Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, n.1, p.1-7, 2003 ISSN: 1517-8595 1 CALOR ESPECÍFICO DA POLPA DE CAJÁ A TEMPERATURAS CRIOGÊNICAS E DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SÓLIDOS SOLÚVEIS: MÉTODOS DAS MISTURAS Mario Eduardo Rangel Moreira Cavalcanti Mata1, Maria Elita Martins Duarte2 RESUMO O cajá é uma fruta explorada extrativamente, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo assim, não existem dados na literatura dos volumes de produção, pois poucos são os pomares comerciais. Contudo, baseado na grande aceitação desse fruto, a cultura vem se expandindo, criando expectativas favoráveis ao seu consumo “in natura” e para sua industrialização, já que a sua aceitação nos mercados consumidores é crescente. Durante o processamento da polpa de cajá alguns componentes voláteis, que conferem aroma e sabor característico, podem ser perdidos necessitando, portanto, que tanto o processamento quanto o seu congelamento sejam rápidos. Diante desses fatos, o objetivo deste trabalho foi determinar calor específico da polpa de cajá com quatro diferentes níveis de sólidos solúveis (9°Brix que é o teor natural da polpa, 20, 40 e 60 °Brix) nas temperaturas de –18, –35, –70, –100, –180 e – 196°C. O calor específico, abaixo do ponto de congelamento, foi determinado utilizando-se o método das misturas. Concluiu-se neste trabalho que: a) o calor específico, aumenta com o aumento de temperatura de –196 oC para –18 oC e b) para uma mesma temperatura o calor especifico aumenta com o aumento da concentração de sólidos solúveis de 9 para 60%. Palavras-Chave: polpa, temperaturas criogênicas, propriedades termofísicas. SPECIFIC HEAT OF THE CAJÁ PULP AT LOW TEMPERATURES AND DIFFERENT SOLUBLE SOLIDS CONCENTRATION: MIXTURES METHOD ABSTRACT The cajá is an extractive explored fruit, mainly in the areas North and Northeast of Brazil. Data don't exist in the literature of the production volumes, because the commercial orchards are few. However, based on the great acceptance of this fruit, the culture is expanding, it self-creating favorable expectation to its consumption "in natura" and for its industrialization, since its acceptance in the consuming markets is growing. During the processing of the cajá pulp, some volatile components, that give aroma and characteristic flavor, can be lost. Therefore, the processing and its freezing must be fast. In the presence of these facts, the objective of this work was to determine specific heat of the cajá pulp of four different levels of soluble solids (9°Brix that it is natural content of the pulp, 20, 40 and 60 °Brix) at the temperatures of -18, -35, -70, 100, -180 and -196°C. The specific heat, below the freezing point, was determined through the mixtures method. It was concluded, in this work, that: a) the specific heat, increases, with the increase of the temperature from -196 °C to -18 °C and b) for a same temperature, the specific heat it increases from 9 to 60% with the increase of the soluble solids concentration. Keyword: fruit pulp, cryogenic temperatures, thermophysics properties __________________ Protocolo 120 de 7 / 8 /2003 1 Prof. Dr. Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal da Campina Grande, Campina Grande, PB, Brasil, R-mail [email protected] 2 Prof. Dr. Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal da Campina Grande, Campina Grande, PB, Brasil, R-mail [email protected] 2 Calor específico da polpa de cajá a temperaturas criogenicas ...... Cavalcanti Mata & Duarte INTRODUÇÃO A cajazeira é uma árvore originária da América, pertencente ao gênero Spondias da família das Anacardiaceas, atingindo vinte metros de altura ou mais. O fruto da cajazeira é o cajá, que é uma drupa elipsoide de 3-4 cm de comprimento, cor amarelo alaranjada, casca lisa, polpa escassa, sucosa, doce-acidulada, possuindo sabor e cheiro apreciáveis (Cavalcante, 1972). Os maiores produtores de cajá, no país, são os estados nordestinos, sendo este fruto encontrado com freqüência na Bahia, Sergipe Pernambuco, Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba e vem sendo usado de modo acentuado na indústria alimentícia, expandindose com perspectivas econômicas favoráveis, uma vez que sua aceitação é cada vez maior nos mercados consumidores (Gomes, 1989). Contudo, não existem dados oficiais do volume de produção deste