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AGRAVOS POR MORDEDURAS DE CÃES EM CAMPUS
UNIVERSITÁRIO, CURITIBA-PR
INJURIES BY BITING DOGS IN UNIVERSITY CAMPUS, CURITIBA
CITY, BRAZIL
MAYSA PELLIZZARO1, GRAZIELA RIBEIRO DA CUNHA2, ANA
CAROLINA YAMAKAWA3, AMANDA HAISI3, EVELYN TSUMANUMA
TURCHETTO4, ALEXANDER WELKER BIONDO5
1. Médica Veterinária, Residente, Universidade Federal do Paraná; 2. Médica
Veterinária, Mestranda, Universidade Federal do Paraná; 3. Graduandas de
Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná; 4. Técnica administrativa,
Universidade Federal do Paraná; 5. Professor, Departamento de Medicina
Veterinária, Universidade Federal do Paraná.
Resumo
Cães abandonados em campi universitários são uma realidade da
maioria das instituições de ensino. O objetivo desse estudo foi avaliar o
perfil das agressões causadas por cães dentro de dois campi
universitários. Foram analisados registros de ocorrências referentes à
cães, que ocorreram dentro dos campi da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), entre os anos de 2006 a 2014. Houveram 37 registros,
sendo 30 (81,08%) com mordeduras e 5 (13,51%) ataques sem
mordeduras. O período da noite foi aquele com mais ocorrências (10/35;
28,57%), depois manhã (9/35; 25,71%) e tarde (7/35; 20%); 9/35
(25,71%) não foi informado. Homens foram mais agredidos (18/30; 60%)
do que as mulheres (12/30; 40%). Agressão em pernas ou pés foi mais
frequente (20/30; 66,67%). Entre as pessoas agredidas, 13/30 (43,33%)
fizeram
vacinação
anti-rábica
pós-exposição,
5
(16,67%)
não
procuraram atendimento e em 12 registros (40,00%) não constava. Em
conclusão, ações de prevenção para agressões por mordeduras nos
campi universitário da UFPR devem ser realizadas, afim de diminuir os
agravos causados.
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Palavras chave: mordedura, agressão, cães
Abstract
Relinquished dogs at University campuses are a reality in most
educational institutions. The aim of this study was to evaluate the
aggression profile caused by dogs within two university campuses. Were
analyzed registration occurrences about dogs that occurred at Federal
University of Paraná (UFPR) campus, between 2006 to 2014. There
were 37 cases, 30 (81.08%) with bites and 5 (13, 51%) without biting.
Night time had more occurrences (10/35; 28.57%), followed by morning
(9/35; 25.71%) and afternoon (7/35; 20%); 9/35 (25.71%) wasn’t
registered. Men were beaten more (18/30; 60%) than women (12/30,
40%). Aggression in legs or feet was more frequent (20/30, 66.67%).
Among people who had beaten, 13/30 (43.33%) were anti-rabies postexposure vaccination, 5 (16.67%) not worried about care and 12 records
(40.00%) not included. In conclusion, preventive actions to aggression by
bites in UFPR campuses should be performed to decrease injuries
caused by dogs.
Key words: bite, aggression, dogs
Introdução
A presença de cães nos espaços urbanos é resultado da falta de
guarda responsável, gerando uma superpopulação de animais, que
pode causar diversos problemas à sociedade, como mordeduras,
acidentes de trânsito e transmissão de zoonoses. A situação é agravada
quando o abandono ocorre no ambiente universitário, devido ao grande
fluxo diário de pessoas. Os animais são mantidos pela própria
comunidade acadêmica, podendo se tornar agressivos ao se sentirem
ameaçados ou para defesa de território.
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Ataques e mordeduras são os principais problemas que esses
animais podem causar à comunidade universitária, sendo a solução
para o problema ainda desconhecida. Pessoas agredidas devem
procurar atendimento profilático pós-exposição para o vírus da raiva e as
notificações são feitas através do Sistema Nacional de Agravos
Notificáveis (SINAN). O tamanho do problema dentro dos campi
universitários é desconhecido, e não há padronização para registros das
intercorrências. O objetivo do presente estudo foi avaliar o número e
perfil das reclamações e agressões causadas por cães registradas
dentro dos campi universitários da Universidade Federal do Paraná
(UFPR).
Material e Métodos
Foram analisados os registros de ataques ou de reclamações
referente a cães abandonados, que ocorreram dentro dos campi da
UFPR recebidos pela Prefeitura do Campus Universitário (PCU), entre
os anos de 2006 a 2014. As variáveis estudadas foram: motivo do
registro (mordedura, ataque ou reclamação), função exercida pela
pessoa, período do dia em que ocorreu o ataque e local dentro do
campus.
