Ana Paula Ramos
ESCOLHA SER VOCÊ
As cinco coisas que te impedem de ser você mesmo. E como
você pode superá-las.
2014
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Copyright© 2014 por Ana Paula Ramos
Edição: Ana Paula Ramos
Capa: Pedro Albernaz
Projeto Gráfico: Ana Paula Ramos
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Ramos, Ana Paula.
Escolha Ser Você / Ana Paula Ramos – Belo Horizonte, 2014.
132 p.
1. Crescimento pessoal. 2. Motivação. 3. Vulnerabilidade /
Escolhas. I. Título.
....................................................................................
2014
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Contato: [email protected]
3
Para mim e para você, por lutarmos todos os dias para
sermos sempre o melhor que podemos ser.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
ÍNDICE

O que eu gostaria de te contar primeiro

Introdução

# Marco zero: a descoberta

#1: O desconhecimento em relação a si mesmo
#1.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a se
conhecer de verdade.

#2: As crenças limitantes
#2.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a
identificar e a superar o que te limita.

#3: As opiniões dos outros
#3.1 – Os cinco passos que vão te ajudar a ser mais
confiante e, de quebra, a se importar menos com o
que os outros pensam ou falam a seu respeito.
5

#4: O medo
# Um dos maiores medos que eu já senti na vida
#4.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a agir
apesar do medo.

#5: A procrastinação
#5.1 – Perguntas poderosas que vão te ajudar a sair
da zona de conforto e agir em direção à vida que
você quer e merece ter.