produto. O cajá é uma fruta que possui a polpa ácida, às vezes doce, sendo muito utilizada, para a produção de geléias, compotas, sucos, refrescos e sorvetes. Também se faz aguardente e licores de seu suco (Gomes, 1989), mas a maior expectativa de sua industrialização é a sua polpa, que, na realidade, vem sendo feita, nestes últimos 4 anos, de forma insipiente. No entanto, a importância econômica deste fruto vem crescendo, acentuadamente, necessitando, contudo, de maiores estudos quanto aos diversos processos que antecede a sua comercialização, principalmente, durante os processos pós-colheita. O cajá é um fruto bastante apreciável para consumo “in natura”, no entanto, é facilmente perecível, havendo, portanto, a necessidade de seu processamento para consumo ao longo do tempo. Uma das maneiras mais utilizadas de armazenar o cajá, pela industria alimentícia, é processando-o na forma de polpa e congelando-a em seguida, para posterior utilização e transformação para consumo, nas diferentes formas supracitadas. Outra linha de processamento de polpa, concentra a polpa in natura de modo a aumentar os seus quantitativos de sólidos solúveis. Este processo altera a temperatura de congelamento do produto bem como provocam alterações em suas propriedades térmicas. Desta forma, o conhecimento do calor especifico da polpa do fruto é de suma importância, pois permite empregar a carga térmica correta nas unidades de processamento, pois segundo Kasahara et al. (1986) o calor específico se altera durante o congelamento com a alteração do estado da água presente no produto e com os quantitativos de açúcares existentes nas polpas das frutas. Kazarian & Hall (1965) tem reconhecido a dificuldade de se medir o calor específico de materiais biológicos, devido ao conteúdo de umidade do material e ao calor de absorção. Devido a estas dificuldades é que poucos valores de calor específico estão disponíveis na literatura. Muitos desses métodos, utilizados para determinar o calor especifico, baseiam-se no equilíbrio térmico estabelecido entre um primeiro corpo, que se pretende determinar o calor especifico, e um segundo corpo de calor específico conhecido. Contudo, segundo Mohsenin (1980), Hwang & Hayakawa (1979); e Kazarian & Hall, (1965) o método mais comum para determinação do calor específico em produtos biológicos é o método das misturas. Este método consiste em utilizar um recipiente isolado de capacidade calorífica conhecida, com um líquido inerte. O cálculo do calor específico é feito através de um balanço global de massa e energia em um sistema isolado termicamente: calor perdido pela amostra = calor ganho pela água + calor ganho pelo calorímetro CPa .M A TA TE CPw M W TE TW CPc M C TE TW (1) Alguns pesquisadores, em vez de água como líquido calorimétrico, têm usado tolueno, cuja densidade é de 0,86 e o calor específico é de, aproximadamente, 1,63 kJ.kg-1.K-1. A baixa massa específica possibilita que os produtos biológicos submergirem no líquido. Segundo Simões (1997) Hwang & Hayakawa desenvolveram uma metodologia para determinar o calor específico de alimentos onde não há contato direto da amostra com o líquido de capacidade calorífica conhecida. Este método pode ser aplicado para determinar o calor específico de alimentos altamente higroscópicos. Desta forma, o calor de absorção e algumas reações químicas que poderiam ocorrer são eliminados. Este procedimento pode ser utilizado para produtos altamente desidratados e de alto teor de umidade. Vieira (1996) utilizou esta técnica para determinar o calor específico do suco de laranja encontrando bons resultados quando comparados com os da literatura. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, n.1, p.1-7, 2003 Calor específico da polpa de cajá a temperaturas criogenicas ...... Cavalcanti Mata & Duarte Charmi (1971) propôs uma equação para determinar o calor específico em função do teor de gordura (XF), teor de sólidos solúveis totais (XS) e também do conteúdo de água (XW). Manohar et al. (1990) estudando o calor específico do suco de tamarindo, e Choi & Okos (1983) suco de tomate propuseram uma equação baseada no teor de sólidos solúveis totais e do seu conteúdo de água. No entanto, LAU et al. (1992) trabalhando com suco de aipo propuseram uma equação baseada apenas no teor de sólidos solúveis totais. Já, Watson citado por Peacock (1995), propôs uma equação para sucos e xaropes que é função da temperatura e do oBrix. 