MOTIVAÇÃO NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA PESSOAS NA TERCEIRA IDADE. Luciano Leal Loureiro RESUMO O objetivo deste estudo foi identificar os fatores que motivam idosos de Porto Alegre a se engajarem na prática de atividades físicas regulares. A amostra estudada contou com a participação de 50 sujeitos voluntários, com idade superior a 60 anos, 14 (18%) sujeitos do sexo masculino com media de idade de 62.7 anos, e 36 (72%) do sexo feminino com media de idade de 64.21 anos, e que praticam atividades físicas regulares no município de Porto Alegre. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário composto por duas questões abertas e seis fechadas. O estudo revelou que a busca pela estética não é prioridade do idoso. A principal razão pela aderência à prática de atividades físicas é à busca de uma qualidade de vida com 24.5% das respostas indicando este fator. Quando questionados se gostavam ou não de praticar atividades físicas, 96% afirmam gostar de praticar atividade física e apenas 4% não gosta. Quanto aos fatores que conduzem os respondentes à prática de atividades físicas, foi constatado que as razões da permanência do idoso em atividades físicas apresentam em primeiro lugar a saúde com 44%, vista como a ausência da doença, seguida pelas melhorias de ordem psíquica com 10 %, e em terceiro lugar a melhora na resistência física. Foi constatado que os fatores que motivam o idoso a praticar atividades físicas regularmente são relacionados à saúde física e mental, que são aspectos que devem ser levados em consideração para que o idoso tenha uma melhor qualidade de vida. Palavras chave: atividade física, terceira idade, motivação. INTRODUÇÃO O aumento da expectativa de vida tem como conseqüência o aumento do número de pessoas idosas. Este aumento nesta população se dá devido a vários fatores, tais como a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade infantil, as melhorias no tratamento das doenças infecciosas e condições de saneamento básico e o acesso aos serviços de saúde para um número maior de indivíduos (MOREIRA, 2001). Por conseguinte, tendo em vista os 2 fatores anteriormente referenciados, (CARVALHO, 1999, p. 95) destaca que “os decréscimos progressivos das taxas de natalidade como aumento gradual da esperança média de vida tem se traduzido no envelhecimento populacional”. Outro fator a ser salientado é a preocupação que se tem hoje em relação à saúde e à qualidade de vida, estas preocupações levam o idoso a ficar cada vez mais informado sobre aspectos que podem trazer benefícios para que tenham uma vida mais saudável. O envelhecimento populacional, que é o aumento de idosos na população (GUEDES, 2001), é uma tendência mundial, que anteriormente era vista apenas em países desenvolvidos, como os países do Velho Continente, que apresenta dados como, por exemplo, que a Europa sempre teve uma maior fluxo de sujeitos idosos em relação aos outros continentes, onde a expectativa de vida é de 77 anos (GUEDES, 2001). O número de indivíduos com mais de 60 anos em países como a Itália, é maior do que os de jovens com menos de 20 anos, fenômeno observado na Grécia, na Espanha, “e na aldeia de Alfer, próximo a Berlim, onde não vive uma única criança, e o casal mais jovem está comemorando Bodas de Prata” (GUEDES, 2001). Estes aspectos do envelhecimento, não são mais exclusividade apenas dos países da Europa e da Ásia, como a China, que apresenta um número muito grande de idosos (GUERRA, 2002), o Brasil, é também um país no qual o envelhecimento da população é um fato. E, ao contrário do que ocorre na Europa, o crescimento da população de idosos no Brasil ocorreu de maneira muito rápida. Considerando-se este aspecto (GUEDES, 2001), destaca que “ o envelhecimento da população brasileira impressiona pela rapidez com que tem ocorrido. Poucos países do Mundo apresentam índices iguais ou superiores, entretanto, nos países desenvolvidos a população envelheceu lentamente durante todo o século (p. 139). Este aumento no número de pessoas com mais de 60 anos vai fazer com que o Brasil se torne o sexto país mais envelhecido no Mundo em 2025 (ESTEVES, 1998), o que é um dado significativo para um país em desenvolvimento. Dados do IBGE revelam que até o ano de 2020, um em cada três brasileiros será idoso e até o ano de 2025 o Brasil vai ter em torno de 34 milhões de idosos (IBGE, PNDA 1999). Para uma melhor compreensão do envelhecimento devemos conhecer os tipos e conceitos de envelhecimento, na compreensão do envelhecimento cronológico (MOREIRRA, 2001), caracteriza “a idade cronológica ou calendário que é determinada na escala numérica baseada na data de nascimento, isto é, dia mês e ano. Assim, presume-se, neste conceito uma idade constante na certidão de nascimento que não pode sr negada ou 3 alterada“ (p. 25). Então, a idade cronológica é o número de anos que se vive a partir do dia em que se nasce. Desta forma, de acordo com a “Classificação Etária do Desenvolvimento” proposta por (GALLAHUE, 2001), a idade Terciária inicia-se a partir dos 60 ou mais anos, e é dividida em início da terceira idade, dos 60 aos 70 anos; período