O meu momento decisivo

Tudo é uma questão de foco

Prece ao Universo

Escolha amor

Espalhe essa mensagem

Agradecimentos

Sobre a autora
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
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O que eu gostaria de te
contar primeiro
“Tentar mudar o que as outras pessoas pensam sobre você
é um exercício cansativo, desgastante e,
no fim das contas, inútil”
Paula Abreu, no livro Escolha Sua Vida
H
ouve um tempo em que as críticas dos outros batiam
tão forte que eu chegava a cair no chão, quase sem
forças pra levantar. Era como levar um soco no
estômago, no canto do olho, perder a consciência por um
segundo, sentir latejar.
Houve um tempo em que eu realmente me deixava levar pelo que
os outros diziam ou falavam a meu respeito. Se me chamavam
de qualquer coisa, eu acreditava ser qualquer coisa. Se me
condenavam por determinadas atitudes e ideias, eu vestia a
carapuça da condenação e aceitava o julgamento.
Se me diziam que era impossível, que não valia a pena, que só
os tolos faziam desse ou daquele jeito, então eu largava a coisa
toda de mão. Deixava passar. Mesmo que dentro de mim, de
alguma forma que eu não sabia ou não queria explicar, alguma
coisa não fizesse sentido. E incomodasse.
Houve um tempo em que eu tentava agradar para ser aceita,
para não ser a careta, para fazer bonito dessa ou de outra
maneira. E então, volta e meia, eu me decepcionava com as
pessoas ao meu redor, porque eram tantas as expectativas que
eu criava e tantas as coisas das quais eu abria mão que eu
simplesmente não conseguia aceitar a ideia da ingratidão.
Ingratidão? Explico.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
O meu pensamento era o seguinte: estou abrindo mão de mim
mesma por você. E você ainda reclama? Ah...
Mas eu não percebia...
Eu não percebia que abrir mão do meu próprio EU sempre foi
uma escolha minha. Só minha. De mais ninguém. Eu não
percebia que, se eu me anulava numa tentativa inútil de agradar,
era porque eu mesma tinha escolhido agir assim. Eu não
percebia, acima de tudo, que as opiniões dos outros eram e
sempre seriam apenas isso: as opiniões dos outros.
E sabe o que eu descobri com tudo isso?
Ao me anular em nome das outras pessoas, eu estava deixando
de cumprir o meu propósito maior nessa vida: ser eu mesma, em
todas as situações, sejam lá quais fossem as circunstâncias. Ao
me deixar abater por uma crítica ou por um julgamento de
alguém, eu estava tirando das minhas próprias mãos um poder
enorme que era só meu, único, pleno e absoluto: o poder de
escolha.
Foi esse o meu grande momento de descoberta. O momento em
que aquelas luzinhas todas se acenderam na minha mente, e eu
finalmente pude enxergar a verdade: só eu tenho o poder de me
derrubar. Porque depende de mim, e exclusivamente de mim, ser
a pessoa que eu quero ser. E mais: viver a vida que eu acredito e
que eu mereço plenamente viver.
9
Se eu posso escolher colocar a minha atenção no que me faz
crescer e evoluir, naquilo que me leva a ser a melhor versão de
mim mesma, por que diabos eu escolheria focar naquilo que não
me traz nada de bom, que não me ajuda a seguir em frente, que
não me motiva, que não me inspira e que não me quer bem?
Ao descobrir que podemos ser como um rio (a coach Paula Abreu
fala sobre isso no livro Escolha Sua Vida), deixando que as
águas levem embora críticas e julgamentos, eu renasci. Ao
descobrir como reprogramar a minha mente de forma mais
produtiva, otimista e alinhada com a energia e a vibração de amor
e esperança que emanam da vida, eu simplesmente aprendi a
não me importar com aquilo que, numa boa, não me interessa e
não vai me levar a lugar algum que realmente valha a pena.
Ao tomar consciência do que eu era capaz, das minhas forças,
dos meus talentos, da minha missão maior nesse mundo, eu
parei de tentar agradar. E abracei, com carinho sincero, toda a
vulnerabilidade que antes eu tanto temia.
É isso mesmo!
Ao me encontrar novamente, me apresentei para o mundo de
cara lavada, alma renovada e coração tranquilo. Sem máscaras e
sem disfarces. Do jeitinho que eu era. Eu não estava ali para
agradar, entende? Eu só estava para ser. Ser eu mesma. Em
todos os momentos.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
A partir daí, no instante em que despertei para essa bobagem
enorme que era tentar agradar a todo-mundo-o-tempo-todo, eu
finalmente comecei a pensar e a agir da minha maneira, de
acordo com o que eu realmente sentia e acreditava. E então, olha
que incrível, as coisas começaram a fazer mais sentido pra mim.
Ideias e crenças limitantes que os outros colocaram na minha
cabeça, e que eu nunca tinha questionado, porque aquilo parecia
ser o “certo”, começaram, aos poucos, a sumir da minha vida,
porque eu comecei a entender que, para ser feliz, é preciso ser
de verdade.
E ser de verdade, ah, eu não podia me enganar novamente... Ser
de verdade implicava em agir com congruência, o que significava
que o que eu pensava e sentia tinha que corresponder ao que eu
falava e às atitudes que eu assumia na vida.
Foi esse o meu entendimento maior, a grande lição que o meu
EU o tempo todo tentava gritar dentro de mim, mas que eu não
conseguia escutar: pare de tentar agradar o tempo todo e de se
importar demais com as opiniões dos outros e escolha ser você.
Não estamos aqui por acaso. E não é por acaso que você é do
jeitinho que é.
Seja generoso, bom e honesto com quem você realmente é. Com
o seu EU verdadeiro. É assim que o Universo se lembrará de ser
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generoso, bom e honesto com você também. Todo dia um
pouquinho.
Com amor,
Ana
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
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Introdução
“Queira o risco. Queira o desafio. Escolha transformar-se no melhor
que você pode ser. Seja qual for a circunstância da vida: escolha ser
você.”
Eu mesma
V
ocê precisa saber algumas coisas antes de começar a
ler este livro. E, por isso, vou ser bem sincera com você:
aqui eu não vou te dizer o que você tem que fazer para
conseguir isso ou aquilo ou por qual caminho você deve seguir
para chegar aonde você quer chegar, porque acredito piamente
que cada um é responsável por todas as escolhas que faz na
vida e que, justamente por isso, cabe a você – e a mais ninguém
– encontrar aquele caminho que é o seu caminho. Não o meu ou
o do Fulano. Mas o seu.
O que eu vou te mostrar é que, por mais difícil e desafiador que o
processo de assumir e defender a sua verdade possa ser ou
parecer
no
começo,
ele
é
extremamente
importante.
E
necessário. E que você já tem todas as ferramentas que precisa
para escolher uma vida que realmente te traga mais felicidade e
propósito, simplesmente por ser autêntico e sincero com você
mesmo em todos os momentos, sejam lá quais forem as
circunstâncias.
Se o desânimo bater, eu vou olhar bem dentro dos seus olhos e
te dizer que sem foco, determinação e paciência não chegamos a
lugar algum. E vou segurar na sua mão, só para você saber que
não está sozinho nessa. Que o mundo é grande demais e que
está cheio de gente nele que, assim como eu e você, também
quer abandonar as máscaras sociais sem se importar com o que
os outros vão pensar ou falar a respeito.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Ao terminar de lê-lo, estou certa de que você se sentirá mais
confiante para abraçar a vulnerabilidade e passar por essa
transformação preciosa, que envolve autodescoberta, autocrítica
e muita coragem. Você verá que o impossível é só uma questão
de ponto de vista e de conceitos e ideias limitantes, impostos pela
sociedade desde que o mundo é mundo.
Ao se desfazer de todas essas crenças sociais, você se sentirá,
enfim, mais livre e mais bem-disposto para seguir em frente
sendo do jeitinho que você é. Porque você entenderá que a vida,
a cada dia, nos brinda com uma oportunidade única de aprender
com os nossos próprios erros. E começar de novo.
E, o mais importante: você descobrirá que tentar agradar o tempo
todo é a maior cilada da sua vida. Além de cansativo, é um
esforço inútil e que não te levará a lugar algum.
Aqui você descobrirá as cinco coisas que estão te impedindo,
agora, de ser você mesmo. Simplesmente você. Na sua melhor
versão. Mas, olha que maravilha: eu vou te provar que, assim
como eu consegui, você também conseguirá superá-las. O
impossível é só uma questão de ponto de vista, lembra?
Agora, preste bastante atenção, porque a sua vida pode mudar –
e MUITO – com uma única escolha.
Se você está preparado para abraçar a vulnerabilidade com todas
as suas forças...
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Se você tem o desejo sincero de não se importar com críticas e
opiniões que não levam a nada...
Se você quer viver uma vida autêntica e alinhada com a sua
verdade, sem medo ou receio do que os outros vão falar ou
pensar a seu respeito...
Se você já está cansado de tentar agradar a todo-mundo-otempo-todo...
Então, mãos à obra.
Diga sim a si mesmo.
Este livro é pra você.
Escolha Ser Você
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A descoberta
“Conhece-te a ti próprio e conhecerás o universo”
Sócrates
E
u estava vivendo um daqueles momentos-chave na vida
de alguém. Sabe quando você sente, lá no fundo, que
algo precisa mudar na sua vida? Que aquela pessoa que
te fita todos os dias no espelho está muito longe de ser quem
você verdadeiramente é?
Eu não sabia quem eu era, do que eu gostava, quais eram as
minhas percepções sobre a vida e sobre mim mesma. Eu não
sabia quais eram os meus valores mais preciosos, aqueles que
eu não abriria mão de jeito nenhum, nem do que eu mais temia,
do que eu mais me orgulhava, pelo que valia a pena lutar. Eu
simplesmente não sabia. E olha que coisa incrível: eu não sabia,
porque eu nunca tinha ousado me perguntar.
Eu já estava tão absorvida pelos valores e pensamentos dos
outros que, para mim, a simples ideia de um futuro com mais
propósito me parecia uma grande bobagem. O meu futuro seria
exatamente o reflexo do meu passado e do meu presente.
Porque o passado tinha tanta influência sobre mim que qualquer
coisa que eu fizesse ou deixasse de fazer na vida era por causa
dele.
Então, se eu não arriscava, era porque já havia arriscado no
passado por mais de uma vez e quebrado a cara. Não valia a
pena sofrer as mesmas dores novamente.
Escolha Ser Você
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Se eu evitava mudanças, era porque mudanças sempre
significaram rupturas muito doídas pra mim. Dava medo de
mudar e passar por tudo aquilo de novo.
Se eu já havia vivido uma vida inteirinha tentando agradar a todo
mundo, o tempo todo, por que diabos eu teria que fazer diferente
agora? E se desse errado? E se eu não fosse aceita? E se não
gostassem de mim do jeitinho que eu era?
O passado já tinha me mostrado que, ao expor os nossos
sentimentos para o outro, corríamos um risco enorme de sofrer.
Era aquela velha história: você passa tanto tempo usando a
máscara da boa convivência e do que é socialmente aceito,
adequado e respeitado que, quando resolve expor uma opinião
contrária, quando resolve questionar as “verdades absolutas”,
quando resolve fazer diferente, quando resolve simplesmente
abrir o coração, agir com sinceridade, verdade e honestidade, é
chamado de louco.
Demorou para que eu entendesse que o senso comum não está
acostumado com gente de verdade, que não precisa puxar saco
ou tentar agradar o tempo todo para conquistar o respeito e a
admiração de alguém.
Demorou muito para que eu aprendesse que, o mais importante,
em primeiro lugar, era conquistar a minha própria admiração e
respeito, sendo quem eu era, defendendo a minha verdade,
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lutando por aquilo em que eu acreditava com coragem e vontade
sincera de fazer a coisa acontecer.
Antes de decidir tomar as rédeas da minha própria existência, eu
tinha tanto medo do que os outros fossem pensar ou falar a meu
respeito que eu simplesmente dançava conforme a música. Eu
concordava e dizia sim mesmo não concordando e querendo
dizer não. Eu dizia que gostava ou que não gostava de x,y,z só
porque todo mundo gostava ou não gostava ou porque era o mais
“educado” a se fazer. Eu deixava que roubassem o meu tempo, a
minha energia e até a minha paz simplesmente porque eu não
queria me indispor com ninguém.
Tudo o que eu mais desejava na vida era ser aceita pelos outros,
fazer parte da “turma”, sabe? Então eu dava uma importância
enorme à opinião das pessoas. E se ela não era exatamente
aquela que eu tanto esperava, eu me frustrava, sofria e me sentia
rejeitada.
A escolha
Eu já deixei de
fazer tanta coisa
por você!
foi sua.
Escolha Ser Você
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Quando veio a descoberta do que eu tinha feito comigo mesma,
do quanto eu tinha me anulado em função dos outros, veio
também a culpa. E o arrependimento.
É que quando você vive uma vida inteira tentando agradar, é
normal que se frustre, sofra e se sinta rejeitado quando o outro
não corresponde às expectativas que você mesmo criou.
E então vem a raiva para somar-se à equação desgastante de
quem vive tentando ser quem não é só para agradar (culpa +
arrependimento + frustração + rejeição + expectativas). Se as
pessoas não fazem por nós o que faríamos ou já fizemos por
elas, nos sentimos ultrajados.
Acontece que, veja só que coisa interessante, a vida deu um
jeitinho de me mostrar o quanto eu estava me prejudicando e me
anulando agindo daquela maneira. De tanto tentar agradar aos
outros, acabei ficando doente, doente mesmo, a ponto de
precisar de ajuda médica e de medicamentos para lidar com a
minha tristeza e ansiedade.
Se no passado eu fazia de tudo para ser aceita, respeitada e
benquista
por
alguém,
no
presente
eu
precisava
desesperadamente ser aceita, respeitada e benquista pela
pessoa mais importante que existia no mundo inteiro, com quem
eu conviveria para sempre: eu mesma.
21
Então, foi na hora da dor, naquela hora em que a gente pede, por
favor, “para o mundo, que eu quero descer”, que eu descobri que
era preciso, sim, fazer alguma coisa a respeito. Porque quando
você descobre que está vivendo uma vida sem propósito e sem
verdade e, mesmo assim, não faz absolutamente nenhum
movimento para mudar de lugar, que tipo de pessoa você é?
Descobri que a vida não é injusta com a gente. A vida, ao
contrário, é o resultado perfeito de todos os nossos pensamentos
e atitudes diante de tudo o que nos cerca. Se a sua vida não está
legal, é hora de parar e refletir sobre as escolhas que você anda
fazendo por aí. Sobre quem você realmente é. E sobre o que vale
e o que não vale a pena.
No longo caminho ao encontro do meu verdadeiro EU, aprendi
muitas e muitas coisas sobre mim mesma, dentre elas, a superar
o que passou e não volta mais e a me perdoar. Se eu tinha me
anulado, se eu tinha sofrido, se eu tinha tentado agradar e, por
esperar demais das pessoas, eu tinha me frustrado e me perdido
de mim mesma, aquilo tudo tinha ficado para trás.
Se eu estou preocupada com o que dizem ou pensam a meu
respeito?
Não tenho tempo pra isso. Enquanto escrevo este livro, depois de
ter publicado outros dois, já estou pensando no tema do meu
próximo vídeo. Um vídeo, dá pra imaginar exposição maior do
que essa?
Escolha Ser Você
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Sobre a gravação do meu primeiro vídeo, que marcou a abertura
da série que deu nome a este livro – “Escolha Ser Você” – tenho
que te contar algumas das principais lições que aprendi e que
guardarei para toda a vida. Acho importante falar sobre isso
agora, logo no começo do livro, para que você entenda que tudo
o que vou te contar ao longo dessas páginas foi escrito com
muita verdade e sinceridade, já que resultou das experiências
que vivi e das dores e alegrias que encontrei no caminho. Tudo
aqui é real. Tudo aqui tem alma e coração. Além disso, é muito
importante que você perceba que a consistência, a paciência e o
perdão devem ser os seus melhores amigos nessa jornada, o que
significa que você deve ser persistente e paciente o bastante
para não desistir, não sucumbir e não se perder de si mesmo
nem por um minuto sequer. Caso isso aconteça, é fundamental
que você pratique o autoperdão com toda a verdade da sua alma.
Perdoar é divino. Perdoar liberta.
Nem sempre é fácil viver com autenticidade, encontrar o seu
lugarzinho no mundo, hastear a sua bandeira e simplesmente ser
você, de um jeito único, de uma forma que é só sua, de ninguém
mais.
Quando gravei o primeiro vídeo da série, não tive clareza
suficiente para perceber que eu não estava agindo com a
autenticidade que eu tanto defendia. Na ânsia de espalhar para o
mundo o que eu tinha aprendido, acabei me esquecendo de mim
mesma para assumir o papel da minha mentora, alguém que eu
sempre admirei e a quem sou muito grata nessa vida, mas que,
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como um ser único e especial, tem particularidades que são só
dela, de forma que soa falso e muito pouco autêntico tentar
“copiá-las”. As lições que a Paula Abreu (já falei sobre ela no
início do livro, lembra?) tinha me ensinado estavam tão vivas
dentro de mim que acabei repetindo-as como se fosse eu mesma
a própria Paula, entende? Mas olha que coisa: eu era eu, não a
Paula Abreu (até rimou! rs).
O que quero dizer com tudo isso é que eu não estava sendo
autêntica nem escolhendo ser eu mesma naquele momento. Eu
estava tentando copiar a Paula, não intencionalmente nem por
maldade, é claro, mas eu estava, de forma inconsciente,
repetindo ideias e conceitos do jeitinho que ela dizia, tamanha era
a verdade que eu via naquelas palavras. E estou te contando isso
para que você entenda que às vezes pode acontecer isso com a
gente: admiramos tanto uma pessoa, acreditamos tanto no que
ela fala, que acabamos interiorizando o modelo único e especial
dessa pessoa como se fosse ele o nosso próprio modelo.
Se você quer viver a sua verdade, fique atento a essa questão,
porque ela pode te impedir, inconscientemente, de fazer-se
realmente autêntico para si mesmo e para os outros. Você pode
dizer aquelas coisas que quem você admira diz. Pode e deve,
claro, porque o que está alinhado com o bem deve crescer e
prosperar. Mas diga do seu jeito. Da sua maneira.
Foi exatamente esta a lição mais importante que aprendi com
essa experiência: escolha ser você, porque você é único,
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
importante e especial. Porque o mundo precisa da sua verdade,
do seu talento, do seu jeito de ser. Porque você tem a sua própria
voz e ela merece ser ouvida. Porque você tem todas as
ferramentas necessárias para conquistar o seu espaço com
autenticidade, responsabilidade e verdade. Conquiste-o. E seja
