FÍSICA 1Algumas células doCcorpo humano são circundadas por paredes revestidas externamente por uma película com carga positiva e, internamente; por outra película semelhante, mas com carga negativa de mesmo módulo. Considere sejam conhecidas: densidades superficial de ambas as cargas σ =±0,50 x 10–6 C/m2; ε0 ≅ 9,0 x 10 –12 C2/Nm2; parede com volume de 4,0 x 10 –16 m3 e constante dielétrica k = 5,0. Assinale, então, a estimativa da energia total acumulada no campo elétrico dessa parede. a ) 0,7 eV b) 1,7 eV c) 7,0 eV d) 17 eV d) 70 eV Resolução A energia acumulada no campo é dada por: Q.U W = ––––– 2 Q Sendo σ = ––– , vem Q = σA e de A σ U = E . d = ––– . d, vem: ε σ.A.σ.d W = ––––––––––– 2ε σ2 . A . d W = ––––––––––– 2ε Mas A . d = V (volume) e ε = k . ε0 σ2 . V Logo, W = ––––––––– 2 k . ε0 (0,50 . 10 –6)2 . 4,0 . 10 –16 Portanto, W = –––––––––––––––––––––––– (J) 2 . 5 . 9,0 . 10 –12 1 W = ––– . 10 –16J 90 Mas 1eV = 1,6 . 10 –19J. Portanto: 1 10 –16 W = ––– . ––––––––––– 90 1,6 . 10 –19 OBJETIVO (eV) ⇒ W ≅ 7,0 eV I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 A 2Uma haste metálica de comprimento 20,0 cm está situada num plano xy, formando um ângulo de 30° com relação ao eixo Ox. A haste movimenta-se com velocidade de 5,0 m/s na direção do eixo Ox e encontra-se → imersa num campo magnético uniforme B, cujas componentes, em relação a Ox e Oz (em que z é perpendicular a xy) são, respectivamente, Bx = 2,2 T e Bz = –0,50T. Assinale o módulo da força eletromotriz induzida na haste. a ) 0,25 V b) 0,43 V c) 0,50 V c) 1,10 V e) 1,15 V Resolução Devido ao campo magnético na direção z, teremos uma → força magnética atuante ( Fmag ), como indicado na figura. A componente desta força magnética na direção paralela à haste provocará a movimentação de elétrons livres. Desse modo, teremos nas extremidades da haste um acúmulo de elétrons livres de um lado e uma → falta destes do outro, gerando um campo elétrico E entre estas extremidades. A separação de cargas cessa quando tivermos: Fmag cos60° = Felétrica | q | v B cos60° = | q | E U v B cos60° = –– ᐉ U = B ᐉ v cos60° 1 (V) U = 0,50 . 0,20 . 5,0 . –– 2 U = 0,25V Outra solução Podemos considerar a haste deslocando-se apoiada num trilho condutor em forma de C. OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 Entre as posições (1) e (2), a variação de área ∆A é dada por ∆A = ∆s. ᐉ . sen 30°. Pela Lei de Faraday, podemos calcular o módulo da força eletromotriz induzida: ∆Φ U = ––––– ∆t Bz ∆A U = –––––– ∆t Bz . ∆s . ᐉ . sen 30° U = –––––––––––––––––– ∆t U = Bz . ᐉ . v . sen 30° 1 U = 0,50 . 0,20 . 5,0 . ––– (V) 2 U = 0,25V OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 E 3À borda de um precipício de um certo planeta, no qual se pode desprezar a resistência do ar, um astronauta mede o tempo t1 que uma pedra leva para atingir o solo, após deixada cair de uma de altura H. A seguir, ele mede o tempo t2 que uma pedra também leva para atingir o solo, após ser lançada para cima até uma altura h, como mostra a figura. Assinale a expressão que dá a altura H. 2 2 t1 t2 h b) H = ––––––––– 2 2 4(t2 – t1) t1 t2 h a) H = ––––––––– 2 2 2 2(t2 – t1) 2 2 2 2 4 t1 t2 h d) H = ––––––––– 2 2 (t2 – t1) 2 t1 t2 h c) H = ––––––––– 2 (t22 – t21) 4 t1 t2 h e) H = ––––––––– 2 (t22 – t21) Resolução 1) Cálculo de H γ ∆s = V0 t + ––– t 2 2 g H = ––– t12 2 (1) 2) Cálculo do tempo de subida da pedra no 2º lançamento: γ ∆s = V0 t + ––– t 2 2 g h = ––– ts2 ⇒ 2 ts = 兹苶苶 2h ––––– g 3) Cálculo do tempo de queda até o chão: γ ∆s = V0 t + ––– t 2 2 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 g H + h = ––– t q2 ⇒ 2 tq = 兹苶苶苶 2 (H + h) –––––––– g 4) Cálculo de t2: t2 = ts + tq 兹苶苶 兹苶苶苶 2h ––––– + g t2 = 2 (H + h) –––––––– g (2) 2H Em (1): g = –––– t12 Em (2): t2 = 兹苶苶苶 兹苶苶苶苶 2h t12 + –––––––– 2H 兹苶 t2 = t1 兹苶苶苶 h –– + t1 H t2 = t1 H+h –––––– H h –– + 冢 兹苶 H t2 –––– – t1 2 (H + h) –––––––– t12 2H 兹苶苶苶 冣 H+h –––––– H 兹苶 兹苶苶苶 h –– = H H+h –––––– H Elevando-se ao quadrado: 兹苶 t2 –––– t1 冢 冣 2 t2 – 2 –––– t1 冢–––– t 冣 2 2 t2 – 1 = –––– t1 t2 1 2 t2 t22 – t12 = –––– –––––– t1 t12 h h h –– + –––– = 1 + –––– H H H 兹苶 h –– H 兹苶 兹苶 h –– ⇒ H h t22 – t12 –– = –––––– H 2 t 2 t1 h (t22 – t12) 2 –––– = ––––––––– H 4 t22 t12 4 h t22 t12 H = –––––––––––– (t22 – t12) 2 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 4Uma gota do ácidoCCH (CH ) se espalha sobre a superfície da água até formar uma camada de moléculas cuja espessura se reduz à disposição ilustrada na figura. Uma das terminações deste ácido é polar, visto que se trata de uma ligação O–H, da mesma natureza que as ligações (polares) O–H da água. Essa circunstância explica a atração entre as moléculas de ácido e da água. Considerando o volume 1,56x 10-10 m3 da gota do ácido, e seu filme com área de 6,25x 10–2m2, assinale a alternativa que estima o comprimento da molécula do ácido. 