intermediário da terceira idade, dos 70 aos 80 anos e senilidade, a partir dos 80 anos ou mais (GALLAHUE, 2001). Assim, a idade cronológica fornece uma estimativa aproximada, que pode ser determinada por outras formas dentre as quais destaca-se o conceito biológico, as modificações fisiológicas, os músculos e as articulações. (GALLAHUE, 2001). Outro tipo de idade é a idade biológica, (MOREIRA, 2001), entende como conceito biológico a idade que o organismo demonstra tomando como referencia a condição biológica de órgãos e tecidos “Outras idades são efetuadas para a determinação da idade biológica, entre elas encontramos as idades menta, óssea, morfológica, neurológica, sexual e dental”. (p. 25). CARVALHO FILHO E PAPALEO NETO (2000, p. 1), então, destacam que “de fato, o envelhecimento pode ser como um processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas, como funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos” (...). A idade biológica de um indivíduo registra o índice de seu progresso em direção a maturidade, “ela corresponde aproximadamente à idade cronológica e pode ser determinada”. O sistema imunológico diminui gradualmente sua eficiência e isto aumenta a vulnerabilidade dos adultos mais velhos a doenças, o que prolonga o período de recuperação. Além disso, tal sistema de um indivíduo mais velho pode ter como alvo órgãos e células saudáveis causando sua destruição, por confundirem elas com células prejudiciais, podendo representar, estas falhas no sistema imunológico, o processo pelo qual se envelhece (GALLAHUE, 2001). Outras idades, que são de fundamental importância, pois podem melhorar o entendimento sobre o assunto, e que junto com a idade cronológica servem de base significativa para a discussão do tema: a idade do autoconceito “que é a mensuração de avaliação pessoal de um indivíduo sobre o seu valor ou dignidade” (GALLAHUE, 2001, p. 17). Esta avaliação, que a pessoa faz de si serve para entender alguns aspectos do envelhecimento, que vamos abordar no decorrer do estudo. A idade do autoconceito se 4 relaciona de forma significativa com a idade psicológica, que conforme (MOREIRA, 2001, p. 25) “(...) é a capacidade individual de adaptação às reações e auto-imagens dos indivíduos, mas também pode ser considerada sob aspectos da idade do desempenho, da soma de experiências e da maturação mental”. A idade psicológica refere-se às capacidades e envolve dimensões mentais e cognitivas do indivíduo, como auto-estima, auto-suficiência, aprendizagem, memória e percepção. E outro aspecto a ser abordado é a idade social que é a noção de sociedade muitas vezes com expectativas rígidas do que é um comportamento apropriado para o indivíduo de terceira idade (CORAZZA, 2001). A idade fisiológica é entendida por (MOREIRA, 2001) como a tentativa de relacionar entre si as idades biológicas, psicológicas e sociais, determinando assim a verdadeira idade“(p. 25). GUERRA, (2001, p. 155), afirma que “O processo de envelhecimento está relacionado a uma série de mudanças tanto morfológicas, psicológicas e funcionais, fazendo com que haja uma diminuição da capacidade individual para enfrentar a demanda necessária para a manutenção de uma vida saudável e as agressões do meio”. As pessoas à medida que vão envelhecendo sofrem uma série de modificações que de alguma forma podem vir a prejudicar o seu desempenho motor. Para uma melhor compreensão teórica, compara-se as alterações fisiológicas e como elas podem agir no desempenho motor. Pois como destaca (GALLAHUE, 2001, p. 497), “alterações no sistema fisiológico do corpo podem influenciar o desempenho motor, e podem representar um mecanismo do processo de envelhecimento”. Desta forma, é importante salientar que os declínios no desempenho motor podem ser resultado além da degeneração fisiológica, de fatores como condições ambientais, exigências da tarefa, doenças, estilo de vida ou a combinação desses elementos (GALLAHUE, 2001). A proporção em que se avança em idade, pode-se observar inúmeras alterações no desempenho de várias tarefas motoras que podem depender de uma série de fatores. A taxa de lentidão psicomotora é afetada quer por variáveis biológicas, quer pela exigência das tarefas, pois à medida que a complexidade da tarefa aumenta, o tempo de processamento e o tempo do movimento diminuem. Contudo, as zonas do sistema motor que mantêm uma atividade regular ficam menos sensíveis a deterioração, permitindo padrões quase normais (BARREIROS, 2001). Controlar a marcha, no idoso, requer um processamento adicional de informações, e muito mais tempo, sendo uma solução para este problema caminhar mais 5 devagar, uma estratégia que pode ser observada na velocidade com que os idosos se deslocam (BARREIROS, 2001). Outros acontecimentos ocorrem com os aspectos psicossociais. Os adultos mais velhos apresentam perdas como a “aposentadoria”, parentes próximos que venham a falecer, diminuição na audição, na coordenação motora, na mobilidade. O convívio com o grupo que pratica atividades físicas, pode ajudar a amenizar estas perdas, e tornar a vida do idoso mais interessante. Os gerontes normalmente estão aposentados, passaram