SÃO NECESSÁRIOS INTERNOS NAS SEÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO ? IS IT NECESSARY TO USE INTERNALS IN HEAT TRANSFER SECTIONS OF REFINERY COLUMNS ? ¿SON NECESARIOS INTERNOS EN LAS SECCIONES DE TRANSFERENCIA DE CALOR DE COLUMNAS DE DESTILACIÓN? Silvia Waintraub1 Glaucia Alves da Silva Torres2 Flávio Martins de Queiroz Guimarães3 Bruno de Almeida Barbabela4 RESUMO Estudos e projetos recentes mostraram a grande vantagem de se usar empty spray sections em algumas regiões de torres, tais como seções de refluxo circulante de gasóleo em torres a vácuo e zonas de lavagem em fracionadoras principais de unidades de coqueamento. A Petrobras tem seis torres a vácuo operando com empty spray sections. Quatro dessas colunas foram projetadas pela Badger Limited em 1975 para a produção de lubrificantes com as seções de refluxo circulante de topo sem internos, somente com os distribuidores do tipo spray. As outras duas torres, para produção de combustíveis, obtiveram um acréscimo na transferência de calor na região de GOP pela adição de uma empty spray section acima do leito de recheio existente. Foram realizados testes operacionais e análise com Fluido Dinâmico Computacional (CFD), a fim de se avaliar o desempenho de algumas dessas empty spray sections em refinarias da Petrobras. Foram levantados perfis de temperaturas radiais em vários níveis dessas seções para permitir a determinação da qualidade da distribuição de líquido e de vapor e da altura necessária para cada troca térmica desejada. A técnica de CFD foi usada para modelar a transferência de calor em seções sem recheio. A má distribuição de vapor e a influência de sua velocidade (via fator Cs) foram também estudadas. ABSTRACT Recent studies and some designs have shown a great advantage of using empty spray sections in some regions of towers, such as gas oil pumparounds in vacuum towers and wash oil chambers in coker main fractionators. 1 CENPES/EB/FCS e-mail: [email protected] 2 AB-RE/TPF 3 Chemtech 4 Chemtech Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 366 Petrobras has six vacuum towers operating with empty spray sections. Four of the columns were designed by Badger Limited in 1975 to produce lube oil with the top pumparound sections having no internals, just spray nozzle distributors. The other two, both fuel oil type, had the heat transfer increased in the HVGO region by an addition of empty spray sections above the existing packing beds. Plant tests and CFD analysis were conducted in order to evaluate the performance of some of these empty spray sections in PETROBRAS’s refineries. Radial temperature surveys were collected at several levels to allow the determination of the distribution quality profile and the height necessary to exchange the desired heat amount. CFD analysis was used to model the heat transfer in sections without packing. Vapor maldistribution and the influence of vapor velocity (C factor) were also studied. RESUMEN Estudios y proyectos recientes mostraron la gran ventaja de usar empty spray sections en algunas regiones de torres, tales como secciones de reflujo circulante de gasóleo en torres a vacío y zonas de lavado en fraccionadoras principales de unidades de coqueamiento. La Petrobras tiene seis torres a vacío operando con empty spray sections. Cuatro de esas columnas fueron proyectadas por la Badger Limited en 1975, para producción de lubricantes con las secciones de reflujo circulante de parte superior sin internos, solamente con los distribuidores del tipo spray. Las otras dos torres, para producción de