UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO CONVENCIONAL NA PRESENÇA DAS ADIÇÕES MINERAIS Alfredo Santos Liduário Orientador: Prof. Dr. André Luiz Bortolacci Geyer Goiânia 2006 ALFREDO SANTOS LIDUÁRIO CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO CONVENCIONAL NA PRESENÇA DAS ADIÇÕES MINERAIS Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil Área de Concentração: Estruturas e Materiais de Construção Orientador: Prof. Dr. André Luiz Bortolacci Geyer Goiânia 2006 iv Aos meus pais, Antônio e Teresinha, pela dedicação, amor e compreensão...às minhas irmãs Angelita, Adriana e Ângela, pelo exemplo de dedicação e esforço, de mães, de mulheres e de excelentes pessoas... v AGRADECIMENTOS Aos companheiros do Centro Tecnológico de Engenharia Civil de FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A, em geral aos colegas do Laboratório de Concreto, Técnicos e Engenheiros que sempre estiveram dispostos a contribuir para realização deste trabalho. Em especial, alguns que trabalharam mais diretamente, tais como: Ademir José da Costa, Edson Martins, Paulo Arcanjo, Silvio Cândido, Marco Aurélio Cupertino, José Bonifácio (Zito), Técnicos do Laboratório de química e física do cimento, do Laboratório de agregados, do Laboratório de ensaios mecânicos, do Laboratório de ensaios especiais e vários outros, que agora não me recordo, mais fica os meus agradecimentos. Também não poderia deixar de agradecer a colaboração e paciência da Bibliotecária de Furnas Aparecida de Fátima Araújo. À Engenheira Luciana dos Anjos Farias que, além de contribuir para elaboração da parte experimental deste trabalho, também sempre esteve ao meu lado nos difíceis trabalhos e apresentações durante o curso. Ao Engenheiro Mestre Sérgio Botassi dos Santos que contribuiu com seu conhecimento sobre o assunto, orientando nas interpretações do estudo térmico realizado com seu programa (Software), que foi de grande importância no enriquecimento deste trabalho. Ao Botassi, como chamamos, muito obrigado! Aproveito aqui para agradecer ao estagiário Marcell Alexandre de Oliveira Costa, pelo seu empenho em realizar as simulações no programa, acredito que ele será um grande profissional. Ainda, ao Engenheiro Eduardo de Aquino Gambale, pelas suas grandes orientações e sugestões sobre cálculo térmico do concreto. Em especial, sou grato ao Engenheiro Walton Pacelli de Andrade, pelo seu exemplo de dedicação de vários anos à tecnologia do concreto, que serve de inspiração para que possamos almejar novos horizontes. Também agradeço a oportunidade oferecida por ele de estar trabalhando no Centro Tecnológico de Engenharia Civil de Furnas o qual é fruto de seus esforços em prol da engenharia civil. Pra mim foi e é um prazer trabalhar com ele. Aos engenheiros Alexandre de Castro Pereira e Ricardo Barbosa Ferreira, pelas sugestões e orientações na utilização das ferramentas de análises estatísticas. Aos colegas de profissão, Anne Lopes, Adão Rodrigues, Élcio Guerra, Elizabeth Leopoldina, Flávio Mamede, Flávio de Lima Vieira, Joilson Inácio, Nicole Pagan Hasparyk, Maurice Antoine Traboulsi, Reynaldo Bittencourt, Rodrigo Calixto e Ziza, que de certa forma me incentivaram a realizar este trabalho. Aos engenheiros Moacir Alexandre Souza de Andrade e Rubens Machado Bittencourt, pela oportunidade de ter realizado esta dissertação. À minha esposa Fernanda Mio, pela paciência, compreensão e incentivo, que me serviram de alimento espiritual no decorrer desta longa jornada. Por fim, agradeço aquele que permitiu tudo isso, DEUS. Sem ele nada é possível. A força de vontade é um dos maiores poderes que homem pode ter. (O autor) vi SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................xi LISTA DE TABELAS............................................................................................................xv LISTA DE QUADROS.........................................................................................................xvii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..........................................................................xvii RESUMO..............................................................................................................................xviii ABSTRACT............................................................................................................................xix CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................20 1.1 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO TEMA............................................................20 1.2 OBJETIVO DA PESQUISA................................................................................................21 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO......................................................................................22 CAPÍTULO 2 CIMENTO PORTLAND E ADIÇÕES MINERAIS.................................23 2.1 Cimento Portland.........................................................................................................23 2.1.1 SILICATO TRICÁLCICO (C3S)................................................................................24 2.1.2 SILICATO DICÁLCICO (C2S)...................................................................................24 2.1.3 ALUMINATO TRICÁLCICO (C3A)...........................................................................24 2.1.4 FERROALUMINATO TETRACÁLCICO (C4AF)........................................................25 2.2 Hidratação do Cimento Portland................................................................................25 2.2.1 HIDRATAÇÃO DOS ALUMINATOS...........................................................................26 2.2.2 HIDRATAÇÃO DOS SILICATOS................................................................................27 2.3 CALOR DE HIDRATAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND......................................................28 2.4 ADIÇÃO MINERAL..........................................................................................................32 2.4.1 ADIÇÕES MINERAIS UTILIZADAS NESTE TRABALHO............................................38 2.4.1.1 Escória de Alto-forno...................................................................................38 2.4.1.1.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Escória de Alto-forno.......................................................................................40 2.4.1.2 Sílica Ativa...................................................................................................41 2.4.1.2.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Sílica Ativa...43 2.4.1.3 Pozolana de Argila Calcinada.......................................................................44 vii 2.4.1.3.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Pozolana.......45 2.4.1.4 Metacaulim...................................................................................................46 2.4.1.4.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Metacaulim...48 CAPÍTULO 3 FENÔMENO DA TEMPERATURA NO CONCRETO...........................50 3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................50 3.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO...................................................................52 3.2.1 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA.........................................................52 3.2.1.1 Fatores e Propriedades Influentes na Elevação Adiabática de Temperatura.............................................................................................54 3.2.1.1.1 Influência do Consumo de Cimento.................................................55 3.2.1.1.2 Influência das Adições Minerais......................................................56 3.2.2 CALOR ESPECÍFICO................................................................................................60 3.2.2.1 Fatores e Propriedades Influentes no Calor Específico................................61 3.2.2.1.1 Influência da Temperatura.........................................................61 3.2.2.1.2 Influência da Água...........................................................................62 3.2.2.1.3 Influência do Agregado....................................................................63 3.2.2.1.4 Influência da Relação água/cimento (a/c)........................................66 3.2.2.1.5 Influência do Cimento e das Adições Minerais...............................68 3.2.3 DIFUSIVIDADE TÉRMICA........................................................................................69 3.2.3.1 Fatores e Propriedades Influentes na Difusividade Térmica .......................70 3.2.3.1.1 Influência do Agregado....................................................................70 3.2.3.1.2 Influência da Água...........................................................................71 3.2.3.1.3 Influência da Temperatura...............................................................72 3.2.3.1.4 Influência da Relação a/c.................................................................72 3.2.3.1.5 Influência de Material Isolante........................................................73 3.2.3.1.6 Influência do cimento e das Adições Minerais................................74 3.2.4 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR.................................................75 3.2.4.1 Fatores e Propriedades Influentes no Coeficiente de Dilatação Térmica do Concreto........................................................................................................76 3.2.4.1.1 Influência do Agregado....................................................................76 3.2.4.1.2 Influência do Teor de Pasta..............................................................77 3.2.4.1.3 Influência da Idade...........................................................................78 3.2.4.1.4 Influência da Relação a/c.................................................................79 viii 3.2.4.1.5 Influência do Cimento e das Adições Minerais...............................80 CAPÍTULO 4 ESTUDO TÉRMICO DO CONCRETO....................................................81 4.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................81 4.2 CÁLCULOS NO CAMPO DE TEMPERATURAS.................................................................81 4.2.1 MÉTODOS DE CÁLCULO DAS TEMPERATURAS......................................................82 4.2.1.1 Método de Schmidt.......................................................................................83 4.2.1.2 Método de Carlson......................................................................................83 4.2.1.3 Método dos Elementos Finitos.....................................................................84 4.3 CÁLCULOS NO CAMPO DE TENSÕES.............................................................................86 4.3.1 ANÁLISES DE TENSÕES ..........................................................................................87 4.3.2 ANÁLISES DE DEFORMAÇÕES................................................................................87 CAPÍTULO 5 PROGRAMA EXPERIMENTAL, MATERIAIS E MÉTODOS.............91 5.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................91 5.2 VARIÁVEIS......................................................................................................................91 5.2.1 VARIÁVEIS INDEPENDENTES..................................................................................92 5.2.2 VARIÁVEIS DEPENDENTES......................................................................................93 5.3 MÉTODOS......................................................................................................................94 5.3.1 CALOR DE HIDRATAÇÃO – MÉTODO DA GARRAFA DE LANGAVANT...................96 5.3.2 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA.........................................................97 5.3.3 CALOR ESPECÍFICO................................................................................................99 5.3.4 DIFUSIVIDADE TÉRMICA......................................................................................101 5.3.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA ............................................................102 5.3.6 ENSAIOS COMPLEMENTARES UTILIZADOS NO CÁLCULO DE TEMPERATURA...105 5.4 MATERIAIS..................................................................................................................106 5.5 DOSAGENS ESTUDADAS................................................................................................112 5.6 CORPOS-DE-PROVA.....................................................................................................115 5.6.1 CALOR ESPECÍFICO E DIFUSIVIDADE TÉRMICA...................................................115 5.6.2 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA.............................................................117 5.6.3 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA ......................................................117 5.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................................120 ix 5.7.1 CALOR DE HIDRATAÇÃO......................................................................................121 5.7.2 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA.......................................................121 5.7.3 CALOR ESPECÍFICO..............................................................................................121 5.7.4 DIFUSIVIDADE TÉRMICA......................................................................................122 5.7.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR...............................................122 CAPÍTULO 6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS ......................123 6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................................................................123 6.1.1 CALOR DE HIDRATAÇÃO......................................................................................123 6.1.2 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA.......................................................130 6.1.3 CALOR ESPECÍFICO..............................................................................................132 6.1.4 DIFUSIVIDADE TÉRMICA......................................................................................137 6.1.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR...............................................140 CAPÍTULO 7 ESTUDO DE CASO...................................................................................143 7.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................143 7.2 MODELO PARA A DETERMINAÇÃO DO CAMPO DE TEMPERATURAS (PFEM_2D T).144 7.3 MODELO PARA A DETERMINAÇÃO DO CAMPO DE TENSÕES (PFEM_2D AT)..........145 7.4 SIMULAÇÕES REALIZADAS PARA AS ETAPAS DO ESTUDO DE CASO...........................146 7.4.1 HIPÓTESES DO PROBLEMA TÉRMICO E TENSIONAL...........................................147 7.4.2 HIPÓTESES EXECUTIVAS......................................................................................147 7.4.3 HIPÓTESES DE ANÁLISE.......................................................................................148 7.5 RESULTADO DO ESTUDO DE CASO - ETAPA 1 (CONSUMO DE CIMENTO EQUIVALENTE FIXO)...........................................................................................................................148 7.5.1 CAMPO DE TEMPERATURAS.................................................................................150 7.5.2 CAMPO DE TENSÕES.............................................................................................155 7.6 RESULTADO DO ESTUDO DE CASO - ETAPA 2 (RESISTÊNCIA FIXA)...........................160 7.6.1 CAMPO DE TEMPERATURAS.................................................................................165 7.6.2 CAMPO DE TENSÕES.............................................................................................170 7.7 ANÁLISE GLOBAL ENTRE AS ETAPAS 1 E 2.................................................................175 7.7.1 CAMPO DE TEMPERATURAS.................................................................................175 7.7.2 CAMPO DE TENSÕES.............................................................................................176 x CAPÍTULO 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................177 8.1 CARACTERÍSTICAS DAS ADIÇÕES MINERAIS..............................................................177 8.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO.................................................................178 8.2.1 INFLUÊNCIA DAS ADIÇÕES MINERAIS NO CALOR DE HIDRATAÇÃO E ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA............................................................................................178 8.2.2 INFLUÊNCIA DAS ADIÇÕES MINERAIS NAS PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO ENDURECIDO.......................................................................................................179 8.3 ESTUDO DE CASO........................................................................................................180 8.4 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS.....................................................................181 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................182 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS.................................................................................191 ANEXO..................................................................................................................................192 ANEXO A..............................................................................................................................193 ANEXO B...............................................................................................................................206 ANEXO C..............................................................................................................................216 ANEXO D..............................................................................................................................221 ANEXO E..............................................................................................................................221 ANEXO F..............................................................................................................................222 ANEXO G..............................................................................................................................223 ANEXO H..............................................................................................................................233 ANEXO I................................................................................................................................243 xi LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Estágios do processo de hidratação (adaptado de, DE FARIA, 2004)................28 Figura 2.2 – Comparação da composição química do cimento Portland e outros materiais cimentícios (ROY,1989).....................................................................................35 Figura 2.3 – Representação esquemática da formação da sílica ativa (HJORTH apud AMARAL FILHO, 1992)...................................................................................42 Figura 2.4 – Comparação da composição química do cimento Portland e outros materiais cimentícios, com a incorporação do metacaulim................................................47 Figura 3.1- Fenômenos de transferência de calor que ocorrem nas estruturas de concreto (adaptado de BOTASSI, 2004a – Muro de concreto do vertedouro)..................51 Figura 3.2 – Curva de elevação adiabática de concreto – Horas (Fonte: Banco de dados do laboratório de concreto de Furnas)......................................................................53 Figura 3.3 – Curva de elevação adiabática de concreto – Dias (Fonte: Banco de dados do laboratório de concreto de Furnas)......................................................................53 Figura 3.4 – Curvas de elevação adiabática de concreto para diferentes consumos (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...........................................................................................55 Figura 3.5 – Curvas de elevação adiabática de concretos com pozolana de argila calcinada (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...........................................................................57 Figura 3.6 – Curvas de elevação adiabática de concretos com escória de alto-forno (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...........................................................................................57 Figura 3.7 – Curvas de elevação adiabática dos concretos sem e com sílica ativa..................60 Figura 3.8 – Resultado de calor específico de diferentes concretos com a temperatura – condições (sss) e 20 % de saturação (EQUIPE DE FURNAS, 1997).................61 Figura 3.9 – Calor específico da água (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...................................62 Figura 3.10 – Resultado de calor específico com várias dimensões de agregado (PACELLI et al., 1982).............................................................................................................64 Figura 3.11 – Influência da massa unitária do concreto no calor específico – condições (sss) e 20 % de saturação (EQUIPE DE FURNAS, 1997).............................................65 Figura 3.12 – Resultado de calor específico – Mostrando influência da relação a/c em pastas de cimento - Condição (sss) (EQUIPE DE FURNAS, 1997).............................66 Figura 3.13 – Resultado de calor específico – Mostrando influência da relação a/c em pastas de cimento - Condição (20 % saturado) (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...........67 Figura 3.14 – Resultado de calor específico – Mostrando influência da relação a/c em argamassa - Condição (sss) e 20 % saturado (EQUIPE DE FURNAS, 1997)....67 Figura 3.15 – Resultado de Difusividade térmica – Mostrando a influência do tamanho do agregado (PACELLI et al., 1982).......................................................................71 Figura 3.16 – Resultado de difusividade – Mostrando a influência da relação a/c, em pasta de cimento (EQUIPE DE FURNAS, 1997).............................................................72 Figura 3.17 – Resultado de difusividade – Mostrando influência da incorporação de materiais isolantes (EQUIPE DE FURNAS, 1997)............................................................73 Figura 3.18 – Resultado de coeficiente de dilatação térmica linear – Mostrando a influência do tipo litológico (EQUIPE DE FURNAS, 1997)..............................................77 Figura 3.19 – Resultado de coeficiente de dilatação mostrando a influência do teor de pasta – vários tipos litológicos e de várias obras (EQUIPE DE FURNAS, 1997).........78 Figura 3.20 – Estudos com pastas de cimento – Mostrando influência da relação a/c para várias idades (EQUIPE DE FURNAS, 1997).....................................................79 xii Figura 4.1 – Transmissão de calor com fluxo unidirecional (EQUIPE DE FURNAS, 1997).83 Figura 4.2 – Exemplo de malha utilizada nos estudos térmicos do muro de gravidade de um barragem (GAMBALE et al., 2002a).................................................................84 Figura 4.3 – Exemplo de um Bloco de concreto utilizado em pilar de ponte (GAMBALE et al., 2002b)...........................................................................................................85 Figura 4.4 – Gradiente de temperatura - Variação de temperatura com o tempo (PAULON, 1987)...................................................................................................................88 Figura 4.5 - Evoluções das temperaturas (GAMBALE et al., 2002a).....................................89 Figura 4.6 - Evoluções das tensões (GAMBALE et al., 2002a)..............................................89 Figura 4.7 – Exemplo de isotermas no muro de gravidade de uma barragem (GAMBALE et al., 2003).............................................................................................................90 Figura 5.1 – Organograma da disposição do programa experimental......................................95 Figura 5.2 – Garrafas térmicas de Langavant...........................................................................97 Figura 5.3 – Desenho esquemático do interior da garrafa térmica de Langavant (NBR 12006 (ABNT,1990)).....................................................................................................97 Figura 5.4 – Calorímetro adiabático – ante-sala.......................................................................98 Figura 5.5 – Câmara de aquecimento.......................................................................................98 Figura 5.6 – Calorímetro adiabático – Sala – Corte longitudinal. (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...................................................................................................................98 Figura 5.7 – Painel de controle do calorímetro........................................................................98 Figura 5.8 – Desenho esquemático do painel e seus componentes (EQUIPE DE FURNAS, 1997)....................................................................................................................98 Figura 5.9 – Corpo-de-prova colocado dentro do calorímetro...............................................100 Figura 5.10 – Calorímetro utilizado no ensaio.......................................................................100 Figura 5.11 – Desenho esquemático do calorímetro (EQUIPE DE FURNAS, 1997)...........100 Figura 5.12 – Painel de controle do calorímetro....................................................................100 Figura 5.13 – Termômetro de Quartzo utilizado nesse ensaio e no ensaio de difusividade térmica...............................................................................................................100 Figura 5.14 – Corpo-de-prova colocado dentro do tanque....................................................101 Figura 5.15 – Corpo-de-prova em ensaio..............................................................................101 Figura 5.16 – Desenho esquemático do tanque de aquecimento (EQUIPE DE FURNAS, 1997)..................................................................................................................102 Figura 5.17 – Desenho esquemático do tanque de resfriamento (EQUIPE DE FURNAS, 1997)..................................................................................................................102 Figura 5.18 – Desenho esquemático do tanque de aquecimento – cortes e detalhes (EQUIPE DE FURNAS, 1997).........................................................................................102 Figura 5.19 – Desenho esquemático do tanque de resfriamento – corte e detalhes (EQUIPE DE FURNAS, 1997).........................................................................................102 Figura 5.20 – Desenho esquemático do extensômetro tipo Carlson (M4) (EQUIPE DE FURNAS, 1997)................................................................................................104 Figura 5.21 – Tipos de ligação com os elementos sensíveis dos extensômetros resistivos (EQUIPE DE FURNAS, 1997).........................................................................104 Figura 5.22 – Extensômetro tipo Carlson (M4) e ponte de Wheatstone da marca Kyowa utilizados nos ensaios de coeficiente de dilatação térmica...............................105 Figura 5.23 – Difratograma da sílica ativa.............................................................................110 Figura 5.24 – Difratograma do metacaulim...........................................................................111 Figura 5.25 – Difratograma da escória de alto-forno.............................................................111 Figura 5.26 – Difratograma da pozolana de argila calcinada.................................................112 Figura 5.27 – Fôrmas utilizadas para moldagem dos concretos.............................................116 Figura 5.28 – Hastes colocadas dentro das fôrmas para abertura dos orifícios......................116 xiii Figura 5.29 – Fôrma utilizada para moldagem dos concretos – Calor específico..................116 Figura 5.30 – Fôrma utilizada para moldagem dos concretos – Difusividade térmica..........116 Figura 5.31 – Corpo-de-prova utilizado para o ensaio de calor específico, depois de desmoldado.......................................................................................................116 Figura 5.32 – Corpo-de-prova utilizado para o ensaio de difusividade térmica, depois de desmoldado.......................................................................................................116 Figura 5.33 – Fôrma com extensômetro – vista superior.......................................................117 Figura 5.34 – Desenho esquemático da montagem da fôrma (EQUIPE DE FURNAS, 1997).................................................................................................................117 Figura 5.35 – Fôrma para moldagem do concreto para o ensaio de elevação adiábatica.......118 Figura 5.36 – Vibração do concreto por vibrador de imersão................................................118 Figura 5.37 – Colocação dos termômetros do calorímetro.....................................................118 Figura 5.38 – Corpo-de-prova posicionado na câmara de ensaio...........................................118 Figura 6.1 – Curvas de calor de hidratação............................................................................124 Figura 6.2 – Valores de calor hidratação analisados com as adições e seus respectivos teores, nas idades de 3 e 7 dias (média entre estas duas idades)...................................126 Figura 6.3 – Valores de calor hidratação analisados para as idades de 3 e 7 dias....................................................................................................................126 Figura 6.4 – Curvas de elevação adiabática – Primeiras horas de ensaio..............................131 Figura 6.5 – Curvas de elevação adiabática – Até 28 dias.....................................................131 Figura 6.6 – Valores de calor específico na condição (SSS) analisados com os tipos de concreto.............................................................................................................135 Figura 6.7 – Valores de calor específico na condição (SSS) analisados com as temperaturas, para todos concretos..........................................................................................135 Figura 6.8 – Valores de calor específico na condição (20 % de saturação) analisados com os tipos de concreto................................................................................................135 Figura 6.9 – Valores de calor específico na condição (20 % de saturação) analisados com as temperaturas, para todos concretos...................................................................135 Figura 6.10 – Valores de difusividade térmica analisados com os tipos de concreto.............................................................................................................138 Figura 6.11 – Valores de difusividade térmica analisados com as temperaturas, para todos concretos...........................................................................................................138 Figura 6.12 – Valores de coeficiente de dilatação térmica analisados com os tipos de concreto.............................................................................................................141 Figura 6.13 – Valores de coeficiente de dilatação térmica analisados com a idade, para todos concretos............................................................................................................141 Figura 7.1 – Organograma do estudo de caso........................................................................143 Figura 7.2 – Malha de elementos finitos gerada pelo programa PFEM_2D T para o caso em estudo com as regiões de análise......................................................................148 Figura 7.3 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 1.........................................................................................................................151 Figura 7.4 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 1.........................................................................................................................152 Figura 7.5 – Comportamento da temperatura com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 1...............................................................................................153 Figura 7.6 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da superfície do muro – etapa 1............................................................................................................154 Figura 7.7 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da interface concreto/rocha – etapa 1....................................................................................154 xiv Figura 7.8 – Comportamento da tensão com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 1...............................................................................................................155 Figura 7.9 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da superfície do muro – etapa 1...............................................................................................................156 Figura 7.10 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da interface concreto/rocha – etapa 1....................................................................................157 Figura 7.11 – Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Referência – etapa 1..........................................................................................158 Figura 7.12 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Sílica ativa – etapa 1....................................................................................................158 Figura 7.13 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Metacaulim – etapa 1........................................................................................159 Figura 7.14 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Pozolana – etapa 1............................................................................................159 Figura 7.15 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Escória – etapa 1...............................................................................................160 Figura 7.16 – Curvas de elevação adiabática com o novo consumo – nas primeiras horas etapa 2...............................................................................................................163 Figura 7.17 – Curvas de elevação adiabática com o novo consumo – em dias – etapa 2......164 Figura 7.18 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 2........................................................................................................................166 Figura 7.19 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 2........................................................................................................................167 Figura 7.20 – Comportamento da temperatura com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 2..............................................................................................168 Figura 7.21 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da superfície do muro – etapa 2...................................................................................................169 Figura 7.22 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da interface concreto/rocha - etapa 2...................................................................................169 Figura 7.23 – Comportamento da tensão com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 2...............................................................................................................170 Figura 7.24 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da superfície do muro etapa 2...............................................................................................................171 Figura 7.25 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da interface concreto/rocha – etapa 2...................................................................................172 Figura 7.26 – Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Referência – etapa 2..........................................................................................173 Figura 7.27 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Sílica ativa - etapa 2...................................................................................................173 Figura 7.28 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Metacaulim - etapa 2........................................................................................174 Figura 7.29 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Pozolana - etapa 2............................................................................................174 Figura 7.30 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Escória - etapa 2...............................................................................................175 Erro! Nenhuma entrada de índice de figuras foi encontrada. LISTA DE TABELAS xv Tabela 2.1 – Calor de hidratação dos compostos do cimento Portland (BATTAGIN e ESPER, 1988)..................................................................................................................30 Tabela 2.2 – Tipos de cimento existentes no Brasil e os teores dos componentes...................31 Tabela 2.3 – Calor de hidratação de cimento existentes no Brasil (banco de dados do laboratório de Furnas)........................................................................................31 Tabela 2.4 – Propriedades químicas de cimentos (YAMAZAKI et al., 1994).........................32 Tabela 2.5 – Propriedades físicas de cimentos (YAMAZAKI et al., 1994).............................32 Tabela 2.6 – Elementos constituintes na forma de óxidos – Pozolana e cinza volante (Fonte: Concreto Massa no Brasil – Memória Técnica, 1989)......................................36 Tabela 2.7 – Elementos constituintes na forma de óxidos – Escória de alto-forno moída.......36 Tabela 2.8 – Elementos constituintes na forma de óxidos – Cinza de casca de arroz, sílica ativa e metacaulim.............................................................................................37 Tabela 2.9 – Áreas específicas usuais de algumas adições minerais MALHOTRA e MEHTA, 1996)..................................................................................................................37 Tabela 2.10 – Exigências químicas (NBR 12653 (ABNT, 1992))..........................................38 Tabela 2.11 – Exigências físicas (NBR 12653 (ABNT, 1992))...............................................38 Tabela 3.1 – Influência do consumo de cimento – EQUIPE DE FURNAS (1997)..................56 Tabela 3.2 – Consumo equivalente de cimento para concretos da Usina Serra da Mesa (EQUIPE DE FURNAS, 1997)..........................................................................59 Tabela 3.3 – Elevação adiabática dos concretos sem e com sílica ativa do vertedouro...........59 Tabela 3.4 – Calor específico de vários materiais (EQUIPE DE FURNAS, 1997).................66 Tabela 3.5 – Valores de resfriamento em função da difusividade térmica para várias espessuras de camadas de concretagem (CARLSON et al., 1979)....................69 Tabela 3.6 – Difusividade térmica de vários agregados (EQUIPE DE FURNAS, 1997)........70 Tabela 5.1 – Caracterização do agregado miúdo....................................................................106 Tabela 5.2 – Caracterização do agregado graúdo...................................................................106 Tabela 5.3 – Caracterização do cimento Portland..................................................................107 Tabela 5.4 – Caracterização das adições minerais – Sílica ativa e Metacaulim.....................108 Tabela 5.5 – Caracterização das adições minerais – Escória e Pozolana...............................109 Tabela 5.6 – Dosagens estudadas - Propriedades do concreto...............................................114 Tabela 5.7 – Traços de argamassa utilizados no ensaio de calor de hidratação.....................115 Tabela 5.8 – Quantidade de corpos-de-prova moldados para as propriedades térmicas........119 Tabela 5.9 – Resumo dos corpos-de-prova moldados para os ensaios complementares, utilizados no cálculo térmico...........................................................................120 Tabela 6.1 – Valores de calor de hidratação analisados.........................................................123 Tabela 6.2 – Resultados da análise de variância realizada com os dados individuais de calor de hidratação, para os fatores considerados no modelo estatístico..................125 Tabela 6.3 – Valores de calor específico analisados – Condição (SSS) e com 20 % de saturação...........................................................................................................133 Tabela 6.4 – Resultados da análise de variância realizada com os dados de calor específico, para os fatores considerados no modelo estatístico – Condição (SSS)............133 Tabela 6.5 – Resultados da análise de variância realizada com os dados de calor específico, para os fatores considerados no modelo estatístico – (20 % de saturação)......134 Tabela 6.6 – Valores médios de difusividade térmica............................................................137 Tabela 6.7– Resultados da análise de variância realizada com os dados individuais de difusividade térmica, para os fatores considerados no modelo estatístico......137 Tabela 6.8 – Valores médios de coeficiente de dilatação.......................................................140 Tabela 6.9– Resultados da análise de variância realizada com os dados individuais de coeficiente de dilatação, para os fatores considerados no modelo estatístico..140 xvi Tabela 7.1 – Valores de módulo de elasticidade dos concretos utilizados nas análises.........149 Tabela 7.2 – Valores de coeficiente de Poisson dos concretos utilizados nas análises..........149 Tabela 7.3 – Valores de tração na flexão dos concretos utilizados nas análises....................149 Tabela 7.4 – Valores estimados de fluência dos concretos utilizados nas análises................149 Tabela 7.5 – Temperaturas máximas obtidas nas simulações - etapa 1..................................150 Tabela 7.6 – Tensões máximas ocorridas nas simulações – etapa 1.......................................155 Tabela 7.7 – Valores de módulo de elasticidade estimados utilizados nas análises (para uma resistência de 30 MPa).....................................................................................161 Tabela 7.8 – Valores de tração na flexão estimados utilizados nas análises (para uma resistência de 30 MPa).....................................................................................161 Tabela 7.9 – Valores de Fluência estimados utilizados nas análises (para uma resistência de 30 MPa).................................................................................................................161 Tabela 7.10 – Resistência e eficiência dos concretos utilizados na pesquisa.........................162 Tabela 7.11 – Cálculo do novo consumo de cimento equivalente através da eficiência........162 Tabela 7.12 – Coeficiente de elevação adiabática e a nova elevação adiabática....................163 Tabela 7.13 – Temperaturas máximas obtidas nas simulações – etapa 2...............................165 Tabela 7.14 – Tensões máximas ocorridas nas simulações – etapa 2.....................................170 xvii LISTA DE QUADROS Quadro 2.1 - Principais compostos do cimento Portland, nas suas principais formas – (MEHTA e MONTEIRO, 1994)........................................................................23 Quadro 3.1 – Principais Fatores que influenciam a massa específica, o calor específico, a difusividade térmica e a condutividade térmica (SILVEIRA, 1961).................70 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ACI American Concrete Institute ASTM American Society for Testing and Materials CMEC Curso de Mestrado em Engenharia Civil CP’s Corpos-de-prova MPa Mega Pascal (unidade de medida de resistência) GPa Giga Pascal (unidade de medida de módulo de resistência) NBR Norma Brasileira NM Norma Mercosul SSS Saturação com Superfície Seca UFG Universidade Federal de Goiás xviii RESUMO O calor gerado no concreto nas primeiras idades é conduzido através de sua massa. As superfícies do concreto recebem, emitem e refletem o calor até que seja atiginda a temperatura de equilíbrio. As variações de temperatura no concreto provocadas por essas características dão sempre origem a variações de volume ou de forma que, se forem impedidas total ou parcialmente, dão origem a tensões que, quando de tração, podem levar o concreto à fissuração, já que o concreto tem baixa resistência à tração. O comportamento térmico do concreto é influenciado pela sua composição, tendo o consumo de materiais cimentícios papel muito importante, principalmente na fase de hidratação do cimento, já que são estes que geram calor quando ocorrem as reações químicas. O material cimentício pode ser composto pelo cimento e as adições minerais. O uso de adições minerais no concreto tende a diminuir o calor gerado pela reação exotérmica proveniente das reações químicas do cimento. Entretanto, algumas dessas adições minerais quando substituídas em alguns tipos de cimento e comparadas em concretos com um mesmo consumo de cimento, podem não contribuir para a diminuição do calor gerado. Neste trabalho avaliam-se as contribuições de diferentes tipos de adições nas propriedades térmicas do concreto. Para este estudo, foram utilizados o cimento CP II – F – 32 e as adições minerais: Sílica ativa, metacaulim, escória de alto-forno e pozolana de argila calcinada. Avaliou-se a influência das adições minerais na liberação de calor pelo método da garrafa de Langavant (NBR 12006 (ABNT, 1990)) em três teores (em volume) para cada adição mineral, os quais são 4, 8 e 12 % para a sílica ativa e o metacaulim, 15, 20 e 30 % para a pozolana e 40, 50 e 60 % para escória. Também foram avaliadas a liberação de calor do concreto pelo método da elevação adiabática de temperatura (NBR 12819 (ABNT, 1993)) e as propriedades térmicas do concreto endurecido, as quais são determinadas pelo método do calor específico (NBR 12817 (ABNT, 1993)), pelo método da difusividade térmica (NBR 12818 (ABNT, 1993)) e pelo método do coeficiente de dilatação térmica (NBR 12815 (ABNT,1993)). Estas propriedades foram avaliadas para cinco tipos de concreto, sendo um concreto de referência (apenas cimento) e quatro concretos com substituições parciais (em volume) ao cimento por adições minerais, os quais são o concreto com 8 % de sílica ativa, o concreto com 8 % de metacaulim, o concreto com 20 % de pozolana e o concreto com 50 % de escória. O metacaulim contribuiu para o aumento do calor, alcançando um percentual de 45 % em relação à referência, no teor de 12 %. A sílica ativa também aumentou o calor, no entanto, em um percentual de no máximo 6 %, no teor de 4 %. A pozolana e a escória contribuíram para redução do calor, sendo que para a escória, houve uma maior redução do calor em relação à referência, em torno de 27 % no teor de 60 %. Para as propriedades térmicas do concreto endurecido, as adições apresentaram influência significativa. Para o calor específico, houve uma pequena diferença entre os concretos, tendo um aumento de 4,2 % para o concreto com sílica ativa em relação à referência. A difusividade apresentou uma redução nos concretos com adição mineral, alcançado um percentual de 7,3 % para o concreto com escória. Por fim, as adições minerais promoveram pequenos aumentos no coeficiente de dilatação térmica, obtendo um percentual de 9,3 % para o concreto com metacaulim. No estudo de caso realizado através de cálculo térmico observou-se as aplicações das propriedades térmicas estudadas e as diferenças entre os concretos com adição mineral no comportamento térmico do concreto. Palavras-chave: Concreto; adições minerais; sílica ativa; metacaulim; pozolana de argila calcinada; escória de alto-forno; calor de hidratação; elevação adiabática de temperatura; calor específico; difusividade térmica; coeficiente de dilatação térmica; cálculo térmico. xix ABSTRACT Concrete heat generation, in first ages, is conducted through its mass. The concrete surfaces can receive, emit and reflect heat until the balanced temperature is reached. The concrete temperature variations due to these phenomena promote the volume variations and, dependent on the restrictions, may originate tensions. In presence of tensile tensions, there is possibility of occurrence of cracking, considering that concrete is vulnerable to tensile strength. Concrete thermal behavior is influenced by its mixture components. However, materials with cement characteristics have a great importance, mainly in hydration process, in which they generate heat during the chemical reactions. These materials can be cement and mineral admixtures. Although the use of some mineral admixtures in concrete can contribute for the less heat generation during the chemical reactions of cement, there are ones applied as cement replacement in mixtures which such a benefit is not verified. It is evaluated in this report the improvements in thermal concrete properties promoted by the different types of admixtures. For this research, it was considered Brazilian type cement CP II F-32 and mineral admixtures, as follows: silica fume, metakaolin, blast furnace slag and clay calcined pozzolan. Thus, the influence of mineral admixtures on the heat release was observed by Langavant´s bottle method (Brazilian standard NBR 12006 (ABNT,1990)), considering three different rates, in volume, for each admixture (metakaolin and silica fume = 4%, 8% and 12%; clay calcined pozzolan and blast furnace slag = 40%, 50% and 60%). Besides, the heat release through the method of adiabatic temperature rise, according to the Brazilian standard NBR 12819 (ABNT,1993), and the thermal properties of hardened concrete such as specific heat (NBR 72817, (ABNT,1993), thermal diffusity (NBR 12818 (ABNT, 1993) and thermal coefficient of expansion (NBR 12815 (ABNT, 1993), were evaluated. These properties were considered for five types of cement, one reference concrete (with cement only) and four types of concrete with partial cement replacements, in volume, by mineral admixtures afore mentioned. Metakaolin contributed to the heat increase, reaching 45% more than reference, in 12% rate of replacement. Silica fume increased the heat as well, however, 6% more, in 4% rate of replacement. Clay calcined pozzolan and blast furnace slag allowed the heat decrease, with about 27% less of heat generation, caused by the latter compared to the reference concrete, in 60% rate of replacement for both. For the thermal properties of hardened concrete, the admixtures presented a great influence. There was a little difference among the results of specific heat, with a increasing of 4,2% to the silica fume concrete compared to the reference one. The thermal diffusity was less in concrete with mineral admixture. Generally, the mineral admixtures contributed to little rises in thermal coefficient of expansion, with 9,3 % to the metakaolin concrete. Through the thermal study, the thermal properties were analyzed as well as the behavior difference among the types of concrete with or without mineral admixtures. Keywords: Concrete, mineral admixtures, silica fume, metakaolin, clay calcined pozzolan, blast furnace slag, hydration heat, adiabatic temperature rise, specific heat, thermal diffusity, thermal coefficient of expansion, thermal calculus. CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO Em geral, a incorporação das adições minerais em misturas de concreto traz incrementos na resistência, na impermeabilidade e aumento da durabilidade tanto pelos agentes químicos quanto pela maior tendência à redução de fissuras térmicas devido ao menor calor de hidratação que algumas adições promovem. Além dos benefícios técnicos, deve-se destacar os benefícios econômicos pela substituição parcial ao cimento Portland tendo em vista seu alto custo de produção. Finalmente ressalta-se os benefícios ecológicos, uma vez que muitos materiais utilizados como adição mineral contêm em sua composição elementos poluentes, tóxicos e sua disposição em mananciais ou seu acúmulo em aterros representa risco ao meio ambiente (MEHTA e MALHOTRA, 1996). As adições minerais podem ser uma alternativa técnica para minimizar os efeitos causados pelo problema térmico no concreto. Para tanto, suas contribuições devem ser avaliadas nas propriedades térmicas que, dentre outras, são fundamentais para o entendimento do comportamento térmico do concreto. 