por diversas perdas, e têm uma forte tendência a ficarem deprimidos. MOREIRA, 2001, relata que aspectos psicológicos e sociais desempenham um papel importante nesta fase da vida, destaca que “um convívio saudável com grupos de familiares e amigos retarda o envelhecimento além de evitar os quadros depressivos tão comuns na terceira idade” (p. 94). Existem outras mudanças a serem observadas, que podem afetar o aspecto psicossocial do idoso, como as diminuições da visão, da audição, da força e da precisão manual, da robustez da flexibilidade, da rapidez na execução de tarefas, da memória, da imaginação e da criatividade, da adaptação, da atenção, da energia, da iniciativa e da sociabilidade (CARVALHO FILHO ; PAPALEO NETTO, 2000). Azambuja, (2002) em seu estudo, pode perceber que “A maioria dos idosos refere sentir-se mais feliz, com melhorias nas dores articulares, depressão, angústia, no controle da pressão arterial”. Os participantes parecem mais alegres e comunicativos com a atividade física: seus relacionamentos familiares são relatados como mais tolerantes e afetuosos. Desta maneira, é muito importante para uma boa manutenção da saúde mental, que o ser humano, de uma maneira geral, e em especial o idoso tenha uma vida ativa tanto física quanto afetiva e mental, para que se possa ter um envelhecimento bem sucedido. Como foi visto anteriormente, com a idade, existem uma série de mudanças físicas, funcionais, motoras e psicológicas que podem interferir de maneira significativa na vida de uma pessoa com mais idade. Foss e Keteyian (2000) mencionam que existe um mito mencionado freqüentemente acerca do processo de envelhecimento, e que merece ser discutido. Trata-se da idéia de que é normal para uma pessoa ficar fora de forma; perder a força; a flexibilidade muscular; e experimentar aumentos da pressão arterial, no peso corporal e no colesterol com a idade avançada. Apesar de estas modificações serem típicas do que acontece ao adulto em processo de envelhecimento em nossa sociedade, elas não são de forma alguma normais nem representam uma conseqüência absoluta do, processo de 6 envelhecimento. O processo de envelhecimento típico pode de fato ter o seu ritmo reduzido – ou até invertido – por meio do exercício regular (p. 362). Kemmler et. al. (2002), com o objetivo de constatar os efeitos do treinamento em relação ao condicionamento físico e qualidade de vida de mulheres idosas, constatou em seus estudos que após 14 meses, houve aumento significativo na força isométrica e dinâmica, aumento na capacidade aeróbica, redução na perda da densidade mineral óssea, diminuição das dores, melhora da circulação sanguínea, diminuição do risco cardíaco, redução aguda da glicemia, e aumento da sensibilidade a insulina. Esses resultados são indicadores fieis de que a atividade física pode contribuir muito para a promoção da saúde e qualidade de vida do idoso. Por conseguinte, Moreira (2001), discutindo este assunto afirma que os problemas e as dificuldades geradas pelo envelhecimento não deve causar impedimentos, ao contrario, o sedentarismo está entre os fatores que põem em risco a saúde do individuo que propicia distúrbios e doenças irreversíveis. Barros e Ghorayeb (1999) analisando pessoas mais velhas observaram que a pratica regular de atividades físicas é recomendada mesmo naqueles com doenças crônicas, pois proporciona um melhor desempenho. Então, a atividade física é importante tanto para quem quer evitar a doença e amenizar o processo de envelhecimento , quanto para quem está com algum problema de saúde e deseja melhorar este quadro. Fazendo-se uma breve análise sobre os itens citados e os aspectos mencionados no decorrer desta revisão de literatura, pode-se verificar que exercícios regulares são um importante meio para manter uma manutenção de um estado de saúde física e mental para pessoas com mais de 60 anos, pois contribui para a prevenção de doenças, dependência e solidão. METODOLOGIA: Como essa pesquisa visa compreender melhor o idoso, tanto no campo físico como psicológico, a pesquisa é do tipo descritiva. E o estudo presente neste caso é transversal único. A população é composta por 50 indivíduos, com mais de sessenta anos 14 (28%) do sexo masculino com media de idade de 64.21anos e 36 (72%) do sexo feminino, com media de idade de 63.4 e de nível sócio-econômico variado, residindo na cidade de Porto Alegre e que estejam engajados em atividades físicas regulares. 7 A amostra foi do tipo acidental, onde foram respondidas 3 questões abertas e 5 fechadas, com a intenção de responder o problema, para isso foi realizando um questionário com 50 idosos com idade superior a 60 anos. Para a obtenção dos resultados pretendidos com a pesquisa foi criado um questionário. A validade do instrumento foi feita por professores mestres e doutores, que atuam nesta área do conhecimento, e têm por objetivo identificar os principais motivos que levam pessoas com mais de 60 anos a se engajarem em atividades físicas. Os materiais utilizados foram papel para o questionário e canetas para as respostas das questões. Antes da coleta dos dados fizemos contatos com a professora Sílvia Pessil, que trabalha com grupos de terceira idade. Para indicar onde seriam os melhores locais para se encontrar as pessoas com as características necessárias para a execução da investigação. Durante a investigação, alem dos alunos na Academia do Centro, que fazem musculação, disponibilizamos os questionários para os alunos de dança para a terceira idade desta mesma academia, bem como para um grupo de idosos que participava de um seminário na Usina do Gasômetro. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A primeira constatação feita pela pesquisa foi o fato de existirem mais mulheres 36 (72%) do que homens 14 (28%), praticando atividades físicas. Pode se observar alguns fatores, como o fato de as mulheres se preocuparem mais com a manutenção da sua saúde, enquanto que os homens ainda são conservadores em relação à prática de atividades físicas, pois eles têm medo de se expor e se sentem mais temerosos ao que os outros irão falar a seu respeito. Outro aspecto interessante a ser ressaltado é o fato que as mulheres vivem mais do que os homens, e desta forma existem mais mulheres nesta faixa etária do que homens (TRINDADE, 2001). A maioria dos entrevistados possui curso superior ou equivalente com 48% dos 50 entrevistados. Com ensino médio ou equivalente aparecem 36% dos entrevistados e com ensino fundamenta ou equivalente aparecem 16% dos entrevistados. Desta forma, podese constatar que a maior parte dos entrevistados possui nível superior. Ao se comparar estes dados, com a constatação de Rauchbach, (1990) ao pesquisar idosos, pode-se perceber que o nível cultural mais elevado faz com que o idoso 8 tenha mais conhecimento sobre os benefícios que a prática de atividades físicas proporciona (p. 89). Em relação aos recursos econômicos, pode-se perceber que a maioria dos entrevistados vive relativamente bem. Dos dez entrevistados que recebem entre dois e cinco salários mínimos, quatro possui ensino fundamental, dois ensino médio e quatro ensino superior. Dos quatorze que recebem entre cinco e dez salários mínimos, oito possuem ensino fundamental e seis possuem ensino médio, dos quatro que recebem onze e quinze salários mínimos, dois possuem ensino médio e dois ensino superior, dos que recebem entre dezesseis e vinte salários mínimos, quatro possuem ensino médio e quatro possuem ensino superior. Uma constatação interessante, e que deve ser ressaltada, é o fato de todos os entrevistados que possuem renda familiar acima de 20 salários mínimos possuírem nível educacional superior, e de nenhum dos entrevistados receber um salário mínimo. Quando perguntados há quanto tempo praticavam atividades físicas pode-se observar que a grande maioria dos idosos já esta engajado há muito tempo na atividade física. Ao se analisar a freqüência dos sujeitos e seu engajamento observa-se a existência de sete idosos 14% que praticam atividade física há menos de um ano, depois entre 1 e 5 anos aparecem 17 idosos 34% que estão engajados na práxis de atividade física, entre 6 e 10 anos aparecem 7 idosos 14% que praticam atividade física durante estes anos, entre onze e 20 anos temos um total de 8 pessoas 16%, e com mais de 20 anos de prática de atividades físicas aparecem 10 pessoas 20% dos idosos. Quando perguntados sobre quantas vezes por semana os idosos praticavam atividades físicas observou-se, que em sua maioria praticavam atividades físicas mais de três vezes por semana com 23 dos cinqüenta entrevistados. Três vezes por semana é praticada por 8 sujeitos, duas vezes por semana, por 17 dos entrevistados e uma vez por semana aparecem apenas dois dos entrevistados. Fleck e Kraemer (1999) afirmam que idosos que praticam atividades físicas três ou mais vezes por semana adquirem melhores resultados nos benefícios que a prática de tal atividade pode trazer ao idoso, do que aqueles que praticam atividades físicas menos de três vezes por semana. Ao se comparar os dados referentes a periodicidade semanal, pode-se constatar, também, pelos números citados que os idosos em sua maioria integraram a atividade física como habito diário em suas vidas. O habito de praticar atividades físicas regular traz uma serie de benefícios físicos e psicológicos para os adultos mais velhos (MOREIRA, 2002). 9 Pode-se observar que ao serem questionados sobre qual o tipo de atividade física que o idoso pratica, a grande maioria pratica mais de um tipo de atividades físicas. É importante salientar que alguns dos entrevistados praticam mais de um tipo de atividades. Desta forma podemos ver que grande parte deles além de fazer atividades como dança, por gostarem de dançar, praticam a caminhada por acham importante como um meio de manutenção da saúde do idoso. Ao serem questionados, através de uma questão aberta, sobre que tipo de atividades físicas que praticavam.. Entre as modalidades que mais aparecem vemos uma maioria de praticantes de ginástica, com 26 praticantes, depois aparece a caminhada, com 22 praticantes, 19 praticam alongamentos, depois cita-se a dança e a hidroginástica, e com um número menor de respostas aparecem yoga com 3 praticantes, natação com 2 e namastê com um praticante. Questões relacionadas à questão central da investigação Neste item são apresentadas as informações referentes ao questionário, que é compostas de perguntas abertas e fechadas, e que procura identificar quais os aspectos mais importantes que fazem com que idosos se engajem em uma rotina de exercícios físicos, bem como os benefícios que estes idosos sentem em relação a esta prática. Quanto ao interesse: Quando perguntados sobre se gostavam ou não de praticar atividades físicas, teve-se a oportunidade de se verificar que a grande maioria, isto é48 sujeitos (96%), afirmam gostar de praticar atividades físicas, apenas dois (4%), informaram que não gostam (GRÁFICO 1). 