3 Na Tabela 1 encontram algumas fórmulas para determinação do calor específico de alguns produtos biológicos, os autores que propuseram essas fórmulas e os intervalos para sua utilização. Como se pode observar nessa tabela, os autores não estudaram o calor especifico de diferentes produtos biológico e não o fizeram para baixas temperaturas. Assim com base no exposto, o presente trabalho teve como objetivo determinar o calor específico da polpa do cajá para 4 diferentes níveis de sólidos solúveis (natural da polpa, 20, 40 e 60%) as temperaturas de –18, –35, –70, –100, –180 e –196°C. Tabela 1 - Modelos da literatura para predição do calor específico de alimentos Produto Fórmula Cp (KJ.Kg-1 °C-1) Geral Cp = 0,837 + 3,349 XW Geral Geral Suco de tomate Cp = 2,093 XF+1,256 XS + 4,18 XW Cp = 1,465 + 2,721 XW Cp = CPWXW+ CpS .XS CPW= 999,89-0.06033 T -0,003671 T2 CPS= 1469,3+0,5467 T - 0,00695 T2 Cp = 4,18 + M.XS M = 5,03. 10-2 +6,839 10-5 T Cp=4,1253-0,024804 B + 6,7 l0-5 T B+ 1,8691 10–3 T - 9,271 10-6 T2 Cp = 4,1713 - 0,02779 B Suco de tamarino Sucos e xaropes Suco de laranja Folhas de fumo Cp = 1465 + 2,562.U MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado no Setor de Refrigeração e Congelamento do Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas da Universidade Federal de Campina Grande, em Campina Grande, Estado da Paraíba, Brasil. Para a realização deste trabalho foram coletados frutos de cajá, junto aos produtores da região, e levados ao Laboratório onde os frutos foram selecionados, em estádio de maturação denominado de sem-maduros, contendo uma coloração amarela, consistência da polpa firme e isento de manchas escuras. Os frutos depois de selecionados foram lavados, branqueados a uma temperatura de 60oC por 15 minutos, resfriados e despolpados por uma despolpadeira Laboremus a Intervalos Autores XW> 50% Siebel citado por Mohsenin (1980) Charmi(1971) Lamb(1976) Choi & Okos (1983) T: 20 1500C T: 35 - 50C Manohar et al. (1990) T: 40-1500C B: <80 Brix Watson citado por Peacock(1995) Vieira (1996) Ducan et al. (1968) temperatura ambiente de 23oC. O material despolpado foi separado em quatro lotes. O primeiro lote foi separado para ser trabalhado com o teor de Sólidos Solúveis Totais (SST) natural da própria fruta. Os outros 3 lotes de polpa de cajá foram submetidos à adição de açúcar até que tivessem 20, 40 e 60 oBrix. A polpa de cajá processada com diferentes teores de sólidos solúveis totais foi analisada quanto a suas características química de: acidez titulável, pH e conteúdo de água. Determinações das características químicas Acidez titulável: Foi determinada pelo método da AOAC (1980), no 9.119, Os resultados foram expressos em porcentagem de ácido cítrico Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, n.1, p.1-7, 2003 4 Calor específico da polpa de cajá a temperaturas criogenicas ...... Cavalcanti Mata & Duarte pH: O pH foi determinado pelo método potenciometrico utilizando-se um aparelho DMpH.2 da Digimed calibrado com duas soluções tampão (pH 4,0 e 7,0) a 20°C. Determinação do conteúdo de água: A determinação do conteúdo de água do cajá foi realizada em estufa a 70°C até peso constante, utilizando-se o método da A.O.A.C. (Association of Official Agricultural Chesmists) 14003. Determinação dos sólidos solúveis totais (SST): Essa determinação dos foi feita por meio de um refratômetro manual de marca Atago, colocando-se uma ou duas gotas do suco da polpa no prisma e fazendo-se uma leitura direta em Brix, com correção de temperatura. Após a determinação das características químicas da polpa de cajá, dividida em quatro lotes, estas foram colocadas em embalagens plásticas de 100g em formado de placa plana e fechados em uma seladora modelo Semalut. A polpa de cajá embalada, nas diferentes concentrações de SST, foram inserida na câmara do aparelho Kriostat N-180 (Figura 1) onde o material foi congelado às temperaturas de –18, –35, –70, –100, –180 e –196°C. a temperatura no interior do calorímetro. Para a determinação do calor específico da polpa de cajá, necessitou-se determinar primeiro a capacidade calorífica do calorímetro. Capacidade calorífica do calorímetro Para determinar a capacidade calorífica do calorímetro, colocou-se 100g de água destilada, em seu estado natural, dentro