CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTROLADORIA Prof. Jorge Marcelo Wohlgemuth, Me. 2 SUMÁRIO CAPÍTULO I 4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.....................................................................................................................4 TERMINOLOGIA CONTÁBIL.....................................................................................................................7 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO ....................................................................................8 ATIVIDADES EXECUTADAS PELO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE..........................................11 a) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL.........................................................................................................12 b) ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS CONTÁBEIS............................................................................13 RAMOS DA CONTABILIDADE ................................................................................................................23 II. ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE CONTROLADORIA 24 CONTROLADORIA COMO ÁREA DE CONHECIMENTO .......................................................................24 CONTROLADORIA COMO UNIDADE ADMINISTRATIVA ......................................................................25 CONTROLADORIA NO SETOR PÚBLICO..............................................................................................26 FUNÇÕES EXECUTADAS PELA CONTROLADORIA ............................................................................26 ANÁLISE DE BALANÇOS .......................................................................................................................27 TÉCNICAS DE ANÁLISE ....................................................................................................................29 ANÁLISE VERTICAL ......................................................................................................................29 ANÁLISE HORIZONTAL.................................................................................................................30 CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DE ÍNDICES...............................................................................30 ÍNDICES DE LIQUIDEZ..................................................................................................................31 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO.....................................................................................................34 ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS.....................................................................................................35 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ......................................................................................................37 CÁLCULO DO CUSTO DO PRODUTO/SERVIÇO ..................................................................................41 TERMINOLOGIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS .......................................................................42 FATORES DE PRODUÇÃO ...........................................................................................................44 A) MATERIAIS ................................................................................................................................44 B) MÃO-DE-OBRA..........................................................................................................................49 C) GASTOS GERAIS......................................................................................................................50 D) DEPRECIAÇÃO .........................................................................................................................50 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS .......................................................................................................53 3 SISTEMAS DE CUSTOS ....................................................................................................................54 CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL.................................................................................................54 CUSTEIO PADRÃO........................................................................................................................55 CUSTEIO ABC................................................................................................................................55 CUSTEIO POR ABSORÇÃO ..........................................................................................................55 ESTUDO DE CASO 1 .........................................................................................................................55 Solução: ..............................................................................................................................................58 ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E DO PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................65 ESTUDO DE CASO 2 .........................................................................................................................67 Solução: ..............................................................................................................................................67 DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .............................................................................................69 ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA .................................................................................72 ESTUDO DE CASO 3 .........................................................................................................................73 ESTUDO DE CASO 4 .........................................................................................................................74 FLUXO DE CAIXA ...................................................................................................................................75 ORÇAMENTO .........................................................................................................................................78 OBJETIVOS DO ORÇAMENTO..........................................................................................................79 CONCEITOS ORÇAMENTÁRIOS ......................................................................................................80 ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO ................................................................................81 ESTUDO DE CASO 5 .........................................................................................................................81 SOLUÇÃO...........................................................................................................................................82 ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA..................................................84 TÉCNICAS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA .....................................................................................84 EXEMPLO.......................................................................................................................................86 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ...........................................................................................88 FLUXO DE CAIXA DESCONTADO ................................................................................................88 III. EXERCÍCIOS 90 4 CAPÍTULO I Nesse capítulo serão apresentados os conceitos e teorias da Ciência Contábil. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial das entidades, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como objetivos a geração de informações e a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, a análise, a avaliação, o planejamento e a tomada de decisão. A área de atuação da contabilidade compreende qualquer pessoa física ou jurídica que tenha seu patrimônio definido e delimitado. O patrimônio também é objeto de estudo de outras ciências, tais como a Economia, o Direito e a Administração. Entretanto, estas outras ciências estudam o patrimônio sob aspectos diferentes daquele estudado pela Contabilidade. O patrimônio é uma grandeza real cuja constituição deve ser conhecida e que se transforma e evolui sob a atividade humana. No início da civilização, os grupos sociais procuravam bastar-se a si mesmos, produzindo os materiais que necessitavam ou se utilizando daquilo que poderiam obter facilmente da natureza para sua sobrevivência. As transformações que ocorreram, no decurso dos séculos, fizeram as sociedades se organizar, até chegar ao modelo que se conhece atualmente. Aqui entra a função da contabilidade de avaliar a riqueza do homem e compreender os acréscimos ou decréscimos dessa riqueza. O homem age em função da satisfação de suas necessidades. Neste sentido, destacam-se dois aspectos: a) o homem é levado a atuar em associação com outros homens, sendo “forçado”, dessa forma, a viver em sociedade; e b) através do processo de divisão do trabalho, o homem não mais se dedica diretamente a obter os elementos que se tornam indispensáveis para atender suas necessidades, mas aplica seus esforços em atividades particulares, gerando assim sua contribuição à sociedade e recebendo, em contrapartida, uma retribuição compensatória que lhe permite adquirir os bens ou serviços de que necessita. Da associação entre indivíduos que conjugam, na vida em sociedade, esforços e recursos, resultou a formação de organismos especiais, com patrimônio independente do patrimônio dos indivíduos que os compõe. Estas entidades têm por objetivo a obtenção, a transformação, a compra e a venda de bens ou serviços; gerando e movimentando riquezas para seus proprietários como objetivo meio e objetivo 5 fim. Visto tais entidades privadas terem seu próprio patrimônio, há necessidade da contabilidade acompanhar e registrar a sua evolução, dentro de regras definidas pela sociedade onde estão inseridas. O homem ao praticar atos de natureza econômica, através de ações administrativas sobre um determinado patrimônio carecerá de informações sobre os aspectos qualitativos e quantitativos bem como as variações sofridas por ele. Cabe à contabilidade suprir aos interessados com estas informações, através do estudo do patrimônio econômico e financeiro, observando seus aspectos específico e as variações por ele sofridas. Todos aqueles que tenham interesse na avaliação da situação e da evolução do patrimônio das entidades são considerados usuários da contabilidade. Permitir que os usuários conheçam e avaliem a situação econômica, financeira e patrimonial das entidades, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras, é o objetivo fundamental da contabilidade. No mundo contemporâneo, as entidades são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social das nações. Das organizações depende toda a sociedade, bem como o poder público que busca a arrecadação de tributos e conseqüentemente a manutenção da soberania, o desenvolvimento e a sobrevivência do estado. A globalização da economia e das relações de negócios internacionais cria as condições necessárias para o progresso ou o retrocesso das entidades. Qualquer que seja o objetivo da entidade administrada, social ou econômico, ela possuirá sempre um patrimônio em movimentação, que requer a contabilidade para o seu estudo e controle. Quando a entidade tem objetivo econômico, o controle do patrimônio apresenta características especiais, pois o meio e o fim da entidade é a riqueza, sendo da maior importância à administração econômica. Quando a entidade tem fim social, a administração não se resume no aspecto econômico, nem este é o mais importante. É, porém, indispensável qualquer que seja a natureza da atividade, pois todas elas têm a riqueza como um meio. A administração econômica nessas entidades é, entretanto, apenas um meio e não o seu fim, como ocorre com as entidades com fins lucrativos – empresas. As entidades públicas (primeiro setor) são aquelas que constituem a República Federativa do Brasil. Segundo o artigo 1º da Constituição Federal de 1988, a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel de seus Estados, Municípios e do Distrito Federal. As entidades privadas (segundo setor) formam o que usualmente se chama de “mercado”. As organizações não-governamentais (ong’s), formadas a partir das iniciativas de pessoas voluntárias, sem fins lucrativos, que se reúnem e atuam coletivamente, no sentido do desenvolvimento 6 social e do bem comum, formam o terceiro setor. O Instituto Brasileiro do Terceiro Setor1 esclarece que o termo ONG foi usado pela primeira vez em 1950 pela Organização das Nações Unidas (ONU), para definir toda organização da sociedade civil que não esteja vinculada ao governo e exerça atividades de interesse público. O ambiente competitivo do século XXI, tanto para as empresas, quanto para as entidades públicas, faz com que os usuários da contabilidade tenham necessidades de informações diferentes e melhores. Essas mudanças decorrem do surgimento de um espaço econômico e político universal, que acabou com as economias nacionais e organizações isoladas, e do impacto da potencialização dos meios de comunicação sobre os indivíduos e os povos. A contabilidade, na execução das atividades de registro e acompanhamento da evolução do patrimônio das entidades privadas inseridas na sociedade, sempre foi muito influenciada pelos limites e critérios legais e fiscais, particularmente os da legislação do imposto de renda. Este fato, ao mesmo tempo em que proporcionava à contabilidade contribuições importantes e de bons efeitos, também era um fator que dificultava a adoção de princípios contábeis adequados. Este problema teve uma tentativa de solução através da Lei das SA´s (Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976) que determinou que a escrituração contábil seguisse os princípios de contabilidade geralmente aceitos. A Lei das SA´s, que possui inspiração na legislação americana, apresenta fatores que dificultam a clareza e a fidelidade das demonstrações contábeis. Sendo que fidelidade e clareza são requisitos essenciais para a elaboração de balanços nas empresas. Buscando consolidar as mudanças sociais ocorridas no Brasil nas últimas nove décadas, em 11 de janeiro de 2003 passou a viger o novo Código Civil, instituído pela Lei Federal, de 10 de janeiro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, em 11 de janeiro daquele mesmo ano, cujo projeto tramitava no Congresso desde 1975, revogando, assim, a Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. A proposta originária da Comissão Elaboradora do projeto do Novo Código Civil produziu uma formulação apta a captar as mudanças de valores ocorridas no século passado e menos adequada a dimensionar os desafios do milênio que inicia. 1 Disponível no site: http://www.institutoterceirosetor.org.br/coluna_3s_150403.htm, acessado em 07/05/2003. 7 Em 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a Lei nº 11.638/07, que altera, revoga e introduz novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976), notadamente em relação ao capítulo XV que trata de matéria contábil. Em 03 de outubro de 2008 o Poder Executivo Federal enviou ao Congresso Nacional a Medida Provisória 449/08, que define regras sobre tributação e contabilização das alterações promovidas pela Lei 11.638/07. Na exposição dos motivos da MP449/08 o Governo Federal entende que no que se refere ao Regime Tributário de Transição - RTT, objetiva-se neutralizar os impactos dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638, de 2007, na apuração das bases de cálculo de tributos federais nos anos de 2008 e 2009, bem como alterar a Lei nº 6.404, de 1976, no esforço de harmonização das normas contábeis adotadas no Brasil às normas contábeis internacionais. A Lei nº 11.638/07, entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2008, sem a adequação concomitante da legislação tributária. A alta complexidade dos novos métodos e critérios contábeis instituídos pelo referido diploma legal - muitos deles ainda não regulamentados - têm causado insegurança jurídica aos contribuintes. O processo de harmonização das normas contábeis nacionais com os padrões internacionais de contabilidade - objetivo maior da Lei nº 11.638, de 2007 - deve prolongar-se pelos próximos anos, razão pela qual, há necessidade de que o RTT não seja aplicável apenas no ano de 2008, mas também no ano de 2009, e, se necessário, nos anos subseqüentes, quando, então, ao se descortinar o novo padrão da contabilidade empresarial a ser adotado no País, possa-se regular definitivamente o modo e a intensidade de integração da legislação tributária com os novos métodos e critérios internacionais de contabilidade. Em 27 de maio de 2009 foi promulgada a Lei nº 11.941 que regulamentou a MP 449/08. TERMINOLOGIA CONTÁBIL A) PATRIMÔNIO: O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações que pertencem a entidade. B) BENS: Bens são todos os elementos, materiais ou imateriais, tangíveis ou intangíveis, que possuem valor econômico, que pertencem a entidade e dos quais ela necessita para atingir seus objetivos. C) DIREITOS: Direitos são valores que a entidade tem a receber de terceiros, provenientes da venda ou empréstimo de mercadorias, produtos, serviços ou bens. 8 D) OBRIGAÇÕES: Obrigações são valores que a entidade tem a pagar a terceiros, provenientes da compra ou empréstimo de mercadorias, produtos, serviços ou bens. E) PATRIMÔNIO LÍQUIDO: A equação fundamental do patrimônio de uma entidade é: PL = (B+D) – (OB) REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO O Patrimônio de uma entidade assume a seguinte representação gráfica: aplicações origens OBRIGAÇÕES BENS + DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO O Patrimônio de uma entidade, representado como na figura acima, apresenta dois lados. O lado esquerdo (bens + direitos) é denominado lado das APLICAÇÕES DE RECURSOS e o lado direito (obrigações + PL) é chamado lado das ORIGENS DE RECURSOS. A ciência contábil preconiza que as aplicações de recursos são iguais às origens de recursos. Esse preceito científico é conhecido como método das partidas dobradas. Também se denomina o lado das ORIGENS DE RECURSOS como o lado dos CAPITAIS. Diferentemente do aspecto financeiro, sob o aspecto contábil, o termo Capital pode encontrar vários sentidos. Observando o lado dos capitais, se conclui que as entidades possuem dois tipos de capitais: a) Capitais de Terceiros Representam as dívidas (obrigações) que a entidade assumiu junto a terceiros. Os Capitais de Terceiros têm a obrigação de serem pagos pela entidade. Segundo o prazo de vencimento dos Capitais de Terceiros, pode-se dividi-los em dois tipos: Curto Prazo e Longo Prazo. 9 b) Capitais Próprios Representam a diferença entre (Bens (+) Direitos) (-) (Obrigações). A primeira fonte de Capital Próprio de uma entidade denomina-se Capital Social, que é o investimento inicial feito pelos sócios. Outra fonte de Capital Próprio de uma entidade é o Lucro (R>D) gerado em cada exercício social. O Patrimônio de uma entidade pode assumir um dos seguintes estados: A) OBRIGAÇÕES BENS + DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO B + D > OB PL > 0 ou positivo (saldo credor) B) BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES B + D = OB PL = 0 ou nulo 10 C) BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES PATRIMÔNIO LÍQUIDO B + D < OB PL < 0 ou negativo (saldo devedor) D) PATRIMÔNIO LÍQUIDO OBRIGAÇÕES PL = OB B + D = 0 (entidade não possui bens ou direitos ??) E) BENS + DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO B + D = PL OB = 0 (entidade não possui capital de terceiros) O patrimônio de uma entidade está em constante evolução. As decisões tomadas pelos gestores das entidades determinam essa evolução. O conjunto de decisões tomadas pelos gestores da 11 entidade, em determinado período, se traduz na Gestão da entidade. A Gestão de uma entidade possui três aspectos: a) aspecto econômico; b) aspecto financeiro; e c) aspecto patrimonial. Quando os gestores tomam decisões, visando alcançar os objetivos da entidade, e essas decisões modificam o seu patrimônio, diz-se que tais decisões são fatos contábeis. Os fatos contábeis modificam o patrimônio das entidades no seu aspecto quantitativo, qualitativo ou nos dois. Os fatos contábeis, além de modificarem os bens, direitos e obrigações das entidades, modificam, também, as receitas e despesas. RECEITAS: Representam os ganhos que a entidade aufere e tendem a aumentar seu Patrimônio Líquido. DESPESAS: Representam os gastos que a entidade tem e tendem a diminuir seu Patrimônio Líquido. LUCRO: Ocorre quando as receitas são maiores que as despesas num determinado período. PREJUÍZO: Ocorre quando as receitas são menores que as despesas num determinado período. Exercício social é a parcela da gestão compreendida em cada um dos períodos administrativos. Está disciplinado no artigo 175, Parágrafo Único, da Lei 6.404/76 e na legislação fiscal orientada pela Secretaria da Receita Federal. A denominação corrente do conjunto de Bens e Direitos de uma entidade é ATIVO e do conjunto de Obrigações é PASSIVO. ATIVIDADES EXECUTADAS PELO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE Independentemente da organização em que trabalhará, o profissional da contabilidade executará, essencialmente, duas atividades: a) escrituração contábil e b) elaboração e interpretação de relatórios contábeis. 12 a) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro de todos os fatos contábeis que modificaram o patrimônio da entidade, tanto no aspecto quantitativo, quanto no aspecto qualitativo. A escrituração contábil deve ser mantida em registros permanentes (Livro Diário e Livro Razão), em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, devendo ser observados métodos e critérios contábeis uniformes no tempo, com obediência às disposições legais pertinentes e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises e mapas gerenciais e demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusiva de Contadores e Técnicos em Contabilidade legalmente habilitados, ou seja, inscritos no CRC e em situação regular. A empresa, independentemente de seu porte ou natureza jurídica, tem de manter escrituração contábil completa, no Livro Diário, para controlar o seu patrimônio e gerenciar adequadamente os seus negócios. Não se trata exclusivamente de uma necessidade gerencial, o que já seria uma importante justificativa. A escrituração contábil consta como exigência expressa em diversas legislações. O Código Civil, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2003, menciona a obrigatoriedade de seguir um sistema de contabilidade. Para as entidades manterem a escrituração contábil exigida pela legislação, é necessário o entendimento do conceito de conta contábil. Conta contábil é a denominação que se dá para cada um dos elementos que formam o Patrimônio das entidades. O conjunto de contas contábeis necessárias para o acompanhamento da evolução dos componentes patrimoniais e para a apuração do resultado de uma entidade é chamado de Plano de Contas. O plano de contas é formado pelas seguintes partes: a) elenco de contas; b) função das contas e c) funcionamento das contas. O elenco de contas é a relação ordenada com todas as contas contábeis utilizadas e necessárias para a realização da escrituração dos fatos contábeis da entidade. A função das contas é a descrição da finalidade desempenhada na escrituração contábil. O funcionamento das contas estabelece a relação de cada conta com as demais e evidencia como ela se comportará diante da escrituração contábil. 