combustibles, obtuvieron un incremento en la transferencia de calor en la región de GOP por la adición de una empty spray section encima del lecho de relleno existente. Fueron realizadas pruebas operacionales y análisis con Fluído-Dinámica Computacional (CFD) a fin de evaluar el desempeño de algunas de esas empty spray sections en refinerías de la Petrobras. Fueron levantados perfiles de temperaturas radiales en vários niveles de esas secciones para permitir la determinación de la calidad de la distribución de líquido y de vapor, y de la altura necesaria para cada intercambio térmico deseado. La técnica de CFD fue usada para modelar la transferencia de calor en secciones sin relleno. La mala distribución de vapor y la influencia de su velocidad (vía factor Cs) fueron también estudiadas. 1. INTRODUÇÃO As torres de destilação de refinarias têm, em geral, dois tipos de regiões: seções de fracionamento e seções de troca térmica. Os dispositivos de contato direto normalmente usados nas seções de troca térmica são pratos, recheios ou grades. Nas torres a vácuo é necessário se ter a menor queda de pressão possível, a fim de se poderem vaporizar as frações mais pesadas do petróleo. Por esse motivo, a maioria das colunas a vácuo das refinarias opera com recheios. Quando o recheio é removido e apenas o distribuidor de líquido do tipo spray permanece nessas seções de transferência de calor, a região é chamada empty spray section. O emprego de seções sem internos em regiões de transferência de calor de torres a vácuo permite uma operação de corte mais profundo, em virtude da redução da queda de pressão na coluna, resultando numa menor pressão na zona de vaporização, em um aumento na produção de gasóleos e numa redução do rendimento de resíduo de vácuo (RV). Estudos feitos por simulação mostram que a redução de 1 mmHg na pressão resulta no acréscimo de aproximadamente 0,3 % no rendimento de gasóleos. Isso representa um lucro de cerca de 13 milhões de Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 367 dólares por ano, numa unidade típica com vazão de 30.000 m3/d. Outros benefícios são o decréscimo no investimento e no custo de manutenção. Estudos anteriores (Cai & Kunesh, 1999, Kunesh, 1993, Ognisty, 1990 Ognisty & Kao, 1988) mostraram que distribuidores do tipo spray são um meio eficiente de transferência de calor por contato direto, e que virtualmente todo o calor se transmite numa curta distância da saída do bocal. A Petrobras tem quatro torres a vácuo na Reduc, projetadas pela Badger Limited em 1975, sem qualquer interno na seção de refluxo de topo. Neste trabalho são mostrados os resultados de testes de corrida realizados em uma dessas torres (T-7104 da U-1710) e na torre T-201 da U-02 da Refap, a fim de estudar essas empty spray sections, bem como a análise de CFD usada para modelá-los. 2. PRIMEIRO TESTE DE CORRIDA: TORRE A VÁCUO PARA LUBRIFICANTES (T-7104 da U-1710 – REDUC) 2.1. Descrição Na figura 1 é apresentado um esquema simplificado da torre de vácuo testada. Pode-se notar que esta possui pratos, diferentemente das modernas, que usam recheios. Observe-se também que a seção de topo não possui internos, mas apenas o distribuidor de líquido. EM PTY SPR A Y SEC TIO N GOL VR AR Fig. 1 – Esquema da primeira torre de vácuo. Fig. 1 – First vacuum tower sketch. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 368 O teste de corrida consistiu na variação da vazão do refluxo de GOL de topo e medições simultâneas dos perfis de temperatura, cargas térmicas e avaliação da altura necessária para efetuar cada troca térmica. Os casos foram divididos entre a vazão normal de refluxo circulante, uma vazão maior e outra menor e denominados casos base, máximo e mínimo. Foram abertas janelas radiais no isolamento da torre, oito em cada nível de altura, num total de onze níveis e 88 pontos de medição, com uma distância de 400 a 500 mm entre níveis adjacentes, para a medição de temperaturas com um pirômetro a laser e determinação da qualidade do perfil de distribuição, bem como da altura de espaço vazio necessária para efetuar cada troca térmica desejada. 29500 mm 29000 mm 28500 mm 28000 mm 27500 mm 26500 mm 26100 mm 25700 mm 25300 mm 24900 mm 24500 mm Fig. 2 – Níveis de temperaturas radiais. Fig. 2 – Radial temperature levels. 2.2. Resultados do Primeiro Teste de Corrida Na tabela I pode-se observar que a empty spray section funciona. Com uma maior vazão de refluxo circulante de GOL, as temperaturas de topo e da panela de GOL diminuem, enquanto que seu rendimento aumenta, indicando um aumento de calor transferido na seção. O oposto ocorre quando a vazão de refluxo é reduzida. TABELA I RESULTADOS DA SEÇÃO DE TOPO TABLE I TOP SECTION RESULTS Vazão de Refluxo de GOL Normal BASE Temperatura de Topo ( °C) Temp. da panela de GOL ( °C) BASE Vazão de GOL ( m3/d ) BASE Máximo Mínimo -13 +29 -23 +14 +31 -29 Os resultados das medições das temperaturas radiais estão nas tabelas de II a V. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 369 Podemos concluir, a partir dos dados das Tabelas de II a IV que : • Há boa distribuição de líquido e vapor • A transferência de calor ocorre na região inferior da seção • A região superior é isotérmica • A altura necessária diminui quando a vazão de refluxo aumenta TABELA II RESULTADOS PARA VAZÃO DE REFLUXO NORMAL TABLE II NORMAL REFLUX RESULTS Altura (mm) 29500 29000 28500 28000 27500 26500 26100 25700 25300 24900 24500 1 48 47 46 44 44 45 51 55 64 100 135 Temperaturas Radiais (°C) 2 3 4 5 6 7 52 46 44 48 44 42 48 45 43 48 42 43 47 43 43 47 43 43 48 43 43 46 43 43 47 45 43 45 44 44 48 46 45 48 46 44 48 48 46 51 49 46 52 49 47 52 49 47 55 53 49 63 57 48 70 75 58 92 90 66 134 126 121 134 133 117 8 43 43 43 43 44 47 47 47 50 59 118 ∆T Max. (°C) 10 6 4 5 4 4 5 8 14 41 18 T Média (°C) 46 45 44 44 45 46 48 50 55 76 127 TABELA III RESULTADOS PARA VAZÃO DE REFLUXO MÁXIMA TABLE III MAXIMUM REFLUX RESULTS Altura (mm) 29500 29000 28500 28000 27500 26500 26100 25700 25300 24900 24500 1 44 44 45 45 44 44 49 49 50 57 99 Temperaturas Radiais (°C) 2 3 4 5 6 7 48 46 44 43 41 44 47 47 46 44 42 44 47 47 43 42 42 45 47 45 44 46 44 46 47 46 44 46 44 46 47 46 46 46 47 44 49 48 47 49 48 46 49 48 47 49 47 46 50 48 49 50 49 45 52 53 49 52 51 49 108 98 99 99 91 86 Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 8 42 44 44 44 47 47 46 46 46 47 94 ∆T Máx. (°C) 7 5 5 3 3 3 3 3 5 10 22 T Média (°C) 44 45 44 45 46 46 48 48 48 51 98 370 TABELA IV RESULTADOS PARA VAZÃO DE REFLUXO MÍNIMA TABLE IV MINIMUM REFLUX RATE RESULTS Altura (mm) 29500 29000 28500 28000 27500 26500 26100 25700 25300 24900 24500 1 63 67 60 57 58 60 73 84 104 139 156 Temperaturas Radiais (°C) 2 3 4 5 6 7 64 61 57 67 60 56 63 60 54 67 57 56 62 58 54 58 56 56 61 54 54 58 57 56 61 58 53 57 59 57 63 57 58 63 60 54 70 64 60 68 66 58 72 69 61 72 67 62 82 82 68 90 86 71 104 102 82 116 118 98 152 142 137 149 155 132 8 57 54 56 56 57 61 62 66 76 85 133 ∆T Máx. (°C) 8 13 6 7 8 9 10 23 36 57 24 T Média (°C) 61 60 58 57 58 60 65 69 82 106 145 A altura necessária para transferir o calor necessário é baixa, variando de 800 mm a 2 m, como se pode ver na tabela V. TABELA V VARIAÇÃO DA