do calorímetro. Em seguida, o calorímetro foi fechado com uma rolha de borracha acoplada a um termômetro onde se determinou a temperatura T1 no interior do calorímetro. Na seqüência, colocou-se no interior do recipiente mais 100g de água destilada a uma temperatura média de aproximadamente 2 °C, correspondendo à temperatura T2. Realizada esta operação agitouse o calorímetro durante um determinado tempo até que este alcançasse uma temperatura de equilíbrio T3. A capacidade calorífica foi determinada pela seguinte equação: c1m1 (T1-T3) + Ccal (T1-T3) = c2m2 (T3-T2) (2) em que, c1 = c2 = calor específico da água, 4,186 Jl/g °C m1 = massa de água em estado natural, 100g m2 = massa de água fria, 100g T1 = temperatura da água em estado natural, °C T2 = temperatura da água fria, °C T3 = temperatura de equilíbrio da mistura, °C Ccal = capacidade calorífica do calorímetro, J/°C Figura 1 – Criostato N-180 Calor específico Para determinação do calor específico da polpa de cajá, foi utilizado o método das misturas. Para essa determinação, utilizou-se um calorímetro (Figura 2) construído, utilizando-se uma garrafa térmica envolvida por uma camada de fibra de vidro (isolante térmico), colocada dentro de um tubo de PVC. Um termômetro digital foi utilizado para medir Figura 2 – Calorímetro Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, n.1, p.1-7, 2003 Calor específico da polpa de cajá a temperaturas criogenicas ...... Cavalcanti Mata & Duarte Tabela 2 - Características físico-químicas da polpa de cajá “in natura” Calor específico da polpa de cajá: Conhecida a capacidade calorífica do calorímetro (ccal), e a temperatura de equilíbrio T3, coloca-se uma amostra contendo polpa de cajá com uma temperatura T4 no calorímetro e agita-se até que um novo equilíbrio seja alcançado a uma temperatura T5. O calor específico da polpa de cajá foi determinado pelo seguinte balanço de energia: ms.cs (T4 – T5) + L.(ms.U) = c1.m3 (T5 – T3) + ccal (T5- T3) (3) em que, c1 ms cs T4 T5 m3 L U 5 = calor específico da água, 4,186 J/kg °C = massa da polpa de cajá, 100 g = calor específico da polpa de cajá, J/kg°C = temperatura da polpa de cajá, °C = temperatura de equilíbrio da mistura, °C = m1+m2 = calor de latente da água (J/kg) = conteúdo de água da polpa de cajá (decimal, base úmida) RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 2, encontram-se os valores de acidez titulável, pH e conteúdo de água e sólidos solúveis totais da polpa de cajá processada, onde se observa que os valores se encontram próximos aos valores obtidos por Gonçalves (2000) para polpa de cajá que obteve uma acidez titulável 1,32%; pH 4,16; conteúdo de água de 90% e sólidos solúveis totais de 8,1°Brix Descriminação acidez titulável pH conteúdo de água sólidos solúveis totais Polpa de cajá unidade 1,32 3,2 90,1 9,0 % ácido cítrico %base úmida °Brix Calor específico Na Tabela 3, encontram-se os valores de calor específico, determinados pelo método das misturas, para polpa de cajá, a 9°Brix, onde se pode observar que estes valores estão de acordo com os valores de calor específico determinado por outros autores para polpa de frutas abaixo do ponto de congelamento, entre esses autores pode-se citar Simões (1997) que determinou o calor específico da polpa de manga congelada (–18°C) e encontrou valores de: 2,25 kJ/kg°C para polpa concentrada, 2,36 kJ/kg°C para polpa integral e 2,49 kJ/kg°C para polpa peneirada. Alvarado (1989) obteve para o suco de melancia, com umidade de 92,6% à temperatura de –18°C o valor do calor específico de 1,97 kJ/kg°C. Observa-se, também, na Tabela 3, que os valores do calor especifico do material variaram de acordo com a temperatura de congelamento e com o teor de sólidos solúveis totais, sendo que estas variações podem ser atribuídas ao gradiente de temperatura bem como à formação de cristais de gelo. Na Figura 3, encontram-se as equações de calor especifico da polpa de cajá em função da variação de temperatura de temperatura de – 18 a –196°C, para cada diferente teor de sólidos solúveis totais, estudado neste experimento. Constata-se, nessa figura, que o calor especifico aumenta com o aumento de temperatura, mas diminui com o aumento da concentração de sólidos solúveis. Tabela 3 - Valores de calor específico da polpa de cajá em função da temperatura e do teor de sólidos solúveis totais. Polpa de