Ana Paula Ramos ESCOLHA SER VOCÊ As cinco coisas que te impedem de ser você mesmo. E como você pode superá-las. 2014 Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Copyright© 2014 por Ana Paula Ramos Edição: Ana Paula Ramos Capa: Pedro Albernaz Projeto Gráfico: Ana Paula Ramos .................................................................................... Ramos, Ana Paula. Escolha Ser Você / Ana Paula Ramos – Belo Horizonte, 2014. 132 p. 1. Crescimento pessoal. 2. Motivação. 3. Vulnerabilidade / Escolhas. I. Título. .................................................................................... 2014 www.cookiesandwords.com.br Contato: [email protected] 3 Para mim e para você, por lutarmos todos os dias para sermos sempre o melhor que podemos ser. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos ÍNDICE O que eu gostaria de te contar primeiro Introdução # Marco zero: a descoberta #1: O desconhecimento em relação a si mesmo #1.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a se conhecer de verdade. #2: As crenças limitantes #2.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a identificar e a superar o que te limita. #3: As opiniões dos outros #3.1 – Os cinco passos que vão te ajudar a ser mais confiante e, de quebra, a se importar menos com o que os outros pensam ou falam a seu respeito. 5 #4: O medo # Um dos maiores medos que eu já senti na vida #4.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a agir apesar do medo. #5: A procrastinação #5.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a sair da zona de conforto e agir em direção à vida que você quer e merece ter. O meu momento decisivo Tudo é uma questão de foco Prece ao Universo Escolha amor Espalhe essa mensagem Agradecimentos Sobre a autora Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 7 O que eu gostaria de te contar primeiro “Tentar mudar o que as outras pessoas pensam sobre você é um exercício cansativo, desgastante e, no fim das contas, inútil” Paula Abreu, no livro Escolha Sua Vida H ouve um tempo em que as críticas dos outros batiam tão forte que eu chegava a cair no chão, quase sem forças pra levantar. Era como levar um soco no estômago, no canto do olho, perder a consciência por um segundo, sentir latejar. Houve um tempo em que eu realmente me deixava levar pelo que os outros diziam ou falavam a meu respeito. Se me chamavam de qualquer coisa, eu acreditava ser qualquer coisa. Se me condenavam por determinadas atitudes e ideias, eu vestia a carapuça da condenação e aceitava o julgamento. Se me diziam que era impossível, que não valia a pena, que só os tolos faziam desse ou daquele jeito, então eu largava a coisa toda de mão. Deixava passar. Mesmo que dentro de mim, de alguma forma que eu não sabia ou não queria explicar, alguma coisa não fizesse sentido. E incomodasse. Houve um tempo em que eu tentava agradar para ser aceita, para não ser a careta, para fazer bonito dessa ou de outra maneira. E então, volta e meia, eu me decepcionava com as pessoas ao meu redor, porque eram tantas as expectativas que eu criava e tantas as coisas das quais eu abria mão que eu simplesmente não conseguia aceitar a ideia da ingratidão. Ingratidão? Explico. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos O meu pensamento era o seguinte: estou abrindo mão de mim mesma por você. E você ainda reclama? Ah... Mas eu não percebia... Eu não percebia que abrir mão do meu próprio EU sempre foi uma escolha minha. Só minha. De mais ninguém. Eu não percebia que, se eu me anulava numa tentativa inútil de agradar, era porque eu mesma tinha escolhido agir assim. Eu não percebia, acima de tudo, que as opiniões dos outros eram e sempre seriam apenas isso: as opiniões dos outros. E sabe o que eu descobri com tudo isso? Ao me anular em nome das outras pessoas, eu estava deixando de cumprir o meu propósito maior nessa vida: ser eu mesma, em todas as situações, sejam lá quais fossem as circunstâncias. Ao me deixar abater por uma crítica ou por um julgamento de alguém, eu estava tirando das minhas próprias mãos um poder enorme que era só meu, único, pleno e absoluto: o poder de escolha. Foi esse o meu grande momento de descoberta. O momento em que aquelas luzinhas todas se acenderam na minha mente, e eu finalmente pude enxergar a verdade: só eu tenho o poder de me derrubar. Porque depende de mim, e exclusivamente de mim, ser a pessoa que eu quero ser. E mais: viver a vida que eu acredito e que eu mereço plenamente viver. 9 Se eu posso escolher colocar a minha atenção no que me faz crescer e evoluir, naquilo que me leva a ser a melhor versão de mim mesma, por que diabos eu escolheria focar naquilo que não me traz nada de bom, que não me ajuda a seguir em frente, que não me motiva, que não me inspira e que não me quer bem? Ao descobrir que podemos ser como um rio (a coach Paula Abreu fala sobre isso no livro Escolha Sua Vida), deixando que as águas levem embora críticas e julgamentos, eu renasci. Ao descobrir como reprogramar a minha mente de forma mais produtiva, otimista e alinhada com a energia e a vibração de amor e esperança que emanam da vida, eu simplesmente aprendi a não me importar com aquilo que, numa boa, não me interessa e não vai me levar a lugar algum que realmente valha a pena. Ao tomar consciência do que eu era capaz, das minhas forças, dos meus talentos, da minha missão maior nesse mundo, eu parei de tentar agradar. E abracei, com carinho sincero, toda a vulnerabilidade que antes eu tanto temia. É isso mesmo! Ao me encontrar novamente, me apresentei para o mundo de cara lavada, alma renovada e coração tranquilo. Sem máscaras e sem disfarces. Do jeitinho que eu era. Eu não estava ali para agradar, entende? Eu só estava para ser. Ser eu mesma. Em todos os momentos. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos A partir daí, no instante em que despertei para essa bobagem enorme que era tentar agradar a todo-mundo-o-tempo-todo, eu finalmente comecei a pensar e a agir da minha maneira, de acordo com o que eu realmente sentia e acreditava. E então, olha que incrível, as coisas começaram a fazer mais sentido pra mim. Ideias e crenças limitantes que os outros colocaram na minha cabeça, e que eu nunca tinha questionado, porque aquilo parecia ser o “certo”, começaram, aos poucos, a sumir da minha vida, porque eu comecei a entender que, para ser feliz, é preciso ser de verdade. E ser de verdade, ah, eu não podia me enganar novamente... Ser de verdade implicava em agir com congruência, o que significava que o que eu pensava e sentia tinha que corresponder ao que eu falava e às atitudes que eu assumia na vida. Foi esse o meu entendimento maior, a grande lição que o meu EU o tempo todo tentava gritar dentro de mim, mas que eu não conseguia escutar: pare de tentar agradar o tempo todo e de se importar demais com as opiniões dos outros e escolha ser você. Não estamos aqui por acaso. E não é por acaso que você é do jeitinho que é. Seja generoso, bom e honesto com quem você realmente é. Com o seu EU verdadeiro. É assim que o Universo se lembrará de ser 11 generoso, bom e honesto com você também. Todo dia um pouquinho. Com amor, Ana Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 13 Introdução “Queira o risco. Queira o desafio. Escolha transformar-se no melhor que você pode ser. Seja qual for a circunstância da vida: escolha ser você.” Eu mesma V ocê precisa saber algumas coisas antes de começar a ler este livro. E, por isso, vou ser bem sincera com você: aqui eu não vou te dizer o que você tem que fazer para conseguir isso ou aquilo ou por qual caminho você deve seguir para chegar aonde você quer chegar, porque acredito piamente que cada um é responsável por todas as escolhas que faz na vida e que, justamente por isso, cabe a você – e a mais ninguém – encontrar aquele caminho que é o seu caminho. Não o meu ou o do Fulano. Mas o seu. O que eu vou te mostrar é que, por mais difícil e desafiador que o processo de assumir e defender a sua verdade possa ser ou parecer no começo, ele é extremamente importante. E necessário. E que você já tem todas as ferramentas que precisa para escolher uma vida que realmente te traga mais felicidade e propósito, simplesmente por ser autêntico e sincero com você mesmo em todos os momentos, sejam lá quais forem as circunstâncias. Se o desânimo bater, eu vou olhar bem dentro dos seus olhos e te dizer que sem foco, determinação e paciência não chegamos a lugar algum. E vou segurar na sua mão, só para você saber que não está sozinho nessa. Que o mundo é grande demais e que está cheio de gente nele que, assim como eu e você, também quer abandonar as máscaras sociais sem se importar com o que os outros vão pensar ou falar a respeito. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Ao terminar de lê-lo, estou certa de que você se sentirá mais confiante para abraçar a vulnerabilidade e passar por essa transformação preciosa, que envolve autodescoberta, autocrítica e muita coragem. Você verá que o impossível é só uma questão de ponto de vista e de conceitos e ideias limitantes, impostos pela sociedade desde que o mundo é mundo. Ao se desfazer de todas essas crenças sociais, você se sentirá, enfim, mais livre e mais bem-disposto para seguir em frente sendo do jeitinho que você é. Porque você entenderá que a vida, a cada dia, nos brinda com uma oportunidade única de aprender com os nossos próprios erros. E começar de novo. E, o mais importante: você descobrirá que tentar agradar o tempo todo é a maior cilada da sua vida. Além de cansativo, é um esforço inútil e que não te levará a lugar algum. Aqui você descobrirá as cinco coisas que estão te impedindo, agora, de ser você mesmo. Simplesmente você. Na sua melhor versão. Mas, olha que maravilha: eu vou te provar que, assim como eu consegui, você também conseguirá superá-las. O impossível é só uma questão de ponto de vista, lembra? Agora, preste bastante atenção, porque a sua vida pode mudar – e MUITO – com uma única escolha. Se você está preparado para abraçar a vulnerabilidade com todas as suas forças... 15 Se você tem o desejo sincero de não se importar com críticas e opiniões que não levam a nada... Se você quer viver uma vida autêntica e alinhada com a sua verdade, sem medo ou receio do que os outros vão falar ou pensar a seu respeito... Se você já está cansado de tentar agradar a todo-mundo-otempo-todo... Então, mãos à obra. Diga sim a si mesmo. Este livro é pra você. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 17 A descoberta “Conhece-te a ti próprio e conhecerás o universo” Sócrates E u estava vivendo um daqueles momentos-chave na vida de alguém. Sabe quando você sente, lá no fundo, que algo precisa mudar na sua vida? Que aquela pessoa que te fita todos os dias no espelho está muito longe de ser quem você verdadeiramente é? Eu não sabia quem eu era, do que eu gostava, quais eram as minhas percepções sobre a vida e sobre mim mesma. Eu não sabia quais eram os meus valores mais preciosos, aqueles que eu não abriria mão de jeito nenhum, nem do que eu mais temia, do que eu mais me orgulhava, pelo que valia a pena lutar. Eu simplesmente não sabia. E olha que coisa incrível: eu não sabia, porque eu nunca tinha ousado me perguntar. Eu já estava tão absorvida pelos valores e pensamentos dos outros que, para mim, a simples ideia de um futuro com mais propósito me parecia uma grande bobagem. O meu futuro seria exatamente o reflexo do meu passado e do meu presente. Porque o passado tinha tanta influência sobre mim que qualquer coisa que eu fizesse ou deixasse de fazer na vida era por causa dele. Então, se eu não arriscava, era porque já havia arriscado no passado por mais de uma vez e quebrado a cara. Não valia a pena sofrer as mesmas dores novamente. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Se eu evitava mudanças, era porque mudanças sempre significaram rupturas muito doídas pra mim. Dava medo de mudar e passar por tudo aquilo de novo. Se eu já havia vivido uma vida inteirinha tentando agradar a todo mundo, o tempo todo, por que diabos eu teria que fazer diferente agora? E se desse errado? E se eu não fosse aceita? E se não gostassem de mim do jeitinho que eu era? O passado já tinha me mostrado que, ao expor os nossos sentimentos para o outro, corríamos um risco enorme de sofrer. Era aquela velha história: você passa tanto tempo usando a máscara da boa convivência e do que é socialmente aceito, adequado e respeitado que, quando resolve expor uma opinião contrária, quando resolve questionar as “verdades absolutas”, quando resolve fazer diferente, quando resolve simplesmente abrir o coração, agir com sinceridade, verdade e honestidade, é chamado de louco. Demorou para que eu entendesse que o senso comum não está acostumado com gente de verdade, que não precisa puxar saco ou tentar agradar o tempo todo para conquistar o respeito e a admiração de alguém. Demorou muito para que eu aprendesse que, o mais importante, em primeiro lugar, era conquistar a minha própria admiração e respeito, sendo quem eu era, defendendo a minha verdade, 19 lutando por aquilo em que eu acreditava com coragem e vontade sincera de fazer a coisa acontecer. Antes de decidir tomar as rédeas da minha própria existência, eu tinha tanto medo do que os outros fossem pensar ou falar a meu respeito que eu simplesmente dançava conforme a música. Eu concordava e dizia sim mesmo não concordando e querendo dizer não. Eu dizia que gostava ou que não gostava de x,y,z só porque todo mundo gostava ou não gostava ou porque era o mais “educado” a se fazer. Eu deixava que roubassem o meu tempo, a minha energia e até a minha paz simplesmente porque eu não queria me indispor com ninguém. Tudo o que eu mais desejava na vida era ser aceita pelos outros, fazer parte da “turma”, sabe? Então eu dava uma importância enorme à opinião das pessoas. E se ela não era exatamente aquela que eu tanto esperava, eu me frustrava, sofria e me sentia rejeitada. A escolha Eu já deixei de fazer tanta coisa por você! foi sua. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Quando veio a descoberta do que eu tinha feito comigo mesma, do quanto eu tinha me anulado em função dos outros, veio também a culpa. E o arrependimento. É que quando você vive uma vida inteira tentando agradar, é normal que se frustre, sofra e se sinta rejeitado quando o outro não corresponde às expectativas que você mesmo criou. E então vem a raiva para somar-se à equação desgastante de quem vive tentando ser quem não é só para agradar (culpa + arrependimento + frustração + rejeição + expectativas). Se as pessoas não fazem por nós o que faríamos ou já fizemos por elas, nos sentimos ultrajados. Acontece que, veja só que coisa interessante, a vida deu um jeitinho de me mostrar o quanto eu estava me prejudicando e me anulando agindo daquela maneira. De tanto tentar agradar aos outros, acabei ficando doente, doente mesmo, a ponto de precisar de ajuda médica e de medicamentos para lidar com a minha tristeza e ansiedade. Se no passado eu fazia de tudo para ser aceita, respeitada e benquista por alguém, no presente eu precisava desesperadamente ser aceita, respeitada e benquista pela pessoa mais importante que existia no mundo inteiro, com quem eu conviveria para sempre: eu mesma. 21 Então, foi na hora da dor, naquela hora em que a gente pede, por favor, “para o mundo, que eu quero descer”, que eu descobri que era preciso, sim, fazer alguma coisa a respeito. Porque quando você descobre que está vivendo uma vida sem propósito e sem verdade e, mesmo assim, não faz absolutamente nenhum movimento para mudar de lugar, que tipo de pessoa você é? Descobri que a vida não é injusta com a gente. A vida, ao contrário, é o resultado perfeito de todos os nossos pensamentos e atitudes diante de tudo o que nos cerca. Se a sua vida não está legal, é hora de parar e refletir sobre as escolhas que você anda fazendo por aí. Sobre quem você realmente é. E sobre o que vale e o que não vale a pena. No longo caminho ao encontro do meu verdadeiro EU, aprendi muitas e muitas coisas sobre mim mesma, dentre elas, a superar o que passou e não volta mais e a me perdoar. Se eu tinha me anulado, se eu tinha sofrido, se eu tinha tentado agradar e, por esperar demais das pessoas, eu tinha me frustrado e me perdido de mim mesma, aquilo tudo tinha ficado para trás. Se eu estou preocupada com o que dizem ou pensam a meu respeito? Não tenho tempo pra isso. Enquanto escrevo este livro, depois de ter publicado outros dois, já estou pensando no tema do meu próximo vídeo. Um vídeo, dá pra imaginar exposição maior do que essa? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Sobre a gravação do meu primeiro vídeo, que marcou a abertura da série que deu nome a este livro – “Escolha Ser Você” – tenho que te contar algumas das principais lições que aprendi e que guardarei para toda a vida. Acho importante falar sobre isso agora, logo no começo do livro, para que você entenda que tudo o que vou te contar ao longo dessas páginas foi escrito com muita verdade e sinceridade, já que resultou das experiências que vivi e das dores e alegrias que encontrei no caminho. Tudo aqui é real. Tudo aqui tem alma e coração. Além disso, é muito importante que você perceba que a consistência, a paciência e o perdão devem ser os seus melhores amigos nessa jornada, o que significa que você deve ser persistente e paciente o bastante para não desistir, não sucumbir e não se perder de si mesmo nem por um minuto sequer. Caso isso aconteça, é fundamental que você pratique o autoperdão com toda a verdade da sua alma. Perdoar é divino. Perdoar liberta. Nem sempre é fácil viver com autenticidade, encontrar o seu lugarzinho no mundo, hastear a sua bandeira e simplesmente ser você, de um jeito único, de uma forma que é só sua, de ninguém mais. Quando gravei o primeiro vídeo da série, não tive clareza suficiente para perceber que eu não estava agindo com a autenticidade que eu tanto defendia. Na ânsia de espalhar para o mundo o que eu tinha aprendido, acabei me esquecendo de mim mesma para assumir o papel da minha mentora, alguém que eu sempre admirei e a quem sou muito grata nessa vida, mas que, 23 como um ser único e especial, tem particularidades que são só dela, de forma que soa falso e muito pouco autêntico tentar “copiá-las”. As lições que a Paula Abreu (já falei sobre ela no início do livro, lembra?) tinha me ensinado estavam tão vivas dentro de mim que acabei repetindo-as como se fosse eu mesma a própria Paula, entende? Mas olha que coisa: eu era eu, não a Paula Abreu (até rimou! rs). O que quero dizer com tudo isso é que eu não estava sendo autêntica nem escolhendo ser eu mesma naquele momento. Eu estava tentando copiar a Paula, não intencionalmente nem por maldade, é claro, mas eu estava, de forma inconsciente, repetindo ideias e conceitos do jeitinho que ela dizia, tamanha era a verdade que eu via naquelas palavras. E estou te contando isso para que você entenda que às vezes pode acontecer isso com a gente: admiramos tanto uma pessoa, acreditamos tanto no que ela fala, que acabamos interiorizando o modelo único e especial dessa pessoa como se fosse ele o nosso próprio modelo. Se você quer viver a sua verdade, fique atento a essa questão, porque ela pode te impedir, inconscientemente, de fazer-se realmente autêntico para si mesmo e para os outros. Você pode dizer aquelas coisas que quem você admira diz. Pode e deve, claro, porque o que está alinhado com o bem deve crescer e prosperar. Mas diga do seu jeito. Da sua maneira. Foi exatamente esta a lição mais importante que aprendi com essa experiência: escolha ser você, porque você é único, Escolha Ser Você Ana Paula Ramos importante e especial. Porque o mundo precisa da sua verdade, do seu talento, do seu jeito de ser. Porque você tem a sua própria voz e ela merece ser ouvida. Porque você tem todas as ferramentas necessárias para conquistar o seu espaço com autenticidade, responsabilidade e verdade. Conquiste-o. E seja você. Seja você. Seja você. Sobre o vídeo, outras lições vieram a partir do momento em que resolvi me colocar em movimento, abraçar a vulnerabilidade e me expor para o mundo. Além da máxima do “antes feito do que perfeito”, que eu adoro e que rege toda e qualquer coisa que eu me proponha a fazer, aprendi como gerar mais energia para a minha vida e como me fortalecer ainda mais na crença de que não vale a pena viver com medo do que os outros vão pensar ou falar a nosso respeito. Quando você grava um vídeo, o medo latente da rejeição, das críticas e dos julgamentos alheios se potencializa, porque não há nada mais revelador do que mostrar a sua cara para o mundo, espalhar a sua mensagem e fazer com que as pessoas escutem a sua voz. Mas, como eu já vinha fazendo, dei um passo maior ainda ao escolher agir apesar de todo esse medo maior. Eu estava vulnerável, é verdade, mas tinha me dado uma chance incrível de aprender enormemente com aquela experiência. Se eu não tivesse errado, como é que eu saberia como acertar? 25 Sinceramente, escolhi focar naquilo que realmente interessa, no que me faz crescer e ser a melhor pessoa que eu posso ser para os outros e para mim mesma. Para os outros? Sim! Descobri que, ao cumprirmos com afinco o nosso propósito na vida, que é exatamente sermos nós mesmos, melhoramos – e muito! – o mundo ao nosso redor. E sabe por quê? Porque nos tornamos fontes de inspiração para milhões de pessoas que, assim como eu e você, também desejam viver uma vida mais autêntica e alinhada com a vibração de amor e verdade que emana do Universo. É por isso que, hoje, eu gostaria que você se olhasse no espelho e se perguntasse se, de fato, tem escolhido viver essa vida autêntica. Que você refletisse sobre a importância que tem dado às opiniões das outras pessoas, sobre o modo como tem agido diante de tudo ao seu redor. Quando escolhemos abraçar o nosso próprio EU, cientes de que estamos sendo o melhor que podemos e agindo de acordo com a nossa verdade, o Universo começa a atuar a nosso favor, enviando-nos pessoas e situações que só têm a reforçar a nossa certeza de que usar máscaras e tentar agradar o tempo todo é uma grande bobagem. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Hoje, eu queria abrir o meu coração pra você. E te lembrar da melhor escolha que você pode fazer nessa vida: ser você mesmo. Para jogar luz sobre uma reflexão tão preciosa, listei as cinco principais coisas que estão te impedindo de viver, agora mesmo, esse propósito maior. Nas minhas pesquisas com os meus leitores e coachees, as grandes barreiras para que o verdadeiro EU floresça plenamente foram as seguintes: o fato de desconhecermos quem realmente somos, as crenças limitantes que temos sobre nós mesmos, a importância exacerbada que damos às opiniões dos outros, o medo e a procrastinação. Se você parar pra pensar, todas elas estão interligadas, como pontos de uma colchinha de retalhos que a gente precisará desfazer e fazer de novo, de outra forma, de uma outra maneira. Embora o seu caminho seja o seu caminho, e a mudança consistente dependa exclusivamente de você e da sua vontade, você não está sozinho. Quando dividimos os nossos medos, angústias, frustrações e receios com os outros, quando compartilhamos aprendizados e descobertas, entramos num ciclo precioso de troca e somos envolvidos pela energia da empatia e da compaixão. E sabe por que isso acontece? 27 Porque o ser humano precisa do outro para perceber-se como ser humano; alguém que erra, que acerta, que precisa fazer escolhas, que busca a felicidade acima de tudo. Você já parou pra pensar em como é bom quando, ao lermos relatos de alguém ou nos depararmos com as experiências dos outros, chegamos à conclusão de que não estamos sozinhos, de que aquela pessoa também já passou ou está passando por uma situação muito parecida com a nossa? Vem comigo, segura a minha mão, e vamos passar por esse processo incrível de autoconhecimento, autodescoberta e mudança de percepção do medo para o amor da forma mais leve e proveitosa que pudermos. Eu estou aqui, de coração aberto, só para te mostrar que você é mais forte, corajoso e capaz do que imagina. Basta acreditar. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 29 O desconhecimento em relação a si mesmo “O objetivo da vida não é o de fazer o que faz a maioria, mas viver segundo a lei interior que você compreende dentro de si mesmo. Não aja contra sua consciência ou contra a verdade. Viva assim, e há de realizar a tarefa de sua vida” Marco Aurélio E u estava apaixonada e ele tinha me perguntando qual era a minha música preferida. Na época com 13 anos, eu gostava de absolutamente todas as músicas da dupla Sandy & Júnior. Talvez “Inesquecível” fosse a minha resposta naquele momento, mas achei que qualquer coisa ligada à dupla de irmãos adolescentes e muito doces e comportados soaria... Adolescente e doce e comportado demais. Ele era do tipo rebelde e contestador. Contra o sistema. Contra as opiniões do senso comum. Contra o capitalismo. Contra o uso de uniforme nas escolas. Contra aulas de matemática. Contra deveres de casa. Contra cadarço no tênis. Contra qualquer coisa. Fosse o argumento racional, forte, plausível ou não. Então eu me vi naquela situação estranha de ter que responder a uma pessoa do contra que a minha música preferida era uma música de amor, de uma dupla de irmãos que estava na moda e que era adorada por milhares de crianças e adolescentes de todo o país. Na verdade, eu estava com vergonha de assumir o meu lado inocente, romântico e, para não dizer, infantil. Eu queria passar a impressão de que estava antenada a todas as novidades do mundo musical alternativo. E que já estava crescida demais para gostar de Sandy & Júnior, brincar de boneca, pedir autorização para os pais para ir a qualquer lugar e coisas do tipo. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Eu queria ser a do contra também, porque assim o meu amoreterno-amor me acharia mais descolada, mais interessante, mais inteligente, mais... A minha música preferida não podia ser a minha música preferida, não naquele momento, não para aquela pessoa. Ao responder que não tinha exatamente uma música preferida, mas que gostava de bandas alternativas, canções antigas e muito cools, dei início a um ciclo vicioso que, de uma forma ou de outra, começaria a ditar todos os rumos da minha vida. Eu menti para agradar e para passar a impressão de que eu era alguém que, na verdade, eu não era. Uma coisa boba como aquela. Mas eu menti. Anos depois, representei outros papéis e vivi outros personagens, de acordo com as circunstâncias. Não era falsidade, era medo. E, mais tarde, passou a ser mesmo uma total falta de conhecimento sobre quem eu realmente era, do que gostava, com o que sonhava, pelo que valia a pena lutar. Eu tinha me afastado tanto do meu verdadeiro EU que, se me perguntassem novamente qual era a minha música preferida ou o que eu gostava de fazer no meu tempo livre, eu não saberia responder. E então uma coisa esquisita começou a acontecer também. Por não saber quem eu era de fato, por ter me anulado tanto a ponto 31 de dizer sim mesmo achando que queria dizer não, eu comecei a querer imitar quem eu admirava, não no sentido produtivo de seguir o exemplo de quem nos inspira e nos faz crescer como pessoa, mas no sentido de não aceitar e de até rejeitar a imagem que eu via no espelho. Eu me achava magra demais, baixa demais, branquela e comum demais para conseguir agradar a alguém. O padrão de beleza que o mundo ditava não tinha muito a ver com a minha aparência frágil e pequenininha. Eu queria ser como aquelas mulheres todas que eu via na TV ou na capa das revistas. Eu queria ser como a garota popular da escola que, eu pensava, nunca tinha sofrido por amor na vida. Era fácil para ela agradar. Era fácil para ela não se importar com as opiniões dos outros, já que todas essas opiniões pareciam ser favoráveis a ela. O corpo ideal, o rosto milimetricamente bem-desenhado, o corte de cabelo e as roupas da moda, tudo muito perfeito para agradar a quem quer que fosse. Naquela época, eu costumava chorar inúmeras vezes na frente do espelho, por não me encaixar naquele padrão, por não ser exatamente o modelo de beleza que a mídia, principalmente, ditava por aí. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos E já que eu não era aquele modelo perfeito, eu precisava tentar agradar de outras formas. Para fazer parte da “turma”, eu tinha que viver, pensar e dizer o que a turma vivia, pensava e dizia. Se todos já estavam namorando ou “ficando”, então eu precisava desesperadamente começar a namorar ou a ficar também, do contrário, seria a esquisita, a diferente, aquela que não vive de acordo com a idade que tem. Eu não sabia exatamente se eu gostava de sair à noite, frequentar boates, beber e ficar com alguém que eu tinha acabado de conhecer. Mas era o que todo mundo fazia, não era? E quando percebi que a turma já estava me chamando de velha e careta, simplesmente porque eu não me sentia confortável nesses lugares e situações, entendi que eu precisava fazer alguma coisa a respeito. O medo de ser rejeitada (falaremos mais adiante sobre ele!) começava a me invadir de tal forma que, adivinha!, o meu programa “preferido” passou a ser frequentar as tais das boates! A verdade é que eu estava vivendo uma realidade inventada por mim mesma. Uma realidade que eu podia reinventar quando eu quisesse ou precisasse, de acordo com as circunstâncias e com a imagem que eu queria passar para os outros. 33 Eu não me achava bonita. Eu não me achava interessante. Eu não me achava nada além do que uma cópia malfeita de alguém. Porque, por mais que eu tentasse, eu estava longe de ser aquele exemplo de beleza, charme e estilo que eu tanto queria copiar dos outros. Eu não sabia quem era e também não era feliz com quem eu havia me tornado, entende? Era como se o meu coração estivesse sendo constantemente espremido por alguma coisa mais forte do que eu. Uma mão de ferro, que apertava, esmagava, feria e dilacerava sem dó nem piedade. Eu sentia uma angústia tão grande por não corresponder às expectativas dos outros da forma que eu gostaria e por não fazer a menor ideia sobre quem eu era de verdade que a vida parecia cruel e injusta demais pra mim. Frustrada e decepcionada comigo mesma, num desses dias que valem por toda uma existência, resolvi dizer um “não” bem sonoro para essa vida que eu estava levando. Uma vida sem propósito, paixão e verdade. Foi quando eu percebi que não importava muito o quanto eu me esforçasse, o quanto fizesse e o que dissesse para agradar, esse esforço todo nunca seria suficiente. Algumas pessoas sempre encontrariam motivos para críticas e julgamentos. Não importava o quanto você se esforçava ou doava de si. Agradar a todo Escolha Ser Você Ana Paula Ramos mundo, a todo instante, era uma das grandes ciladas e perdas de tempo da vida. Mas como eu descobri isso, afinal? Acendendo a luz. A escuridão em que vivi por anos a fio me impedia de enxergar com clareza o que sempre esteve ali, bem na minha frente. As pessoas que realmente se importavam comigo me amavam do jeitinho que eu era. As pessoas que realmente me amavam e se importavam comigo estavam preocupadas com a minha tristeza e com a forma ansiosa e frágil com que eu lidava com as minhas próprias emoções. As pessoas que realmente me amavam e se preocupavam comigo não se cansavam de elogiar o meu talento para contar histórias e piadas, escrever e me comunicar com os outros de uma forma clara, assertiva e envolvente. As pessoas que realmente me amavam, longe de se importarem com a minha altura, o meu tom de pele, a minha conta bancária ou os meus gostos musicais, me achavam bonita e interessante e divertida e sempre davam um jeitinho de me mostrar o quanto eu era importante e única e capaz de conquistar o que eu quisesse. Eu queria tanto ser aceita e amada pelos outros que tinha me esquecido de aceitar e de amar a mim mesma. Eu queria tanto 35 conhecer os outros que, olha que coisa incrível, eu tinha deixado de lado a importante tarefa de me conhecer. Após ter trancado a faculdade de Jornalismo inúmeras vezes, ter me formado em Teatro, cursado alguns períodos de Relações Públicas e Pedagogia e não ter dado sequência a nada de coisa alguma, eu entendi que não tinha a menor ideia do que queria da vida. As minhas escolhas sempre foram feitas sem reflexão alguma sobre quem eu realmente era, do que gostava, em que acreditava, pelo que realmente valia a pena doar o meu tempo e a minha energia. Eu saberia responder tudo ou quase tudo sobre a vida, as preferências, os sonhos e as escolhas da Fulana de Tal que eu sempre via na mídia. Mas... E eu? Qual era, na verdade, a história da minha vida? Quem eu era? Qual era o meu grande sonho? O que eu gostava de fazer nas horas em que estava sozinha? Afinal de contas, qual era a minha música preferida? Foi fazendo perguntas como essas, com consistência, que eu comecei a me conhecer de verdade. E a descobrir talentos que eu nem sabia que tinha. Foi fazendo perguntas como essas que eu percebi o quanto eu tinha me distanciado e me perdido de mim mesma por causa de Escolha Ser Você Ana Paula Ramos gente que, a bem da verdade, não deve nem lembrar qual é o meu nome. Foi fazendo perguntas como essas que eu descobri, principalmente, o quanto eu era uma pessoa legal, corajosa e interessante. E o quanto os meus verdadeiros amigos deviam estar contentes por merecerem a minha amizade. Não estou me gabando. Não é nada disso. Só estou fazendo aqui o que todos nós deveríamos fazer com mais frequência: ressaltar as nossas qualidades e tecer mais elogios a nós mesmos. Já reparou como somos mestres em nos criticar e falar sobre os nossos defeitos? A partir do momento em que me conheci de verdade, entendi que posso conquistar todos os meus sonhos e viver na minha melhor versão simplesmente agindo com honestidade, respeito e coerência entre o que eu penso, o que eu sinto, o que eu falo e o que eu faço. Hoje, eu gosto de me olhar no espelho e reconhecer todas as marcas, as curvas, as cicatrizes e as grandes lições estampadas nos meus olhos e no meu sorriso. Eu já sei quem eu sou. E, por saber quem eu sou de verdade, estou em paz. Para que você se conheça mais e mais, e também experimente essa sensação de paz e plenitude que eu estou sentindo agora, 37 vou te pedir uma coisa muito importante: comece a se fazer perguntas. Muitas perguntas. O tempo todo. Não tenha medo de mergulhar a fundo no seu interior. Perguntese quem você realmente é, qual é a sua missão nesse mundo, como seria o seu dia perfeito, do que você gosta, o que faz os seus olhos brilharem e o seu coração bater mais animado, quais são os seus talentos, com quem você se identifica nesse mundo e por quê. Adquira o hábito de fazer perguntas poderosas e você verá como uma janela se abrirá bem na sua frente. Eu costumo dizer o seguinte, anota isso aí e não esqueça nunca mais: O Universo responde, é verdade, mas, primeiro, você precisa perguntar. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos #1.1 Pergunte-se! PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A SE CONHECER DE VERDADE. 1- Se eu tivesse que me descrever em uma frase, qual seria ela? 2- Quais são os meus talentos? (pense no que você gosta de fazer e que faz de forma quase natural, sem esforço, ou no que as pessoas te pedem ajuda para fazer e te elogiam quando você faz). 3- Em que posso melhorar? 4- Quais eram as minhas brincadeiras preferidas na infância? 5- Quais são os meus valores mais preciosos, aquelas coisas das quais eu não abro mão de jeito nenhum? 6- Quais são os meus objetivos na vida? E o meu grande sonho? 7- Em que áreas da minha vida eu me sinto feliz e realizado? E frustrado ou irritado? 8- Quem são os meus ídolos? 9- O que e quem eu levaria para uma ilha deserta? 10- Quais são os assuntos sobre os quais eu realmente gosto e me sinto confortável para conversar? 39 11- Como seria o meu dia perfeito? (essa pergunta me foi feita por várias e várias vezes, pelos meus mentores, por mim mesma, pela vida... Ao visualizar como seria esse dia, o que eu faria, onde e com quem estaria, quais seriam os meus sentimentos, as coisas pelas quais eu estaria orgulhosa de ter conquistado pelo caminho, algo começou a se acender dentro de mim. Visualizar a nossa vida dos sonhos é o primeiro passo para vive-la realmente!). Agora, vale te propor um outro exercício também? O que eu sugiro que você faça é muito simples: escreva uma carta para si mesmo, apresentando-se e contando um pouquinho da sua história, das suas vitórias, das suas quedas, de todas as escolhas que você fez na vida e que deixaram marcas no seu coração e na sua memória. Fale sobre o que você gosta de fazer, sobre como você enxerga o mundo, as pessoas, você mesmo. Se preferir, pode escrever em terceira pessoa (ex: a Ana Paula, desde criança, sempre gostou de contar histórias...). Quando acabar de escrever, vá até o espelho, olhe para a imagem que te encara do outro lado e comece a ler tudo o que foi escrito. Em voz alta. Registre as sensações e repita o exercício daqui a seis meses. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 41 As crenças limitantes “A grande verdade é que somos a pessoa que escolhemos ser. Todos os dias você decide se continua do jeito que é ou muda. A grande glória do ser humano é poder participar de sua autocriação. O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta...” Jacqueline Small A lguém, um dia, teve o sonho de voar. Voar como os pássaros. Ir e vir através das nuvens, acima delas, em qualquer direção. Atravessar continentes. Chegar a qualquer lugar. Experimentar aquela sensação de ver a vida lá de cima, como se cruzar e avistar o mar e os oceanos do topo do mundo, sem ao menos tocar a ponta dos dedos no chão, fosse plenamente possível... E foi. Alguém, um dia, teve o sonho de ir além dos limites do céu. Voar bem mais alto do que qualquer outro já foi. Descobrir outros planetas. Pisar na lua. Flutuar no espaço. Como se fosse possível não mais sentir o peso de nada, nem do próprio corpo... E foi. Alguém, um dia, teve o sonho de reproduzir a luz do sol mesmo ao anoitecer. E de transmitir essa luz com tanta força e com tanta energia que não mais houvesse escuridão no caminho. Como se fosse possível apertar um botão e, como num passe de mágica, tudo ao redor se iluminar... E foi. Alguém, um dia, teve o sonho de conversar com quem estava distante. No mesmo momento. Em tempo real. Como se fosse possível ouvir a voz de alguém do outro lado do mundo, falando com a gente, numa mesma vibração... E foi. Alguém, um dia, disse que era impossível. E você, por ter sido ensinado que objetivos, metas e sonhos têm que ser específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e perfeitamente executáveis Escolha Ser Você Ana Paula Ramos dentro de um prazo estipulado, optou por acreditar. Como se fosse impossível sonhar mais alto, acreditar no que ninguém nunca viu, ousar fazer o que ninguém nunca havia pensado. Reinventar o caminho. Descobrir novas e inimagináveis alternativas. Mudar o mundo. Por que não? Os grandes sonhos nascem encobertos pela venda oculta do impossível, porque o impossível é simplesmente a nossa crença de que existe sempre um limite para ser e fazer o que a gente sempre sonhou. Um limite que não pode ser transposto, nem exposto, já que quem ousou fazê-lo foi tachado de louco, perdido, sem noção. Já aconteceu isso com você? Ser chamado de todas essas coisas simplesmente por ter ousado sonhar mais alto? Ser chamado de louco simplesmente por ter escolhido ser você e viver uma vida autêntica, alinhada com aquilo que você realmente defende e acredita? Ser chamado de louco simplesmente por... Duvidar do impossível? Talvez o avião nunca tivesse surgido se não existisse um louco que quisesse voar. Ou a nave espacial. O que dizer do homem que um dia sonhou pisar na lua? Quem ousaria acreditar num cara que disse que tudo era questão de energia e que fez da sua teoria um sonho possível de trazer luz à escuridão? 43 Muitos outros exemplos podem ser colhidos na história. Uma história contada e vivida por gente como eu e você. Gente que sonha, gente que tem uma missão maior na vida. A regra do objetivo SMART (na tradução: específico, mensurável, atingível, realista e com tempo determinado para acontecer) não pode encerrar-se em si mesma, como se todo e qualquer sonho que a gente ousasse sonhar na vida tivesse que se encaixar em uma equação ou em um limite de tempo e espaço. Demorei muito para entender essa simples verdade: se você não acreditar em si mesmo e no quanto é capaz, viverá para sempre uma vida presa e limitada. Eu mesma já vivi durante muito tempo assim. Quando passei a me conhecer de verdade, quando enxerguei a pessoa por trás da máscara, descobri também feridas e cicatrizes na pele de alguém que não acreditava ser capaz de ir além e transformar sonhos em realidade. Eu tinha muitas e muitas crenças limitantes sobre mim mesma; crenças que, como fui me dar conta mais tarde, já faziam parte de mim desde que eu era criança; crenças e valores sociais que eu nunca tinha ousado questionar, porque sempre foram tidos como “verdades absolutas”. Quando resolvi trancar a faculdade pela primeira vez para viver de teatro, muitas foram as críticas que ouvi das pessoas ao meu Escolha Ser Você Ana Paula Ramos redor, sobretudo em relação ao dinheiro e ao futuro que eu teria na profissão. Eu amava estar no palco e vivi os melhores dias da minha vida ali, convivendo com pessoas abertas ao novo, sedentas por conhecimento e extremamente generosas e companheiras. Porém, sempre que me perguntavam o que eu estava fazendo “além do teatro”, eu tinha a sensação de estar caindo numa armadilha. A percepção de que só artistas famosos ganhavam dinheiro com teatro rondava meu ciclo social. As pessoas me perguntavam quando é que eu iria para o Rio de Janeiro e faria novelas e filmes. Os diretores me elogiavam, mas eu sempre tinha a sensação de que eu não era boa o suficiente. Eu decorava textos, dava sentimento às palavras; emprestava o meu corpo e a minha alma para viver aqueles personagens. Eu me entreguei e me dediquei ao teatro de mente aberta e coração pulsante e apaixonado, mas a inquietação que eu sentia também revelava uma angústia com a qual eu não sabia lidar. Antes de lutar pelo sonho, eu o tinha deixado adormecer profundamente dentro de mim. Eu queria ser atriz, mas não conseguia visualizar uma carreira promissora e bem-sucedida para mim. A verdade era que eu tinha um medo enorme de fracassar (vamos falar mais sobre esse medo!) e de não atender às 45 expectativas dos outros. Afinal, as pessoas esperavam me ver em grandes produções televisivas; elas queriam de mim a fama e o reconhecimento por um trabalho bem-feito. Era aquela velha história... “Só assim para valer a pena tanto sacrifício em nome da arte”. Acontece que eu sempre gostei foi do teatro. Era o teatro quem fazia o meu coração bater mais animado. E então, em função de todas essas crenças do senso comum, vieram as perguntas “E SE”. E se eu não fosse aprovada em nenhum teste? E se nenhum diretor gostasse de mim? E se eu não conseguisse pagar as minhas contas vivendo de arte? E se todo esse sonho não passasse de uma ilusão? E se eu nunca conseguisse nenhum reconhecimento pelo meu trabalho? E se eu fracassasse? E se nada desse certo pra mim? Por causa das inúmeras crenças limitantes que eu tinha sobre mim mesma, desisti do sonho dourado de viver de arte antes mesmo de ter ousado arriscar. Poucos anos após o sonho do teatro, senti renascer dentro de mim um sonho antigo de infância: ser escritora. Eu sempre gostei de escrever. E, pela facilidade que eu tinha com as palavras, sempre fui elogiada pelos professores e pelas pessoas ao meu redor. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Porém, porque sempre tem um porém quando falamos de crenças limitantes, apesar de todos os elogios que eu recebia, eu ainda não acreditava em mim e no meu potencial. Eu queria ser escritora, mas pouquíssimos escritores eram reconhecidos e bem-sucedidos no Brasil. A crença que ecoava em todos os cantos era a de que escritor, como o artista desconhecido, morria de fome. Ou se matava de trabalhar em outros empregos para conseguir pagar as contas. Desanimada com o que os sabe-tudo diziam, e muito pouco confiante no meu talento, ocultei do mundo, durante cinco longos anos, um romance que eu tinha escrito ainda na época do teatro. Eu tinha tanta descrença em mim mesma e na qualidade da minha história que morria de vergonha que alguém soubesse que eu havia escrito um livro. Era como se eu não fosse digna, competente e talentosa o suficiente para escrever um romance ou o que quer que fosse. A sensação que eu tinha era a de que ninguém se interessaria ou gostaria dos meus textos. Também como escritora, eu seria um fracasso. Um fracasso completo. Porque a minha crença de que eu não era capaz me limitava a esse ponto. Era uma crença paralisante. Mesmo. 47 Após um longo e profundo processo de descoberta e autoconhecimento, viabilizado por meio de livros, cursos, coaching e, principalmente, das lições que aprendi na melhor escola de todas, a vida, percebi o quanto o meu pensamento estava enraizado e limitado aos valores e às crenças do senso comum. Afinal, escrever significava somente publicar livros por meio de grandes editoras? Era só isso? Afinal, a criança que sonha em ser o homem-aranha não pode transformar esse sonho em realidade? Lembro-me bem de uma frase da Paula Abreu, quando questionada sobre o sonho do filho em ser o homem-aranha: “O homem-aranha que conheço tem um cachê milionário…”. O que quero te dizer com tudo isso é o seguinte: não pense pequeno quando o assunto em pauta é a sua missão no mundo. Mesmo que ela comece a ser cumprida dentro de você, no seu universo mais íntimo, faça-a grande, faça-a importante, faça-a tão incrível a ponto de julgarem-na impossível. Impossível. Se antes essa palavra me assustava, agora ela me move. Ao ouvir que é impossível, gero mais energia e me predisponho a me desafiar ao máximo e além. Porque grandes sonhos não Escolha Ser Você Ana Paula Ramos sustentam pensamentos pequenos e limitantes. Nem crenças advindas de sei lá onde, sei lá por quê. Grandes sonhos demandam coragem, fé, ousadia e, sobretudo, liberdade. A liberdade tão sonhada pelo homem que queria voar e pisar na lua. Apesar de todos os pesares, de todos os contrários, de todos os impossíveis... Ele foi lá. E fez. 49 #2.1 Pergunte-se! PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A IDENTIFICAR E A SUPERAR O QUE TE LIMITA. 1- Quais são as minhas percepções sobre mim mesmo? E sobre a vida? 2- Eu tenho cultivado pensamentos negativos e pessimistas sobre os outros e sobre mim mesmo? Quais? 3- O que posso fazer para cultivar pensamentos mais positivos, otimistas e produtivos? 4- O que está me impedindo de ser eu mesmo de forma plena e verdadeira? 5- O que posso fazer para me aproximar de quem eu verdadeiramente sou? 6- O que está me impedindo de realizar os meus sonhos? 7- O que posso fazer para transformar sonhos em realidade? 8- Do que eu duvido ser capaz de conseguir na minha vida? 9- O que posso fazer para afastar a dúvida e aumentar a minha fé e a minha confiança em mim mesmo? 10- Em que áreas da minha vida eu estou me sentido preso? 11- O que tem me levado a esse sentimento de prisão? 12- O que eu posso fazer para me libertar desse sentimento? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 51 As opiniões dos outros “Não é o crítico que conta; nem o homem que aponta onde o forte hesita nem onde o benfeitor poderia ter feito melhor. O crédito deve ser dado ao homem que está no campo, cujo rosto está sujo de terra, suor e sangue; que resiste bravamente; que erra, que encontra problemas, pois não existe esforço sem erro e sem problemas; mas quem se esforça para realizar os feitos; que conhece os grandes entusiasmos; as grandes devoções; que se dedica a uma causa digna; que conhece muito bem, no fim, o triunfo da grande conquista e que, na pior das hipóteses, fracassa, mas pelo menos fracassa encarando o desafio, de modo que seu lugar nunca seja com aquelas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a derrota” “Cidadania em uma República”, de Theodore Roosevelt, extraído do livro O Poder da Energia, do Brendon Burchard G osto muito de um texto que escrevi há mais de um ano e que, além de ter sido publicado no meu site, o Cookies and Words, também faz parte do meu primeiro e-book sobre mudança de vida e transformação pessoal, um livro muito querido chamado “Transformação: dez razões para abraçar a vulnerabilidade”, e que eu faço questão de dar de presente para todos os assinantes da minha newsletter. Além do conteúdo, o que mais gosto quando penso nesse texto é de me lembrar do momento em que eu estava quando coloquei aquelas palavras no papel. Definitivamente, eu já havia começado a sair do casulo, numa tentativa real e consistente de deixar de ser lagarta para virar borboleta. Gosto muito de usar essa metáfora da metamorfose toda vez que o assunto em pauta é o rico processo de transformação e descoberta pelo qual todos nós passamos, de uma forma ou de outra, ao longo da vida. Quando decidi abraçar a vulnerabilidade, quando resolvi me abrir para o mundo de forma verdadeira, honesta e humana, expondo minhas forças, minhas fraquezas, meus acertos, erros e tentativas, sem me importar com o que os outros fossem falar ou pensar a meu respeito, um mundo novo e cheio de possibilidades incríveis se abriu para mim. E então eu comecei a despertar para uma verdade que o tempo todo esteve bem na minha frente, mas que eu não conseguia enxergar: a opinião dos outros é e sempre será apenas isso. Uma opinião. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Eu sei o quanto é difícil não se importar. Somos humanos, o que quer dizer que temos ainda inúmeras fraquezas e necessidades relacionadas ao nosso ego, sobretudo, a da aceitação. Queremos ser amados, valorizados, reconhecidos em nossas ações e esforços, bem-sucedidos, bonitos, copiados. Por isso é tão importante o que o outro tem a dizer sobre nós. Não estamos sozinhos. Não somos uma ilha. Precisamos da convivência, da troca e, em alguma medida, das opiniões que as outras pessoas têm a nosso respeito. Acontece, porém, que tudo depende do grau relativo de importância que damos a qualquer coisa na nossa vida. E o grau de importância que eu costumava dar às opiniões das outras pessoas estava ultrapassando o pontinho de equilíbrio que eu tanto buscava encontrar ao longo do caminho, me prejudicando e me impedindo de ser eu mesma de uma forma mais autêntica, verdadeira e alinhada com os meus valores mais preciosos. Eu tinha muito medo de não corresponder às expectativas depositadas em mim e, mais ainda, de ser criticada e julgada pelas escolhas que eu fazia na vida. Quando escrevi o meu primeiro romance, “O Caderno de Ágape”, salvei o arquivo e, durante cinco anos, deixei-o escondidinho numa pasta amarela do meu computador. Eu morria de vergonha do que os outros falariam da história que criei, do meu jeito de escrever, das minhas ideias, do meu sonho de ser uma grande escritora. 53 A opinião dos outros era tão importante pra mim que, durante esses cinco anos, eu simplesmente não agi. Eu queria ser escritora, eu queria ser lida, mas, além da falta de confiança em mim mesma e no meu potencial, tinha sempre o receio de não agradar e não ser aceita. De falarem que a qualidade da minha escrita era ruim, que os meus textos eram péssimos e que as histórias que eu criava não tinham emoção alguma. Eu estava paralisada em função do que as pessoas poderiam falar sobre mim. E aquilo chegava a doer na alma. A criação do blog Cookies and Words foi o primeiro passo em direção a uma vida fora do casulo. Criado sem pretensão alguma, só para compartilhar textos com a minha família e amigos mais próximos, o blog foi crescendo aos pouquinhos e, quando dei por mim, já tinha mais de dois mil seguidores. Eram pessoas que gostavam daquilo que eu escrevia; pessoas que, de alguma forma, sentiam-se tocadas pelas minhas palavras. O retorno que eu começava a receber dos meus leitores, em forma de mensagens, e-mails e textos que enchiam os meus olhos de lágrimas de felicidade e contentamento, me deu mais confiança em mim mesma e me ajudou a perceber o quanto eu estava sendo medrosa, boba e injusta com o meu próprio EU escondendo aquele romance das outras pessoas. É claro que nem todo mundo iria gostar da minha história. Alguns iriam criticar, tudo bem. Mas a grande pergunta que rondava a Escolha Ser Você Ana Paula Ramos minha mente naquele momento era outra: “É por causa de gente que vai me criticar e me julgar que eu vou deixar de fazer o que acredito e de lutar pelos meus sonhos?”. Era tudo uma questão de escolha. Onde, afinal, eu devia colocar o meu foco? Naquele que me diminuía, que me empacava, que me menosprezava, que debochava das minhas conquistas e dos meus sonhos? Ou naquele que, por outro lado, me incentivava a ser o melhor que eu podia ser, me enxergava melhor do que eu realmente era e, mesmo que me fizesse colocar os pés no chão de vez em quando, me encorajava a enfrentar os desafios da vida e a lutar por aquilo em que eu acreditava? Quem eram essas pessoas? O que sabiam sobre mim e sobre os meus passos? Por acaso elas haviam passado pelos caminhos que passei? Sentido as minhas angústias, os meus medos e as minhas alegrias? Gosto muito de como o Brendon Burchard, criador da High Performance Academy, maior treinamento de alta performance do mundo, apresenta, num vídeo chamado “Como superar o medo da rejeição” (tradução livre), a questão das críticas alheias. Segundo ele, existem quatro razões básicas pelas quais as pessoas criticam, o que acaba resultando em quatro tipos bemdefinidos de críticos, além do crítico profissional, aquela pessoa que é paga justamente para criticar. 55 O primeiro tipo de crítico seria aquele que critica apenas para se autoafirmar e se autovangloriar dos próprios feitos. Ele sempre dirá que o que você fez está aquém do que ele mesmo poderia fazer, não importa o quanto você tenha se esforçado e o quanto o que você tenha feito seja valioso, incrível e sensacional. Nesse caso, o que fazer? Você vai mesmo se importar com a opinião de alguém que nunca estará satisfeito e que sempre achará que, se fizesse sozinho, teria feito melhor? Aqui cabe uma anotação: afaste-se desse tipo de gente ou, se não for possível um afastamento completo, tente evitar ao máximo a influência dessas pessoas na sua vida. Deixe que quem diminui os seus feitos e menospreza o seu esforço vá cantar de galo em outra freguesia. E, quanto a você, vá ser feliz fazendo as coisas à sua maneira! Não há nada mais triste do que alguém que precisa viver uma vida inteirinha tentando provar aos outros a sua “superioridade”, colocando conquistas num pedestal e ressoando sucesso e vitórias num alto-falante. Para apresentar o segundo motivo que leva as pessoas a criticarem umas às outras, Brendon toca numa questão bastante interessante, ao trazer à tona aquele que critica por um simples motivo: ele não tem a sua coragem. O diferente, o autêntico e o verdadeiro incomodam. E o preço que se paga por fazer as suas próprias escolhas, mesmo que elas contrariem o senso comum, é o de ter que lidar com as críticas de pessoas que, lá no fundo, encontram no criticar uma fonte de autoproteção, algo que Escolha Ser Você Ana Paula Ramos justifique as escolhas vazias e sem propósito que elas próprias têm feito ao longo da vida. E então, mais uma vez, somos induzidos a uma reflexão maior: é com a opinião dessas pessoas que vamos nos importar? O terceiro tipo de crítico seria aquele que te critica sem saber absolutamente nada sobre você. Ele não sabe o que você faz, como você chegou aonde chegou, quais foram os desafios que você enfrentou pelo caminho, o tempo e a energia que você investiu nos seus projetos, os seus sonhos, os seus valores. Nada. Ele só gosta de criticar mesmo, porque já está habituado a agir assim. Críticas vazias, opiniões não fundamentadas e justificativas falhas não podem e não devem ser um empecilho para que você faça escolhas e viva da maneira que merece e acredita. Sempre existirão os críticos por vocação, aquelas pessoas que encontrarão no criticar uma forma de preencher o vazio de suas próprias vidas. Não se importe com a opinião dessas pessoas. Elas não significam e nunca significaram nada. Siga em frente. E, como o próprio Brendon diz: “Não peça desculpas por ser você mesmo”. Por fim, Brendon apresenta os “críticos do bem”. Aquelas pessoas que realmente se importam com você e torcem 57 sinceramente pela sua felicidade. Elas não têm a intenção de prejudicar, mas, talvez por julgarem saber o que é melhor para você e para a sua vida, sentem-se no direito de emitir opiniões e, se for o caso, criticar. A essas pessoas, você deve paciência e respeito, porque a intenção delas é a melhor possível. No entanto, saiba que o seu caminho será sempre o seu caminho. E que você, mais do que ninguém, sabe o que é melhor para a sua vida. Receba essas opiniões, agradeça-as, reflita sobre elas, mas, sempre, em todos os momentos, escolha por VOCÊ. A decisão final é sempre nossa e seria injusto demais chegar ao fim de uma jornada culpando os outros pelos nossos fracassos. Lembre-se disso e não esqueça jamais: a escolha é sua. Toda sua. Não deixe que tirem esse poder das suas mãos. ... Quando me dei conta de que havia muita gente que gostava de mim, que curtia e compartilhava os meus textos e que, de alguma forma, sentia-se grata pelas minhas palavras, eu entendi que não seria justo desistir. Nem comigo. Nem com elas. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Era por essas pessoas que eu tinha que escrever, era por quem procurava nos meus textos um consolo, um alento, uma palavra amiga ou uma esperança que eu tinha que continuar lutando. E era por mim mesma também, porque escrever me realizava e dava um novo sentido à minha vida. Eu já era uma grande escritora. Eu só não tinha me dado conta disso. ... O texto que escrevi... Ser rio Sobre a importância de realmente não se importar com o que os outros falam. E perdoar. “Buda disse: Alguém pode jogar uma tocha em chamas dentro do rio. Ela permanecerá acesa até atingir o rio. No momento em que ela cai no rio, todo o fogo se vai – o rio a esfria. Eu me tornei um rio. Você lança agressões contra mim. Elas são o fogo quando você as lança, mas no momento em que elas me alcançam, na minha calma, seu fogo se perde. Elas não machucam mais. Você lança espinhos – caindo em meu silêncio eles se tornam flores. Eu ajo a partir de minha própria natureza interior.” Trecho extraído do livro Escolha Sua Vida, da Paula Abreu 59 No momento em que escrevo este texto, alguém está sendo julgado e criticado em algum lugar do mundo. Eu mesma posso estar sendo julgada e criticada, às vezes por quem eu nem imagino que me conheça ou que saiba o meu nome. Você pode estar sendo julgado e criticado também, não duvide disso. Seus gostos, seus pensamentos, sua maneira de ser e de enxergar a vida, o que você come, o que você lê, quem você escuta, o não que você disse outro dia para a proposta dos sonhos, a oportunidade perfeita que você deixou escapar, o projeto maluco que você decidiu retomar, a maneira como você se expôs, o jeito como você falou, as ideias que você defendeu; todas as suas escolhas ali, prontas para a análise dos outros, como se os outros fossem os juízes ou os réus dessa coisa maluca que é a vida da gente. Basta existir para ser julgado. E basta dar confiança demais para a opinião alheia para perder uma das coisas mais preciosas que existem no mundo: a liberdade de ser. Perder-se de si mesmo é se enveredar por um caminho doloroso demais, mesmo que ficar perdido faça parte do processo. Quando eu sigo por um caminho que não é meu caminho, mas sim um caminho que alguém disse que eu tinha que seguir, porque era melhor ou mais valoroso, eu me perco de mim e passo a viver uma vida que não é minha, a percorrer estradas que eu não reconheço como sendo parte da minha trajetória, a Escolha Ser Você Ana Paula Ramos desperdiçar o meu tempo e a minha energia com coisas que, para mim, na minha essência, não significam nada além do que coisas de alguém. Por muito tempo sofri com as críticas dos outros, amigos, inclusive, que simplesmente não entendiam as minhas escolhas de vida. Tudo bem que eu já fiz coisas das quais não me orgulho, coisas que, hoje, após alguma maturidade, eu não faria mais. No entanto, o sentimento que bate quando eu me lembro dessas coisas todas nunca é o do arrependimento. E sabe por quê? Porque tudo o que a gente faz na vida tem uma consequência que pode ser boa ou ruim. Se for boa, ponto pra gente. Se for ruim, que bom que passou. Agora a gente aprendeu que não vale a pena fazer essa coisa de novo. Agora a gente amadureceu. E amadurecer é o propósito da vida. Se doeu, se feriu, se tivemos que catar os caquinhos do chão, se foi pesado demais e difícil de aguentar, passou. Valeu. Serviu como aprendizado. Outro dia uma leitora me escreveu dizendo que o mais difícil para ela nesse processo todo era se perdoar. Deixar passar, entende? Porque destralhar a mente e o coração de tudo aquilo que nos impede de seguir em frente não é mesmo uma tarefa simples. Fiquei pensando naquilo, e então cheguei à conclusão de que o nosso perdão é realmente a melhor coisa que podemos fazer por 61 nós mesmos. É como aquela libertação tão almejada por cada um de nós. Eu me perdoo pelas vezes em que desperdicei o meu tempo com bobagens e reclamações vazias, pelas vezes em que procrastinei e adiei tomar decisões importantes por puro medo, por todas as oportunidades que eu deixei passar porque estava seguindo um caminho que não era o meu caminho, pelas palavras que eu disse e que acabaram ferindo alguém, pelos sonhos que eu deixei adormecerem dentro de mim, por não ter escutado a minha intuição, por ter acreditado, por muito tempo, que eu nem intuição tinha, por ter me deixado levar pelas ideias e opiniões dos outros, mesmo quando eu pensava exatamente o contrário, por ter gastado o dinheiro do meu pai com milhões de coisas que, lá no fundo, eu sabia que não me levariam a lugar algum, pelas promessas que eu fiz para alguém importante pra mim e não cumpri, pelas promessas que eu fiz para mim mesma, e que também não passaram de promessas, pelas vezes em que julguei a atitude de alguém e acabei fazendo exatamente a mesma coisa, pelas palavras que eu não disse, pelo abraço apertado que eu não dei, pelas desculpas que eu não aceitei, pelas vezes em que eu podia ajudar alguém, mas que, por preguiça, ou por me achar ocupada demais, eu não ajudei. Eu me perdoo por isso, porque eu sei que o que está feito está feito, não volta mais. Eu me perdoo por isso, porque eu sei que ainda tenho um caminho todo pela frente; talvez seja curto, talvez seja longo, não importa, é o meu caminho. Segui-lo com culpa, Escolha Ser Você Ana Paula Ramos carregar uma culpa, só vai dificultar as coisas. A culpa não vai fazer de mim uma pessoa melhor nem pior do que ninguém. O perdão, sim. Porque perdoar é uma daquelas coisas que nos mostram que a gente amadureceu de verdade. Se eu te fiz algum mal, se eu me fiz algum mal, eu te perdoo, eu me perdoo. Porque agora eu quero respirar de uma maneira profunda e tranquila. Sem pesos desnecessários. Sem arrependimentos. Sem me importar com o que os outros vão falar a meu respeito. Eu me perdoo. Eu te perdoo. Porque agora eu quero ser rio. Nada de mal me alcança. Todas as suas críticas, todos os seus comentários maldosos, toda a sua energia negativa ou sugadora. Eu simplesmente deixo passar. As culpas que porventura insistam em encontrar espaço na minha mente e no meu coração. Os arrependimentos e grandes pesares que só nos perturbam e atrapalham a caminhada. As tristezas e as dores sentidas por aquilo que não tem mais jeito. 63 Nada me pega. Nada me toca. Porque eu só quero tirar das coisas e das pessoas o que elas têm de bom. Agora eu quero ser rio. De manso. Calado. Fluindo. Eu sei quem eu sou. E, por saber quem eu sou de verdade, eu ajo tranquila. A sua opinião sobre mim pouco ou nada importa. Estou em paz com a minha consciência. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos #3.1 Hora de agir! Os cinco passos que vão te ajudar a ser mais confiante e, de quebra, a se importar menos com o que os outros pensam ou falam a seu respeito. Lição preciosa que aprendi com o Brendon Burchard e que quero e preciso compartilhar com você! 1- Decida: lembre-se de que o poder da intenção é forte demais. Quando você decide agir em direção àquilo em que acredita, você transmite uma mensagem poderosa para o Universo. E ele entende! Ah! Só mais uma coisinha: você não precisa de razão para querer ter mais confiança na vida e muito menos da aprovação de ninguém. Não espere por uma autorização qualquer para ser feliz e lutar pelos seus sonhos. Não espere pelo “sim” de ninguém! Simplesmente decida ser uma pessoa confiante. E seja. 65 2- Aja com integridade: agora que você decidiu ser uma pessoa mais confiante, lembre-se de agir com integridade em todos os momentos. E o que isso significa, exatamente? Que a confiança virá a partir do momento em que você demonstrar quem realmente é, com congruência entre o que você pensa, diz e faz e com consistência nessas ações. 