13 b) ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS CONTÁBEIS As demonstrações contábeis são conseqüentes da escrituração contábil, devendo nela estar respaldadas. Pode-se classificar os relatórios contábeis em obrigatórios e gerenciais. A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404-76, de 15-12-76), alterada pela Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007, aplicável extensivamente às demais sociedades, estabelece que, obrigatoriamente ao final de cada exercício, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia: 1 – Balanço Patrimonial; 2 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; 3 – Demonstração do Resultado do Exercício; 4 – Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 5 – Notas Explicativas. No caso de companhias de capital aberto, a Lei 11.638/07 determina a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) diz que, além dessas demonstrações, as empresas de capital aberto devem elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. a) Balanço Patrimonial A Lei 6.404/76, art. 178, § 1º e § 2º, determina que o Balanço Patrimonial – que é um dos principais relatórios contábeis – tenha a seguinte estrutura: 14 ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO INVESTIMENTOS CAPITAL SOCIAL IMOBILIZADO RESERVAS DE CAPITAL ( - ) DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL INTANGÍVEL RESERVAS DE LUCROS ( - ) AÇÕES EM TESOURARIA ( - ) PREJUÍZOS ACUMULADOS O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio e a composição do patrimônio líquido da entidade. Conforme determina o artigo 178 da Lei nº 6.404-76, “No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei nº 6.404-76 e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. A Lei das SA’s estabelece, em seu artigo 178, §1º, que, no ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de liquidez, e, dentro desse conceito, as contas de disponibilidades são as primeiras a serem apresentadas no balanço, dentro do ativo circulante. Seguem-se os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e aplicações de recursos em despesa do exercício seguinte. A seguir, a descrição de cada grupo: ATIVO CIRCULANTE - São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Serão classificadas contas da mesma natureza das do ativo circulante, porém realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os 15 derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro, que não constituíram negócios usuais na exploração do objeto da companhia. INVESTIMENTOS – São as participações permanentes em outras sociedades e os bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades da companhia ou empresa. IMOBILIZADO – São os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na consecução das atividades-fim da entidade. Bens tangíveis são aqueles que têm corpo físico, tais como terrenos, máquinas, veículos, benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos sobre recursos naturais, etc. Bens intangíveis são aqueles cujo valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos direitos de propriedade legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como: patentes, direitos autorais, marcas, etc. INTANGÍVEL – São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. PASSIVO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da empresa cuja liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou de acordo com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a esse prazo. PASSIVO NÃO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da empresa cuja liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo operacional, ou após o exercício social seguinte. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O patrimônio líquido representa os recursos próprios da entidade, e seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo - Passivo). Desta forma, o valor do patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. O patrimônio líquido é dividido em: CAPITAL – São os investimentos efetuados na empresa pelos proprietários e os decorrentes de incorporação de reservas e lucros. RESERVAS DE CAPITAL – Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de 16 debêntures ou partes beneficiárias e o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL - Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. RESERVAS DE LUCROS - Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. AÇÕES EM TESOURARIA - As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. PREJUÍZOS ACUMULADOS – Representam o saldo remanescente dos prejuízos líquidos, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido. No caso de o Patrimônio Líquido ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu valor final denominado de Passivo a Descoberto. b) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial, as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício, as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. A DLPA apresentará a seguinte estrutura: 17 c) Demonstração do Resultado do Exercício A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade. A demonstração do resultado, observado o princípio da competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados, mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas. A seguir, a descrição de cada elemento: RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS - A Lei nº 6.404-76, em seu art. 187, determina que a demonstração do resultado do exercício deverá discriminar a receita bruta de vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos, bem como a receita líquida das vendas e serviços. As vendas deverão ser contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor dos impostos. Estes impostos, bem como as devoluções e os abatimentos, deverão ser contabilizados em contas individualizadas, que serão tratadas como contas redutoras das vendas. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA - São representadas pelas contas de vendas canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas. a) Vendas Canceladas é conta devedora que deve incluir todas as devoluções de vendas. Correspondem à anulação de valores registrados como receitas brutas de vendas e serviços. 18 b) Abatimentos e descontos sobre vendas e serviços são aqueles concedidos incondicionalmente. c) Impostos incidentes sobre vendas devem ser deduzidos da receita bruta de vendas. A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela incidentes, com exceção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS - A apuração do custo dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS – São as despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa; e dentro do conceito da Lei nº 6.404-76, abrangem também as despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados líquidos das atividades acessórias da empresa são também considerados operacionais. O art. 187 da Lei nº 6.404-76 estabelece que, para se chegar ao lucro operacional, serão deduzidas as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais. PARTICIPAÇÕES EM RESULTADO - O artigo 189 da Lei nº 6.404-76 estabelece que do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. O artigo 190 da Lei nº 6.404-76 dispõe que as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Dessa forma, O Demonstrativo do Resultado do Exercício apresentará a seguinte estrutura: 19 1. Receitas de Venda de Mercadorias 2. ( - )Deduções da Receita Bruta Vendas Canceladas Abatimentos e Descontos Impostos sobre Vendas 3. ( = ) Receita Líquida 4. ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 5. ( = ) Lucro Bruto 6. ( - ) Despesas Operacionais Despesas com Vendas Despesas Administrativas Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras Resultado Participações Sociais 7. ( = ) Resultado Operacional 9. ( + / - ) Resultado Não-Operacional 10 ( = ) Resultado antes das Provisões Tributárias 11. ( - ) Participações e Contribuições 12 ( = ) Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício d) Demonstração dos Fluxos de Caixa Denomina-se fluxo de caixa de uma organização ao conjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período determinado. O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em itens do ativo. Sinteticamente, o fluxo de caixa é o instrumento de programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo. Esse instrumento possibilita: planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros da empresa. O objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades desenvolvidas, bem como as operações financeiras que são realizadas diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro das disponibilidades, e que representam o grau de liquidez da empresa. A otimização dos fluxos de caixa reduz, automaticamente, a necessidade de capital de giro, sendo, portanto, interesse da empresa buscar essa otimização. 20 As operações para produzir e comercializar os produtos/serviços exigem recursos. Esses recursos exigem contrapartidas financeiras, ou seja, pagamentos em dinheiro. A diferença entre os valores recebidos pelas vendas dos produtos/serviços e os valores pagos pelos recursos utilizados forma a geração operacional de caixa de uma empresa. O fluxo financeiro ou fluxo de caixa de uma empresa é a movimentação da geração operacional de caixa, acrescido das movimentações financeiras de investimento e financiamento. A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório que complementa as análises obtidas a partir do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A DFC pode ser apresentado de duas formas: a) Método Direto e b) Método Indireto. O método direto é a forma de apresentação da DFC que resgata exatamente os valores movimentados no controle do caixa. No método indireto, parte-se do lucro líquido o exercício (apresentado na DRE) e a ele são feitas adições e exclusões. No capítulo II serão apresentados modelos de ambos os métodos. e) Notas Explicativas Complementam as demonstrações financeiras e devem apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos. Devem, ainda, divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras e fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada. De acordo com a Lei 6.404/76, as notas explicativas devem: I - apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e IV - indicar: 21 a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores; e i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. f) Demonstração do Valor Adicionado Demonstra o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. A seguir um modelo de DVA: 22 g) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de tempo. A referida demonstração está prevista no art. 186, § 2º, da Lei nº 6.404-76. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mediante a Instrução CVM nº 059-86, tornou esta demonstração e sua publicação de caráter obrigatório, para as companhias abertas, em substituição à demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. A DMPL apresentará a seguinte estrutura: Além dos relatórios contábeis obrigatórios, citados anteriormente, existe o Balancete de Verificação, como relatório gerencial. A elaboração do Balancete de Verificação está disciplinada na Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 2.7. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, o Balancete de Verificação deverá ser elaborado, no mínimo, mensalmente. 23 RAMOS DA CONTABILIDADE A contabilidade como ciência possui ramificações, cada uma delas estudando um enfoque específico sobre o patrimônio das entidades. Pode-se destacar os seguintes ramos da contabilidade, dentre vários: Contabilidade Pública Estuda o patrimônio de organizações públicas, ou seja, aquelas que não tem por fim o objetivo econômico. Contabilidade de Custos Estuda as operações que geram produtos ou serviços. Mensura, quantitativa e monetariamente o valor dos produtos e serviços produzidos a partir de insumos. Contabilidade Gerencial Estuda as informações úteis e necessárias para a tomada de decisão nas organizações. 24 II. ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE CONTROLADORIA No atual contexto de competição entre as organizações, o cliente destaca o binômio preçoqualidade na decisão de compra. Assim, a qualidade esperada pelo cliente deve ser oferecida ao menor preço para que haja condição de qualquer empresa fornecer aos mercados mundiais atuais. De outra maneira, a empresa que quiser competir deve fornecer os produtos e serviços com qualidade esperada pelos mercados consumidores a um preço competitivo. Muitos podem considerar a controladoria como o setor responsável, antes de tudo, por exercer o controle. Essa visão é equivocada, pois a controladoria é responsável pelo projeto e funcionamento do sistema por meio do qual se coleta e relata a informação de controle, porém o uso desta informação no controle real é responsabilidade da administração da organização. Além de sua responsabilidade por coletar dados, a controladoria também pode ser responsável pela análise de dados, por salientar seu significado à administração, e por fazer recomendações quanto ao que se deve fazer. Pode, ainda, fiscalizar o ajustamento às limitações de gastos impostas pela administração da organização. Neste sentido, a controladoria assume características como órgão administrativo e como ramo do conhecimento, ganhando destaque por entender a dinâmica dos fatos, planejar alternativas de ação e sinergizar resultados. É, finalmente, a controladoria o órgão dentro da empresa responsável pelo processo de gestão. CONTROLADORIA COMO ÁREA DE CONHECIMENTO A controladoria como ciência consiste num conjunto de princípios, métodos e procedimentos originários das ciências da administração, economia, psicologia, estatística e, principalmente, da contabilidade que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a eficácia. Explicar as bases de sustentação da controladoria como ciência, alicerça-se em princípios, conceitos e metodologia de modelo de gestão e de gestão econômica. O modelo de gestão econômica estrutura-se com base em um entendimento da missão da empresa, do conjunto de crenças e valores da organização, da estrutura organizacional, da realidade operacional e das características dos gestores 25 empresariais. A gestão econômica objetiva a otimização dos resultados por meio da melhoria da produtividade e de eficiência operacionais. A partir desses conceitos, se verifica que as empresas necessitam de uma área responsável pela coordenação de gestão econômica. Esta coordenação embute o estabelecimento de políticas, princípios e conceitos de gestão econômica além da necessária integração entre os objetivos das áreas e a otimização do resultado econômico global. Desta maneira, a controladoria propõe-se a ser uma área voltada à gestão operacional da gestão econômica. CONTROLADORIA COMO UNIDADE ADMINISTRATIVA Na condição de órgão administrativo, a controladoria, assim como todas as áreas de responsabilidade de uma empresa deve esforçar-se para garantir o cumprimento da missão e continuidade da empresa, dessa forma, tem como finalidade assegurar informações adequadas ao processo de decisão e direcionar esforços para que os gestores conduzam à otimização do resultado global da organização. A controladoria é uma área de responsabilidade bem definida, respondendo por atividades de condução do processo orçamentário, avaliação de desempenhos econômicos; apoio na concepção de modelos de decisão, manutenção de sistemas de informações gerenciais; subsídios à tomada de decisões de âmbito coorporativo; apuração e análise de custos e rentabilidade de eventos, produtos, atividades, área e empresa; desenvolvimento de estudos e simulações econômicas; padronização, racionalização de informações gerenciais. A controladoria é, por excelência, uma área coordenadora das informações sobre gestão econômica; no entanto, são os gestores os responsáveis pela gestão operacional, financeira, econômica e patrimonial de suas respectivas áreas. As atividades exercidas pela controladoria: coordenação de planejamentos, controle de resultados e gerenciamento de informação são fundamentais para uma gestão eficaz. O monitoramento de todas as atividades e resultados da empresa como um todo deve ser de responsabilidade da “função” controladoria. A função do Controller é uma função de assessoria. Apesar do Controller ser usualmente responsável pelo desenho e operação do sistema onde a informação para controle é colhida e reportada, o uso desta informação no controle atual é de responsabilidade do gerente de linha. 26 CONTROLADORIA NO SETOR PÚBLICO O Decreto nº 5.683, de 24/01/2006 aprovou a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Controladoria-Geral da União. No seu art. 1º fica estabelecido que a Controladoria-Geral da União será o órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal e integrante da estrutura da Presidência da República, dirigida pelo Ministro de Estado do Controle e da Transparência. Terá como competência assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições, quanto aos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Executivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à prevenção e ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao incremento da transparência da gestão no âmbito da administração pública federal. Compete ainda à ControladoriaGeral da União exercer a supervisão técnica dos órgãos que compõem o Sistema de Controle Interno, o Sistema de Correição e das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal, prestando, como órgão central, a orientação normativa que julgar necessária. FUNÇÕES EXECUTADAS PELA CONTROLADORIA A controladoria possui funções que estão ligadas a um conjunto de objetivos: a) subsidiar o processo de gestão, ajudando na adequação do processo de gestão à realidade da empresa dentro do seu meio ambiente; b) apoiar a avaliação de desempenho, elaborando a análise de desempenho econômico das áreas, dos gestores e da própria área; c) apoiar a avaliação de resultado, elaborando a análise de resultado econômico dos produtos e serviços, monitorando e orientando o processo de estabelecimento de padrões e, avaliando o resultado de seus serviços; d) gerir os sistemas de informações; e e) atender aos agentes do mercado, a empresa como um sistema aberto interage com o meio ambiente trocando os mais diferentes tipos de recursos/produtos. 27 Para executar tais funções a controladoria utiliza diversas ferramentas gerenciais em diferentes atividades empresariais e processos decisórios. ANÁLISE DE BALANÇOS As demonstrações contábeis comunicam fatos importantes sobre as organizações. Os usuários das demonstrações contábeis, especialmente aqueles que têm a responsabilidade pela tomada de decisões nas organizações, utilizam as informações apresentadas nas demonstrações contábeis. Dessa forma, para que as demonstrações contábeis possam cumprir seu papel de auxílio à tomada de decisões, é essencial que sejam úteis e confiáveis. As informações contábeis permitem que os usuários as utilizem sob dois aspectos. Quando as informações permitem visualizar se a organização está agindo de acordo com as políticas e planos traçados, estão sendo utilizadas para controlar. Outro aspecto das informações contábeis refere-se ao seu uso para que os gestores das organizações diminuam as variáveis envolvidas no processo decisório. Nesse aspecto, os usuários das informações contábeis “pensam antes” o que “executarão depois”. Quando as informações contábeis são dessa forma utilizadas, tornam-se instrumentos de planejamento. Várias são as características que tornam as informações apresentadas nas demonstrações contábeis úteis para a tomada de decisões. A informação contábil deve gerar mais benefício ao, ser utilizada, do que o custo para obtê-la; deve ser de fácil compreensão, possuir relevância, confiabilidade e consistência. Além dessas características, a informação contábil deve ser tempestiva, ou seja, deve ser apresentada no tempo correto. A análise das demonstrações contábeis visa determinar a evolução (ou involução) da situação econômica, financeira e patrimonial das organizações. Podem ser utilizados os relatórios contábeis previstos em lei, bem como qualquer outro demonstrativo contábil/gerencial; balancetes por exemplo. A análise financeira e de balanços não se resume, como muitos acreditam, no cálculo de centenas de índices. Ela trata da interpretação e da relevância desses índices, sendo um instrumento de avaliação e desempenho. 28 PROCEDIMENTOS PRELIMINARES À ANÁLISE Todas as demonstrações financeiras são documentos essencialmente históricos, que informam o que ocorreu em períodos passados. A análise das demonstrações financeiras envolve a seleção cuidadosa dos dados nelas apresentados, visando a utilização desses dados para fins tomada de decisão. Para que a tomada de decisão ocorra de maneira adequada, se faz necessário o cumprimento de procedimentos preliminares ao processo de análise. Como primeiro procedimento pode-se destacar a definição dos objetivos da análise. Verifica-se que usuários diferentes têm objetivos diferentes com relação as informações geradas pela análise das demonstrações financeiras. Dessa forma, percebe-se que os acionistas se voltam para lucratividade e dividendos futuros; os credores se preocupam com a capacidade de pagamentos; os gestores analisam as alternativas de investimento e opções de financiamento disponíveis. È preciso que, antes de se iniciar os procedimentos de análise, sejam bem delimitados os objetivos da análise e a quais stakeholders2 serão direcionados os resultados desta análise. Após a definição dos objetivos da análise é necessária a obtenção das demonstrações financeiras a serem analisadas. Tal procedimento pode parecer simples, mas muitas vezes a escrituração contábil das organizações não está atualizada. Outro fator que poderá dificultar a obtenção das demonstrações financeiras a ser analisadas materializa-se quando o profissional responsável pela contabilidade da empresa manteve apenas registros fiscais das operações. Nessa situação, extremamente irregular, a empresa apresenta regularidade para fins fiscais e tributários, porém a escrituração contábil e elaboração de demonstrações financeiras são obrigatórias para todas as empresas nacionais a partir do Novo Código Civil de 2002. Finalmente, para que a análise das demonstrações financeiras gere informações úteis para tomada de decisão pode ser necessário a adoção de procedimentos de reclassificação. Reclassificação significa um reagrupamento de algumas contas das demonstrações financeiras. A reclassificação efetua ajustes necessários para melhorar a eficiência da análise. Como procedimentos de reclassificação podem ser citados: a) padronização de forma de apresentação e nomenclaturas das demonstrações financeiras; 2 Grupos de interesse que orbitam em torno da empresa. 