Arquitecturas de Controlo de Robots Robótica Engenharia Mecatrónica 1 Introdução: Funções básicas e de controlo inteligente Na literatura sobre robótica são comuns os termos: “funções inteligentes” ou “controlo inteligente de robots”. O objectivo da utilização dos termos é fazer referência à incorporação de um maior numero de funções autónomas das que se consideram habitualmente básicas . Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 2 1 Introdução: Funções básicas e de controlo inteligente Funções básicas As funções são: o servocontrolo das articulações e a geração de trajectórias, incluído nesta a interpolação articular assim como a cartesiana e o espaço de trabalho Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 3 1 Introdução: Funções básicas e de controlo inteligente Controlo inteligente As funções inteligentes são aqueles que permitem realização parcial ou totalmente autónoma de operações tais como: planificação de tarefas; planificação de movimentos; percepção sensorial; e reacção face à presença de obstáculos e condições na previstas Estas funções devem ser pensadas para serem integradas numa arquitectura dum sistema de controlo Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 4 2 Especificações As especificações frequentes em manipuladores robótica são seguintes: • • • • • Acessibilidade Capacidade de carga Rapidez de resposta Precisão e características associadas Interacção como o entorno Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 5 2 Especificações Acessibilidade: Esta especificação está directamente relacionada com os graus de liberdade do manipulador. É obvio que quanto maior seja o numero de graus de liberdade maior seja a acessibilidade. O problema surge no acréscimo da dificuldade de controlo que representa o aumento de graus de liberdade. Esta dificuldade é notória no caso de manipuldores redundantes com grande numero de graus de liberdade Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 6 2 Especificações Capacidade de carga: A capacidade de carga tem grande influência na resposta dinâmica do sistema. Sendo as velocidades e acelerações significativas, a consideração do modelo dinâmico resulta imprescindível para o controlo apropriado do manipulador Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 7 2 Especificações Rapidez de resposta: Este ponto é muito importante para a produtividade do Robot. A rapidez de resposta é normalmente considerada ao nível do controlo das juntas assim como à geração de trajectórias articuladas, não sendo normalmente considerada aos níveis mais altos de abstracção do controlo. A rapidez de resposta está na prática limitada pelo comportamento da articulação mas também pelos efeitos dinâmicos colaterais que não são considerados previamente, tais como oscilações não amortecidas. Neste ponto é importante ter em conta que para velocidades elevadas ou acelerações bruscas terá de se considerar os efeito de forças centrifugas e outras no modelo dinâmico do Robot. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 8 2 Especificações Precisão e características associadas: Entende-se por precisão a diferença entre a posição pretendida e a realmente alcançada pelo efector final. A resolução uma característica associada à precisão entende-se como a menor variação possível da posição do efector final, a resolução vem condicionada: pelos sensores de posição utilizados ; os actuadores; e a electrónica associada. A imprecisão tem como origens: a limitação da resolução ; os problema de calibração ; os desgastes e deformações do funcionamento; e os próprios erros de controlo. A repetibilidade a capacidade de voltar a uma mesma posição quando as acções de controlo são as mesmas. Esta característica é muito importante no caso dos manipuladores industriais, pois uma função importante dum robot industrial é repetir as mesma operações um grande numero de vezes. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 9 2 Especificações Interacção como o entorno: Esta característica engloba as restrições que fazem referência a operações concretas, tais como: posicionamento com precisão necessário no agarrar, inserir e manipular objectos; no seguimento preciso de trajectórias; na detecção obstáculos imprevistos com um tempo de resposta necessário e interacções relacionados com alguma operação transformação como aparafusar, cortar, polir. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 10 3 Requerimentos gerais da arquitectura No desenho da arquitectura utilizam-se frequentemente requerimentos sobre: • • • • • • Programabilidade Eficiência Capacidade de evolução Grau de autonomia Fiabilidade Adaptabilidade Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 11 3 Requerimentos gerais da arquitectura Programabilidade Com a Programabilidade engloba-se: a possibilidade de executar multiples tarefas; especificação de tarefas(acções que são necessárias executar) ou simplesmente formular objectivos a cumprir; e a possibilidade de planificar acções de acordo com o estado actual do Robot e o seu entorno. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 12 3 Requerimentos gerais da arquitectura Eficiência Seja a eficiência na realização de uma tarefa (tempo de execução, precisão) ou a dos recursos empregues (potência, hardware e software necessários). No geral, a eficiência optem-se disponde de modelo apropriados do robot e do seu entorno, e utilizando planificações eficientes que permitem determinar soluções óptimas de acordo com esses modelos. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 13 3 Requerimentos gerais da arquitectura Capacidade de evolução É um requerimento muito importante nas arquitecturas concebidas para projectos inovadores, ou de protótipos, nos quais se produzem em geral revisões significativas, e por consequência a incorporação de novas tecnologias, equipamentos e componentes. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 14 3 Requerimentos gerais da arquitectura Grau de autonomia O Grau de autonomia é outro requerimento básico no desenho de arquitecturas. No geral, todas as soluções de arquitectura de controlo inteligente têm um grande grau de autonomia. É frequente contemplar um transição gradual de um controlo essencialmente telecontrolado para um autónomo. Por vezes pode considera-se um comportamento dual com os dois tipos de controlo a coexistir. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 15 3 Requerimentos gerais da arquitectura Fiabilidade Relaciona a dependência de um sistema ou subsistemas em todas as suas acções. Devido a isso, é necessário incluir redundâncias em relação a certas funções, formas diferentes de realizar a mesma tarefa.Por questões de segurança de funcionamento, e não só, pode incluir-se redundância de hardware. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 16 3 Requerimentos gerais da arquitectura Adaptabilidade A capacidade de funcionamento em entornos diversos parcialmente desconhecimento, flexibilidade, a capacidade de responder a eventualidades. A adaptabilidade pode considerar-se como a modificação de comportamentos em reposta à situação em que se encontra o robot ou, dito de outra forma, como a capacidade de racionalizar para analisar situações e produzir/seleccionar as reacções oportunas face às mudanças do entorno e condições do robot. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 17 3 Requerimentos gerais da arquitectura Em particular, no desenho actual de arquitecturas, discute-se o compromisso entre a eficiência (robots dirigidos por objectivos e planos) e a adaptabilidade e capacidade de reacção (robots dirigidos por dados ), o qual dá origem a diversos tipos de arquitecturas. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 18 4 Tipos básicos de arquitectura segundo a sua reactividade Do ponto de vista da planificação existem vários tipos diferentes arquitecturas que se situam entre dois extremos: • Planificação Puramente estratégica • Planificação Puramente reactivas Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 19 4 Tipos básicos de arquitectura segundo a sua reactividade Planificação Puramente estratégica As arquitecturas orientadas essencialmente a suportar uma planificação puramente estratégica, utilizam entornos suficientemente precisos, supondo que a situação em que se vai a executar o plano pode se conhecida à prior e sem ter muito em conta a possibilidade de gerar comportamentos. São arquitectura funcionais baseadas em planificação com modelo centralizado. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 20 4 Tipos básicos de arquitectura segundo a sua reactividade Planificação Puramente reactivas As arquitecturas orientadas essencialmente a subministrar flexibilidade, adaptabilidade e a capacidade reacção a condições não prevista. As arquitecturas puramente reactivas implementam uma estratégica de controlo como uma colecção de pares de acção-reacção. O sistema consiste numa colecção de regras reactivas , contendo uma descrição interna mínima o estado. Baseia-se num acoplamento directo entre sensores e actuadores mediante ciclos rápidos de “realimentação”. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 21 4 Tipos básicos de arquitectura segundo a sua reactividade Hierarquia de comportamentos (arquitectura subsumption) Racionalização sobre o comportamento Planificação mudanças no entorno Identificação de objectos Monitorização das mudanças Sensores Construção de mapas Actuadores Exploração Deambular Evitar os obstáculos Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 22 5 Aproximação ao desenho da arquitectura No desenho da arquitectura do sistema de controlo inteligente de um Robot pode destinguirse duas etapas: • Desenho funcional da arquitectura • Implementação e gestão de execução Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 23 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.1 Desenho funcionalidade arquitectura No desenho funcional da arquitectura a abordagem típica consiste em dividir as tarefas que são necessárias realizar e decompor-las em funções Os problemas típicos que se tem de abordar são os seguinte : • • • • Definição dos níveis de hierarquia Compromisso planos/ reacções Conhecimento do estado Outras características Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 24 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.1 Desenho funcionalidade arquitectura Níveis da arquitectura de controlo Percepção /representação Funções cognitivas Planificação /controlo Planificação de operações e tarefas Representações geométricas e simbólicas Planificação de movimentos Processamento Básico Trajectórias articulares Dinâmica Controlo de dispositivos Tratamento de sinais Sensores Robótica Actuadores Arquitecturas de Controlo de Robots 25 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.1 Desenho funcionalidade arquitectura Compromisso planos / reacções O objectivo de estabelecer um compromisso entre: a execução dos planos mediante estratégias de busca, da solução mais perto da óptima, para alcançar os objectivos pré-definidos; e a capacidade de reacção eventualidades não previstas a partir de informação sensorial. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 26 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.1 Desenho funcionalidade arquitectura Conhecimento do estado Definir a informação que se deve guardar no sistema de controlo sobre o estado do robot e do seu entorno. É de especial interesse a representação do entorno mediante mapas e ou conhecimento simbólico, assim como a definição de estruturas de dados que representa de forma correcta o estado e a sua actualização para utilização na geração de acções em “tempo real”. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 27 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.1 Desenho funcionalidade arquitectura Outra características Na definição funcional da arquitectura é necessário ter em conta outra características, tais como: definição de prioridades (maiores a funções relacionada com segurança); distribuição de tarefas; e definição de funções síncronas e assíncronas. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 28 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.2 Implementação e gestão de execução A implementação e gestão da execução trata essencialmente de definir as relações entre as funções do sistema e os recursos “software” e “hardware disponíveis. Na perspectiva típica das arquitecturas para controlo em tempo real temos um compromisso quanto ao grau de distribuição dos recursos: Centralizado face ao Distribuído Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 29 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.2 Implementação e gestão de execução Arquitectura centralizada Percepção Modulo Central Planificação de tarefas Conhecimento Robot e do seu entorno Controlo de movimentos Robótica Comunicação e sincronização Arquitecturas de Controlo de Robots Planificação de movimentos 30 5 Aproximação ao desenho da arquitectura 5.2 Implementação e gestão de execução Arquitectura descentralizada Mapa armazenado Construção de mapas Sensores Detecção de obstáculos Planificação de movimentos Controlo de movimentos Ciclo de tempo decrescente Actuadores Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 31 6 Soluções hardware e software Apresentam-se alguns exemplo de arquitecturas: Um exemplo típico de sistema de controlo dum robot industrial ,década de 80 Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 32 6 Soluções hardware e software Um exemplo de sistema de controlo dum robot móvel: RAM-1 , inicio da década de 90 Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 33 6 Soluções hardware e software Uma versão evoluída do sistema de controlo do mesmo robot móvel RAM-1 e o seu aspecto: Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 34 6 Soluções hardware e software Um exemplo de sistema de controlo dum robot móvel: AURORA , fim da década de 90 Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 35 7 Conclusões A escolha da arquitectura apropriada tanto no aspecto de hardware como software, como se pode concluir tem uma importância capital no desempenho futuro do robot assim como a capacidade de atingir os objectivos propostos para o mesmo. Os vários aspectos do desenho e implementação da arquitectura estão condicionados pelo tipo de robot pretendido assim como ou tipo de função para que será utilizado. Robótica Arquitecturas de Controlo de Robots 36