TEMPERATURA RADIAL MÉDIA COM A ALTURA TABLE V VARIATION OF RADIAL MEDIUM TEMPERATURES WITH HEIGHT ∆T 29000-29500 (+ 5000 mm) (°C) ∆T 28500-29000 (+ 4500 mm) (°C) ∆T 28000-28500 (+ 4000 mm) (°C) ∆T 27500-28000 (+ 3500 mm) (°C) ∆T 26500-27500 (+ 3000 mm) (°C) ∆T 26100-26500 (+ 2000 mm) (°C) ∆T 25700-26100 (+ 1600 mm) (°C) ∆T 25300-25700 (+ 1200 mm) (°C) ∆T 24900-25300 (+ 800 mm) (°C) ∆T 24500-24900 (+ 400 mm) (°C) Altura Estimada (m) Normal 1 1 0 1 1 2 2 5 21 51 1.2 Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 Caso Máximo 1 1 1 1 0 2 0 0 3 47 0.8 Mínimo 1 2 1 1 2 5 4 13 24 39 2.0 371 3. SEGUNDO TESTE DE CORRIDA : TORRE A VÁCUO PARA COMBUSTÍVEIS (T-201 da U-02 - REFAP) 3.1. Descrição Esta torre a vácuo foi projetada com um leito de fracionamento GOL/GOP, o qual foi removido após uma parada, e o distribuidor de líquido de refluxo de GOL para este leito permaneceu na torre. Parte do reciclo frio de GOP foi enviado para este distribuidor, funcionando como uma nova empty spray section, e o restante continuou sendo enviado para o distribuidor do leito de troca térmica de GOP. O teste consistiu em dividir o calor do reciclo de GOP entre essas duas regiões: a nova empty spray section e o antigo leito de troca térmica do GOP. A vazão total de reciclo foi fixada em 3700 m3/d e, em cada etapa, a vazão de GOP para o leito com recheio foi reduzida em 500 m3/d e a da empty spray section acrescida do mesmo valor. Os cinco passos do teste estão mostrados na tabela VI. TABELA VI ETAPAS DO TESTE DA SEGUNDA TORRE DE VÁCUO TABLE VI STEPS OF THE SECOND VACUUM TOWER TEST Passo Vazão de refluxo de GOP p/ o leito (m3/d) Vazão de refluxo de GOP p/ a empty spray section (m3/d) Vazão total de refluxo de GOP ( m3/d ) 1 3700 2 3200 3 2700 4 3200 5 3700 0 500 1000 500 0 3700 3700 3700 3700 3700 Termopares radiais foram conectados ao sistema de SDCD, quatro em cada nível, num total de quatro níveis e 16 pontos, para medição das temperaturas e determinação da qualidade do perfil de distribuição, bem como a altura necessária para a troca térmica desejada. Um esquema simplificado da região da torre que foi estudada está mostrado na figura 3. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 372 D- ° GOL 8” G1- HVGO J- Termopares existentes Termopares radiais do Nível 1 Termopares radiais do Nível 2 Termopares radiais do Nível 3 Termopares radiais do Nível 4 Fig. 3 – Esquema da segunda torre de vácuo. Fig. 3 – Second tower sketch. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 373 3.2. Resultados do Segundo Teste de Corrida A transferência de calor na empty spray section foi confirmada. Diferentemente do primeiro teste, não foi possível determinar a altura necessária para cada troca térmica desejada. Observou-se má distribuição do vapor e do líquido. Depois do teste, a equipe de manutenção explicou que os bocais do distribuidor que foi mantido no leito de fracionamento antigo tinham sido trocados por outros de baixo desempenho e que estavam localizados originalmente em outro distribuidor. Portanto, o perfil de temperaturas radiais estava coerente com a má qualidade do distribuidor. Como se pode observar na tabela VII, um aumento na vazão para a empty spray section resulta num decréscimo na produção de GOL e na temperatura de sua panela e num aumento da produção de GOP. TABELA VII RESUMO DOS RESULTADOS DO SEGUNDO TESTE TABLE VII SUMMARY OF THE SECOND TEST RUN RESULTS Passo Vazão de refluxo de GOP p/ o leito (m3/d) Vazão de refluxo de GOP p/ a empty spray section – distribuidor de fracionamento (m3/d) Vazão total de refluxo de GOP (m3/d) Vazão de GOL (m3/d) Temperatura da panela de GOL (°C) Vazão de GOP (m3/d) Temperatura da panela de GOP (°C) 1 3700 2 3200 3 2700 4 3200 5 3700 0 500 1000 500 0 3700 Base Base Base Base 3700 -135 -7 +120 +0 3700 -125 -9 +110 +1 3700 -121 -6 +125 +1 3700 Base Base Base Base Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 374 As diferenças de temperatura entre cada nível dos termopares radiais estão mostradas na figura 4. Os valores são elevados, indicando um mau perfil de distribuição. ∆T RADIAL 76 70 60 50 NÍVEL 1 40 NÍVEL 2 °C 30 NÍVEL 3 20 NÍVEL 4 10 1 2 Fig. 4 – Diferenças nas temperaturas radiais. Fig. 4 – Differences in radial temperatures. 3.3. 3 ETAPA 4 5 Modelo de CFD para o Primeiro Teste de Corrida Um modelo de Fluido Dinâmica Computacional (CFD) foi proposto usando-se o programa comercial PHOENICS, da Concentration Heat and Momentum Limited (CHAM Ltd.), uma companhia do Reino Unido, para reproduzir os resultados do primeiro teste de corrida. As equações básicas de transporte foram resolvidas usando-se um algorítmo de interphase-slip, que é um dos mais robustos e validados modelos multifásicos. Os coeficientes de momento específico, transporte de massa e de calor foram customizados com base nos defaults da PHOENICS, usando-se uma modelagem estado-da-arte para representar o que ocorre na empty spray section . Simulações tridimensionais do distribuidor de líquido e das regiões das chaminés de vapor foram escolhidas para assegurar que planos de simetria pudessem ser usados para simplificar o modelo. O modelo tridimensional usado no final representa apenas um quarto de todo o domínio, minimizando assim o tempo de computação. Na figura 5 mostram-se os resultados da geração dos sprays . Um modelo bidimensional simplificado foi também proposto e validado para ser usado no estudo da otimização da transferência de calor. O modelo tridimensional foi empregado apenas nos melhores casos selecionados pelo uso do modelo bidimensional. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 375 Fig. 5 - Resultados da geração do spray (tridimensional). Fig. 5 – Spray generation results (three-dimensional). Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 376 Na figura 6 são apresentados os perfis de temperatura da fase vapor gerados pelo modelo bidimensional simplificado, usando vazões de líquido diferentes e uma velocidade de vapor ascendente constante. É possível perceber a influência da vazão de refluxo de GOL na altura efetiva da seção de transferência de calor. Vazão de refluxo normal Vazão máxima de refluxo Vazão mínima de refluxo Fig. 6 - Perfis de temperatura da fase vapor (bidimensional). Fig. 6 – Vapor phase temperature profiles (two-dimensional). Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 377 Os perfis horizontais de temperaturas para o caso tridimensional estão mostrados na figura 7 para diferentes seções e vazão normal de refluxo de GOL (caso base). Fig. 7 – Perfis de temperatura da fase vapor (tridimensional). Fig. 7 - Vapor phase temperature profiles (three-dimensional). Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 378 A fim de se estudar a influência da velocidade de vapor na estabilização do cone de spray foi feita uma análise de sensibilidade com diferentes valores do fator CS . Nas figuras 8 e 9 mostram-se, respectivamente, os resultados para valores de CS de 0,2 e 0,35 ft/s , vazão normal de refluxo de GOL e um ângulo dos bocais de spray de 60° . Perfil de temperatura da fase vapor Perfil de velocidade da fase líquida Fig. 8 - Resultados da simulação bidimensional para CS = 0,2 ft/s. Fig. 8 – Two-dimensional simulation results for Cs = 0.2 ft/s. Os cones dos sprays são estáveis para baixas velocidades do vapor ascendente e cobrem inteiramente a seção transversal na fronteira inferior do domínio. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 379 Perfil de temperatura da fase vapor Perfil de velocidade da fase líquida Fig. 9 - Resultados da simulação bidimensional para CS = 0,35 ft/s Fig. 9 – Two-dimensional simulation results for Cs = 0.35 ft/s Quando a velocidade do vapor ascendente aumenta, o cone de spray é destruído e a transferência de calor dentro da seção fica comprometida. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 380 Na figura 10 mostra-se a influência do uso de dois distribuidores com um ângulo dos bocais dos sprays de 90°, um situado no topo da seção e o segundo no meio, com uma velocidade de vapor correspondente a CS = 0,35 ft/s. Perfil de temperatura da fase vapor Perfil de velocidade da fase líquida Fig. 10 - Resultados da simulação bidimensional para dois sprays com CS = 0,35 ft/s Fig. 10 – Two-dimensional simulation results for two spray distributors and Cs = 0.35 ft/s Para este caso de uso de um distribuidor intermediário foi possível manter os sprays estáveis com uma maior velocidade de vapor ascendente. Essa nova configuração de injeção de GOL também melhorou a transferência de calor, minimizando a altura efetiva necessária. Esses resultados mostraram que o uso de mais de um nível de sprays é mais eficiente para manter os cones estáveis e também melhoram o desempenho da seção de troca de calor. 4. CONCLUSÕES O desempenho das empty spray sections em torres a vácuo foi avaliado com base nos resultados de modelos CFD bi- e tridimensionais, em várias condições operacionais. Ambos os modelos foram calibrados e validados com dados operacionais de torres a vácuo de refinarias da Petrobras. Pode-se concluir que as empty spray sections funcionam, e que o modelo CFD que foi usado reproduz os dados experimentais obtidos nos testes. A transferência de calor em empty spray sections depende das vazões de líquido e vapor. A transferência de calor para líquidos sub-resfriados ocorre na região inferior da seção; na região superior a temperatura fica constante. Ao se aumentar a vazão de líquido a transferência de calor aumenta, e a altura necessária para troca diminui. O oposto ocorre quando se reduz a vazão de líquido. Bol. téc. Petrobras, Rio de Janeiro, 46 (3/4):366 – 382, jul./dez., 2003 381 O aumento da vazão de vapor aumenta a altura necessária de troca térmica. Há um valor máximo da vazão de vapor, acima da qual a forma de cone do spray é perdida. O uso de dois níveis de distribuidores é recomendado para aumentar a estabilidade dos cones dos sprays e para reduzir a altura efetiva da seção de transferência de calor. Usando dois distribuidores em níveis diferentes consegue-se um aumento de capacidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAI, T.J.; KUNESH, J.G. Heat Transfer Performance of Large Structured Packing, Presented at the American Institute of Chemical Engineers Spring National Meeting, Houston, TX, March 1999. KUNESH, J.G. Direct-Contact Heat Transfer from a Liquid Spray into a Condensing Vapor, Ind. Eng. Chem. Res., 32(10), 1993 OGNISTY, T.P. The Direct-Contact Heat Transfer Perfomance of a Spray Nozzle, a Notched Trough Distributor and Two Inch Pall Rings, Presented at the American Institute of Chemical Engineers Spring National Meeting, Orlando, FL, March 1990. OGNISTY, T.P.; KAO, Y.S. 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