Guia para o professor Projeto de leitura BRINQUEDOS ANDRÉ NEVES A OBRA Indicação de leitura: pré-leitores, até 6 anos Resumo: a menina ganha uma boneca nova e o menino ganha um palhaço. Que alegria! Depois de um tempo, os brinquedos deixam de ser novos, são deixados de lado e acabam indo para o lixo. Será esse o fim dos brinquedos? Tema transversal: ética Eixos Temáticos: solidariedade, injustiça, desigualdade social, educação visual Formato: 22x20 cm • 32 páginas ISBN: 978-85-617-3011-6 Interdisciplinaridade: língua portuguesa, arte, geografia POR QUE LER Porque permitirá à criança encontrar nas ilustrações algum detalhe que lhe chamará a atenção ou que estará mais perto da realidade que conhece, já que este é um livro só-imagem que retrata situações do cotidiano. É bom lembrar que nem todas lerão as imagens da mesma forma. Estrutura da obra • Da mesma forma como falaram sobre seus brinquedos prediletos, desenvolva uma conversa sobre o que acontece com os brinquedos velhos, aqueles com os quais não brincam mais. Pergunte o motivo de não brincarem mais com determinados brinquedos. DURANTE A LEITURA Dois brinquedos, um palhaço e uma boneca, conduzem o fio narrativo que permite ao leitor comparar o cotidiano e os valores de crianças de diferentes classes sociais. Por ser um livro de imagens, Brinquedos é uma obra que possibilita diversas leituras. Assim, que tal ir mostrando cada cena lentamente, estimulando seus alunos a contarem a história que estão vendo nas páginas do livro? Principais conceitos • Perceba que crianças com histórias pessoais diferentes criarão histórias diferentes para uma mesma cena do livro. Desigualdade social Reciclagem Trabalho infantil Solidariedade Arte Consumo • Caso ache necessário, chame a atenção de seus alunos para algum detalhe importante. ANTES DE LER O ser humano é, naturalmente, um contador de histórias. Mesmo antes de serem alfabetizadas, crianças adoram contar e ouvir histórias. Além disso, antes de aprender as primeiras letras, elas gostam de desenhar e são capazes de fazer imensos relatos a partir de seus desenhos. Que tal aproveitar esse dom natural? Toda criança também tem seu brinquedo preferido do momento, não é mesmo? • Em uma roda, estimule seus alunos a falarem sobre seus brinquedos prediletos. Pergunte o porquê da preferência. Como brincam com eles? Brincam sozinhos ou com irmãos ou amigos? Deixe que falem e que expressem seus motivos. • Usando essa informação como base, estimule as crianças a criarem uma história usando seu brinquedo predileto como personagem principal. Peça que desenhem a história. • A partir da página 19, talvez seus alunos achem estranho a cena de duas crianças trabalhando num depósito de lixo. Explique que – apesar de não ser uma situação legal (em todos os sentidos) e que crianças não deveriam trabalhar – infelizmente isso ainda acontece em nosso país. Explique que muitas famílias não conseguem sustentar seus filhos e oferecer a eles tudo de que precisam. Deixe claro que muitas crianças nem conseguem ir para a escola por diversos motivos (a escola é longe, os pais não levam porque trabalham, a criança não tem moradia, etc). Como ler as ilustrações • As imagens do livro são recheadas de detalhes do dia a dia da maioria das famílias. Deixando de lado um pouco a história central, estimule as crianças a encontrarem cenas e detalhes com os quais se identificam. Por exemplo, nas páginas 10 e 11, vemos uma briga de irmãos e, na página 12, os meninos deixam seus brinquedos de lado e preferem a TV. • Estimule-as também a observar a diferença entre as duas moradias das crianças. Pergunte aos alunos se eles acham essas diferenças justas. Aqui, caberia discutir um pouco questões sociais, como falta de emprego, moradia, etc. • Ainda que as diferenças entre os dois grupos de crianças sejam bastante claras, pergunte aos alunos se eles não conseguem ver alguma semelhança. Estimule-os a fazer esse exercício de aproximação; por exemplo, explique a elas que criança é criança em qualquer lugar no mundo, seja rica ou seja pobre. Criança gosta de brincar, criança fica feliz com brinquedo novo etc. CONECTE-SE Livros que lembram filmes, que lembram outros livros, que lembram... uma