você. Seja você. Seja você.
Sobre o vídeo, outras lições vieram a partir do momento em que
resolvi me colocar em movimento, abraçar a vulnerabilidade e me
expor para o mundo. Além da máxima do “antes feito do que
perfeito”, que eu adoro e que rege toda e qualquer coisa que eu
me proponha a fazer, aprendi como gerar mais energia para a
minha vida e como me fortalecer ainda mais na crença de que
não vale a pena viver com medo do que os outros vão pensar ou
falar a nosso respeito.
Quando você grava um vídeo, o medo latente da rejeição, das
críticas e dos julgamentos alheios se potencializa, porque não há
nada mais revelador do que mostrar a sua cara para o mundo,
espalhar a sua mensagem e fazer com que as pessoas escutem
a sua voz.
Mas, como eu já vinha fazendo, dei um passo maior ainda ao
escolher agir apesar de todo esse medo maior. Eu estava
vulnerável, é verdade, mas tinha me dado uma chance incrível de
aprender enormemente com aquela experiência.
Se eu não tivesse errado, como é que eu saberia como acertar?
25
Sinceramente, escolhi focar naquilo que realmente interessa, no
que me faz crescer e ser a melhor pessoa que eu posso ser para
os outros e para mim mesma.
Para os outros? Sim!
Descobri que, ao cumprirmos com afinco o nosso propósito na
vida, que é exatamente sermos nós mesmos, melhoramos – e
muito! – o mundo ao nosso redor. E sabe por quê? Porque nos
tornamos fontes de inspiração para milhões de pessoas que,
assim como eu e você, também desejam viver uma vida mais
autêntica e alinhada com a vibração de amor e verdade que
emana do Universo.
É por isso que, hoje, eu gostaria que você se olhasse no espelho
e se perguntasse se, de fato, tem escolhido viver essa vida
autêntica. Que você refletisse sobre a importância que tem dado
às opiniões das outras pessoas, sobre o modo como tem agido
diante de tudo ao seu redor.
Quando escolhemos abraçar o nosso próprio EU, cientes de que
estamos sendo o melhor que podemos e agindo de acordo com a
nossa verdade, o Universo começa a atuar a nosso favor,
enviando-nos pessoas e situações que só têm a reforçar a nossa
certeza de que usar máscaras e tentar agradar o tempo todo é
uma grande bobagem.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Hoje, eu queria abrir o meu coração pra você. E te lembrar da
melhor escolha que você pode fazer nessa vida: ser você
mesmo.
Para jogar luz sobre uma reflexão tão preciosa, listei as cinco
principais coisas que estão te impedindo de viver, agora mesmo,
esse propósito maior. Nas minhas pesquisas com os meus
leitores e coachees, as grandes barreiras para que o verdadeiro
EU floresça plenamente foram as seguintes: o fato de
desconhecermos quem realmente somos, as crenças limitantes
que temos sobre nós mesmos, a importância exacerbada que
damos às opiniões dos outros, o medo e a procrastinação.
Se você parar pra pensar, todas elas estão interligadas, como
pontos de uma colchinha de retalhos que a gente precisará
desfazer e fazer de novo, de outra forma, de uma outra maneira.
Embora o seu caminho seja o seu caminho, e a mudança
consistente dependa exclusivamente de você e da sua vontade,
você não está sozinho.
Quando dividimos os nossos medos, angústias, frustrações e
receios com os outros, quando compartilhamos aprendizados e
descobertas, entramos num ciclo precioso de troca e somos
envolvidos pela energia da empatia e da compaixão.
E sabe por que isso acontece?
27
Porque o ser humano precisa do outro para perceber-se como
ser humano; alguém que erra, que acerta, que precisa fazer
escolhas, que busca a felicidade acima de tudo.
Você já parou pra pensar em como é bom quando, ao lermos
relatos de alguém ou nos depararmos com as experiências dos
outros, chegamos à conclusão de que não estamos sozinhos, de
que aquela pessoa também já passou ou está passando por uma
situação muito parecida com a nossa?
Vem comigo, segura a minha mão, e vamos passar por esse
processo
incrível
de
autoconhecimento,
autodescoberta
e
mudança de percepção do medo para o amor da forma mais leve
e proveitosa que pudermos.
Eu estou aqui, de coração aberto, só para te mostrar que você é
mais forte, corajoso e capaz do que imagina.
Basta acreditar.
Escolha Ser Você
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29
O desconhecimento em
relação a si mesmo
“O objetivo da vida não é o de fazer o que faz a maioria, mas
viver segundo a lei interior que você compreende dentro de si
mesmo. Não aja contra sua consciência ou contra a verdade.
Viva assim, e há de realizar a tarefa de sua vida”
Marco Aurélio
E
u estava apaixonada e ele tinha me perguntando qual
era a minha música preferida. Na época com 13 anos,
eu gostava de absolutamente todas as músicas da dupla
Sandy & Júnior. Talvez “Inesquecível” fosse a minha resposta
naquele momento, mas achei que qualquer coisa ligada à dupla
de irmãos adolescentes e muito doces e comportados soaria...
Adolescente e doce e comportado demais.
Ele era do tipo rebelde e contestador. Contra o sistema. Contra
as opiniões do senso comum. Contra o capitalismo. Contra o uso
de uniforme nas escolas. Contra aulas de matemática. Contra
deveres de casa. Contra cadarço no tênis. Contra qualquer coisa.
Fosse o argumento racional, forte, plausível ou não.
Então eu me vi naquela situação estranha de ter que responder a
uma pessoa do contra que a minha música preferida era uma
música de amor, de uma dupla de irmãos que estava na moda e
que era adorada por milhares de crianças e adolescentes de todo
o país.
Na verdade, eu estava com vergonha de assumir o meu lado
inocente, romântico e, para não dizer, infantil. Eu queria passar a
impressão de que estava antenada a todas as novidades do
mundo musical alternativo. E que já estava crescida demais para
gostar de Sandy & Júnior, brincar de boneca, pedir autorização
para os pais para ir a qualquer lugar e coisas do tipo.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Eu queria ser a do contra também, porque assim o meu amoreterno-amor me acharia mais descolada, mais interessante, mais
inteligente, mais...
A minha música preferida não podia ser a minha música
preferida, não naquele momento, não para aquela pessoa. Ao
responder que não tinha exatamente uma música preferida, mas
que gostava de bandas alternativas, canções antigas e muito
cools, dei início a um ciclo vicioso que, de uma forma ou de outra,
começaria a ditar todos os rumos da minha vida.
Eu menti para agradar e para passar a impressão de que eu era
alguém que, na verdade, eu não era. Uma coisa boba como
aquela. Mas eu menti.
Anos depois, representei outros papéis e vivi outros personagens,
de acordo com as circunstâncias. Não era falsidade, era medo. E,
mais tarde, passou a ser mesmo uma total falta de conhecimento
sobre quem eu realmente era, do que gostava, com o que
sonhava, pelo que valia a pena lutar.
Eu tinha me afastado tanto do meu verdadeiro EU que, se me
perguntassem novamente qual era a minha música preferida ou o
que eu gostava de fazer no meu tempo livre, eu não saberia
responder.
E então uma coisa esquisita começou a acontecer também. Por
não saber quem eu era de fato, por ter me anulado tanto a ponto
31
de dizer sim mesmo achando que queria dizer não, eu comecei a
querer imitar quem eu admirava, não no sentido produtivo de
seguir o exemplo de quem nos inspira e nos faz crescer como
pessoa, mas no sentido de não aceitar e de até rejeitar a imagem
que eu via no espelho.
Eu me achava magra demais, baixa demais, branquela e comum
demais para conseguir agradar a alguém. O padrão de beleza
que o mundo ditava não tinha muito a ver com a minha aparência
frágil e pequenininha.
Eu queria ser como aquelas mulheres todas que eu via na TV ou
na capa das revistas. Eu queria ser como a garota popular da
escola que, eu pensava, nunca tinha sofrido por amor na vida.
Era fácil para ela agradar. Era fácil para ela não se importar com
as opiniões dos outros, já que todas essas opiniões pareciam ser
favoráveis a ela.
O corpo ideal, o rosto milimetricamente bem-desenhado, o corte
de cabelo e as roupas da moda, tudo muito perfeito para agradar
a quem quer que fosse.
Naquela época, eu costumava chorar inúmeras vezes na frente
do espelho, por não me encaixar naquele padrão, por não ser
exatamente o modelo de beleza que a mídia, principalmente,
ditava por aí.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
E já que eu não era aquele modelo perfeito, eu precisava tentar
agradar de outras formas.
Para fazer parte da “turma”, eu tinha que viver, pensar e dizer o
que a turma vivia, pensava e dizia. Se todos já estavam
namorando ou “ficando”, então eu precisava desesperadamente
começar a namorar ou a ficar também, do contrário, seria a
esquisita, a diferente, aquela que não vive de acordo com a idade
que tem.
Eu não sabia exatamente se eu gostava de sair à noite,
frequentar boates, beber e ficar com alguém que eu tinha
acabado de conhecer. Mas era o que todo mundo fazia, não era?
E quando percebi que a turma já estava me chamando de velha e
careta, simplesmente porque eu não me sentia confortável
nesses lugares e situações, entendi que eu precisava fazer
alguma coisa a respeito.
O medo de ser rejeitada (falaremos mais adiante sobre ele!)
começava a me invadir de tal forma que, adivinha!, o meu
programa “preferido” passou a ser frequentar as tais das boates!
A verdade é que eu estava vivendo uma realidade inventada por
mim mesma. Uma realidade que eu podia reinventar quando eu
quisesse ou precisasse, de acordo com as circunstâncias e com
a imagem que eu queria passar para os outros.
33
Eu não me achava bonita. Eu não me achava interessante. Eu
não me achava nada além do que uma cópia malfeita de alguém.
Porque, por mais que eu tentasse, eu estava longe de ser aquele
exemplo de beleza, charme e estilo que eu tanto queria copiar
dos outros.
Eu não sabia quem era e também não era feliz com quem eu
havia me tornado, entende?
Era como se o meu coração estivesse sendo constantemente
espremido por alguma coisa mais forte do que eu. Uma mão de
ferro, que apertava, esmagava, feria e dilacerava sem dó nem
piedade.
Eu
sentia
uma
angústia
tão
grande
por
não
corresponder às expectativas dos outros da forma que eu
gostaria e por não fazer a menor ideia sobre quem eu era de
verdade que a vida parecia cruel e injusta demais pra mim.
Frustrada e decepcionada comigo mesma, num desses dias que
valem por toda uma existência, resolvi dizer um “não” bem sonoro
para essa vida que eu estava levando. Uma vida sem propósito,
paixão e verdade.
Foi quando eu percebi que não importava muito o quanto eu me
esforçasse, o quanto fizesse e o que dissesse para agradar, esse
esforço todo nunca seria suficiente. Algumas pessoas sempre
encontrariam motivos para críticas e julgamentos. Não importava
o quanto você se esforçava ou doava de si. Agradar a todo
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
mundo, a todo instante, era uma das grandes ciladas e perdas de
tempo da vida.
Mas como eu descobri isso, afinal?
Acendendo a luz. A escuridão em que vivi por anos a fio me
impedia de enxergar com clareza o que sempre esteve ali, bem
na minha frente.
As pessoas que realmente se importavam comigo me amavam
do jeitinho que eu era. As pessoas que realmente me amavam e
se importavam comigo estavam preocupadas com a minha
tristeza e com a forma ansiosa e frágil com que eu lidava com as
minhas próprias emoções. As pessoas que realmente me
amavam e se preocupavam comigo não se cansavam de elogiar
o meu talento para contar histórias e piadas, escrever e me
comunicar com os outros de uma forma clara, assertiva e
envolvente.
As pessoas que realmente me amavam, longe de se importarem
com a minha altura, o meu tom de pele, a minha conta bancária
ou os meus gostos musicais, me achavam bonita e interessante e
divertida e sempre davam um jeitinho de me mostrar o quanto eu
era importante e única e capaz de conquistar o que eu quisesse.
Eu queria tanto ser aceita e amada pelos outros que tinha me
esquecido de aceitar e de amar a mim mesma. Eu queria tanto
35
conhecer os outros que, olha que coisa incrível, eu tinha deixado
de lado a importante tarefa de me conhecer.
Após ter trancado a faculdade de Jornalismo inúmeras vezes, ter
me formado em Teatro, cursado alguns períodos de Relações
Públicas e Pedagogia e não ter dado sequência a nada de coisa
alguma, eu entendi que não tinha a menor ideia do que queria da
vida.
As minhas escolhas sempre foram feitas sem reflexão alguma
sobre quem eu realmente era, do que gostava, em que
acreditava, pelo que realmente valia a pena doar o meu tempo e
a minha energia.
Eu saberia responder tudo ou quase tudo sobre a vida, as
preferências, os sonhos e as escolhas da Fulana de Tal que eu
sempre via na mídia. Mas... E eu? Qual era, na verdade, a
história da minha vida? Quem eu era? Qual era o meu grande
sonho? O que eu gostava de fazer nas horas em que estava
sozinha? Afinal de contas, qual era a minha música preferida?
Foi fazendo perguntas como essas, com consistência, que eu
comecei a me conhecer de verdade. E a descobrir talentos que
eu nem sabia que tinha.
Foi fazendo perguntas como essas que eu percebi o quanto eu
tinha me distanciado e me perdido de mim mesma por causa de
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
gente que, a bem da verdade, não deve nem lembrar qual é o
meu nome.
Foi
fazendo
perguntas
como
essas
que
eu
descobri,
principalmente, o quanto eu era uma pessoa legal, corajosa e
interessante. E o quanto os meus verdadeiros amigos deviam
estar contentes por merecerem a minha amizade. Não estou me
gabando. Não é nada disso. Só estou fazendo aqui o que todos
nós deveríamos fazer com mais frequência: ressaltar as nossas
qualidades e tecer mais elogios a nós mesmos. Já reparou como
somos mestres em nos criticar e falar sobre os nossos defeitos?
A partir do momento em que me conheci de verdade, entendi que
posso conquistar todos os meus sonhos e viver na minha melhor
versão simplesmente agindo com honestidade, respeito e
coerência entre o que eu penso, o que eu sinto, o que eu falo e o
que eu faço.
Hoje, eu gosto de me olhar no espelho e reconhecer todas as
marcas, as curvas, as cicatrizes e as grandes lições estampadas
nos meus olhos e no meu sorriso.
Eu já sei quem eu sou. E, por saber quem eu sou de verdade,
estou em paz.
Para que você se conheça mais e mais, e também experimente
essa sensação de paz e plenitude que eu estou sentindo agora,
37
vou te pedir uma coisa muito importante: comece a se fazer
perguntas. Muitas perguntas. O tempo todo.
Não tenha medo de mergulhar a fundo no seu interior. Perguntese quem você realmente é, qual é a sua missão nesse mundo,
como seria o seu dia perfeito, do que você gosta, o que faz os
seus olhos brilharem e o seu coração bater mais animado, quais
são os seus talentos, com quem você se identifica nesse mundo
e por quê.
Adquira o hábito de fazer perguntas poderosas e você verá como
uma janela se abrirá bem na sua frente.
Eu costumo dizer o seguinte, anota isso aí e não esqueça nunca
mais:
O Universo responde, é verdade, mas, primeiro,
você precisa perguntar.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
#1.1 Pergunte-se!
PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A SE CONHECER
DE VERDADE.
1- Se eu tivesse que me descrever em uma frase, qual seria
ela?
2- Quais são os meus talentos? (pense no que você gosta de
fazer e que faz de forma quase natural, sem esforço, ou no
que as pessoas te pedem ajuda para fazer e te elogiam
quando você faz).
3- Em que posso melhorar?
4- Quais eram as minhas brincadeiras preferidas na infância?
5- Quais são os meus valores mais preciosos, aquelas coisas
das quais eu não abro mão de jeito nenhum?
6- Quais são os meus objetivos na vida? E o meu grande
sonho?
7- Em que áreas da minha vida eu me sinto feliz e realizado?
E frustrado ou irritado?
8- Quem são os meus ídolos?
9- O que e quem eu levaria para uma ilha deserta?
10- Quais são os assuntos sobre os quais eu realmente gosto
e me sinto confortável para conversar?
39
11- Como seria o meu dia perfeito? (essa pergunta me foi
feita por várias e várias vezes, pelos meus mentores, por
mim mesma, pela vida... Ao visualizar como seria esse dia,
o que eu faria, onde e com quem estaria, quais seriam os
meus sentimentos, as coisas pelas quais eu estaria
orgulhosa de ter conquistado pelo caminho, algo começou
a se acender dentro de mim. Visualizar a nossa vida dos
sonhos é o primeiro passo para vive-la realmente!).
Agora, vale te propor um outro exercício também?
O que eu sugiro que você faça é muito simples: escreva uma
carta para si mesmo, apresentando-se e contando um
pouquinho da sua história, das suas vitórias, das suas
quedas, de todas as escolhas que você fez na vida e que
deixaram marcas no seu coração e na sua memória. Fale
sobre o que você gosta de fazer, sobre como você enxerga o
mundo, as pessoas, você mesmo. Se preferir, pode escrever
em terceira pessoa (ex: a Ana Paula, desde criança, sempre
gostou de contar histórias...).
Quando acabar de escrever, vá até o espelho, olhe para a
imagem que te encara do outro lado e comece a ler tudo o
que foi escrito. Em voz alta.
Registre as sensações e repita o exercício daqui a seis
meses.
Escolha Ser Você
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41
As crenças limitantes
“A grande verdade é que somos a pessoa que escolhemos ser.
Todos os dias você decide se continua do jeito que é ou muda. A
grande glória do ser humano é poder participar de sua
autocriação. O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre
chama de borboleta...”
Jacqueline Small
A
lguém, um dia, teve o sonho de voar. Voar como os
pássaros. Ir e vir através das nuvens, acima delas, em
qualquer direção. Atravessar continentes. Chegar a
qualquer lugar. Experimentar aquela sensação de ver a vida lá de
cima, como se cruzar e avistar o mar e os oceanos do topo do
mundo, sem ao menos tocar a ponta dos dedos no chão, fosse
plenamente possível... E foi.
Alguém, um dia, teve o sonho de ir além dos limites do céu. Voar
bem mais alto do que qualquer outro já foi. Descobrir outros
planetas. Pisar na lua. Flutuar no espaço. Como se fosse
possível não mais sentir o peso de nada, nem do próprio corpo...
E foi.
Alguém, um dia, teve o sonho de reproduzir a luz do sol mesmo
ao anoitecer. E de transmitir essa luz com tanta força e com tanta
energia que não mais houvesse escuridão no caminho. Como se
fosse possível apertar um botão e, como num passe de mágica,
tudo ao redor se iluminar... E foi.
Alguém, um dia, teve o sonho de conversar com quem estava
distante. No mesmo momento. Em tempo real. Como se fosse
possível ouvir a voz de alguém do outro lado do mundo, falando
com a gente, numa mesma vibração... E foi.
