UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AVALIAÇÃO DO ARRANJO DAS RPPN DO ESTADO DO GOIÁS Trabalho de Pesquisa apresentado na I Jornada Científica da Engenharia – NUPENGE, UCG em 23 de setembro de 2003. Autores: Erides Campos Antunes Eliane Carvalhaes Pereira Lorena da Silva Alves Raquel de Fátima Boaventura GOIÂNIA 2003 1 AVALIAÇÃO DO ARRANJO DAS RPPN DO ESTADO DO GOIÁS Erides Campos Antunes Eng. Florestal, Prof. da UCG e Doutorando CIAMB/UFG Eliane Carvalhaes Pereira Estudante de Engenharia Ambiental, Universidade Católica de Goiás (UCG) Lorena da Silva Alves Estudante de Engenharia Ambiental, Universidade Católica de Goiás (UCG) Raquel de Fátima Boaventura Eng. Florestal e Analista Ambiental IBAMA/GO 2 SUMÁRIO 01 INTRODUÇÃO 02 02 OBJETIVOS 03 03 JUSTIFICATIVAS 04 04 METODOLOGIA 05 05 ASPECTOS LEGAIS 06 06 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E RESULTADOS 08 6.1 ASPECTOS GERAIS 08 6.2 ESTADO AMBIENTAL DAS RPPN’s 18 6.2.1 Reservas onde ocorrem ou estão destinadas a atividades de ecoturismo 18 6.2.2 Destinadas principalmente à preservação ambiental 22 6.2.3 Presença de atividades não previstas pelo SNUC 24 6.2.4 Reservas em análise de suas condições atuais 24 07 CONCLUSÃO 25 08 BIBLIOGRAFIA 26 3 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 Quantidade e área relativa de RPPN em Goiás, por município Quadro 01 RPPN’s do Estado de Goiás, por áreas (ha), ano de criação e área de interesse Figura 02 Quantidade e área relativas de RPPN por região de interesse em Goiás Figura 03 Detalhes de RPPN em áreas demarcadas para Corredor Ecológico Paraná-Pirineus Figura 04 Distribuição das UC’s no Estado de Goiás Figura 05 Distribuição de RPPN no Entorno do Distrito Federal Figura 06 Distribuição de RPPN no Entorno de Goiânia/Anápolis Figura 07 Áreas e quantidades relativas de RPPN registradas por ano em Goiás Quadro 02 Análise da condição de uso das RPPN´s no Estado de Goiás 09 11 12 13 15 16 16 17 18 LISTA DE SIGLAS APA APP CDB CDCMAM CREA/GO DF ECODATA FNMA FUNATURA IBAMA IBAMA/GEREX/GO IBDF INCRA ITR MMA MST ONG PE PNCV REPAN’s RPPN SLOSS SNUC UC UCG UFG UICN UNESCO Área de Proteção Ambiental Área de Preservação Permanente Convenção sobre Diversidade Biológica Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias Conselho Regional de Eng. Arquitetura e Agronomia de Goiás Distrito Federal Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação Fundo Nacional de Meio Ambiente Fundação Pró-Natureza Instituto Brasileiro de Meio Ambiente IBAMA – Gerência Regional de Goiás Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Imposto Territorial Urbano Ministério de Meio Ambiente Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Organização Não Governamental Parque Estadual Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros Refúgios Particulares de Animais Nativos Reserva Particular do Patrimônio Natural Single Large or Several Small Sistema Nacional de Unidades de Conservação Unidade de Conservação Universidade Católica de Goiás Universidade Federal de Goiás União Mundial para Conservação da Natureza United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization 4 AVALIAÇÃO DO ARRANJO DAS RPPN NO ESTADO DE GOIÁS Antunes, E.C.1; Pereira, E.C.2; Alves, L.S. 2 Boaventura, R. F3. RESUMO As 42 RPPN’s do Estado de Goiás foram reconhecidas pelo IBAMA, conforme a aleatoriedade dos requerentes qua nto à localização de uso, logo, gerando a necessidade de organização destes dados para embasar medidas a serem tomadas. Para a organização dos dados, várias ações foram empreendias: consulta aos processos de regularização das RPPN’s, participação em eventos, realização de sobreposição de cartas georreferenciadas e estabelecimento de padrões para a classificação das condições de uso, com consulta a técnicos que realizaram os laudos. As RPPN’s foram divididas em cinco regiões de interesse: Entorno do PNCV (10), entorno do DF (16), entorno de Goiânia e Anápolis (8), Sudoeste Goiano (2) e Vale do Araguaia (3). Não houve acesso aos processos de reconhecimento e laudos técnicos de três UC’s. Na analise das outras 39 RPPN’s, foi feita uma divisão em três grupos, de acordo com a sua principal destinação: 22 destinadas principalmente ao ecoturismo, quinze à preservação e duas com atividade não previstas no SNUC. Quanto ao estado de uso, foram encontradas uma em excelente, três em ótimo, 27 em bom, seis em satisfatório e duas em deficiente. Verificou-se que a maior parte das Unidades estão localizadas em locais de condições ambientais fragilizadas e na circunvizinhança de outras categorias de UC’s, sendo este um fato positivo, necessitando, porém de criação de novas RPPN’s em ecorregiões ainda desprovida de formas de conservação permanente. Foi estudada a importância de se manter o programa de RPPN para conservação da diversidade biológica, discutida a questão de lucros do proprietário do imóvel onde esta a RPPN e a necessidade de maior investimento do IBAMA no programa, inclusive com geração de padrões de vistoria. 1: Eng. Florestal, Prof. da UCG e Doutorando CIAMB/UFG 2: Estudante de Engenharia Ambiental, Universidade Católica de Goiás (UCG). 3: Eng. Florestal e Analista Ambiental IBAMA/GO 5 01 INTRODUÇÃO Há necessidade de se garantir as conectividades dos biomas brasileiros, devendo destacar e valorizar os fragmentos das ecorregiões, garantir a estabilidades dos centros dispersores, favorecer o desenvolvimento da dinâmica das espécies, manter a zonas ecotonais, fortalecer a capacidade de resiliência em cada nicho ecológico, viabilizar as eco-paisagens e estabelecer o desenvolvimento sustentável. Para isso, medidas necessitam serem tomadas e ações necessitam serem executadas, todas referendadas em conhecimento técnico científico que valorizem os remanescentes de vegetação nativa. Entre estas medidas, a mais premente é a conservação dos fragmentos do bioma cerrado utilizando procedimentos legalmente instituídos, seja através de políticas ambientais e ações que garantam a redução da transformação de dosséis nativos em áreas de uso alternativo do solo, que evidenciem as Áreas de Preservação Permanente (APP) e as Reservas Particulares das propriedades rurais, seja adotando categorias legitimadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)1. DOUROJEANI (2000) cita trabalho do Ministério de Meio Ambiente (MMA, 1998) onde há reconhecimento que nenhum dos cinco biomas brasileiros está bem representado no SNUC, principalmente quando analisados por conhecimentos taxonômicos, biogeográficos e de geoprocessamento. Importante alternativa são as Unidades de Conservação (UC), previstas pelo SNUC, divididas em dois grandes grupos (Proteção Integral e Uso Sustentá vel), destacando-se as Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN)2 que apresentam, por condição