29 b) a conta “duplicatas descontadas” que é representada como redutora do Ativo Circulante deve ser reclassificada para o Passivo Circulante, devido as peculiaridades da operação que a originou; c) a conta “despesas do exercício seguinte” que é representada no Ativo Circulante é a única desse grupo que não se converterá em dinheiro, devendo ser reclassificada deduzindo o Patrimônio Líquido; e d) as demonstrações financeiras analisadas foram elaboradas com o conceito contábil de curto prazo (circulante) e longo prazo (não circulante). Alguns objetivos da análise poderão exigir que operações com valores a receber ou a pagar sejam reclassificadas pelo conceito financeiro de curto prazo e longo prazo3. TÉCNICAS DE ANÁLISE A análise das demonstrações contábeis, no Brasil, é feita essencialmente a partir das análises horizontal e vertical e dos índices. ANÁLISE VERTICAL Tem por objetivo determinar a relevância de cada conta em relação a um valor total. Ela é calculada determinando-se o que cada item da demonstração contábil representa como porcentagem de uma determinada base. A análise vertical é a técnica mais simples e também a mais completa para a análise de Balanço. Ela mede proporções entre valores, ajudando-nos a determinar quais as contas de maior importância e relevância para a análise. Na análise do Ativo, ela mede como a empresa distribuiu ou usou seus recursos dentro do Ativo. É importante começar esta análise pelos principais grupos (Circulante, Permanente e Realizável L. Prazo) e só depois ver cada conta isoladamente (Duplicatas a Receber, Estoques, Imobilizado, etc.). O Total do Ativo é a base de cálculo para todas as contas do Ativo. Na análise do Passivo mais Patrimônio Líquido, ela mede como a empresa obteve os recursos que estão ajudando a financiar seus Ativos. É importante começar a análise pelo Patrimônio Líquido (a 3 CURTO PRAZO – Conceito contábil: valores a receber ou a pagar até o final do exercício social seguinte ou até o final do ciclo operacional (o que for maior). Conceito financeiro: valores a receber ou a pagar em até 360 dias. 30 principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de dívidas (Circulante e Exigível L. Prazo) e só então cada conta isoladamente. O Total do Passivo mais Patrimônio Líquido é a base de cálculo para todas as contas que representam origens de recursos (que sempre tem o mesmo total que o Ativo). Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa consumiu das receitas e, no fim, se houve lucros ou prejuízos. A Receita Líquida de Vendas ou Vendas Líquidas é a base de cálculo para todas as contas da Demonstração de Resultados. ANÁLISE HORIZONTAL Tem por objetivo demonstrar as variações (aumentativas ou diminutivas) ocorridas em itens que constituem as demonstrações contábeis em períodos consecutivos. A análise horizontal compara percentuais ao longo de períodos, ao passo que a análise vertical compara-os dentro de um período. É importante destacar a necessidade de que os valores comparados estejam expressos em moeda de poder aquisitivo constante. CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DE ÍNDICES A análise das demonstrações contábeis dedica-se ao cálculo e interpretação de índices, de modo a avaliar o desempenho passado e presente das organizações, permitindo que sejam feitas projeções. A partir da obtenção dos índices, pode-se compará-los com outros que tenham relevância para a organização (concorrentes, estatísticos, financeiros etc.). Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas, facilitando o trabalho de análise, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais e mais significativa que a observação de montantes isolados. A análise por índices é uma das ferramentas mais utilizadas no mercado financeiro. Mas uma análise feita somente com índices é uma análise pobre e certamente poderá conter inúmeras falhas. Os índices financeiros, lidos isoladamente, não são suficientes para um julgamento adequado e uma decisão correta. Índices financeiros aliados à análise vertical já mostram de forma melhor a situação financeira da empresa. A seguir são apresentados alguns índices que permitirão a análise das demonstrações contábeis nas organizações: 31 ÍNDICES DE LIQUIDEZ São indicadores financeiros e tentam medir a capacidade de uma organização em cumprir suas obrigações de curto prazo. Dizem respeito à probabilidade da organização honrar seus compromissos no dia e com os encargos contratuais acordados. Genericamente, podem ser sinalizadores da capacidade de pagamento da organização, apesar de não medir diretamente esta capacidade. Esses índices auferem a solidez do embasamento financeiro da empresa. São divididos em: LIQUIDEZ CORRENTE LC = AC PC onde: LC – Liquidez Corrente AC – Ativo Circulante PC – Passivo Circulante Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa frente aos seus compromissos de curto prazo. Expressa quantas vezes os ativos circulantes de uma organização “cobrem” os passivos circulantes. Uma liquidez corrente maior que 1 significa que o valor dos ativos circulantes é maior do que a soma dos passivos circulantes. Durante algum tempo prevaleceu a idéia de que a LC das organizações deveria ser igual ou superior a 1. Contudo essa regra ficou defasada a partir do momento que se percebeu a existência das seguintes situações: a) o conceito de curto prazo apresentado nas demonstrações contábeis é o da Lei 6.404/76, ou seja, valores que podem ser convertidos em dinheiro ou obrigações que precisam ser pagas até o dia 31/12 do próximo exercício social. b) Os analistas perceberam que a LC de uma organização depende do ramo de atividade no qual ela opera. Dessa forma, a melhor forma de se avaliar a LC de uma organização seria compará-lo com o Índice Padrão do seu ramo de atividade. O principal defeito deste índice é que ele mede apenas volume. Como liquidez é a capacidade de pagar as dívidas dentro de seus prazos de vencimentos, muitas vezes a empresa não tem volumes suficientes, mas gira com muita rapidez seus ativos e suas dívidas têm prazos mais lentos. Neste caso, mesmo com índice abaixo de 1, a empresa tem boa capacidade de pagamento. 32 Por outro lado, se o giro dos ativos for muito lento, mesmo com índice acima de 1 a empresa pode ter dificuldades de pagamento se suas dívidas tiverem prazos bastante curtos. Daí, a importância de se aliar este índice com os índices que medem prazos. LIQUIDEZ SECA LS = AC - estoques PC onde: LS – Liquidez Seca AC – Ativo Circulante PC – Passivo Circulante Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa frente aos seus compromissos de curto prazo, sem contar a realização dos estoques. A exclusão dos estoques do ativo circulante fornece uma medida ligeiramente mais refinada da liquidez da organização, na qual os estoques são, freqüentemente, entre os ativos circulantes da empresa, o item com menor liquidez. As restrições apresentadas à LC também se aplicam à LS. LIQUIDEZ IMEDIATA LI = disponibilidades PC onde: LI – Liquidez Imediata PC – Passivo Circulante Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa frente aos seus compromissos de curto prazo, considerando apenas os valores já disponíveis em espécie. As restrições apresentadas à LC também se aplicam à LI. LIQUIDEZ GERAL LG = AC + ARLP PC + PELP onde: LG – Liquidez Geral AC – Ativo Circulante ARLP – Ativo Realizável a Longo Prazo PC – Passivo Circulante PELP – Passivo Exigível a Longo Prazo 33 Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa a longo prazo, considerando tudo o que a empresa converterá em dinheiro e relacionando com tudo o que a empresa já assumiu como dívida. As restrições apresentadas à LC também se aplicam à LI. A partir da Lei 11.638/07, com as alterações na apresentação das demonstrações financeiras, o grupo Ativo Realizável a Longo Prazo passou a ser integrante do Ativo Não Circulante. Da mesma forma, o Passivo é dividido em Circulante e Não Circulante. O Passivo Exigível a Longo Prazo integra o Passivo Não Circulante. Entretanto, outros elementos também são representados no Passivo Não Circulante, como por exemplo, os Resultados de Exercício Futuros. O analista deve dedicar muita atenção na correte identificação dos valores que serão utilizados para o cálculo da Liquidez Geral. CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO CDGP = PL – (ANC) x 100 AC onde: CDGP – Capital de Giro Próprio PL – Patrimônio Líquido ANC – Ativo Não Circulante AC – Ativo Circulante Quando positivo, este índice mede quanto do Capital de Giro é financiado por recursos próprios. Neste caso, quanto mais alto for o índice, melhor. Quando negativo, ele mostra que a empresa não tem sobra de recursos próprios para financiar nenhuma parte do Capital de Giro. Neste caso, todo o Ativo Circulante é financiado por capitais de terceiros. O ideal é que os recursos próprios financiem todos os ativos de longo prazo (permanente e realizável) e ainda houvesse sobras para financiar parte da necessidade de Capital de Giro. O CDG mostra a falta ou o excesso de Patrimônio Líquido em relação ao Ativo Não Circulante. Outro cálculo que demonstra o Capital de Giro Próprio da empresa é apresentado através da seguinte fórmula: CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO CDG = PL – ANC Ainda relacionado ao Capital de Giro, as organizações necessitam identificar a sua necessidade de capital de giro (NCG). A NCG mostra o excesso ou a falta de Ativos Circulantes Operacionais em 34 relação aos Passivos Circulantes Operacionais. Como principais elementos do ACO (ativo circulante operacional) são destacados: clientes, estoques, adiantamentos a fornecedores, outros créditos. Como principais elementos do PCO (passivo circulante operacional) são destacados: fornecedores, obrigações fiscais/sociais a pagar, adiantamentos de clientes, outras contas a pagar. Dessa forma, a NCG é identificada através da seguinte equação: NCG = ACO – PCO ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO São indicadores financeiros e tentam medir o nível e o perfil do endividamento de uma organização. Também indicam em que proporção a empresa utiliza, para realizar suas operações, os capitais próprios e os capitais de terceiros. Os principais Índices de Endividamento são: PARTICIPAÇÃO DOS CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE RECURSOS TOTAIS PCT/RT = Passivo Total Passivo Total + PL onde: PCT/RT – Participação dos Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais PL – Patrimônio Líquido Indica a proporção de Capital de Terceiros que a empresa utiliza para financiar suas operações, em relação ao Capital Próprio. O índice máximo dessa análise será 1 e ocorrerá quando a organização não tiver capital próprio. Nas situações onde o Patrimônio Líquido da empresa for negativo, esse índice deverá ser lido como 1, pois um índice negativo ou maior do que não terá significado. PARTICIPAÇÃO DOS CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE PATRIMÕNIO LÍQUIDO PCT/PL = Passivo Total PL onde: PCT/PL – Participação dos Capitais de Terceiros sobre Patrimônio Líquido PL – Patrimônio Líquido Indica a quantidade de unidades monetárias investidas pelos acionistas, em relação às buscadas juntos a terceiros pela organização. Não existe índice máximo nessa análise, mas quanto maior for o PCT/PL, maior será a dependência da organização a capitais de terceiros. Nas situações onde o Patrimônio Líquido da empresa for negativo esse índice não terá significado, pois há somente capitais de terceiros na organização. 35 Este índice trabalha com todo o Passivo. Quanto maior o volume de recursos de terceiros, maior é a dependência. Esta dependência vai definir o nível de riscos. Se os recursos de terceiros são naturais ou operacionais, o risco é mais leve. Se os recursos de terceiros são onerosos ou não operacionais, os riscos são mais elevados. Quando o índice for alto, os recursos próprios são insuficientes para atender as necessidades da empresa e ela passa a depender excessivamente de recursos de terceiros. PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE CURTO PRAZO SOBRE ENDIVIDAMENTO TOTAL PDCT/PT = PC Passivo Total onde: PDCT/PT – Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre Endividamento Total PC – Passivo Circulante Indica o perfil do endividamento da empresa. O ideal desse índice é ser menor do que 1, significando que o endividamento da organização é de longo prazo. Vários outros indicadores de endividamento podem ser calculados e analisados. Exemplos: garantias do capital próprio, grau de imobilização do patrimônio líquido, endividamento sobre ativo total, índice de duplicatas descontadas, índice de cobertura de juros etc. ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos, os índices de prazos médios mostram os prazos com que a empresa realiza seus ativos e os prazos que ela tem para pagar suas dívidas. Os principais Índices de Prazos Médios são: PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM PME = Estoques Médios X 365 CMV ou CPV onde: PME – Prazo Médio de Estocagem CMV – Custo das Mercadorias Vendidas CPV – Custo dos Produtos Vendidos No caso de indústrias, mede o tempo que a empresa mantém consigo os estoques desde o momento da compra da matéria-prima até o momento da venda do produto acabado, passando por todo o processo de fabricação. No resultado de comércio, é o tempo entre a compra da mercadoria e a data da 36 venda. O resultado é número de dias, isto é, quantos dias a empresa demora para produzir e vender todo o volume de estoques. É calculada a média dos estoques do início e do fim do ano para evitar distorções no valor dos estoques (causados pela inflação ou por flutuações no montante dos estoques entre o início e o fim do ano). Como os estoques, após serem vendidos, são registrados como Custo dos Produtos Vendidos ou Custo das Mercadorias Vendidas, compara-se na fórmula a relação entre estoques existentes (Estoques Médios) com os estoques já vendidos (CPV ou CMV). Como o processo de produção é um ciclo, PMC de “x” dias não significa que a empresa irá vender seus estoques somente após esse período de dias. Na verdade, seus estoques são vendidos todos os dias. O índice mede apenas o tempo médio que os estoques permanecem dentro das instalações da empresa. Vários fatores podem contribuir para que uma empresa tenha prazos médios de estocagem elevados: a) excesso de compra de matérias-primas ou mercadorias; b) ineficiência no processo de produção; c) dificuldade de venda ou mercado em crise; d) produção maior que o volume de vendas; ou e) produto que exige longo tempo de produção. PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS PMRV = Clientes Médios X 365 ROL onde: PMRV – Prazo Médio de Recebimento de Vendas ROL – Receita Operacional Líquida A empresa não recebe todas as duplicatas no mesmo dia. Ela recebe duplicatas todos os dias ou todas as semanas. O índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para receber todas as duplicatas, incluindo eventuais atrasos. PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS PMPC = Fornecedores Médios X 365 CMV ou CPV 37 onde: PMPC – Prazo Médio de Pagamento de Compras CMV – Custo das Mercadorias Vendidas CPV - Custo dos Produtos Vendidos A empresa não paga todas as duplicatas no mesmo dia. Ela paga duplicatas todos os dias ou todas as semanas. O índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para pagar todas as duplicatas, incluindo eventuais atrasos. CICLO FINANCEIRO O ciclo financeiro mostra quanto tempo a empresa demora entre a compra da matéria-prima (ou mercadoria, no caso de comércio), a venda do produto e o recebimento da duplicata. Esta primeira parte mostra, então, quanto tempo a empresa demora para receber em R$ os seus ativos (estoques + duplicatas). Deste local, diminui-se o tempo que ela tem para pagar suas principais dívidas operacionais, ou seja, quando ela faz o desembolso de R$. A diferença é o ciclo financeiro. O principal defeito do ciclo financeiro é que ele mede apenas os prazos e não mede os volumes em R$ que são recebidos ou pagos. Se positivo mostra que a empresa precisa de recurso para financiar por algum tempo seus ativos operacionais. Se negativo mostra que a empresa consegue financiar seus ativos operacionais com os recursos (fontes) operacionais de terceiros, resultantes dos prazos normais de sua atividade. ÍNDICES DE RENTABILIDADE As organizações que atuam no sistema capitalista de mercado têm as seguintes características: a) foram constituídas por empreendedores que nelas investiram recursos; b) a partir do investimento feito pelos acionistas, tais organizações irão produzir produtos ou serviços que serão comercializados; c) o resultado das operações de comercialização dos produtos ou serviços deve gerar ganhos aos acionistas (lucro); d) o lucro é a remuneração que a organização dá ao capital investido pelos acionistas; e) os acionistas analisaram várias alternativas antes de se decidirem por um investimento; e f) essa análise contemplou os seguintes elementos: liquidez, rentabilidade e risco/segurança. A partir dessas considerações, fica evidente que os resultados gerados pelas organizações devem ser analisados, objetivando que os acionistas avaliem se o retorno do seu investimento é satisfatório ou não. Essa análise tem características especiais, visto que trata de um elemento de difícil conceituação, mas de fácil percepção: o valor. 38 Valor pode ser comparado à existência humana: não se conceitua a existência ou a presença das pessoas, apenas se percebe essa presença. A percepção do valor é individual e a contabilidade precisa gerar informações para cada categoria interessada em entender o retorno que a organização dá aos seus acionistas pelos investimentos recebidos. Para fins didáticos, os indicadores de rentabilidade serão divididos em três categorias: a) tradicionais; b) voltados à geração de caixa; e c) orientados para o valor. INDICADORES TRADICIONAIS São indicadores que tentam medir a força de ganhos das organizações. Servem como medidas especialmente da efetividade do gerenciamento das organizações. São eles: RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO – RETURN ON INVESTMENT ROI = Lucro Investimento O ROI mostra a taxa de retorno que o acionista tem em relação ao investimento feito por ele na organização. A informação gerada pelo ROI é de extrema importância para tomada de decisões relacionadas à permanência, redução ou incremento dos investimentos nas organizações. Entretanto, o ROI apresenta duas limitações que devem ser entendidas a fim de não proporcionarem interpretações equivocadas: a) os conceitos de LUCRO e INVESTIMENTO em contabilidade são diversos. O Demonstrativo do Resultado do Exercício apresenta o lucro bruto, lucro operacional, lucro líquido. O investimento inicial que o acionista faz na organização contabilmente é chamado de Capital Social, mas quando a organização adquire um maquinário, por exemplo, esse maquinário é contabilizado no Ativo Permanente Imobilizado e também é considerado um investimento. b) O lucro sob o aspecto contábil é a diferença entre receitas e despesas. Ele nasce quando a organização apresenta um valor de receitas superior ao valor das despesas. Entretanto a contabilidade segue, para elaborar as demonstrações contábeis das organizações, os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC). Dois desses princípios afetam diretamente o lucro das organizações. 