A IMPORTÂNCIA DO
SANEAMENTO NO
CONTEXTO MUNDIAL
Dante Ragazzi Pauli
Presidente ABES Seção São Paulo
O SURGIMENTO DA SAÚDE PÚBLICA
Londres- Inglaterra
•
1848 -primeira Lei de Saúde Pública da GrãBretanha .
•
1859 início da limpeza geral das
canalizações de esgotos da capital
•
1875 - 133 km de coletores novos de esgotos
percorriam o subsolo de Londres, recolhendo
dejetos em uma área de cerca de 260
quilômetros quadrados.
•
O exemplo seria seguido por outras cidades
industriais da Inglaterra e de outros países do
continente europeu e americano.
BENEFÍCIOS DOS NOVOS
HÁBITOS DE SANEAMENTO
Taxas de mortalidade devida a doenças transmitidas
pela água nos Estados Unidos (1900-30)
Mortalidade devido à febre tifóide em Cincinnati,
Ohio (1900-30)
CENÁRIO
ATUAL
Fonte: Progress on sanitation and drinking-water, UNICEF 2010
e Sick water, UNEP 2010
AS PERSPECTIVAS : UM PLANETA
ESGOTADO...
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A humanidade levou quase 200 mil anos para atingir a marca de 1 bilhão e 500 milhões de pessoas.
Apenas no Século XX a população mundial quadruplicou, tendo atingido a marca de 6 bilhões de
pessoas no ano 2000.
Daí a imensa pressão sobre os recursos naturais, a grande produção de lixo e águas contaminadas.
Urge encontrar soluções para a questão ambiental.
• 1,1
Bilhões de pessoas dos países em
desenvolvimento não tem acesso a quantidade
mínima de água potável.
• A maioria dessas pessoas utilizam cerca de 5 litros
de água por dia.
• 2,6 Bilhões de pessoas, metade da população dos
países em desenvolvimento, não tem acesso a
saneamento básico.
A população pobre
representa a maioria
das pessoas sem
acesso ao saneamento
População
urbana tem mais
acesso ao
saneamento
A discrepância
do uso da água
no mundo
Custos do Desenvolvimento Humano
A privação de água e de saneamento gera efeitos multiplicadores:
• Cerca de 1,8 milhões de mortes de crianças por ano causadas por diarréia. As mortes
por diarréia em 2004 foram seis vezes mais numerosas do que a média anual de mortes
em conflitos armados nos anos 90.
• A perda de 443 milhões de dias escolares por ano devido a doenças relacionadas com a
água.
• Ciclos de vida de desfavorecimento afetam milhões de pessoas, com a doença e as
oportunidades de educação perdidas na infância resultando em pobreza na vida adulta.
A África Subsaariana perde cerca de 5% do PIB, ou cerca de U$ 28,4 bilhões por ano,
valor que excede os fluxos totais de ajuda e de alívio da dívida para a região em 2003.
• Seja qual for a medida de eficiência aplicada, os investimentos em água e saneamento
têm o potencial de gerar elevados retornos. Cada dólar gasto no setor gera em média 8
dólares em poupança de custos e ganhos de produtividade.
• A água e o saneamento constituem uma das medicinas preventivas mais poderosas que
estão disponíveis aos governos para reduzir as doenças infecto-contagiosas. O
investimento nesta área está para as doenças mortais, como a diarréia, como a
vacinação está para o sarampo.Os estudos conduzidos demonstram que o acesso à
água potável reduz as taxas de mortalidade infantil em mais de 20%.
Diarréia:
O segundo
maior assassino
de crianças
O acesso a água
potável e
instalações
sanitárias permite
reduzir a
mortalidade
infantil
USOS DA ÁGUA NO MUNDO
OBJETIVOS
DO
MILÊNIO
Objetivos do Milênio
Em setembro de 2000, os Presidentes de 189 países, incluindo o Brasil, se
encontraram na Cúpula Mundial, promovido pela ONU (Organização das Nações
Unidas), para discutir os principais problemas que afetam o mundo no novo
milênio.