Quando houve mordedura foi analisado o local da agressão, sexo
e realização de tratamento profilático pós exposição para raiva. Os
dados obtidos foram tabulados em planilhas de Excel® e analisados por
meio de estatística descritiva.
Resultados
No período de 2006 a 2014 houveram 37 registros, nos quais
30/37 (81,08%) houve relato da ocorrência de mordeduras, em 5/37
(13,51%) ataques sem mordeduras e 2/37 (5,41%) reclamações
referentes a presença de cães nos campi universitário. A maioria das
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ocorrências foi registrada por alunos de graduação e pós-graduação
(22/37; 59,46%), seguido por técnicos administrativos (5/37; 13,51%),
professores (3/37; 8,11%), funcionários terceirizados (2/37; 5,41%) e
5/37 (13.51%) não informado. Dois campi da Universidade Federal do
Paraná tiveram ocorrências registradas na PCU: Centro Politécnico
(32/35; 91,42%) e Jardim Botânico (3/35; 8,57%). A maioria das
ocorrências de ataques ou mordeduras foi em uma área com alta
circulação de pessoas (9/35; 25,71%), seguido por área próxima ao
restaurante universitário (8/35; 22,86%).
Entre os 35 registros envolvendo agressão, com ou sem
mordeduras, o período da noite teve maior quantidade de ocorrências
(10/35; 28,57%), seguido pelos períodos da manhã (9/35; 25,71%) e
tarde (7/35; 20,00%) e em 9/35 registros (25,71%) não havia essa
informação.
Com relação as mordeduras, a maioria dos relatos envolveu
homens (18/30; 60,00%), em relação às mulheres (12/30; 40,00%).
Agressão em pernas ou pés foi mais frequente (20/30; 66,67%) e em
10/30 (33,33%) o local da agressão não foi informado. Entre as pessoas
agredidas, 13/30 (43,33%) relataram que fizeram vacinação anti-rábica
pós-exposição, 5 (16,67%) não procuraram atendimento e em 12
registros (40,00%) não constava essa informação.
Discussão
A falta de guarda responsável de animas gera situações de
abandono em locais de circulação de pessoas, como os campi
universitário. Nos locais estudados, a presença de cães abandonados
causou agravos a quem circulava pelas dependências da universidade,
gerando o registro de reclamações, principalmente por parte de alunos
de graduação e pós-graduação. O contato próximo de cães com as
pessoas, em locais de alta circulação como restaurantes, cafeterias e
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áreas de convivência, facilitam a ocorrência de agressões por
mordeduras e a transmissão de zoonoses, como a raiva (Dias et al.,
2013).
Como já relatado anteriormente (Fortes et al., 2007), neste
trabalho homens sofreram mais agressões que mulheres, assim como
lesões nos pés e pernas foram mais frequentes. Mordidas de cães tem
potencial para transmitir diversas zoonoses, como a raiva, ou ainda
infecções decorrentes de contaminação pela saliva desses animais
(Brook, 2009).
Nos agravos registrados na prefeitura do campus universitário, a
maioria das pessoas procuraram atendimento profilático pós exposição
para raiva nas unidades básicas de saúde, após recomendação dos
técnicos da PCU. Porém, ainda houveram muitos casos que não
procuraram atendimento, mostrando a necessidade da implementação
de ações voltadas a conscientização da comunidade universitária sobre
a importância da prevenção da raiva após mordeduras.
Conclusão
Como conclusão, o problema de agressões por mordeduras de
cães é comum, devido à grande quantidade de animais em vias
públicas, frutos da guarda irresponsável. As agressões em campi
universitários ocorrem com frequência, devido ao ambiente igualmente
acessível para os animais viverem e se estabelecerem. É necessário
instituir políticas que visem a redução do número de animais dentro das
universidades, assim como promover campanhas de conscientização
para diminuir o número de acidentes nas instituições.
Referências
BROOK, I. Management of Human and Animal Bite Wound Infection: An
Overview. Current Infectious Disease Reports, v.11, p.389–395, 2009.
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FORTES, F.S.; WOUK, A.F.P.F; BIONDO, A.W.; et al. Acidentes por
mordeduras de cães e gatos no município de Pinhais, Brasil de 2002 a
2005. Archives of Veterinary Science, v.12, n.2, p.16-24, 2007.
DIAS, R.A.; GUILLOUX, A.G.; BORBA, M.R.; et al. Size and spatial
distribution of stray dog population in the University of São Paulo
campus, Brazil. Preventive Veterinary Medicine, v.110, n.2, p.263-73,
2013.
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