FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO MARIA DA SAÚDE DE SOUZA GALINDO A Educação Pública e o Ensino a Distância: um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB Paulo Afonso-BA 2009 MARIA DA SAÚDE DE SOUZA GALINDO A Educação Pública e o Ensino a Distância: um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB Monografia apresentada ao curso de Graduação em Sistemas de Informação da Faculdade Sete de Setembro – FASETE. Sob a orientação do professor Eloy Lago Nascimento. Paulo Afonso-BA 2009 MARIA DA SAÚDE DE SOUZA GALINDO A Educação Pública e o Ensino a Distância: um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB Monografia submetida ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação. Paulo Afonso,.......................de.......................de 2009. __________________________________ Prof. Igor Medeiros Vanderlei Coordenador dos Cursos de Sistemas de Informação Aprovado por: ____________________________________________________ Prof. Eloy Lago Nascimento (Orientador) ____________________________________________________ Prof.ª Julyana Mota de Moura (Componente da Banca) ____________________________________________________ Prof. Ryan Ribeiro de Azevedo (Componente da Banca) Paulo Afonso-BA 2009 Dedico este trabalho a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta para conclusão do mesmo. AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível: A Deus, o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele. Aos meus pais, irmãos e meu esposo Paulo Sergio, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Ao professor e orientador Eloy Lago, pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia. Ao professor e coordenador do Colegiado de Sistemas de Informação, Igor Medeiros, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e pela amizade. A todos os professores da FASETE, em especial, Julyana Mota, Ryan Ribeiro e Ricardo Azevedo, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia. Aos amigos e colegas, em especial, Josenildo Sandes, Clarisse Siqueira e Gildo, pelo incentivo e pelo apoio constantes. A todos os funcionários FASETE, pelo convívio e pelo apoio constantes. GALINDO, Maria da Saúde de Souza. A educação pública e o ensino à distância: um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 2009. 83 f. Monografia. (Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação). Faculdade Sete de Setembro – FASETE, Paulo Afonso-BA. RESUMO O objetivo dessa pesquisa é conhecer o modelo EaD implantado nas universidades públicas, através de um estudo de caso delimitado em uma Instituição de Ensino Superior, a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, no que diz respeito às tecnologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem, e o nível de satisfação dos discentes.A presente pesquisa teve caráter exploratório, com isso utilizamos um questionário de forma a explorar o perfil dos alunos, a aceitação dos avanços tecnológicos bem como a satisfação em relação à proposta desenvolvida pela IES. Foram um total de 58 alunos estudados no Departamento de Educação, do Campus-VIII, em Paulo Afonso.Os resultados da pesquisa foram voltados a satisfação dos alunos com relação a escolha da universidade e a aceitação doa avanços tecnológicos imposto por esse tipo de ensino, no qual os alunos pesquisados demonstraram uma boa aceitação e satisfação. PALAVRAS CHAVES: EaD, Tecnologia, Satisfação. GALINDO, Maria da Saúde de Souza. Public education and distance learning: a case study at the University of Bahia - UNEB. 2009. 83 f. Monograph. (Course of Bachelor of Information Systems). Faculdade Sete de Setembro - FASETE, Paulo Afonso-BA. ABSTRAT The objective of this research is to know the model EaD located in public universities through a case study defined in a higher education institution, the University of Bahia - UNEB, with regard to technologies used in the teaching and learning , and the level of satisfaction of discentes.A this research was exploratory nature, with that used a questionnaire in order to explore the profile of students, acceptance of technological advances as well as satisfaction with the proposal developed by IES. There were a total of 58 students in the Department of Education, the Campus-VIII, to Paul Afonso.Os search results were aimed to meet the students with regard to choice of university and acceptance donates technology imposed by this type of education in which the students surveyed showed a good acceptance and satisfaction WORDS KEY: EaD, Technology, Satisfaction LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância AVA - Ambientes Virtuais de Aprendizagem CNE - Conselho Nacional de Educação DEDC - Departamento de Educação EaD - Educação a Distância ESAP - Ensino Superior de Agricultura de Pernambuco LDB - Leis de Diretrizes e Base MEC - Ministério da Educação NEAD - Núcleo de Educação a Distância NTE - Núcleo de Tecnologia Educacional NTIC Novas Tecnologias da Informação e Comunicação OBC - Organização de Base Comunitária ONGs - Organizações não-governamentais PNE Plano Nacional de Educação RNP - Rede Nacional de Pesquisa SGA - Sistemas para Gerenciamento de Aprendizagem SGC - Sistemas para Gerenciamento de Cursos TIC Tecnologias da Informação e Comunicação UAG - Unidade Acadêmica de Garanhuns UAST - Unidade Acadêmica de Serra Talhada UEPB Universidade Federal da Paraíba UNAB - Universidade Aberta do Brasil UNEB - Universidade Estadual da Bahia USP - Universidade de São Paulo LISTA DE FIGURAS Figura 3 Campus VIII UNEB – Paulo Afonso-BA 62 Figura 4 Iniciar o Acesso 76 Figura 5 Acesso a Visitantes 76 Figura 6 Cadastramento do Usuário 76 Figura 7 Tela Inicial do Portal 77 Figura 8 Portal de Material Didático 78 Figura 9 Acesso ao Portal Referente ao Curso 78 Figura 10 Janela de Acesso ao conteúdo dividido por semanas. 79 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Representação do sexo 67 Tabela 2: Distribuição da faixa etária dos alunos analisados 68 Tabela 3: Distribuição de acordo com Estado Civil dos alunos 69 Tabela 4: Representação da Atividade Remunerada 70 Tabela 5: Representação da Opção pelo ensino a Distância 71 Tabela 6: Analise do Avanço Tecnológico 72 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Aspectos fundamentais de um modelo pedagógico para EaD 32 Quadro 2: Classificação em função do tipo de comunicação predominante 33 entre professores e alunos Quadro 3: Habilidades Técnicas e de comunicação exigida das equipes de 35 EaD Quadro 4: Papéis e Competências requeridas dos profissionais de uma 36 equipe EaD SUMÁRIO ABSTRAT ...................................................................................................................6 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .....................................................................7 LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................8 LISTA DE TABELAS ..................................................................................................8 LISTA DE QUADROS.................................................................................................9 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................13 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS DE ESTUDO.............................................................................................................. 16 1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................................. 17 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17 1.3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................................. 17 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................................................... 19 2. A EDUCAÇÃO NOSSA DE CADA DIA................................................................20 2.1 O QUE É EDUCAÇÃO? ................................................................................................................. 20 2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS..................................................................................... 21 2.3 A EDUCAÇÃO PRESENCIAL........................................................................................................ 23 2.4 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA........................................................................................................ 23 2.4.1 Características da Educação a Distância .................................................................... 26 2.4.2 Fazendo uma analise entre Educação presencial e Educação a distância.................. 26 2.4.3 Modelos Pedagógicos EAD......................................................................................... 28 2.4.4 Ambiente e Equipe das áreas de educação a distância nas organizações.................. 30 3. ENSINAR E APRENDER ATRAVÉS DOS TEMPOS...........................................34 3.1 O QUE É ENSINAR? ...................................................................................................................... 34 3.2 O QUE É APRENDER? .................................................................................................................. 35 3.3 ENSINAR E APRENDER: ANTES E DEPOIS DA REVOLUÇÃO INFORMÁTICA ...................... 36 4. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PASSOS NA CONSTRUÇÃO DE SUA HISTÓRIA ..................................................................................................................................39 4.1 A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO ENSINO A DISTÂNCIA .......................................................... 41 4.1.1 O ambiente AulaNet.................................................................................................... 42 4.1.2 Os Autores do Ambiente ............................................................................................. 43 4.1.3 Avaliações a Distância ................................................................................................ 43 4.1.4 Avaliação em educação à distância com suporte em ambientes digitais de interação e aprendizagem ...................................................................................................................... 44 5. UNIVERSIDADE PÚBLICA: FRAGILIDADES E TENDÊNCIAS ..........................46 5.1 CONCEITO E MISSÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO BRASIL............................. 46 5.1.1 Fragilidades da Universidade Pública Brasileira.......................................................... 47 6. A UNIVERSIDADE ABERTA E A EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA (EAD) ..................................................................................................................................49 6.1 CONCEITUANDO A UNIVERSIDADE ABERTA ........................................................................... 49 6.2 A EaD COMO VEÍCULO DE ENSINO MASSIFICADO E ABERTO.............................................. 49 6.3 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA .............................................................................................. 51 6.4 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL......................................................................... 51 6.5 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NA BAHIA............................................................................ 53 7. METODOLOGIA ...................................................................................................55 7.1 MÉTODO......................................................................................................................................... 55 7.1.1 Método Qualitativo ...................................................................................................... 55 7.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA................................................................................................. 56 7.3 TIPOS DE FONTES ........................................................................................................................ 56 7.4 AMOSTRA ...................................................................................................................................... 57 7.4.1 UNEB (Universidade do Estado da Bahia) .................................................................. 57 7.5 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................... 60 8. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................61 8.1 SEXO............................................................................................................................................... 61 8.2 IDADE ............................................................................................................................................. 62 8.3 ESTADO CIVIL ............................................................................................................................... 63 8.4 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA. .............................................................................. 64 8.5 OPÇÃO PELO ENSINO A DISTÂNCIA ......................................................................................... 65 8.6 SATISFAÇÃO QUANTO AO ENSINO À DISTÂNCIA................................................................... 66 8.7 AVANÇO TECNOLÓGICO ............................................................................................................. 66 9. UTILIZAÇÃO DO PORTAL EDUCACIONAL PELOS ALUNOS DA UNEB.........68 9.1 CONHECENDO MELHOR O MOODLE ......................................................................................... 68 9.2 DEMONSTRANDO A UTILIZAÇÃO DO MOODLE ..................................................................... 69 9.3 DEMONSTRANDO O ACESSO AO PORTAL UNEB.................................................................... 71 9.4 MATERIAL DIDÁTICO (MATEAD) ................................................................................................ 71 9.5 ACESSO AO PORTAL REFERENTE AO CURSO........................................................................ 