legal, características de Unidades do grupo Proteção Integral, por restringir extrações em seu interior, mas encontram-se locadas no grupo de Uso Sustentável por serem de domínio particular (BENJAMIN, 2002). Apresentam também característica de serem as únicas categoria de UC’s que podem ser criadas por ato voluntário. Neste aspecto, este trabalho procurou analisar com maior detalhamento as características e o arranjo das RPPN’s no Estado de Goiás, que já são 42 (10,71%) das 392 reconhecidas no Brasil (ECODATA, 2003; MMA, 2003a; IBAMA, 2003a). Nove unidades cujos processos de reconhecimento se encontram em análise junto ao IBAMA, mostram que alcançaram re levante aceitação dos proprietários de imóveis rurais e urbanos, que viram, nesta categoria de UC, formas de garantir a preservação in situ de remanescentes diferenciados de suas propriedades, associados a outros interesses econômicos. ________________________________________________________________________ 1 2 . SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei N. 9.985, de 18 de julho de 2000, que regulamenta o artigo 225, § 1o. incisos I, II, III e VII da Constituição Brasileira. Publicada no DOU Seção I em 19.07.2000. . RPPN , Art. 21 da Lei N. 9.985/00, § 1, 2 e 3. 6 As características estocásticas e a inevidência de motivos reais para criação das Reservas relatados nos processos, reforçaram a observação das características de funcionamento destas UC’s, onde se detectou que a razão maior, de quase todas, é o incremento e valorização de aspectos turísticos em propriedades rurais. Foram então estabelecidas condições para análise do “estado de conservação” de cada UC, com seleção de cinco condições de uso: excelente, ótimo, bom, satisfatório e deficiente. A Política Nacional de Biodiversidade, coordenada pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério de Meio Ambiente (MMA), procurando dinamizar os compromissos assumidos ao assinar Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em específico o Art. 8o., que trata principalmente de áreas protegidas in situ, determina especial atenção para as UC’s privadas, necessitando porém de ações práticas para corroborar esta ação. Desta forma, este traba lho procura reunir dados para incrementar os interesses e torná-los medidas práticas. Outra situação que necessita de melhor análise é o aspecto do envolvimento de lucros para o proprietário rural, direta ou indiretamente. Em primeira análise, trata se de uma solução benéfica, tendo em vista a necessidade de maior número de UC’s e de melhores manejos das Unidades reconhecidas, devendo para isso, haver intenso acompanhamento, para medir os níveis de utilização. Foram detectadas, entre as RPPN’s analisadas, apenas uma em excelente estado de conservação, três estavam em ótimo, 27 em bom, seis em satisfatório e duas em deficiente estado de conservação. Logo, há necessidade de o órgão oficial responsável pelo gerenciamento desta categoria de UC, determinar iniciativas, campanhas e orientações aos proprietários. 02 OBJETIVOS . Analisar as condições em que se encontram as RPPN’s no Estado de Goiás, com base em dados dos processos de reconhecimento e informações com entidades ou administradores de Reservas; . Plotar todas as RPPN’s, em carta georeferenciada do Estado de Goiás, servindo como base para análise de arranjo no Estado; e . Analisar a função das RPPN’s em relação às demais UC’s. 7 03 JUSTIFICATIVAS Considerando que é vantajosa para a biodiversidade e para o meio ambiente como um todo a existência de RPPN’s, verificou-se que vários trabalhos técnicos e científicos tratam da questão de forma superficial, principalmente por inexistirem caracterizações e quantificações atualizadas de dados que já são de domínio público e de conhecimento amplo em ambientes técnicos e acadêmicos. Verificou-se também que sobre esta categoria ainda não foi feita uma discussão minuciosa de procedimentos a serem ampliados pelos Órgãos Oficiais, para que sejam maximizadas as ações de preservação nas unidades existentes, de criação e de referendamento de outras. Observou-se ainda que a dinâmica no processo faz com que os dados trabalhados enfocando formas de usos e quantificações, necessitem de atualizações,em curto espaço de tempo. Talvez, por isso, este trabalho contempla informações detalhadas que precisam ser divulgadas e que dificilmente se encontram disponibilizadas. As visitas a campo foram poças, envolvendo apenas algumas unidades e não houve possibilidade de tabula r os dados coletados. Assim, este trabalho procurou congregar estas informações de forma a padronizar a caracterização da situação atual a partir da tabulação cientifica dos dados coletados. É oportuno ressaltar que os laudos técnicos do IBAMA são realizados por técnicos de formações variadas que, para valorização de suas atividades, acrescentam importantes informações aos processos, porém sem um padrão único para todas as unidades. A plotagem em carta georreferenciada estabelece condições para análise detalhada das influências das RPPN’s em relação às demais UC’s do Estado de Goiás, assim como da importância para proteção de fitofisionomias diferenciadas do bioma cerrado. A locação das RPPN’s também se justifica ao estabelecer a relação destas com os Corredores Biológicos3 e Reserva da Biosfera 4 programados para o bioma cerrado, que certamente comporão procedimentos de implantação destes formatos de conservação. 3 . Corredores Biológicos definidos como área de ligação entre zonas protegidas e áreas com biodiversidade importante, afim de contrapor-se à fragmentação dos habitats. (Corredores Biológicos, 2003). 4 . Reserva da Biosfera que são áreas escolhidas pelo país e aprovadas pela UNESCO, que comporta uma coleção representativa da diversidade biológica e seus biomas. É uma rede mundial para proteger áreas expressivas da biosfera. (MMA, 2002). 