1.1 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO TEMA Para projetos e construções de concreto, como por exemplo, em estruturas de barragens onde se utiliza grande volume de concreto, é importante considerar a elevação da temperatura do concreto. Além disso, com o advento dos concretos de alta resistência com elevados consumos de materiais cimentícios e com a execução de edifícios altos os quais necessitam de grandes blocos de fundação, e também concretos de edificações e outras obras, passaram a ser considerados nos estudos térmicos. No Brasil poucos estudos foram realizados no sentido de avaliar as adições aqui utilizadas no que se refere a sua influência nas propriedades térmicas. A influência das adições minerais no calor gerado pela hidratação do cimento já é conhecida e bem estabelecida para vários tipos de adição mineral. Entretanto, para as propriedades térmicas do concreto endurecido, ainda é pequeno o conhecimento sobre a influência das adições nessas propriedades. Capítulo 1 – Introdução 21 Conforme relato de vários pesquisadores (INOUE, 1983; SCANDIUZZI e ANDRIOLO, 1986; MEHTA e MONTEIRO, 1994; CALMON, 1995; EQUIPE DE FURNAS, 1997; NEVILLE, 1997; dentre outros) entre os materiais utilizados no concreto, os agregados parecem ter maior influência na maioria das propriedades térmicas do concreto endurecido, já que na proporção da mistura, os agregados correspondem aproximadamente de 70% a 80% (INOUE, 1983; MEHTA e MONTEIRO, 1994). Desta forma, pergunta-se: As adições minerais influenciam no calor específico do concreto, na difusividade térmica do concreto e no coeficiente de dilatação térmica do concreto? Estas propriedades, como outras, são de extrema importância quando se trata de estruturas, onde se utiliza concretos com consumo de cimento considerável ou em grandes volumes, como por exemplo, o concreto massa1 para barragens. Os programas computacionais para os cálculos de temperatura do concreto são utilizados para determinar o tipo, a altura de camada de concretagem, a temperatura de lançamento do concreto e o intervalo de tempo entre as concretagens levando em consideração para o campo da temperatura, as propriedades térmicas dos concretos, que têm seus valores, muitas vezes, estimados pelo tipo litológico do agregado graúdo empregado no concreto. Neste caso, essas propriedades térmicas podem estar subestimadas ou superestimadas dependendo do tipo de adição. Equipe de Furnas (1997) sugere que as condições de lançamento do concreto e definição final de eventuais medidas para o controle da fissuração térmica, sejam tomadas com base em estudos térmicos realizados com o emprego das propriedades térmicas reais do concreto determinadas em ensaios de laboratório. Kruger (2001) demonstra a importância de se determinar de forma mais precisa possível os parâmetros do material principalmente no que se refere às propriedades térmicas. Este trabalho busca contribuir com o estudo da influência de adições minerais tradicionalmente utilizadas no Brasil no calor gerado e nas propriedades térmicas do concreto. 1.2 OBJETIVO DA PESQUISA O objetivo do trabalho consiste em verificar as diferenças no comportamento térmico do concreto executado sem adições minerais (somente cimento) e concretos em que parte do cimento é substituída por adições minerais. Utiliza-se duas adições consideradas mais reativas, a sílica ativa e o metacaulim e duas menos reativas, a pozolana de argila calcinada e a escória de alto-forno. Como objetivos específicos, têm-se: 1 O termo concreto massa é dado aos concretos utilizados principalmente em barragens, onde as estruturas necessitam de cuidados com os efeitos térmicos, devido aos grandes volumes de concreto. Capítulo 1 – Introdução 22 ¾ Avaliar a geração de calor na hidratação do cimento com quatro adições minerais, em três teores com substituição parcial ao volume de cimento. ¾ Avaliar a influência das adições minerais nas propriedades térmicas do concreto endurecido, comparando um concreto de referência (sem adição) com quatro concretos contendo adições minerais, ambos com relação água/aglomerante fixa. ¾ Realizar um estudo de caso com base nos dados obtidos neste estudo, através de cálculos de temperatura, a fim de demonstrar a influência das adições minerais e a aplicação dessas propriedades térmicas. . 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO Considerando o capítulo 1 como introdutório, a presente dissertação de mestrado encontra-se estruturada em mais sete capítulos. No Capítulo 2 é apresentada a revisão bibliográfica sobre o cimento Portland com suas respectivas características, tais como: Composição química, aspectos físicos, hidratação e calor de hidratação, e a revisão sobre as adições minerais de uma forma geral enfocando suas principais características, e posteriormente comenta-se apenas sobre as adições minerais utilizadas na dissertação (sílica ativa, metacaulim, pozolana e escória). No capítulo 3 são apresentadas uma abordagem do fenômeno da temperatura no concreto e as propriedades térmicas do concreto com seus fatores e propriedades influentes. No Capítulo 4 apresenta-se de forma sucinta uma noção sobre o estudo térmico do concreto. No Capítulo 5, apresenta-se o programa experimental, materiais e métodos utilizados nessa dissertação. No Capítulo 6, apresenta-se os resultados e a discussão dos resultados obtidos. No Capítulo 7, apresenta-se um estudo de caso realizado com a simulação de um cálculo térmico de um muro de vertedouro de uma barragem, a fim de verificar a aplicação prática dos resultados obtidos da pesquisa. No Capítulo 8, apresenta-se as considerações finais e sugestões para futuras pesquisas. CAPÍTULO 2 CIMENTO PORTLAND E ADIÇÕES MINERAIS 2.1 CIMENTO PORTLAND O cimento Portland consiste principalmente de vários compostos de carbonato de cálcio provenientes de materiais de origem calcária (pedra calcária, mármore e conchas de mar) donde se originam as fontes de cálcio. Argilas e xistos argilosos dão origem às fontes de sílica e aluminas (Al2O3), bem como aos óxidos de ferro (Fe2O3). Durante a produção do cimento esses materiais são combinados quimicamente, tendo como produto final o clínquer que contém compostos que serão efetivos no processo das reações químicas de hidratação do cimento. Os compostos formados são apresentados no Quadro 2.1, nas suas principais formas. Quadro 2.1 – Principais compostos do cimento Portland nas suas principais formas – (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Material Pedra calcária Elementos constituintes CaCO3 = CaO + CO2 Composto 3CaO. SiO2 [ C3S (silicato tricálcico) ] 2CaO . SiO2 [ C2S (silicato dicálcico) ] + Argila SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 + H2O 3CaO . Al2O3 [ C3A (aluminato tricálcico)] 4CaO . Al2O3 . Fe2O3 [ C4AF (ferroaluminato tetracálcico) ] A composição teórica dos compostos é estimada através das equações de Bogue (CZERNIN, 1962). Estas equações estão apresentadas nas Equações 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4 % C3S = 4,07.CaO – (7,60.SiO2 + 6,718.Al2O3 + Fe2O3 + SO3 ) (2.1) % C2S = 2,87. SiO2 – 0,754. C3S (2.2) % C3A = 2,65. Al2O3 – 1,69.Fe2O3 (2.3) % C4AF = 3,04 Fe2O3 (2.4) Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 2.1.1 24 SILICATO TRICÁLCICO (C3S) O silicato tricálcico conhecido como Alita é um composto em maior quantidade no clínquer de cimento Portland Normal, em torno de 50% a 70% (TAYLOR, 1990). Em sua composição, existem pequenas quantidades de ferro, magnésio, potássio, sódio, alumínio e titânio. Segundo Lea (1970), no cimento, a Alita ocorre em três principais formas cristalinas; triclínica, monoclínica e trigonal. Estas formas são variações da pseudo-estrutura simples do C3S constituída de tetraedos de SiO4, íons de Ca e oxigênio. A coordenação do cálcio nessa estrutura é irregular de forma que os íons de oxigênio ficam concentrados em um lado ao redor dos íons de cálcio. Esse arranjo eletrostático deixa grandes vazios estruturais promovendo alta energia (LEA, 1970). Esta alta energia faz do C3S um dos compostos mais reativo do cimento, elemento responsável pelo endurecimento e ganho de resistências iniciais do concreto. 2.1.2 SILICATO DICÁLCICO (C2S) O silicato dicálcico conhecido como Belita se encontra em quantidades menores que a Alita, em torno de 15% a 30% no clínquer de cimento Portland Normal (TAYLOR, 1990). De forma análoga com o silicato tricálcico, a Belita contém os mesmos compostos (SiO4, íons de Ca e oxigênio) encontrados no silicato tricálcico, mas possui diferentes formas estruturais. Dentre elas, destaca-se o β-C2S que é reativo. Este silicato tem vazios intersticiais em seu arranjo estrutural, menores que os encontrados no C3S, ou seja, sua estrutura é mais regular. Isto faz com que o C2S seja menos reativo do que o C3S. Com isso é responsável pelo ganho de resistências no concreto em idades posteriores. 2.1.3 ALUMINATO TRICÁLCICO (C3A) O aluminato tricálcico normalmente está presente em torno de 5% a 10% no clínquer de cimento Portland Normal (TAYLOR, 1990). Ainda, segundo Taylor (1990), o aluminato tricálcico (Ca3Al2O6) é substancialmente modificado em sua composição e algumas vezes também na sua estrutura pela incorporação de íons estranhos, especialmente Si4+, Fe 3+, Na+ e K+. Isto promove reações rápidas com a água e pode causar uma indesejável pega rápida, que pode ser controlada pela adição de gipsita (sulfato de cálcio). Segundo Mehta e Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 25 Monteiro (1994), o aluminato tem alta reatividade devido a sua estrutura ter grandes vazios estruturais. Com isso, o aluminato tricálcico é responsável pela pega do cimento. 2.1.4 FERROALUMINATO TETRACÁLCICO (C4AF) O ferroaluminato tetracálcico se situa entre 5% a 15% dos compostos presentes no clínquer de cimento Portland Normal (TAYLOR, 1990). Sua composição normalmente é modificada pela variação na relação Al/Fe e pela incorporação de alguns íons estranhos. Segundo Taylor (1990), a relação para a qual as reações com água aparecem é um pouco variável, talvez devido às diferenças na composição ou outras características, mas em geral é alta inicialmente e intermediária entre aquelas da alita e Belita, para idades posteriores. 2.2 HIDRATAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND Todos os compostos do cimento estão anidros, mas quando em contato com a água, eles são dissolvidos, formando compostos hidratados. Temporariamente, são soluções instáveis e supersaturadas, mas gradativamente são precipitados até entrar em equilíbrio com os componentes hidratados. Segundo Lea (1970), podem-se observar dois mecanismos de hidratação; em um primeiro, o mecanismo da dissolução-precipitação, que consiste no fato dos componentes do cimento serem dissolvidos formando íons na solução, e estes, em seguida combinados com outros elementos, precipitam os produtos de hidratação. Em um segundo mecanismo, os componentes do cimento não entrariam em solução, mas sim, as reações de hidratação aconteceriam no estado sólido, também denominado de mecanismo topoquímico. Mehta e Monteiro (1994) também relatam que o mecanismo dissolução-precipitação é dominante nos estágios iniciais de hidratação, e que em estágios posteriores, quando a mobilidade iônica na solução se torna restrita, promove a hidratação das partículas de cimento no estado sólido. Segundo Neville (1997), a evolução da hidratação do cimento pode ser determinada de vários modos, tais como: - Quantidade de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) na pasta; - Calor desenvolvido na hidratação; - Massa específica da pasta; - Quantidade de água quimicamente combinada; - Quantidade de cimento não hidratado presente; Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais - 26 Indiretamente, pela resistência da pasta hidratada. Além da composição, a finura do cimento tem uma influência significativa na hidratação do cimento. Quanto mais fino o cimento, mais rápida será a reação. A taxa de reatividade, e conseqüentemente a resistência, principalmente a inicial, pode ser aumentada através de uma moagem mais fina do cimento. Entretanto, o custo e o calor de hidratação estabelecem limites para a finura. Geralmente, as partículas de cimento maiores do que 45 μm são difíceis de hidratar e aquelas maiores do que 75 μm nunca se hidratam completamente. Neville (1997) relata que, para uma dada área específica (unidade de área por unidade de massa – m2/kg) do cimento, o desenvolvimento da resistência às primeiras idades seja melhor se pelo menos 50% das partículas tenham entre 3 μm e 30 μm. Acredita-se que mesmo uma maior proporção de partículas entre 3 μm e 30 μm, até 95%, resulte maior resistência inicial e também uma resistência final do concreto. 2.2.1 HIDRATAÇÃO DOS ALUMINATOS Dentre os compostos do cimento, os aluminatos, principalmente o C3A, têm a formação rápida de hidratos cristalinos, tais como C3AH6, C4AH9 e C2AH8, com uma grande quantidade de calor proveniente das reações. Para que o cimento Portland tenha utilidade na construção, é preciso que a reação do C3A seja desacelerada. Um processo utilizado para desacelerar esse processo é a introdução da gipsita (sulfato de cálcio hidratado). A hidratação do C4AF pode produzir compostos com composições variáveis, mas com estruturas similares à etringita e ao monossulfoaluminato. Geralmente, a reatividade da fase ferrrita é de certa forma mais lenta do que a do C3A, mas cresce com o aumento do teor de alumina e diminuição da temperatura de formação durante o processo de produção do cimento (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Segundo Mehta e Monteiro (1994), são várias teorias sobre o mecanismo de retardo do C3A pela gipsita. De acordo com uma teoria, uma vez que a gipsita e os álcalis entram em solução rapidamente, o C3A torna-se menos solúvel na presença de íons hidroxila, álcalis e sulfato. Dependendo da concentração do aluminato e dos íons sulfato na solução, o produto cristalino de precipitação é o trissulfoaluminato de cálcio hidratado ou o monossulfoaluminato de cálcio hidratado. As reações químicas relevantes podem ser expressas como as Equações 2.5 e 2.6: Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 27 C6AS3H32 (etringita) ( 2.5) C4ASH18 (monossulfato) (2.6) A etringita é o primeiro hidrato a cristalizar-se devido à elevada relação sulfato/aluminato na fase aquosa durante a primeira hora de hidratação. Os cimentos Portland possuem normalmente de 5% a 6% de gipsita. A precipitação de etringita contribui para o enrijecimento (perda de consistência), para a pega (solidificação da pasta), e desenvolvimento da resistência inicial. 2.2.2 HIDRATAÇÃO DOS SILICATOS Os silicatos C3S e o C2S são os compostos em maior quantidade no cimento e produzem hidratos estruturalmente similares mas que variam largamente quanto à relação cálcio/sílica e ao teor de água quimicamente combinada. Considerando que as propriedades são determinadas pelas estruturas, as diferenças de composição entre os silicatos de cálcio hidratados têm pequeno efeito sobre as suas características físicas. Os principais produtos formados na hidratação dos silicatos são C-S-H (silicato de cálcio hidratado) e o CH (hidróxido de cálcio). De uma forma geral, as reações estequiométricas para pastas completamente hidratadas podem ser expressas como mostram as seguintes Equações 2.7 e 2.8. 2C3S + 6H → C3S2H3 + 3CH ( 2.7) 2C2S + 4H → C3S2H3 + CH ( 2.8) Os cálculos estequiométricos mostram que a hidratação do C3S produziria 61% de C3S2H3 e 39% de hidróxido de cálcio, enquanto a hidratação do C2S produziria 82% de C3S2H3 e 18% de hidróxido de cálcio. As equações estequiométricas de hidratação do C3S e C2S não dizem nada sobre as velocidades de reação. O C3S hidrata mais rápido do que o C2S. Na presença da gipsita, o C3S em finas partículas começa a hidratar uma hora após a adição de água ao cimento, e provavelmente contribui para o início de pega e para resistência inicial (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 28 2.3 CALOR DE HIDRATAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND O calor de hidratação é a quantidade de calor que se desprende até a hidratação completa do cimento a uma temperatura estabelecida, podendo ser expressa em joules por grama de cimento (J/g). Os compostos do cimento Portland são produtos que não possuem equilíbrio nos seus arranjos moleculares e por isso estão em um estado de energia elevada. Quando um cimento é hidratado, os compostos reagem com a água para atingir estados estáveis de baixa energia, e o processo é acompanhado pela liberação de energia na forma de calor. Em outras palavras, as reações de hidratação dos compostos do cimento são exotérmicas. O processo exotérmico durante o estágio de hidratação do cimento pode ser observado na Figura 2.1. Dissolução e formação da etringita Conversão de etringita em monosulfato Formação de C-S-H e CH Controle de difusão Período dormente, supersaturação dos íons Ca2+ Minutos Horas Dias Figura 2.1 – Estágios do processo de hidratação (adaptado de, DE FARIA, 2004). No estágio I, o cimento começa a ser dissolvido na água formando uma suspensão de íons, dentre os quais o Al+3, que reage rapidamente com o gesso e a água do sistema, promovendo uma liberação de calor, a qual está representada pelo primeiro pico exotérmico. Durante este processo há formação de uma camada constituída por pequenas agulhas (etringitas). Quando a concentração de íons de Cálcio e de Hidróxido se torna intensa, dá-se o início da cristalização de Silicato de Cálcio Hidratado (C-S-H) e de Hidróxido de Cálcio (CH). Com isso, inicia-se o estágio II, denominado de período dormente ou de indução, onde o cimento ainda permanece plástico. Enquanto houver gesso na forma de íons sulfatos (SO42-) no sistema, há formação de etringita, porém, de forma mais lenta, à medida que a camada que cobre os íons de Al3+ fica mais espessa, impedindo o seu contato com o SO42- e a água. A dissolução dos minerais do cimento é concluída, aumentando a concentração de íons na Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 29 solução. O CH cristaliza da solução e o C-S-H se desenvolve na superfície do C3S, formando uma cobertura. A reação se transforma em difusão controlada, com o aumento de espessura dessa cobertura e do tempo que a água leva para penetrar na mesma. Neste período, observase uma baixa liberação de calor, provavelmente pelo C2S que hidrata a uma taxa mais lenta por ser um componente menos reativo. Com o consumo do SO42- na solução vem a instabilidade da camada de etringita, causando sua desintegração e dando fim ao período dormente. No estágio III há uma concentração crítica de íons e a conseqüente retomada das reações nas quais, principalmente os íons Ca2+ estão envolvidos na formação e precipitação do C-S-H e do CH. A taxa máxima de reação acontece nesta fase, promovendo uma forte liberação de calor que dá origem ao segundo pico exotérmico. Neste momento, a pega chega ao final e o endurecimento se inicia. Após o segundo pico exotérmico, ocorre a conversão de etringita em monossulfato pela sua reação com os íons Al3+ que não reagiram, consolidando o estágio IV. Os íons Al3+ remanescentes reagem formando novos hidratos que, juntamente com os hidratos precipitados dos íons Ca2+ , formam uma proteção em torno do grão de cimento, impedindo o contato da água livre com a sua parte não hidratada. Assim, tem-se o último estágio, o estágio V (controle de difusão). Neste estágio, a temperatura tem pouco efeito na hidratação. A reação de hidratação do cimento além de exotérmica pode-se dizer termoativada. Ou seja, a evolução da reação de hidratação é acelerada pelo próprio calor gerado. O calor de hidratação pode ser um problema, principalmente na construção de barragens, onde se utiliza o concreto massa, e em outros casos pode contribuir, como por exemplo, na concretagem em locais de baixa temperatura, onde possa fornecer energia de ativação para as reações de hidratação. A quantidade total de calor liberado e as taxas de liberação de calor pela hidratação dos compostos individuais do cimento podem ser usadas como índices de suas reatividades (MEHTA e MONTEIRO, 1994). O valor real do calor de hidratação depende da composição química do cimento é muito aproximadamente igual à soma dos calores de hidratação dos compostos quando hidratados isoladamente. Na Tabela 2.1 estão apresentados valores do calor de hidratação de cada um dos principais compostos do cimento a uma dada idade, segundo Battagin e Esper (1988). Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 30 Tabela 2.1 – Calor de hidratação dos compostos do cimento Portland (BATTAGIN e ESPER, 1988). Compostos C3S C2S C3A C4AF Calores de hidratação a uma dada idade (cal/g) 7 dias 28 dias 6 meses 110 120 120 20 45 60 185 205 207 40 50 70 É possível observar na Tabela 2.1 que os compostos C3S e C3A são mais efetivos na quantidade de liberação de calor no concreto devido aos seus valores individuais de calor gerado serem maiores. Taylor (1990) apresenta uma expressão para representar o calor total que todos os compostos individuais geram. Esta expressão é dada pela Equação 2.9. H= a(C3S) + b(C2S) + c(C3A) + d(C4AF) ( 2.9) Onde: H → representa o calor de hidratação de uma dada idade e sob dadas condições; a,b,c e d → são coeficientes que representam a contribuição dos respectivos compostos ao calor de hidratação. A finura do cimento também tem forte influência sobre a velocidade de liberação de calor nas primeiras idades. Deste modo, a velocidade de hidratação é proporcional à área específica do cimento. Entretanto, nos estágios mais avançados, o efeito da área específica é desprezível e a quantidade de total de calor desprendida não é influenciada pela finura do cimento. A quantidade de cimento na mistura do concreto também influencia na liberação do calor, portanto, pode se controlar a geração de calor pelo controle do consumo de cimento no concreto. O calor de hidratação varia conforme cada tipo de cimento, já que estes têm composições diferentes não somente pelos compostos do clínquer, mas pelos os materiais (adições minerais) que são adicionados às suas composições. Os principais tipos de cimento Portland existentes no Brasil com suas respectivas normas e os teores dos componentes podem ser visto na Tabela 2.2. Na Tabela 2.3 está apresentado o calor de hidratação dos vários tipos de cimento, medido em estudos do laboratório de concreto de FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 31 Tabela 2.2 – Tipos de cimento existentes no Brasil e os teores dos componentes. Tipos de cimento Cimento Portland comum Cimento Porltand composto com escória Cimento Porltand composto com pozolana Cimento Porltand composto com fíler Cimento Porltand de altoforno Cimento Porltand pozolânico Cimento Porltand de alta resistência inicial Escória granulada de altoforno Nomeclatura Clínquer + sulfatos de cálcio CP I 100 0 CP I-S 99-95 1-5 CP II-E CP II-Z CP II-F Material Pozolânico Material Carbonático Normas NBR 5732/1991 94 - 56 6 - 34 --- 0 - 10 94 - 76 --- 6 - 14 0 - 10 94 - 90 --- --- 6 - 10 CP III 65 - 25 35 -70 --- 0-5 CP IV 85 - 45 --- 15 - 50 0-5 CP V - ARI 100 - 95 --- --- 0-5 NBR 11578/1991 NBR 5735/1991 NBR 5736/1991 NBR 5733/1991 Tabela 2.3 – Calor de hidratação de cimento existentes no Brasil (banco de dados do laboratório de Furnas) Calor de hidratação (J/g) Tipo de cimento Idade (dias) 3 7 CP I 266 – 303 280 – 314 CP II – F 185 – 252 239 - 276 CP II – E 241 258 CP II – Z 211 - 236 214 - 250 CP III 199 -224 216 - 257 CP IV 207 - 235 212 - 258 CP V – ARI 222 - 281 229 - 332 As faixas apresentadas na Tabela 2.3 correspondem a vários tipos de cimento ensaiados no laboratório de Furnas. Contudo, as variações apresentadas para cada tipo de cimento, nesta tabela, são provenientes da variação das propriedades dos cimentos, tais como Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 32 finura, composição, teor de adição, no caso dos cimentos que contêm adições minerais. Portanto, o objetivo de apresentar essas faixas é mostrar a ordem de grandeza dos valores do calor de hidratação para vários tipos de cimento. Além dos cimentos apresentados na Tabela 2.2, existe o cimento que é denominado de baixo calor de hidratação. Segundo a norma NBR 13116 (ABNT,1994), o cimento de baixo calor de hidratação deve ter seus valores de calor de hidratação de 260 J/g aos 3 dias e 300 J/g aos 7 dias. Estes valores são conseguidos pela limitação dos componentes do cimento, principalmente os compostos que se hidratam rapidamente (C3S e C3A). Neste caso, a reação de hidratação se torna mais lenta, e consequentemente irá gerar menor calor e menor resistência inicial, mas a resistência final não é afetada. No entanto, para garantir uma velocidade suficiente de aumento de resistência, a área específica do cimento não deve ser menor do que 3200 cm2/g. Em trabalho publicado por Yamazaki et al (1994) são apresentados valores dos principais compostos químicos e das propriedades físicas de um cimento de baixo calor de hidratação utilizado na concretagem de uma laje de fundação para assentar um silo de cimento. Esses valores podem ser observados nas Tabelas 2.4 e 2.5. Tabela 2.4 – Propriedades químicas de cimentos (YAMAZAKI et al, 1994). C3S (%) 27 44 52 Cimento Baixo calor Calor moderado Cimento comum C2S (%) 58 33 23 C3A (%) 2 4 9 C4AF (%) 8 12 9 Tabela 2.5 – Propriedades físicas de cimentos (YAMAZAKI et al, 1994). Cimento Massa específica (kg/dm3) Finura Blaine (cm2/g) Baixo calor Calor moderado Cimento comum 3,22 3,21 3,16 3350 3040 3250 Resistência à compressão (MPa) 7 dias 28 91 dias dias 11,3 31,6 59,7 16,7 35,8 51,5 25,2 41,5 48,1 Calor de hidratação (J/g) 7 28 91 dias dias dias 202 266 313 270 319 352 326 373 401 2.4 ADIÇÃO MINERAL O termo pozolana tem sua origem associada às cinzas vulcânicas e solos calcinados que reagem com cal, à temperatura ambiente, quanto em contato com a água. O termo foi estendido a todo “material silicoso ou sílico aluminoso que em si mesmo possui pouca ou nenhuma propriedade cimentante, mas numa forma finamente dividida e na presença de umidade, reage quimicamente com o hidróxido de cálcio [Ca(OH)2], a Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 33 temperaturas ambientes, para formar compostos com propriedades cimentantes” (MEHTA e MONTEIRO, 1994). A Equação 2.10 apresenta a reação pozolânica promovida nessa reação. Pozolana + Ca (OH )2 + H 2 O → C − S − H (2.10) Mehta e Monteiro (1994) destacam três aspectos importantes da reação pozolânica: primeiro, a taxa da reação é lenta e, portanto, a taxa de liberação de calor e de desenvolvimento da resistência serão lentos; segundo, a reação consome hidróxido de cálcio ao invés de produzi-lo, representando uma contribuição para a durabilidade da pasta de cimento endurecida; terceiro, os produtos da reação, como exemplo, o C-S-H que tem uma área específica maior do que o Ca(OH)2, são eficientes no preenchimento dos espaços capilares grandes, melhorando a resistência e a impermeabilidade do sistema. As adições minerais podem também ser definidas como qualquer material, que contêm elementos que não são cimentates a si próprios, mas que na presença de água irão reagir com a cal em temperatura ambiente para formar componentes estáveis com propriedades cimentantes (LEA, 1970; NBR 12653 (ABNT, 1992)). A origem das adições minerais pode ser natural ou artificial (MEHTA e MONTEIRO, 1994; NEVILLE, 1997). Segundo os autores, os materiais de origem natural possuem atividade pozolânica no estado natural ou podem facilmente ser convertidos em pozolanas por britagem, moagem, classificação por tamanho e, em alguns casos, ativação térmica. Dentro desta categoria, estão incluídas as terras diatomáceas, os vidros e tufos vulcânicos e as argilas ou folhelhos calcinados. Os materiais artificiais são subprodutos das indústrias de transformação e beneficiamento, que requerem ou não processamento (secagem e pulverização) antes do emprego como adição mineral. Os principais subprodutos utilizados são a escória de alto-forno, a cinza volante, a sílica ativa e a cinza de casca de arroz. As adições minerais podem possuir propriedades pozolânicas, cimentantes ou pozolânicas e cimentantes. De acordo com essas propriedades, as normas NBR 12653 (1992) e ASTM C – 618 (2003) classificam as adições conforme apresentado a seguir. Segundo a NBR 12653 (1992): - Classe N → pozolanas naturais e artificiais como certos materiais vulcânicos de caráter petrográfico ácido (≥ 65% de SiO2), “cherts”silicosos, terras diatomáceas e argilas calcinadas; Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 34 - Classe C → cinza volante produzida pela queima de carvão mineral em usinas termoelétricas; - Classe E → qualquer pozolana cujos requisitos diferem das classes anteriores. Alguns materiais que se enquadram nesta classe podem ter propriedades aglomerantes. Segundo a ASTM C – 618 (2003): - Classe N → pozolanas naturais ou artificiais como certos materiais vulcânicos de caráter petrográfico ácido, “opaline cherts”, “shales”, terras diatomáceas, tufos e cinzas vulcânicas, argilas calcinadas e vários materiais que requerem calcinação para terem propriedades satisfatórias; - Classe F → “Fly ash” (cinza volante) normalmente produzida da queima de carvão betuminosos e “anthracite”. Esta classe de cinza volante tem propriedades pozolânicas; - Classe C → “Fly ash” (cinza volante) normalmente produzida do carvão “lignite” ou subbetuminosos. Esta classe de “Fly ash” pode ter propriedades cimentantes. Algumas cinzas devem conter um teor de cálcio ≥ 10%. Ainda, segundo Mehta (1989); Metha e Monteiro (1994), as adições minerais podem ser classificadas em quatro grupos: - Cimentante: escória de alto-forno resfriada rapidamente; - Cimentante e pozolânica: cinza volante com alto teor de cálcio (> 10% de CaO); - Pozolanas altamente reativas: sílica ativa, metacaulim e a cinza de casca de arroz produzida com queima controlada; - Pozolanas comuns: cinza volante de baixo teor de cálcio (< 10% de CaO) e os materiais naturais; - Pozolanas pouco reativas: escória de alto-forno resfriada lentamente, cinza de grelha, escória e cinza de casca de arroz sem queima controlada. Os materiais pozolânicos são ricos em SiO2 e, geralmente, em Al2O3, com baixo conteúdo de CaO. Esses materiais reagem com a água e com o Ca(OH)2 (produzido pelo clínquer do cimento Portland) a temperaturas normais, formando silicato de cálcio hidratado Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 35 (C-S-H); caso contenham Al2O3, podem formar aluminato de cálcio ou silicato aluminato hidratado. Já os materiais cimentantes reagem com a água, assim como o clinquer de cimento Portland, para formar o C-S-H. Entretanto, essa reação é muito lenta para aplicação prática, sendo necessário o uso de outra substância que trabalhe como ativador da reação (BAKKER, 1988; TAYLOR, 1990). Na Figura 2.2 está apresentada de forma esquemática uma comparação da composição química do cimento Portland e outros materiais cimentícios. SiO2 SA Fly ash Fly ash Classe C Classe N ESC CP CA CaO Al2O3 CP – Cimento Portland CA – Cimento com alto teor de alumina ESC – Escória de alto-forno SA – Sílica ativa Fly ash N – Pozolanas artificiais e naturais Fly ash C – Cinza volante Figura 2.2 – Comparação da composição química do cimento Portland e outros materiais cimentícios (ROY,1989). De forma a complementar as grandezas de valores das composições químicas das adições minerais, estão apresentadas nas Tabelas 2.6 a 2.8 as composições de diversos tipos de adições minerais utilizadas em pesquisas e obras no Brasil. Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 36 Tabela 2.6 – Elementos constituintes (na forma de óxidos) das adições minerais: Pozolana e cinza volante (Fonte: Concreto Massa no Brasil – Memória Técnica, 1989). Percentagens em massa Origem UHE Capivara – Pozolana de argila calcinada (Fábrica de Jupiá – MS) UHE Ilha Solteira = Pozolana de argila calcinada (Fábrica de Jupiá – MS) UHE Jupiá – Pozolana de argila calcinada (fábrica no canteiro de obra) UHE Tucuruí – Pozolana de argila calcinada (Itaú-Jupiá – SP) UHE Tucuruí – Pozolana de argila calcinada (Cimepar – João Pessoa - PB) UHE Itaipu – Cinza volante |1| UHE Nova Avanhandava – Cinza volante UHE Salto Osório – Cinza volante (Usina termelétricas de Tubarão – SC) UHE Tucuruí – Cinza volante (Candiota – RS) UHE Tucuruí – Cinza volante (Tubarão – SC) SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO Eq.alcalino Perda ao fogo 65,74 23,44 6,32 --- 1,31 --- 0,84 66,42 24,67 5,24 --- 1,57 --- 1,26 67,33 24,49 5,41 --- 0,092 --- 1,49 68,28 20,21 5,50 1,31 0,97 --- 1,80 73,84 18,10 4,08 1,76 0,28 --- 0,71 --- --- --- --- 0,71 --- 3,21 54,00 28,14 8,20 --- 1,04 1,63 3,35 56,50 32,4 6,44 0,95 0,70 0,03 2,62 68,67 20,17 6,73 1,11 0,38 --- 0,48 53,57 26,43 6,27 1,72 0,52 --- 5,11 |1| A bibliografia apresenta apenas a soma dos seguintes compostos: SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 = 92,7 Tabela 2.7 – Elementos constituintes na forma de óxidos – Escória de alto-forno moída. Percentagens em massa Origem UHE Irapé - Escória de alto-forno (Banco de dados do laboratório de Furnas) UHE Itapebi - Escória de alto-forno (Banco de dados do laboratório de Furnas) Dias et al. (1990) SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO Eq.alcalino 32,30 a 36,99 34,05 a 34,55 33,77 11,02 a 13,59 11,44 a 13,46 15,29 0,76 a 5,62 0,27 a 0,73 0,51 37,90 a 42,46 38,86 a 42,01 42,20 1,39 a 9,00 6,25 a 10,95 6,62 0,30 a 0,95 0,24 a 0,63 0,41 Perda ao fogo 0,00 a 8,09 0,00 a 1,15 0,20 Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 37 Tabela 2.8 – Elementos constituintes na forma de óxidos – Cinza de casca de arroz, sílica ativa e metacaulim. Percentagens em massa Origem Cinza de casca de arroz (HASPARYK et al., 1999) Cinza de casca de arroz (LIDUÁRIO et.al, 2003) Cinza de casca de arroz (VIEIRA et al., 2005) Sílica ativa (HASPARYK et al., 1999) Sílica ativa (LIDUÁRIO et.al, 2003) UHE Irapé – Sílica ativa (Banco de dados do laboratório de Furnas) AHE – Capim Branco II - Metacaulim (Banco de dados do laboratório de Furnas) AHE – Capim Branco I - Metacaulim (Banco de dados do laboratório de Furnas) UHE Irapé – Metacaulim (Banco de dados do laboratório de Furnas) SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO Eq.alcalino Perda ao fogo 85,93 0,62 0,29 1,06 0,95 0,88 6,0 79,82 0,27 3,11 0,63 0,81 --- --- 87,05 a 92,75 0,07 a 0,15 0,05 a 0,86 1,46 a 1,89 0,19 a 0,49 0,22 a 0,27 0,54 a 3,87 91,15 1,57 0,38 0,69 0,83 0,16 2,45 91,58 0,17 0,46 0,70 0,72 --- --- 92,50 a 95,97 0,04 a 0,13 0,07 a 0,27 0,53 a 2,76 0 a 0,56 0,7 a 0,87 1,82 a 2,90 51,63 38,63 4,22 0,55 0,07 0,52 2,83 49,95 a 57,05 49,7 a 50,35 36,33 a 41,02 39,9 a 40,42 2,94 a 4,59 2,99 a 4,82 0,55 a 0,62 0,52 a 0,62 0 a 0,19 0,32 a 0,44 0,37 a 0,59 0,37 a 0,54 2,40 a 3,40 2,27 a 3,83 Pode-se relatar pelas observações na literatura (CALLEJA, 1969; LEA, 1970; SOUSA SANTOS, 1975; MEHTA e MONTEIRO, 1994; NEVILLE, 1997) que não somente as quantidades dos elementos presentes nas adições minerais, mas fatores como o teor de elementos amorfos (não cristalinos) e a finura que determinam a atividade pozolânica e/ou capacidade cimentante das adições minerais. Algumas adições têm sua capacidade pozolânica aumentada pela sua grande área específica. Em outras palavras, muitas pozolanas com um alto teor de elementos nãocristalinos e uma alta área específica obtida pelo processo “natural” ou pelo processo “artificial” de moagem, se tornam pozolanas de alta atividade pozolânica. Na Tabela 2.9 estão apresentadas as áreas específicas usualmente efetivas para algumas adições minerais. Tabela 2.9 – Áreas específicas usuais de algumas adições minerais (MALHOTRA e MEHTA, 1996). Adições Minerais Escória de alto-forno Pozolana Sílica ativa / Metacaulim Cinza de casca de arroz Fly-ash Área Específica (m2/kg) (aproximada) 500 200 - 300 20000 60000 300 - 400 Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 38 A norma NBR 12653 (1992) determina as exigências químicas (Tabela 2.10) e físicas (Tabela 2.11) desejáveis dos materiais pozolânicos para uso como adição mineral. Ainda na norma ASTM C 618 (2003) os materiais são classificados pelas seguintes classes: Classe N (correspondente à classe N da NBR), classe F (correspondente à classe C da NBR) e a classe C (correspondente à classe E da NBR). Tabela 2.10 – Exigências químicas (NBR 12653 (ABNT, 1992)) Propriedades SíO2 + Al2O3 + Fe2O3 , % mín. SO3, % max. Teor de umidade, % máx. Perda ao fogo, % máx. Álcalis disponíveis em Na2O, % máx. N 70 4 3 10 1,5 Classe de material pozolânico C 70 5 3 6 1,5 E 50 5 3 6 1,5 Tabela 2.11 – Exigências físicas (NBR 12653 (ABNT, 1992)) Propriedades Material retido na peneira 45 μm, % máx. Índice de atividade pozolânica : com cimento aos 28 dias, em relação ao controle, % mín. com cal aos 7 dias, em MPa Água requerida, % máx. N Classe de material pozolânico C E 70 70 50 75 75 75 6 115 6 110 6 110 2.4.1 ADIÇÕES MINERAIS UTILIZADAS NESTE TRABALHO São várias as adições minerais com grande potencialidade de uso no concreto e que proporcionarão benefícios às suas propriedades. Não obstante, algumas adições minerais têm sido mais utilizadas, seja pelo seu custo/benefício ou por trazerem em seu histórico, boas contribuições com o seu uso. Cabe aqui salientar, que passa-se a realizar uma revisão detalhada sobre as adições utilizadas no programa experimental deste trabalho. 2.4.1.1 Escória de Alto-forno A escória de alto-forno é um subproduto da fabricação do ferro-gusa (ou ferro fundido) em alto-fornos. No processo de fabricação entram também impurezas contidas no aço e resíduos do alto-forno que deverão ter sua composição química controlada, na forma de SiO2-CaO-Al2O3, a fim de reduzir o consumo de energia e custos adicionais na operação do forno (TAYLOR, 1990). Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 39 Segundo Esper (1993), os primeiros registros das propriedades cimentícias da escória datam de 1774, por LORIOT. No entanto, grande impulso para seu aproveitamento foi dado em 1862, por LANGEN na Alemanha, com o desenvolvimento da granulação da escória na saída do alto-forno. Em 1882 surgiu o primeiro cimento Portland com escória, na Alemanha, sendo o seu uso oficializado em 1909. No Brasil, o primeiro cimento Portland de Alto-forno foi produzido em 1952, pelo Cimento Tupi S.A., em Volta Redonda. Seu emprego é normalizado pela NBR 5735 (ABNT, 1980) – Cimento Portland de Alto-FornoEspecificação. A principal propriedade da escória que a habilita a ser usada como adição é sua reatividade, que depende principalmente da sua composição química, do seu grau de vitrificação e da sua finura (TAYLOR, 1990; NEVILLE, 1997). A composição química da escória está ligada à qualidade do minério de ferro, à natureza do fundente, ao tipo de combustível (coque ou carvão vegetal) e ativador da redução e à viscosidade. A NBR 5735 (ABNT, 1991) emprega a Equação (2.11) para relacionar a composição da escória e suas propriedades hidráulicas, também referenciadas por Taylor (1990), onde se observa que quanto mais básica, mais hidráulica será a escória. As escórias brasileiras, utilizadas como material cimentíceo, apresentam em média 40 a 45% de CaO, 30 a 36% de SiO2, 12 a 17% de Al2O3 e 2 a 8 % de MgO (BATTAGIN e ESPER, 1988). CaO + MgO + Al 2 O3 >1 SiO 2 (2.11) O grau de vitrificação depende do tipo e da velocidade do seu resfriamento na saída do alto-forno. Quanto mais rápido o resfriamento, maior o grau de vitrificação e maior a potencialidade hidráulica da escória. O resfriamento lento produz escórias cristalinas, na forma de melilita [solução sólida de arkemanita (C2MS) e gehlenita (C2AS)] e quantidades menores de monticelita (CMS), diopsídio (MCS2) e mervinita (C3MS2). Assim, a escória cristalina possui pouco ou nenhum valor hidráulico, ainda que finamente moída, exibindo entretanto, propriedades mecânicas similares ao basalto (MEHTA, 1989; MEHTA e MONTEIRO, 1994; AÏTCIN, 2000; SHI e QIAN, 2000). O resfriamento rápido solidifica a escória na forma vítrea de Ca-Al-Mg, podendo assim desenvolver propriedades cimentícias se adequadamente moída e ativada. Existem dois processos de resfriamento rápido da escória. Um utiliza jatos de água com alta pressão (aproximadamente 0,6MPa), produzindo um material granular de forma angular e aspecto arenoso, chamado escória granulada. A escória é resfriada rapidamente com uma combinação Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 40 de ar e água, produzindo pelotas na forma mais ou menos esféricas, sendo então denominada escória pelotizada. O processo de hidratação da escória é lento, uma vez que ao entrar em contato com a água, forma-se ao redor dos grãos uma camada pouco permeável que impede futuras reações. A dissolução dessa camada e a dissolução posterior dos íons Si e Al da fase vítrea só é possível em pH elevado, como a solução dos poros do cimento Portland. Os produtos formados pela hidratação da escória são similares aos encontrados nas pastas de cimento hidratado, exceto pelos baixos teores de Ca (OH)2, bem como diferentes relações Ca/Si (do CS-H) e Ca/Al (TAYLOR, 1990; TOMISAWA e FUJII, 1995). Regourd et al.(1983) apud Taylor (1990) citam valores de C/S 0,9-1,3 (1,7-2,0 para o cimento Portland), C/A 4,6-4,8 e C/M 1,4-3,2 para pastas de cimento contendo 70% de escória, aos 28 dias de idade e hidratadas à temperatura de 20ºC. A aceleração do processo de hidratação da escória é feita através de ativadores, que podem ser classificados como físicos e químicos. Os ativadores físicos são relacionados à granulometria e temperatura, sendo que o aumento da superfície específica e da temperatura de cura promovem uma aceleração do processo de hidratação da escória. Os principais ativadores químicos são a soda (NaOH), a cal [Ca(OH)2] e os sulfatos ( SO42− ) . A cal e os sulfatos são considerados ativadores, pois favorecem a reatividade e participam da reação, formando novos compostos; a soda é considerada apenas um catalisador, pois somente favorece a reação, sem participar dela (ESPER, 1993). 2.4.1.1.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Escória de Alto-forno Estudos realizados por WU et al. (1983) em pastas de cimento com substituição de escória nos teores de 40%, 50% e 65% mostram que há diminuições de calor de hidratação. Nesse estudo, observa-se que as diminuições de calor têm pouca diferença entre os teores. Togawa e Nakamoto (1992) estudaram concretos com várias combinações de escórias com áreas específicas diferentes e com teores de 45%, 60% e 80% de substituição ao cimento. Neste estudo foi verificado que há uma diminuição do calor de hidratação, principalmente para as escórias com área específica menor. Sakai et al (1992) realizaram estudos com escória de alto-forno moída no cimento, em diferentes teores (50%, 60%, 70% e 80%) e finuras (300m2/kg, 400m2/kg, 500m2/kg e 600m2/kg). Nesse estudo, foi observado que o aumento do teor de escória diminui o calor de hidratação, sendo mais significativo para os teores de 70% e 80%. Ainda nesse Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 41 estudo, pôde-se observar que a finura teve pouco efeito no calor de hidratação. Segundo estudos realizados por Tomisawa et al.( 1992), o calor de hidratação tende a diminuir com o aumento do teor de escória, embora a redução do calor não seja proporcional. Mas com teores acima de 70%, a diminuição do calor é mais rápida. Estes mesmos autores relatam que menos de 50%, o calor de hidratação aumenta com a idade. E ainda, o calor aumenta com o aumento da finura, para um teor de 85% de escória. O aumento do calor com o aumento da finura da escória também foi observado por Yurugi et al (1992). Para altos teores de adição (85%), o calor aumenta com o aumento da relação água/aglomerante e da finura da escória (TOMISAWA e FUJII, 1995). Neste trabalho, observa-se que para as finuras de 600m2/kg e 800m2/kg o aumento do calor é mais pronunciado à medida que se aumenta a relação água/aglomerante. O decréscimo da finura da escória retarda o pico da curva do calor de hidratação, diminuindo também o seu valor (NAKAMURA et al., 1992). Estes autores também observaram que a incorporação de aditivo redutor de água pode atrasar o processo de evolução de calor para pastas de cimento contendo escória. Estudos realizados com concretos utilizando cimentos contendo escória nos teores de 0%, 15% 25%, 35%, 45%, 55%, 65%, 75% e 80% mostraram diminuições na quantidade de calor à medida que se aumentava o teor de escória (DIAS et al., 1990). Ensaios de calor de hidratação realizados com o cimento Portland comum e com 100 % de escória apresentaram valores de quantidade calor de 79,5cal/g e 6,10cal/g, respectivamente (LABORATÓRIO DE FURNAS, 1990). 2.4.1.2 Sílica Ativa A sílica ativa, também denominada microssílica ou fumo de sílica ou sílica fume, é um subproduto1 de fornos a arco e de indução das indústrias de silício metálico e ligas de 75% ferro-silício, a altas temperaturas (2000ºC). Na produção do silício entram como fonte de sílica o quartzo e como fonte de carbono, o carvão (vegetal ou mineral) e lascas de madeira. Na produção do ferro-silício é adicionado também o ferro. O silício (ou ferrosilício) escoa fundido no fundo do forno. Como a redução do quartzo não é completa, produzse SiO em certa região do forno. Parte desse óxido chega à região superior do forno onde é oxidado pelo ar, formando SiO2 que se condensa em partículas muito finas. Estas partículas 1 Atualmente, a sílica ativa é considerada como um produto, que é captado, armazenado e comercializado, tendo sua utilização ativamente em argamassas e concretos. Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 42 são as sílicas ativas, sendo então recolhidas em filtros do tipo manga. Na Figura 2.3 tem-se a representação esquemática da formação da sílica ativa. ELETRODO QUARTZO CARVÃO LASCAS DE MADEIRA FERRO MICROSSÍLICA CO 2 SiO+O2 2 SiO2 SiO 2000ºC FERRO SILÍCIO FUNDIDO Figura 2.3 – Representação esquemática da formação da sílica ativa (HJORTH apud AMARAL FILHO, 1992). Segundo Almeida (1990), a sílica ativa era um rejeito sem valor econômico. O interesse pela sua aplicação surgiu como continuidade da utilização de rejeitos industriais na produção de cimento pozolânico ou de escória. As primeiras pesquisas sobre a aplicação de sílica no concreto foram iniciadas na Noruega, na década de 50, na procura de um concreto resistente a águas sulfatadas de um segmento de túnel em Oslo. O primeiro emprego deu-se em 1971, na fundição Fiskka, na Noruega. Na década de 70, iniciou-se o emprego em maior escala na Suécia, Dinamarca e Noruega em fábricas de concreto pré-fabricado e, na Islândia, na produção de cimento com 7,5% de sílica para redução dos efeitos da RAA. No final da década de 70, iniciou-se seu emprego no Canadá, na produção de concreto pré-fabricado. A sílica ativa é composta principalmente de sílica na forma vítrea, variando seu conteúdo em função da liga produzida. Quanto maior o teor de silício, maior o conteúdo de SiO2. A sílica produzida durante a fabricação do silício metálico contém mais de 90% de sílica; na liga 75% Fe-Si, o conteúdo de sílica é maior do que 85%. Em sua composição mineralógica, predomina uma fase vítrea amorfa, com traços de quartzo e SiC (AMARAL FILHO, 1992; AÏTCIN, 1998). Constitui-se por partículas extremamente pequenas de sílica amorfa de forma esférica e diâmetro médio da ordem de 0,1μm a 0,2μm (100 vezes menor do que as partículas do cimento), resultando em uma superfície específica de cerca de 20m2/g. Sua massa Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 43 específica é geralmente 2,2g/cm³. Devido a sua enorme superfície específica, seu uso está sempre associado ao uso de superplastificante que, além de propiciar maior dispersão das partículas, evita o aumento do consumo de água (AMARAL FILHO, 1992; KAYAT e AÏTCIN, 1992; MEHTA e MONTEIRO, 1994). A sílica ativa apresenta duas formas de atuação no concreto. Uma física, atuando como fíler, densificando a microestrutura; as partículas dispersam-se nos espaços entre e ao redor dos grãos do cimento, provocando uma distribuição uniforme dos produtos da hidratação, obtendo-se assim uma estrutura mais densa, menos porosa e formada por poros menores, diminuindo a permeabilidade e aumentando a resistência do concreto. Outra química, atuando como pozolana de alta reatividade, reagindo rapidamente com o Ca(OH)2, liberado durante a hidratação do cimento, para formar compostos mais resistentes de silicato de cálcio hidratado (C-S-H) que tendem a preencher os vazios capilares (AÏTCIN, 1998). O progresso da hidratação do cimento, quando da utilização de sílica ativa, é atribuído aos aspectos físicos e químicos desta adição mineral. A contribuição proveniente do aspecto físico é devido à extrema finura das partículas que constituem pontos de nucleação do hidróxido de cálcio e das partículas de cimento que promove a aceleração da hidratação (RAMACHADRAM, 1995; MALHOTRA e MEHTA, 1996; NEVILLE, 1997; LANGAN et al., 2002; LAWRENCE et al., 2003). Quanto ao aspecto químico, Lawrence et al. (2003) relatam que a atividade pozolânica modifica o equilíbrio químico dos vários íons nas soluções dos poros, o que pode afetar em curto prazo a hidratação do cimento. Este aspecto pode ocorrer em vários tipos de adições minerais quando a rápida dissolução da sílica consume imediatamente o cálcio. Isto depende da composição e solubilidade das adições minerais. 