72 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................74 REFERÊNCIAS.........................................................................................................77 APÊNDICE................................................................................................................82 13 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Nos últimos anos, o Brasil está passando por várias transformações. Essas transformações já vinham ocorrendo, desde a década de 1950, no caso dos países considerados de primeiro mundo, e estão gerando um modelo de sociedade em que a escolarização elevada é colocada como fator estratégico do desenvolvimento, da produtividade e da competitividade. Dessa forma, as políticas relacionadas com a qualificação dos recursos humanos merecem o máximo de interesse e prioridade e os processos de formação continuada devem ser atualizados e renovados em seus conteúdos, atingindo o maior número possível de pessoas (PETRI, 1996). O cenário retratado provoca uma crescente demanda social pela formação, devido às exigências de níveis mais elevados de escolarização; aos avanços tecnológicos; à insuficiência de qualificação e às novas tendências demográficas (PRETI, 1996). É neste cenário que se insere a educação a distância — EaD, como modalidade educacional alternativa, para transmitir informações e instruções aos alunos, em qualquer lugar, onde quer que estejam. Porém esta modalidade de educação não é de hoje e, no Brasil, já vem de muito tempo. No início, foi um modelo viabilizado por meio dos serviços de correios enviando e recebendo dos alunos as respostas às lições propostas. Tal modalidade, tornou a educação acessível às pessoas residentes em áreas isoladas ou àqueles que não tinham condições de cursar o ensino regular no período apropriado. (ALMEIDA, 2003). Desafios e obstáculos para implementação da educação à distância (EaD) devem ser compreendidos como estímulo à busca de novos caminhos, superação de modelos e rotinas já consolidados no ensino presencial e exigem criatividade, maturidade na condução política, seriedade, paciência, persistência, além da habilidade para trabalhar em equipe interdisciplinar. Vencer esses desafios significa trabalhar a dimensão de um todo, que é um sistema complexo, composto por um conjunto de peças interconectadas entre si (PULINO, 2004). 14 É nestes termos que o presente trabalho busca refletir sobre a educação à distância na atualidade, colocando, obviamente, os recursos das Tecnologias de informação e comunicação, especificamente o computador, seus softwares e a internet, como viabilizadores de uma verdadeira revolução nas propostas da EaD. Embora esses desafios não sejam necessariamente os mais importantes para a área tecnológica, eles estão presentes porque a educação por meio da Internet ou CD-Rom depende de recursos que sejam compatíveis com o desenho do curso e com a metodologia adotada ( PULINO, 2004). A Internet é responsável pela distribuição mundial de bens, serviços e empregos administrativos e gerenciais. Esse meio é um dos fatores de maior responsabilidade no processo de globalização. Dessa forma, pode-se dizer que a internet vem provocando uma grande mudança na sociedade (ANDRADE, 2001). Em mais de 80 países do mundo o ensino a distância vem sendo empregado em todos os níveis educativos, desde o primeiro grau até a pós-graduação, assim como também na educação permanente (PETRI, 1996). Conforme as diversificadas experiências de educação à distância avançam no Brasil, na Região Nordeste e, em Paulo Afonso, especificamente, como espaço delimitado para o olhar desta pesquisa, percebe-se a existência de diversos estudos enfocando a temática, ou na questão educacional como proposta, ou na forma de uso das novas tecnologias como recursos. No entanto, quando se vai estudar a literatura produzida, registra-se praticamente apenas pesquisas voltadas para a EaD privada. Por isso, este estudo buscou um aprofundamento sobre a realidade da EaD pública. Salientando, entretanto, que se trata de um olhar iniciante, até mesmo pela própria realidade de experiência recente deste modelo, o que explica também a escassez de materiais científicos publicados. A Universidade Virtual no Brasil registra 84.713 alunos matriculados em sessenta cursos superiores a distância (VIANNEY, 2003). 15 A universidade Aberta é uma organização educacional de ensino superior que se distingue das demais instituições universitárias, inovando na forma de atendimento à demanda pelo ensino superior. Destacando-se na questão da tecnologia inerente a esse modelo de ensino sua metodologia (processos) e a promoção dos egressos como universitários (SIQUEIRA, 1993). Pode-se dizer que os fatores políticos contribuíram para a melhoria do ensino superior a distância no Brasil. Estes fatores estão ligados “a uma crescente regulamentação, incentivos através de parcerias do MEC com universidades, principalmente para programas de treinamento de professores e também relacionados a iniciativas do governo federal em acordos técnicos” para tornar mais acessível o preço “do uso das infovias de comunicação no país” (SANTOS apud CRUZ, 2001). Na década de 1990, a universidade Federal da Bahia iniciou timidamente algumas experiências de ensino a distância em várias de suas Unidades de Ensino. Poucas resistiram até a presente data, embora algumas tenham sido consideradas bem sucedidas, como a criação de uma disciplina optativa sobre educação a distância na Faculdade de Educação, e a oferta de cursos de especialização em alfabetização para professores do interior do Estado da Bahia (FREITAS, 2005). Considerando a relevância do tema, a pesquisa foi delimitada no intuito de obter uma visão geral sobre a experiência da EaD pública e, em particular, o uso das tecnologias de informação no ensino a distância, estudando o caso da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, instituição multicampi, enfocando especificamente, o seu departamento de Educação do Campus – VIII, localizado na cidade de Paulo Afonso, no interior do estado, com uma realidade particular, por fazer fronteira com os estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, atendendo ao alunado de toda esta região. Na delimitação do tempo, a pesquisa levantou dados referentes aos anos de 2008 e 2009. 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO 16 Sabendo-se que hoje, a tecnologia da informação ganha cada vez mais força na difusão do conhecimento, sendo responsável por uma revolução no processo ensino-aprendizagem, pode-se dizer que existe uma preocupação na eficácia da tecnologia, no que se refere à modalidade de ensino (NASCIMENTO, 2007). “As tecnologias devem preferencialmente ser usadas para proporcionar aos estudantes a oportunidade de interagir e trabalhar juntos em problemas e projetos significativos, e juntar-se a comunidades de alunos e profissionais” (SELFE, 1988). A tecnologia deve estender o melhor das práticas em sala de aula para localidades distantes, ao invés de reproduzir o pior (BURGE, 1993). Criam-se todos os dias mais de 140 mil novas páginas de informações e serviços na rede. Há informações demais e conhecimento de menos no uso da Internet na educação. E há certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação, organizamos os dados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento se cria, constrói-se (MORAN, 2002). A Educação a Distância vem a cada dia se tornando mais suscetível devido a sua extensão. Procuramos com essa pesquisa objetivar a aceitação quanto ao o uso das tecnologias e a satisfação dos alunos da Universidade do Estado da Bahia no Ensino a Distância. Diante do exposto criam-se algumas questões de pesquisa: 1. As ferramentas tecnológicas utilizadas pelas IES estudadas estão atendendo as necessidades do processo de ensino e aprendizagem? 2. Os discentes pesquisados estão satisfeitos com essa nova modalidade de ensino? 1.2 OBJETIVOS DE ESTUDO 17 1.2.1 Objetivo Geral Conhecer o modelo EaD implantado nas universidades públicas através de um estudo de caso delimitado em uma Instituição de Ensino Superior, a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, no que diz respeito às tecnologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem, e o nível de satisfação dos alunos. 1.2.2 Objetivos Específicos • Levantar dados sobre a proposta de EaD formatada pela UNEB. • Analisar as tecnologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem; • Identificar o grau de satisfação dos alunos. • Observar a utilização do portal, para podermos verificar a aceitação das tecnologias pelos alunos. 1.3 JUSTIFICATIVA A distância principal hoje não é a geográfica, mas a econômica (ricos e pobres), a cultural (acesso efetivo pela educação continuada), a ideológica (diferentes formas de pensar e sentir) e a tecnológica (acesso e domínio ou não das tecnologias de comunicação) (MORAN, 2002). Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na possibilidade de acesso à Internet e em dominar o instrumental teórico para explorar todas as suas potencialidades (MORAN, 2002). Ensinar utilizando a Internet pressupõe uma atitude do professor, diferente da convencional. O professor não é o “informador”, o que centraliza a informação. Com a crescente utilização da tecnologia como forma de suprir as necessidades da sociedade com o crescente avanço das metodologias de ensino, é apresentada essa nova realidade que já se torna uma constante na vida de muitos indivíduos, considerando que cada vez mais se é exigido conhecimento, ao passo que as 18 pessoas a cada dia, tornam-se dependentes das facilidades do mundo moderno (NASCIMENTO, 2007). Uma pesquisa foi realizada em 2007 pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) em parceria com o Instituto Monitor e com apoio da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação, onde foram ouvidas 175 instituições que ministram cursos a distância com autorização do Conselho Nacional de Educação (CNE) ou dos conselhos estaduais e municipais de educação. No levantamento, constatou-se que, em 2005, o Brasil teve mais de 1,2 milhões de alunos estudando pela modalidade EAD. Mais de 1,5 milhões de profissionais são capacitados, por e-learning (significa originalmente eletronic learning, ou ensino/aprendizagem com auxilio eletrônico) em diversas empresas. Esses dados levam a crer que, hoje, há mais de 3 milhões de alunos estudando a distância no Brasil. Considerando essas premissas, a modalidade EAD pretende atingir um grande contingente de pessoas de forma eficiente e eficaz, levando o conhecimento, antes restrito aos grandes centros, a localidades distantes. Dessa forma, EAD passa a constituir importante estratégia para o enfrentamento das constantes mudanças no mundo do trabalho, diante do acelerado avanço científico e tecnológico da sociedade moderna. Pode-se dizer, portanto, que essa modalidade reduz as fronteiras espaciais (PULINO, 2004). Há ainda que se considerar, como modalidade que utiliza modelo pedagógico com flexibilidade cognitiva, entendida como capacidade de reestruturar de forma espontânea o próprio conhecimento, a EAD forma pessoas com propostas inovadoras diante de situações e soluções variadas (PULINO, 2004) Levando em considerações as citações acima, os desafios impostos pelo avanço das tecnologias, e uma nova forma de ensino aprendizagem foram os principais motivos da presente pesquisa. O que vem a contribuir com a minha formação que envolve esses avanços tecnológicos. 19 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO A estrutura deste trabalho compreende as seguintes partes: • Elementos pré-textuais: Os elementos pré-textuais deste trabalho contêm todas as informações que ajudam na identificação e na utilização do mesmo. • Elementos Textuais: É a parte do trabalho onde é exposto todo conteúdo referente ao tema do trabalho. Sua organização é determinada pela natureza do trabalho. • Elementos pós-textuais: São os elementos que ajuda o trabalho a tornar menos denso. 20 2. A EDUCAÇÃO NOSSA DE CADA DIA A pesquisa prosseguirá através de um levantamento bibliográfico, onde introduziremos os princípios da educação, seu conceito, sua origem; Educação a distância, como surgiu, suas características e sés avanços tecnológicos. 2.1 O QUE É EDUCAÇÃO? No sentido mais amplo, educação é um processo de atuação de uma comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa atuar em uma sociedade. Para tal educação, devemos considerar o homem no plano físico de e intelectual compreender devendo e considerar consciente das possibilidades refletir sobre a realidade seu papel de do e limitações, mundo transformação que social o capaz cerca, como uma sociedade que supere nos dias atuais a economia e a política, buscando solidariedade entre as pessoas, respeitando as diferenças individuais de cada um (PAMPLOMA, 2008). Segundo o dicionário desenvolvimento Aurélio (2008), educação é o “processo da capacidade física, intelectual e moral da criança de e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Paulo Freire nos diz que “a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados, estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos”. Afirmação tão coerente nos faz refletir sobre o processo educativo contínuo, como base de uma constante busca pela melhoria da qualidade da formação docente e discente. A ação educativa implica um conceito de homem e de mundo concomitantes, é preciso não apenas estar no mundo e sim estar aberto ao mundo. 