8 04 METODOLOGIA Para elaboração deste trabalho, foram realizadas consultas aos processos de reconhecimento das RPPN’s junto à Gerência Executiva do IBAMA/GO, visitas a algumas RPPN’s e participação em eventos como: Prêmios concedidos pelo IBAMA aos proprietários de unidades de maior destaque ambiental e encontros promovidos pela ECODATA/FNMA visando o treinamento para elaboração de seus Planos de Manejo. Também foram buscadas informações que as associem com a legislação existente e evidenciem suas condições ambientais atuais, considerando o motivo de criação (conforme parecer técnico e dados do requerimento), o estado de conservação interno e nas áreas circunvizinhas, as atividades desenvolvidas na área e na propriedade, antropizações ocorridas após o reconhecimento, a situação dos aspectos relevantes e eventuais conflitos na Reserva. A análise do arranjo das RPPN’s constou inicialmente da plotagem de todas as unidades federais, estaduais e municipais em carta georeferenciada. A criação de Layers favoreceu a análise de sobreposições de unidades e a comparação entre diferentes categorias previstas pelo SNUC, a Reserva da Biosfera e os Corredores Biológicos, sendo inclusive analisadas as proximidades e possibilidades de influência nas UC’s municipais. O próximo passo desta pesquisa será estabelecer modelos matemáticos para mapear e discutir as relações entre estas UC’s. Considerando a realidade operativa e os dados encontrados, procedeu-se à divisão da localização das RPPN em cinco grupos, no Estado de Goiás, que são: Entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), Entorno do Distrito Federal (DF), Entorno de Goiânia e Anápolis, Sudoeste Goiano e Vale do Araguaia. Ver figura 04. Em cada região, foi realizada uma análise sobre a sobreposição de UC’s e a existência de programas locais ou nacionais para conservação das áreas existentes ou de incentivo à criação de novas áreas. Nas RPPN’s foram pesquisadas formas de gerar um padrão para análise da condição ambiental destas áreas. Mesmo com informações empíricas, foi possível estabelecer os seguintes padrões: - Excelente estado de conservação: quando ocorram melhorias da condição ambiental na área após o reconhecimento da UC, existe aceiro, a área está cercada, não ocorrem animais doméstico e existe interesse de se elaborar plano de utilização; - Ótimo estado de conservação: situação similar à anterior, mas, existe utilização com turismo e algumas medidas de educação ambiental ou manejo necessitam serem melhoradas; - Bom estado de conservação: a Unidade encontra-se sem ações antrópicas adversas ao ambiente local, mas, não houve melhorias da condição 9 ambiental após o reconhecimento, a área está cercada e não ocorrem animais domésticos; - Satisfatório estado de conservação: quando ações antrópicas ou atividades nas áreas circunvizinhas estão influindo na condição ambiental da área de forma adversa e em pequena magnitude. - Deficiente estado de conservação: quando ocorrem ações não previstas pelo SNUC e a qualidade ambiental da área em seus propósitos, está comprometida. 05 ASPETOS LEGAIS Muitos municípios que geograficamente estão mais próximos de Goiânia ou Anápolis, como Corumbá, foram considerados como zona de interesse do Entorno do DF, devido as Unidades existentes nestes estarem totalmente direcionadas e freqüentadas por público do DF. Da mesma forma, reservas localizadas no entorno do PNCV, mesmo estando distantes, são, em sua maioria, de propriedade ou de domínio de pessoas residentes em Brasília ou representam interesses ambientais e turísticos de moradores do DF. Devido à inexistência de cartas precisas ou completas locando todas as RPPN’s e as demais UC’s no Estado, foi necessário buscar formas de organiza-las corretamente, sejam pelas unidades federais, estaduais ou municipais. Este trabalho, complementado com gráficos e quadros, tornou possível traçar diretrizes para a ação do Órgão Ambiental. No Brasil, a RPPN, por ser UC oficial em propriedades particulares, permanecendo as áreas protegidas na posse e no domínio de seus proprietários, é uma condição avançada, mas tiveram diferentes contornos com o tempo. No Código Florestal eram consideradas florestas remanescentes “as que formarem os parques nacionais, estaduais ou municipais; as que abundarem ou se cultivarem espécies preciosos, cuja conservação se considerar necessária por motivo de interesse biológico ou estético bem como as que o poder público reservar para pequenos parques ou bosques de gozo público” 5. Todas as demais florestas eram consideradas florestas de rendimento. As “florestas protetoras” criadas pelo poder público, permaneciam na posse e domínio do proprietário particular e eram inalienáveis sendo consideradas de preservação perpétua. Às vezes, o proprietário obrigava-se, a si e seus herdeiros e sucessores a mantê-las sob o regime legal respectivo. ________________________________________________________________________ 5 . Código Florestal - Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, atualizado pelas Leis nº 5.106 de 02/09/66 e nº nº8.171, de 17/01/1991. 10 O Artigo 17 do antigo Código Florestal de 19346 estabelecia que as florestas eram isentas de qualquer imposto e não determinavam, para efeito tributário, aumento do valor da terra de propriedade privada em que se encontravam. E, no parágrafo único, dizia: “as florestas protetoras determinam a isenção de qualquer tributação, mesmo sobre a terra que ocupam”. Com a nova Lei Florestal5, houve grandes alterações no antigo texto, como a extinção de isenção de impostos.O Artigo 38, onde esta isenção estava prevista ("as florestas plantadas ou naturais são declaradas imunes a qualquer tributação e não podem determinar, para efeito tributário, aumento do valor das terras em que se encontram”) foi logo revogado, pela Lei 5.106/667. Mais tarde a Lei Agrícola 8 dava isenção “de tributação e do pagamento do imposto Territorial Rural às áreas dos imóveis rurais consideradas de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771/65 com nova redação dada pela Lei nº 7.803, de 1989” e ainda complemenva: “a isenção de Imposto Territorial Rural (ITR) estende-se ás áreas da propriedade rural de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declarados por ato do órgão competente federal ou esta dual - e que ampliam as restrições de uso previstas no “caput” deste artigo” 9 Em 1997 houve reivindicações de alguns proprietários rurais do Estado do Rio Grande do Sul que sentiram a necessidade de dar proteção oficial às suas propriedades rurais, face à pressão da caça incidente sobre elas. Diante disso foi editada a Portaria 327/77 do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), criando a modalidade dos Refúgios Particulares de Animais Nativos (REPAN’s). Mais tarde a idéia avançou para não só atender a proteção da fauna, mas também da vegetação e a Portaria nº 327/77-P foi substituída pela Portaria IBDF-P nº 217, de julho de 1998, criando então as Reservas Particulares de Flora e Fauna. A fim de aprimorar estas duas portarias, em 1990 foi editado o Decreto 98.914 que instituiu a RPPN, dizendo em seu Artigo 37: “O proprietário de área que contenha florestas ou outras formas de vegetação natural, não preservadas nos termos desta Lei, poderá gravá-la com perpetuidade, desde que verificada a existência de interesse público pelo órgão competente. O gravame constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis, sob o título de “Reserva Particular do Patrimônio Natural” . 6 . Antigo Código Florestal de 1934, que foi revisado, regulamentado e publicado em forma da Lei nº 4.771 de 1965. . Lei 5.106/66, de 02/09/66, dispõe sobre os incentivos fiscais concedidos a empreendimentos florestais. 8 . “Lei Agrícola” Lei nº 8.171 de 17 de janeiro de 1991. 