3- Adquira cada vez mais competência: quanto mais competente você se torna no que quer que seja, mais confiante você se sente. Pense em quando você aprendeu a nadar (você sabe nadar, né? Se não sabe, te aconselho a aprender. Vale muito a pena!). Pois então, as suas primeiras braçadas devem ter sido tímidas ou desgovernadas, respirar e se movimentar ao mesmo tempo era difícil, talvez você até tivesse medo da água. Quando começou a entender como a coisa toda funcionava, porém, você passou a sentir mais confiança no que estava fazendo. Procure adquirir mais e mais competência onde quer que esteja faltando confiança. 4- Tome o impulso: e se jogue! Não fique esperando o momento perfeito, as condições ideais, a hora exata de agir para se sentir mais confiante. A perfeição não existe. Comece agora. Dê o primeiro passo agora. E se pergunte: o que eu posso fazer agora para ser a pessoa que eu Escolha Ser Você Ana Paula Ramos quero ser? O que eu posso fazer agora para conseguir o que eu tanto desejo? 5- Compartilhe com quem vibra o bem: o suporte de um grupo com o qual você se identifica é sempre importante quando o assunto é gerar mais confiança. Procure conviver com pessoas positivas, otimistas e, adivinha!, confiantes. As energias fluem e temos uma capacidade incrível de absorvê-las, sejam elas boas ou ruins. Contamine-se com o que é bom. Se não conhece pessoas com essa energia do bem e grande poder de nos tornar mais confiantes, vá procurá-las. Elas existem aos montes por aí. Encontre-as! 67 O medo “Eu ajo apesar do medo. Eu ajo apesar da dúvida. Eu ajo apesar da preocupação. Eu ajo apesar da inconveniência. Eu ajo apesar do desconforto. Eu ajo quando não estou com vontade de agir” T. Harv Eker Escolha Ser Você Ana Paula Ramos E se não der certo? E se não me aceitarem como eu sou? E se eu fracassar? E se todas as minhas tentativas forem em vão? E se não valer a pena? E se eu me arrepender? E se não for exatamente da forma que eu imaginei? E se eles tiverem razão? E se eu descobrir que, na verdade, eu sou uma fraude? E se eu perder o que já tenho por querer o que ainda é dúvida e incerteza pra mim? E se eu sofrer? E se eu me machucar? E se eu decepcionar a mim mesma e àqueles a quem eu amo? E se eu frustrar as expectativas que colocaram em mim? E se eu frustrar as expectativas que eu mesma criei? E se eu quebrar a cara mais uma vez? E se der certo? E se eu não conseguir lidar com o sucesso? E se tudo isso for muito pra mim? E se? Então ele estava ali, com seu incrível poder de antecipar uma dor ou um sofrimento futuro. Uma dor e um sofrimento por algo que, a bem da verdade, eu nem sabia se aconteceria. Por muitas vezes eu tive que lutar contra ele simplesmente para conseguir sair do lugar. É que às vezes ele me paralisava de tal maneira que chegava a doer fisicamente. Dava câimbra. Apertava o peito. Era como se eu estivesse presa numa zona de desconforto imenso, que dava angústia, calafrios, vontade de chorar. Zona de desconforto. Porque, na boa, não tinha nada de confortável naquele lugar. 69 Medo. A palavra capciosa que eu sempre encontrava no meio do caminho. Medo da rejeição. Medo do fracasso. Medo de não ser aceita, de não ser amada, de não conseguir alcançar os meus objetivos e realizar os meus sonhos. Medo de não corresponder às expectativas dos outros e às minhas próprias. Medo de ser julgada e criticada. Medo de não aguentar passar pelo processo. Medo de não suportar a mudança. Medo de conseguir e, de repente, descobrir que aquilo tudo era muito pra mim. Medo de ter que lidar com o novo, de ter que assumir a responsabilidade pelas minhas escolhas, de escolher errado, de me arrepender. Um medo paralisante que me induzia ao não agir. Porque não agir era mais confortável, embora me causasse um desconforto imenso permanecer naquela situação, consegue entender? Medo. E SE. E agora? Brendon Burchard (olha ele aqui outra vez!) analisa o medo sob uma perspectiva bastante interessante. Nos meus estudos e treinamentos de coaching, sobretudo quando participei do Programa Escolha Sua Vida, da Paula Abreu, com metodologia da High Performance Academy, essas percepções sobre o medo ficaram muito claras pra mim. Como uma antecipação de uma dor futura, que a gente nem sabe se virá realmente, o medo é percebido em três esferas principais Escolha Ser Você Ana Paula Ramos que nos causam sofrimento: a dor da perda, a dor do processo e a dor do resultado. A dor da perda explica-se por si só, já que toda e qualquer escolha que fazemos na vida envolve ganhos e perdas, por mais boba que ela seja. Quando eu escolho a letra A dentre todas as outras vogais, estou deixando de escolher as letras E, I, O e U. Toda e qualquer escolha envolve uma renúncia. Daí o medo de trocar o “certo pelo duvidoso”, de ter que abrir mão de uma coisa por outra, de perder o que já tem. Muitos coachees e leitores, desejosos de deixarem o emprego atual no mundo corporativo para empreender, me relataram esse medo. E se eu não conseguir pagar as minhas contas? E se não der certo? E se eu tiver que voltar para o meu trabalho antigo e ainda passar vergonha na frente dos outros? Eis as perguntas que mais apareceram nas minhas pesquisas. Perder a aparente estabilidade de um trabalho com carteira assinada e salário caindo na conta no fim do mês era aterrorizante para eles. Criativas, com espírito empreendedor e vontade de viver uma vida com mais propósito, essas pessoas queriam abrir o próprio negócio, ter mais autonomia, mais liberdade e mais satisfação pessoal, mas simplesmente não conseguiam agir, porque a dor da perda não deixava. O foco estava nas perdas, não nos ganhos, entende? E se a gente não consegue pensar no que tem a ganhar com as nossas 71 escolhas, e se a gente não consegue visualizá-las de uma forma mais otimista, positiva e alegre, mentalizando abundância, desafio, crescimento pessoal e propósito, as coisas simplesmente não fluem. Assim, ao lado da dor da perda, existe também a dor do processo; aquela dor que a gente sente quando pensa não ser capaz de passar por todas as curvas e labirintos e barrancos e estradas até chegar aonde deseja. É como se a gente quisesse chegar ao topo do monte, mas não estivesse disposto a enfrentar os percalços da escalada. E então, já escutei de uma leitora: “Se eu deixar o meu emprego no mundo corporativo, eu não sei se serei capaz de lidar com as críticas e os julgamentos dos outros. Alguns vão me chamar de louca”. E mais uma vez a questão do foco. Se eu coloco a minha atenção no que me assusta, no lado ruim do processo, eu realmente começo a pensar que não vou conseguir passar por ele. Fazer uma mudança é difícil, eu sei, mas se passarmos a encarála como um desafio, como uma chance de crescimento pessoal, como uma oportunidade incrível de autoconhecimento e descoberta, as coisas passam a ter mais sentido. Sem desafios, a vida não tem graça. Sem desafios, como poderíamos evoluir, afinal? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Por fim, Brendon cita a dor derradeira, a dor do resultado. E se, após passar por tudo isso, abrir mão de tantas coisas, ter que lidar com críticas e julgamentos, me virar do avesso... E se, depois de tudo, o resultado não for o esperado? E se não valer a pena? E se eu descobrir que não era aquilo que eu queria? Pois vou te contar o que descobri sobre o medo. Segura a minha mão. E vem comigo. ... A minha primeira e grande descoberta sobre o medo mudou a minha vida de forma definitiva e me fez enxergar um mundo novo de possibilidades, no qual as pessoas sentiam medo, sim, da ponta dos pés até o último fio de cabelo, mas, ao contrário do que eu vinha fazendo, não se deixavam dominar por ele. Dias antes da minha estreia no palco, ainda na Escola de Teatro, entrei em pânico. Pânico mesmo. Eu já havia ensaiado durante todo o semestre. Sabia as minhas falas de trás pra frente. Porém, alguma coisa dentro de mim me dizia que eu não seria capaz. Eu estava com medo. E, por causa dele, não estava conseguindo raciocinar. Aquela seria a primeira vez em que meu pai me assistiria no teatro. A primeira vez em que eu havia convidado amigos, família e até colegas da faculdade para me ver atuar. Eu já havia 73 participado de esquetes e ensaios abertos. Minha irmã e minha mãe já tinham me visto interpretar alguns personagens por aí. Mas, naquele momento, a situação era diferente. O peso era outro. A responsabilidade era muito maior. Eu seria a protagonista da peça. Interpretaria um homem. Teria falas enormes e ininterruptas. Eu estava com medo. Muito medo. E cheguei a pensar em desistir. Foi conversando com o meu diretor que as coisas passaram a fazer mais sentido. Veterano nos palcos, ele olhou bem dentro dos meus olhos e me disse o seguinte: “Estranho seria se você não estivesse com medo. O medo é um ótimo sinal, porque indica que o que você está prestes a fazer tem real importância na sua vida”. Devolvi o olhar. Ensaiei um sorriso. E me senti incrivelmente mais segura. Aquela tinha sido a primeira grande lição que eu havia aprendido sobre o medo: se o que eu quero é tão importante pra mim, se o que eu desejo fazer causará tanto impacto na minha vida, então é porque a coisa toda me toca de verdade. Então é porque vale a pena. Lembro-me de que, dias depois, subi ao palco e dei tudo de mim. Eu ainda estava com medo, não vou mentir. Mas eu tinha conseguido agir apesar de. Ao longo da peça, a energia gerada era tanta que eu nem tive mais tempo de pensar em qualquer outra coisa que não fosse a emoção daquele momento. A Escolha Ser Você Ana Paula Ramos vibração da plateia. A sensação completa de preenchimento, doação e parceria. Os aplausos. A certeza de que aquele momento ficaria guardado para sempre na minha memória. Eu já havia me esquecido do medo, porque ali existiam coisas muito mais importantes, valiosas e incríveis do que ele. E foi então que eu havia aprendido, quase sem perceber, mais uma lição: é onde a gente coloca a nossa atenção que a realidade existe. E o que isso quer dizer, exatamente? Se eu passo a não prestar atenção no medo e a focar em outras coisas muito mais importantes pra mim, o medo deixa de aparecer no meu campo de visão, como se não existisse mais. É claro que ele não deixou de existir, mas é como se não existisse, entende? Se eu não olho mais pra ele, se eu já não o enxergo mais, então que razões eu teria para ficar procurando-o por aí? Aprendi que somos tão poderosos, mas tão poderosos, que podemos programar a nossa mente de forma mais positiva, otimista e produtiva em todos os momentos. Nessa nova programação mental, podemos agir antes mesmo de o medo chegar ao campo do pensamento, sabia? 75 Deixa eu te explicar como a coisa toda funciona (esquema mental excelente que aprendi com T. Harv Eker, no livro “Os segredos da mente milionária”). Ao explicar esse esquema, Eker falava sobre o processo de manifestação do dinheiro, mas você pode e deve usá-lo para manifestar o que quer que seja na sua vida! Programação mental Pensamentos Sentimentos Ações Reações/ resultados Nessa ordem. Então vamos pensar juntos? Se a nossa programação mental conduz aos nossos pensamentos, e se os nossos pensamentos levam aos nossos sentimentos e às nossas ações, então você concorda comigo que é preciso destralhar tudo aquilo que nos faz mal e reprogramar a mente a nosso favor, para alcançarmos os resultados que queremos? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Pensamentos poderosos e ações consistentes não são conversa pra boi dormir. São, claramente, provas concretas de quem já conseguiu fazer a coisa toda acontecer de verdade. Ou você realmente acha que as pessoas corajosas e vitoriosas cultivam pensamentos pessimistas e se deixam dominar pelo medo? E então veio a última e certeira descoberta, que trago comigo até hoje e que vou levar para o resto da vida: coragem nunca significou ausência de medo. As pessoas realmente corajosas também sentem medo, não se engane. A diferença é que elas agem apesar de. Arriscam apesar de. Vivem, investem, apostam e fazem um montão de coisas apesar de. E é por isso que o Universo parece fluir a favor dessas pessoas. Porque elas não admitem o pensamento de “E se não der certo?”. Elas trabalham com outra programação mental: “Vai dar certo, porque eu farei com que dê certo”. O medo existe, tudo bem. Mas ele nunca esteve no centro das atenções dessas pessoas. Então, anota no seu caderninho mais essa lição, para não esquecer jamais: se o fracasso vier em algum momento, ok. Às vezes é justamente o fracasso o grande responsável pela nossa transformação pessoal. Levanta. Se equilibra novamente. E vai. 77 # Um dos maiores medos que eu já senti na vida. Eu tinha acabado de vencer um concurso promovido pela Paula Abreu, que, como já disse, é a minha mentora e criadora do Escolha Sua Vida. O prêmio? Ingressos para a High Performance Academy, com o maior coach de alta performance do mundo, Brendon Burchard (esse cara genial que eu não paro de citar neste livro!), na Califórnia, com passagens pagas e tudo. Quem me conhece (e até quem ficou me conhecendo através do concurso) sabe da minha luta para levar o primeiro lugar. Após ter me desafiado a gravar um vídeo no qual eu expunha a minha vida, eu ainda pedia, como louca, para que todos os meus amigos, e os amigos dos amigos, e os amigos dos amigos dos amigos dos amigos dos amigos curtissem e compartilhassem o meu vídeo para o mundo. Porque eu precisava de votos, muitos votos. O vídeo mais votado ganharia o concurso. Vota em mim? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos O pensamento de que eu não conseguiria, se passou pela minha cabeça, foi expulso de imediato. Nunca, em toda a minha vida, eu tinha me colocado tão vulnerável para os outros. E nunca, em toda a minha vida, eu tinha lutado com tanta gana, com tanta raça e com tanta vontade de vencer. Ganhar aquele concurso era o meu sonho. E eu estava disposta a dar o melhor de mim para que ele se tornasse real. Mobilizei um batalhão, testei meu poder de influência, de empatia e de chatice (ok, reconheço) de todas as maneiras possíveis, impossíveis, imagináveis e inimagináveis. Escrevi textos e mais textos em que eu compartilhava com o público a minha vontade de vencer, fiz dezenas de postagens nas redes sociais, enviei newsletters, pedi votos até para o atendente de portaria do prédio em que eu trabalhava, para a recepcionista da academia, para o padeiro, para o leiteiro e para o cachorro da vizinha. Durante aquelas longas semanas, não havia uma pessoa nesse mundo que me visse e não dissesse: “Já votei em você”. Após ganhar o concurso, porém, algumas coisas estranhas começaram a acontecer dentro de mim. Passada a euforia e a emoção da vitória, aliadas às várias lágrimas de felicidade e contentamento e à sensação gostosa de que existem muitas e muitas pessoas no mundo dispostas a te ajudar sem pedir nada em troca, um medo gigantesco se apoderou de mim. 79 Medo mesmo. Dos grandes. Nunca dividi isso com ninguém, mas, após ganhar o concurso, é que algumas fichas caíram. A High Performance Academy, para quem não sabe, é o melhor e mais completo treinamento de alta performance que existe no mundo. Um treinamento feito para gente que quer ser sempre o melhor que pode ser, gente que, eu imaginava – nas minhas loucuras advindas do medo – que era muito melhor do que eu. Na minha cabeça, era o seguinte: eu seria a única não incrível e não tremendamente bem-sucedida daquele ambiente. E o pior de todas as piores coisas: eu seria a única pessoa de toda a High Performance, a ÚNICA, que não era fluente em inglês. Foi então que eu senti o medo crescer dentro de mim de uma forma assustadora e quase paralisante. Eu estava indo para a Califórnia, sozinha, para participar de um evento internacional, com o cara mais fantástico de todos os tempos e pessoas teoricamente muito bem-sucedidas e importantes, e eu não dominava o inglês. EU- NÃO - ERA - FLUENTE - NO - INGLÊS. Além disso, eu ainda precisava renovar o meu passaporte e tirar o visto. E se eu não conseguisse? E se eles me negassem o direito de viajar e eu perdesse o prêmio que tinha conquistado? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Eu estava literalmente em pânico. Sem visto, sem inglês, sem saber exatamente o que me esperava na Califórnia. E se eu perdesse as conexões de voo? E se eu não soubesse chegar ao hotel? Juro por tudo o que é mais sagrado pra mim: esse tipo de pensamento absurdo passou pela minha cabeça, de verdade. O medo exacerbado parece bloquear a racionalidade, já reparou? De tão focados que ficamos nele, simplesmente perdemos a nossa capacidade de pensar, porque não conseguimos enxergar nada além do medo na nossa frente. Precisei de muita disciplina, força de vontade e meditação para conseguir agir apesar de todo o medo que eu sentia. Se eu falava com tanta segurança sobre a necessidade de programar a mente a nosso favor em todos os textos que eu escrevia, se eu defendia tanto a autoconfiança, a serenidade e a fé na sabedoria do Universo, por que eu continuaria a me sabotar daquela maneira? Meus leitores recebiam de mim a minha melhor versão, mas eu mesma não estava sendo para mim o melhor que eu podia ser. Eu estava me maltratando de uma maneira absurda. E estava paralisada por causa do medo. Se continuasse pensando e me comportando daquela forma, eu não chegaria a lugar algum que realmente valesse a pena. 81 E o pior: eu perderia uma oportunidade fantástica de evoluir como ser humano, amadurecer e me tornar a melhor pessoa que eu podia ser, em todos os momentos, sempre. Era hora de parar, respirar profundamente e refletir: “O que eu posso fazer, a partir de agora, para vencer todos os meus desafios?”. “O que eu posso fazer para gerar mais energia e mais confiança em mim mesma e no meu potencial?”. Foi então que eu dei o primeiro passo em direção ao meu objetivo: renovei o passaporte e tirei o visto (eu tinha certeza de que eu conseguiria, porque o meu pensamento agora era outro). Com a documentação em mãos, entrei de corpo e alma na missão de melhorar o meu inglês. Dia e noite, durante todo o tempo que eu tinha, me dediquei a assistir a vídeos sem legenda, ler livros sem tradução e melhorar o meu vocabulário. Sempre que possível, eu começava a conversar em inglês com os meus amigos, com o meu namorado, comigo mesma... É claro que eu não me tornaria fluente na língua em apenas dois meses, mas, com a minha dedicação, eu teria muito mais segurança para viajar e participar do evento. O medo de ser julgada e criticada, de não dar conta, de fazer papel de boba na frente de todo mundo e cair no ridículo ainda existia, mas eu já não estava mais focada nele. Muito pelo Escolha Ser Você Ana Paula Ramos contrário: toda a minha atenção, a partir do momento em que eu decidi mudar a minha programação mental, estava voltada para o aprendizado, o crescimento e a confiança. Foi com essa energia de otimismo e produtividade que eu escolhi me alinhar. E foi com o pensamento de “vai dar certo, porque eu farei com que dê certo”, que eu peguei aquele avião rumo à Santa Clara, na Califórnia, e vivi a maior e mais incrível experiência de toda a minha vida. Impossível descrever em palavras tudo o que vivi naqueles dias. Conheci pessoas que levarei para o resto da vida; seres iluminados que vieram a este mundo para somar. De tudo o que aprendi, compartilho com você agora as principais lições que anotei no meu caderninho e que levarei para sempre comigo, para onde quer que eu vá. Os meus “arrás” de uma experiência que, eu tenho certeza, ficará guardada na minha memória até a eternidade. - Seja grato todos os dias da sua vida. Você pode não ter tudo o que deseja agora, mas, certamente, tem tudo o que precisa para viver de forma plena e verdadeira. Se você parar pra pensar, descobrirá o quanto é abençoado e sortudo por ter tudo o que já tem. - Demonstre seu amor pelas pessoas todos os dias. Às vezes tudo o que precisamos é sentir que alguém realmente se importa com a gente, já reparou? Então se importe. Olhe nos olhos, 83 esteja presente, sorria de forma sincera e verdadeira, diga “eu te amo”. Surpreenda os outros e a si mesmo sendo mais gentil, mais empático, mais generoso e mais caridoso com as pessoas e com o seu próprio eu. - Nada é por acaso. Pode ser que você esteja enfrentando um momento difícil e doloroso agora. Pode ser que as coisas não tenham saído exatamente da maneira que você esperava. Pode ser que aquilo que você tanto deseja pareça cada vez mais distante. No entanto, acredite: tudo tem um motivo e uma razão de ser. Mesmo diante das dificuldades e das adversidades da vida, não perca a sua fé em si mesmo. Não perca a sua fé nas pessoas. Não perca a sua fé na vida. Dias melhores virão; tudo passa, tudo acontece por um motivo maior. Se agora está difícil, não tenha dúvidas de que amanhã será um novo dia. Confia. - Energia a gente não tem, a gente gera. Portanto, toda vez que você se sentir pra baixo, cansado, desmotivado e enfraquecido, lembre-se do poder enorme que você tem nas mãos: o poder de escolha. Medite, beba muita água, esteja cercado de pessoas do bem, que propagam amor, otimismo e esperança, leia bons livros, vá fazer uma caminhada na natureza, converse com seu bichinho de estimação, escute aquela música que tanto te emociona, tire um tempo pra você... Faça coisas, enfim, que gerem mais energia pra sua vida e que te mantenham sempre empolgado e disposto para viver de forma intensa, plena e verdadeira. - Escolha ser você. Nem sempre é fácil sustentarmos a nossa verdade e defendermos os nossos valores em todos os momentos, em todas as circunstâncias. Às vezes é bem mais Escolha Ser Você Ana Paula Ramos cômodo se deixar levar, não é mesmo? No entanto, vou te dizer uma coisa com toda a verdade do meu coração: não tem nada mais triste do que alguém que finge ser quem não é só para levar vantagem ou para agradar. Não tem nada mais triste do que alguém que não vive efetivamente o que prega. Que os seus pensamentos, as suas ideias, os seus valores, os seus sonhos e a sua vontade de fazer a diferença no mundo se reflitam nas suas ações. Mensagem e mensageiro têm que andar de mãos dadas, sempre de mãos dadas. Do contrário, você não está sendo de verdade, entende? Do contrário, que tipo de pessoa você é? - Por fim, mas não menos importante: nunca deixe que o medo te paralise. Aja apesar de. Hoje. Agora. Sempre. Nós somos muito mais capazes do que imaginamos. E somos incríveis, sim, simplesmente por sermos nós mesmos e oferecermos ao mundo a nossa melhor versão, o que há de melhor e mais verdadeiro em nós. Muitos e muitos outros insights surgiram na minha mente; coisas que quero muito compartilhar um dia. Mas isso é assunto para um próximo livro. Que tal? 85 #4.1 Pergunte-se! PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A AGIR APESAR DO MEDO. 1- O que significa medo pra mim? E coragem? 2- Em que momento da minha vida eu fui realmente corajoso, a ponto de me orgulhar de mim mesmo? 3- Em que momento da minha vida eu senti muito medo, a ponto de me deixar paralisar por ele? 4- Se eu tivesse mais coragem, o que eu começaria a fazer agora, nesse momento? (pense nas escolhas que você vem adiando fazer, naquelas coisas que você sabe que precisam ser feitas, mas que, por causa do danado do medo, você ainda não fez). 5- Eu não mudei ou busquei o meu sonho porque tenho medo de que exatamente? De perder alguma coisa importante? De não dar conta de passar pelo processo de mudança? De descobrir, após todo o meu esforço, que as coisas não eram exatamente como eu imaginava que fossem? 6- O que eu posso ganhar se eu escolher arriscar e agir apesar do medo? No que a minha vida seria melhor? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos 7- Quando eu penso no maior desafio da minha vida nesse momento, que tipos de pensamentos eu tenho tido? Esses pensamentos estão me ajudando? 8- Se eu decidisse agir a partir de agora, em quais áreas da minha vida eu faria mudanças? Por quê? 9- O meu mantra de coragem (a frase que eu vou repetir todos os dias para mim mesmo, toda vez que eu sentir medo) será... 10- Como posso trazer todas as minhas qualidades para o momento presente e começar a agir apesar do medo? 87 A procrastinação “No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia” Goethe Escolha Ser Você Ana Paula Ramos N ão me surpreendi quando, ao pesquisar com meus leitores e coachees sobre o que os estava impedindo de ser eles mesmos, em quaisquer circunstâncias, a procrastinação tivesse aparecido em muitas respostas. Caso você não conheça essa palavrinha capciosa, vou te contar uma grande verdade sobre ela: procrastinar tem a ver com adiar fazer o que você sabe que precisa ser feito. Simples assim. Também gosto de explicar a procrastinação como sendo a prática constante de apertar a função soneca. Uma. Duas. Três. Quatro. Infinitas vezes. Você sabe que tem que levantar da cama, mas tá tão quentinho e confortável ali... Pois bem. Uma das principais desculpas que eu sempre me dava quando sabia que tinha que agir, mas mesmo assim não agia, era a que o Brendon Burchard (acho que a essa altura você já sabe por que eu falo tanto do Brendon, né?) chama de “mentira do perfeccionismo”. E como ela funciona, exatamente? É simples. Você se diz tão perfeccionista, mas tão perfeccionista, que fica difícil admitir qualquer outro resultado que não seja a perfeição. Então, se aquele site ainda não foi colocado no ar, embora você já esteja com esse projeto há um tempão, é porque ele ainda não está exatamente do jeitinho que você 89 gostaria; se aquele livro tão importante pra você ainda não foi publicado, embora você já tenha feito inúmeras revisões, é porque ainda precisa de alguns ajustes; se aquela decisão ainda não foi tomada, embora você já tenha repetido várias e várias vezes o quanto aquilo tinha que ser resolvido, é porque o momento ideal ainda não chegou, entende? Em nome de uma perfeição que, a bem da verdade, não existe e nunca vai existir, perfeccionismo com você unhas se e agarra dentes, na mentira usando-a do como justificativa para absolutamente tudo o que você faz ou deixa de fazer na vida. Por trás da justificativa da perfeição, contudo, estão escondidos os principais motivos da sua falta de ação; as grandes verdades sobre a mentira do perfeccionismo: medos, insegurança, distrações, preguiça... Reconhecer essas verdades e decidir encará-las com coragem, consciência e consistência te ajudará a gerar energia suficiente para dar aquele primeiro impulso que te fará levantar da cama, mesmo que ela esteja quentinha e confortável demais. Porque, sabe, é assim que as coisas começam a fazer sentido pra gente: precisamos, em primeiro lugar, reconhecer que elas existem e que fazem parte da nossa vida, para, assim, estudar a melhor maneira de lidar com elas. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Se eu tento mascarar a real causa do que vem me impedindo de agir, contando mentiras para mim mesmo e inventando justificativas que não estão me levando a lugar algum que realmente valha a pena, eu nunca chegarei aonde desejo chegar. Se a gente continua agindo (ou não agindo) de uma mesma maneira, como é que pode querer obter resultados diferentes? Depois de usar milhares de vezes a desculpa do perfeccionismo, eu finalmente entendi o que estava por trás da minha procrastinação: um medo terrível de ser julgada, criticada e rejeitada, aliado à insegurança, à distração, à preguiça e até a uma certa descrença em mim mesma e no meu potencial de fazer a coisa acontecer. A verdade era essa. A espera pela situação ideal e pelo momento perfeito era apenas uma desculpa que eu usava para mascarar os meus fantasmas internos. O que me impedia mesmo de agir não era a busca pela perfeição em si, mas, sim, por uma constante aceitação, aprovação e reconhecimento dos outros. E, como eu temia falhar e fracassar, como eu estava insegura e não acreditava de fato no meu potencial, eu simplesmente tinha preguiça de agir, porque eu pensava que, no fundo, todo aquele esforço seria em vão, entende? 91 Por causa disso, era fácil demais cair na armadilha da distração. Eu passava horas e horas assistindo a absolutamente nada na televisão ou vagando pelas redes sociais e sites de entretenimento em busca de alguma coisa para fazer. Às vezes eu até começava o meu dia com um desejo sincero de ser efetivamente produtiva, mas tudo caía por terra quando alguma distração surgia no meu caminho. Era difícil conseguir me desligar delas, porque distrações têm esta função mesmo: distrair. E, num mundo tão cheio de responsabilidades e compromissos, tudo o que o meu corpo e a minha mente pediam de vez em quando era isso, um pouquinho de distração. O que eu só fui descobrir mais tarde, porém, era que todas aquelas distrações funcionavam como paliativos, encobrindo a causa real do meu modo procrastinador de agir: eu tinha me afastado tanto de mim mesma que já não sabia viver a minha vida de forma plena, presente e intensa. Era mais fácil ficar na cama e apertar a soneca, era mais fácil ligar a TV ou passar horas nas redes sociais do que ter que encarar a realidade, assumir a responsabilidade pelas minhas escolhas e tomar as rédeas da minha vida nas mãos. Mais fácil e menos trabalhoso. Foi quando eu me propus a me conhecer de verdade, foi quando eu comecei a me perguntar quem eu realmente era, que as coisas começaram a mudar. Eu já não mais agia por agir, porque agora as minhas ações tinham um propósito e um sentido maiores. Eu queria simplesmente ser eu mesma e lutar pelos Escolha Ser Você Ana Paula Ramos meus sonhos e pelas coisas em que eu acreditava, eu queria ser importante na vida de alguém, amar intensamente, viver profundamente, fazer valer a pena todos os minutos da minha vida. Quando eu descobri que estava arrastando a minha existência com a barriga, quando eu percebi que, todos os dias, eu chegava em casa com a sensação de que não tinha feito absolutamente nada, por mais cansada que eu estivesse e por mais tarefas que eu tivesse realizado, eu senti que aquele era o momento de agir. O momento presente. O agora. Porque nada mais perfeito do que o tempo do agora para fazer diferente. Para recomeçar. Alguma coisa estava MUITO errada na minha vida. Se eu descobrisse que só teria mais alguns minutos antes de morrer, será que eu partiria com a sensação de que fiz o meu melhor e que fui a melhor pessoa que eu poderia ser para os outros e para mim mesma? Se eu parasse para analisar a minha trajetória, eu diria que fiz a diferença? Eu diria que aproveitei o meu tempo? Que amei? Que vivi? Que tive importância na vida de alguém? Assistindo a TV por horas? Vagando pelas redes sociais por horas? Apertando a função soneca repetidas vezes? Levantando da cama com preguiça de viver? 93 Era assim que eu esperava ter feito valer a pena? Era esse o meu objetivo na vida? Tentar matar o tempo, quando o tempo era o bem mais precioso que eu possuía? Eu não tive que sofrer um grave acidente para perceber o quanto eu estava me sabotando e desperdiçando o presente da vida. Nem enfrentar uma doença grave. Nada disso. A bem da verdade, eu não tive qualquer experiência de quase morte para perceber que eu estava levando uma vida vazia e sem sentido. Eu não tive. E o que eu quero que você entenda é que você também não precisa perder ou quase perder uma vida, algo ou alguém muito importante para aprender a valorizar e agradecer tudo o que você já tem. As experiências dos outros também nos ensinam muito; histórias de vida que trazem em si grandes e importantes lições. A dor dos outros pode não ser exatamente a nossa dor; as descobertas dos outros podem não ser exatamente as nossas, mas muito do que acontece na vida, não exatamente com a gente, mas com o nosso semelhante, ou com alguém que às vezes a gente não sabe nem o nome, tem um poder enorme de nos tocar e até de nos transformar. Deixa eu te contar uma história... Há alguns anos, a minha mãe passou a ser voluntária em uma instituição que atende a crianças com câncer, cujas famílias são extremamente carentes. Essa instituição foi criada por um jovem Escolha Ser Você Ana Paula Ramos casal que sabia bem qual era a sua missão no mundo: fazer o possível e o impossível para que aqueles serezinhos não deixassem de acreditar. A primeira filha desse casal tinha falecido ainda criança, vítima de um tipo raro da doença. E embora aquilo tivesse doído muito (eu não consigo pensar em nada pior do que perder um filho), eles resolveram transformar a dor da perda em um propósito maior. Muito maior. Porque quando você passa por uma experiência dessas, não tem como voltar a ser o mesmo, fazer as mesmas coisas, viver a vida da mesma maneira. Ou você sucumbe de vez ou você encontra forças para reconstruir-se e oferecer ao mundo o seu melhor. O melhor que você pode fazer. O melhor que você pode ser. E foi assim que aquele casal escolheu aproveitar a experiência da vida: lutando por ela. E fazendo-a valer a pena em cada segundo. Pois bem. Há três anos mais ou menos, eu estive presente em um dos eventos da instituição. Além de brincar com as crianças e de me surpreender por vê-las tão felizes, presentes e vibrantes, apesar de todos os pesares, eu pude escutar um discurso emocionante do casal, um discurso que mudou a minha vida. 95 De tudo o que eles falaram, jamais vou me esquecer dessas palavras, que anotei no celular e enviei como mensagem para mim mesma: “A vida é valiosa demais para ser vivida sem propósito, verdade e desejo sincero de amar e ajudar os outros. Quando entendemos que somos parte de um todo, que estamos todos juntos nessa, o nosso tempo deixa de ser desperdiçado com aquilo que não interessa. O tempo é o bem mais valioso que possuímos. Utilize-o da melhor maneira que você puder. E seja grato por ele. Muito grato. Faça valer a pena o tempo que você ainda tem”. Lembro que, naquele dia, olhei para a minha mãe e senti uma gratidão imensa por aquele momento, por sentir a emoção daquelas pessoas, por aprender com as experiências delas, por ter sido tocada de uma forma tão profunda que não tinha como sair dali e continuar sendo a mesma. Antes de ir embora, uma das crianças da instituição pegou na minha mão e sorriu. “Você me acha mesmo bonita?”, ela perguntou, enquanto passava os dedinhos pelo topo da cabeça, completamente careca. - Bonita é pouco. Eu te acho linda! - De verdade? - De verdade. Porque era verdade mesmo. Ela era linda. A vida era linda. E tudo o que eu mais desejei, naquele momento, foi que aquela Escolha Ser Você Ana Paula Ramos criança tivesse todo o tempo do mundo para viver uma vida linda e feliz. Muito feliz. Tempo. Comprometa-se a usá-lo da melhor maneira que você puder, sendo sempre a melhor pessoa que você pode ser para os outros e para si mesmo. Tempo. Dê valor a ele. Muito valor. Não procrastine. 