21 2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino (GADOTTI, 2000). O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas, terá um lugar garantido na educação do futuro (LIMA, 2007). A educação tradicional e a nova têm em comum a concepção da educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais original da educação desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o político e para o ideológico. A pedagogia institucional é um exemplo disso. A experiência de mais de meio século de educação nos países socialistas também o testemunha. A educação, no século XX, tornou-se permanente e social. É verdade, existem ainda muitos desníveis entre regiões e países, entre o Norte e o Sul, entre países periféricos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados (GADOTTI, 2000). Não importa a distância a cultura e o destino o papel da educação é um só, Godotti expressa bem a educação como tendo um destino do individual para o social, pois as idéias universalmente difundidas, entre elas a de que não há idade para educar, de que a educação se estende pela vida. • Educação Internacionalizada 22 No final do século XX, o fenômeno da globalização deu novo impulso à idéia de uma educação igual a todos,não como princípio de justiça social,mas apenas como parâmetro curricular comum(LIMA,2007). A tese de uma educação internacional já existia desde 1899, quando foi fundado, em Bruxelas, o Bureau Internacional de Novas Escolas, por iniciativa do educador Adolphe Ferrière. Como resultado, tem-se hoje uma grande uniformidade nos sistemas de ensino. Pode-se dizer que hoje todos os sistemas educacionais contam com uma estrutura básica muito parecida. No final do século XX, o fenômeno da globalização deu novo impulso à idéia de uma educação igual para todos, agora não como princípio de justiça social, mas apenas como parâmetro curricular comum (GADOTTI, 2000). • Educação Popular Com as conquistas democráticas, ocorreu com a educação popular uma grande fragmentação em dois sentidos: de um lado ela ganhou uma nova vitalidade no interior do Estado, diluindo-se em suas políticas públicas; e, de outro, continuou como educação não-formal, dispersando-se em milhares de pequenas experiências. Perdeu em unidade, ganhou em diversidade e conseguiu atravessar numerosas fronteiras. Hoje ela incorporou-se ao pensamento pedagógico universal e orienta a atuação de muitos educadores espalhados pelo mundo, como o testemunha O Fórum Paulo Freire, que se realiza de dois em dois anos, reunindo educadores de muitos países (GADOTTI, 2000). A Educação Popular se compromete e participa das perspectivas e realizações de todos os direitos do povo. Baseia-se no saber da comunidade e incentiva a conversa a participaçao de cada um na integra. Ela utiliza o saber do povo como arma ou instrumento para o aprendizado.O autor citado a cima é original nesse comentário quando cita Paulo Freire em sua obra. O modelo teórico da educação popular tem oferecido grandes alternativas. A noção de aprender a partir do conhecimento do sujeito, a noção de ensinar a partir de 23 palavras e temas geradores, a educação como ato de conhecimento e de transformação social e a politicidade da educação (LIMA,2007) Diante desse quadro, a educação popular, como modelo teórico reconceituado, tem oferecido grandes alternativas. Dentre elas, está à reforma dos sistemas de escolarização pública. A vinculação da educação popular com o poder local e a economia popular abrem, também, novas e inéditas possibilidades para a prática da educação (FREITAS, 2005). A Educação Popular é tida como expressão do conhecimento e transformação social. Esse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto, em qualquer cultura,em qualquer lugar do mundo. 2.3 A EDUCAÇÃO PRESENCIAL A educação presencial sempre teve e terá seu espaço no processo educativo, é um sistema tradicional, que não dispensa a presença do professor e alunos, desenvolvendo o processo educacional através da difusão destes conhecimentos, muitas vezes sem se preocupar se está surtindo efeito, que em sua maioria não gera interação entre professor e aluno, em outros casos ocorre na educação presencial, a moderação com participação na retirada de dúvidas (SILVA, 2008). 2.4 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O ensino a distância é conceituado por vários teóricos como uma modalidade no processo ensino-aprendizagem em que as aulas são ministradas em dois espaços físicos diferentes através de meios de comunicação ou da tecnologia da informação. Em um espaço está inserido o aluno, em ouro espaço diferente, o educador (ANDRADE, 2001). 24 De acordo com o Ministério da Educação (MEC, 2007), a educação a distância é conceituada como uma modalidade educacional em que o processo ensinoaprendizagem acontece através de recursos tecnológicos (meios e tecnologias de informação e comunicação) “com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. Esse conceito fornecido pelo MEC baseia-se no Decreto 5.622, de 19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), e regulamenta o Art.80 da Lei 9394/96 da LDB (Leis de Diretrizes e Base). Diante do que foi dito, Rodrigues (2006) ressalta que o decreto e a regulamentação do Artigo 80 da LDB, mostram “a preocupação do governo com a credibilidade dos diplomas e certificados obtidos através de cursos a Educação à distância, centralizando o credenciamento das entidades autorizadas a promover cursos“ que utilizem essa modalidade de ensino. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Moran (2003) ressalta que a educação a distância é compreendida como um “processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”. Moran (2003) diz que a educação a distância como uma forma de inclusão educacional, na qual se tem menos gastos. Ao invés de construir prédios e contratar vários educadores, são colocados equipamentos tecnológicos, fazendo com que pessoas de qualquer ponto do mundo possam ingressar nos cursos que mais lhes agradem. Na visão de Freitas (2005), a educação a distância possui um amplo conceito. Primeiramente pode ser considerada como uma modalidade de ensino aplicável em qualquer nível escolar desde que seja planejado cuidadosamente para os estudantes interessados. A modalidade EAD pretende atingir um grande contingente de pessoas de forma eficiente e eficaz, levando o conhecimento, antes restrito aos grandes centros, a localidades distantes. Dessa forma, EAD passa a constituir importante estratégia para o enfrentamento das constantes mudanças no mundo do trabalho, diante do 25 acelerado avanço científico e tecnológico da sociedade moderna. Pode-se dizer, portanto, que essa modalidade reduz as fronteiras espaciais. Há ainda que se considerar que, como modalidade que utiliza modelo pedagógico com flexibilidade cognitiva, entendida como capacidade de reestruturar de forma espontânea o próprio conhecimento, a EAD forma pessoas com propostas inovadoras diante de situações e soluções variadas (ENAP, 2006). As características da aprendizagem a distância pelo adulto, Garcia (1986) apresenta os seguintes elementos: a) as experiências de aprendizagem devem ser úteis para situações concretas da vida social, profissional e pessoal do aluno; b) o aluno adulto está mais predisposto a experiências de aprendizagem relacionadas diretamente com os objetivos de mudança que espera alcançar; c) a aprendizagem é vista como um meio para uma finalidade e não um fim em si mesmo; d) o sentido de aplicação prática é muito presente; e) o aumento da auto-estima e o gosto por conhecimentos novos são importantes fatores de motivação; f) o clima afetivo do grupo exerce grande influência sobre a aprendizagem. Não há dúvida de que a educação a distância permite maior acesso, tanto em termos quantitativos quanto de abrangência geográfica, menor custo/aluno em médio prazo, com diluição dos seus custos fixos, e melhores condições para a formação em serviço, uma vez que, não é necessário “tirar” os participantes de seu local de trabalho (PULINO, 2004). Os vários autores acima partem do principio que a educação a distância é uma realidade hoje e se torna um mecanismo de democratização, já que a quantidade de pessoas que estão podendo ter acesso a uma faculdade se tornou um número considerável. O cidadão é o consumidor válido numa visão de mudança na educação, ele ganha com a possibilidade de aprender novas técnicas quanto ao uso das tecnologias oferecidas pelo ensino a distância. 26 2.4.1 Características da Educação a Distância A educação a distância abre caminhos para uma população que não tem tempo para estudar e que não tem muito dinheiro para investir, pois além de ser mais barato, o aluno não precisa gastar com o deslocamento. A flexibilidade de horários permite que o aluno estude, trabalhe e tenha um bom relacionamento social com a família (CRUZ, 2007). Existem muitas semelhanças entre as faculdades que trabalham com a educação à distância e a presencial, pois em ambas os alunos têm que estudar para conseguir aprender, os conteúdos básicos são os mesmos, apenas com alterações que a faculdade pode optar por fazer, ambas foram criadas para formar bons profissionais e estão dentro da legislação (FREITAS, 2005). A educação a distância pode formar pessoas capacitadas para uma determinada área, como a presencial, porem o aluno não vai precisar ficar em sala de aula para aprender, com isso ele terá um bom desenvolvimento critico, pois terá que avaliar o seu próprio rendimento e medir o quanto deverá estudar. É certo que não existe pressão para que ele estude, mas a vantagem é que se ele não estudar não vai conseguir terminar a faculdade. A educação a distância é a educação do futuro, com ela as pessoas não terão que abandonar o que gostam para estudar (CRUZ, 2007). É uma educação inovadora e ousada, que busca a capacitação dos interessados em numa mudança de visão voltada para era da informática. A educação a distância se caracteriza pelo modelo de ensino renovador e do uso de tecnologias. 2.4.2 Fazendo uma analise entre Educação presencial e Educação a distância A Educação diante dos novos paradigmas se torna renovada e transforma o modelo de recepção clássica com sua forma de difusão. Não há improvisos, infelizmente comum numa relação presencial – aluno/professor. Na EAD os educadores estão descobrindo que a verdadeira educação deve ter a participação ativa do aluno. Respondendo ao processo por inteiro. Daí a necessidade, não de suplantar a 27 educação presencial, mas sim trazer alguns frutos para mesma, aperfeiçoá-la, tornála um instrumento mais efetivo no processo de transformação social através da mesma. Um Bom material, uma boa mídia não é tudo, é preciso responsabilidade e profissionais altamente competentes, para garantir o alcance dos resultados educacionais e atingir o processo de democratização do ensino superior. Na sala de aula presencial as atividades individuais e solitárias predominam contribuindo assim para a baixa participação oral dos alunos (SILVA, 2008). As tecnologias de telecomunicação, tal como o telefone, rádio, televisão ou computador, introduzem empobrecimento da informação. Por exemplo, o som ouvido pelo telefone é de qualidade inferior ao da fala humana. Se analisada sob este aspecto, dizer-se-ia que a Educação a Distância, por utilizar telecomunicação, é pior do que a Educação Presencial. De fato, a qualidade da informação (ou “resolução da informação”) vinda de um vídeo contendo a gravação de uma aula tradicional é muito inferior à qualidade da informação desta mesma aula quando assistida “cara a cara” (PIMENTEL, 2008). (...)O computador tem suas vantagens, principalmente para as pessoas que preferem música "enlatada" em lugar de concertos ao vivo, reproduções em livros em lugar dos originais, cinema em lugar de teatro. Obviamente, ele pode ser útil no acesso a uma representação ou descrição de obras às quais o interessado não tem acesso direto. (...)No entanto, mesmo usandoo como instrumento de simples armazenamento e comunicação, cremos que se deve atentar para o grande perigo do computador criar uma ilusão de que a "realidade virtual" (pode haver expressão mais inconsistente?) que ele apresenta é "melhor" do que a observação da "realidade real" (com perdão do pleonasmo...)(SETZER,1997,p.11) O empobrecimento da informação tem sido utilizado como argumento contra a Educação a Distância. Esta alegação parece ignorar o fato de que o ser humano atribui significado à informação que lhe chega aos sentidos. Em outras palavras, mesmo um vídeo com qualidade ruim será de grande validade se o conteúdo deste vídeo for significativo para o aprendiz (PIMENTEL, 2008). Apesar dos autores mostrarem algumas desvantagens entre o ensino à distância com ensino presencial, posso ver vantagens no Ensino a Distância por maior alcance, melhor razão custo/benefício, e, principalmente maior flexibilidade tanto para ensinantes como para aprendentes. 28 2.4.3 Modelos Pedagógicos EAD. Os modelos pedagógicos para EAD precisam considerar a necessidade de uma conexão adequada com os problemas provenientes da experiência prática do aluno, a fim de possibilitar soluções efetivas. As características da EAD pressupõem modelo pedagógico no qual os resultados do aprendizado devem ser mais práticos do que acadêmicos, demandando, conseqüentemente, novos métodos de avaliação e de reconhecimento de resultados (PULINO, 2004). O modelo pedagógico, portanto, deve levar em conta não apenas as características da modalidade a distância e o perfil do aluno adulto, mas, também, características, objetivos e estilos próprios de aprendizagem. O projeto de EAD deve considerar também o conhecimento prévio dos alunos acerca do assunto para planejamento de estratégias de aprendizagem, como a superficialidade ou a profundidade na apresentação de determinados conteúdos, por exemplo. A partir das considerações anteriores, pode-se sistematizar a organização do modelo pedagógico, tendo por base alguns elementos constitutivos, conforme apresentado no Quadro 1. Quadro 1: Aspectos fundamentais de um modelo pedagógico para EAD Organização curricular proposta Acompanhamento tutorial Modelo de avaliação Modelo de gestão acadêmica e tecnológica Definição da equipe multidisciplinar FONTE: ENAP, 2006 Compreendem os objetivos, o conteúdo, a metodologia de trabalho, os materiais a serem desenvolvidos e as atividades propostas. Inclui o desenho de modelo próprio e a definição das mídias a serem empregadas para o desenvolvimento do conteúdo. Inclui o desenho de modelo próprio, a definição das mídias a serem empregadas para o desenvolvimento do conteúdo, as de comunicação entre alunos e tutores, associadas ao acesso às tecnologias existentes, se o contato será por telefone, e-mail, fax, correio ou utilizando um Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. Adequado aos princípios e características do aluno adulto. Compreende estrutura e princípios que norteiam as ações educacionais da instituição e que possam fazer frente às condições colocadas pela modalidade a distância. Composta por profissionais de diversas áreas, que possam atender o que o processo ensino-aprendizagem a distância requer. 29 O quadro 2 apresenta a proposta aqui formulada para classificação de modelos de Educação a Distância. Embora tenha sido elaborado inicialmente para possibilitar a caracterização e análise de cursos a distância, o que temos investigado é sua utilidade independentemente de ser “a distância” ou “presencial” - o modelo tem se apresentado útil para analisar e comparar a Educação a Distância e a Educação Presencial. Por exemplo, a partir do quadro 2, torna-se mais fácil identificar que na Educação Presencial ainda predomina a utilização do modelo de Tutoração (modelo 2). Possibilita caracterizar, também, que a Educação a Distância, de início, enfatizava o modelo de Difusão (modelo 1); e que mais recentemente, em função principalmente das redes de telecomunicação, a Educação a Distância tem enfatizado o modelo de Participação, Cooperação e Auto-instrução (modelos 5, 6 e 7). Portanto, acreditamos que este modelo possa ser útil em posteriores pesquisas relacionadas à Educação a Distância tanto quanto à Educação como um todo. Ainda que a taxonomia possa ser modificada, ou que exista pouco formalismo na representação esquemática das classificação (esquematizadas através de bolinhas e setas), o modelo formaliza a caracterização de modelos educacionais através da comunicação predominante entre professores e alunos (medida através do tempo médio empregado nas diferentes atividades deste processo)(PIMENTEL, 2008). Então faremos agora um resumo em forma de tabela do que foi exposto acima. Quadro 2: Classificação em função do tipo de comunicação predominante entre professores e alunos. 