3 a ) 0,25 x 10–9 m c) 2,50 x 10–9 m 2 16 COOH b ) 0,40 x 10 –9 m d) 4,00 x 10–9m e) 25,0 x 10–9m Resolução O volume da gota do ácido corresponde ao produto da área do filme pela altura que corresponde ao comprimento da molécula: V=A.L 1,56 . 10 –10 = 6,25 . 10 –2 . L L ≅ 0,250 . 10 –8 m L = 2,50 . 10–9 m OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 5Um fio delgado eDrígido, de comprimento L, desliza, sem atrito, com velocidade v sobre um anel de raio R, → numa região de campo magnético constante B. Pode-se, então, afirmar que: a) O fio irá se mover indefinidamente, pois a lei de inércia assim o garante. → b) O fio poderá parar, se B for perpendicular ao plano do anel, caso fio e anel sejam isolantes. → c) O fio poderá parar, se B for paralelo ao plano do anel, caso fio e anel sejam condutores. → d) O fio poderá parar, se B for perpendicular ao plano do anel, caso fio e anel sejam condutores. → e) O fio poderá parar, se B for perpendicular ao plano do anel, caso o fio seja feito de material isolante. Resolução → Considere o fio e o anel condutores e que o campo B seja perpendicular ao plano do anel. No setor circular ACD, o fluxo indutor Φ aumenta e o fluxo induzido Φ’ surge opondo-se ao aumento de Φ (Lei de Lenz). Pela regra da mão direita, concluímos que o sentido da corrente induzida i1 no arco ACD é antihorário. No setor circular AED, o fluxo indutor Φ diminui e Φ’ surge opondo-se à diminuição de Φ. Pela regra da mão direita, concluímos que o sentido da corrente i2 no arco AED é horário. Assim, o fio é percorrido por corrente i = i1 + i2 . Sobre esta corrente, atua a força → magnética Fm (dada pela regra da mão esquerda) que se opõe ao movimento do fio, podendo pará-lo. Observação: Se o fio e o anel forem isolantes,→ não teremos corrente induzida. O mesmo ocorre se B for paralelo ao plano do anel, pois não haverá variação de fluxo magnético, mesmo se o anel e o fio forem condutores. OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 A 6Uma estação espacial em forma de um toróide, de raio interno R1, e externo R2, gira, com período P, em torno do seu eixo central, numa região de gravidade nula. O astronauta sente que seu "peso" aumenta de 20%, → quando corre com velocidade constante v no interior desta estação, ao longo de sua maior circunferência, conforme mostra a figura. Assinale a expressão que indica o módulo dessa velocidade. a) v = b) v = c) v = d) v = e) v = ( 兹苵苵 ) ( 兹苵苵 ) ( 兹苵苵 ) ( ) ( ) 1– 6 ––– – 1 5 2π R2 –––––– P 5 ––– 6 2π R2 –––––– P 5 ––– + 1 6 5 ––– + 1 6 6 ––– – 1 5 2π R2 –––––– P 2π R2 –––––– P 2π R2 –––––– P Resolução Com a pessoa parada em relação à estação espacial, o seu “peso” F é dado pela resultante centrípeta: 2 2π R2 m V1 F = –––––– (1), em que V1 = –––––– P R2 Com a pessoa em movimento com velocidade v em relação à plataforma, temos: m (V1 + v) 2 F’ = ––––––––––– (2) R2 6 De acordo com o enunciado, F’ = 1,2 F = ––– F 5 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 (2) Fazendo-se ––– , vem: (1) (V1 + v) 2 F’ 6 ––––––––– = ––– = ––– 2 V1 F 5 V1 + v –––––––– = V1 v = V1 兹苵苵 6 ––– ⇒ v = V1 5 兹苵苵 6 ––– – V1 5 ( 兹苵苵 ) 6 ––– – 1 5 2π R2 Sendo V1 = –––––– , vem: P v= ( 兹苵苵 ) 6 2π R –– – 1 –––––2 5 P OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 7Um bloco de gelo Bcom 725 g de massa é colocado num calorímetro contendo 2,50 kg de água a uma temperatura de 5,0°C, verificando-se um aumento de 64 g na massa desse bloco, uma vez alcançado o equilíbrio térmico. Considere o calor específico da água (c = 1,0 cal/g°C) o dobro do calor específico do gelo, e o calor latente de fusão do gelo de 80 cal/g. Desconsiderando a capacidade térmica do calorímetro e a troca de calor com o exterior, assinale a temperatura inicial do gelo. a) –191,4°C b) –48,6°C c) –34,5°C d) –24,3°C e) –14,1°C Resolução No equilíbrio, que ocorre a 0°C, vamos encontrar água e gelo. Como 64g de água tornam-se gelo, temos: Qcedido + Qrecebido = 0 (mc∆θ + m Ls )água + (mc∆θ)gelo = 0 2500 . 1,0 . (0 – 5,0) + 64 . (–80) + 725 . 0,50 . (0 – θg ) = 0 –12500 – 5120 – 362,50 . θg = 0 362,50 . θg = –17620 θg ≅ – 48,6°C OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 C 8Numa aula de laboratório, o professor enfatiza a necessidade de levar em conta a resistência interna de amperímetros e voltímetros na determinação da resistência R de um resistor. A fim de medir a voltagem e a corrente que passa por um dos resistores, são montados os 3 circuitos da figura, utilizando resistores iguais, de mesma resistência R. Sabe-se de antemão que a resistência interna do amperímetro é 0,01R, ao passo que a resistência interna do voltímetro é 100R. Assinale a comparação correta entre os valores de R, R2 (medida de R no circuito 2) e R3 (medida de R no circuito 3). a) R < R2 < R3 b) R > R2 > R3 c) R2 < R < R3 d) R2 > R > R3 e) R > R3 > R2 Resolução No circuito (2), temos: 1) A resistência equivalente entre M e N vale: R . Rv 100R 2 = ––––––– ≅ 0,99R RMN = –––––– R + Rv 101R 2) A resistência total do circuito é: Re = R + RMN + RA = R + 0,99R + 0,01R Re = 2R 3) A indicação do amperímetro é: ε ε iA = ––– = ––– Re 2R 4) A indicação do voltímetro é: Uv = RMN . iA Uv RMN = ––– = R2 = 0,99R iA No circuito (3), temos: OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 1) Resistência equivalente entre M e N: 100R . 