Depois e muitas discussões, foram criados 8 Objetivos, que prometem resolver, ou
ao menos, diminuir estes problemas até o ano de 2015:
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome;
2. Alcançar o ensino primário universal;
3. Promover a igualdade de gênero e a autonomia da mulher;
4. Reduzir a mortalidade infantil;
5. Melhorar a saúde materna;
6. Combater a AIDS, a Malária e outras doenças;
7. Garantir a sustentabilidade ambiental;
8. Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.
A meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio: desempenho anterior
e metas futuras em termos de água potável e de saneamento básico
Ganhos com o atendimento dos
Objetivos do Milênio
E os benefícios? Os resultados apontam para a enorme necessidade de haver mais investimento
em água e saneamento. A resposta ultrapassa os simples cálculos em torno do custo-benefício,
exige mesmo uma maior ação pública. Entre as principais conclusões, encontram- se as seguintes:
• Redução de 203.000 óbitos de crianças em 2015, com 124.000 delas na África Subsaariana.
• Os benefícios econômicos totais equivalem a U$ 38 bilhões, contribuindo a África Subsaariana
com U$ 15 bilhões, a América Latina com U$ 8 bilhões e a Ásia do Sul com U$ 5 bilhões.
•
Ganhos com o atendimento dos
Objetivos do Milênio
• A redução dos casos de diarréia resultaria num ganho de 272 milhões de dias em termos de
frequência escolar, a maior parte deles na África Subsaariana e na Ásia do Sul.
• Atingir a meta estabelecida para a água e saneamento levaria a uma poupança anual de cerca de U$
1,7 bilhões a nível dos custos inerentes ao tratamento de doenças provocadas por falta de acesso a
água potável. A África Subsaariana pouparia cerca de 2 dólares per capita — o equivalente a cerca de
12% das despesas de saúde pública.
Os valores para atingir o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio parecem muito elevados. Mas
necessitam de ser contextualizados. Os U$ 10 bilhões exigidos anualmente para que o mundo possa
atingir estes objetivo até 2015 representam cerca de 8 dias das despesas militares a nível global.
Esse investimento poderia economizar mais de 1 milhão de vidas ao longo da próxima década,
eliminar a perda de potencial educativo e agir como um catalisador do crescimento econômico. Da
perspectiva do desenvolvimento humano, a questão real que se coloca é se o mundo tem capacidade
para atingir as metas estabelecidas pelo Objetivo.
Perspectiva de cumprimento das metas dos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio - saneamento
Nos países pobres
o saneamento
nem sempre é
prioridade
O investimento em água e saneamento para
alcançar a meta do Objetivo do Milênio
SANEAMENTO NO BRASIL HOJE
•
No Brasil, a situação geral do
saneamento, tanto na zona rural,
quanto urbana, continua precária para
as populações de baixa renda, apesar
das melhoras realizadas nos últimos
40 anos.
SANEAMENTO NO BRASIL
•
QUADRO ATUAL
DO
SANEAMENTO
BÁSICO
NO BRASIL
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•
O Governo Federal aumentou, de 2001 a 2004, seus
gastos sociais, especialmente em programas de
transferência de renda.
No entanto o gasto federal com saneamento básico e
habitação caiu 45,8% no período 2000 a 2004.
Houve queda na proporção de domicílios entre os 40%
mais pobres do país com acesso a rede de esgoto ou
fossa séptica de 59%, em 2001, para 55%, em 2004.
Em quatro anos, o quadro é de estagnação patente.
Os serviços de saneamento têm sido seriamente
comprometidas devido à falta sistemática de recursos e
escassez de mão de obra qualificada
Esse dado pode estar revelando não só a ausência de
rede de esgoto em muitos domicílios, mas também um
quadro de expansão populacional em áreas de saúde
pública precária, como favelas e cortiços
(FONTE:http://www.ambienteemfoco.com.br, com base em estudo da pesquisadora Lena
Lavinas, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com colaboração de
Marcelo Nicoll e Roberto Loureiro Filho )
SANEAMENTO NO BRASIL
SANEAMENTO NO BRASIL
SANEAMENTO NO BRASIL
SANEAMENTO NO BRASIL
Nos municípios com maior
acesso à coleta de esgoto, é
significativamente menor a
incidência de infecções
gastrintestinais, em especial
entre as crianças e jovens
até 14 anos.