Alguém, um dia, disse que era impossível. E você, por ter sido
ensinado que objetivos, metas e sonhos têm que ser específicos,
mensuráveis, atingíveis, realistas e perfeitamente executáveis
Escolha Ser Você
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dentro de um prazo estipulado, optou por acreditar. Como se
fosse impossível sonhar mais alto, acreditar no que ninguém
nunca viu, ousar fazer o que ninguém nunca havia pensado.
Reinventar
o
caminho.
Descobrir
novas
e
inimagináveis
alternativas. Mudar o mundo. Por que não?
Os grandes sonhos nascem encobertos pela venda oculta do
impossível, porque o impossível é simplesmente a nossa crença
de que existe sempre um limite para ser e fazer o que a gente
sempre sonhou. Um limite que não pode ser transposto, nem
exposto, já que quem ousou fazê-lo foi tachado de louco, perdido,
sem noção.
Já aconteceu isso com você? Ser chamado de todas essas
coisas simplesmente por ter ousado sonhar mais alto? Ser
chamado de louco simplesmente por ter escolhido ser você e
viver uma vida autêntica, alinhada com aquilo que você realmente
defende e acredita? Ser chamado de louco simplesmente por...
Duvidar do impossível?
Talvez o avião nunca tivesse surgido se não existisse um louco
que quisesse voar. Ou a nave espacial. O que dizer do homem
que um dia sonhou pisar na lua? Quem ousaria acreditar num
cara que disse que tudo era questão de energia e que fez da sua
teoria um sonho possível de trazer luz à escuridão?
43
Muitos outros exemplos podem ser colhidos na história. Uma
história contada e vivida por gente como eu e você. Gente que
sonha, gente que tem uma missão maior na vida.
A regra do objetivo SMART (na tradução: específico, mensurável,
atingível, realista e com tempo determinado para acontecer) não
pode encerrar-se em si mesma, como se todo e qualquer sonho
que a gente ousasse sonhar na vida tivesse que se encaixar em
uma equação ou em um limite de tempo e espaço.
Demorei muito para entender essa simples verdade: se você não
acreditar em si mesmo e no quanto é capaz, viverá para sempre
uma vida presa e limitada.
Eu mesma já vivi durante muito tempo assim. Quando passei a
me conhecer de verdade, quando enxerguei a pessoa por trás da
máscara, descobri também feridas e cicatrizes na pele de alguém
que não acreditava ser capaz de ir além e transformar sonhos em
realidade.
Eu tinha muitas e muitas crenças limitantes sobre mim mesma;
crenças que, como fui me dar conta mais tarde, já faziam parte
de mim desde que eu era criança; crenças e valores sociais que
eu nunca tinha ousado questionar, porque sempre foram tidos
como “verdades absolutas”.
Quando resolvi trancar a faculdade pela primeira vez para viver
de teatro, muitas foram as críticas que ouvi das pessoas ao meu
Escolha Ser Você
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redor, sobretudo em relação ao dinheiro e ao futuro que eu teria
na profissão.
Eu amava estar no palco e vivi os melhores dias da minha vida
ali, convivendo com pessoas abertas ao novo, sedentas por
conhecimento e extremamente generosas e companheiras.
Porém, sempre que me perguntavam o que eu estava fazendo
“além do teatro”, eu tinha a sensação de estar caindo numa
armadilha. A percepção de que só artistas famosos ganhavam
dinheiro com teatro rondava meu ciclo social. As pessoas me
perguntavam quando é que eu iria para o Rio de Janeiro e faria
novelas e filmes. Os diretores me elogiavam, mas eu sempre
tinha a sensação de que eu não era boa o suficiente.
Eu decorava textos, dava sentimento às palavras; emprestava o
meu corpo e a minha alma para viver aqueles personagens. Eu
me entreguei e me dediquei ao teatro de mente aberta e coração
pulsante e apaixonado, mas a inquietação que eu sentia também
revelava uma angústia com a qual eu não sabia lidar.
Antes de lutar pelo sonho, eu o tinha deixado adormecer
profundamente dentro de mim. Eu queria ser atriz, mas não
conseguia visualizar uma carreira promissora e bem-sucedida
para mim.
A verdade era que eu tinha um medo enorme de fracassar
(vamos falar mais sobre esse medo!) e de não atender às
45
expectativas dos outros. Afinal, as pessoas esperavam me ver
em grandes produções televisivas; elas queriam de mim a fama e
o reconhecimento por um trabalho bem-feito. Era aquela velha
história... “Só assim para valer a pena tanto sacrifício em nome
da arte”.
Acontece que eu sempre gostei foi do teatro. Era o teatro quem
fazia o meu coração bater mais animado. E então, em função de
todas essas crenças do senso comum, vieram as perguntas “E
SE”. E se eu não fosse aprovada em nenhum teste? E se
nenhum diretor gostasse de mim? E se eu não conseguisse
pagar as minhas contas vivendo de arte? E se todo esse sonho
não passasse de uma ilusão? E se eu nunca conseguisse
nenhum
reconhecimento
pelo
meu
trabalho?
E
se
eu
fracassasse? E se nada desse certo pra mim?
Por causa das inúmeras crenças limitantes que eu tinha sobre
mim mesma, desisti do sonho dourado de viver de arte antes
mesmo de ter ousado arriscar.
Poucos anos após o sonho do teatro, senti renascer dentro de
mim um sonho antigo de infância: ser escritora.
Eu sempre gostei de escrever. E, pela facilidade que eu tinha
com as palavras, sempre fui elogiada pelos professores e pelas
pessoas ao meu redor.
Escolha Ser Você
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Porém, porque sempre tem um porém quando falamos de
crenças limitantes, apesar de todos os elogios que eu recebia, eu
ainda não acreditava em mim e no meu potencial.
Eu queria ser escritora, mas pouquíssimos escritores eram
reconhecidos e bem-sucedidos no Brasil. A crença que ecoava
em todos os cantos era a de que escritor, como o artista
desconhecido, morria de fome. Ou se matava de trabalhar em
outros empregos para conseguir pagar as contas.
Desanimada com o que os sabe-tudo diziam, e muito pouco
confiante no meu talento, ocultei do mundo, durante cinco longos
anos, um romance que eu tinha escrito ainda na época do teatro.
Eu tinha tanta descrença em mim mesma e na qualidade da
minha história que morria de vergonha que alguém soubesse que
eu havia escrito um livro.
Era como se eu não fosse digna, competente e talentosa o
suficiente para escrever um romance ou o que quer que fosse. A
sensação que eu tinha era a de que ninguém se interessaria ou
gostaria dos meus textos.
Também como escritora, eu seria um fracasso. Um fracasso
completo. Porque a minha crença de que eu não era capaz me
limitava a esse ponto. Era uma crença paralisante. Mesmo.
47
Após um
longo
e
profundo
processo
de
descoberta
e
autoconhecimento, viabilizado por meio de livros, cursos,
coaching e, principalmente, das lições que aprendi na melhor
escola de todas, a vida, percebi o quanto o meu pensamento
estava enraizado e limitado aos valores e às crenças do senso
comum.
Afinal, escrever significava somente publicar livros por meio de
grandes editoras? Era só isso? Afinal, a criança que sonha em
ser o homem-aranha não pode transformar esse sonho em
realidade?
Lembro-me bem de uma frase da Paula Abreu, quando
questionada sobre o sonho do filho em ser o homem-aranha: “O
homem-aranha que conheço tem um cachê milionário…”.
O que quero te dizer com tudo isso é o seguinte: não pense
pequeno quando o assunto em pauta é a sua missão no mundo.
Mesmo que ela comece a ser cumprida dentro de você, no seu
universo mais íntimo, faça-a grande, faça-a importante, faça-a tão
incrível a ponto de julgarem-na impossível.
Impossível.
Se antes essa palavra me assustava, agora ela me move. Ao
ouvir que é impossível, gero mais energia e me predisponho a me
desafiar ao máximo e além. Porque grandes sonhos não
Escolha Ser Você
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sustentam pensamentos pequenos e limitantes. Nem crenças
advindas de sei lá onde, sei lá por quê.
Grandes sonhos demandam coragem, fé, ousadia e, sobretudo,
liberdade. A liberdade tão sonhada pelo homem que queria voar
e pisar na lua.
Apesar de todos os pesares, de todos os contrários, de todos os
impossíveis...
Ele foi lá.
E fez.
49
#2.1 Pergunte-se!
PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A IDENTIFICAR E
A SUPERAR O QUE TE LIMITA.
1- Quais são as minhas percepções sobre mim mesmo? E
sobre a vida?
2- Eu tenho cultivado pensamentos negativos e pessimistas
sobre os outros e sobre mim mesmo? Quais?
3- O que posso fazer para cultivar pensamentos mais
positivos, otimistas e produtivos?
4- O que está me impedindo de ser eu mesmo de forma
plena e verdadeira?
5- O que posso fazer para me aproximar de quem eu
verdadeiramente sou?
6- O que está me impedindo de realizar os meus sonhos?
7- O que posso fazer para transformar sonhos em realidade?
8- Do que eu duvido ser capaz de conseguir na minha vida?
9- O que posso fazer para afastar a dúvida e aumentar a
minha fé e a minha confiança em mim mesmo?
10- Em que áreas da minha vida eu estou me sentido preso?
11- O que tem me levado a esse sentimento de prisão?
12- O que eu posso fazer para me libertar desse sentimento?
Escolha Ser Você
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51
As opiniões dos outros
“Não é o crítico que conta; nem o homem que aponta onde o forte
hesita nem onde o benfeitor poderia ter feito melhor. O crédito deve
ser dado ao homem que está no campo, cujo rosto está sujo de
terra, suor e sangue; que resiste bravamente; que erra, que
encontra problemas, pois não existe esforço sem erro e sem
problemas; mas quem se esforça para realizar os feitos; que
conhece os grandes entusiasmos; as grandes devoções; que se
dedica a uma causa digna; que conhece muito bem, no fim, o triunfo
da grande conquista e que, na pior das hipóteses, fracassa, mas
pelo menos fracassa encarando o desafio, de modo que seu lugar
nunca seja com aquelas almas frias e tímidas que não conhecem
nem a vitória nem a derrota”
“Cidadania em uma República”, de Theodore Roosevelt, extraído do
livro O Poder da Energia, do Brendon Burchard
G
osto muito de um texto que escrevi há mais de um ano
e que, além de ter sido publicado no meu site, o
Cookies and Words, também faz parte do meu primeiro
e-book sobre mudança de vida e transformação pessoal, um livro
muito querido chamado “Transformação: dez razões para abraçar
a vulnerabilidade”, e que eu faço questão de dar de presente para
todos os assinantes da minha newsletter. Além do conteúdo, o
que mais gosto quando penso nesse texto é de me lembrar do
momento em que eu estava quando coloquei aquelas palavras no
papel.
Definitivamente, eu já havia começado a sair do casulo, numa
tentativa real e consistente de deixar de ser lagarta para virar
borboleta. Gosto muito de usar essa metáfora da metamorfose
toda vez que o assunto em pauta é o rico processo de
transformação e descoberta pelo qual todos nós passamos, de
uma forma ou de outra, ao longo da vida.
Quando decidi abraçar a vulnerabilidade, quando resolvi me abrir
para o mundo de forma verdadeira, honesta e humana, expondo
minhas forças, minhas fraquezas, meus acertos, erros e
tentativas, sem me importar com o que os outros fossem falar ou
pensar a meu respeito, um mundo novo e cheio de possibilidades
incríveis se abriu para mim. E então eu comecei a despertar para
uma verdade que o tempo todo esteve bem na minha frente, mas
que eu não conseguia enxergar: a opinião dos outros é e sempre
será apenas isso. Uma opinião.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Eu sei o quanto é difícil não se importar. Somos humanos, o que
quer dizer que temos ainda inúmeras fraquezas e necessidades
relacionadas ao nosso ego, sobretudo, a da aceitação. Queremos
ser amados, valorizados, reconhecidos em nossas ações e
esforços, bem-sucedidos, bonitos, copiados. Por isso é tão
importante o que o outro tem a dizer sobre nós. Não estamos
sozinhos. Não somos uma ilha. Precisamos da convivência, da
troca e, em alguma medida, das opiniões que as outras pessoas
têm a nosso respeito.
Acontece, porém, que tudo depende do grau relativo de
importância que damos a qualquer coisa na nossa vida. E o grau
de importância que eu costumava dar às opiniões das outras
pessoas estava ultrapassando o pontinho de equilíbrio que eu
tanto buscava encontrar ao longo do caminho, me prejudicando e
me impedindo de ser eu mesma de uma forma mais autêntica,
verdadeira e alinhada com os meus valores mais preciosos.
Eu tinha muito medo de não corresponder às expectativas
depositadas em mim e, mais ainda, de ser criticada e julgada
pelas escolhas que eu fazia na vida.
Quando escrevi o meu primeiro romance, “O Caderno de Ágape”,
salvei o arquivo e, durante cinco anos, deixei-o escondidinho
numa pasta amarela do meu computador. Eu morria de vergonha
do que os outros falariam da história que criei, do meu jeito de
escrever, das minhas ideias, do meu sonho de ser uma grande
escritora.
53
A opinião dos outros era tão importante pra mim que, durante
esses cinco anos, eu simplesmente não agi. Eu queria ser
escritora, eu queria ser lida, mas, além da falta de confiança em
mim mesma e no meu potencial, tinha sempre o receio de não
agradar e não ser aceita. De falarem que a qualidade da minha
escrita era ruim, que os meus textos eram péssimos e que as
histórias que eu criava não tinham emoção alguma.
Eu estava paralisada em função do que as pessoas poderiam
falar sobre mim. E aquilo chegava a doer na alma.
A criação do blog Cookies and Words foi o primeiro passo em
direção a uma vida fora do casulo. Criado sem pretensão alguma,
só para compartilhar textos com a minha família e amigos mais
próximos, o blog foi crescendo aos pouquinhos e, quando dei por
mim, já tinha mais de dois mil seguidores. Eram pessoas que
gostavam daquilo que eu escrevia; pessoas que, de alguma
forma, sentiam-se tocadas pelas minhas palavras.
O retorno que eu começava a receber dos meus leitores, em
forma de mensagens, e-mails e textos que enchiam os meus
olhos de lágrimas de felicidade e contentamento, me deu mais
confiança em mim mesma e me ajudou a perceber o quanto eu
estava sendo medrosa, boba e injusta com o meu próprio EU
escondendo aquele romance das outras pessoas.
É claro que nem todo mundo iria gostar da minha história. Alguns
iriam criticar, tudo bem. Mas a grande pergunta que rondava a
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
minha mente naquele momento era outra: “É por causa de gente
que vai me criticar e me julgar que eu vou deixar de fazer o que
acredito e de lutar pelos meus sonhos?”.
Era tudo uma questão de escolha.
Onde, afinal, eu devia colocar o meu foco? Naquele que me
diminuía, que me empacava, que me menosprezava, que
debochava das minhas conquistas e dos meus sonhos? Ou
naquele que, por outro lado, me incentivava a ser o melhor que
eu podia ser, me enxergava melhor do que eu realmente era e,
mesmo que me fizesse colocar os pés no chão de vez em
quando, me encorajava a enfrentar os desafios da vida e a lutar
por aquilo em que eu acreditava?
Quem eram essas pessoas? O que sabiam sobre mim e sobre os
meus passos? Por acaso elas haviam passado pelos caminhos
que passei? Sentido as minhas angústias, os meus medos e as
minhas alegrias?
Gosto muito de como o Brendon Burchard, criador da High
Performance Academy, maior treinamento de alta performance
do mundo, apresenta, num vídeo chamado “Como superar o
medo da rejeição” (tradução livre), a questão das críticas alheias.
Segundo ele, existem quatro razões básicas pelas quais as
pessoas criticam, o que acaba resultando em quatro tipos bemdefinidos de críticos, além do crítico profissional, aquela pessoa
que é paga justamente para criticar.
55
O primeiro tipo de crítico seria aquele que critica apenas para se
autoafirmar e se autovangloriar dos próprios feitos. Ele sempre
dirá que o que você fez está aquém do que ele mesmo poderia
fazer, não importa o quanto você tenha se esforçado e o quanto o
que você tenha feito seja valioso, incrível e sensacional.
Nesse caso, o que fazer? Você vai mesmo se importar com a
opinião de alguém que nunca estará satisfeito e que sempre
achará que, se fizesse sozinho, teria feito melhor?
Aqui cabe uma anotação: afaste-se desse tipo de gente ou, se
não for possível um afastamento completo, tente evitar ao
máximo a influência dessas pessoas na sua vida. Deixe que
quem diminui os seus feitos e menospreza o seu esforço vá
cantar de galo em outra freguesia. E, quanto a você, vá ser feliz
fazendo as coisas à sua maneira! Não há nada mais triste do que
alguém que precisa viver uma vida inteirinha tentando provar aos
outros a sua “superioridade”, colocando conquistas num pedestal
e ressoando sucesso e vitórias num alto-falante.
Para apresentar o segundo motivo que leva as pessoas a
criticarem umas às outras, Brendon toca numa questão bastante
interessante, ao trazer à tona aquele que critica por um simples
motivo: ele não tem a sua coragem. O diferente, o autêntico e o
verdadeiro incomodam. E o preço que se paga por fazer as suas
próprias escolhas, mesmo que elas contrariem o senso comum, é
o de ter que lidar com as críticas de pessoas que, lá no fundo,
encontram no criticar uma fonte de autoproteção, algo que
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
justifique as escolhas vazias e sem propósito que elas próprias
têm feito ao longo da vida.
E então, mais uma vez, somos induzidos a uma reflexão maior: é
com a opinião dessas pessoas que vamos nos importar?
O terceiro tipo de crítico seria aquele que te critica sem saber
absolutamente nada sobre você. Ele não sabe o que você faz,
como você chegou aonde chegou, quais foram os desafios que
você enfrentou pelo caminho, o tempo e a energia que você
investiu nos seus projetos, os seus sonhos, os seus valores.
Nada. Ele só gosta de criticar mesmo, porque já está habituado a
agir assim.
Críticas vazias, opiniões não fundamentadas e justificativas
falhas não podem e não devem ser um empecilho para que você
faça escolhas e viva da maneira que merece e acredita.
Sempre existirão os críticos por vocação, aquelas pessoas que
encontrarão no criticar uma forma de preencher o vazio de suas
próprias vidas.
Não se importe com a opinião dessas pessoas. Elas não
significam e nunca significaram nada. Siga em frente. E, como o
próprio Brendon diz: “Não peça desculpas por ser você mesmo”.
Por fim, Brendon apresenta os “críticos do bem”. Aquelas
pessoas que realmente se importam com você e torcem
57
sinceramente pela sua felicidade. Elas não têm a intenção de
prejudicar, mas, talvez por julgarem saber o que é melhor para
você e para a sua vida, sentem-se no direito de emitir opiniões e,
se for o caso, criticar.
A essas pessoas, você deve paciência e respeito, porque a
intenção delas é a melhor possível. No entanto, saiba que o seu
caminho será sempre o seu caminho. E que você, mais do que