1,01R RMN = –––––––––––––– ≅ R 101,01R ε ––– = leitura do voltí2 2) A tensão entre M e N será metro 3) A leitura do amperímetro será: ε/2 Uv iA = –––––– = –––––– 1,01R 1,01R Uv Portanto: R3 = –––––– = 1,01R iA Sendo R2 = 0,99R e R3 = 1,01R, resulta R2 < R < R3 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 9Para se determinarDo espaçamento entre duas trilhas adjacentes de um CD, foram montados dois arranjos: 1. O arranjo da figura (1), usando uma rede de difração de 300 linhas por mm, um LASER e um anteparo. Neste arranjo, mediu-se a distância do máximo de ordem 0 ao máximo de ordem 1 da figura de interferência formada no anteparo. 2. O arranjo da figura (2), usando o mesmo LASER, o CD e um anteparo com um orifício para a passagem do feixe de luz. Neste arranjo, mediu-se também a distância do máximo de ordem 0 ao máximo de ordem 1 da figura de interferência. Considerando nas duas situações θ1 e θ2 ângulos pequenos, a distância entre duas trilhas adjacentes do CD é de a) 2,7 . 10–7m b) 3,0 . 10–7m c) 7,4 . 10–6m d) 1,5 . 10–6m e) 3,7 . 10–5m Resolução Arranjo da figura (1): (I) Teorema de Pitágoras: x2 = (100)2 + (500)2 x ≅ 510mm 100 (II)sen θ1 = –––– ⇒ 510 sen θ1 ≅ 0,196 (III) Para redes de difração, pode-se obter o comprimento de onda λ da luz utilizada pela expressão: kλN sen θ1 = ––––– L em que: k = ordem da franja considerada na figura de interferência (no caso, k = 1); N = número de ranhuras e L = comprimento considerado na rede. Com sen θ1 ≅ 0,196, N = 300 ranhuras e L = 1,0mm = 1,0 . 10–3m, vem: OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 1 . λ . 300 0,196 = ––––––––––– 1,0 . 10 –3 Da qual: λ ≅ 6,54 . 10 –7m Arranjo da figura (2): y Triângulo hachurado: tg θ2 = ––– D Como θ2 é pequeno: sen θ2 ≅ tg θ2 y Logo: tg θ2 = ––– (I) D A diferença de percursos entre os feixes (∆x) pode ser obtida por: ∆x λ sen θ2 = ––– , em que ∆x = 2k ––– (k = 1; 2; 3...) d 2 2kλ Portanto: sen θ2 = –––– (II) 2d Comparando-se (I) e (II), tem-se: y 2kλ 2kλD ––– = –––– ⇒ d = –––––– D 2d 2y Fazendo-se k = 1, λ ≅ 6,54 . 10–7m, D = 74mm e y = 33mm, determina-se a distância d entre duas trilhas adjacentes do CD. 2 . 1 . 6,54 . 10 –7 . 74 d = ––––––––––––––––––––– (m) 2 . 33 Da qual: d ≅ 1,5 . 10–6m Nota: F1 e F2 (trilhas adjacentes do CD, onde feixes LASER sofrem reflexão) foram admitidas fontes coerentes (em concordância de fase) de luz. OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 E 10 Einstein propôs que a energia da luz é transportada por pacotes de energia hf, em que h é a constante de Plank e f é a freqüência da luz, num referencial na qual a fonte está em repouso. Explicou, assim, a existência de uma freqüência mínima fo para arrancar elétrons de um material, no chamado efeito fotoelétrico. Suponha que a fonte emissora de luz está em movimento em relação ao material. Assinale a alternativa correta. a) Se f = fo , é possível que haja emissão de elétrons desde que a fonte esteja se afastando do material. b) Se f < fo , é possível que elétrons sejam emitidos, desde que a fonte esteja se afastdo do material. c) Se f < fo , não há emissão de elétrons qualquer que seja a velocidade da fonte. d) Se f > fo , é sempre possível que elétrons sejam emitidos pelo material, desde que a fonte esteja se afastando do material. e) Se f< fo , é possível que elétrons sejam emitidos, desde que a fonte esteja se aproximando do material. Resolução O movimento relativo entre a fonte de luz e o material altera a freqüência nele incidente fi em relação àquela emitida f. Sabe-se que, pelo efeito Doppler-Fizeau, a freqüência incidente aumenta na aproximação e diminui no afastamento. Assim, temos as seguintes possibilidades para a emissão ou não dos elétrons: a) f ≥ fo b) f < fo 冦 冦 1) repouso relativo (fi = f): há emissão 2) afastamento relativo (fi < f): há emissão até um certo valor de velocidade relativa para o qual fi ainda seja maior ou igual a fo 3) aproximação relativa (fi > f): sempre há emissão 1) repouso relativo (fi = f): não há emissão 2) afastamento relativo (fi < f): não há emissão 3) aproximação relativa (fi > f): há emissão a partir de um certo valor de velocidade relativa para o qual fi se torna maior ou igual a fo De acordo com o item b-3, temos a alternativa e