TOPOGRAFIA I Prof.ª Letícia P. Finamore Grandezas Angulares: Ângulo Vertical () Ângulo Vertical (): É qualquer ângulo medido no plano vertical (plano perpendicular ao plano topográfico, isto é: o plano que contém a vertical que passa pelo ponto topográfico. (Figura 1) O ângulo vertical pode ser: Ângulo Zenital (V ou Z) ou Nadiral (V’ ou Z’): quando a origem de contagem corresponde a vertical do ponto. (Figura 2) Ângulo Vertical: quando a origem do ângulo de inclinação do terreno é no plano horizontal. (Figura 3). (Figura 1) (Figura 2) (Figura 3) Grandezas Angulares: Ângulo Vertical () continuação Conversão dos ângulos zenitais para verticais: V = 900 - Z. exercício Grandezas Angulares: Declinação Magnética Declinação Magnética: A Terra, como qualquer ímã, cria um campo magnético. Com isso, os pólos geográficos (pólos verdadeiros), não coincidem com os pólos magnéticos, há um desvio do meridiano magnético em relação ao geográfico. O ângulo compreendido entre esses meridianos é denominado declinação magnética. Grandezas Angulares: Declinação Magnética Campo magnético terrestre. Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação Em 2005, o pólo norte magnético estava localizado aproximadamente a 118° a oeste de Greenwich e a 83° acima do equador. Já o pólo sul magnético situava-se, aproximadamente, na longitude 138 ° leste e latitude 64 ° sul. Tipos de declinação magnética: a posição do norte magnético pode estar à esquerda, à direita ou mesmo coincidir com a posição do norte geográfico. Dessa forma, têm-se três tipos de declinação magnética: 1. 2. 3. Declinação negativa ou ocidental: o norte magnético (NM) está a esquerda do norte verdadeiro (NV), sentido anti-horário. Declinação positiva ou oriental: o norte magnético (NM) está a direita do norte verdadeiro (NV), sentido horário. Declinação nula: o norte magnético coincide com o norte verdadeiro, NM = NV. Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação 1. Declinação negativa (-) ou ocidental (do). 2. Declinação positiva (+) ou oriental (de). 3. Declinação nula OBSERVAÇÃO: Atualmente, em grande parte do território brasileiro, a direção norte, dada pela agulha imantada, se encontra à esquerda do norte verdadeiro, ou seja,a declinação é ocidental (“do” ou “-”). Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação Variação da Declinação Magnética no Planeta A faixa azul, p. exemplo, indica que a DM varia de 10°W a 20°W (oeste) Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação Variação da declinação magnética: a) Posição geográfica e época do ano: a declinação magnética varia com a posição geográfica em que é observada e para cada época do ano. b) Seculares: são aquelas observadas no decorrer dos séculos. Tem origem no interior da Terra e deve-se ao movimento das cargas elétricas da parte líquida do núcleo terrestre (formado por níquel e ferro), que funciona como um ímã cujo magnetismo dá origem ao campo magnético terrestre. Já foram observados variações de 25º oriental até 25º ocidental. c) Locais: são perturbações ocasionadas pela presença ou proximidade de algum material metálico, linhas de transmissões de energia etc. Distâncias mínimas a serem observadas nas operações com bússolas: Linha de alta tensão: 140 m; Linha telefônica: 40 m; Cerca de arame farpado: 10 m. Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação Atualmente, para atualizar as declinações e suas variações emprega-se “cartas magnéticas digitais” e programas computacionais específicos para tal fim. a) Cartas magnéticas digitais: Os pontos da superfície que têm o mesmo valor de declinação magnética num determinado instante, se unidos formam as linhas isogônicas, originando os mapas de isogônicas. E os pontos da superfície que tem a mesma variação anual de declinação são mostrados em mapas denominados mapas isopóricos. O Observatório Nacional do Rio de Janeiro publica, em seu anuário, um mapa do país com o traçado das isopóricas (lugar geométrico das regiões com mesma variação anual da declinação magnética) e isogônicas (lugar geométrico das regiões com mesma declinação magnética Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação A declinação magnética em um determinado local, para uma determinada época “t”, pode ser calculada realizando interpolações na carta magnética confeccionada para uma época “to” empregando a seguinte Equação: dt = dto + dtom.(t – to) em que: to = época, para a qual foi confeccionado a carta isogônica (em anos), t = época, para a qual se deseja calcular a declinação magnética (em anos), dto= declinação magnética, para o local, extraída da carta isogônica (em minutos sexagesimais), dtom = variação da declinação, para o local, extraída do mapa (em minutos por ano), dt = declinação magnética, para o local, na época t (em minutos). Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação b) Programas computacionais: Na página http://www.ngdc.noaa.gov/geomagmodels/struts/calcDeclination é possível determinar diretamente, para qualquer lugar a declinação magnética (Declination, de acordo com o programa computacional). Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação Correção de rumos e azimutes: Uma vez que o norte magnético sofre variações até mesmo diárias, uma planta topográfica deve ser orientada pelo norte Geográfico (Norte Verdadeiro) e não pelo norte magnético. No entanto, este, o norte verdadeiro, pode ser determinado a partir daquele, do norte magnético, se a declinação magnética para uma época t é conhecida, empregando as seguintes equações: Rumos: RV = RM ± declinação magnética Obs.: O sinal + ou – vai depender do quadrante do rumo magnético e do tipo de declinação. Azimutes: AZV = AZM – do AZV = AZM + de Grandezas Angulares: Declinação Magnética continuação Ainda hoje é comum encontrar-se plantas orientadas pelo norte magnético. Porém, se a data de medição do azimute constar na planta, o azimute geográfico, e consequentemente o meridiano geográfico, pode ser resgatado através das Equações citadas acima. A tendência atual é utilizar receptores de sinais de satélites de navegação (GPS) para determinarem coordenadas de dois pontos e a partir destas, obter diretamente o azimute geográfico. Bússolas e declinatórias estão em desuso para fins topográficos. exercício