ninguém, sabe o que é melhor para a sua vida.
Receba essas opiniões, agradeça-as, reflita sobre elas, mas,
sempre, em todos os momentos, escolha por VOCÊ.
A decisão final é sempre nossa e seria injusto demais chegar ao
fim de uma jornada culpando os outros pelos nossos fracassos.
Lembre-se disso e não esqueça jamais: a escolha é sua. Toda
sua. Não deixe que tirem esse poder das suas mãos.
...
Quando me dei conta de que havia muita gente que gostava de
mim, que curtia e compartilhava os meus textos e que, de alguma
forma, sentia-se grata pelas minhas palavras, eu entendi que não
seria justo desistir. Nem comigo. Nem com elas.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Era por essas pessoas que eu tinha que escrever, era por quem
procurava nos meus textos um consolo, um alento, uma palavra
amiga ou uma esperança que eu tinha que continuar lutando.
E era por mim mesma também, porque escrever me realizava e
dava um novo sentido à minha vida.
Eu já era uma grande escritora. Eu só não tinha me dado conta
disso.
...
O texto que escrevi...
Ser rio
Sobre a importância de realmente não se importar com o que
os outros falam. E perdoar.
“Buda disse: Alguém pode jogar uma tocha em chamas dentro do
rio. Ela permanecerá acesa até atingir o rio. No momento em que
ela cai no rio, todo o fogo se vai – o rio a esfria. Eu me tornei um
rio. Você lança agressões contra mim. Elas são o fogo quando
você as lança, mas no momento em que elas me alcançam, na
minha calma, seu fogo se perde. Elas não machucam mais. Você
lança espinhos – caindo em meu silêncio eles se tornam flores.
Eu ajo a partir de minha própria natureza interior.”
Trecho extraído do livro Escolha Sua Vida, da Paula Abreu
59
No momento em que escrevo este texto, alguém está sendo
julgado e criticado em algum lugar do mundo. Eu mesma posso
estar sendo julgada e criticada, às vezes por quem eu nem
imagino que me conheça ou que saiba o meu nome. Você pode
estar sendo julgado e criticado também, não duvide disso.
Seus gostos, seus pensamentos, sua maneira de ser e de
enxergar a vida, o que você come, o que você lê, quem você
escuta, o não que você disse outro dia para a proposta dos
sonhos, a oportunidade perfeita que você deixou escapar, o
projeto maluco que você decidiu retomar, a maneira como você
se expôs, o jeito como você falou, as ideias que você defendeu;
todas as suas escolhas ali, prontas para a análise dos outros,
como se os outros fossem os juízes ou os réus dessa coisa
maluca que é a vida da gente.
Basta existir para ser julgado. E basta dar confiança demais para
a opinião alheia para perder uma das coisas mais preciosas que
existem no mundo: a liberdade de ser.
Perder-se de si mesmo é se enveredar por um caminho doloroso
demais, mesmo que ficar perdido faça parte do processo.
Quando eu sigo por um caminho que não é meu caminho, mas
sim um caminho que alguém disse que eu tinha que seguir,
porque era melhor ou mais valoroso, eu me perco de mim e
passo a viver uma vida que não é minha, a percorrer estradas
que eu não reconheço como sendo parte da minha trajetória, a
Escolha Ser Você
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desperdiçar o meu tempo e a minha energia com coisas que,
para mim, na minha essência, não significam nada além do que
coisas de alguém.
Por muito tempo sofri com as críticas dos outros, amigos,
inclusive, que simplesmente não entendiam as minhas escolhas
de vida. Tudo bem que eu já fiz coisas das quais não me orgulho,
coisas que, hoje, após alguma maturidade, eu não faria mais.
No entanto, o sentimento que bate quando eu me lembro dessas
coisas todas nunca é o do arrependimento. E sabe por quê?
Porque tudo o que a gente faz na vida tem uma consequência
que pode ser boa ou ruim. Se for boa, ponto pra gente. Se for
ruim, que bom que passou. Agora a gente aprendeu que não vale
a pena fazer essa coisa de novo. Agora a gente amadureceu. E
amadurecer é o propósito da vida. Se doeu, se feriu, se tivemos
que catar os caquinhos do chão, se foi pesado demais e difícil de
aguentar, passou. Valeu. Serviu como aprendizado.
Outro dia uma leitora me escreveu dizendo que o mais difícil para
ela nesse processo todo era se perdoar. Deixar passar, entende?
Porque destralhar a mente e o coração de tudo aquilo que nos
impede de seguir em frente não é mesmo uma tarefa simples.
Fiquei pensando naquilo, e então cheguei à conclusão de que o
nosso perdão é realmente a melhor coisa que podemos fazer por
61
nós mesmos. É como aquela libertação tão almejada por cada
um de nós.
Eu me perdoo pelas vezes em que desperdicei o meu tempo com
bobagens e reclamações vazias, pelas vezes em que procrastinei
e adiei tomar decisões importantes por puro medo, por todas as
oportunidades que eu deixei passar porque estava seguindo um
caminho que não era o meu caminho, pelas palavras que eu
disse e que acabaram ferindo alguém, pelos sonhos que eu
deixei adormecerem dentro de mim, por não ter escutado a minha
intuição, por ter acreditado, por muito tempo, que eu nem intuição
tinha, por ter me deixado levar pelas ideias e opiniões dos outros,
mesmo quando eu pensava exatamente o contrário, por ter
gastado o dinheiro do meu pai com milhões de coisas que, lá no
fundo, eu sabia que não me levariam a lugar algum, pelas
promessas que eu fiz para alguém importante pra mim e não
cumpri, pelas promessas que eu fiz para mim mesma, e que
também não passaram de promessas, pelas vezes em que
julguei a atitude de alguém e acabei fazendo exatamente a
mesma coisa, pelas palavras que eu não disse, pelo abraço
apertado que eu não dei, pelas desculpas que eu não aceitei,
pelas vezes em que eu podia ajudar alguém, mas que, por
preguiça, ou por me achar ocupada demais, eu não ajudei.
Eu me perdoo por isso, porque eu sei que o que está feito está
feito, não volta mais. Eu me perdoo por isso, porque eu sei que
ainda tenho um caminho todo pela frente; talvez seja curto, talvez
seja longo, não importa, é o meu caminho. Segui-lo com culpa,
Escolha Ser Você
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carregar uma culpa, só vai dificultar as coisas. A culpa não vai
fazer de mim uma pessoa melhor nem pior do que ninguém. O
perdão, sim. Porque perdoar é uma daquelas coisas que nos
mostram que a gente amadureceu de verdade.
Se eu te fiz algum mal, se eu me fiz algum mal, eu te perdoo, eu
me perdoo. Porque agora eu quero respirar de uma maneira
profunda
e
tranquila.
Sem
pesos
desnecessários.
Sem
arrependimentos. Sem me importar com o que os outros vão falar
a meu respeito.
Eu me perdoo. Eu te perdoo. Porque agora eu quero ser rio.
Nada de mal me alcança.
Todas as suas críticas, todos os seus comentários maldosos,
toda a sua energia negativa ou sugadora. Eu simplesmente deixo
passar.
As culpas que porventura insistam em encontrar espaço na
minha mente e no meu coração.
Os arrependimentos e grandes pesares que só nos perturbam e
atrapalham a caminhada.
As tristezas e as dores sentidas por aquilo que não tem mais
jeito.
63
Nada me pega. Nada me toca. Porque eu só quero tirar das
coisas e das pessoas o que elas têm de bom.
Agora eu quero ser rio. De manso. Calado. Fluindo.
Eu sei quem eu sou. E, por saber quem eu sou de verdade, eu
ajo tranquila.
A sua opinião sobre mim pouco ou nada importa.
Estou em paz com a minha consciência.
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#3.1 Hora de agir!
Os cinco passos que vão te ajudar a ser mais
confiante e, de quebra, a se importar menos com
o que os outros pensam ou falam a seu respeito.
Lição preciosa que aprendi com o Brendon
Burchard e que quero e preciso compartilhar
com você!
1- Decida: lembre-se de que o poder da intenção é forte
demais. Quando você decide agir em direção àquilo em
que acredita, você transmite uma mensagem poderosa
para o Universo. E ele entende! Ah! Só mais uma coisinha:
você não precisa de razão para querer ter mais confiança
na vida e muito menos da aprovação de ninguém. Não
espere por uma autorização qualquer para ser feliz e lutar
pelos seus sonhos. Não espere pelo “sim” de ninguém!
Simplesmente decida ser uma pessoa confiante. E seja.
65
2- Aja com integridade: agora que você decidiu ser uma
pessoa mais confiante, lembre-se de agir com integridade
em todos os momentos. E o que isso significa,
exatamente? Que a confiança virá a partir do momento em
que você demonstrar quem realmente é, com congruência
entre o que você pensa, diz e faz e com consistência
nessas ações.
3- Adquira cada vez mais competência: quanto mais
competente você se torna no que quer que seja, mais
confiante você se sente. Pense em quando você aprendeu
a nadar (você sabe nadar, né? Se não sabe, te aconselho
a aprender. Vale muito a pena!). Pois então, as suas
primeiras
braçadas
devem
ter
sido
tímidas
ou
desgovernadas, respirar e se movimentar ao mesmo
tempo era difícil, talvez você até tivesse medo da água.
Quando começou a entender como a coisa toda
funcionava, porém, você passou a sentir mais confiança no
que estava fazendo. Procure adquirir mais e mais
competência onde quer que esteja faltando confiança.
4- Tome o impulso: e se jogue! Não fique esperando o
momento perfeito, as condições ideais, a hora exata de
agir para se sentir mais confiante. A perfeição não existe.
Comece agora. Dê o primeiro passo agora. E se pergunte:
o que eu posso fazer agora para ser a pessoa que eu
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quero ser? O que eu posso fazer agora para conseguir o
que eu tanto desejo?
5- Compartilhe com quem vibra o bem: o suporte de um
grupo com o qual você se identifica é sempre importante
quando o assunto é gerar mais confiança. Procure
conviver com pessoas positivas, otimistas e, adivinha!,
confiantes. As energias fluem e temos uma capacidade
incrível de absorvê-las, sejam elas boas ou ruins.
Contamine-se com o que é bom. Se não conhece pessoas
com essa energia do bem e grande poder de nos tornar
mais confiantes, vá procurá-las. Elas existem aos montes
por aí. Encontre-as!
67
O medo
“Eu ajo apesar do medo. Eu ajo apesar da dúvida.
Eu ajo apesar da preocupação. Eu ajo apesar da inconveniência. Eu
ajo apesar do desconforto. Eu ajo quando não estou com vontade de
agir”
T. Harv Eker
Escolha Ser Você
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E
se não der certo? E se não me aceitarem como eu sou?
E se eu fracassar? E se todas as minhas tentativas
forem em vão? E se não valer a pena? E se eu me
arrepender? E se não for exatamente da forma que eu imaginei?
E se eles tiverem razão? E se eu descobrir que, na verdade, eu
sou uma fraude? E se eu perder o que já tenho por querer o que
ainda é dúvida e incerteza pra mim? E se eu sofrer? E se eu me
machucar? E se eu decepcionar a mim mesma e àqueles a quem
eu amo? E se eu frustrar as expectativas que colocaram em
mim? E se eu frustrar as expectativas que eu mesma criei? E se
eu quebrar a cara mais uma vez? E se der certo? E se eu não
conseguir lidar com o sucesso? E se tudo isso for muito pra mim?
E se?
Então ele estava ali, com seu incrível poder de antecipar uma dor
ou um sofrimento futuro. Uma dor e um sofrimento por algo que,
a bem da verdade, eu nem sabia se aconteceria.
Por muitas vezes eu tive que lutar contra ele simplesmente para
conseguir sair do lugar. É que às vezes ele me paralisava de tal
maneira que chegava a doer fisicamente. Dava câimbra.
Apertava o peito.
Era como se eu estivesse presa numa zona de desconforto
imenso, que dava angústia, calafrios, vontade de chorar. Zona de
desconforto. Porque, na boa, não tinha nada de confortável
naquele lugar.
69
Medo.
A palavra capciosa que eu sempre encontrava no meio do
caminho. Medo da rejeição. Medo do fracasso. Medo de não ser
aceita, de não ser amada, de não conseguir alcançar os meus
objetivos e realizar os meus sonhos. Medo de não corresponder
às expectativas dos outros e às minhas próprias. Medo de ser
julgada e criticada. Medo de não aguentar passar pelo processo.
Medo de não suportar a mudança. Medo de conseguir e, de
repente, descobrir que aquilo tudo era muito pra mim. Medo de
ter que lidar com o novo, de ter que assumir a responsabilidade
pelas minhas escolhas, de escolher errado, de me arrepender.
Um medo paralisante que me induzia ao não agir. Porque não
agir era mais confortável, embora me causasse um desconforto
imenso permanecer naquela situação, consegue entender?
Medo. E SE. E agora?
Brendon Burchard (olha ele aqui outra vez!) analisa o medo sob
uma perspectiva bastante interessante. Nos meus estudos e
treinamentos de coaching, sobretudo quando participei do
Programa Escolha Sua Vida, da Paula Abreu, com metodologia
da High Performance Academy, essas percepções sobre o medo
ficaram muito claras pra mim.
Como uma antecipação de uma dor futura, que a gente nem sabe
se virá realmente, o medo é percebido em três esferas principais
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que nos causam sofrimento: a dor da perda, a dor do processo e
a dor do resultado.
A dor da perda explica-se por si só, já que toda e qualquer
escolha que fazemos na vida envolve ganhos e perdas, por mais
boba que ela seja. Quando eu escolho a letra A dentre todas as
outras vogais, estou deixando de escolher as letras E, I, O e U.
Toda e qualquer escolha envolve uma renúncia. Daí o medo de
trocar o “certo pelo duvidoso”, de ter que abrir mão de uma coisa
por outra, de perder o que já tem.
Muitos coachees e leitores, desejosos de deixarem o emprego
atual no mundo corporativo para empreender, me relataram esse
medo. E se eu não conseguir pagar as minhas contas? E se não
der certo? E se eu tiver que voltar para o meu trabalho antigo e
ainda passar vergonha na frente dos outros? Eis as perguntas
que mais apareceram nas minhas pesquisas.
Perder a aparente estabilidade de um trabalho com carteira
assinada e salário caindo na conta no fim do mês era
aterrorizante para eles. Criativas, com espírito empreendedor e
vontade de viver uma vida com mais propósito, essas pessoas
queriam abrir o próprio negócio, ter mais autonomia, mais
liberdade e mais satisfação pessoal, mas simplesmente não
conseguiam agir, porque a dor da perda não deixava.
O foco estava nas perdas, não nos ganhos, entende? E se a
gente não consegue pensar no que tem a ganhar com as nossas
71
escolhas, e se a gente não consegue visualizá-las de uma forma
mais otimista, positiva e alegre, mentalizando abundância,
desafio, crescimento pessoal e propósito, as coisas simplesmente
não fluem.
Assim, ao lado da dor da perda, existe também a dor do
processo; aquela dor que a gente sente quando pensa não ser
capaz de passar por todas as curvas e labirintos e barrancos e
estradas até chegar aonde deseja. É como se a gente quisesse
chegar ao topo do monte, mas não estivesse disposto a enfrentar
os percalços da escalada.
E então, já escutei de uma leitora: “Se eu deixar o meu emprego
no mundo corporativo, eu não sei se serei capaz de lidar com as
críticas e os julgamentos dos outros. Alguns vão me chamar de
louca”.
E mais uma vez a questão do foco. Se eu coloco a minha
atenção no que me assusta, no lado ruim do processo, eu
realmente começo a pensar que não vou conseguir passar por
ele.
Fazer uma mudança é difícil, eu sei, mas se passarmos a encarála como um desafio, como uma chance de crescimento pessoal,
como
uma
oportunidade
incrível
de
autoconhecimento
e
descoberta, as coisas passam a ter mais sentido. Sem desafios,
a vida não tem graça. Sem desafios, como poderíamos evoluir,
afinal?
Escolha Ser Você
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Por fim, Brendon cita a dor derradeira, a dor do resultado. E se,
após passar por tudo isso, abrir mão de tantas coisas, ter que
lidar com críticas e julgamentos, me virar do avesso... E se,
depois de tudo, o resultado não for o esperado? E se não valer a
pena? E se eu descobrir que não era aquilo que eu queria?
Pois vou te contar o que descobri sobre o medo. Segura a minha
mão. E vem comigo.
...
A minha primeira e grande descoberta sobre o medo mudou a
minha vida de forma definitiva e me fez enxergar um mundo novo
de possibilidades, no qual as pessoas sentiam medo, sim, da
ponta dos pés até o último fio de cabelo, mas, ao contrário do que
eu vinha fazendo, não se deixavam dominar por ele.
Dias antes da minha estreia no palco, ainda na Escola de Teatro,
entrei em pânico. Pânico mesmo. Eu já havia ensaiado durante
todo o semestre. Sabia as minhas falas de trás pra frente. Porém,
alguma coisa dentro de mim me dizia que eu não seria capaz. Eu
estava com medo. E, por causa dele, não estava conseguindo
raciocinar.
Aquela seria a primeira vez em que meu pai me assistiria no
teatro. A primeira vez em que eu havia convidado amigos, família
e até colegas da faculdade para me ver atuar. Eu já havia
73
participado de esquetes e ensaios abertos. Minha irmã e minha
mãe já tinham me visto interpretar alguns personagens por aí.
Mas, naquele momento, a situação era diferente. O peso era
outro. A responsabilidade era muito maior. Eu seria a
protagonista da peça. Interpretaria um homem. Teria falas
enormes e ininterruptas. Eu estava com medo. Muito medo. E
cheguei a pensar em desistir.
Foi conversando com o meu diretor que as coisas passaram a
fazer mais sentido. Veterano nos palcos, ele olhou bem dentro
dos meus olhos e me disse o seguinte: “Estranho seria se você
não estivesse com medo. O medo é um ótimo sinal, porque indica
que o que você está prestes a fazer tem real importância na sua
vida”.
Devolvi o olhar. Ensaiei um sorriso. E me senti incrivelmente mais
segura. Aquela tinha sido a primeira grande lição que eu havia
aprendido sobre o medo: se o que eu quero é tão importante pra
mim, se o que eu desejo fazer causará tanto impacto na minha
vida, então é porque a coisa toda me toca de verdade. Então é
porque vale a pena.
Lembro-me de que, dias depois, subi ao palco e dei tudo de mim.
Eu ainda estava com medo, não vou mentir. Mas eu tinha
conseguido agir apesar de. Ao longo da peça, a energia gerada
era tanta que eu nem tive mais tempo de pensar em qualquer
outra coisa que não fosse a emoção daquele momento. A
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vibração da plateia. A sensação completa de preenchimento,
doação e parceria. Os aplausos. A certeza de que aquele
momento ficaria guardado para sempre na minha memória.
Eu já havia me esquecido do medo, porque ali existiam coisas
muito mais importantes, valiosas e incríveis do que ele. E foi
então que eu havia aprendido, quase sem perceber, mais uma
lição: é onde a gente coloca a nossa atenção que a realidade
existe.
E o que isso quer dizer, exatamente?
Se eu passo a não prestar atenção no medo e a focar em outras
coisas muito mais importantes pra mim, o medo deixa de
aparecer no meu campo de visão, como se não existisse mais.