correta. OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 11 Considere C duas ondas que se propagam com freqüências f1 e f2, ligeiramente diferentes entre si, e mesma amplitude A, cujas equações são respectivamente y1(t) = A cos (2 π f1t) e y2(t) = A cos (2 π f2t). Assinale a opção que indica corretamente: a) b) c) d) e) Freqüência da Freqüência do Amplitude batimento máxima da onda onda resultante resultante f1 + f2 (f1 – f2)/2 2 A 兹苶 (f + f )/2 (f 1 2 1 – f2)/2 2A (f1 + f2)/2 f1 – f2 2A f1 – f2 f1 + f2 A 兹苶 2 (f1 + f2)/2 f1 – f2 A Resolução As ondas (1) e (2), ao se propagarem no mesmo meio, sofrem interferência que, em determinados instantes, é construtiva e em outros, é destrutiva. Nas figuras a) e b) abaixo, representamos a superposição das ondas (1) e (2), bem como a onda resultante dessa superposição. Deve-se notar que f1 é ligeiramente maior que f2. figura a): superposição das ondas (1) e (2). No instante ta , ocorre um batimento (instante de interferência construtiva) e no instante tb , um anulamento (instante de interferência destrutiva). figura b): onda resultante. (I) Amplitude máxima da onda resultante: Nos instantes em que a interferência é construtiva (superposição de dois ventres ou de dois vales), temse: Amáx = A + A ⇒ Amáx = 2A (II) Freqüência da onda resultante: É dada pela média aritmética das freqüências f1 e f2. f1 + f2 fR = ––––––– 2 (III) Freqüência do batimento É dada pela diferença entre as freqüências f1 e f2. fB = f1 – f2 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 A 12 Para iluminar o interior de um armário, liga-se uma pilha seca de 1,5 V a uma lâmpada de 3,0 W e 1,0 V. A pilha ficará a uma distância de 2,0 m da lâmpada e será ligada a um fio de 1,5 mm de diâmetro e resistividade de 1,7 x 10–8 Ω.m. A corrente medida produzida pela pilha em curto circuito foi de 20 A. Assinale a potência real dissipada pela lâmpada, nessa montagem. a) 3,7 W b) 4,0 W c) 5,4 W d) 6,7 W e) 7,2 W Resolução 1) Cálculo da resistência interna da pilha: U=E–ri 1,5 0 = 1,5 – r . 20 ⇒ r = –––– (Ω) = 0,075Ω 20 2) Cálculo da resistência do fio de ligação: ρL ρL 4ρL R = –––– = –––––– = ––––– 2 A π d /4 π d2 4 . 1,7 . 10–8 . 4,0 R = –––––––––––––––– (Ω) 3,1 . (1,5 . 10–3) 2 R = 3,9 . 10 –2 Ω 3) Cálculo da resistência da lâmpada: 1,0 U2 U2 P = –––– ⇒ RL = –––– = –––– (Ω) ≅ 0,33Ω 3,0 P RL 4) Cálculo da intensidade da corrente: 1,5 E 1,5 i = ––– = ––––––––––––––––––––– (A) = ––––– (A) 0,075 + 0,039 + 0,333 Re 0,447 i ≡ 3,36A 5) A potência dissipada na lâmpada será: 1,0 PL = RL i 2 = –––– . (3,36)2 (W) ⇒ PL ≅ 3,76W 3,0 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 B 13 A figura mostra uma placa de vidro com índice de refração nv = 兹苵苵 2 mergulhada no ar, cujo índice de refração é igual a 1,0. Para que um feixe de luz monocromática se propague pelo interior do vidro através de sucessivas reflexões totais, o seno do ângulo de entrada, sen θe , deverá ser menor ou igual a a) 0,18 b) 0,37 c) 0,50 d) 0,71 e) 0,87 Resolução (I) Condição de reflexão total: β > L nAr sen β > sen L ⇒ sen β > ––––– nV 1,0 兹苶 2 sen β > ––––– ⇒ sen β > ––––– ⇒ 2 兹苶 2 β > 45° (II) Considerando-se β ≅ 45° (reflexão praticamente total) e observando-se o triângulo hachurado na figura, vem: α + β = 60° ⇒ α + 45° = 60° ⇒ α > 15° (III) Refração na interface ar – vidro: Lei de Snell: nAr sen θe = nV sen α 1,0 sen θe = 兹苶 2 sen 15° sen θe = 兹苶 2 sen (60° – 45°) sen θe = 兹苶 2 (sen 60° cos 45° – sen 45° cos 60°) OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 sen θe = 兹苶 2 冢 1 兹苶 3 兹苶 2 兹苶 2 ––––– . ––––– – ––––– . –– 2 2 2 2 sen θe = 兹苶 2 冢 兹苶 2 兹苶 6 ––––– – ––––– 4 4 冣 冣 1 1,73 – 1 兹苶 3 sen θe = ––––– – –– = –––––––– 2 2 2 0,73 sen θe = –––– ⇒ 2 sen θe ≅ 0,37 (IV) Para que a luz se reflita na interface vidro – ar: sen θe < 0,37 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 C 14 Um solenóide com núcleo de ar tem uma auto-indutância L. Outro solenóide, também com núcleo de ar, tem a metade do número de espiras do primeiro solenóide, 0,15 do seu comprimento e 1,5 de sua seção transversal. A auto-indutância do segundo solenóide é a) 0,2 L b) 0,5 L c) 2,5 L c) 5,0 L e ) 20,0 L Resolução O fluxo total será dado por: Φ=nBA n em que B = µ –– i ᐉ n Assim: Φ = n . µ –– i A ᐉ n2 µ i A Φ = –––––––– ᐉ Mas a auto-indutância L é dada por: Φ n2 µ i A L = –– = –––––––– ᐉ i i n2 µ A L = –––––––– (situação inicial) ᐉ Na situação final, temos: n ᐉ’ = 0,15ᐉ, A’ = 1,5A e n’ = –– 2 Portanto: (n’) 2 . µ . A’ Lfinal = ––––––––––– ᐉ’ n 2 . µ . 