9 . Lei nº 8.171 de 17/01/1991, Artigo 104. parágrafo único. 7 11 Mais tarde esse Decreto foi atualizado pelo Decreto 192210, que dispõe sobre RPPN como uma “área de domínio privado a ser especialmente protegida, por inicia tiva de seu proprietário, mediante reconhecimento do Poder Público, por ser considerada de relevante importância pela sua biodiversidade, ou pelo seu aspecto paisagístico, ou ainda por suas características ambientais que justifiquem ações de recuperação” (Art 1º) e finalmente eleva as RPPN à condição de UC e a participação do proprietário privado no esforço de sua conservação foi devidamente valorizada. Em 18 de junho de 2000 foi editada a Lei nº 9.985 1, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) estabelecendo “critérios e normas para a criação, implementação, e gestão de unidades de conservação” (Art 1º). As RPPN’s constituem o grupo das Unidades de Conservação de Uso Sustentável que tem como objetivo “compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais” (Art 7º, § 2º). A Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias (CDCMAM), negociou a inclusão de um inciso autorizando, nas RPPN’s, a “extração de recursos naturais, exceto madeira, que não coloque em risco as espécies ou os ecossistemas que justificaram a criação da unidade” (art. 21, § 2o , inciso III da Lei do SNUC). Com isso, a categoria, que havia sido incluída no grupo das UC’s de Proteção Integral, foi transferida, para o grupo das UC de Uso Sustentável. Porém, sendo este inciso vetado pelo Executivo, a RPPN retornou à condição de UC de Proteção Integral, todavia continuando, formalmente, relacionada no grupo das UC‘s de uso Sustentável. 06 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E RESULTADOS 6.1 ASPECTOS GERAIS Em 23 municípios de Estado de Goiás há proprietários que possuem RPPN’s, entretanto, 50% destas unidades encontram-se em apenas quatro municípios, (Figura 01), todos localizados no entorno de UC’s (PNCV e Parque Estadual de Pirenópolis). Todas estão influenciadas pela necessidade turística do Distrito Federal e, em muitos, casos estão diretamente ligadas à atividade. _________________________________________________________________ 10 . Decreto nº 1.922 de 05/06/1996, que dispõe sobre o reconhecimento de RPPN e dá outras providências. 12 No conjunto das 42 RPPN’s do Estado, sobressai principalmente a região de interesse do Entorno do DF com 19 unidades e 3.541,53 hectares (ha), 16,58% do somatório das áreas (Quadro 01). Destacando-se, principalmente, devido aos atrativos turísticos do Parque Estadual (PE) de Pirenópolis e outros locais com pontos de elevado valor cênico. Em Alto Paraíso há nove Reservas (Figura 02). Esta distribuição torna -se importante como zona tampão, assim como, para as UC’s regionais e a implantação dos Corredores Biológicos e da Reserva da Biosfera no bioma cerrado. __________________________________________________________________ Figura 01. Quantidade e área relativa de RPPN em Goiás, por município 0,64 1 Trombas 13,59 1 7,46 1 4,95 1 0,82 1 0,14 1 0,15 1 1,26 1 Palmeiras Área (%) Quantidade (unid.) 10,20 1 0,01 Morrinhos 1 0,03 1 0,06 1 0,07 1 0,02 1 0,01 S.A. Descoberto 1 0,37 1 1,01 1 0,73 2 0,37 Padre Bernardo Cocalzinho Cid. Ocidental 2 1,28 Planaltina 3 6,63 Cristalina 4 6,16 5 44,02 9 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Fonte: Consulta direta aos processos de reconhecimentos de RPPN, IBAMA/GEREX/GO. 13 É conveniente observar, na Figura 1 e no Quadro 01, que na região de interesse entorno do DF, mesmo apresentando maior número de RPPN’s, temos uma média de 186,39 hectares por RPPN, enquanto que na região do Vale do Araguaia temos uma média de 1.851,59 ha por RPPN (26,00% das áreas protegidas por RPPN no Estado), sendo todas passíveis de cadastro na UICN11, pois possuem mais de 1.000 ha. 50 45 Figura 02. Quantidade e área relativas de RPPN por região de interesse em Goiás 45,24 44,02 40 Quantidade (%) 35 Área (%) 30 23,81 25 20 26,00 19,05 17,22 15 10 11,80 4,76 7,14 5 0,96 0 Entorno do DF Ent.do PNCV Entorno de Goiânia Sudoeste Goiano Vale do Araguaia Fonte: Consulta direta aos processos de reconhecimentos de RPPN’s, IBAMA/GEREX/GO. Mesmo considerando o debate SLOSS12 (MORSELLO, 2001, citando SHAFER 1990), assim como as peculiaridades locais do bioma cerrado e, principalmente, as características da relação solo-planta-água, associada a fitofisionomia e a fragilidade das ecorregiões, podemos considerar que em ambos os casos temos ganhos ambientais maximizados independente do tamanho da UC. Pois no Vale do Araguaia existe menor número de UC’s, para estabelecer relações de equilíbrio do ambiente local, enquanto que no entorno do DF ocorre maior números de UC’s. Mas os tamanhos destas não reduzem o seu potencial ambiental, considerando a existência de várias UC’s em diferentes categorias, vindo então a validar a Teoria do Equilíbrio de Biogeografia Insular. Mesmo considerando que o efeito de borda na região central do estado desenvolve relevante aspecto de simplificação dos ambientes. (ARAÚJO, 2003). 11 . União Mundial para Conservação da Natureza, também conhecida como World Conservation Union ou União Mundial para a Conservação, é um organismo multinacional que agrupa quase 1.000 membros, países e instituições públicas e não-governamentais de 150 países. Possui várias comissões científicas, entre elas a Comissão Mundial de Áreas Protegidas, que agrupam milhares de especialistas. Foi criada em 1948 e tem sede na Suíça. 12 . SLOSS: (Single Large or Several Small), Refere-se a debate que trata do tamanho das UC’s, publicado inicialmente por DIAMOND, J.M. in: The Island Dilemma, 1975. 14 Quadro 01. RPPN's do Estado de Goiás por áreas (ha), ano de criaçaõ e área de interesse. Ordem Área N. criação Nome da Reserva Município (ha) % Entorno do PNCV 9.540,49 44,66 1 5 Fazenda Campo Alegre Alto Paraíso 7.500,82 35,11 2 9 Caminho do Silêncio Alto Paraíso 12,00 0,06 3 10 Vale Encantado da Cachoeira dos Cristais Alto Paraíso 600,00 2,81 4 11 Fazenda Mata Funda Alto Paraíso 110,00 0,51 5 22 Fazenda Cara Preta Alto Paraíso 975,00 4,56 6 28 Reserva Terra do Segredo Alto Paraíso 40,00 0,19 7 29 RPPN Vita Parque Alto Paraíso 23,26 0,11 8 30 Reserva Vale dos Sonhos Alto Paraíso 60,16 0,28 9 31 Reserva Escarpas do Paraíso Alto Paraíso 82,71 0,39 9.403,95 44,02 10 34 Reserva Ecológica Serra Dourada Trombas 136,54 0,64 Entorno do Distrito Federal 11 17 Sítio Estrela Dalva 12 36 Reserva Itapuã Cidade Ocidental Cidade Ocidental 13 14 15 40 Fazenda Cahoeira Boa Vista Santuário Trajeto do Cerrado Cocalzinho Cocalzinho 15 16 17 18 19 39 6 13 14 41 RPPN Santa Mônica Linda Serra dos Topázios Fazenda Vereda do Gado Fazenda Pindorama RPPN Santa Clara Corumbá Cristalina Cristalina Cristalina Cristalina 20 21 22 23 24 