2.4.1.2.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Sílica Ativa A elevação de temperatura é acelerada nas idades iniciais, decrescendo nas idades posteriores. Tal comportamento foi observado no estado da arte realizado por Khayat e Aïtcin (1992); Yurugi et al (1992). Segundo estes autores, um valor de calor desprendido de 462 kJ/kg ao longo de 56 dias, é atribuído à reação pozolânica promovida pela sílica ativa. Esta contribuição de calor gerada pela reação pozolânica também foi relata por Kadri e Duval (2001). Conforme Roy (1989) e Khayat et al. (1997), o aumento do calor gerado nas primeiras idades é proveniente do efeito de aceleração da hidratação do C3S pela sílica ativa. Isto devido à redução da CaO/SiO2 na solução. Grutzeck et al.(1983) apud Langan et al. (2002) também observaram que a sílica ativa submetida à dissolução rápida na solução de hidróxido de cálcio forma uma nova fase de Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 44 partículas de sílica em pouco tempo. Esta nova fase é uma camada pobre em cálcio e rica em sílica. Em poucos minutos da hidratação, a liberação rápida do Ca+2 e dos íons alcalinos dos componentes do cimento e a redução do Ca+2 na solução aumentam a relação de liberação e quantidade de evolução do calor. Este aumento de calor gerado pela sílica ativa foi observado pelos pesquisadores citados anteriormente e por Sánchez de Rojas e Frias (1996). Em contrapartida, Tachibana et al.(1990) apud Ramachadran (1995); Lessard apud Malhotra e Mehta (1996) observaram a redução de calor do concreto com sílica ativa comparado a um concreto com apenas cimento como material cimentício. 2.4.1.3 Pozolana de Argila Calcinada Argila pode ser definida como a parte finamente dividida de uma rocha, constituída essencialmente de argilominerais, quartzo e óxido de ferro, podendo conter outros minerais (calcita, dolomita, gipsita, aluminita, pirita e outros), matéria orgânica, sais solúveis e impurezas. São quimicamente melhor definidos como silicatos hidratados de alumínio e ferro, podendo conter certos teores de elementos alcalinos e alcalinos terrosos. Os argilominerais dominantes são as caulinitas e as ilitas, com pequenas quantidades de montmoriloníticas (ou esmecitas) (SOUZA SANTOS, 1975; TAYLOR, 1990). A atividade pozolânica das argilas é obtida através do tratamento térmico da sua estrutura cristalina, de forma a transformá-la em uma estrutura amorfa ou de alto grau de desordem. Segundo Lea (1970), o desenvolvimento da atividade pozolânica está associado à temperatura de queima na qual a estrutura cristalina da argila perde água, resultando em um produto de elevada área superficial e alta reatividade química. Estando em desequilíbrio físico-químico, a argila termicamente ativada em contato com o meio alcalino das pastas hidratadas do cimento Portland promove, na superfície das suas partículas, a dissolução do silício e do alumínio que posteriormente, com a disponibilidade de cálcio, irão cristalizar-se em aluminatos (CHA), silicatos (C-S-H) e aluminossilicatos de cálcio hidratado (CASH) (TAYLOR, 1990; HE et al., 1995). Conforme relata Barata (1998), os etruscos e gregos, há mais de 20 séculos, já empregavam a argila calcinada de origem vulcânica como pozolana em suas construções. Os romanos obtinham a pozolana de tufos vulcânicos e através da moagem de tijolos e telhas cerâmicas. No Egito e Índia, a pozolana era procedente da moagem de tijolos de alvenarias. No século XVII, seu uso foi bastante difundido na Europa, caindo em desuso em meados do Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 45 século XIX, com o desenvolvimento do cimento Portland. Após algum tempo, o emprego da argila calcinada foi restabelecido como adição mineral ao cimento Portland pozolânico. No Brasil, o uso da argila calcinada em grande escala foi iniciado quando da construção do complexo hidroelétrico de Urubupongá constituído pelas usinas de Jupiá e Ilha Solteira, na década de 60. Atualmente, a sua produção ainda é bastante usual, o que faz deste material, uma grande potencialidade para uso como pozolana devido à sua vasta distribuição no território nacional. As argilas usadas como pozolanas geralmente contém de 55-60% de SiO2, 1525% de Al2O3 e 5-10% de Fe2O3, com quantidades menores de MgO, álcalis, H2O e outros componentes (TAYLOR, 1990). A atividade pozolânica aumenta com o teor de Al2O3, pela provável formação de aluminato de cálcio e pode ser reduzida pela presença, em maiores proporções, de SiO2 cristalina, fase pozolanicamente inerte constituída de quartzo (SOUZA SANTOS, 1975). Deve-se ressaltar, entretanto, que a composição química não é um bom índice da potencialidade das argilas, uma vez que não faz distinção entre a sílica cristalina da não cristalina, sendo necessário métodos de ensaio diretos para sua caracterização. 2.4.1.3.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Pozolana A pozolana de argila calcinada diminui o calor de hidratação do cimento, segundo observações na bibliografia pesquisada (PAULON e KUPERMAN, 1981; SAAD et al., 1983; PAULON, 1987, EQUIPE DE FURNAS, 1997). Nestas bibliografias foi observado que há uma diminuição da temperatura conforme vão se aumento os teores de pozolana de 30% para 50%. Segundo Paulon (1987), com 30% de substituição de pozolana pode-se reduzir a geração de calor em 15%. Estudos realizados por Equipe de Furnas (1997) mostram que há diminuição do calor de hidratação com o emprego de várias pozolanas de argila calcinada, quando substituídas parcialmente ao cimento. Isto foi verificado em várias obras de barragem no Brasil, em teores de substituição que variam entre 10% a 30% aproximadamente. Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 46 2.4.1.4 Metacaulim Nos últimos anos, a utilização de materiais sílico/aluminosos, principalmente na forma de metacaulim como adição a concretos e argamassas, tem despertado o interesse de diversos pesquisadores (MURAT, 1983; SERRY, 1984; KHATIB e WILD, 1996; FRIAS e CABRERA, 2000; FRIAS e SÁNCHEZ DE ROJAS 2005, dentre outros). O metacaulim é uma argila calcinada, porém de alta reatividade, proveniente da calcinação da caulinita, com queima controlada. Segundo Gruber et al. (2001), o metacaulim é produzido pela ativação do caulim de alta pureza a uma temperatura específica. A caulinita é desihidroxilada entre as temperaturas 600ºC e 700ºC, causando uma desorientação na sua estrutura e elevada área específica que, conseqüentemente, aumenta a atividade pozolânica (FRIAS e CABRERA, 2000). Ainda, alguns autores relatam outras faixas de temperatura as quais causam desorientação da estrutura. As faixas são de 500ºC a 800ºC (SOUZA SANTOS, 1975), 700ºC a 800ºC (RAMLOCHAN et al., 2000) e (SHVARZMAN et al., 2003), 650ºC a 800ºC. Contudo, é de consenso geral entre os pesquisadores, que a temperatura máxima onde a estrutura cristalina da caulinita ainda tem desestabilidade é 800 ºC, acima desta temperatura, há formação de compostos cristalinos estáveis, de menor área específica. De forma a representar o metacaulim no modelo apresentado por Roy (1989) (Figura 2.2), tem-se na Figura 2.4 a incorporação do metacaulim. Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 47 SiO2 SA Fly ash Fly ash Classe C Classe N ESC META CP CA CaO Al2O3 CP – Cimento Portland CA – Cimento com alto teor de alumina ESC – Escória de alto-forno SA – Sílica ativa Fly ash N – Pozolanas artificiais e naturais Fly ash C – Cinza volante META - Metacaulim Figura 2.4 – Comparação da composição química do cimento Portland e outros materiais cimentícios, com a incorporação do metacaulim. A reação de hidratação do metacaulim e o Ca(OH)2 ocorre de maneira muito rápida e os produtos da reação são a gehlenita hidratada (C2ASH8), o silicato de cálcio hidratado (C-S-HI) e alguma quantidade de aluminato tetracálcico (C4AH13) (MURAT, 1983; SERRY et al., 1984; FRIAS e CABRERA, 2000, 2002; SABIR et al., 2001; SHA e PEREIRA, 2001). Alguns autores ainda observaram que há a formação do C3AH6 para idades mais avançadas e com temperaturas de cura mais elevadas, próximas de 60ºC (KHATIB e WILD, 1996; SHA e PEREIRA, 2001; FRIAS e CABRERA, 2002, FRIAS e SÁNCHEZ DE ROJAS 2005). Os produtos formados dependem principalmente da relação AS2/CH (metacaulim/hidróxido de cálcio), da temperatura da reação e, se há disponibilidade de carbonatos, podem ser produzidos carbo-aluminatos. A reação pozolânica do metacaulim depende de vários fatores que são significativos do ponto de vista da composição química e mineralógica. Estes podem ser descritos como a quantidade da fase amorfa, grau de desidroxilação, área específica, a quantidade do Ca(OH)2 na pasta de cimento, o teor de adição e da relação água/aglomerante da mistura (SHVARZMAN et al., 2003). O teor ótimo de substituição do cimento está associado à natureza e proporção dos diferentes minerais Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 48 componentes da argila, temperatura e tempo de reação na qual o sistema cimento Portlandmetacaulim é formado (SABIR et al., 2001). 2.4.1.4.1 Calor de Hidratação do Cimento Portland Contendo Metacaulim A aceleração da reação de hidratação ocorre, provavelmente, devido ao efeito de dispersão do metacaulim sobre os grãos de cimento aglomerados, atuando como um agente de nucleação (FRÍAS e CABRERA, 2000). Curcio et al. (1998) e Sharp et al. (2003) atribuem a alta reatividade do metacaulim ao alto conteúdo de Al2O3. Segundo Ambroise et al. (1994), o metacaulim acelera a hidratação do C3S, mas o C3A não é ativado. Ainda neste mesmo trabalho, observa-se o aumento do calor de hidratação nas primeiras 15 horas, para os teores 10% e 20% de substituição do metacaulim ao cimento, e para 30% de substituição o calor é próximo do calor gerado por uma referência (apenas cimento), para o mesmo período. Segundo Sabir et al. (2001), a alta resistência inicial é alcançada devido à alta finura do metacaulim, e posteriormente devido ao efeito da reação pozolânica entre o metacaulim e o hidróxido de cálcio produzido da hidratação do cimento. Também Wild et al. (1996) observaram em seus estudos que o efeito da finura (efeito fíler) na aceleração da hidratação é predominante nas primeiras 24 horas e que o máximo efeito da reação pozolânica ocorre entre 7 e 14 dias. No trabalho realizado por Poon et al. (2001) observa-se que o grau de reação pozolânica em pastas de cimentos para as idades de 3, 7, 28 e 90 dias é mais alto para um teor de 5% de substituição de metacaulim do que para teores de 10% e 20%. Nesse mesmo trabalho, o autor relata que, embora haja diminuição na reação do metacaulim para um período prolongado de cura, este ainda tem um considerável aumento no grau de reação pozolânica na idade de 28 para 90 dias. Conforme Cabrera e Frias (2001), o primeiro produto da atividade pozolânica é o C-S-H o qual é detectado para 6 horas de hidratação. E para 12 horas de hidratação, além do C-S-H, é possível detectar o C2ASH8 e o C4AH13. Posteriormente depois de 21 horas, o C3AH6. Pode-se observar em trabalhos publicados por Frias et al. (2000) que há ligeiros aumentos de calor de hidratação em argamassas nas primeiras horas de hidratação. Isto comparados com os apresentados por uma referência (apenas cimento), para teores de 10% e 30% de substituição no cimento. Estes mesmos autores relatam que alta finura e a atividade pozolânica são responsáveis por esse aumento de calor. Ainda Cabrera e Frias (2001) observaram que há um primeiro pico de calor na formação do C-S-H nas primeiras 6 horas Capítulo 2 – Cimento Portland e Adições Minerais 49 devido à rápida reação da sílica amorfa presente no metacaulim (51,60% SiO2) e um segundo pico de calor por volta de 12 e 30 horas, na formação do C2ASH8 e do C4AH13 provenientes da reação da alumina amorfa (41,3% Al2O3). Zhang e Malhotra (1995) realizaram estudos comparativos entre o calor gerado por um concreto de controle (referência), com concretos contendo 10% de metacaulim e 10% de sílica ativa. Nesse estudo, verificou-se que o concreto com metacaulim apresentou após 15 horas de ensaio, um maior pico de temperatura em relação aos outros concretos. Rabello et al. (2003) realizaram ensaios com metacaulim em substituição parcial ao cimento no teor de 7% (em massa do cimento) utilizando um cimento com baixo calor de hidratação (tipo CP III - 32). Nestes ensaios foi observado um calor de hidratação menor, principalmente para as idades de 3, 5 e 7 dias em relação à referência (apenas com o cimento). CAPÍTULO 3 FENÔMENO DA TEMPERATURA NO CONCRETO 3.1 INTRODUÇÃO As reações de hidratação do cimento Portland têm como características reações exotérmicas, que geram elevações consideráveis de temperatura no concreto. O problema térmico no concreto pode ser interpretado da seguinte forma: no início da hidratação o concreto gera calor, e através de sua massa é conduzido; recebe, emite e reflete calor através de suas faces e, ao fim de certo tempo, dependendo de vários fatores, atinge a temperatura de equilíbrio (ACI 207.1R, 1996). Para projetos e construções de concreto, como por exemplo, em estruturas de barragens onde se utiliza grande volume de concreto, é importante considerar a elevação da temperatura do concreto. Além disso, com o advento dos concretos de alta resistência, com elevados consumos de materiais cimentícios, e a execução de pontes, edifícios altos os quais necessitam de grandes blocos de fundação, entre outras obras, também passaram a ser considerados nos estudos térmicos do concreto. Sendo o concreto um material de baixa resistência à tração, torna-se mais importante a deformação de contração do que a expansão devida ao calor de hidratação do cimento. Dependendo do módulo de deformação, do grau de restrição e da relaxação da tensão devida à fluência, as tensões de tração resultantes podem ser grandes o suficiente para causar fissuração no concreto (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Inoue (1983) e Neville (1997) relatam que as estruturas de concreto massa normalmente de grandes dimensões, que têm características térmicas que possibilitam somente o movimento lento de calor, têm dificuldade em dissipar o calor desenvolvido pela hidratação do cimento para o exterior. Esse armazenamento de calor no interior de um bloco de concreto pode gerar um gradiente de temperatura que, se o concreto não puder se movimentar livremente ocasiona durante a queda da temperatura, tensões de tração que quando ultrapassadas levam à fissuração. Ainda, Inoue (1983) descreve que não só o gradiente de temperatura é importante, mas também a velocidade de variação da temperatura dentro do maciço. Segundo Neville (1997), na elevação rápida de temperatura, uma tensão de compressão é induzida no interior da massa de concreto. Essa tensão é baixa, já que seu módulo de elasticidade ainda é pequeno por se tratar de um concreto novo. A resistência deste concreto também é baixa, de modo que Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 51 sua fluência1 é alta; isso alivia a tensão de compressão, e a compressão restante desaparece logo que se inicia o resfriamento. Com a continuidade do resfriamento do concreto, se desenvolvem tensões de tração e, como a velocidade da fluência foi diminuída com a idade, pode haver fissuração. Os efeitos térmicos que ocorrem em uma estrutura de concreto podem ser internos e externos. Os efeitos térmicos internos devem ser atribuídos à movimentação do calor gerado pela hidratação do cimento, e aos externos, os efeitos da temperatura das fundações, do reservatório (no caso de barragens), do ar, bem como efeitos da radiação solar. Na Figura 3.1 está apresentada uma ilustração esquemática dos fenômenos de transferência de calor que ocorrem em uma estrutura de barragem. Velocidade do vento Convecção Radiação térmica emitida Oscilação da Oscilação da temperatura Temperatura ambiente Ambiente Variação da da Variação umidade Umidade relativa Relativa sol Radiação solar Radiação refletida Radiação absorvida Figura 3.1- Fenômenos de transferência de calor que ocorrem nas estruturas de concreto (adaptado de BOTASSI, 2004a – Muro de concreto do vertedouro). Conforme Calmon (1995), uma análise da transferência de energia calorífica em estruturas com grande volume de concreto, é um processo complexo o qual sofre a intervenção de vários fatores e que obedece, fundamentalmente, a três mecanismos diferentes e básicos de transmissão de calor. De uma maneira geral, estes mecanismos ocorrem de forma interativa, que são: Condução de calor, convecção e radiação. Tais mecanismos, juntamente com as condições climáticas contribuem por danos em concretos ao longo da vida útil, mesmo após os efeitos do calor de hidratação terem se dissipado. Este fato está muitas vezes associado ao mau dimensionamento das juntas de dilatação dessas estruturas. 1 Fluência - Deformação no concreto devido a um carregamento externo que é mantido ao longo do tempo. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 52 As várias formas de transmissão de calor são importantes e devem ser levadas em conta para o estudo do comportamento térmico do concreto. Além disso, os modelos de cálculo utilizados nesses estudos têm seus princípios fundamentados nas formas de transmissão de calor. 3.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO As propriedades térmicas têm seu papel importante dentre outras propriedades do concreto. O conhecimento dessas propriedades é fundamental para controlar as variações de volume dentro de certos limites e disciplinar a dissipação do calor gerado pelo concreto, durante a hidratação. As propriedades térmicas do concreto, bem como as resistências do concreto, podem variar consideravelmente devido às variações dos materiais, proporcionamento e produção (ANDRIOLO, 1984). 3.2.1 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA É a medida da elevação da temperatura do concreto proveniente do calor gerado na hidratação do cimento, em condições adiabáticas (NBR 12819 (ABNT, 1993)). A condição adiabática é a condição na qual um sistema está termodinamicamente equilibrado, ou seja, o sistema se transforma sem que haja troca ou ganho de calor para o meio externo. No interior de um bloco de concreto de grandes dimensões, a perda de calor gerado pela hidratação do cimento é dificultada pela própria massa de concreto que o envolve. Nesta região onde praticamente não há troca de calor com o meio externo, a temperatura atinge valores bem maiores do que seria na superfície. A diferença entre essas temperaturas poderá provocar tensões de tração, induzindo assim o aparecimento de fissuras. O conhecimento da elevação de temperatura na condição adiabática é de suma importância no estudo das tensões de origem térmica do concreto, no qual é possível estabelecer o tipo, a altura de camada de concretagem, temperatura de lançamento do concreto e intervalo de tempo entre as concretagens. A elevação adiabática do concreto é apresentada em uma curva de evolução da temperatura pela idade, desde das primeiras horas após a mistura até aproximadamente a idade onde a temperatura é estabilizada. Um exemplo dessas curvas pode ser observado nas Figuras 3.2 e 3.3. Essas curvas são provenientes de ensaio realizado em laboratório, com um concreto convencional de consumo de cimento (CP II – F – 32) de 312 kg/m3. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 53 50,00 Elevação Adiabática (ºC) 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 0 4 8 12 16 20 24 28 Tempo (horas) Figura 3.2 – Curva típica de elevação adiabática de temperatura do concreto – avaliação até 24 horas (Fonte: Banco de dados do laboratório de concreto de Furnas) A curva da Figura 3.2 mostra que, nas primeiras horas entre 4 e 8 horas, o calor gerado pela hidratação do cimento ainda é pouco, devido ao início das reações de hidratação, mas que com 24 horas (1 dia), já se tem aproximadamente 30ºC de elevação da temperatura. Um outro fator é que a curva tem um comportamento mais distribuído, ou seja, o aumento das temperaturas é gradativo. Elevação Adiabática (ºC) 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 5 10 15 20 25 30 Tempo (dias) Figura 3.3 – Curva típica de elevação adiabática de temperatura do concreto – avaliação até 28 dias (Fonte: Banco de dados do laboratório de concreto de Furnas) Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 54 Para a curva da Figura 3.3, o que pode ser observado é que, entre 1 e 14 dias de ensaio, a temperatura elevou aproximadamente 10ºC, chegando ao pico de temperatura, e que de 14 a 28 dias, o calorímetro não tem precisão para captar as pequenas elevações de temperatura que ocorrem neste período devido ao processo de hidratação que, neste caso, apresenta-se com menor intensidade. Deste modo, a curva de elevação adiabática de temperatura apresenta-se “estabilizada”. Para determinação da elevação de temperatura, utiliza-se um calorímetro, onde não se permite a troca de calor do concreto com o meio externo (ambiente). Tem-se então que, a câmara onde está contido o recipiente acompanhe os acréscimos de temperatura na mesma velocidade e grandeza durante o período de hidratação do cimento. Esse calorímetro será apresentado com mais detalhes no capítulo da metodologia (Capítulo 5). 3.2.1.1 Fatores e Propriedades Influentes na Elevação Adiabática de Temperatura Sabe-se que os fatores e propriedades que influenciam na elevação adiabática de temperatura são os mesmos para o calor de hidratação, já que são provenientes da hidratação do cimento. O incremento adiabático de temperatura (ΔT) pode ser expresso pela seguinte relação da Equação 3.1: ΔT = Onde: - C.H c.γ (3.1) C ⇒ é o consumo de cimento; H ⇒ é o calor de hidratação do cimento; c ⇒ é o calor específico do concreto; γ ⇒ é a massa específica do concreto. Na relação apresentada acima, é possível observar que o consumo de cimento e o calor de hidratação são diretamente proporcionais ao incremento adiabático de concreto e que o calor específico do concreto é inversamente proporcional. Entretanto, segundo Calmon (1995), a massa específica e o calor específico têm pouca influência sobre o incremento adiabático de temperatura. Isto pode ser atribuído ao fato que, estas duas propriedades devem variar pouco. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 55 3.2.1.1.1 Influência do Consumo de Cimento Dentre os materiais constituintes do concreto, o cimento é o responsável pela geração de calor, desta forma, o consumo de cimento tem grande influência e é diretamente proporcional à elevação adiabática do concreto. Estudos com concretos de diferentes consumos de cimento foram realizados por Equipe de Furnas (1997) demonstrando essa influência. Na Figura 3.4 estão apresentadas as curvas de elevação adiabática para esses concretos. Elevação Adiabática (ºC) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 Tem po (dias) Consum o de 130 kg/m ³ Consum o de 149 kg/m ³ Consum o de 186 kg/m ³ Figura 3.4 – Curvas de elevação adiabática de concreto para diferentes consumos (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Nestes estudos utilizou-se concretos com consumos de cimento de 130 kg/m3, 149 kg/m3 e 186 kg/m3, com o mesmo tipo de cimento e agregado graúdo de dimensão máxima característica de 152 mm. Tem-se que a diferença de temperatura entre o consumo de 130 kg/m3 e 186 kg/m3 é de aproximadamente 10ºC ao final de 28 dias de ensaio. Verifica-se assim que quanto maior o consumo de cimento maior será a elevação adiabática de temperatura do concreto. Curvas de elevação adiabática podem apresentar evoluções diferentes devido à finura do cimento, principalmente nas idades iniciais. No entanto, a finura não tem influência sobre as idades finais. De forma complementar a discussão sobre a influência do consumo de cimento na elevação adiabática de temperatura no concreto, tem-se que, essa proporcionalidade pode ser representada também pelo coeficiente de elevação adiabática que é expressa pela relação entre a elevação de temperatura e o consumo de cimento (ºC/kg/m3). Deste modo, obtém-se a Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 56 elevação adiabática de temperatura unitária, ou seja, para 1 kg de cimento. Na Tabela 3.1 está apresentado um exemplo para demonstrar esta relação. Neste exemplo, a elevação adiabática é estimada para vários consumos nas idades de 1, 3, 7 e 28 dias a partir dos coeficientes de elevação adiabática de uma dosagem com consumo de 318 kg/m3, nas mesmas idades (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Tabela 3.1 – Influência do consumo de cimento – EQUIPE DE FURNAS (1997) Tempo (dia) 1 3 7 28 Coeficiente de elevação de adiabática (ºC/kg/m3) 0,0428 0,0913 0,1018 0,1036 100 4,28 9,13 10,18 10,36 Elevação adiabática estimada (ºC) Consumo de cimento (kg/m3) 200 300 400 8,56 12,84 17,12 18,26 27,39 36,52 20,36 30,54 40,72 20,72 31,08 41,44 500 21,40 45,65 50,90 51,80 Através de um concreto, que foi submetido ao ensaio de elevação adiabática, temse que, a partir de seu coeficiente de elevação adiabática é possível estimar teoricamente a elevação de temperatura que será alcançada por um concreto com o mesmo tipo de cimento do concreto ensaiado, para diferentes consumos de cimento. 3.2.1.1.2 Influência das Adições Minerais As adições minerais influenciam na evolução das curvas de elevação adiabática. Uma forma possível de controlar uma elevação de temperatura é utilizando adições minerais com pouca reatividade. Essas adições promovem reduções significativas nas elevações das temperaturas do concreto, principalmente nas primeiras idades, onde as reações de hidratação são mais intensas (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Nas Figuras 3.5 e 3.6 estão apresentadas algumas curvas de elevação adiabática de concretos com pozolana de argila calcinada e escória de alto-forno, obtidas na bibliografia (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 57 Elevação Adiabática (ºC) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 Tem po (dias) Referência 18 kg/m ³ de pozolana 26 kg/m ³ de pozolana Figura 3.5 – Curvas de elevação adiabática de concretos com pozolana de argila calcinada (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Estes estudos foram realizados com concretos de mesma relação água/cimento igual a 0,70 e com mesmo consumo de cimento equivalente igual a 130kg/m3. Com isso, foi comparado um concreto de referência (sem adição) com concretos contendo 18kg/m3 e 26kg/m3 de pozolana de argila calcinada. O que pode ser observado na Figura 3.5 é que há uma redução na elevação adiabática do concreto com os concretos contendo pozolana, sendo que a elevação diminui à medida que se aumenta a quantidade de pozolana. Elevação Adiabática (ºC) 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 Tem po (dias) 55 % de escória 80 % de escória Figura 3.6 – Curvas de elevação adiabática de concretos com escória de altoforno (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Para as curvas de elevação adiabática da Figura 3.6 foram obtidas com concretos utilizando cimento do tipo CP III (cimento de alto-forno) com 55% e 80% de escória, Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 58 consumo de cimento de 320kg/m3 e relação água/cimento de 0,535. A diferença de temperatura entre os concretos é de aproximadamente 10ºC, no período compreendido entre 7 e 28 dias, e que há uma diminuição da elevação com o aumento do teor de escória. Dias et al. (1990) realizaram ensaios de elevação adiabática com teores de escória de 0%, 25%, 55%, 80% e 100%. Estes autores observaram-se que a elevação adiabática diminui com o aumento do teor. Segundo Mehta e Monteiro (1994); ACI 207 1R (1996), o calor de hidratação total produzido pelas reações pozolânicas envolvendo adições minerais (pozolanas) é considerado como a metade do valor médio produzido pela hidratação do cimento Portland. Além disso, no caso da escória, a liberação de calor é lenta porque depende da decomposição da fase vítrea pelos íons de hidroxila liberados durante a hidratação do cimento Portland (NEVILLE, 1997). A diminuição da elevação adiabática promovida por estas adições foi observada nas pesquisas consultadas, desenvolvidas por alguns autores, tais como Dias et al (1990); Tam et al. (1994), Ramachandran (1995), Malhotra e Mehta (1996), Equipe de Furnas (1997), Barger et al (1997) apud Sabir et al. (2001). Ao contrário da escória e a pozolana, a sílica ativa e o metacaulim são adições minerais com alta reatividade e capazes de promover a aceleração da hidratação, principalmente nas idades iniciais (ROY, 1989; KHAYAT e AÏTCIN, 1992; KHAYAT et al. 1997; FRÍAS e CABRERA, 2000; SABIR et al., 2001, dentre outros). Deste modo, as adições minerais mais reativas promovem sensíveis aumentos de calor em concretos com o mesmo consumo de cimento equivalente (cimento + adição, em volume). Por outro lado, quando não é fixado o consumo de cimento equivalente e sim um mesmo nível de resistência, essas adições proporcionam uma redução no consumo equivalente de cimento por propiciarem resistências mais elevadas ao concreto. Esse fato pode ser observado no Tabela 3.2, onde são apresentados estudos com sílica realizados para Usina de Serra da Mesa (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Nesses estudos são apresentadas reduções de até 20% no consumo equivalente de cimento. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 59 Tabela 3.2 – Consumo equivalente de cimento para concretos da Usina Serra da Mesa (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Características dos Concretos Resistência características Consumo de Aglomerantes (kg/m3) Diferença de Consumo de equivalente fck (MPa) fcj (MPa) Idade (dias) Cimento Sílica ativa Cimento equivalente (kg/m3) (%) Locais de Aplicação dos Concretos Vigas das Pontes Rolantes Vertedouro Sem sílica Com sílica Sem sílica Com sílica ativa ativa ativa ativa 22,0 9,0 28,6 9,0 90 90 350 260 105 77 --23 --5 350 293 105 84 57 21 16 20 Na Tabela 3.2, tem-se que para um mesmo nível de resistência, os concretos com sílica ativa apresentam uma redução no consumo de cimento equivalente. Esta redução implicará na redução da elevação adiabática do concreto. Como exemplo, supondo que o concreto sem sílica ativa do vertedouro da Tabela 3.2 tivesse a elevação adiabática que está apresentada na Tabela 3.3, uma possível forma de demonstrar qual seria a elevação adiabática do concreto com sílica ativa, é calculando esta elevação através do coeficiente de elevação adiabática (ver exemplo da Tabela 3.1). O coeficiente de elevação adiabática é calculado dividindo-se cada elevação adiabática ao longo do tempo pelo consumo de cimento (°C/(kg/m3)), neste caso, o consumo de cimento do concreto sem sílica ativa. E através do consumo do concreto com sílica ativa (ver Tabela 3.2), calcula-se uma nova elevação adiabática para este concreto, multiplicando-se o coeficiente de elevação adiabática por este consumo. Na Figura 3.7 estão apresentadas as curvas dos concretos sem e com sílica ativa. Tabela 3.3 – Elevação adiabática dos concretos sem e com sílica ativa do vertedouro. Tempo (dias) Elevação adiabática (ºC) (suposta) 0 0,5 1 1,5 2 3 4 5 7 10 15 28 Concreto sem sílica ativa 0 5,2 7,9 9,1 9,8 10,7 11,4 11,8 12,4 13,0 13,5 14,0 Elevação adiabática (ºC) (calculada pelo coeficiente de elevação adiabática) Concreto com sílica ativa 0 4,1 6,2 7,2 7,8 8,5 9,0 9,3 9,8 10,3 10,7 11,0 Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 60 Elevação Adiabática (ºC) 30 25 20 15 10 5 0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 Tem po (dias) Concreto sem sílica ativa Concreto com sílica ativa Figura 3.7 – Curvas de elevação adiabática dos concretos sem e com sílica ativa. Com a redução de 20% no consumo de cimento, tem-se para este caso uma redução da elevação adiabática de aproximadamente 5ºC ao longo de 28 dias. 3.2.2 CALOR ESPECÍFICO O calor específico é definido pela quantidade de calor requerida para elevar de 1°C a temperatura de uma massa unitária de material, expresso em J/g.°C (NBR 12817 (ABNT, 1993)). No sistema internacional de unidades (SI), o calor específico expresso em J/kg.K o qual se obtém multiplicando cal/g.°C pelo um fator de 4,1868 x 103. Em outras palavras, o calor específico é uma propriedade que influencia a capacidade de “armazenamento” de calor de um material. Os valores de típicos de calor específico de concreto estão na faixa de 840 a 1170 J/kg.°C, segundo Mehta e Monteiro (1994) e Neville (1997), e entre 840 J/kg.K e 1260 J/kg.K, segundo Equipe de Furnas (1997). Da mesma forma com que foi comentado para a elevação adiabática do concreto, o calor específico é uma propriedade térmica do concreto utilizada em análises térmicas. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 61 3.2.2.1 Fatores e Propriedades Influentes no Calor Específico 3.2.2.1.1 Influência da Temperatura A temperatura tem influência sobre o calor específico, ou seja, o calor específico aumenta com o aumento da temperatura (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; SILVEIRA, 1961; PACELLI et al., 1982; INOUE, 1983; KLIEGER e LAMOND, 1994; ACI 207.1R, 1996; NEVILLE, 1997; EQUIPE DE FURNAS, 1997, KHAN et al., 1998). A Expressão 3.2 representa a relação entre o calor específico e a temperatura. C =C0 + C1. θ + C2.θ2 (3.2) Onde: θ ⇒ temperatura média; C0, C1 e C2 ⇒ coeficientes para ajuste dos resultados experimentais, que são determinados mediante a resolução de um sistema de equações pelo processo dos mínimos quadrados. Na Figura 3.8 estão apresentados estudos com concretos com agregados de tipos litológicos diferentes e dimensões máximas características de 19 mm, 38 mm e 76 mm. Calor Específico (J/kg.K) 1200 1000 800 600 400 200 0 20 Tipo Litológico 30 40 Tem peratura (ºC) 50 60 Gnaisse - Dmáx 19 mm (SSS) Gnaisse - Dmáx 19 mm (20% sat.) Metagrauvaca - Dmáx 38 mm (SSS) Metagrauvaca - Dmáx 38 mm (20% sat.) Basalto - Dmáx 76 mm (SSS) Basalto - Dmáx 76 mm (20% sat.) Dmáx (mm) Gnaisse 19 Metagrauvaca 38 Basalto 76 Condição da saturação sss 20% sss 20% sss 20% Calor específico do concreto (J/kg.K) Temperatura (ºC) 20 30 40 50 1021 1034 1059 1093 875 887 913 950 1012 1042 1071 1100 890 924 953 983 928 953 979 1000 832 857 878 903 60 1139 1000 1134 1016 1025 928 Figura 3.8 – Resultado de calor específico de diferentes concretos com a temperatura – condições (sss) e 20% de saturação (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 62 Demonstra-se neste estudo, que há um aumento do calor específico com ao aumento da temperatura nas duas condições e nos concretos com tipos litológicos diferentes. Ainda é possível observar que os maiores valores de calor específico estão na temperatura de 60ºC, em todos os casos. 3.2.2.1.2 Influência da Água A umidade ou teor de água livre no concreto influencia de forma considerável no calor específico. O calor específico aumenta com a umidade, tendo o seu valor máximo com o concreto saturado. Essa influência é relatada por vários pesquisadores, tais como: Inoue (1983); Klieger e Lamond (1994); Calmon (1995); Neville (1997), e demonstrada na bibliografia (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; WHITING et al., 1978; PACELLI et al., 1982; EQUIPE DE FURNAS 1997, KHAN et al. 1998). O aumento do calor específico com o aumento da umidade está associado ao alto valor do calor específico da água, principalmente, para temperaturas menores que 20ºC e maiores que 30ºC, como pode ser observado na Figura 3.9. 1,0080 Calor epecífico (cal/g.ºC) 4210 1,0040 4202 1,0020 4194 1,0000 4186 0,9980 4178 0,9960 Calor epecífico (J/kg.K) 4218 1,0060 4170 20 40 60 80 Temperatura (ºC) Figura 3.9 – Calor específico da água (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Demonstra-se na Figura 3.9 que há uma grande variação dos valores de calor específico para diferentes temperaturas, e que o comportamento da curva é parabólico, o que está representado na expressão da Equação 3.2. Whiting et al. (1978) demonstram que há uma relação entre o calor específico e o grau de saturação do concreto. Essa relação está apresentada na Equação 3.3. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto C= Csss + γ ( y − 1) 1 + γ ( y − 1) 63 (3.3) Onde: C ⇒ calor específico do concreto para qualquer teor de umidade; Csss ⇒ calor específico na condição de saturação com superfície seca (sss); y ⇒ teor de umidade expresso como fração da condição de saturação com superfície seca (sss); γ ⇒ teor de umidade na condição de saturação com superfície seca (sss), ou seja, a absorção. Segundo Whiting et al. (1978), o concreto nunca é encontrado na prática totalmente seco, um padrão de condição que representa um teor médio de umidade é aproximadamente 20% de saturação. Com isso, os valores de calor específico apresentados nesta dissertação foram apresentados para duas condições, a condição de saturação com superfície seca (SSS) e a condição de 20% de saturação. 3.2.2.1.3 Influência do Agregado O tipo litológico do agregado tem pouca influência sobre o calor específico segundo relatos e estudos realizado por alguns pesquisadores, tais como Bureau of Reclamation (1940); Pacelli et al (1982); Inoue (1983); Equipe de Furnas (1997); Neville (1997); Khan et al. (1998). Entretanto, Pacelli et al. (1982) e Equipe de Furnas (1997) demonstram em seus estudos, que o tamanho do agregado graúdo tem influência sobre essa propriedade, o que pode ser observado na Figura 3.10. Estes estudos foram realizados com concretos nas duas condições de saturação e com concretos contendo agregados de dimensões máximas características diferentes. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto Calor específico (cal/g.ºC) 64 Temperatura (ºC) Condição (sss) (1) -152 mm (2) – 76 mm (3) – 38 mm (4) – 19 mm 20% de saturação (5) -152 mm (6) - 76 mm (7) - 38 mm (8) - 19 mm Figura 3.10 – Resultado de calor específico com várias dimensões de agregado (PACELLI et al., 1982). Demonstra-se que, quanto maior o agregado menor é o calor específico, para as duas condições de saturação. O calor específico aumenta com a redução da massa unitária do concreto a qual tem grande influência do tipo de agregado (SILVEIRA, 1961; EQUIPE DE FURNAS, 1997; NEVILLE, 1997). Na Figura 3.11 estão apresentados estudos desenvolvidos por Equipe de Furnas (1997) para demonstrar a influência da massa unitária no calor específico. Estes estudos foram realizados com agregados diferentes, mas com dimensões máximas iguais. Os materiais utilizados como agregados foram o material cerâmico, o cascalho e o Gabro. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 65 Calor Específico (J/kg.K) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 20 Agregado/dimensão máxima Material Cerâmico Dmáx 38 mm Cascalho Dmáx 38 mm Gabro Dmáx 38 mm 30 40 Tem peratura (ºC) 50 60 Material cerâmico - Dmáx 38 mm (SSS) Material cerâmico - Dmáx 38 mm (20% sat.) Cascalho - Dmáx 38 mm (SSS) Cascalho - Dmáx 38 mm (20% sat.) Gabro - Dmáx 38 mm (SSS) Gabro - Dmáx 38 mm (20% sat.) Massa unitária do concreto (kg/m3) 1918 2270 2568 Condição da saturação sss 20% sss 20% sss 20% Calor específico do concreto (J/kg.K) Temperatura (ºC) 20 30 40 50 1315 827 1139 781 1058 932 1340 853 1247 790 1075 947 1361 882 1256 798 1092 966 1382 907 1264 806 1163 1042 60 1403 932 1268 815 1273 1155 Figura 3.11 – Influência da massa unitária do concreto no calor específico – condições (sss) e 20% de saturação (EQUIPE DE FURNAS, 1997). No caso apresentado na Figura 3.11, tem-se que o calor específico aumenta com a diminuição da massa unitária, principalmente para a condição (sss). Contudo, para o Gabro, na condição de 20% de saturação, há um aumento dos valores de calor específico em relação aos apresentados pelo material cerâmico e pelo cascalho, nesta mesma condição. Inoue (1983) relata que a redução do consumo de cimento o qual é influenciado pela quantidade e tamanho dos agregados, diminui o calor específico. Nesse estudo verificouse essa influência mantendo-se concretos com o mesmo tipo de agregado graúdo, de areia, de cimento e a relação a/c, variando-se apenas o consumo de cimento. Segundo este autor, para uma determinada temperatura, por exemplo de 43°C, elevando-se o consumo de cimento em 75%, o calor específico do concreto aumentou cerca de 10%. Equipe de Furnas (1997) demonstra através de resultados comparativos entre concretos com volume de agregado diferentes que quanto maior o volume de agregado menor é o calor específico. Deste modo, tem-se que, à medida que se aumenta o volume de agregado, diminui-se o consumo de cimento e teor de água. De certa forma, essa influência está relacionada com o tamanho do agregado citado anteriormente. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 66 Tem-se na Tabela 3.4 um resumo dos valores médios de calor específico de diferentes materiais. Estão apresentados também, os valores médios de calor específico de concretos confeccionados com os respectivos agregados. Tabela 3.4 – Calor específico de vários materiais. Tipos de Material Calor específico (J/kg.K) Materiais Concreto 758 971 733 980 783 992 800 992 723 1005 854 1026 661 --795 --- Quartzito (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Granito (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Calcário (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Riolito (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Basalto (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Dolomito (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Cimento (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Areia quartzoza (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Argamassa 1:1 – Relação a/c = 0,4 (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Pasta de relação a/c = 0,4 (EQUIPE DE FURNAS, 1997) Basalto – Itaipú (Banco de Dados de FURNAS) Gnaisse – Angra dos Reis (Banco de Dados de FURNAS) Metagrauvaca – Tucuruí (Banco de Dados de FURNAS) Cascalho – Ilha Grande (Banco de Dados de FURNAS) Gnaisse – Xingó (Banco de Dados de FURNAS) 1259 --- 1469 858 777 837 1034 1080 ------------- 3.2.2.1.4 Influência da Relação água/cimento (a/c) Estudos com pasta de cimento e argamassa realizados por Equipe de Furnas (1997) demonstram a influência da relação a/c no calor específico (Figuras 3.12 a 3.14). Os estudos apresentados na Figura 3.12 e 3.13 foram realizados com pastas de cimento com relação a/c diferentes, variando de 0,3 a 0,8. No estudo com argamassa (Figura 3.14), foram estudadas argamassas com relações a/c iguais a 0,4, 0,6 e 0,8. Condição (SSS) Calor Específico (J/kg.K) 2500 2000 1500 1000 500 0 20 Relação a/c = 0,3 30 40 Tem peratura (ºC) Relação a/c = 0,4 50 Relação a/c = 0,6 60 Relação a/c = 0,8 Figura 3.12 – Resultado de calor específico – Mostrando influência da relação a/c em pastas de cimento - Condição (sss) (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 67 Os estudos apresentados na Figura 3.12 mostram que o calor específico na condição (SSS) aumenta com o aumento da relação a/c em qualquer temperatura. Condição (20 % de Saturação) Calor Específico (J/kg.K) 2500 2000 1500 1000 500 0 20 Relação a/c = 0,3 30 40 Tem peratura (ºC) Relação a/c = 0,4 50 Relação a/c = 0,6 60 Relação a/c = 0,8 Figura 3.13 – Resultado de calor específico – Mostrando influência da relação a/c em pastas de cimento - Condição (20% saturado) (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Ao contrário, na condição de 20% de saturação, o calor específico diminui com o aumento da relação a/c em todas as temperaturas. Isto pode estar associado ao aumento de vazios no concreto proveniente do aumento da relação a/c. Calor Específico (J/kg.K) 2500 2000 1500 1000 500 0 20 30 Relação a/c = 0,4 (SSS) 40 Tem peratura (ºC) Relação a/c = 0,4 (20% sat.) 50 60 Relação a/c = 0,6 (SSS) Relação a/c = 0,6 (20% sat.) Relação a/c = 0,8 (SSS) Relação a/c = 0,8 (20% sat.) Figura 3.14 – Resultado de calor específico – Mostrando influência da relação a/c em argamassa - Condição (sss) e 20% saturado (EQUIPE DE FURNAS, 1997). O comportamento com a argamassa para a condição (SSS) é semelhante ao observado para a pasta de cimento, ou seja, à medida que se aumenta relação a/c o calor específico aumenta em todas as temperaturas. Para a condição de 20% de saturação não há variação representativa com as diferentes relações a/c. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 68 3.2.2.1.5 Influência do Cimento e das Adições Minerais O consumo de cimento tem influência sobre o calor específico, no entanto, o tipo de cimento tem pouca influência sobre esta propriedade, segundo Bureau of Reclamation (1940). Estes autores ensaiaram duas pastas de cimento com mesma relação a/c e cada uma contendo um tipo de cimento. Os autores relatam que para generalizar esta conclusão seriam necessários mais ensaios com pastas de diversos tipos de cimento. Há vários tipos de cimento que contêm adições minerais e, o que consta na bibliografia é que adições minerais como, por exemplo, a sílica ativa, têm influência sobre o calor específico de pasta de cimento. Fu e Chung (1997) estudaram o calor específico de pasta de cimento contendo sílica ativa. Estes autores constataram que o calor específico da pasta com adição de sílica foi 9% maior do que a pasta de referência. Os autores atribuem à interface entre a sílica e a matriz de cimento a responsável por esse aumento. Xu e Chung (2000a) realizaram estudos de calor específico em pasta de cimento e em argamassa sem e com 15% de sílica ativa (massa do cimento). Nesse estudo foi encontrado um aumento de 7% no calor específico da pasta de cimento com sílica ativa, quando comparado com a pasta sem sílica ativa, e 10% de aumento no calor específico da argamassa em relação à referência (sem sílica ativa). Esses autores relatam que o percentual para argamassa é maior devido ao menor valor do calor específico da argamassa de referência comparado com o valor de calor específico da pasta de cimento de referência. Ainda, o aumento do calor específico é atribuído à alta área específica da sílica ativa, que introduz uma barreira térmica na interface entre as partículas de sílica e a matriz de cimento. Os mesmos comportamentos foram encontrados em outros estudos realizados pelos mesmos autores (XU e CHUNG, 1999, 2000b) e por Chung (2001). Estudo desenvolvido por Krishnaiah e Singh (2005) para a determinação das propriedades térmicas de adições minerais, em especial sílica ativa, escória de alto-forno e pozolana, demonstra que as adições minerais têm valores diferentes de calor específico. Os valores observados nesse estudo são em média 0,72J/g.ºC (720J/kg.K) para a pozolana, 0,63 J/g.ºC (630 J/kg.K) para a escória e 0,87J/g.ºC (870J/kg.K) para a sílica ativa. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 69 3.2.3 DIFUSIVIDADE TÉRMICA A difusividade térmica é um índice que permite avaliar a capacidade de um material difundir ou dispersar calor em todas as direções de um maciço e indica a facilidade com que este material é capaz de sofrer variações de temperatura (NBR 12818 (ABNT, 1993)). Uma relação que expressa a difusividade térmica pode ser observada na Equação 3.4. h2 = K γ .c (3.4) Onde: h2 ⇒ Difusividade térmica; K ⇒ Condutividade térmica; γ ⇒ Massa específica do material; c ⇒ Calor específico do material. A unidade que expressa a grandeza difusividade térmica é dada pelo sistema internacional (SI) em m2/s, mas também bastante usada em m2/dia e m2/h. Na Tabela 3.5 estão apresentados valores de difusividade térmica e sua influência no resfriamento para várias alturas das camadas de concretagem. Nesta Tabela está apresentado o tempo necessário para que ocorra 90% do resfriamento, após a temperatura máxima ter sido atingida. Também nesta tabela, pode-se observar que quanto maior a difusividade térmica, menos dias levará para a temperatura do concreto se dissipar. Tabela 3.5 – Valores de tempo de resfriamento em função da difusividade térmica para várias alturas das camadas de concretagem (CARLSON et al., 1979) Difusividade Térmica 0,06 m²/dia 0,08 m²/dia 0,12 m²/dia 3m 41 dias 32 dias 22 dias Tempo Necessário para várias Espessuras 6m 15 m 30 m 60 m 166 dias 2,8 anos 11 anos 45 anos 128 dias 2,2 anos 9 anos 35 anos 89 dias 1,5 ano 6 anos 24 anos 120 m 181 anos 141 anos 98 anos Segundo Bureau of Reclamation (1940), as faixas de valores de difusividade compreendem para o concreto entre 0,0035m2/h e 0,0050m2/h (0,084m2/dia e 0,120m2/dia), para a argamassa entre 0,0030m2/h e 0,0037m2/h (0,072m2/dia e 0,089m2/dia) e para a pasta entre 0,0011m2/h e 0,0016m2/h (0,026m2/dia e 0,038m2/dia). Para Neville (1997), o intervalo de valores típicos de difusividade de concretos comuns está entre 0,002m2/h e 0,006m2/h (0,048m2/dia e 0,144m2/dia), dependendo do tipo de agregado. Calmon (1995) relata valores entre 0,003m2/h (0,072m2/dia) para agregados Basálticos e 0,007m2/h (0,168m2/dia) para Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 70 Quartzos. Ainda o ACI 207.1R (1996) apresenta valores de 0,005m2/h (0,129m2/dia) para Quartzo, Calcário e Dolomita, 0,004m2/h (0,096m2/dia) para Granito e 0,003m2/h (0,078m2/dia) para Riolito e Basalto. Mirambell (1987) apud Calmon (1995) relata que a difusividade térmica do concreto é aproximadamente 50 vezes menor que a do ar. Como o calor específico e a elevação adiabática, a difusividade é uma propriedade térmica muito importante para os cálculos térmicos. É através desta propriedade que se obtém qual o tempo desenvolvido para a dissipação do calor. 