Ana Paula Carvalho Corrêa Marília Cancian Bertozzo Lucas Monteiro de Vasconcelos Alves de Souza Vanessa Maira Vieira Fga. Doutoranda Natalia Gutierrez Carleto O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e, no Brasil, as modificações ocorrem de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais conservadoras indicam que, em 2020, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas. É um processo sequencial, individual, cumulativo, irreversível, universal, não patológico de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie. (OMS, 2006) Estilo de vida Doenças crônicas Condições socioeconômicas Envelhecimento pleno + qualidade de vida Conhecer os mecanismos fisiopatológicos relacionados as doenças e os que acompanham o envelhecimento Estabelecer estratégias preventivas, diagnósticas e terapêuticas Senescência Senilidade Conjunto de modificações orgânicas decorrentes do processo natural de envelhecimento Conjunto de alterações decorrentes de situações de doença. • Sistema cardíaco • Sistema respirátório • Envelhecimento músculo-esquelético • Envelhecimento do sistema nervosodeclínio cognitivo • Envelhecimento psicológico e social Presbifonia: envelhecimento da voz Configuração da laringe no idoso diferencia-se : • A cartilagem tireóidea, cricóidea e parte da aritenóidea sofrem ossificação • Atrofia dos músculos laríngeos intrínsecos pregas vocais arqueadas fenda fusiforme • Glândulas mucosas, responsáveis pela lubrificação das pregas vocais diminui A voz tem características como: tremor ou instabilidade, alterações no pitch, redução da loudness, rouca, soprosa, ressonância com predomínio laringofaríngeo, dentre outras. Presbiacusia - envelhecimento do aparelho auditivo Perda auditiva bilateral para tons de alta freqüência, devido a mudanças degenerativas e fisiológicas no sistema auditivo com o aumento da idade Queixa típica: “escuta, mas não entende o que lhe é dito.” Distúrbios da Motricidade Orofacial Mudanças anatômicas e/ou funcionais do mecanismo oral que podem afetar diretamente: . Fala Mastigação Deglutição As causas mais comuns são ausência de dentes, problemas periodentais, atrofia dos músculos mastigatórios. As mudanças que ocorrem no mecanismo da deglutição devido os efeitos do processo de envelhecimento, geralmente, de forma isolada, não levam à disfagia, porém podem trazem um distúrbio de deglutição. Fala Dificuldade MOTORA, devido aos comprometimentos relacionados a Motricidade Orofacial! Não relacionado a organização e elaboração da Linguagem! Amnésia benigna dos idosos Resulta da diminuição relativa do número total de neurônios e/ou da menor velocidade do fluxo sangüíneo regional cerebral. Leves disfunções na evocação (recordação) de memórias, principalmente recentes não conseguem lembrar de algo ou de alguém durante horas, até que mais tarde a evocação aparece, muitas vezes de surpresa Grande Crescimento da população Idosa Preservação do Envelhecimento Ativo e Natural Família, profissionais da área da Saúde e Idosos Conhecimento do Processo de Envelhecimento Comunicação e Educação Prevalência: • 3-5% nos indivíduos com mais de 65 anos •(Canadian 26% nos indivíduos comWorking mais Group, de 84 Study of Health and Aging 1994) anos Sobrevida: • em média, de 8 anos após o início dos sintomas (Caramelli, 1998) DOENÇA DE ALZHEIMER Perda gradual e progressiva da memória Depressão, alucinações Comportamento s agressivos Deterioração de movimentos Desorientação Mudança de personalidade DOENÇA DE ALZHEIMER FASE S Primária Leve Inicial DOENÇA DE ALZHEIMER Secundária Moderada Intermediária Terciária Grave Final Sinais de alerta AVE National Stroke Association Repentina e intensa dor de