1,5A Lfinal = ––––––––––– 4 0,15 ᐉ Lfinal = n2 µ A 2,5 –––––– ᐉ Lfinal = 2,5L OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 D 15 Um moI de um gás ideal ocupa um volume inicial V à temperatura To e pressão Po, sofrendo a seguir uma expansão reversível para um volume V1. Indique a relação entre o trabalho que é realizado por: (i) o W(i), num processo em que a pressão é constante. (ii) W(ii), num processo em que a temperatura é constante. (iii) W(iii), num processo adiabático. Resolução W(i) = [área] OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 W(ii) = [área] Portanto: W(i) > W(ii) W(iii) = [área] Portanto: W(i) > W(ii) > W(iii) OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 C 16 Um anel de peso 30 N está preso a uma mola e desliza sem atrito num fio circular situado num plano vertical, conforme mostrado na figura. Considerando que a mola não se deforma quando o anel se encontra na posição P e que a velocidade do anel seja a mesma nas posições P e Q, a constante elástica da mola deve ser de a) 3,0 × 103 N/m b) 4,5 × 103 N/m c) 7,5 × 103 N/m d) 1,2 × 104 N/m e) 3,0 × 104 N/m Resolução De acordo com o texto, o comprimento natural da mola é 8cm. Impondo-se a conservação da energia mecânica entre as posições P e Q, vem: EP = EQ (referência em Q) m V2 m V2 k x2 mg 2R + ––––– = ––––– + ––––– 2 2 2 em que x = 12cm – 8cm = 4cm = 4 . 10 – 2m 4 mgR k = ––––––– x2 4 . 30 . 0,1 k = –––––––––– N/m 16 . 10 –4 k = 7,5 . 103 N/m OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 B 17 No modelo proposto por Einstein, a luz se comporta como se sua energia estivesse concentrada em pacotes discretos, chamados de "quanta" de luz, e atualmente conhecidos por fótons. Estes possuem momento p e energia E relacionados pela equação E = pc, em que c é a velocidade da luz no vácuo. Cada fóton carrega uma energia E = hf, em que h é a constante de Planck e f é a freqüência da luz. Um evento raro, porém possível, é a fusão de dois fótons, produzindo um par elétron-pósitron, sendo a massa do pósitron igual à massa do elétron. A relação de Einstein associa a energia da partícula à massa do elétron ou pósitron, isto é, E = mec2. Assinale a freqüência mínima de cada fóton, para que dois fótons, com momentos opostos e de módulo iguais, produzam um par elétronpósitron após a colisão: a) f = (4mec2)/h b) f = (mec2)/h c) f = (2mec2)/h d) f = (mec2)/2h e) f = (mec2)/4h Resolução A figura abaixo mostra de maneira esquemática as principais características da produção do par elétronpósitron proposta. Para a freqüência mínima pedida de cada fóton, a energia cinética do par formado deve ser nula. A conservação de energia garante a igualdade das energias inicial e final, Ei e Ef, respectivamente. Ei = Ef hf + hf = mec 2 + me c 2 2hf = 2 mec 2 mec 2 f = –––––– h OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 B 18 Uma espira retangular é colocada em um campo magnético com o plano da espira perpendicular à direção do campo, conforme mostra a figura. Se a corrente elétrica flui no sentido mostrado, pode-se afirmar em relação à resultante das forças, e ao torque total em relação ao centro da espira, que a) A resultante das forças não é zero, mas o torque total é zero. b) A resultante das forças e o torque total são nulos. c) O torque total não é zero, mas a resultante das forças é zero. d) A resultante das forças e o torque total não são nulos. e) O enunciado não permite estabelecer correlações entre as grandezas consideradas. Resolução Utilizando-se a regra da mão esquerda para cada lado da espira retangular, temos: Concluímos, então, que a resultante das forças é nula. O mesmo ocorre com o torque total dessas forças, pois todas têm linhas de ação passando pelo centro da espira. OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 C e E (TESTE DEFEITUOSO) 19 Sejam o recipiente (1) , contendo 1 moI de H (massa 2 molecular M = 2) e o recipiente (2) contendo 1 moI de He (massa atômica M = 4) ocupando o mesmo volume, ambos mantidos a mesma pressão. Assinale a alternativa correta: a) A temperatura do gás no recipiente 1 é menor que a temperatura do gás no recipiente 2. b) A temperatura do gás no recipiente 1 é maior que a temperatura do gás no recipiente 2. c) A energia cinética média por molécula do recipiente 1 é maior que a do recipiente 2. d) O valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 1 é menor que o valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 2. e) O valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 1 é maior que o valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 2. Resolução a) Falsa b) Falsa Equação de Clapeyron pV=nRT Sendo p1 = p2, V1 = V2 e n1 = n2 = 1 mol, temos: T1 = T2 c) Verdadeira A energia cinética média por molécula em gases: 1 – Monoatômicos EC 3 = –– k T 2 He (hélio → He) 2 – Diatômicos EC H2 5 = –– k T 2 (hidrogênio → H2) em que k é a constante de Boltzmann. Assim: EC H2 > EC He d) Falsa e) Verdadeira v= 兹苵苵苵苵 3RT –––––– M Como: M(He) > M(H ) e T1 = T2 2 Vem: vH > vHe 2 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 20 A (TESTE DEFEITUOSO) Animado com velocidade