3.2.3.1 Fatores e Propriedades Influentes na Difusividade Térmica 3.2.3.1.1 Influência do Agregado O tipo litológico influencia diretamente nessa propriedade (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; PACELLI et al., 1982; EQUIPE DE FURNAS, 1997; SILVEIRA, 1961; INOUE, 1983; CALMON, 1995; MEHTA e MONTEIRO, 1994; KLIEGER e LAMOND, 1994; ACI 207.1R, 1996; NEVILLE, 1997). Outros autores relatam que a condutividade térmica, de certa forma, se comporta similar à difusividade térmica (KHAN, 2002; KIM et al, 2003). Na Tabela 3.6 estão apresentadas as difusividades térmicas de vários tipos litológicos de agregados de várias obras. Tabela 3.6 – Difusividade térmica de vários agregados (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Agregado Obra Difusividade térmica (m2/dia) Gnaisse Quartzito Calcário Metagrauvaca Basalto Fonolito Granodiorito Granito Cascalho Angra dos Reis Estreito Itaberá Tucuruí Itumbiara Osamu Utsumi Cachoeira Porteira Serra da Mesa Itaparica 0,097 0,189 0,128 0,096 0,063 0,078 0,108 0,102 0,154 O tamanho do agregado graúdo tem influência na difusividade, ou seja, o aumento do tamanho do agregado aumenta a difusividade, o que implica dizer também que a difusividade aumenta com a redução do consumo de cimento, já que quando se utilizam agregados de maiores dimensões, a tendência é que haja menor consumo de cimento. Na Figura 3.15 está apresentado um estudo com concretos de tamanhos de agregados variados, Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 71 comparados com argamassa e pasta de cimento, mostrando essa influência (PACELLI et al., 1982; EQUIPE DE FURNAS, 1997). O estudo apresentado na Figura 3.15 foi realizado com concretos com várias dimensões máximas características, com argamassa e com pasta de Difusividade Térmica (m2/dia) cimento. Temperatura (ºC) (1) -152 mm (2) - 76 mm (5) –Argamassa (com areia artifcial de basalto) (6) – Pasta de cimento pura (a/c = 0,4) (3) - 38 mm (4) - 19 mm Figura 3.15 – Resultado de Difusividade térmica – Mostrando a influência do tamanho do agregado (PACELLI et al., 1982). Observa-se nesses estudos que a difusividade da argamassa e da pasta é menor comparada com os concretos. E de uma forma geral, demonstra-se que quanto maior o agregado maior é a difusividade térmica. Outro fator é que a condutividade térmica aumenta com o aumento do volume de agregado. Analogicamente, pode-se dizer que provavelmente, a difusividade térmica também estará sob esse comportamento. Kim et al. (2003) realizaram ensaios de condutividade térmica com concreto com diferentes volumes de agregados, variando nas temperaturas de 20, 40 e 60ºC, sendo as amostras nas condições de totalmente úmidas e secas. Nas duas condições, e em todas temperaturas foi observado o aumento da condutividade térmica com o aumento do volume de agregado. 3.2.3.1.2 Influência do Consumo de Água Segundo trabalho apresentado por Bureau of Reclamation (1940) e relatado por Neville (1997), a difusividade diminui com o aumento do consumo de água. Nestes trabalhos está relatado que o efeito do consumo tem menos efeito que o tipo de agregado. Um aumento Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 72 do consumo de água de amassamento 4% a 8% da massa do concreto diminui a difusividade em aproximadamente 17% em média. 3.2.3.1.3 Influência da Temperatura A temperatura, segundo Bureau of Reclamation (1940), tem influência sobre essa propriedade. Conforme Pacelli et al. (1982) e Equipe de Furnas (1997), a temperatura influencia em alguns casos. Já em algumas bibliografias, observa-se o decréscimo da difusividade com o aumento da temperatura (HIRTH et al, 1981; HIRTH, 1982), e comportamento similar para a condutividade térmica (KHAN, 2002; KIM et al., 2003). 3.2.3.1.4 Influência da Relação a/c Conforme Equipe de Furnas (1997) a difusividade aumenta com a redução da relação a/c, como pode ser observado na Figura 3.13. Este trabalho foi realizado com pasta de cimento com relações a/c igual a 0,3, 0,4, 0,6 e 0,8. Difusividade (m 2/dia) 0,045 0,040 0,035 0,030 0,025 0,020 0,015 0,010 0,005 0,000 20 Relação a/c = 0,3 40 Tem peratura (ºC) Relação a/c = 0,4 Relação a/c = 0,6 60 Relação a/c = 0,8 Figura 3.16 – Resultado de difusividade – Mostrando a influência da relação a/c, em pasta de cimento (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Verifica-se na Figura 3.16 que o aumento da relação a/c diminui a difusividade térmica em todas as temperaturas. A redução da difusividade é de aproximadamente 34,2% entre a relação 0,3 e a 0,8, para temperatura de 20ºC. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 73 3.2.3.1.5 Influência de Material Isolante A incorporação de material isolante diminui a difusividade (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Na Figura 3.17 estão apresentados resultados de difusividade térmica mostrando essa influência. Estes estudos foram realizados com argamassa e concretos produzidos com materiais isolantes como agregados. Difusividade (m 2/dia) 0,060 0,050 0,040 0,030 0,020 0,010 0,000 20 Argila Expandida 40 Tem peratura (ºC) Cerâmico 60 Styropor Vermiculita Figura 3.17 – Resultado de difusividade – Mostrando influência da incorporação de materiais isolantes (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Estes estudos demonstram que, dentre os materiais estudados, a vermiculita é o material mais isolante, propiciando uma redução na difusividade térmica de aproximadamente 63,6%, comparando com a cerâmica que obteve o maior valor de difusividade, praticamente em todas as temperaturas. Segundo Silveira (1961), os líquidos têm maior difusividade térmica do que os gases, no entanto, os sólidos cristalinos apresentam valores de difusividade mais elevados do que os líquidos e do que os sólidos amorfos. As propriedades isolantes dos materiais porosos são devidas, principalmente, ao ar existente nos poros. Isto implica que, as dimensões dos poros e a existência ou não de água, no seu interior, podem fazer variar a difusividade do sólido poroso. Contudo, a água é menos isolante do que o ar e, por outro lado, se os poros têm grandes dimensões, podem estabelecerse no seu interior correntes de convecção que facilitam as trocas de calor e, portanto, aumentam a difusividade térmica do material (SILVEIRA, 1961). Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 74 3.2.3.1.6 Influência do Cimento e das Adições Minerais O efeito de dois tipos de cimento na difusividade térmica de pastas de mesma relação a/c foi determinado por Bureau of Reclamation (1940). Estes autores constataram que o tipo de cimento produz pequenas variações nesta propriedade. Contudo, os autores relatam que são necessários mais ensaios com pastas de diversos tipos de cimento. Segundo a bibliografia, as adições minerais têm influência sobre a difusividade térmica de pastas de cimento. Fu e Chung (1997) ao avaliarem algumas pastas de cimento com adição de 15% de sílica ativa (sobre a massa de cimento), cura dentro de uma sala de temperatura com umidade de 40% por 28 dias, constataram menor difusividade térmica (27%) do que a pasta de referência. Esses autores relatam que a diminuição da difusividade é devido à baixa difusividade térmica da sílica ativa. Foi observada por Xu e Chung (2000a) uma redução de 33% na difusividade térmica para pasta de cimento e 20% para argamassa, ambas contendo 15% de sílica ativa, e comparada com suas respectivas referências (sem sílica ativa). Os autores relatam que a diminuição da difusividade térmica promovida pela sílica ativa é devido a sua alta área específica, que introduz uma barreira térmica na interface entre as partículas de sílica e a matriz de cimento, no caso da pasta de cimento, e na interface entre os grãos de areia, no caso da argamassa. A diminuição da difusividade térmica da pasta de cimento com a substituição de sílica ativa foi observada em outros estudos (XU e CHUNG, 1999, 2000b; CHUNG, 2001). Estudos com concretos variando-se os teores de escória de alto forno de 0% a 80% mostraram diminuições da difusividade térmica, com o aumento do teor de escória, alcançando reduções de até 10,7% para o concreto com teor de 80%, na temperatura de 40ºC (DIAS et al., 1990). A redução da difusividade térmica foi observada em outros estudos, onde se utilizou teores de 0% a 100% de escória (LABORATÓRIO DE CONCRETO DE FURNAS, 1990). Nestes estudos verificaram-se reduções de aproximadamente 16% para o teor de 100%, na temperatura de 40ºC. Um resumo dos principais fatores que têm influência sobre a massa específica, o calor específico, a difusividade térmica e a condutividade térmica é mostrado no Quadro 3.1 (SILVEIRA, 1961). Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 75 Quadro 3.1 – Principais Fatores que influenciam a massa específica, o calor específico, a difusividade térmica e a condutividade térmica (SILVEIRA, 1961). Fator Tipo de agregado Água de amassamento Temperatura Massa específica (γ) grande Influência dos diferentes fatores Calor específico Difusividade (c) (h2) pequena grande Condutividade (k) grande inversa direta inversa inversa Praticamente nula direta direta inversa (se k é alto) nula (se k é médio) pequena (se k é direta) O Quadro 3.1 mostra como estas propriedades se relacionam entre os principais fatores aqui apresentados. Percebe-se que estão condizentes com as demais bibliografias consultadas. Entretanto, segundo a bibliografia (HIRTH et al, 1981; HIRTH, 1982), a temperatura tem relação inversa com a difusividade, ou seja, se aumenta a temperatura, há uma redução na difusividade. 3.2.4 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR O coeficiente de dilatação térmica linear é definido como a relação entre a variação de uma dimensão linear, por unidade de comprimento, causada por uma variação de temperatura, expresso em termos de deformação específica por °C. Essa relação pode ser expressa pela Equação 3.5. ΔL=L.α.Δt (3.5) Onde: ΔL ⇒ variação de comprimento; L ⇒ comprimento da peça; α ⇒ coeficiente de dilatação; Δt ⇒ variação de temperatura. A variação no comprimento é um processo complexo que reflete principalmente a atuação individual ou em conjunto de fatores, tais como: materiais, umidade e temperatura. A real expansão é um resultado de duas ações que ocorrem ao mesmo tempo. A primeira é uma expansão normal típica dos sólidos anidros. Na segunda, é uma expansão higrotérmica ou contração associada com o movimento da umidade interna dos capilares ou dos poros de géis (KLIEGER e LAMOND, 1994). Segundo Mehta e Monteiro (1994), a seleção de agregados com baixo coeficiente de dilatação, se torna favorável na prevenção de fissuras em concreto massa. Isto se deve ao fato de que a deformação por contração térmica está diretamente relacionada tanto pela Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 76 magnitude da queda de temperatura quanto pelo coeficiente linear de dilatação do concreto, que é controlado pelo coeficiente de dilatação do agregado. Neville (1997) relata que se houver grande diferença entre os coeficientes de dilatação térmica do agregado e da pasta de cimento hidratado, uma variação de temperatura pode dar origem a variações diferenciais e romper a aderência entre as partículas de agregado e a pasta. Ainda, Neville (1997) relata que a diferença entre os dois coeficientes for maior do que 5,5 x 10-6/°C pode ocorrer o comprometimento da durabilidade do concreto sujeito a congelamento e degelo. Deste modo, agregados que têm coeficientes próximos ao da pasta de cimento, tornam-se um fator importante na minimização de fissuras. Os dois principais constituintes do concreto, a pasta de cimento hidratado e os agregados têm coeficientes de dilatação térmica diferentes, sendo assim, o coeficiente do concreto é a resultante dos dois valores (NEVILLE, 1997). Segundo Mehta e Monteiro (1994), os valores de coeficientes de dilatação linear para pastas saturadas de cimento Portland com diferentes relações água/cimento, para argamassas de traço 1:6 (cimento/areia natural de sílica) e para misturas de concreto com diferentes tipos de agregado, são entre 18 x 10-6 /°C, 12 x 10-6 /°C e 6 a 12 x 10-6/°C, respectivamente, e segundo KHAN et al., (1998), os valores se situam entre 7 x 10-6 /°C e 14 x 10-6 /°C dependendo do tipo de agregado. Meyers (1951) apud Neville (1997) relata valores para a pasta de cimento hidratado entre 11 x 10-6/°C e 20 x 10-6/°C. 3.2.4.1 Fatores e Propriedades Influentes no Coeficiente de Dilatação Térmica do Concreto 3.2.4.1.1 Influência do Agregado O tipo litológico do agregado tem influência preponderante sobre o coeficiente do concreto. Pacelli et al (1982) e Equipe de Furnas (1997) demonstram a influência de vários tipos litológicos de agregado, o que pode ser visto na Figura 3.18. Muitos autores também relatam essa influência (INOUE, 1983; MEHTA e MONTEIRO, 1994; KLIEGER e LAMOND, 1994, CALMON, 1995; NEVILLE, 1997, KHAN et al., 1998). Os estudos apresentados na Figura 3.18 foram realizados com concretos contendo diversos agregados de obras diferentes, de tipo litológicos diferentes e de dimensão máxima de 19 mm. Coeficiente de Dilatação Térmica Linear (x 10-6/ºC) Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 77 14,00 13,50 13,00 12,50 12,00 11,50 11,00 10,50 10,00 9,50 9,00 8,50 8,00 a b c d e f g h i j Tipo Litológico Referência A B C D E F G H I j Tipo litológico Gnaisse Quartzito Metagrauvaca Siltito Basalto Basalto Granito Procedência Média (x 10-6 /ºC) Devio-padrão (x 10-6 /ºC) Nº de ensaios Angra Sapucaia Simplício Anta Corumbá Tucuruí Formoso Itaipu Tucuruí Serra da Mesa 10,63 12,15 12,58 12,85 12,95 11,43 13,21 8,58 10,24 12,54 0,49 0,42 0,00 0,11 0,00 0,38 0,00 0,36 0,11 0,18 3 2 1 2 1 5 1 6 2 8 Figura 3.18 – Resultado de coeficiente de dilatação térmica linear – Mostrando a influência do tipo litológico (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Demonstra-se que o tipo litológico tem grande influência nesta propriedade, uma vez que há grandes diferenças entre os valores de coeficiente de dilatação, alcançando um percentual de aproximadamente 54 % entre o menor valor (8,58) e o maior valor (13,21), como podem ser observadas na Figura 3.18. 3.2.4.1.2 Influência do Teor de Pasta A pasta de cimento hidratado tem coeficiente de dilatação térmica maior do que o agregado. Deste modo, o aumento do teor de pasta na mistura aumenta o coeficiente de dilatação térmica do concreto. Com isso, pode-se dizer que o tamanho do agregado influencia no coeficiente de dilatação. Estudos desenvolvidos por Equipe de Furnas (1997) com diferentes tipos de agregados e diferentes teores de pastas mostram que as duas variáveis influenciam o coeficiente de dilatação, como pode ser visto na Figura 3.19. Coeficiente de Dilatação (x10 -6/ºC) Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 78 15,00 14,50 14,00 13,50 13,00 12,50 12,00 11,50 11,00 10,50 10,00 9,50 9,00 8,50 8,00 7,50 7,00 5 10 15 20 25 30 35 Volum e de pasta (%) Quartzito - Corumbá Gnaisse - Simplício Granito - Serra da Mesa Metagrauvaca - Tucuruí Gnaisse - Angra dos Reis Figura 3.19 – Resultado de coeficiente de dilatação mostrando a influência do teor de pasta – vários tipos litológicos e de várias obras (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Observa-se na Figura 3.19 que o aumento do teor de pasta aumenta o coeficiente de dilatação, tendo uma variação de valores de coeficiente entre 7,50 x 10-6/ºC a 12,50 x 106 /ºC, correspondente a um percentual para diferença entre o menor e o maior valor de aproximadamente 66,6%, para o tipo litológico Granito da Usina de Serra de Mesa. 3.2.4.1.3 Influência da Idade Dentre os componentes do concreto, somente a pasta tem o valor do coeficiente alterado com a idade. Contudo, o que pode-se observar é que há um ligeiro aumento no coeficiente com a idade (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Weigler e Karl (1974) apud Calmon (1995) apresentam valores de coeficiente para um concreto de 350 kg/m3 com relação a/c igual a 0,55, durante um período inicial entre 8 a 24 horas, de aproximadamente 15 x 10-6 /°C. Posteriormente, num período compreendido entre 1 e 6 dias, os valores estavam aproximadamente em 12 x 10-6 /°C. Deste modo, pode-se considerar que o coeficiente de dilatação é ligeiramente superior nas idades iniciais. Segundo Neville (1997), o coeficiente diminui devido à redução da pressão potencial de expansão causada pelo aumento de material “cristalino” na pasta endurecida. A condição de umidade está relacionada com a pasta e se deve ao fato de que o coeficiente de dilatação é composto por duas partes: o coeficiente cinético propriamente dito e a pressão de expansão que se origina de uma redução, com a elevação da temperatura, da Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 79 tensão capilar da água retida na pasta de cimento hidratado e da água adsorvida na pasta (POWERS et al.(1947) apud NEVILLE, 1997). Neville (1997) relata que concretos com condições extremas de umidade, ou seja, seco ou saturado, o coeficiente de dilatação é menor do que quando a pasta estiver parcialmente saturada. 3.2.4.1.4 Influência da Relação a/c O coeficiente de dilatação diminui ligeiramente com o aumento da relação a/c. Estudos com pastas de cimento desenvolvidos por Equipe de Furnas (1997) demonstram essa influência. Tais influências também puderam ser observadas em relatos de Inoue (1983) e Coeficiente de Dilatação Térmica Linear (x 10-6/ºC) Calmon (1995). Na Figura 3.20 pode ser observada essa influência. 20,00 19,50 19,00 18,50 18,00 17,50 17,00 16,50 16,00 15,50 15,00 14,50 14,00 13,50 13,00 12,50 12,00 0,200 0,250 0,300 0,350 0,400 0,450 0,500 0,550 Relação água/cim ento 7 dias 28 dias 90 dias 180 dias Figura 3.20 – Estudos com pastas de cimento – Mostrando influência da relação a/c para várias idades (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Na Figura 3.20 observa-se que o coeficiente de dilatação linear diminui com o aumento da relação a/c, em todas as idades de ensaio. A diferença entre os valores de coeficiente, por exemplo, para a curva de 7 dias é de aproximadamente 27% entre as relações a/c de 0,3 e 0,55. Outro fator é que para as curvas de 7 e 28 dias as diferenças são maiores entre as relações 0,3 e 0,55 quando comparadas com as curvas de 90 e 180 dias. Capítulo 3 – Fenômeno do Calor no Concreto 80 3.2.4.1.5 Influência do Cimento e das Adições Minerais Segundo Neville (1997), a composição e a finura do cimento têm influência sobre a dilatação térmica somente através da influência sobre as propriedades do gel nas primeiras idades. Já Rhodes et al. (1978) apud Inoue (1983) relata que o coeficiente decresce com a finura. Entretanto, Silveira (1961) relata que o aumento da área específica do cimento acarreta um aumento do coeficiente de dilatação térmica. Segundo Calmon (1995), há pouca influência do tipo e finura do cimento e da quantidade de ar incorporado. Khan et al. (1998) realizaram estudos de propriedades térmicas de concretos de resistências normal, média e alta. Neste estudo foi observado um aumento do coeficiente de dilatação para os concretos de média (relação a/c = 0,30) e alta resistência (relação a/c = 0,25), nos quais se utilizou 8% e 9% de sílica ativa, respectivamente. Estudos com concretos contendo escória de alto forno mostraram ligeiros aumentos no coeficiente de dilatação térmica (DIAS et al., 1990). Segundo o que pôde ser observado no estado da arte realizado por Calmon (1995), a substituição de materiais pozolânicos no cimento aumenta ligeiramente o coeficiente de dilatação à medida que se aumenta o percentual de substituição. Calmon (1995) comenta que para o efeito do calor de hidratação o material cimentício contribui. Em contrapartida, o aumento do coeficiente de dilatação pode também aumentar as tensões térmicas associadas. CAPÍTULO 4 ESTUDO TÉRMICO DO CONCRETO 4.1 INTRODUÇÃO ‘ A previsão das variações de temperatura que são suscetíveis de ocorrer em uma estrutura de concreto se torna de grande interesse quando os métodos de projeto se tornam mais exatos. Muitas vezes existem ótimos planejamentos de construção, que produzirão temperaturas favoráveis no concreto massa sem grande custo, mas as informações necessárias para auxiliar a seleção desses planejamentos geralmente têm faltado. Entre os fatores que afetam as temperaturas estão, dimensões, espessura da camada de concretagem, geração de calor do cimento, teor de cimento, temperaturas iniciais, tipos de formas, temperatura ambiente e propriedades térmicas do concreto...’ (CARLSON, 1937 ) Os estudos térmicos são utilizados para as análises das temperaturas e das deformações e/ou tensões decorrentes do efeito térmico no concreto, principalmente da contração térmica durante seu período de resfriamento, resultante da dissipação do calor gerado pela hidratação do cimento. Os estudos térmicos devem ser realizados de maneira criteriosa, uma vez que a partir de seus resultados, serão definidas as medidas de controle da fissuração. Tais medidas influenciarão diretamente nos custos e cronograma de construção da obra, já que elas podem auxiliar na escolha do tipo de cimento, a necessidade ou não do emprego de sistemas de refrigeração do concreto e a definição das alturas das camadas de concretagem e dos intervalos de lançamento entre camadas sucessivas, entre outros fatores (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Os estudos térmicos são realizados em dois cálculos os quais são: cálculos das evoluções de temperaturas do concreto (campo de temperaturas) e análises das tensões e/ou deformações térmicas resultantes na estrutura (campo de tensões). 4.2 CÁLCULOS NO CAMPO DE TEMPERATURAS Os cálculos das temperaturas do concreto são realizados a partir da simulação da execução, camada por camada, do início do lançamento do concreto até a estabilização das temperaturas em cada ponto da estrutura. Para a realização dos cálculos, são atribuída Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 82 diferentes hipóteses, as quais podem conter as condições de lançamento (alturas de camadas de concretagem, intervalos de lançamento e temperaturas do concreto fresco), as condições ambientes e outros como, tipos e tempos de permanência de fôrmas e de cura do concreto (CARLSON, 1937; EQUIPE DE FURNAS, 1997). As propriedades térmicas (elevação adiabática, calor específico, difusividade, condutividade e coeficiente de dilatação) são necessárias para o cálculo da temperatura. Essas propriedades, quando não se dispõe de resultados de laboratório, podem ser estimadas com base nas características dos materiais a serem empregados na produção do concreto. Porém correndo o risco dos resultados obtidos na simulação diferenciar-se significativamente do obtido em campo. Para o cálculo térmico, a elevação adiabática de temperatura do concreto é responsável pelo desenvolvimento das temperaturas ao longo do tempo. O calor específico está relacionado com a quantidade de “armazenamento” de calor dentro da massa de concreto. Já a condutividade e a difusividade térmica são as propriedades que indicarão a velocidade com que ocorrem as trocas de calor através do concreto. O coeficiente de dilatação está associado com as deformações que irão ocorrer devido às variações de temperatura no concreto. 4.2.1 MÉTODOS DE CÁLCULO DAS TEMPERATURAS Existem vários métodos de cálculos da temperatura no interior do concreto, os quais podem-se destacar o método das diferenças finitas (MDF) e o método dos elementos finitos (MEF). Para os dois métodos, as temperaturas são calculadas por meio de computadores, uma vez que é grande o volume de cálculos, realizados repetidamente para diversos intervalos de tempo e para diferentes condições de lançamento do concreto. Os cálculos no campo de temperatura podem ser tanto unidirecional (fluxo de calor em uma direção) quanto bidirecional (fluxo de calor em duas direções) ou até mesmo tridirecional (fluxo de calor em três direções) (EQUIPE DE FURNAS, 1997). No caso do unidirecional, o fluxo de calor em uma direção pode ocorrer, como exemplo, em uma laje onde uma de suas dimensões (espessura) seja bem menor do que as outras (largura e comprimento). Para o bidirecional, o fluxo de calor em duas direções seria, por exemplo, em uma viga que duas de suas dimensões (largura e altura) sejam bem menores do que a outra (comprimento). Por fim, no tridirecional, o fluxo de calor poderia ocorrer em Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 83 um bloco onde suas dimensões (largura, altura e comprimento) têm a mesma ordem de grandeza. 4.2.1.1 Método de Schmidt É um processo de cálculo pelo MDF bastante simples, que se divide a estrutura de concreto em pequenos elementos de volume e se calculam as temperaturas em cada elemento para diferentes intervalos de tempo. Este método desenvolve-se a partir da equação de Fourier (Equação 4.1). Maiores detalhes sobre esta equação podem ser encontrados em Calmon (1995); Botassi (2004a). ∂θ ∂ ²θ ∂T = h². + ∂t ∂z ² ∂t (4.1) θ = temperatura do elemento de volume considerado; t = variável tempo; z = coordenada na direção do fluxo h² = difusividade térmica do concreto; T = elevação adiabática de temperatura no elemento de volume considerado. 4.2.1.2 Método de Carlson O método de Carlson é utilizado para problemas de fluxo unidirecional de calor, e seu processo é pelo MDF, semelhante ao método de Schmit. Este método consiste em dividir o concreto em intervalos de espaço e calcular a temperatura após a decorrência de um intervalo de tempo, depois outro e assim por diante. Para este método, é considerado um corpo sólido de concreto formado por diversos prismas independentes os quais têm dimensão Δx na direção do fluxo e área unitária na seção perpendicular à direção do fluxo, como pode ser observado na Figura 4.1. Figura 4.1 – Transmissão de calor com fluxo unidirecional (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 84 4.2.1.3 Método dos Elementos Finitos (MEF) O método dos elementos finitos é um processo de cálculo das temperaturas em estruturas de concreto mais preciso que os métodos de Schmidt e de Carlson. Segundo Equipe de Furnas (1997), atualmente, o processo de cálculo mais empregado é o MEF. Neste método, os cálculos são realizados por meio de programas de computador que permitem facilmente a consideração de fluxo bidirecional e tridirecional de calor. Para tanto, é conveniente, mesmo para estruturas de grandes dimensões a utilização de fluxo bidirecional, no mínimo para algumas hipóteses de cálculo, uma vez que esta alternativa permite simular com fidelidade as trocas de calor através das superfícies das estruturas. Ao se analisar uma estrutura, esta deve ser colocada na forma de uma ou mais malhas de elementos finitos, dependendo das alturas de camadas de concretagem a serem estudadas. As malhas devem representar a geometria da estrutura, bem como permitir a diferenciação dos materiais envolvidos nas trocas de calor (rocha de fundação e as dosagens empregadas em cada local da estrutura). Ainda, devem permitir a representação das diferentes alturas de camadas de concretagem a serem estudadas. Nas Figuras 4.2 e 4.3 estão representados exemplos de malha de uma estrutura de concreto. EL.305,50 Dosagem 9.2.6 Nó 293 Dosagem 16.2.9 Nó 246 Nó 205 EL.292,00 Nó 94 EL.285,00 Fundação EL.282,50 Figura 4.2 – Exemplo de malha utilizada nos estudos térmicos do muro de gravidade de uma barragem (GAMBALE et al., 2002a). Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 85 Os códigos (EL. 282,50; EL. 285; EL. 292; EL. 305) apresentados na Figura 4.2 representam as elevações (cotas), por exemplo, entre EL. 282,50 e EL. 285,00, tem-se uma distância de 2,5m. As dosagens de concreto (9.2.6) e (16.2.9) são as utilizadas na estrutura. Concreto Armado Concreto velho Bloco de concreto Concreto novo Água Numero de nós = 400 Número de elementos = 360 Figura 4.3 – Exemplo de um bloco de concreto utilizado em pilar de ponte (GAMBALE et al., 2002b). Para cada hipótese a ser estudada, devem ser estabelecidas as condições de transmissão de calor no contorno da estrutura e da fundação, através da fixação da temperatura ou do de coeficientes de transmissão superficial de calor, caso seja possível. O MEF permite também a consideração de pós-refrigeração do concreto por meio de circulação de água através de tubos embutidos na estrutura. Neste caso, devem ser considerados nas malhas de elementos finitos, os coeficientes de resfriamento dos tubos, que devem refletir as condições com que o calor é removido da estrutura pela água de refrigeração e o período de refrigeração. Os cálculos de temperaturas pelo MEF se processam a partir da consideração do equilíbrio térmico em cada nó da malha de elementos finitos. Tais equilíbrios podem ser descritos, sob a forma matricial, como um sistema de equações diferenciais de primeira ordem (Equação 4.2). Mais detalhes sobre o sistema de equações diferenciais podem ser encontrados na bibliografia (BOTASSI, 2004a). Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto CT (t) + KT(t) = Q(t) 86 (4.2) C = matriz de capacidade de calor; K = matriz de condutividade térmica; T(t) – vetor das temperaturas nos nós; T(t) = vetor da taxa de variação das temperaturas nos nós ao longo do tempo; Q(t) = vetor da taxa de calor suprida aos nós, inclusive o calor gerado nos elementos adjacentes a cada nó. 4.3 CÁLCULOS NO CAMPO DE TENSÕES O conhecimento das evoluções de temperaturas do concreto não é suficiente para se avaliar a segurança da estrutura contra a fissuração térmica. É necessária a realização de análises de tensões e/ou deformações atuantes na estrutura, para quais é necessário o conhecimento de algumas propriedades do concreto, descritas abaixo: - Coeficiente de dilatação térmica; - Módulo de elasticidade; - Fluência; - Resistência à tração; - Capacidade de deformação; - Coeficiente de Poisson. Quando uma estrutura de concreto está sujeita a uma variação de temperatura e tem liberdade para se deformar, o concreto não é submetido a nenhum esforço interno, sofrendo apenas variações nas suas dimensões, proporcionais ao gradiente térmico aplicado. Entretanto, existem restrições externas e/ou internas às deformações do concreto, provenientes da ligação das estruturas com suas fundações ou com outras estruturas, da ligação do concreto com as armaduras (no caso de concreto armado) e pela sua própria coesão interna. Estas restrições podem provocar o surgimento de esforços os quais podem levar o concreto à fissuração, caso este não tenha capacidade de resisti-los. As análises de tensões e/ou de deformações são realizadas a partir dos resultados dos cálculos de temperatura efetuados para cada condição de lançamento estudada. Em cada hipótese, determinam-se as tensões e/ou deformações resultantes dos gradientes térmicos que atuarão na estrutura, as quais o concreto terá que resistir com um fator de segurança mínimo estabelecido. Para a análise do comportamento térmico do concreto, existem dois métodos: um através da análise de tensões e outro por meio de análise de deformações. Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 87 4.3.1 ANÁLISES DE TENSÕES Existem diferentes processos de cálculo das tensões térmicas em estruturas de concreto, os quais consideram o comportamento visco-elástico do concreto. Como exemplo, citam-se os seguintes métodos: - Método dos elementos finitos; - Método simplificado, para estruturas confinadas; - Método baseado na transformação do comportamento visco-elástico linear com envelhecimento do concreto na superposição de problemas elásticos associados. 4.3.2 ANÁLISES DE DEFORMAÇÕES As análises de deformações são realizadas, basicamente, a partir da comparação das deformações calculadas para a estrutura com a capacidade deformação do concreto, ou seja, comparando-se as quedas de temperaturas calculadas com a queda de temperatura admissível no concreto. A queda admissível de temperatura, também conhecida como equivalente em variação de temperatura (ETV), correspondente ao quociente da capacidade de deformação do concreto pelo seu coeficiente de dilatação térmica. O coeficiente de segurança à fissuração térmica (CS), pelo método das deformações pode ser representado pela Equação 4.3 (HOUGHTON, 1976 apud EQUIPE DE FURNAS, 1997). CS = EVT ΔT .Kr (4.3) Onde ΔT é a queda máxima de temperatura do concreto e Kr é o coeficiente de restrição à deformação admitido para cada ponto da estrutura. Gradientes maiores de temperatura (ver Figura 4.4) tendem a aumentar a probabilidade de fissura em grandes massas de concreto. Com isso, a temperatura de lançamento deve ser controlada para que ocorra um menor gradiente de temperatura. Um processo utilizado para controlar a temperatura de lançamento do concreto é a utilização do pré-resfriamento do concreto fresco. O calor latente produzido durante a mistura, necessário para a fusão do gelo é retirado de outros componentes da mistura do concreto (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 88 Também um fator importante é que, uma queda rápida no valor máximo da temperatura do concreto em uma idade que o concreto ainda é pouco resistente, faz com que possam ocorrer fissuras. Figura 4.4 – Gradiente de temperatura - Variação de temperatura com o tempo (PAULON, 1987). Segundo Paulon (1987), a diferença de temperatura (∆T) é a diferença entre a temperatura máxima atingida pelo concreto e a temperatura média anual (ambiental). ∆T = temperatura de lançamento do concreto, mais elevação adiabática da temperatura, menos a temperatura de equilíbrio anual (ambiental), menos a perdas de calor. As representações das análises térmicas tanto no campo de temperaturas quanto no campo de tensões são apresentadas na forma gráfica, como podem ser vistas nas Figuras 4.5 e 4.6. As curvas apresentadas nas Figuras 4.5 e 4.6 são provenientes de estudos térmicos realizados por Gambale et al. (2002a), em muro de gravidade de concreto de uma barragem (ver Figura 4.2). Nestes estudos foram utilizadas 6 (seis) hipóteses para análise do comportamento térmico. Essas hipóteses são baseadas em parâmetros, tais como: temperatura ambiente e de lançamento, altura da camada de concretagem, velocidade de concretagem, tipo de fôrma, tipo de cura, dentre outros. Te mp e ratu ra (ºC) Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 89 60 Nó 94 50 Nó 205 40 Nó 246 30 Nó 293 20 0 200 400 Idade (dia) Figura 4.5 - Evoluções das temperaturas (GAMBALE et al., 2002a). T ensão (M Pa) 1 Hipótese 1 Hipótese 2 0 Hipótese 3 -1 Hipótese 4 Hipótese 5 -2 Hipótese 6 Tração na Flexão -3 0 100 200 300 400 Idade (dia) Figura 4.6 - Evoluções das tensões (GAMBALE et al., 2002a). Na Figura 4.5 estão apresentadas as curvas de evolução das temperaturas máximas em vários nós analisados da estrutura. Observa-se que os valores de temperatura máxima são nas idades iniciais, e que ao longo do tempo, dependendo da posição do nó, temse a redução da temperatura devido às movimentações de temperatura dentro da massa de concreto e pelas trocas de calor com meio externo. Na Figura 4.6 estão apresentadas as curvas das tensões para cada hipótese de cálculo estudada e a curva de tração na flexão do concreto a qual representa a capacidade que o concreto tem em resistir aos esforços de tração Capítulo 4 – Estudo Térmico do Concreto 90 provenientes das deformações ocorridas devido ao efeito térmico. Demonstra-se através dessas curvas que, para hipótese 1 e 3, o concreto tem grande probabilidade de fissuração, uma vez que as curvas que representam estas duas hipóteses estão ultrapassando a curva de tração na flexão do concreto, como pode ser visto na Figura 4.6. Para as outras hipóteses, temse uma menor probabilidade de fissuração, já que as curvas não ultrapassam a curva de tração na flexão do concreto. Ainda, as temperaturas que ocorrerão em uma estrutura e o ponto onde ocorrerá a temperatura máxima podem ser representadas na forma de isotermas (curvas que têm a mesma temperatura), como pode ser observado no exemplo da Figura 4.7. Figura 4.7 – Exemplo de isotermas no muro de gravidade de uma barragem. No exemplo da Figura 4.7 a cor vermelha representa a região onde está ocorrendo a máxima temperatura na estrutura e as curvas que estão no interior da figura representam as isotermas que são curvas de mesma temperatura, distribuídas na estrutura. Por fim, o estudo do problema térmico é uma ferramenta que orienta a tomada de decisão dos engenheiros tecnologistas quanto aos processos utilizados na construção de estruturas de concreto. Contudo, o comportamento térmico do concreto é um tanto complexo, uma vez que vários fatores influentes estão atuando simultaneamente durante a movimentação do calor dentro do concreto. Deste modo, é necessário bom senso por parte dos engenheiros e técnicos que o analisa. CAPÍTULO 5 PROGRAMA EXPERIMENTAL MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 INTRODUÇÃO O programa experimental foi realizado com base em ensaios utilizados na determinação das propriedades térmicas do concreto, sendo todo ele realizado nos laboratórios de Centro Tecnológico de Engenharia Civil de Furnas Centrais Elétricas S.A. Os ensaios foram realizados conforme as Normas Brasileiras, que serão apresentadas posteriormente. Além dos ensaios utilizados para determinação das propriedades térmicas, utilizaram-se ensaios para a caracterização dos materiais empregado na pesquisa e algumas propriedades complementares, tais como módulo de elasticidade e tração na flexão, que foram utilizadas em parte do estudo de caso apresentado no Capítulo 7. A metodologia envolveu os ensaios de calor de hidratação, elevação adiabática de temperatura, calor específico, difusividade térmica e coeficiente de dilatação térmica do concreto. Pretendeu-se com o programa experimental, verificar a influência das adições minerais nas propriedades térmicas do concreto, seja no calor gerado pela hidratação do cimento, seja nas propriedades térmicas do concreto endurecido. Para tanto, nestes estudos, fixou-se o consumo de cimento a fim de avaliar puramente os efeitos das adições. 5.2 VARIÁVEIS Para que fosse possível a realização deste estudo, foram arbitradas as variáveis independentes que não são influenciadas por nenhum parâmetro e as variáveis dependentes que são influenciadas por conseqüências oriundas das variáveis independentes. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 92 5.2.1 VARIÁVEIS INDEPENDENTES As variáveis independentes estão relacionadas a seguir. a) Tipo de adição mineral – empregadas no concreto em composições binárias em substituição parcial ao cimento Portland, com percentuais em volume para otimização de dosagens. As adições utilizadas em substituição parcial ao cimento para o concreto são descritas abaixo: - Sílica ativa Metacaulim (proveniente de caulim calcinado) (4%, 8% e 12%) – para o calor de hidratação; (8%) - para os ensaios com as outras propriedades; - Escória de alto forno moída (40%, 50% e 60%) – para o ensaio de calor de hidratação; (50%) - para os ensaios com as outras propriedades; - Pozolana de argila calcinada (15%, 20% e 30%) – para o ensaio de calor de hidratação; (20%) – para os ensaios com as outras propriedades. As adições influenciam em várias propriedades do concreto, bem como na hidratação do cimento. As influências são devido ao teor de elementos amorfos (não cristalinos) e a finura que determinam a atividade pozolânica e/ou capacidade cimentante das adições minerais (CALLEJA, 1969; LEA, 1970; MEHTA e MONTEIRO, 1994; NEVILLE, 1997). Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 93 b) Relação água/cimento equivalente (a/ceq) - a dosagem utilizada como referência foi ajustada a partir de um traço, onde foi mantido um abatimento de 6 ± 1 cm, e a relação a/c, depois do ajuste, ficou no valor de 0,514 e mantido como relação a/ceq para demais dosagens com adição. O propósito de se manter a relação a/ceq é proveniente do conhecimento adquirido por pesquisa bibliográfica, onde se observa que a relação água/cimento influencia nas propriedades térmicas do concreto estudadas; c) Teores de substituições das adições minerais - as influências das adições minerais nas propriedades do concreto dependem dos teores empregados nas misturas. Deste modo, com base na revisão bibliográfica, foram escolhidos teores normalmente utilizados em substituições ao cimento. Os percentuais estão apresentados no organograma da Figura 5.1. Ainda para escória e a pozolana que são adicionadas em alguns tipos de cimento, como por exemplo, cimento tipo CP – III -32 (NBR 5735 (ABNT, 1991)) e cimento tipo CP – IV – 32 (NBR 5736 (ABNT, 1991)), têm-se os percentuais escolhidos dentro das faixas preconizadas por estas normas. 5.2.2 VARIÁVEIS DEPENDENTES As variáveis dependentes estão relacionadas a seguir: a) Calor de hidratação – A hidratação do cimento é influenciada pelas adições no aspecto químico e físico, que conseqüentemente, influenciará no calor gerado pela reação exotérmica produzida na hidratação do cimento. Esta propriedade foi avaliada com intuito de verificar o comportamento das adições minerais em três teores de substituição. b) Elevação adiabática de temperatura - Pela elevação adiabática de temperatura do concreto é possível medir também o calor gerado durante a hidratação do cimento sem troca de calor com meio externo. A elevação foi avaliada a fim de complementar o estudo da geração de calor, e ainda, as curvas de elevação adiabática são importantes na análise do comportamento térmico do concreto; c) Calor específico do concreto – Propriedade utilizada na análise do comportamento térmico do concreto. Esta propriedade mede a capacidade de “armazenamento de calor” no concreto; d) Difusividade térmica do concreto – Propriedade que correlaciona a velocidade que ocorrerá as trocas de calor. Procurou-se avaliar qual a influência das adições minerais nesse comportamento; Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 94 e) Coeficiente de dilatação térmica do concreto – Esta propriedade está diretamente relacionada com a deformação do concreto, quando este está submetido a variações de temperatura; 5.3 MÉTODOS Os ensaios utilizados para avaliar a influência das adições minerais na hidratação do cimento e nas propriedades térmicas do concreto endurecido foram realizados com base nos procedimentos dos laboratórios de ensaios especiais de concreto de FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. Tais procedimentos estão conforme as normas brasileiras nas quais contêm esses métodos de ensaios. Na Figura 5.1 está apresentado um organograma da disposição do programa experimental. Referência Sílica ativa 8% 12% 8% 4% 12% 4% Metacaulim Escória Com cimento (substituição em volume) 40% 50% 60% Pozolana 30% 20% 15% Estudo com argamassa para avaliação da geração de calor na presença de adições minerais Pozolana 20% Coeficiente de Expansão térmica Escória 50% Difusividade térmica Ensaios realizados Metacaulim 8% Estudo com concreto Relação a/c e a/ceq=0,514 Calor específico Sílica ativa 8% Elevação adiabática Referência Programa Experimental Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 95 Figura 5.1 – Organograma da disposição do programa experimental Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 96 5.3.1 CALOR DE HIDRATAÇÃO – MÉTODO DA GARRAFA DE LANGAVANT O conhecimento do calor gerado pelas reações químicas entre a água e componentes do cimento é de suma importância na previsão do comportamento térmico do concreto. Os valores de calor de hidratação são utilizados em cálculos paramétricos de temperatura do concreto quando não é possível determinar a elevação adiabática de temperatura do concreto. Nestes cálculos é possível estabelecer qual o tipo de cimento ou adição mineral, e até mesmo o processo executivo a ser empregado na obra durante a concretagem, que poderiam minimizar os efeitos causados pela variação de temperatura do concreto e, conseqüentemente a diminuição das fissuras que podem comprometer a durabilidade do concreto. Com o objetivo de se verificar o calor gerado pela de hidratação do cimento na presença de adições minerais, foi realizado o ensaio de calor de hidratação pelo método da garrafa de Langavant. Tal ensaio seguiu o procedimento de FURNAS que está conforme com a NBR 12006 (ABNT, 1990), norma na qual é descrito este método. Esse método consiste na medida do calor liberado pela hidratação do cimento através de um calorímetro semi-adiabático (garrafa de Langavant), como pode ser visto nas Figuras 5.2 e 5.3. Esta garrafa se assemelha a uma ampola de vidro de parede dupla espelhada e com forte vácuo entre as paredes. Suas dimensões interiores são de (92 ± 2) mm de diâmetro e 280 mm de altura, sendo seu diâmetro externo de 120 mm. A ampola fica protegida por um invólucro metálico com tampa isolante. Para este ensaio, é moldada uma argamassa de referência (testemunho) na relação 1:3:0,5 (cim:areia:água) e com idade mínima de 60 dias para utilizá-la como referência, podendo uma mesma argamassa de referência ser utilizada para vários ensaios. O cimento e o material cimentício são preparados em uma argamassa de mesma relação da argamassa de referência. As medidas de temperatura consistem em considerar-se, em intervalos estabelecidos, a diferença das temperaturas do corpo-de-prova de ensaio e do corpo-de-prova de referência. O instante em que a água entra em contato com o cimento deve ser considerado como origem do tempo. Durante o período das primeiras 5 h, são realizadas as leituras consecutivas após a leitura inicial, com intervalos de 1 h entre elas. Em seguida, são realizadas as leituras com intervalos de 2 h até a ocorrência da temperatura máxima. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 97 Figura 5.2 – Garrafas térmicas de Figura 5.3 – Desenho esquemático do Langavant interior da garrafa térmica de Langavant (NBR 12006 (ABNT,1990)) Por fim, são realizadas leituras durante um período até 168 horas, sendo possível obter o calor de hidratação em qualquer idade compreendida neste período. Segundo a NBR 12006 (ABNT, 1990), os resultados são expressos em J/g. 5.3.2 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA A fim de complementar o estudo da influência das adições minerais na hidratação do cimento, sem haver perda de calor para o meio externo, realizou-se o ensaio de elevação adiabática de temperatura do concreto com uma dosagem contendo apenas cimento (referência) e com as adições nos teores intermediários entre os percentuais apresentados no organograma da Figura 5.1. Este método foi realizado conforme o procedimento de FURNAS que foi elaborado com base na norma NBR 12819 (ABNT, 1993). Da mesma forma que foi comentado para o método da garrafa de Langavant , os valores determinados da elevação adiabática de temperatura do concreto têm sua importância nos cálculos de temperatura, sendo na maioria dos casos apenas os seus valores utilizados no cálculo, e não se utilizando os valores de calor de hidratação do cimento. O método consiste na moldagem de um corpo-de-prova. Em seguida, o corpo-deprova é colocado num ambiente com capacidade de se manter na mesma temperatura, desde a Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 98 fase inicial no estado fresco até o final do ensaio. À medida que se processam as reações de hidratação do cimento, o corpo-de-prova começa a aquecer-se. Com isso, o calorímetro deverá se aquecer na mesma quantidade e velocidade do corpo-de-prova, sem haver troca de calor entre eles. Nas Figuras 5.4 a 5.8 estão ilustrados os equipamentos utilizados neste ensaio. Figura 5.4 – Calorímetro adiabático – ante- Figura 5.5 – Câmara de aquecimento sala. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resistência da Ante Sala Refrigeração da Ante Sala CP de Concreto Termômetros Resistência Circulador de Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 5.6 – Calorímetro adiabático – Sala Figura 5.7 – Painel de controle do – Corte longitudinal. (EQUIPE DE calorímetro FURNAS, 1997) 3 4 5 6 8 7 9 10 2 11 1 . . .. . . .. . . .. . . .. 12 13 . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. 1 - Ponte de Wheatstone 2 - Controlador automático (Aquecimento adiabático) 3 - Controlador automático (Aquecimento anti-sala) 4 - Timer (Controle de tempo para registro gráfico) 5 - Painel de ventilação e aquecimento 6 - Controlador gráfico do ensaio 7 - Painel de controle de refrigeração 8 - Painel de controle dos compressores de refrigeração 9 - Detector de nulo 10 - Ponte termométrica 11 - Impressora digital 12 - Controlador automático para refrigeração 13 - Seletor de canais para leitura de termômetro Figura 5.8 – Desenho esquemático do painel e seus componentes (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 5.3.3 99 CALOR ESPECÍFICO Com intuito de verificar a capacidade do concreto em “armazenar” calor, com a substituição parcial do cimento por adições minerais, realizou-se o ensaio de calor específico no concreto de referência e nos concretos com os teores intermediários apresentados no organograma da Figura 5.1. Este método foi realizado conforme o procedimento de FURNAS que foi elaborado com base na norma NBR 12817 (ABNT, 1993). O método consiste na determinação da quantidade de calor que deve ser cedida à unidade de massa do material para elevar de um grau a sua temperatura, sendo expresso em J/g.ºC, segundo a NBR 12817 (ABNT, 1993). O corpo-de-prova é ensaiado num calorímetro que consiste em um recipiente interno, onde são colocados o corpo-de-prova e água destilada, e um recipiente externo que mantém o isolamento ao redor do recipiente do corpo-de-prova, minimizando as perdas de calor para o ambiente. O calor específico do concreto é igual ao total de calor fornecido (energia cedida), menos o calor necessário para elevar a temperatura da água e do calorímetro, menos a perda de calor específico dividido pelo produto da elevação da temperatura corrigida pela massa do corpo-de-prova. O equipamento utilizado na determinação do calor específico é semelhante à projetada e utilizada pelo Bureau of Reclamation quando da construção da barragem de Hoover Boulder Canyon Project (EQUIPE DE FURNAS, 1997). A seguir na Figuras 5.9 a 5.13 estão relacionados os equipamentos utilizados no ensaio de calor específico. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos Figura 5.9 – Corpo-de-prova colocado Figura 5.10 – Calorímetro utilizado no dentro do calorímetro. ensaio. (1) Termômetro de quartzo (2) Bloco de apoio superior (3) Correia redonda (4) Motor do agitador (5) Cobertura do tanque externo (6) Eixo do agitador (7) Cobertura cilíndrica (8) Cobertura do tanque interno (9) Tanque interno (10) Malha cilíndrica (11) Cabo do aquecedor (12) Bloco de apoio (13) Hélice do agitador (14) Cobertura tubular do aquecedor (15) Tanque externo (16) Aquecedor de imersão elétrico (17) Isolante (paina) (18) Pedestal do corpo-de-prova (19) Suporte da base (20) Terminal elétrico Figura 5.11 – Desenho esquemático do Figura 5.12 – Painel de controle do calorímetro (EQUIPE DE FURNAS, calorímetro 1997). Figura 5.13 – Termômetro de Quartzo utilizado nesse ensaio e no ensaio de difusividade térmica. 