1.Difusão: Professor estabelece comunicação com aluno mas não existe a comunicação do aluno para o professor (não existe interação). Ex: Cursos televisionados, livros, tutoriais em rede, etc. 2.Tutoração: Ocorre a interação, contudo, a comunicação é predominantemente no sentido do professor para o aluno. A comunicação no sentido inverso, do aluno para o professor, é ocasional e exporádica. Ex: Explicação de um conteúdo (a ênfase é dado na comunicação do professor para o aluno, embora possam existir algumas poucas interrupções para o aluno esclarecer alguma dúvida); cursos via Internet onde a ênfase é a leitura de material didático, embora o aluno possa enviar algumas poucas mensagens por correio-eletrônico. 30 3.Moderação: A comunicação entre professor e aluno é equilibrada. Não existe (ou existe pouca) predominação de ambas as partes. Ex: Algumas aulas particulares, diálogos, etc. 4.Orientação: A comunicação é predominantemente do aluno para o professor. Ex: Orientação de testes e trabalhos científicos; casos onde o professor precisa compreender o aluno (que comunica-se mais) para só então poder orientar ou tirar uma dúvida específica (professor comunica-se menos). 5.Participação (ou Colaboração): A interação entre professor e aluno pode seguir qualquer modelo acima - a diferença consiste na existência de interação propositada e incentivada entre os alunos. Esta interação não é vista como “algo ruim” ou ineficiente, embora a participação de todos não seja obrigatória, não exista comprometimento. Ex: Debates. 6.Cooperação: Cada participante compartilha informações aprendidas, trocam idéias e alinham esforços para estudar algo em comum. A interação é equilibrada e contínua, existe comprometimento, não existe a clara distinção entre “professor” e “aluno”. Ex: Grupo de estudo. 7.Auto-instrução1: O próprio indivíduo é responsável pela sua instrução. A ênfase está no controle autônomo de seu estudo – objetivos, planejamento e outras estratégias são estabelecidas pelo próprio aprendiz. Ex: O desenvolvimento de uma pesquisa, o trabalho de um cientista, o estudo através de materiais encontrados e selecionados a partir de uma busca na Web etc. FONTE: PIMENTEL, 2006 2.4.4 Ambiente e Equipe das áreas de educação a distância nas organizações A comunicação supõe múltiplas redes articuladas de conexões e liberdade de trocas, associações e significações. O professor não transmite; ele propõe o conhecimento, oferecendo informações em imagens, sons e textos com diferentes enfoques disciplinares, convidando seus alunos ao trânsito livre, associativo e criativo, capaz de gerar novas sínteses entre as disciplinas (inter) e para além das disciplinas (trans). No caso da educação a distância é comum encontrar no públicoalvo profissionais que buscam uma formação multidisciplinar, o que garante o 31 diálogo entre profissionais de diferentes formações e experiências tecnicamente competentes em EAD (ENAP, 2006). A titulação da equipe costuma ser variada. Encontra-se nas organizações de governo equipes formadas por graduados, especialistas, mestres e doutores, entre os quais predomina a característica de interesse na qualificação profissional, com aprofundamento de conhecimentos científicos e específicos relativos à modalidade de educação a distância (ENAP, 2006). Dessas equipes são exigidas várias competências e habilidades relativas ao planejamento, à implementação e à avaliação de cursos a distância. Essas habilidades podem ser divididas em habilidades de comunicação e habilidades técnicas, como mostra o Quadro 3. Quadro 3: Habilidades técnicas e de comunicação exigidas das equipes de EAD Habilidades de Comunicação Habilidades Técnicas Comunicação interpessoal Habilidade de planejamento Habilidade de colaboração e trabalho em equipe Habilidades organizacionais Habilidade de escrita Conhecimentos de EAD Conhecimentos de EAD Conhecimento ao acesso da tecnologia FONTE: (ENAP, 2006). Além de buscar pessoas com essas habilidades na composição da equipe, é preciso pensar também a estrutura de trabalho em termos dos papéis que serão desempenhados por cada um de seus membros. O Quadro 4 mostra as principais competências requeridas de cada um desses profissionais, bem como os produtos que derivam dessas competências. 32 Para possibilitar a aprendizagem à distância em determinado tema, faz-se necessária a divisão de responsabilidades e o compartilhar dos conhecimentos. Trata-se, portanto, de um trabalho que necessita envolver profissionais como pedagogos, especialistas nos temas abordados e tecnólogos. O quadro apresentado por Tavares evidencia o caráter multidimensional da atuação em EAD, demonstrando a necessidade de uma equipe multidisciplinar. Essa é uma condição sine qua non para se iniciar a elaboração de um projeto com qualidade (ENAP, 2006). Quadro 4: Papéis e competências requeridas dos profissionais de uma equipe de EAD PAPÉIS COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS Planejamento, projeto instrucional, conhecimento do conteúdo, da metodologia. Análise e avaliação de dado, teoria geral da educação. PRODUTO DA COMPETÊNCIA Clareza, organização de planejamento. Geração de metodologia. Provisão de ferramentas e instrumentos para avaliação. Projetista didático Trabalho em equipe, projeto didático com tecnologias interativas. Projeto de cursos. Aplicação de metodologia. Design instrucional. Especialista em informática/coordenador de desenvolvimento de software Trabalho em equipe, conhecimento de tecnologias para desenvolvimento de programas: integração assíncrona e implementação de Banco de Dados Multimídia. Desenvolvimento de software. Implementação de Banco de Dados Multimídia. Contato com projetista didático. Administrador Gerenciamento de sistema. Gerência de operações e pessoal de suporte. Tutor Trabalho em equipe, conhecimento básico de tecnologia e treinamento Ligação entre alunos, alunos/ instituição, professor -conteudista/alunos Webmaster Trabalho em equipe, conhecimento básico de tecnologia e treinamento. Ligação entre instituição e localização remota. Configuração necessária à infraestrutura dos equipamentos. Conteudista/ Professor orientador pedagógico 33 Pessoal de suporte Conhecimento de serviços de suporte e de modalidade EAD. Editor/gerente de projeto Proficiência em língua nacional e em edição, responsabilidade pela administração, redação de relatórios. Projetista webdesigner Layout de texto, projeto gráfico, teoria geral da educação. gráfico/ Provedor de suporte (cronograma, registro dos alunos). Manutenção/ funcionamento de equipamentos. Clareza, coerência, gramática, estilo. Projeto claro de layout, material facilitador da aprendizagem. FONTE: ENAP, 2006 A EAD é um programa de formação destinado a profissionais atuantes na área da educação com objetivo de ampliar a ótica desses profissionais quanto às múltiplas inter-relações pedagógicas, históricas, econômicas, sociais, políticas e culturais na realidade da educação escolar. Competências, disciplinas são exigidas para esse profissionais da EaD. 34 3. ENSINAR E APRENDER ATRAVÉS DOS TEMPOS 3.1 O QUE É ENSINAR? Ensinar é um processo que envolve indivíduos num diálogo constante, propiciando recursos temporais, materiais e informacionais para que se desenvolva a autoaprendizagem e a aprendizagem com os outros ou a partir de outros. Não é apenas transmitir conhecimentos obedecendo a determinadas metodologias, cumprir os currículos de disciplinas estanques ou inter-relacionadas e "cobrir" determinados assuntos. Ensinar é fazer com que os alunos se comprometam num questionamento dialético de princípios fundamentais, desenvolvam estratégias de discussão de verdades estabelecidas É fazer com que analisem argumentos pró e contra e buscando a validação ou a contestação de hipóteses e crenças, com que estabeleçam novas hipóteses e novas crenças fundamentadas por pesquisa e reflexões sérias. Esse comprometimento não pode se dar apenas no âmbito individual, mas também coletivo (CORTELAZZO, 2000). O conhecimento, desde os mosteiros medievais até a escola de hoje, foi sempre fonte de poder e conservou esse caráter duplo de ser ao mesmo tempo territorialmente centralizado e associado a determinados suportes e figuras sociais. A transformação do modo como o conhecimento circula constitui uma das mutações mais profundas que uma sociedade pode sofrer. A forma como o conhecimento foge dos lugares sagrados por pessoas ou figuras sociais que o administram é disperso e fragmentado (SANTANA, 2008). Ensinar, além de se caracterizar como uma atividade colaborativa entre professores e alunos, deve promover essa colaboração entre os próprios alunos, estimular o trabalho em equipe e proporcionar um espaço para que uns ensinem aos outros aquilo que dominam melhor. A investigação colaborativa propicia que os alunos se ajudem mutuamente na coleta e na análise de dados, e, na hora da interpretação, as vivências e as perspectivas individuais, podem produzir conclusões mais ricas (CORTELAZZO, 2000). 35 Pode-se ensinar e aprender com formas que incluam as duas formas de educação a presencial e a distância. Ensinar não é só um “fast-food” onde o aluno se serve e pronto, é a reciprocidade do conhecimento a vontade de descobrir de inovar e buscar as formas que lhe são cabíveis para isso. Ensinar é aprender a cada dia, é o passar de conhecimento entre quem esta ensinando e quem esta aprendendo. É uma renovação constante do seu interior com o seu intelecto. Ensinado buscamos crescer, aceitar o que é novo e buscar se atualizar, interagir com as tecnologias a cada dia imposta pela educação renovada, e interativa. 3.2 O QUE É APRENDER? Aprender é construir "seus conhecimentos e sua afetividade na interação" com outros sujeitos e "por meio de influências recíprocas que vão estabelecendo cada sujeito constrói o seu conhecimento de mundo e o conhecimento de si mesmo como sujeito histórico" (LOPES, 1996). Aprender significa ser capaz de reelaborar e reconstruir conhecimento através da formulação de questionamentos, de análise e síntese das descobertas. O indivíduo aprende é ao ser capaz de dialogar com o seu interlocutor, seja ele o professor, o livro, o jornal, o programa de TV, o vídeo ou a página da WWW. Dependendo do grau de escolaridade, aprender envolve saber questionar as verdades apresentadas, refletir, investigar suas dúvidas e elaborar nova síntese que lhe satisfaça a inquietação inicial (CORTELAZZO, 2000). Aprender é um desafio para todos que estão envolvidos no processo, concordo com Cortelazzo quando ele fala que aprender é ser capar de reconstruir e pesquisa, pois a toda hora nós estamos reconstruindo, nem que apenas a mudança de um pensamento. 36 3.3 ENSINAR E APRENDER: ANTES E DEPOIS DA REVOLUÇÃO INFORMÁTICA A historiografia registra o ano de 1870 como um marco na história contemporânea. Por volta daquele ano teria se iniciado uma “Revolução Científico-Tecnológica” que, paulatinamente mais acelerada ao longo do século XX, mudaria radicalmente o rosto do mundo. Desde aquele momento, e na atualidade mais imediata (no pós-1945), algo se daria de forma radical: “as transformações tecnológicas”, teriam se tornado “um fator cada vez mais decisivo na definição das mudanças históricas” (SEVCENKO, 2007). Nicolau Sevcenko (2007) quem detalha as implicações desta Revolução: Se compusermos um quadro amplo de como esse efeito atua, verificamos que as mudanças dos mecanismos e processos técnicos, num primeiro momento e de forma mais direta, ampliam os potenciais produtivos de dado sistema econômico, seja aumentando sua capacidade de produção e consumo, seja multiplicando suas riquezas, representadas pelos fluxos de recursos humanos, conhecimentos, equipamentos, mercadorias e capitais (SEVCNKO, p.25) As inovações tecnológicas, então, tornaram-se o gabarito de uma série heterogênea e notavelmente densa de transformações no mundo. Em face disso, as estruturas econômicas, sociais, políticas e culturais das sociedades vêm sendo fortemente alteradas, o que tem impactado tanto as condições de vida das pessoas quanto seus valores, seus sonhos, seus medos, seu tempo e seu espaço. O crescimento urbano, as transformações nos meios de transporte e de comunicação, a necessidade de novos e sofisticados mecanismos de controle dos fluxos (de pessoas, de bens, de serviços, de dinheiro, de dejetos), os novos papéis assumidos pela biologia na gestão da vida, a urgência em se ajustar a educação e a formação dos indivíduos face às novas demandas sociais e cognitivas – o quadro que emerge quando a historiografia trata do mundo após 1870 é dinâmico e intenso. Em geral, aponta-se para a predominância de um “controle tecnológico” quase pleno dos ambientes e das sociabilidades, o que obriga à reinvenção do humano (ARENDT, 2007). 37 A imagem que temos de nós mesmos não é a mesma que operávamos antes de Darwin, de Einstein, de Freud, para mencionar apenas personagens “conceituais” já assimilados inclusive pelo senso comum. Tampouco somos os mesmos depois do celular, da máquina fotográfica digital, da tomografia computadorizada etc (BOURDIEU, 2004). No Brasil, atualmente, já está instalado um debate respeitável quanto às relações possíveis entre as NTIC e a dinâmica das situações de aprendizagem (ARAUJO, 2007). Este debate se dá, em grande medida, em duas direções principais: por um lado, há estudos que se dedicam a pensar as condições nas quais as NTCI se apresentam no cenário educacional brasileiro; por outro lado, existem os trabalhos que se voltam para o exame da prática pedagógica propriamente dita. A presença de interlocutores oriundos de campos profissionais diversos é notável, assim como a troca intelectual com obras e autores de vários países. Em relação à presença no debate de profissionais de áreas variadas, cabe lembrar duas questões. Em primeiro lugar, não se pode esquecer que o tema em questão assumiu apenas muito recentemente a urgência e a relevância que parece ter. Isso leva à inexistência, em número considerável, de profissionais especificamente formados para trabalhar com as NTIC na educação (o que vem sendo enfrentado, por exemplo, com ações como esta Especialização, que hoje inicia uma nova turma) (ARAUJO, 2007). Uma das formas mais visíveis dos entrelaçamentos contemporâneos entre as NTIC e a educação consiste na Educação à Distância (EAD), hoje uma das fronteiras mais promissoras do cenário formativo, quer internacional, quer brasileiro. (O pioneirismo e o consistente compromisso político da UEPB com a EAD, inclusive, já é uma referência na área.) Evidentemente que a EAD não foi inventada pelas NTIC; antes do seu boom outras experiências já foram vividas, cada uma delas respondendo a desejos, possibilidades e limites de sua época (CHARTIER, 2001). O ensino por correspondência e as aulas levadas pelo rádio ou pela televisão às fronteiras do país são exemplos disso: ali se experimentavam recursos tecnológicos que não são os 38 da atualidade, mas guardam com eles um parentesco que, às vezes estranho, não é de todo modo impossível de ser reconhecido. Aprender na era da informática depende muito do aluno, de que ele esteja apto aberto e maduro para incorporar as informações novas. Os autores mostram a EAD, como algo novo na educação, e que as pessoas que fazem parte desse modelo de educação estão prontas para incorporar a real significação dessa informação, vivenciado as tecnologias impostas. 