cabeça; Fraqueza em um braço, perna ou face; Dormência ou formigamento em um lado do corpo; Distúrbios visuais repentinos ou perda de visão em um dos olhos; Fala enrolada ou outras alterações na linguagem; Perda súbita de equilíbrio; Convulsão. AVE FUNÇÃO SENSORIAL COMPORTAMENTO MENTAL PERCEPÇÃO LINGUAGEM/COMUNICAÇÃO FUNÇÃO MOTORA TÔNUS Na doença de Alzheimer, a falha da memória é constante, ocorre simultâneo à pelo menos uma outra área da cognição e se associa com o declínio na rotina diária. No AVE, os indivíduos podem apresentar dificuldade para aprender novas coisas ou lembrar fatos recentes ou nomes de pessoas familiares ou amigas, não atrapalhando a realização das atividades do dia-a-dia. MEMÓRIA LINGUAGE M A alteração de memória no Alzheimer interfere no processamento linguístico e, consequentemente, na compreensão de sentenças. O discurso é desorganizado, com grande número de termos indefinidos e frases sem sentido, e ausência de elementos importantes para Nas a compreensão do interlocutor. afasias há alteração do conteúdo, forma e uso da linguagem e de seus processos cognitivos subjacentes, tais como percepção e memória, tanto no aspecto expressivo quanto no receptivo. Prevalência: • 1% nos indivíduos com mais de 55 (Strickland e Bertoni, 2004) anos (Barbosa, • 3% nos2005) indivíduos com mais de 70 anos Sobrevida: • em média, de 10 a 15 anos após o início dos sintomas DOENÇA DE PARKINSO N DOENÇA DE PARKINSO N Rigide z Tremor Bradicinesia DISARTRIA Voz Prosódia Respiração Articulação Ressonância Aumento do tecido adiposo e conjuntivo DISFAGIA Redução da massa muscular Diminuição das unidades motoras funcionais Declínio na força e mobilidade da língua Alteração na formação do bolo alimentar Medicamentos Edentulismo: Comprometimentos nas funções de mastigação, deglutição e fala. Compensações funcionais que poderão dificultar a adaptação de próteses dentárias. ferimentos, fala alterada e dificuldade para mastigar. CONDIÇÕES MIOFUNCIONAIS Prejuízo das funções orais: perda dos dentes naturais; envelhecimento; condições de saúde geral; patologias que afetam o controle neuromuscular; sensibilidade oral; diminuição do fluxo salivar; uso de medicamentos. CONDIÇÕES MIOFUNCIONAIS Risco de perda auditiva em AUDIÇÃO idosos aumenta 88% a cada aumento de cinco anos de idade. 4,5 vezes mais chance de (Lim & Stephens, 1991) perda auditiva a partir de 70 anos. 30% usavam medicamentos potencialmente ototóxicos. Risco de tontura aumenta com o número de medicamentos. AUDIÇÃO Perda auditiva em idosos: difteria, desmineralização óssea, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, problemas gastrointestinais, TCE. Tontura em idosos: infarto do miocárdio, catarata, alteração de equilíbrio ou marcha, sintomas depressivos, diabetes, hipotensão postural, uso medicamentos, doenças cardiovasculares, doenças endócrinometabólicas, doenças neurológicas, alterações sensorioneurais, comprometimentos psicológicos, doenças osteoarticulares. Trauma: quinta causa de morte na população idosa Alterações cognitivas e comportamentais incapacitantes Prejuízos atencionais Comportamentos regredidos Agitação psicomotora Irritabilidade Labilidade emocional TCE Alterações bucais do idoso 80% Fungos Deficiência imunológica Má higienização Redução salivar Candidíase Pseudomembranosa Candidíase Pseudomembranosa Viróticas Deficiência imunológica Má higienização Redução salivar Bacterianas Deficiência imunológica Má higienização Redução salivar Hipossalivação • Redução do fluxo salivar fisiológica ou associada à medicamentos •Fisiológica: Declínio no número de células acinosas Hipossalivação • Diminuição de 20 – 30% capacidade funcional Sialometria Fluxo