EUCARISTIA, 1 PÁSCOA: a festa mais importante do calendário judeu. Recordam como o sangue de cordeiro com que tinham assinalado as suas casas os tinha livrado do castigo. Era o anúncio de outra Páscoa na qual o sangue do “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, Jesus Cristo, nos libertaria da escravidão do demónio e do pecado EUCARISTIA, 2 CEREMÓNIA DA PÁSCOA NO TEMPO DE JESUS 1. Antes de comer o cordeiro dizia-se uma bênção e bebia-se um copo de vinho misturado com água. 2. Trazia-se para a mesa as ervas, o pão e o cordeiro assado. 3. Explicava-se o significado do que se fazia, recitavam-se salmos, tomava-se um segundo copo de vinho. 4. Abençoava-se, partia-se e comia-se o pão sem fermentar. 5. Depois de comer o cordeiro com as ervas, lavadas já as mãos, benzia-se um terceiro copo de vinho e bebia-se. 6. Recitavam-se outros salmos. 7. Benzia-se e bebia-se um quarto copo de vinho. 8. Acção de graças final. Em 4. Jesus disse: “isto é o meu corpo”. Em 5.: “este é o meu sangue”. Não se fez 7.: “recitado o hino, saíram...” (Mt 26, 30). EUCARISTIA, 3 Ao dar o cálice, disse: “Fazei-o em minha memória”. Dá ao mesmo tempo aos seus Apóstolos a capacidade de produzir a transubstanciação, e o encargo de continuar a oferecer este sacrifício ao longo dos séculos. Na mesma acção instituiu a eucaristia e o sacerdócio ministerial (= de serviço). EUCARISTIA, 4 PRESENÇA REAL Na eucaristia, Cristo está verdadeira, real substancialmente presente. Cristo presente todo, completo, em cada una das espécies: posto que ressuscitou, com o seu corpo está o seu sangue, a sua alma e sua divindade. Fundamentado em 5 textos do Novo Testamento: Jo 6, Mt 26, Mc 14, Lc 22, 1 Cor 11, 23. Presença ad modum substantiae = completo em cada uma das partes das espécies. EUCARISTIA, 5 MATÉRIA PÃO: - de trigo. - licitude: rito latino: sem fermentar; rito oriental: fermentado. - feito recentemente: sem perigo de corrupção. VINHO: - da videira e não corrompido. - obrigação grave de juntar-lhe um pouco de água, como fez Cristo: . Recorda que saiu água do seu lado juntamente com o seu sangue . Representa a união do povo fiel com a sua cabeça Jesus Cristo. EUCARISTIA, 6 SACRIFÍCIO DA MISSA, 1 De fé: a missa é um verdadeiro sacrifício. Instituído por Cristo na Última Ceia, mas não só nem principalmente uma renovação desta cena, senão uma renovação mística e real da morte de Cristo na Cruz. De fé: é a renovação incruenta do sacrifício cruento do Calvário. EUCARISTIA, 7 SACRIFÍCIO DA MISSA, 2 Identidade missa-cruz: - idêntica oferenda: Cristo (na missa realmente presente de modo sacramental); - idêntico sacerdote principal: Cristo (na missa o ministro actua no nome e na pessoa de Cristo). Só a maneira em que Cristo oferece o sacrifício da cruz e o da missa difere: na cruz sacrifício com derramamento de sangue, na missa sacrifício incruento. EUCARISTIA, 8 SACRIFÍCIO DA MISSA, 3 Diferenças acidentais entre a Cruz e a Missa: Cruz Missa Cristo oferece-se mortal e passivelmente Cristo oferece-se imortal e impassivelmente Cristo oferece-se directamente Cristo oferece-se por meio do sacerdote Cristo redime-nos Perpetua-se e aplica-se-nos a redenção EUCARISTIA, 9 SACRIFÍCIO DA MISSA, 4 A sus essência consiste na separação sacramental entre o corpo e o sangue do Senhor pela dupla consagração do pão e do vinho, com o consequente significado da sua morte, ainda que na realidade, sob ambas as espécies está Cristo completo. O momento essencial da missa é portanto a consagração. A comunhão do sacerdote não pertence à essência da missa, ainda que sim à integridade do rito: por isso há-de sumir ambas as espécies. EUCARISTIA, 