FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE
CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
MARIA DA SAÚDE DE SOUZA GALINDO
A Educação Pública e o Ensino a Distância: um estudo de
caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Paulo Afonso-BA
2009
MARIA DA SAÚDE DE SOUZA GALINDO
A Educação Pública e o Ensino a Distância: um estudo de
caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Monografia apresentada ao curso de
Graduação
em
Sistemas
de
Informação da Faculdade Sete de
Setembro – FASETE. Sob a
orientação do professor Eloy Lago
Nascimento.
Paulo Afonso-BA
2009
MARIA DA SAÚDE DE SOUZA GALINDO
A Educação Pública e o Ensino a Distância: um estudo de
caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Monografia submetida ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação.
Paulo Afonso,.......................de.......................de 2009.
__________________________________
Prof. Igor Medeiros Vanderlei
Coordenador dos Cursos de Sistemas de Informação
Aprovado por:
____________________________________________________
Prof. Eloy Lago Nascimento
(Orientador)
____________________________________________________
Prof.ª Julyana Mota de Moura
(Componente da Banca)
____________________________________________________
Prof. Ryan Ribeiro de Azevedo
(Componente da Banca)
Paulo Afonso-BA
2009
Dedico este trabalho a todos aqueles que
contribuíram de forma direta ou indireta para
conclusão do mesmo.
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um
pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível:
A Deus, o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele.
Aos meus pais, irmãos e meu esposo Paulo Sergio, que com muito carinho e apoio,
não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.
Ao professor e orientador Eloy Lago, pela paciência na orientação e incentivo que
tornaram possível a conclusão desta monografia.
Ao professor e coordenador do Colegiado de Sistemas de Informação, Igor
Medeiros, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e pela amizade.
A todos os professores da FASETE, em especial, Julyana Mota, Ryan Ribeiro e
Ricardo Azevedo, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no
desenvolvimento desta monografia.
Aos amigos e colegas, em especial, Josenildo Sandes, Clarisse Siqueira e Gildo,
pelo incentivo e pelo apoio constantes.
A todos os funcionários FASETE, pelo convívio e pelo apoio constantes.
GALINDO, Maria da Saúde de Souza. A educação pública e o ensino à distância:
um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 2009. 83 f.
Monografia. (Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação). Faculdade Sete
de Setembro – FASETE, Paulo Afonso-BA.
RESUMO
O objetivo dessa pesquisa é conhecer o modelo EaD implantado nas universidades
públicas, através de um estudo de caso delimitado em uma Instituição de Ensino
Superior, a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, no que diz respeito às
tecnologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem, e o nível de
satisfação dos discentes.A presente pesquisa teve caráter exploratório, com isso
utilizamos um questionário de forma a explorar o perfil dos alunos, a aceitação dos
avanços tecnológicos bem como a satisfação em relação à proposta desenvolvida
pela IES. Foram um total de 58 alunos estudados no Departamento de Educação, do
Campus-VIII, em Paulo Afonso.Os resultados da pesquisa foram voltados a
satisfação dos alunos com relação a escolha da universidade e a aceitação doa
avanços tecnológicos imposto por esse tipo de ensino, no qual os alunos
pesquisados demonstraram uma boa aceitação e satisfação.
PALAVRAS CHAVES: EaD, Tecnologia, Satisfação.
GALINDO, Maria da Saúde de Souza. Public education and distance learning: a
case study at the University of Bahia - UNEB. 2009. 83 f. Monograph. (Course of
Bachelor of Information Systems). Faculdade Sete de Setembro - FASETE, Paulo
Afonso-BA.
ABSTRAT
The objective of this research is to know the model EaD located in public universities
through a case study defined in a higher education institution, the University of Bahia
- UNEB, with regard to technologies used in the teaching and learning , and the level
of satisfaction of discentes.A this research was exploratory nature, with that used a
questionnaire in order to explore the profile of students, acceptance of technological
advances as well as satisfaction with the proposal developed by IES. There were a
total of 58 students in the Department of Education, the Campus-VIII, to Paul
Afonso.Os search results were aimed to meet the students with regard to choice of
university and acceptance donates technology imposed by this type of education in
which the students surveyed showed a good acceptance and satisfaction
WORDS KEY: EaD, Technology, Satisfaction
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABED -
Associação Brasileira de Educação a Distância
AVA -
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
CNE -
Conselho Nacional de Educação
DEDC -
Departamento de Educação
EaD -
Educação a Distância
ESAP -
Ensino Superior de Agricultura de Pernambuco
LDB -
Leis de Diretrizes e Base
MEC -
Ministério da Educação
NEAD -
Núcleo de Educação a Distância
NTE -
Núcleo de Tecnologia Educacional
NTIC
Novas Tecnologias da Informação e Comunicação
OBC -
Organização de Base Comunitária
ONGs -
Organizações não-governamentais
PNE
Plano Nacional de Educação
RNP -
Rede Nacional de Pesquisa
SGA -
Sistemas para Gerenciamento de Aprendizagem
SGC -
Sistemas para Gerenciamento de Cursos
TIC
Tecnologias da Informação e Comunicação
UAG -
Unidade Acadêmica de Garanhuns
UAST -
Unidade Acadêmica de Serra Talhada
UEPB
Universidade Federal da Paraíba
UNAB -
Universidade Aberta do Brasil
UNEB -
Universidade Estadual da Bahia
USP -
Universidade de São Paulo
LISTA DE FIGURAS
Figura 3
Campus VIII UNEB – Paulo Afonso-BA
62
Figura 4
Iniciar o Acesso
76
Figura 5
Acesso a Visitantes
76
Figura 6
Cadastramento do Usuário
76
Figura 7
Tela Inicial do Portal
77
Figura 8
Portal de Material Didático
78
Figura 9
Acesso ao Portal Referente ao Curso
78
Figura 10
Janela de Acesso ao conteúdo dividido por semanas.
79
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Representação do sexo
67
Tabela 2:
Distribuição da faixa etária dos alunos analisados
68
Tabela 3:
Distribuição de acordo com Estado Civil dos alunos
69
Tabela 4:
Representação da Atividade Remunerada
70
Tabela 5:
Representação da Opção pelo ensino a Distância
71
Tabela 6:
Analise do Avanço Tecnológico
72
LISTA DE QUADROS
Quadro 1:
Aspectos fundamentais de um modelo pedagógico para EaD
32
Quadro 2:
Classificação em função do tipo de comunicação predominante 33
entre professores e alunos
Quadro 3:
Habilidades Técnicas e de comunicação exigida das equipes de 35
EaD
Quadro 4:
Papéis e Competências requeridas dos profissionais de uma 36
equipe EaD
SUMÁRIO
ABSTRAT ...................................................................................................................6
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .....................................................................7
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................8
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................8
LISTA DE QUADROS.................................................................................................9
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................13
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS DE ESTUDO.............................................................................................................. 16
1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................................. 17
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17
1.3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................................. 17
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................................................... 19
2. A EDUCAÇÃO NOSSA DE CADA DIA................................................................20
2.1 O QUE É EDUCAÇÃO? ................................................................................................................. 20
2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS..................................................................................... 21
2.3 A EDUCAÇÃO PRESENCIAL........................................................................................................ 23
2.4 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA........................................................................................................ 23
2.4.1 Características da Educação a Distância .................................................................... 26
2.4.2 Fazendo uma analise entre Educação presencial e Educação a distância.................. 26
2.4.3 Modelos Pedagógicos EAD......................................................................................... 28
2.4.4 Ambiente e Equipe das áreas de educação a distância nas organizações.................. 30
3. ENSINAR E APRENDER ATRAVÉS DOS TEMPOS...........................................34
3.1 O QUE É ENSINAR? ...................................................................................................................... 34
3.2 O QUE É APRENDER? .................................................................................................................. 35
3.3 ENSINAR E APRENDER: ANTES E DEPOIS DA REVOLUÇÃO INFORMÁTICA ...................... 36
4. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PASSOS NA CONSTRUÇÃO DE SUA HISTÓRIA
..................................................................................................................................39
4.1 A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO ENSINO A DISTÂNCIA .......................................................... 41
4.1.1 O ambiente AulaNet.................................................................................................... 42
4.1.2 Os Autores do Ambiente ............................................................................................. 43
4.1.3 Avaliações a Distância ................................................................................................ 43
4.1.4 Avaliação em educação à distância com suporte em ambientes digitais de interação e
aprendizagem ...................................................................................................................... 44
5. UNIVERSIDADE PÚBLICA: FRAGILIDADES E TENDÊNCIAS ..........................46
5.1 CONCEITO E MISSÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO BRASIL............................. 46
5.1.1 Fragilidades da Universidade Pública Brasileira.......................................................... 47
6. A UNIVERSIDADE ABERTA E A EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA (EAD)
..................................................................................................................................49
6.1 CONCEITUANDO A UNIVERSIDADE ABERTA ........................................................................... 49
6.2 A EaD COMO VEÍCULO DE ENSINO MASSIFICADO E ABERTO.............................................. 49
6.3 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA .............................................................................................. 51
6.4 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL......................................................................... 51
6.5 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NA BAHIA............................................................................ 53
7. METODOLOGIA ...................................................................................................55
7.1 MÉTODO......................................................................................................................................... 55
7.1.1 Método Qualitativo ...................................................................................................... 55
7.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA................................................................................................. 56
7.3 TIPOS DE FONTES ........................................................................................................................ 56
7.4 AMOSTRA ...................................................................................................................................... 57
7.4.1 UNEB (Universidade do Estado da Bahia) .................................................................. 57
7.5 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................... 60
8. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................61
8.1 SEXO............................................................................................................................................... 61
8.2 IDADE ............................................................................................................................................. 62
8.3 ESTADO CIVIL ............................................................................................................................... 63
8.4 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA. .............................................................................. 64
8.5 OPÇÃO PELO ENSINO A DISTÂNCIA ......................................................................................... 65
8.6 SATISFAÇÃO QUANTO AO ENSINO À DISTÂNCIA................................................................... 66
8.7 AVANÇO TECNOLÓGICO ............................................................................................................. 66
9. UTILIZAÇÃO DO PORTAL EDUCACIONAL PELOS ALUNOS DA UNEB.........68
9.1 CONHECENDO MELHOR O MOODLE ......................................................................................... 68
9.2 DEMONSTRANDO A UTILIZAÇÃO DO MOODLE ..................................................................... 69
9.3 DEMONSTRANDO O ACESSO AO PORTAL UNEB.................................................................... 71
9.4 MATERIAL DIDÁTICO (MATEAD) ................................................................................................ 71
9.5 ACESSO AO PORTAL REFERENTE AO CURSO........................................................................ 72
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................74
REFERÊNCIAS.........................................................................................................77
APÊNDICE................................................................................................................82
13
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nos últimos anos, o Brasil está passando por várias transformações. Essas
transformações já vinham ocorrendo, desde a década de 1950, no caso dos países
considerados de primeiro mundo, e estão gerando um modelo de sociedade em que
a escolarização elevada é colocada como fator estratégico do desenvolvimento, da
produtividade e da competitividade. Dessa forma, as políticas relacionadas com a
qualificação dos recursos humanos merecem o máximo de interesse e prioridade e
os processos de formação continuada devem ser atualizados e renovados em seus
conteúdos, atingindo o maior número possível de pessoas (PETRI, 1996).
O cenário retratado provoca uma crescente demanda social pela formação, devido
às exigências de níveis mais elevados de escolarização; aos avanços tecnológicos;
à insuficiência de qualificação e às novas tendências demográficas (PRETI, 1996).
É neste cenário que se insere a educação a distância — EaD, como modalidade
educacional alternativa, para transmitir informações e instruções aos alunos, em
qualquer lugar, onde quer que estejam.
Porém esta modalidade de educação não é de hoje e, no Brasil, já vem de muito
tempo. No início, foi um modelo viabilizado por meio dos serviços de correios
enviando e recebendo dos alunos as respostas às lições propostas. Tal modalidade,
tornou a educação acessível às pessoas residentes em áreas isoladas ou àqueles
que não tinham condições de cursar o ensino regular no período apropriado.
(ALMEIDA, 2003).
Desafios e obstáculos para implementação da educação à distância (EaD) devem
ser compreendidos como estímulo à busca de novos caminhos, superação de
modelos e rotinas já consolidados no ensino presencial e exigem criatividade,
maturidade na condução política, seriedade, paciência, persistência, além da
habilidade para trabalhar em equipe interdisciplinar. Vencer esses desafios significa
trabalhar a dimensão de um todo, que é um sistema complexo, composto por um
conjunto de peças interconectadas entre si (PULINO, 2004).
14
É nestes termos que o presente trabalho busca refletir sobre a educação à distância
na atualidade, colocando, obviamente, os recursos das Tecnologias de informação e
comunicação, especificamente o computador, seus softwares e a internet, como
viabilizadores de uma verdadeira revolução nas propostas da EaD.
Embora esses desafios não sejam necessariamente os mais importantes para a
área tecnológica, eles estão presentes porque a educação por meio da Internet ou
CD-Rom depende de recursos que sejam compatíveis com o desenho do curso e
com a metodologia adotada ( PULINO, 2004).
A Internet é responsável pela distribuição mundial de bens, serviços e empregos
administrativos e gerenciais. Esse meio é um dos fatores de maior responsabilidade
no processo de globalização. Dessa forma, pode-se dizer que a internet vem
provocando uma grande mudança na sociedade (ANDRADE, 2001).
Em mais de 80 países do mundo o ensino a distância vem sendo empregado em
todos os níveis educativos, desde o primeiro grau até a pós-graduação, assim como
também na educação permanente (PETRI, 1996).
Conforme as diversificadas experiências de educação à distância avançam no
Brasil, na Região Nordeste e, em Paulo Afonso, especificamente, como espaço
delimitado para o olhar desta pesquisa, percebe-se a existência de diversos estudos
enfocando a temática, ou na questão educacional como proposta, ou na forma de
uso das novas tecnologias como recursos. No entanto, quando se vai estudar a
literatura produzida, registra-se praticamente apenas pesquisas voltadas para a EaD
privada. Por isso, este estudo buscou um aprofundamento sobre a realidade da EaD
pública. Salientando, entretanto, que se trata de um olhar iniciante, até mesmo pela
própria realidade de experiência recente deste modelo, o que explica também a
escassez de materiais científicos publicados.