39 4. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PASSOS NA CONSTRUÇÃO DE SUA HISTÓRIA A aula ministrada a distância não é uma modalidade nova de ensino. Por volta do século XVIII, começaram as primeiras tentativas dessa forma de ensino. Educação a distância surgiu por volta do século XIII através de correspondências, mas ganhou seu espaço propriamente dito, a partir do século XIX, atingindo países como Rússia, aos Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Costa Rica, Venezuela, Colômbia, Moçambique, Angola, Nigéria, Zaire, Filipinas, Nova Zelândia, Austrália, China e depois por todo o mundo (ANDRADE, 2001). Acorda-se com Pruss (2006) a educação à distância “é mais antiga do que parece, pois o mundo (...). Seus primórdios remontam o ano de 1881 quando Willian Rainey Harper, primeiro reitor e fundador da Universidade de Chicago”, oferecendo curso por correspondência. Pruss (2006) ressalta que o curso obteve muito sucesso. O curso por correspondência nos Estados Unidos foi taquigrafia e aconteceu no ano de 1728. Castro e Guaranys (2005) também registraram o curso de taquigrafia na Inglaterra e outros cursos em vários países que também ocorriam por meio de correspondência no século XX. Ainda na concepção de Freitas (2005), a educação a distância, no Brasil, começou a partir de 1940, através do Instituto Universal Brasileiro, sendo a instituição mais antiga a manter cursos por correspondência. Desde então, outras instituições semelhantes foram criadas por no Brasil, O autor cita como exemplo o Centro de Estudos Regulares, fundado em 1981. O ensino a distância foi uma forma de levar formação para os indivíduos que se encontram distantes dos centros, ou dos locais que ofereciam educação presencial. Diante disso, Andrade (2000) ressalta que dois principais motivos do ensino a distância seriam alargar o nível cultural das pessoas que estavam afastadas dos centros de educação tradicional. As pessoas também, para os indivíduos que não tiveram oportunidade de cursar o ensino regular no período apropriado. Apesar da 40 facilidade nos meios de comunicação convencionais esse meio foi muito difundido, no que se refere a educação a distância devido à demanda da população, em desejar uma formação para competir no mercado de trabalho. Almeida (2006) ressalta que a educação a distância com o uso do correio para transmitir informações e instruções aos alunos e receber destes a resposta às lições propostas, funciona como alternativa empregada principalmente na educação não formal. Dessa maneira, o correio foi utilizado para tornar a educação convencional acessível às pessoas que moram em áreas distantes ou àquelas que não tinham condições de cursar o ensino regular no período apropriado. A educação a distância tomou um novo impulso com o uso das tecnologias tradicionais de comunicação como a rádio e a televisão associados às matérias impressos enviados pelo correio, o que favoreceu a disseminação e a democratização do acesso a educação em diferentes níveis, permitindo atender a grande massa de alunos (ALMEIDA, 2006). Contrapondo a opinião de Andrade e de Almeida, Azevêdo (2000) salienta que a educação a distância foi utilizada durante muito tempo como forma de sanar as falhas da educação formal, fazendo com que as pessoas desacreditassem, ou até considerassem a educação a distância como uma educação de segunda categoria. Dessa forma, as pessoas menos favorecidas eram as únicas que cursavam esse tipo de formação. Hoje, pode-se dizer que a eficácia da educação a distância está inegavelmente comprovada. Mas toda essa credibilidade que as pessoas estão depositando, cabem ao fato de que , assim como a educação presencial, a educação a distância procura oferecer “um sistema que pode possibilitar atendimento de qualidade, acesso ao ensino de 3º grau, além de se constituir em forma de democratização do saber” (PETRI, 1996). Outro ponto importante para a credibilidade que as pessoas depositam na educação a distância foi o uso da internet. Hoje, praticamente todos os programas de educação à distância utilizam a internet como metodologia de ensino. Dessa forma, não há dúvidas sobre sua importância e 41 relevância no mundo globalizado do uso da educação de forma acessível a todos e em todo lugar. (AZEVEDO, 2000). Pode-se dizer, portanto, que a educação a distância, surgiu como forma de suprir as necessidades financeiras e de locomoção das pessoas que estavam distantes dos centros educacionais. Essa modalidade de ensino superior oferece menos custo ao cursista, e com que este receba a formação educacional sem ter que se dirigir a determinado lugar, ou seja, sem necessariamente ter que sair de uma cidade para outra. 4.1 A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO ENSINO A DISTÂNCIA Conceitos como educação continuada ou permanente, aprendizagem por toda vida e sociedade do conhecimento nos fazem crer que a auto-educação e o autodesenvolvimento não são mais opções de uma parcela especifica da sociedade cuja vocação para aprender pavimenta um caminho de progresso e enriquecimento pessoal. O que antes significa uma ocupação de vida em oposição ao trabalho, com data de conclusão definida por ritual de passagem para vida adulta, agora se firma como estratégia de sobrevivência (GADOTTI, 2000). O educador deve compreender o conhecimento de forma continuada. A escola numa atitude defensiva, leva a desconhecer que o problema real está no desafio imposto por um ecossistema comunicativo no qual emerge outra cultura, outro modo de ver, ler, pensar e aprender (SANTANA,2008) Hoje o livro didático não é o único instrumento do saber. Existem maneiras mil de se obter conhecimento: a TV, o vídeo, os jornais, o computador, a Internet, esses saberes devem fazer parte da formação continuada de quem ensina caso contrário, o aluno pode saber muito além do educador (SANTANA, 2008). Transformar essa idéia como fosse nossa? A tecnologia é concebida de uma forma ampla. Há várias maneiras de compreender a tecnologia, como é compreendido qualquer artefato, método ou técnica crido pelo 42 homem, e vem sendo bem aceita na educação quando relacionamos educação a distância. Hoje em dia quando falamos em Tecnologia na Educação, dificilmente pensamos em giz e quadro-negro ou mesmo em livros, mas sim em computadores, que é o modelo central de todas as tecnologias mais recentes, incluindo a INTERNET. 4.1.1 O ambiente AulaNet O AulaNet difere da maioria dos ambientes digitais de aprendizagem existentes porque ele se baseia em uma abordagem cooperativa (de abordagem de groupware) enquanto a maioria dos demais ambientes correlatos utilizam metáforas físicas da escola tradicional, como corredores, quadros-negros, secretarias, salas de aula, bibliotecas, etc. Acreditamos que aprendizado e os aspectos intelectuais do trabalho estão se tornando o mesmo conceito, basEaDo na idéia de que para cooperar, as pessoas têm que se coordenar, e para se coordenar, as pessoas precisam se comunicar. Desta forma, as palavras-chave da nossa abordagem são comunicação, coordenação e cooperação. Além disso, o AulaNet faz uma clara distinção entre conteúdo e navegação (LUCENA,1998). As várias formas de interação assíncrona oferecidas, associadas às facilidades de recuperação do registro das interações ocorridas no ambiente, concedem ao aprendiz o direito de escolher o momento apropriado para que a “mágica do processo de aprendizagem aconteça”. A participação do docente neste processo dialético é fundamental. Cabe a ele dialogar com o aprendiz, refletindo sobre os problemas encontrados durante a aprendizagem. Esta reflexão deve resultar numa reformulação destes problemas em outros problemas e contextos, cuja solução já foi vivenciada pelo docente (FUKS, 2000). O AulaNet tem o objetivo de se tornar uma destas ferramentas utilizadas pelo trabalhador do conhecimento. O padrão EDUCAUSE-IMS propõe técnicas inovadoras para oferecer "suporte de bibliotecário" automatizado. Os participantes serão capazes de alcançar usar o conhecimento inserido por qualquer outro participante usando o AulaNet (LAUFER,2008) 43 4.1.2 Os Autores do Ambiente O administrador é quem atua no dia-a-dia da operação do ambiente, facilitando a integração docente/ambiente/aprendiz, em serviços como o registro e matrícula de aprendizes. Ele é o responsável pela manutenção do ambiente, como, por exemplo, no cadastramento de novos departamentos e/ou instituições. Também pode redefinir o visual do ambiente, algo que afetará a todos os cursos (FUKS, 2000). O Aluno, que agora se transforma em Aprendiz e é o usuário final do curso, representando o público alvo, para quem se destina o produto final obtido da utilização do AulaNet (VICENTE,2008). O aluno, que agora se transforma em aprendiz, representa o público-alvo para o qual o produto final obtido pela utilização do AulaNet é destinado. É fundamental conscientizar este aprendiz de que reproduzir a atitude passiva que lhe é cobrada na sala de aula vai redundar em fracasso neste novo ambiente. Contraditoriamente, ele deve ser estimulado a ser ativo como o jovem em casa, que com naturalidade usa a Internet, joga videogame, vê TV a cabo, assiste videoclip e lê revistas em quadrinhos, ou seja, formas de comunicação que exigem mais interação—escolha, participação e atenção do que a escola tradicional pode acomodar. Enquanto na sala de aula os alunos são proibidos de conversar entre si para não atrapalhar o professor, no AulaNet aprendizes devem ser estimulados a conversar entre si para cooperar com o instrutor (FUKS, 2000). O Professor, que é o cliente principal do AulaNet. Ele é o criador do curso, aquele que participa desde a sua descrição inicial até a entrada de conteúdo. Ele pode ou não ser o responsável pela aplicação do curso. Caso seja, então ele também faz o papel de instrutor, que pode ou não ter o auxílio de um monitor, que lida com os aspectos práticos do curso, além de ajudar a avaliar os alunos (VICENTE, 2008). 4.1.3 Avaliações a Distância Resumidamente, a avaliação em EaD pode ser realizada de três formas principais: 44 Presencial: a avaliação é feita por meio de uma prova, na presença do formador ou de outra pessoa responsável, para garantir a legitimidade da mesma; Virtual com aplicação de testes online: a avaliação é feita por meio de mecanismos de testes online a serem respondidos e enviados posteriormente para o formador por meio de e-mail ou de formulários de envio; Avaliação ao longo do curso (contínua): a avaliação é feita de modo contínuo, basEaDa em componentes que forneçam subsídios para o formador avaliar seus aprendizes de modo processual, tais como as atividades realizadas, os comentários postados, as participações em grupos de discussão e em chats, as mensagens postadas no correio, etc. As avaliações presenciais, em geral, são realizadas de forma somativa, apenas para verificar a aprendizagem dos pontos principais do conteúdo e determinar a promoção do aprendiz no final de um módulo ou curso. Neste caso, a avaliação fica presa ao modelo tradicional de exames e testes. No Brasil, a legislação que regulamenta os cursos de educação à distância determina que a avaliação da aprendizagem deva incluir os exames presenciais (OTSUKA, 2000). 4.1.4 Avaliação em educação à distância com suporte em ambientes digitais de interação e aprendizagem Conforme Almeida (2002), é importante destacar o potencial da EaD com suporte em ambientes digitais e interativos de aprendizagem para a representação do pensamento do aprendiz e a comunicação de suas idéias, assim como para a produção individual e coletiva de conhecimentos. Devido à característica das TIC relacionada com o fazer, rever e refazer contínuos, o erro pode ser tratado como objeto de análise e reformulação. Dito de outra forma, o aprendiz tem a oportunidade de avaliar continuamente o próprio trabalho individualmente ou com a colaboração do grupo e efetuar instantaneamente as reformulações que considere adequadas para produzir novos saberes, assim como pode analisar as produções dos colegas, emitir feedback e espelhar-se nessas produções. 45 Nesse sentido, Almeida e Prado (2003) analisam uma experiência de resolução de problemas em grupos colaborativos que interagem exclusivamente por meio de um ambiente digital de interação e aprendizagem e evidenciam o potencial desses ambientes para a avaliação processual e auto-avaliação. Ressalta-se o desafio da avaliação tendo em vista que os alunos se localizam em diferentes espaços e têm acesso ao ambiente em tempos distintos. Mais uma vez, o uso das TIC em EaD traz uma contribuição essencial pelo registro contínuo das interações, produções e caminhos percorridos, permitindo recuperar instantaneamente a memória de qualquer etapa do processo, analisá-la, realizar tantas atualizações quantas forem necessárias e desenvolver a avaliação processual no que diz respeito a acompanhar o desenvolvimento do aprendiz e respectivas produções ou analisar a atividade em si mesma. A par disso, mesmo após a conclusão das interações, é possível recuperar as informações, rever todo o processo e refazer as análises mais pertinentes em termos de avaliação (ALMEIDA, 2002). 