É claro que ele não deixou de existir, mas é como se não
existisse, entende? Se eu não olho mais pra ele, se eu já não o
enxergo mais, então que razões eu teria para ficar procurando-o
por aí?
Aprendi que somos tão poderosos, mas tão poderosos, que
podemos programar a nossa mente de forma mais positiva,
otimista e produtiva em todos os momentos. Nessa nova
programação mental, podemos agir antes mesmo de o medo
chegar ao campo do pensamento, sabia?
75
Deixa eu te explicar como a coisa toda funciona (esquema mental
excelente que aprendi com T. Harv Eker, no livro “Os segredos
da mente milionária”). Ao explicar esse esquema, Eker falava
sobre o processo de manifestação do dinheiro, mas você pode e
deve usá-lo para manifestar o que quer que seja na sua vida!
Programação mental
Pensamentos
Sentimentos
Ações
Reações/ resultados
Nessa ordem.
Então vamos pensar juntos?
Se
a
nossa
programação
mental
conduz
aos
nossos
pensamentos, e se os nossos pensamentos levam aos nossos
sentimentos e às nossas ações, então você concorda comigo que
é preciso destralhar tudo aquilo que nos faz mal e reprogramar a
mente a nosso favor, para alcançarmos os resultados que
queremos?
Escolha Ser Você
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Pensamentos poderosos e ações consistentes não são conversa
pra boi dormir. São, claramente, provas concretas de quem já
conseguiu fazer a coisa toda acontecer de verdade. Ou você
realmente acha que as pessoas corajosas e vitoriosas cultivam
pensamentos pessimistas e se deixam dominar pelo medo?
E então veio a última e certeira descoberta, que trago comigo até
hoje e que vou levar para o resto da vida: coragem nunca
significou ausência de medo.
As pessoas realmente corajosas também sentem medo, não se
engane. A diferença é que elas agem apesar de. Arriscam apesar
de. Vivem, investem, apostam e fazem um montão de coisas
apesar de. E é por isso que o Universo parece fluir a favor dessas
pessoas. Porque elas não admitem o pensamento de “E se não
der certo?”. Elas trabalham com outra programação mental: “Vai
dar certo, porque eu farei com que dê certo”.
O medo existe, tudo bem. Mas ele nunca esteve no centro das
atenções dessas pessoas.
Então, anota no seu caderninho mais essa lição, para não
esquecer jamais: se o fracasso vier em algum momento, ok. Às
vezes é justamente o fracasso o grande responsável pela nossa
transformação pessoal.
Levanta. Se equilibra novamente. E vai.
77
# Um dos maiores medos que eu
já senti na vida.
Eu tinha acabado de vencer um concurso promovido pela Paula
Abreu, que, como já disse, é a minha mentora e criadora do
Escolha Sua Vida. O prêmio? Ingressos para a High Performance
Academy, com o maior coach de alta performance do mundo,
Brendon Burchard (esse cara genial que eu não paro de citar
neste livro!), na Califórnia, com passagens pagas e tudo. Quem
me conhece (e até quem ficou me conhecendo através do
concurso) sabe da minha luta para levar o primeiro lugar.
Após ter me desafiado a gravar um vídeo no qual eu expunha a
minha vida, eu ainda pedia, como louca, para que todos os meus
amigos, e os amigos dos amigos, e os amigos dos amigos dos
amigos dos amigos dos amigos curtissem e compartilhassem o
meu vídeo para o mundo. Porque eu precisava de votos, muitos
votos. O vídeo mais votado ganharia o concurso.
Vota em mim?
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
O pensamento de que eu não conseguiria, se passou pela minha
cabeça, foi expulso de imediato. Nunca, em toda a minha vida, eu
tinha me colocado tão vulnerável para os outros. E nunca, em
toda a minha vida, eu tinha lutado com tanta gana, com tanta
raça e com tanta vontade de vencer.
Ganhar aquele concurso era o meu sonho. E eu estava disposta
a dar o melhor de mim para que ele se tornasse real.
Mobilizei um batalhão, testei meu poder de influência, de empatia
e de chatice (ok, reconheço) de todas as maneiras possíveis,
impossíveis, imagináveis e inimagináveis. Escrevi textos e mais
textos em que eu compartilhava com o público a minha vontade
de vencer, fiz dezenas de postagens nas redes sociais, enviei
newsletters, pedi votos até para o atendente de portaria do prédio
em que eu trabalhava, para a recepcionista da academia, para o
padeiro, para o leiteiro e para o cachorro da vizinha.
Durante aquelas longas semanas, não havia uma pessoa nesse
mundo que me visse e não dissesse: “Já votei em você”.
Após ganhar o concurso, porém, algumas coisas estranhas
começaram a acontecer dentro de mim. Passada a euforia e a
emoção da vitória, aliadas às várias lágrimas de felicidade e
contentamento e à sensação gostosa de que existem muitas e
muitas pessoas no mundo dispostas a te ajudar sem pedir nada
em troca, um medo gigantesco se apoderou de mim.
79
Medo mesmo. Dos grandes.
Nunca dividi isso com ninguém, mas, após ganhar o concurso, é
que algumas fichas caíram.
A High Performance Academy, para quem não sabe, é o melhor e
mais completo treinamento de alta performance que existe no
mundo. Um treinamento feito para gente que quer ser sempre o
melhor que pode ser, gente que, eu imaginava – nas minhas
loucuras advindas do medo – que era muito melhor do que eu.
Na minha cabeça, era o seguinte: eu seria a única não incrível e
não tremendamente bem-sucedida daquele ambiente. E o pior de
todas as piores coisas: eu seria a única pessoa de toda a High
Performance, a ÚNICA, que não era fluente em inglês.
Foi então que eu senti o medo crescer dentro de mim de uma
forma assustadora e quase paralisante. Eu estava indo para a
Califórnia, sozinha, para participar de um evento internacional,
com o cara mais fantástico de todos os tempos e pessoas
teoricamente muito bem-sucedidas e importantes, e eu não
dominava o inglês.
EU- NÃO - ERA - FLUENTE - NO - INGLÊS.
Além disso, eu ainda precisava renovar o meu passaporte e tirar
o visto. E se eu não conseguisse? E se eles me negassem o
direito de viajar e eu perdesse o prêmio que tinha conquistado?
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Eu estava literalmente em pânico. Sem visto, sem inglês, sem
saber exatamente o que me esperava na Califórnia. E se eu
perdesse as conexões de voo? E se eu não soubesse chegar ao
hotel?
Juro por tudo o que é mais sagrado pra mim: esse tipo de
pensamento absurdo passou pela minha cabeça, de verdade.
O medo exacerbado parece bloquear a racionalidade, já reparou?
De tão focados que ficamos nele, simplesmente perdemos a
nossa capacidade de pensar, porque não conseguimos enxergar
nada além do medo na nossa frente.
Precisei de muita disciplina, força de vontade e meditação para
conseguir agir apesar de todo o medo que eu sentia.
Se eu falava com tanta segurança sobre a necessidade de
programar a mente a nosso favor em todos os textos que eu
escrevia, se eu defendia tanto a autoconfiança, a serenidade e a
fé na sabedoria do Universo, por que eu continuaria a me sabotar
daquela maneira?
Meus leitores recebiam de mim a minha melhor versão, mas eu
mesma não estava sendo para mim o melhor que eu podia ser.
Eu estava me maltratando de uma maneira absurda. E estava
paralisada por causa do medo. Se continuasse pensando e me
comportando daquela forma, eu não chegaria a lugar algum que
realmente valesse a pena.
81
E o pior: eu perderia uma oportunidade fantástica de evoluir como
ser humano, amadurecer e me tornar a melhor pessoa que eu
podia ser, em todos os momentos, sempre.
Era hora de parar, respirar profundamente e refletir: “O que eu
posso fazer, a partir de agora, para vencer todos os meus
desafios?”. “O que eu posso fazer para gerar mais energia e mais
confiança em mim mesma e no meu potencial?”.
Foi então que eu dei o primeiro passo em direção ao meu
objetivo: renovei o passaporte e tirei o visto (eu tinha certeza de
que eu conseguiria, porque o meu pensamento agora era outro).
Com a documentação em mãos, entrei de corpo e alma na
missão de melhorar o meu inglês.
Dia e noite, durante todo o tempo que eu tinha, me dediquei a
assistir a vídeos sem legenda, ler livros sem tradução e melhorar
o meu vocabulário. Sempre que possível, eu começava a
conversar em inglês com os meus amigos, com o meu namorado,
comigo mesma...
É claro que eu não me tornaria fluente na língua em apenas dois
meses, mas, com a minha dedicação, eu teria muito mais
segurança para viajar e participar do evento.
O medo de ser julgada e criticada, de não dar conta, de fazer
papel de boba na frente de todo mundo e cair no ridículo ainda
existia, mas eu já não estava mais focada nele. Muito pelo
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
contrário: toda a minha atenção, a partir do momento em que eu
decidi mudar a minha programação mental, estava voltada para o
aprendizado, o crescimento e a confiança.
Foi com essa energia de otimismo e produtividade que eu escolhi
me alinhar. E foi com o pensamento de “vai dar certo, porque eu
farei com que dê certo”, que eu peguei aquele avião rumo à
Santa Clara, na Califórnia, e vivi a maior e mais incrível
experiência de toda a minha vida.
Impossível descrever em palavras tudo o que vivi naqueles dias.
Conheci pessoas que levarei para o resto da vida; seres
iluminados que vieram a este mundo para somar.
De tudo o que aprendi, compartilho com você agora as principais
lições que anotei no meu caderninho e que levarei para sempre
comigo, para onde quer que eu vá. Os meus “arrás” de uma
experiência que, eu tenho certeza, ficará guardada na minha
memória até a eternidade.
- Seja grato todos os dias da sua vida. Você pode não ter tudo o
que deseja agora, mas, certamente, tem tudo o que precisa para
viver de forma plena e verdadeira. Se você parar pra pensar,
descobrirá o quanto é abençoado e sortudo por ter tudo o que já
tem.
- Demonstre seu amor pelas pessoas todos os dias. Às vezes
tudo o que precisamos é sentir que alguém realmente se importa
com a gente, já reparou? Então se importe. Olhe nos olhos,
83
esteja presente, sorria de forma sincera e verdadeira, diga “eu te
amo”. Surpreenda os outros e a si mesmo sendo mais gentil,
mais empático, mais generoso e mais caridoso com as pessoas e
com o seu próprio eu.
- Nada é por acaso. Pode ser que você esteja enfrentando um
momento difícil e doloroso agora. Pode ser que as coisas não
tenham saído exatamente da maneira que você esperava. Pode
ser que aquilo que você tanto deseja pareça cada vez mais
distante. No entanto, acredite: tudo tem um motivo e uma razão
de ser. Mesmo diante das dificuldades e das adversidades da
vida, não perca a sua fé em si mesmo. Não perca a sua fé nas
pessoas. Não perca a sua fé na vida. Dias melhores virão; tudo
passa, tudo acontece por um motivo maior. Se agora está difícil,
não tenha dúvidas de que amanhã será um novo dia. Confia.
- Energia a gente não tem, a gente gera. Portanto, toda vez que
você se sentir pra baixo, cansado, desmotivado e enfraquecido,
lembre-se do poder enorme que você tem nas mãos: o poder de
escolha. Medite, beba muita água, esteja cercado de pessoas do
bem, que propagam amor, otimismo e esperança, leia bons livros,
vá fazer uma caminhada na natureza, converse com seu bichinho
de estimação, escute aquela música que tanto te emociona, tire
um tempo pra você... Faça coisas, enfim, que gerem mais
energia pra sua vida e que te mantenham sempre empolgado e
disposto para viver de forma intensa, plena e verdadeira.
- Escolha ser você. Nem sempre é fácil sustentarmos a nossa
verdade e defendermos os nossos valores em todos os
momentos, em todas as circunstâncias. Às vezes é bem mais
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
cômodo se deixar levar, não é mesmo? No entanto, vou te dizer
uma coisa com toda a verdade do meu coração: não tem nada
mais triste do que alguém que finge ser quem não é só para levar
vantagem ou para agradar. Não tem nada mais triste do que
alguém que não vive efetivamente o que prega. Que os seus
pensamentos, as suas ideias, os seus valores, os seus sonhos e
a sua vontade de fazer a diferença no mundo se reflitam nas suas
ações. Mensagem e mensageiro têm que andar de mãos dadas,
sempre de mãos dadas. Do contrário, você não está sendo de
verdade, entende? Do contrário, que tipo de pessoa você é?
- Por fim, mas não menos importante: nunca deixe que o medo te
paralise. Aja apesar de. Hoje. Agora. Sempre. Nós somos muito
mais capazes do que imaginamos. E somos incríveis, sim,
simplesmente por sermos nós mesmos e oferecermos ao mundo
a nossa melhor versão, o que há de melhor e mais verdadeiro em
nós.
Muitos e muitos outros insights surgiram na minha mente; coisas
que quero muito compartilhar um dia.
Mas isso é assunto para um próximo livro. Que tal?
85
#4.1 Pergunte-se!
PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A AGIR APESAR
DO MEDO.
1- O que significa medo pra mim? E coragem?
2- Em que momento da minha vida eu fui realmente corajoso,
a ponto de me orgulhar de mim mesmo?
3- Em que momento da minha vida eu senti muito medo, a
ponto de me deixar paralisar por ele?
4- Se eu tivesse mais coragem, o que eu começaria a fazer
agora, nesse momento? (pense nas escolhas que você
vem adiando fazer, naquelas coisas que você sabe que
precisam ser feitas, mas que, por causa do danado do
medo, você ainda não fez).
5- Eu não mudei ou busquei o meu sonho porque tenho
medo de que exatamente? De perder alguma coisa
importante? De não dar conta de passar pelo processo de
mudança? De descobrir, após todo o meu esforço, que as
coisas não eram exatamente como eu imaginava que
fossem?
6- O que eu posso ganhar se eu escolher arriscar e agir
apesar do medo? No que a minha vida seria melhor?
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
7- Quando eu penso no maior desafio da minha vida nesse
momento, que tipos de pensamentos eu tenho tido? Esses
pensamentos estão me ajudando?
8- Se eu decidisse agir a partir de agora, em quais áreas da
minha vida eu faria mudanças? Por quê?
9- O meu mantra de coragem (a frase que eu vou repetir
todos os dias para mim mesmo, toda vez que eu sentir
medo) será...
10- Como posso trazer todas as minhas qualidades para o
momento presente e começar a agir apesar do medo?
87
A procrastinação
“No momento em que nos comprometemos,
a providência divina também se põe em movimento.
Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor.
Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de
coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais
poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer
ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma o
poder, o gênio e a magia”
Goethe
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
N
ão me surpreendi quando, ao pesquisar com meus
leitores e coachees sobre o que os estava impedindo
de ser eles mesmos, em quaisquer circunstâncias, a
procrastinação tivesse aparecido em muitas respostas. Caso
você não conheça essa palavrinha capciosa, vou te contar
uma grande verdade sobre ela: procrastinar tem a ver com
adiar fazer o que você sabe que precisa ser feito. Simples
assim.
Também gosto de explicar a procrastinação como sendo a
prática constante de apertar a função soneca. Uma. Duas.
Três. Quatro. Infinitas vezes. Você sabe que tem que levantar
da cama, mas tá tão quentinho e confortável ali...
Pois bem. Uma das principais desculpas que eu sempre me
dava quando sabia que tinha que agir, mas mesmo assim não
agia, era a que o Brendon Burchard (acho que a essa altura
você já sabe por que eu falo tanto do Brendon, né?) chama de
“mentira
do
perfeccionismo”.
E
como
ela
funciona,
exatamente?
É simples.
Você se diz tão perfeccionista, mas tão perfeccionista, que fica
difícil admitir qualquer outro resultado que não seja a
perfeição. Então, se aquele site ainda não foi colocado no ar,
embora você já esteja com esse projeto há um tempão, é
porque ele ainda não está exatamente do jeitinho que você
89
gostaria; se aquele livro tão importante pra você ainda não foi
publicado, embora você já tenha feito inúmeras revisões, é
porque ainda precisa de alguns ajustes; se aquela decisão
ainda não foi tomada, embora você já tenha repetido várias e
várias vezes o quanto aquilo tinha que ser resolvido, é porque
o momento ideal ainda não chegou, entende?
Em nome de uma perfeição que, a bem da verdade, não existe
e
nunca
vai
existir,
perfeccionismo
com
você
unhas
se
e
agarra
dentes,
na
mentira
usando-a
do
como
justificativa para absolutamente tudo o que você faz ou deixa
de fazer na vida.
Por
trás
da
justificativa
da
perfeição,
contudo,
estão
escondidos os principais motivos da sua falta de ação; as
grandes verdades sobre a mentira do perfeccionismo: medos,
insegurança, distrações, preguiça...
Reconhecer
essas
verdades
e
decidir
encará-las
com
coragem, consciência e consistência te ajudará a gerar
energia suficiente para dar aquele primeiro impulso que te fará
levantar da cama, mesmo que ela esteja quentinha e
confortável demais. Porque, sabe, é assim que as coisas
começam a fazer sentido pra gente: precisamos, em primeiro
lugar, reconhecer que elas existem e que fazem parte da
nossa vida, para, assim, estudar a melhor maneira de lidar
com elas.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Se eu tento mascarar a real causa do que vem me impedindo
de agir, contando mentiras para mim mesmo e inventando
justificativas que não estão me levando a lugar algum que
realmente valha a pena, eu nunca chegarei aonde desejo
chegar.
Se a gente continua agindo (ou não agindo) de uma mesma
maneira, como é que pode querer obter resultados diferentes?
Depois
de
usar
milhares
de
vezes
a
desculpa
do
perfeccionismo, eu finalmente entendi o que estava por trás da
minha procrastinação: um medo terrível de ser julgada,
criticada e rejeitada, aliado à insegurança, à distração, à
preguiça e até a uma certa descrença em mim mesma e no
meu potencial de fazer a coisa acontecer.
A verdade era essa.
A espera pela situação ideal e pelo momento perfeito era apenas
uma desculpa que eu usava para mascarar os meus fantasmas
internos. O que me impedia mesmo de agir não era a busca pela
perfeição em si, mas, sim, por uma constante aceitação,
aprovação e reconhecimento dos outros. E, como eu temia falhar
e fracassar, como eu estava insegura e não acreditava de fato no
meu potencial, eu simplesmente tinha preguiça de agir, porque eu
pensava que, no fundo, todo aquele esforço seria em vão,
entende?
91
Por causa disso, era fácil demais cair na armadilha da distração.
Eu passava horas e horas assistindo a absolutamente nada na
televisão
ou
vagando
pelas
redes
sociais
e
sites
de
entretenimento em busca de alguma coisa para fazer.
Às vezes eu até começava o meu dia com um desejo sincero de
ser efetivamente produtiva, mas tudo caía por terra quando
alguma distração surgia no meu caminho. Era difícil conseguir me