50 40 30 sim não 20 10 0 gosta não gosta 10 GRÁFICO 1: Caracterização da amostra de acordo com o gosto ou não pela prática de atividades físicas. Tabela 1– distribuição das razoes pelas quais os sujeitos justificam o gosto pelas atividades físicas. A freqüência de respostas Razões Freqüência % Saúde 14 13% Qualidade de vida 26 24% Relação com o grupo 4 3,77% Condicionamento físico 30 28,30% Lazer 2 1,88% Psicológico 18 17% Desempenhar tarefas do dia a dia 8 7,54% Estética 2 1,88% Recomendação médica 2 1,88% Total 106 Observou-se a existência de quatro variáveis que se destacaram dentre aquelas informadas pelos entrevistados. A primeira variável diz respeito ao condicionamento físico, onde apareceram 30 respostas relacionadas a este aspecto. Fleck e Kraemer (1999), afirmam que o idoso ao passar dos anos apresenta perdas significativas no condicionamento físico e que muito tem se feito para a prevenção ou reversão dessas perdas, e afirmam ser a atividade física um meio eficaz de melhorar a condição funcional do idoso o que melhora seu condicionamento físico. A variável que se seguiu ao condicionamento físico, nos relatos dos idosos foi relacionada à melhoria da qualidade de vida do idoso, com 26 respostas neste sentido. Pode-se entender, no sentido amplo, por qualidade de vida conforme Moreira (202 p. 35). Aplica-se ao individuo aparentemente saudável e diz respeito ao seu grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram: moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/realização profissional, vida sexual e amorosa, relacionamento 11 com as outras pessoas, liberdade autonomia e segurança financeira. Guiselini (2006) considera qualidade de vida ter uma vida ativa, saudável e prazerosa. Em terceiro lugar salientou-se a variável saúde, que pode ser entendida como um estado de bem estar, que envolve aspectos físicos e mentais além de sociais, e ao contrário do que muitos acreditam ser saúde, ela não é apenas a falta de doença, mas sim estes aspectos anteriormente citados. Segundo Gallahue (2002), a atividade física é um importante meio para a manutenção de uma boa saúde, ao afirmar que as características de estilos de vida fisicamente ativos são um elemento chave na busca de um envelhecimento bem sucedido, ajudando na manutenção da saúde. E desta forma, o valor de permanecer fisicamente ativo a idade adulta não deve ser subestimado. Com esta afirmação de que a vida fisicamente ativa é um fator importante para a manutenção da saúde, pode-se relacionar com o que diz Foss; Keteyiam ( 2000, p. 367), sobre os benefícios da atividade física para a saúde dos idosos que afirma que Adultos mais velhos também podem ser beneficiados por um programa de atividade física regular. Vários estudos mostram que o exercício reverte ou retarda as modificações na aptidão cardiorrespiratória, na função pulmonar, e na função dos músculos esqueléticos, melhorando assim a sua saúde. Outro importante aspecto que apareceu de maneira significativa, foram os relatos sobre as melhoras no aspecto emocional ou psicológico, como o fato de amenizar o stress, de se sentir mais alegre, e com vontade de viver entre outros. Moreira (2002), relaciona esta melhora de caráter psicológico e emocional à pratica de atividades físicas ao destacar que a atividade física em curto prazo pode trazer um relaxamento, redução do stress e da ansiedade, melhora o estado do humor, e a longo prazo, trazer benefícios como o bem-estar geral, pois beneficia quase todos os aspectos de funcionamento psicológico. Ajuda a melhorar a saúde mental, pois o exercício regular pode trazer uma série de contribuições no tratamento de enfermidades mentais como neuroses, depressão e ansiedade. Outra variável que apareceu de forma significativa, foi o interesse dos idosos em praticar atividades físicas para melhorarem o seus desempenhos ao praticarem tarefas de seu dia-a-dia. É destacado por Gallahue (2001), que o idoso apresenta perdas motoras significativas em relação ao seu desempenho motor, Fleck e Kraemer (1999), destacam que ocorre diminuição na força muscular a medida que a pessoa vai envelhecendo. Entretanto afirmam que a atividade física regular exerce um papel fundamental na melhora de aspectos físicos, como força e flexibilidade, o que torna mais amena esta situação de perdas 12 relacionadas à idade. Mas eles destacam, também, que adultos mais velhos que não praticam atividades físicas têm mais dificuldade em desempenhar tarefas de seu