97 #5.1 Pergunte-se! PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A SAIR DA ZONA DE CONFORTO E AGIR EM DIREÇÃO À VIDA QUE VOCÊ QUER E MERECE TER. 1- Em que áreas da minha vida eu sinto que estou procrastinando? 2- O que tem me levado à procrastinação? 3- O que eu posso fazer para parar de procrastinar e começar a agir? 4- Quais áreas da minha vida precisam ser efetivamente mudadas para que eu me sinta mais feliz e realizado? 5- O que eu posso fazer para viabilizar essas mudanças? 6- O que eu fiz de realmente importante nos últimos seis meses? 7- O que eu posso fazer, a partir de agora, para que os próximos seis meses sejam mais produtivos? 8- Como eu estou aproveitando o meu tempo hoje? 9- O que eu posso fazer para aproveitar esse tempo com mais qualidade? 10- O que o tempo significa para mim? 11- Quais são as minhas maiores distrações hoje em dia? 12- Como eu posso me livrar delas? Escolha Ser Você Ana Paula Ramos O meu momento decisivo 99 E u me lembro exatamente daquele dia, um desses dias que eu costumo dizer que valem por toda uma vida. Não era a data do meu aniversário, mas era como se eu tivesse renascido ali. Corpo. Alma. Coração. Eu estava num processo de quase depressão, triste e infeliz com as minhas próprias escolhas, com o que eu estava fazendo com a minha vida, com o meu tempo, com as pessoas que realmente me amavam e se importavam comigo. Tudo o que eu sabia fazer, naquela época, era me colocar no papel de vítima das circunstâncias e gritar aos quatro cantos o quanto eu era incompreendida, o quanto a vida era cruel e injusta, o quanto eu era azarada e incapaz de ser reconhecida pelos meus talentos (se é que eu conseguia perceber algum talento em mim). E mais: eu me revoltava com o fato de que existiam pessoas felizes e bem-sucedidas no mundo, os “sortudos”, os “escolhidos”, aqueles que nasceram com a bunda virada pra lua e que faziam questão de esfregar na cara dos “fracassados” toda a sua felicidade. Eu me sentia fracassada. Tinha 25 anos e me sentia velha demais para começar de novo. Vinte e cinco anos. E o sentimento de que eu jamais conseguiria realizar um sonho meu. Sempre que alguém tentava abrir os meus olhos para a beleza da vida e me convencer de que eu precisava sair daquele estado de Escolha Ser Você Ana Paula Ramos prostração e voltar a viver realmente, eu bradava com toda a força da raiva: “Você não me entende. Ninguém me entende”. Deitada na cama, a janela fechada, o quarto completamente escuro, eu me lembro de que só conseguia chorar; um choro desesperado de quem já não aguenta mais. Um choro cansado de fingir que estava tudo bem, de ser quem eu não era só para agradar e ser aceito, de vestir a máscara, interpretar um personagem, sorrir amarelo, mentir. Um choro de desabafo pela pessoa que eu queria ser, que eu podia ser, mas que eu ainda não era, porque eu não me permitia, entende? Naquele dia, porém, algo aconteceu comigo. Eu me lembro de que, ao refletir sobre a minha vida, pela primeira vez em muito tempo, senti vontade de fazer alguma coisa a respeito. O discurso do casal que perdeu a filha com câncer tinha me marcado demais. Mas não era só isso. Era algo maior que as palavras, maior que a percepção de que o tempo estava passando, maior do que a consciência de que tinha gente lutando pela vida enquanto eu a estava jogando fora. O que eu senti ali, ao rever a minha história como se fosse um filme triste, foi um sentimento de ingratidão que já não cabia dentro do peito. Porque eu tinha desaprendido, de todas as coisas mais importantes do mundo, a maior: agradecer. 101 Naquele dia, eu me lembro de que levantei da cama e fui até o espelho que ficava atrás da porta do armário, aqueles espelhos de corpo inteiro, sabe? Olhei para a pessoa que me encarava do outro lado, uma velha de 25 anos, e, então, eu senti pena dela. Pena. Eu não sei se isso já aconteceu com você, mas vou te contar uma coisa: sentir pena da gente mesmo é uma das coisas mais tristes que podem acontecer. Tristes e doídas. Olhando para a imagem que me encarava do outro lado, veio também a vergonha. E a sensação de que, com pena e vergonha de mim mesma, eu estava muito bem, obrigada, e teria uma vida longa e feliz pela frente (só que não). Eu definitivamente não aguentava mais. O que cargas d’água eu havia feito comigo mesma? Em quem eu tinha me transformado? Eu não queria mais viver um não viver que me matava aos poucos. Eu não queria mais ser uma estranha para mim mesma, vestir a máscara da boa convivência, interpretar personagens de acordo com as circunstâncias e fazer escolhas que não tinham nada a ver com a minha essência. Bastava. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Eu tinha me perdido de mim mesma, é verdade, mas, finalmente, naquele dia, senti aqui dentro uma vontade enorme de me reencontrar outra vez. Diante do espelho, prometi para mim mesma que nada mais me faria desistir dos meus sonhos, da minha verdade, do meu próprio eu. Eu jamais sentiria pena e vergonha de mim outra vez. Jamais. Naquele dia, eu fiz, finalmente, a escolha mais importante da minha vida: num mundo tão cheio de disfarces, de gente daqui e dali fingindo ser quem não é por puro medo de não se encaixar nos padrões de sucesso e felicidade tão difundidos por aí, eu escolhi tirar toda e qualquer máscara que pudesse me ocultar de mim mesma para abraçar a vulnerabilidade de uma vez por todas sem me importar com o que os outros iam falar ou pensar a meu respeito. Ali, naquele momento, eu disse para mim mesma um tremendo sim. E aquilo me libertou. E aquilo me fez sorrir outra vez. Agora eu seria eu. Simplesmente eu. De verdade. 103 Um ano após a minha decisão, escrevi este texto para mim mesma, na forma de carta; uma carta que eu tenho guardada até hoje e que acabei publicando tempos depois no meu blog. Ela não está mais disponível no Cookies and Words, mas é claro que vou compartilhá-la com você agora. Reflita sobre cada palavra e, se aceitar uma sugestão minha, escreva você também a sua própria carta. Na forma de quase manifesto, o meu: Te cuida. Se eu pudesse dizer alguma coisa a você, para que você guardasse lá no fundinho da alma, seria isso: te cuida. Não deixe que a vida passe como se fosse ônibus e trem, e você dormindo no ponto, matreiro, ou perdido na estação. Agarre a oportunidade que o Universo te deu de fazer diferente (e de fazer a diferença!), de começar de novo, de buscar ser o melhor que você pode e merece ser. Ame-se e respeite-se em primeiro lugar, porque se a gente não se ama e não se respeita, como querer que os outros façam isso por nós? Seja presente, esteja presente, não deixe que a vida seja só lembrança ou expectativa do que virá. E sonhe, sonhe bastante, sonhe sem limites, porque são justamente os nossos sonhos que fazem toda essa loucura valer a pena. E o impossível, ah... O impossível é só questão de ponto de vista. Colecione amizades, colecione vitórias, aprenda com os fracassos e, por favor, quando cair, não vá achar que tudo está Escolha Ser Você Ana Paula Ramos perdido. Levante-se, oriente-se, inspire profundamente e continue seguindo, sempre seguindo, o tempo não espera por ninguém. Você vai cair muitas vezes ainda, não se iluda. Pode ser que tenha que catar os caquinhos do chão e encontrar forças até então desconhecidas para não abandonar o barco, para continuar a remar. Cate-os. Junte os pedaços. Reconstrua-se. Refaça-se. Mas não desista de você. Sabe, o medo sempre existirá no seu caminho. Sentir medo é natural e humano demais. No entanto, não deixe que ele te domine e te paralise. Aja apesar do medo, seja corajoso. É isso o que o Universo pede de nós. Um pouquinho de coragem. Só um pouquinho. Te cuida. Você é tão importante, tão única e tão capaz. Acredite nisso com toda a força do seu coração e então uma janela enorme de possibilidades se abrirá bem na sua frente. Pule a janela. Escale a montanha. Veja o que existe do outro lado do muro. A vida está aí, pronta para ser vivida, e o mundo todo já existe bem dentro de você. Faça-o bonito. Te cuida com carinho, amor e desejo sincero de se ver bem, de estar bem, de espalhar o bem para onde quer que você vá. Te cuida. E cuida do que te faz feliz. No final, é isso o que você levará da vida: a vida que você viveu. Cuida bem dela. 105 Tudo é uma questão de foco Escolha Ser Você Ana Paula Ramos U ma das coisas que aprendi na vida (e que é um conceito amplamente difundido na física quântica) é que a nossa realidade só existe porque nós estamos escolhendo olhar para ela. Ficou confuso? Pois então preste atenção no exercício que vou te propor agora (estou quase certa de que aprendi esse exercício em algum vídeo do Anthony Robbins, o maior nome do coaching no mundo): pare por uns minutinhos e tente captar tudo o que de vermelho existir no lugar em que você está. Vermelho, hein? ... (tempo pra você observar o ambiente) ... Agora feche os seus olhos e me responda: quantos objetos verdes você conseguiu enxergar? ... Difícil, né? E a razão é muito simples: se toda a sua atenção estava voltada para o vermelho, como enxergar o verde? Há algum tempo, propus essa atividade para os meus leitores do Cookies and Words, no intuito de fazê-los perceber uma verdade simples, porém libertadora e fundamental: se você se concentrar na falta, naquilo que não está bom, a sua realidade será de falta e de frustração. Mas, por outro lado, se você colocar todo o seu 107 foco na abundância, no que de melhor existe na sua vida, a sua realidade será de abundância e prosperidade. Isso porque, repito, a sua realidade só existe porque você está olhando para ela. Muitas vezes estamos tão focados no que nos limita e nos põe para baixo que não conseguimos enxergar as nossas forças, a nossa grandeza, o que de realmente bom e incrível existe dentro de cada um de nós. E então acontece esse movimento contrário e desolador: em vez de seguirmos em frente, apesar de, deixamos que as opiniões dos outros, o medo, as crenças limitantes, as dúvidas, a insegurança e a procrastinação ditem o ritmo e deem o tom do nosso caminhar. Muitas vezes, paralisados por todo esse universo de fraquezas, simplesmente não caminhamos em direção a lugar algum que realmente valha a pena. De tão concentrados que ficamos no ruim, esquecemos o bom, não porque ele não existe, mas porque, fundamentalmente, não conseguimos enxergá-lo. O peso relativo de importância e duração que damos a tudo na nossa vida (ensinamento do Brendon Burchard, que ele chama de RWID – RELATIVE WEIGHT OF IMPORTANCE AND DURATION) é quem dita como estamos vivendo-a e quem realmente estamos sendo no nosso dia a dia. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Se eu dou um peso maior às minhas fraquezas, em detrimento das minhas forças, e se eu escolho olhar para o que me limita por mais tempo e com mais intensidade com que eu escolho olhar para o que me incentiva a ser o melhor que eu posso ser, então como esperar que eu consiga alcançar um resultado que esteja alinhado com a abundância, a grandeza, a fortaleza e o otimismo que existem no Universo? Enquanto você estiver focado no fracasso e no que pode não dar certo, você não obterá quaisquer resultados de vitória e sucesso. Não são as nossas crenças limitantes que nos limitam, mas, sim, a nossa visão limitante em relação a nós mesmos. Para que fique ainda mais claro: costumamos dar mais atenção ao que nos limita do que ao que nos empodera. Medos, inseguranças, incertezas, preocupações e angústias sempre vão existir. Somos humanos, não robôs. Pessoas bemsucedidas também sentem medo, também têm dúvidas, também têm lá as suas inseguranças, os seus momentos de pessimismo, os seus fantasmas internos. No entanto, o que difere essas pessoas de todas as outras é a capacidade que elas têm de direcionar a atenção para o que realmente importa, para a coragem, em detrimento do medo, para a força, em detrimento da fraqueza, para a grandeza que existe dentro delas, em detrimento de tudo o que possa fazê-las desistir ou desacreditar. 109 Pessoas bem-sucedidas também são humanas, também têm defeitos, também enfrentam momentos difíceis e ruins, mas elas sempre preferem focar na vivacidade, no engajamento, na presença efetiva, na gratidão e no amor. Concentradas em gerar energia para o corpo e para a alma, tudo o que os olhos dessas pessoas conseguem enxergar está alinhado com a vibração de abundância, sucesso e prosperidade que emana da vida. A partir de hoje, gostaria que você se propusesse a escolher prestar atenção no que te faz sorrir e crescer, no que te impulsiona a seguir em frente e a ser o melhor que você pode ser. A partir de hoje, gostaria que você escolhesse focar nas soluções, não nos problemas; na abundância, não na escassez; nas suas qualidades, habilidades e talentos, e não nos seus defeitos e pontos fracos. Construa, dentro de você, um mundo repleto de possibilidades e novos caminhos. Olhe enxergando para tudo o que de bonito e incrível existe ao seu redor. Olhe para o Universo com os olhos do coração, certo de que o melhor sempre vem. Foque na grandeza, na vivacidade e, principalmente, no amor. Não existe no mundo força mais poderosa do que ele, nem milagre maior. O amor é a grande mola propulsora da vida, a Escolha Ser Você Ana Paula Ramos grande lição do Universo, a causa pela qual vale a pena a gente lutar. Seja presente, amoroso, pleno e verdadeiro em todos os momentos da sua vida. Foque na energia que prospera e que nos preenche de vivacidade. Foque no bem. O mundo todo está dentro de você. Escolha torná-lo o melhor que ele pode ser. Escolha prestar atenção no que realmente interessa. Lembre-se disso e não esqueça jamais: É onde colocamos a nossa atenção que as coisas passam a existir de verdade. 