39 O PFC do custo como base de valor determina que as operações devam ser registradas pelo seu valor de custo, ou seja, pelo seu valor histórico. O PFC do regime de competência determina que as receitas e despesas sejam contabilizadas nos períodos em que elas ocorreram, independentemente de terem sido recebidas ou pagas. RETORNO SOBRE O ATIVO - RETURN ON TOTAL ASSETS ROA = Lucro Ativo Esse indicador mostra a eficácia da organização no emprego de seus ativos para geração de lucros. As mesmas limitações do ROI são verificadas no ROA. RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO - RETURN ON EQUITY ROE = Lucro PL Esse indicador mostra a remuneração dos investimentos dos acionistas. As mesmas limitações do ROI e ROA são verificadas no ROE. MARGEM MARGEM = Lucro Receita Líquida Esse indicador mostra a representatividade do lucro em relação às vendas líquidas das organizações. GIRO DO ATIVO GIRO = Receita Líquida Ativo 40 O Giro do Ativo é um indicador de eficiência. Mostra a efetividade das organizações em gerar vendas a partir de seus ativos. INDICADORES VOLTADOS À GERAÇÃO DE CAIXA São indicadores que tentam medir a força de ganhos das organizações, corrigindo as distorções geradas pelo uso dos PFC do custo como base de valor e do regime de competência. O principal deles é o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization). EBITDA corresponde ao lucro antes de despesas financeiras, dos impostos e da depreciação e amortização. A eliminação das despesas financeiras permite que sejam consideradas no resultado apenas as despesas necessárias à manutenção regular das atividades da empresa. É uma forma de se visualizar, por exemplo, qual teria sido o resultado apurado se a companhia não tivesse de incorrer em juros de empréstimos. A eliminação da depreciação e amortização, que não afetam o fluxo financeiro, permite que se tenha uma idéia mais apropriada do fluxo de caixa gerado pelo resultado. INDICADORES ORIENTADOS PARA O VALOR São indicadores que levam em consideração o custo do capital investido na empresa, revelando efetivamente quanta riqueza foi gerada no período determinado. São maneiras de medir a eficiência com que a empresa usou o capital dos acionistas e instrumentos motivacionais para os gestores tomar as melhores decisões possíveis relacionando diretamente remuneração e desempenho. Dentre esses indicadores destaca-se o EVA® (Economic Value Added) e o MVA® (Market Value Added)4. Para entender o conceito de EVA® e MVA® deve-se primeiro definir um conceito que tem recebido considerável atenção pela contabilidade: o Custo da Oportunidade. Os investidores que possuem recursos disponíveis encontram várias alternativas de investimento. Essas alternativas apresentam níveis diferentes de liquidez, rentabilidade e risco/segurança. Quando os investidores selecionam uma das alternativas de investimento, abrem mão das demais alternativas. Nesse sentido, a comparação entre o investimento feito e as alternativas rejeitadas pode oferecer relevantes elementos para avaliar a decisão. Dessa forma, pode encontrar o valor do Custo da Oportunidade através da seguinte fórmula: Custo da Oportunidade = (rendimento alternativo) – (lucro do investimento) 4 EVA® e MVA® são marcas registradas da consultoria norte americana Stern Stewart & Co. 41 EVA® (Economic Value Added) – VALOR ECONÔMICO AGREGADO É o lucro operacional obtido pela organização, menos o Custo da Oportunidade de todo capital empregado, sendo esse custo da oportunidade definido como o retorno mínimo aceitável dos investimentos. EVA = (Lucro Operacional) – (Custo da Oportunidade) MVA® (Market Value Added) – VALOR DE MERCADO AGREGADO Mensura a riqueza gerada pela organização em termos da percepção do mercado relativa ao valor de seus títulos mobiliários. MVA = (Valor de Mercado) – (PL) CÁLCULO DO CUSTO DO PRODUTO/SERVIÇO Custo, na linguagem empresarial, significa o quanto foi gasto para produzir certo bem, objeto, propriedade ou serviço. Os sistemas de custos visam dois objetivos principais: a) um bom custeamento do produto e b) propiciar condições para avaliação do desempenho departamental. A Contabilidade de Custos teve como função inicial fornecer elementos para avaliação dos estoques de produtos prontos, produtos em elaboração e matérias-primas. Nas últimas décadas passou a prestar outras duas funções muito importantes, que evoluíram para a Contabilidade Gerencial: a) a geração de informações que auxiliam na formação do preço de venda; b) a utilização dos dados de custos para auxilio ao controle e para tomada de decisões. No que diz respeito ao controle, a função da Contabilidade de Custos é fornecer informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos. Quanto à tomada de decisões os dados da Contabilidade de Custos servem para o administrador pesar as conseqüências dos atos necessários para a gestão das empresas. Pode-se visualizar as operações essenciais de uma organização industrial da seguinte forma: 42 LUCRO = R>D RECEITA = PVun * QTDS.VEND. INVESTIM ENTO TANGÍVEIS G ASTOS DESPESAS INTANG ÍVEIS CUSTOS PERDAS TERMINOLOGIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Os custos são definidos como recursos sacrificados ou renunciados para conseguir um objetivo específico. Estes representam a quantia monetária que precisa ser paga para obtenção de produtos e serviços. Para dirigir suas decisões, os gestores precisam saber quanto custa cada elemento formador do produto ou serviço comercializado, bem como qual a soma desses elementos em todos os estágios da produção. Os gestores necessitam de sistemas de informação que relatem os custos de atividades, processos, produtos, serviços e clientes da empresa, que são usados para uma variedade de processos decisórios. É importante que a empresa estabeleça um processo que gere informações operacionais e financeiras, direcionado pelas necessidades informacionais dos decisores, principalmente no que tange a mensuração dos custos dos recursos usados para produzir, vender e entregar um produto ou serviço aos clientes. Dentro de tais exigências, a Contabilidade de Custos possui terminologia própria, que precisa ser compreendida pelos gestores. INVESTIMENTOS Aplicação de recursos em elementos (tangíveis ou intangíveis) que gerarão produção em uma determinada vida útil. São valores ativados em função de sua vida útil ou benefícios futuros. 43 GASTOS Aplicação de recursos em elementos que serão consumidos no processo produtivo ou nas demais atividades da organização. CUSTOS Gastos necessários para a produção do bem ou serviço. DESPESAS Gastos necessários para a obtenção de receita. PERDAS Consumos no processo produtivo que não se agregam aos bens ou serviços. Podem ser decorrentes do processo produtivo ou involuntários. DESEMBOLSOS Pagamentos efetuados pela organização. RECEITAS Representam os ganhos que a entidade aufere num determinado período e tendem a aumentar seu Patrimônio Líquido. LUCRO Ocorre quando as receitas são maiores que os gastos num determinado período. PREJUÍZO Ocorre quando as receitas são menores que gastos num determinado período. Um sistema de custeio típico trabalha em dois estágios básicos: o acúmulo seguido pela apropriação dos custos aos produtos ou serviços produzidos pelas empresas. O acúmulo dos custos se dá de uma forma organizada de coleta de dados junto aos fatores de produção. Já a apropriação se constitui na distribuição dos custos para os elementos de custo designados, a fim de ajudar na tomada de decisão sobre eficiência, rentabilidade e precificação. 44 FATORES DE PRODUÇÃO Os fatores de produção são todos os elementos que as empresas utilizam para a obtenção dos produtos ou serviços destinados à comercialização. Para fins didáticos, eles serão divididos e trabalhados em quatro categorias: a) materiais; b) mão-de-obra; c) gastos gerais; e d) depreciação. A) MATERIAIS O tipo de operações com materiais que uma entidade possui depende fundamentalmente do seu ramo de atividade. Se a entidade for uma empresa comercial, sua atividade será a compra e venda de mercadorias. A entidade adquirirá mercadorias de fornecedores e as revenderá para seus clientes, não agregando nenhum tipo de trabalho a essas mercadorias. As mercadorias adquiridas e não vendidas formam o estoque da empresa comercial. Se a entidade for uma empresa industrial, sua atividade será a aquisição de materiais que serão transformados em outros produtos e, somente nesse momento, serão revendidos aos clientes. Finalmente, se a entidade for uma empresa de serviços, os materiais serão adquiridos visando a execução de atividade e não com o objetivo de comercialização material. As empresas de prestação de serviços possuem as seguintes características, que as diferenciam das demais: a) intangibilidade: os serviços não são materiais; b) inseparabilidade: os serviços são produzidos e consumidos no mesmo momento; c) perecibilidade: os serviços não podem ser estocados; e d) variabilidade: os serviços estão sujeitos, sempre, à variações de quem/local de execução. Os estoques representam aplicação de recursos e, na maioria das vezes, tem uma elevada significância para a entidade. Os estoques devem ser controlados e avaliados pelas entidades, de tal maneira que seja possível verificar os resultados advindos de sua transformação em produtos e comercialização. Os estoques de materiais são classificados no ativo circulante e são adquiridos tanto com pagamento a vista quanto a prazo. As empresas devem acompanhar o saldo dos itens em estoque, tanto em quantidades, quanto em valores. O levantamento dos estoques de materiais é providência integrante dos procedimentos para apuração do resultado do exercício e elaboração das demonstrações contábeis. 45 A apuração quantitativa dos estoques depende da existência de controles analíticos adequados e mantidos atualizados e agregados a um eficaz sistema de controles internos. Para o controle físico, a empresa comercial fará o inventário que pode ser realizado de duas formas: INVENTÁRIO PERIÓDICO Esse sistema não permite que a empresa tenha, a qualquer momento, contabilmente o registro do estoque de materiais, sendo este encontrado apenas periodicamente pela contagem física das quantidades existentes. INVENTÁRIO PERMANENTE A empresa mantém controle contínuo sobre as entradas e saídas de materiais de forma que a qualquer momento pode dispor da posição atualizada das quantidades em estoque e dos consumos na produção (custos). Um aspecto importante na ciência contábil refere-se à apuração e determinação dos valores dos estoques. Tal situação se deve ao fato de que os estoques representam um ativo significativo para as empresas e, também, porque a determinação de valores por um ou outro método tem reflexo direto na apuração do custo de produção. Segundo a legislação vigente, os valores que integram e não integram o custo dos estoques nas empresas, são os seguintes: INTEGRAM O CUSTO DOS ESTOQUES a) o valor dos materiais; b) despesas de transporte e seguros incorridas até a entrega; e c) o valor dos impostos não recuperáveis devidos na aquisição. NÃO INTEGRAM O CUSTO DOS ESTOQUES a) o valor dos impostos recuperáveis mediante crédito fiscal do adquirente. Nessa situação, existem, essencialmente, três formas de avaliar monetariamente os estoques de mercadorias: a) PEPS ou FIFO; b) UEPS ou LIFO ou c) Média móvel. 46 Para esse controle, é necessário que as empresas mantenham fichas de controle de estoque (mecânicas ou através de sistemas de processamento eletrônico de dados) para cada item de materiais, produtos prontos e em elaboração, conforme modelo abaixo: ENTRADAS SAÍDAS ESTOQUE DATA NFISCAL QTD.TOTAL VLR.UN. VLR.TOTAL QTD.TOTAL VLR.UN. VLR.TOTAL QTD.TOTAL VLR.MÉDIO VLR.TOTAL 3/abr 10 10,00 100,00 10 10,00 100,00 4/abr 20 12,00 240,00 30 11,33 340,00 5/abr 25 11,33 283,25 5 11,33 56,75 Através da simulação de três operações com materiais (uma de compra e duas requisições de materiais para produção) pode-se constatar a importância dos conceitos apresentados. Ressalte-se que nessa simulação não serão contemplados aspectos tributários. Imagine-se a empresa MODELO LTDA que no dia 01/03/2000x possuía estoque zero de matéria-prima. No dia 02/03/2000x são adquiridas 100 unidades de matéria-prima A ao custo total de R$ 1.000,00. No dia 03/03/2000x são adquiridas mais 150 unidades de matéria-prima A ao custo total R$ 3.000,00. No dia 04/03/2000x são requisitadas pelo setor de produção 200 unidades de matéria-prima A para início do processo produtivo. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES PELO MÉTODO PEPS OU FIFO O nome desse método represente primeira que entra é a primeira que sai ou, em inglês, first in first out. Consiste em utilizar o custo das entradas efetuadas por primeiro para valorizar as quantidades saídas e, dessa forma, obter o valor do custo. No momento em que as saídas ocorrem se procede a baixa das primeiras entradas, num raciocínio de que a ordem de saídas das materiais é a mesma das entradas. Esse método de avaliação de estoques é aceito pela legislação fiscal no Brasil. 47 DATA NF 02/03 ENTRADAS SAÍDAS total qtd. vlr.un. SALDO qtd. vlr.un. total qtd. total - 100 10,00 1.000,00 100 1.000,00 03/03 - 150 20,00 3.000,00 250 4.000,00 04/03 - 100 10,00 1.000,00 - 100 20,00 2.000,00 50 1.000,00 Conforme o método PEPS, o custo de produção foi de R$ 3.000,00 e o estoque final está avaliado em R$ 1.000,00, que representa as 50 unidades de matéria-prima A adquiridas por último. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES PELO MÉTODO UEPS OU LIFO O nome desse método represente última que entra é a primeira que sai ou, em inglês, last in first out. Consiste em utilizar o custo das compras efetuadas por último para valorizar as quantidades saidas e, dessa forma, obter o valor do custo de produção. No momento em que as saídas ocorrem se procede a baixa das últimas entradas, num raciocínio de que a ordem de saídas das materiais é o contrário das entradas. Esse método de avaliação de estoques não é aceito pela legislação fiscal no Brasil. DATA NF 02/03 ENTRADAS SAÍDAS total qtd. vlr.un. SALDO qtd. vlr.un. total qtd. total - 100 10,00 1.000,00 100 1.000,00 03/03 - 150 20,00 3.000,00 250 4.000,00 04/03 - 150 20,00 3.000,00 - 50 10,00 500,00 50 500,00 Conforme o método UEPS, o custo de produção foi de R$ 3.500,00 e o estoque final está avaliado em R$ 500,00, que representa as primeiras 50 unidades de matéria-prima A adquiridas. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES PELO MÉTODO MÉDIA MÓVEL É o método aceito pela legislação fiscal mais utilizado pelas empresas no Brasil. Consiste em avaliar o estoque pelo custo médio de aquisição apurado a cada entrada de materiais, ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas existentes anteriormente. Esse sistema implica que em cada entrada a um custo de aquisição diferente do custo médio anterior haverá um ajuste no custo médio. Como o custo médio é resultado da divisão do valor monetário do estoque pelo saldo em quantidades físicas, a cada saída, o custo é obtido pela multiplicação das unidades saídas pelo custo médio atual. Dessa forma, nas 48 saídas o custo médio permanece inalterado, porém o fator de ponderação influenciará no cálculo do custo médio na próxima entrada de materiais. DATA NF 02/03 ENTRADAS SAÍDAS qtd. vlr.un. total - 100 10,00 1.000,00 03/03 - 150 20,00 3.000,00 04/03 - qtd. 200 SALDO vlr.un. 16,00 total qtd. µ total 100 10,00 1.000,00 250 16,00 4.000,00 50 16,00 800,00 3.200,00 Conforme o método Custo Médio, o custo de produção foi de R$ 3.200,00 e o estoque final está avaliado em R$ 800,00, que representa as 50 unidades de matéria-prima A avaliadas ao custo médio de R$ 16,00. COMPRAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES Verifica-se que, independentemente do método utilizado, as quantidades físicas em estoque totalizam 50. O que se altera em razão do método utilizado é o valor do estoque final de matéria-prima e o valor do custo de produção. Considerando que todas as compras de matérias-primas foram pagas (desembolso financeiro), que a produção obtida foi de 200 unidades do produto Y, que todos os produtos Y estavam acabados e foram vendidos ao preço de venda unitário de R$ 50,00 e que todas as vendas de produto Y foram recebidas (ingresso financeiro) e considerando, ainda, que o lucro contábil gerado pelas operações é base de cálculo para tributação de (esse percentual é apenas um exemplo) 10%, percebe-se a diferença entre a utilização de um ou outro método através do seguinte quadro: PEPS UEPS MÉDIA Estoque Final 1.000,00 500,00 800,00 Receita Total 10.000,00 10.000,00 10.000,00 Ingressos Totais 10.000,00 10.000,00 10.000,00 CPV 3.000,00 3.500,00 3.200,00 Desembolsos Totais 4.000,00 4.000,00 4.000,00 Lucro Contábil 7.000,00 6.500,00 6.800,00 700,00 650,00 680,00 5.300,00 5.350,00 5.320,00 Impostos Saldo Financeiro 49 Conclui-se que a receita total é sempre a mesma, independentemente do método de avaliação de estoques utilizado. Isso se deve ao fato de que a receita total é obtida pela multiplicação do preço de venda unitário pelas quantidades vendidas. Da mesma forma, caso todas as vendas sejam recebidas, os ingressos financeiros serão os mesmos, independentemente do método de avaliação de estoques utilizado. O mesmo ocorrerá com os desembolsos financeiros dos materiais adquiridos. As 250 unidades de matéria-prima A deverão ser pagas, independentemente da venda do produto Y. B) MÃO-DE-OBRA Os custos com mão-de-obra são todos os gastos nos quais incorre uma entidade para contratar, treinar, manter, remunerar e desligar seus empregados. Normalmente, o custo total de mão-de-obra (MOD) se compõe de duas partes: a) unidade salarial e b) encargos sociais. A unidade salarial é o valor que a empresa gasta para que o empregado execute as atividades para as quais foi contratado. Tal valor terá como base de cálculo o salário-hora; salário-mês ou salário (horário ou mensal) com ou sem a remuneração complementar. Os encargos sociais são todos os gastos com MOD exceto a unidade salarial considerada. São os custos excedentes à unidade salarial. Os encargos sociais podem ser classificados, de maneira geral, em cinco grandes grupos: a) remuneração complementar (prêmios; adicionais; bonificações; etc.); b) ausências remuneradas (repousos semanais remunerados; feriados; ausências por motivos pessoais; ausência por motivos cívicos; etc.); c) remuneração suplementar (férias; 13º salário, gratificações; etc.); d) remuneração indireta (direito de uso de automóvel; assistência médico-dentária-hospitalar; transporte; cesta básica; etc.) e d) contribuições sociais (previdência social; FGTS; seguro de acidente do trabalho; etc.). As formas de avaliação dos encargos sociais podem ser através de valores reais (históricos) quando são utilizados dados da contabilidade e dos controles internos da área de recursos humanos. É uma avaliação dos custos incorridos no passado. Também são aceitas avaliações a partir de valores estimados. Neste caso, faz-se uma avaliação estimada ou teórica, isto é, consiste na tentativa de prever os gastos com encargos sociais para determinado período futuro. 50 C) GASTOS GERAIS São os gastos incorridos no ambiente de produção, incluindo aqueles necessários para manter e operar os equipamentos utilizados nas atividades industriais. Incluem-se nesse fator de produção a energia elétrica, aluguéis de prédios e equipamentos fabris, serviços de terceiros para manutenção e limpeza, etc. D) DEPRECIAÇÃO A Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07, conceitua depreciação como a perda de valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Mais do que aceitar um preceito legal, o profissional da contabilidade deve entender o raciocínio do fato que origina a depreciação. Quando uma organização é constituída por empreendedores, esses têm por objetivo o lucro. O lucro é a remuneração do capital investido na organização pelos empreendedores. Para que a organização gere lucros (que é a diferença entre receitas totais e custos totais) é necessária obtenção de receitas através da venda de produtos, mercadorias e serviços. Para que a receita pela venda de produtos, mercadorias e serviços seja contabilizada é necessário que haja a produção ou comercialização. Para que haja produção ou comercialização as empresas fazem investimentos (em elementos materiais) e executam gastos (custos ou despesas). Os investimentos realizados pelas organizações em elementos materiais que serão utilizados no processo de produção são classificados no Ativo Permanente Imobilizado, pois são aplicação de recursos. Essas aplicações de recursos gerarão produção ou proporcionarão a comercialização por um período longo de tempo, diferentemente dos gastos que se consumirão no processo. O período de tempo em que as aplicações de recursos classificadas no Ativo Permanente Imobilizado proporcionarão produção ou comercialização denomina-se vida útil. O conceito de vida útil não determina que, transcorrida a vida útil do bem, esse não possa mais continuar em operação. O conceito de vida útil preconiza que, transcorrida a vida útil, o bem deve ter gerado receita suficiente para a obtebção de um lucro capaz de remunerar o investimento inicial. 51 Dessa forma conclui-se que a depreciação é a forma contábil de se transferir uma parte do valor de um investimento feito em elementos classificados no Ativo Permanente Imobilizado para os custos. Por essa lógica, verifica-se que a depreciação é um custo. Porém é um custo que não exige uma contrapartida financeira, ou seja, a empresa não necessita pagar a depreciação a ninguém. A empresa precisa pagar o investimento e não a depreciação desse investimento. Por esse motivo não é correto pensar que a depreciação é um fundo que as organizações constituem para a aquisição de um novo bem. Verifica-se, ainda, que a depreciação não está relacionada com os gastos de manutenção dos bens, mas sim com o valor do investimento e sua vida útil. ASPECTOS FISCAIS Por se tratar de um custo (que diminui o valor do lucro e, conseqüentemente, reduz o valor dos tributos a serem recolhidos) o cumprimento à legislação fiscal é essencial para o cálculo e contabilização das depreciações. Dessa forma o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) determina que a cota de depreciação somente será considerada dedutível a partir do mês em que o bem for colocado em funcionamento e se calculada com base na vida útil pré-determinada pelo fisco através de regulamentação própria. A legislação fiscal admita, porém, que a empresa adote taxas diferentes de depreciação, desde que suportadas por laudo pericial de entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica. Serão aceitos, também, segundo opção das empresas, aceleração nas depreciações de bens móveis, em função do número de horas diárias em operação, conforme modelo a seguir: JORNADA DE TRABALHO DO BEM COEFICIENTE 01 turno de trabalho de 08 horas 1,0 02 turnos de trabalho de 08 horas 1,5 03 turnos de trabalho de 08 horas 2,0 52 BENS DEPRECIÁVEIS E NÃO DEPRECIÁVEIS Podem ser depreciados todos os bens físicos sujeitos ao desgaste pelo uso ou por causas naturais ou obsolescência normal. Também são depreciáveis, em função do prazo de vida útil, os custos das construções ou benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados de terceiros. Segundo o RIR/99, não podem ser depreciados os terrenos, bens não utilizados na produção dos rendimentos da empresa, bens que normalmente aumentam de valor com a passagem do tempo (obras de arte e antiguidades) e os elementos sujeitos a amortização e/ou exaustão. Segundo Instrução Normativa nº 103 de 17/10/84, da Secretaria da Receita Federal (SRF) é admissível a depreciação de bens adquiridos usados. Nesses casos, as empresas devem optar entre o maior dos seguintes prazos: 1) metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquirido novo; ou 2) restante da vida útil do bem, considerada em relação a primeira utilização do mesmo. BASE DE CÁLCULO A base de cálculo para a depreciação do bem será o respectivo custo de aquisição acrescido, se for o caso, do valor decorrentes de reavalições. A Ciência Contábil preconiza que para ser objeto de estudo no patrimônio das entidades, um elemento precisa possuir valor econômico. Após transcorrer toda a vida útil do bem e, conseqüentemente, esse bem ser todo depreciado, seu valor contábil (valor contábil = custo de aquisição (+ / -) reavaliações (depreciações) será zero. Objetivando evitar que um elemento fique registrado no patrimônio de uma entidade por valor zero, a contabilidade pode definir um valor residual que o bem terá após totalmente depreciado. Na prática esse procedimento não tem sido adotado pelas empresas, pois é bastante difícil estimar o valor residual e devido ao fato das empresas desejaram aproveitar todo o valor da depreciação como custo do período. 53 CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DAS DEPRECIAÇÕES Existem vários métodos para calcular as depreciações. Para fins dessa obra, será apresentado, apenas, o método das quotas constantes. A depreciação por esse método é calculada a partir da obtenção taxa anual de depreciação (fornecida pela SRF ou encontrada a partir da vida útil do bem). Aplica-se a taxa anual de depreciação sobre o valor a ser depreciado e apura-se a cota anual de depreciação. As empresas podem contabilizar as depreciações anualmente, semestralmente, trimestralmente ou mensalmente. Não existe parcela menor de depreciação do que a depreciação mensal (independentemente do dia em que o bem foi colocado em operação dentro do mês). Exemplo do cálculo: DATA DE AQUISIÇÃO CUSTO DE AQUISIÇÃO DO BEM R$15.000,00 VALOR RESIDUAL DO BEM R$ 0,00 VALOR A SER DEPRECIADO R$ 15.000,00 VIDA ÚTIL DO BEM 20 anos TAXA ANUAL DE DEPRECIAÇÃO 5% COTA ANUAL DE DEPRECIAÇÃO R$ 750,00 COTA MENSAL DE DEPRECIAÇÃO R$ 62,50 Exemplo de contabilização da depreciação: D – custo com depreciação (conta de resultado) C – depreciação acumulada de ... (conta redutora do ativo) – 62,50 – 62,50 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Os custos podem ser denominados de diretos, indiretos, fixos, variáveis, controláveis ou não controláveis. Contudo, esses termos não terão nenhum significado, a menos que primeiro se identifique algo (uma atividade, um produto, um setor, um serviço etc.) para o qual os custos possam ser relacionados. Os elementos de custos podem ser classificados quando: a) aos produtos (diretos ou indiretos); b) ao volume produzido (variáveis ou fixos); e c) ao controle das operações (controláveis ou nãocontroláveis). 