desligar delas, porque distrações têm esta função mesmo:
distrair. E, num mundo tão cheio de responsabilidades e
compromissos, tudo o que o meu corpo e a minha mente pediam
de vez em quando era isso, um pouquinho de distração.
O que eu só fui descobrir mais tarde, porém, era que todas
aquelas distrações funcionavam como paliativos, encobrindo a
causa real do meu modo procrastinador de agir: eu tinha me
afastado tanto de mim mesma que já não sabia viver a minha
vida de forma plena, presente e intensa. Era mais fácil ficar na
cama e apertar a soneca, era mais fácil ligar a TV ou passar
horas nas redes sociais do que ter que encarar a realidade,
assumir a responsabilidade pelas minhas escolhas e tomar as
rédeas da minha vida nas mãos. Mais fácil e menos trabalhoso.
Foi quando eu me propus a me conhecer de verdade, foi quando
eu comecei a me perguntar quem eu realmente era, que as
coisas começaram a mudar. Eu já não mais agia por agir, porque
agora as minhas ações tinham um propósito e um sentido
maiores. Eu queria simplesmente ser eu mesma e lutar pelos
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
meus sonhos e pelas coisas em que eu acreditava, eu queria ser
importante na vida de alguém, amar intensamente, viver
profundamente, fazer valer a pena todos os minutos da minha
vida.
Quando eu descobri que estava arrastando a minha existência
com a barriga, quando eu percebi que, todos os dias, eu chegava
em casa com a sensação de que não tinha feito absolutamente
nada, por mais cansada que eu estivesse e por mais tarefas que
eu tivesse realizado, eu senti que aquele era o momento de agir.
O momento presente. O agora. Porque nada mais perfeito do que
o tempo do agora para fazer diferente. Para recomeçar.
Alguma coisa estava MUITO errada na minha vida. Se eu
descobrisse que só teria mais alguns minutos antes de morrer,
será que eu partiria com a sensação de que fiz o meu melhor e
que fui a melhor pessoa que eu poderia ser para os outros e para
mim mesma?
Se eu parasse para analisar a minha trajetória, eu diria que fiz a
diferença? Eu diria que aproveitei o meu tempo? Que amei? Que
vivi? Que tive importância na vida de alguém?
Assistindo a TV por horas? Vagando pelas redes sociais por
horas? Apertando a função soneca repetidas vezes? Levantando
da cama com preguiça de viver?
93
Era assim que eu esperava ter feito valer a pena? Era esse o
meu objetivo na vida? Tentar matar o tempo, quando o tempo era
o bem mais precioso que eu possuía?
Eu não tive que sofrer um grave acidente para perceber o quanto
eu estava me sabotando e desperdiçando o presente da vida.
Nem enfrentar uma doença grave. Nada disso. A bem da
verdade, eu não tive qualquer experiência de quase morte para
perceber que eu estava levando uma vida vazia e sem sentido.
Eu não tive. E o que eu quero que você entenda é que você
também não precisa perder ou quase perder uma vida, algo ou
alguém muito importante para aprender a valorizar e agradecer
tudo o que você já tem.
As experiências dos outros também nos ensinam muito; histórias
de vida que trazem em si grandes e importantes lições. A dor dos
outros pode não ser exatamente a nossa dor; as descobertas dos
outros podem não ser exatamente as nossas, mas muito do que
acontece na vida, não exatamente com a gente, mas com o
nosso semelhante, ou com alguém que às vezes a gente não
sabe nem o nome, tem um poder enorme de nos tocar e até de
nos transformar.
Deixa eu te contar uma história...
Há alguns anos, a minha mãe passou a ser voluntária em uma
instituição que atende a crianças com câncer, cujas famílias são
extremamente carentes. Essa instituição foi criada por um jovem
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
casal que sabia bem qual era a sua missão no mundo: fazer o
possível e o impossível para que aqueles serezinhos não
deixassem de acreditar.
A primeira filha desse casal tinha falecido ainda criança, vítima de
um tipo raro da doença. E embora aquilo tivesse doído muito (eu
não consigo pensar em nada pior do que perder um filho), eles
resolveram transformar a dor da perda em um propósito maior.
Muito maior. Porque quando você passa por uma experiência
dessas, não tem como voltar a ser o mesmo, fazer as mesmas
coisas, viver a vida da mesma maneira. Ou você sucumbe de vez
ou você encontra forças para reconstruir-se e oferecer ao mundo
o seu melhor. O melhor que você pode fazer. O melhor que você
pode ser.
E foi assim que aquele casal escolheu aproveitar a experiência
da vida: lutando por ela. E fazendo-a valer a pena em cada
segundo.
Pois bem.
Há três anos mais ou menos, eu estive presente em um dos
eventos da instituição. Além de brincar com as crianças e de me
surpreender por vê-las tão felizes, presentes e vibrantes, apesar
de todos os pesares, eu pude escutar um discurso emocionante
do casal, um discurso que mudou a minha vida.
95
De tudo o que eles falaram, jamais vou me esquecer dessas
palavras, que anotei no celular e enviei como mensagem para
mim mesma: “A vida é valiosa demais para ser vivida sem
propósito, verdade e desejo sincero de amar e ajudar os outros.
Quando entendemos que somos parte de um todo, que estamos
todos juntos nessa, o nosso tempo deixa de ser desperdiçado
com aquilo que não interessa. O tempo é o bem mais valioso que
possuímos. Utilize-o da melhor maneira que você puder. E seja
grato por ele. Muito grato. Faça valer a pena o tempo que você
ainda tem”.
Lembro que, naquele dia, olhei para a minha mãe e senti uma
gratidão imensa por aquele momento, por sentir a emoção
daquelas pessoas, por aprender com as experiências delas, por
ter sido tocada de uma forma tão profunda que não tinha como
sair dali e continuar sendo a mesma.
Antes de ir embora, uma das crianças da instituição pegou na
minha mão e sorriu. “Você me acha mesmo bonita?”, ela
perguntou, enquanto passava os dedinhos pelo topo da cabeça,
completamente careca.
- Bonita é pouco. Eu te acho linda!
- De verdade?
- De verdade.
Porque era verdade mesmo. Ela era linda. A vida era linda. E
tudo o que eu mais desejei, naquele momento, foi que aquela
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
criança tivesse todo o tempo do mundo para viver uma vida linda
e feliz. Muito feliz.
Tempo.
Comprometa-se a usá-lo da melhor maneira que você puder,
sendo sempre a melhor pessoa que você pode ser para os outros
e para si mesmo.
Tempo.
Dê valor a ele.
Muito valor.
Não procrastine.
97
#5.1 Pergunte-se!
PERGUNTAS PODEROSAS QUE VÃO TE AJUDAR A SAIR DA ZONA DE
CONFORTO E AGIR EM DIREÇÃO À VIDA QUE VOCÊ QUER E MERECE
TER.
1- Em que áreas da minha vida eu sinto que estou
procrastinando?
2- O que tem me levado à procrastinação?
3- O que eu posso fazer para parar de procrastinar e
começar a agir?
4- Quais áreas da minha vida precisam ser efetivamente
mudadas para que eu me sinta mais feliz e realizado?
5- O que eu posso fazer para viabilizar essas mudanças?
6- O que eu fiz de realmente importante nos últimos seis
meses?
7- O que eu posso fazer, a partir de agora, para que os
próximos seis meses sejam mais produtivos?
8- Como eu estou aproveitando o meu tempo hoje?
9- O que eu posso fazer para aproveitar esse tempo com
mais qualidade?
10- O que o tempo significa para mim?
11- Quais são as minhas maiores distrações hoje em dia?
12- Como eu posso me livrar delas?
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
O meu momento decisivo
99
E
u me lembro exatamente daquele dia, um desses dias
que eu costumo dizer que valem por toda uma vida. Não
era a data do meu aniversário, mas era como se eu
tivesse renascido ali. Corpo. Alma. Coração.
Eu estava num processo de quase depressão, triste e infeliz com
as minhas próprias escolhas, com o que eu estava fazendo com
a minha vida, com o meu tempo, com as pessoas que realmente
me amavam e se importavam comigo.
Tudo o que eu sabia fazer, naquela época, era me colocar no
papel de vítima das circunstâncias e gritar aos quatro cantos o
quanto eu era incompreendida, o quanto a vida era cruel e
injusta, o quanto eu era azarada e incapaz de ser reconhecida
pelos meus talentos (se é que eu conseguia perceber algum
talento em mim). E mais: eu me revoltava com o fato de que
existiam pessoas felizes e bem-sucedidas no mundo, os
“sortudos”, os “escolhidos”, aqueles que nasceram com a bunda
virada pra lua e que faziam questão de esfregar na cara dos
“fracassados” toda a sua felicidade.
Eu me sentia fracassada. Tinha 25 anos e me sentia velha
demais para começar de novo. Vinte e cinco anos. E o
sentimento de que eu jamais conseguiria realizar um sonho meu.
Sempre que alguém tentava abrir os meus olhos para a beleza da
vida e me convencer de que eu precisava sair daquele estado de
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
prostração e voltar a viver realmente, eu bradava com toda a
força da raiva: “Você não me entende. Ninguém me entende”.
Deitada na cama, a janela fechada, o quarto completamente
escuro, eu me lembro de que só conseguia chorar; um choro
desesperado de quem já não aguenta mais. Um choro cansado
de fingir que estava tudo bem, de ser quem eu não era só para
agradar e ser aceito, de vestir a máscara, interpretar um
personagem, sorrir amarelo, mentir. Um choro de desabafo pela
pessoa que eu queria ser, que eu podia ser, mas que eu ainda
não era, porque eu não me permitia, entende?
Naquele dia, porém, algo aconteceu comigo. Eu me lembro de
que, ao refletir sobre a minha vida, pela primeira vez em muito
tempo, senti vontade de fazer alguma coisa a respeito. O
discurso do casal que perdeu a filha com câncer tinha me
marcado demais. Mas não era só isso. Era algo maior que as
palavras, maior que a percepção de que o tempo estava
passando, maior do que a consciência de que tinha gente lutando
pela vida enquanto eu a estava jogando fora.
O que eu senti ali, ao rever a minha história como se fosse um
filme triste, foi um sentimento de ingratidão que já não cabia
dentro do peito. Porque eu tinha desaprendido, de todas as
coisas mais importantes do mundo, a maior: agradecer.
101
Naquele dia, eu me lembro de que levantei da cama e fui até o
espelho que ficava atrás da porta do armário, aqueles espelhos
de corpo inteiro, sabe?
Olhei para a pessoa que me encarava do outro lado, uma velha
de 25 anos, e, então, eu senti pena dela. Pena.
Eu não sei se isso já aconteceu com você, mas vou te contar
uma coisa: sentir pena da gente mesmo é uma das coisas mais
tristes que podem acontecer. Tristes e doídas.
Olhando para a imagem que me encarava do outro lado, veio
também a vergonha. E a sensação de que, com pena e vergonha
de mim mesma, eu estava muito bem, obrigada, e teria uma vida
longa e feliz pela frente (só que não).
Eu definitivamente não aguentava mais. O que cargas d’água eu
havia feito comigo mesma? Em quem eu tinha me transformado?
Eu não queria mais viver um não viver que me matava aos
poucos. Eu não queria mais ser uma estranha para mim mesma,
vestir a máscara da boa convivência, interpretar personagens de
acordo com as circunstâncias e fazer escolhas que não tinham
nada a ver com a minha essência.
Bastava.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Eu tinha me perdido de mim mesma, é verdade, mas, finalmente,
naquele dia, senti aqui dentro uma vontade enorme de me
reencontrar outra vez.
Diante do espelho, prometi para mim mesma que nada mais me
faria desistir dos meus sonhos, da minha verdade, do meu
próprio eu. Eu jamais sentiria pena e vergonha de mim outra vez.
Jamais.
Naquele dia, eu fiz, finalmente, a escolha mais importante da
minha vida: num mundo tão cheio de disfarces, de gente daqui e
dali fingindo ser quem não é por puro medo de não se encaixar
nos padrões de sucesso e felicidade tão difundidos por aí, eu
escolhi tirar toda e qualquer máscara que pudesse me ocultar de
mim mesma para abraçar a vulnerabilidade de uma vez por todas
sem me importar com o que os outros iam falar ou pensar a meu
respeito.
Ali, naquele momento, eu disse para mim mesma um tremendo
sim.
E aquilo me libertou.
E aquilo me fez sorrir outra vez.
Agora eu seria eu. Simplesmente eu.
De verdade.
103
Um ano após a minha decisão, escrevi este texto para mim
mesma, na forma de carta; uma carta que eu tenho guardada até
hoje e que acabei publicando tempos depois no meu blog. Ela
não está mais disponível no Cookies and Words, mas é claro que
vou compartilhá-la com você agora. Reflita sobre cada palavra e,
se aceitar uma sugestão minha, escreva você também a sua
própria carta.
Na forma de quase manifesto, o meu:
Te cuida. Se eu pudesse dizer alguma coisa a você, para que
você guardasse lá no fundinho da alma, seria isso: te cuida. Não
deixe que a vida passe como se fosse ônibus e trem, e você
dormindo no ponto, matreiro, ou perdido na estação. Agarre a
oportunidade que o Universo te deu de fazer diferente (e de fazer
a diferença!), de começar de novo, de buscar ser o melhor que
você pode e merece ser. Ame-se e respeite-se em primeiro lugar,
porque se a gente não se ama e não se respeita, como querer
que os outros façam isso por nós?
Seja presente, esteja presente, não deixe que a vida seja só
lembrança ou expectativa do que virá. E sonhe, sonhe bastante,
sonhe sem limites, porque são justamente os nossos sonhos que
fazem toda essa loucura valer a pena. E o impossível, ah... O
impossível é só questão de ponto de vista.
Colecione
amizades,
colecione
vitórias,
aprenda
com os
fracassos e, por favor, quando cair, não vá achar que tudo está
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
perdido. Levante-se, oriente-se, inspire profundamente e continue
seguindo, sempre seguindo, o tempo não espera por ninguém.
Você vai cair muitas vezes ainda, não se iluda. Pode ser que
tenha que catar os caquinhos do chão e encontrar forças até
então desconhecidas para não abandonar o barco, para continuar
a remar.
Cate-os. Junte os pedaços. Reconstrua-se. Refaça-se. Mas não
desista de você.
Sabe, o medo sempre existirá no seu caminho. Sentir medo é
natural e humano demais. No entanto, não deixe que ele te
domine e te paralise. Aja apesar do medo, seja corajoso. É isso o
que o Universo pede de nós. Um pouquinho de coragem. Só um
pouquinho.
Te cuida. Você é tão importante, tão única e tão capaz. Acredite
nisso com toda a força do seu coração e então uma janela
enorme de possibilidades se abrirá bem na sua frente. Pule a
janela. Escale a montanha. Veja o que existe do outro lado do
muro. A vida está aí, pronta para ser vivida, e o mundo todo já
existe bem dentro de você. Faça-o bonito.
Te cuida com carinho, amor e desejo sincero de se ver bem, de
estar bem, de espalhar o bem para onde quer que você vá.
Te cuida. E cuida do que te faz feliz.
No final, é isso o que você levará da vida: a vida que você viveu.
Cuida bem dela.
105
Tudo é uma questão de foco
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
U
ma das coisas que aprendi na vida (e que é um conceito
amplamente difundido na física quântica) é que a nossa
realidade só existe porque nós estamos escolhendo
olhar para ela. Ficou confuso? Pois então preste atenção no
exercício que vou te propor agora (estou quase certa de que
aprendi esse exercício em algum vídeo do Anthony Robbins, o
maior nome do coaching no mundo): pare por uns minutinhos e
tente captar tudo o que de vermelho existir no lugar em que você
está. Vermelho, hein?
... (tempo pra você observar o ambiente) ...
Agora feche os seus olhos e me responda: quantos objetos
verdes você conseguiu enxergar?
...
Difícil, né?
E a razão é muito simples: se toda a sua atenção estava voltada
para o vermelho, como enxergar o verde?
Há algum tempo, propus essa atividade para os meus leitores do
Cookies and Words, no intuito de fazê-los perceber uma verdade
simples, porém libertadora e fundamental: se você se concentrar
na falta, naquilo que não está bom, a sua realidade será de falta
e de frustração. Mas, por outro lado, se você colocar todo o seu
107
foco na abundância, no que de melhor existe na sua vida, a sua
realidade será de abundância e prosperidade.
Isso porque, repito, a sua realidade só existe porque você está
olhando para ela.
Muitas vezes estamos tão focados no que nos limita e nos põe
para baixo que não conseguimos enxergar as nossas forças, a
nossa grandeza, o que de realmente bom e incrível existe dentro
de cada um de nós.
E então acontece esse movimento contrário e desolador: em vez
de seguirmos em frente, apesar de, deixamos que as opiniões
dos outros, o medo, as crenças limitantes, as dúvidas, a
insegurança e a procrastinação ditem o ritmo e deem o tom do
nosso caminhar.
Muitas vezes, paralisados por todo esse universo de fraquezas,
simplesmente não caminhamos em direção a lugar algum que
realmente valha a pena. De tão concentrados que ficamos no
ruim, esquecemos o bom, não porque ele não existe, mas
porque, fundamentalmente, não conseguimos enxergá-lo.
O peso relativo de importância e duração que damos a tudo na
nossa vida (ensinamento do Brendon Burchard, que ele chama
de RWID – RELATIVE WEIGHT OF IMPORTANCE AND
DURATION) é quem dita como estamos vivendo-a e quem
realmente estamos sendo no nosso dia a dia.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Se eu dou um peso maior às minhas fraquezas, em detrimento
das minhas forças, e se eu escolho olhar para o que me limita por
mais tempo e com mais intensidade com que eu escolho olhar
para o que me incentiva a ser o melhor que eu posso ser, então
como esperar que eu consiga alcançar um resultado que esteja
alinhado com a abundância, a grandeza, a fortaleza e o otimismo
que existem no Universo?
Enquanto você estiver focado no fracasso e no que pode não dar
certo, você não obterá quaisquer resultados de vitória e sucesso.
Não são as nossas crenças limitantes que nos limitam, mas, sim,
a nossa visão limitante em relação a nós mesmos.
Para que fique ainda mais claro: costumamos dar mais atenção
ao que nos limita do que ao que nos empodera.
Medos, inseguranças, incertezas, preocupações e angústias
sempre vão existir. Somos humanos, não robôs. Pessoas bemsucedidas também sentem medo, também têm dúvidas, também
têm lá as suas inseguranças, os seus momentos de pessimismo,
os seus fantasmas internos.
No entanto, o que difere essas pessoas de todas as outras é a
capacidade que elas têm de direcionar a atenção para o que
realmente importa, para a coragem, em detrimento do medo, para
a força, em detrimento da fraqueza, para a grandeza que existe
dentro delas, em detrimento de tudo o que possa fazê-las desistir
ou desacreditar.
109
Pessoas bem-sucedidas também são humanas, também têm
defeitos, também enfrentam momentos difíceis e ruins, mas elas
sempre preferem focar na vivacidade, no engajamento, na
presença efetiva, na gratidão e no amor.
Concentradas em gerar energia para o corpo e para a alma, tudo
