Curso de Especialização em Geriatria V - CIAPE Cuidados ao Paciente Idoso Terminal Fabiano Moraes Pereira Julho/2007 Contexto “O velho é tão esperto que não permite que os outros vejam o quanto ele é esperto” Dr. Andy Petroianu Contexto Abordar o tema de terminalidade com um paciente ou a família de um paciente terminal é uma urgência médica! Na geriatria o jargão “Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza” cai como uma luva. Informação para o paciente terminal não oncológico. Contexto Quem é um paciente terminal? Alternativas: o processo se encerra no meio ou tem o final no momento que deve acabar. O paciente terminal tem a chance de ter o final mais próximo do seu ideal. Encarar a nossa terminalidade. Fé, espiritualidade, religiosidade; Sentimentos em relação a si e aos outros; Objetivos não materiais; Contexto O paciente terminal tem o direito de saber que ele é terminal. Quem é Terminal? Paciente oncológico x Paciente com doença crônica não oncológica. 1992: 80% x 20% 2000: 55% x 45% 2006: 49% x 51% O curso da doença crônica não oncológica é mais arrastado, entremeado de complicações e descompensações iguais àquela que será o mecanismo de morte. Quem é Terminal? 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Câncer DPOC Demência Paciente Terminal Religiosidade e ritos que devem ser cumpridos; Problemas que devem ser resolvidos; Bens que devem ser partilhados; Direito moral de decidir o grau de investimento a ser feito nas complicações; Cuidados ao Idoso Terminal O tratamento tem que ser o mais incisivo possível; Não é intensivo; Não é agressivo; Fazer o melhor do possível; Ortotanásia x Distanásia; O tratamento tem que ser previsto – evita a distanásia; Paciente consciente; Paciente demenciado; Onde morrer; ORTOTANÁSIA Cuidados ao Idoso Terminal Cuidados paliativos para paciente com câncer Cuidados paliativos para o paciente não oncológico; Cuidados ao Idoso Terminal Princípios básicos dos cuidados paliativos: Escutar o paciente; Conhecer as drogas que serão utilizadas; Utilizar drogas que tenham mais de um objetivo de alívio; Tratamentos mais simples possíveis; Não tratar tudo que dói com medicamentos; Aprender a reconhecer pequenas realizações e desfrutar delas; Há sempre alguma coisa que pode ser feita; Administração de Medicação Vias de administração de medicamentos de preferência: Oral, Retal, Subcutânea, por fim Endovenosa. Evitar o músculo devido ao catabolismo Cuidados ao Idoso Terminal Referenciais éticos na implementação da medicina paliativa: Veracidade (base na confiança da relação médico-paciente); Proporcionalidade terapêutica (implementação apenas de medidas terapêuticas úteis); Referencial do duplo efeito (quando se teme que os efeitos negativos sobreponham os positivos); Prevenção (de complicações e para orientação de familiares); Não abandono (mesmo diante da sensação de impotência, deve-se ser solidário e acompanhar o paciente e a família); Cuidados ao Idoso Terminal Cuidados nas últimas horas de vida: Sinais de morte iminente; mudança do sensório,confusão mental recente, fadiga intensa, recusa alimentar, flutuação dos sinais vitais sem uma causa aparente de descompensação hemodinâmica Cuidados clínicos nas últimas horas; Comunicação da morte iminente; Aspectos culturais na hora da morte; Cuidados com o corpo após a morte; Funerais; Cuidados ao Idoso Terminal Dor; Compressão medular; Anasarca; Ascite; Linfedemas; Infecção oral; Anorexia; Depressão; Ansiedade; Confusão e delírio; Impactação e incontinência fecal; Diarréia; Náuseas e vômitos; Desidratação; Dispnéia; Fadiga; Sangramento; Síndrome da veia cava superior; Bibliografia Recomendada Kübler-Ross, E. – Sobre a Morte e o Morrer – 8ª ed. – São Paulo : Martins Fontes, 1998; Varella, D. – Por Um Fio – São Paulo : Cia das Letras, 2004; Pimenta, C. A. M. et al – Dor e Cuidados Paliativos – Enfermagem, Medicina e Psicologia – Barueri, SP : Manole, 2006; Burlá, C. – Paliação: Cuidados ao Fim da Vida – In: Freitas, E. V. et al. – Tratado de Geriatria e Gerontologia – 2ª ed. – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2006 http://www.hospicecare.com/manual/toc-main.html Curso de Especialização em Geriatria V - CIAPE Programa de Assistência Domiciliária e Gerenciamento de Risco Fabiano Moraes Pereira Julho/2007 Introdução Porquê fazer assistência domiciliar? Visão do paciente; Visão da família; Visão do cuidador; Visão do profissional; Visão do agente financiador; Visão do médico assistente; Visão do hospital; Introdução Resultados da assistência domiciliar Redução de custos; Redução de tempo de internação; Melhora da qualidade de vida; Aspectos Legais Regulamentação do Setor – ANVISA - RDC 11 de 26 de janeiro de 2007. Aspectos Legais - ANVISA Requisito básico para obtenção do Alvará Sanitário; Conceitos: Plano de Atenção Domiciliar - PAD: documento que contempla um conjunto de medidas que orienta a atuação de todos os profissionais envolvidos de maneira direta e ou indireta na assistência a cada paciente em seu domicílio desde sua admissão até a alta. Aspectos Legais - ANVISA Conceitos: Atenção domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio. Assistência domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas desenvolvidas em domicílio. Internação Domiciliar: conjunto de atividades prestadas no domicílio, caracterizadas pela atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico mais complexo e com necessidade de tecnologia especializada. Aspectos Legais - ANVISA O SAD deve manter um prontuário domiciliar; O prontuário domiciliar deve conter prescrição e evolução