54 Os custos diretos são aqueles que podem ser identificados diretamente a um segmento particular sob consideração. Os custos diretos podem ser diretamente apropriados aos produtos ou serviços, bastando haver uma medida de consumo. Já os custos indiretos são aqueles que não podem ser alocados de forma direta e objetiva, sendo necessários critérios de alocação para atribuí-los ao segmento sob consideração. Os custos indiretos não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Essa falta de condição de alocação direta, por parte dos custos indiretos, se dá pela impossibilidade ou pela desmotivação de mensurá-lo por conta da relação custo-benefício desfavorável. Os custos variáveis são aqueles que sofrem alterações monetárias em relação ao volume total produzido. Um elemento de custo será considerado variável quando um incremento nas quantidades produzidas do bem ou serviço determinar um incremento (proporcional ou não) naquele elemento de custo. Os custos fixos são aqueles que não sofrem alterações monetárias em relação ao volume total produzido. Importante destacar que os custos fixos só podem ser considerados fixos dentro de uma estrutura de produção. Quando as empresas alteram sua estrutura de produção, seus custos fixos sofrem modificações. Custos controláveis são aqueles que estão direta e hierarquicamente sob a responsabilidade e controle de uma pessoa cujo desempenho se quer analisar e controlar. Os custos não controláveis são aqueles fora dessa responsabilidade, porém eles serão controláveis por alguma pessoa em determinado nível hierárquico da empresa. SISTEMAS DE CUSTOS O esquema básico da contabilidade de custos consiste, então, na apropriação dos custos diretos e na alocação dos custos indiretos mediante rateio aos produtos e serviços da empresa. Este rateio dos custos indiretos deve ser feito segundo os critérios julgados mais adequados e justos para relacionálos aos produtos e serviços em função dos fatores mais relevantes que se conseguir. Dessa forma, destacam-se os seguintes sistemas de custeio: CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL O sistema de acumulação de custos só coletará, para apuração do custo de produção, os custos diretos relacionados aos produtos. 55 CUSTEIO PADRÃO É o sistema de acumulação de custos que mensura de forma científica, considerando que todas as condições técnicas pré-estabelecidas de fabricação sejam alcançadas, o valor dos produtos ou serviços. CUSTEIO ABC Sistema de acumulação de custos que identifica e avalia monetariamente um conjunto de eventos ou transações de cada atividade na empresa necessárias para a produção de determinado produto ou serviço. CUSTEIO POR ABSORÇÃO É o método tradicional de custeamento, onde, para se obter o custo de produção, consideramse todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou comuns são distribuídos aos produtos por critérios de rateio. ESTUDO DE CASO 1 A empresa MODELO LTDA é uma indústria que produz o produto “Y”. Para tanto, ela utiliza a matériaprima “A”, sua estrutura de produção e outros materiais. A indústria MODELO LTDA está organizada da seguinte forma: Diretor Presidente Diretor Adm/Financeiro Setor Adm/Financeiro Setor Comercial Diretor Industrial Setor de Solda Setor de Funilaria Setor de Pintura Em 30 de novembro de 2000x (início das atividades da empresa) a indústria MODELO LTDA apresentou o seguinte Balanço de Abertura: 56 ATIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa 10.000,00 Máquinas e Equipamentos 15.000,00 Capital Social TOTAL 25.000,00 25.000,00 TOTAL 25.000,00 No mês de dezembro de 2000x ocorreram os seguintes fatos contábeis: 1. No dia 01/12 a empresa comprou do fornecedor “1” 10 unidades de matéria-prima “A”. Valor total da NF: R$ 132,53 IPI (10%): R$ 12,05 ICMS (17%): R$ 20,48 Prazo de pagamento: 30 DD 2. No dia 01/12 a empresa pagou a vista R$ 10,00 referente frete das matérias-primas adquiridas. 3. No dia 03/12 a empresa comprou a vista diversos materiais (lixas, pincéis, etc.) para serem utilizados na produção. Não houve destaque de impostos. Valor da NF R$ 20,00. 4. No dia 08/12 a empresa comprou do fornecedor “2” 15 unidades de matéria-prima “A”. Valor total da NF: R$ 397,60 IPI (10%): R$ 36,15 ICMS (17%): R$ 61,45 Prazo de pagamento: 30 DD 5. No dia 10/12 o Departamento de Produção requisitou ao Almoxarifado 20 unidades de matéria- prima “A” através da RM235, a serem utilizadas da seguinte forma no processo produtivo: Solda: 6 unidades Funilaria: 10 unidades Pintura: 4 unidades 6. No dia 20/12 a empresa pagou a folha de salários do mês. Produção – Solda: R$ 100,00 Produção – Funilaria: R$ 200,00 Produção – Pintura: R$ 150,00 Administração: R$ 80,00 57 7. No dia 24/12 a empresa pagou a fatura de energia elétrica do mês. Foi elaborado o seguinte controle: Consumo total: 800 Kw - R$ 500,00 Consumo Produção – Solda: 300 Kw Consumo Produção – Funilaria: 200 Kw Consumo Produção – Pintura: 250 Kw Consumo Administração: 50 Kw 8. No dia 26/12 a empresa contabilizou a depreciação das máquinas utilizadas na produção. A vida útil das mesmas é de 05 anos. 9. No dia 28/12 o Departamento de Produção enviou para o Almoxarifado 20 unidades prontas do produto “Y”, através da OS564. Foi informado, ainda, que não havia produtos em elaboração. 10. No dia 29/12 a empresa vendeu 15 unidades do produto “Y” para o cliente João da Silva. Valor total da NF: R$ 1.987,95 IPI (10%): R$ 180,72 ICMS (17%): R$ 307,23 Prazo de pagamento: 30 DD 11. No dia 29/12 a empresa pagou a vista R$ 100,00 referente frete dos produtos vendidos. Considerações: a) A indústria MODELO LTDA mantêm um sistema de custeio integrado com a contabilidade. b) O consumo de materiais indiretos, nos centros de custos, é idêntico ao de MP. c) O maquinário da indústria MODELO LTDA é utilizado de forma igualitária pelos CC. Tarefas: 1) Elaborar Mapa de Alocação de Custos, onde seja possível identificar os CF e CV. 2) Elaborar Ficha de Controle de Estoque de Matérias-Primas e Produtos Prontos. Método: média. 3) Elaborar DRE do mês de dezembro de 2002. 58 Solução: No dia 01/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez NF qtd. 10 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 qtd. SAÍDAS vlr. unit. vlr. total qtd. 10 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 vlr. total qtd. 10 10 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 vlr. total qtd. 10 10 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 No dia 01/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez NF qtd. 10 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 qtd. SAÍDAS vlr. unit. No dia 03/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez NF qtd. 10 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 qtd. SAÍDAS vlr. unit. MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS materiais indiretos CUSTOS FIXOS CUSTOS TOTAIS 20,00 6,00 10,00 4,00 59 No dia 08/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. SAÍDAS vlr. unit. vlr. total qtd. 10 10 25 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS materiais indiretos 20,00 6,00 10,00 4,00 CUSTOS FIXOS CUSTOS TOTAIS No dia 10/12 – utilizado a média para avaliação dos estoques FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. 20 SAÍDAS vlr. unit. vlr. total 16,40 328,00 qtd. 10 10 25 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 16,40 82,00 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos CUSTOS FIXOS CUSTOS TOTAIS EMPRESA 328,00 20,00 CC SOLDA 98,40 6,00 CC FUNILARIA 164,00 10,00 CC PINTURA 65,60 4,00 60 No dia 10/12 – utilizado o PEPS para avaliação dos estoques FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. SAÍDAS vlr. unit. 10 10 ESTOQUE vlr. total 11,00 20,00 110,00 200,00 qtd. 10 10 25 vlr. total 100,00 110,00 410,00 05 100,00 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos EMPRESA CC SOLDA 310,00 20,00 CC FUNILARIA 93,00 6,00 CC PINTURA 155,00 10,00 62,00 4,00 CUSTOS FIXOS CUSTOS TOTAIS No dia 10/12 – utilizado o UEPS para avaliação dos estoques FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. 15 05 SAÍDAS vlr. unit. ESTOQUE vlr. total 20,00 11,00 300,00 55,00 qtd. 10 10 25 vlr. total 100,00 110,00 410,00 05 55,00 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos CUSTOS FIXOS CUSTOS TOTAIS EMPRESA 355,00 20,00 CC SOLDA 106,50 6,00 CC FUNILARIA 177,50 10,00 CC PINTURA 71,00 4,00 61 No dia 20/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. SAÍDAS vlr. unit. 20 vlr. total 16,40 328,00 qtd. 10 10 25 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 16,40 82,00 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos 328,00 20,00 98,40 6,00 164,00 10,00 65,60 4,00 CUSTOS FIXOS mão de obra 450,00 100,00 200,00 150,00 R$ % CUSTOS TOTAIS DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DESPESAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS salários - administração 80,00 No dia 24/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. 20 SAÍDAS vlr. unit. 16,40 vlr. total 328,00 qtd. 10 10 25 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 16,40 82,00 62 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos energia elétrica 328,00 20,00 468,75 98,40 6,00 187,50 164,00 10,00 125,00 65,60 4,00 156,25 CUSTOS FIXOS mão de obra 450,00 100,00 200,00 150,00 R$ % CUSTOS TOTAIS DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DESPESAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS salários - administração energia elétrica - administração 80,00 31,25 No dia 26/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. 20 SAÍDAS vlr. unit. vlr. total 16,40 328,00 qtd. 10 10 25 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 16,40 82,00 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos energia elétrica 816,75 328,00 20,00 468,75 219,90 98,40 6,00 187,50 299,00 164,00 10,00 125,00 225,85 65,60 4,00 156,25 CUSTOS FIXOS mão de obra depreciação 700,00 450,00 250,00 183,33 100,00 83,33 283,33 200,00 83,33 233,34 150,00 83,34 1.516,75 475,23 582,33 459,19 CUSTOS TOTAIS 63 DEPRECIAÇÃO vlr. do bem vida útil tx. anual cota anual cota mensal 15.000,00 5 anos 20% a.a 3.000,00 250,00 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO % R$ DESPESAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS salários - administração energia elétrica - administração 80,00 31,25 No dia 28/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. 20 SAÍDAS vlr. unit. vlr. total 16,40 328,00 qtd. 10 10 25 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 16,40 82,00 qtd. 20 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 75,84 1.516,75 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE – PRODUTO PRONTO Y DATA 28/dez NF qtd. 20 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 75,84 1.516,75 qtd. SAÍDAS vlr. unit. vlr. total MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos energia elétrica 816,75 328,00 20,00 468,75 219,90 98,40 6,00 187,50 299,00 164,00 10,00 125,00 225,85 65,60 4,00 156,25 CUSTOS FIXOS mão de obra depreciação 700,00 450,00 250,00 183,33 100,00 83,33 283,33 200,00 83,33 233,34 150,00 83,34 1.516,75 475,23 582,33 459,19 CUSTOS TOTAIS 64 DEPRECIAÇÃO vlr. do bem vida útil tx. anual cota anual cota mensal 15.000,00 5 anos 20% a.a 3.000,00 250,00 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO R$ % DESPESAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS salários - administração energia elétrica - administração 80,00 31,25 No dia 29/12 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - MATÉRIA-PRIMA A DATA 1/dez 1/dez 8/dez 10/dez NF qtd. 10 15 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 10,00 20,00 300,00 qtd. 20 SAÍDAS vlr. unit. vlr. total 16,40 328,00 qtd. 10 10 25 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 10,00 100,00 11,00 110,00 16,40 410,00 16,40 82,00 qtd. 20 05 ESTOQUE vlr. unit. vlr. total 75,84 1.516,75 75,83 379,15 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE – PRODUTO PRONTO Y DATA 28/dez 29/dez NF qtd. 20 ENTRADAS vlr. unit. vlr. total 75,84 1.516,75 qtd. 15 SAÍDAS vlr. unit. 75,84 vlr. total 1.137,60 MAPA DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS ELEMENTOS DE CUSTOS EMPRESA CC SOLDA CC FUNILARIA CC PINTURA CUSTOS VARIÁVEIS matéria-prima materiais indiretos energia elétrica 816,75 328,00 20,00 468,75 219,90 98,40 6,00 187,50 299,00 164,00 10,00 125,00 225,85 65,60 4,00 156,25 CUSTOS FIXOS mão de obra depreciação 700,00 450,00 250,00 183,33 100,00 83,33 283,33 200,00 83,33 233,34 150,00 83,34 1.516,75 475,23 582,33 459,19 CUSTOS TOTAIS 65 DEPRECIAÇÃO vlr. do bem vida útil tx. anual cota anual cota mensal 15.000,00 5 anos 20% a.a 3.000,00 250,00 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO FATURAMENTO BRUTO ( - ) IPI SOBRE VENDAS ( = ) RECEITA BRUTA ( - ) ICMS SOBRE VENDAS ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CPV ( = ) LUCRO BRUTO ( - ) DESPESAS DESPESAS C/ VENDAS fretes sobre vendas DESPESAS ADMIN salários energia elétrica ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 1.987,95 (180,72) 1.807,23 (307,23) 1.500,00 (1.137,60) 362,40 (211,25) 100,00 100,00 111,25 80,00 31,25 151,15 unit. % 132,53 133 (12,05) (12) 120,48 120 (20,48) (20) 100,00 100 (75,84) (76) 24,16 24 ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E DO PONTO DE EQUILÍBRIO A margem de contribuição propicia informações aos gestores para decisão sobre se deve diminuir ou expandir uma linha de produção, para avaliar as alternativas provenientes da produção, de propagandas especiais, etc. Também é possível decidir sobre estratégias de preço, serviços ou produtos e principalmente, avaliar o desempenho da empresa. Um dos aspectos gerenciais mais importantes da contabilidade de custos está relacionado à identificação de quanto vender e quanto faturar para se alcançar a lucratividade desejada. Para se responder a essas duas questões é necessário que a organização tenha conhecimento da sua Margem de Contribuição e do seu Ponto de Equilíbrio. Margem de Contribuição por unidade é a diferença entre a receita e a soma dos custos variáveis de cada produto, mostrando como cada produto contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e, depois, formar o lucro. 66 MCU= PV - CV; onde PV: Preço de Venda CV: Custos Variáveis Totais MCU: Margem de Contribuição Unitária A informação do ponto de equilíbrio é de grande importância porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar conseguindo cobrir todos os custos variáveis das unidades vendidas ou produzidas, e também cobrir todos os custos fixos. Ponto de equilíbrio é aquele ponto em que a receita total se iguala ao custo total, graficamente este ponto é detectado no cruzamento das linhas de receita total e custo total. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO CUSTO FIXO CUSTO VARIÁVEL CUSTO TOTAL RECEITA TOTAL A definição formal para ponto de equilíbrio é aquele nível de atividade, expresso em unidades físicas e valores monetários, no qual os custos se igualam às receitas totais. Neste ponto não há lucro ou prejuízo. O Ponto de Equilíbrio, também denominado ponto de ruptura ou break-even-point, nasce da conjugação dos custos totais com as receitas totais. O ponto de equilíbrio tradicional tem por objetivo apurar um determinado número na escala produtiva de uma atividade, expresso em quantidade de produtos ou em equivalentes em dinheiro. O ponto de equilíbrio representa o ponto neutro de resultado, ou seja, abaixo dos valores ou de certa quantidade de produtos demandados, a empresa terá prejuízo; acima, lucro. Sua obtenção deriva da seguinte fórmula: PE = ( CF + DF ) / MCU; onde 67 PE: Ponto de Equilíbrio CF: Custos Fixos DF: Despesas Fixas MCU: Margem de Contribuição Unitária Além do Ponto de Equilíbrio Contábil, já descrito, é interessante que os gestores das organizações conheçam o Ponto de Equilíbrio Econômico e o Ponto de Equilíbrio Financeiro. O ponto de equilíbrio contábil preconiza que os custos totais são iguais às receitas totais, o que no ponto de equilíbrio econômico seria considerado prejuízo, pela falta da consideração do juro do capital próprio investido. No caso do ponto de equilíbrio financeiro deve-se observar a estrutura de desembolsos realizados na estrutura de custos fixos, não sendo admitido para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro despesas como, por exemplo, a depreciação. ESTUDO DE CASO 2 Considerando a estrutura de custos da empresa MODELO LTDA, apresentada no estudo de caso 1, identificar a Margem de Contribuição do Produto Y e os Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro. Para o cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico, considerar que a empresa MODELO LTDA deseja um lucro de R$ 2.500,00 no período. Solução: a) Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio Contábil DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO FATURAMENTO BRUTO ( - ) IPI SOBRE VENDAS ( = ) RECEITA BRUTA ( - ) ICMS SOBRE VENDAS ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS ( = ) LUCRO BRUTO ( - ) DESPESAS DESPESAS C/ VENDAS fretes sobre vendas DESPESAS ADMIN salários energia elétrica ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 1.987,95 (180,72) 1.807,23 (307,23) 1.500,00 (612,60) 887,40 (525,00) 362,40 (211,25) 100,00 100,00 111,25 80,00 31,25 151,15 unit. 132,53 (12,05) 120,48 (20,48) 100,00 (40,84) 59,16 (35,00) 24,16 % 133 (12) 120 (20) 100 (41) 59 (35) 24 68 PEC q 700,00 + 211,25 = 59,16 15,4 un. PEC R$ 700,00 + 211,25 = 0,59 1.544,50 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - PROJETADO ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS ( = ) LUCRO BRUTO ( - ) DESPESAS DESPESAS C/ VENDAS fretes sobre vendas DESPESAS ADMIN salários energia elétrica ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 1.544,50 (653,44) 891,06 (700,00) 191,06 (211,25) 100,00 100,00 111,25 80,00 31,25 (20,19) unit. 96,53 (40,84) 55,69 % 100 (42) 58 b) Ponto de Equilíbrio Econômico PEE q 700,00 + 211,25 + 2.500,00 = 57,66 un. 59,16 PEE R$ 700,00 + 211,25 + 2.500,00 = 0,59 5.781,80 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - PROJETADO ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS ( = ) LUCRO BRUTO ( - ) DESPESAS DESPESAS C/ VENDAS fretes sobre vendas DESPESAS ADMIN salários energia elétrica ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 5.781,80 (2.368,72) 3.413,08 (700,00) 2.713,08 (211,25) 100,00 100,00 111,25 80,00 31,25 2.501,83 unit. 99,69 (40,84) 58,85 % 100 (41) 59 69 c) Ponto de Equilíbrio Financeiro PEF q 700,00 + 211,25 - 250,00 = 59,16 11,1 un. PEF R$ 700,00 + 211,25 - 250,00 = 0,59 1.120,76 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - PROJETADO ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS ( = ) LUCRO BRUTO ( - ) DESPESAS DESPESAS C/ VENDAS fretes sobre vendas DESPESAS ADMIN salários energia elétrica ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 1.120,76 (449,24) 671,52 (450,00) 221,52 (211,25) 100,00 100,00 111,25 80,00 31,25 10,27 unit. 93,40 (37,44) 55,96 % 100 (40) 60 DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Entende-se como preço de venda o valor monetário que a empresa cobra de seus clientes em uma transação comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a empresa cubra todos os gastos que foram necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição do mercado, até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o lucro desejado ou possível. A formação do preço de venda é um assunto amplamente discutido também pela teoria econômica, pois na análise da melhor maneira de se calcular o preço de um produto, é preciso que se conheça variáveis como o tipo de mercado em que a empresa atua e características do produto. A competitividade tem exigido das empresas a busca contínua em aprimorar a qualidade em todos os processos e atividades que executam, buscando obter a aceitação dos seus produtos e/ou serviços e alcançar não apenas a permanência no mercado que atuam, mas também, outros objetivos desejados. Alguns dos aspectos que impactam fortemente a obtenção desses objetivos são aqueles que dizem respeito à análise dos custos e suas influências nas decisões que impactam a formação do preço de venda. Estas decisões que objetivam a definição do preço de venda envolvem aspectos muitas vezes 70 analisados de forma empírica, baseadas em dados e informações históricas ou subjetivas, apenas com alguma base científica. Pode-se assumir, para fins didáticos, que o preço de venda contempla dois aspectos: a) aspecto externo ou mercadológico e b) aspecto interno ou de estrutura. Quando se fala no aspecto mercadológico do preço de venda, deve-se entender que o atual de competitividade em que as organizações estão inseridas, tem exigido a busca contínua em aprimorar a qualidade em todos os processos e atividades que executam, buscando obter a aceitação dos seus produtos e/ou serviços e alcançar não apenas a permanência no mercado que atuam, mas também, outros objetivos desejados. Nos métodos de formação de preço de venda para o mercado, a empresa poderá decidir pela fixação com base nos preços praticados pelo mercado, deixando, como prioridade, uma menor atenção aos seus próprios custos ou à procura de seus produtos. Desta forma, o preço de venda praticado pela empresa poderá ser igual, menor ou maior do que o praticado no mercado, dependendo dos objetivos e das inferências que deduz sobre as possíveis influências que podem lhe causar os componentes do sistema que está inserida. Organizações que determinam seus preços com base no mercado devem conhecer os demais atributos que levam os consumidores a adquirem seus produtos. Dentre esses atributos pode-se citar a elasticidade do produto e os demais componentes dos 4 P’s (produto, place e promoção). Quando a empresa decide adotar este procedimento, ou desconhece quase por completo sua estrutura interna ou aparenta confiar nesta estrutura, ou então, seu sistema de informações baseia-se apenas nos custos integrais e históricos em lugar dos custos incrementais (aumento de volume), ou futuros (derivados dos planos existentes). O aspecto estrutural do preço de venda mostra os elementos que formam o seu valor monetário. Os elementos que formam o preço de venda são, essencialmente, o custo total de produção, as despesas incorridas para comercialização, os impostos incidentes sobre a venda e o lucro e a margem de lucro desejada. 