inicial v0, o objeto X, de massa m, desliza sobre um piso horizontal ao longo de uma distância d, ao fim da qual colide com o objeto Y, de mesma massa, que se encontra inicialmente parado na beira de uma escada de altura h. Com o choque, o objeto Y atinge o solo no ponto P. Chamando µk o coeficiente de atrito cinético entre o objeto X e o piso, g a aceleração da gravidade e desprezando a resistência do ar, assinale a expressão que dá a distância d. 1 a) d = ––––– 2µkg –1 b) d = ––––– 2µkg – v0 c) d = ––––– 2µkg 1 d) d = ––––– 2µkg – v0 e) d = ––––– µkg 2 v0 s2g ––––– – 2h 2 v0 s2g ––––– – 2h ( ) ( ) ( 兹苶苶) ( ) ( 兹苶 ) g ––––– 2h v0 – s 2 2 v0 s2g ––––– – 2h g ––– 2h v0 – s Resolução 1) Tempo de queda do objeto Y: γy ∆sy = V0 t + –– t 2 (MUV) ↓ 䊝 y 2 g h = –– tq2 ⇒ tq = 2 兹苵苵苵 2h ––– g 2) Velocidade de Y imediatamente após a colisão: ∆x VY = ––– ∆t s Vy = –––––––– = 2h ––– g 兹苵苵苵 兹苵苵苵 g ––– . s 2h 3) Cálculo da velocidade de x no instante da colisão: Qapós = Qantes m Vy + m V’x = m Vx Vy + V’x = Vx (1) OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 Se a colisão for elástica, vem: V’x = 0 Vx = Vy = 兹苵苵苵 g ––– s (1) 2h 4) TEC: τat = ∆EC m Vx2 m V02 – µk m g d = –––––– – –––––– 2 2 Vx2 – V02 – µk g d = –––––––– 2 V02 – Vx2 d = ––––––––– 2 µk g (2) Substituindo-se (1) em (2), vem: g V02 – ––– s2 2h d = –––––––––––– 2 µk g 1 d = ––––––– 2 µk g ( s2g V02 – –––– 2h ) Nota: A solução só foi possível admitindo-se ser a colisão elástica, o que não foi mencionado no texto, o que, em realidade, inviabiliza a resolução da questão. OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 21 Considere uma pessoa de massa m que ao curvar-se permaneça com a coluna vertebral praticamente 2 nivelada em relação ao solo. Sejam m1 = ––– m a 5 1 massa do tronco e m2 = ––– m a soma das massas 5 da cabeça e dos braços. Considere a coluna como uma estrutura rígida e que a resultante das forças aplicadas pelos músculos à coluna seja Fm e que Fd seja a resultante das outras forças aplicadas à coluna, de forma a mantê-Ia em equilíbrio. Qual é o valor da força Fd ? Resolução Impondo-se que o somatório dos torques em relação ao ponto O seja nulo, temos: d d 2 m2 g . –– = m1 g . –– + Fd sen β –– d 3 6 3 2 m2 g = m1 g + 4 Fd sen β 4 Fd sen β = (2 m2 – m1) g (2 m2 – m1) g Fd sen β = ––––––––––––– 4 Como 2 m2 = m1, resulta: Fd . sen β = 0 Considerando-se Fd ≠ 0 resulta sen β = 0 ⇒ β = 0° Nesse caso, Fd é horizontal e resulta: Fd = Fm cos α (1) OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 3 Na direção vertical: Fm sen α = –– m g 5 3 mg Fm = ––– –––––– (2) 5 sen α 3 mg (2) em (1): Fd = ––– –––––– . cos α 5 sen α 3 Fd = –– m g cotg α (Resposta) 5 Observações: 1) Se considerarmos que o dado da questão é Fm e não é dado o ângulo α, podemos dar a resposta da seguinte forma: Fd Fd = Fm cos α ⇒ cos α = ––– Fm 3 mg 3mg Fm = ––– –––––– ⇒ sen α = –––––– 5 sen α 5 Fm sen2α + cos2α = 1 9m 2g 2 Fd2 + ––––––– =1 ––– 2 25 Fm Fm2 25 Fd2 + 9m 2g 2 ––––––––––––––– =1 25 Fm2 25 Fd2 + 9m 2g 2 = 25 Fm2 25 Fd2 = 25 Fm2 – 9m 2g 2 兹苶 25 苶苶苶苶苶苶苶苶 Fm2 – 9m 2g 2 Fd = ––––––––––––––––––– 5 (Resposta) 2) Embora o resultado Fd = 0 seja fisicamente inconsistente, ele é possível matematicamente e nesse 3 caso resultaria α = 90° e Fm = ––– mg. 5 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 22 Quando se acendem os faróis de um carro cuja bateria possui resistência interna ri = 0,050Ω, um amperímetro indica uma corrente de 10A e um voltímetro uma voltagem de 12 V. Considere desprezível a resistência interna do amperímetro. Ao ligar o motor de arranque, observa-se que a leitura do amperímetro é de 8,0A e que as luzes diminuem um pouco de intensidade. Calcular a corrente que passa pelo motor de arranque quando os faróis estão acesos. Resolução Considerando o voltímetro ideal, temos para o primeiro circuito: farol: U = R . i 12 = R . 10 R = 1,2Ω bateria: U = ε – ri . i 12 = ε – 0,050 . 10 ε = 12,5V Para o segundo circuito, vem: farol: U = R . I2 U = 1,2 . 8,0 U = 9,6V bateria: U = ε – ri . I 9,6 = 12,5 – 0,050 . I I = 58A A corrente que passa pelo motor de arranque tem intensidade: I1 = I – I2 ⇒ I1 = (58 – 8,0) A ⇒ I = 50A OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 23 Considere um automóvel de peso P, com tração nas rodas dianteiras, cujo centro de massa está em C, movimentando-se num plano horizontal. Considerando g = 10 m/s2, calcule a aceleração máxima que o automóvel pode atingir, sendo o coeficiente de atrito entre os pneus e o piso igual a 0,75. Resolução 1) Para o equilíbrio vertical: FD + FT = P (1) 2) Para que o carro não tombe, o somatório dos torques em relação ao centro de gravidade deve ser nulo: FD . dD + Fat dA = FT . dT FD . 2,0 + 0,75FD . 0,6 = FT . 