46 5. UNIVERSIDADE PÚBLICA: FRAGILIDADES E TENDÊNCIAS 5.1 CONCEITO E MISSÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO BRASIL De acordo com Carmo (1999), há que se ter um duplo olhar sobre a origem do nome da universidade, um olhar voltado para suas raízes, vendo-a como não-local e atemporal que estaria na sua base, mas também outro olhar do tipo temporal e local que permite ver a raiz responsável pelo elo socioprodutivo na busca da solução de seus problemas. Assim, encontrar uma conceituação para a universidade, não é tarefa fácil. A busca da informação percorreu a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e Plano Nacional de Educação (PNE). O conceito de universidade pública não pode ser encontrado na Constituição Federal de 1988. Assim o documento, Cap. III, Art. 205, tratam apenas da educação em seu aspecto geral, como direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade (CRUZ, 2007). Os dois artigos constitucionais seguintes, 206 e 207, tratam dos princípios sob qual a educação deve ser ministrada, da autonomia didático-científica administrada e da forma como deve realizar sua gestão financeira e patrimonial, obedecendo, é claro, ao principio de indissociabilidade. O mais comum é encontrar conceitos universais para a universidade, como o de Teixeira (1998), que acredita que a universidade é, em essência, a reunião entre os que sabem e os que desejam aprender ou como o autor abaixo que trata de sua estrutura institucional, afirmando que ela. (...) compreende uma coletividade – na qual se inserem docentes-cientistas, discentes e técnico-administrativos – com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa, escalas de autoridade e sistemas de comunicações, e se engaja em atividades que estão relacionadas com um conjunto de objetivos bem definidos (TRIGUEIRO, 1999, p.31). Essa o busca conceitual nos levou, então, ao dicionário Aurélio, que define a universidade sob quatro perspectivas. Optou-se para esse estudo, pela segunda delas que assim a define: 47 Instituição de ensino superior que compreende um conjunto de faculdades ou escolas para a especialização profissional e cientifica, e tem por função precípua garantir a conservação e o processo nos diversos ramos do conhecimento, pelo ensino e pela pesquisa (DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO – Século XXI). Então, a conclusão desse exercício conceitual sobre a universidade e sua missão demonstrou não ser tarefa simples, por não ter concepção conceitual consensual. Ela é ma entidade que no seu aspecto missionário é difusora do saber, da pesquisa e responsável por mantê-la, sob olhar crítico-interativo a sociedade que a permeia, buscando contribuir em sua análise e na promoção de soluções para os problemas socioeconômicos e culturais desta (CRUZ, 2007). Tomando a Universidade Pública sob uma nova perspectiva, devemos em primeiro exigir que o estado não tome a educação pelo olhar de gasto público e sim de investimento social e político, considerando que a educação é um direito e não um privilégio nem um serviço. 5.1.1 Fragilidades da Universidade Pública Brasileira As fragilidades da Universidade pública podem ser também percebidas pelo cabedal de insolúveis problemas de diferentes origens e épocas, sobretudo por força do desuso da análise crítica, motor da ação sociocultural (CRUZ, 2007). A ausência de promoção do exercício da criatividade, dos mais graves, impede a fluidez social que, como um rio, se parar, morre, pois vive da renovação e fluidez promovidas no curso natural de sua interações: Na atualidade, a inovação no contexto da universidade, em especial da pública, traz novas tensões em outro campo, caracteristicamente fragilizado no passar das décadas, o da gestão financeira. Portanto, classificaremos a distância entre o querer ser (objetivos) e o ser (execução), como uma fragilidade da universidade, que ocorre, quase sempre, pela ineficácia de outra, o ter, o ter dinheiro e – ou financiamento mater ou governamental, traduzida nas gradativas reduções de repasses (CRUZ, 2007). 48 A Universidade moderna no Brasil vem sendo esvaziada pelos valores de mercado e pela transformação da educação superior em serviço privado. Ela tem como objetivo o coletivo, como foi afirmado pelos autores escolhido para essa pesquisa tem que ser do individual ao social. Buscando o interesse em massa. 49 6. A UNIVERSIDADE ABERTA E A EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA (EaD) 6.1 CONCEITUANDO A UNIVERSIDADE ABERTA A universidade Aberta é uma organização educacional de ensino superior que se distingue das demais instituições universitárias, inovando na forma de atendimento à demanda pelo ensino superior. Destacando-se na questão da tecnologia inerente a esse modelo de ensino sua metodologia (processos) e a promoção dos egressos como universitários (SIQUEIRA, 1993). Peters (2003) explicando o “ensino aberto independente do ensino a distância” Descreve que: (...) o termo refere-se, em termos gerais, à aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes em principio acessível para qualquer pessoa, da qual, portanto ninguém pode esta excluído (princípio da igualdade). Para que realmente possa ocorrer um aprendizado nesses termos, devem ser postas abaixo tradicionais barreiras educacionais, como por exemplo, custos econômicos no caso de renda insuficiente, práticas educacionais que desconsiderem este método de estudo, ambiente sociocultural desfavorável ou o fato de alguém ser membro de grupos monoritários (princípios das chances). Esse modo de estudar não está condicionado nem a determinados ciclos de vida nem locais e época (princípio do ensino permanente e ubíquo) (PETERS, 2003). Siqueira (1993) adverte que, ao contrario das universidades convencionais, em que a maioria das atividades escolares se processa na sala de aula, na presença física do professor, na Universidade Aberta o local da aprendizagem situa-se primordialmente na própria casa do estudante, o que é viabilizado pela adoção do modelo educativo baseado no Ensino a Distância (EaD) . 6.2 A EaD COMO VEÍCULO DE ENSINO MASSIFICADO E ABERTO Segundo o Dicionário Aurélio, massificar é fazer ou tornar (produto) consumível pela massa. Schwartzman (1994) alerta que: a massificação dos sistemas modernos de educação levou em todos os países à diluição e questionamento dos ethos universitários, e as tentativas de substituir-lo por sistemas aferíveis de larga escala de transmissão de conhecimento e habilidades. 50 No âmbito internacional entende-se que o ensino massificado e aberto ocorre nas (...) universidades abertas, de um modo em geral, elaboram seus próprios materiais de ensino, oferecem aos seus alunos o serviço de tutoria à distância e o apoio de professores docentes, nos contatos face-a-face, em centros regionais. Quanto à avaliação e titulação variam em cada país, conforme os seus programas de cursos de formação, aperfeiçoamento, extensão e educação continuada ou permanente (SIQUEIRA, 1993, p.1011). O projeto de universidade aberta nacional reproduz a parceria com a modalidade de EaD observada, internacionalmente, no processo de disseminação do conhecimento e viabilização dos cursos propostos, tornando possível uma nova modalidade ou uma modalidade ampliada, a da Educação Aberta e a Distância (EaD). No entanto, criticam-se essas variações feitas sobretudo por meio da maior e quase hipertrofiada insistência no aprendizado através da leitura e a considerável restrição do aprendizado por participação em preleções, seminários e exercícios (PETERS, 2003). Com relação às perspectivas de expansão da universidade pública, por meio do ensino aberto com a EaD, convém lembrar alguns pré-requisitos necessários para sua implementação, bem como a quebra do paradigma do conhecimento prévio como passaporte de entrada: Seria necessário proceder a grades ajustes na distribuição de recursos, do tempo dos professores e do espaço físico, dentro de cada universidade e entre elas, e superar todo tipo de preconceitos e barreiras regionais, corporativas e disciplinares, mas não é uma tarefa impossível (SCHWARTZMAN, 1994, p.176). Como solução ao problema supra, Schwartzman (1994) propõe uma verificação em lista que ele denominou de shoping list, revestida das contradições oriundas da pluralidade de papéis que, segundo ele, são desenvolvidos nos sistemas de educação superior massificados. Exata lista compreenderia itens importantes como: a diversificar o sistema, a criar sistemas avaliativos de educação superior contínuos e públicos, estabelecer padrões de comparação nacional-internacional, reforçar a autonomia das IES (públicas e privadas) para contratar e demitir professores, fixar salários e padrões de carreiras, dentre outros (CRUZ, 2007). 51 6.3 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA Segundo Pretti e Picanço (2005) a educação a distância no ensino superior está se popularizando, envolvendo a cada dia um numero maior de estudantes, professores e instituições, todos enfrentando o mesmo desafio, a credibilidade e a igualdade em relação aos cursos presenciais. Pretti e Picanço (2005) seguem suas linhas abordando que a ramificação do ensino superior a distância no país não se limitado à incorporação mecânica de novos recursos tecnológicos. Na concepção de Catani e Oliveira apud Pretti e Picanço (2005), entre os temas que são destaques sobre educação superior, estão: A grande preocupação com a ampliação da demanda e a massificação da educação superior; as novas necessidades de uma demanda cada vez mais diversificada; os novos objetivos e funções da educação superior no século XXI; o lugar da universidade no mundo virtual das novas tecnologias da informação e da comunicação. Diante disso, é importante reporta-se a Sguissardi apud Petti e Picanço (2005), salientando, a partir de dados possíveis, que: A educação superior continua elitista e cada vez mais privatizada. A oferta de vagas, além de se fazer cada dia em maior proporção no setor privado, é extremamente insuficiente diante da demanda reprimida e do numero cada vez maior dos concluintes do ensino médio que tende a ser quatro ou cinco vezes maior do que o do número de vagas oferecido anualmente para a educação superior. Outro complicador desta realidade é a excessiva concentração regional (no Sudeste) da oferta de vagas [...]. Considerando os aspectos abordados, pode-se dizer que a educação a distância no ensino superior surge como forma de democratizar o ensino. 6.4 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL Com a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (n.9394/96), a Educação a Distância, no Brasil, é constitucionalmente concebida como forma de 52 ensino em todas as modalidades, possibilitando informações para quem quer que deseje aprender, sem que possa haver restrição de espaço e de tempo, admitindose a separação presencial do professor e do aluno. Na concepção de Cruz (2001) a primeira tentativa de educação à distância, aconteceu através da radiodifusão, precisamente, com inauguração da primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, fundada com fins educativos. No que se referem ao ensino superior, Freitas (2005) ressalta que nos anos 80, tentou-se criar no Brasil uma Universidade Aberta a Distância. Essa iniciativa não prosperou. A motivação ocorreu através repercussão das experiências da Universidade aberta da Inglaterra, da Venezuela, Fe Costa Rica e de outras experiências bem sucedidas. Durante esse período, Freitas (2005) menciona que “a Universidade de Brasília criou um centro para desenvolver cursos de extensão sob a modalidade à distância, o que representou um grande avanço.” Segundo Nunes (apud Cruz, 2001, p.11), “os problemas políticos vividos pela UnB, na época sob intervenção do regime militar, e a impossibilidade de importar diretamente não só os cursos como a cultura de educação a distância de outro País”, fracassaram o projeto de ser a Universidade aberta do Brasil”. Foi só a partir de 1985, com a democratização da UnB, que o projeto de educação a distância foi retomado e segue até hoje se adaptando aos novos tempos”. É importante salientar a experiência da Bahia na educação distância no ensino superior, que Freitas (2005) menciona: Na década de 1990, a Universidade Federal da Bahia iniciou timidamente algumas experiências de ensino a distância em várias de suas Unidades de Ensino. Poucas resistiram até a presente data, embora algumas tenham sido consideradas bem sucedidas, como a criação de uma disciplina optativa sobre educação a distância na Faculdade de Educação, e a oferta de cursos de especialização em alfabetização para professores do interior do estado da Bahia. 53 Em relação ao ensino superior a distância no Brasil atualmente, cruz (2001) afirma que várias mudanças aconteceram, devido à importância da universidade nesse contexto. Em 1996, Novaes apud Cruz (2001) menciona “a necessidade de se criarem cursos a distância para evitar a concorrência de instituições estrangeiras que invadiram nosso mercado educacional com cursos melhores estruturados”. Pode-se dizer que os fatores políticos contribuíram para melhoria do ensino superior a distância no Brasil. Estes fatores estão ligados“ a uma crescente regulamentação, incentivos através de parcerias do MEC com universidades, principalmente para programas de treinamento de professores e também relacionados a iniciativas do governo federal em acordo técnicos” para tornar mais acessível o preço “do uso das infovias de comunicação no País”( SANTOS, 2001). 6.5 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NA BAHIA As universidades públicas do estado da Bahia junto a Universidade Católica de Salvador tentaram, durante os anos 90, instalar um consórcio interinstitucional, chamado Programa de Integração das Universidades do Nordeste. Essa parceria procurava inserir tecnologias da informação mais modernas. Na época denominada, ensino superior. Tudo isso, virou discussão em 1996, com um documento conhecido como Programa Interuniversitário Multimediático de apoio ao Ensino Fundamental. Imaginava-se, com isso, que iria se criar uma universidade que oferecesse ensino a distância, na Bahia. Mas a tentativa foi em vão, durante esse período, nada foi feito para a implantação da educação a distância no estado (PRETTO e PICANÇO, 2005). A Bahia está se transformando em um grande centro provedor de recursos para a educação a distância. “Esse sistema é uma revolução, por levar a faculdade, que antes era privilégio das grandes metrópoles, para cidades pequenas e distantes, popularizando o ensino superior", destaca o diretor do centro de transmissão de aulas da FTC/EaD, Waldeck Ornelas. No centro de transmissão, que ocupa oito andares do Edifício 15 de Julho, localizado no bairro do Comércio, em Salvador, as aulas são geradas e enviadas através de fibra ótica para São Paulo. De lá, são 54 transmitidas via satélite até as unidades pedagógicas, que são faculdades ou outras instituições de ensino locais parceiras. Das 118 unidades pedagógicas da FTC/EaD - que geram em torno de dez empregos diretos cada uma, 93 estão na Bahia, sendo cinco em Salvador: três na Paralela, uma na Boca do Rio e uma em Cajazeiras (PICANÇO,2005). No que se refere ao ensino à distância, na Bahia, pode-se dizer apesar de já existirem muitas instituições que dispõe dessa modalidade, a cada dia, tenta-se aperfeiçoar 55 7. METODOLOGIA 7.1 MÉTODO Segundo Hegenberg (apud LAKATOS, 2000, p.44) “Método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado” Jolivet coloca o caminho traçado pelas decisões do cientista como condição necessária, mas não suficiente, para atingir a verdade. Em outras palavras, sem ordem, na atividade cientifica não se chega à verdade. Não há conhecimento válido (verdade) sem procedimento ordenado e racional. 