multiprofissional, resultados de exames, descrição do fluxo de atendimento de Urgência e Emergência, telefones de contatos do SAD e orientações para chamados; O prontuário deve ser preenchido com letra legível e assinado; Aspectos Legais - ANVISA O SAD deve fornecer aos familiares dos pacientes e/ou cuidadores orientações verbais e escritas, em linguagem clara, sobre a assistência a ser prestada; O SAD deve assegurar o suporte técnico e a capacitação dos profissionais; O SAD deve elaborar e implementar um Programa de Prevenção e Controle de Infecções e Eventos Adversos (PCPIEA) visando a redução da incidência e da gravidade desses eventos; Aspectos Legais - ANVISA O SAD deve assegurar suportes diagnósticos e terapêuticos de acordo com o PAD; Cuidados com ventilação mecânica, equipamentos acionados por energia elétrica, uso de gases medicinais, cuidados no manejo das dietas, armazenamento de medicações; Manutenção de equipamentos, back-up; Aspectos Legais - ANVISA Indicadores de avaliação: Taxa de mortalidade para a modalidade internação domiciliar; Taxa de internação após atenção domiciliar; Taxa de infecção para a modalidade internação domiciliar; Taxa de alta da modalidade assistência domiciliar; Taxa de alta da modalidade internação domiciliar; Aspectos Legais Conselho Federal de Medicina – Resolução CFM nº 1.668/2003 Dispõe sobre normas técnicas necessárias à assistência domiciliar de paciente, definindo as responsabilidades do médico, hospital, empresas públicas e privadas; e a interface multiprofissional neste tipo de assistência. Aspectos Legais Conselho Federal de Enfermagem – Resolução COFEN nº 267/2001 Dispõe sobre as atividades da Enfermagem em Domicílio-Home-Care Conselho Federal de Enfermagem – Resolução COFEN nº 270/2002 Aprova a Regulamentação das empresas que prestam Serviços de Enfermagem Domiciliar Aspectos Legais Portaria nº 2.416, de 23 de março de 1998 do Ministério da Saúde; Estabelece requisitos para credenciamento de Hospitais e critérios para realização de internação domiciliar no SUS. Aspectos Legais Regulamentação genérica que incide diretamente no setor Código de Ética Médica Prontuários; Declarações de óbito; Resoluções do CFM; Comissão de prontuários; Resoluções do COREN; Aspectos Legais Regulamentação de setores afins RN n° 94, de 23 de março de 2005 da ANS Dispõe sobre os critérios para o diferimento da cobertura com ativos garantidores da provisão de risco condicionada à adoção, de programas de promoção à saúde e prevenção de doenças; IN Nº 10 de 23 de março de 2005 da ANS Estabelece procedimentos de apresentação e critérios para avaliação dos programas de promoção à saúde e prevenção de doenças; Aspectos Legais Regulamentação de setores afins Programa de Qualificação da Saúde Suplementar Baseado em literatura; Definição de indicadores; TISS – Troca de Informações em Saúde Suplementar A ANS estabeleceu um padrão – TISS para registro e intercâmbio de dados entre operadoras de planos e prestadores de serviços de saúde. Organização Equipe Interdisciplinar: Médico, Enfermeira, Nutricionista, Fisioterapeuta, Fonoterapeuta, Terapeuta Ocupacional e Assistente Social. Profissionais de suporte: técnico de enfermagem, secretária, motorista, farmacêutico, setor administrativo; Organização Logística Transporte dos profissionais; Retaguarda para urgências; Dispensação de medicação; Lixo contaminado - PGRS; Esterelização; Equipamentos; Organização Administrativa Prontuários; Sistema; Questões contábeis; Etc. Aspectos Subjetivos Tem que gostar do que está se propondo a fazer. Requer predisposição, interesse e disponibilidade; O profissional se insere no cotidiano do outro, portanto, tem que se ajustar. A relação médico-paciente torna-se médicopaciente-família(-cuidador) e é muito mais intensa; Nenhum lar é igual ao outro. Aspectos Subjetivos No domicílio pode-se ver, se tiver interesse, mais do paciente do que no consultório ou no hospital; São visitas mais descontraídas e flexíveis – compartilha-se do cotidiano, compreende-se melhor as dificuldades, favorece o clima de confiança; Riscos ambientais; Dinâmica familiar; Medicamentos; Higiene; Equipe Interdisciplinar Os profissionais e seus papéis; Médico; Enfermeira; Fisioterapeuta; Fonoterapeuta; Nutricionista; Terapeuta Ocupacional; Psicólogo; Assistente Social; Demais profissionais; Tipos de Assistência Domiciliar Conceitos da regulamentação Atenção domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio. Assistência domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas desenvolvidas em domicílio. Internação Domiciliar: conjunto de atividades prestadas no domicílio, caracterizadas pela atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico mais complexo e com necessidade de tecnologia especializada. Hospice; Gerenciamento de Risco Gerenciamento de Risco Financeiro Seguradoras; Operadoras de Planos de Saúde; Cooperativas; Auto-gestões; ANS; Capitation; Auxiliares: Benefício Farmácia, Sistemas, etc. Gerenciamento de Risco Saúde O que é melhor: prevenir ou remediar? Análise populacional; Análise individual; Gerenciamento de risco populacional; Epidemiologia e saúde pública; Gerenciamento de risco individual; Análise de fatores de risco e prognóstico; Gerenciamento de Risco Gerenciamento de Casos População selecionada pelas doenças já manifestadas Avaliação geriátrica global; Plano de tratamento; Reavaliação periódica; Gerenciamento de Doenças Gerenciamento de casos para uma população mais homogênea; Gerenciamento de Risco Promoção de saúde Promover hábitos saudáveis em uma população de baixo risco: educação; Dificuldades;