25 16 1 7 8 18 20 Fazenda Cachoeirinha Fazenda Vaga Fogo Fazenda Arruda Fazenda Vargem Grande Santuario de Vida Silvestre Flor das Águas Reserva Santuário de Gabriel Padre Bernardo Pirenópolis Pirenópolis Pirenópolis Pirenópolis Pirenópolis 26 27 28 32 35 37 Cachoeira do Profeta Bacia do Riberão Cocal RPPN APA da Lagoa Planaltina Planaltina Planaltina 29 23 RPPN João de Barro Entorno de Goiânia e Anápolis 30 33 Fazenda Bom Sucesso 31 4 Chácara Mangueiras 32 24 Res. Amb. de Educ. Pesquisa Banana Menina 33 2 Fazenda Santa Luzia 34 26 Reserva Sobrado 35 3 Fazenda Palmeira 36 12 Fazenda Jaquanêz 37 25 Fazenda Santa Branca Sudoeste Goiano 38 38 Reserva Ecológica Cachoeira das Andorinhas 39 21 Reserva Pousada das Araras Vale do Araguaia 40 19 Reserva Boca da Mata 41 42 Reserva Ecológica Rio Vermelho 42 27 Reserva Pontal do Jaburu Sto Ant. do Desc. Goianápolis Goiânia Hidrolândia Itaberaí Morrinhos Palmeiras de GO Paraúna Terezópolis Aporé Serranópolis Aruanã Britânia Nova Crixás Total 3.541,53 5,04 74,94 79,98 108,25 48,40 156,65 215,04 469,44 143,00 639,00 165,64 1.417,08 80,00 17,00 800,00 390,00 43,31 65,20 1.315,51 100,20 48,98 125,19 274,37 2,90 2.520,16 14,11 5,00 13,22 7,20 1,23 2.178,00 269,14 32,26 204,04 29,04 175,00 5.554,79 1.058,19 1.592,60 2.904,00 16,58 0,02 0,35 0,37 0,51 0,23 0,73 1,01 2,20 0,67 2,99 0,78 6,63 0,37 0,08 3,75 1,83 0,20 0,31 6,16 0,47 0,23 0,59 1,28 0,01 11,80 0,07 0,02 0,06 0,03 0,01 10,20 1,26 0,15 0,96 0,14 0,82 26,00 4,95 7,46 13,59 Ano de criação 1994 1996 1996 1997 1999 2001 2001 2001 2001 2001 1998 2001 1998 2002 2001 1994 1997 1997 2002 1998 1990 1995 1996 1998 1998 2000 2000 2001 1999 2001 1992 1999 1991 2000 1992 1997 2000 2001 1998 1998 2002 2000 21.361,00 Fonte: Consulta direta aos processo de reconhecimeto de RPPN's, IBAMA/GEREX/GO 15 A distribuição das RPPN’s no Estado de Goiás, devido à sua condição de aleatoriedade, estão longe de abranger todas as ecorregiões ou mesmo os padrões fitogeográficos mínimos para garantir a representatividade da biodiversidade do Bioma Cerrado, por meio de conservação in situ . Nas regiões centro-norte e leste não existem RPPN’s, no sudoeste ocorrem apenas duas unidades e no vale do Araguaia três unidades que, mesmo estando em bom estado de conservação, são insuficientes, ainda que somadas as demais UC’s destes locais, para atingir padrões necessários a conservação. Fitofisionomias como Florestas Estacionais com grande dominância de aroeira (Miracrodruon urundeuva), Campos de Murundus, Florestas Estacionais Semideciduais do Vale do Paranaíba, Campos de Altitud e e Cerrado Rupestre com Pau-de-papel (Tibouchina papirífera) e demais elementos de uma flora com fauna específica caracterizada por mistura e encraves florísticos, não estão representados por RPPN. As RPPN’s representam 4,9% da área das UC’s Federais e 2,2% das UC´s estaduais no Estado de Goiás, assim como 1,52% de todas as UC’s do Estado (federais, estaduais e municipais), mesmo considerando que muitos PE e Áreas de Proteção Ambiental (APA) estão sem demarcação, com poucas ações concretas de implantação e várias apresentam sobreposição de áreas. Quatorze RPPN’s estão localizadas dentro da Reserva da Biosfera do Cerrado (Fase II), sendo que duas estão em zona de transição, doze na zona de amortecimento, considerando que os núcleos desta reserva são o PNCV e o PE de Terra Ronca (Figura 03). No Estado de Goiás não ocorre RPPN sobreposta à Reserva da Biosfera do Pantanal, mesmo sendo evidente a extrema necessidade de ter RPPN’s no entorno do PN das Emas (uma das zonas núcleo desta reserva), para gerar uma zona tampão. Conforme se observa na Figura 03, doze RPPN’s estão dentro do Corredor Biológico Paranã-Pirineus e nenhuma encontra-se dentro do Corredor Biológico Cerrado-Pantanal. No Entorno do PNCV a importância das RPPN’s como zona tampão é condição indiscutível, e, já é grande a sua aceitação pela comunidade local, observando-se que estão localizadas exatamente no entorno do Parque (Figura 03), servindo como barreira de proteção em áreas com risco de maior tensão e com outras unidades mais distanciadas. Considera-se também que nesta região o estado de conservação das UC’s são de bom a excelente. Muitas foram criadas principalmente com a meta de preservação e aquelas que agregam o turismo, apresentam procedimentos diferenciados. A Figura 04 procura mostrar todas as UC’s federais, estaduais e municipais do Estado de Goiás, com a devida localização das RPPN’s. 16 OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN’s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA O Entorno do Distrito Federal apresenta em sua maioria unidades condicionadas principalmente a fatores turísticos com distribuição rarefeita, concentrando apenas cinco áreas na proximidade do PE de Pirenópolis (Figura 05). A região do Entorno de Goiânia e Anápolis apresenta unidades de origens e condições variadas, com o pior índice de avaliação.São, coincidentemente, muito pequenas, urbanas e não possuem o turismo como razão principal para sua criação. A região apresenta também unidade em condições excelentes de uso, (Figura 06), destacando áreas locadas em bacia hidrográfica de grande interesse a preservação ambiental devido a abastecimento público. Na análise dos usos, foram detectados interesses diversificados no uso das RPPN’s, além dos previstos em Lei, destacando-se a isenção de impostos rurais e urbanos, a redução de riscos de invasão, a valorização de atividades turísticas circunvizinhas e o acesso a fundos ligados à atividade ambiental. Prevalece o bom estado de conservação interno nas reservas, sendo que algumas evidenciam adversidades geradas por atividades conflitantes em áreas circunvizinhas. Em duas reservas urbanas 13, nos municípios de Goiânia e Morrinhos, ocorreu redução do aspecto ambiental e hoje não representam conservação da biodiversidade. Somente em cinco RPPN’s são desenvolvidas pesquisas científicas e outras duas pretendem implantar-la. 13 . RPPN Chácara Mangueiras, Goiânia e RPPN Reserva Sobrado, Morrinhos . 