10 OBRIGAÇÃO DE CELEBRAR MISSA Os sacerdotes devem celebrar o sacrifício eucarístico “frequentemente; ainda mais, recomenda-se encarecidamente a celebração diária, mesmo que não se possa fazê-lo com assistência de fiéis” (CIC 904). Antiga disciplina: obrigação várias vezes cada ano; recomendava-se pelo menos nos domingos e festas de preceito. Por razão do ofício eclesiástico, obrigação de dizê-la e oferecê-la pelo povo todos os domingos e dias importantes assinalados em geral e para cada diocese. EUCARISTIA, 11 FINS DA SANTA MISSA São quatro: 1) latrêutico (adoração) 2) eucarístico (acção de graças) 3) propiciatório (desagravo pelos pecados) 4) impetratório (petição) Correspondem aos fins do sacrifício do Calvário. 1 e 2 produzem-se infalivelmente (referência directa a Deus). 3 e 4, não (dependem homens: disposições, pedir o conveniente, etc.). EUCARISTIA, 12 FRUTOS DA SANTA MISSA São quatro: 1) Geral (aproveita ao conjunto da Igreja militante e purgante) 2) Especial (aproveita aos assistentes) 3) Especialíssimo (aproveita ao sacerdote celebrante) 4) Ministerial (aproveita àqueles por quem se oferece a missa). A aplicação do ministerial só a pode fazer o sacerdote celebrante: pelos vivos ou pelos defuntos (a modo de sufrágio). EUCARISTIA, 13 ESTRUTURA DA MISSA, 1 Fundamentalmente, a missa consiste em re-presentar (“voltar a tornar presente”) o sacrifício de Cristo na cruz, oferecido de uma vez para sempre a Deus Pai em remissão dos pecados. O sacrifício da cruz é sempre actual: renova-se em cada missa por meio dos sinais sacramentais (tornam realmente presente o corpo e o sangue de Cristo e misticamente os separam, como se separaram fisicamente na sua morte). No altar, o sacerdote ministro faz as vezes de Cristo, actua em seu nome e pessoa. EUCARISTIA, 14 ESTRUTURA DA MISSA, 2 Duas grandes partes que formam uma unidade indissolúvel: 1. Liturgia eucarística: núcleo central, actualização do sacrifício da cruz; 2. Liturgia da palavra: prévia reunião dos fiéis através da leitura e consideração da palavra de Deus contida nas Escrituras. Constituem um só acto de culto EUCARISTIA, 15 ORAÇÕES EUCARÍSTICAS, 1 Elementos que nunca faltam : 1. Uma acção de graças: prefácio; 2. Uma invocação ao Espírito Santo: epiclese; 3. Um relato da instituição da eucaristia, com as palavras de Cristo sobre o pão e vinho, ditas com sentido de presente, e que os convertem no corpo e sangue de Cristo: consagração; 4. Uma recordação da paixão e ressurreição de Cristo: anamnese; 5. Uma oblação pela qual Igreja oferece a Deus Pai o sacrifício do seu Filho; 6. Algumas intercessões a favor dos vivos e os defuntos; 7. Uma última acção de graças à Trindade: doxologia. EUCARISTIA, 16 ORAÇÕES EUCARÍSTICAS, 2 São quatro principais e várias mais de recente incorporação. O. E. 1:- formação até ao século IV; - forma definitiva no século VI; - em toda a Igreja do rito latino: pelos séculos IX a XI. O. E. 2: inspira-se na de Santo Hipólito: de dois ou três séculos anterior a cânone romano e é compartilhada com alguns ritos orientais. EUCARISTIA, 17 ORAÇÕES EUCARÍSTICAS, 3 O. E. 3: - com reminiscências de antigas liturgias; - acentua o aspecto sacrificial da eucaristia; - nela se destacam a universalidade, o ecumenismo e a escatologia, assim como o sacerdócio comum dos fiéis. O. E. 4: - prefácio fixo: não se pode usar quando as rubricas exigem um diferente; - antes do sanctus: contempla Deus em si mesmo, antes da criação; - depois: longa acção de graças pelo conjunto da histÓria da salvação. EUCARISTIA, 18 RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 1 Ao receber a eucaristia se estabelece uma íntima