Esteban, F. (2015) Selección de textos para el debate sobre la universidad contemporánea en Martínez, M, y Esteban, F. Material Docente de la asignatura Política y Gestión en Educación Superior del Máster Investigación y Cambio Educativo de la Universidad de Barcelona (UB) . Texto para leitura e debate em grupo. Cada grupo terá 30 minutos para discutir sobre as questões propostas e eleger um representante para apresentar as conclusões em 5 minutos. GRUPO 1: “Politizando a Beyoncé” “A professora de Beyoncé é realmente muito boa.” “Você tem as anotações de Beyoncé?” “Gostei da Beyoncé” ou “não gostei da Beyoncé” são frases que já fazem parte das conversas dos estudantes universitários, pelo menos entre aqueles da Rutgers University (Nova Jersey) que se matricularam no curso “Politizando a Beyoncé”1. Segundo a Faculdade de Estudos sobre Mulher e Gênero da Universidade em seu site, não se trata de uma matéria sobre o compromisso político da Beyoncé, ou sobre quantas vezes atuou durante os finais de semana de comemorações do Presidente Obama. O objetivo é outro: estudar a imagem pública da artista famosa, como um agente de mudança social. O programa docente inclui a comparação das letras, vídeos e músicas com figuras afro-americanas, como a feminista Alice Walker, ou a abolicionista e ativista, Sojouner Truth. A Beyoncé já está na Universidade. Trata-se de um fato que não surpreende a ninguém, pelo menos ninguém que pense que a educação universitária deve estar conectada com a realidade na qual vivem os estudantes, e ninguém que aposte na inovação e motivação na Universidade. Sem dúvida, “Politizando a Beyoncé” parece ser uma boa maneira de estabelecer uma conexão, bem como renovar a rotina dos conteúdos acadêmicos e estimular uma nova aprendizagem. Certamente, a distância que separa a realidade universitária norte-americana e a nossa é considerável em diversos sentidos, mas em um mundo tão informado e camuflado como o de hoje e, sobretudo, tratando-se de algo que acontece nos Estados Unidos da América, seria normal que algo similar acabasse acontecendo aqui, se é que já não está acontecendo. Questões para discussão: 1. A formação universitária contemporânea deve incorporar conteúdos relacionados à realidade dos estudantes? 2. Como poderíamos justificar a necessidade da universidade continuar a transmitir conteúdos aparentemente distantes da realidade dos dias atuais; conteúdos normalmente classificados como clássicos, tradicionais ou fundamentais? Noticia publicada editada por EUROPAPRESS através da Revista CHANCE. http://www.europapress.es/chance/cineymusica/noticia-beyonce-ya-puede-estudiarse-universidad20120128175958.html [Consultado em 2 de Agosto de 2013) 1 Esteban, F. (2015) Selección de textos para el debate sobre la universidad contemporánea en Martínez, M, y Esteban, F. Material Docente de la asignatura Política y Gestión en Educación Superior del Máster Investigación y Cambio Educativo de la Universidad de Barcelona (UB) . Texto para leitura e debate em grupo. Cada grupo terá 30 minutos para discutir sobre as questões propostas e eleger um representante para apresentar as conclusões em 5 minutos. GRUPO 2: “Rentabilizando a formação universitária” "Deveríamos orientar os estudantes universitários a não pensar somente em estudar o que lhes agrada ou seguir as tradições familiares no momento da escolha de seu curso universitário, mas a pensar em termos de necessidades e possível empregabilidade". Assim manifestava-se o ministro da Educação, José Ignacio Wert, no mês de fevereiro de 2013, depois de participar da apresentação de um estudo sobre a produção científica nos países latino-americanos pelo grupo de pesquisa SCImago. De outro lado, a então presidente do Conselho de Reitores das Universidades Espanholas (CRUE), Adelaide de a Calle, quem também participou da apresentação, insistiu no assunto: "as universidades adaptam-se a tudo, e podem fazer o que indústria pede".2 A tendência parece clara, inclusive para as pessoas que não concordam necessariamente com as idéias do Ministro Wert nem da Presidenta do CRUE. Por um lado, já não é recomendável procurar a Universidade com o objetivo principal de saciar uma preferência ou vocação pessoal, e por outro lado, tal instituição tem a tarefa de adequar, mais cedo que tarde, os planos de estudos de coerentes com a demanda do mercado de trabalho. A questão adquiriu dimensões maiores em outras realidades. Segundo informa o jornal El País na seção internacional da edição do dia 11 de abril de 2013: “Graduados em Direito processam suas universidades por não encontrarem trabalho”. Pelo visto, algumas universidades de Direito prestigiadas dos Estados Unidos da América asseguravam bons empregos na hora de atrair alunos, mas aqueles que ingressaram nela com a intenção de conseguir um bom cargo no mercado, agora sentem-se enganados. Gastaram tempo, esforço e sobretudo dinheiro, e não só não conseguiram bons trabalhos em renomados escritórios de advocacia, como afirma J.R Parker, representante dos estudantes afetados, como também foram prejudicados: “Dobrar camisas na Macy’s é o destino de muitos”. Até onde sabemos, processos desse tipo ainda não existem no contexto europeu, mas cada vez mais estamos escutando e registrando queixas sobre a rentabilidade e a desvalorização da formação universitária européia. Certamente, chegamos à conclusão lógica que seria apostar em uma educação universitária rentável para os alunos e para o mercado de trabalho, e que se deixe de investir na formação que acaba sendo pouco ou nada produtiva. Questões para discussão: 1. Que argumentos tem a universidade diante da concepção crescente de que as instituições devem garantir um determinado emprego? 