17 Considerando todos os aspectos legais que foram permitindo a criação de RPPN’s no Estado de Goiás, verifica-se que somente a partir de 1990 ocorreram reconhecimentos e, mesmo sendo de pequenas áreas, 35,11% destas unidades foram aprovadas. Com a publicação do Decreto 1.922/96, ocorreu em 1997 um considerável aumento do número de UC’s, melhorando a média de área por unidade (Figura 07). OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN´s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN´s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA 18 OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN´s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN´s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN´s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA OBS: Os pontos em amarelo, representam a localização das RPPN´s. Fontes: Agencia Ambiental e IBAMA 19 Talvez devido à mobilização ambiental e às enriquecedoras discussões preparatórias para a RIO+10, ocorreu entre 2000 e 2001 outro pico de reconhecimento de UC’s, registrando -se um aumento de 48,33% no número e de 35,71% na áreas das unidades, levando Goiás a ficar entre os Estados com melhores índices. Figura 07. Áreas e quantidades relativas de RPPN registradas por ano em Goiás 60 38,37 50 Quantidade (%) 40 33,95 Área (%) 35,11 9,96 30 23,81 20 12,62 16,67 2,14 10 - 0,15 - 2,38 1990 2,38 1991 0,29 4,76 1992 1993 4,76 1994 11,90 0,40 7,14 9,52 2,13 7,14 7,14 2,38 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Fonte: Consulta direta aos processos de reconhecimentos de RPPN’s, IBAMA/GEREX/GO. A diversidade biológica no cerrado apresenta diferentes gradientes associados a diversas condições do ambiente, que necessitam ser conservados em sua biocenose, por meio de qualquer das formas legais de conservação. Como exemplo, descreve-se análise onde Haridasan (1997) cita Felfili (1994), descrevendo uma região do cerrado do Brasil Central (entorno do PNCV), onde as classes de solo e seus horizontes estabelecem condições fitossociológicas diferentes em seis florestas de galeria. BARBOSA (1997) valoriza, dentre outras fitofisionomias, as florestas de galeria e demais formações de fundo de vale, tolerante ou não às variações hídricas no solo, e relaciona estes ambientes com propósito de conservação e desenvolvimento sustentável. Necessitamos, então, considerando a deficiência governamental de investimentos em UC’s, estabelecer políticas que incrementem a quantidade de RPPN’s representativas desta rica condição biológica, mesmo que estas unidades estejam associadas a condições de lucro ou valorizações de serviços em uma propriedade rural. Ainda argumentando sobre a importância das RPPN’s, é necessário considerar a necessidade de investimentos governamentais e científicos, detalhados por FUNATURA (1998), em Workshop promovido por esta Fundação, em parceria com a Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas, UnB, MMA, CNPq e Global Environment Facility (GEF), onde foi discutido o projeto “Ações 20 Prioritárias para conservação da biodiversidade do Cerrado e Pantanal”. Concluise que, para a consolidação das UC’s são necessárias melhorias da qualidade do programa, com enfoque em avaliação da legislação, para tornar o instrumento mais atrativo; divulgação ampla do mecanismo e atuação pró-ativa, para estimular a criação de programas estaduais; aumento do efetivo de pessoal das instituições encarregadas destes programas e estímulo às Prefeituras para averbação das reservas. Como estratégia nacional, as RPPN’s representam um grande passo no sentido de viabilizar a implementação da Política Nacional da Biodiversidade, pois elas atendem a dois dos três objetivos gerais da Conservação sobre Diversidade Biológica (CDB): conservação da diversidade biológica e utilização sustentável. Isto é, particularmente significativo no Brasil, considerando sua dimensão territorial, sua megadiversidade e a necessidade do envolvimento sócio-ambiental (MMA, 2000; CIDS-EBAPE-FGV-ISA, 2002). As RPPN’s do Estado de Goiás apresentam em sua maioria (27%), bom estado de conservação, sendo que apenas duas apresentam estado de conservação deficiente (Quadro 02). Quadro 02. Análise da condição de uso das RPPN’s no Estado de Goiás Condição de uso principal N. Estado de Ecoturismo Preservação Presença de atividades Em análise conservação não previstas pelo SNUC 1 Excelente 1 2 Ótimo 2 1 3 Bom 15 12 4 Satisfatório 5 1 5 Deficiente 2 6 Em análise 3 Total 22 15 2 3 Fonte: Consulta direta aos processos de reconhecimento de RPPN, IBAMA/GEREX/GO. 6.2 ESTADO AMBIENTAL DAS RPPN’s Após consulta aos processos de reconhecimento das RPPN’s, e com base em informações dos requerentes e dados dos laudos técnicos emitidos por técnicos do IBAMA/GEREX/GO, foi possível resumir os dados apresentados a seguir ficando evidente que muitas Unidades necessitam de visitas para análise da situação atual, seja com visitas à complementação da estrutura ou diagnóstico mais detalhado, seja para avaliação das condições de uso necessidade de melhoria e ocorrência de adversidades. 21 6.2.1 Reservas onde ocorrem ou estão destinadas a atividades de ecoturismo Nos dados a seguir o número de cada RPPN é a seqüência correta da criação 1 – VAGA FOGO Envolve trechos de faixa ciliar e cerrado típico. Também é protegida pelo Santuário de Vida Silvestre de mesmo nome e é administrada pela ONG Fundação Pró -Natureza – FUNATURA. Apresenta bom estado de conservação, com trilhas bem delineadas e protegidas por estrado de madeira. As áreas limítrofes estão protegidas com vegetação nativa. As atividades desenvolvidas são ecoturismo, educação ambiental cultural e histórica e pesquisa científica, realizadas pela UFG e UnB. 6 – LINDA SERRA DOS TOPÁZIOS A área apresenta bom estado de conservação e destacado potencial turístico, pelas suas belezas naturais, com formações rochosas, piscinas, corredores e campos floridos. Há espécies de fauna ameaçadas de extinção. A área apresentase na forma de um triângulo, formado pelos rios Ribeirão dos Topázios e Ribeirã o Areião. As atividades desenvolvidas são de pesquisa científica e visitação. Conta com área de camping e três trilhas, residência do caseiro, residência para o proprietário e laboratório para secagem e manipulação de ervas medicinais e aromáticas. 7 – FAZENDA ARRUDA Apresenta bom estado de conservação e constitui local de grande valor paisagístico freqüentado por pessoas de diversas correntes religiosas e culturais. Contém paisagem com beleza cênica peculiar e grande valor econômico. A Reserva possui uma residência, já abandonada, um centro de visitantes e um local onde se desenvolvem atividades religiosas. Não há trabalhos de pesquisas científicas desenvolvidas na Reserva. 8 – FAZENDA VARGEM GRANDE Destaca a fitofisionomia de cerrado típico, com faixas ciliares largas. A UC encontra-se em bom estado de conservação, e nela são desenvolvidas atividades de ecoturismo como trilhas interpretativas. Foi desenvolvido um levantamento da flora e está previsto um trabalho para levantamento da fauna. 9 – CAMINHO DO SILÊNCIO Apresenta a fitofisionomia de cerradão e destaca-se pelo bom estado de conservação. Possui trilha de caminhada a pé, com várias placas indicativas, para facilitar o acesso. 10 – VALE ENCANTADO DA CACHOEIRA DOS CRISTAIS Verifica-se estado satisfatório de conservação. Possui camping, e permite passeios de barco e a cavalo, e visitação em trilhas. 