A Universidade Virtual no Brasil registra 84.713 alunos matriculados em sessenta
cursos superiores a distância (VIANNEY, 2003).
15
A universidade Aberta é uma organização educacional de ensino superior que se
distingue das demais instituições universitárias, inovando na forma de atendimento à
demanda pelo ensino superior. Destacando-se na questão da tecnologia inerente a
esse modelo de ensino sua metodologia (processos) e a promoção dos egressos
como universitários (SIQUEIRA, 1993).
Pode-se dizer que os fatores políticos contribuíram para a melhoria do ensino
superior a distância no Brasil. Estes fatores estão ligados “a uma crescente
regulamentação, incentivos através de parcerias do MEC com universidades,
principalmente para programas de treinamento de professores e também
relacionados a iniciativas do governo federal em acordos técnicos” para tornar mais
acessível o preço “do uso das infovias de comunicação no país” (SANTOS apud
CRUZ, 2001).
Na década de 1990, a universidade Federal da Bahia iniciou timidamente algumas
experiências de ensino a distância em várias de suas Unidades de Ensino. Poucas
resistiram até a presente data, embora algumas tenham sido consideradas bem
sucedidas, como a criação de uma disciplina optativa sobre educação a distância na
Faculdade de Educação, e a oferta de cursos de especialização em alfabetização
para professores do interior do Estado da Bahia (FREITAS, 2005).
Considerando a relevância do tema, a pesquisa foi delimitada no intuito de obter
uma visão geral sobre a experiência da EaD pública e, em particular, o uso das
tecnologias de informação no ensino a distância, estudando o caso da Universidade
do Estado da Bahia – UNEB, instituição multicampi, enfocando especificamente, o
seu departamento de Educação do Campus – VIII, localizado na cidade de Paulo
Afonso, no interior do estado, com uma realidade particular, por fazer fronteira com
os estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, atendendo ao alunado de toda esta
região. Na delimitação do tempo, a pesquisa levantou dados referentes aos anos de
2008 e 2009.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
16
Sabendo-se que hoje, a tecnologia da informação ganha cada vez mais força na
difusão do conhecimento, sendo responsável por uma revolução no processo
ensino-aprendizagem, pode-se dizer que existe uma preocupação na eficácia da
tecnologia, no que se refere à modalidade de ensino (NASCIMENTO, 2007).
“As tecnologias devem preferencialmente ser usadas para proporcionar aos
estudantes a oportunidade de interagir e trabalhar juntos em problemas e projetos
significativos, e juntar-se a comunidades de alunos e profissionais” (SELFE, 1988). A
tecnologia deve estender o melhor das práticas em sala de aula para localidades
distantes, ao invés de reproduzir o pior (BURGE, 1993).
Criam-se todos os dias mais de 140 mil novas páginas de informações e serviços na
rede. Há informações demais e conhecimento de menos no uso da Internet na
educação. E há certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos
dados, muitas informações disponíveis. Na informação, organizamos os dados
dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é
integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a,
tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento se
cria, constrói-se (MORAN, 2002).
A Educação a Distância vem a cada dia se tornando mais suscetível devido a sua
extensão. Procuramos com essa pesquisa objetivar a aceitação quanto ao o uso das
tecnologias e a satisfação dos alunos da Universidade do Estado da Bahia no
Ensino a Distância.
Diante do exposto criam-se algumas questões de pesquisa:
1. As ferramentas tecnológicas utilizadas pelas IES estudadas estão atendendo
as necessidades do processo de ensino e aprendizagem?
2. Os discentes pesquisados estão satisfeitos com essa nova modalidade de
ensino?
1.2 OBJETIVOS DE ESTUDO
17
1.2.1 Objetivo Geral
Conhecer o modelo EaD implantado nas universidades públicas através de um
estudo de caso delimitado em uma Instituição de Ensino Superior, a Universidade do
Estado da Bahia – UNEB, no que diz respeito às tecnologias utilizadas no processo
de ensino e aprendizagem, e o nível de satisfação dos alunos.
1.2.2 Objetivos Específicos
•
Levantar dados sobre a proposta de EaD formatada pela UNEB.
• Analisar as tecnologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem;
• Identificar o grau de satisfação dos alunos.
• Observar a utilização do portal, para podermos verificar a aceitação das
tecnologias pelos alunos.
1.3 JUSTIFICATIVA
A distância principal hoje não é a geográfica, mas a econômica (ricos e pobres), a
cultural (acesso efetivo pela educação continuada), a ideológica (diferentes formas
de pensar e sentir) e a tecnológica (acesso e domínio ou não das tecnologias de
comunicação) (MORAN, 2002).
Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na possibilidade
de acesso à Internet e em dominar o instrumental teórico para explorar todas as
suas potencialidades (MORAN, 2002).
Ensinar utilizando a Internet pressupõe uma atitude do professor, diferente da
convencional. O professor não é o “informador”, o que centraliza a informação.
Com a crescente utilização da tecnologia como forma de suprir as necessidades da
sociedade com o crescente avanço das metodologias de ensino, é apresentada essa
nova realidade que já se torna uma constante na vida de muitos indivíduos,
considerando que cada vez mais se é exigido conhecimento, ao passo que as
18
pessoas a cada dia, tornam-se dependentes das facilidades do mundo moderno
(NASCIMENTO, 2007).
Uma pesquisa foi realizada em 2007 pela ABED (Associação Brasileira de Educação
a Distância) em parceria com o Instituto Monitor e com apoio da Secretaria de
Educação a Distância do Ministério da Educação, onde foram ouvidas 175
instituições que ministram cursos a distância com autorização do Conselho Nacional
de Educação (CNE) ou dos conselhos estaduais e municipais de educação. No
levantamento, constatou-se que, em 2005, o Brasil teve mais de 1,2 milhões de
alunos estudando pela modalidade EAD. Mais de 1,5 milhões de profissionais são
capacitados,
por
e-learning
(significa
originalmente
eletronic
learning,
ou
ensino/aprendizagem com auxilio eletrônico) em diversas empresas. Esses dados
levam a crer que, hoje, há mais de 3 milhões de alunos estudando a distância no
Brasil.
Considerando essas premissas, a modalidade EAD pretende atingir um grande
contingente de pessoas de forma eficiente e eficaz, levando o conhecimento, antes
restrito aos grandes centros, a localidades distantes. Dessa forma, EAD passa a
constituir importante estratégia para o enfrentamento das constantes mudanças no
mundo do trabalho, diante do acelerado avanço científico e tecnológico da
sociedade moderna. Pode-se dizer, portanto, que essa modalidade reduz as
fronteiras espaciais (PULINO, 2004).
Há ainda que se considerar, como modalidade que utiliza modelo pedagógico com
flexibilidade cognitiva, entendida como capacidade de reestruturar de forma
espontânea o próprio conhecimento, a EAD forma pessoas com propostas
inovadoras diante de situações e soluções variadas (PULINO, 2004)
Levando em considerações as citações acima, os desafios impostos pelo avanço
das tecnologias, e uma nova forma de ensino aprendizagem foram os principais
motivos da presente pesquisa. O que vem a contribuir com a minha formação que
envolve esses avanços tecnológicos.
19
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
A estrutura deste trabalho compreende as seguintes partes:
•
Elementos pré-textuais: Os elementos pré-textuais deste trabalho contêm
todas as informações que ajudam na identificação e na utilização do mesmo.
•
Elementos Textuais: É a parte do trabalho onde é exposto todo conteúdo
referente ao tema do trabalho. Sua organização é determinada pela natureza
do trabalho.
•
Elementos pós-textuais: São os elementos que ajuda o trabalho a tornar
menos denso.
20
2. A EDUCAÇÃO NOSSA DE CADA DIA
A
pesquisa
prosseguirá
através
de
um
levantamento
bibliográfico,
onde
introduziremos os princípios da educação, seu conceito, sua origem; Educação a
distância, como surgiu, suas características e sés avanços tecnológicos.
2.1 O QUE É EDUCAÇÃO?
No sentido mais amplo, educação é um processo de atuação de uma
comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa
atuar em uma sociedade. Para tal educação, devemos considerar o homem no plano
físico
de
e
intelectual
compreender
devendo
e
considerar
consciente
das
possibilidades
refletir
sobre
a
realidade
seu
papel
de
do
e
limitações,
mundo
transformação
que
social
o
capaz
cerca,
como
uma
sociedade que supere nos dias atuais a economia e a política, buscando
solidariedade
entre
as
pessoas,
respeitando
as
diferenças
individuais
de cada um (PAMPLOMA, 2008).
Segundo
o
dicionário
desenvolvimento
Aurélio
(2008),
educação
é
o
“processo
da capacidade física, intelectual e moral da
criança
de
e
do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e
social”.
Paulo
Freire
nos
diz
que
“a
educação
tem
caráter
permanente. Não há seres educados e não educados, estamos todos nos
educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos”.
Afirmação
tão
coerente
nos
faz
refletir
sobre
o
processo
educativo
contínuo, como base de uma constante busca pela melhoria da qualidade
da formação docente e discente. A ação educativa implica um conceito
de homem e de mundo concomitantes, é preciso não apenas estar no mundo
e sim estar aberto ao mundo.
21
2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS
Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma
pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento
renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da
escolaridade trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma
mais clara a partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois
séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências
da educação e das metodologias de ensino (GADOTTI, 2000).
O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas Freinet, por
exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia. Tanto a concepção
tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas, terá um lugar
garantido na educação do futuro (LIMA, 2007).
A educação tradicional e a nova têm em comum a concepção da educação como
processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais original da educação
desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o
político e para o ideológico. A pedagogia institucional é um exemplo disso. A
experiência de mais de meio século de educação nos países socialistas também o
testemunha. A educação, no século XX, tornou-se permanente e social. É verdade,
existem ainda muitos desníveis entre regiões e países, entre o Norte e o Sul, entre
países periféricos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados
(GADOTTI, 2000).
Não importa a distância a cultura e o destino o papel da educação é um só, Godotti
expressa bem a educação como tendo um destino do individual para o social, pois
as idéias universalmente difundidas, entre elas a de que não há idade para educar,
de que a educação se estende pela vida.
•
Educação Internacionalizada
22
No final do século XX, o fenômeno da globalização deu novo impulso à idéia de
uma educação igual a todos,não como princípio de justiça social,mas apenas como
parâmetro curricular comum(LIMA,2007).
A tese de uma educação internacional já existia desde 1899, quando foi fundado, em
Bruxelas, o Bureau Internacional de Novas Escolas, por iniciativa do educador
Adolphe Ferrière. Como resultado, tem-se hoje uma grande uniformidade nos
sistemas de ensino. Pode-se dizer que hoje todos os sistemas educacionais contam
com uma estrutura básica muito parecida. No final do século XX, o fenômeno da
globalização deu novo impulso à idéia de uma educação igual para todos, agora não
como princípio de justiça social, mas apenas como parâmetro curricular comum
(GADOTTI, 2000).
•
Educação Popular
Com as conquistas democráticas, ocorreu com a educação popular uma grande
fragmentação em dois sentidos: de um lado ela ganhou uma nova vitalidade no
interior do Estado, diluindo-se em suas políticas públicas; e, de outro, continuou
como educação não-formal, dispersando-se em milhares de pequenas experiências.
Perdeu em unidade, ganhou em diversidade e conseguiu atravessar numerosas
fronteiras. Hoje ela incorporou-se ao pensamento pedagógico universal e orienta a
atuação de muitos educadores espalhados pelo mundo, como o testemunha O
Fórum Paulo Freire, que se realiza de dois em dois anos, reunindo educadores de
muitos países (GADOTTI, 2000).
A Educação Popular se compromete e participa das perspectivas e realizações de
todos os direitos do povo. Baseia-se no saber da comunidade e incentiva
a
conversa a participaçao de cada um na integra. Ela utiliza o saber do povo como
arma ou instrumento para o aprendizado.O autor citado a cima é original nesse
comentário quando cita Paulo Freire em sua obra.
O modelo teórico da educação popular tem oferecido grandes alternativas. A noção
de aprender a partir do conhecimento do sujeito, a noção de ensinar a partir de
23
palavras e temas geradores, a educação como ato de conhecimento e de
transformação social e a politicidade da educação (LIMA,2007)
Diante desse quadro, a educação popular, como modelo teórico reconceituado, tem
oferecido grandes alternativas. Dentre elas, está à reforma dos sistemas de
escolarização pública. A vinculação da educação popular com o poder local e a
economia popular abrem, também, novas e inéditas possibilidades para a prática da
educação (FREITAS, 2005).
A Educação Popular é tida como expressão do conhecimento e transformação
social. Esse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no
contexto de interesse. A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto,
em qualquer cultura,em qualquer lugar do mundo.
2.3 A EDUCAÇÃO PRESENCIAL
A educação presencial sempre teve e terá seu espaço no processo educativo, é um
sistema tradicional, que não dispensa a presença do professor e alunos,
desenvolvendo o processo educacional através da difusão destes conhecimentos,
muitas vezes sem se preocupar se está surtindo efeito, que em sua maioria não gera
interação entre professor e aluno, em outros casos ocorre na educação presencial, a
moderação com participação na retirada de dúvidas (SILVA, 2008).
2.4 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O ensino a distância é conceituado por vários teóricos como uma modalidade no
processo ensino-aprendizagem em que as aulas são ministradas em dois espaços
físicos diferentes através de meios de comunicação ou da tecnologia da informação.
Em um espaço está inserido o aluno, em ouro espaço diferente, o educador
(ANDRADE, 2001).
24
De acordo com o Ministério da Educação (MEC, 2007), a educação a distância é
conceituada como uma modalidade educacional em que o processo ensinoaprendizagem acontece através de recursos tecnológicos (meios e tecnologias de
informação e comunicação) “com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. Esse conceito fornecido pelo
MEC baseia-se no Decreto 5.622, de 19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), e
regulamenta o Art.80 da Lei 9394/96 da LDB (Leis de Diretrizes e Base).
