Respostas comportamentais de ratos adultos privados de sono paradoxal (Saúde/Neurociências) PEDROSO, Lenemar ( Art. 170); BARBOSA, Janira Lima (PUIC); PEREIRA, E.; BOING, L.; DAL-BÓ, M.B..; FORTUNATO, J.J. (Orientadora). Cursos: Psicologia e Medicina. Campus: Tubarão. RESULTADOS INTRODUÇÃO O ser humano, assim como outros animais, apresenta dois estados comportamentais básico: vigília e sono. Durante a vigília, importantes funções são executadas. O sono, por outro lado, é de fundamental relevância para o descanso do organismo e apresenta basicamente duas fases, com mecanismos fisiológicos distintos: sono lento (não REM) e sono paradoxal (REM). O sono está envolvido com funções fisiológicas vitais e não é o resultado da diminuição da atividade neuronal, mas decorre da atividade de várias estruturas do encéfalo, envolvendo mecanismos complexos. Portanto, problemas nas diversas etapas do sono poderão expressar conseqüências tanto no sono quanto na vigília, entre elas, fadiga, irritabilidade, agressividade e certo grau de dificuldade de concentração no dia seguinte. Caracteristicamente a falta de sono leva a fadiga, alucinações e delírios. Outra característica é a perda do rendimento intelectual em humanos. Considerando que a insônia atinge cerca de um terço da população brasileira (SILVA et al., 2004), justifica-se a importância do estudo para avaliar as alterações comportamentais e cognitivas causadas por este distúrbio do sono. Memória é a retenção da informação aprendida (BEAR, 2002, p. 740). Quando se fala em consolidação da memória, estamos nos referindo ao tempo que o processo de sedimentação da memória de longa duração leva para ser concluído. Nos primeiros momentos desse processo, a memória de longa duração é altamente volátil e a informação, apesar de ainda estar presente e acessível através da memória de curta duração, pode facilmente não ser consolidada e, conseqüentemente esquecida (IZQUIERDO et al., 2006). Muitos fatores são conhecidos por interromper esse processo, como traumas e ação de eventos estressores, entre eles a privação do sono. 35.00 30.00 25.00 20.00 Privados Controle 15.00 10.00 5.00 0.00 OBJETIVOS Exploração global Habituação Gráfico 1 - Exploração global e Habituação a) Avaliar as respostas comportamentais de ratos privados de sono durante 72 horas; b) Avaliar a atividade motora de ratos privados de sono através do teste de Habituação em Campo Aberto; c) Avaliar a resposta cognitiva de ratos privados de sono através do Teste de Reconhecimento; d) Comparar as respostas comportamentais entre ratos jovens e adultos privados de sono. Em virtude da dificuldade e atraso nas instalações do Bioterio Setorial, não foi possivel realizar experimentos com ratos jovens. Neste sentido, a comparação entre ratos jovens e adultos proposto neste objetivo não foi alcançado. 18.00 16.00 14.00 12.00 10.00 Privados 8.00 Controle 6.00 4.00 2.00 0.00 METODOLOGIA Ratos Wistar machos adultos (60dias) e grupo controle, provenientes do biotério da Universidade do Sul de Santa Catarina, privados do sono paradoxal durante 72 horas. A privação do sono foi conduzida conforme método descrito por Andersen (2004). Os ratos forão divididos em dois grupos (n=15): i) grupo controle, ii) ratos adultos privados se sono. Para avaliar as possíveis alterações comportamentais causadas pela privação do sono paradoxal, os animais forão submetidos a dois testes comportamentais. A atividade motora será testada na Habituação em Campo Aberto (open-field test) e a avaliação cognitiva será conduzida através do Teste de Reconhecimento (CMAI). Memoria de curta duração Memoria de longa duração Gráfico 2 - Memória de curta e longa duração CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos neste estudo concluímos que: 1.A resposta de habituação foi significativamente maior nos ratos privados do sono; 2.A memória de longa duração foi afetada nos ratos privados do sono paradoxal; 3.A freqüência da auto-limpeza foi maior nos ratos privados do sono paradoxal. Considerando que agentes estressores apresentam papel fundamental nas respostas comportamentais de ratos Wistar, observamos que a privação do sono paradoxal durante 72 horas consecutivas foi capaz de comprometer o desempenho cognitivo dos animais, bem como, apresentar aspectos relacionados ao aumento dos parâmetros de ansiedade. Neste sentido, sugerimos que um novo estudo seja realizado para ampliar os achados deste experimento indicando as possíveis alterações comportamentais em diferentes tempos de privação, bem como favorecendo e contribuindo para uma melhor qualidade de vida! BIBLIOGRAFIA ANDERSEN, M.L., BIGNOTTO, M., MACHADO, R.B. et al. Different stress modalities result in distinct steroid hormone responses by male rats. Braz J Med Biol Res, jun. 2004, vol.37, no.6, p.791-797. BEAR, Mark F., et al. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2 ed. Proto Alegre: Artmed, 2002. IZQUIERDO, Iván, BEVILAQUA, Lia R. M. and CAMMAROTA, Martín. A arte de esquecer. Estud. av., 2006, vol.20, no.58, p.289-296. ISSN 0103-4014. SILVA, R. H.; ABÍLIO, V. C.; TAKATSU, A. L.; KAMEDA, S. R.; GRASSL, C.; CHEHIN, A. B.; MEDRANO, W. A.; CALZAVARA, M. B.; REGISTRO, S.; ANDERSEN, M. L.; et al. Role of hippocampal oxidative stress in memory deficits induced by sleep deprivation in mice. Neuropharmacology, Volume 46, Issue 6, May 2004, Pages 895-903 Apoio Financeiro: UNISUL