22 11 – FAZENDA MATA FUNDA A área da reserva é constituída basicamente de campos limpos e cerrado típico, com grande diversidade de flora e fauna. É representativa em termos de beleza cênica, com vários pontos de observação panorâmica (mirante). Apresenta bom estado de preservação, sem alterações posteriores à sua criação. Não há atividades desenvolvidas na RPPN. Há uma oficina de artes e ofícios que é financiada pela FUNATURA. A reserva tem plano de manejo e já foi feito levantamento da flora, tendo sido, inclusive, encontrada uma espécie de capim endêmico do local. 12 – FAZENDA JAQUANÊZ Domina a fitofisionomia de cerrado típico, em bom estado de conservação, e a maior parte da vegetação encontra-se em estado primitivo. Destaca-se por abrigar atributos naturais e de relevante beleza cênica, como a “Pedra do Cálice”. O laudo do IBAMA sugere ação multidisciplinar do CREA/GO, AGIM (Agência Goiana de Mineração), AGECO (Associação de Geólogos do Centro-Oeste), UFG, UCG, DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Prefeitura Municipal de Paraúna, Ministério Público e IBAMA, para análise das condições de erosão em monumentos naturais. 14 – FAZENDA PINDORAMA Apresenta as fitofisionomias de cerradão, campo sujo e faixas ciliares, sobre relevo acidentado, com presença de morros e grotas. Local com cachoeiras e destacada beleza cênica. Ocorrem pequenas áreas com vegetação em processo avançado de regeneração. Verifica-se bom estado de conservação. 18 – SANTUÁRIO DE VIDA SILVESTRE FLOR DAS ÁGUAS O aspecto geral da propriedade é atraente, pelo relevo e pela existência do Córrego Vagafogo, de significativo interesse para visitação. Apresenta intensa biodiversidade e destaca bom estado de conservação. Possui um casa de recepção e centro de visitantes com sala, escritório, 4 banheiros, quarto e copa; 40 placas fotovoltaicas para captação de energia solar; trilhas com 2.200 metros de extensão, com boa manutenção. 20 – RESERVA SANTUÁRIO DE GABRIEL Apresenta várias fitofisionomias do bioma cerrado. Encontra -se em bom estado de conservação. A proprietária realiza projeto com essências de flores. 21 – RESERVA POUSADA DAS ARARAS A vegetação compõe variações do bioma cerrado e faixas ciliares, Abriga relevante patrimônio arqueológico, com inscrições rupestres e sítio arqueológico, com indicativo de ocupação de aproximadamente 11.000 anos. Encontra-se em bom estado de conservação, com trilhas bem delineadas, algumas delas protegidas por estrados de madeira. Destaca-se presença de 23 Pousada, camping, centro de visitantes, guias treinados e atividades como ecoturismo, educação ambiental, cultural e histórica e pesquisa científica e escolar. Em 2001 foi realizado pela UFG (Campus Jataí) trabalho científico, com o levantamento de 25 espécies de morcegos. 24 – RESERVA AMBIENTAL DE EDUCAÇÃO E PESQUISA BANANA MENINA Conserva fragmento de floresta estacional semidecidual, zona ecotonal, cerrado típico e faixa ciliar. Encontra-se em satisfatório estado de conservação, cercada, com aceiros, trilhas bem delineadas e estações de educação ambiental. São desenvolvidas atividades de ecoturismo, pesquisa científica e educação ambiental. A UFG desenvolve pesquisas sobre o cupinzeiro e suas relações com a modificação do solo e a estrutura da vegetação; relação do tamanho do corpo e densidade em populações de artrópodes do solo; levantamento da vegetação herbácea e subarbustiva. 25 – FAZENDA SANTA BRANCA Preserva área com floresta estacional semidecidual, zonas ecotonais, locais de regeneração natural e faixas ciliares do ribeirão João Leite e pequeno afluente. Há pesquisa de interações vegetais e levantamento florístico. Encontra-se em ótimo estado de conservação, possuindo duas trilhas tecnicamente demarcadas e de pouca visitação. A Reserva está inserida numa propriedade que possui atividade intensa de ecoturismo e agropecuária. 29 – RPPN VITA PARQUE Área com satisfatório estado de conservação e pouca infra-estrutura disponível. Há pretensão de se implantar ecoturismo e projeto de permacultura. 30 – RESERVA VALE DOS SONHOS Conserva fitofisionomias de cerrado típico e aberto, com faixas ciliares e vegetação característica do entorno de várias remanescentes. Destaca-se presença de cachoeira e locais de beleza cênica, relevo ondulado, paredões rochosos, lajeados, vales, encostas côncavas e convexas. Possui trilhas mantém atividades de ecoturismo. Encontra-se em bom estado de conservação. 31 – FAZENDA ESCARPAS DO PARAÍSO Representa principalmente a fitofisionomia de cerrado típico. Encontra-se em bom estado de conservação, mas apresenta situações adversas por estar próxima à GO-239. 32 – CACHOEIRA DO PROFETA Apresenta estado satisfatório de conservação. Há mobilização para implantar projetos de enriquecimento vegetal em faixas ciliares antropizadas e outras atividades necessárias para garantir a reserva. Destacam-se excelentes mirantes e locais de relevante beleza natural. 24 34 – RESERVA ECOLÓGICA SERRA DOURADA Fitofisionomias de cerradão, cerrado típico, campo cerrado e campo rupestre. Encontra-se em satisfatório estado de conservação. A maior parte da reserva apresenta bom estado de conservação, ocorrendo cinco hectares com formação de pastagens. 35 – BACIA DO RIBERÃO COCAL Área de fácil acesso e relevante potencial para o desenvolvimento de atividades de ecoturismo e educação ambiental. Apresenta bom estado de conservação. 37 – RPPN APA DA LAGOA As fitofisionomias dominantes são campo limpo e campo sujo, vereda, cerrado aberto e floresta de galeria, sobre relevo bastante ondulado, destacando-se vários locais exuberante beleza cênica. O estado de conservação é ótimo e apresenta potencial para o desenvolvimento de atividades voltadas para o ecoturismo e educação ambiental. 40 – SANTUÁRIO TRAJETO DO CERRADO Encontra-se em bom estado de conservação e destina-se principalmente à preservação, mas há intenção de se implantar ecoturismo. 6.2.2 Destinadas principalmente à preservação ambiental 2 – SANTA LUZIA A reserva está dividida em duas áreas não contínuas, sendo a primeira de relevo relativamente plano com presença de árvores. A segunda área se localiza num vale onde origina a nascente que abastece uma piscicultura e demais usos. Apresenta bom estado de preservação. 3 – FAZENDA PALMEIRAS Representa importante fragmento de florestas estacionais deciduais e semideciduais da região conhecida como Mato-Grosso-Goiano. Apresenta núcleo em bom estado de conservação, mas o conceito geral é razoável, devido a fazenda estar sendo ocupada por loteamento rural coordenado pelo INCRA e mobilizado pelo MST desde 1997. O Zoológico de Goiânia freqüentemente, após previa vistoria, faz soltura de aves e animais na área. 5 – FAZENDA CAMPO ALEGRE Encontra-se em bom estado de conservação e é destinada principalmente à preservação. 13 – VEREDA DO GADO A reserva legal é contígua com a RPPN, porém sem delimitação no local. Encontra-se em bom estado de conservação, embora os técnicos que vistoriaram a área não tenham certeza quanto à sua localização. 