freezer por 15 dias e em temperatura ambiente quando houver necessidade por 2 horas. Devem ser tomadas precauções especiais em relação a bebês prematuros ou doentes. Deve-se aquecer apenas a quantidade de leite a ser usada numa mamada. O leite retirado deve ser oferecido ao bebê numa xícara, copinho ou colher. L 11 Lição 12 Como Oferecer Apoio Permanente a Nutrizes PREPARANDO AS MÃES PARA O ALEITAMENTO NO LAR. As mães devem compreender a importância do aleitamento materno exclusivo, sem utilização de mamadeiras e bicos artificiais. Como posicionar o bebê para que estabeleça uma boa pega de aréola. Que a duração e freqüência das mamadas devem ser definidas pelo bebê. L 12 NUTRIÇÃO E SAÚDE DURANTE A LACTAÇÃO. Consuma mais alimentos da dieta tradicional, e não alimentos especiais. Tenha um consumo adequado de calorias, proteínas, vitaminas e outros nutrientes essenciais, para se sentir melhor e ter mais energia. Aumente a ingesta de líquidos, (água, chás, sucos etc...) faça exercícios regularmente e repouse. Evite o consumo de álcool, tabaco, cafeína em excesso e outra drogas. L 12 ALEITAMENTO MATERNO CONTINUADO POR DOIS ANOS A medida que o bebê for ficando mais alerta e comece a se distrair facilmente, procure amamentá-lo em local silencioso. Após os seis meses o bebê passa a necessitar de outros alimentos. Amamente-o primeiro, depois, ofereça outro alimento. Quando o bebê começar a consumir outros alimentos, continue a amamentá-lo freqüentemente. Permita que o bebê diminua o número de mamadas gradualmente e não deixe de dar-lhe outros alimentos diariamente. L 12 USANDO A LACTAÇÃO PARA ESPAÇAR GESTAÇÕES Amamente exclusivamente durante seis meses sob livre demanda. Amamente num peito até o bebê espontaneamente, depois, ofereça o outro peito. largá-lo Deixe o bebê sugar somente o peito, sem oferecer-lhe chupetas ou bicos artificiais. Amamente à noite sempre que o bebê acordar. Amamente, no mínimo, dez a doze vezes em 24 horas, sem intervalos de mais de seis horas entre as mamadas. L 12 FAÇA O ACOMPANHAMENTO DA MÃE APÓS A ALTA Encaminhe as mulheres a um grupo de mães ou a um ambulatório de lactação. Ofereça as mães orientações escritas ou verbais sobre o aleitamento no lar. Entre em contato com as mães após estarem em casa, para saber como estão se saindo com o aleitamento materno. Identifique locais onde as mães possam receber ajuda e apoio. No caso de não existir um grupo de mães que apoiam mães, forme um grupo desse tipo; capacite líderes e fique à disposição para ajudar no que for necessário. L 12 Lição 13 Como Tornar a sua Comunidade Amiga da Criança POLÍTICAS NACIONAIS QUE AFETAM A ALIMENTAÇÃO INFANTIL Serviços de saúde disponíveis às mulheres. Métodos de planejamento familiar disponíveis às mulheres. Licença-maternidade disponíveis às mulheres. Creches disponíveis às mulheres. Hospitalização de crianças abaixo de dois anos acompanhadas de suas mães. L 13 O CÓDIGO INTERNACIONAL DE COMERCIALIZAÇÃO DE SUCEDÂNEOS DO LEITE MATERNO Restringe as propagandas e os esquemas promocionais de produtos que competem com o leite materno. Exige o fornecimento de informações precisas sobre o aleitamento materno a gestantes. Não permite o fornecimento de amostras a comercialização de produtos ou o aconselhamento patrocinado por empresas. Não permite distribuição gratuita ou subsidiada de leites infantis modificados em maternidades e hospitais. Exige que sejam fornecidas informações científicas e factuais a profissionais de saúde. Não permite a utilização de leites artificiais para complementação alimentar. L 13 O QUE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE PODEM FAZER Retirar cartazes com propagandas de leites infantis ou de papinhas de cereais. Recusar brindes ou amostras grátis de leites infantis Não permitir que sejam oferecidas amostra grátis, brindes ou folhetos a mães. Não permitir que a utilização de leites infantis seja ensinada as mães. Identificar esquemas proporcionais de produtos que interferem no aleitamento materno. Mostrar aos empregadores como podem apoiar o aleitamento materno. L 13 Promover o aleitamento materno através dos meios de comunicação de massa. Afixar cartazes e distribuir folhetos sobre o aleitamento materno em locais públicos de grande concentração. Orientar crianças e adolescentes nas escolas sobre a importância do aleitamento materno. L 13 A ÉTICA, OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS INFANTIS IBFAN Brasil O Século XX, o “século