Diante do que foi dito, Rodrigues (2006) ressalta que o decreto e a regulamentação
do Artigo 80 da LDB, mostram “a preocupação do governo com a credibilidade dos
diplomas e certificados obtidos através de cursos a Educação à distância,
centralizando o credenciamento das entidades autorizadas a promover cursos“ que
utilizem essa modalidade de ensino.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, Moran (2003) ressalta que a educação a
distância é compreendida como um “processo de ensino-aprendizagem, mediado
por tecnologias onde professores e alunos estão separados espacial e/ou
temporalmente”.
Moran (2003) diz que a educação a distância como uma forma de inclusão
educacional, na qual se tem menos gastos. Ao invés de construir prédios e contratar
vários educadores, são colocados equipamentos tecnológicos, fazendo com que
pessoas de qualquer ponto do mundo possam ingressar nos cursos que mais lhes
agradem.
Na visão de Freitas (2005), a educação a distância possui um amplo conceito.
Primeiramente pode ser considerada como uma modalidade de ensino aplicável em
qualquer nível escolar desde que seja planejado cuidadosamente para os
estudantes interessados.
A modalidade EAD pretende atingir um grande contingente de pessoas de forma
eficiente e eficaz, levando o conhecimento, antes restrito aos grandes centros, a
localidades distantes. Dessa forma, EAD passa a constituir importante estratégia
para o enfrentamento das constantes mudanças no mundo do trabalho, diante do
25
acelerado avanço científico e tecnológico da sociedade moderna. Pode-se dizer,
portanto, que essa modalidade reduz as fronteiras espaciais.
Há ainda que se considerar que, como modalidade que utiliza modelo pedagógico
com flexibilidade cognitiva, entendida como capacidade de reestruturar de forma
espontânea o próprio conhecimento, a EAD forma pessoas com propostas
inovadoras diante de situações e soluções variadas (ENAP, 2006).
As características da aprendizagem a distância pelo adulto, Garcia (1986) apresenta
os seguintes elementos:
a) as experiências de aprendizagem devem ser úteis para situações concretas da
vida social, profissional e pessoal do aluno;
b) o aluno adulto está mais predisposto a experiências de aprendizagem
relacionadas diretamente com os objetivos de mudança que espera alcançar;
c) a aprendizagem é vista como um meio para uma finalidade e não um fim em si
mesmo;
d) o sentido de aplicação prática é muito presente;
e) o aumento da auto-estima e o gosto por conhecimentos novos são importantes
fatores de motivação;
f) o clima afetivo do grupo exerce grande influência sobre a aprendizagem.
Não há dúvida de que a educação a distância permite maior acesso, tanto em
termos quantitativos quanto de abrangência geográfica, menor custo/aluno em
médio prazo, com diluição dos seus custos fixos, e melhores condições para a
formação em serviço, uma vez que, não é necessário “tirar” os participantes de seu
local de trabalho (PULINO, 2004).
Os vários autores acima partem do principio que a educação a distância é uma
realidade hoje e se torna um mecanismo de democratização, já que a quantidade de
pessoas que estão podendo ter acesso a uma faculdade se tornou um número
considerável. O cidadão é o consumidor válido numa visão de mudança na
educação, ele ganha com a possibilidade de aprender novas técnicas quanto ao uso
das tecnologias oferecidas pelo ensino a distância.
26
2.4.1 Características da Educação a Distância
A educação a distância abre caminhos para uma população que não tem tempo para
estudar e que não tem muito dinheiro para investir, pois além de ser mais barato, o
aluno não precisa gastar com o deslocamento. A flexibilidade de horários permite
que o aluno estude, trabalhe e tenha um bom relacionamento social com a família
(CRUZ, 2007).
Existem muitas semelhanças entre as faculdades que trabalham com a educação à
distância e a presencial, pois em ambas os alunos têm que estudar para conseguir
aprender, os conteúdos básicos são os mesmos, apenas com alterações que a
faculdade pode optar por fazer, ambas foram criadas para formar bons profissionais
e estão dentro da legislação (FREITAS, 2005).
A educação a distância pode formar pessoas capacitadas para uma determinada
área, como a presencial, porem o aluno não vai precisar ficar em sala de aula para
aprender, com isso ele terá um bom desenvolvimento critico, pois terá que avaliar o
seu próprio rendimento e medir o quanto deverá estudar. É certo que não existe
pressão para que ele estude, mas a vantagem é que se ele não estudar não vai
conseguir terminar a faculdade. A educação a distância é a educação do futuro, com
ela as pessoas não terão que abandonar o que gostam para estudar (CRUZ, 2007).
É uma educação inovadora e ousada, que busca a capacitação dos interessados em
numa mudança de visão voltada para era da informática. A educação a distância se
caracteriza pelo modelo de ensino renovador e do uso de tecnologias.
2.4.2 Fazendo uma analise entre Educação presencial e Educação a distância
A Educação diante dos novos paradigmas se torna renovada e transforma o modelo
de recepção clássica com sua forma de difusão. Não há improvisos, infelizmente
comum numa relação presencial – aluno/professor. Na EAD os educadores estão
descobrindo que a verdadeira educação deve ter a participação ativa do aluno.
Respondendo ao processo por inteiro. Daí a necessidade, não de suplantar a
27
educação presencial, mas sim trazer alguns frutos para mesma, aperfeiçoá-la, tornála um instrumento mais efetivo no processo de transformação social através da
mesma. Um Bom material, uma boa mídia não é tudo, é preciso responsabilidade e
profissionais altamente competentes, para garantir o alcance dos resultados
educacionais e atingir o processo de democratização do ensino superior. Na sala de
aula presencial as atividades individuais e solitárias predominam contribuindo assim
para a baixa participação oral dos alunos (SILVA, 2008).
As tecnologias de telecomunicação, tal como o telefone, rádio, televisão ou
computador, introduzem empobrecimento da informação. Por exemplo, o som
ouvido pelo telefone é de qualidade inferior ao da fala humana. Se analisada sob
este aspecto, dizer-se-ia que a Educação a Distância, por utilizar telecomunicação, é
pior do que a Educação Presencial. De fato, a qualidade da informação (ou
“resolução da informação”) vinda de um vídeo contendo a gravação de uma aula
tradicional é muito inferior à qualidade da informação desta mesma aula quando
assistida “cara a cara” (PIMENTEL, 2008).
(...)O computador tem suas vantagens, principalmente para as pessoas que
preferem música "enlatada" em lugar de concertos ao vivo, reproduções em
livros em lugar dos originais, cinema em lugar de teatro. Obviamente, ele
pode ser útil no acesso a uma representação ou descrição de obras às
quais o interessado não tem acesso direto. (...)No entanto, mesmo usandoo como instrumento de simples armazenamento e comunicação, cremos
que se deve atentar para o grande perigo do computador criar uma ilusão
de que a "realidade virtual" (pode haver expressão mais inconsistente?) que
ele apresenta é "melhor" do que a observação da "realidade real" (com
perdão do pleonasmo...)(SETZER,1997,p.11)
O empobrecimento da informação tem sido utilizado como argumento contra a
Educação a Distância. Esta alegação parece ignorar o fato de que o ser humano
atribui significado à informação que lhe chega aos sentidos. Em outras palavras,
mesmo um vídeo com qualidade ruim será de grande validade se o conteúdo deste
vídeo for significativo para o aprendiz (PIMENTEL, 2008).
Apesar dos autores mostrarem algumas desvantagens entre o ensino à distância
com ensino presencial, posso ver vantagens no Ensino a Distância por maior
alcance, melhor razão custo/benefício, e, principalmente maior flexibilidade tanto
para ensinantes como para aprendentes.
28
2.4.3 Modelos Pedagógicos EAD.
Os modelos pedagógicos para EAD precisam considerar a necessidade de uma
conexão adequada com os problemas provenientes da experiência prática do aluno,
a fim de possibilitar soluções efetivas. As características da EAD pressupõem
modelo pedagógico no qual os resultados do aprendizado devem ser mais práticos
do que acadêmicos, demandando, conseqüentemente, novos métodos de avaliação
e de reconhecimento de resultados (PULINO, 2004).
O modelo pedagógico, portanto, deve levar em conta não apenas as características
da modalidade a distância e o perfil do aluno adulto, mas, também, características,
objetivos e estilos próprios de aprendizagem. O projeto de EAD deve considerar
também o conhecimento prévio dos alunos acerca do assunto para planejamento de
estratégias de aprendizagem, como a superficialidade ou a profundidade na
apresentação de determinados conteúdos, por exemplo.
A partir das considerações anteriores, pode-se sistematizar a organização do
modelo pedagógico, tendo por base alguns elementos constitutivos, conforme
apresentado no Quadro 1.
Quadro 1: Aspectos fundamentais de um modelo pedagógico para EAD
Organização curricular proposta
Acompanhamento tutorial
Modelo de avaliação
Modelo de gestão acadêmica e
tecnológica
Definição da equipe
multidisciplinar
FONTE: ENAP, 2006
Compreendem os objetivos, o conteúdo, a metodologia de
trabalho, os materiais a serem desenvolvidos e as atividades
propostas. Inclui o desenho de modelo próprio e a definição das
mídias a serem empregadas para o desenvolvimento do
conteúdo.
Inclui o desenho de modelo próprio, a definição das mídias a
serem empregadas para o desenvolvimento do conteúdo, as de
comunicação entre alunos e tutores, associadas ao acesso às
tecnologias existentes, se o contato será por telefone, e-mail, fax,
correio ou utilizando um Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA.
Adequado aos princípios e características do aluno adulto.
Compreende estrutura e princípios que norteiam as ações
educacionais da instituição e que possam fazer frente às
condições colocadas pela modalidade a distância.
Composta por profissionais de diversas áreas, que possam
atender o que o processo ensino-aprendizagem a distância
requer.
29
O quadro 2 apresenta a proposta aqui formulada para classificação de modelos de
Educação a Distância. Embora tenha sido elaborado inicialmente para possibilitar a
caracterização e análise de cursos a distância, o que temos investigado é sua
utilidade independentemente de ser “a distância” ou “presencial” - o modelo tem se
apresentado útil para analisar e comparar a Educação a Distância e a Educação
Presencial. Por exemplo, a partir do quadro 2, torna-se mais fácil identificar que na
Educação Presencial ainda predomina a utilização do modelo de Tutoração (modelo
2). Possibilita caracterizar, também, que a Educação a Distância, de início,
enfatizava o modelo de Difusão (modelo 1); e que mais recentemente, em função
principalmente das redes de telecomunicação, a Educação a Distância tem
enfatizado o modelo de Participação, Cooperação e Auto-instrução (modelos 5, 6 e
7). Portanto, acreditamos que este modelo possa ser útil em posteriores pesquisas
relacionadas à Educação a Distância tanto quanto à Educação como um todo. Ainda
que a taxonomia possa ser modificada, ou que exista pouco formalismo na
representação esquemática das classificação (esquematizadas através de bolinhas
e setas), o modelo formaliza a caracterização de modelos educacionais através da
comunicação predominante entre professores e alunos (medida através do tempo
médio empregado nas diferentes atividades deste processo)(PIMENTEL, 2008).
Então faremos agora um resumo em forma de tabela do que foi exposto acima.
Quadro 2: Classificação em função do tipo de comunicação predominante
entre professores e alunos.
1.Difusão: Professor estabelece comunicação com aluno mas
não existe a comunicação do aluno para o professor (não existe
interação). Ex: Cursos televisionados, livros, tutoriais em rede, etc.
2.Tutoração: Ocorre a interação, contudo, a comunicação é
predominantemente no sentido do professor para o aluno. A comunicação
no sentido inverso, do aluno para o professor, é ocasional e exporádica.
Ex: Explicação de um conteúdo (a ênfase é dado na comunicação do
professor para o aluno, embora possam existir algumas poucas
interrupções para o aluno esclarecer alguma dúvida); cursos via Internet
onde a ênfase é a leitura de material didático, embora o aluno possa
enviar algumas poucas mensagens por correio-eletrônico.
30
3.Moderação: A comunicação entre professor e aluno é
equilibrada. Não existe (ou existe pouca) predominação de ambas as
partes. Ex: Algumas aulas particulares, diálogos, etc.
4.Orientação: A comunicação é predominantemente do aluno
para o professor. Ex: Orientação de testes e trabalhos científicos; casos
onde o professor precisa compreender o aluno (que comunica-se mais)
para só então poder orientar ou tirar uma dúvida específica (professor
comunica-se menos).
5.Participação (ou Colaboração): A interação entre professor e
aluno pode seguir qualquer modelo acima - a diferença consiste na
existência de interação propositada e incentivada entre os alunos. Esta
interação não é vista como “algo ruim” ou ineficiente, embora a
participação de todos não seja obrigatória, não exista comprometimento.
Ex: Debates.
6.Cooperação: Cada participante compartilha informações
aprendidas, trocam idéias e alinham esforços para estudar algo em
comum. A interação é equilibrada e contínua, existe comprometimento,
não existe a clara distinção entre “professor” e “aluno”. Ex: Grupo de
estudo.
7.Auto-instrução1: O próprio indivíduo é responsável pela sua
instrução. A ênfase está no controle autônomo de seu estudo – objetivos,
planejamento e outras estratégias são estabelecidas pelo próprio
aprendiz. Ex: O desenvolvimento de uma pesquisa, o trabalho de um
cientista, o estudo através de materiais encontrados e selecionados a
partir de uma busca na Web etc.
FONTE: PIMENTEL, 2006
2.4.4 Ambiente e Equipe das áreas de educação a distância nas organizações
A comunicação supõe múltiplas redes articuladas de conexões e liberdade de
trocas, associações e significações. O professor não transmite; ele propõe o
conhecimento, oferecendo informações em imagens, sons e textos com diferentes
enfoques disciplinares, convidando seus alunos ao trânsito livre, associativo e
criativo, capaz de gerar novas sínteses entre as disciplinas (inter) e para além das
disciplinas (trans). No caso da educação a distância é comum encontrar no públicoalvo profissionais que buscam uma formação multidisciplinar, o que garante o
31
diálogo entre profissionais de diferentes formações e experiências tecnicamente
competentes em EAD (ENAP, 2006).