normal: 1,5 – 3,0 ml/minuto Hipossalivação leve: 1,0 – 1,5 ml/minuto Hipossalivação moderada: 0,5 – 1,0 ml/minuto Hipossalivação severa: 0 – 0,5 ml/minuto Patológica •Anti-hipertensivos -Diuréticos •Anticonvulsivantes •Antidepressivos •Anti-histamínicos •Parkinson Repercussões •Perda gustativa •Infecções oportunistas •Retenção de próteses •Cárie •Doença periodontal Repercussões •Halitose •Dificuldade na deglutição e fala •Rachaduras labiais e lesões de mucosa •Sensação de queimação Tratamento •Saliva artificial •Sialogogos: •Pilocarpina •betanecol, carbacol e a cevimelina Capacidade gustativa Disgeusia •20 anos: 245 botões/papila •Início da velhice: 208 botões/papila •70-85 anos: 88 botões/papila Disgeusia •Má higiene bucal diminui percepção gustativa Hipossalivação X Gustação •Solvente de alimentos •Transporte das moléculas gustativas aos receptores Medicamentos •Antibióticos -Penicilina -Metronidazol -Sulfas -Tetraciclina •Antifúngicos -Anfotericina Beta •Anticonvulsivantes -Carbamazepina Medicamentos •Anti-inflamatórios Aspirina •Colutórios: Clorexidina Desgaste dentário Desgaste dentário Desgaste dentário Câncer bucal Incidência alta pelo longo período de exposição aos fatores contribuintes para desenvolvimento de neoplasias Câncer bucal • • • • Evitar fumo e álcool Evitar exposição solar Evitar traumas crônicos Manter higiene adequada • Consultar regularmente o dentista Periodonto Periodonto Envelhecimento celular Cicatrização mais lenta Envelhecimento do Facilita potencial Sistema bacteriano Imunológico Perda óssea Periodontopatias Acima de 60 anos: • 88,5% sangramento gengival • 78% dentes abalados Silva et al, 2006 Cáries radiculares Perda dentária Disfunção Temporomandibular O processo de envelhecimento pode causar sobrecargas funcionais na ATM, provocada pela falta de reposição de dentes perdidos, hábitos parafuncionais, oclusão deficiente ou por trauma. RESOLUÇÃO CFO-25/2002 Art. 2º. As áreas de competência para atuação do especialista em Odontogeriatria incluem: a) estudo do impacto de fatores sociais e demográficos no estado de saúde bucal dos idosos; b) estudo do envelhecimento do sistema estomatognático e suas conseqüências; c) estudo, diagnóstico e tratamento das patologias bucais do paciente idoso, inclusive as derivadas de terapias medicamentosas e de irradiação, bem como do câncer bucal; e, d) planejamento multidisciplinar integral de sistemas e métodos • Total de cirurgiões-dentistas: 244.660 • Total de especialistas em Odontogeriatria: 269 • Representa apenas 1% aproximadamente RJ: • 4 credenciados e concluídos; • 7 reconhecidos e concluídos. MG: • 2 credenciados e concluídos; • 2 reconhecidos e concluídos. • Na FO Universidade Federal de Juiz de Fora com 2 anos de duração SP: • 16 credenciados e concluídos até 2008; • 5 reconhecidos e concluídos até 2011. • Na Faculdade de Piracicaba – Unicamp com 6 meses de duração • Condição sistêmica, como a presença de doenças crônicas, uso de múltiplos medicamentos, destreza, hábitos parafuncionais, tabagismo, capacidade mental e motora • Expectativas e limitações do paciente • RIBEIRO, Daniela Garcia, et al. A saúde bucal na terceira idade. Salusvita, Bauru, v. 28, n. 1, p. 101-111, 2009. • SILVA, Eulália Maria Martins da, et al. Aspectos periodontais do paciente idoso. Salusvita, Bauru, v. 27, n. 2, p. 135-146, 2008. • ROSA, Lâner Botrel et al. Odontogeriatria – a saúde bucal na terceira idade. RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 2008. • Silva, Andréia Lobato da; Saintrain, Maria Vieira de Lima. Interferência do perfil epidemiológico do idoso na atenção odontológica Rev. bras. epidemiol;9(2): 242-250, jun. 2006. tab • Site: www.cfo.org.br/