111 Prece ao Universo Escolha Ser Você Ana Paula Ramos N o dia 13 de abril de 2014, escrevi e publiquei no Cookies and Words a minha prece ao Universo. Nesse dia, recebi dezenas de mensagens de agradecimento, inspiração e amor. Muitas pessoas me disseram que aquela prece seria a delas também, e que cada frase ali escrita seria repetida como um mantra diário, um hino de gratidão e respeito à vida, ao Universo e a tudo de bom que nos cerca. Para que você também possa guardá-la, como fonte de inspiração, gratidão e compromisso firmado com o seu próprio EU, compartilho com você a minha prece, que também pode ser a sua prece, com o desejo sincero de que você possa viver uma vida plena, verdadeira e alinhada com a vibração de amor, gratidão, abundância e otimismo que emana do Universo. Que você seja você com leveza e sabedoria. Que você seja você com respeito e honestidade. Que você seja você em todos os momentos, em cada segundo da vida, com verdade, sinceridade e propósito de ser sempre o melhor que você pode ser. ... Prece ao Universo Que possamos caminhar no nosso próprio ritmo, conscientes de que fizemos as melhores escolhas e de que as nossas renúncias todas não foram em vão. Que a alegria e a coragem sejam as 113 nossas companheiras de jornada. E que nunca nos faltem o respeito e a compaixão pelo nosso semelhante. Que saibamos enfrentar os nossos fantasmas com valentia de herói. Que sejamos nós mesmos os nossos próprios heróis. Que as dificuldades e as provas que porventura aparecerem ao longo da caminhada não sejam empecilhos nem estacas, mas desafios que nos impulsionarão ainda mais a seguir em frente, rumo ao nosso propósito maior. Que todo o amor que tivermos dentro do peito possa ser espalhado e compartilhado com quem quer que seja. Que sejamos como pontes, ligando corações e mentes, boas intenções e boas ideias, propósitos verdadeiros e ensinamentos valiosos que, esteja certo, chegarão até nós por uma infinidade de outras pontes, ligadas às leis de amor e atração do Universo. Que não nos falte a confiança necessária para seguir em frente sem esmorecer. Confiança na vida. Confiança em nós mesmos. Confiança na existência de milhões e milhões de pessoas que, como nós, também estão em busca de uma vida com mais propósito, paixão e verdade. Que sejamos os melhores amigos que gostaríamos de ter e de ser para os outros. Que cultivemos, no fundo da nossa alma, sentimentos e pensamentos mais otimistas em relação ao nosso próprio EU, às pessoas e ao mundo ao nosso redor. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Que possamos cultivar uma fé raciocinada nas leis do Universo, entendendo que ele é perfeito, amoroso, generoso e sábio demais. E que, a partir daí, possamos sintonizar também o nosso coração e a nossa energia na vibração de amor que emana da vida, gerando mais abundância, clareza, otimismo e prosperidade onde quer que a gente esteja. Que tenhamos sabedoria, paciência e determinação para deixar passar aquilo que não nos faz bem. Que saibamos destralhar do nosso coração e do nosso pensamento aqueles acontecimentos passados que ainda hoje nos travam o riso. E que possamos, então, viver no presente com mais presença e intensidade, porque só o momento do agora importa de verdade. Eis a nossa única certeza. A chance divina de aprender com o erro e começar de novo. Que os milagres aconteçam para nós. E que acreditemos neles com tanta fé e com tanta verdade que o impossível se transforme em palavra desconhecida no nosso vocabulário. Que venham os nossos pequenos milagres diários em forma de sorrisos sinceros, abraços apertados, momentos de reflexão e sabedoria, olhos cheios de brilho e entusiasmo, pessoas iluminadas, frases soltas, letras de música, poemas e declarações de amor. Que venham os nossos pequenos milagres naquele pedido de perdão, na comunicação não violenta, na empatia, na compaixão, 115 na solução encontrada quase sem querer, no insight poderoso, naquela partezinha encantadora e especial que cada um de nós cultiva dentro da alma. Que a gratidão esteja presente em todos os momentos da nossa vida. E que sejamos gratos por isso. Que o Universo comungue com a nossa verdade e com a nossa busca sincera pela evolução espiritual. Pois estaremos cada vez mais comprometidos com a nossa missão no mundo. Para que possamos nos tornar seres humanos melhores. Para que possamos ser, de fato, a mudança que queremos ver ao nosso redor. E que cada um de nós possa ver em si mesmo e no seu semelhante uma partícula divina de esperança e amor. Porque nós seremos o reflexo dos nossos pensamentos mais transparentes, puros e poderosos. E nos comprometeremos, a partir de agora, a enxergar o outro com os olhos do coração, sem críticas e sem julgamentos. Eis o nosso compromisso, Universo. E o nosso pedido final: sejas como és. Porque nós acreditamos no poder do amor e na sinceridade das nossas intenções. Porque nós sabemos, mesmo que nos esqueçamos de vez em quando, que tudo o que acontece na vida é para o nosso bem. Tudo. Sejas como és. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos E que tenhamos a serenidade e a paz necessárias para entender que tudo tem o seu tempo. Tempo. Para ser gasto com quem amamos. Com o que amamos. Com todas aquelas coisas que realmente significam para nós. Tempo. Que ele seja sempre uma dádiva. E nunca uma falta. Porque nós faremos cada segundo valer a pena. Amém. 117 Escolha amor Escolha Ser Você Ana Paula Ramos O hoje é uma benção. Sempre que tenho vontade de pular do barco, de desistir ali mesmo, no meio do caminho, eu me lembro de que o hoje é uma benção. E de que o tempo que eu tenho agora, para fazer o que eu sei que precisa ser feito agora, não voltará mais. A vida segue o ritmo perfeito das leis do Universo. A cada amanhecer, uma oportunidade de recomeço. De fazer diferente. De escolher diferente. De operar verdadeiros milagres no mundo interior e exterior apenas com uma mudança de percepção das coisas. Do medo para o amor, do ódio para o amor, da ansiedade, do desespero, da insegurança, das faltas, das falhas, das vezes em que tudo parece dar absolutamente errado... Para o amor. As leis do Universo estão pautadas no amor, na abundância do que é do bem e para o bem, na coragem para agir apesar do medo, na força e no poder do pensamento para manifestar esperança, confiança e fé em si mesmo. Toda vez que você duvidar da força do lado de dentro, da beleza do lado de dentro, da capacidade incrível do lado de dentro de manifestar felicidade, abundância e possibilidades várias de encarar a vida com olhos mais generosos, esperançosos e confiantes, feche os seus olhos, inspire profundamente e reconecte-se com si mesmo. Pergunte-se quem você é. O que você ama. O que você odeia. E por que é que você vem cultivando esses sentimentos dentro de você. Tente se lembrar das vezes em que foi realmente corajoso, 119 dos sonhos que ainda vivem no fundo da alma, dos seus valores mais preciosos, daquelas coisas que você vem adiando fazer há tempos, mas que – não se engane mais! – você sabe que precisam ser feitas AGORA. Lembre-se da sua música preferida, das vezes em que você ajudou alguém a sorrir, dos seus sorrisos sinceros, dos seus abraços calorosos, do momento mais especial que você já viveu. E então, seja qual for a sua crença, faça uma oração para si mesmo. Porque em você – e pelo menos em você e na sua força interior – você precisa acreditar! Toda vez que eu me sinto perdida de mim mesma, costumo repetir para o meu próprio Eu o quanto opiniões sobre mim serão apenas opiniões se assim eu desejar. Porque o meu mundo exterior deve ser o reflexo do meu mundo interior e não o contrário. A fim de me reconectar com a minha essência, a minha verdade e a minha coragem para fazer escolhas mais alinhadas com quem eu realmente sou, eu decido prestar atenção no que realmente importa e me faz bem. E não no que me coloca pra baixo, no que me desmotiva, no que me diminui, no que me limita e me oprime. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Então eu escolho amor. E escolho ser amor em todos os momentos da minha vida. Mesmo que às vezes seja difícil demais. Mesmo que às vezes eu simplesmente não consiga. Nós somos humanos e, como humanos, estamos muito longe da perfeição. Em alguns momentos, o ego machucado vai gritar, vai inflar, vai querer bloquear a nossa consciência. E, quer saber? Ok. Você não precisa se martirizar por isso. Escolha ser HOJE o melhor que você puder, porque é justamente o seu desejo sincero de fazer o melhor por si mesmo e pelo mundo que vai te dar aquele sentimento de paz interior, apesar de todos os pesares. Não se julgue. Não se culpe. Não fique achando que errar significa não ter feito o melhor. Às vezes, preste atenção, o melhor que podia ter te acontecido foi justamente o erro. Porque o hoje é uma benção, lembra? O hoje é uma benção. E tudo o que acontece hoje, esteja certo, é para o nosso bem. 121 Espalhe essa mensagem Escolha Ser Você Ana Paula Ramos S e você gostou desse livro e acredita que ele pode ajudar outras pessoas a escolherem uma vida com mais propósito, paixão e verdade, simplesmente por serem elas mesmas, em todos os momentos, espalhe essa mensagem para o mundo! Como fiz com o meu primeiro livro, também optei por publicar este aqui em formato eletrônico e vender somente no meu próprio site. Portanto, eu conto MUITO com a sua vontade sincera de me ajudar a espalhar essa mensagem de amor para quem você puder. Vamos focar no poder das redes sociais e do boca a boca, que tal? Algumas formas de me ajudar: 1- Você pode mandar a sua opinião sobre o livro para [email protected], para que eu possa publicála lá no site. Ah! E pode incluir um link para o seu site, blog, Fanpage ou Twitter. Se quiser, pode me mandar uma foto sua também, para eu postar ao lado do depoimento. Vou adorar! 2- Ideia para te tirar da zona de conforto! Que tal fazer um vídeo falando sobre como o livro foi importante pra você? Vou ficar feliz da vida em poder publicá-lo no site! 123 3- Mencione o livro no Facebook, com um link para www.cookiesandwords.com.br. 4- Você também pode me entrevistar para o seu site ou blog! Olha que legal! 5- Gosta de escrever? Então que tal fazer uma resenha do livro no seu site ou blog? Espalhe essa mensagem para o mundo! O bem que a gente faz para o outro volta em dobro pra gente. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Agradecimentos 125 U ma das palavras que eu mais gosto no mundo é GRATIDÃO. Ao longo da minha caminhada até aqui, tenho inúmeras razões para ser grata à vida, ao Universo e a todas as pessoas de alma limpa e coração puro que eu tive o prazer de conhecer por aí. Pessoas que mudaram a minha forma de enxergar os outros e a mim mesma. Pessoas que me enxergaram melhor do que eu realmente sou. Pessoas que, simplesmente por serem de verdade, me ensinaram que escolher viver uma vida autêntica e alinhada com os nossos valores mais preciosos é uma das melhores coisas que podemos fazer por nós mesmos. Pessoas que caminham junto, que torcem junto, que vibram junto. E que, por se enxergarem como parte do todo, acreditam no poder de mudar o mundo, uma pessoa de cada vez, a começar por elas mesmas. Tenho a convicção de que estou cercada por várias dessas pessoas, pontos de luz que iluminam caminhos e enchem o nosso coração de esperança. Minha eterna gratidão aos meus pais, seres iluminados, evoluídos e altruístas, que sempre me ensinaram que o bem que Escolha Ser Você Ana Paula Ramos a gente faz para o outro volta em dobro para a gente. E que ser de verdade é um ato de coragem e heroísmo, por isso vale a pena. Vocês são o meu exemplo, o meu motivo, a minha razão maior para acordar todos os dias e querer fazer a diferença no mundo. À minha irmã, amiga, incentivadora e companheira de todas as horas. Obrigada por cada conselho, pela doação generosa do seu tempo, por ser a melhor amiga que alguém poderia ter! Ao Pedro, sempre presente na minha vida, de corpo, alma e coração. Eu te amo. À Paula Abreu, por ter me ajudado a descobrir que o mundo todo já existe dentro de mim. Por ter me ajudado a escolher a minha vida e por ter sido a ponte que me conectou a pessoas tão especiais e queridas, que levarei pelo resto da minha existência. À Melodia Moreno, roomie mais doce do mundo, por ter estendido a mão e aberto o coração para me ajudar nessa jornada. Serei eternamente grata a tudo o que você fez por mim, irmãzinha. Gratidão ao Universo por ter te colocado no meu caminho. Gratidão estendida à Lisandra Zanuto, à Vera Jordão e à Tatiana Martinelli, seres iluminados e com o coração do tamanho do mundo. Meninas, que sorte a minha ter vocês na minha vida! 127 Ao casal mais doce que eu já conheci, Maria Alice e Danilo Godoy, por terem ampliado ainda mais a minha compreensão da vida, compartilhando pensamentos alinhados com tudo aquilo o que eu acredito: sim, vale a pena ser de verdade! E nós somos! À Mônica Souza, à Priscila Roma e a todos os meus companheiros queridos e amados de PESV, por terem me ajudado tanto com dicas e conselhos preciosos, aberto o coração e trocado experiências e ensinamentos que trarei para o resto da vida. Sou muito grata ao Universo por ter encontrado vocês no caminho. À Paula Quintão, uma das pessoas mais doces que eu já conheci, por ter me apresentado ao empreendedorismo online e me feito enxergar um mundo infinitamente rico de possibilidades. E por ser um exemplo para mim. De tudo o que vale a pena ser e fazer na vida. A todos os colegas do Mundo dos Afiliados, por serem sempre solícitos e tão carinhosos comigo. Aos meus leitores do Cookies and Words e curtidores da minha Fanpage, os meus grandes presentes nessa vida, por caminharem junto comigo, por confiarem em mim, por me ajudarem a espalhar a minha mensagem por cada cantinho desse mundo. Sou muito, muito, muito grata a cada um de vocês por cada recado de amor, carinho e incentivo. Vocês não têm ideia do quanto são importantes para mim. Gratidão eterna. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos Aos meus coachees queridos, pela confiança e parceria criativa. E por me mostrarem, a cada semana, que o trabalho dos meus sonhos está bem diante de mim. À Carol Barros, querida e iluminada, por ter me inspirado a dar o primeiro passo em direção à gravação do meu primeiro vídeo. E por sempre dividir comigo as suas experiências. À Michelle Paese, por ter traduzido em arte, com tanto carinho e dedicação, a minha personalidade, o meu trabalho, a minha missão. E por ter tido uma paciência do tamanho do mundo comigo! À minha peer coach Evelyse Zica, por me dar chacoalhadas necessárias e me ensinar a importância de um planejamento estratégico consistente. Ao Luiz Arthur, o diretor mais incrível que já tive na vida, por ter acreditado em mim quando nem eu mesma acreditava. E por ter me ensinado as primeiras lições que eu trago comigo sobre coragem. Agradecimento estendido a todos os meus loucos e adoráveis amigos do teatro, pessoas que vivem a sua verdade de maneira autêntica e apaixonada. A você, leitor querido, por ter comprado este livro com o desejo sincero de mudança e transformação. Por querer ser você mesmo em todos os momentos, apesar do medo. Apesar de todos os pesares. 129 Que você possa continuar, todos os dias, sendo você e vivendo de acordo com a sua verdade. E que nunca te faltem motivos para acreditar na sua força interior, no seu poder de mudança, na sinceridade das suas palavras e ações e na força da fé e do pensamento positivo. Que você seja, enfim, a mudança que você quer ver no mundo, ciente de que deve viver intensamente, amar profundamente e ser o melhor que você pode ser. Que você se respeite e se ame acima de tudo. E que assim seja. Amém. Escolha Ser Você Ana Paula Ramos SOBRE A AUTORA Natural de Belo Horizonte, Ana Paula Ramos descobriu a paixão pelas palavras ainda na infância, quando escrevia, em diários, fatos vivenciados em seu cotidiano. Desde então, nunca mais parou de escrever. Em 2011, tirou seus textos da gaveta e criou o blog de crônicas Cookies and Words. O Caderno de Ágape, publicado em formato digital, foi seu romance de estreia. Após um processo incrível de autoconhecimento e mudança de vida, 131 Ana Paula resolveu escrever seu primeiro e-book sobre transformação pessoal: Transformação – dez razões para abraçar a vulnerabilidade, uma coletânea de aprendizados que surgiram a partir de um trabalho intenso de coaching, que a fez enxergar a vida e a si mesma de uma forma muito mais plena e verdadeira. Em Escolha Ser Você, a autora coloca em prática tudo o que aprendeu e joga luz sobre o poder da mente e a importância do foco, da verdade e da consistência para o alcance de uma vida autêntica. Leitura obrigatória para quem não consegue se livrar das máscaras e agir apesar do medo, das opiniões dos outros, das crenças limitantes, da procrastinação e de tudo o que possa estar atravancando o caminho. Ana Paula é formada em Jornalismo e em Teatro, pela PUC Minas, em Personal and Professional Coaching, pela Sociedade Brasileira de Coaching, e em Curiosidade Absoluta, pela Vida.