o que os olhos dessas pessoas conseguem enxergar está
alinhado com a vibração de abundância, sucesso e prosperidade
que emana da vida.
A partir de hoje, gostaria que você se propusesse a escolher
prestar atenção no que te faz sorrir e crescer, no que te
impulsiona a seguir em frente e a ser o melhor que você pode
ser.
A partir de hoje, gostaria que você escolhesse focar nas
soluções, não nos problemas; na abundância, não na escassez;
nas suas qualidades, habilidades e talentos, e não nos seus
defeitos e pontos fracos.
Construa, dentro de você, um mundo repleto de possibilidades e
novos caminhos. Olhe enxergando para tudo o que de bonito e
incrível existe ao seu redor. Olhe para o Universo com os olhos
do coração, certo de que o melhor sempre vem.
Foque na grandeza, na vivacidade e, principalmente, no amor.
Não existe no mundo força mais poderosa do que ele, nem
milagre maior. O amor é a grande mola propulsora da vida, a
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
grande lição do Universo, a causa pela qual vale a pena a gente
lutar.
Seja presente, amoroso, pleno e verdadeiro em todos os
momentos da sua vida. Foque na energia que prospera e que nos
preenche de vivacidade. Foque no bem.
O mundo todo está dentro de você. Escolha torná-lo o melhor que
ele pode ser. Escolha prestar atenção no que realmente
interessa.
Lembre-se disso e não esqueça jamais:
É onde colocamos a nossa atenção que as coisas
passam a existir de verdade.
111
Prece ao Universo
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
N
o dia 13 de abril de 2014, escrevi e publiquei no
Cookies and Words a minha prece ao Universo. Nesse
dia, recebi dezenas de mensagens de agradecimento,
inspiração e amor. Muitas pessoas me disseram que aquela
prece seria a delas também, e que cada frase ali escrita seria
repetida como um mantra diário, um hino de gratidão e respeito à
vida, ao Universo e a tudo de bom que nos cerca.
Para que você também possa guardá-la, como fonte de
inspiração, gratidão e compromisso firmado com o seu próprio
EU, compartilho com você a minha prece, que também pode ser
a sua prece, com o desejo sincero de que você possa viver uma
vida plena, verdadeira e alinhada com a vibração de amor,
gratidão, abundância e otimismo que emana do Universo.
Que você seja você com leveza e sabedoria. Que você seja você
com respeito e honestidade. Que você seja você em todos os
momentos, em cada segundo da vida, com verdade, sinceridade
e propósito de ser sempre o melhor que você pode ser.
...
Prece ao Universo
Que possamos caminhar no nosso próprio ritmo, conscientes de
que fizemos as melhores escolhas e de que as nossas renúncias
todas não foram em vão. Que a alegria e a coragem sejam as
113
nossas companheiras de jornada. E que nunca nos faltem o
respeito e a compaixão pelo nosso semelhante.
Que saibamos enfrentar os nossos fantasmas com valentia de
herói. Que sejamos nós mesmos os nossos próprios heróis. Que
as dificuldades e as provas que porventura aparecerem ao longo
da caminhada não sejam empecilhos nem estacas, mas desafios
que nos impulsionarão ainda mais a seguir em frente, rumo ao
nosso propósito maior.
Que todo o amor que tivermos dentro do peito possa ser
espalhado e compartilhado com quem quer que seja. Que
sejamos como pontes, ligando corações e mentes, boas
intenções e boas ideias, propósitos verdadeiros e ensinamentos
valiosos que, esteja certo, chegarão até nós por uma infinidade
de outras pontes, ligadas às leis de amor e atração do Universo.
Que não nos falte a confiança necessária para seguir em frente
sem esmorecer. Confiança na vida. Confiança em nós mesmos.
Confiança na existência de milhões e milhões de pessoas que,
como nós, também estão em busca de uma vida com mais
propósito, paixão e verdade.
Que sejamos os melhores amigos que gostaríamos de ter e de
ser para os outros. Que cultivemos, no fundo da nossa alma,
sentimentos e pensamentos mais otimistas em relação ao nosso
próprio EU, às pessoas e ao mundo ao nosso redor.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Que possamos cultivar uma fé raciocinada nas leis do Universo,
entendendo que ele é perfeito, amoroso, generoso e sábio
demais. E que, a partir daí, possamos sintonizar também o nosso
coração e a nossa energia na vibração de amor que emana da
vida, gerando mais abundância, clareza, otimismo e prosperidade
onde quer que a gente esteja.
Que tenhamos sabedoria, paciência e determinação para deixar
passar aquilo que não nos faz bem. Que saibamos destralhar do
nosso coração e do nosso pensamento aqueles acontecimentos
passados que ainda hoje nos travam o riso. E que possamos,
então, viver no presente com mais presença e intensidade,
porque só o momento do agora importa de verdade. Eis a nossa
única certeza. A chance divina de aprender com o erro e começar
de novo.
Que os milagres aconteçam para nós. E que acreditemos neles
com tanta fé e com tanta verdade que o impossível se transforme
em palavra desconhecida no nosso vocabulário.
Que venham os nossos pequenos milagres diários em forma de
sorrisos sinceros, abraços apertados, momentos de reflexão e
sabedoria, olhos cheios de brilho e entusiasmo, pessoas
iluminadas,
frases
soltas,
letras
de
música,
poemas
e
declarações de amor.
Que venham os nossos pequenos milagres naquele pedido de
perdão, na comunicação não violenta, na empatia, na compaixão,
115
na solução encontrada quase sem querer, no insight poderoso,
naquela partezinha encantadora e especial que cada um de nós
cultiva dentro da alma.
Que a gratidão esteja presente em todos os momentos da nossa
vida. E que sejamos gratos por isso.
Que o Universo comungue com a nossa verdade e com a nossa
busca sincera pela evolução espiritual. Pois estaremos cada vez
mais comprometidos com a nossa missão no mundo. Para que
possamos nos tornar seres humanos melhores. Para que
possamos ser, de fato, a mudança que queremos ver ao nosso
redor.
E que cada um de nós possa ver em si mesmo e no seu
semelhante uma partícula divina de esperança e amor. Porque
nós
seremos
o
reflexo
dos
nossos
pensamentos
mais
transparentes, puros e poderosos. E nos comprometeremos, a
partir de agora, a enxergar o outro com os olhos do coração, sem
críticas e sem julgamentos.
Eis o nosso compromisso, Universo. E o nosso pedido final: sejas
como és. Porque nós acreditamos no poder do amor e na
sinceridade das nossas intenções. Porque nós sabemos, mesmo
que nos esqueçamos de vez em quando, que tudo o que
acontece na vida é para o nosso bem. Tudo.
Sejas como és.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
E que tenhamos a serenidade e a paz necessárias para entender
que tudo tem o seu tempo.
Tempo.
Para ser gasto com quem amamos. Com o que amamos. Com
todas aquelas coisas que realmente significam para nós.
Tempo.
Que ele seja sempre uma dádiva. E nunca uma falta.
Porque nós faremos cada segundo valer a pena.
Amém.
117
Escolha amor
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
O
hoje é uma benção. Sempre que tenho vontade de
pular do barco, de desistir ali mesmo, no meio do
caminho, eu me lembro de que o hoje é uma benção. E
de que o tempo que eu tenho agora, para fazer o que eu sei que
precisa ser feito agora, não voltará mais. A vida segue o ritmo
perfeito das leis do Universo. A cada amanhecer, uma
oportunidade de recomeço. De fazer diferente. De escolher
diferente. De operar verdadeiros milagres no mundo interior e
exterior apenas com uma mudança de percepção das coisas. Do
medo para o amor, do ódio para o amor, da ansiedade, do
desespero, da insegurança, das faltas, das falhas, das vezes em
que tudo parece dar absolutamente errado... Para o amor.
As leis do Universo estão pautadas no amor, na abundância do
que é do bem e para o bem, na coragem para agir apesar do
medo, na força e no poder do pensamento para manifestar
esperança, confiança e fé em si mesmo.
Toda vez que você duvidar da força do lado de dentro, da beleza
do lado de dentro, da capacidade incrível do lado de dentro de
manifestar felicidade, abundância e possibilidades várias de
encarar a vida com olhos mais generosos, esperançosos e
confiantes, feche os seus olhos, inspire profundamente e
reconecte-se com si mesmo.
Pergunte-se quem você é. O que você ama. O que você odeia. E
por que é que você vem cultivando esses sentimentos dentro de
você. Tente se lembrar das vezes em que foi realmente corajoso,
119
dos sonhos que ainda vivem no fundo da alma, dos seus valores
mais preciosos, daquelas coisas que você vem adiando fazer há
tempos, mas que – não se engane mais! – você sabe que
precisam ser feitas AGORA.
Lembre-se da sua música preferida, das vezes em que você
ajudou alguém a sorrir, dos seus sorrisos sinceros, dos seus
abraços calorosos, do momento mais especial que você já viveu.
E então, seja qual for a sua crença, faça uma oração para si
mesmo. Porque em você – e pelo menos em você e na sua força
interior – você precisa acreditar!
Toda vez que eu me sinto perdida de mim mesma, costumo
repetir para o meu próprio Eu o quanto opiniões sobre mim serão
apenas opiniões se assim eu desejar. Porque o meu mundo
exterior deve ser o reflexo do meu mundo interior e não o
contrário.
A fim de me reconectar com a minha essência, a minha verdade
e a minha coragem para fazer escolhas mais alinhadas com
quem eu realmente sou, eu decido prestar atenção no que
realmente importa e me faz bem. E não no que me coloca pra
baixo, no que me desmotiva, no que me diminui, no que me limita
e me oprime.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Então eu escolho amor. E escolho ser amor em todos os
momentos da minha vida. Mesmo que às vezes seja difícil
demais. Mesmo que às vezes eu simplesmente não consiga.
Nós somos humanos e, como humanos, estamos muito longe da
perfeição. Em alguns momentos, o ego machucado vai gritar, vai
inflar, vai querer bloquear a nossa consciência. E, quer saber?
Ok. Você não precisa se martirizar por isso.
Escolha ser HOJE o melhor que você puder, porque é justamente
o seu desejo sincero de fazer o melhor por si mesmo e pelo
mundo que vai te dar aquele sentimento de paz interior, apesar
de todos os pesares.
Não se julgue. Não se culpe. Não fique achando que errar
significa não ter feito o melhor. Às vezes, preste atenção, o
melhor que podia ter te acontecido foi justamente o erro.
Porque o hoje é uma benção, lembra? O hoje é uma benção.
E tudo o que acontece hoje, esteja certo, é para o
nosso bem.
121
Espalhe essa mensagem
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
S
e você gostou desse livro e acredita que ele pode ajudar
outras pessoas a escolherem uma vida com mais
propósito, paixão e verdade, simplesmente por serem
elas mesmas, em todos os momentos, espalhe essa mensagem
para o mundo!
Como fiz com o meu primeiro livro, também optei por publicar
este aqui em formato eletrônico e vender somente no meu próprio
site.
Portanto, eu conto MUITO com a sua vontade sincera de me
ajudar a espalhar essa mensagem de amor para quem você
puder. Vamos focar no poder das redes sociais e do boca a boca,
que tal?
Algumas formas de me ajudar:
1- Você pode mandar a sua opinião sobre o livro para
[email protected], para que eu possa publicála lá no site. Ah! E pode incluir um link para o seu site,
blog, Fanpage ou Twitter. Se quiser, pode me mandar uma
foto sua também, para eu postar ao lado do depoimento.
Vou adorar!
2- Ideia para te tirar da zona de conforto! Que tal fazer um
vídeo falando sobre como o livro foi importante pra você?
Vou ficar feliz da vida em poder publicá-lo no site!
123
3- Mencione o livro no Facebook, com um link para
www.cookiesandwords.com.br.
4- Você também pode me entrevistar para o seu site ou blog!
Olha que legal!
5- Gosta de escrever? Então que tal fazer uma resenha do
livro no seu site ou blog?
Espalhe essa mensagem para o mundo!
O bem que a gente faz para o outro volta
em dobro pra gente.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Agradecimentos
125
U
ma das palavras que eu mais gosto no mundo é
GRATIDÃO.
Ao longo da minha caminhada até aqui, tenho inúmeras razões
para ser grata à vida, ao Universo e a todas as pessoas de alma
limpa e coração puro que eu tive o prazer de conhecer por aí.
Pessoas que mudaram a minha forma de enxergar os outros e a
mim mesma.
Pessoas que me enxergaram melhor do que eu realmente sou.
Pessoas que, simplesmente por serem de verdade, me
ensinaram que escolher viver uma vida autêntica e alinhada com
os nossos valores mais preciosos é uma das melhores coisas
que podemos fazer por nós mesmos.
Pessoas que caminham junto, que torcem junto, que vibram
junto. E que, por se enxergarem como parte do todo, acreditam
no poder de mudar o mundo, uma pessoa de cada vez, a
começar por elas mesmas.
Tenho a convicção de que estou cercada por várias dessas
pessoas, pontos de luz que iluminam caminhos e enchem o
nosso coração de esperança.
Minha eterna gratidão aos meus pais, seres iluminados,
evoluídos e altruístas, que sempre me ensinaram que o bem que
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
a gente faz para o outro volta em dobro para a gente. E que ser
de verdade é um ato de coragem e heroísmo, por isso vale a
pena. Vocês são o meu exemplo, o meu motivo, a minha razão
maior para acordar todos os dias e querer fazer a diferença no
mundo.
À minha irmã, amiga, incentivadora e companheira de todas as
horas. Obrigada por cada conselho, pela doação generosa do
seu tempo, por ser a melhor amiga que alguém poderia ter!
Ao Pedro, sempre presente na minha vida, de corpo, alma e
coração. Eu te amo.
À Paula Abreu, por ter me ajudado a descobrir que o mundo todo
já existe dentro de mim. Por ter me ajudado a escolher a minha
vida e por ter sido a ponte que me conectou a pessoas tão
especiais e queridas, que levarei pelo resto da minha existência.
À Melodia Moreno, roomie mais doce do mundo, por ter
estendido a mão e aberto o coração para me ajudar nessa
jornada. Serei eternamente grata a tudo o que você fez por mim,
irmãzinha. Gratidão ao Universo por ter te colocado no meu
caminho. Gratidão estendida à Lisandra Zanuto, à Vera Jordão e
à Tatiana Martinelli, seres iluminados e com o coração do
tamanho do mundo. Meninas, que sorte a minha ter vocês na
minha vida!
127
Ao casal mais doce que eu já conheci, Maria Alice e Danilo
Godoy, por terem ampliado ainda mais a minha compreensão da
vida, compartilhando pensamentos alinhados com tudo aquilo o
que eu acredito: sim, vale a pena ser de verdade! E nós somos!
À Mônica Souza, à Priscila Roma e a todos os meus
companheiros queridos e amados de PESV, por terem me
ajudado tanto com dicas e conselhos preciosos, aberto o coração
e trocado experiências e ensinamentos que trarei para o resto da
vida. Sou muito grata ao Universo por ter encontrado vocês no
caminho.
À Paula Quintão, uma das pessoas mais doces que eu já
conheci, por ter me apresentado ao empreendedorismo online e
me feito enxergar um mundo infinitamente rico de possibilidades.
E por ser um exemplo para mim. De tudo o que vale a pena ser e
fazer na vida.
A todos os colegas do Mundo dos Afiliados, por serem sempre
solícitos e tão carinhosos comigo.
Aos meus leitores do Cookies and Words e curtidores da minha
Fanpage,
os
meus
grandes
presentes
nessa
vida,
por
caminharem junto comigo, por confiarem em mim, por me
ajudarem a espalhar a minha mensagem por cada cantinho
desse mundo. Sou muito, muito, muito grata a cada um de vocês
por cada recado de amor, carinho e incentivo. Vocês não têm
ideia do quanto são importantes para mim. Gratidão eterna.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
Aos meus coachees queridos, pela confiança e parceria criativa.
E por me mostrarem, a cada semana, que o trabalho dos meus
sonhos está bem diante de mim.
À Carol Barros, querida e iluminada, por ter me inspirado a dar o
primeiro passo em direção à gravação do meu primeiro vídeo. E
por sempre dividir comigo as suas experiências.
À Michelle Paese, por ter traduzido em arte, com tanto carinho e
dedicação, a minha personalidade, o meu trabalho, a minha
missão. E por ter tido uma paciência do tamanho do mundo
comigo!
À minha peer coach Evelyse Zica, por me dar chacoalhadas
necessárias e me ensinar a importância de um planejamento
estratégico consistente.
Ao Luiz Arthur, o diretor mais incrível que já tive na vida, por ter
acreditado em mim quando nem eu mesma acreditava. E por ter
me ensinado as primeiras lições que eu trago comigo sobre
coragem. Agradecimento estendido a todos os meus loucos e
adoráveis amigos do teatro, pessoas que vivem a sua verdade de
maneira autêntica e apaixonada.
A você, leitor querido, por ter comprado este livro com o desejo
sincero de mudança e transformação. Por querer ser você
mesmo em todos os momentos, apesar do medo. Apesar de
todos os pesares.
129
Que você possa continuar, todos os dias, sendo você e vivendo
de acordo com a sua verdade. E que nunca te faltem motivos
para acreditar na sua força interior, no seu poder de mudança, na
sinceridade das suas palavras e ações e na força da fé e do
pensamento positivo.
Que você seja, enfim, a mudança que você quer ver no mundo,
ciente de que deve viver intensamente, amar profundamente e
ser o melhor que você pode ser.
Que você se respeite e se ame acima de tudo.
E que assim seja. Amém.
Escolha Ser Você
Ana Paula Ramos
SOBRE A AUTORA
Natural de Belo Horizonte, Ana Paula Ramos descobriu a paixão
pelas palavras ainda na infância, quando escrevia, em diários,
fatos vivenciados em seu cotidiano. Desde então, nunca mais
parou de escrever. Em 2011, tirou seus textos da gaveta e criou o
blog de crônicas Cookies and Words. O Caderno de Ágape,
publicado em formato digital, foi seu romance de estreia. Após
um processo incrível de autoconhecimento e mudança de vida,
131
Ana Paula resolveu escrever seu primeiro e-book sobre
transformação pessoal: Transformação – dez razões para
abraçar a vulnerabilidade, uma coletânea de aprendizados que
surgiram a partir de um trabalho intenso de coaching, que a fez
enxergar a vida e a si mesma de uma forma muito mais plena e
verdadeira. Em Escolha Ser Você, a autora coloca em prática
tudo o que aprendeu e joga luz sobre o poder da mente e a
importância do foco, da verdade e da consistência para o alcance
de uma vida autêntica. Leitura obrigatória para quem não
consegue se livrar das máscaras e agir apesar do medo, das
opiniões dos outros, das crenças limitantes, da procrastinação e
de tudo o que possa estar atravancando o caminho.
Ana Paula é formada em Jornalismo e em Teatro, pela PUC
Minas, em Personal and Professional Coaching, pela Sociedade
Brasileira de Coaching, e em Curiosidade Absoluta, pela Vida.
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Ana Paula Ramos