25 19 – RESERVA BOCA DA MATA Localizada à margem direita do Rio Vermelho, sobre terrenos planos, inundáveis em grande parte, no período das enchentes (outubro/maio). Compõe extensos vajões com lagoas marginais e canais fluviais dominados pelas fitofisionomias de florestas estacionais semidecidual e decidual, cerrado parque e campo cerrado, sobre solos aluviais e Neossolos Quartzarênicos. Tudo em excelente estado de conservação. Encontra-se conservada, cercada, parcialmente aceirada, sem riso de fogo ou presença de pescadores. Não há projetos de pesquisa, mas destaca-se trabalho do proprietário e funcionários para conservação da RPPN. 22 – FAZENDA CARA PRETA As fitofisionomias dominantes são campo limpo de altitude e campo rupestre, com presença de florestas ciliares. Localiza-se na região conhecida como Pouso Alto, lado norte do PNCV. Com relevo ondulado e predominância de solos litólicos. Apresenta bom estado de conservação. 23 – RPPN JOÃO DE BARRO Foi criada como objetivo de incentivar a pesquisa interdisciplinar e a educação ambiental, principalmente por haver risco de erosão nas nascentes d’água, devido a atividades em áreas circunvizinhas. Apresenta bom estado de conservação. 27 – RESERVA PONTAL DO JABURU Encontra-se com uma vegetação primária predominante, com exceção da área utilizada para construção de moradias, que mede aproximadamente dois hectares. Caracteriza-se por bom estado de conservação. Na área da RPPN não há atividade econômica, sendo o local utilizado esporadicamente para lazer e descanso. Não foi constatado qualquer tipo de trabalho ou projeto de pesquisa. Não há risco de ameaças externas, pois a área é isolada. Domina a fitofisionomia de cerrado típico sobre latossolos e cambissolos, com formação de lagos em várias partes da propriedade. 28 – RESERV A TERRA DO SEGREDO Domina a fitofisionomia de cerrado típico com faixas ciliares, sobre relevos ondulados, com presença de paredões rochosos e locais que possibilitam vista panorâmica. Apresenta bom estado de conservação. 33 – FAZENDA BOM SUCESSO Apresenta bom estado de conservação, necessitando de melhor verificação de influências adversas de áreas circunvizinhas, como a presença de agrotóxicos em águas fluviais de montante. 36 – RESERVA ITAPUÃ Local com relevante beleza cênica, fitofisionomias de cerrado típico e faixa ciliar, diversas nascentes e abundância faunística. Apresenta bom estado de 26 preservação em seu núcleo e possibilidades de aumento das antropizações existentes em suas bordas, principalmente por compreender parte de loteamento e haver várias atividades de alto índice de degradação em áreas circunvizinhas. 38 – RESERVA ECOLÓGICA CACHOEIRA DAS ANDORINHAS Dominam as fitofisionomias de cerradão, cerrado típico e faixas ciliares. Está dividida em duas áreas descontínuas. Destacam-se locais de intensa beleza cênica, cachoeiras. Encontra-s em ótimo estado de conservação. Está sujeita a inundação, pelo represamento da Usina Hidrelétrica Olhos D’água. 39 – RESERVA SANTA MÔNICA Dominam as fitofisionomias cerrado típico, cerradão e faixas ciliares, sobre relevo levemente ondulado. A reserva é fragmentada em 4 áreas, apresentado bom estado de conservação. Necessita de revegetação de faixa ciliar para criar corredor biológico entre as áreas. 41 – RPPN SANTA CLARA Encontra-se em bom estado de conservação e é destinada principalmente à preservação. 42 – RESERVA ECOLÓGICA RIO VERMELHO Dominam as fitofisionomias floresta estacional semidecidual e aluvial, com encraves de cerradão. Apresenta bom estado de conservação, com destacados aspectos paisagísticos, atributos naturais e importância ambiental para a região. 6.2.3 Presença de atividades não previstas pelo SNUC 4 – CHÁCARA MANGUEIRAS Área urbana, no município de Goiânia. Ocorreram diversos plantios de espécies exóticas, incluindo 36 árvores Eucalyptus sp e um Pinus sp, a extração destas espécies foi autorizada pelo IBAMA, necessitando de verificação quanto se a mesma foi feita. Há várias residências em disposição não recomendada para uma RPPN e reduzidos ambientes naturais. O Estado de Conservação é deficiente. 26 – RESERVA SOBRADO Área urbana no município de Morrinhos, com presença de ambientes antropizados, destacando-se espécies exóticas como capim braquiária (Brachyaria decumbens), mangueiras (Mangifera indica), bambus (Bambusa sp) e muitas espécies ruderais. A RPPN teve 25% de sua área desapropriada pela administração municipal (sem autorização do IBAMA), para construção de anel viário urbano. Também encontra -se ineficientemente demarcada, sem cerca e com presença de aceiros. O Estado de Conservação é deficiente. 27 6.2.4 Reservas cujas condições atuais estão sendo analisadas 15 – FAZENDA CACHOEIRA DA BOA VISTA 16 – FAZENDA CACHOEIRINHA 17 – SÍTIO ESTRELA DALVA 07. CONCLUSÃO Como conclusão foram gerados gráficos, quadros e mapas detalhando a distribuição e dados das RPPN, e, a produção de documento com avaliação dos procedimentos de criação, e sugestões para melhoria de requerimentos e laudos técnicos, visando padronização e aproveitamento de informações, análises seqüenciais e estabelecimento de banco de dados. Foi possível estabelecer as condições e o estado de conservação e analisar as interferências nas RPPN’s reconhecidas até à presente data. Este trabalho deverá servir de base para novos estudos e tomadas de decisões sobre a categoria. Corroborando o que já vem sendo reiteradamente sustentado em eventos técnicos e científicos, conclui-se neste trabalho que as RPPN’s, além de viáveis, são extremamente importantes para a conservação da diversidade biológica, problema que ainda necessita de medias concretas de solução. Conclui -se também que há necessidade de maiores investimentos para o fortalecimento das RPPN’s existentes e para que se torne real a expectativa de criar novas Unidades. 28 08. BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, M. B. e SOUZA, O. C. Fragmentação Florestal e Degradação das Terras. In: Fragmentação Florestal e Alternativas de Desenvolvimento Rural na Região C-Oeste. Costa, R. B. Campo Grande: UCDB, 2003. 246p. BARBOSA, L. M. Ecological Significance of Gallery Florests Inclunding Biodiversity In: International Symposium on Assessment and Monitoring the Florests in tropical Dry Regions with Special Reference to Gallery Forests. Brasília: UnB, 1997. 378p. BENJAMIN, A. H., Introdução à Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. In: Phillippi Jr. A. et al. Meio Ambiente, direito e cidadania. São Paulo: USP. Signus Editora, 2002. 358p. CIDS-EAPE-FGV-ISA. The state of the Brazilian environment 1992-2002- a view from civil society. Rio de Janero: FGV e ISA, 2000. 47p Corredores Biológicos. 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