7.1.1 Método Qualitativo A pesquisa qualitativa tem suas diferenças no que diz respeito ao método, à forma e aos objetivos. Godoy (1995) ressalta a diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo, a saber: • O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental; • O caráter descritivo. Tais características se aplicam a nossa pesquisa da seguinte forma:1) Tendo o ambiente virtual como fonte de dados direto para pesquisa; 2) O caráter descritivo quando descrevemos o perfil dos alunos. A expressão pesquisa qualitativa assume diferentes significados no campo das ciências sociais. Compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979). 56 7.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Quanto os objetivos foram exploratórios, de forma a explorar as informações dadas pelos estudantes através de um questionário envolvendo questões fechadas, buscando conhecer o perfil dos mesmos. Segundo Gil (1999) a pesquisa de caráter exploratóris “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. Gil (1999) salienta ainda que as “pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximado, acerca de determinado fato”. 7.3 TIPOS DE FONTES O estudo teve como fonte primaria a analise do questionário buscando conhecer o perfil dos alunos questionados a sua satisfação quanto ao ensino EaD e a aceitação dos avanços tecnológicos, em seguida a utilização dessas tecnologias através dos portais oferecidos por essa instituição em estudo. Segundo Andrade (1999), fontes primárias são constituídas por documentos fotográficos, recursos audiovisuais, documentos de arquivos públicos, dados estatísticos, relatos de visitas a instituições. Os alunos foram analisados através de questionários. Segundo Marconi e Lakatos (2001), o questionário “é um instrumento de coleta de dados, constituindo por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito”. Para Gil (1999), o questionário pode apresentar questões aberta ou fechadas. As questões fechadas por sua vez, “apresenta-se ao respondente um conjunto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa sua situação ou ponto de vista”. 57 Por sua vez, na concretização da pesquisa em questão também foi utilizadas algumas fontes secundárias, as quais são definidas por Andrade (1999) como fontes que se referem “a determinadas fontes primária, isto é, são constituídas pela literatura originada de determinadas fontes primárias e constituem – se me fontes das pesquisas bibliográficas”. A fonte primaria foram os questionários. As fontes secundárias como livros, pesquisas, relatórios e estudos científicos ajudaram ao pesquisador construir e solidificar a base conceitual necessária para compreender melhor o tema e analisar mais facilmente os resultados obtidos. 7.4 AMOSTRA 7.4.1 UNEB (Universidade do Estado da Bahia) Figura 1: Campus VIII UNEB, Paulo Afonso-BA Fonte: www.UNEB.br A Universidade do Estado da Bahia - UNEB é uma instituição pública, gratuita, mantida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, que em 2004 fez 21 anos, está presente geograficamente em todas as regiões do Estado. A complexidade de sua estrutura está diretamente ligada ao seu papel social, pois possui 29 Departamentos sediados na capital e em 24 centros regionais de médio e grande porte. Além disso, a Rede UNEB 2000, um programa especial em convênio com prefeituras municipais, faz-se presente em aproximadamente 137 municípios, para graduar professores em exercício na rede pública. Nos seus diversos cursos de graduação, o aluno tem acesso a um sistema de biblioteca informatizada, laboratórios e equipamentos de informática, que garantem as atividades de ensino (UNEB, 2009). 58 A busca da excelência nos serviços desenvolvidos na universidade é também fundamental. Neste sentido, a UNEB propõe ser uma Universidade de qualidade, procurando desenvolver de modo harmônico e planejado, a educação superior no Estado da Bahia, promove à formação e aperfeiçoamento acadêmico, científico e tecnológico dos recursos humanos, a Pesquisa e a Extensão de modo indissociável, voltada para as questões do desenvolvimento sócio-econômico, cultural e do meio ambiente das diversas regiões econômicas do Estado onde está inserida (UNEB, 2009). Ressaltamos também a substancial colaboração dos corpos docente, discente e administrativo, que, com ação persistente, construtiva e solidária têm contribuído, de modo eficaz, para consolidar, cada vez mais, o renomado desempenho da UNEB. • UNEB – EAD O Núcleo de Educação a Distância - NEAD/DEDC I/UNEB surgiu como fruto de um conjunto de ações realizadas em nível de Graduação, Pós-Graduação (stricto e lato sensu), ensino, pesquisa e extensão, voltadas para ao estudo e debates do Ensino à Distância, e a formação de especialistas em Educação e TIC. O credenciamento da UNEB para a oferta de EAD se deu através da Portaria 4019/2005, do Ministério da Educação que credenciou a Universidade para EAD pelo prazo de cinco anos e aprovou os cursos de Química e Letras, a serem ofertados para os professores da rede estadual de ensino (UNEB, 2009). O primeiro curso de graduação na modalidade à distância, efetivamente implantado, foi o curso de Administração em parceria com o Banco do Brasil. Nesse contexto, a criação do Núcleo de Educação a Distância surge com o propósito de consolidar uma política de instituição da cultura tecnológica no âmbito da UNEB, além poder discutir, refletir e aprofundar cientificamente questões ligadas ao ensino à distância, indo além da mera transposição dos cursos presenciais para os ambientes de EAD, propondo novas metodologias e tecnologias que subsidiem não apenas as práticas pedagógicas à distância, mas que repercutam também no ensino presencial (UNEB, 2009). 59 Objetivo do NEAD: Conceber, desenvolver e subsidiar ações de Educação a Distância na Universidade do Estado da Bahia - UNEB, no âmbito da tríade Ensino-Pesquisa - Extensão na área multidisciplinar de Educação, Tecnologia, Inovação e Ciência, gerando indicadores qualitativos para a integração entre processos de formação presenciais e a distância, e promovendo a democratização e difusão social do conhecimento (científico, tecnológico e cultural), através da ampliação das oportunidades de acesso às várias áreas do conhecimento, da qualidade educacional de seus processos formativos, abrangendo todo o Estado da Bahia, em consonância com as políticas públicas e ações governamentais vigentes (UNEB, 2009). Estrutura Organizacional: O Núcleo de Educação a Distância - NEAD/DEDC I/UNEB, é constituído de uma Coordenação de Núcleo composto por professores do quadro efetivo da UNEB DEDC I e de outros Departamentos, designados para funções de gestão e planejamento das suas ações, constituindo este grupo, um órgão colegiado que será responsável pela concepção e proposição de suas ações, reportando-se à Direção do Departamento de Educação do Campus I da UNEB e sujeito, nos termos regimentais, à aprovação pelos órgãos normativos departamentais e conselhos superiores da Universidade (UNEB, 2009). Localização e Funcionamento: O NEAD está localizado no prédio situado à Rua Sistema Viário sem número, onde funciona o Pólo Universitário Santo Amaro de Ipitanga – PUSAI, criado pela Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas e cedido formalmente a UNEB através da assinatura de um Termo de Cessão de Uso, onde funciona o Núcleo de Educação a Distância – NEAD-DEDC I - UNEB, onde serão mantidas as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Atualmente, a instalação do NEAD inclui, alem da gestão dos cursos aprovados pelo MEC no sistema UAB - Universidade Aberta do Brasil, a sua inserção no Consórcio Bahia. O Consórcio de Universidade Públicas da Bahia articula através de um Termo de Cooperação assinado entre seis instituições 60 de Ensino Superior do Estado (UNEB, UEFS, UESB, UESC, UFRB e CEFET) e foi aditivado para o ingresso da UFBA. A UNEB, eleita pelas consorciadas, é gestora do Consórcio (UNEB, 2009). 7.5 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS Discutiremos nesse capitulo os dados obtidos através da pesquisa realizada nas Universidades com os alunos de estudo a distância, comparando os dados obtidos com dados de outros autores sobre a relevância dos temas. Achamos de grande importância um breve histórico sobre educação, sociedade e tecnologia. A pesquisa foi com os alunos de Ensino a Distância da Universidade Estadual da Bahia do Campus VIII situada na Cidade de Paulo Afonso-BA. O questionário contou com 10 questões fachadas e uma semi aberta. Questões com relevância ao tema escolhido onde procuramos observar o perfil do aluno e as suas dificuldades ou facilidades com relação ao Ensino a Distância e a forma de manuseio das tecnologias usadas. Foi um total de 58 alunos questionados. Sendo que 21 alunos são do curso de Matemática 13 alunos do curso de Química, e 24 no curso de administração direcionado a funcionários da UNEB e do Banco do Brasil, na Universidade do Estado da Bahia. 61 8. RESULTADOS E DISCUSSÕES 8.1 SEXO Por meio do questionário entregue aos alunos de UNEB Campus VIII, onde foram avaliados 58 alunos (Incluindo os cursos de matemática, química e administração oferecidos a servidores da UNEB e do Banco do Brasil ), sendo que 25% dos alunos que freqüentam os cursos em estudo são do sexo feminino e 75% são do sexo masculino, como ilustra o Gráfico e a tabela 1. Tabela 1: Representação do sexo SEXO NÚMERO DE ALUNOS ABSOLUTO % MASCULINO 40 75 FEMININO 16 25 TOTAL GERAL 58 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009. GRÁFICO 1 – SEXO Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 A cada dia que passa as podemos observar o êxito das mulheres, com relação ao desempenho profissional, cultural diante da sociedade em que vivemos. Hoje esperamos um aumento considerável nas universidades de pessoas do sexo feminino devido a essa relevância de crescimento, ainda se tratando de Universidade a Distância, esse esperado de concentração feminina se torna maior devido a flexibilidade do horário. As nossas pesquisas apontam justamente o contrário, houve um número maior do sexo masculino. Provavelmente pela ambição de uma melhor satisfação profissional. 62 8.2 IDADE Foram analisadas três faixas etárias: Entre 18 a 25 anos, 26 a 35 anos, outra entre 36 a 55 anos e a ultima maiores de 55 anos. Distribuição mostrada na tabela e gráficos 2. Tabela 2: Distribuição da faixa etária dos alunos analisados: NÚMERO DE ALUNOS IDADE ABSOLUTO % Entre 18 a 25 anos 12 20 De 26 a 35 anos 29 50 De 36 a 55 anos 16 25 Maiores de 55 anos 1 5 TOTAL GERAL 58 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 Gráfico 2: Faixa etária Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 O ensino a distância vem sendo cada vez mais almejado por pessoas de idade mais avançada, deixando um pouco os jovens recém saídos do ensino médio. Talvez por conta da ansiedade por formação das pessoas de idade mais avançada ou a pouca disponibilidade de tempo. Diante dessas vertentes Preti (1996): A crescente demanda por educação, devida não somente à expansão populacional como, sobretudo às lutas das classes trabalhadoras por acesso à educação, ao saber socialmente produzido, concomitante com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos. 63 A pesquisa mostra que a maioria das pessoas que freqüentam os cursos em analise apresenta mais de 25 anos de idade. 8.3 ESTADO CIVIL Entre os alunos questionados, percebeu-se que 45% são solteiros , 50 % são casados e 5% são outros, que poderão ser divorciados e outros. Tabela 3: Distribuição de acordo com estado civil dos alunos NÚMERO DE ALUNOS ESTADO CIVIL ABSOLUTO % Solteiros 26 45 Casados 30 50 Viúvo 0 0 Outros 3 5 TOTAL GERAL 58 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 Gráfico 3:Estado Civil Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 Os casados representam um maior número de adeptos dos cursos superiores, onde o esperado seria os solteiros devido o incentivo de adquirir formação superior, antes dos mesmos constituírem família. 64 8.4 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA. De uma forma bastante quantitativa podemos analisar a pesquisa feita com os alunos, mostrando que a maior parte, ou seja, 95% dos alunos exercem uma atividade remunerada. Como mostra a tabela e o gráfico a seguir. Tabela 4: Representação da Atividade Remunerada NÚMERO DE ALUNOS ATIVIDADE REMUNERADA ABSOLUTO % Sim 56 95 Não 2 5 TOTAL GERAL 58 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009. Gráfico 4: Atividade remunerada Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 A pesquisa revela que a maior parte dos alunos exerce uma atividade remunerada. Freitas (2005), ressalta que o ensino à distância possibilita ao estudante estudar no horário que melhor se adapta a sua “conveniência, em vez de freqüentarem aulas em horários pré-estabelecidos pela instituição que oferece o curso (...) outra vantagem (...) é que a presença obrigatória às aulas não é uma exigência como no caso do ensino tradicional. 65 8.5 OPÇÃO PELO ENSINO A DISTÂNCIA As oportunidades dadas pelas instituições foram a primeira escolha dos alunos, pois é realmente um atrativo para a procura, em segundo lugar ficou a falta de tempo o que justifica a grande maioria exercer uma atividade financeira.Por ultimo ressaltamos o baixo custo em comparação ao ensino tradicional.Dados observados na tabela e no gráfico logo abaixo. Tabela 5: Representação da opção pelo ensino a distância: MOTIVO DE OPÇÃO NÚMERO DE ALUNOS ABSOLUTO % Oportunidade da instituição 34 55 Falta de Tempo 19 35 Baixo custo 5 10 TOTAL GERAL 58 100 Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 Gráfico 5: Opção pela EaD Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 Com os dados obtidos podemos observar que a falta de tempo junto com as oportunidades dadas pelas instituições de ensino a distância são as primeiras opções do alunado de hoje, e em terceiro ligar esta o baixo custo que chega ser consideravelmente menor que o ensino tradicional. Chaves (2006) justifica a opção pelo baixo custo da seguinte forma: “ a educação a distância está ao alcance, razão custo/beneficio mais favorável, maior flexibilidade 66 (tanto para os ensinantes quanto para os aprendentes), ou seja, os horários são flexíveis ao tempo do aluno. 