cajá ( kJ/kg °C) Temperatura -196 -180 -140 -100 -70 -35 -18 9°Brix 20°Brix 40°Brix 60°Brix 1,516 1,685 1,987 2,132 2,390 2,451 2,558 1,663 1,851 2,194 2,498 2,686 2,822 2,891 1,896 2,079 2,525 2,878 3,074 3,283 3,458 2,222 2,563 2,911 3,187 3,357 3,589 3,688 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, n.1, p.1-7, 2003 Calor específico da polpa de cajá a temperaturas criogenicas ...... Cavalcanti Mata & Duarte 6 Calor especifico da polpa de cajá Método das misturas 0 4,0 60 Brix 3,6 Cp = 3,723 + 0,00303.T - 2,157.10 .T 0 40 Brix -5 -5 0 Calor específico (kJ/kg. C) Cp = 3,51 + 0,0047.T + -1,81.10 .T 2 2 2 R =99,0% 2 R =99,8% 3,2 2,8 2,4 2,0 0 20 Brix 1,6 -5 2 -5 2 Cp = 2,9328 + 0,00213.T - 2,197.10 .T 2 R =99,9% 0 9 Brix 1,2 -220 Cp = 2,589 + 0,00247.T + -1,476.10 .T -200 -180 -160 -140 -120 -100 -80 -60 -40 2 R =99,0% -20 0 0 Temperatura ( C) Figura 3- Equações do calor específico da polpa de cajá para baixas temperaturas e diferentes teores de sólidos solúveis totais (9, 20, 40 e 60°C). 30p. CONCLUSÕES Neste trabalho, concluiu-se que: a) o calor específico, aumenta com o aumento de temperatura de –196 oC para –18 oC; b) para uma mesma temperatura o calor específico aumenta com o aumento da concentração de sólidos solúveis de 9 para 60%. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alvarado, J.D.; Romero, C. H. Physical properties of fruits -1-11. Density and viscosity of juices as functions of soluble solids and content and temperature. Latin American Applied Research. v. 24, p. 4147, 1989. Charmi, E. The fundamentals of food engineering. 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As inscrições para o Processo de Seleção para ingresso no Doutorado de Engenharia de Processos são abertas anualmente para inicio a partir de março de cada ano, sendo o período de inscrição realizado entre outubro e novembro do ano anterior. DOCUMENTOS EXIGIDOS: Formulário de Inscrição devidamente preenchido Duas cartas de Recomendação (formulário específico) 2 fotos de 3x4 recentes Cópia do diploma de Mestre ou documento equivalente Curriculum Vitae do candidato (com comprovantes) Históricos Escolares da graduação e do Mestrado Plano preliminar de Tese aceito por um orientador credenciado pelo Curso Cópia autenticada da carteira de identidade. Prova de estar em dia com as obrigações militares e eleitorais A seleção dos candidatos será realizada com base na análise do Curriculum Vitae,(peso 4) Histórico Escolar (peso 4) e Plano de Tese aceito por Professor cadastrado no Curso.(peso 2) O Plano de Tese , com um máximo de 6 páginas, deverá incluir introdução, justificativa, objetivos e metodologia. Apresentação Oral do Plano de Tese: 02 e 03 de dezembro de 2002 Vagas: 20 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS LINHAS DE PESQUISA : PROCESSOS TÉRMICOS E DE SEPARAÇÃO DESENVOLVIMENTO E TECNOLOGIA DE MATERIAIS OBJETIVOS: O Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba tem uma ampla e reconhecida tradição nos cursos de pós-graduação em diversas áreas de engenharia. Modernamente, tendo em vista os recentes progressos no ensino de engenharia, ações que privilegiem atuações multidisciplinares entre áreas afins, são fortemente recomendadas. O Curso de Doutorado em Engenharia de Processos, de natureza interdisciplinar, aglutina docentes dos Departamentos de Engenharia Química, de Materiais, Mecânica e Agrícola em torno de tópicos relativos à Engenharia de Processos, principalmente, através da abordagem de problemas regionais. O objetivo primário do Doutorado em Engenharia de Processos é a pesquisa, treinamento e formação de pessoal altamente capacitado, utilizando os princípios fundamentais da Ciência da Engenharia aplicados ao estudo dos fenômenos das transformações, operações e processos envolvidos nas industrias de diversos setores, tais como: químico, cerâmico, plásticos, bioquímico, farmacêutico, metalúrgico, agroalimentar, etc. Alunos do Curso tem atualmente bolsas da CAPES, CTHIDRO e ANP. Cada uma das duas linhas de pesquisa oferecidas pelo programa inclui grandes temas de pesquisa de natureza multidisciplinar que contemplam o desenvolvimento de uma série de projetos específicos voltados para a área de Desenvolvimento de processos. Maiores informações consultar http://www.cct.ufcg.edu.br/ Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, n.1, p.8, 2003