do desmame”: Em meados do século XIX há um aumento da influência dos médicos nos cuidados com as crianças e, como conseqüência, o declínio da amamentação. Houve a perda do conhecimento básico sobre amamentação: - a importância do aleitamento materno. - a posição e pega adequadas. A “livre demanda” foi substituída pelas rotinas “ higieno-educativas” que eram um obstáculo à amamentação: • uso de alimentos artificiais pré lácteos • redução da freqüência e da duração das mamadas • abolição das mamadas noturnas • higiene dos mamilos • uso de berços A saída para as mães : amas de leite ou os leites animais (e mamadeiras). Quando surge o Leite Condensado, ele foi considerado a solução milagrosa dos problemas da amamentação, “uma vaca na prateleira”. Em 1867 Henri Nestlé declara sobre sua mistura de farinha de trigo tostada e leite condensado de vaca: “Minha descoberta terá um futuro formidável pois não há alimento que se compare à minha mistura de farinha.” Em 1890, médicos da Universidade de Harvard diluíram o leite de vaca e adicionaram compostos químicos variados, conforme a sua percepção das necessidades do bebê em várias idades. Nasce a Fórmula Infantil #.--...-7//----------Io--...,//0---....-----..........------.../ 0=//-...---,,,...........---------------.../.. 5#---&......--------..--.....------.....//.. ... -------- ---- F--tt-llm---//--- . A indústria de alimentos passou a desenvolver várias fórmulas genéricas e as promoveu amplamente . Com isso, as fórmulas personalizadas perderam lugar para as industrializadas, deixando um grande descontentamento no meio médico, que desaprovava seu uso. A indústria reconheceu que o afastamento desses influentes profissionais ia contra seus interesses. Os fabricantes então, concordaram em não incluir instruções nas embalagens e passaram a aconselhar as mães a procurarem seu médico antes de usar o produto. Nasce a associação médico-indústria A difusão das fórmulas: Em 1911 foi desenvolvida a primeira fórmula que fazia alusão ao leite humano : SMA ( Simulated Milk Adaptation) Em 1915 já haviam anúncios regulares para 6 marcas concorrentes de alimento lácteo infantil, assim como das mamadeiras. As indústrias passaram a impressionar os profissionais com a sua “alta tecnologia”. Em 1931, o “Times of Malásia” em seu editorial escrevia: “As autoridades médicas hoje em dia concordam que não só os alimentos enlatados são mais nutritivos que os alimentos frescos, como são mais puros por causa do grande avanço da indústria de alimentos”. A difusão no 3º mundo: Após a II Guerra Mundial há queda dos nascimentos nos países industrializados. Os fabricantes de alimentos infantis se voltaram para os países em desenvolvimento por suas altas taxas de natalidade. Os fabricantes intensificam suas campanhas publicitárias, muitas vezes através da distribuição gratuita nos sistemas de saúde. A tendência à alimentação artificial por mamadeira espalhou-se rapidamente. Em 1960, no México, quase 100% dos bebês de 6 meses eram amamentados. Em 1970, sua taxa de amamentação era inferior a 9%. As visitas dos propagandistas eram reforçadas pelos anúncios nas revistas médicas, pelas palestras de outros profissionais patrocinados pelos fabricantes e pela subvenção para assistir as conferências. Derrick Jelliffe denominou essa ajuda aos profissionais como “manipulação para garantir presença” Os médicos indústrias : como promotores das Nas escolas médicas o ensino da amamentação era quase nulo e as indústrias ensinavam o preparo de seus produtos, ministrando aulas com demonstrações de preparo. A venda por intermédio dos médicos cresceu rapidamente como um “método promocional”. Enquanto isso, as empresas sempre atribuíam as doenças e as mortes infantis ao uso indevido de seus produtos. Ao venderem por meio dos médicos, as indústrias ficavam livres das acusações sobre as condições em que os produtos eram usados. Os brindes : Uma série interminável de “brindes” era generosamente distribuída, com nome ou logotipo do fabricante, para que a marca fosse facilmente reconhecida pelo médico. As unidades de saúde aceitavam de bom grado os cartazes dos fabricantes para decorar as paredes monótonas das sua salas. Os cartazes e folhetos muitas vezes continham instruções de como preparar ou alimentar corretamente com mamadeira ou sobre outros alimentos para o bebê. Mostravam imagens de bebês robustos e sadios, com a marca do produto e o logotipo da companhia, para facilitar a associação