8.6 SATISFAÇÃO QUANTO AO ENSINO À DISTÂNCIA Todos os alunos questionados marcaram que “sim”, que estão satisfeito com escolha do ensino a distância. A pesquisa revelou que 100% dos alunos estão satisfeitos pela opção do curso a distância. Demonstrando que o avanço tecnológico esta sendo aceito pelos estudantes. 8.7 AVANÇO TECNOLÓGICO Os avanços tecnológicos citados em nosso trabalho esta relacionados com: o uso do computador em casa, a dificuldade em tirar as dúvidas na hora da aula, a dispersão por parte dos alunos, a segurança no serviço de tutoria, e a dificuldade para navegar no portal. De um modo geral quase todos os alunos se encontram sem dificuldade quanto aos avanços da tecnologia no ensino. Observaremos a tabela abaixo: Tabela 6: Analise do Avanço Tecnológico: Avanço Tecnológico NÚMERO DE ALUNOS SIM NÃO Possui computador na residência 50 8 Dificuldade em tirar as duvida 3 55 Dispersão na hora da aula 0 58 Segurança no serviço de Tutoria 58 0 Dificuldade em navegar no Portal 3 55 Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 67 Analisando os percentuais observamos que 80% dos alunos possui computador em sua residência, que 85% conseguem tirar suas duvidas na ora da aula, que 100% concordam que não há dispersão durante as aulas de ensino a distância e por fim 99% navegam sem dificuldades no portal oferecido pelas instituições. Gráfico 6: Avanço Tecnológico Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009 O primeiro item em analise foi o uso do computador em casa, vemos que a familiaridade como o computador e com o acesso a internet, funciona como incentivador ao ingresso aos cursos de Ensino a Distância, sendo o mesmo fator preponderante ao sucesso do aluno nesta modalidade. Cem por centos dos alunos tem segurança no serviço de tutoria, isso ajuda no rendimento na sala de aula e também o que colabora com a não dispersão dos alunos durante as aulas. Poucos alunos têm dificuldade em tirara às duvidas durante as aulas, o que esta de acordo com o numero de alunos com dificuldade em manusear o portal. Podemos avaliar uma boa aceitação das tecnologias do ensino a distância. 68 9. UTILIZAÇÃO DO PORTAL EDUCACIONAL PELOS ALUNOS DA UNEB A Universidade Estadual da Bahia usa o sistema de gerenciamento de curso como ferramenta tecnológica, um programa de computador chamado MOODLE é chamado de ambiente de aprendizagem (FILHO, 2004). O material dos cursos é colocado no ambiente MOODLE através de módulos. Esses módulos (chamado Lição na versão em Português do Moodle) são o que permite a produção de material para cada aula virtual. Conta com uma estrutura de navegação que incluem (FILHO, 2004): • Página com estrutura para navegação (em geral, a página inicial de uma aula); • Página com texto e questões (as questões se referem ao conteúdo da página e podem ou não ser colocadas); •Página com final de um ramo de navegação (as aulas podem ser divididas em seções, indicadas na página inicial da aula) e este tipo de página encerra uma seção e conduz o aluno para a página inicial da aula. Então cada Universidade faz seu desing do portal da forma que lhe convém utilizando o Moodle. 9.1 CONHECENDO MELHOR O MOODLE Moodle (Modular Object Oriented Distance LEarning) é um sistema para gerenciamento de cursos (SGC) - um programa para computador destinado a auxiliar educadores a criar cursos online de qualidade. Tais sistemas de educação via Internet são algumas vezes também chamados de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (SGA) or Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) (FILHO,2004). Uma das principais vantagens do Moodle sobre outras plataformas é um forte embasamento na Pedagogia Construcionista Seymour Papert, um psicólogo que foi 69 trabalhar no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, adaptou os princípios do Construtivismo Cognitivo de Piaget e construiu um conjunto de premissas a serem usadas quando aplicando a tecnologia de computadores como auxiliar ao processo de construção de conhecimento. Segundo Papert é na universalidade de aplicações do computador e na sua capacidade de simular modelos mecânicos que podem ser programados por crianças, que reside a potencialidade do computador em aprimorar o processo de evolução cognitiva da criança (FILHO, 2004). Moddle é um software de fonte aberta (Open Source Software), o que significa que se pode instalar, usar, modificar e mesmo distribuir o programa (nos termos da GNU General Public Licence), está disponível em 40 idiomas (FILHO, 2004). 9.2 DEMONSTRANDO A UTILIZAÇÃO DO MOODLE Aqui serão apresentadas as principais informações para utilização do Moodle em uma disciplina. Embora a aparência, forma de apresentação e conteúdo vão ser diferentes para cada Universidade que utiliza o Moodle. Porém os procedimentos básicos serão os mesmos. A figura 4 exemplifica uma forma de utilização do Moodle em um curso da UNB, que se encontra disponível no endereço http:IImoodle.mat.unb.br. Para se inscrever como usuário você deve clicar em Acesso (veja na Figura 4 as setas em vermelho). Qualquer pessoa que conheça o endereço web pode acessar o ambiente como Visitante (veja a Figura 5 ou, se está chegando agora, preencher o Formulário de Cadastramento (Figura 6) (PULINO, 2004). 70 Figura 4: Exemplo de utilização do Moodle na UNB Fonte: PULINO, 2004 Figura 5: Acesso ao visitante Fonte: PULINO, 2004 Ao acessar como visitante, o mesmo terá acesso aos diferentes cursos implantados no sistema. Alguns cursos podem exigir um código de acesso (mesmo para visitas) que poderá ser obtido entrando em contato com o professor do curso, por e-mail (PULINO, 2004). Figura 6: Formulário de Cadastramento Fonte: PULINO, 2004. 71 O Formulário de Cadastramento deve ser preenchido com dados reais. Será recebida, pelo e-mail indicado, uma mensagem com as instruções para efetivar a inscrição (PULINO, 2004). O próximo passo será o acesso ao curso, que no caso cada universidade tem o seu portal com ambiente de aprendizagem que é o Moodle. No qual veremos a seguir. 9.3 DEMONSTRANDO O ACESSO AO PORTAL UNEB O acesso dos alunos ao portal da UNEB é feita de uma forma tranqüila visto que nos questionários apresentados a eles, a expressão foi bastante satisfatória. Acessado através do site www.campusvirtual.UNEB.br, o aluno terá acesso a toda estrutura da EAD da UNEB, bem como ao links disponíveis e ao ambiente de aprendizagem que é o Moodle, direcionando ao seu curso.Veja a figura 7. Figura 7: Acesso ao Portal EaD da UNEB. Fonte: Campus Virtual UNEB 9.4 MATERIAL DIDÁTICO (MATEAD) O material didático educacional poderá ser acessado www.campusvirtual.UNEB.brIindex.phpIcursosmatEaD (veja através a do figura disponibilidade do material didático se encontra em três formatos diferentes. 8). site: A 72 Figura 8: Material didático Fonte: Campus Virtual UNEB 9.5 ACESSO AO PORTAL REFERENTE AO CURSO Utilizando um login e uma senha de uso exclusivo, estará disponível uma série de serviços, entre notas, material complementar referente ao curso do aluno. Observe a Figura 9. Figura 9: Acesso ao Portal referente ao curso Fonte: Campus Virtual UNEB Esta era em que vivemos, a "Era da Informação", gerou um novo paradigma da ciência: o conhecimento distribuído em rede (Moraes, 2001), que está permitindo a descentralização do conhecimento. Ao mesmo tempo, a Web foi concebida com características que permitiram uma rápida expansão dessa infra-estrutura de comunicação, alcançando um grande número de usuários e uma enorme quantidade de conteúdo disponível. 73 Isso alavancou o surgimento de novas tecnologias como o e-Learning, uma estratégia habilitada para a Web que integra desde gestão de conhecimento corporativo a gestão de competências, criando comunidades de conhecimento/aprendizado. Este fato está gerando novos objetivos da educação e o próprio conceito de competência profissional que, segundo Brasil, é a “capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desenvolvimento eficiente e eficaz das atividades requeridas pela natureza do trabalho”. E isto amplia significativamente a responsabilidade das instituições acadêmicas e organizacionais como gestores de conhecimento (Scremin, 2002). Um recurso importante que surgiu com as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs) são os ambientes virtuais de aprendizagem (Peters, 2004), pois são facilitadores para a educação a distância via Internet em função da possibilidade de interação a distância através de técnicas rápidas, seguras e eficientes. Segundo França (2000), o ambiente virtual de aprendizagem “em cursos a distância, é o espaço que organiza os recursos e ferramentas para acesso aos cursos, por meio da interação com os conteúdos, realização de atividades de aprendizagem, interação com o professor e colegas. Portanto, não pode ser confundido com simples páginas bancos de informações na Internet.” Ou seja, a comunicação deve ser multidirecional e afetiva. Todos podem falar com todos de forma autônoma e com níveis de censura e etiqueta previamente acordados pelo grupo. O registro de conteúdos deve ser facilitado e todos devem ter acesso aberto no tempo e no espaço, permitindo o gerenciamento do ritmo de aprendizagem e local de conexão. A capacidade de gerar e/ou manter laços entre os indivíduos participantes de determinados grupos numa rede aberta promove uma rápida socialização das idéias permitindo uma construção coletiva. Todos podem compartilhar de um saber comum. 74 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS Costuma-se definir nossa era como a era do conhecimento. Se for pela importância dada hoje ao conhecimento, em todos os setores, pode-se dizer que se vive mesmo na era do conhecimento, na sociedade do conhecimento, sobretudo em conseqüência da informatização e do processo de globalização das telecomunicações a ela associado (GADOTTI, 2000). Desta forma, não é apenas a educação que se defronta com novas tecnologias: estas mesmas tecnologias estão impactando todo o universo social, e gerando novas dinâmicas onde o conhecimento vai se tornando gradualmente central. A transformação envolve praticamente todas as áreas de atividade, economia, política, cultura, a própria organização do tecido social e das nossas relações, além de provocar uma mudança radical de como utilizamos o nosso principal recurso nãorenovável, o curto tempo da nossa vida (DOWBOR, 2001). Pode ser que, de fato, já se tenha ingressado na era do conhecimento, mesmo admitindo que grandes massas da população estejam excluídas dele. Todavia, o que se constata é a predominância da difusão de dados e informações e não de conhecimentos. Isso está sendo possível graças às novas tecnologias que estocam o conhecimento, de forma prática e acessível, em gigantescos volumes de informações, que são armazenadas inteligentemente, permitindo a pesquisa e o acesso de maneira muito simples, amigável e flexível. É o que já acontece com a Internet: para ser “usuário”, basta dispor de uma linha telefônica e um computador. “Usuário” não significa aqui apenas receptor de informações, mas também emissor de informações. Pela Internet, a partir de qualquer sala de aula do planeta, pode-se acessar inúmeras bibliotecas em muitas partes do mundo. As novas tecnologias permitem acessar conhecimentos transmitidos não apenas por palavras, mas também por imagens, sons, fotos, vídeos (hipermídia), etc. Nos últimos anos, a informação deixou de ser uma área ou especialidade para se tornar uma dimensão de tudo, transformando profundamente a forma como a sociedade se organiza (GADOTTI, 2000). 75 Novas oportunidades apresentadas pelas EaDs parecem abrir-se para os educadores. Esses espaços de formação têm tudo para permitir maior democratização da informação e do conhecimento, portanto, menos distorção e menos manipulação, menos controle e mais liberdade. É preciso a participação mais intensa e organizada da sociedade. O acesso à informação não é apenas um direito. É um direito fundamental, um direito primário, o primeiro de todos os direitos, pois sem ele não se tem acesso aos outros direitos. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, podemos observar que há uma aceitação por parte da universidade pesquisada com relação aos avanços tecnológicos que fazem parte do ensino a distancia. É muito interessante a evolução da informática através dos tempos e podemos sim concluir que o aluno de hoje esta preparado para acompanhar essa evolução, demonstra interesse, força de vontade, sede de aprendizagem, vontade de crescer, de conhecer. Já temos o ensino a distancia que facilita em muito a vida de quem quer estudar e tem vontade de estudar. Temos Software que ajudam o aluno a distribuir o seu tempo de estudo. Acredito que o uso de novas tecnologias pode ser bem utilizadas na educação, porém se faz necessário preparação dos profissionais da educação para que se obtenha resultados satisfatórios e não fique apenas como uma atividade a mais. Com a tecnologia foi se tornando mais dinâmica o acesso a informação. A Informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida entre nós. Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia. Acho que isso evidencia a aceitação dos avanços tecnológicos por parate dos alunos pesquisados. O que demosnstra também a satisfação geral por parte dos alunos questionados em fazerem parate de um EaD. 76 Procuramos com essa pesquisa um embasamento teórico e cientifico para dar continuidades às demais pesquisas que serão realizadas na nossa cidade, devido a escassez de trabalhos científicos na área pesquisada. 77 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. E. B. Educação à distância no Brasil: diretrizes política, fundamentos e práticas. USP. 2003. ANDRADE, M. E. C. Processo de ensino aprendizagem via internet. Universidade Federal de Santa Catarina, 2001. ARAÚJO, J. C. Internet e ensino. 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Sim b) Não Caso afirmativo, em quê? 9) a) Você percebe dispersão por parte dos alunos durante as aulas? Sim b) Não 10) Você sente segurança no serviço de tutoria? a) Sim b) Não 11) Você tem dificuldade para navegar no portal? a) Sim b) Não Agradecemos a colaboração