100 Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 5.3.4 101 DIFUSIVIDADE TÉRMICA A difusividade térmica do concreto é um parâmetro importante nos cálculos de temperatura. Através dessa propriedade, é possível medir a capacidade de difusão do calor em todas as direções. Pode também representar a facilidade com que o concreto sofrerá variações de temperatura. Com o objetivo de verificar essa propriedade com o emprego das adições minerais no concreto, realizou-se o ensaio de difusividade térmica com o concreto de referência e os concretos com adição mineral nos teores intermediários indicados no organograma da Figura 5.1. O método e o procedimento utilizados para realização dos ensaios são com base na NBR 12818 (ABNT, 1993). Este método consiste em medir a curva de resfriamento do corpo-de-prova no qual um sensor (ponta de prova) de um termômetro de quartzo é introduzido no orifício até o seu centro. O corpo-de-prova é aquecido previamente a uma determinada temperatura e resfriado em um banho de água gelada no qual é imerso. Para que haja uma temperatura uniforme, o equipamento de resfriamento em que o corpo-de-prova é imerso, além de ter circulação de ar, é armazenado em uma sala de temperatura controlada a 4,0 ºC. Segundo a NBR 12818 (ABNT, 1993), a difusividade é expressa em m2/h, sendo também bastante utilizada na unidade de m2/dia (EQUIPE DE FURNAS, 1997). A seguir estão ilustrados nas Figuras 5.14 a 5.19 os equipamentos utilizados nesse ensaio. Figura 5.14 – Corpo-de-prova colocado Figura 5.15 – Corpo-de-prova em dentro do tanque. ensaio. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 102 Figura 5.16 – Desenho esquemático do Figura 5.17 – Desenho esquemático do tanque de aquecimento (EQUIPE DE tanque de resfriamento (EQUIPE DE FURNAS, 1997). FURNAS, 1997). Figura 5.18 – Desenho esquemático do Figura 5.19 – Desenho esquemático do tanque de aquecimento – cortes e detalhes tanque de resfriamento – corte e (EQUIPE DE FURNAS, 1997). detalhes (EQUIPE DE FURNAS, 1997). 5.3.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA Quando estruturas de concreto sofrem gradientes de temperatura, as variações volumétricas decorrentes são diretamente proporcionais à deformação do concreto. Ou seja, o coeficiente de dilatação térmica está relacionado ao problema tensional proveniente das variações de temperatura no qual o concreto é submetido. Já as propriedades térmicas citadas anteriormente estão relacionadas diretamente com o efeito de temperatura. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 103 O método utilizado por Furnas para determinação do coeficiente de dilatação térmica é baseado na NBR 12815 (ABNT, 1993). Este método consiste em submeter corposde-prova a ciclos de deformações variáveis, em ambientes de temperaturas diferentes e controladas. As salas utilizadas para o ciclo possuem temperaturas de 38 ºC ± 2ºC, 23ºC ± 2ºC, 4ºC ± 2ºC. As deformações são medidas por extensômetro elétrico tipo Carlson (M4) (DAVIS e CARLSON, 1932) embutido nos corpos-de-prova. Os extensômetros tipo Carlson têm o princípio de funcionamento na propriedade que os materiais condutores apresentam de variar de resistência quando submetidos às deformações. Os extensômetros tipo Carlson utilizam dois princípios eletromecânicos: um primeiro é o da variação da tensão em um fio condutor a qual provoca alteração da resistência elétrica, e o segundo, da variação de tensão devido à alteração da temperatura em um fio. A resistência R de um fio condutor é função do seu comprimento L, da área de sua seção transversal A e da resistividade ρ que está relacionada com o tipo de material que o compõe, e é função da temperatura do condutor e das solicitações mecânicas a ele aplicadas. Portanto, pode-se escrever (Equações 5.1 e 5.2): R= ρ .L (5.1) A ou R = ρ. E. ΔL σ .A (5.2) Sendo assim, pode-se acompanhar as deformações de um fio condutor, simplesmente medindo a variação de resistência elétrica do condutor. Deste modo, a experiência mostra que a deformação ε = ΔL/L corresponde a uma variação unitária de resistência ΔR/R, que é sensivelmente proporcional à deformação do fio. Quando uma peça é submetida a uma deformação, esta é transferida através das extremidades do extensômetro e conseqüentemente aos elementos sensíveis. Estes elementos sensíveis são dois enrolamentos de fio de aço esticados, de comprimentos e resistências iguais. Estes fios possuem deformações iguais, em valor absoluto, mas de sinais contrários. A disposição dos isoladores de porcelana de fixação das bobinas na haste é feita de tal maneira, que quando se dá um deslocamento relativo das duas hastes, uma das bobinas tem sua tração reduzida e a outra aumentada. Na Figura 5.20 está apresentado um desenho esquemático do extensômetro. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos Cabo condutor Componente Óleo Óleol Fio Elástico de vedação Bobina de cerâmica 104 'Anel 0.88" 'Anel de vedação Fixação do cabo 0.63" Tubo de PVC 4.13" Modelo M4 Esponja Plástica Figura 5.20 – Desenho esquemático do extensômetro tipo Carlson (M4) (EQUIPE DE FURNAS, 1997). O método de leitura dos indicadores do extensômetro Carlson é com base no balanceamento nulo, e nele são feitos dois tipos de ligação com os elementos sensíveis R1 e R2, como podem ser visto na Figura 5.21. Ligação I Ligação II Figura 5.21 – Tipos de ligação com os elementos sensíveis dos extensômetros resistivos (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Com o tipo de ligação (I), tem-se no indicador a relação entre as duas resistências R1 e R2 ; Com o tipo de ligação (II), tem-se no aparelho indicador a soma das duas resistências, tendo-se também a temperatura. Para a leitura dos indicadores de deformação é utilizada a ponte de Wheatstone que pode ser analógica e digital. Para esta pesquisa utilizou-se a ponte de Wheatstone digital da marca Kyowa, como pode ser visto na Figura 5.22. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 105 Figura 5.22 – Extensômetro tipo Carlson (M4) e ponte de Wheatstone da marca Kyowa utilizados nos ensaios de coeficiente de dilatação térmica. Segundo estudos realizados por Bureau of Reclamation (1940), a idade não influencia no calor específico e na difusividade, no entanto, para determinação destas propriedades, todos os ensaios foram realizados a partir da idade de 28 dias. Já o coeficiente de dilatação térmica foi determinado nas idades de 7 dias, 28 dias e 90 dias tanto para referência quanto para os concretos com adição mineral nos teores intermediários do organograma da Figura 5.1. 5.3.6 ENSAIOS COMPLEMENTARES UTILIZADOS NO CÁLCULO DE TEMPERATURA Para que fosse possível realizar a análise do problema termotensional que é parte do Capítulo 7 (estudo de caso), com mais exatidão, realizaram-se os ensaios para a determinação das propriedades mecânicas (módulo de elasticidade e tração na flexão) do concreto. Para o cálculo no campo de tensões de origem térmicas, a resistência à tração na flexão do concreto, o módulo de elasticidade e a fluência são parâmetros utilizados como dados de entrada para este cálculo. Na mesma betonada de cada concreto, foram moldados juntamente com os corpos-de-prova das propriedades térmicas, os corpos-de-prova utilizados nos ensaios de tração na flexão (NBR 12816 (ABNT, 1993)) para as idades de 7, 28 e 91 dias e o módulo de elasticidade (NBR 8522 (ABNT, 2003)) nas mesmas idades, e onde também se determinou o coeficiente de Poisson. Para a fluência não foram moldados corpos-de-prova, uma vez que não haveria prensa disponível para a realização deste ensaio. Portanto, a fluência foi estimada com base na resistência à compressão dos concretos. Os resultados destas propriedades serão apresentados no Capítulo 7. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 106 5.4 MATERIAIS Os materiais utilizados nesta pesquisa foram ensaiados no Departamento de Apoio e Controle Tecnológico – Furnas Centrais Elétricas S.A. Procurou-se utilizar materiais convencionais os quais serão relacionados a seguir: a) Agregado miúdo : areia natural procedente da região, de natureza quartzosa, classificada como areia fina. Este agregado atendeu às especificações preconizadas na NBR 7211 (ABNT, 2005), e sua caracterização está apresentada na Tabela 5.1. Tabela 5.1 – Caracterização do agregado miúdo Ensaios Realizados Absorção de água (%) Módulo de Finura Massa específica - Chapman (kg/dm3) Teor de argila e materiais friáveis (%) Impurezas orgânicas (+/- clara) Método NBR NM 30 (ABNT, 2001) NBR NM 248 (ABNT,2003) Procedimento 01.002.002 NBR 7218 (ABNT, 1987) NBR NM 49 (ABNT, 2001) Resultado de Ensaio 0,6 1,81 2,64 0,02 + clara Exigência segundo a NBR 7211:2005 ------≤ 1,5 Valor em relação à solução padrão. Não pode ser mais escura que a solução padrão b) Agregado Graúdo : brita do tipo litológico granito, de dimensão máxima característica de 25 mm, proveniente da região. Este agregado atendeu às especificações preconizadas na NBR 7211 (ABNT, 2005), e sua caracterização está apresentada na Tabela 5.2. Tabela 5.2 – Caracterização do agregado graúdo Ensaios Realizados Absorção de água (%) Módulo de Finura Massa específica S.S.S. (kg/dm3) Abrasão los Angeles Método NBR NM 53 (ABNT, 2003) NBR NM 248 (ABNT,2003) NBR NM 53 (ABNT, 2003) NBR NM 51 (ABNT, 2001) Resultado de Ensaio 0,5 7,01 2,65 Exigência segundo a NBR 7211:2005 --------- 27 “B” c) Cimento Portland : o cimento utilizado foi o tipo CP II – F – 32, que dentre os cimentos encontrados no mercado Brasileiro é o que possui pouca adição, apenas de 6% a Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 107 10% de fíler calcário. Cabe ressaltar, que este cimento foi fornecido por empresa que o comercializa, deste modo, não foi possível obter informações adicionais sobre a fabricação, como por exemplo, o teor de fíler utilizado. Na Tabela 5.3 está apresentada a sua caracterização. Tabela 5.3 – Caracterização do cimento Portland Propriedades Determinadas Massa específica (g/cm³) resíduo na peneira 200 (%) Finura área específica blaine (m²/Kg) Tempos de Pega Ínicio de Pega (h:min) Fim de Pega (h:min) Água de Consistência – Pasta (%) Resistência à Compressão (MPa) Calor de Hidratação – Langavant (J/g) 3 dias 7 dias 28 dias 3 dias 7 dias perda ao fogo resíduo insolúvel trióxido de enxofre (SO3) óxido de magnésio (MgO) dióxido de silício (SiO2) Componentes óxido de ferro (Fe2O3) Químicos óxido de alumínio (Al2O3) (%) óxido de cálcio (CaO) óxido de cálcio livre (CaO) óxido de sódio (Na2O) Álcalis óxido de potássio (K2O) Totais equivalente alcalino em Na2O sulfato de cálcio (CaSO4) (1) Fluorescência por raios X. (2) Espectrofotometria de absorção atômica Método de Ensaio NBR NM 23 (ABNT, 1998) NBR 11579 (ABNT, 1991) NBR NM 76 (ABNT, 1998) NBR NM 65 (ABNT, 2003) NBR NM 43 (ABNT, 1991) NBR 7215 (ABNT, 1996) NBR 12006 (ABNT, 1990) NBR NM 18 (ABNT, 2004) NBR NM15 (ABNT, 2004) Procedimento FURNAS 01.002.135 (1) Procedimento FURNAS 01.002.31 (2) Resultado Limite NBR 11578:1991 3,08 --- 3,5 < 12 358 > 260 2:20 3:30 > 1:00 < 10:00 25,4 --- 23,1 31,1 34,5 > 10 > 20 > 32 e < 49 230,7 --- 234,3 --- 3,80 < 6,5 0,93 < 2,5 3,03 0,70 19,93 3,40 5,33 63,19 2,00 0,26 0,57 < 4,0 < 6,5 --------------- 0,64 --- 0,64 --- Os valores das propriedades do cimento analisadas estão em conformidade com os limites preconizados pela norma NBR 11578 (ABNT, 1991). d) Adições Minerais: As adições minerais foram escolhidas devido a serem bastante utilizadas em substituições parciais ao cimento, seja na produção do cimento no caso da pozolana e da escória, seja na substituição “in loco” no caso da sílica ativa e metacaulim. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 108 Além disso, escolheram-se duas adições mais reativas no caso da sílica ativa e metacaulim e duas menos reativas no caso da pozolana e escória. Nas Tabelas 5.4 e 5.5 estão apresentadas as caracterizações e nas Figuras 5.23 a 5.26 estão apresentados os difratogramas dessas adições. Tabela 5.4 – Caracterização das adições minerais – Sílica ativa e Metacaulim Propriedades Determinadas Massa específica (g/cm³) Área específica BET (m2/kg) Perda ao fogo Método de Ensaio Sílica ativa Metacaulim Limite NBR 13956 (3) Limite NBR 12653 (4) NBR NM 23 (ABNT, 1998) 2,2 2,54 --- --- --- 15990 21250 ≥ 15000 e ≤ 30000 --- NBR NM 18 (ABNT, 2004) 4,12 4,29 ≤ 6,0 ≤ 6,0 (5) --- ≤ 5,0 (6) Trióxido de enxofre (SO3) Componentes Óxido de magnésio Químicos (MgO) Procedimento (%) Dióxido de silício (SiO2) FURNAS 01.002.135 (1) Óxido de ferro (Fe2O3) Óxido de alumínio (Al2O3) Óxido de cálcio (CaO) Óxido de sódio (Na2O) Procedimento Óxido de potássio (K2O) FURNAS Equivalente alcalino em 01.002.31 (2) Na2O --SiO2 +Al2O3 + Fe2O3 (%) Índices de Atividade Com Cimento NBR 5752 Pozolânica (%) (ABNT, 1992) Índices de Atividade Pozolânica Procedimento (Método Chapelle modificado) DEC-LQM-PE(mg CaO/g amostra) 041 – IPT(8) 0,52 0,61 0,72 0,53 --- --- 91,58 0,46 46,70 3,49 ≥ 85,0 --- ----- 0,17 41,41 --- --- 0,70 0,20 0,25 0,53 0,20 0,25 ------- ------- 0,36 0,36 ≤ 1,5 --- 92,2 91,60 --- ≥ 70,0 109,8 118,2 ≥ 75 ≥ 75 809 737 ≥ 330(9) ≥ 330(9) O limite apresentado pela norma NBR 13956 (ABNT, 1997) corresponde apenas à sílica ativa. Observa-se que todas as propriedades da sílica ativa atendem os limites preconizados por esta norma. Para o metacaulim, as propriedades estão em conformidade com os limites estabelecidos pelas normas (NBR 12653 (ABNT, 1992); NBR 5752 (ABNT, 1992)). Contudo, o metacaulim utilizado apresentou uma área específica superior às encontradas em algumas bibliografias: 12.000m2/kg (KHATIB e WILD, 1996), 15.000m2/kg (RAMLOCHAN et al., 2000), 15.500m2/kg (FRIAS e CABRERA, 2000), 18.700m2/kg (PÉRA et al., 1998) e 18.300m2/kg (SHVARZMAN et al., 2002). Ao contrário, a sílica ativa obteve uma área específica inferior às encontradas em algumas bibliografias: 17.000 a 20000 m2/kg (MEHTA, 1989), 18.200m2/kg (KADRI e DUVAL, 2001) e 20.000m2/kg (KRISHNAIAH e SINGH, 2005). Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 109 A diferença entre as áreas específicas do metacaulim e da sílica ativa pode promover uma eficiência diferenciada entre estas duas adições minerais. Estas características podem contribuir para que o metacaulim seja mais eficiente quanto à resistência à compressão e que também promova uma geração de calor a mais do que as outras adições minerais. Tabela 5.5 – Caracterização das adições minerais – Escória e Pozolana Propriedades Determinadas Massa específica (g/cm³) Área específica BET (m2/kg) Perda ao fogo Método de Ensaio NBR NM 23 (ABNT, 1998) --NBR NM 18 (ABNT, 2004) Escória Pozolana Limite NBR 12653 (3) 2,92 2,62 --- 900 443 --- 1,40 3,57 ≤ 6,0(5) --Trióxido de enxofre 0,80 ≤ 5,0 (6) (SO3) Componentes Óxido de magnésio 8,44 4,51 --Químicos (MgO) Procedimento (%) FURNAS Dióxido de silício (SiO2) 33,65 54,40 --01.002.135 (1) Óxido de ferro (Fe2O3) 0,19 4,67 --Óxido de alumínio 12,61 16,54 --(Al2O3) 40,01 12,57 --Óxido de cálcio (CaO) Óxido de sódio (Na2O) 0,21 0,16 --Procedimento Óxido de potássio (K2O) 0,55 3,62 --FURNAS Equivalente alcalino em 01.002.31 (2) 0,57 2,54 ≤ 1,5 Na2O --≥ 70,0 (7) 46,45 75,61 SiO2 +Al2O3 + Fe2O3 (%) Índices de Atividade Com Cimento NBR 5752 95,61 ≥ 75 92,1 Pozolânica (ABNT, 1992) (%) Índices de Atividade Pozolânica Procedimento *** 277 ≥ 330(9) (Método Chapelle modificado) DEC-LQM-PE(8) (mg CaO/g amostra) 041 – IPT (1) Fluorescência por raios X (2) Espectrofotometria de absorção atômica (3) NBR 13956 (ABNT, 1997) – Sílica ativa para uso em cimento Portland, concreto, argamassa e pasta de cimento Portland. (4) NBR 12653 (ABNT, 1992) – Materiais pozolânicos : Especificações. Essa norma é utilizada para as demais adições minerais. (5) Para materiais de classe N (no caso, metacaulim e pozolana) a exigência do parâmetro perda ao fogo passa para valores ≤ 10,0%. (6) Para materiais de classe N (no caso, metacaulim e pozolana) a exigência do parâmetro (SO3) passa para valores ≤ 4,0%. (7) Para materiais de classe E (no caso, escória) a exigência do parâmetro SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 passa para valores ≥ 50,0%. (8) Procedimento DEC-LQM-PE-041 “Determinação de atividade pozolânica – Método Chapelle modificado”, baseado em diretrizes gerais da publicação: M. Raverdy, F.Brivot, A.M.Paillere, R. Dron, “Appréciation de I´activité pouzzolanique des constituants secondaires” – 7º Congrés International de la Chimie des Ciments, Paris – 1980, Vol. III, IV-36/41. (9) A publicação citada no item (8) cita que a diferença entre as resistências à compressão de cimento com e sem pozolana aos 180 dias, em função do óxido de cálcio (CaO) consumido, foi maior que zero para pozolanas que apresentaram consumo de CaO superior a 330mg CaO/g pozolana. (***) Este método não é adequado para este tipo de adição. Os valores das propriedades físicas e químicas da escória e da pozolana, em sua maioria, apresentaram-se dentro dos limites da norma NBR 12653 (ABNT, 1992). Entretanto, Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 110 para escória, o valor da soma dos compostos, tais como SiO2, Al2O3 e Fe2O3, está abaixo do limite, no entanto, próximo. Um outro fator é a área específica da escória, que neste caso, apresenta-se superior às encontradas na maioria da bibliografia: 250 a 500m2/kg (DIAS et al., 1990), 453 a 1160m2/kg (NAKAMURA et al., 1992), 453m2/kg (KIM et al.,2003) e 400 a 600m2/kg (MEHTA, 1989). Já a pozolana apresenta o valor de índice de atividade pozolânica pelo método de Chapelle modificado abaixo do limite preconizado pelo procedimento. Entretanto, o índice de atividade pozolânica com o cimento pelo método da NBR 5752 (ABNT, 1992) apresenta um valor acima do limite preconizado por esta norma. As Figuras 5.23 a 5.26 apresentam os difratogramas das adições com o objetivo de contribuir na análise destes. Figura 5.23 – Difratograma da sílica ativa. Na Figura 5.23 observa-se que mesmo tendo sua área específica inferior à apresentada pelo metacaulim e pela bibliografia, o resultado encontrado no ensaio de atividade pozolânica (método Chapelle) é superior ao encontrado no metacaulim. Isto está conforme ao difratograma apresentado na Figura 5.23, que é um dos parâmetros que representa sua alta reatividade. Por outro lado, o valor encontrado no ensaio de atividade pozolânica com o cimento (método pela NBR 5752 (ABNT, 1992)) é inferior ao apresentado pelo metacaulim. Este resultado está coerente, uma vez que o metacaulim se comportou também como fíler devido a sua elevada área específica. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 111 Figura 5.24 – Difratograma do metacaulim. Na Figura 5.24, o metacaulim apresenta grandes picos de cristalinidade, no entanto, a sua elevada área específica pode contribuir em muito para a sua alta reatividade. Ainda, no lado direito do difratograma, observa-se uma grande parte amorfa, mesmo com alguns picos cristalinos. Figura 5.25 – Difratograma da escória de alto-forno. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 112 A escória apresentou a somatória dos elementos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 (igual a 46,45%) inferior ao limite preconizado pela Norma NBR 12653 (ABNT, 1992). Entretanto, seu grau de amorfismo apresentado no difratograma da Figura 5.25 e sua área específica (900 m2/kg) podem contribuir para a sua reatividade. Figura 5.26 – Difratograma da pozolana de argila calcinada. Na Figura 5.26, observa-se que a pozolana apresenta um grau de cristalinidade superior às demais adições minerais. Portanto, é esperado que tenha uma reatividade baixa em relação às outras adições. 5.5 DOSAGENS ESTUDADAS Inicialmente, ajustou-se uma dosagem de referência para um abatimento de 6 ± 1 cm e para obtenção de um concreto com aspectos aceitáveis para utilização na pesquisa, ou seja, concretos que apresentassem uma boa argamassa, sem exsudação e sem segregação. Deste modo, o ajuste resultou em uma dosagem sem adição e com relação água/cimento igual a 0,514. Posteriormente, mantendo os mesmos parâmetros da dosagem de referência, substitui-se (em volume) parcialmente ao cimento as adições minerais nos teores apresentados na Figura 5.1. Com isso passa-se a ter o cimento equivalente, como é apresentado a seguir. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 113 Dosagem de referência Vol. Cimento Vol. Areia Vol. Brita Vol. Água Vol. Ar Dosagem com substituição Volume equivalente Vol. Cim Vol. Adição 1 m3 Ceq = ( mc + ma.γc ) γa (Equação 5.3) Ceq → Cimento Equivalente (kg/m³). γc → Massa Específica do Cimento (kg/ m³). γa → Massa Específica da Adição (kg/ m³). Veq → Volume Equivalente (m³). mc → Massa do Cimento (kg). ma → Massa da Adição (kg). O termo cimento equivalente (volume equivalente) é dado à soma da quantidade de cimento com uma certa quantidade de adição equivalente, ou seja, a massa de adição é convertida matematicamente em massa de cimento através das relações entre as massas específicas do cimento e da adição mineral. Tal processo é realizado para que seja possível fechar a dosagem em 1 m3. Em todas as dosagens estudadas, utilizou-se um aditivo retardador de pega a base de carboxidrílicos. Concretos usinados e mesmo concretos para obras de barragens têm sido executados com estes aditivos. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 114 Para a determinação das características do concreto no estado fresco, realizaramse os ensaios de consistência pelo abatimento do tronco de cone (NBR NM 67 (ABNT, 1998)), da massa específica (NBR 9833 (ABNT,1987)) e do teor de ar (NBR NM 47 (ABNT, 2002)). Na Tabela 5.6 estão apresentadas as dosagens estudadas para as propriedades do concreto desta pesquisa. Ainda na Tabela 5.7 estão apresentados os traços de argamassa utilizados para o ensaio de calor de hidratação. Tabela 5.6 – Dosagens estudadas - Propriedades do concreto Traço em massa - 1: Tipo de Adição 4,73 4,73 Referência Sílica Ativa 4,73 4,73 Metacaulim Pozolana 4,73 Escória Porcentagem de Adição 0 8 8 20 50 (%) (em volume) Cimento 381 380 379 379 382 Equivalente Cimento 381 350 349 303 191 Adição 0 22 25 65 181 (kg/m³) 196 195 195 195 196 Dados de Água Composição Areia Natural 595 594 592 592 596 Brita 25 mm 1208 1205 1203 1202 1210 Aditivo 0,763 0,761 0,759 0,759 0,764 Retardador Relação A/Ceq (1) 0,514 0,514 0,514 0,514 0,514 % argamassa s/ ar 54,5 54,4 54,3 54,2 54,6 % argamassa c/ ar 55,0 54,9 54,8 54,8 55,0 Módulo Finura 5,294 5,294 5,294 5,294 5,294 % de areia em massa 33,0 33,0 33,0 33,0 33,0 % de areia em volume 33,1 33,1 33,1 33,1 33,1 6,0 5,0 6,0 7,0 7,0 Propriedades Abatimento (cm) do Concreto Ar incorporado 1,0 1,0 1,0 1,0 0,8 Fresco Massa unitária (kg/m³) 2396 2375 2369 2362 2389 3 21,1 21,5 21,5 17,1 10,9 Resistência Propriedades 25,7 29,0 30,7 25,0 18,0 à Idade 7 do concreto compressão (dias) 28 36,4 37,5 35,1 32,9 32,5 Endurecido (MPa) (2) 91 34,6 40,1 43,9 34,0 41,2 (1) considerada relação água/cimento equivalente apenas para as dosagens com adição mineral. Para a dosagem de referência (apenas cimento), denomina-se relação água/cimento. (2) NBR 5739 (ABNT, 1994) – Concreto – Ensaio de resistência à compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Na Tabela 5.6 é possível observar que as resistências dos concretos com adição de sílica ativa e metacaulim apresentam valores superiores aos demais concretos, principalmente na idade de 91 dias. O concreto com metacaulim apresenta a maior resistência média, provavelmente pela sua elevada área específica (ver Tabela 5.4), já que a sua difratometria (ver Figura 5.24) apresenta alguns picos cristalinos. No entanto, o metacaulim possui certa quantidade de sílica amorfa e de alumina amorfa (CABRERA e FRIAS, 2001), que também pode contribuir para a resistência do concreto. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 115 O valor médio de resistência do concreto com sílica ativa é inferior ao encontrado pelo metacaulim. Este resultado é provavelmente devido à área específica da sílica ativa ser menor do que a apresentada pelo metacaulim. O concreto contendo pozolana apresenta resistências médias ao longo do tempo inferiores às apresentadas pelo concreto de referência. Isto está conforme as propriedades físicas e químicas da pozolana encontradas na caracterização. Para o concreto com escória, percebe-se que os valores de resistência média são inferiores nas idades de 3, 7 e 28 dias em relação aos outros concretos, mas aos 91 dias sua resistência alcança uma resistência média superior à maioria dos concretos. Tabela 5.7 – Traços de argamassa utilizados no ensaio de calor de hidratação. Traço em massa - 1: Tipo de Adição Porcentagem de Adição (%) (em volume) Cimento Dados de Equivalente Composição Cimento (kg/m³) Adição Água Areia Natural Relação A/Ceq 3 3 3 3 3 Ref Sílica ativa Metacaulim Pozolana Escória 4 4 0 8 12 8 12 15 20 30 40 50 60 508 508 508 508 508 508 508 508 508 508 508 508 508 508 0 254 152 4 0,5 488 15 254 152 4 0,5 467 30 254 152 4 0,5 447 45 254 152 4 0,5 488 17 254 152 4 0,5 467 35 254 152 4 0,5 447 52 254 152 4 0,5 432 67 254 152 4 0,5 406 89 254 152 4 0,5 356 133 254 152 4 0,5 305 198 254 152 4 0,5 254 247 254 152 4 0,5 203 297 254 152 4 0,5 Os traços de concreto utilizados para o estudo da elevação adiabática de temperatura foram os mesmos para as outras propriedades (ver Tabela 5.6). 5.6 CORPOS-DE-PROVA 5.6.1 CALOR ESPECÍFICO E DIFUSIVIDADE TÉRMICA Para o calor específico, a norma NBR 12817 (ABNT, 1993) preconiza que seja moldados três corpos-de-prova por ensaio, mas limitações da pesquisa permitiram que se ensaiassem apenas dois corpos-de-prova. Ainda, a experiência dos técnicos do laboratório de Furnas mostra que dois corpos-de-prova são suficientes para realização do ensaio, fato este que está sendo proposto para uma possível revisão da norma NBR 12817 (ABNT, 1993). Para a difusividade térmica, a norma NBR 12818 (ABNT, 1993) preconiza um par de corpos-de-prova por ensaio. Os corpos-de-prova tanto para difusividade quanto para o calor específico foram moldados em fôrmas cilíndricas de dimensões 20 cm x 40 cm. Os corpos-de-prova utilizados Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 116 para determinação destas propriedades, possuem um orifício localizado no meio do seu diâmetro. Este orifício é feito durante a moldagem por hastes colocadas nas fôrmas, de diâmetros e comprimentos diferentes. Por este orifício é introduzido um termômetro de quartzo o qual é utilizado nos ensaios para determinação destas propriedades. O termômetro indica a temperatura devido a variações de freqüência de sensores de temperatura de cristais de quartzo. Este material tem sensibilidade quanto essas variações, podendo ter resoluções de leituras de 0,01 ºC; 0,001 ºC e 0,0001 ºC. Nas Figuras 5.27 a 5.32 estão ilustradas as fôrmas, os corpos-de-prova e o termômetro utilizado nesses ensaios. Calor específico Figura 5.27 – Fôrmas utilizadas para moldagem dos concretos Difusividade Figura 5.28 – Hastes colocadas dentro das fôrmas para abertura dos orifícios Figura 5.29 – Fôrma utilizada para Figura 5.30 – Fôrma utilizada para moldagem dos concretos – Calor específico moldagem dos concretos – Difusividade térmica Figura 5.31 – Corpo-de-prova utilizado Figura 5.32 – Corpo-de-prova utilizado para o ensaio de calor específico, depois de para o ensaio de difusividade térmica, desmoldado depois de desmoldado Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 5.6.2 117 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA Para a determinação do coeficiente de dilatação térmica, os concretos foram moldados em fôrmas 15 cm x 30 cm utilizando extensômetros de resistência elétrica tipo Carslon (M4), seguindo as normas NBR 12821 (ABNT,1993) e NBR 12815 (ABNT, 1993). Nas Figuras 5.33 e 5.34 está ilustrada a posição do extensômetro dentro do corpo-de-prova. Figura 5.33 – Fôrma com extensômetro – vista superior Figura 5.34 – Desenho esquemático da montagem da fôrma (EQUIPE DE FURNAS, 1997). 5.6.3 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DA TEMPERATURA Para os ensaios de elevação adiabática de temperatura, foi moldado um corpo-deprova de 230 litros para cada tipo de concreto estudado. O volume é significativo para tal ensaio que requer no mínimo 180 litros de concreto, segundo as especificações da NBR 12821 (ABNT, 1993). Nas Figuras 5.35 a 5.38 está apresentada a fôrma utilizada para moldar os concretos utilizados na pesquisa. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 118 Tubos que ficarão embutidos no concreto para colocação dos termômetros do calorímetro Figura 5.35 – Fôrma para moldagem do Figura 5.36 – Vibração do concreto por concreto para o ensaio de elevação vibrador de imersão. adiábatica de temperatura. Figura 5.37 – Colocação dos termômetros Figura 5.38 – Corpo-de-prova do calorímetro. posicionado na câmara de ensaio. Na Tabela 5.8 está apresentado um resumo dos concretos e corpos-de-prova moldados para os ensaios das propriedades térmicas. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 119 Tabela 5.8 – Quantidade de corpos-de-prova moldados para as propriedades térmicas Concretos Referência 8% Sílica ativa 8% Metacaulim 20% Pozolana 50% Escória 5 Total Total Referência Sílica ativa (em volume) Metacaulim (em volume) Pozolana (em volume) Escória (em volume) Propriedades do Concreto Estudadas/ N° de corpos-de-prova Coeficiente de dilatação térmica Elevação Difusividade Calor específico adiabática(**) térmica Idade (dias) 3 7 90 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 Quantidade de corpos-de-prova moldados 5 10 10 10 10 10 55 Volumes de concreto moldados (litros) 1150 130 130 60 60 60 1590 Calor de Hidratação Argamassas moldadas para as garrafas de Langavant 1 4% 8% 12 % 4% 8% 12 % 15 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % Total (**) Volume de cada corpo-de-prova é de 230 litros. 3 3 3 3 13 Na Tabela 5.9 está apresentado um resumo dos concretos e corpos-de-prova moldados para os ensaios complementares utilizados no cálculo térmico. Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 120 Tabela 5.9 – Resumo dos corpos-de-prova moldados para os ensaios complementares, utilizados no cálculo térmico. Propriedades do Concreto Estudadas/ N° de corpos-de-prova Tração na flexão Concretos Referência 8% Sílica ativa 8% Metacaulim 20% Pozolana 50% Escória Total 5 Total Total Módulo de elasticidade Idade (dias) Idade (dias) 28 91 7 28 91 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Quantidade de Corpos-de-prova Prismáticos (15 x 15 x 60) cm Cilíndricos (15 x 30) cm 30 30 60 Volumes de concreto moldados (litros) 405 180 585 7 2 2 2 2 2 5.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA Com intuito de refinar os resultados obtidos, empregou-se uma análise estatística de variância (ANOVA), segundo o modelo descrito na equação 5.4. Essa forma de abordagem foi semelhante à empregada por GEYER (2001). Os projetos fatoriais são mais eficientes do que os experimentos simples, pois permitem tirar conclusões mais gerais, por meio de análise das interações das variáveis estudadas, e não apenas dos efeitos individuais destas. A Equação 5.4 expressa o modelo estatístico genérico, conforme NANNI e RIBEIRO (1987): xijk = μ + αi +βj + γk + αβij + αγik + βγjk + αβγijk + εijk (5.4) Onde: μ = média geral; αi = influência do fator A; βj = influência do fator B; γk = influência do fator C; αβij = influência da interação dos fatores A e B; αγik = influência da interação dos fatores A e C; βγjk = influência da interação dos fatores B e C; αβγijk = influência da interação de todos os fatores; εijk = medida do erro experimental, onde εijk→N(0,σ). De forma geral, a análise estatística das propriedades térmicas do concreto estudadas foi realizada mediante um projeto fatorial e pela verificação dos principais efeitos. A seguir é descrito como procederam as análises estatísticas para cada propriedade térmica Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 121 estudada. 5.7.1 CALOR DE HIDRATAÇÃO Para o calor de hidratação, utilizou-se a verificação dos principais efeitos, onde se avaliou a influência do tipo de adição e a idade de ensaio. Deste modo, o modelo genérico pode ser representado pela Equação 5.5. xij = μ + αi +βj + εij (5.5) Onde: μ = média geral; αi = influência do tipo de adição i = 1...5 (Referência (cimento CP II F 32); sílica ativa, metacaulim, pozolana e escória) βj = influência do fator idade de ensaio, j = 1 e 2 (3 dias e 7 dias); εij = medida do erro experimental, onde εij →N(0,σ). 5.7.2 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA Para a elevação adiabática de temperatura, não se utilizou a análise de variância (ANOVA), uma vez que para esta propriedade não há amostra com réplica, ou seja, segundo o método da NBR 12819 (ABNT, 1993), é moldado um corpo-de-prova cujo o volume é aproximadamente 230 litros, que, de certa forma é representativo para análise desta propriedade. Deste modo, a análise será realizada com base nas curvas de elevação adiabática. 5.7.3 CALOR ESPECÍFICO Para o calor específico, utilizou-se também a verificação dos principais efeitos, onde se avaliou a influência entre o tipo de concreto e a temperatura. Deste modo, o modelo genérico pode ser representado pela Equação 5.6. xij = μ + αi +βj + εij (5.6) Onde: μ = média geral; αi = influência do tipo de concreto, i = 1...5 (Referência, com sílica ativa, Capítulo 5 – Programa Experimental, Materiais e Métodos 122 metacaulim, pozolana e escória); βj = influência do efeito da temperatura, j = 1...5 (20ºC; 30ºC, 40ºC, 50ºC e 60ºC); εij = medida do erro experimental, onde εij→N(0,σ). 5.7.4 DIFUSIVIDADE TÉRMICA Para a difusividade térmica, utilizou-se o projeto fatorial, onde se avaliou a influência entre o tipo de concreto e a temperatura. Deste modo, o modelo genérico pode ser representado pela Equação 5.7. xij = μ + αi +βj + αβij + εij (5.7) Onde: μ = média geral; αi = influência do tipo de concreto, i = 1...5 (Referência, com sílica ativa, metacaulim, pozolana e escória); βj = influência da temperatura, j = 1...3 (20ºC, 40ºC e 60ºC); αβij = influência da interação do tipo de concreto e da temperatura; εij = medida do erro experimental, onde εij→N(0,σ). 5.7.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR Para o coeficiente de dilatação, utilizou-se o projeto fatorial, onde se avaliou a influência entre o tipo de concreto e a idade de ensaio. Deste modo, o modelo genérico pode ser representado pela Equação 5.8. xij = μ + αi +βj + αβij + εij (5.8) Onde: μ = média geral; αi = influência do tipo de concreto, i = 1...5 (Referência, com sílica ativa, metacaulim, pozolana e escória); βj = influência da idade de ensaio, j = 1...3 (7 dias, 28 dias e 90 dias); αβij = influência da interação dos fatores A e B; εij = medida do erro experimental, onde εij→N(0,σ). Para todas as análises citadas acima, os testes de significância foram realizados por análise de variância (ANOVA) utilizando-se o programa Statistica 7.1 da StatSoft®. CAPÍTULO 6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS As análises foram realizadas através de análise de variância (ANOVA) a fim refinar os resultados obtidos no programa experimental. 6.1.1 CALOR DE HIDRATAÇÃO A análise de variância desta propriedade foi realizada com os tipos de adição em seus respectivos teores e apenas para o cimento (referência), nas idades de três e sete dias. Na Tabela 6.1 estão apresentados os valores de calor de hidratação para idades analisadas, e na Figura 6.1 estão apresentadas as curvas de calor de hidratação. No anexo A está apresentado um resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação e as curvas obtidas do ensaio para o cimento CP II – F – 32 e para cada tipo de adição combinada com este cimento. Tabela 6.1 – Valores de calor de hidratação analisados. Idade (dias) 3 7 Ref. 0 230,7 234,3 4 240,9 249,0 Sílica ativa 8 12 242,5 238,5 242,7 240,4 Calor de Hidratação (J/g) Adições e seus teores (%) (em volume) Metacaulim Pozolana 4 8 12 15 20 30 254,2 241,8 273,8 196,1 199,4 178,9 306,3 266,6 340,4 207,5 213,2 190,1 40 190,1 218,1 Escória 50 159,8 184,2 60 135,9 171,4 Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 124 400,0 350,0 Calor de Hidratação (J/g) 300,0 250,0 200,0 150,0 100,0 3 dias 7 dias 50,0 0,0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Tempo (horas) S.A 4 Meta 12 Esc 50 S.A 8 Poz 15 Esc 60 S.A 12 Poz 20 Referência Meta 4 Poz 30 Meta 8 Esc 40 Figura 6.1 – Curvas de calor de hidratação As curvas apresentadas na Figura 6.1 mostram a evolução de calor de hidratação do cimento (referência) e das adições minerais. Observa-se que há um aumento considerável do calor nas primeiras 20 horas de ensaio para todas as curvas, sendo menos expressivo para os teores de 50% e 60% de escória. Entre os 3 dias e 7 dias, a maioria das curvas apresentam pouca inclinação no sentido ascendente. Contudo, as curvas para 4% e 12% de metacaulim, para este período, continuam a aumentar, chegando a 350J/g, no caso de 12%. Outro fato a ser observado é que, a pozolana e a escória, em todos os seus teores, apresentam calor de hidratação menor que a referência, desde as primeiras horas até aos 7 dias de ensaio. Para a sílica ativa e o metacaulim o calor de hidratação é maior ou no mínimo, igual à referência em todos os teores, o que era esperado segundo a bibliografia (WILD et al., 1996; FRÍAS e CABRERA, 2000; FRIAS et al., 2000; SABIR et al., 2001; ZHANG e MALHOTRA, 1995; JUSTICE, 2005; ROY, 1989; ZHANG e MALHOTRA, 1995; SÁNCHEZ DE ROJAS e FRIAS, 1995; FRIAS et al., 2000). A seguir são apresentados na Tabela 6.2 os resultados obtidos na ANOVA, onde os valores de “F calculados” (Fcal) foram comparados com os valores de “F tabelados” (Ftab) para um nível de significância de 5%. O valor de Ftab é igual a Fα=0,05 (v1 , v2), obtido da Tabela F do Anexo, sendo ν1 e ν2 os graus de liberdade do efeito avaliado e do resíduo, respectivamente. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 125 Tabela 6.2 – Resultados da análise de variância realizada com os dados individuais de calor de hidratação, para os fatores considerados no modelo estatístico. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Modelo 48000,27 13 3692,33 18,363 1,46 Significativo Erro (resíduo) 2412,91 12 201,08 Total 50413,18 25 3893,41 Adição 44952 12 3746 18,630 2,69 Significativo 15,161 4,75 Significativo Idade 3048 1 3048 Erro (resíduo) 2413 12 201 Rmod = 0,98 e R2mod = 0,95 Onde: SQ = soma dos quadrados; GL = grau de liberdade; MQ = média dos quadrados; F = parâmetro de Fisher para o teste de significância dos efeitos; R2mod = coeficiente de determinação do modelo (1 - SQerro/SQtotal); Rmod = coeficiente de correlação do modelo. Esta análise mostrou que o modelo da verificação dos principais efeitos adotado é significativo, uma vez que o valor Fcal é bem maior do que o Ftab. Outro ponto relevante é o alto valor do coeficiente de determinação do modelo (R2mod), igual a 0,95, significando que 95% da variação total dos dados pode ser explicada por este modelo. A ANOVA mostrou que os efeitos dos fatores analisados (tipo de adição e a idade de ensaio) são estatisticamente significativos (para um nível de confiança de 95%), ou seja, cada uma das variáveis tomadas isoladamente exerce influência no calor de hidratação. Na observação dos valores de Fcal destes fatores, constatou-se que o tipo de adição foi mais influente do que a idade de ensaio. Como pôde-se observar, as variáveis analisadas mostraram ser significativas. Deste modo, realizou-se a comparação múltipla pelo método de Duncan (NANNI e RIBEIRO 1987). Esta comparação está apresentada na Figura 6.2 e Figura 6.3. Para melhor apresentação dos gráficos, as adições serão representadas pela abreviação da palavra pela a primeira letra, como descrito abaixo : R → Referência S → Sílica ativa M → Metacaulim P → Pozolana E → Escória Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados Méd ia 400 126 Média ± SD Grupo 7 Grupo 6 Calor de Hidratação (J/g) 350 Grupo 5 300 Grupo 4 Grupo 3 250 Grupo 2 Grupo 1 200 150 100 E60% E50% P30% P15% E40% P20% R S12% S8% S4% M 8% M 4% M 12% A diçã o Figura 6.2 – Valores de calor hidratação analisados com as adições e seus respectivos teores nas idades de 3 e 7 dias (média entre estas duas idades). 400 Média Média ± SD Calor de Hidratação (J/g) 350 300 250 200 150 100 3 4 5 6 7 Idade (dias ) Figura 6.3 – Valores de calor hidratação analisados de todas as adições para as idades de 3 e 7 dias. No gráfico da Figura 6.2 tem-se que os valores de calor de hidratação de cada adição mineral em seus respectivos teores contemplam as idades de 3 e 7 dias, o que faz com que a média não seja levada em conta para análise e sim o comportamento dos grupos de cada adição, ou seja, se as variações no calor gerado sejam provenientes apenas do tipo e teor cada adição mineral de uma idade para outra. Tal comportamento pode ser observado também nas curvas da Figura 6.1. Na Figura 6.3 observa-se a variação do calor de hidratação com a idade de 3 e 7 dias. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 127 A Figura 6.2 mostra que o metacaulim apresentou valores de calor de hidratação superiores as demais adições, alcançando um percentual de 45% a mais no valor médio de calor em relação à referência, na idade de 7 dias e no teor de 12%. Os teores de 4 e 8% também apresentaram valores maiores que a referência, no entanto, menor que o teor de 12%. Para o metacaulim, era esperado que houvesse aumento de calor de hidratação em relação às outras adições minerais e em relação à referência, e também a dispersão mais expressiva, principalmente para o teor de 12%. Esse aumento e essas dispersões podem ser explicados pelo fato que, o metacaulim além de acelerar a hidratação do cimento nas primeiras idades, continua gerando calor em idades posteriores. Tal comportamento pode ser explicado pela a elevada área específica do metacaulim (21.250m2/kg), que pode promover a aceleração da hidratação pelo efeito de nucleação e dispersão das partículas de cimento, segundo Wild et al. (1996); Frías e Cabrera (2000); Frias et al.(2000); Sabir et al. (2001). Um outro fator é sua alta reatividade, não só pela sua elevada área específica, mas pela grande quantidade de alumina (Al2O3 = 41,41%) (CURCIO et al., 1998). Essa grande quantidade de alumina, possivelmente produzirá um aumento de calor. Observou-se na bibliografia (MEHTA e MONTEIRO, 1994) que o teor de alumina aumenta a reatividade da fase ferrita (C4AF) do cimento e sendo este um composto que contribui com uma parcela de calor, e que o metacaulim contribui com uma parcela de Fe2O3 (3,49%) na mistura, tem-se que, todos estes fatores podem estar contribuindo com certa quantidade de calor. Ainda, segundo Ambroise (1994), o metacaulim acelera o C3S, composto que tem um considerável calor de hidratação. Alguns autores atribuem à alta atividade pozolânica do metacaulim a responsável pelo o aumento de calor (FRIAS et al., 2000; CABRERA e FRIAS, 2001). O aumento de calor de hidratação promovido pelo metacaulim encontrado nesta pesquisa está condizente com estudos realizados por Zhang e Malhotra (1995); Frias et al. (2000); Cabrera e Frias (2001); Justice (2005). Quanto à sílica ativa, os valores observados são acima da referência, no entanto, próximos. O aumento de calor na idade de 7 dias foi de 6% em média, para o teor de 4%, 2,6% para o teor de 12% e 3,6% para o teor de 8%, comparados com à referência. De forma diferente ao metacaulim, a sílica ativa não demonstra dispersões representativas, ou seja, praticamente há pouco crescimento de calor entre 3 e 7 dias em todos os teores, como pode ser visto também nas curvas da Figura 6.1. A sílica ativa acelera a hidratação nas primeiras horas, mas posteriormente, pouco mais de três dias, há uma ligeira diminuição nesse calor. Este comportamento também foi observado por Yurugi et al (1992). Da mesma forma que o metacaulim, a contribuição ao Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 128 aumento do calor é atribuído à elevada área específica das partículas, que constituem pontos de nucleação do hidróxido de cálcio e das partículas de cimento que promove a aceleração da hidratação (RAMACHADRAM, 1995; MALHOTRA e MEHTA, 1996; NEVILLE, 1997; LANGAN et al., 2002; LAWRENCE et al., 2003). Por outro lado, a contribuição pelo aspecto químico, segundo Lawrence et al. (2003), é que a atividade pozolânica modifica o equilíbrio químico dos vários íons nas soluções dos poros, o que pode afetar em curto prazo a hidratação do cimento. Aitcin (1998) relata que a alta reatividade da sílica reage rapidamente com o Ca(OH)2, liberado durante a hidratação do cimento. Khayat e Aitcin (1992); Kadri e Duval (2001) relatam que um aumento de calor é proveniente da reação pozolânica promovida pela sílica ativa. O aumento do calor gerado nas primeiras idades é proveniente do efeito de aceleração da hidratação do C3S pela sílica ativa. Isto devido à redução da CaO/SiO2 na solução (KHAYAT et al. ,1997). Outro fator é que os teores de substituição podem não ser suficientes para diminuir o calor de hidratação. Segundo Malhotra e Mehta (1996), misturas de cimento contendo pouca quantidade adições minerais de alta atividade pozolânica, em torno de 5% a 10% (em massa do cimento), promovem pouca redução de calor. Os resultados encontrados com a sílica estão de acordo com que era esperado e com resultados encontrados pelos autores relacionados anteriomente, e ainda com Roy (1989); Zhang e Malhotra (1995); Sánchez de Rojas e Frias (1995); Frias et al. (2000). O calor de hidratação com a substituição de pozolana de argila calcinada apresentou uma redução de 19% para o teor de 30% na idade de 7 dias, comparado com a referência. Também é possível observar pequenas dispersões nos três teores. Essas dispersões são provenientes do crescimento, porém pouco, do calor de hidratação da idade de 3 para 7 dias. Como pode ser observado na Tabela 5.5 e no difratograma da Figura 5.26, a pozolana possui uma baixa área específica e fases bastante cristalinas, sendo pouca pozolânica, fato que também é observado no resultado do ensaio de atividade pozolânica (método Chapelle = 277mg CaO/g amostra, inferior ao limite ≥ 330). Com isso, a pozolana pode estar atuando parcialmente como fíler (inerte) contribuindo muito pouco para a hidratação. Ainda, segundo Mehta e Monteiro (1994), um aspecto importante da reação pozolânica é que a taxa da reação é lenta e, portanto, a taxa de liberação de calor e de Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 129 desenvolvimento da resistência serão lentos. Entretanto, as pozolanas comuns1 de forma geral, principalmente a pozolana de argila calcinada possui uma quantidade de alumina (Al2O3) e sílica (SiO2) consideráveis em torno de 15% a 25% e 55% a 60% respectivamente (TAYLOR, 1990). Para a pozolana utilizada nesta pesquisa, têm-se estes compostos iguais a 16,54% para Al2O3 e 54,40% para o SiO2, e tem-se ainda o Fe2O3 de 4,67%. Provavelmente parte destes compostos deve conter uma fase amorfa que é responsável por uma pequena quantidade de calor gerado nas primeiras horas e em idades posteriores. Isto comparado, por exemplo, com os resultados encontrados com a escória. Nas curvas da Figura 6.1, observa-se que para a pozolana há um aumento de calor nas primeiras horas, mas ainda menor que a referência, no entanto, maior que a escória. Um outro fator que explica a diminuição de calor com a utilização da pozolana são os percentuais de substituições 15%, 20% e 30%. Neste caso, parte do cimento que possui os compostos mais reativos (Clínquer) foi substituída pela pozolana. Os resultados encontrados com a pozolana estão de acordo aos observados nos estudos encontrados na bibliografia (PAULON e KUPERMAN, 1981; SAAD et al., 1983; PAULON, 1987; MALHOTRA e MEHTA, 1996; EQUIPE DE FURNAS, 1997). Os resultados de calor de hidratação com a escória foram os menores comparados com a referência e com todas as outras adições minerais, principalmente para os teores de 50% e 60%, alcançando um percentual de 21% e 27% respectivamente. Para os resultados da escória, observa-se que há dispersões nos três teores, sendo o teor de 60% o com maior dispersão. Estas dispersões estão associadas com o crescimento do calor de hidratação da idade de 3 dias para 7 dias. Tal crescimento também pode ser observado na Figura 6.1. O calor de hidratação do cimento com a utilização da escória é baixo nas primeiras horas, mas ao longo das idades posteriores, há aumento na temperatura. Neville (1997) relata que na hidratação do cimento com a escória a liberação de calor é lenta porque depende da decomposição da fase vítrea pelos íons de hidroxila liberados durante a hidratação do cimento. No Difratograma da Figura 5.25 pode ser observada a fase vítrea da escória utilizada na pesquisa. Segundo a análise apresentada na Tabela 5.5, a somatória dos elementos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 (igual a 46,45%) foi inferior ao limite preconizado (≥ 50%) pela norma NBR 12653 (ABNT, 1992). Provavelmente o baixo calor de hidratação promovido pela escória pode ter ocorrido pelo fato de ser pouco cimentícia. Dias et al. (1990) realizaram ensaios de 1 As pozolanas ditas como comuns (cinzas volantes, pozolanas naturais, pozolanas de argila calcinada e etc...) nas suas composições químicas contêm faixas de teores semelhantes, principalmente de sílica e alumina. E possuem áreas específicas próximas. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 130 calor de hidratação com uma amostra contendo 100% de escória, e constataram que o calor gerado por esta amostra foi de 92%, menor do que uma amostra contendo apenas cimento Portland comum. Isto pode associar que, a própria escória possui reações químicas que produzem pouco calor. Sendo assim, os teores de substituição da escória podem ser um fator que contribui para a redução do calor, uma vez que são muito elevados (40%, 50% e 60%). A diminuição da geração de calor do cimento com substituição de escória foi observada na literatura (WU et al., 1983; DIAS et al., 1990; LABORATÓRIO DE CONCRETO DE FURNAS, 1990; SAKAI et al, 1992; TOMISAWA et al., 1992; TAM et al., 1994; RAMACHANDRAN, 1995; MALHOTRA e MEHTA, 1996, EQUIPE DE FURNAS, 1997; BARGER et al. (1997) apud SABIR et al., 2001). Por fim, de uma forma geral, tem-se na Figura 6.2 um lado onde estão as adições minerais de alta reatividade e do outro as adições de baixa reatividade, ou seja, do lado direito da referência estão as adições minerais que aumentam o calor e do lado esquerdo da referência as adições que reduzem o calor de hidratação, isto para uma mesma quantidade de cimento equivalente. 6.1.2 ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA Para esta propriedade, foram estudados cinco tipos de concretos, sendo um concreto de referência e quatro concretos com substituição de adições minerais ao cimento. A análise foi realizada com base nas curvas, que estão apresentadas nas Figuras 6.4 e 6.5. No anexo B estão apresentadas as leituras realizadas. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 131 55,0 50,0 Elevação Adiabática (ºC) 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 4 8 Referência 12 16 Tempo (horas) 8 % S.A 8 % metacaulim 20 24 20 % Pozolana 28 50 % Escória Figura 6.4 – Curvas de elevação adiabática – Primeiras horas de ensaio 55,0 50,0 Elevação Adiabática (ºC) 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 2 4 6 Referência 8 10 8 % S.A 12 14 16 18 Tempo (dias) 8 % metacaulim 20 22 20 % Pozolana 24 26 28 30 50 % Escória Figura 6.5 – Curvas de elevação adiabática – Até 28 dias Observa-se que para todos os concretos, o comportamento dos resultados de elevação adiabática é similar ao comportamento apresentado nos ensaio de calor de hidratação, principalmente nas primeiras horas, como pode ser visto na Figura 6.4. Com isso, Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 132 através da elevação adiabática que mede puramente o calor gerado pela hidratação, sem haver troca de calor, é confirmada a influência das adições minerais na hidratação do cimento nas primeiras horas. Na Figura 6.5 é possível observar que as temperaturas dos concretos com a sílica ativa e o metacaulim, a partir do quarto dia de ensaio, tendem a estabilizar a taxa de crescimento, ou seja, nos três primeiros dias uma grande quantidade de calor é liberada devido à grande intensidade das reações, e posteriormente, essas reações vão se diminuindo. Para as outras adições de menor reatividade, a estabilização da taxa de crescimento da temperatura ocorre entre 9 e 12 dias. Isto demonstra que as reações são distribuídas ao longo do tempo, ou seja, as reações se processam lentamente. A temperatura alcançada por todos concretos no final de 28 dias é de 48,75ºC (referência), 50,90ºC (metacaulim), 48,50ºC (sílica ativa), 47,10ºC (pozolana) e 47,40ºC (escória). Neste caso, percebe-se que as curvas se estabelecem bem próximas no período compreendido entre 16 e 28 dias, tendo a maior diferença entre elas nas idades iniciais (Figura 6.4). Observa-se na Figura 6.5 que a curva de elevação de temperatura do concreto com adição de 8% de metacaulim apresenta-se superior à curva do concreto de referência. Já no caso do concreto com 8% de sílica, a curva se encontra ligeiramente inferior no período entre 1 e 8 dias, mas nas idades posteriores é praticamente igual a curva de referência. A curva de elevação do concreto com 20% de pozolana se apresenta superior ao concreto com escória no período entre 1 e 8 dias, no entanto, as curvas nas idades avançadas são iguais entre si e próximas às curvas dos concretos com sílica e de referência. Entretanto, percebe-se que os concretos com pozolana e com escória apresentam as diferenças mais expressivas nas primeiras horas, tanto entre si quanto em relação aos outros concretos (ver Figura 6.4). Salienta-se que estes resultados são comparados entre concretos contendo um mesmo consumo de cimento equivalente. 6.1.3 CALOR ESPECÍFICO Para esses concretos, a análise de variância foi considerada nas condições de saturado com superfície seca (SSS) e com 20% de saturação. Os valores utilizados nas análises foram obtidos por ajustes de curvas dos valores de ensaio que estão apresentados no anexo C. Os valores analisados para a condição (SSS) e com 20% de saturação estão apresentados na Tabela 6.3. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 133 Tabela 6.3 – Valores de calor específico analisados – Condição (SSS) e com 20% de saturação. Calor Específico (SSS) Temperatura (º C) Referência 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim 20% Pozolana 50% Escória 20 J/kg.K 1222 J/kg.K 1151 J/kg.K 1113 J/kg.K 1151 J/kg.K 1126 30 1151 1164 1122 1147 1151 40 1130 1193 1139 1164 1164 50 1160 1239 1168 1197 1168 60 1247 1302 1206 1252 1160 Temperatura (º C) Referência Calor Específico (20% de saturação) 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim 20% Pozolana 50% Escória 20 J/kg.K 1113 J/kg.K 1063 J/kg.K 1017 J/kg.K 1067 J/kg.K 1067 30 1038 1076 1026 1063 1093 40 1017 1105 1042 1080 1105 50 1051 1151 1072 1118 1109 60 1139 1214 1113 1172 1101 Observa-se que os resultados estão dentro das faixas de valores apresentados pela bibliografia (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; SILVEIRA, 1961; PACELLI et al., 1982; INOUE, 1983; MEHTA e MONTEIRO, 1994; KLIEGER e LAMOND, 1994; ACI 207.1R, 1996; NEVILLE, 1997; EQUIPE DE FURNAS, 1997, dentre outros). Nas Tabelas 6.4 e 6.5 estão apresentados os resultados obtidos para as duas condições na ANOVA, onde os valores de “F calculados” (Fcal) foram comparados com os valores de “F tabelados” (Ftab) para um nível de significância de 5%. O valor de Ftab é igual a Fα=0,05 (v1, v2), obtido da Tabela F do Anexo, sendo ν1 e ν2 os graus de liberdade do efeito avaliado e do resíduo, respectivamente. Tabela 6.4– Resultados da análise de variância realizada com os dados de calor específico, para os fatores considerados no modelo estatístico – Condição (SSS). Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Modelo 37505,36 8 4688,17 5,30 1,46 Significativo Erro (resíduo) 14151,25 16 884,45 Total 51656,61 24 5572,62 Concreto 12077 4 3019 3,41 3,01 Significativo Temperatura 25429 4 6357 7,19 3,01 Significativo Erro (resíduo) 14151 16 884 Rmod = 0,85 e R Onde: SQ = soma dos quadrados; GL = grau de liberdade; MQ = média dos quadrados; F = parâmetro de Fisher para o teste de significância dos efeitos; R2mod = coeficiente de determinação do modelo (1 - SQerro/SQtotal); Rmod = coeficiente de correlação do modelo. 2 mod = 0,73 Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 134 Tabela 6.5– Resultados da análise de variância realizada com os dados de calor específico, para os fatores considerados no modelo estatístico – (20% de saturação). Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Modelo 40707,09 8 5088,39 5,57 1,46 Significativo Erro (resíduo) 14611,04 16 913,20 Total 55318,13 24 6001,59 Concreto 13811 4 3453 3,78 3,01 Significativo Temperatura 26896 4 6724 7,36 3,01 Significativo Erro (resíduo) 14611 16 913 Rmod = 0,86 e R 2 mod = 0,74 Onde: SQ = soma dos quadrados; GL = grau de liberdade; MQ = média dos quadrados; F = parâmetro de Fisher para o teste de significância dos efeitos; R2mod = coeficiente de determinação do modelo (1 - SQerro/SQtotal); Rmod = coeficiente de correlação do modelo. Esta análise mostrou que o modelo da verificação dos principais efeitos adotado é significativo, uma vez que o valor Fcal é bem maior do que o Ftab. Outro ponto relevante é o valor do coeficiente de determinação do modelo (R2mod), igual a 0,73 (SSS) e 0,74 (20% de saturação), significando que 73% e 74% da variação total dos dados pode ser explicada por este modelo para as duas condições. A ANOVA mostrou que os fatores analisados (tipo de concreto e a temperatura) são estatisticamente significativos (para um nível de confiança de 95%), ou seja, cada uma das variáveis tomadas isoladamente exerce influência no calor de específico. Na avaliação dos valores de Fcal destes fatores, constatou-se que a temperatura é mais influente do que o tipo de concreto, tanto para a condição (SSS), quanto para a condição de 20% de saturação. Como pôde-se observar, as variáveis analisadas mostraram ser significativas. Deste modo, realizou-se a comparação múltipla pelo método de Duncan (NANNI e RIBEIRO 1987). Esta comparação está apresentada nas Figuras 6.6 a 6.9. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 1600 Média Méd ia ± SD In tervalo d e C o n fian ça d e 0,95 1500 1600 135 Méd ia Méd ia ± SD In tervalo d e C o n fian ça d e 0,95 1500 Grupo 1 1400 1400 Grupo 2 Calor Específico (J/kg.K) (SSS) Calor Específico (J/kg.K) (SSS) Gru po 2 1300 1200 1100 1000 900 800 700 1300 Grupo 1 1200 1100 1000 900 800 700 600 600 500 500 400 400 M E R P 20 S 30 40 50 60 Te m pe ratura (ºC) C oncre to Figura 6.6 – Valores de calor específico na Figura 6.7 – Valores de calor específico na condição (SSS) analisados com os tipos de condição (SSS) analisados com as concreto. temperaturas, para todos concretos. Méd ia Méd ia ± SD Calor Específico (J/kg.K) (20 %saturação) 1500 In te rva lo d e C on f ian ça d e 0,95 1600 Méd ia Méd ia ± SD In tervalo d e C o n fian ça d e 0,95 1500 Grupo 1 1400 Grupo 2 1300 Calor Específico (J/kg.K) (20% saturação) 1600 Grupo 3 1200 1100 1000 900 800 700 600 1400 1300 Grupo 2 Grupo 1 1200 1100 1000 900 800 700 600 500 500 400 400 M R E C oncre to P S 20 30 40 50 60 Te m pe ratura (ºC) Figura 6.8 – Valores de calor específico na Figura 6.9 – Valores de calor específico na condição (20% de saturação) analisados com condição (20% de saturação) analisados com os tipos de concreto. as temperaturas, para todos concretos. Na Figura 6.6 estão apresentados os valores médios de calor específico para a condição (SSS) dos cinco tipos de concreto e suas dispersões, observa-se que há dois grupos que se sobrepõem. No primeiro grupo estão os concretos com metacaulim, escória, referência e pozolana, e no segundo grupo, a referência, pozolana e a sílica ativa. O que pode ser observado é que há poucas diferenças entre todos os concretos, tendo como o percentual máximo o valor de 4,2% no aumento do calor específico para sílica ativa na temperatura de 60ºC, comparado com a referência. Isto pode estar associado à sobreposição dos grupos. As pequenas diferenças entre os valores de calor específico dos concretos podem estar associadas ao calor específico de cada adição, separadamente, conforme o que foi demonstrado por Krishnaiah e Singh (2005). Neste trabalho estão apresentados valores de calor específico para a sílica (870J/kg.K), pozolana (720J/kg.K) e escória (630J/kg.K). Para os concretos com estas três adições, os resultados de calor específico se apresentam coerentes com os valores das adições, citados anteriormente. Também, para o concreto de referência, tem-se que o cimento possui calor específico próximo de 661J/kg.K (ver Tabela 3.4). Tal Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 136 valor encontra-se entre os valores da escória e da pozolana, o que está coerente com o resultado do concreto de referência. Pequenos acréscimos de calor específico também foram encontrados em pasta de cimento e argamassas com a utilização de sílica ativa. Estes acréscimos foram observados em estudos realizados por Fu e Chung (1997); Xu e Chung (2000a); Xu e Chung (1999, 2000b) e Chung (2001). Estes autores atribuem o aumento do calor específico com a presença de sílica ativa, à sua elevada área específica, que introduz uma barreira térmica entre as partículas de sílica ativa e a matriz de cimento. Outro fator a ser observado nos resultados da Figura 6.6 é a dispersão dos valores de calor específico em cada tipo de concreto. Essas dispersões estão associadas com a variação do calor específico com as temperaturas, o que pode ser visto na Figura 6.7. Nesta figura observa-se também as dispersões para cada temperatura provenientes das variações do calor específico com o tipo de concreto. Quanto à temperatura é possível observar que há dois grupos distintos. No primeiro grupo, os valores de calor específico são próximos entre as temperaturas, mostrando uma tendência de crescimento, e no segundo grupo tem-se na temperatura de 60ºC os maiores valores. Esse comportamento está de acordo com os relatados na bibliografia (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; SILVEIRA, 1961; PACELLI et al., 1982; INOUE, 1983; KLIEGER e LAMOND, 1994; ACI 207.1R, 1996; NEVILLE, 1997; EQUIPE DE FURNAS, 1997, KHAN et al., 1998). Na Figura 6.8 observa-se que para a condição de 20% de saturação o comportamento é similar à condição (SSS), entretanto, com três grupos que se sobrepõem. O terceiro grupo aparece pelo fato que, para esta condição as diferenças entre os valores de calor específico são maiores que na condição (SSS). O percentual máximo apresentado como aumento do calor específico é em torno de 6,6% para o concreto com sílica na temperatura de 60ºC, em relação à referência. Percebe-se também que tanto para o tipo de concreto quanto para a temperatura, as variações foram mais significativas para esta condição do que para a condição (SSS) (ver Tabelas 6.4 e 6.5). Contudo, essas variações são mais representativas, provavelmente, devido à diminuição do calor específico nesta condição, o que está de acordo com a bibliografia (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; WHITING et al., 1978; PACELLI et al., 1982; INOUE, 1983; KLIEGER e LAMOND, 1994; CALMON 1995; NEVILLE, 1997; EQUIPE DE FURNAS, 1997; KHAN et al., 1998). Tal comportamento pode ser explicado pela a diminuição da água que, dentre todos os materiais constituintes do concreto é o que tem o maior calor específico (ver Figura 3.9). A temperatura na condição de 20% de saturação tem comportamento similar à Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 137 condição (SSS), o que também está conforme a bibliográfica pesquisada. 6.1.4 DIFUSIVIDADE TÉRMICA Para esses concretos, a análise de variância foi realizada com os valores individuais, tendo seus valores médios apresentados na Tabela 6.6. E no anexo D estão apresentados os valores individuais. Tabela 6.6 – Valores médios de difusividade térmica. Temperatura (ºC) 20 40 60 Referência Resultado médio 0,0950 0,0946 0,0919 Difusividade Térmica (m2/dia) 8% Sílica 8% 20% Pozolana Ativa Metacaulim Resultado Resultado Resultado médio médio médio 0,0921 0,0917 0,0940 0,0910 0,0919 0,0953 0,0899 0,0901 0,0913 50% Escória Resultado médio 0,0875 0,0874 0,0859 Os resultados se apresentam dentro das faixas (BUREAU OF RECLAMATION , 1940; HIRTH et al, 1981; HIRTH, 1982; EQUIPE DE FURNAS, 1997; dentre outros). Na Tabela 6.7 estão apresentados os resultados obtidos para as duas condições na ANOVA, onde os valores de “F calculados” (Fcal) foram comparados com os valores de “F tabelados” (Ftab) para um nível de significância de 5%. O valor de Ftab é igual a Fα=0,05 (v1, v2), obtido da Tabela F do Anexo, sendo ν1 e ν2 os graus de liberdade do efeito avaliado e do resíduo, respectivamente. Tabela 6.7 – Resultados da análise de variância realizada com os dados individuais de difusividade térmica, para os fatores considerados no modelo estatístico. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Modelo 0,000214 14 0,000015 5,92 1,46 Significativo Erro (resíduo) 0,000039 15 0,000003 Total 0,000253 29 0,000018 Concreto 0,000175 4 0,000044 16,96 3,06 Significativo Temperatura 0,000031 2 0,000015 5,95 3,68 Significativo Concreto x Temperatura 0,000008 8 0,000001 0,39 2,64 Não Significativo Erro (resíduo) 0,000039 15 0,000003 Rmod = 0,92 e R2mod = 0,85 Onde: SQ = soma dos quadrados; GL = grau de liberdade; MQ = média dos quadrados; F = parâmetro de Fisher para o teste de significância dos efeitos; R2mod = coeficiente de determinação do modelo (1 - SQerro/SQtotal); Rmod = coeficiente de correlação do modelo. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 138 Esta análise mostrou que o modelo da verificação dos principais efeitos adotados é significativo, uma vez que o valor Fcal é bem maior do que o Ftab. Um outro fator a ser observado é um bom valor do coeficiente de determinação do modelo (R2mod), igual a 0,85, significando que 85% da variação total dos dados pode ser explicada por este modelo. A ANOVA mostrou que os efeitos individuais dos fatores analisados (tipo de concreto e a temperatura) são estatisticamente significativos (para um nível de confiança de 95%), ou seja, cada uma das variáveis tomadas isoladamente exerce influência na difusividade térmica. Na avaliação dos valores de Fcal destes fatores, constatou-se que o tipo de concreto foi mais influente do que a temperatura. Ainda nesta mesma análise, observa-se que a interação entre o tipo de concreto e a temperatura não é significativa, o que implica dizer que não há interferência entre as variáveis, em outras palavras, o tipo de concreto terá o mesmo comportamento independente da temperatura. Como pôde-se observar, as variáveis analisadas mostraram ser significativas. Deste modo, realizou-se a comparação múltipla pelo método de Duncan (NANNI e RIBEIRO 1987). Esta comparação está apresentada nas Figuras 6.10 e 6.11. 0,12 Méd ia Méd ia ± SD In tervalo d e Co n fian ça d e 0,95 Méd ia ± SD 0,11 Grupo 2 0,10 Grupo 1 Grupo 3 0,09 0,08 Difusividade (m2/dia) 0,11 Difusividade (m2/dia) Méd ia 0,12 Grupo 1 0,10 Grupo 2 0,09 0,08 0,07 0,07 0,06 0,06 S M P Concre to R E 15 20 20 25 30 35 40 45 40 Te m pe ratura (ºC) 50 55 60 65 60 Figura 6.10 – Valores de difusividade Figura 6.11 – Valores de difusividade térmica analisados com os tipos de concreto. térmica analisados com as temperaturas, para todos concretos. Os valores de difusividade térmica analisados com os tipos de concreto apresentaram três grupos distintos. No primeiro grupo estão os concretos com as adições minerais com reatividade similar, principalmente pelo aspecto físico (elevada área específica). É possível observar para os concretos com sílica ativa e com metacaulim que há uma redução no valor médio da difusividade térmica de 3% para os dois concretos em relação à referência. O fato da diminuição do valor de difusividade pode ser atribuído à elevada área específica destas duas adições, já que, uma elevada área específica promove o efeito fíler o qual diminuirá o tamanho dos poros. Segundo Silveira (1961), os poros com grandes dimensões Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 139 podem estabelecer-se no seu interior correntes de convecção que facilitam as trocas de calor e, portanto, aumentam a difusividade térmica do material. Neste caso, poderia associar o inverso, ou seja, a diminuição do tamanho do poro diminui a difusividade térmica, uma vez que as trocas de calor por convecção seriam mais difíceis. A diminuição do valor de difusividade térmica do concreto com sílica encontrada nesta pesquisa é similar a outros valores encontrados em pasta de cimento e argamassa com o emprego de sílica ativa (FU e CHUNG, 1997; XU e CHUNG, 1999, 2000a, 2000b; CHUNG, 2001). Segundo estes autores, a elevada área específica da sílica ativa introduz uma barreira térmica na interface entre as partículas de sílica e a matriz de cimento, no caso da pasta de cimento, e na interface entre os grãos de areia, no caso da argamassa. Deste modo, analogicamente, atribui-se o mesmo princípio ao concreto. Ou seja, provavelmente estas adições promovem um isolamento, dificultando a dissipação do calor entre a ligação da matriz e o agregado graúdo que é o constituinte de maior difusividade térmica do concreto, segundo a bibliografia. Um outro fator que pode ser associado à diminuição da difusividade térmica é a baixa difusividade da adição mineral, no caso, a sílica ativa, segundo o que foi relatado por Fu e Chung (1997). Para o concreto de referência e com pozolana, observa-se que os valores são praticamente iguais (ver Tabela 6.6). Isto pode ser atribuído à pozolana que tem área específica próxima do cimento (ver Tabela 5.5), não contribuindo efetivamente para a diminuição da difusividade. No terceiro grupo onde está contido apenas o concreto com escória é observado uma redução de 7,3% no valor médio de difusividade térmica. Isto provavelmente se deve ao grau de amorfismo da escória, como pode ser visto no difratograma da Figura 5.25. Esta característica estende-se à sílica ativa conforme o difratograma da Figura 5.23. Segundo Silveira (1961), sólidos amorfos têm difusividade térmica menor do que os sólidos cristalinos. Ainda para escória, o teor de substituição parcial ao cimento de 50% pode estar contribuindo para a diminuição do valor da difusividade térmica do concreto, uma vez que a escória pode ter baixa difusividade do concreto, com base no que foi comentado anteriormente. A diminuição da difusividade com a escória está conforme ao encontrado na bibliografia (Dias et al, 1990; LABORATÓRIO DE CONCRETO DE FURNAS, 1990). É possível observar na Figura 6.11, que para temperatura existem dois grupos distintos. No primeiro grupo, os valores de difusividade demonstram uma tendência a diminuir com o aumento da temperatura, o que é confirmado na temperatura de 60ºC a qual pertencente ao segundo grupo. Este comportamento está condizente com o encontrado na Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 140 literatura (BUREAU OF RECLAMATION, 1940; SILVEIRA, 1961; HIRTH et al, 1981; HIRTH, 1982; PACELLI et al., 1982; EQUIPE DE FURNAS, 1997). 6.1.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR Para esses concretos, a análise de variância foi realizada com os valores individuais, sendo estes valores para as idades de 7, 28 e 90 dias. Os seus valores médios estão apresentados na Tabela 6.8. E no anexo E estão apresentados os valores individuais. Tabela 6.8 – Valores médios de coeficiente de dilatação. Idade (dias) 7 28 90 Referência Resultado médio 10,58 10,96 11,39 Coeficiente de Dilatação Térmica (x 10-6/ºC) 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim 20% Pozolana Resultado Resultado Resultado médio médio médio 10,94 11,10 10,55 11,34 11,81 11,31 11,59 12,45 11,91 50% Escória Resultado médio 10,67 11,39 12,21 Os valores estão condizentes com as faixas de valores encontradas na bibliografia (INOUE, 1983; MEHTA e MONTEIRO,1994; KLIEGER e LAMOND, 1994; KHAN et al., (1998); dentre outros). Na Tabela 6.9 estão apresentados os resultados obtidos para as duas condições na ANOVA, onde os valores de “F calculados” (Fcal) foram comparados com os valores de “F tabelados” (Ftab) para um nível de significância de 5%. O valor de Ftab é igual a Fα=0,05 (v1, v2), obtido da Tabela F do Anexo, sendo ν1 e ν2 os graus de liberdade do efeito avaliado e do resíduo, respectivamente. Tabela 6.9– Resultados da análise de variância realizada com os dados individuais de coeficiente de dilatação, para os fatores considerados no modelo estatístico. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado 11,236 1,46 Significativo Modelo 9,255 14 0,6610 Erro (resíduo) 0,882 15 0,058 Total 10,14 29 0,719 Concreto 2,099 4 0,525 8,92 3,06 Significativo Idade 6,524 2 3,262 55,45 3,68 Significativo 1,34 2,64 Não Significativo Concreto x Idade 0,632 8 0,079 Erro (resíduo) 0,882 15 0,059 Rmod = 0,95 e R2mod = 0,91 Onde: SQ = soma dos quadrados; GL = grau de liberdade; MQ = média dos quadrados; F = parâmetro de Fisher para o teste de significância dos efeitos; R2mod = coeficiente de determinação do modelo (1 - SQerro/SQtotal); Rmod = coeficiente de correlação do modelo. Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 141 Esta análise mostrou que o modelo da verificação dos principais efeitos adotado é significativo, uma vez que o valor Fcal é bem maior do que o Ftab. Outro ponto relevante é o alto valor do coeficiente de determinação do modelo (R2mod), igual a 0,91, significando que 91% da variação total dos dados pode ser explicada por este modelo. A ANOVA mostrou que os efeitos individuais dos fatores analisados (tipo de concreto e a idade) são estatisticamente significativos (para um nível de confiança de 95%), ou seja, cada uma das variáveis tomadas isoladamente exerce influência no coeficiente de dilatação térmica. Na observação dos valores de Fcal destes fatores, constatou-se que a idade foi muito mais significativa do que o tipo de concreto. Ainda nesta mesma análise, observa-se que a interação entre o tipo de concreto e a idade não é significativa, o que implica dizer que não há interferência entre as variáveis, em outras palavras, o tipo de concreto terá o mesmo comportamento independente da idade. Como pôde-se observar, as variáveis analisadas mostraram ser significativas. Deste modo, realizou-se a comparação múltipla pelo método de Duncan (NANNI e RIBEIRO 1987). Esta comparação está apresentada nas Figuras 6.12 e 6.13. 16 Média Méd ia ± SD In tervalo d e C o n fian ça d e 0,95 Média ± SD 14 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 12 10 Coeficiente de Dilatação (x 10-6/ºC) 14 Coeficiente de Dilatação (x 10-6/ºC) Média 16 Grupo 3 Grupo 2 12 Grupo 1 10 8 8 6 6 E S P R M 0 7 10 20 28 30 40 Concre to 50 60 70 80 90 91 100 Idade (dias) Figura 6.12 – Valores de coeficiente de Figura 6.13 – Valores de coeficiente de dilatação térmica analisados com os tipos de dilatação térmica analisados com a idade, concreto. para todos concretos. Os valores de coeficiente dilatação estão dispostos em três grupos, como podem ser observados na Figura 6.12. O grupo um e grupo dois estão sobrepostos, e o grupo três individualizado. Entretanto, percebe-se que para todos os concretos com as adições minerais, os valores de coeficiente de dilatação foram maiores, alcançando um percentual de 9,3% para o concreto com metacaulim na idade de 90 dias, comparados com o valor de coeficiente dilatação do concreto de referência. Tal comportamento é similar ao que foi relatado na literatura (DIAS et al., 1990; CALMON, 1995; KHAN et al., 1998). Observa-se que no grupo dois, dentre os concretos com adição mineral, apenas o Capítulo 6 – Apresentação e Análise dos Resultados 142 concreto com pozolana pertence a este grupo. O aumento do coeficiente pode ser atribuído a maior área específica das adições minerais em relação à área específica do cimento (ver Tabelas 5.3, 5.4 e 5.5). Segundo Silveira (1961), o aumento da área específica do cimento acarreta um aumento do coeficiente de dilatação. O fato de substituir parte do cimento por uma adição mineral de maior área específica, faz com que a área específica total do material cimentício (cimento e adições minerais) do concreto seja maior. A explicação para o aumento do coeficiente pode ser associada ao refinamento dos poros promovido pelo efeito fíler e por preenchimento dos poros através dos produtos provenientes da reação entre as adições minerais e o cimento, como por exemplo, o silicato de cálcio hidratado (C-S-H) que tem uma elevada área específica (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Provavelmente, o preenchimento dos poros introduz um aumento de pressão interna, o que irá promover uma maior expansão, principalmente dentro da pasta, e conseqüentemente no concreto. E ainda, o valor de coeficiente do concreto é uma resultante entre coeficiente da pasta e do agregado (NEVILLE, 1997). Se algum destes constituintes do concreto sofrer alteração em seu coeficiente de dilatação, o coeficiente do concreto irá se alterar também. Neste caso, pode se concluir que o aumento do coeficiente é devido apenas à alteração da pasta, já que nesta pesquisa utilizou-se apenas um tipo litológico de agregado tanto para o miúdo quanto para o graúdo. As dispersões dos valores de coeficiente de dilatação dos tipos de concreto apresentadas na Figura 6.12 são devidas à variação do coeficiente com a idade de ensaio, como pode ser observada na Figura 6.13. É possível observar que existem três grupos distintos para a idade de ensaio e que há um crescimento no coeficiente conforme o aumento da idade de ensaio. Esse comportamento está de acordo com observado na bibliografia (EQUIPE DE FURNAS, 1997). Isso demonstra que as adições minerais influenciam efetivamente no coeficiente de dilatação, principalmente no coeficiente da pasta que é o componente do concreto que se altera com tempo. O aumento do coeficiente com a idade de ensaio, provavelmente é devido aos produtos provenientes das reações entre as adições e o cimento que vão se formando ao longo do tempo promovendo o refinamento dos poros. CAPÍTULO 7 ESTUDO DE CASO 7.1 INTRODUÇÃO Como ferramenta de análise e demonstração da aplicação prática das propriedades térmicas estudadas, realizou-se um estudo de caso (estudo térmico), onde se simulou a distribuição de temperaturas e de tensões em um maciço de concreto, com os dados obtidos nesta pesquisa para cada concreto caracterizado. O estudo de caso se dividiu em duas etapas, como é mostrado no organograma da Figura 7.1. Estudo de caso Hipóteses adotadas para a análise térmica da estrutura de concreto Etapa 1 Etapa 2 Consumo de cimento equivalente fixo. Resistência fixa (Forma como foi realizado o programa experimental desta pesquisa) (Adotada uma resistência característica de 30 MPa aos 91 dias) Figura 7.1 – Organograma do estudo de caso. O programa experimental desta pesquisa foi realizado com o consumo de cimento equivalente fixo, com o propósito de verificar a influência puramente das adições minerais nas propriedades térmicas do concreto. Deste modo, na primeira etapa do estudo de caso, verificou-se o comportamento térmico do concreto na presença de adições minerais com os resultados encontrados nesta pesquisa. Entretanto, na prática, as análises do comportamento térmico do concreto são realizadas com base na resistência característica do concreto para cada estrutura. Para tanto, torna-se Capítulo 7 – Estudo de Caso 144 mais coerente, se realizar em uma segunda etapa do estudo de caso, a análise do comportamento térmico do concreto com as adições minerais, mantendo-se uma resistência fixa. Para a realização do estudo de caso, utilizou-se um Software, fundamentado nos modelos de resolução do problema termomecânico, no quais se utilizam ferramentas numéricas, tais como: método das diferenças finitas e dos elementos finitos. O Software utilizado foi desenvolvido para realizar, exclusivamente, cálculos de temperatura, e que foi produto de um projeto FURNAS e UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), o qual gerou uma dissertação de mestrado, desenvolvida pelo engenheiro Sérgio Botassi dos Santos, como pode ser encontrado em Botassi (2004a). O Software contempla duas análises distintas: Análise térmica PFEM_2D T1 e Análise de tensões PFEM_2D AT1, ambos acoplados em um mesmo programa. 7.2 MODELO PARA A DETERMINAÇÃO DO CAMPO DE TEMPERATURAS (PFEM_2D T) Vários fatores podem interferir na determinação do campo de temperaturas em um maciço de concreto, tais como: dimensões e geometria da estrutura; propriedades térmicas do concreto (calor de hidratação, condutividade térmica ou difusividade térmica, calor específico, etc); condições de concretagem (temperatura inicial de concretagem, tipo de fôrma, proteção, etc); condições ambientais (temperatura do ar, temperatura das estruturas adjacentes, etc) (BOTASSI, 2004b). Sendo assim, a análise térmica deve ser conduzida criteriosamente, adotando parâmetros condizentes com os materiais, condições ambientais, processos executivos e dimensões a serem executadas. O fenômeno de transmissão de calor para a resolução do problema térmico é baseado na equação diferencial de Forrier, para um regime transitório em um meio anisotrópico e nãohomogêneo. Porém para a sua resolução são adotadas algumas hipóteses simplificadoras as quais não comprometem de forma significativa os resultados a serem obtidos. As hipóteses são: Meio contínuo e homogêneo, isotropia térmica, homogeneidade térmica e permanência térmica, além de considerar a densidade e o calor específico como campo escalar constante e a condutividade térmica como campo tensorial de segunda ordem isótropo e constante. Detalhes sobre esta equação e sua resolução podem ser encontrados em Botassi (2004a) e Calmon (1995). 1 A sigla PFEM_2D T refere-se à abreviação de Program Finite Elements Methods – 2 Dimension Thermal. A sigla PFEM_2D AT refere-se à abreviação de Program Finite Elements Methods – 2 Dimension Analisys Thermomechanics”. Ambos Softwares ainda não estão disponíveis comercialmente por motivo de futura patente. Capítulo 7 – Estudo de Caso 145 O programa PFEM_2DT analisa a resposta térmica de estruturas em domínios bidimensionais de qualquer geometria, em regimes transiente ou estacionário, considerando a análise linear utilizando elementos finitos triangulares lineares de três nós. A linguagem de programação utilizada foi a Object Pascal, herdada da linguagem Turbo Pascal. O ambiente de programação utilizado foi o DELPHI® 5.0. A análise para a obtenção do campo de temperaturas pelo programa pode ser resumida nos seguintes passos: a) definição da geometria da estrutura a ser analisada; b) gerar a malha de elementos finitos; c) definição do processo executivo (número de camadas, intervalo entre camadas, tipo de fôrma a ser utilizado, dentre outros); d) especificar as propriedades dos materiais empregados na análise; e) determinar as condições de contorno em que a estrutura está sujeita (temperatura ambiente, tipo de cura, dentre outros); f) definir steps, total de tempo de análise e o método de resolução do problema (método iterativo ou exato); g) iniciar o processo de análise. 7.3 MODELO PARA A DETERMINAÇÃO DO CAMPO DE TENSÕES (PFEM_2D AT) Conhecendo o campo de temperaturas, é possível determinar a distribuição de tensões associadas ao efeito térmico. No programa PFEM_2DAT, a análise tensional é baseada na adoção de três princípios: o problema termomecânico desacoplado (distribuições de temperaturas e tensões independentes); são consideradas somente pequenas deformações; e o comportamento do material é viscoelástico (considera a fluência dos materiais) e linear (relação linear entre tensão x deformação). Inicialmente para a resolução do problema adota-se o modelo elástico linear utilizando o Princípio dos Trabalhos Virtuais, conforme descrito por Botassi (2004a). Sabe-se, porém que o concreto submetido a carregamento apresenta comportamento bastante complexo conhecido como viscoelástico ou elastoplástico (efeito da fluência). Logo, faz-se necessário a adoção do princípio da superposição de efeitos, também conhecido o princípio das integrais superpostas (BOTASSI, 2004a). Este princípio se baseia em que a variação das tensões em um maciço, causador de deformações, pode ser representado por um somatório de infinitesimais acréscimos de tensão causadores de deformações. Capítulo 7 – Estudo de Caso 146 O programa PFEM_2DAT analisa a resposta tensional de estruturas em domínios bidimensionais de qualquer geometria, em regimes transiente ou estacionário. Sua análise é linear utilizando elementos finitos triangulares lineares de três nós. A linguagem de programação utilizada foi a Object Pascal, herdada da linguagem Turbo Pascal. O ambiente de programação utilizado foi o DELPHI® 5.0. O programa considera o efeito da fluência e da retração por secagem, baseado em alguns modelos já consagrados pela literatura técnica. Entretanto, não se considerou para o estudo de caso em questão a retração por secagem e sim a fluência, que foi estimada através dos dados de resistência à compressão e módulo de elasticidade. A análise para a obtenção do campo de tensões pelo programa, baseando-se nas definições iniciais adotadas para o problema térmico, pode seguir os seguintes passos de forma resumida: a) definir os parâmetros iniciais do problema tensional (peso próprio, fluência, retração, dentre outros); b) especificar as condições de contorno relacionados com o problema tensional (deformações iniciais, imposição de deformação nula em alguns pontos da estrutura, etc); c) definir steps e tempo total de análise, e o método de resolução do problema (método iterativo ou exato); d) iniciar o processo de análise. 7.4 SIMULAÇÕES REALIZADAS PARA AS ETAPAS DO ESTUDO DE CASO Como exemplo, as simulações foram realizadas tomando como base a seção transversal de um muro do vertedouro, com dimensões pertinentes de uma estrutura real de barragem. Esta estrutura está representada na Figura 7.2. Todas as hipóteses abaixo relacionadas foram utilizadas para as duas etapas do estudo de caso e para unificar a metodologia de análise, procurando por outro lado estar coerente com as situações encontradas em campo e assim verificar somente o efeito que as adições, foco do estudo desta dissertação, podem provocar no comportamento termomecânico de uma determinada estrutura. Capítulo 7 – Estudo de Caso 147 7.4.1 HIPÓTESES DO PROBLEMA TÉRMICO E TENSIONAL - Foram considerados para a representação da geração de calor promovida pela hidratação do cimento, os resultados dos ensaios de elevação adiabática dos concretos; - Foi adotado para todos os concretos o valor médio do calor específico na temperatura de 30º C, e na condição do corpo-de-prova saturado com superfície seca (SSS) (Tabela 6.3); - Foi adotada a condutividade térmica por meio dos resultados de difusividade através da expressão 3.4, como pode ser verificada no capítulo 3 desta dissertação, utilizando-se ainda o calor específico e massa específica dos respectivos concretos; - Os coeficientes de dilatação térmica adotados para efeito de cálculo foram os equivalentes na idade de 28 dias; - Adotou-se o valor médio do coeficiente de convecção térmica2 igual a 25 W/m2°C, segundo constatações observadas em ensaios preliminares realizados no Laboratório de Concreto de Furnas Centrais Elétricas S.A. com base nos estudos do engenheiro Sergio Botassi dos Santos; - O módulo de elasticidade foi considerado variando com a idade do concreto segundo resultados de ensaio, diferentemente do coeficiente de Poisson ao qual adotou-se valor constante independente do tempo para a idade de 28 dias; - A fluência foi estimada em função da resistência à compressão e módulo de elasticidade dos concretos em estudo, tomando como base o banco de dados de Furnas, para tais estimativas; - Foram restringidas as deformações na base do bloco de fundação para fins de cálculo; - Adotaram-se as propriedades térmicas da rocha equivalentes as do concreto de referência. 7.4.2 HIPÓTESES EXECUTIVAS - Foi adotado a concretagem da referida estrutura em camadas de cinco metros de altura a cada dois dias, totalizando 30 metros de concreto (6 camadas). Cada camada é composta por subcamadas que normalmente são determinadas em função da capacidade de fornecimento de uma central de concreto na obra. - Utilizou-se a temperatura média ambiente e de lançamento do concreto igual a 26°C; - Considerou-se a cura do concreto exposto ao ambiente equivalente à aspersão d’água sobre a sua superfície, segundo o coeficiente de convecção já citado. 2 Esta propriedade expressa as possíveis trocas de calor do sólido com o ambiente ao qual o circunda. Capítulo 7 – Estudo de Caso 148 - Foi adotado a concretagem com fôrma metálica nas laterais da estrutura, o que equivale a uma perda de calor mais intensa, quando comparado com uma fôrma de madeira. 7.4.3 HIPÓTESES DE ANÁLISE - Foram considerados passos de tempo de 4 horas totalizando 90 dias de análise; - A malha de elementos finitos gerada pelo programa está apresentada na Figura 7.2, totalizando 908 elementos e 526 nós; 4,4m Região próxima à superfície Região da máxima temperatura 30m Região de interface concreto / fundação 5,0m 8,0m Figura 7.2 – Malha de elementos finitos gerada pelo programa PFEM_2D T para o caso em estudo com as regiões de análise. 7.5 RESULTADO DO ESTUDO DE CASO - ETAPA 1 (CONSUMO DE CIMENTO EQUIVALENTE FIXO) Devido ao grande número de resultados obtidos na seção transversal da estrutura analisada, optou-se pela representação dos resultados de temperatura e tensão em três pontos específicos, conforme apresentados na Figura 7.2: um na região próxima da interface concreto / fundação, outro na região de incidência da temperatura máxima (27 metros a partir da fundação) e um próximo da superfície superior do muro depois de completada a concretagem. Capítulo 7 – Estudo de Caso 149 Foram utilizados os valores das propriedades térmicas e mecânicas obtidos na pesquisa. Entretanto, os valores de fluência foram estimados em função das resistências dos cinco concretos: Concreto de referência, com sílica ativa (8%), com metacaulim (8%), com pozolana (20%) e com escória (50%). Nas Tabelas 7.1 a 7.4 estão apresentados os valores das propriedades dos concretos utilizados nas análises. Tabela 7.1 – Valores de módulo de elasticidade dos concretos utilizados nas análises. Idade (dias) 7 28 91 Referência Resultado médio 23,83 26,29 28,37 Módulo de Elasticidade (GPa) 20% Pozolana 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim Resultado médio 23,09 28,18 32,37 Resultado médio 21,23 25,70 28,80 Resultado médio 20,77 24,37 30,86 50% Escória Resultado médio 20,04 25,30 29,28 Tabela 7.2 – Valores de coeficiente de Poisson dos concretos utilizados nas análises. Idade (dias) 28 Referência Resultado médio 0,2 Coeficiente de Poisson 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim Resultado médio 0,21 Resultado médio 0,2 20% Pozolana Resultado médio 0,19 50% Escória Resultado médio 0,2 Tabela 7.3 – Valores de tração na flexão dos concretos utilizados nas análises. Idade (dias) 7 28 91 Referência Resultado médio 3,73 3,91 4,27 Tração na Flexão (MPa) 20% Pozolana 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim Resultado médio 3,95 5,22 5,52 Resultado médio 4,11 4,27 5,60 Resultado médio 3,02 4,40 5,83 50% Escória Resultado médio 2,77 4,25 4,32 Tabela 7.4 – Valores estimados de fluência dos concretos utilizados nas análises. Idade (dias) 7 28 91 Referência 8% Sílica Ativa Fluência (10-6/MPa) 8% Metacaulim Resultado médio 7,05 6,28 6,41 Resultado médio 6,85 6,15 6,20 Resultado médio 6,91 6,36 6,22 20% Pozolana Resultado médio 7,43 6,52 6,36 50% Escória Resultado médio 8,34 6,49 6,26 As propriedades (módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson e coeficiente de dilatação) da rocha de tipo litológico Granito, que representa a fundação do muro do vertedouro, foram adotadas com base no banco de dados de EQUPE DE FURNAS (1997), os quais são: Capítulo 7 – Estudo de Caso 150 - Módulo de elasticidade = 40GPa; - Coeficiente de Poisson = 0,20; - Coeficiente de dilatação = 9 x 10-6 / ºC. 7.5.1 CAMPO DE TEMPERATURAS Apresenta-se na Tabela 7.5 os resultados das máximas temperaturas obtidas para os cinco casos estudados, e no Anexo H estão apresentadas as temperaturas encontradas nas outras regiões analisadas. Em todos os casos a região de ocorrência da temperatura máxima foi a mesma (27 metros a partir da fundação). Tabela 7.5 – Temperaturas máximas obtidas nas simulações - etapa 1. Caso Referência Concreto com sílica Concreto com metacaulim Concreto com pozolana Concreto com escória Temperatura máxima (°C) 76,09 72,15 76,76 72,05 72,05 Idade de ocorrência 340 h (14,2 dias) 340 h (14,2 dias) 336 h (14,0 dias) 352 h (14,7 dias) 384 h (16 dias) A idade de ocorrência apresentada na Tabela 7.5 é contada a partir do início da concretagem. Para melhor efeito ilustrativo da distribuição das temperaturas na seção transversal da estrutura, apresenta-se nas Figuras 7.3 e 7.4 curvas de mesma temperatura em conjunto com os gradientes de cores, denominadas isocores ou isotermas. O instante em que são apresentadas as distribuições de temperatura refere-se às idades de ocorrência das máximas temperaturas para cada caso. Capítulo 7 – Estudo de Caso a) Concreto de Referência 151 76,09 72,15 76,76 67,74 64,46 68,30 59,39 56,77 59,84 51,05 49,08 51,38 42,70 41,38 42,92 34,35 33,69 34,46 26,00 26,00 26,00 b) Concreto com Sílica ativa c) Concreto com Metacaulim Figura 7.3 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa1. As regiões onde ocorreram as temperaturas máximas na estrutura são representadas pela cor vermelha. Percebe-se que cada região apresenta uma temperatura máxima, no entanto, há um ponto onde ocorre a máxima temperatura entre todas. Observa-se que o ponto onde ocorre a máxima temperatura é em uma região interna ao concreto, porém, próximo ao final da estrutura. Isto se deve ao fato que nesta região as trocas de calor são menores e há um acumulo de calor desde o início da concretagem até o final. Ou seja, parte do calor de cada etapa anterior contribui para a próxima e assim por diante. Capítulo 7 – Estudo de Caso 152 71,99 72,05 64,33 64,38 56,66 56,70 49,00 49,03 41,33 41,35 33,67 33,68 26,00 26,00 d) Concreto com Pozolana e) Concreto com Escória Figura 7.4 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 1. Observa-se que o concreto com pozolana tem a distribuição das cores vermelhas similar às apresentadas pelos concretos da Figura 7.3. Já o concreto com escória apresenta uma configuração diferente das cores vermelhas. Isto pode estar associado ao tempo de ocorrência da temperatura máxima (16 dias) em relação aos demais concretos. Nos gráficos apresentados nas Figuras 7.5 a 7.7 pôde-se observar o comportamento das temperaturas obtidas nas três regiões variando com o tempo. Capítulo 7 – Estudo de Caso 153 Temperaturas Máximas no Concreto 80 Referência Sílica Ativa Metacaulim Escória Pozolana 70 Temperatura (°C) 60 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.5 – Comportamento da temperatura com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 1. Tanto o concreto de referência quanto o concreto com metacaulim apresentaram maiores valores de temperatura em relação aos demais. Isto provavelmente está associado aos maiores valores encontrados para elevação adiabática em relação aos outros concretos (Figura 6.4 e 6.5). Já os concretos com sílica e pozolana apresentaram valores menores de temperatura em relação ao concreto de referência e ao concreto com metacaulim. Mais uma vez este comportamento pode estar associado aos resultados de elevação adiabática desses concretos, principalmente em idades posteriores a um (1) dia. Por fim, o concreto com escória apesar de apresentar o valor da temperatura máxima próxima aos dos concretos com sílica e pozolana (Tabela 7.5), o instante de ocorrência está defasado um pouco mais de um dia, e ainda sua queda de temperatura pós-pico é mais branda. Tal fato pode estar relacionado ao seu menor valor da difusividade, conforme apresentado na Figura 6.10. Capítulo 7 – Estudo de Caso 154 Temperatura na Superfície do Muro de Concreto 80 Referência 70 Sílica Ativa Metacaulim Temperatura (°C) 60 Escória Pozolana 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.6 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da superfície do muro – etapa 1. Temperatura na Interface Concreto x Rocha 80 Referência Temperatura (°C) 70 Sílica Ativa Metacaulim 60 Escória Pozolana 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.7 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da interface concreto/rocha – etapa 1. O comportamento da temperatura com a idade dos concretos, independente da região analisada (Figuras 7.5, 7.6 e 7.7), apresenta a distinção de basicamente três grupos: referência e metacaulim, sílica e pozolana, e escória. Observou-se que nas regiões próximas à superfície do muro (Figura 7.6) e na interface com a concreto/rocha (Figura 7.7), o concreto contendo escória atingiu níveis de temperatura inferiores aos demais. Isto pode estar relacionado aos menores valores de temperatura adiabática alcançados nas primeiras idades para o concreto com escória (até 5 dias de ensaio), como pode ser observado nas Figuras 6.4 e 6.5. Percebe-se na Figura 6.4, que o comportamento da curva de Capítulo 7 – Estudo de Caso 155 elevação adiabática do concreto com escória é mais distribuída, o que implica dizer que o calor gerado é mais lento. Com isso, no decorrer do processo de elevação da temperatura, há tempo para ocorrer a dissipação do calor para o ambiente. Isto faz com que o gradiente de temperatura gerado pela escória seja menor, como pode ser visto nas Figuras 7.5, 7.6 e 7.7. Pode-se observar nestas figuras que o concreto com escória possui gradientes de temperatura diferentes. Este fato pode estar associado aos pontos analisados os quais possibilitam as trocas de calor, ou seja, para o ponto de temperatura máxima a troca de calor é mínima, o que introduz ao concreto, por exemplo, um gradiente de temperatura próximo ao gradiente dos concretos com pozolana e com sílica. Por outro lado, na Figura 7.6, observa-se um menor gradiente para o concreto com escória em relação ao gradiente da Figura 7.5, e na Figura 7.7 tem-se o menor gradiente para este concreto. 7.5.2 CAMPO DE TENSÕES Os resultados de tensões obtidos para as três regiões analisadas da estrutura estão apresentados nas Figuras 7.8 a 7.10. Na Tabela 7.6 estão apresentadas as tensões máximas, e no Anexo I estão apresentadas as tensões para as outras regiões analisadas. Tabela 7.6 – Tensões máximas ocorridas nas simulações – etapa 1. Caso Tensão máxima (MPa) Compressão Tração 9,07 - 5,50 6,31 - 8,63 6,90 - 8,62 5,90 - 6,93 7,23 - 5,82 Referência Concreto com sílica Concreto com metacaulim Concreto com pozolana Concreto com escória Idade de ocorrência Compressão Tração 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 404 h (16,8 dias) 2400 h (100 dias) Tensões Máximas no Concreto 10 Referência 8 Sílica Ativa Metacaulim 6 Escória Pozolana Tensão (MPa) 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.8 – Comportamento da tensão com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 1. Capítulo 7 – Estudo de Caso 156 Os resultados de tensões obtidos pelas simulações apresentaram comportamentos distintos para os diversos tipos de concreto, como pode ser observado nas Figuras 7.8 a 7.10. Isto demonstra para essa etapa, que o efeito combinado das propriedades térmicas e mecânicas interfere no problema termomecânico, dependendo do tipo de adição mineral utilizado. As tensões de compressão são inferiores em relação à referência para todos os concretos com adição, no entanto, as tensões de tração são superiores para os concretos com sílica, com metacaulim e com pozolana. Isto pode estar associado aos maiores valores de módulo de elasticidade apresentados por estes concretos (ver Tabela 7.1) e pelos seus coeficientes de dilatação. Contudo, o concreto com escória apresenta módulo de elasticidade e coeficiente de dilatação também superior ao concreto de referência, no entanto, apresenta comportamento diferente. Não obstante, deve-se considerar que várias propriedades atuam em conjunto no comportamento termotensional do concreto, sendo complexa a análise detalhada sobre estes concretos. Tensões na Superfície do Muro de Concreto 10 Referência 8 Sílica Ativa Metacaulim 6 Escória Pozolana Tensão (MPa) 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.9 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da superfície do muro – etapa 1. Capítulo 7 – Estudo de Caso 157 Tensões na Interface Concreto x Rocha 10 Referência 8 Sílica Ativa Metacaulim 6 Escória Pozolana Tensão (MPa) 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.10 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da interface concreto/rocha – etapa 1. Na Figura 7.9 (superfície do muro) percebe-se que o comportamento é similar ao apresentado na Figura 7.8 (interface concreto x rocha). Entretanto, as tensões de compressão apresentam picos menores. Já para a Figura 7.10 as tensões de compressão dos concretos têm pequenas diferenças entre si, no entanto, a curva de tensão do concreto com escória apresenta-se deslocada em relação às demais. As tensões de tração mostram comportamento semelhante às tensões das Figuras 7.8 e 7.9. Várias propriedades contribuíram para os distintos comportamentos das tensões nestas regiões analisadas. O que implica em dizer que não basta o conhecimento das propriedades térmicas para verificar o risco de fissuras de origem térmica, mas também como as adições interferem no comportamento mecânico das estruturas de concreto. Por fim, tem-se nas Figuras 7.11 a 7.15 o gráfico que mostram as possibilidades de fissuras dos concretos estudados na região de ocorrência da máxima temperatura. Capítulo 7 – Estudo de Caso 158 10 Referência Tensão (MPa) 6 Tração na Flexão 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.11 – Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Referência – etapa 1. 