A titulação da equipe costuma ser variada. Encontra-se nas organizações de
governo equipes formadas por graduados, especialistas, mestres e doutores, entre
os quais predomina a característica de interesse na qualificação profissional, com
aprofundamento de conhecimentos científicos e específicos relativos à modalidade
de educação a distância (ENAP, 2006).
Dessas equipes são exigidas várias competências e habilidades relativas ao
planejamento, à implementação e à avaliação de cursos a distância. Essas
habilidades podem ser divididas em habilidades de comunicação e habilidades
técnicas, como mostra o Quadro 3.
Quadro 3: Habilidades técnicas e de comunicação exigidas das equipes de
EAD
Habilidades de Comunicação
Habilidades Técnicas
Comunicação interpessoal
Habilidade de planejamento
Habilidade de colaboração e
trabalho em equipe
Habilidades organizacionais
Habilidade de escrita
Conhecimentos de EAD
Conhecimentos de EAD
Conhecimento ao acesso da tecnologia
FONTE: (ENAP, 2006).
Além de buscar pessoas com essas habilidades na composição da equipe, é preciso
pensar também a estrutura de trabalho em termos dos papéis que serão
desempenhados por cada um de seus membros.
O Quadro 4 mostra as principais competências requeridas de cada um desses
profissionais, bem como os produtos que derivam dessas competências.
32
Para possibilitar a aprendizagem à distância em determinado tema, faz-se
necessária a divisão de responsabilidades e o compartilhar dos conhecimentos.
Trata-se, portanto, de um trabalho que necessita envolver profissionais como
pedagogos, especialistas nos temas abordados e tecnólogos. O quadro apresentado
por Tavares
evidencia
o
caráter multidimensional da
atuação
em
EAD,
demonstrando a necessidade de uma equipe multidisciplinar. Essa é uma condição
sine qua non para se iniciar a elaboração de um projeto com qualidade (ENAP,
2006).
Quadro 4: Papéis e competências requeridas dos profissionais de uma equipe
de EAD
PAPÉIS
COMPETÊNCIAS
PRINCIPAIS
Planejamento,
projeto
instrucional, conhecimento
do
conteúdo,
da
metodologia.
Análise
e
avaliação de dado, teoria
geral da educação.
PRODUTO DA
COMPETÊNCIA
Clareza, organização de
planejamento.
Geração de metodologia.
Provisão de ferramentas e
instrumentos para avaliação.
Projetista didático
Trabalho em equipe, projeto
didático com tecnologias
interativas.
Projeto de cursos.
Aplicação de metodologia.
Design instrucional.
Especialista em
informática/coordenador de
desenvolvimento
de
software
Trabalho
em
equipe,
conhecimento
de
tecnologias
para
desenvolvimento
de
programas:
integração
assíncrona e implementação
de
Banco
de
Dados
Multimídia.
Desenvolvimento
de
software.
Implementação de Banco de
Dados Multimídia. Contato
com projetista didático.
Administrador
Gerenciamento de sistema.
Gerência de operações e
pessoal de suporte.
Tutor
Trabalho
em
equipe,
conhecimento básico de
tecnologia e treinamento
Ligação
entre
alunos,
alunos/ instituição, professor
-conteudista/alunos
Webmaster
Trabalho
em
equipe,
conhecimento básico de
tecnologia e treinamento.
Ligação entre instituição e
localização
remota.
Configuração necessária à
infraestrutura
dos
equipamentos.
Conteudista/
Professor orientador
pedagógico
33
Pessoal de suporte
Conhecimento de serviços
de suporte e de modalidade
EAD.
Editor/gerente de projeto
Proficiência
em
língua
nacional e em edição,
responsabilidade
pela
administração, redação de
relatórios.
Projetista
webdesigner
Layout de texto, projeto
gráfico, teoria geral da
educação.
gráfico/
Provedor
de
suporte
(cronograma, registro dos
alunos). Manutenção/
funcionamento
de
equipamentos.
Clareza,
coerência,
gramática, estilo.
Projeto claro de layout,
material
facilitador
da
aprendizagem.
FONTE: ENAP, 2006
A EAD é um programa de formação destinado a profissionais atuantes na área da
educação com objetivo de ampliar a ótica desses profissionais quanto às múltiplas
inter-relações pedagógicas, históricas, econômicas, sociais, políticas e culturais na
realidade da educação escolar.
Competências, disciplinas são exigidas para esse profissionais da EaD.
34
3. ENSINAR E APRENDER ATRAVÉS DOS TEMPOS
3.1 O QUE É ENSINAR?
Ensinar é um processo que envolve indivíduos num diálogo constante, propiciando
recursos temporais, materiais e informacionais para que se desenvolva a autoaprendizagem e a aprendizagem com os outros ou a partir de outros. Não é apenas
transmitir conhecimentos obedecendo a determinadas metodologias, cumprir os
currículos de disciplinas estanques ou inter-relacionadas e "cobrir" determinados
assuntos. Ensinar é fazer com que os alunos se comprometam num questionamento
dialético de princípios fundamentais, desenvolvam estratégias de discussão de
verdades estabelecidas É fazer com que analisem argumentos pró e contra e
buscando a validação ou a contestação de hipóteses e crenças, com que
estabeleçam novas hipóteses e novas crenças fundamentadas por pesquisa e
reflexões sérias. Esse comprometimento não pode se dar apenas no âmbito
individual, mas também coletivo (CORTELAZZO, 2000).
O conhecimento, desde os mosteiros medievais até a escola de hoje, foi sempre
fonte de poder e conservou esse caráter duplo de ser ao mesmo tempo
territorialmente centralizado e associado a determinados suportes e figuras sociais.
A transformação do modo como o conhecimento circula constitui uma das mutações
mais profundas que uma sociedade pode sofrer. A forma como o conhecimento foge
dos lugares sagrados por pessoas ou figuras sociais que o administram é disperso e
fragmentado (SANTANA, 2008).
Ensinar, além de se caracterizar como uma atividade colaborativa entre professores
e alunos, deve promover essa colaboração entre os próprios alunos, estimular o
trabalho em equipe e proporcionar um espaço para que uns ensinem aos outros
aquilo que dominam melhor. A investigação colaborativa propicia que os alunos se
ajudem mutuamente na coleta e na análise de dados, e, na hora da interpretação, as
vivências e as perspectivas individuais, podem produzir conclusões mais ricas
(CORTELAZZO, 2000).
35
Pode-se ensinar e aprender com formas que incluam as duas formas de educação a
presencial e a distância. Ensinar não é só um “fast-food” onde o aluno se serve e
pronto, é a reciprocidade do conhecimento a vontade de descobrir de inovar e
buscar as formas que lhe são cabíveis para isso.
Ensinar é aprender a cada dia, é o passar de conhecimento entre quem esta
ensinando e quem esta aprendendo. É uma renovação constante do seu interior
com o seu intelecto.
Ensinado buscamos crescer, aceitar o que é novo e buscar se atualizar, interagir
com as tecnologias a cada dia imposta pela educação renovada, e interativa.
3.2 O QUE É APRENDER?
Aprender é construir "seus conhecimentos e sua afetividade na interação" com
outros sujeitos e "por meio de influências recíprocas que vão estabelecendo cada
sujeito constrói o seu conhecimento de mundo e o conhecimento de si mesmo como
sujeito histórico" (LOPES, 1996).
Aprender significa ser capaz de reelaborar e reconstruir conhecimento através da
formulação de questionamentos, de análise e síntese das descobertas. O indivíduo
aprende é ao ser capaz de dialogar com o seu interlocutor, seja ele o professor, o
livro, o jornal, o programa de TV, o vídeo ou a página da WWW. Dependendo do
grau de escolaridade, aprender envolve saber questionar as verdades apresentadas,
refletir, investigar suas dúvidas e elaborar nova síntese que lhe satisfaça a
inquietação inicial (CORTELAZZO, 2000).
Aprender é um desafio para todos que estão envolvidos no processo, concordo com
Cortelazzo quando ele fala que aprender é ser capar de reconstruir e pesquisa, pois
a toda hora nós estamos reconstruindo, nem que apenas a mudança de um
pensamento.
36
3.3 ENSINAR E APRENDER: ANTES E DEPOIS DA REVOLUÇÃO
INFORMÁTICA
A historiografia registra o ano de 1870 como um marco na história contemporânea.
Por volta daquele ano teria se iniciado uma “Revolução Científico-Tecnológica” que,
paulatinamente mais acelerada ao longo do século XX, mudaria radicalmente o rosto
do mundo. Desde aquele momento, e na atualidade mais imediata (no pós-1945),
algo se daria de forma radical: “as transformações tecnológicas”, teriam se tornado
“um fator cada vez mais decisivo na definição das mudanças históricas”
(SEVCENKO, 2007).
Nicolau Sevcenko (2007) quem detalha as implicações desta Revolução:
Se compusermos um quadro amplo de como esse efeito atua, verificamos
que as mudanças dos mecanismos e processos técnicos, num primeiro
momento e de forma mais direta, ampliam os potenciais produtivos de dado
sistema econômico, seja aumentando sua capacidade de produção e
consumo, seja multiplicando suas riquezas, representadas pelos fluxos de
recursos humanos, conhecimentos, equipamentos, mercadorias e capitais
(SEVCNKO, p.25)
As inovações tecnológicas, então, tornaram-se o gabarito de uma série heterogênea
e notavelmente densa de transformações no mundo. Em face disso, as estruturas
econômicas, sociais, políticas e culturais das sociedades vêm sendo fortemente
alteradas, o que tem impactado tanto as condições de vida das pessoas quanto seus
valores, seus sonhos, seus medos, seu tempo e seu espaço.
O crescimento urbano, as transformações nos meios de transporte e de
comunicação, a necessidade de novos e sofisticados mecanismos de controle dos
fluxos (de pessoas, de bens, de serviços, de dinheiro, de dejetos), os novos papéis
assumidos pela biologia na gestão da vida, a urgência em se ajustar a educação e a
formação dos indivíduos face às novas demandas sociais e cognitivas – o quadro
que emerge quando a historiografia trata do mundo após 1870 é dinâmico e intenso.
Em geral, aponta-se para a predominância de um “controle tecnológico” quase pleno
dos ambientes e das sociabilidades, o que obriga à reinvenção do humano
(ARENDT, 2007).
37
A imagem que temos de nós mesmos não é a mesma que operávamos antes de
Darwin, de Einstein, de Freud, para mencionar apenas personagens “conceituais” já
assimilados inclusive pelo senso comum. Tampouco somos os mesmos depois do
celular, da máquina fotográfica digital, da tomografia computadorizada etc
(BOURDIEU, 2004).
No Brasil, atualmente, já está instalado um debate respeitável quanto às relações
possíveis entre as NTIC e a dinâmica das situações de aprendizagem (ARAUJO,
2007). Este debate se dá, em grande medida, em duas direções principais: por um
lado, há estudos que se dedicam a pensar as condições nas quais as NTCI se
apresentam no cenário educacional brasileiro; por outro lado, existem os trabalhos
que se voltam para o exame da prática pedagógica propriamente dita.
A presença de interlocutores oriundos de campos profissionais diversos é notável,
assim como a troca intelectual com obras e autores de vários países. Em relação à
presença no debate de profissionais de áreas variadas, cabe lembrar duas questões.
Em primeiro lugar, não se pode esquecer que o tema em questão assumiu apenas
muito recentemente a urgência e a relevância que parece ter. Isso leva à
inexistência, em número considerável, de profissionais especificamente formados
para trabalhar com as NTIC na educação (o que vem sendo enfrentado, por
exemplo, com ações como esta Especialização, que hoje inicia uma nova turma)
(ARAUJO, 2007).
Uma das formas mais visíveis dos entrelaçamentos contemporâneos entre as NTIC
e a educação consiste na Educação à Distância (EAD), hoje uma das fronteiras mais
promissoras do cenário formativo, quer internacional, quer brasileiro. (O pioneirismo
e o consistente compromisso político da UEPB com a EAD, inclusive, já é uma
referência na área.)
Evidentemente que a EAD não foi inventada pelas NTIC; antes do seu boom outras
experiências já foram vividas, cada uma delas respondendo a desejos,
possibilidades e limites de sua época (CHARTIER, 2001). O ensino por
correspondência e as aulas levadas pelo rádio ou pela televisão às fronteiras do país
são exemplos disso: ali se experimentavam recursos tecnológicos que não são os
38
da atualidade, mas guardam com eles um parentesco que, às vezes estranho, não é
de todo modo impossível de ser reconhecido.
Aprender na era da informática depende muito do aluno, de que ele esteja apto
aberto e maduro para incorporar as informações novas. Os autores mostram a EAD,
como algo novo na educação, e que as pessoas que fazem parte desse modelo de
educação estão prontas para incorporar a real significação dessa informação,
vivenciado as tecnologias impostas.
39
4. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PASSOS NA CONSTRUÇÃO DE
SUA HISTÓRIA
A aula ministrada a distância não é uma modalidade nova de ensino. Por volta do
século XVIII, começaram as primeiras tentativas dessa forma de ensino.
Educação a distância surgiu por volta do século XIII através de correspondências,
mas ganhou seu espaço propriamente dito, a partir do século XIX, atingindo países
como Rússia, aos Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Costa
Rica, Venezuela, Colômbia, Moçambique, Angola, Nigéria, Zaire, Filipinas, Nova
Zelândia, Austrália, China e depois por todo o mundo (ANDRADE, 2001).
Acorda-se com Pruss (2006) a educação à distância “é mais antiga do que parece,
pois o mundo (...). Seus primórdios remontam o ano de 1881 quando Willian Rainey
Harper, primeiro reitor e fundador da Universidade de Chicago”, oferecendo curso
por correspondência. Pruss (2006) ressalta que o curso obteve muito sucesso.
O curso por correspondência nos Estados Unidos foi taquigrafia e aconteceu no ano
de 1728. Castro e Guaranys (2005) também registraram o curso de taquigrafia na
Inglaterra e outros cursos em vários países que também ocorriam por meio de
correspondência no século XX.