71 Existem diversos modelos para determinação do preço de venda de produtos e serviços. Podese dividi-los em duas categorias: a) os que estão voltados para os custos e b) os que estão voltados para a lucratividade. Nas empresas que possuem sistema de custos e, adotando-os como base na formação dos preços de vendas, o processo desta formação poderá se tornar prática e simples, evidenciando os seguintes aspectos: preço e continuidade, competitividade, rotinização das decisões e estrutura formal do preço. Nesse procedimento, o conhecimento da estrutura do processo produtivo poderá se constituir como vantagem competitiva. Colocado em processos rotineiros, qualquer alteração para reavaliação do preço de venda torna-se fácil e estruturada, economizando tempo e esforços. A estruturação formal é simplificada, bastando apenas a definição de um mark-up (taxa de marcação). Desta forma, quando os preços de venda utilizam o custo como base de sua formação, o objetivo passa a ser a definição de um mark-up divisor ou multiplicador. Esse mark-up é um valor ou percentual que aglutina os elementos que compõem o preço de venda, ou seja, o custo, as despesas e o lucro. Supondo a seguinte estrutura de preço de venda, de forma percentual tem-se o exemplo a seguir: Preço de Venda ICMS da Venda PIS / COFINS Despesas Lucro Antes dos Tributos TOTAL 100,00 % 17,00 % 3,65 % 10,00 % 15,00 % 45,65 % O mark-up divisor será: 100 % - 45,65 % = 0,5435 100 O mark-up multiplicador será: 1 = 1,8399264 0,5435 Como exemplo, têm-se o valor de $100,00 como custo unitário e o preço de venda, utilizando o mark-up divisor, será $183,99, e pelo mark-up multiplicador será também de $183,99, resultando em lucro de $27,60, ou seja, 15% do preço de venda. Destaca-se que o custo unitário pode ser obtido a partir de qualquer metodologia de custeio (absorção, variável, ABC etc.). 72 Outra forma das organizações determinarem o preço de venda de seus produtos e serviços está relacionada à lucratividade desejada, construída com base em percentual previamente estabelecido no planejamento. Para calcular o preço de venda dessa forma é necessária a identificação dos custos e despesas totais padronizados para o período e a identificação do total investido para o período. Utilizandose estes elementos com seus respectivos valores: Despesas + (% Retorno x Capital Investido) Custo Total despesas: $400.000,00 capital investido: $4.000.000,00 retorno definido: 20% custo total: $1.500.000,00 Então: 400.000,00 = (20% x 4.000.000,00) = 0,80, ou 80% 1.500.000,00 Multiplicando 1,80 sobre os Custos Totais, têm-se: Vendas: $2.700.000,00 Custos: $1.500.000,00 Despesas: $ 400.000,00 Lucro: $ 800.000,00, ou seja, 20% de $4.000.000,00, ou ainda 29,62% das vendas. Obviamente que este percentual de 20% deverá ser médio para toda a empresa, podendo alternar um percentual específico para cada produto. ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA O conceito alavancagem deriva de alavanca física, ou seja, a utilização de uma ferramenta que proporcione um resultado mais do que proporcional ao esforço empregado. Alavancagem operacional significa o quanto a empresa consegue aumentar do lucro através da atividade operacional, basicamente, em função do aumento da margem de contribuição (diferença entre 73 receitas e custos variáveis) e manutenção dos custos fixos. O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a medida da extensão da utilização dos custos e despesas fixas dentro da empresa. A existência da alavancagem operacional fica evidenciada quando há aumento do volume produzido e comercializado com a utilização plena da estrutura de custos e despesas fixas da organização. Dessa forma: GAO = ∆ % do lucro operacional ∆% da produção/vendas Sempre que a variação percentual do lucro operacional for superior à variação percentual da produção/vendas ocorre a Alavancagem Operacional. Isso significa que, sempre que o GAO é maior que 1, há alavancagem operacional. ESTUDO DE CASO 3 Considerando que a empresa MODELO LTDA tem uma estrutura de custos e despesas fixas que totalizam R$ 1.000,00. Com a utilização dessa estrutura, ela consegue produzir e comercializar 10 unidades do produto Y. O preço de venda unitário (sem impostos e outras deduções) do produto Y é de R$ 200,00 e os custos variáveis, ou diretos, de produção importam em R$ 80,00. DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS + DESPESAS ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 2.000,00 (800,00) 1.200,00 (1.000,00) 200,00 unit. 200,00 (80,00) 120,00 % 100,0 (40,0) 60,0 Através de estudos técnicos a de mercado, a empresa MODELO LTDA pretende aumentar a produção e comercialização do produto Y em 20% com a utilização da mesma estrutura de custos e despesas fixas. DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – PROJETADO ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS + DESPESAS ( = ) LUCRO OPERACIONAL R$ 2.400,00 (960,00) 1.440,00 (1.000,00) 440,00 unit. 200,00 (80,00) 120,00 % 100,0 (40,0) 60,0 74 GAO = 120% = 6 vezes 20% Cada 1 ponto percentual de incremento na produção e comercialização do produto Y, reflete 6 pontos percentuais de incremento no lucro operacional. Alavancagem financeira significa o que a empresa consegue aumentar do lucro líquido através da estrutura de financiamento. A alavancagem financeira mostra a possibilidade de os acionistas da empresa obterem maiores lucros para seus investimentos, com o uso mais intensivo de capitais de terceiros. A existência de capitais de terceiros na estrutura de financiamento permite a ocorrência de alavancagem financeira para os capitais próprios. A alavancagem traz consigo o conceito de risco financeiro, que é a dependência extrema dos capitais de terceiros para financiamento das atividades da empresa. Dessa forma: GAF = lucro antes dos juros lucro depois dos juros ESTUDO DE CASO 4 Considerando que as empresas ALFA LTDA e BETA LTDA têm estruturas de custos e despesas fixas que totalizam R$ 1.000,00. Com a utilização dessas estruturas, elas conseguem produzir e comercializar 10 unidades do produto Y. O preço de venda unitário (sem impostos e outras deduções) do produto Y é de R$ 200,00 e os custos variáveis, ou diretos, de produção importam em R$ 80,00. A estrutura patrimonial das empresas ALFA LTDA e BETA LTDA é a seguinte: ALFA LTDA BETA LTDA 1.000,00 1.000,00 Passivo total 350,00 600,00 Patrimônio Líquido 650,00 400,00 Ativo total Ambas as empresas atuam num mercado onde a remuneração pelo uso dos capitais de terceiros (taxa de juros) é de 10% num determinado período (mês, ano, etc.). Para as duas empresas os juros sobre capitais de terceiros são contabilizados como despesas financeiras integram os custos fixos mais despesas de suas estruturas de custos. As empresas ALFA LTDA e BETA LTDA têm os mesmos investidores. Dessa forma: 75 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – EMPRESAS ALFA LTDA E BETA LTDA ( = ) RECEITA LÍQUIDA ( - ) CUSTOS VARIÁVEIS ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) CUSTOS FIXOS + DESPESAS (antes dos juros) ( = ) LUCRO OPERACIONAL (antes dos juros) ( - ) JUROS ( = ) LUCRO OPERACIONAL (depois dos juros) Grau de Alavancagem Financeira - GAF ALFA LTDA - R$ 2.000,00 (800,00) 1.200,00 (965,00) 235,00 (35,00) 200,00 BETA LTDA - R$ 2.000,00 (800,00) 1.200,00 (940,00) 260,00 (60,00) 200,00 235,00 = 1,175 200,00 260,00 = 1,3 200,00 A situação apresentada pela comparação entre as empresas mostra que BETA LTDA utilizou melhor os capitais de terceiros. Mesmo com uma despesa maior pela remuneração pelo uso dos capitais de terceiros, a empresa BETA LTDA alcançou o mesmo lucro operacional de ALFA LTDA. Com essa análise, os acionistas de BETA LTDA podem decidir se as operações da empresa devem ser financiadas com capital próprio ou capital de terceiros. FLUXO DE CAIXA Denomina-se fluxo de caixa de uma organização ao conjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período determinado. O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em itens do ativo. Sinteticamente, o fluxo de caixa é o instrumento de programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo. Esse instrumento possibilita: planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros da empresa. O objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades desenvolvidas, bem como as operações financeiras que são realizadas diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro das disponibilidades, e que representam o grau de liquidez da empresa. A otimização dos fluxos de caixa reduz, automaticamente, a necessidade de capital de giro, sendo, portanto, interesse da empresa buscar essa otimização. As operações para produzir e comercializar os produtos/serviços exigem recursos. Esses recursos exigem contrapartidas financeiras, ou seja, pagamentos em dinheiro. A diferença entre os valores recebidos pelas vendas dos produtos/serviços e os valores pagos pelos recursos utilizados forma a geração operacional de caixa de uma empresa. O fluxo financeiro ou fluxo de caixa de uma empresa é a 76 movimentação da geração operacional de caixa, acrescido das movimentações financeiras de investimento e financiamento. A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório que complementa as análises obtidas a partir do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A DFC pode ser apresentada de duas formas: a) Método Direto e b) Método Indireto. O método direto é a forma de apresentação da DFC que resgata exatamente os valores movimentados no controle do caixa. No método indireto, parte-se do lucro líquido o exercício (apresentado no DRE) e a ele são feitas adições e exclusões. Apresenta-se, a seguir, modelo de ambos os métodos: 77 MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO I - ATIVIDADES OPERACIONAIS 1. ENTRADAS Vendas a vista Recebimento de clientes Outros 2. SAIDAS Compras a vista Pagamentos a fornecedores Pagamento de tributos Pagamentos de salários e encargos Pagamentos de despesas (exceto financeiras) Outros SALDO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (1-2) II – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 3. ENTRADAS Venda de ativos não circulantes Recebimento de principal de empréstimos Receitas financeiras Outros 4. SAÍDAS Investimentos em ativos não circulantes Concessão de empréstimos Outros SALDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS (3-4) III – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 5. ENTRADAS Emissão de ações Integralização de capital Novos empréstimos 6. SAÍDAS Amortização de empréstimos Despesas financeiras Distribuição de resultados SALDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO (5-6) I - ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro Líquido do Exercício Ajustes ( + ) Depreciações ( + ou - ) Equivalência Patrimonial ( + ou - ) Ganhos de capital Variações nos ativos e passivos circulantes ( + ) Aumentos no passivo circulante ( + ) Reduções no ativo circulante ( - ) Aumentos no ativo circulante ( - ) Reduções no passivo circulante FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES II – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Venda de ativos não circulantes Recebimento de principal de empréstimos Investimentos em ativos não circulantes Concessão de empréstimos Outros FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DE INVESTIMENTOS III – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Emissão de ações Integralização de capital Novos empréstimos Amortização de empréstimos Distribuição de resultados FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DE FINANCIAMENTO IV - SALDO DO PERÍODO (I + II + III) V - SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL VI – SALDO FINAL DO DISPONÍVEL (IV + V) IV - SALDO DO PERÍODO (I + II + III) V - SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL VI – SALDO FINAL DO DISPONÍVEL (IV + V) Os dois modelos de apresentação da DFC são importantes para a análise do desempenho econômico-financeiro das empresas. O método indireto tem correspondência com a DRE e DOAR – Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos - e a sua análise baseia-se no conceito de origens e aplicações de recursos. Por esse motivo o DFC pelo método direto vem substituindo a DOAR em vários 78 países. Já o método direto é totalmente vinculado à movimentação financeira e é um instrumento essencial para gestão de tesouraria. O ponto fundamental para análise da DFC (independente do método de apresentação) decorre de sua segmentação em três blocos: atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento. De forma geral, o saldo de caixa gerado pelas atividades operacionais deve ser sempre positivo e esse saldo deve embasar as decisões de financiamento e investimento dos gestores financeiros. Quando se compara a DFC pelo método indireto com a DOAR, são verificadas semelhanças entre esses dois relatórios contábeis, principalmente em relação aos ajustes feitos ao lucro líquido do exercício e a forma de apresentação de ambos. Entretanto, esses relatórios partem de princípios diferentes: enquanto a DOAR é elaborada a partir do capital circulante líquido e obedece ao princípio da competência, o DFC parte das disponibilidades e obedece ao regime de caixa. ORÇAMENTO O orçamento envolve planejamento, ou seja, é preciso decidir antecipadamente o que deve ser feito e quais os recursos necessários para se atingir o objetivo pré-estabelecido. Orçamento é conceituado como a expressão quantitativa de um plano de ação e ajuda a coordenação de implementação desse plano. Orçar significa processar todos os dados contábeis atuais introduzindo os dados previstos para o próximo exercício. Dessa forma, o processo orçamentário inicia com o Planejamento estratégico. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – CONCEITOS Planejamento Estratégico pode ser definido como um processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre os objetivos, as habilidades e os recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em constante mudança. Sendo seu objetivo dar forma os negócios e produtos da empresa, possibilitando os lucros e crescimento almejados. É o processo administrativo, de longo prazo, que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida para a empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada. O Planejamento Estratégico encoraja a empresa a pensar sistematicamente no futuro e a melhorar as interações entre os executivos da empresa; obriga a empresa a definir melhor seus objetivos e políticas; proporciona uma melhor coordenação dos esforços da empresa e proporciona padrões de 79 desempenho mais fáceis de controlar. Todas as empresas praticam planejamento estratégico, ou de forma empírica ou de forma sistematizada, formal ou informal. O Planejamento Estratégico busca responder as questões apresentadas no seguinte fluxograma: Quem somos? O que estmos fazendo? Porque? O que queremos ser no futuro? Porque? Como vamos chegar lä? O estabelecimento de um Planejamento Estratégico envolve quatro atividades: 1) Análise da situação atual e planejamento da situação projetada. 2) Definição de objetivos, metas e ações com fixação de prazos e responsáveis. 3) Implementação. 4) Controle e feedback. OBJETIVOS DO ORÇAMENTO O orçamento concentra diversos objetivos empresariais. O ponto fundamental do processo orçamentário é estabelecer e coordenar objetivos para todos os setores da organização, de forma que todos trabalhem harmonicamente em busca das metas que gerarão lucros. Alguns objetivos do orçamento: 1. orçamento como sistema de autorizações de gastos: o orçamento pode ser utilizado como instrumento formal para liberação de recursos para os setores da organização. 2. orçamento como forma de projeção e planejamento: os documentos que compõe o orçamento podem ser utilizados para visualização de cenários futuros. 3. orçamento como instrumento de comunicação e motivação: o orçamento é o instrumento divulgador do alcance (ou não) das metas a todos os setores da organização. 80 4. orçamento como instrumento de controle e gerenciamento: o orçamento é utilizado como forma de avaliação e desempenho dos gestores, sendo essencial para a tomada de decisões. Dentro desses objetivos, percebe-se que quando a organização baliza sua gestão através do orçamento seus processos assumem um caráter de maior formalidade. Alguns críticos do processo orçamentário entendem que esse caráter formal tende a “engessar” a tomada de decisão. As organizações que adotam orçamentos não necessariamente ficam mais engessadas em seus processos. Isso somente ocorre quando há uma disfunção do processo e a organização passa a existir em função do orçamento e não o contrário. CONCEITOS ORÇAMENTÁRIOS O processo orçamentário não é estruturado de uma única forma. Em alguns momentos a elaboração do orçamento se dá a partir da alta direção da organização até chegar às atividades mais operacionais (orçamento top-down). Em outros momentos a elaboração requer o início a partir da base da organização, chegando até a alta administração (orçamento bottom-up). Uma prática usual na elaboração de orçamentos é a utilização de dados passados para projeções de situações futuras. Essa prática que se denomina orçamento de tendências, apresenta vantagens e desvantagens. Como vantagem pode-se afirmar que os eventos passados são decorrentes das estruturas organizacionais já existentes e, dessa forma, apresentam forte tendência de se reproduzirem. Como desvantagem, essa prática pode levar a organização a um processo de letargia e burocratização, não buscando a inovação em seus processos. Outra forma de estruturação do processo orçamentário é romper com o passado e projetar situações a partir de novas visões da organização. Tal prática é denominada orçamento base zero e tem como vantagem propor a rediscussão dos processos da organização, eliminando ineficiências (que podem ser perpetuadas pelo orçamento de tendências) e buscando novos desafios em termos de faturamento e resultados. Como desvantagem pode-se creditar a visualização de cenários não factíveis ou impossíveis de ser alcançados na atual situação da organização. 81 ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO A elaboração do plano orçamentário está dividida em três grandes segmentos: Orçamento Operacional Nele serão demonstradas as informações sobre faturamento, custos, despesas comerciais e administrativas. Através do orçamento operacional fica evidenciado o lucro operacional da organização. O orçamento operacional compreende: a) orçamento de produção/vendas; b) orçamento de compras/custos; c) orçamento de despesas comerciais e administrativas; d) orçamento de tributos sobre faturamento e sobre resultados. Orçamento de Investimentos e Financiamentos Nesses documentos ficam evidenciadas as aquisições de imobilizado e outros investimentos, as fontes de financiamento da organização (se capital próprio ou capital de terceiros), as amortizações de dívidas e as despesas financeiras. Projeção das Demonstrações Contábeis É a consolidação dos orçamentos operacional e de investimentos e financiamentos. Insere no processo orçamentário receitas e despesas extra-operacionais e receitas financeiras. As principais demonstrações contábeis a serem projetadas são: a) Demonstrativo do Resultado do Exercício – DRE; b) Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC; c) Balanço Patrimonial. Quando são projetadas as demonstrações contábeis, surge a necessidade de análise econômico-financeira dessas informações. Nessa análise, as análises horizontal e vertical e o cálculo e interpretação de índices voltam a ser utilizados. ESTUDO DE CASO 5 A empresa MODELO LTDA comercializa apenas a mercadoria “A”. Em 31 de dezembro de 2000x a empresa MODELO LTDA apresentou o seguinte Balanço Patrimonial: PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO Caixa Máquinas e Equipamentos 1.000,00 9.000,00 TOTAL 10.000,00 Capital Social 10.000,00 TOTAL 10.000,00 82 Como seus acionistas desejam manter um efetivo controle sobre suas atividades, objetivando maximizar os rendimentos sobre seus investimentos, efetuaram planejamento de todas as operações da empresa. A partir do Planejamento Estratégico, definiram as seguintes premissas para os próximos três meses da empresa MODELO LTDA: PREMISSAS X1 X2 X3 Quantidades a serem vendidas 1.000 1.500 2.000 PV unitário 1,50 1,60 1,80 CMV unitário 0,80 0,80 0,85 Despesas totais da empresa 675,00 675,00 795,00 Depreciações (já inclusas no total das 75,00 75,00 75,00 despesas) A empresa só trabalhará com vendas sob encomenda; 30% a vista e 70% em 30DD. A empresa efetuará todas as compras e despesas a vista. Em X1 a empresa pretende contrair financiamento a longo prazo para aquisição de maquinário. Valor R$ 5.000,00. Não há incidência de tributos nas operações da empresa MODELO LTDA. SOLUÇÃO quantidades vendidas preço de venda unitário cmv unitário despesas totais (já inclusa a depreciação) depreciações X1 1.000 1,50 0,80 675,00 75,00 X2 1.500 1,60 0,80 675,00 75,00 X3 2.000 1,80 0,85 795,00 75,00 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE PROJETADO X1 X2 X3 1. Receita Total 1.500,00 2.400,00 3.600,00 2. ( - ) CMV (800,00) (1.200,00) (1.700,00) 3. ( = ) Lucro Bruto 700,00 1.200,00 1.900,00 4. ( - ) Despesas Operacionais (675,00) (675,00) (795,00) 5. ( = ) Lucro Operacional 25,00 525,00 1.105,00 83 DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA - DFC PROJETADO X1 X2 X3 1. ATIVIDADES OPERACIONAIS ENTRADAS 450,00 1.770,00 2.760,00 vendas a vista 450,00 720,00 1.080,00 recebimento de clientes 0,00 1.050,00 1.680,00 SAÍDAS (1.400,00) (1.800,00) (2.420,00) compras a vista (800,00) (1.200,00) (1.700,00) pagamento de despesas (600,00) (600,00) (720,00) SALDO (950,00) (30,00) 340,00 2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO ENTRADAS 0,00 venda de imobilizado 0,00 SAÍDAS (5.000,00) compra de imobilizado (5.000,00) SALDO (5.000,00) 3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO ENTRADAS 5.000,00 empréstimos 5.000,00 SAÍDAS 0,00 0,00 0,00 retiradas de lucros 0,00 SALDO 5.000,00 0,00 0,00 4. SALDO DO PERÍODO (950,00) (30,00) 340,00 5. SALDO INICIAL 1.000,00 50,00 20,00 6. SALDO FINAL 50,00 20,00 360,00 BALANÇO PATRIMONIAL - BP PROJETADO X1 X2 ATIVO CIRCULANTE caixa clientes NÃO CIRCULANTE máquinas ( - ) depreciação acumulada de máquinas TOTAL DO ATIVO PASSIVO NÃO CIRCULANTE financiamentos bancários PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS TOTAL DO PASSIVO + PL X3 1.100,00 1.700,00 2.880,00 50,00 20,00 360,00 1.050,00 1.680,00 2.520,00 13.925,00 13.850,00 13.775,00 14.000,00 14.000,00 14.000,00 (75,00) (150,00) (225,00) 15.025,00 15.550,00 16.655,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 10.025,00 10.550,00 11.655,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 25,00 550,00 1.655,00 15.025,00 15.550,00 16.655,00 84 ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Administração financeira pode ser definida como a ciência da gestão do dinheiro. As organizações, através da execução de suas operações, recebem (levantam) e desembolsam (investem) dinheiro. A administração financeira preocupa-se com os processos associados à transferência de dinheiro entre as organizações. Na execução das suas atividades a administração financeira utiliza técnicas de matemática financeira. A matemática financeira tem como objetivo principal estudar o valor do dinheiro em função do tempo. A partir dessas premissas, torna-se necessário que se defina o conceito de valor. Valor faz parte dos elementos que não são passíveis de conceituação; assim como a presença de alguém. Como se conceitua a presença de alguém? A resposta é instigante: não é possível conceituar a presença de alguém. O que é possível é perceber a presença de alguém. E pessoas diferentes percebem de formas diferentes a presença de alguém. O valor dos elementos, inclusive o do dinheiro, é percebido de formas diferentes, por pessoas diferentes, em momentos diferentes. O dinheiro é o principal elemento que as organizações utilizam para atingir seus objetivos. A importância do dinheiro para as organizações pode ser comparada a importância do oxigênio para os indivíduos. Indivíduos diferentes, em momentos diferentes, podem sobreviver sem determinados elementos. Porém, nenhum indivíduo pode sobreviver sem oxigênio. A administração financeira avalia as demonstrações contábeis e financeiras das organizações visando a tomada de decisões de investimentos e financiamentos, com base na avaliação de retornos e riscos correspondentes. As decisões de investimentos determinam a composição e os tipos de ativos da organização. As decisões de financiamento determinam a composição e os tipos de recursos financeiros utilizados pela organização. TÉCNICAS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA Para a correta compreensão dos objetivos da matemática financeira é importante que sejam analisadas algumas de suas técnicas. 