Com o acesso universal,
ocorrerá
portanto
uma
melhora geral na qualidade
de vida do município
SANEAMENTO NO BRASIL
Se for dado acesso à
coleta de esgoto a um
trabalhador sem esse
serviço, espera-se que a
melhora geral de sua
qualidade de vida ocasione
uma produtividade 13,3%
superior, possibilitando o
crescimento de sua renda
em igual proporção.
SANEAMENTO NO BRASIL
Além de implicar mais
saúde, maior produtividade,
mais salários, o saneamento
proporciona uma valorização
do principal ativo das
famílias de baixa renda, ou
seja, a moradia
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS 2007) indicam dificuldades para o Brasil cumprir Metas do
Milênio definidas pela ONU até 2015.
“... Com base na média de investimentos dos últimos sete anos e na inclusão de
usuário ao sistema, o estudo concluiu que as possibilidades de o Brasil cumprir as
Metas do Milênio estabelecidas para o Brasil são de 29,81% para o esgoto e de
71,39% para os serviços de abastecimento de água...”
Fonte: Revista Bio janeiro / Março de 2009
PARA REFLEXÃO...
• A escassez de água;
• A água para consumo humano;
• Como vencer o déficit no esgoto?;
• A competição pela água na Agricultura;
• Gestão dos recursos hídricos transfronteiriços.
CIDADES SAUDÁVEIS
Uma cidade saudável é aquela que coloca em práticas de modo contínuo a melhoria de
seu meio ambiente físico e social, utilizando os recursos de sua comunidade com objetivo
de permitir aos seus cidadãos uma aptidão mútua em todas as atividades humanas que
levem à sua plena realização.
DUHL e HANCOCK (1996)
Pode-se afirmar, portanto, que muitas áreas estão doentes. A busca da melhoria da saúde da
população reflete o ideal de Cidade Saudável.
Sandra Peluso e Silva
Bibliografia
• Relatório de Desenvolvimento Humano 2006 - Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);
• Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento
Brasileiro – Instituto Trata Brasil e Fundação Getúlio Vargas;
• A História do Saneamento Básico – Sonia Rosalie Buff –
Organização Elo Ambiental – www.eloambiental.org.br;
• Sabesp – Unidade de Negócio Leste;
• Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES) – Seção São
Paulo
HÁ MAIS DE 40 ANOS LUTANDO PELO
SANEAMENTO AMBIENTAL
ABES SEÇÃO SÃO PAULO
Subseções:
Baixada Santista, Bauru, Campinas, Franca, Itapetininga, Jales, Lins, Presidente Prudente, Vale
do Paraíba e Vale do Ribeira
Representações:
• ARSESP - Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo
• CONESAN - Conselho Estadual de Saneamento
• CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente
• CRH Conselho Estadual de Recursos Hídricos (2010/2012)
• Secretaria de Estado dos Negócios dos Transportes/ Governo do Estado de SP
• Cetesb - Câmara Ambiental do Setor de Resíduos e Câmara Ambiental do Setor de Saneamento
• FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
• APA - Conselho Gestor APA Várzea do Rio Tietê (2010/2012)
• CADES - Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (2010/2011)
ABES SEÇÃO SÃO PAULO
Câmaras e Grupos Técnicos
Um dos grandes fatores para a promoção do conhecimento é a sua divulgação, a
formulação de debates e discussões técnicas, além do contínuo estudo e pesquisa.
Dentro desse conceito, a ABES / SP desenvolveu grupos de trabalho nas áreas de
saúde pública, saneamento, comunidades isoladas, resíduos sólidos e legislação.
Objetivo
Emitir opinião, participar de eventos, divulgar pesquisas, desenvolver estudos e
promover fóruns e oficinas sobre temas relacionados à saúde pública e ao
saneamento ambiental.
Câmaras Técnicas
Grupo de Trabalho de Legislação Ambiental
Secretaria Executiva do Fórum Lixo & Cidadania do
Estado de São Paulo
REVISÃO DA PORTARIA 518
DIADESOL 2009 – Parque da Água Branca
Projeto de Capacitação – Cooperativa de Catadores
ABES SEÇÃO SÃO PAULO
Rua Eugênio de Medeiros, 242, 6° andar – Pinheiros / SP
Tel.: (11) 3814-1872
www.abes-sp.org.br
[email protected]
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