dia-a-dia, enquanto que os adultos mais velhos que participam de atividades físicas regulares possuem maior facilidade em desempenhar tais tarefas. Uma outra razão informada pelos sujeitos foi o convívio com o grupo de praticantes e com pessoas diferentes, como fator importante para que idosos pratiquem atividades físicas. Nicola (1996) destaca que os idosos por terem sofrido perdas no decorrer de suas vidas, como a aposentadoria, entes queridos, além de outras, possuem uma necessidade de se relacionarem com outras pessoas para se sentirem atuantes e participantes dentro de um contexto social. Observou-se que, com menos importância entre este grupo de entrevistados aparecem aspectos relacionados a indicações médicas, ao lazer e a estética, com apenas dois entrevistados cada. Com relação à caracterização da amostra de acordo com os que responderam ao questionário e não gostam de praticar atividades física, apenas um entrevistado respondeu que não gostava, e a razão para não gostar é o Comodismo, isto é, falta de determinação, de vontade, de priorizar em se envolver na pratica de atividades físicas. Quanto aos motivos que levam o idoso a praticar atividades físicas Quando perguntados sobre o que levou o idoso a praticar atividades físicas, teve-se a oportunidade de se verificar que o principal motivo foi a qualidade de vida, seguindo-se a busca por uma melhora na saúde, depois vêm a recomendação médica e para amenizar o stress. Surge, também, após pelo prazer que tal atividade propicia, seguido de aspectos como relacionamento com o grupo, melhora da postura, ficar mais ativo e melhorar a auto estima. Rauchbach (2005), destaca em seus estudos a importância da adoção de hábitos que influenciem favoravelmente a qualidade de vida. Modificar hábitos nocivos e incorporar condutas ou comportamentos saudáveis proporcionará a essa etapa de vida o máximo de bemestar. TABELA 2: Caracterização da amostra de acordo com os motivos que levam o idoso a praticarem atividades físicas. 13 FREQUENCIA DE RESPOSTAS POR SEXO VARIÁVEL MASCULINO FEMININO TOTAL Qualidade de vida 4 17 21 Ficar mais ativo 1 5 6 Auto estima 1 5 6 Melhorar a postura 2 4 6 Relacionamento com o grupo 3 5 8 Prazer 2 8 10 Necessidade 2 7 9 Condicionamento físico 5 3 8 Recomendação medica 1 11 12 Amenizar o stress 2 10 12 Manutenção da saúde 6 12 18 Nota-se, no levantamento dos motivos que levaram os idosos a praticarem atividades físicas que a maioria busca uma melhoria na qualidade de vida através da atividade física. É importante salientar que esta tabela se refere à questão quatro, que perguntou aos idosos, o que o levou este idoso a praticar atividades físicas. E por se tratar de uma questão aberta, alguns colocaram mais de um motivo. Então, o principal motivo que leva o idoso a praticar atividades físicas é a busca pela qualidade de vida, que é entendida por Corazza (2002), como a busca por melhorias de aspectos fisiológicos, psicológicos, espirituais, profissionais, e espiritual. E a atividade física age diretamente em pelo menos dois destes aspectos, pois como já foi visto a atividade física acarreta em melhoras fisiológicas e psicológicas. Depois aparece um numero significativo de entrevistados afirmando que buscou praticar atividades físicas pelas melhorias que se pode adquirir ao participar de atividades físicas regulares. Este fator de melhoria da saúde pode também estar relacionado à melhoria na qualidade de vida do idoso, como pode-se observar em Moreira (2002), quando destaca que a atividade física traz melhorias significativas na saúde dos indivíduos, e que é um fator 14 fundamental na manutenção de uma vida saudável contribuindo assim para a qualidade de vida do idoso. Quanto à aquisição dos resultados: Quando perguntados se atingiram ou não os resultados com a prática de atividade física, dos 50 entrevistados apenas um mencionou que ainda não tinha atingido os resultados referentes à pratica de atividades físicas, alegando estar a pouco mais de um mês engajado na prática de atividades físicas regulares. Mas é importante salientar, que a pessoa que colocou que ainda não atingiu os resultados acredita que vai atingir se continuar engajado em tal prática. ATINGIU OS RESULTADOS COM A ATIVIDADE FÍSICA GRAFICO 2: distribuição da amostra de acordo com os resultados atingidos, com a prática de atividades físicas. 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 n ã o a tin g iu a tin g iu n ã o a tin g iu o s r e s u lta d o s a tin g iu o s r e s u lta d o s Dos entrevistado, 49 pessoas responderam que já atingiram os resultados com a prática de atividades físicas regulares. Apenas um entrevistado respondeu que não atingiu os resultados esperados e o motivo atribuído foi há pouco tempo engajado em uma pratica de atividade física regular. Moreira (2002), destaca que as grandes maiorias dos idosos sentem-se melhor depois de iniciarem a praticar algum tipo de atividade física, e esta melhora, tanto física quanto psíquica contribui para que este idoso sinta-se motivado a continuar engajado na atividade. 