85 a) Cálculo de Juros Juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Os juros existem porque as organizações nem sempre possuem recursos financeiros disponíveis para consumir ou quitar suas dívidas no momento em que tais são exigidas. Os juros só existem se houver o emprego de capital, seja ele próprio ou de terceiros. b) Cálculo de Descontos Desconto é o abatimento feito no valor nominal de um elemento quando o efetivo pagamento ocorre antes do seu vencimento. c) Séries de Pagamentos São operações que envolvem recebimentos e pagamentos periódicos e não periódicos. As séries de pagamentos formam o fluxo de caixa de uma organização, pode ser definido como uma quantia individual, uma anuidade ou uma série mista. Uma quantia individual é um valor isolado que a organização possui no momento inicial ou espera receber em data futura. Os conceitos e cálculos mais simples de valores presentes e futuros envolvem quantias individuais. Esses são os conceitos de juros e descontos. Uma anuidade pode ser definida como uma série uniforme de fluxos de caixa em um prazo determinado. Há dois tipos fundamentais de anuidades: a) a ordinária, na qual o fluxo de caixa ocorre no final do período; e b) a anuidade vencida, na qual o fluxo de caixa ocorre no início do período. Dentro do conceito de anuidade existe, ainda, a figura da perpetuidade. Perpetuidade é uma anuidade com duração infinita. Série mista é uma periodicidade de fluxos de caixa desiguais, que não refletem nenhum padrão específico. Os administradores financeiros constantemente são forçados a analisar oportunidades que geram séries mistas de fluxos de caixa. d) Equivalência de Fluxos de Caixa Dois fluxos de caixa são considerados equivalentes a uma dada taxa de juros quando os seus valores atuais, numa mesma data, são iguais. A data escolhida é denominada Valor Presente. Da mesma forma, o Valor Futuro de dois fluxos de caixa equivalentes, numa mesma data, são iguais. 86 e) Amortização de Empréstimos e Financiamentos Em linguagem contábil, existe diferença entre empréstimo e financiamento. Empréstimo é um recurso financeiro que, em tese, não necessita ser justificado quanto à sua finalidade. Financiamento é um recurso financeiro que exige a justificativa de utilização. Várias são as formas que as organizações utilizam para amortizar seus empréstimos e financiamentos. As principais são: * Sistema Francês de Amortização (SFA) A prestação é constante durante todo o período do financiamento. A parcela de amortização aumenta a cada período. Os juros diminuem a cada período. * Tabela Price A taxa é dada em termos nominais (normalmente ano). O período do financiamento normalmente é menor que o tempo da taxa. Utiliza-se a proporcionalidade. * Sistema de Amortização Constante (SAC) O financiamento é pago em prestações uniformes decrescentes. A amortização é constante ao longo dos períodos. Os juros são decrescentes. EXEMPLO Um administrador financeiro dispõe de R$ 1.000,00 para gerenciamento na data X0. Esse administrador dispõe de 4 alternativas para investimento desses recursos financeiro, considerando uma taxa de juros de 12% a.m.: a) deixá-los disponíveis no caixa; b) investir os R$1.000,00 para resgate único no oitavo mês; c) investir os R$ 1.000,00 para resgate em três parcelas mensais e consecutivas de R$ 733,75 a partir do sexto mês; ou d) investir os R$1.000,00 para resgate em seis parcelas mensais e consecutivas de R$ 272,41 a partir do segundo mês. Fórmula para cálculo do Valor Presente: 87 PV = PMT X (-)n 1 - (1+i) i c-1 (1 + i) Onde: PV = Valor Presente PMT = parcela i = taxa n = prazo c = carência As calculadoras financeiras (HP 12C) e o aplicativo Excel, executam os cálculos matemáticos. Para resolução da situação foi utilizado o Excel, sendo inserida a fórmula do valor presente, apresentada anteriormente, na linha fx. Dessa forma a função (fx) apresentou a seguinte equação: =B8*((1-(1+B4)^B5)/B4)/(1+B4)^B6 ALTERNATIVA B valor presente ( PV ) taxa ( i ) prazo ( n ) carência ( c ) valor futuro ( FV ) valor da prestação ( PMT ) ALTERNATIVA C valor presente ( PV ) taxa ( i ) prazo ( n ) carência ( c ) valor futuro ( FV ) valor da prestação ( PMT ) ALTERNATIVA D valor presente ( PV ) taxa ( i ) prazo ( n ) carência ( c ) valor futuro ( FV ) valor da prestação ( PMT ) 1.000,00 12,00% 1 7 meses meses 2.475,96 1.000,00 12,00% 3 5 meses meses 733,75 1.000,00 12,00% 6 1 272,41 meses meses 88 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO A distribuição de entradas e saídas de caixa no tempo apresenta conseqüências econômicas importantes que os administradores reconhecem explicitamente no valor do dinheiro no tempo. Os valores e as decisões financeiras podem ser aferidos por meio de técnicas tanto de valor futuro quanto de valor presente. As técnicas de valor futuro medem os fluxos de caixa no final da vida de um projeto e as de valor presente no seu início. Geralmente a determinação de valores presentes e futuros envolvem cálculos complexos. Para tornar mais ágil as decisões que envolvam valores presentes e futuros, são desenvolvidas tabelas financeiras que simplificam esses cálculos. O fluxo de caixa de uma organização pode ser definido como uma quantia individual, uma anuidade ou uma série mista. Uma quantia individual é um valor isolado que a organização possui no momento inicial ou espera receber em data futura. Os conceitos e cálculos mais simples de valores presentes e futuros envolvem quantias individuais. Esses são os conceitos de juros e descontos. Uma anuidade pode ser definida como uma série uniforme de fluxos de caixa em um prazo determinado. Há dois tipos fundamentais de anuidades: a) a ordinária, na qual o fluxo de caixa ocorre no final do período; e b) a anuidade vencida, na qual o fluxo de caixa ocorre no início do período. Dentro do conceito de anuidade existe, ainda, a figura da perpetuidade. Perpetuidade é uma anuidade com duração infinita. Série mista é uma periodicidade de fluxos de caixa desiguais, que não refletem nenhum padrão específico. Os administradores financeiros constantemente são forçados a analisar oportunidades que geram séries mistas de fluxos de caixa. FLUXO DE CAIXA DESCONTADO O valor presente líquido (VPL) ou método do valor atual é a fórmula matemático-financeira de se determinar o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial. Basicamente, é o calculo de quanto os futuros pagamentos somados a um custo inicial estaria valendo atualmente. Temos que considerar o conceito de valor do dinheiro no tempo, pois, exemplificando, R$ 1 milhão hoje, não valeria R$ 1 milhão daqui a uma ano, 89 devido ao custo de oportunidade de se colocar, por exemplo, tal montante de dinheiro na poupança para render juros. É um método padrão em contabilidade gerencial para a conversão balanços para a chamada demonstrações em moeda constante, quando então se tenta expurgar dos valores os efeitos da inflação e das oscilações do câmbio. Também é um dos métodos para o cálculo do goodwill, quando então se usa o demonstrativo conhecido como fluxo de caixa descontado. A metodologia mais aceita atualmente para avaliação do fluxo futuro de benefícios gerados pela organização é o fluxo de caixa descontado (DCF – DISCOUNTED CASH FLOW). A metodologia do DCF se baseia no conceito simples de que um investimento agrega valor quando gera um retorno acima daquele que poderia ser alcançado com investimentos de risco semelhante. Em outras palavras, dado um mesmo nível de lucro, uma empresa com retornos mais altos sobre seus investimentos precisará investir menos no negócio e, assim, gerará fluxos de caixa mais altos e um valor também mais alto. 90 III. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIO 1 A empresa MODELO LTDA apresentava a seguinte situação patrimonial em 30/11/2000x: CONTAS caixa mercadorias estoques água, luz e telefone Banco do Brasil S/A c/c móveis e utensílios máquinas fornecedores BRDE c/ Financiamento (L/P) títulos a pagar CMV Reservas de Lucros publicidade Capital Social ICMS s/vendas material de expediente vendas a prazo juros ativos despesas bancárias clientes SALDO EM 30/11/2000x 4.000,00 2.000,00 850,00 500,00 5.000,00 15.000,00 5.000,00 1.000,00 6.000,00 3.000,00 1.500,00 2.000,00 10.000,00 1.500,00 400,00 15.000,00 2.000,00 250,00 6.000,00 No mês de dezembro/2000x ocorreram os seguintes fatos contábeis: 1. No dia 08/12/2000x a empresa comprou, da loja VW Autos & Cia. Ltda., um automóvel VW GOL OK, branco, chassi nº 12345BZ456, por R$ 10.000,00. O valor será pago em 08/01/2000x1. 2. No dia 01/12/2000x a empresa recebeu (em atraso) as dívidas de terceiros, em espécie, no valor de R$6.100,00. 3. No dia 12/12/2000x a empresa pagou (em atraso) as dívidas unto a terceiros, em espécie, no valor de R$5.050,00. TAREFAS: 1. Elaborar Balanço Patrimonial do exercício social de 2000x conforme a Lei 6.404/76. 2. Elaborar DRE do exercício social de 2000x conforme a Lei 6.404/76. 3. Identificar o valor das dívidas que a empresa MODELO LTDA tem a curto e a longo prazo. 4. Identificar os valores que a empresa MODELO LTDA tem a receber a curto e a longo prazo. 5. Identificar os valores de bens permanentes que a empresa MODELO LTDA possui. 6. Identificar a situação financeira da empresa MODELO LTDA através do CCL. 91 7. O proprietário da empresa MODELO LTDA deseja adquirir um conjunto de maquinário, objetivando aumentar a produção. Esse conjunto de maquinário tem valor de R$ 20.000,00 para aquisição a vista. Caso não seja possível adquiri-lo a vista, o BNDES oferece um financiamento para o mesmo. Nessa situação a empresa MODELO LTDA assume uma dívida de R$ 23.000,00 a ser paga em 31/12/2000x5. Identifique para o proprietário da empresa MODELO LTDA a possibilidade de aquisição do maquinário a vista. Caso não seja possível a aquisição a vista, demonstre os reflexos da aquisição financiada pelo BNDES na situação financeira, econômica e patrimonial. EXERCÍCIO 2 DISPONIBILIDADES FORNECEDORES FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS ENCARGOS A PAGAR FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS (LP) ESTOQUES CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS RECEITA BRUTA LUCRO OPERACIONAL CRÉDITOS DESPESAS OPERACIONAIS IMOBILIZADO DEDUÇÕES SOBRE VENDAS CMV RECEITAS FINANCEIRAS Janeiro/2000x 30.800,00 15.000,00 35.000,00 10.000,00 20.000,00 20.000,00 30.000,00 20.800,00 50.000,00 20.800,00 30.000,00 (15.000,00) 50.000,00 (5.750,00) (8.950,00) 500,00 Fevereiro/2000x 64.435,00 18.000,00 30.000,00 18.000,00 20.000,00 31.290,00 30.000,00 54.725,00 65.000,00 33.925,00 25.000,00 (14.800,00) 50.000,00 (7.475,00) (10.300,00) 1.500,00 Março/2000x 36.195,00 20.000,00 20.000,00 25.000,00 30.000,00 45.330,00 50.000,00 101.525,00 80.000,00 46.800,00 15.000,00 (14.000,00) 150.000,00 (9.200,00) (12.000,00) 2.000,00 SITUAÇÃO: Você é o Contador da empresa ALFA LTDA, que apresenta relatórios contábeis acima. O proprietário da empresa ALFA – Sr. Pedro Silva – lhe chamou para reunião de avaliação de resultados. A partir dessa reunião serão definidos os objetivos e ações da empresa para o próximo trimestre. O Sr. Pedro Silva solicitou que fosse elaborado (antes da reunião) relatório diagnóstico do desempenho da empresa no primeiro trimestre. Esse relatório deve contemplar: a) identificação da capacidade de pagamento da empresa, a curto e a longo prazo; b) identificação do perfil das dívidas da empresa; c) identificação se está sendo positivo o esforço para aumento das vendas; e 92 d) apresentação de três pontos positivos que a empresa ALFA LTDA deve potencializar e três pontos negativos que a empresa deve neutralizar. EXERCÍCIO 3 A Internacional Inc compõe um conglomerado de empresas que têm negócios em 100 paises. Buscando a diversificação de seus negócios e uma melhor remuneração para o investimento de seus acionistas, a Internacional Inc decidiu iniciar duas novas filiais, em mercados diferentes. A filial Internacional Alpha Inc foi instalada com um investimento de XX 100.000,00. Ela atua num mercado onde a remuneração básica dos capitais de terceiros (taxa de juros) é de 15% a.a. A filial Internacional Betha Inc foi instalada com um investimento de XX 100.000,00. Ela atua num mercado onde a remuneração básica dos capitais de terceiros (taxa de juros) é de 8% a.a. Os responsáveis pelas filiais assinaram contratos de gestão com a matriz, assumindo o compromisso de orientar a administração dos negócios para o aumento do valor. Passado o primeiro ano, ambos os Diretores compareceram na matriz para reunião de avaliação de resultados. Nessa reunião, apresentaram as seguintes informações: INTERNACIONAL ALPHA INC INTERNACIONAL BETHA INC Lucro operacional 10.000,00 Lucro operacional 10.000,00 Depreciações 1.000,00 Depreciações 1.000,00 Despesas Financeiras 2.000,00 Despesas Financeiras 3.000,00 PL 100.000,00 Ações em circulação Valor de mercado da ação 100.000 1,20 PL 100.000,00 Ações em circulação Valor de mercado da ação 100.000 1,30 Avalie a gestão dos Diretores, na visão dos acionistas, comparando métodos tradicionais de avaliação de resultados com o EVA e o MVA. Considerações: 1) Desconsiderar aspectos tributários. 2) Os valores estão representados em moeda com o mesmo valor aquisitivo. 93 EXERCÍCIO 4 A empresa MODELO S/A, apresentou os seguintes relatórios contábeis: BALANÇO PATRIMONIAL dezembro/2000x dezembro/2000x1 ATIVO CIRCULANTE DIPONIBILIDADES CRÉDITOS ESTOQUES NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO TOTAL ATIVO PASSIVO CIRCULANTE FORNECEDORES FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS ENCARGOS A PAGAR NÃO CIRCULANTE FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS TOTAL PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 14.435,00 25.000,00 15.000,00 36.195,00 15.000,00 15.000,00 100.000,00 154.435,00 150.000,00 216.195,00 8.000,00 40.000,00 18.000,00 20.000,00 20.000,00 25.000,00 20.000,00 30.000,00 30.000,00 38.435,00 154.435,00 50.000,00 71.195,00 216.195,00 DRE RECEITA BRUTA DEDUÇÕES SOBRE VENDAS RECEITA LÍQUIDA CMV LUCRO OPERACIONAL BRUTO DESPESAS OPERACIONAIS RECEITAS FINANCEIRAS LUCRO OPERACIONAL dezembro/2000x dezembro/2000x1 65.000,00 90.000,00 (7.475,00) (19.200,00) 57.525,00 70.800,00 (10.300,00) (12.000,00) 47.225,00 58.800,00 (14.800,00) (14.000,00) 1.500,00 2.000,00 33.925,00 46.800,00 SITUAÇÃO: Você é o Contador da empresa MODELO S/A, que apresenta relatórios contábeis acima. O Diretor Geral da empresa MODELO – Sr. Pedro Silva – lhe chamou para reunião de avaliação de resultados. A partir dessa reunião serão definidos os objetivos e ações da empresa para o exercício de 2000x2. O Sr. Pedro Silva solicitou que fosse elaborado (antes da reunião) relatório diagnóstico financeiro do desempenho da empresa. Esse relatório deve contemplar: 1. Análise da capacidade de pagamentos da empresa, embasada nos índices de liquidez e endividamento. 94 2. Análise, embasada em índices, da eficácia do esforço desprendido pelo setor comercial para o incremento das vendas. 3. Análise, embasada em índices, sobre a eficácia das ações administrativas voltadas ao controle de custos e despesas. 4. Análise, embasada em índices, sobre o perfil do endividamento atual da empresa. 5. Análise, embasada em índices, sobre a rentabilidade da empresa ao investimento dos acionistas. 6. Opinião do Contador, embasada em índices, sobre duas ações a serem tomadas no exercício de 2000x2. EXERCÍCIO 5 A empresa ALFA LTDA tem seu patrimônio representado pelos relatórios contábeis a seguir: ano1 ano2 ano3 ano4 ano5 ATIVO cirulante disponibilidades clientes estoques não cirulante ativo realizável a longo prazo imobilizado TOTAL DO ATIVO 30.000,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00 55.000,00 5.000,00 50.000,00 85.000,00 34.500,00 44.300,00 51.900,00 59.500,00 4.500,00 4.300,00 3.900,00 2.500,00 12.000,00 18.000,00 20.000,00 25.000,00 18.000,00 22.000,00 28.000,00 32.000,00 55.000,00 75.000,00 75.000,00 95.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 50.000,00 70.000,00 70.000,00 90.000,00 89.500,00 119.300,00 126.900,00 154.500,00 PASSIVO circulante fornecedores contas a pagar não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL DO PASSIVO + PL 60.000,00 40.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 25.000,00 85.000,00 64.500,00 85.000,00 89.000,00 95.000,00 44.500,00 60.000,00 64.000,00 70.000,00 24.500,00 35.000,00 38.000,00 42.000,00 20.000,00 25.000,00 26.000,00 28.000,00 20.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 34.300,00 37.900,00 59.500,00 89.500,00 119.300,00 126.900,00 154.500,00 1. Receita Operacional Bruta 2. ( - ) Deduções s/ vendas 3. ( = ) Receita Operacional Líquida 4. ( - ) CMV 5. ( = ) Lucro Bruto 6. ( - ) Despesas Operacionais 7. ( + ) Receitas Financeiras 8. ( = ) Lucro Operacional ano1 80.000,00 (16.000,00) 64.000,00 (13.000,00) 51.000,00 (40.000,00) 4.000,00 15.000,00 ano2 100.000,00 (20.000,00) 80.000,00 (18.000,00) 62.000,00 (60.000,00) 500,00 2.500,00 ano3 130.000,00 (26.000,00) 104.000,00 (25.000,00) 79.000,00 (72.000,00) 2.300,00 9.300,00 ano4 150.000,00 (30.000,00) 120.000,00 (34.000,00) 86.000,00 (88.000,00) 5.600,00 3.600,00 ano5 180.000,00 (36.000,00) 144.000,00 (42.000,00) 102.000,00 (88.000,00) 7.600,00 21.600,00 95 SITUAÇÃO: Os proprietários da empresa ALFA LTDA estão interessados em vender o negócio. Você é um investidor interessado em adquirir o negócio. Antes de decidir pela aquisição da empresa, você deverá analisar os relatórios contábeis e, através dos indicadores vistos em aula, decidir se a empresa ALFA LTDA é um investimento atrativo. O conceito de investimento que você utilizará será o do total do ativo permanente. Você sabe que existe um investimento alternativo (com os mesmos níveis de rentabilidade, liquidez e segurança) que lhe garante uma rentabilidade de 45% a.a. Decida se é interessante para você adquirir a empresa ALFA LTDA. EXERCÍCIO 6 A empresa MODELO LTDA comercializa apenas a mercadoria “A”. Em 31 de dezembro de 2000x a empresa MODELO LTDA apresentou o seguinte Balanço Patrimonial: PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO Caixa Máquinas e Equipamentos 1.000,00 9.000,00 Capital Social 10.000,00 TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00 Como seus acionistas desejam manter um efetivo controle sobre suas atividades, objetivando maximizar os rendimentos sobre seus investimentos, efetuaram planejamento de todas as operações da empresa. A partir do Planejamento Estratégico, definiram as seguintes premissas para os próximos três períodos da empresa MODELO LTDA: PREMISSAS Quantidades a serem vendidas PV unitário CMV unitário Despesas totais da empresa Depreciações (já inclusas no total das despesas) A empresa só trabalhará com vendas sob encomenda e somente a vista. A empresa efetuará todas as compras e despesas a vista. Em X1 a empresa pretende contrair financiamento a longo prazo para aquisição de maquinário. Valor R$ 5.000,00. Não há incidência de tributos nas operações da empresa MODELO LTDA. X1 1.000 1,50 0,80 675,00 75,00 X2 1.500 1,60 0,80 675,00 75,00 X3 2.000 1,80 0,85 795,00 75,00 96 EXERCÍCIO 7 A empresa MODELO LTDA comercializa apenas a mercadoria “A”. Em 31 de dezembro de 2000x a empresa MODELO LTDA apresentou o seguinte Balanço Patrimonial: PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO Caixa Máquinas e Equipamentos 1.000,00 9.000,00 Capital Social 10.000,00 TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00 Como seus acionistas desejam manter um efetivo controle sobre suas atividades, objetivando maximizar os rendimentos sobre seus investimentos, efetuaram planejamento de todas as operações da empresa. A partir do Planejamento Estratégico, definiram as seguintes premissas para os próximos três períodos da empresa MODELO LTDA: PREMISSAS Quantidades a serem vendidas PV unitário CMV unitário Despesas totais da empresa Depreciações (já inclusas no total das despesas) A empresa só trabalhará com vendas sob encomenda; 30% a vista e 70% em 30DD. A empresa efetuará todas as compras e despesas a vista. Em X1 a empresa pretende contrair financiamento a longo prazo para aquisição de maquinário. Valor R$ 5.000,00. Não há incidência de tributos nas operações da empresa MODELO LTDA. X1 1.000 1,50 0,80 675,00 75,00 X2 1.500 1,60 0,80 675,00 75,00 X3 2.000 1,80 0,85 795,00 75,00 97 EXERCÍCIO 8 A empresa MODELO S/A teve os seguintes gastos no mês de outubro/XX: comissão sobre vendas salários – fábrica matéria-prima salários – administração depreciação máquinas seguro – fábrica juros pagos honorários diretores materiais diversos – fábrica energia elétrica – fábrica despesas c/manutenção de máquinas despesas c/ fretes água, luz, telefone – administração materiais diversos – administração TOTAL 80.000,00 120.000,00 350.000,00 90.000,00 60.000,00 10.000,00 50.000,00 40.000,00 15.000,00 85.000,00 70.000,00 45.000,00 5.000,00 5.000,00 1.025.000,00 TAREFA: Identifique o valor total dos seguintes grupos: CUSTOS DE PRODUÇÃO DESPESAS C/VENDAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS DESPESAS FINANCEIRAS EXERCÍCIO 9 A empresa INTERNET.COM.BR apresentou as seguintes situações no mês de outubro/XX: CUSTO TOTAL 150.000,00 Matéria-prima 90.000,00 Mão-de-obra 45.000,00 Energia elétrica 15.000,00 UNIDADES PRODUZIDAS 15 UNIDADES VENDIDAS 12 ESTOQUE FINAL DE P.P. 03 PREÇO UNITÁRIO DE VENDA 12.000,00 98 CALCULE: a) O valor do custo unitário de fabricação. b) O valor do custo dos produtos vendidos. c) O valor do estoque final de produtos acabados. d) O lucro bruto no mês, identificando a seguinte estrutura: VENDAS (-) CPV (=) LUCRO BRUTO EXERCÍCIO 10 A empresa MODELO LTDA é uma indústria que produz o produto “Y”. Para tanto, ela utiliza a matéria-prima “A”, sua estrutura de