2. Como poderíamos nos resguardar do “adaptar-se a tudo” que as realidades econômica, social e política pedem para a universidade? 2 Europa press. Sexta-feira 22 de Fevereiro de 2013. Sección sociedad y educación. Esteban, F. (2015) Selección de textos para el debate sobre la universidad contemporánea en Martínez, M, y Esteban, F. Material Docente de la asignatura Política y Gestión en Educación Superior del Máster Investigación y Cambio Educativo de la Universidad de Barcelona (UB) . Texto para leitura e debate em grupo. Cada grupo terá 30 minutos para discutir sobre as questões propostas e eleger um representante para apresentar as conclusões em 5 minutos. GRUPO 3: “O reitor e os 40 estudantes” Em novembro de 2011, realizaram-se as eleições para Reitor da Universidade de Barcelona. Um dos atos principais da campanha eleitoral foi um debate entre os quatro candidatos. A mesa redonda foi organizada pelo Conselho Discente da própria universidade, conselho que naquele ano representava cerca de 60.000 estudantes, sendo 56.653 com direito a voto. O debate foi realizado na sexta-feira, 16 de novembro do mesmo ano na Faculdade de Economia da universidade. Segundo informou o jornal La Vanguardia na edição de sábado, 17 de novembro, assistiram ao debate 40 estudantes que supomos, estavam interessados no presente e no futuro da sua universidade. Onde estava o resto? Talvez um considerável número de estudantes não pôde assistir por motivos pessoais ou acadêmicos. Outros tantos decidiram não comparecer ao evento porque era sexta-feira, ou por diversas razões, e muitos outros, claramente, nem sabiam da eleição. No dia da eleição, segundo informa o site da Universidade de Barcelona, votaram 9,31% dos estudantes no primeiro turno, e 10,72% no segundo, isto é, 6.076 dos 56.653 que tinham direito a voto. Mais de 50.000 estudantes não foram às urnas, e 56.613 não assistiram ao debate. Nada impede pensar que acontece algo parecido na grande maioria das universidades espanholas quando realizam suas eleições para Reitor. O desafeto dos estudantes a respeito da política universitária não é um fato isolado, pois poderia estar relacionado com o que manifesta a juventude em relação a outros âmbitos e realidades, segundo alguns estudos e reflexões existentes3. Questões para discussão: 1. Qual o motivo do crescente desafeto estudantil em relação às suas universidades? 2. Quais estratégias poderíamos implementar para fomentar a participação dos estudantes na vida universitária? 3 Guiddens Esteban, F. (2015) Selección de textos para el debate sobre la universidad contemporánea en Martínez, M, y Esteban, F. Material Docente de la asignatura Política y Gestión en Educación Superior del Máster Investigación y Cambio Educativo de la Universidad de Barcelona (UB) . Texto para leitura e debate em grupo. Cada grupo terá 30 minutos para discutir sobre as questões propostas e eleger um representante para apresentar as conclusões em 5 minutos. GRUPO 4: “Universidade a la Carte” Em 1961, a conhecida empresa McDonald’s criou sua própria universidade, a McDonald’s Hamburger University que contava com 15 alunos naquele ano. Hoje, já passaram por suas salas de aula mais de 80.000 alunos. Como é de se imaginar, todos eles são ou foram funcionários do McDonald’s com diferentes perfis profissionais. Segundo informa o site da Universidade, ela chegou a ser um centro de excelência para a formação no McDonald’s, e um lugar idôneo para o desenvolvimento de lideres em suas graduações. A Universidade do Hambúrguer oferece material para estudo presencial, cursos online, e aulas de preparação em diferentes habilidades pessoais e profissionais relacionadas ao apetitoso mundo dos hambúrgueres. A multinacional holandesa Philips também conta com uma universidade: A Philips Lighting University. Tal como anuncia o site da universidade, trata-se de um centro dedicado à apresentação dos produtos da Philips, como o revolucionário Diodo Emissor de Luz (LED), e à formação, mediante cursos sob demanda de arquitetos, instaladores, atacadistas ou simplesmente, pessoas interessadas no deslumbrante mundo da iluminação. Além disso, oferecem seminários online, comunidades de discussão, eventos, etc. Também existe a Escola Universitária Real Madrid4, cuja Cátedra Real Madrid é dirigida pelo prestigiado Prêmio Nobel de Literatura 2010 Mário Vargas Llosa. Tal escola oferece Masters de saúde, atividade física e de gestão e comunicação; ou a Beefeater Lodon Gin College, que oferece formação de especialistas em degustação de todos os refinamentos possíveis de genebra. O site desta universidade não traz muitas informações sobre suas atividades formativas, embora certamente sejam fáceis de imaginar. Aparentemente, será difícil imaginar as tipologias de universidades que existirão nos próximos anos, assim como os territórios onde dignas instituições serão implantadas. Questões para discussão: 1. Quais as consequências do crescente aparecimento de universidades corporativas vinculadas a grupos empresariais para a ideia da universidade? 2. Estamos diante de um enriquecimento e diversificação dos possíveis formatos que a instituição pode adquirir e, portanto, da liberalização da concepção tradicional de universidade? 4 http://realmadrid.universidadeuropea.es/