união entre o homem e Deus (Jo 6, 57). A isto alude o nome de comunhão que recebe este sacramento. Por esta união com Cristo, os cristãos que participam na eucaristia se unem além disso entre si. EUCARISTIA, 19 RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 2 É o perfeito alimento da vida sobrenatural: a. sustenta a vida espiritual como o fazem os alimentos materiais com a vida corporal. Ao robustecê-la, afasta do perigo de cometer pecados; b. ao aumentar a graça santificante, aumentam todas as virtudes, especialmente a caridade; c. perdoa as culpas veniais e reduz as penas temporais; d. é dádiva de vida eterna, que incoa; e. como resultado da união com o Senhor, constrói a Igreja, corpo místico de Cristo, e é vínculo de unidade com os outros cristãos. EUCARISTIA, 20 RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 3 É capaz de receber com fruto a eucaristia qualquer homem vivo e baptizado que não levante obstáculo à graça por pecado mortal. Rito latino: desde o século XII, não se dá a comunhão às crianças antes do uso de razão. Também não aos dementes e aos que estão sem consciência. Se há consciência de pecado mortal, não basta para comungar fazer um acto de contrição perfeito, a não ser no caso de necessidade grave, o que raramente sucede. Jejum eucarístico. EUCARISTIA, 21 RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 4 Não é necessário, com necessidade de meio, recebê-la de facto. É necessário in voto, isto é, desejar recebê-la, para o cristão baptizado com uso de razão. Com necessidade de preceito divino: algumas vezes na vida e ante a iminência da morte. Com necessidade de preceito eclesiástico: que todos os católicos que fizeram a primeira comunhão a recebam ao menos uma vez ao ano, e precisamente no tempo pascal, se isto é possível (amplo: desde a quarta-feira de Cinzas até ao domingo da Santíssima Trindade). EUCARISTIA, 22 RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 5 Primeira comunhão das crianças: quando tenham suficiente conhecimento (preparação cuidadosa) de maneira que entendan o mistério de Cristo na medida da sua capacidade, e possam receber o corpo do Senhor com fé e devoção (cfr. CIC 913). Perigo de morte: basta que sejam capazes de distinguir o Corpo de Cristo do alimento comum e de receber a comunhão com reverência. Suficiente conhecimento = uso de razão (presume-se que seja pelos 7 anos). Primeira confissão antes de receber a primeira comunhão (cfr. CIC 914). EUCARISTIA, 23 RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 6 Ordinário: não comungar mais de uma vez num mesmo dia. Quem já comungou pode voltar a fazê-lo no mesmo dia sempre que seja dentro de uma missa à que assista. Ex.: matrimónio, funeral; na manhã depois da missa da meia-noite (Natal, Páscoa); incêndio; profanação; perigo de morte. EUCARISTIA, 24 DISTRIBUIÇÃO DA EUCARISTIA Ministros ordinários: bispo, presbítero, diácono. Ministro extraordinário: acólito ou outro fiel que “onde o aconselhe a necessidade da Igreja e não haja ministro” tenha sido legitimamente delegado (cfr. CIC 910 y 230). Critérios para se ver a necessidade de delegar num leigo: 1) ausência de ministro ordinário e acólito; 2) exigência do ministério pastoral, doença ou velhice; 3) grande número de pessoas. Bispo pode conceder a faculdade de delegar: bispos auxiliares, vigários episcopais e delegados episcopais. Outros: 1 vez EUCARISTIA, 25 RESERVA DA EUCARISTIA (CIC 934-944) Só num lugar digno e seguro; Num tabernáculo, dentro de uma píxide sobre um corporal; Com lâmpada continuamente ardendo diante dele; Renovar as formas consagradas com frequência, pelo menos cada quinze dias.