10 Sílica Ativa Tensão (MPa) 6 Tração na Flexão 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.12 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Sílica ativa – etapa 1. Capítulo 7 – Estudo de Caso 159 10 Metacaulim Tração na Flexão Tensão (MPa) 6 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.13 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Metacaulim – etapa 1. 10 Pozolana Tração na Flexão Tensão (MPa) 6 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.14 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Pozolana – etapa 1 Capítulo 7 – Estudo de Caso 160 10 Escória Tração na Flexão Tensão (MPa) 6 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.15 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Escória – etapa 1. Contudo, é possível observar nas Figuras 7.11 a 7.15 que para todos os concretos, há uma tendência à fissuração, ou seja, as tensões atingidas pelos concretos ultrapassam suas resistências à tração na flexão, porém em idades distintas. Isto está associado às diferentes características térmicas e mecânicas pertinentes de cada concreto analisado. Entretanto, cabe ressaltar que o concreto com escória apresenta uma menor probabilidade de fissuração em relação aos outros concretos. 7.6 RESULTADO DO ESTUDO DE CASO - ETAPA 2 (RESISTÊNCIA FIXA) Esta etapa foi realizada mantendo-se uma resistência fixa de 30MPa aos 91 dias. Com isso, as propriedades mecânicas foram compatibilizadas para esta resistência. Além disso, a resistência fixa implicará em novos consumos de cimento equivalente que serão calculados pelas eficiências dos concretos estudados nesta pesquisa. Estes novos consumos implicarão no cálculo de novas elevações adiabáticas, calculadas através das elevações adiabáticas dos concretos utilizados na pesquisa. Para um melhor entendimento desta etapa, todos esses processos serão descritos em seguida. Da mesma forma que foi considerada para a primeira etapa, optou-se pela representação dos resultados de temperatura e tensão em três pontos específicos, conforme apresentados na Figura 7.2: um na região próxima da interface concreto / fundação, outro na região de incidência da temperatura máxima (27 metros a partir da fundação) e um próximo da superfície superior do muro depois de completada a concretagem. Capítulo 7 – Estudo de Caso 161 Para esta etapa, foram utilizados os valores das Propriedades térmicas obtidos na pesquisa. Entretanto, os valores das propriedades mecânicas e de fluência foram estimados em função da resistência à compressão utilizada neste caso. As propriedades mecânicas e de fluência devem estar compatíveis com esta resistência, que é de 30MPa aos 91 dias e foi fixada para todos concretos. Nas Tabelas 7.7 a 7.9 estão apresentados os valores estimados das propriedades mecânicas e de fluência. As propriedades (módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson e coeficiente de dilatação) da rocha de tipo litológico Granito, que representa a fundação do muro do vertedouro, foram adotadas as mesmas para a primeira etapa. E ainda o mesmo coeficiente de Poisson do concreto (Tabela 7.2). Tabela 7.7 – Valores de módulo de elasticidade estimados utilizados nas análises (para uma resistência de 30MPa). Idade (dias) 7 28 91 Referência Resultado 22,19 24,48 26,42 Módulo de Elasticidade (GPa) 20% Pozolana 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim Resultado Resultado Resultado 19,97 17,55 19,51 24,37 21,25 22,89 28,00 23,81 28,99 50% Escória Resultado 17,10 21,59 24,99 Tabela 7.8 – Valores de tração na flexão estimados utilizados nas análises (para uma resistência de 30 MPa). Idade (dias) 7 28 91 Referência Resultado 3,23 3,39 3,70 Tração na Flexão (MPa) 20% Pozolana 8% Sílica Ativa 8% Metacaulim Resultado Resultado Resultado 2,96 2,81 2,66 3,91 2,92 3,88 4,13 3,82 3,81 50% Escória Resultado 2,02 3,09 4,24 Tabela 7.9 – Valores de Fluência estimados utilizados nas análises (para uma resistência de 30 MPa). Idade (dias) 7 28 91 Referência Resultado 7,54 6,57 6,58 8% Sílica Ativa Resultado 7,87 6,74 6,53 Fluência (10-6/MPa) 8% Metacaulim Resultado 8,29 7,18 6,66 20% Pozolana Resultado 7,89 6,78 6,51 50% Escória Resultado 9,71 7,17 6,62 Com a resistência fixa, calculou-se qual seria um novo consumo de cimento equivalente para cada concreto. O cálculo do novo consumo é obtido dividindo-se a resistência fixa (30MPa) pela eficiência dos concretos. A eficiência é obtida pela relação entre a resistência alcançada e o consumo de cimento, neste caso, consumo de cimento equivalente. Capítulo 7 – Estudo de Caso 162 Na Tabela 7.10 estão apresentadas as resistências e as eficiências de cada concreto para a idade de 91 dias, e na Tabela 7.11 estão apresentados os novos consumos de cimento calculados através da eficiência. Tabela 7.10 – Resistência e eficiência dos concretos utilizados na pesquisa Idade (dias) Referência 3 7 28 91 Consumo de cimento equivalente (kg/m3) (*) 21,1 25,7 36,4 34,6 380 0,091 Resistência à compressão (MPa)(**) (8%) (8%) (20%) Sílica ativa metacaulim pozolana 21,5 21,5 17,1 29,0 30,7 25,0 37,5 35,1 32,9 40,1 43,9 34,0 (50%) escória 10,9 18,0 32,5 41,2 Eficiência (91 dias) 0,106 0,116 0,089 0,108 (**) são as mesmas resistências apresentadas na Tabela 5.6. (*) consumo de cimento equivalente utilizado nesta pesquisa (ver Tabela 5.6). Tabela 7.11 – Cálculo do novo consumo de cimento equivalente através da eficiência. Referência Novo consumo de cimento equivalente (kg/m3) Para uma resistência de 30MPa Sílica Ativa Metacaulim Pozolana 284 260 Escória 335 277 329 Diferença de Consumo de equivalente em relação à referência (kg/m3) 45 (13,7%) 70 (21,2%) 6 (1,8%) 63 (16%) Com o novo consumo de cimento equivalente apresentado na Tabela 7.11, calcula-se as novas elevações adiabáticas dos concretos pelo coeficiente de elevação adiabática apresentado na Tabela 7.12. Os coeficientes de elevação adiabática são calculados, dividindo-se a elevação adiabática em cada idade pelo consumo de cimento equivalente, neste caso, igual a 380kg/m3. Os coeficientes apresentados na Tabela 7.12 foram calculados para cada concreto através do ensaio de elevação adiabática realizado no programa experimental desta pesquisa (ver capítulo 6). Capítulo 7 – Estudo de Caso 163 Tabela 7.12 – Coeficiente de elevação adiabática e a nova elevação adiabática. Idade (dias) 0 0,5 1 2 3 4 5 6 7 10 15 28 Coeficiente de elevação adiabática (ºC/kg/m3) (obtidos com a elevação adiabática da pesquisa) (*) (8%) (8%) (20%) (50%) Referência Sílica metacaulim Pozolana Escória ativa 0 0 0 0 0 0,048 0,054 0,051 0,027 0,012 0,095 0,096 0,101 0,075 0,037 0,118 0,118 0,124 0,106 0,074 0,123 0,123 0,130 0,116 0,100 0,126 0,124 0,132 0,119 0,111 0,127 0,124 0,133 0,120 0,116 0,128 0,125 0,134 0,122 0,119 0,128 0,126 0,134 0,122 0,121 0,128 0,127 0,134 0,124 0,123 0,128 0,128 0,134 0,124 0,125 0,128 0,128 0,134 0,124 0,124 Nova Elevação adiabática (ºC) (*) Referência 0 15,9 31,3 38,9 40,7 41,5 41,9 42,1 42,3 42,3 42,3 42,3 (8%) Sílica ativa 0 15,2 27,2 33,4 34,5 34,3 34,6 34,7 34,8 34,8 34,8 34,8 (8%) metacaulim (20%) Pozolana (50%) Escória 0 13,3 26,3 32,2 33,8 34,3 34,6 34,7 34,8 34,8 34,8 34,8 0 9,0 25,1 35,6 38,7 39,8 40,4 40,8 41,0 41,4 41,6 41,6 0 3,3 10,1 20,4 27,6 30,8 32,1 32,9 33,4 34,1 34,5 34,5 (*) Nesta Tabela está apresentado um resumo dos dados. As demais leituras estão apresentadas no Anexo G. Nas Figuras 7.16 e 7.17 estão apresentadas as curvas das novas elevações adiabáticas nas primeiras horas e em dias. 45,0 Elevação adiabática (ºC) 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 4 8 12 16 20 24 28 Tempo (horas) Referência - Novo consumo Sílica ativa - Novo consumo Metacaulim - Novo consumo Pozolana - Novo consumo Escória - Novo consumo Figura 7.16 – Curvas de elevação adiabática com o novo consumo – nas primeiras horas - etapa 2. Nas primeiras horas, as elevações adiabáticas apresentadas pelos concretos com sílica ativa e com metacaulim são menores em relação ao concreto de referência, mesmo tendo seus coeficientes de elevação adiabática maiores (ver Tabela 7.12). Este fato ocorre devido à redução de cimento equivalente proporcionada pela boa eficiência destes concretos, como pode ser observado nas Tabelas 7.10 e 7.11. Capítulo 7 – Estudo de Caso 164 Os concretos com pozolana e com escória apresentam elevações adiabáticas também menores, comparados com os demais. Observa-se que estes concretos apresentam coeficientes de elevação adiabática menores que outros concretos. No entanto, o concreto com pozolana não apresentou uma redução da elevação de temperatura representativa. Percebe-se na Figura 7.16 que a curva que representa o concreto com pozolana está próxima às curvas dos concretos com metacaulim e com sílica ativa. Isto é devido à baixa eficiência apresentada pelo concreto com pozolana, que por conseqüência, proporciona pouca redução do cimento equivalente, contribuindo pouco para a diminuição do calor. 45,0 Elevação adiabática (ºC) 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 Tempo (dias) Referência - Novo consumo Metacaulim - Novo consumo Escória - Novo consumo Sílica ativa - Novo consumo pozolana - Novo consumo Figura 7.17 – Curvas de elevação adiabática com o novo consumo – em dias – etapa 2. Para as idades posteriores, percebe-se que o concreto com pozolana apresenta sua curva de elevação adiabática próxima à curva do concreto de referência, mesmo apresentando coeficientes de elevação próximos aos demais. Isto se deve à sua baixa eficiência, que no caso, é a menor entre todos os concretos, como pode ser observado na Tabela 7.10. Os concretos com sílica ativa, com metacaulim e com escória apresentaram as elevações adiabáticas menores em relação ao concreto de referência e com pozolana. As reduções na elevação de temperatura foram aproximadamente de 7,5ºC para os concretos com sílica e com metacaulim e 7,8ºC para o concreto com escória. Capítulo 7 – Estudo de Caso 165 Percebe-se na Tabela 7.12 que os concretos com sílica e com metacaulim apresentam coeficientes de elevação adiabática maiores ou iguais aos demais, no entanto, suas elevações foram menores. Isto se deve ao fato que, a redução do consumo de cimento equivalente foi mais expressiva para estes dois concretos, devido às suas eficiências. Cabe ressaltar que o concreto com metacaulim, mesmo tendo a eficiência que proporcionou uma maior redução de cimento equivalente (21,2%) em relação aos outros concretos, tem a sua elevação de temperatura igual a do concreto com sílica ativa, que apresentou uma redução de cimento equivalente menor (13,7%). Este comportamento está associado ao maior coeficiente de elevação adiabática do concreto com metacaulim, como pode ser visto na Tabela 7.12. Com isso, tem-se que o metacaulim pode contribuir com uma certa quantidade de calor, mesmo com a redução do consumo de cimento equivalente. 7.6.1 CAMPO DE TEMPERATURAS Apresenta-se na Tabela 7.13 os resultados das máximas temperaturas obtidas para os cinco casos estudados, e no Anexo H estão apresentadas as temperaturas encontradas nas outras regiões analisadas. Tabela 7.13 – Temperaturas máximas obtidas nas simulações – etapa 2. Caso Referência Concreto com sílica Concreto com metacaulim Concreto com pozolana Concreto com escória Temperatura máxima (°C) 69,40 60,23 60,81 66,00 59,58 Idade de ocorrência 340 h (14,2 dias) 340 h (14,2 dias) 340 h (14,0 dias) 340 h (14,7 dias) 336 h (14 dias) Para melhor efeito ilustrativo da distribuição das temperaturas na seção transversal da estrutura, apresenta-se nas Figuras 7.18 e 7.19 curvas de mesma temperatura em conjunto com os gradientes de cores, denominadas isocores ou isotermas. O instante em que são apresentadas as distribuições de temperatura refere-se às idades de ocorrência das máximas temperaturas para cada caso. Capítulo 7 – Estudo de Caso 166 69,40 60,23 60,81 62,17 54,53 55,01 54,93 48,82 49,21 47,70 43,12 43,41 40,47 37,41 37,60 33,23 31,71 31,80 26,00 26,00 26,00 a) Concreto de Referência b) Concreto com Sílica ativa c) Concreto com Metacaulim Figura 7.18 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 2. Observa-se na Figura 7.18 que as cores vermelhas apresentam configurações semelhantes nos três concretos. Isto pode estar associado ao tempo de ocorrência das temperaturas máximas que é igual para todos (14,2 dias). Capítulo 7 – Estudo de Caso 167 66,00 59,58 59,33 53,98 52,67 48,39 46,00 42,79 39,33 37,19 32,67 31,60 26,00 d) Concreto com Pozolana 26,00 e) Concreto com Escória Figura 7.19 – Isotemperaturas para as idades de ocorrência das máximas temperaturas – etapa 2. O concreto com pozolana apresenta o tempo de ocorrência da máxima temperatura igual aos concretos da Figura 7.18. Com isso, percebe-se uma semelhança nas distribuições das cores vermelhas. O concreto com escória tem a configuração das cores vermelhas diferente, provavelmente pelo o tempo de ocorrência da máxima temperatura (14 dias) que é menor do que os demais concretos. Nos gráficos apresentados nas Figuras 7.20 a 7.21 pôde-se observar o comportamento das temperaturas obtidas nas três regiões variando com o tempo. Capítulo 7 – Estudo de Caso 168 Temperaturas Máximas no Concreto 80 Referência Sílica Ativa Metacaulim Escória Pozolana 70 Temperatura (°C) 60 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.20 – Comportamento da temperatura com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 2. Na Figura 7.20 percebe-se que os concretos com sílica, com metacaulim e com escória apresentam os picos de temperatura inferiores aos do concreto de referência e com pozolana. Este comportamento está de acordo com as elevações adiabáticas apresentadas por estes concretos, como pode ser visto nas Figuras 7.16 e 7.17. Observa-se também, que na região de temperatura máxima, os picos de temperatura são maiores, provavelmente pelas trocas de calor que ocorrem com menos intensidade, uma vez que esta região está localizada na parte mais interna ao concreto, dificultando a dissipação do calor. Na Tabela 7.12 observa-se que o concreto de referência possui uma diferença de aproximadamente 9ºC em relação aos concretos com sílica, com metacaulim e com escória. Segundo Paulon (1987), a variação de 1ºC de temperatura pode acarretar uma tensão térmica da ordem de 0,2MPa. Deste modo, com esta redução de temperatura de 9ºC, espera-se uma redução na tensão de origem térmica do concreto na ordem de 1,8MPa. Capítulo 7 – Estudo de Caso 169 Temperatura na Superfície do Muro de Concreto 80 Referência 70 Sílica Ativa Metacaulim Temperatura (°C) 60 Escória Pozolana 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.21 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da superfície do muro – etapa 2. Temperatura na Interface Concreto x Rocha 80 Referência Temperatura (°C) 70 Sílica Ativa Metacaulim 60 Escória Pozolana 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.22 - Comportamento da temperatura com o tempo para a região da interface concreto/rocha - etapa 2. Na superfície do muro de concreto, tem-se ainda, os picos de temperatura dos concretos com sílica, com metacaulim e com escória inferiores aos do concreto de referência e com pozolana, similar ao comportamento na região de temperatura máxima (Figura 7.20), no entanto, com picos de temperatura inferiores e queda de temperatura pós-pico mais acentuada. Isto pode estar associado à troca de calor mais intensa entre o concreto e o meio externo, o que é diferente da situação do ponto da temperatura máxima apresentada na Figura 7.20 Capítulo 7 – Estudo de Caso 170 Para o ponto analisado (interface concreto x rocha), observa-se que o comportamento é similar aos apresentados nas Figuras 7.20 e 7.21, no entanto, todos os picos de temperatura são menores e a queda de temperatura pós-pico é menos acentuada. A rocha próxima a este ponto tende a absorver parte da energia calorífica fornecida pelo concreto, proporcionando assim, picos de temperatura inferiores as demais regiões. Ainda percebe-se que a queda de temperatura pós-pico é menos acentuada devido às maiores distâncias que o calor deve propagar para que haja a troca de calor com o meio externo. 7.6.2 CAMPO DE TENSÕES Os resultados de tensões obtidos para as três regiões analisadas da estrutura estão apresentados nas Figuras 7.23 a 7.25. Na Tabela 7.14 estão apresentadas as tensões máximas ocorridas, e no Anexo I estão apresentadas as tensões para as outras regiões analisadas. Tabela 7.14 – Tensões máximas ocorridas nas simulações – etapa 2. Caso Tensão máxima (MPa) Compressão Tração 7,29 - 4,69 4,04 - 5,94 3,89 - 5,31 4,90 - 5,86 4,46 - 4,09 Referência Concreto com sílica Concreto com metacaulim Concreto com pozolana Concreto com escória Idade de ocorrência Compressão Tração 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 404 h (16,8 dias) 2400 h (100 dias) 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) 336 h (14 dias) 2400 h (100 dias) Tensões Máximas no Concreto 10 Referência 8 Sílica Ativa Metacaulim 6 Escória Pozolana Tensão (MPa) 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.23 – Comportamento da tensão com o tempo para a região da temperatura máxima – etapa 2. Na Figura 7.23 observa-se que as tensões máximas de compressão para todos os concretos com adição mineral apresentam-se inferiores ao concreto de referência, tendo ainda o Capítulo 7 – Estudo de Caso 171 concreto com pozolana um pouco acima dos concretos com sílica, metacaulim e escória. Tais comportamentos estão coerentes com as temperaturas máximas alcançadas pelos os mesmos, uma vez que as temperaturas máximas influenciam nestas tensões. Contudo, as tensões de tração do concreto apresentam-se superiores para os concretos com sílica ativa, metacaulim e pozolana, em relação ao concreto de referência. Tal fato pode estar associado aos maiores valores de módulo de elasticidade alcançados para os concretos com sílica e pozolana (ver Tabela 7.7). Já para o concreto com o metacaulim, o coeficiente de dilatação térmica apresentou maior valor em relação aos demais (ver capítulo 6), fato este que pode justificar os níveis de tensão de tração superiores aos do concreto de referência. O concreto com escória apresentou tensões de tração inferiores aos demais. Este fato pode ser justificado, principalmente pela baixa elevação adiabática e difusividade térmica apresentadas por este concreto. Tensões na Superfície do Muro de Concreto 10 8 Referência 6 Sílica Ativa Metacaulim Tensão (MPa) 4 Escória Pozolana 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.24 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da superfície do muro - etapa 2. Capítulo 7 – Estudo de Caso 172 Tensões na Interface Concreto x Rocha 10 Referência 8 Sílica Ativa Metacaulim 6 Escória Pozolana Tensão (MPa) 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.25 - Comportamento da tensão com o tempo para a região da interface concreto/rocha – etapa 2. De uma forma geral, observa-se nas Figuras 7.24 e 7.25 que o concreto com escória mantém níveis de tensão de tração inferior ao concreto de referência, bem como aos concretos com adição mineral. É interessante salientar que as tensões de origem térmica no concreto com escória são inferiores independentemente da região analisada. Nota-se ainda que as demais adições minerais não minimizaram substancialmente as tensões de origem térmica, inclusive em alguns casos apresentando tensões maiores que o concreto de referência, mesmo com a redução do consumo de cimento equivalente dos concretos com adição. Tal fato pode ser explicado pelos efeitos que as adições minerais promovem conjuntamente com outras propriedades intervenientes no problema térmico, tais como: módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson, fluência, resistência à tração e propriedades térmicas. Por fim, tem-se nas Figuras 7.26 a 7.30 o gráfico que mostram as possibilidades de fissuras dos concretos estudados na região de ocorrência da máxima temperatura. Capítulo 7 – Estudo de Caso 173 10 Referência Tensão (MPa) 6 Tração na Flexão 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.26 – Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Referência – etapa 2. 10 Sílica Ativa Tensão (MPa) 6 Tração na Flexão 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.27 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Sílica ativa - etapa 2. Capítulo 7 – Estudo de Caso 174 10 Metacaulim Tensão (MPa) 6 Tração na Flexão 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.28 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Metacaulim - etapa 2. 10 Pozolana Tração na Flexão Tensão (MPa) 6 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.29 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Pozolana - etapa 2. Capítulo 7 – Estudo de Caso 175 10 Escória Tração na Flexão Tensão (MPa) 6 2 -2 -6 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (dia) Figura 7.30 - Comportamento tensional na região de temperatura máxima do concreto – Escória - etapa 2. É possível observar nas Figuras 7.26 a 7.30 que para todos os concretos, há uma tendência à fissuração, ou seja, as tensões atingidas pelos concretos ultrapassam suas resistências à tração na flexão, porém em idades distintas. Isto está associado às diferentes características térmicas e mecânicas pertinentes de cada concreto analisado. Entretanto, cabe ressaltar que o concreto com escória apresenta uma menor probabilidade de fissuração em relação aos outros concretos. 7.7 ANÁLISE GLOBAL ENTRE AS ETAPAS 1 E 2 7.7.1 CAMPO DE TEMPERATURAS Percebe-se para a primeira etapa (consumo de cimento equivalente fixo) que os concretos apresentam diferenças nos picos de temperatura máxima entre todos os concretos, no entanto, são pouco expressivas. Já na segunda etapa (resistência fixa) as diferenças entre os picos de temperatura máxima dos concretos são mais representativas, devido à redução do consumo de cimento equivalente promovida pelas diferentes eficiências dos concretos com as adições minerais. Para esta etapa, os concretos com adições minerais apresentam picos de temperatura menores, principalmente para os concretos com sílica, metacaulim e escória, os quais apresentaram as maiores eficiências. Porém, independente das análises (etapas) todas demonstraram que as adições promovem comportamento térmico diferente nas estruturas. Capítulo 7 – Estudo de Caso 176 7.7.2 CAMPO DE TENSÕES No campo de tensões, observa-se que tanto para primeira quanto para a segunda etapa, as tensões de compressão para os concretos com adição mineral apresentam-se inferiores comparados com o concreto de referência. Já para as tensões de tração os concretos com adição alcançaram valores superiores nas duas etapas. Contudo, para a segunda etapa os níveis de tensões nos concretos com adição mostraram-se mais amenizadas. Nas duas etapas todos os concretos apresentaram uma probabilidade de fissuração. No entanto, cabe salientar que para o estudo do problema térmico, vários parâmetros como a geometria, as condições de contorno, os processos de execução, dentre outros, são levados em consideração. Deste modo, tem-se para este estudo de caso, que, apenas as adições minerais podem não ser suficientes para minimizar a probabilidade de fissuração no concreto. É necessário analisar o emprego das adições minerais com a variação destes parâmetros, quando possível, nos estudos termotensionais. Por fim, cabe ressaltar para este estudo de caso que, mesmo as adições reduzindo as temperaturas máximas, principalmente na segunda etapa, os concretos apresentaram elevados níveis de tensão de tração. Este fato pode estar associado à melhoria das propriedades mecânicas, como por exemplo, o aumento do módulo de elasticidade. CAPÍTULO 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se considerar de uma forma geral que as adições minerais apresentaram neste estudo influência nas propriedades térmicas do concreto, sendo que, algumas propriedades são mais e outras menos influenciadas. Não obstante, esta consideração apesar de estar em concordância com grande parte da bibliografia pesquisada, não deve ser tomada de uma forma geral ou definitiva, pois se refere apenas aos dados encontrados com métodos e materiais utilizados nesta pesquisa. Com isso, para sua representatividade é necessária a realização de novas pesquisas que apresentem resultados que possam complementar e confirmar os dados obtidos nesta dissertação. 8.1 CARACTERÍSTICAS DAS ADIÇÕES MINERAIS Para os comportamentos apresentados pelos concretos estudados nesta dissertação, devem-se considerar as características de cada adição mineral empregada. O metacaulim se apresentou bastante reativo como é comprovado pelos ensaios de atividade pozolânica com cimento (118,2%) e pelo método Chapelle modificado (737mg CaO/g amostra). Esta característica pode ser atribuída à sua composição química (principalmente, SiO2, Al2O3 e Fe2O3) e à sua elevada área específica (21.250m2/kg) que foi superior às verificadas nas demais adições e às encontradas em boa parte da bibliografia consultada. Porém, foi observado no ensaio de difratometria do metacaulim grandes picos cristalinos. A sílica ativa apresentou alta reatividade, também confirmada pelos ensaios de atividade pozolânica (109,8% e 809mg CaO/g amostra). Pode-se atribuir a reatividade à sua composição química (principalmente o SiO2), à sua elevada área específica (15.990m2/kg) e ao seu alto grau de amorfismo detectado no ensaio de difratometria. É interessante salientar para o metacaulim e sílica ativa, que os ensaios de atividade pozolânica tanto com cimento quanto pelo método Chapelle modificado, mostraram claramente os efeitos do grau de amorfismo e da área específica. Para o ensaio de atividade pozolânica com cimento, a área específica contribui com uma parcela devido o efeito fíler, no entanto, para a atividade pozolânica pelo método Chapelle modificado este efeito é pouco pronunciado, sendo o Capítulo 8 – Considerações Finais 178 grau de amorfismo mais predominante. Desta forma, observou-se que o valor de atividade pozolânica com cimento é maior para o metacaulim que tem a maior área específica, já na atividade pozolânica pelo método Chapelle modificado, a sílica ativa que apresenta um alto grau de amorfismo tem o maior valor. A pozolana apresentou pouca reatividade devido à sua baixa área específica (443m2/kg) e ao seu alto grau de cristalinidade. A sua pozolanicidade pôde ser verificada pelo o seu ensaio de atividade pozolânica com cimento que apresentou um valor acima do preconizado pela norma (95,61% ≥ 75% (limite da norma)). A escória apresenta um alto grau de amorfismo e sua área específica (900m2/kg) apresenta-se superior às encontradas em grande parte da bibliografia. Observou-se também que o somatório dos principais elementos (SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 = 46,45%) foi inferior ao preconizado pela norma (≥ 50%). 8.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO 8.2.1 INFLUÊNCIA DAS ADIÇÕES MINERAIS NO CALOR DE HIDRATAÇÃO E ELEVAÇÃO ADIABÁTICA DE TEMPERATURA Com os resultados obtidos no programa experimental é possível considerar para os ensaios de calor de hidratação e elevação adiabática do concreto, que o calor gerado pelas reações exotérmicas dos compostos do cimento é fortemente influenciado pelas adições minerais e pelos teores tanto com as adições menos reativas, como a pozolana e a escória, quanto pelas mais reativas, como a sílica ativa e o metacaulim. Os maiores valores de calor de hidratação encontrados neste programa experimental são de 273,8J/g (3 dias) e 340,4J/g (7 dias) para o metacaulim, 240,9J/g (3 dias) e 249,0J/g (7 dias) para a sílica ativa, 199,4J/g (3 dias) e 213J/g (7 dias) para a pozolana, 190,1J/g (3 dias) e 218,1J/g (7 dias) para escória e 230,7J/g (3 dias) e 234,3J/g (7 dias) para o cimento CP II – F- 32 (referência). Percebe-se que as adições menos reativas contribuem para a diminuição do calor e que as adições mais reativas tendem a aumentar o calor de hidratação, para um mesmo consumo de cimento equivalente. Com base nas caracterizações realizadas para as adições e na bibliografia, fazem-se as seguintes considerações: - O metacaulim foi adição que promoveu a maior quantidade de calor em todos os seus teores de substituição. Atribui-se este comportamento à sua elevada área específica e à sua composição química, principalmente, pelo alto teor de alumina (Al2O3 = 41,41%), que pode estar amorfa. Também, o composto Fe2O3 (3,49%) possivelmente contribuiu para uma pequena parcela na hidratação e conseqüentemente na geração de calor. Observa-se na bibliografia, que o metacaulim Capítulo 8 – Considerações Finais 179 acelera a hidratação do C3S, que é o composto responsável também pelo endurecimento do concreto e que individualmente libera uma certa quantidade de calor durante a hidratação; - Para a sílica, observou-se que a sua elevada área específica e ao seu alto teor de sílica amorfa (SiO2 = 91,58%) são responsáveis pelo o aumento na quantidade de calor. Segundo a bibliografia, este teor de sílica amorfa acelera a hidratação do C3S; - A baixa reatividade da pozolana proporcionou uma quantidade menor de calor. Isto se deve provavelmente pela sua baixa área específica e pelo seu alto grau de cristalinidade. Sua composição química pode ser um fator influente, uma vez que os principais compostos se encontram em menores quantidades (SiO2 = 54,40%, Al2O3 = 16,54% e Fe2O3 = 4,67%); - A escória apresentou a menor quantidade de calor. Isto pode ser atribuído ao fato que esta escória apresentou-se pouco cimentícia, como foi observado na sua caracterização (SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 = 46,45 ≤ 50%). Observou-se na bibliografia, que as escórias de alto-forno têm como característica as reações químicas serem mais lentas. Assim, sendo menos cimentícia, esta característica se torna mais pronunciada. Por fim, considera-se que, nestas propriedades empregou-se teores de substituição diferentes. Isto também deve ser levado em conta como fator influente nas diferenças encontradas entre os resultados obtidos. 8.2.2 INFLUÊNCIA ENDURECIDO DAS ADIÇÕES MINERAIS NAS PROPRIEDADES TÉRMICAS DO CONCRETO - Calor específico: Ao comparar os concretos contendo as adições minerais com o concreto de referência, pode-se considerar que o calor específico sofre pouca influência das adições minerais tanto pelas adições menos reativas quanto pelas mais reativas. Isto se confirma com a formação de dois grupos sobrepostos na condição (SSS) e três grupos sobrepostos na condição de 20% de saturação, para os tipos de concreto. Esse comportamento pode ser associado ao valor de calor específico de cada adição ser próximo entre si e ao do cimento. Conclui-se estatisticamente que a temperatura tem mais influência nessa propriedade do que o tipo de concreto. Isto ocorre para as duas condições de umidade, principalmente para a temperatura de 60ºC a qual formou um grupo distinto do formado pelas demais temperaturas de 20ºC, 30ºC, 40ºC e 50ºC. - Difusividade térmica: Para a difusividade térmica, quando são comparados os concretos com as adições com o concreto de referência, as adições minerais apresentaram ser mais influentes, já que para esta propriedade, os concretos apresentaram três grupos distintos. As adições mais reativas mostraram Capítulo 8 – Considerações Finais 180 comportamentos similares entre si, fato que pode ser associado às suas características serem semelhantes, principalmente físicas. A escória de alto-forno apresentou uma maior influência nessa propriedade, o que pode estar atrelado à baixa difusividade térmica do material e ao teor de substituição deste material no cimento, que foi maior do que nas outras adições. A temperatura apresentou pouca influência nessa propriedade. - Coeficiente de dilatação térmica: O coeficiente de dilatação apresentou-se influenciado pelas as adições minerais no tipo de concreto e com a idade de ensaio. Contudo, a idade de ensaio demonstrou uma grande influência nesta propriedade, fato que, na bibliografia é relatado que esta variável influencia pouco no coeficiente de dilatação. Entretanto, percebe-se que, com a presença das adições minerais, a idade de ensaio torna-se mais significativa, já que elas têm grande influência na pasta de cimento, que é responsável pelo crescimento do coeficiente com a idade. Por fim, tem-se que os efeitos físicos, promovidos pela característica física das adições e pelos compostos formados pela reação entre o cimento e as adições, provavelmente são responsáveis pelas mudanças ocorridas nessa propriedade. Quando da utilização de adições minerais no concreto, sugere-se que para a aplicação destas propriedades térmicas no estudo do problema térmico, sejam realizados ensaios de laboratório, uma vez que as diferenças dos valores médios entre os concretos foram significativas. 8.3 ESTUDO DE CASO As análises do comportamento térmico foram realizadas em duas etapas, a primeira etapa utilizou-se os concretos com o consumo de cimento equivalente fixo e na segunda etapa adotou-se uma resistência fixa. Percebeu-se para a primeira etapa, que os concretos apresentaram diferenças nos picos de temperatura máxima entre todos os concretos, no entanto, são pouco expressivas. Já na segunda etapa as diferenças entre os picos de temperatura máxima dos concretos são mais representativas, devido à redução do consumo de cimento equivalente promovida pelas diferentes eficiências dos concretos com as adições minerais. No campo de tensões, observa-se que tanto para primeira etapa quanto para a segunda etapa, as tensões de compressão para os concretos com adição mineral apresentam-se inferiores comparados com o concreto de referência. Já para as tensões de tração os concretos com adição alcançaram valores superiores nas duas etapas. Contudo, para a segunda etapa as tensões nos concretos com adição mostraram-se mais amenizadas. Capítulo 8 – Considerações Finais 181 Nas duas etapas todos os concretos apresentaram uma probabilidade de fissuração. No entanto, cabe salientar que para o estudo do problema térmico, vários parâmetros como a geometria, as condições de contorno, os processos de execução, dentre outros, são levados em consideração. Deste modo, tem-se para este estudo de caso, que, apenas as adições minerais podem não ser suficientes para minimizar a probabilidade de fissuração no concreto, sendo necessário analisar o emprego das adições minerais com a variação destes fatores, quando possível, nos estudos termotensionais. Contudo, o concreto com escória apresentou uma probabilidade de fissuração menor tanto na primeira etapa quanto na segunda, em relação aos outros concretos. No entanto, na segunda etapa essa probabilidade foi ligeiramente menor do que na primeira. 8.4 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS É importante salientar que não basta o conhecimento das propriedades térmicas para verificar o risco de fissuras de origem térmica, mas também como as adições interferem no comportamento mecânico das estruturas de concreto. Como não compete a este trabalho entrar neste mérito, sugere-se para complemento ao estudo realizado nesta dissertação as seguintes linhas de pesquisas: - Estudo das propriedades térmicas com adições minerais variando-se a relação água/cimento; - Estudo das propriedades térmicas do concreto endurecido com outras adições minerais, tais como: cinza de casca de arroz, cinza volante, pozolanas naturais, entre outras; - Estudar possíveis pontos ótimos de teores de adição mineral no calor de hidratação; - Estudar a influência das adições minerais nas propriedades mecânicas, elásticas e viscoelásticas com o enfoque ao comportamento térmico do concreto; - Realizar estudos paramétricos de temperatura com o concreto contendo adição mineral, fixando as outras propriedades do concreto e variando apenas as propriedades térmicas (calor específico, difusividade e coeficiente), uma de cada vez. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________. NBR 5733 - Cimento Portland de alta resistência inicial. 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ANEXO 192 ANEXO ANEXO 193 ANEXO A Nas Tabelas A1 a A13 e nas Figura A1 a A13 está apresentado um resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação e as curvas obtidas do ensaio para o cimento CP II – F – 32 e para cada tipo de adição combinada com esse cimento. Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 Tabela A1 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F - 32 Calor de hidratação (cal/g) 48,7 53,6 55,1 55,6 55,9 56,1 56,0 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 203,7 224,6 230,7 233,0 234,1 235,0 234,3 Curva de Calorias por hora Curva de Aquecimento 600 28 500 24 400 20 300 16 12 200 8 100 4 0 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 20 40 60 180 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (j/g) Curva do calor de hidratação (cal/g) 300 80 70 250 60 200 50 150 40 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A1 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 ANEXO 194 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 4 % de sílica ativa Tabela A2 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 4 % de sílica ativa. Calor de hidratação (cal/g) 49,8 55,8 57,5 58,3 58,6 59,0 59,5 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 208,3 233,5 240,9 244,0 245,5 247,1 249,0 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A2 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 4 % de sílica ativa. ANEXO 195 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 8 % de sílica ativa Tabela A3 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 8 % de sílica ativa. Calor de hidratação (cal/g) 51,8 57,0 57,9 58,3 58,1 58,0 58,0 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 217,1 238,5 242,5 244,1 243,4 242,7 242,7 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 600 28 500 24 20 400 16 300 12 200 8 100 4 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 300 70 250 60 200 50 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A3 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 8 % de sílica ativa. ANEXO 196 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 12 % de sílica ativa Tabela A4 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 12 % de sílica ativa. Calor de hidratação (cal/g) 50,2 55,7 57,0 57,3 57,5 57,1 57,4 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 210,2 233,3 238,5 240,0 240,6 239,2 240,4 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A4 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 12 % de sílica ativa. ANEXO 197 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 4 % de metacaulim Tabela A5 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 4 % de metacaulim. Calor de hidratação (cal/g) 47,0 55,5 60,7 64,3 67,4 70,1 73,2 Idade (horas) 24 46 70 94 118 142 168 Calor de hidratação (J/g) 196,6 232,6 254,2 269,1 282,2 293,6 306,3 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A5 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 4 % de metacaulim. ANEXO 198 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 8 % de metacaulim Tabela A6 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 8 % de metacaulim. Calor de hidratação (cal/g) 44,3 53,0 57,8 60,4 62,1 62,9 63,7 Idade (horas) 24 46 70 94 118 142 168 Calor de hidratação (J/g) 185,4 222,0 241,8 252,9 260,0 263,3 266,6 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 90 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A6 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 8 % de metacaulim. ANEXO 199 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 12 % de metacaulim Tabela A7 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 12 % de metacaulim. Calor de hidratação (cal/g) 48,2 58,8 65,4 70,1 74,2 78,0 81,3 Idade (horas) 24 46 70 94 118 142 168 Calor de hidratação (J/g) 201,8 246,4 273,8 293,4 310,6 326,4 340,4 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 90 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A7 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 12 % de metacaulim. ANEXO 200 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 15 % de pozolana Tabela A8 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 15 % de pozolana. Calor de hidratação (cal/g) 40,8 45,2 46,8 47,7 48,4 49,1 49,6 Idade (horas) 24 48 72 96 120 144 168 Calor de hidratação (J/g) 170,6 189,1 196,1 199,6 202,6 205,4 207,5 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A8 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 15 % de pozolana. ANEXO 201 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 20 % de pozolana Tabela A9 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 20 % de pozolana. Calor de hidratação (cal/g) 42,5 46,2 47,6 48,3 49,4 50,4 50,9 Idade (horas) 24 48 72 96 120 144 168 Calor de hidratação (J/g) 178,1 193,4 199,4 202,1 207,0 210,9 213,2 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 800 32 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 20 40 60 T emp o ( h) 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A9 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 20 % de pozolana. ANEXO 202 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 30 % de pozolana Tabela A10 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 30 % de pozolana. Calor de hidratação (cal/g) 36,4 41,1 42,7 43,7 44,4 44,6 45,4 Idade (horas) 24 48 72 96 120 144 168 Calor de hidratação (J/g) 152,2 172,3 178,9 182,9 185,8 186,7 190,1 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A10 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F- 32 + 30 % de pozolana. ANEXO 203 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 40 % de escória Tabela A11 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 40 % de escória. Calor de hidratação (cal/g) 33,3 41,8 45,4 47,2 49,2 50,9 52,1 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 139,5 174,9 190,1 197,5 205,8 213,0 218,1 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A11 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F - 32 + 40 % de escória. ANEXO 204 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 50 % de escória Tabela A12 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 50 % de escória. Calor de hidratação (cal/g) 26,5 34,5 38,2 39,9 41,1 42,1 44,0 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 111,0 144,6 159,8 167,2 172,0 176,3 184,2 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 600 28 24 500 20 400 16 300 12 200 8 100 4 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 300 70 250 60 200 50 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A12 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F - 32 + 50 % de escória. ANEXO 205 Calor de hidratação – Cimento CP II – F -32 + 60 % de escória Tabela A13 – Resumo das leituras do ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F – 32 + 60 % de escória. Calor de hidratação (cal/g) 20,7 28,6 32,5 35,5 37,6 39,7 40,9 Idade (horas) 24 47 71 95 119 143 168 Calor de hidratação (J/g) 86,7 119,8 135,9 148,5 157,6 166,4 171,4 Curva de Aquecimento Curva de Calorias por hora 32 800 28 700 24 600 20 500 16 400 12 300 8 200 4 100 0 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 180 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T emp o ( h) T emp o ( h) Curva do calor de hidratação (cal/g) Curva do calor de hidratação (j/g) 80 350 70 300 60 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 0 20 40 60 80 100 T emp o ( h) 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 T e m po ( h) Figura A13 – Curvas obtidas no ensaio de calor de hidratação – Cimento CP II – F - 32 + 60 % de escória. ANEXO 206 ANEXO B Nas Tabelas B1 a B10 estão apresentadas as leituras do ensaio de elevação adiabática do concretos estudados. Tabela B1 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto de referência Tempo (dia) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0,000 0 20,05 0,00 0,0000 0,000 0,042 1 20,50 0,45 0,0012 0,000 0,083 2 20,70 0,65 0,0017 0,100 0,125 3 21,00 0,95 0,0025 0,167 0,167 4 21,40 1,35 0,0036 0,225 0,208 5 21,90 1,85 0,0049 0,280 0,250 6 22,80 2,75 0,0073 0,383 0,292 7 24,10 4,05 0,0107 0,514 0,333 8 25,90 5,85 0,0155 0,675 0,375 9 28,15 8,10 0,0214 0,850 0,417 10 31,10 11,05 0,0292 1,060 0,458 11 34,70 14,65 0,0388 1,291 0,500 12 38,35 18,30 0,0484 1,488 0,542 13 41,15 21,10 0,0558 1,588 0,583 14 43,25 23,20 0,0614 1,625 0,625 15 45,10 25,05 0,0663 1,640 0,667 16 46,85 26,80 0,0709 1,647 0,708 17 48,55 28,50 0,0754 1,650 0,750 18 50,10 30,05 0,0795 1,644 0,792 19 51,50 31,45 0,0832 1,632 0,833 20 52,70 32,65 0,0864 1,610 0,875 21 53,80 33,75 0,0893 1,586 0,917 22 54,65 34,60 0,0915 1,552 0,958 23 55,50 35,45 0,0938 1,522 1,000 24 56,15 36,10 0,0955 1,485 ANEXO 207 Tabela B2 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto de referência Tempo (dias) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0 0 20,05 0,00 0,0000 0,000 1 24 56,15 36,10 0,0955 1,485 2 48 64,95 44,90 0,1188 0,926 3 72 66,95 46,90 0,1241 0,645 4 96 67,90 47,85 0,1266 0,494 5 120 68,40 48,35 0,1279 0,399 6 144 68,60 48,55 0,1284 0,334 7 168 68,80 48,75 0,1290 0,288 8 192 68,80 48,75 0,1290 0,252 9 216 68,80 48,75 0,1290 0,224 10 240 68,80 48,75 0,1290 0,201 11 264 68,80 48,75 0,1290 0,183 12 288 68,80 48,75 0,1290 0,168 13 312 68,80 48,75 0,1290 0,155 14 336 68,80 48,75 0,1290 0,144 15 360 68,80 48,75 0,1290 0,134 16 384 68,80 48,75 0,1290 0,126 17 408 68,80 48,75 0,1290 0,118 18 432 68,80 48,75 0,1290 0,112 19 456 68,80 48,75 0,1290 0,106 20 480 68,80 48,75 0,1290 0,101 21 504 68,80 48,75 0,1290 0,096 22 528 68,80 48,75 0,1290 0,091 23 552 68,80 48,75 0,1290 0,088 24 576 68,80 48,75 0,1290 0,084 25 600 68,80 48,75 0,1290 0,081 26 624 68,80 48,75 0,1290 0,077 27 648 68,80 48,75 0,1290 0,075 28 672 68,80 48,75 0,1290 0,072 ANEXO 208 Tabela B3 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 8 % de sílica ativa. Tempo (dia) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0,000 0 20,90 0,00 0,0000 0,000 0,042 1 21,30 0,40 0,0011 0,000 0,083 2 21,50 0,60 0,0016 0,100 0,125 3 21,90 1,00 0,0026 0,200 0,167 4 22,40 1,50 0,0040 0,275 0,208 5 23,25 2,35 0,0062 0,390 0,250 6 24,60 3,70 0,0098 0,550 0,292 7 26,35 5,45 0,0144 0,721 0,333 8 28,75 7,85 0,0208 0,931 0,375 9 32,00 11,10 0,0294 1,189 0,417 10 35,90 15,00 0,0397 1,460 0,458 11 38,95 18,05 0,0478 1,605 0,500 12 41,25 20,35 0,0538 1,663 0,542 13 43,15 22,25 0,0589 1,681 0,583 14 45,00 24,10 0,0638 1,693 0,625 15 46,85 25,95 0,0687 1,703 0,667 16 48,50 27,60 0,0730 1,700 0,708 17 50,05 29,15 0,0771 1,691 0,750 18 51,50 30,60 0,0810 1,678 0,792 19 52,60 31,70 0,0839 1,647 0,833 20 53,70 32,80 0,0868 1,620 0,875 21 54,70 33,80 0,0894 1,590 0,917 22 55,60 34,70 0,0918 1,559 0,958 23 56,40 35,50 0,0939 1,526 1,000 24 57,20 36,30 0,0960 1,496 ANEXO 209 Tabela B4 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 8 % de sílica ativa. Tempo (dias) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0 0 20,90 0,00 0,0000 0,000 1 24 57,20 36,30 0,0960 1,496 2 48 65,60 44,70 0,1183 0,923 3 72 66,95 46,05 0,1218 0,634 4 96 67,75 46,85 0,1239 0,484 5 120 68,15 47,25 0,1250 0,390 6 144 68,50 47,60 0,1259 0,328 7 168 68,75 47,85 0,1266 0,282 8 192 68,85 47,95 0,1269 0,248 9 216 69,00 48,10 0,1272 0,221 10 240 69,20 48,30 0,1278 0,200 11 264 69,20 48,30 0,1278 0,181 12 288 69,30 48,40 0,1280 0,167 13 312 69,35 48,45 0,1282 0,154 14 336 69,40 48,50 0,1283 0,143 15 360 69,40 48,50 0,1283 0,134 16 384 69,40 48,50 0,1283 0,125 17 408 69,40 48,50 0,1283 0,118 18 432 69,40 48,50 0,1283 0,111 19 456 69,40 48,50 0,1283 0,105 20 480 69,40 48,50 0,1283 0,100 21 504 69,40 48,50 0,1283 0,095 22 528 69,40 48,50 0,1283 0,091 23 552 69,40 48,50 0,1283 0,087 24 576 69,40 48,50 0,1283 0,084 25 600 69,40 48,50 0,1283 0,080 26 624 69,40 48,50 0,1283 0,077 27 648 69,40 48,50 0,1283 0,074 28 672 69,40 48,50 0,1283 0,072 ANEXO 210 Tabela B5 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 8 % de metacaulim. Tempo (dia) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0,000 0 20,90 0,00 0,0000 0,000 0,042 1 21,30 0,40 0,0012 0,000 0,083 2 21,60 0,70 0,0020 0,150 0,125 3 21,90 1,00 0,0029 0,200 0,167 4 22,40 1,50 0,0043 0,275 0,208 5 23,20 2,30 0,0066 0,380 0,250 6 24,60 3,70 0,0107 0,550 0,292 7 26,30 5,40 0,0156 0,714 0,333 8 28,80 7,90 0,0228 0,938 0,375 9 32,15 11,25 0,0324 1,206 0,417 10 35,70 14,80 0,0427 1,440 0,458 11 38,30 17,40 0,0501 1,545 0,500 12 40,30 19,40 0,0559 1,583 0,542 13 42,00 21,10 0,0608 1,592 0,583 14 43,85 22,95 0,0661 1,611 0,625 15 45,70 24,80 0,0715 1,627 0,667 16 47,50 26,60 0,0767 1,638 0,708 17 49,30 28,40 0,0818 1,647 0,750 18 50,90 30,00 0,0865 1,644 0,792 19 52,50 31,60 0,0911 1,642 0,833 20 54,10 33,20 0,0957 1,640 0,875 21 55,50 34,60 0,0997 1,629 0,917 22 56,90 36,00 0,1037 1,618 0,958 23 58,20 37,30 0,1075 1,604 1,000 24 59,40 38,50 0,1110 1,588 ANEXO 211 Tabela B6 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 8 % de metacaulim. Tempo (dias) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0 0 20,90 0,00 0,0000 0,000 1 24 59,40 38,50 0,1110 1,588 2 48 68,05 47,15 0,1359 0,974 3 72 70,35 49,45 0,1425 0,681 4 96 71,15 50,25 0,1448 0,519 5 120 71,50 50,60 0,1458 0,418 6 144 71,65 50,75 0,1463 0,350 7 168 71,80 50,90 0,1467 0,301 8 192 71,80 50,90 0,1467 0,263 9 216 71,80 50,90 0,1467 0,234 10 240 71,80 50,90 0,1467 0,210 11 264 71,80 50,90 0,1467 0,191 12 288 71,80 50,90 0,1467 0,175 13 312 71,80 50,90 0,1467 0,162 14 336 71,80 50,90 0,1467 0,150 15 360 71,80 50,90 0,1467 0,140 16 384 71,80 50,90 0,1467 0,132 17 408 71,80 50,90 0,1467 0,124 18 432 71,80 50,90 0,1467 0,117 19 456 71,80 50,90 0,1467 0,111 20 480 71,80 50,90 0,1467 0,105 21 504 71,80 50,90 0,1467 0,100 22 528 71,80 50,90 0,1467 0,096 23 552 71,80 50,90 0,1467 0,091 24 576 71,80 50,90 0,1467 0,088 25 600 71,80 50,90 0,1467 0,084 26 624 71,80 50,90 0,1467 0,081 27 648 71,80 50,90 0,1467 0,078 28 672 71,80 50,90 0,1467 0,075 ANEXO 212 Tabela B7 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 20 % de pozolana. Tempo (dia) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0,000 0 20,40 0,00 0,0000 0,000 0,042 1 20,80 0,40 0,0010 0,000 0,083 2 21,10 0,70 0,0018 0,150 0,125 3 21,30 0,90 0,0024 0,167 0,167 4 21,45 1,05 0,0028 0,163 0,208 5 21,70 1,30 0,0034 0,180 0,250 6 22,10 1,70 0,0045 0,217 0,292 7 22,60 2,20 0,0058 0,257 0,333 8 23,40 3,00 0,0079 0,325 0,375 9 24,60 4,20 0,0110 0,422 0,417 10 26,15 5,75 0,0151 0,535 0,458 11 28,10 7,70 0,0202 0,664 0,500 12 30,65 10,25 0,0269 0,821 0,542 13 33,45 13,05 0,0343 0,973 0,583 14 35,70 15,30 0,0402 1,064 0,625 15 37,40 17,00 0,0446 1,107 0,667 16 38,75 18,35 0,0482 1,122 0,708 17 40,10 19,70 0,0517 1,135 0,750 18 41,45 21,05 0,0552 1,147 0,792 19 42,80 22,40 0,0588 1,158 0,833 20 44,15 23,75 0,0623 1,168 0,875 21 45,50 25,10 0,0659 1,176 0,917 22 46,70 26,30 0,0690 1,177 0,958 23 47,90 27,50 0,0722 1,178 1,000 24 48,90 28,50 0,0748 1,171 ANEXO 213 Tabela B8 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 20 % de pozolana. Tempo (dias) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0 0 20,40 0,00 0,0000 0,000 1 24 48,90 28,50 0,0748 1,171 2 48 60,80 40,40 0,1060 0,833 3 72 64,30 43,90 0,1152 0,604 4 96 65,50 45,10 0,1184 0,466 5 120 66,15 45,75 0,1201 0,378 6 144 66,60 46,20 0,1213 0,318 7 168 66,85 46,45 0,1219 0,274 8 192 67,15 46,75 0,1227 0,241 9 216 67,25 46,85 0,1230 0,215 10 240 67,35 46,95 0,1232 0,194 11 264 67,40 47,00 0,1234 0,177 12 288 67,45 47,05 0,1235 0,162 13 312 67,50 47,10 0,1236 0,150 14 336 67,50 47,10 0,1236 0,139 15 360 67,50 47,10 0,1236 0,130 16 384 67,50 47,10 0,1236 0,122 17 408 67,50 47,10 0,1236 0,114 18 432 67,50 47,10 0,1236 0,108 19 456 67,50 47,10 0,1236 0,102 20 480 67,50 47,10 0,1236 0,097 21 504 67,50 47,10 0,1236 0,093 22 528 67,50 47,10 0,1236 0,088 23 552 67,50 47,10 0,1236 0,085 24 576 67,50 47,10 0,1236 0,081 25 600 67,50 47,10 0,1236 0,078 26 624 67,50 47,10 0,1236 0,075 27 648 67,50 47,10 0,1236 0,072 28 672 67,50 47,10 0,1236 0,069 ANEXO 214 Tabela B9 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 50 % de escória. Tempo (dia) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0,000 0 19,90 0,00 0,0000 0,000 0,042 1 20,10 0,20 0,0005 0,000 0,083 2 20,30 0,40 0,0010 0,100 0,125 3 20,35 0,45 0,0012 0,083 0,167 4 20,50 0,60 0,0016 0,100 0,208 5 20,65 0,75 0,0020 0,110 0,250 6 20,80 0,90 0,0024 0,117 0,292 7 21,00 1,10 0,0029 0,129 0,333 8 21,40 1,50 0,0039 0,163 0,375 9 21,90 2,00 0,0052 0,200 0,417 10 22,60 2,70 0,0071 0,250 0,458 11 23,40 3,50 0,0092 0,300 0,500 12 24,50 4,60 0,0121 0,367 0,542 13 25,80 5,90 0,0155 0,438 0,583 14 27,10 7,20 0,0189 0,500 0,625 15 28,20 8,30 0,0218 0,540 0,667 16 29,10 9,20 0,0241 0,563 0,708 17 29,80 9,90 0,0260 0,571 0,750 18 30,50 10,60 0,0278 0,578 0,792 19 31,10 11,20 0,0294 0,579 0,833 20 31,65 11,75 0,0308 0,578 0,875 21 32,20 12,30 0,0323 0,576 0,917 22 32,70 12,80 0,0336 0,573 0,958 23 33,20 13,30 0,0349 0,570 1,000 24 33,80 13,90 0,0365 0,571 ANEXO 215 Tabela B10 – Leituras do ensaio de elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 50 % de escória. Tempo (dias) Tempo (h) Temp. do concreto (ºC) Elevação adiabática (ºC) Coeficiente ºC/(kg.m³) Fluxo (ºC/h) 0 0 19,90 0,00 0,0000 0,000 1 24 33,80 13,90 0,0365 0,571 2 48 47,95 28,05 0,0736 0,580 3 72 57,80 37,90 0,0995 0,524 4 96 62,20 42,30 0,1110 0,439 5 120 64,05 44,15 0,1159 0,366 6 144 65,10 45,20 0,1186 0,313 7 168 65,75 45,85 0,1203 0,272 8 192 66,20 46,30 0,1215 0,240 9 216 66,60 46,70 0,1226 0,215 10 240 66,75 46,85 0,1230 0,194 11 264 66,85 46,95 0,1232 0,177 12 288 67,00 47,10 0,1236 0,163 13 312 67,05 47,15 0,1238 0,150 14 336 67,15 47,25 0,1240 0,140 15 360 67,25 47,35 0,1243 0,131 16 384 67,30 47,40 0,1244 0,123 17 408 67,30 47,40 0,1244 0,116 18 432 67,30 47,40 0,1244 0,109 19 456 67,30 47,40 0,1244 0,104 20 480 67,30 47,40 0,1244 0,098 21 504 67,30 47,40 0,1244 0,094 22 528 67,30 47,40 0,1244 0,089 23 552 67,30 47,40 0,1244 0,086 24 576 67,30 47,40 0,1244 0,082 25 600 67,30 47,40 0,1244 0,079 26 624 67,30 47,40 0,1244 0,076 27 648 67,30 47,40 0,1244 0,073 28 672 67,30 47,40 0,1244 0,070 ANEXO 216 ANEXO C Nas Tabelas C1 a B5 estão apresentados os valores de ensaio e os valores ajustados pelas curvas de ajuste desses valores. Tabela C1 – Planilha de ensaio contendo os valores ajustados de calor específico utilizados na análise estatística – Concreto de referência. Concreto de Referência 4,38 % Absorção do Concreto: Corpo-de-prova Ensaio Temperatura Média de Ensaio Calor Específico (sss) Calor Específico (20%sat) Valores de ensaio 1 2 1 33,59600 0,267 0,240 2 46,07450 0,275 0,249 3 56,63800 0,307 0,281 4 51,11400 0,278 0,252 1 33,76000 0,276 0,250 2 46,07800 0,271 0,245 3 56,63250 0,272 0,246 --- --- --- --- OBS: O ponto 4 do CP2 foi desconsiderado devido à incoerência do resultado Calor Específico Valores ajustados Temperatura Média (ºC) (cal/g.