15 Quanto se sentir melhor com a pratica de atividade física: Quando perguntados como se sentem hoje em relação ao período em que não praticavam atividades físicas, teve-se a oportunidade de se verificar que a grande maioria dos idosos sentem-se melhor do que antes, e apenas alguns poucos relataram outros motivos ou que se sentem pior depois que agregaram a atividade física em suas vidas. 45 40 35 30 o u tr o p io r ig u a l m e lh o r 25 20 15 10 5 0 o u tr o p io r ig u a l m e lh o r GRÁFICO 3 – distribuição dos entrevistados de acordo com a melhora adquirida em relação ao período em que não praticava atividades físicas. Dos entrevistados, quarenta e dois (42) responderam que se sentem melhor em relação ao período em que não praticavam atividades físicas. Dois (2) falaram que se sentiam pior em relação ao período em que não praticavam atividades físicas, e o motivo que fez com que estes entrevistados se sintam piores é que ambos sentiam dores, e relacionavam estas dores à prática de atividades físicas. E dois (2) indicaram outros fatores, justificando pouco engajamento na prática de atividades físicas regulares, e que desta forma não poderiam perceber tal melhora em tão pouco tempo, acreditavam que iriam se sentir melhor com a atividade física. Em um item desta questão que perguntava, para os entrevistados que responderam que se sentiam melhor na questão anterior, se esta melhora os motivava a continuar engajado na prática de atividades físicas. Foi, então, uma unanimidade nas respostas, com 42 dos 42 16 que responderam sim na questão 6 afirmando que esta melhora os motivam a continuarem engajados em atividades físicas. Este, então, é um importante aspecto a ser relatado, conforme Duarte (1999), a atividade física proporciona ao idoso além de melhoras em aspectos funcionais e biológicos uma série de melhoras psíquicas e sociais, o que faz com que o idoso sinta-se mais ativo, atuante, participante, alegre entre outras, o que pode trazer muitos benefícios para a qualidade de vida destas pessoas. Quanto aos que se sentiam pior , pode-se observar alguns detalhes dos tipos de atividades que estas pessoas praticavam. E, ao observar que tipo de atividades físicas os entrevistados que se sentem pior praticando, pôde-se constatar que eles praticavam mais de um tipo de atividades físicas, ambos praticavam caminhadas e abdominais em casa e eram do sexo feminino. Neste sentido, Carvalho (2002) ressalta que é de fundamental importância avaliar as condições dos idosos que vão praticar atividades físicas, e destaca também que a atividade física para este grupo de pessoas deve ser orientada de maneira muito cuidadosa, respeitandose as suas limitações. Então, ao se observar o fato de ser importante uma orientação adequada no sentido de proporcionar o bem estar do individuo que pratica atividades físicas, e se pode relacionar talvez estas dores sentidas por estes entrevistados à falta de orientação adequada, pois ambos praticavam abdominais e caminhada de maneira não orientada. Quanto ao desempenho de tarefas do dia a dia: Esta melhora no desempenho de tarefas do dia a dia relacionadas à atividade física foi ressaltada no decorrer da pesquisa por vários autores. Gallhue (2002), afirma que os idosos, ao praticarem atividades físicas conseguem melhoras importantes na sua motricidade, bem como no funcionamento de seus sistemas, fortalecendo os ossos e músculos, aumentando a sua agilidade e mobilidade, o que pode ajudar na melhora do desempenho de tarefas do dia a dia, como deitar e levantar, erguer um objeto, entre outros. Salin (2006), em seus estudos constatou que os idosos que praticam atividade física têm uma baixa tendência a estados depressivos e uma melhor percepção da sua capacidade funcional, ou seja, maior autonomia nas atividades da vida diária. Neste aspecto a atividade física é um componente importante na saúde do idoso, visto seus benefícios biopsicossociais. 17 Para se compreender melhoro os benefícios da pratica de atividades físicas no que diz respeito a qualidade de vida, podemos citar os estudos de Ferketch (1998), que observou em sua pesquisa que o treino de força, combinado ao treino de endurance, mostrou ser favorável a adaptações cardiovasculares, neuromusculares e resistência a fadiga. E, destaca que tais resultados evidenciam que essas melhoras no condicionamento físico têm efeitos diretos em relação a independência para o desempenho de atividades diárias em idosos Fleck e Kraemer (1999), que estudam os benefícios que a atividade física, mais especificamente a musculação, acarreta no idoso destacam que os ganhos em força relacionados a programas de atividade física para idosos ajudam este grupo de pessoas no desempenho de suas tarefas da vida diária. Moreira (2002), relaciona os benefícios de ordem física e biológica, como ganho de massa muscular, e melhora nas funções cardiorrespiratória, a uma melhora na saúde destes adultos mais velhos. E atribui as melhorias que ocorrem com estas pessoas no desempenho de tarefas de seu dia a dia a estas melhorias. Outro que destaca os benefícios que a atividade física acarreta no desenvolvimento de tarefas do dia a dia do idoso é Foss e Keteyian (2000) que afirmam que melhoras na força muscular, bem como melhorias na resistência física dos idosos relacionados com o engajamento desse grupo de indivíduos em atividades físicas regulares acarretam num melhor desempenho das tarefas da vida diária. 