Ainda na concepção de Freitas (2005), a educação a distância, no Brasil, começou a
partir de 1940, através do Instituto Universal Brasileiro, sendo a instituição mais
antiga a manter cursos por correspondência. Desde então, outras instituições
semelhantes foram criadas por no Brasil, O autor cita como exemplo o Centro de
Estudos Regulares, fundado em 1981.
O ensino a distância foi uma forma de levar formação para os indivíduos que se
encontram distantes dos centros, ou dos locais que ofereciam educação presencial.
Diante disso, Andrade (2000) ressalta que dois principais motivos do ensino a
distância seriam alargar o nível cultural das pessoas que estavam afastadas dos
centros de educação tradicional. As pessoas também, para os indivíduos que não
tiveram oportunidade de cursar o ensino regular no período apropriado. Apesar da
40
facilidade nos meios de comunicação convencionais esse meio foi muito difundido,
no que se refere a educação a distância devido à demanda da população, em
desejar uma formação para competir no mercado de trabalho.
Almeida (2006) ressalta que a educação a distância com o uso do correio para
transmitir informações e instruções aos alunos e receber destes a resposta às lições
propostas, funciona como alternativa empregada principalmente na educação não
formal. Dessa maneira, o correio foi utilizado para tornar a educação convencional
acessível às pessoas que moram em áreas distantes ou àquelas que não tinham
condições de cursar o ensino regular no período apropriado.
A educação a distância tomou um novo impulso com o uso das tecnologias
tradicionais de comunicação como a rádio e a televisão associados às
matérias impressos enviados pelo correio, o que favoreceu a disseminação
e a democratização do acesso a educação em diferentes níveis, permitindo
atender a grande massa de alunos (ALMEIDA, 2006).
Contrapondo a opinião de Andrade e de Almeida, Azevêdo (2000) salienta que a
educação a distância foi utilizada durante muito tempo como forma de sanar as
falhas da educação formal, fazendo com que as pessoas desacreditassem, ou até
considerassem a educação a distância como uma educação de segunda categoria.
Dessa forma, as pessoas menos favorecidas eram as únicas que cursavam esse
tipo de formação.
Hoje, pode-se dizer que a eficácia da educação a distância está inegavelmente
comprovada. Mas toda essa credibilidade que as pessoas estão depositando, cabem
ao fato de que , assim como a educação presencial, a educação a distância procura
oferecer “um sistema que pode possibilitar atendimento de qualidade, acesso ao
ensino de 3º grau, além de se constituir em forma de democratização do saber”
(PETRI, 1996).
Outro ponto importante para a credibilidade que as pessoas depositam na educação
a distância foi o uso da internet.
Hoje, praticamente todos os programas de educação à distância utilizam a internet
como metodologia de ensino. Dessa forma, não há dúvidas sobre sua importância e
41
relevância no mundo globalizado do uso da educação de forma acessível a todos e
em todo lugar. (AZEVEDO, 2000).
Pode-se dizer, portanto, que a educação a distância, surgiu como forma de suprir as
necessidades financeiras e de locomoção das pessoas que estavam distantes dos
centros educacionais. Essa modalidade de ensino superior oferece menos custo ao
cursista, e com que este receba a formação educacional sem ter que se dirigir a
determinado lugar, ou seja, sem necessariamente ter que sair de uma cidade para
outra.
4.1 A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO ENSINO A DISTÂNCIA
Conceitos como educação continuada ou permanente, aprendizagem por toda vida e
sociedade do conhecimento nos fazem crer que a auto-educação e o autodesenvolvimento não são mais opções de uma parcela especifica da sociedade cuja
vocação para aprender pavimenta um caminho de progresso e enriquecimento
pessoal. O que antes significa uma ocupação de vida em oposição ao trabalho, com
data de conclusão definida por ritual de passagem para vida adulta, agora se firma
como estratégia de sobrevivência (GADOTTI, 2000).
O educador deve compreender o conhecimento de forma continuada. A escola numa
atitude defensiva, leva a desconhecer que o problema real está no desafio imposto
por um ecossistema comunicativo no qual emerge outra cultura, outro modo de ver,
ler, pensar e aprender (SANTANA,2008)
Hoje o livro didático não é o único instrumento do saber. Existem maneiras mil de se
obter conhecimento: a TV, o vídeo, os jornais, o computador, a Internet, esses
saberes devem fazer parte da formação continuada de quem ensina caso contrário,
o aluno pode saber muito além do educador (SANTANA, 2008). Transformar essa
idéia como fosse nossa?
A tecnologia é concebida de uma forma ampla. Há várias maneiras de compreender
a tecnologia, como é compreendido qualquer artefato, método ou técnica crido pelo
42
homem, e vem sendo bem aceita na educação quando relacionamos educação a
distância.
Hoje em dia quando falamos em Tecnologia na Educação, dificilmente pensamos
em giz e quadro-negro ou mesmo em livros, mas sim em computadores, que é o
modelo central de todas as tecnologias mais recentes, incluindo a INTERNET.
4.1.1 O ambiente AulaNet
O AulaNet difere da maioria dos ambientes digitais de aprendizagem existentes
porque ele se baseia em uma abordagem cooperativa (de abordagem de groupware)
enquanto a maioria dos demais ambientes correlatos utilizam metáforas físicas da
escola tradicional, como corredores, quadros-negros, secretarias, salas de aula,
bibliotecas, etc. Acreditamos que aprendizado e os aspectos intelectuais do trabalho
estão se tornando o mesmo conceito, basEaDo na idéia de que para cooperar, as
pessoas têm que se coordenar, e para se coordenar, as pessoas precisam se
comunicar. Desta forma, as palavras-chave da nossa abordagem são comunicação,
coordenação e cooperação. Além disso, o AulaNet faz uma clara distinção entre
conteúdo e navegação (LUCENA,1998).
As várias formas de interação assíncrona oferecidas, associadas às facilidades de
recuperação do registro das interações ocorridas no ambiente, concedem ao
aprendiz o direito de escolher o momento apropriado para que a “mágica do
processo de aprendizagem aconteça”. A participação do docente neste processo
dialético é fundamental. Cabe a ele dialogar com o aprendiz, refletindo sobre os
problemas encontrados durante a aprendizagem. Esta reflexão deve resultar numa
reformulação destes problemas em outros problemas e contextos, cuja solução já foi
vivenciada pelo docente (FUKS, 2000).
O AulaNet tem o objetivo de se tornar uma destas ferramentas utilizadas pelo
trabalhador do conhecimento. O padrão EDUCAUSE-IMS propõe técnicas
inovadoras para oferecer "suporte de bibliotecário" automatizado. Os participantes
serão capazes de alcançar usar o conhecimento inserido por qualquer outro
participante usando o AulaNet (LAUFER,2008)
43
4.1.2 Os Autores do Ambiente
O administrador é quem atua no dia-a-dia da operação do ambiente, facilitando a
integração docente/ambiente/aprendiz, em serviços como o registro e matrícula de
aprendizes. Ele é o responsável pela manutenção do ambiente, como, por exemplo,
no cadastramento de novos departamentos e/ou instituições. Também pode redefinir
o visual do ambiente, algo que afetará a todos os cursos (FUKS, 2000).
O Aluno, que agora se transforma em Aprendiz e é o usuário final do curso,
representando o público alvo, para quem se destina o produto final obtido da
utilização do AulaNet (VICENTE,2008).
O aluno, que agora se transforma em aprendiz, representa o público-alvo para o
qual o produto final obtido pela utilização do AulaNet é destinado. É fundamental
conscientizar este aprendiz de que reproduzir a atitude passiva que lhe é cobrada na
sala de aula vai redundar em fracasso neste novo ambiente. Contraditoriamente, ele
deve ser estimulado a ser ativo como o jovem em casa, que com naturalidade usa a
Internet, joga videogame, vê TV a cabo, assiste videoclip e lê revistas em
quadrinhos, ou seja, formas de comunicação que exigem mais interação—escolha,
participação e atenção do que a escola tradicional pode acomodar. Enquanto na
sala de aula os alunos são proibidos de conversar entre si para não atrapalhar o
professor, no AulaNet aprendizes devem ser estimulados a conversar entre si para
cooperar com o instrutor (FUKS, 2000).
O Professor, que é o cliente principal do AulaNet. Ele é o criador do curso, aquele
que participa desde a sua descrição inicial até a entrada de conteúdo. Ele pode ou
não ser o responsável pela aplicação do curso. Caso seja, então ele também faz o
papel de instrutor, que pode ou não ter o auxílio de um monitor, que lida com os
aspectos práticos do curso, além de ajudar a avaliar os alunos (VICENTE, 2008).
4.1.3 Avaliações a Distância
Resumidamente, a avaliação em EaD pode ser realizada de três formas principais:
44
Presencial: a avaliação é feita por meio de uma prova, na presença do
formador ou de outra pessoa responsável, para garantir a legitimidade da
mesma;
Virtual com aplicação de testes online: a avaliação é feita por meio de
mecanismos de testes online a serem respondidos e enviados
posteriormente para o formador por meio de e-mail ou de formulários de
envio;
Avaliação ao longo do curso (contínua): a avaliação é feita de modo
contínuo, basEaDa em componentes que forneçam subsídios para o
formador avaliar seus aprendizes de modo processual, tais como as
atividades realizadas, os comentários postados, as participações em
grupos de discussão e em chats, as mensagens postadas no correio, etc.
As avaliações presenciais, em geral, são realizadas de forma somativa, apenas para
verificar a aprendizagem dos pontos principais do conteúdo e determinar a
promoção do aprendiz no final de um módulo ou curso. Neste caso, a avaliação fica
presa ao modelo tradicional de exames e testes. No Brasil, a legislação que
regulamenta os cursos de educação à distância determina que a avaliação da
aprendizagem deva incluir os exames presenciais (OTSUKA, 2000).
4.1.4 Avaliação em educação à distância com suporte em ambientes digitais de
interação e aprendizagem
Conforme Almeida (2002), é importante destacar o potencial da EaD com suporte
em ambientes digitais e interativos de aprendizagem para a representação do
pensamento do aprendiz e a comunicação de suas idéias, assim como para a
produção individual e coletiva de conhecimentos. Devido à característica das TIC
relacionada com o fazer, rever e refazer contínuos, o erro pode ser tratado como
objeto de análise e reformulação. Dito de outra forma, o aprendiz tem a oportunidade
de avaliar continuamente o próprio trabalho individualmente ou com a colaboração
do grupo e efetuar instantaneamente as reformulações que considere adequadas
para produzir novos saberes, assim como pode analisar as produções dos colegas,
emitir feedback e espelhar-se nessas produções.
45
Nesse sentido, Almeida e Prado (2003) analisam uma experiência de resolução de
problemas em grupos colaborativos que interagem exclusivamente por meio de um
ambiente digital de interação e aprendizagem e evidenciam o potencial desses
ambientes para a avaliação processual e auto-avaliação.
Ressalta-se o desafio da avaliação tendo em vista que os alunos se localizam em
diferentes espaços e têm acesso ao ambiente em tempos distintos. Mais uma vez, o
uso das TIC em EaD traz uma contribuição essencial pelo registro contínuo das
interações,
produções
e
caminhos
percorridos,
permitindo
recuperar
instantaneamente a memória de qualquer etapa do processo, analisá-la, realizar
tantas atualizações quantas forem necessárias e desenvolver a avaliação
processual no que diz respeito a acompanhar o desenvolvimento do aprendiz e
respectivas produções ou analisar a atividade em si mesma. A par disso, mesmo
após a conclusão das interações, é possível recuperar as informações, rever todo o
processo e refazer as análises mais pertinentes em termos de avaliação (ALMEIDA,
2002).
46
5. UNIVERSIDADE PÚBLICA: FRAGILIDADES E TENDÊNCIAS
5.1 CONCEITO E MISSÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO BRASIL
De acordo com Carmo (1999), há que se ter um duplo olhar sobre a origem do nome
da universidade, um olhar voltado para suas raízes, vendo-a como não-local e
atemporal que estaria na sua base, mas também outro olhar do tipo temporal e local
que permite ver a raiz responsável pelo elo socioprodutivo na busca da solução de
seus problemas. Assim, encontrar uma conceituação para a universidade, não é
tarefa fácil. A busca da informação percorreu a Constituição Federal, a Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) e Plano Nacional de Educação (PNE).
O conceito de universidade pública não pode ser encontrado na Constituição
Federal de 1988. Assim o documento, Cap. III, Art. 205, tratam apenas da educação
em seu aspecto geral, como direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade (CRUZ, 2007).
Os dois artigos constitucionais seguintes, 206 e 207, tratam dos princípios sob qual
a educação deve ser ministrada, da autonomia didático-científica administrada e da
forma como deve realizar sua gestão financeira e patrimonial, obedecendo, é claro,
ao principio de indissociabilidade. O mais comum é encontrar conceitos universais
para a universidade, como o de Teixeira (1998), que acredita que a universidade é,
em essência, a reunião entre os que sabem e os que desejam aprender ou como o
autor abaixo que trata de sua estrutura institucional, afirmando que ela.
(...) compreende uma coletividade – na qual se inserem docentes-cientistas,
discentes e técnico-administrativos – com uma fronteira relativamente
identificável, uma ordem normativa, escalas de autoridade e sistemas de
comunicações, e se engaja em atividades que estão relacionadas com um
conjunto de objetivos bem definidos (TRIGUEIRO, 1999, p.31).
Essa o busca conceitual nos levou, então, ao dicionário Aurélio, que define a
universidade sob quatro perspectivas. Optou-se para esse estudo, pela segunda
delas que assim a define:
47
Instituição de ensino superior que compreende um conjunto de faculdades
ou escolas para a especialização profissional e cientifica, e tem por função
precípua garantir a conservação e o processo nos diversos ramos do
conhecimento, pelo ensino e pela pesquisa (DICIONÁRIO AURÉLIO
ELETRÔNICO – Século XXI).
Então, a conclusão desse exercício conceitual sobre a universidade e sua missão
demonstrou não ser tarefa simples, por não ter concepção conceitual consensual.