produção e outros materiais. A empresa MODELO LTDA está totalmente informatizada e possui uma contabilização de suas operações de produção de forma integrada (Contabilidade de Custos integrada coma Contabilidade Financeira). No final do mês de outubro de 2000x o Contador discutia com o Diretor Comercial os relatórios gerenciais, que apresentavam as seguintes situações: CV unitário R$ 230,00 CF total + despesas 40% da RT O Diretor Comercial questionou o Contador sobre os impostos incidentes sobre a venda do produto “Y”, obtendo como resposta: ICMS (17%) e PIS/COFINS (3,65%). A partir dessas informações, o Diretor Comercial solicitou ao Contador uma sugestão de PV unitário que garantisse uma margem bruta de 10%. EXERCÍCIO 11 A empresa MODELO LTDA é uma indústria que produz o produto “Y”. Para tanto, ela utiliza a matéria-prima “A”, sua estrutura de produção e outros materiais. A empresa MODELO LTDA está 99 totalmente informatizada e possui uma contabilização de suas operações de produção de forma integrada (Contabilidade de Custos integrada coma Contabilidade Financeira). No final do mês de outubro de 2000x o Contador discutia com o Diretor Comercial os relatórios gerenciais, que apresentavam as seguintes situações: CV unitário R$ 140,00 CF total R$ 95.000,00 Despesas totais R$ 38.000,00 Capacidade de produção 1.000 unidades Produção e vendas atuais 1.000 unidades Investimento total R$ 500.000,00 Sabe-se, ainda, que os concorrentes da empresa MODELO LTDA praticam preços unitários (sem impostos) do produto “Y” que variam de R$ 450,00 à R$ 550,00. Os acionistas da empresa MODELO LTDA desejam que o PV (sem impostos) seja suficiente para gerar uma receita que proporcione um lucro de, aproximadamente, 15% do investimento total feito na empresa. Tarefas: 1) Apresentar sugestão de PV baseado no retorno do investimento; 2) emitir opinião de PV, considerando todos os aspectos envolvidos. EXERCÍCIO 12 A empresa MODELO S/A. é uma indústria que produz e comercializa o produto “A”. Esse produto é fabricado sob encomenda, assim a empresa MODELO S/A comercializa toda sua produção. Ela apresentava as seguintes demonstrações contábeis em 200x: PREÇO DE VENDA UNITÁRIO CUSTOS E DESPESAS FIXAS CUSTOS VARIÁVEIS UNITÁRIOS DESPESAS FINANCEIRAS E DEPRECIAÇÃO PRODUÇÃO ANUAL 200x 30,00 70.000,00 25,00 0,00 15.000 unidades 100 O Diretor Presidente objetiva implementar uma melhoria no produto “A”. Para isso foram contratados engenheiros e projetistas, que desenvolveram as especificações no novo modelo do produto “A”. Para implementar suas idéias, o Diretor Presidente deverá apresentar ao Conselho de Administração o Estudo de Viabilidade do projeto. Os estudos técnicos e operacionais foram desenvolvidos pelos engenheiros e projetistas. Considerando que, para implementação do projeto, a empresa MODELO S/A deverá adquirir maquinário que totaliza a importância de R$ 250.000,00 e tem vida útil de 05 anos; e que o PV unitário do produto “A” passará para R$ 33,00, seus CV unitários aumentarão para R$ 29,00 e as vendas aumentarão 20% a cada ano; Projete o DRE da empresa MODELO S/A para o período. EXERCÍCIO 13 As empresas ALFA S/A e BETA S/A são concorrentes, pois comercializam apenas a mercadoria “A”. Ambas têm como principal fornecedor a empresa ABC S/A. A mercadoria “A” é um produto elástico, ou seja, a sua demanda está diretamente ligada ao seu preço. No dia 30/11/2000x o patrimônio das empresas ALFA S/A e BETA S/A era o seguinte: ALFA S/A ATIVO caixa PASSIVO 10.000,00 PL CS 10.000,00 BETA S/A ATIVO caixa 10.000,00 10.000,00 10.000,00 PASSIVO PL CS 10.000,00 10.000,00 10.000,00 No dia 01/12/2000x ambas as empresas adquiriram 10 unidades de mercadoria “A” junto ao fornecedor ABC S/A. O fornecedor apresentava a seguinte tabela de preços para as 10 unidades da mercadoria: A VISTA: R$ 5.000,00 e 30 DD: R$ 5.500,00. 101 A empresa ALFA S/A adquiriu os produtos a vista e a empresa BETA S/A a prazo. No dia 29/12/2000x, ambas as empresas venderam todas as unidades de mercadoria “A”, a vista, pelo mesmo preço: R$7.000,00. No dia 30/12/2000x a empresa BETA S/A pagou sua dívida junto ao fornecedor. No dia 31/12/2000x ambas as empresas encerraram suas demonstrações contábeis (BP e DRE). No dia 02/01/2000x1 as empresas ALFA S/A e BETA S/A iniciaram negociações visando a fusão de ambas numa terceira empresa. Sem considerar aspectos tributários, elabore o BP e o DRE de ambas as empresas. Baseado nessas demonstrações, assessore as empresas no processo de fusão: a) qual empresa apresenta melhor situação patrimonial? b) qual empresa apresenta maior rentabilidade sobre as vendas e sobre o capital investido? c) como você recomendaria que fosse operacionalizado o processo de fusão? EXERCÍCIO 14 A empresa GAMA S/A atua no setor de indústria e comércio de carnes. Suas operações são realizadas de forma bastante simples: ela adquire gado em pé, abate e comercializa as peças de carne. Como ela não possui um sistema de informações gerenciais que permita avaliar a rentabilidade de suas operações, o proprietário analisa sua rentabilidade através do inventário das mercadorias. No início do exercício de 2000x, esse inventário apontava a seguinte situação: QUANTIDADE DE CABEÇAS DE GADO EM PÉ PESO MÁXIMO DA VENDA DAS PEÇAS PREÇO MÉDIO DE VENDA DAS PEÇAS 1.000 un 400.000 Kg R$ 1,50/Kg No final do exercício de 2000x o inventário apontava a seguinte situação: QUANTIDADE DE CABEÇAS DE GADO EM PÉ PESO MÁXIMO DA VENDA DAS PEÇAS PREÇO MÉDIO DE VENDA DAS PEÇAS 1.100 un 380.000 Kg R$ 1,80/Kg Considerando que no exercício de 2000x o proprietário da empresa GAMA S/A tinha a possibilidade de investir seu capital em aplicações que renderiam 15% a.a., qual sua análise sobre a melhor forma de preservação do capital do proprietário? 102 V. PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO PARA OS EXERCÍCIOS EXERCÍCIO 1 BALANÇO PATRIMONIAL R$ - atual R$ - projetado ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES caixa Banco do Brasil S/A conta corrente ESTOQUES mercadorias estoques NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO máquinas móveis e utensílios veículos TOTAL DO ATIVO 7.550,00 5.550,00 5.050,00 500,00 2.000,00 2.000,00 30.000,00 30.000,00 15.000,00 5.000,00 10.000,00 37.550,00 7.550,00 5.550,00 5.050,00 500,00 2.000,00 2.000,00 50.000,00 50.000,00 35.000,00 5.000,00 10.000,00 57.550,00 PASSIVO CIRCULANTE TÍTULOS A PAGAR títulos a pagar NÃO CIRCULANTE FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS BRDE conta financiamento BNDES conta financiamento máquinas PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL Capital Social RESERVAS DE LUCROS Lucros Acumulados TOTAL DO PASSIVO + PL 16.000,00 16.000,00 16.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 0,00 20.550,00 10.000,00 10.000,00 10.550,00 10.550,00 37.550,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 24.000,00 24.000,00 1.000,00 23.000,00 17.550,00 10.000,00 10.000,00 7.550,00 7.550,00 57.550,00 R$ 15.000,00 (1.500,00) 13.500,00 (3.000,00) 10.500,00 (3.550,00) 2.100,00 9.050,00 R$ 15.000,00 (1.500,00) 13.500,00 (3.000,00) 10.500,00 (6.550,00) 2.100,00 6.050,00 DRE 1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2. ( - ) IMPOSTOS SOBRE VENDAS 3. ( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 4. ( - ) CMV 5. ( = ) LUCRO BRUTO 6. ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS 7. ( + ) RECEITAS FINANCEIRAS 8. ( = ) LUCRO OPERACIONAL EXERCÍCIO 2 103 BALANÇO PATRIMONIAL jan/2000x AV jan/2000x fev/2000x mar/2000x AH janfev/2000x AV fev/2000x AH fevmar/2000x AV mar/2000x ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES CRÉDITOS ESTOQUES NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO TOTAL DO ATIVO 62 24 23 15 38 38 100 80.800,00 30.800,00 30.000,00 20.000,00 50.000,00 50.000,00 130.800,00 71 38 15 18 29 29 100 120.725,00 64.435,00 25.000,00 31.290,00 50.000,00 50.000,00 170.725,00 49 109 (17) 56 0 0 39 15 6 18 61 61 100 96.525,00 36.195,00 15.000,00 45.330,00 150.000,00 150.000,00 246.525,00 (20) (44) (40) 45 200 200 PASSIVO CIRCULANTE FORNECEDORES FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS ENCARGOS A PAGAR NÃO CIRCULANTE FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS (L/P) PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS TOTAL DO PASSIVO + PL 46 11 27 8 15 15 39 23 16 100 60.000,00 15.000,00 35.000,00 10.000,00 20.000,00 20.000,00 50.800,00 30.000,00 20.800,00 130.800,00 39 11 18 11 12 12 50 18 32 100 66.000,00 18.000,00 30.000,00 18.000,00 20.000,00 20.000,00 84.725,00 30.000,00 54.725,00 170.725,00 10 20 (14) 80 0 0 67 0 163 26 8 8 10 12 12 61 20 41 100 65.000,00 20.000,00 20.000,00 25.000,00 30.000,00 30.000,00 151.525,00 50.000,00 101.525,00 246.525,00 (2) 11 (33) 39 50 50 79 67 86 DRE 1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2. ( - ) IMPOSTOS SOBRE VENDAS 3. ( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 4. ( - ) CMV 5. ( = ) LUCRO BRUTO 6. ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS 7. ( + ) RECEITAS FINANCEIRAS 8. ( = ) LUCRO OPERACIONAL jan/2000x AV jan/2000x 113 (13) 100 (20) 80 (34) 1 47 50.000,00 (5.750,00) 44.250,00 (8.950,00) 35.300,00 (15.000,00) 500,00 20.800,00 fev/2000x AV fev/2000x 113 (13) 100 (18) 82 (26) 3 59 65.000,00 (7.475,00) 57.525,00 (10.300,00) 47.225,00 (14.800,00) 1.500,00 33.925,00 mar/2000x AH janfev/2000x 30 30 30 15 34 (1) 200 63 AV mar/2000x 113 (13) 100 (17) 83 (20) 3 66 80.000,00 (9.200,00) 70.800,00 (12.000,00) 58.800,00 (14.000,00) 2.000,00 46.800,00 AH fevmar/2000x 23 23 23 17 25 (5) 33 38 104 ÍNDICES jan/2000x 1,35 fev/2000x 1,83 mar/2000x 1,49 liquidez seca 1,01 1,36 0,79 liquidez imediata 0,51 0,98 0,56 liquidez geral 1,01 1,40 1,02 PCT / RT 0,61 0,50 0,39 PCT / PL 1,57 1,02 0,63 PDCP / PT 0,75 0,77 0,68 liquidez corrente EXERCÍCIO 3 INDICADORES DE RENTABILIDADE - TRADICIONAIS LUCRO ROI ROE ALPHA INC BETHA INC 10.000,00 10.000,00 10.000,00 = 10% 10.000,00 = 10% 100.000,00 100.000,00 10.000,00 = 10% 10.000,00 = 10% 100.000,00 100.000,00 INDICADORES DE RENTABILIDADE – VOLTADOS PARA GERAÇÃO DE CAIXA EBITDA ALPHA INC BETHA INC 10.000,00 + 1.000,00 + 2.000,00 10.000,00 + 1.000,00 + = 13.000,00 3.000,00 = 14.000,00 INDICADORES DE RENTABILIDADE – ORIENTADOS PARA O VALOR RENDIMENTO ALTERNATIVO CUSTO DA OPORTUNIDADE EVA MVA ALPHA INC BETHA INC 100.000,00 * 15% = 100.000,00 * 8% = 15.000,00 8.000,00 15.000,00 – 10.000,00 = 8.000,00 – 10.000,00 = 5.000,00 (2.000,00) 10.000,00 – 5.000,00 = 10.000,00 – (2.000,00) = 5.000,00 12.000,00 120.000,00 – 100.000,00 = 130.000,00 – 100.000,00 = 20.000,00 30.000,00 105 EXERCÍCIO 4 BALANÇO PATRIMONIAL 2000x 2000x1 AV 2000x1 AV 2000x AH x-x1 ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES CRÉDITOS ESTOQUES NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO TOTAL DO ATIVO 35 9 16 10 65 65 100 54.435,00 14.435,00 25.000,00 15.000,00 100.000,00 100.000,00 154.435,00 31 17 7 7 69 69 100 66.195,00 36.195,00 15.000,00 15.000,00 150.000,00 150.000,00 216.195,00 22 151 (40) 0 50 50 PASSIVO CIRCULANTE FORNECEDORES FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS ENCARGOS A PAGAR NÃO CIRCULANTE FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS (L/P) PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS TOTAL DO PASSIVO + PL 43 5 26 12 13 13 44 19 25 100 66.000,00 8.000,00 40.000,00 18.000,00 20.000,00 20.000,00 68.435,00 30.000,00 38.435,00 154.435,00 30 9 9 12 14 14 56 23 33 100 65.000,00 20.000,00 20.000,00 25.000,00 30.000,00 30.000,00 121.195,00 50.000,00 71.195,00 216.195,00 (2) 150 (50) 39 50 50 77 67 85 DRE 2000x 1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2. ( - ) IMPOSTOS SOBRE VENDAS 3. ( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 4. ( - ) CMV 5. ( = ) LUCRO BRUTO 6. ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS 7. ( + ) RECEITAS FINANCEIRAS 8. ( = ) LUCRO OPERACIONAL 2000x1 AV 2000x AV 2000x1 AH x-x1 113 65.000,00 127 90.000,00 38 (13) (7.475,00) (27) (19.200,00) 157 100 57.525,00 100 70.800,00 23 (18) (10.300,00) (17) (12.000,00) 17 82 47.225,00 83 58.800,00 25 (26) (14.800,00) (20) (14.000,00) (5) 3 1.500,00 3 2.000,00 33 46.800,00 33.925,00 59 66 38 ÍNDICES liquidez corrente liquidez seca liquidez imediata liquidez geral PCT / RT PCT / PL PDCP / PT ROE ROA MARGEM 2000x 0,82 0,60 0,22 0,63 0,56 1,26 0,77 0,50 0,22 0,59 2000x1 1,02 0,79 0,56 0,70 0,44 0,78 0,68 1,18 0,66 0,66 106 EXERCÍCIO 5 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO cirulante disponibilidades clientes estoques não cirulante realizável a longo prazo permanente TOTAL DO ATIVO 30.000,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00 55.000,00 5.000,00 50.000,00 85.000,00 34.500,00 44.300,00 51.900,00 59.500,00 4.500,00 4.300,00 3.900,00 2.500,00 12.000,00 18.000,00 20.000,00 25.000,00 18.000,00 22.000,00 28.000,00 32.000,00 55.000,00 75.000,00 75.000,00 95.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 50.000,00 70.000,00 70.000,00 90.000,00 89.500,00 119.300,00 126.900,00 154.500,00 PASSIVO circulante fornecedores contas a pagar não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL DO PASSIVO + PL 60.000,00 40.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 25.000,00 85.000,00 64.500,00 85.000,00 89.000,00 95.000,00 44.500,00 60.000,00 64.000,00 70.000,00 24.500,00 35.000,00 38.000,00 42.000,00 20.000,00 25.000,00 26.000,00 28.000,00 20.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 34.300,00 37.900,00 59.500,00 89.500,00 119.300,00 126.900,00 154.500,00 DRE 1. Receita Operacional Bruta 2. ( - ) Deduções s/ vendas 3. ( = ) Receita Operacional Líquida 4. ( - ) CMV 5. ( = ) Lucro Bruto 6. ( - ) Despesas Operacionais 7. ( + ) Receitas Financeiras 8. ( = ) Lucro Operacional INDICADORES liquidez corrente liquidez seca liquidez imediata liquidez geral PCT / recursos totais PCT / patrimônio líquido PDCP / passivo total PME PMRV PMPC ROI ROE ROA Margem Bruta Margem Operacional Investimento Rendimento alternativo Rendimento alternativo Custo da Oportunidade EVA ano1 ano1 80.000,00 (16.000,00) 64.000,00 (13.000,00) 51.000,00 (40.000,00) 4.000,00 15.000,00 ano2 ano2 100.000,00 (20.000,00) 80.000,00 (18.000,00) 62.000,00 (60.000,00) 500,00 2.500,00 ano3 ano3 130.000,00 (26.000,00) 104.000,00 (25.000,00) 79.000,00 (72.000,00) 2.300,00 9.300,00 ano4 ano5 ano4 150.000,00 (30.000,00) 120.000,00 (34.000,00) 86.000,00 (88.000,00) 5.600,00 3.600,00 ano5 180.000,00 (36.000,00) 144.000,00 (42.000,00) 102.000,00 (88.000,00) 7.600,00 21.600,00 ano1 ano2 ano3 ano4 0,75 0,78 0,74 0,81 0,38 0,37 0,37 0,37 0,13 0,10 0,07 0,06 0,58 0,61 0,58 0,64 0,71 0,72 0,71 0,70 2,40 2,58 2,48 2,35 0,67 0,69 0,71 0,72 421 365 321 301 57 50 53 58 562 497 511 408 30,0 5,0 13,3 5,1 60,0 10,0 27,1 9,5 17,6 2,8 7,8 2,8 79,7 77,5 76,0 71,7 23,4 3,1 8,9 3,0 50.000,00 50.000,00 70.000,00 70.000,00 45% a.a. 45% a.a. 45% a.a. 45% a.a. 22.500,00 22.500,00 31.500,00 31.500,00 7.500,00 20.000,00 22.200,00 27.900,00 7.500,00 (17.500,00) (12.900,00) (24.300,00) ano5 0,85 0,39 0,04 0,68 0,61 1,60 0,74 278 57 365 24,0 36,3 14,0 70,8 15,0 90.000,00 45% a.a. 40.500,00 18.900,00 2.700,00 107 EXERCÍCIO 6 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE PROJETADO X2 X3 X1 1. Receita Total 1.500,00 2.400,00 3.600,00 2. ( - ) CMV (800,00) (1.200,00) (1.700,00) 3. ( = ) Lucro Bruto 700,00 1.200,00 1.900,00 4. ( - ) Despesas Operacionais (675,00) (675,00) (795,00) 5. ( = ) Lucro Operacional 25,00 525,00 1.105,00 DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA - DFC PROJETADO X2 X3 X1 1. ATIVIDADES OPERACIONAIS ENTRADAS 1.500,00 2.400,00 3.600,00 vendas a vista 1.500,00 2.400,00 3.600,00 SAÍDAS (1.400,00) (1.800,00) (2.420,00) compras a vista (800,00) (1.200,00) (1.700,00) pagamento de despesas (600,00) (600,00) (720,00) SALDO 100,00 600,00 1.180,00 2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO ENTRADAS 0,00 venda de imobilizado 0,00 SAÍDAS (5.000,00) compra de imobilizado (5.000,00) SALDO (5.000,00) 3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO ENTRADAS 5.000,00 empréstimos 5.000,00 SAÍDAS 0,00 0,00 0,00 retiradas de lucros 0,00 SALDO 5.000,00 0,00 0,00 4. SALDO DO PERÍODO 100,00 600,00 1.180,00 5. SALDO INICIAL 1.000,00 1.100,00 1.700,00 6. SALDO FINAL 1.100,00 1.700,00 2.880,00 BALANÇO PATRIMONIAL - BP PROJETADO X1 X2 ATIVO CIRCULANTE caixa NÃO CIRCULANTE máquinas ( - ) depreciação acumulada de máquinas TOTAL DO ATIVO PASSIVO NÃO CIRCULANTE financiamentos bancários PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS TOTAL DO PASSIVO + PL X3 1.100,00 1.700,00 2.880,00 1.100,00 1.700,00 2.880,00 13.925,00 13.850,00 13.775,00 14.000,00 14.000,00 14.000,00 (75,00) (150,00) (225,00) 15.025,00 15.550,00 16.655,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 10.025,00 10.550,00 11.655,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 25,00 550,00 1.655,00 15.025,00 15.550,00 16.655,00 108 EXERCÍCIO 7 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE PROJETADO X1 X2 X3 1. Receita Total 1.500,00 2.400,00 3.600,00 2. ( - ) CMV (800,00) (1.200,00) (1.700,00) 3. ( = ) Lucro Bruto 700,00 1.200,00 1.900,00 4. ( - ) Despesas Operacionais (675,00) (675,00) (795,00) 5. ( = ) Lucro Operacional 25,00 525,00 1.105,00 DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA - DFC PROJETADO X1 X2 X3 1. ATIVIDADES OPERACIONAIS ENTRADAS 450,00 1.770,00 2.760,00 vendas a vista 450,00 720,00 1.080,00 recebimento de clientes 0,00 1.050,00 1.680,00 SAÍDAS (1.400,00) (1.800,00) (2.420,00) compras a vista (800,00) (1.200,00) (1.700,00) pagamento de despesas (600,00) (600,00) (720,00) SALDO (950,00) (30,00) 340,00 2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO ENTRADAS 0,00 venda de imobilizado 0,00 SAÍDAS (5.000,00) compra de imobilizado (5.000,00) SALDO (5.000,00) 3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO ENTRADAS 5.000,00 empréstimos 5.000,00 SAÍDAS 0,00 0,00 0,00 retiradas de lucros 0,00 SALDO 5.000,00 0,00 0,00 4. SALDO DO PERÍODO (950,00) (30,00) 340,00 5. SALDO INICIAL 1.000,00 50,00 20,00 6. SALDO FINAL 50,00 20,00 360,00 BALANÇO PATRIMONIAL - BP PROJETADO X1 X2 ATIVO CIRCULANTE caixa clientes NÃO CIRCULANTE máquinas ( - ) depreciação acumulada de máquinas TOTAL DO ATIVO PASSIVO NÃO CIRCULANTE financiamentos bancários PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE LUCROS TOTAL DO PASSIVO + PL X3 1.100,00 1.700,00 2.880,00 50,00 20,00 360,00 1.050,00 1.680,00 2.520,00 13.925,00 13.850,00 13.775,00 14.000,00 14.000,00 14.000,00 (75,00) (150,00) (225,00) 15.025,00 15.550,00 16.655,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 10.025,00 10.550,00 11.655,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 25,00 550,00 1.655,00 15.025,00 15.550,00 16.655,00 109 EXERCÍCIO 8 CUSTOS DE PRODUÇÃO matéria-prima salários - fábrica depreciação máquinas seguro - fábrica materiais diversos - fábrica energia elétrica - fábrica desp. manutenção de máquinas 350.000,00 120.000,00 60.000,00 10.000,00 15.000,00 85.000,00 70.000,00 710.000,00 DESPESAS COM VENDAS comissão sobre vendas despesas com fretes 80.000,00 45.000,00 125.000,00 DESPESAS ADMINISTRATIVAS salários - administração honorários diretores água, luz e telefone - administração materiais diversos - administração 90.000,00 40.000,00 5.000,00 5.000,00 140.000,00 DESPESAS FINANCEIRAS juros pagos 50.000,00 50.000,00 1.025.000,00 EXERCÍCIO 9 custo unitário de fabricação 150.000,00 15 = 10.000,00 custo dos produtos vendidos 10.000,00 X 12 = 120.000,00 estoque de produtos prontos 10.000,00 X 03 = 30.000,00 VENDAS ( - ) CPV ( = ) LUCRO BRUTO 144.000,00 (120.000,00) 24.000,00 EXERCÍCIO 10 CV unitário CF + Despesas ICMS PIS/Cofins Margem de Lucro 230,00 40% 17% 3,65% 10% 29,35% 70,65% 110 Mark-Up divisor 1 ( - ) 0,7065 0,2935 Mark-Up multiplicador 1 ( / ) 0,2935 3,4072 230,00 ( / ) 0,2935 230,00 ( * ) 3,4072 783,65 783,65 PV unitário DRE - Projetado Receita Bruta ( - ) Impostos ( = ) Receita Líquida ( - ) Custo Variável ( = ) Margem de Contribuição ( - ) Custos Fixos e Despesas ( = ) Lucro Operacional 783,65 (161,82) 621,83 (230,00) 391,83 (313,46) 78,37 10% EXERCÍCIO 11 CV unitário CF total quantidades CV total Custo total Despesas totais Investimento Rentabilidade 140,00 95.000,00 1.000 140.000,00 235.000,00 38.000,00 500.000,00 15% Receita Líquida 38.000,00 ( + ) (15% ( * ) 500.000,00) 235.000,00 0,48 Receita Líquida 235.000,00 ( * ) 1,48 347.800,00 PV unitário 347.800,00 ( / ) 1.000 347,80 DRE - Projetado Receita Líquida ( - ) Custos Variáveis ( = ) Margem de Contribuição ( - ) Custos Fixos ( = ) Lucro Bruto ( - ) Despesas ( = ) Lucro Operacional 347.800,00 (140.000,00) 207.800,00 (95.000,00) 112.800,00 (38.000,00) 74.800,00 111 EXERCÍCIO 12 PV unitário CV unitário CF + Despesas Depreciação produção situação atual 30,00 25,00 70.000,00 0,00 15.000 2000x1 33,00 29,00 70.000,00 50.000,00 18.000 2000x2 33,00 29,00 70.000,00 50.000,00 21.600 2000x3 33,00 29,00 70.000,00 50.000,00 25.920 450.000,00 (375.000,00) 75.000,00 (70.000,00) 5.000,00 594.000,00 (522.000,00) 72.000,00 (120.000,00) (48.000,00) 712.800,00 (626.400,00) 86.400,00 (120.000,00) (33.600,00) 855.360,00 (751.680,00) 103.680,00 (120.000,00) (16.320,00) 2000x4 33,00 29,00 70.000,00 50.000,00 31.104 2000x5 33,00 29,00 70.000,00 50.000,00 37.325 DRE - Projetado Receita Total ( - ) CV ( = ) MC ( - ) CF + Despesas ( = ) Lucro Operacional 1.026.432,00 1.231.718,40 (902.016,00) (1.082.419,20) 124.416,00 149.299,20 (120.000,00) (120.000,00) 4.416,00 29.299,20 EXERCÍCIO 13 situação patrimonial em 30/11/2000x ALFA S/A ATIVO caixa BETA S/A PASSIVO 10.000,00 PL CS ATIVO caixa PASSIVO 10.000,00 10.000,00 10.000,00 PL CS 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 situação patrimonial em 01/12/2000x ALFA S/A ATIVO BETA S/A PASSIVO ATIVO PASSIVO fornecedores 5.500,00 caixa 5.000,00 estoques 5.000,00 10.000,00 PL CS 10.000,00 10.000,00 caixa 10.000,00 estoques 5.500,00 15.500,00 PL CS 10.000,00 15.500,00 112 situação patrimonial em 29/12/2000x ALFA S/A ATIVO BETA S/A PASSIVO ATIVO PASSIVO fornecedores 5.500,00 caixa 12.000,00 CS DESPESAS CMV caixa PL 10.000,00 vendas 17.000,00 PL CS RECEITAS 5.000,00 17.000,00 DESPESAS 7.000,00 CMV RECEITAS 5.500,00 17.000,00 10.000,00 vendas 7.000,00 22.500,00 22.500,00 situação patrimonial em 30/12/2000x ALFA S/A ATIVO caixa BETA S/A PASSIVO 12.000,00 DESPESAS CMV caixa PL CS ATIVO vendas 17.000,00 11.500,00 10.000,00 RECEITAS 5.000,00 PASSIVO PL CS DESPESAS 7.000,00 CMV 17.000,00 10.000,00 RECEITAS 5.500,00 vendas 17.000,00 7.000,00 17.000,00 DRE em 31/12/2000x ALFA S/A RECEITA TOTAL ( - ) CMV ( = ) LUCRO BRUTO BETA S/A 7.000,00 RECEITA TOTAL (5.000,00) ( - ) CMV 2.000,00 ( = ) LUCRO BRUTO 7.000,00 (5.500,00) 1.500,00 113 Balanço Patrimonial em 31/12/2000x ALFA S/A ATIVO caixa BETA S/A ATIVO PASSIVO 12.000,00 caixa PL CS Lucros 12.000,00 PASSIVO 11.500,00 10.000,00 CS 2.000,00 12.000,00 PL Lucros 10.000,00 1.500,00 11.500,00 11.500,00 INÍCIO FINAL VARIAÇÃO % 1.000 un. 1.100 un. + 10% 400.000 Kg 380.000 Kg - 5% R$ 1,50 R$ 1,80 + 30% RECURSOS TOTAIS EM R$ R$ 600.000,00 R$ 684.000,00 + 14% INVESTIMENTO ALTERNATIVO R$ 600.000,00 R$ 690.000,00 + 15% EXERCÍCIO 14 NÚMERO DE CABEÇAS PESO EM Kg PREÇO DO Kg EM R$