coisa puxa a outra e assim vamos ampliando nosso universo de conhecimento, não é mesmo? Eis aqui algumas sugestões para você ilustrar e enriquecer um pouco mais o seu trabalho. Cinema Toy Story (EUA, 1995) – Nessa animação feita em computador, os brinquedos ganham vida e conversam entre si sobre a alegria de ser o brinquedo predileto e sobre a tristeza de ser deixado de lado. Pinóquio (EUA, 1940) – Uma das animações mais antigas dos estúdios Disney, o filme se baseia no conto do escritor italiano Carlo Collodi e narra a história do velho Gepeto, que fabrica um boneco de madeira. Pinóquio, como é chamado, ganha vida e precisa demonstrar determinadas virtudes para poder realizar seu sonho de se transformar num menino de verdade. Literatura Achado não é roubado?, de Luiz Gesini (Mundo Mirim, 2009) – O livro conta, por meio de imagens, a relação de uma menina com um brinquedo encontrado no meio da rua. Internet http://www.brinquedoteca.org.br/ – Brincar é um momento extremamente importante na vida de uma criança. Pela brincadeira, ela aprende a lidar com as questões do seu cotidiano. Esse site traz diversas dicas sobre brincadeiras interessantes, além de artigos sobre a importância do ato de brincar. http://confabulandoimagens.blogspot.com/ – Conheça um pouco mais o trabalho do autor André Neves. DEPOIS DE LER Este é um livro com inúmeras possibilidades de leitura. Consequentemente, com inúmeras possibilidades de trabalho com as crianças. • Junte embalagens diferentes de iogurte, garrafas de plástico, retroses de linha vazios, caixinhas de diversos tamanhos, etc. Faça com seus alunos uma pequena oficina de brinquedos a partir desses materiais. É possível criar carrinhos, bonecos, instrumentos musicais e muitas outras coisas divertidas. Basta usar a imaginação. • Enquanto confeccionam brinquedos, converse com seus alunos sobre a importância de reaproveitarmos os materiais. Conte para eles que muitas pessoas fazem isso e que, além de ser divertido, ajuda o meio ambiente e é uma fonte de renda para muita gente. • Que tal exercermos a solidariedade? Convoque seus alunos a trazer para a sala de aula brinquedos com os quais não brincam mais. Em conjunto, limpem os brinquedos e embalem cada um para presente. Faça com as crianças cartões para aquelas que receberão os brinquedos. Com a direção da escola, escolha uma instituição para receber os brinquedos doados pelos seus alunos. Não se esqueça de explicar aos alunos que esses brinquedos serão dados de presente para outras crianças que não podem ter tantos brinquedos como eles. ASSUNTO PUXA ASSUNTO Nas páginas 18 a 21 o livro mostra a imagem de um grande lixão. Vale lembrar que o destino do lixo é um dos grandes problemas relacionados ao meio ambiente. Nosso planeta precisa urgentemente de cuidados, e um dos caminhos é a coleta seletiva de lixo. Se isso ainda não é feito em sua sala, explique a seus alunos a importância de separarmos o lixo para a reciclagem. É importante que eles saibam que muitas coisas podem ser reaproveitadas e transformadas em outras. Dessa forma, crie em sua sala de aula latas de lixo para coleta seletiva. Juntamente com as crianças, faça pequenos cartazes identificadores para cada lata de lixo (papel, plástico, metal, vidro, lixo orgânico). Voltando aos brinquedos, será que nossos avós brincavam da mesma forma como as crianças brincam hoje? Proponha aos seus alunos uma pesquisa junto às pessoas mais velhas da família para descobrirem de que brincavam. De sua parte, traga para a sala brinquedos como bilboquê, cata-vento, elástico, peão, etc. Brinque com as crianças de passar anel, de pular elástico, de pique-esconde e de outras brincadeiras que estão sendo trocadas por brinquedos tecnológicos. SOBRE O AUTOR André Neves nasceu no Recife, onde começou a carreira de ilustrador, trabalhando para editoras do Nordeste. Depois foi para o Rio Grande do Sul e resolveu morar em Porto Alegre, onde vive “confabulando imagens”, segundo ele mesmo confessa. André adora riscar e rabiscar. Atualmente se considera um pouco pernambucano e um pouco gaúcho. Já recebeu diversos prêmios, entre eles um Jabuti em 2003 e um Açorianos em 2004, de melhor ilustração. ELABORADO POR SANDRA PINA