Ela é ma entidade que no seu aspecto missionário é difusora do saber, da pesquisa
e responsável por mantê-la, sob olhar crítico-interativo a sociedade que a permeia,
buscando contribuir em sua análise e na promoção de soluções para os problemas
socioeconômicos e culturais desta (CRUZ, 2007).
Tomando a Universidade Pública sob uma nova perspectiva, devemos em primeiro
exigir que o estado não tome a educação pelo olhar de gasto público e sim de
investimento social e político, considerando que a educação é um direito e não um
privilégio nem um serviço.
5.1.1 Fragilidades da Universidade Pública Brasileira
As fragilidades da Universidade pública podem ser também percebidas pelo cabedal
de insolúveis problemas de diferentes origens e épocas, sobretudo por força do
desuso da análise crítica, motor da ação sociocultural (CRUZ, 2007).
A ausência de promoção do exercício da criatividade, dos mais graves, impede a
fluidez social que, como um rio, se parar, morre, pois vive da renovação e fluidez
promovidas no curso natural de sua interações:
Na atualidade, a inovação no contexto da universidade, em especial da pública, traz
novas tensões em outro campo, caracteristicamente fragilizado no passar das
décadas, o da gestão financeira. Portanto, classificaremos a distância entre o querer
ser (objetivos) e o ser (execução), como uma fragilidade da universidade, que
ocorre, quase sempre, pela ineficácia de outra, o ter, o ter dinheiro e – ou
financiamento mater ou governamental, traduzida nas gradativas reduções de
repasses (CRUZ, 2007).
48
A Universidade moderna no Brasil vem sendo esvaziada pelos valores de mercado e
pela transformação da educação superior em serviço privado. Ela tem como objetivo
o coletivo, como foi afirmado pelos autores escolhido para essa pesquisa tem que
ser do individual ao social. Buscando o interesse em massa.
49
6. A UNIVERSIDADE ABERTA E A EDUCAÇÃO SUPERIOR A
DISTÂNCIA (EaD)
6.1 CONCEITUANDO A UNIVERSIDADE ABERTA
A universidade Aberta é uma organização educacional de ensino superior que se
distingue das demais instituições universitárias, inovando na forma de atendimento à
demanda pelo ensino superior. Destacando-se na questão da tecnologia inerente a
esse modelo de ensino sua metodologia (processos) e a promoção dos egressos
como universitários (SIQUEIRA, 1993).
Peters (2003) explicando o “ensino aberto independente do ensino a distância”
Descreve que:
(...) o termo refere-se, em termos gerais, à aquisição de conhecimentos,
habilidades e atitudes em principio acessível para qualquer pessoa, da qual,
portanto ninguém pode esta excluído (princípio da igualdade). Para que
realmente possa ocorrer um aprendizado nesses termos, devem ser postas
abaixo tradicionais barreiras educacionais, como por exemplo, custos
econômicos no caso de renda insuficiente, práticas educacionais que
desconsiderem este método de estudo, ambiente sociocultural desfavorável
ou o fato de alguém ser membro de grupos monoritários (princípios das
chances). Esse modo de estudar não está condicionado nem a
determinados ciclos de vida nem locais e época (princípio do ensino
permanente e ubíquo) (PETERS, 2003).
Siqueira (1993) adverte que, ao contrario das universidades convencionais, em que
a maioria das atividades escolares se processa na sala de aula, na presença física
do professor, na Universidade Aberta o local da aprendizagem situa-se
primordialmente na própria casa do estudante, o que é viabilizado pela adoção do
modelo educativo baseado no Ensino a Distância (EaD) .
6.2 A EaD COMO VEÍCULO DE ENSINO MASSIFICADO E ABERTO
Segundo o Dicionário Aurélio, massificar é fazer ou tornar (produto) consumível pela
massa. Schwartzman (1994) alerta que: a massificação dos sistemas modernos de
educação levou em todos os países à diluição e questionamento dos ethos
universitários, e as tentativas de substituir-lo por sistemas aferíveis de larga escala
de transmissão de conhecimento e habilidades.
50
No âmbito internacional entende-se que o ensino massificado e aberto ocorre nas
(...) universidades abertas, de um modo em geral, elaboram seus próprios
materiais de ensino, oferecem aos seus alunos o serviço de tutoria à
distância e o apoio de professores docentes, nos contatos face-a-face, em
centros regionais. Quanto à avaliação e titulação variam em cada país,
conforme os seus programas de cursos de formação, aperfeiçoamento,
extensão e educação continuada ou permanente (SIQUEIRA, 1993, p.1011).
O projeto de universidade aberta nacional reproduz a parceria com a modalidade de
EaD observada, internacionalmente, no processo de disseminação do conhecimento
e viabilização dos cursos propostos, tornando possível uma nova modalidade ou
uma modalidade ampliada, a da Educação Aberta e a Distância (EaD).
No entanto, criticam-se essas variações feitas sobretudo por meio da maior e quase
hipertrofiada insistência no aprendizado através da leitura e a considerável restrição
do aprendizado por participação em preleções, seminários e exercícios (PETERS,
2003).
Com relação às perspectivas de expansão da universidade pública, por meio do
ensino aberto com a EaD, convém lembrar alguns pré-requisitos necessários para
sua implementação, bem como a quebra do paradigma do conhecimento prévio
como passaporte de entrada:
Seria necessário proceder a grades ajustes na distribuição de recursos, do
tempo dos professores e do espaço físico, dentro de cada universidade e
entre elas, e superar todo tipo de preconceitos e barreiras regionais,
corporativas e disciplinares, mas não é uma tarefa impossível
(SCHWARTZMAN, 1994, p.176).
Como solução ao problema supra, Schwartzman (1994) propõe uma verificação em
lista que ele denominou de shoping list, revestida das contradições oriundas da
pluralidade de papéis que, segundo ele, são desenvolvidos nos sistemas de
educação superior massificados. Exata lista compreenderia itens importantes como:
a diversificar o sistema, a criar sistemas avaliativos de educação superior contínuos
e públicos, estabelecer padrões de comparação nacional-internacional, reforçar a
autonomia das IES (públicas e privadas) para contratar e demitir professores, fixar
salários e padrões de carreiras, dentre outros (CRUZ, 2007).
51
6.3 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA
Segundo Pretti e Picanço (2005) a educação a distância no ensino superior está se
popularizando, envolvendo a cada dia um numero maior de estudantes, professores
e instituições, todos enfrentando o mesmo desafio, a credibilidade e a igualdade em
relação aos cursos presenciais.
Pretti e Picanço (2005) seguem suas linhas abordando que a ramificação do ensino
superior a distância no país não se limitado à incorporação mecânica de novos
recursos tecnológicos.
Na concepção de Catani e Oliveira apud Pretti e Picanço (2005), entre os temas que
são destaques sobre educação superior, estão:
A grande preocupação com a ampliação da demanda e a massificação da
educação superior; as novas necessidades de uma demanda cada vez
mais diversificada; os novos objetivos e funções da educação superior no
século XXI; o lugar da universidade no mundo virtual das novas tecnologias
da informação e da comunicação.
Diante disso, é importante reporta-se a Sguissardi apud Petti e Picanço (2005),
salientando, a partir de dados possíveis, que:
A educação superior continua elitista e cada vez mais privatizada. A oferta
de vagas, além de se fazer cada dia em maior proporção no setor privado, é
extremamente insuficiente diante da demanda reprimida e do numero cada
vez maior dos concluintes do ensino médio que tende a ser quatro ou cinco
vezes maior do que o do número de vagas oferecido anualmente para a
educação superior. Outro complicador desta realidade é a excessiva
concentração regional (no Sudeste) da oferta de vagas [...].
Considerando os aspectos abordados, pode-se dizer que a educação a distância no
ensino superior surge como forma de democratizar o ensino.
6.4 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL
Com a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (n.9394/96), a
Educação a Distância, no Brasil, é constitucionalmente concebida como forma de
52
ensino em todas as modalidades, possibilitando informações para quem quer que
deseje aprender, sem que possa haver restrição de espaço e de tempo, admitindose a separação presencial do professor e do aluno.
Na concepção de Cruz (2001) a primeira tentativa de educação à distância,
aconteceu através da radiodifusão, precisamente, com inauguração da primeira
emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, fundada com
fins educativos.
No que se referem ao ensino superior, Freitas (2005) ressalta que nos anos 80,
tentou-se criar no Brasil uma Universidade Aberta a Distância. Essa iniciativa não
prosperou. A motivação ocorreu através repercussão das experiências da
Universidade aberta da Inglaterra, da Venezuela, Fe Costa Rica e de outras
experiências bem sucedidas.
Durante esse período, Freitas (2005) menciona que “a Universidade de Brasília criou
um centro para desenvolver cursos de extensão sob a modalidade à distância, o que
representou um grande avanço.”
Segundo Nunes (apud Cruz, 2001, p.11), “os problemas políticos vividos pela UnB,
na época sob intervenção do regime militar, e a impossibilidade de importar
diretamente não só os cursos como a cultura de educação a distância de outro
País”, fracassaram o projeto de ser a Universidade aberta do Brasil”. Foi só a partir
de 1985, com a democratização da UnB, que o projeto de educação a distância foi
retomado e segue até hoje se adaptando aos novos tempos”.
É importante salientar a experiência da Bahia na educação distância no ensino
superior, que Freitas (2005) menciona:
Na década de 1990, a Universidade Federal da Bahia iniciou timidamente
algumas experiências de ensino a distância em várias de suas Unidades de
Ensino. Poucas resistiram até a presente data, embora algumas tenham
sido consideradas bem sucedidas, como a criação de uma disciplina
optativa sobre educação a distância na Faculdade de Educação, e a oferta
de cursos de especialização em alfabetização para professores do interior
do estado da Bahia.
53
Em relação ao ensino superior a distância no Brasil atualmente, cruz (2001) afirma
que várias mudanças aconteceram, devido à importância da universidade nesse
contexto. Em 1996, Novaes apud Cruz (2001) menciona “a necessidade de se
criarem cursos a distância para evitar a concorrência de instituições estrangeiras
que invadiram nosso mercado educacional com cursos melhores estruturados”.
Pode-se dizer que os fatores políticos contribuíram para melhoria do ensino superior
a distância no Brasil. Estes fatores estão ligados“ a uma crescente regulamentação,
incentivos através de parcerias do MEC com universidades, principalmente para
programas de treinamento de professores e também relacionados a iniciativas do
governo federal em acordo técnicos” para tornar mais acessível o preço “do uso das
infovias de comunicação no País”( SANTOS, 2001).
6.5 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NA BAHIA
As universidades públicas do estado da Bahia junto a Universidade Católica de
Salvador tentaram, durante os anos 90, instalar um consórcio interinstitucional,
chamado Programa de Integração das Universidades do Nordeste. Essa parceria
procurava inserir tecnologias da informação mais modernas. Na época denominada,
ensino superior. Tudo isso, virou discussão em 1996, com um documento conhecido
como Programa Interuniversitário Multimediático de apoio ao Ensino Fundamental.
Imaginava-se, com isso, que iria se criar uma universidade que oferecesse ensino a
distância, na Bahia. Mas a tentativa foi em vão, durante esse período, nada foi feito
para a implantação da educação a distância no estado (PRETTO e PICANÇO,
2005).
A Bahia está se transformando em um grande centro provedor de recursos para a
educação a distância. “Esse sistema é uma revolução, por levar a faculdade, que
antes era privilégio das grandes metrópoles, para cidades pequenas e distantes,
popularizando o ensino superior", destaca o diretor do centro de transmissão de
aulas da FTC/EaD, Waldeck Ornelas. No centro de transmissão, que ocupa oito
andares do Edifício 15 de Julho, localizado no bairro do Comércio, em Salvador, as
aulas são geradas e enviadas através de fibra ótica para São Paulo. De lá, são
54
transmitidas via satélite até as unidades pedagógicas, que são faculdades ou outras
instituições de ensino locais parceiras. Das 118 unidades pedagógicas da FTC/EaD
- que geram em torno de dez empregos diretos cada uma, 93 estão na Bahia, sendo
cinco em Salvador: três na Paralela, uma na Boca do Rio e uma em Cajazeiras
(PICANÇO,2005).
No que se refere ao ensino à distância, na Bahia, pode-se dizer apesar de já
existirem muitas instituições que dispõe dessa modalidade, a cada dia, tenta-se
aperfeiçoar
55
7. METODOLOGIA
7.1 MÉTODO
Segundo Hegenberg (apud LAKATOS, 2000, p.44) “Método é o caminho pelo qual
se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de
antemão de modo refletido e deliberado”
Jolivet coloca o caminho traçado pelas decisões do cientista como condição
necessária, mas não suficiente, para atingir a verdade. Em outras palavras, sem
ordem, na atividade cientifica não se chega à verdade. Não há conhecimento válido
(verdade) sem procedimento ordenado e racional.
7.1.1 Método Qualitativo
A pesquisa qualitativa tem suas diferenças no que diz respeito ao método, à forma e
aos objetivos. Godoy (1995) ressalta a diversidade existente entre os trabalhos
qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de
identificar uma pesquisa desse tipo, a saber:
•
O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como
instrumento fundamental;
•
O caráter descritivo.
Tais características se aplicam a nossa pesquisa da seguinte forma:1) Tendo o
ambiente virtual como fonte de dados direto para pesquisa; 2) O caráter descritivo
quando descrevemos o perfil dos alunos.
A expressão pesquisa qualitativa assume diferentes significados no campo das
ciências sociais. Compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que
visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de
significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do
mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria
e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979).
56
7.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Quanto os objetivos foram exploratórios, de forma a explorar as informações dadas
pelos estudantes através de um questionário envolvendo questões fechadas,
buscando conhecer o perfil dos mesmos.
Segundo Gil (1999) a pesquisa de caráter exploratóris “têm como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação
de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”.
Gil (1999) salienta ainda que as “pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o
objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximado, acerca de determinado
fato”.
7.3 TIPOS DE FONTES
O estudo teve como fonte primaria a analise do questionário buscando conhecer o
perfil dos alunos questionados a sua satisfação quanto ao ensino EaD e a aceitação
dos avanços tecnológicos, em seguida a utilização dessas tecnologias através dos
portais oferecidos por essa instituição em estudo.