ºC) J/(kg.K ) (sss) (20% sat) (sss) (20% sat) 20 0,292 0,266 1222 1113 30 0,275 0,248 1151 1038 40 0,270 0,243 1130 1017 ANEXO 217 50 0,277 0,251 1160 1051 60 0,298 0,272 1247 1139 Tabela C2 – Planilha de ensaio contendo os valores ajustados de calor específico utilizados na análise estatística – Concreto com 8 % de sílica ativa. Concreto com 8 % de sílica ativa Absorção do Concreto: Corpo-de-prova 1 2 3,57 % Temperatura Média de Ensaio Calor Específico (sss) Calor Específico (20%sat) 1 32,61150 Valores de ensaio 0,280 0,259 2 44,59800 0,290 0,269 Ensaio 3 54,98550 0,309 0,288 --- --- --- --- 1 34,44350 0,278 0,257 2 46,39800 0,297 0,276 4 51,89600 0,287 0,266 OBS: O ensaio 4 do CP1 e 3 do CP2 foram desconsiderados devido à incoerência dos resultados Calor Específico Valores ajustados Temperatura Média (ºC) (cal/g.ºC) J/(kg.K ) (sss) (20% sat) (sss) (20% sat) 20 0,275 0,254 1151 1063 30 0,278 0,257 1164 1076 40 0,285 0,264 1193 1105 50 0,296 0,275 1239 1151 ANEXO 218 60 0,311 0,290 1302 1214 Tabela C3 – Planilha de ensaio contendo os valores ajustados de calor específico utilizados na análise estatística – Concreto com 8 % de metacaulim. Concreto com 8 % de metacaulim Absorção do Concreto: Corpo-de-prova 1 2 3,82 % Temperatura Média de Ensaio Calor Específico (sss) Calor Específico (20%sat) 1 33,74950 Valores de ensaio 0,274 0,251 2 45,33100 0,285 0,262 3 55,20100 0,293 0,270 --- --- --- --- 1 2 3 4 33,76350 45,86300 55,98900 51,09500 0,263 0,275 0,282 0,266 0,240 0,253 0,259 0,243 Ensaio OBS: O ensaio 4 do CP1 foi desconsiderado devido à incoerência do resultado Calor Específico Valores ajustados Temperatura Média (ºC) (cal/g.ºC) J/(kg.K ) (sss) (20% sat) (sss) (20% sat) 20 0,266 0,243 1113 1017 30 0,268 0,245 1122 1026 40 0,272 0,249 1139 1042 50 0,279 0,256 1168 1072 60 0,288 0,266 1206 1113 ANEXO 219 Tabela C4 – Planilha de ensaio contendo os valores ajustados de calor específico utilizados na análise estatística – Concreto com 20 % de pozolana. Concreto com 20 % de pozolana 3,32 % Absorção do Concreto: Corpo-de-prova 1 2 Temperatura Média de Ensaio Calor Específico (sss) Calor Específico (20%sat) 1 32,73750 Valores de ensaio 0,275 0,255 2 45,08850 0,285 0,266 3 55,57350 0,293 0,274 4 50,21000 0,280 0,261 1 2 3 4 33,46850 45,69300 55,97350 50,91650 0,272 0,287 0,297 0,281 0,252 0,268 0,278 0,261 Ensaio Calor Específico Valores ajustados Temperatura Média (ºC) (cal/g.ºC) J/(kg.K ) (sss) (20% sat) (sss) (20% sat) 20 0,275 0,255 1151 1067 30 0,274 0,254 1147 1063 40 0,278 0,258 1164 1080 50 0,286 0,267 1197 1118 60 0,299 0,280 1252 1172 ANEXO 220 Tabela C5 – Planilha de ensaio contendo os valores ajustados de calor específico utilizados na análise estatística – Concreto com 50 % de escória. Concreto com 50 % de escória 2,36 % Absorção do Concreto: Corpo-de-prova 1 2 Temperatura Média de Ensaio Calor Específico (sss) Calor Específico (20%sat) 1 34,46400 Valores de ensaio 0,282 0,268 2 46,54900 0,282 0,268 3 57,03150 0,269 0,255 4 40,20550 0,277 0,263 1 2 3 4 32,98900 45,19700 55,42900 50,33050 0,272 0,282 0,292 0,268 0,258 0,268 0,279 0,253 Ensaio Calor Específico Valores ajustados Temperatura Média (ºC) (cal/g.ºC) J/(kg.K ) (sss) (20% sat) (sss) (20% sat) 20 0,269 0,255 1126 1067 30 0,275 0,261 1151 1093 40 0,278 0,264 1164 1105 50 0,279 0,265 1168 1109 60 0,277 0,263 1160 1101 ANEXO 221 ANEXO D Na Tabela D estão apresentados os valores individuais de difusividade térmica do concreto. Tabela D – Valores individuais de difusividade térmica do concreto Temperatura (ºC) 20 40 60 Concreto de referência CP 1 0,0949 0,0953 0,0915 CP 2 0,0951 0,0939 0,0922 Difusividade térmica (m2/dia) Concreto com Concreto com Concreto com 8 % de sílica 8 % de 20 % de ativa metacaulim pozolana CP 1 CP 2 CP 1 CP 2 CP 1 CP 2 0,0916 0,0925 0,0925 0,0909 0,0946 0,0933 0,0906 0,0914 0,0921 0,0917 0,0992 0,0914 0,0906 0,0891 0,0905 0,0896 0,0924 0,0902 Concreto com 50 % de escória CP 1 CP 2 0,0873 0,0876 0,0872 0,0876 0,0864 0,0864 ANEXO E Na Tabela E estão apresentados os valores individuais de coeficiente de dilatação térmica do concreto. Tabela E – Valores individuais de coeficiente de dilatação térmica do concreto Idade (dias) 7 28 91 Concreto de referência CP 1 CP 2 10,49 10,68 10,88 11,04 11,39 11,38 Coeficiente de Dilatação Térmica (x 10-6/ºC) Concreto com 8 Concreto com 8 Concreto com 20 % de sílica ativa % de metacaulim % de pozolana CP 1 CP 2 CP 1 CP 2 CP 1 CP 2 10,97 10,91 11,13 11,07 10,63 10,48 11,37 11,31 11,40 12,23 11,29 11,32 11,61 11,57 11,99 12,92 11,77 12,06 Concreto com 50 % de escória CP 1 CP 2 10,63 10,70 11,42 11,35 12,28 12,14 ANEXO 222 ANEXO F Tabela F – Distribuição de Fisher - valores de F tabelado (Ftab) para α = 0,05. v2** 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 30 40 60 120 ∞ v1* 1 2 3 4 5 6 7 8 10 60 120 ∞ 161,45 18,51 10,13 7,71 6,61 5,99 5,59 5,32 5,12 4,96 4,84 4,75 4,67 4,60 4,54 4,49 4,45 4,41 4,38 4,35 4,17 4,08 4,00 3,92 3,84 199,50 19,00 9,55 6,94 5,79 5,14 4,74 4,46 4,26 4,10 3,98 3,89 3,81 3,74 3,68 3,63 3,59 3,55 3,52 3,49 3,32 3,23 3,15 3,07 3,00 215,71 19,16 9,28 6,59 5,41 4,76 4,35 4,07 3,86 3,71 3,59 3,49 3,41 3,34 3,29 3,24 3,20 3,16 3,13 3,10 2,92 2,84 2,76 2,68 2,60 224,58 19,25 9,12 6,39 5,19 4,53 4,12 3,84 3,63 3,48 3,36 3,26 3,18 3,11 3,06 3,01 2,96 2,93 2,90 2,87 2,69 2,61 2,53 2,45 2,37 230,16 19,30 9,01 6,26 5,05 4,39 3,97 3,69 3,48 3,33 3,20 3,11 3,03 2,96 2,90 2,85 2,81 2,77 2,74 2,71 2,53 2,45 2,37 2,29 2,21 233,99 19,33 8,94 6,16 4,95 4,28 3,87 3,58 3,37 3,22 3,09 3,00 2,92 2,85 2,79 2,74 2,70 2,66 2,63 2,60 2,42 2,34 2,25 2,18 2,10 236,77 19,35 8,89 6,09 4,88 4,21 3,79 3,50 3,29 3,14 3,01 2,91 2,83 2,76 2,71 2,66 2,61 2,58 2,54 2,51 2,33 2,25 2,17 2,09 2,01 238,88 19,37 8,85 6,04 4,82 4,15 3,73 3,44 3,23 3,07 2,95 2,85 2,77 2,70 2,64 2,59 2,55 2,51 2,48 2,45 2,27 2,18 2,10 2,02 1,94 241,88 19,40 8,79 5,96 4,74 4,06 3,64 3,35 3,14 2,98 2,90 2,80 2,71 2,65 2,59 2,54 2,49 2,46 2,42 2,35 2,16 2,08 1,99 1,91 1,83 252,20 19,48 8,57 5,69 4,43 3,74 3,30 3,01 2,79 2,62 2,49 2,38 2,30 2,22 2,16 2,11 2,06 2,02 1,98 1,95 1,74 1,64 1,53 1,43 1,32 253,25 19,49 8,55 5,66 4,40 3,70 3,27 2,97 2,75 2,58 2,45 2,34 2,25 2,18 2,11 2,06 2,01 1,97 1,93 1,90 1,68 1,58 1,47 1,35 1,22 254,31 19,50 8,53 5,63 4,37 3,67 3,23 2,93 2,71 2,54 2,40 2,30 2,21 2,13 2,07 2,01 1,96 1,92 1,88 1,84 1,62 1,51 1,39 1,25 1,00 v1* = grau de liberdade do resíduo (erro); v2** = grau de liberdade do efeito. ANEXO 223 ANEXO G Nas Tabelas G1 a G10 estão apresentadas as novas elevações adiabáticas de temperatura dos concretos obtidas através dos coeficientes de elevação adiabática dos concretos estudados nesta pesquisa. Estas elevações adiabáticas de temperatura foram utilizadas na segunda etapa do estudo de caso (Capítulo 7). Tabela G1 – Elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto de referência – Etapa 2 Tempo (dia) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0,000 0 0,0 0,042 1 0,4 0,083 2 0,6 0,125 3 0,8 0,167 4 1,2 0,208 5 1,6 0,250 6 2,4 0,292 7 3,5 0,333 8 5,1 0,375 9 7,0 0,417 10 9,6 0,458 11 12,7 0,500 12 15,9 0,542 13 18,3 0,583 14 20,1 0,625 15 21,7 0,667 16 23,2 0,708 17 24,7 0,750 18 26,1 0,792 19 27,3 0,833 20 28,3 0,875 21 29,3 0,917 22 30,0 0,958 23 30,7 1,000 24 31,3 ANEXO 224 Tabela G2 – Elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto de referência – Etapa 2 Tempo (dias) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0 0 0,00 1 24 31,3 2 48 38,9 3 72 40,7 4 96 41,5 5 120 41,9 6 144 42,1 7 168 42,3 8 192 42,3 9 216 42,3 10 240 42,3 11 264 42,3 12 288 42,3 13 312 42,3 14 336 42,3 15 360 42,3 16 384 42,3 17 408 42,3 18 432 42,3 19 456 42,3 20 480 42,3 21 504 42,3 22 528 42,3 23 552 42,3 24 576 42,3 25 600 42,3 26 624 42,3 27 648 42,3 28 672 42,3 ANEXO 225 Tabela G3 – Elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 8 % de sílica ativa – Etapa 2. Tempo (dia) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0,000 0 0,0 0,042 1 0,3 0,083 2 0,4 0,125 3 0,7 0,167 4 1,1 0,208 5 1,8 0,250 6 2,8 0,292 7 4,1 0,333 8 5,9 0,375 9 8,3 0,417 10 11,2 0,458 11 13,5 0,500 12 15,2 0,542 13 16,6 0,583 14 18,0 0,625 15 19,4 0,667 16 20,6 0,708 17 21,8 0,750 18 22,9 0,792 19 23,7 0,833 20 24,5 0,875 21 25,3 0,917 22 26,0 0,958 23 26,6 1,000 24 27,2 ANEXO 226 Tabela G4 – Elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 8 % de sílica ativa – Etapa 2. Tempo (dias) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0 0 27,2 1 24 33,4 2 48 34,5 3 72 35,0 4 96 35,3 5 120 35,6 6 144 35,8 7 168 35,9 8 192 36,0 9 216 36,1 10 240 36,1 11 264 36,2 12 288 36,2 13 312 36,3 14 336 36,3 15 360 36,3 16 384 36,3 17 408 36,3 18 432 36,3 19 456 36,3 20 480 36,3 21 504 36,3 22 528 36,3 23 552 36,3 24 576 36,3 25 600 36,3 26 624 36,3 27 648 36,3 28 672 36,3 ANEXO 227 Tabela G5 – Elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 8 % de metacaulim – Etapa 2. Tempo (dia) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0,000 0 0,0 0,042 1 0,3 0,083 2 0,5 0,125 3 0,7 0,167 4 1,0 0,208 5 1,6 0,250 6 2,5 0,292 7 3,7 0,333 8 5,4 0,375 9 7,7 0,417 10 10,1 0,458 11 11,9 0,500 12 13,3 0,542 13 14,4 0,583 14 15,7 0,625 15 16,9 0,667 16 18,2 0,708 17 19,4 0,750 18 20,5 0,792 19 21,6 0,833 20 22,7 0,875 21 23,6 0,917 22 24,6 0,958 23 25,5 1,000 24 26,3 ANEXO 228 Tabela G6 – Elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 8 % de metacaulim – Etapa 2. Tempo (dias) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0 0 26,3 1 24 32,2 2 48 33,8 3 72 34,3 4 96 34,6 5 120 34,7 6 144 34,8 7 168 34,8 8 192 34,8 9 216 34,8 10 240 34,8 11 264 34,8 12 288 34,8 13 312 34,8 14 336 34,8 15 360 34,8 16 384 34,8 17 408 34,8 18 432 34,8 19 456 34,8 20 480 34,8 21 504 34,8 22 528 34,8 23 552 34,8 24 576 34,8 25 600 34,8 26 624 34,8 27 648 34,8 28 672 34,8 ANEXO 229 Tabela G7 – Elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 20 % de pozolana – Etapa 2. Tempo (dia) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0,000 0 0,0 0,042 1 0,4 0,083 2 0,6 0,125 3 0,8 0,167 4 0,9 0,208 5 1,1 0,250 6 1,5 0,292 7 1,9 0,333 8 2,6 0,375 9 3,7 0,417 10 5,1 0,458 11 6,8 0,500 12 9,0 0,542 13 11,5 0,583 14 13,5 0,625 15 15,0 0,667 16 16,2 0,708 17 17,4 0,750 18 18,6 0,792 19 19,8 0,833 20 21,0 0,875 21 22,1 0,917 22 23,2 0,958 23 24,3 1,000 24 25,1 ANEXO 230 Tabela G8 – Elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 20 % de pozolana – Etapa 2. Tempo (dias) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0 0 25,1 1 24 35,6 2 48 38,7 3 72 39,8 4 96 40,4 5 120 40,8 6 144 41,0 7 168 41,3 8 192 41,3 9 216 41,4 10 240 41,5 11 264 41,5 12 288 41,6 13 312 41,6 14 336 41,6 15 360 41,6 16 384 41,6 17 408 41,6 18 432 41,6 19 456 41,6 20 480 41,6 21 504 41,6 22 528 41,6 23 552 41,6 24 576 41,6 25 600 41,6 26 624 41,6 27 648 41,6 28 672 25,1 ANEXO 231 Tabela G9 – Elevação adiabática – primeiras horas até um dia de ensaio – Concreto com 50 % de escória - Etapa 2. Tempo (dia) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0,000 0 0,0 0,042 1 0,1 0,083 2 0,3 0,125 3 0,3 0,167 4 0,4 0,208 5 0,5 0,250 6 0,7 0,292 7 0,8 0,333 8 1,1 0,375 9 1,5 0,417 10 2,0 0,458 11 2,5 0,500 12 3,3 0,542 13 4,3 0,583 14 5,2 0,625 15 6,0 0,667 16 6,7 0,708 17 7,2 0,750 18 7,7 0,792 19 8,2 0,833 20 8,6 0,875 21 9,0 0,917 22 9,3 0,958 23 9,7 1,000 24 10,1 ANEXO 232 Tabela G10 – Elevação adiabática – idades avançadas até 28 dias de ensaio – Concreto com 50 % de escória – Etapa 2. Tempo (dias) Tempo (h) Elevação adiabática (ºC) 0 0 10,1 1 24 20,4 2 48 27,6 3 72 30,8 4 96 32,1 5 120 32,9 6 144 33,4 7 168 33,7 8 192 34,0 9 216 34,1 10 240 34,2 11 264 34,3 12 288 34,3 13 312 34,4 14 336 34,5 15 360 34,5 16 384 34,5 17 408 34,5 18 432 34,5 19 456 34,5 20 480 34,5 21 504 34,5 22 528 34,5 23 552 34,5 24 576 34,5 25 600 34,5 26 624 34,5 27 648 34,5 28 672 34,5 ANEXO 233 ANEXO H Nas Tabelas H1 a H10 estão apresentadas as leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas, fornecidas pelo Software que foi utilizado no estudo de caso (Capítulo 7). Nas Tabelas H1 a H5 estão apresentadas as leituras da etapa 1, e nas Tabelas H6 a H10 estão apresentadas as leituras da etapa 2. Tabela H1 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto de referência - Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto de Referência Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 27,61 4 27,54 34,81 8 34,41 49,43 12 48,06 56,41 16 53,67 63,66 24 58,42 67,95 36 60,08 70,99 44 61,65 74,28 64 62,06 100 61,13 76,09 74,45 144 58,84 70,44 192 55,70 66,92 228 53,53 62,32 276 50,86 58,10 324 48,46 54,05 376 46,16 50,03 436 43,84 46,84 492 41,97 44,66 536 40,67 42,56 584 39,38 40,44 640 38,05 38,61 696 36,87 36,23 784 35,27 34,64 856 34,16 32,74 964 32,77 30,83 1112 31,27 29,73 1228 30,36 28,85 1352 29,58 28,33 1444 29,10 27,81 1564 28,59 27,40 1684 28,18 27,09 1804 27,84 26,85 1924 27,56 26,66 2044 27,34 26,52 2160 27,16 2280 27,01 2400 26,88 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 27,71 248 35,42 252 51,08 256 58,53 264 64,66 276 65,25 284 65,88 304 63,30 340 57,69 384 51,98 432 47,22 468 44,37 516 41,37 564 39,00 616 36,96 676 35,08 732 33,68 776 32,76 824 31,90 880 31,06 936 30,36 1024 29,47 1096 28,89 1204 28,22 1352 27,56 1468 27,19 1592 26,90 1684 26,73 1804 26,57 1924 26,44 2044 26,34 2164 26,26 2284 26,20 2400 26,16 ANEXO 234 Tabela H2 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com sílica ativa – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Temperatura máxima Concreto com Sílica ativa Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 28,01 4 27,93 37,61 8 37,12 46,83 12 45,42 53,40 16 50,86 60,89 24 56,14 64,99 36 57,78 67,88 44 59,30 70,62 64 59,34 100 58,34 72,15 70,97 144 56,48 67,66 192 53,81 64,79 228 52,09 60,81 276 49,77 57,08 324 47,66 53,36 376 45,52 49,59 436 43,34 46,55 492 41,57 44,47 536 40,33 42,45 584 39,11 40,40 640 37,83 38,63 696 36,70 36,31 784 35,17 34,76 856 34,10 32,88 964 32,75 30,97 1112 31,29 29,88 1228 30,40 28,98 1352 29,63 28,46 1444 29,15 27,92 1564 28,64 27,50 1684 28,22 27,18 1804 27,89 26,92 1924 27,60 26,72 2044 27,37 26,57 2160 27,19 2280 27,00 2400 26,90 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 28,13 248 38,43 252 48,38 256 55,25 264 61,84 276 62,68 284 63,38 304 60,71 340 55,37 384 50,34 432 46,12 468 43,71 516 40,97 564 38,79 616 36,81 676 34,98 732 33,62 776 32,72 824 31,89 880 31,06 936 30,37 1024 29,50 1096 28,93 1204 28,26 1352 27,61 1468 27,24 1592 26,94 1684 26,77 1804 26,60 1924 26,47 2044 26,36 2164 26,28 2284 26,22 2400 26,18 ANEXO 235 Tabela H3 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com metacaulim – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto com Metacaulim Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 28,01 4 27,92 38,02 8 37,43 46,02 12 44,60 53,21 16 50,74 64,30 24 59,50 68,48 36 60,82 71,43 44 62,17 74,90 64 62,17 76,76 100 60,55 75,12 144 58,18 71,17 192 55,20 67,69 228 53,14 63,12 276 50,60 58,89 324 48,30 54,82 376 46,08 50,77 436 43,84 47,54 492 42,01 45,32 536 40,73 43,19 584 39,47 41,03 640 38,16 39,16 696 36,99 36,71 784 35,40 35,08 856 34,30 33,11 964 32,90 31,13 1112 31,40 29,98 1228 30,48 29,05 1352 29,68 28,51 1444 29,20 27,96 1564 28,67 27,53 1684 28,25 27,19 1804 27,90 26,93 1924 27,62 26,73 2044 27,38 26,58 2160 27,19 2280 27,04 2400 26,91 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 28,14 248 38,87 252 47,54 256 55,01 264 65,47 276 66,09 284 66,56 304 64,08 340 58,25 384 52,33 432 47,53 468 44,68 516 41,67 564 39,29 616 37,22 676 35,33 732 33,91 776 32,97 824 32,10 880 31,25 936 30,53 1024 29,61 1096 29,02 1204 28,33 1352 27,65 1468 27,27 1592 26,96 1684 26,79 1804 26,61 1924 26,47 2044 26,37 2164 26,28 2284 26,22 2400 26,17 ANEXO 236 Tabela H4 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com pozolana – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto com Pozolana Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 26,61 4 26,58 29,80 8 29,61 40,01 12 39,23 45,41 16 43,81 54,73 24 51,26 60,59 36 54,61 64,60 44 57,08 69,27 64 58,32 71,99 100 57,43 71,18 144 55,73 67,99 192 53,20 64,91 228 51,32 60,75 276 48,98 56,82 324 46,84 52,95 376 44,70 49,09 436 42,56 46,00 492 40,82 43,90 536 39,60 41,87 584 38,41 39,82 640 37,17 38,06 696 36,07 35,77 784 34,58 34,24 856 33,55 32,41 964 32,25 30,58 1112 30,87 29,53 1228 30,02 28,69 1352 29,29 28,20 1444 28,85 27,70 1564 28,37 27,32 1684 27,99 27,02 1804 27,68 26,79 1924 27,42 26,62 2044 27,21 26,48 2160 27,05 2280 26,91 2400 26,80 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 26,64 248 30,07 252 40,99 256 46,81 264 55,81 276 59,09 284 61,16 304 60,58 340 55,92 384 50,74 432 46,43 468 43,75 516 40,88 564 38,60 616 36,57 676 34,73 732 33,37 776 32,48 824 31,65 880 30,84 936 30,16 1024 29,30 1096 28,75 1204 28,11 1352 27,48 1468 27,13 1592 26,85 1684 26,69 1804 26,53 1924 26,41 2044 26,32 2164 26,24 2284 26,19 2400 26,15 ANEXO 237 Tabela H5 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com escória – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto com Escória Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 26,59 4 25,12 28,20 8 25,59 32,63 12 28,91 36,24 16 31,46 40,80 24 34,11 47,84 36 38,50 52,55 44 41,52 61,63 64 46,30 69,98 100 48,60 72,05 144 47,93 70,99 192 45,61 69,16 228 44,04 65,95 276 41,92 62,57 324 39,96 59,06 376 38,09 55,16 436 36,06 51,86 492 34,42 49,53 536 33,29 47,21 584 32,19 44,81 640 31,06 42,69 696 30,07 39,84 784 28,74 37,89 856 27,84 35,49 964 26,71 33,00 1112 25,54 31,53 1228 24,85 30,31 1352 24,27 29,59 1444 23,94 28,83 1564 23,60 28,23 1684 23,34 27,77 1804 23,15 27,39 1924 23,02 27,09 2044 22,94 26,85 2160 22,89 2280 22,88 2400 22,90 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 26,64 248 28,36 252 33,09 256 36,94 264 41,40 276 47,54 284 51,33 304 57,02 340 58,16 384 53,74 432 49,26 468 46,48 516 43,29 564 40,77 616 38,61 676 36,48 732 34,90 776 33,87 824 32,91 880 31,96 936 31,17 1024 30,16 1096 29,50 1204 28,72 1352 27,95 1468 27,51 1592 27,16 1684 26,96 1804 26,75 1924 26,58 2044 26,46 2164 26,36 2284 26,28 2400 26,22 ANEXO 238 Tabela H6 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto de referência - Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto de Referência Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 27,61 4 27,53 34,01 8 33,60 46,82 12 45,53 52,81 16 50,43 59,11 24 54,64 62,91 36 55,95 65,54 44 57,18 68,30 64 57,11 69,40 100 55,78 67,57 144 53,81 63,95 192 51,21 60,87 228 49,39 56,92 276 47,15 53,31 324 45,13 49,87 376 43,19 46,45 436 41,23 43,74 492 39,65 41,89 536 38,54 40,11 584 37,44 38,30 640 36,31 36,75 696 35,30 34,72 784 33,94 33,37 856 32,99 31,75 964 31,80 30,12 1112 30,52 29,18 1228 29,74 28,43 1352 29,07 27,99 1444 28,66 27,54 1564 28,22 27,20 1684 27,86 26,93 1804 27,57 26,72 1924 27,33 26,56 2044 27,14 26,44 2160 26,98 2280 26,85 2400 26,75 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 27,71 248 34,56 252 48,29 256 54,66 264 59,92 276 60,39 284 60,90 304 58,66 340 53,73 384 48,74 432 44,59 468 42,10 516 39,46 564 37,39 616 35,60 676 33,95 732 32,73 776 31,92 824 31,17 880 30,43 936 29,82 1024 29,04 1096 28,53 1204 27,94 1352 27,37 1468 27,04 1592 26,79 1684 26,64 1804 26,50 1924 26,38 2044 26,30 2164 26,23 2284 26,18 2400 26,14 ANEXO 239 Tabela H7 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com sílica ativa – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto com Sílica ativa Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 27,58 4 27,53 34,78 8 34,38 41,59 12 40,53 46,37 16 44,54 51,89 24 48,50 54,93 36 49,66 57,07 44 50,70 59,16 64 50,48 60,23 100 49,29 59,39 144 47,96 56,97 192 46,08 54,81 228 44,79 51,84 276 43,14 49,08 324 41,65 46,35 376 40,15 43,54 436 38,58 41,29 492 37,30 39,74 536 36,41 38,24 584 35,52 36,72 640 34,60 35,40 696 33,78 33,67 784 32,67 32,51 856 31,89 31,12 964 30,91 29,70 1112 29,85 28,88 1228 29,20 28,22 1352 28,64 27,83 1444 28,29 27,43 1564 27,92 27,12 1684 27,62 26,87 1804 27,36 26,69 1924 27,16 26,54 2044 26,99 26,43 2160 26,86 2280 26,74 2400 26,65 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 27,69 248 35,41 252 42,76 256 47,76 264 52,56 276 53,20 284 53,72 304 51,80 340 47,76 384 44,08 432 40,98 468 39,14 516 37,11 564 35,50 616 34,05 676 32,69 732 31,67 776 31,00 824 30,38 880 29,77 936 29,26 1024 28,60 1096 28,18 1204 27,68 1352 27,20 1468 26,92 1592 26,70 1684 26,58 1804 26,45 1924 26,35 2044 26,27 2164 26,21 2284 26,16 2400 26,13 ANEXO 240 Tabela H8 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com metacaulim – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto com Metacaulim Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 27,17 4 27,15 33,98 8 33,63 39,58 12 38,66 44,77 16 43,12 52,31 24 49,02 55,17 36 49,91 57,19 44 50,82 59,57 64 50,82 60,81 100 49,68 59,73 144 48,10 57,02 192 46,05 54,63 228 44,64 51,49 276 42,90 48,59 324 41,33 45,79 376 39,80 43,01 436 38,26 40,79 492 37,00 39,27 536 36,12 37,81 584 35,26 36,32 640 34,35 35,04 696 33,55 33,36 784 32,46 32,24 856 31,70 30,89 964 30,74 29,52 1112 29,71 28,74 1228 29,08 28,10 1352 28,53 27,73 1444 28,20 27,35 1564 27,84 27,05 1684 27,54 26,82 1804 27,30 26,64 1924 27,10 26,50 2044 26,94 26,40 2160 26,82 2280 26,71 2400 26,62 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 27,27 248 34,56 252 40,63 256 46,05 264 53,11 276 53,53 284 53,86 304 52,15 340 48,11 384 44,09 432 40,79 468 38,83 516 36,76 564 35,13 616 33,71 676 32,41 732 31,43 776 30,79 824 30,19 880 29,60 936 29,11 1024 28,48 1096 28,08 1204 27,60 1352 27,13 1468 26,87 1592 26,66 1684 26,54 1804 26,42 1924 26,32 2044 26,25 2164 26,20 2284 26,15 2400 26,12 ANEXO 241 Tabela H9 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com pozolana – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 244 4 248 8 252 12 256 20 264 32 276 40 284 60 304 96 340 140 384 188 432 224 468 272 516 320 564 372 616 432 676 488 732 532 776 580 824 636 880 692 936 780 1024 852 1096 960 1204 1108 1352 1224 1468 1348 1592 1440 1684 1560 1804 1680 1924 1800 2044 1920 2164 2040 2284 2156 2400 Concreto com Pozolana Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 26,38 4 26,39 29,18 8 29,06 37,98 12 37,39 42,78 16 41,41 50,73 24 47,62 55,90 36 50,65 59,45 44 52,93 63,57 64 54,60 66,00 100 54,48 65,35 144 52,93 62,61 192 50,58 59,85 228 48,80 56,26 276 46,70 52,88 324 44,78 49,51 376 42,83 46,14 436 40,88 43,46 492 39,30 41,62 536 38,20 39,85 584 37,12 38,06 640 36,01 36,52 696 35,02 34,52 784 33,68 33,19 856 32,75 31,60 964 31,59 30,00 1112 30,35 29,08 1228 29,59 28,35 1352 28,94 27,92 1444 28,55 27,49 1564 28,12 27,15 1684 27,78 26,89 1804 27,50 26,69 1924 27,27 26,54 2044 27,09 26,42 2160 26,94 2280 26,82 2400 26,72 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 26,42 248 29,41 252 38,84 256 44,01 264 51,64 276 54,61 284 56,50 304 56,05 340 52,07 384 47,58 432 43,84 468 41,42 516 38,96 564 37,01 616 35,23 676 33,63 732 32,43 776 31,65 824 30,93 880 30,22 936 29,63 1024 28,88 1096 28,40 1204 27,84 1352 27,29 1468 26,98 1592 26,74 1684 26,60 1804 26,46 1924 26,36 2044 26,28 2164 26,21 2284 26,16 2400 26,13 ANEXO 242 Tabela H10 – Leituras de temperatura e de tempo da ocorrência dessas temperaturas – Concreto com escória – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,833 1,333 1,667 2,500 4,000 5,833 7,833 9,333 11,333 13,333 15,500 18,000 20,333 22,167 24,167 26,500 28,833 32,500 35,500 40,000 46,167 51,000 56,167 60,000 65,000 70,000 75,000 80,000 85,000 89,833 Máxima Nó 316 Tempo Tempo (h) (h) 0 196 4 200 8 204 12 208 20 216 32 228 40 236 60 256 96 292 140 336 188 384 224 420 272 468 320 516 372 568 432 628 488 684 532 728 580 776 636 832 692 888 780 976 852 1048 960 1156 1108 1304 1224 1420 1348 1544 1440 1636 1560 1756 1680 1876 1800 1996 1920 2116 2040 2236 2156 2352 Concreto com Escória Interface Nó 271 Temperatura Tempo Temperatura (°C) (h) (°C) 26,40 4 26,39 27,62 8 27,52 30,86 12 30,54 33,66 16 33,02 36,84 24 35,49 41,96 36 39,46 45,40 44 42,05 52,01 64 47,13 58,08 100 50,59 59,58 144 50,16 58,78 192 48,36 57,48 228 47,14 55,33 276 45,38 53,11 324 43,69 50,91 376 42,09 48,43 436 40,33 46,35 492 38,90 44,85 536 37,89 43,35 584 36,91 41,76 640 35,87 40,32 696 34,96 38,32 784 33,71 36,89 856 32,83 35,06 964 31,72 33,03 1112 30,52 31,76 1228 29,77 30,66 1352 29,13 29,97 1444 28,73 29,23 1564 28,29 28,62 1684 27,94 28,12 1804 27,64 27,72 1924 27,40 27,39 2044 27,20 27,13 2160 27,04 2280 26,90 2400 26,78 Superfície Nó 319 Tempo Temperatura (h) (°C) 244 26,43 248 27,73 252 31,18 256 34,18 264 37,25 276 41,70 284 44,47 304 48,64 340 49,44 384 46,22 432 42,95 468 40,93 516 38,62 564 36,75 616 35,20 676 33,64 732 32,49 776 31,74 824 31,04 880 30,35 936 29,77 1024 29,03 1096 28,55 1204 27,99 1352 27,42 1468 27,10 1592 26,85 1684 26,70 1804 26,55 1924 26,43 2044 26,34 2164 26,26 2284 26,21 2400 26,17 ANEXO 243 ANEXO I Nas Tabelas I1 a I10 estão apresentadas as leituras das tensões fornecidas pelo Software que foi utilizado no estudo de caso (Capítulo 7). Nas Tabelas I1 a I5 estão apresentadas as leituras da etapa 1, e nas Tabelas I6 a I10 estão apresentadas as leituras da etapa 2. Tabela I1 – Leituras de tensão – Concreto de referência – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 Concreto referência Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,11 4 0,84 8 2,72 12 3,93 16 4,90 20 5,55 24 6,41 32 7,24 40 8,07 48 8,97 80 9,07 96 8,08 164 7,36 192 6,70 216 6,03 240 5,60 256 5,07 276 4,55 296 3,96 320 2,95 364 1,60 432 1,04 464 0,23 516 0,00 532 -0,06 536 -0,58 576 -0,92 604 -1,44 652 -1,90 700 -2,30 748 -2,66 796 -2,98 844 -3,26 892 -3,52 940 -3,74 988 -3,94 1036 -4,11 1084 -4,27 1132 -4,41 1180 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,12 0,96 3,11 4,26 5,09 5,52 5,93 6,37 6,84 6,65 6,42 5,12 4,51 4,00 3,51 3,21 2,83 2,49 2,09 1,43 0,55 0,19 -0,34 -0,49 -0,53 -0,88 -1,10 -1,45 -1,77 -2,05 -2,31 -2,54 -2,74 -2,93 -3,10 -3,26 -3,40 -3,52 -3,64 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 Tensão (MPa) 0,07 0,59 2,02 3,22 4,17 4,79 5,37 5,77 6,15 5,60 5,11 2,91 2,10 1,48 0,92 0,58 0,20 -0,16 -0,54 -1,15 -1,90 -2,20 -2,60 -2,71 -2,74 -2,98 -3,14 -3,37 -3,57 -3,74 -3,89 -4,02 -4,13 -4,23 -4,32 -4,39 -4,46 -4,52 -4,57 ANEXO Tempo (dia) 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 244 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Concreto referência Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) -4,54 1228 -4,65 1276 -4,75 1324 -4,84 1372 -4,92 1420 -4,99 1468 -5,06 1516 -5,11 1564 -5,17 1612 -5,21 1660 -5,26 1708 -5,29 1756 -5,33 1804 -5,36 1852 -5,39 1900 -5,41 1948 -5,44 1996 -5,46 2044 -5,47 2092 -5,49 2140 -5,50 2160 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -3,74 -3,84 -3,93 -4,01 -4,08 -4,15 -4,21 -4,26 -4,31 -4,36 -4,40 -4,44 -4,48 -4,51 -4,54 -4,57 -4,59 -4,61 -4,64 -4,66 -4,66 Tempo (h) 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -4,61 -4,65 -4,69 -4,72 -4,75 -4,78 -4,80 -4,82 -4,83 -4,85 -4,87 -4,88 -4,89 -4,90 -4,91 -4,92 -4,93 -4,93 -4,94 -4,94 -4,95 Tensões máximas Tabela I2 – Leituras de tensão – Concreto com sílica ativa – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 Concreto com sílica ativa Máxima Interface Elemento 616 Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 244 0,08 4 0 248 0,71 8 4 252 1,57 12 8 256 2,36 16 12 260 3,02 20 16 264 3,57 24 20 272 4,22 32 28 280 4,88 40 36 288 5,57 48 44 320 6,22 80 76 336 6,31 96 92 404 5,49 164 160 432 4,85 192 188 456 4,27 216 212 480 3,69 240 236 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,16 1,30 2,65 3,72 4,46 5,00 5,36 5,81 6,32 5,63 5,35 4,01 3,39 2,86 2,37 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 Tensão (MPa) 0,06 0,56 1,29 2,03 2,65 3,14 3,60 3,94 4,26 3,69 3,25 1,24 0,49 -0,09 -0,59 ANEXO Tempo (dia) 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 245 Concreto com sílica ativa Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 496 3,27 256 516 2,77 276 536 2,28 296 560 1,70 320 604 0,68 364 672 -0,73 432 704 -1,33 464 756 -2,20 516 772 -2,44 532 776 -2,50 536 816 -3,07 576 844 -3,44 604 892 -4,01 652 940 -4,52 700 988 -4,97 748 1036 -5,37 796 1084 -5,72 844 1132 -6,04 892 1180 -6,32 940 1228 -6,58 988 1276 -6,80 1036 1324 -7,00 1084 1372 -7,19 1132 1420 -7,35 1180 1468 -7,49 1228 1516 -7,62 1276 1564 -7,74 1324 1612 -7,84 1372 1660 -7,94 1420 1708 -8,02 1468 1756 -8,10 1516 1804 -8,17 1564 1852 -8,23 1612 1900 -8,29 1660 1948 -8,34 1708 1996 -8,38 1756 2044 -8,42 1804 2092 -8,46 1852 2140 -8,49 1900 2188 -8,52 1948 2236 -8,55 1996 2284 -8,58 2044 2332 -8,60 2092 2380 -8,62 2140 2400 -8,63 2160 Máxima Elemento 616 Tempo (h) 252 272 292 316 360 428 460 512 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 2,02 1,63 1,26 0,84 0,08 -0,96 -1,40 -2,04 -2,22 -2,27 -2,69 -2,97 -3,41 -3,80 -4,16 -4,48 -4,77 -5,04 -5,28 -5,50 -5,70 -5,88 -6,05 -6,20 -6,34 -6,47 -6,59 -6,69 -6,79 -6,88 -6,97 -7,04 -7,11 -7,18 -7,23 -7,29 -7,34 -7,38 -7,43 -7,47 -7,50 -7,54 -7,57 -7,59 -7,60 Tempo (h) 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -0,93 -1,32 -1,68 -2,07 -2,71 -3,53 -3,85 -4,30 -4,42 -4,45 -4,73 -4,90 -5,16 -5,38 -5,57 -5,74 -5,89 -6,02 -6,13 -6,23 -6,31 -6,39 -6,46 -6,52 -6,57 -6,62 -6,66 -6,70 -6,73 -6,76 -6,79 -6,81 -6,83 -6,85 -6,87 -6,88 -6,90 -6,91 -6,92 -6,93 -6,94 -6,95 -6,96 -6,97 -6,97 ANEXO 246 Tabela I3 – Leituras de tensão – Concreto com metacaulim – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 Concreto com metacaulim Máxima Interface Elemento 616 Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 244 0,07 4 0 248 0,73 8 4 252 1,47 12 8 256 2,31 16 12 260 3,19 20 16 264 3,96 24 20 272 4,63 32 28 280 5,30 40 36 288 5,99 48 44 320 6,83 80 76 336 6,90 96 92 404 5,89 164 160 432 5,17 192 188 456 4,51 216 212 480 3,84 240 236 496 3,39 256 252 516 2,84 276 272 536 2,31 296 292 560 1,70 320 316 604 0,64 364 360 672 -0,79 432 428 704 -1,39 464 460 756 -2,26 516 512 772 -2,51 532 528 776 -2,57 536 532 816 -3,14 576 572 844 -3,50 604 600 892 -4,07 652 648 940 -4,57 700 696 988 -5,02 748 744 1036 -5,42 796 792 1084 -5,77 844 840 1132 -6,08 892 888 1180 -6,36 940 936 1228 -6,61 988 984 1276 -6,83 1036 1032 1324 -7,03 1084 1080 1372 -7,21 1132 1128 1420 -7,37 1180 1176 1468 -7,51 1228 1224 1516 -7,64 1276 1272 1564 -7,75 1324 1320 1612 -7,86 1372 1368 1660 -7,95 1420 1416 1708 -8,03 1468 1464 1756 -8,10 1516 1512 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,15 1,33 2,48 3,64 4,75 5,61 5,93 6,35 6,84 6,36 6,04 4,46 3,76 3,15 2,57 2,21 1,79 1,39 0,93 0,15 -0,91 -1,35 -2,00 -2,19 -2,23 -2,67 -2,95 -3,39 -3,79 -4,15 -4,47 -4,77 -5,04 -5,28 -5,50 -5,71 -5,89 -6,06 -6,21 -6,35 -6,48 -6,60 -6,71 -6,81 -6,90 -6,98 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 Tensão (MPa) 0,06 0,58 1,24 1,99 2,77 3,46 3,99 4,31 4,62 4,14 3,65 1,43 0,61 -0,03 -0,60 -0,95 -1,35 -1,72 -2,12 -2,77 -3,58 -3,89 -4,33 -4,45 -4,48 -4,75 -4,92 -5,17 -5,39 -5,58 -5,75 -5,89 -6,02 -6,13 -6,22 -6,31 -6,38 -6,45 -6,51 -6,56 -6,61 -6,65 -6,68 -6,72 -6,75 -6,77 ANEXO Tempo (dia) 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 247 Concreto com metacaulim Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 1804 -8,17 1564 1852 -8,23 1612 1900 -8,29 1660 1948 -8,34 1708 1996 -8,38 1756 2044 -8,42 1804 2092 -8,46 1852 2140 -8,49 1900 2188 -8,52 1948 2236 -8,54 1996 2284 -8,57 2044 2332 -8,59 2092 2380 -8,61 2140 2400 -8,62 2160 Máxima Elemento 616 Tempo (h) 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -7,06 -7,13 -7,19 -7,25 -7,30 -7,35 -7,40 -7,44 -7,48 -7,51 -7,55 -7,58 -7,60 -7,62 Tempo (h) 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -6,79 -6,81 -6,83 -6,85 -6,87 -6,88 -6,89 -6,90 -6,91 -6,92 -6,93 -6,94 -6,94 -6,95 Tabela I4 – Leituras de tensão – Concreto com pozolana – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 Concreto com pozolana Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,02 4 0,19 8 0,94 12 1,46 16 2,07 20 2,59 24 3,26 32 3,97 40 4,73 48 5,75 80 5,90 96 5,31 164 4,80 192 4,28 216 3,75 240 3,38 256 2,93 276 2,48 296 1,96 320 1,05 364 -0,20 432 -0,72 464 -1,49 516 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,04 0,37 1,69 2,46 3,30 3,93 4,50 5,16 5,88 5,91 5,71 4,60 4,08 3,55 3,06 2,76 2,40 2,05 1,65 0,95 0,00 -0,39 -0,98 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 Tensão (MPa) 0,01 0,15 0,74 1,24 1,78 2,25 2,79 3,24 3,71 3,69 3,37 1,69 1,06 0,54 0,07 -0,22 -0,57 -0,88 -1,23 -1,79 -2,50 -2,77 -3,15 ANEXO Tempo (dia) 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 248 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Concreto com pozolana Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) -1,70 532 -1,75 536 -2,25 576 -2,57 604 -3,06 652 -3,50 700 -3,88 748 -4,23 796 -4,53 844 -4,80 892 -5,04 940 -5,25 988 -5,44 1036 -5,61 1084 -5,76 1132 -5,89 1180 -6,02 1228 -6,12 1276 -6,22 1324 -6,30 1372 -6,38 1420 -6,45 1468 -6,51 1516 -6,57 1564 -6,62 1612 -6,66 1660 -6,70 1708 -6,74 1756 -6,77 1804 -6,80 1852 -6,83 1900 -6,85 1948 -6,87 1996 -6,89 2044 -6,91 2092 -6,92 2140 -6,93 2160 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -1,14 -1,18 -1,57 -1,82 -2,21 -2,57 -2,89 -3,18 -3,44 -3,68 -3,89 -4,09 -4,27 -4,43 -4,58 -4,71 -4,84 -4,95 -5,05 -5,15 -5,23 -5,31 -5,38 -5,45 -5,51 -5,56 -5,61 -5,66 -5,70 -5,74 -5,78 -5,81 -5,84 -5,87 -5,89 -5,92 -5,92 Tempo (h) 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -3,26 -3,28 -3,51 -3,66 -3,88 -4,07 -4,23 -4,37 -4,49 -4,60 -4,69 -4,78 -4,85 -4,91 -4,97 -5,02 -5,06 -5,10 -5,13 -5,16 -5,19 -5,21 -5,23 -5,25 -5,27 -5,29 -5,30 -5,31 -5,32 -5,33 -5,34 -5,35 -5,36 -5,36 -5,37 -5,37 -5,38 ANEXO 249 Tabela I5 – Leituras de tensão – Concreto com escória – Etapa 1. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 Concreto com escória Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,02 4 0,10 8 0,41 12 0,74 16 0,99 20 1,29 24 1,96 32 2,73 40 3,57 48 6,04 80 6,75 96 7,23 164 6,94 192 6,60 216 6,15 240 5,83 256 5,42 276 5,00 296 4,49 320 3,61 364 2,29 432 1,71 464 0,86 516 0,62 532 0,56 536 -0,01 576 -0,37 604 -0,95 652 -1,46 700 -1,92 748 -2,33 796 -2,70 844 -3,03 892 -3,33 940 -3,59 988 -3,83 1036 -4,05 1084 -4,24 1132 -4,41 1180 -4,57 1228 -4,71 1276 -4,84 1324 -4,95 1372 -5,05 1420 -5,15 1468 -5,23 1516 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,04 0,20 0,74 1,24 1,56 1,94 2,76 3,64 4,57 6,66 7,08 6,75 6,32 5,91 5,43 5,14 4,80 4,46 4,06 3,39 2,40 1,97 1,34 1,16 1,12 0,70 0,43 -0,01 -0,41 -0,76 -1,09 -1,39 -1,66 -1,91 -2,14 -2,35 -2,54 -2,71 -2,87 -3,02 -3,16 -3,28 -3,40 -3,50 -3,60 -3,69 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 Tensão (MPa) 0,01 0,08 0,33 0,61 0,85 1,10 1,65 2,25 2,89 4,43 4,62 3,48 2,87 2,37 1,86 1,54 1,17 0,83 0,44 -0,16 -0,97 -1,30 -1,75 -1,87 -1,90 -2,18 -2,36 -2,63 -2,86 -3,06 -3,23 -3,38 -3,52 -3,64 -3,74 -3,83 -3,91 -3,99 -4,05 -4,11 -4,16 -4,21 -4,25 -4,28 -4,32 -4,35 ANEXO Tempo (dia) 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 250 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Concreto com escória Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) -5,31 1564 -5,37 1612 -5,43 1660 -5,49 1708 -5,54 1756 -5,59 1804 -5,63 1852 -5,67 1900 -5,70 1948 -5,74 1996 -5,76 2044 -5,79 2092 -5,81 2140 -5,82 2160 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -3,77 -3,85 -3,92 -3,98 -4,04 -4,09 -4,15 -4,19 -4,24 -4,28 -4,31 -4,35 -4,38 -4,39 Tempo (h) 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -4,37 -4,40 -4,42 -4,44 -4,46 -4,47 -4,49 -4,50 -4,51 -4,52 -4,53 -4,54 -4,55 -4,55 Tabela I6 – Leituras de tensão – Concreto de referência – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 Concreto de referência Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,09 4 0,63 8 2,04 12 2,97 16 3,70 20 4,23 24 4,91 32 5,56 40 6,24 48 7,16 80 7,29 96 6,45 164 5,79 192 5,18 216 4,58 240 4,19 256 3,72 276 3,26 296 2,75 320 1,88 364 0,75 432 0,29 464 -0,37 516 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,01 0,15 0,61 0,94 1,21 1,41 1,65 1,92 2,19 2,28 2,26 1,75 1,49 1,27 1,03 0,81 0,53 0,27 -0,04 -0,57 -1,30 -1,61 -2,08 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 Tensão (MPa) 0,07 0,50 1,68 2,63 3,38 3,87 4,33 4,64 4,94 4,49 4,09 2,30 1,64 1,13 0,67 0,40 0,08 -0,21 -0,53 -1,03 -1,65 -1,89 -2,23 ANEXO Tempo (dia) 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 251 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Concreto de referência Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) -0,55 532 -0,59 536 -1,01 576 -1,28 604 -1,68 652 -2,04 700 -2,35 748 -2,62 796 -2,86 844 -3,07 892 -3,26 940 -3,42 988 -3,57 1036 -3,70 1084 -3,81 1132 -3,92 1180 -4,01 1228 -4,09 1276 -4,16 1324 -4,22 1372 -4,28 1420 -4,33 1468 -4,38 1516 -4,42 1564 -4,46 1612 -4,49 1660 -4,52 1708 -4,55 1756 -4,57 1804 -4,59 1852 -4,61 1900 -4,63 1948 -4,65 1996 -4,66 2044 -4,68 2092 -4,69 2140 -4,69 2160 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -2,21 -2,24 -2,55 -2,75 -3,08 -3,37 -3,63 -3,88 -4,10 -4,30 -4,48 -4,65 -4,80 -4,94 -5,07 -5,18 -5,29 -5,39 -5,48 -5,56 -5,64 -5,70 -5,77 -5,83 -5,88 -5,93 -5,97 -6,02 -6,05 -6,09 -6,12 -6,15 -6,18 -6,21 -6,23 -6,25 -6,26 Tempo (h) 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -2,32 -2,34 -2,54 -2,67 -2,86 -3,03 -3,17 -3,29 -3,40 -3,49 -3,57 -3,64 -3,71 -3,76 -3,81 -3,85 -3,89 -3,92 -3,95 -3,98 -4,00 -4,02 -4,04 -4,06 -4,08 -4,09 -4,10 -4,11 -4,12 -4,13 -4,14 -4,14 -4,15 -4,16 -4,16 -4,17 -4,17 ANEXO 252 Tabela I7 – Leituras de tensão – Concreto com sílica ativa – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 Concreto com sílica ativa Máxima Interface Elemento 616 Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 244 0,05 4 0 248 0,46 8 4 252 1,01 12 8 256 1,50 16 12 260 1,90 20 16 264 2,24 24 20 272 2,61 32 28 280 3,01 40 36 288 3,45 48 44 320 3,94 80 76 336 4,04 96 92 404 3,63 164 160 432 3,21 192 188 456 2,82 216 212 480 2,41 240 236 496 2,12 256 252 516 1,77 276 272 536 1,44 296 292 560 1,04 320 316 604 0,35 364 360 672 -0,62 432 428 704 -1,03 464 460 756 -1,62 516 512 772 -1,79 532 528 776 -1,83 536 532 816 -2,22 576 572 844 -2,47 604 600 892 -2,85 652 648 940 -3,19 700 696 988 -3,50 748 744 1036 -3,77 796 792 1084 -4,01 844 840 1132 -4,22 892 888 1180 -4,41 940 936 1228 -4,58 988 984 1276 -4,73 1036 1032 1324 -4,86 1084 1080 1372 -4,98 1132 1128 1420 -5,09 1180 1176 1468 -5,19 1228 1224 1516 -5,27 1276 1272 1564 -5,35 1324 1320 1612 -5,42 1372 1368 1660 -5,48 1420 1416 1708 -5,54 1468 1464 1756 -5,59 1516 1512 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,01 0,08 0,21 0,35 0,48 0,59 0,73 0,89 1,06 1,11 1,09 0,78 0,61 0,45 0,29 0,12 -0,08 -0,27 -0,51 -0,91 -1,50 -1,76 -2,14 -2,25 -2,28 -2,53 -2,70 -2,97 -3,22 -3,44 -3,65 -3,83 -4,00 -4,16 -4,30 -4,44 -4,56 -4,67 -4,77 -4,86 -4,95 -5,03 -5,10 -5,16 -5,23 -5,28 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 Tensão (MPa) 0,04 0,37 0,85 1,31 1,69 1,99 2,28 2,48 2,69 2,32 2,03 0,75 0,27 -0,11 -0,45 -0,67 -0,92 -1,15 -1,41 -1,82 -2,35 -2,56 -2,86 -2,94 -2,96 -3,14 -3,25 -3,43 -3,57 -3,70 -3,81 -3,91 -4,00 -4,07 -4,14 -4,19 -4,24 -4,29 -4,33 -4,36 -4,40 -4,42 -4,45 -4,47 -4,49 -4,51 ANEXO Tempo (dia) 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 253 Concreto com sílica ativa Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 1804 -5,64 1564 1852 -5,68 1612 1900 -5,71 1660 1948 -5,75 1708 1996 -5,78 1756 2044 -5,81 1804 2092 -5,83 1852 2140 -5,85 1900 2188 -5,87 1948 2236 -5,89 1996 2284 -5,91 2044 2332 -5,92 2092 2380 -5,94 2140 2400 -5,94 2160 Máxima Elemento 616 Tempo (h) 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -5,33 -5,38 -5,42 -5,47 -5,50 -5,54 -5,57 -5,60 -5,63 -5,65 -5,68 -5,70 -5,72 -5,72 Tempo (h) 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -4,52 -4,54 -4,55 -4,56 -4,57 -4,58 -4,59 -4,60 -4,61 -4,61 -4,62 -4,62 -4,63 -4,63 Tabela I8 – Leituras de tensão – Concreto com metacaulim – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 Concreto com metacaulim Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 244 0,04 4 248 0,40 8 252 0,82 12 256 1,31 16 260 1,80 20 264 2,21 24 272 2,54 32 280 2,89 40 288 3,27 48 320 3,80 80 336 3,89 96 404 3,42 164 432 3,00 192 456 2,60 216 480 2,20 240 496 1,93 256 516 1,59 276 536 1,27 296 560 0,89 320 604 0,24 364 672 -0,63 432 704 -0,99 464 756 -1,52 516 Máxima Elemento 616 Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,00 0,07 0,17 0,30 0,45 0,59 0,71 0,85 0,99 1,08 1,07 0,72 0,55 0,40 0,24 0,08 -0,12 -0,32 -0,54 -0,94 -1,49 -1,72 -2,07 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 Tensão (MPa) 0,03 0,33 0,70 1,15 1,59 1,96 2,24 2,42 2,58 2,30 2,02 0,76 0,29 -0,07 -0,40 -0,60 -0,84 -1,05 -1,28 -1,66 -2,13 -2,31 -2,57 ANEXO Tempo (dia) 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 254 Concreto com metacaulim Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) Tempo (h) (MPa) 772 -1,67 532 776 -1,71 536 816 -2,05 576 844 -2,27 604 892 -2,61 652 940 -2,91 700 988 -3,18 748 1036 -3,41 796 1084 -3,62 844 1132 -3,81 892 1180 -3,98 940 1228 -4,12 988 1276 -4,26 1036 1324 -4,37 1084 1372 -4,48 1132 1420 -4,57 1180 1468 -4,66 1228 1516 -4,73 1276 1564 -4,80 1324 1612 -4,86 1372 1660 -4,91 1420 1708 -4,96 1468 1756 -5,01 1516 1804 -5,05 1564 1852 -5,08 1612 1900 -5,11 1660 1948 -5,14 1708 1996 -5,17 1756 2044 -5,19 1804 2092 -5,21 1852 2140 -5,23 1900 2188 -5,25 1948 2236 -5,27 1996 2284 -5,28 2044 2332 -5,29 2092 2380 -5,31 2140 2400 -5,31 2160 Máxima Elemento 616 Tempo (h) 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -2,17 -2,20 -2,43 -2,59 -2,84 -3,06 -3,27 -3,46 -3,63 -3,79 -3,93 -4,06 -4,18 -4,29 -4,39 -4,49 -4,57 -4,65 -4,72 -4,79 -4,85 -4,90 -4,95 -5,00 -5,04 -5,08 -5,12 -5,15 -5,19 -5,21 -5,24 -5,27 -5,29 -5,31 -5,33 -5,35 -5,35 Tempo (h) 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -2,64 -2,66 -2,81 -2,91 -3,06 -3,19 -3,30 -3,40 -3,49 -3,56 -3,63 -3,68 -3,73 -3,78 -3,82 -3,85 -3,88 -3,91 -3,93 -3,96 -3,97 -3,99 -4,01 -4,02 -4,03 -4,05 -4,06 -4,06 -4,07 -4,08 -4,09 -4,09 -4,10 -4,10 -4,11 -4,11 -4,11 ANEXO 255 Tabela I9 – Leituras de tensão – Concreto com pozolana – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 Concreto com pozolana Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,01 4 0,15 8 0,76 12 1,20 16 1,70 20 2,09 24 2,61 32 3,18 40 3,81 48 4,71 80 4,90 96 4,56 164 4,15 192 3,68 216 3,22 240 2,91 256 2,51 276 2,13 296 1,69 320 0,90 364 -0,18 432 -0,63 464 -1,29 516 -1,47 532 -1,51 536 -1,94 576 -2,21 604 -2,62 652 -2,99 700 -3,32 748 -3,61 796 -3,86 844 -4,09 892 -4,29 940 -4,46 988 -4,62 1036 -4,76 1084 -4,89 1132 -5,00 1180 -5,10 1228 -5,19 1276 -5,27 1324 -5,34 1372 -5,40 1420 -5,46 1468 -5,51 1516 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,00 0,02 0,15 0,26 0,41 0,54 0,73 0,95 1,20 1,59 1,64 1,27 1,08 0,88 0,69 0,49 0,24 -0,01 -0,29 -0,81 -1,53 -1,84 -2,29 -2,42 -2,45 -2,76 -2,96 -3,27 -3,56 -3,82 -4,05 -4,27 -4,47 -4,65 -4,81 -4,96 -5,09 -5,22 -5,33 -5,44 -5,53 -5,62 -5,70 -5,77 -5,84 -5,90 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 Tensão (MPa) 0,01 0,12 0,60 1,01 1,46 1,82 2,25 2,63 3,02 3,01 2,76 1,38 0,88 0,43 0,05 -0,19 -0,47 -0,73 -1,00 -1,47 -2,06 -2,28 -2,60 -2,68 -2,71 -2,90 -3,02 -3,20 -3,36 -3,49 -3,61 -3,71 -3,80 -3,88 -3,95 -4,01 -4,06 -4,10 -4,14 -4,18 -4,21 -4,24 -4,27 -4,29 -4,31 -4,33 ANEXO Tempo (dia) 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 256 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Concreto com pozolana Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) -5,55 1564 -5,60 1612 -5,63 1660 -5,67 1708 -5,70 1756 -5,72 1804 -5,75 1852 -5,77 1900 -5,79 1948 -5,81 1996 -5,82 2044 -5,84 2092 -5,85 2140 -5,86 2160 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -5,96 -6,01 -6,06 -6,10 -6,14 -6,18 -6,22 -6,25 -6,28 -6,30 -6,33 -6,35 -6,37 -6,38 Tempo (h) 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -4,34 -4,36 -4,37 -4,38 -4,39 -4,40 -4,41 -4,42 -4,42 -4,43 -4,43 -4,44 -4,44 -4,44 Tabela I10 – Leituras de tensão – Concreto com escória – Etapa 2. Tempo (dia) 0,000 0,167 0,333 0,500 0,667 0,833 1,167 1,500 1,833 3,167 3,833 6,667 7,833 8,833 9,833 10,500 11,333 12,167 13,167 15,000 17,833 19,167 21,333 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 0 4 8 12 16 20 28 36 44 76 92 160 188 212 236 252 272 292 316 360 428 460 512 196 200 204 208 212 216 224 232 240 272 288 356 384 408 432 448 468 488 512 556 624 656 708 Concreto com escória Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,01 4 0,08 8 0,28 12 0,51 16 0,67 20 0,85 24 1,27 32 1,76 40 2,29 48 3,72 80 4,15 96 4,46 164 4,30 192 4,11 216 3,84 240 3,66 256 3,43 276 3,19 296 2,90 320 2,42 364 1,66 432 1,34 464 0,84 516 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) 0,00 0,01 0,04 0,09 0,14 0,19 0,32 0,48 0,68 1,52 1,74 1,77 1,65 1,56 1,41 1,26 1,07 0,87 0,64 0,26 -0,35 -0,61 -1,00 Tempo (h) 244 248 252 256 260 264 272 280 288 320 336 404 432 456 480 496 516 536 560 604 672 704 756 Tensão (MPa) 0,01 0,05 0,21 0,40 0,54 0,69 1,02 1,39 1,78 2,73 2,84 2,13 1,74 1,43 1,11 0,91 0,68 0,46 0,21 -0,17 -0,69 -0,90 -1,18 ANEXO Tempo (dia) 22,000 22,167 23,833 25,000 27,000 29,000 31,000 33,000 35,000 37,000 39,000 41,000 43,000 45,000 47,000 49,000 51,000 53,000 55,000 57,000 59,000 61,000 63,000 65,000 67,000 69,000 71,000 73,000 75,000 77,000 79,000 81,000 83,000 85,000 87,000 89,000 89,833 257 Máxima Elemento 616 Tempo (h) Tempo (h) 528 532 572 600 648 696 744 792 840 888 936 984 1032 1080 1128 1176 1224 1272 1320 1368 1416 1464 1512 1560 1608 1656 1704 1752 1800 1848 1896 1944 1992 2040 2088 2136 2156 724 728 768 796 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2352 Concreto com escória Interface Elemento 528 Tensão Tempo (h) (MPa) 0,70 532 0,66 536 0,33 576 0,10 604 -0,25 652 -0,58 700 -0,88 748 -1,16 796 -1,41 844 -1,65 892 -1,86 940 -2,06 988 -2,25 1036 -2,42 1084 -2,57 1132 -2,71 1180 -2,85 1228 -2,97 1276 -3,08 1324 -3,18 1372 -3,28 1420 -3,36 1468 -3,44 1516 -3,52 1564 -3,59 1612 -3,65 1660 -3,71 1708 -3,76 1756 -3,81 1804 -3,85 1852 -3,89 1900 -3,93 1948 -3,97 1996 -4,00 2044 -4,03 2092 -4,06 2140 -4,07 2160 Superfície Elemento 509 Tensão (MPa) -1,11 -1,14 -1,40 -1,57 -1,85 -2,10 -2,33 -2,55 -2,74 -2,92 -3,08 -3,24 -3,37 -3,50 -3,62 -3,73 -3,83 -3,92 -4,00 -4,08 -4,15 -4,22 -4,28 -4,34 -4,39 -4,44 -4,48 -4,53 -4,56 -4,60 -4,63 -4,66 -4,69 -4,72 -4,74 -4,76 -4,77 Tempo (h) 772 776 816 844 892 940 988 1036 1084 1132 1180 1228 1276 1324 1372 1420 1468 1516 1564 1612 1660 1708 1756 1804 1852 1900 1948 1996 2044 2092 2140 2188 2236 2284 2332 2380 2400 Tensão (MPa) -1,26 -1,28 -1,46 -1,57 -1,74 -1,89 -2,02 -2,13 -2,23 -2,32 -2,39 -2,46 -2,52 -2,57 -2,62 -2,66 -2,70 -2,73 -2,76 -2,79 -2,81 -2,83 -2,85 -2,87 -2,88 -2,90 -2,91 -2,92 -2,93 -2,94 -2,95 -2,96 -2,96 -2,97 -2,98 -2,98 -2,98