1,4 2,0FD + 0,45 FD = 1,4 FT 2,45 FD = 1,4 FT ⇒ 2,45 FT = ––––– FD 1,4 (2) (2) Em (1): 2,45 FD + –––––– FD = P 1,4 3,85 FD –––––– = P 1,4 1,4P FD = ––––– 3,85 Aplicando-se a 2ª Lei de Newton: Fat = M a Fat = M amáx máx P µE FD = ––– . amax g 1,4P µE . ––––– = 3,85 P ––– . amáx g 0,75 . 10 . 1,4 amáx = ––––––––––––– (m/s2) 3,85 amáx ≅ 2,7 m/s2 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 24 O Raio-X é uma onda eletromagnética de comprimento de onda (λ) muito pequeno. A fim de observar os efeitos da difração de tais ondas é necessário que um feixe de Raio-X incida sobre um dispositivo, com fendas da ordem de λ. Num sólido cristalino, os átomos são dispostos em um arranjo regular com espaçamento entre os átomos da mesma ordem de λ. Combinando esses fatos, um cristal serve como uma espécie de rede de difração dos Raios-X. Um feixe de Raios-X pode ser refletido pelos átomos individuais de um cristal e tais ondas refletidas podem produzir a interferência de modo semelhante ao das ondas provenientes de uma rede de difração. Considere um cristal de cloreto de sódio, cujo espaçamento entre os átomos adjacentes é a = 0,30 x 10–9 m, onde Raios-X com λ = 1,5 x 10–10 m são refletidos pelos planos cristalinos. A figura (1) mostra a estrutura cristalina cúbica do cloreto de sódio. A figura (2) mostra o diagrama bidimensional da reflexão de um feixe de Raios-X em dois planos cristalinos paralelos. Se os feixes interferem construtivamente, calcule qual deve ser a ordem máxima da difração observável? Resolução Para interferência construtiva, a diferença de fase ∆ϕ entre os feixes refletidos deve ser múltipla par de π: ∆ϕ = 2kπ ; k ∈ ⺞ (I) A diferença de fase é provocada pela diferença de percurso ∆x entre os feixes. Da figura, temos: ∆x ––– = a sen θ 2 ∆x = 2a sen θ Como OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 ∆x ∆ϕ = 2π ––– λ 2a sen θ ∆ϕ = 2π . –––––––– (II) λ Das equações (I) e (II), temos: 2a sen θ 2π . –––––––– = 2 kπ λ λk sen θ = ––– 2a 1,5 x 10–10k –––––––––––––– sen θ = 2 . 0,30 x 10 –9 sen θ = 0,25 k ≤ 1 k≤4 Resposta: OBJETIVO kmáx = 4 I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 25 A figura mostra um capacitor de placas paralelas de área A separadas pela distância d. Inicialmente o dielétrico entre as placas é o ar e a carga máxima suportada é Qi. Para que esse capacitor suporte urna carga máxima Qf foi introduzida uma placa de vidro de constante dielétrica k e espessura d/2. Sendo mantida a diferença de potencial entre as placas, calcule a razão entre as cargas Qf e Qi. Resolução Para a configuração inicial, temos: Q A Q ε AU Ci = –––i ⇒ ε . ––– = –––i ⇒ Qi = –––– (1) U d U d A configuração final equivale a série: C1 . C2 em que C1 = ε . Cf = –––––––– C1 + C2 dois capacitores em kεA A ––– e C2 = ––––– d/2 d/2 A kεA ε ––––– . –––––– d/2 d/2 2k ε A Portanto, Cf = ––––––––––––––– ⇒ Cf = ––––––––– εA kεA d (1 + k) ––––– + –––––– d/2 d/2 Q 2k ε A Mas Cf = –––f . Logo, Qf = Cf U ⇒ Qf = –––––––– .U (2) U d (1 + k) De (1) e (2), vem: 2k ε A ––––––––– . U Qf 2k Q d (1 + k) = –––––– –––f = ––––––––––––– ⇒ –––– Qi 1+k Qi εA.U ––––––– d OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 26 Uma partícula de massa m carregada com carga q > 0 encontra-se inicialmente em repouso imersa num campo gravitacional e num campo magnético B0 com sentido negativo em relação ao eixo Oz, conforme indicado na figura. Sabemos que a velocidade e a aceleração da partícula na direção Oy são funções harmônicas simples. Disso resulta uma trajetória cicloidal num plano perpendicular à B0. Determine o deslocamento máximo (L) da partícula. Resolução Na direção y, o movimento é harmônico simples e por isso nos ponto O e A a velocidade na direção y é nula e a força resultante tem a mesma intensidade. Isto posto, temos: P = Fmag – P Fmag = 2P qVDB0 = 2mg ⇒ 2mg VD = –––––– qB0 (1) A velocidade na posição D tem direção do eixo x e seu módulo é dado pelo teorema da energia cinética: τtotal = ∆Ecin mV 2 mV 2 D 0 τP + τmag = ––––– – ––––– 2 2 Sendo τmag = 0; V0 = 0 e τP = m g L, vem: mV 2 D m g L = ––––– ⇒ V 2 = 2 g L ⇒ VD = 兹苶苶 2gL (2) D 2 Comparando-se (1) e (2), vem: OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 2mg 2gL ––––––– = 兹苶苶 qB0 2m 2g 4m2g2 = 2gL ⇒ L = –––––––– ––––––– q2B02 q 2B 2 0 Nota: admitimos, na resolução, que seja dado o módulo g da aceleração da gravidade. 2m 2g Resposta: L = –––––––– q 2B02 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 27 Calcule a área útil das placas de energia solar de um sistema de aquecimento de água, para uma residência com quatro moradores, visando manter um acréscimo médio de 30,0° C em relação à temperatura ambiente. Considere que cada pessoa gasta 30,0 litros de água quente por dia e que, na latitude geográfica da residência, a conversão média mensal de energia é de 60,0 kWh/mês por metro quadrado de superfície coletora. Considere ainda que o reservatório de água quente com capacidade para 200 litros apresente uma perda de energia de 0,30 kWh por mês para cada litro. É dado o calor específico da água c = 4,19 J/g°C. Resolução 1) Os quatro moradores utilizam, por mês, um volume de água de: V = 4 . 