Segundo Andrade (1999), fontes primárias são constituídas por documentos
fotográficos, recursos audiovisuais, documentos de arquivos públicos, dados
estatísticos, relatos de visitas a instituições.
Os alunos foram analisados através de questionários. Segundo Marconi e Lakatos
(2001), o questionário “é um instrumento de coleta de dados, constituindo por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito”.
Para Gil (1999), o questionário pode apresentar questões aberta ou fechadas. As
questões fechadas por sua vez, “apresenta-se ao respondente um conjunto de
alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa sua
situação ou ponto de vista”.
57
Por sua vez, na concretização da pesquisa em questão também foi utilizadas
algumas fontes secundárias, as quais são definidas por Andrade (1999) como fontes
que se referem “a determinadas fontes primária, isto é, são constituídas pela
literatura originada de determinadas fontes primárias e constituem – se me fontes
das pesquisas bibliográficas”.
A fonte primaria foram os questionários.
As fontes secundárias como livros, pesquisas, relatórios e estudos científicos
ajudaram ao pesquisador construir e solidificar a base conceitual necessária para
compreender melhor o tema e analisar mais facilmente os resultados obtidos.
7.4 AMOSTRA
7.4.1 UNEB (Universidade do Estado da Bahia)
Figura 1: Campus VIII UNEB, Paulo Afonso-BA
Fonte: www.UNEB.br
A Universidade do Estado da Bahia - UNEB é uma instituição pública, gratuita,
mantida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, que em 2004
fez 21 anos, está presente geograficamente em todas as regiões do Estado.
A complexidade de sua estrutura está diretamente ligada ao seu papel social, pois
possui 29 Departamentos sediados na capital e em 24 centros regionais de médio e
grande porte. Além disso, a Rede UNEB 2000, um programa especial em convênio
com prefeituras municipais, faz-se presente em aproximadamente 137 municípios,
para graduar professores em exercício na rede pública. Nos seus diversos cursos de
graduação, o aluno tem acesso a um sistema de biblioteca informatizada,
laboratórios e equipamentos de informática, que garantem as atividades de ensino
(UNEB, 2009).
58
A busca da excelência nos serviços desenvolvidos na universidade é também fundamental.
Neste sentido, a UNEB propõe ser uma Universidade de qualidade, procurando desenvolver
de modo harmônico e planejado, a educação superior no Estado da Bahia, promove à
formação e aperfeiçoamento acadêmico, científico e tecnológico dos recursos humanos, a
Pesquisa e a Extensão de modo indissociável, voltada para as questões do
desenvolvimento sócio-econômico, cultural e do meio ambiente das diversas regiões
econômicas do Estado onde está inserida (UNEB, 2009).
Ressaltamos também a substancial colaboração dos corpos docente, discente e
administrativo, que, com ação persistente, construtiva e solidária têm contribuído, de modo
eficaz, para consolidar, cada vez mais, o renomado desempenho da UNEB.
•
UNEB – EAD
O Núcleo de Educação a Distância - NEAD/DEDC I/UNEB surgiu como fruto de um
conjunto de ações realizadas em nível de Graduação, Pós-Graduação (stricto e
lato sensu), ensino, pesquisa e extensão, voltadas para ao estudo e debates do
Ensino à Distância, e a formação de especialistas em Educação e TIC.
O credenciamento da UNEB para a oferta de EAD se deu através da Portaria
4019/2005, do Ministério da Educação que credenciou a Universidade para EAD
pelo prazo de cinco anos e aprovou os cursos de Química e Letras, a serem
ofertados para os professores da rede estadual de ensino (UNEB, 2009).
O primeiro curso de graduação na modalidade à distância, efetivamente implantado,
foi o curso de Administração em parceria com o Banco do Brasil.
Nesse contexto, a criação do Núcleo de Educação a Distância surge com o
propósito de consolidar uma política de instituição da cultura tecnológica no âmbito
da UNEB, além poder discutir, refletir e aprofundar cientificamente questões ligadas
ao ensino à distância, indo além da mera transposição dos cursos presenciais para
os ambientes de EAD, propondo novas metodologias e tecnologias que subsidiem
não apenas as práticas pedagógicas à distância, mas que repercutam também no
ensino presencial (UNEB, 2009).
59
Objetivo do NEAD:
Conceber, desenvolver e subsidiar ações de Educação a Distância na Universidade
do Estado da Bahia - UNEB, no âmbito da tríade Ensino-Pesquisa - Extensão na
área multidisciplinar de Educação, Tecnologia, Inovação e Ciência, gerando
indicadores qualitativos para a integração entre processos de formação presenciais
e a distância, e promovendo a democratização e difusão social do conhecimento
(científico, tecnológico e cultural), através da ampliação das oportunidades de
acesso às várias áreas do conhecimento, da qualidade educacional de seus
processos formativos, abrangendo todo o Estado da Bahia, em consonância com as
políticas públicas e ações governamentais vigentes (UNEB, 2009).
Estrutura Organizacional:
O Núcleo de Educação a Distância - NEAD/DEDC I/UNEB, é constituído de uma
Coordenação de Núcleo composto por professores do quadro efetivo da UNEB
DEDC I e de outros Departamentos, designados para funções de gestão e
planejamento das suas ações, constituindo este grupo, um órgão colegiado que será
responsável pela concepção e proposição de suas ações, reportando-se à Direção
do Departamento de Educação do Campus I da UNEB e sujeito, nos termos
regimentais, à aprovação pelos órgãos normativos departamentais e conselhos
superiores da Universidade (UNEB, 2009).
Localização e Funcionamento:
O NEAD está localizado no prédio situado à Rua Sistema Viário sem número, onde
funciona o Pólo Universitário Santo Amaro de Ipitanga – PUSAI, criado pela
Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas e cedido formalmente a UNEB através da
assinatura de um Termo de Cessão de Uso, onde funciona o Núcleo de Educação a
Distância – NEAD-DEDC I - UNEB, onde serão mantidas as suas atividades de
ensino, pesquisa e extensão. Atualmente, a instalação do NEAD inclui, alem da
gestão dos cursos aprovados pelo MEC no sistema UAB - Universidade Aberta do
Brasil, a sua inserção no Consórcio Bahia. O Consórcio de Universidade Públicas da
Bahia articula através de um Termo de Cooperação assinado entre seis instituições
60
de Ensino Superior do Estado (UNEB, UEFS, UESB, UESC, UFRB e CEFET) e foi
aditivado para o ingresso da UFBA. A UNEB, eleita pelas consorciadas, é gestora do
Consórcio (UNEB, 2009).
7.5 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS
Discutiremos nesse capitulo os dados obtidos através da pesquisa realizada nas
Universidades com os alunos de estudo a distância, comparando os dados obtidos
com dados de outros autores sobre a relevância dos temas. Achamos de grande
importância um breve histórico sobre educação, sociedade e tecnologia.
A pesquisa foi com os alunos de Ensino a Distância da Universidade Estadual da
Bahia do Campus VIII situada na Cidade de Paulo Afonso-BA.
O questionário contou com 10 questões fachadas e uma semi aberta. Questões com
relevância ao tema escolhido onde procuramos observar o perfil do aluno e as suas
dificuldades ou facilidades com relação ao Ensino a Distância e a forma de
manuseio das tecnologias usadas.
Foi um total de 58 alunos questionados. Sendo que 21 alunos são do curso de
Matemática 13 alunos do curso de Química, e 24 no curso de administração
direcionado a funcionários da UNEB e do Banco do Brasil, na Universidade do
Estado da Bahia.
61
8. RESULTADOS E DISCUSSÕES
8.1 SEXO
Por meio do questionário entregue aos alunos de UNEB Campus VIII, onde foram
avaliados 58 alunos (Incluindo os cursos de matemática, química e administração
oferecidos a servidores da UNEB e do Banco do Brasil ), sendo que 25% dos alunos
que freqüentam os cursos em estudo são do sexo feminino e 75% são do sexo
masculino, como ilustra o Gráfico e a tabela 1.
Tabela 1: Representação do sexo
SEXO
NÚMERO DE ALUNOS
ABSOLUTO
%
MASCULINO
40
75
FEMININO
16
25
TOTAL GERAL
58
100
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009.
GRÁFICO 1 – SEXO
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
A cada dia que passa as podemos observar o êxito das mulheres, com relação ao
desempenho profissional, cultural diante da sociedade em que vivemos. Hoje
esperamos um aumento considerável nas universidades de pessoas do sexo
feminino devido a essa relevância de crescimento, ainda se tratando de
Universidade a Distância, esse esperado de concentração feminina se torna maior
devido a flexibilidade do horário. As nossas pesquisas apontam justamente o
contrário, houve um número maior do sexo masculino. Provavelmente pela ambição
de uma melhor satisfação profissional.
62
8.2 IDADE
Foram analisadas três faixas etárias: Entre 18 a 25 anos, 26 a 35 anos, outra entre
36 a 55 anos e a ultima maiores de 55 anos. Distribuição mostrada na tabela e
gráficos 2.
Tabela 2: Distribuição da faixa etária dos alunos analisados:
NÚMERO DE ALUNOS
IDADE
ABSOLUTO
%
Entre 18 a 25 anos
12
20
De 26 a 35 anos
29
50
De 36 a 55 anos
16
25
Maiores de 55 anos
1
5
TOTAL GERAL
58
100
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
Gráfico 2: Faixa etária
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
O ensino a distância vem sendo cada vez mais almejado por pessoas de idade mais
avançada, deixando um pouco os jovens recém saídos do ensino médio. Talvez por
conta da ansiedade por formação das pessoas de idade mais avançada ou a pouca
disponibilidade de tempo.
Diante dessas vertentes Preti (1996): A crescente demanda por educação, devida
não somente à expansão populacional como, sobretudo às lutas das classes
trabalhadoras
por
acesso
à
educação,
ao
saber
socialmente
produzido,
concomitante com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos.
63
A pesquisa mostra que a maioria das pessoas que freqüentam os cursos em analise
apresenta mais de 25 anos de idade.
8.3 ESTADO CIVIL
Entre os alunos questionados, percebeu-se que 45% são solteiros , 50 % são
casados e 5% são outros, que poderão ser divorciados e outros.
Tabela 3: Distribuição de acordo com estado civil dos alunos
NÚMERO DE ALUNOS
ESTADO CIVIL
ABSOLUTO
%
Solteiros
26
45
Casados
30
50
Viúvo
0
0
Outros
3
5
TOTAL GERAL
58
100
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
Gráfico 3:Estado Civil
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
Os casados representam um maior número de adeptos dos cursos superiores, onde
o esperado seria os solteiros devido o incentivo de adquirir formação superior, antes
dos mesmos constituírem família.
64
8.4 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA.
De uma forma bastante quantitativa podemos analisar a pesquisa feita com os
alunos, mostrando que a maior parte, ou seja, 95% dos alunos exercem uma
atividade remunerada. Como mostra a tabela e o gráfico a seguir.
Tabela 4: Representação da Atividade Remunerada
NÚMERO DE ALUNOS
ATIVIDADE REMUNERADA
ABSOLUTO
%
Sim
56
95
Não
2
5
TOTAL GERAL
58
100
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009.
Gráfico 4: Atividade remunerada
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
A pesquisa revela que a maior parte dos alunos exerce uma atividade remunerada.
Freitas (2005), ressalta que o ensino à distância possibilita ao estudante estudar no
horário que melhor se adapta a sua “conveniência, em vez de freqüentarem aulas
em horários pré-estabelecidos pela instituição que oferece o curso (...) outra
vantagem (...) é que a presença obrigatória às aulas não é uma exigência como no
caso do ensino tradicional.
65
8.5 OPÇÃO PELO ENSINO A DISTÂNCIA
As oportunidades dadas pelas instituições foram a primeira escolha dos alunos, pois
é realmente um atrativo para a procura, em segundo lugar ficou a falta de tempo o
que justifica a grande maioria exercer uma atividade financeira.Por ultimo
ressaltamos o baixo custo em comparação ao ensino tradicional.Dados observados
na tabela e no gráfico logo abaixo.
Tabela 5: Representação da opção pelo ensino a distância:
MOTIVO DE OPÇÃO
NÚMERO DE ALUNOS
ABSOLUTO
%
Oportunidade da instituição
34
55
Falta de Tempo
19
35
Baixo custo
5
10
TOTAL GERAL
58
100
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
Gráfico 5: Opção pela EaD
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
Com os dados obtidos podemos observar que a falta de tempo junto com as
oportunidades dadas pelas instituições de ensino a distância são as primeiras
opções do alunado de hoje, e em terceiro ligar esta o baixo custo que chega ser
consideravelmente menor que o ensino tradicional.
Chaves (2006) justifica a opção pelo baixo custo da seguinte forma: “ a educação a
distância está ao alcance, razão custo/beneficio mais favorável, maior flexibilidade
66
(tanto para os ensinantes quanto para os aprendentes), ou seja, os horários são
flexíveis ao tempo do aluno.
8.6 SATISFAÇÃO QUANTO AO ENSINO À DISTÂNCIA
Todos os alunos questionados marcaram que “sim”, que estão satisfeito com
escolha do ensino a distância.
A pesquisa revelou que 100% dos alunos estão satisfeitos pela opção do curso a
distância. Demonstrando que o avanço tecnológico esta sendo aceito pelos
estudantes.
8.7 AVANÇO TECNOLÓGICO
Os avanços tecnológicos citados em nosso trabalho esta relacionados com: o uso
do computador em casa, a dificuldade em tirar as dúvidas na hora da aula, a
dispersão por parte dos alunos, a segurança no serviço de tutoria, e a dificuldade
para navegar no portal.