45 40 35 30 25 n ã o resp o n d eu não sim 20 15 10 5 0 não resp o n d e u não s im GRÁFICO 4 – Distribuição da amostra de acordo com a melhora no desempenho de atividades de seu dia a dia. Dos cinqüenta entrevistados, dois (2) não responderam, e nem colocaram as razoes por não terem respondido; dois (2), responderam que não se sentiam melhor para 18 desempenhar tarefas de seu dia a dia, e o motivo que ambas atribuíram foi o pouco tempo que estavam engajados em tal prática, um mês e dois meses. Uma ampla maioria dos entrevistados relatavam que se sentiam melhor para desempenhar tarefas de seu dia a dia, perfazendo um total de quarenta e seis (46). Quanto aos aspectos mais importantes que conduzem os indivíduos a praticarem atividades físicas, podê-se considerar como sendo o mais importantes de acordo com o que se pode observar na tabela a seguir. TABELA 3 – Caracterização da amostra de acordo com os fatores mais importantes que conduzam a pratica de atividades físicas. Fatores Ordem de importância Ordem de importância 1 2 3 4 5 6 7 22 1 2 -- 1 1 -- Resistência física 8 4 7 1 -- -- 1 Melhoria psicológica -- 5 -- 4 -- -- 2 Convívio com outros 8 1 1 1 1 1 -- Qualidade de vida -- 2 -- 6 -- -- -- do dia a dia 1 -- 4 -- -- -- -- Estética 1 2 -- 2 1 -- 1 Melhorar a motricidade -- -- 2 1 -- 1 -- Agilidade 1 4 2 -- 1 -- -- Estima corporal -- -- -- -- 1 -- -- Lazer -- 4 -- -- -- -- -- Professor -- 2 -- -- -- -- -- Lateralidade -- -- 1 3 -- -- -- Qualidade do sono -- -- 1 -- 2 -- -- Diminuir dores articulares 8 -- -- 1 -- -- -- Manter o peso 1 4 -- -- -- -- -- Mais disposição -- 4 -- -- -- -- -- Melhorar a postura -- 4 -- -- -- -- -- Amenizar a osteoporose -- -- 2 -- -- -- -- Saúde Desempenho de tarefas 19 Esta questão, que demonstra a importância que os gerontes atribuem para a condução dos mesmos a prática de atividade física, e que foi formulada da seguinte forma, de acordo com o grau de importância atribua um valor de 1(um) a 6(seis), sendo 1 o mais importante, 2 o segundo mais importante, 3, 4, 5 e 6 os seguintes. Os idosos em sua maioria consideram a saúde com 22 dos 50 idosos atribuindo o numeral 1 como sendo o fator mais importante. Depois observa-se as melhorias psicológicas com 5 pessoas atribuindo o numeral 2 a este fator. Em terceiro aparece a melhora na resistência física, com 7 pessoas atribuindo o numeral 3 para este fator. A seguir cita-se a melhora na qualidade de vida com seis pessoas atribuindo o numeral 4 para este fator. O quinto aspecto, com duas pessoas atribuindo o numeral 5 para este fator é a melhora na qualidade do sono. E o sexto aspecto, foi a estética, com uma pessoa atribuindo o numeral 6 para este fator. Vários autores relatam que a atividade física é um hábito que deve estar presente na vida de todos, e no idoso não é diferente. Desta forma, podemos destacar os benefícios que tal prática traz a saúde, e por ser a saúde um objetivo importante para ser alcançado pelo idoso, o mesmo, procura se engajar em atividades físicas regulares. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A problemática da investigação foi analisar os fatores que motivam os idosos a praticar atividades físicas regularmente. Para isto, observou-se fatores como a saúde, a qualidade de vida, o gosto ou não pela pratica de atividades físicas. E o que se pode constatar com a analise da discussão dos resultados, foi que a estética não é priorizada pelos idosos com idade superior a 60 anos, pois o que mais preocupa estas pessoas são os benefícios, como melhora na locomoção, na força muscular e saúde física e mental, que junto com outros fatores como a convivência com outras pessoas, ajudam o idoso a alcançar uma boa qualidade de vida. Desta forma foi constatada que os três aspectos mais importantes que conduzem os idosos a se engajarem na prática de atividades físicas foi a saúde, as melhorias de caráter emocional e psicológico, além de melhorias na resistência física. Desta forma, a atividade 20 física, agregada com outros cuidados que o idoso deve ter, pode ser uma boa maneira de se ter uma melhora significativa na qualidade de vida dos adultos mais velhos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFONSO, Anabela. A pessoa idosa na cidade do porto – Programa: “No Porto a Vida é Longa”. IN: SEMINÁRIO A QUALIDADE DE VIDA NO IDOSO. O papel da actividade física, 1999, Porto. Acta do Seminário. Porto: Universidade do porto, 1999. BARREIROS, João. Percepção, ação e envelhecimento. IN: Guedes, Onacir Carneiro (org). Idoso, esporte e atividades físicas. João Pessoa: Idéia, 2001. BARROS, Turíbio e GHORAYEB, Nabil. O exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 2000. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1999. CARVALHO, Joana. Aspectos metodológicos no trabalho com idosos. IN: SEMINÁRIO A QUALIDADE DE VIDA NO IDOSO. O papel da actividade física, 1999, Porto. Acta do Seminário. 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