30 . 30 (ᐉ/mês) V = 3600 ᐉ/mês 2) Para a água ser aquecida de 30,0°C, iremos utilizar: Q = m c ∆θ = d V c ∆θ Utilizando-se dágua = 1,0 kg/ᐉ = 1,0 . 10 3 g/ᐉ, vem: Q = 1,0 . 10 3 . 3600 . 4,19 . 30,0 (J) Q ≅ 452,5 . 10 6 J Em kWh, essa energia é expressa por: 425,5 . 10 6 Q ≅ –––––––––– (kWh) 3,6 . 10 6 Q ≅ 125,7 kWh 3) Como cada litro de água do reservatório (de 200 ᐉ) perde 0,30 kWh por mês, vem: Qperdido = 200 . 0,30 (kWh) Qperdido = 60 kWh Assim, Qtotal = (125,7 + 60) (kWh) Qtotal = 185,7 kWh Essa energia é o total necessária por mês, logo: kWh Pottotal ≅ 185,7 ––––– mês 4) Sendo: Pot I = ––––– A ⇒ Pot A = ––––– I Vem: 185,7 A = ––––– (m2) 60,0 A = 3,1 m2 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 28 Num meio de permeabilidade magnética µ , uma cor0 rente i passa através de um fio longo e aumenta a uma taxa constante ∆i/∆t. Um anel metálico com raio a está posicionado a urna distância r do fio longo, conforme mostra a figura. Se a resistência do anel é R, calcule a corrente induzida no anel. Resolução Considerando-se r >> a, a variação da intensidade do campo magnético criado na região interna do anel é dada por: ∆B = µ0 ∆i ––––––– 2πr A força eletromotriz (ε) induzida no anel, responsável pelo aparecimento da corrente elétrica (I) que o percorre, tem módulo calculado por: ε= ∆Φ ∆B A cos θ ––– ⇒ ε = ––––––––––– ∆t ∆t Sendo θ = 0° (o vetor normal ao plano do anel tem o → mesmo sentido de ∆ B), do que decorre cos θ = 1, e observando-se que A = πa2, vem: ∆B π a2 I = –––––––– (2) R ∆t Comparando-se (1) com (2), obtém-se o valor de I em função dos dados oferecidos. µ0 π a2 ∆i µ0 a 2 ∆i I = –––––––––– ⇒ I = –––––––––– 2π r R ∆t 2 r R ∆t µ0 a2 ∆i Resposta: I = ––––––––– 2 r R ∆t OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 29 Considere uma tubulação de água que consiste de um tubo de 2,0 cm de diâmetro por onde a água entra com velocidade de 2,0 m/s sob uma pressão de 5,0 x 105 Pa. Outro tubo de 1,0 cm de diâmetro encontra-se a 5,0 m de altura, conectado ao tubo de entrada. Considerando a densidade da água igual 1,0 x 103 kg/m3 e desprezando as perdas, calcule a pressão da água no tubo de saída. Resolução 1) Pela equação da continuidade, temos: A1V1 = A2V2 πd12 πd22 V1 = –––– V2 –––– 4 4 V2 = 冢 d1 ––– d2 冣 2 . V1 V2 = 4 . 2,0 (m/s) ⇒ V2 = 8,0m/s 2) Aplicando-se a Equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2), vem: V12 V22 p1 + µ ––– = p2 + µ ––– + µg H 2 2 1,0 . 10 3 1,0 . 10 3 5,0 . 10 5 + –––––––– . 4,0 = p2 + –––––––– . 64,0 + 1,0 . 10 3 . 10 . 5,0 2 2 5,02 . 105 = p2 + 0,82 . 105 ⇒ p2 = 4,2 . 10 5 Pa Resposta: 4,2 . 10 5 Pa OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 30 Vivemos dentro de um capacitor gigante, onde as placas são a superfície da Terra, com carga – Q e a ionosfera, uma camada condutora na atmosfera, a uma altitude h = 60 km, carregada com carga + Q. Sabendo que nas proximidades do solo junto à superfície da Terra, o módulo do campo elétrico médio é de 100 V/m e considerando h << raio da Terra ≅ 6400 km, determine a capacitância deste capacitor gigante e a energia elétrica armazenada. Considere 1/(4πε0) = 9,0 × 109 Nm2 /C2. Resolução Vamos, inicialmente calcular a capacitância de um capacitor esférico: 1 –Q 1 +Q VA = ––––– . ––––– + ––––– . ––––– 4π ε0 R1 4π ε0 R2 1 VA = ––––– . Q 4π ε0 冢 1 1 ––––– – ––––– R2 R1 冣 1 R1 – R2 VA = ––––– . Q . –––––––– 4π ε0 R1 . R2 1 –Q 1 +Q VB = ––––– . ––––– + ––––– . ––––– = 0 4π ε0 R2 4π ε0 R2 1 R2 – R1 U = VB – VA ⇒ U = ––––– . Q . –––––––– 4π ε0 R1 . R2 Q Sendo C = ––– , vem: U R1 . R2 C = 4π ε0 . –––––––– R2 – R1 OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5 1 C2 Sendo 4π ε0 = ––––––9 –––––– , R1 = 6,4 . 106m e 9 . 10 M. m2 R2 = 6,46 . 106m, resulta: 1 6,4 . 106 . 6,46 . 106 C = ––––––9 . ––––––––––––––––––––– (F) 9 . 10 6,46 . 106 – 6,4 . 106 C ≅ 7,6 . 10–2F Observação: sendo a distância entre a Terra e a nuvem muito menor se comparada com o raio da Terra, podemos considerar, numa boa aproximação, o campo elétrico uniforme e o capacitor plano. Assim ε0 A C = ––––– d em que A é a área da superfície terrestre, d = h = 60km e K = 1/4πε0 1 . 4πR2 C = –––––––– 4πK . h R2 C = –––– Kh (6,4 . 10 6)2 C = –––––––––––––––– 9 . 109 . 6,0 . 10 4 (F) C ≅ 7,6 . 10–2 F A energia eletrostática armazenada neste capacitor será dada por: C U2 W = ––––– 2 em que U = E . h C (E h) 2 W = ––––––– 2 C E2 h2 W = ––––––– 2 7,6 . 10–2 . (100) 2 . (6,0 . 10 4) 2 W = –––––––––––––––––––––––––––– (J) 2 W ≅ 1,4 . 1012 J OBJETIVO I T A - ( 1 º D i a ) D e z e m b r o /2 0 0 5