De um modo geral quase todos os alunos se encontram sem dificuldade quanto aos
avanços da tecnologia no ensino. Observaremos a tabela abaixo:
Tabela 6: Analise do Avanço Tecnológico:
Avanço Tecnológico
NÚMERO DE ALUNOS
SIM
NÃO
Possui computador na residência
50
8
Dificuldade em tirar as duvida
3
55
Dispersão na hora da aula
0
58
Segurança no serviço de Tutoria
58
0
Dificuldade em navegar no Portal
3
55
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
67
Analisando os percentuais observamos que 80% dos alunos possui computador em
sua residência, que 85% conseguem tirar suas duvidas na ora da aula, que 100%
concordam que não há dispersão durante as aulas de ensino a distância e por fim
99% navegam sem dificuldades no portal oferecido pelas instituições.
Gráfico 6: Avanço Tecnológico
Fonte: Pesquisa de campo realizada em 14 de maio de 2009
O primeiro item em analise foi o uso do computador em casa, vemos que a
familiaridade como o computador e com o acesso a internet, funciona como
incentivador ao ingresso aos cursos de Ensino a Distância, sendo o mesmo fator
preponderante ao sucesso do aluno nesta modalidade.
Cem por centos dos alunos tem segurança no serviço de tutoria, isso ajuda no
rendimento na sala de aula e também o que colabora com a não dispersão dos
alunos durante as aulas.
Poucos alunos têm dificuldade em tirara às duvidas durante as aulas, o que esta de
acordo com o numero de alunos com dificuldade em manusear o portal.
Podemos avaliar uma boa aceitação das tecnologias do ensino a distância.
68
9. UTILIZAÇÃO DO PORTAL EDUCACIONAL PELOS ALUNOS DA
UNEB
A Universidade Estadual da Bahia usa o sistema de gerenciamento de curso como
ferramenta tecnológica, um programa de computador chamado MOODLE é
chamado de ambiente de aprendizagem (FILHO, 2004).
O material dos cursos é colocado no ambiente MOODLE através de módulos. Esses
módulos (chamado Lição na versão em Português do Moodle) são o que permite a
produção de material para cada aula virtual. Conta com uma estrutura de navegação
que incluem (FILHO, 2004):
• Página com estrutura para navegação (em geral, a página inicial de uma
aula);
• Página com texto e questões (as questões se referem ao conteúdo da
página e podem ou não ser colocadas);
•Página com final de um ramo de navegação (as aulas podem ser divididas
em seções, indicadas na página inicial da aula) e este tipo de página encerra uma
seção e conduz o aluno para a página inicial da aula.
Então cada Universidade faz seu desing do portal da forma que lhe convém
utilizando o Moodle.
9.1 CONHECENDO MELHOR O MOODLE
Moodle (Modular Object Oriented Distance LEarning) é um sistema para
gerenciamento de cursos (SGC) - um programa para computador destinado a
auxiliar educadores a criar cursos online de qualidade. Tais sistemas de educação
via Internet são algumas vezes também chamados de Sistemas de Gerenciamento
de
Aprendizagem
(SGA)
or
Ambientes
Virtuais
de
Aprendizagem
(AVA)
(FILHO,2004).
Uma das principais vantagens do Moodle sobre outras plataformas é um forte
embasamento na Pedagogia Construcionista Seymour Papert, um psicólogo que foi
69
trabalhar no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, adaptou os princípios do
Construtivismo Cognitivo de Piaget e construiu um conjunto de premissas a serem
usadas quando aplicando a tecnologia de computadores como auxiliar ao processo
de construção de conhecimento. Segundo Papert é na universalidade de aplicações
do computador e na sua capacidade de simular modelos mecânicos que podem ser
programados por crianças, que reside a potencialidade do computador em aprimorar
o processo de evolução cognitiva da criança (FILHO, 2004).
Moddle é um software de fonte aberta (Open Source Software), o que significa que
se pode instalar, usar, modificar e mesmo distribuir o programa (nos termos da GNU
General Public Licence), está disponível em 40 idiomas (FILHO, 2004).
9.2 DEMONSTRANDO A UTILIZAÇÃO DO MOODLE
Aqui serão apresentadas as principais informações para utilização do Moodle em
uma disciplina. Embora a aparência, forma de apresentação e conteúdo vão ser
diferentes para cada Universidade que utiliza o Moodle. Porém os procedimentos
básicos serão os mesmos.
A figura 4 exemplifica uma forma de utilização do Moodle em um curso da UNB, que
se encontra disponível no endereço http:IImoodle.mat.unb.br.
Para se inscrever como usuário você deve clicar em Acesso (veja na Figura 4 as
setas em vermelho). Qualquer pessoa que conheça o endereço web pode acessar o
ambiente como Visitante (veja a Figura 5 ou, se está chegando agora, preencher o
Formulário de Cadastramento (Figura 6) (PULINO, 2004).
70
Figura 4: Exemplo de utilização do Moodle na UNB
Fonte: PULINO, 2004
Figura 5: Acesso ao visitante
Fonte: PULINO, 2004
Ao acessar como visitante, o mesmo terá acesso aos diferentes cursos implantados
no sistema. Alguns cursos podem exigir um código de acesso (mesmo para visitas)
que poderá ser obtido entrando em contato com o professor do curso, por e-mail
(PULINO, 2004).
Figura 6: Formulário de Cadastramento
Fonte: PULINO, 2004.
71
O Formulário de Cadastramento deve ser preenchido com dados reais. Será
recebida, pelo e-mail indicado, uma mensagem com as instruções para efetivar a
inscrição (PULINO, 2004).
O próximo passo será o acesso ao curso, que no caso cada universidade tem o seu
portal com ambiente de aprendizagem que é o Moodle. No qual veremos a seguir.
9.3 DEMONSTRANDO O ACESSO AO PORTAL UNEB
O acesso dos alunos ao portal da UNEB é feita de uma forma tranqüila visto que nos
questionários apresentados a eles, a expressão foi bastante satisfatória.
Acessado através do site www.campusvirtual.UNEB.br, o aluno terá acesso a toda
estrutura da EAD da UNEB, bem como ao links disponíveis e ao ambiente de
aprendizagem que é o Moodle, direcionando ao seu curso.Veja a figura 7.
Figura 7: Acesso ao Portal EaD da UNEB.
Fonte: Campus Virtual UNEB
9.4 MATERIAL DIDÁTICO (MATEAD)
O
material
didático
educacional
poderá
ser
acessado
www.campusvirtual.UNEB.brIindex.phpIcursosmatEaD
(veja
através
a
do
figura
disponibilidade do material didático se encontra em três formatos diferentes.
8).
site:
A
72
Figura 8: Material didático
Fonte: Campus Virtual UNEB
9.5 ACESSO AO PORTAL REFERENTE AO CURSO
Utilizando um login e uma senha de uso exclusivo, estará disponível uma série de
serviços, entre notas, material complementar referente ao curso do aluno. Observe a
Figura 9.
Figura 9: Acesso ao Portal referente ao curso
Fonte: Campus Virtual UNEB
Esta era em que vivemos, a "Era da Informação", gerou um novo paradigma da
ciência: o conhecimento distribuído em rede (Moraes, 2001), que está permitindo a
descentralização do conhecimento. Ao mesmo tempo, a Web foi concebida com
características que permitiram uma rápida expansão dessa infra-estrutura de
comunicação, alcançando um grande número de usuários e uma enorme quantidade
de conteúdo disponível.
73
Isso alavancou o surgimento de novas tecnologias como o e-Learning, uma
estratégia habilitada para a Web que integra desde gestão de conhecimento
corporativo
a
gestão
de
competências,
criando
comunidades
de
conhecimento/aprendizado. Este fato está gerando novos objetivos da educação e o
próprio conceito de competência profissional que, segundo Brasil, é a “capacidade
de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades
necessários para o desenvolvimento eficiente e eficaz das atividades requeridas
pela natureza do trabalho”. E isto amplia significativamente a responsabilidade das
instituições acadêmicas e organizacionais como gestores de conhecimento
(Scremin, 2002).
Um recurso importante que surgiu com as Novas Tecnologias da Informação e
Comunicação (NTICs) são os ambientes virtuais de aprendizagem (Peters, 2004),
pois são facilitadores para a educação a distância via Internet em função da
possibilidade de interação a distância através de técnicas rápidas, seguras e
eficientes.
Segundo França (2000), o ambiente virtual de aprendizagem “em cursos a distância,
é o espaço que organiza os recursos e ferramentas para acesso aos cursos, por
meio da interação com os conteúdos, realização de atividades de aprendizagem,
interação com o professor e colegas. Portanto, não pode ser confundido com
simples páginas bancos de informações na Internet.”
Ou seja, a comunicação deve ser multidirecional e afetiva. Todos podem falar com
todos de forma autônoma e com níveis de censura e etiqueta previamente
acordados pelo grupo. O registro de conteúdos deve ser facilitado e todos devem ter
acesso aberto no tempo e no espaço, permitindo o gerenciamento do ritmo de
aprendizagem e local de conexão. A capacidade de gerar e/ou manter laços entre os
indivíduos participantes de determinados grupos numa rede aberta promove uma
rápida socialização das idéias permitindo uma construção coletiva. Todos podem
compartilhar de um saber comum.
74
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Costuma-se definir nossa era como a era do conhecimento. Se for pela importância
dada hoje ao conhecimento, em todos os setores, pode-se dizer que se vive mesmo
na era do conhecimento, na sociedade do conhecimento, sobretudo em
conseqüência
da
informatização
e
do
processo
de
globalização
das
telecomunicações a ela associado (GADOTTI, 2000).
Desta forma, não é apenas a educação que se defronta com novas tecnologias:
estas mesmas tecnologias estão impactando todo o universo social, e gerando
novas dinâmicas onde o conhecimento vai se tornando gradualmente central. A
transformação envolve praticamente todas as áreas de atividade, economia, política,
cultura, a própria organização do tecido social e das nossas relações, além de
provocar uma mudança radical de como utilizamos o nosso principal recurso nãorenovável, o curto tempo da nossa vida (DOWBOR, 2001).
Pode ser que, de fato, já se tenha ingressado na era do conhecimento, mesmo
admitindo que grandes massas da população estejam excluídas dele. Todavia, o
que se constata é a predominância da difusão de dados e informações e não de
conhecimentos. Isso está sendo possível graças às novas tecnologias que estocam
o conhecimento, de forma prática e acessível, em gigantescos volumes de
informações, que são armazenadas inteligentemente, permitindo a pesquisa e o
acesso de maneira muito simples, amigável e flexível. É o que já acontece com a
Internet: para ser “usuário”, basta dispor de uma linha telefônica e um computador.
“Usuário” não significa aqui apenas receptor de informações, mas também emissor
de informações. Pela Internet, a partir de qualquer sala de aula do planeta, pode-se
acessar inúmeras bibliotecas em muitas partes do mundo. As novas tecnologias
permitem acessar conhecimentos transmitidos não apenas por palavras, mas
também por imagens, sons, fotos, vídeos (hipermídia), etc. Nos últimos anos, a
informação deixou de ser uma área ou especialidade para se tornar uma dimensão
de tudo, transformando profundamente a forma como a sociedade se organiza
(GADOTTI, 2000).
75
Novas oportunidades apresentadas pelas EaDs parecem abrir-se para os
educadores.
Esses
espaços
de
formação
têm
tudo
para
permitir
maior
democratização da informação e do conhecimento, portanto, menos distorção e
menos manipulação, menos controle e mais liberdade. É preciso a participação mais
intensa e organizada da sociedade. O acesso à informação não é apenas um direito.
É um direito fundamental, um direito primário, o primeiro de todos os direitos, pois
sem ele não se tem acesso aos outros direitos.
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, podemos observar que há uma
aceitação por parte da universidade pesquisada com relação aos avanços
tecnológicos que fazem parte do ensino a distancia.
É muito interessante a evolução da informática através dos tempos e podemos sim
concluir que o aluno de hoje esta preparado para acompanhar essa evolução,
demonstra interesse, força de vontade, sede de aprendizagem, vontade de crescer,
de conhecer. Já temos o ensino a distancia que facilita em muito a vida de quem
quer estudar e tem vontade de estudar. Temos Software que ajudam o aluno a
distribuir o seu tempo de estudo.
Acredito que o uso de novas tecnologias pode ser bem utilizadas na educação,
porém se faz necessário preparação dos profissionais da educação para que se
obtenha resultados satisfatórios e não fique apenas como uma atividade a mais.
Com a tecnologia foi se tornando mais dinâmica o acesso a informação.
A Informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua
utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem
aumentando de forma rápida entre nós. Nesse sentido, a educação vem passando
por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia. Acho que isso
evidencia a aceitação dos avanços tecnológicos por parate dos alunos pesquisados.
O que demosnstra também a satisfação geral por parte dos alunos questionados em
fazerem parate de um EaD.
76
Procuramos com essa pesquisa um embasamento teórico e cientifico para dar
continuidades às demais pesquisas que serão realizadas na nossa cidade, devido a
escassez de trabalhos científicos na área pesquisada.
77
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82
APÊNDICE
QUESTINONÁRIO APLICADOS AOS ALUNOS EAD.
Pesquisa de cunho acadêmico, que visa levantar as dificuldades e os sucessos das
instituições de ensino superior a distância na Bahia e em Pernambuco.
1)
a)
Qual o sexo?
Masculino b) Feminino
2)
a)
b)
c)
d)
Qual sua faixa etária?
Entre 18 anos a 25 anos
Entre 26 anos a 35 anos
Entre 36 anos a 55 anos
Maiores de 55 anos
3)
a)
b)
c)
d)
Qual o seu estado civil?
Solteiro
Casado
Viúvo
Outros
4)
a)
Exerce alguma atividade remunerada?
Sim b) Não
5)
a)
b)
c)
O que levou você a optar pelo ensino a distância?
Oportunidade dada pela instituição
Falta de tempo para o ensino presencial
Baixo custo
6)
a)
Você está satisfeito em fazer faculdade em ensino a distância?
Sim b) Não
7)
a)
Você possui computador em casa?
Sim b) Não
8)
a)
Você sente dificuldade em tirar suas duvidas na hora da aula?
Sim b) Não
Caso afirmativo, em quê?
9)
a)
Você percebe dispersão por parte dos alunos durante as aulas?
Sim b) Não
10) Você sente segurança no serviço de tutoria?
a) Sim b) Não
11) Você tem dificuldade para navegar no portal?
a) Sim b) Não
Agradecemos a colaboração
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