Quanto mais a Igreja, a nível local ou universal, se
mostrar capaz de dar prioridade à catequese — em
relação a outras obras e iniciativas cujos
resultados possam ser mais espectaculares —
tanto mais encontrará na catequese o meio para a
consolidação da sua vida interna como
comunidade de fiéis, bem como da sua actividade
externa missionária. A Igreja, neste século XX
prestes a terminar, é convidada por Deus e pelos
acontecimentos, que também são apelos de Deus,
a renovar a sua confiança na actividade
catequética, como tarefa verdadeiramente
primordial da sua missão. É convidada a consagrar
à catequese os seus melhores recursos de pessoal
e de energias, sem se poupar a esforços, trabalhos
e meios materiais, para a organizar melhor e formar
para ela pessoas qualificadas (Cat.Trad.15)
A catequese tem sido sempre e continuará a ser uma obra
pela qual toda a Igreja se deve sentir e mostrar
responsável. Os membros da Igreja, é certo, têm
responsabilidades distintas, segundo a missão de cada
um. Os Pastores, em virtude do seu múnus, tem, a
diversos níveis, a mais alta responsabilidade pela
promoção, orientação e coordenação da catequese. O
Papa, da sua parte, tem consciência viva da
responsabilidade que lhe incumbe em primeiro lugar neste
campo; se tem nisso motivos de preocupação pastoral,
tem aí sobretudo, uma fonte de alegria e de esperança. Os
sacerdotes, os religiosos e as religiosas dispõem aí de um
terreno privilegiado para o seu apostolado. Os pais têm,
também eles, ainda que a outro nível, uma
responsabilidade singular. Os professores, os diversos
ministros da Igreja, os catequistas e, para além destes, os
promotores das comunicações sociais, têm todos em
graus diversos, responsabilidades bem precisas nesta
formação da consciência dos fiéis, formação importante
para a vida da Igreja e que se reflecte na vida da própria
sociedade. (Cat.Trad.16)
Globalmente, pode-se partir da noção de que a catequese é
uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos
adultos, a qual compreende especialmente um ensino da
doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e
sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida
cristã. . (Cat.Trad.18)
… o esforço por educar os fiéis para viverem nos dias de
hoje como discípulos de Cristo,… (Cat.Trad.19)
E prosseguindo a série dos destinatários da catequese,
não posso deixar de realçar aqui um dos cuidados dos
Padres do Sínodo, requerido com vigor e urgência pelas
experiências que se estão a fazer no mundo inteiro: tratase do problema crucial da catequese dos adultos. É a
principal forma de catequese, porque se dirige a pessoas
que têm as maiores responsabilidades e capacidade para
viverem a mensagem cristã na sua forma plenamente
desenvolvida (90). (Cat.Trad.43)
Efectivamente, a comunidade cristã, nunca
poderá pôr em prática uma catequese
permanente sem a participação directa e
experimentada dos adultos, quer sejam eles
os destinatários quer os promotores da
actividade catequética. O mundo em que os
jovens são chamados a viver e testemunhar
a fé, que a catequese intenta aprofundar e
consolidar neles, é um mundo governado
pelos adultos; a fé destes, portanto, tem de
ser continuamente esclarecida, estimulada e
renovada, a fim de impregnar as realidades
temporais desse mundo por que eles são os
responsáveis. (Cat.Trad.43)
167. Todo batizado, porque chamado por Deus à
maturidade da fé, necessita e, portanto, tem o
direito a uma catequese adequada. É, por isso,
tarefa primária da Igreja responder a este direito,
de maneira totalmente congruente e satisfatória.
Neste sentido, recorda-se, antes de qualquer outra
coisa, que o destinatário do Evangelho é « um
homem concreto e histórico », (97) sempre
radicado em determinada situação, sempre
influenciado, conscientemente ou não, por
condicionamentos psicológicos, sociais, culturais
e religiosos. (98)
No processo de catequese, o destinatário deve
poder manifestar-se sujeito ativo, consciente e coresponsável, e não puro receptor silencioso e
passivo.(99
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Catequese para quê