pelas mães. E na atualidade? Os médicos, continuam recomendando às mães o uso precoce de leites artificiais para os bebês. Décadas de informações falsas levam os profissionais de saúde a observar um número cada vez maior de falhas na amamentação. Muitos acreditam que estes problemas causados por práticas médicas inadequadas, são realmente falhas da natureza. A maioria dos fabricantes dedica grande parte de seu orçamento nos meios para atingir os trabalhadores de saúde, tais como obstetras, pediatras, parteiras, nutricionistas e enfermeiras. Eles sabem que esses profissionais têm uma influência muito grande nas decisões das mães quanto à amamentação. Os deveres dos profissionais de saúde: O dever primeiro, "primum non nocere", é o principio de não lesar. É o ato de evitar um prejuízo físico, mental ou de qualquer outra ordem. A "confidência médica" leva ao dever de fidelidade, que obriga o profissional a ser leal com os interesses do paciente. O compromisso da pediatria com a defesa da criança deriva de um dever de justiça, baseada no reconhecimento de que as crianças tem necessidades especiais. O dever de se auto aprimorar, obriga o profissional a adicionar novos conhecimentos à educação básica. Existem outros deveres adicionais, sendo que o mais óbvio é a promoção de valores essenciais nos encontros do profissional com o paciente. O que seria “receber presentes”? "Ao oferecer um presente ao outro, uma pessoa está proferindo uma relação de amizade. Ao aceitar um presente, aceita-se o início ou o reforço da relação, provocando uma resposta obrigatória daquele que recebe, geralmente certos deveres sociais como gratidão e desejo de reciprocidade.” Chren e col. Quando os profissionais aceitam presentes... Será que o dever de não lesar está sendo ferido? Eles estão embutidos nos preços dos produtos e são pagos pelos pacientes. E sobre o dever de fidelidade? O “endosso por associação”, torna o profissional um agente da companhia. Além disso, ele pode tomar algumas decisões em bases menos imparciais. Será que viola o dever de justiça? O profissional de saúde, que cuida de crianças deve priorizar a distribuição de recursos com base nas suas necessidades, ficando óbvio que não deve participar de atividades que deslocam recursos para si próprio. E o dever de auto aprimoramento? Essa educação pode estar contaminada pela propaganda das companhias e não ser tão efetiva quanto aquelas adquiridas através de apresentações científicas não comerciais. Conclusão: Os profissionais de saúde deveriam se ofender ao receber um presente de qualquer natureza! A crença de que eles podem permanecer imunes aos esforços das propagandas pode ser um equívoco. A crescente massificação do atendimento à saúde, torna os profissionais ainda mais vulneráveis à sedução da indústria. A rejeição de presentes demonstra o quanto está compromissado para com os interesses do paciente. Os profissionais de saúde precisam saber que nesta mesa os interesses são opostos e refletir qual é o lado que estão escolhendo!! “ ...porque tu viverás da terra que teu pai semeou.” Lição 14 Como Tornar o seu Hospital Amigo da Criança O PAPEL DOS FUNCIONÁRIOS DAS MATERNIDADES: Reconhecer o que pode afetar a decisão de uma mulher de amamentar Costumes culturais e crenças em relação as mamas. Postura em relação à gravidez. Conhecimentos ou falta de conhecimentos sobre os benefícios do aleitamento materno. Mensagens comerciais. L 14 Demonstre que você valoriza o aleitamento materno. Seja um modelo que motive mães funcionários. Amamente seus próprios filhos. e outros Parta da premissa de todas as mães amamentarão e desenvolverão um senso de auto-confiança. Elimine, da educação grupal, todas as mensagens inducentes à utilização da mamadeira e sucedâneos do leite materno. Reconheça que as necessidades das mães são diferentes das de outras pacientes. L 14 PROCESSO PARA TORNAR-SE AMIGO DA CRIANÇA Avalie as práticas internamente e introduza as mudanças necessárias. Solicite a visita de uma equipe externa para que faça uma avaliação pelos critérios globais. Satisfaça 80% dos critérios para perceber a designação de Hospital Amigo da Criança. Satisfazendo menos de 80% dos critérios, o hospital recebe um Certificado de Comprometimento para tornar-se Amigo da Criança. L 14 FAZENDO A AUTO-AVALIAÇÃO Estude os Critérios Globais. Utilize o Questionário de Auto-Avaliação. Introduza as mudanças consideradas necessárias. Preencha Folha de Dados do Hospital. L 14